Intervenção Psicológica em Gerontologia

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GERONTOLOGIA

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Envelhecimento normativo e envelhecimento patológico Intervenção psicológica nas demências Cuidadores de pessoas em idade avançada: da avaliação à intervenção Intervenção programática em Psicogerontologia

Renata Benavente (Coord.) Psicóloga Clínica e da Saúde. Psicóloga no Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal. Psicóloga Forense Consultora no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses. Docente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Coordenadora do Grupo de Trabalho Psicogerontologia da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Autores Gabriela Álvares Pereira Isabel Sousa Margarida Sobral

A intervenção Psicológica em Gerontologia, enquanto área independente da Psicologia Clínica, baseia-se nos conhecimentos sobre o desenvolvimento humano e foca-se nos processos de envelhecimento. Constitui-se como um domínio de investigação e atuação crescente face ao aumento da população idosa, particularmente relevante em Portugal. Pretende-se com esta obra explorar, quer do ponto de vista teórico quer prático, domínios de intervenção específicos com os cidadãos seniores e com os seus cuidadores, bem como dimensões relacionadas com o desenvolvimento, implementação e avaliação de programas psicogerontológicos.

Maria Vânia Silva Nunes Pedro Machado dos Santos

Coordenação:

Renata Benavente

Mauro Paulino Coordenador da Mind | Instituto de Psicologia Clínica e Forense. Psicólogo Forense Consultor do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses. Membro do Conselho Nacional de Psicólogos e do National Awarding Committee da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Com a colaboração de vários especialistas dotados de experiência na investigação e na prática clínica, esta obra destina-se, pela sua abordagem transversal, a todos os Psicólogos e estudantes de Psicologia, mas também a outros profissionais das áreas da Saúde, Educação e Serviços Sociais interessados em aprofundar a temática do envelhecimento.

ISBN 978-989-693-090-5

Ver currículos no interior do livro.

DIRETOR DE COLEÇÃO

Trata-se de um livro abrangente que foca as principais questões associadas aos processos de envelhecimento e aos contributos das ciências psicológicas para um envelhecimento bem-sucedido.

9 789896 930905

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COLEÇÃO INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA

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INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM INTERVENÇÃO EM

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Guias práticos que privilegiam o saber-fazer nos vários domínios da ciência psicológica. Com estudos de caso e exemplos vários que ajudam o leitor a enquadrar, operacionalizar e concretizar uma intervenção técnica e cientificamente fundamentada.

COORDENADORA E AUTORES

Prefácio de Constança Paúl

Professora Catedrática do ICBAS-UP

Posfácio de António Leuschner

Professor Catedrático Convidado (1998-2019) do ICBAS-UP


EDIÇÃO

PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOA Tel: +351 213 511 448 pactor@pactor.pt www.pactor.pt

DISTRIBUIÇÃO

Lidel – Edições Técnicas, Lda. R. D. Estefânia, 183, R/C Dto. – 1049-057 LISBOA Tel: +351 213 511 448 lidel@lidel.pt www.lidel.pt

LIVRARIA

Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOA Tel: +351 213 511 448 livraria@lidel.pt Copyright © 2020, PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação ® Marca registada da FCA – Editora de Informática, Lda. ISBN edição impressa: 978-989-693-090-5 1.ª edição impressa: agosto de 2020 Paginação: Carlos Mendes Impressão e acabamento: Cafilesa - Soluções Gráficas, Lda. – Venda do Pinheiro Depósito Legal n.º 473049/20 Capa: José Manuel Reis Todos os nossos livros passam por um rigoroso controlo de qualidade, no entanto, aconselhamos a consulta periódica do nosso site (www.pactor.pt) para fazer o download de eventuais correções. Não nos responsabilizamos por desatualizações das hiperligações presentes nesta obra, que foram verificadas à data de publicação da mesma. Os nomes comerciais referenciados neste livro têm patente registada. Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotocópia, digitalização, gravação, sistema de armazenamento e disponibilização de informação, sítio Web, blogue ou outros, sem prévia autorização escrita da Editora, exceto o permitido pelo CDADC, em termos de cópia privada pela AGECOP – Associação para a Gestão da Cópia Privada, através do pagamento das respetivas taxas.


Índice

Sobre a Coleção

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Os Autores

IX

Prefácio XIII Constança Paúl Introdução XVII Renata Benavente

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1. Envelhecimento Normativo e Envelhecimento Patológico Renata Benavente 1.1 Introdução 1.2 Alterações Psicológicas e Psicossociais Associadas ao Envelhecimento 1.3 Fisiologia do Envelhecimento: Reserva Cognitiva e Neuroplasticidade 1.4 Avaliação em Psicogerontologia Clínica 1.4.1 Avaliação Multidimensional e Compreensiva do Idoso 1.4.2 Entrevistas aos Cuidadores 1.5 Envelhecimento Ativo e Saudável 1.5.1 Satisfação e Qualidade de Vida 1.5.2 Promoção da Independência, Autonomia, Participação e Adaptação ao Envelhecimento 1.6 Considerações Finais Referências Bibliográficas

III

1 1 2 9 11 11 21 22 24 26 29 30


Intervenção Psicológica em Gerontologia

2. Intervenção Psicológica nas Demências Gabriela Álvares Pereira, Isabel Sousa e Maria Vânia Silva Nunes 2.1 Introdução 2.2 Demências: Causas, Sintomas, Estádios, Tipos, Fatores de Risco e Prevenção 2.2.1 Tipos Comuns de Demência 2.2.2 Fatores de Risco e de Prevenção 2.3 Intervenção Não Farmacológica nas Demências 2.3.1 Intervenção Cognitiva 2.3.2 Intervenções Psicológicas 2.4 Considerações Finais Referências Bibliográficas 3. Cuidadores de Pessoas em Idade Avançada: Da Avaliação à Intervenção Margarida Sobral

45 45 46 48 50 51 54 78 82 83 89

3.1 Introdução 89 3.2 Tipos de Cuidador: Formal, Informal, Primário e Secundário 90 3.3 Ser Cuidador: Motivações e Determinantes na Adoção do Papel de Cuidador 91 3.4 Principais Consequências da Prestação de Cuidados: Aspetos Físicos, Psicológicos e Sociais 93 3.5 Principais Necessidades dos Cuidadores Informais 94 3.6 Especificidades dos Cuidados Informais a Pessoas com Demência 95 3.7 Instrumentos de Avaliação de Cuidadores 98 3.8 Tipos de Intervenções nos Cuidadores Informais: Respostas Sociais, Psicoeducação, Grupos de Suporte, Psicoterapia e Outras Respostas 107 3.9 Considerações Finais 118 Referências Bibliográficas 119 4. Intervenção Programática em Psicogerontologia Pedro Machado dos Santos

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4.1 Introdução 133 4.2 Contexto da Intervenção em Psicogerontologia: Transição Epidemiológica 135 4.2.1 Transição Assistencial 138 IV


Índice

4.3 Planificação e Desenho de Programas Psicogerontológicos 145 4.3.1 Tipos de Necessidades 150 4.3.2 Definição de Objetivos 153 4.3.3 Pré-avaliação 155 4.3.4 Desenho do Programa 157 4.3.5 Implementação 159 4.4 Avaliação de Programas Psicogerontológicos 161 4.5 Considerações Finais 165 Referências Bibliográficas 165 Anexo 169 Posfácio 181 António Leuschner 185

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Índice Remissivo

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Sobre a Coleção

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Bem-vindo à Coleção Intervenção em Psicologia! Fazendo jus à sua essência, a PACTOR, marca editorial do Grupo LIDEL, dedicada à publicação de livros nas áreas das Ciências Sociais, Forenses e da Educação, propôs-se lançar no mercado livros que aliem essencialmente a componente prática, isto é, de intervenção na área da Psicologia, a uma escrita de elevado rigor científico, sem que tal constitua um obstáculo ao prazer da leitura e da aprendizagem, ou da renovação de conhecimentos. Tal iniciativa é digna de registo, pois é demonstrativa do reconhecimento crescente que a Psicologia assume na atualidade e nos seus mais diversos domínios de especialização, justificando por parte de um grupo editorial a audácia de investir nesta área de conhecimento, mas também um sinal claro da necessidade e dever que os profissionais e estudantes de Psicologia têm de uma atualização constante. Com base no Código Deontológico da Ordem dos Psicólogos Portugueses, a bússola por excelência da atividade profissional em Psicologia, esta coleção pretende guiar os psicólogos no sentido de práticas de excelência, garantindo que a referência do exercício profissional é o expoente máximo e não o mínimo aceitável. Como alerta o mesmo Código, no âmbito do Princípio Geral da Competência, os psicólogos têm como obrigação exercer a sua atividade de acordo com os pressupostos técnicos e científicos da profissão, a partir de uma formação pessoal adequada e de uma constante atualização profissional, de forma a atingir os objetivos da intervenção psicológica, pois de outro modo acresce a possibilidade de prejudicar o cliente (i. e., qualquer pessoa, família, grupo, organização e/ou comunidade com os quais os psicólogos exerçam atividades no âmbito dos seus papéis profissionais, científicos e/ou educacionais enquanto psicólogos) e de contribuir para o descrédito da profissão. A competência VII


Intervenção Psicológica em Gerontologia

será o reconhecimento de que os psicólogos devem estar conscientes que têm como obrigação fundamental funcionar de acordo com as boas-práticas baseadas em conhecimentos científicos atualizados, pretendendo esta Coleção ser um préstimo útil, de referência ímpar e seguro ao cumprimento de tal obrigação ética. Por fim, refira-se que apesar de ser assumidamente uma Coleção direcionada para profissionais e estudantes de Psicologia, a emergência da interdisciplinaridade torna-a também recomendável a outras áreas de saber, sem prejuízo das competências e saberes de cada uma, bem como dos deveres e responsabilidades de outros profissionais. Mauro Paulino Diretor de Coleção

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Os Autores

COORDENADORA Renata Benavente Psicóloga clínica e forense, doutorada em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, mestre e licenciada em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação-Universidade de Lisboa (FPCE-UL), pós-Graduada em Saúde Sexual e Reprodutiva pelo Instituto Politécnico de Setúbal, em Proteção de Menores pelo Iscte-Instituto Universitário de Lisboa/FPCE-UL, e em Estudos e Intervenções com Famílias pela FPCE-UL. Psicóloga clínica no Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal, perita na Delegação Sul do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, docente na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e membro da Direção Nacional da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Autora de comunicações, publicações e manuais técnicos no âmbito da Psicologia Forense e Psicogerontologia.

Diretor de Coleção

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Mauro Paulino Coordenador da Mind | Psicologia Clínica e Forense. Psicólogo forense consultor do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses. Doutorando em Psicologia Forense na Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação na Universidade de Coimbra (FPCEUC). Mestre em Medicina Legal e Ciências Forenses pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Pós-graduado em Consulta Psicológica, Psicoterapia e Neuropsicologia. Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses IX


Intervenção Psicológica em Gerontologia

(OPP), com grau de Especialidade Avançada em Psicologia da Justiça. Integra o Grupo de Trabalho da OPP – Intervenção do Psicólogo em Contexto de Violência Doméstica. Membro do Conselho Nacional de Psicólogos e do National Awarding Committee da OPP, no âmbito do Certificado Europeu de Psicologia – Europsy. Terapeuta em Eye Movement Desensitization and Reprocessing (EMDR), nível 2. Membro do Laboratório de Avaliação Psicológica e Psicometria (PsyAssessmentLab) e do Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC), ambos na FPCEUC. Membro da Comissão de Ética do Centro de Investigação em Psicologia da Universidade Autónoma de Lisboa. Autor e coordenador de diversos livros. Docente convidado em universidades nacionais e internacionais.

AUTORES Gabriela Álvares Pereira Doutoranda em Ciências da Cognição e da Linguagem pela Universidade Católica Portuguesa. Mestre em Terapias Comportamentais e Cognitivas pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, em Psicogerontologia e em Neuropsicologia pela Ordem dos Psicólogos Portugueses. Assistente hospitalar na Unidade de Neuropsicologia do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. Psicóloga clínica numa Unidade de Média Duração e Reabilitação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e membro da Comissão de Ética para a Saúde de um Centro do Instituto das Irmãs Hospitaleiras. Docente convidada em diferentes institutos universitários. Cofundadora da Associação Portuguesa de Psicogerontologia.

Isabel Sousa Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde pela Ordem dos Psicólogos Portugueses, com especialidades avançadas em Neuropsicologia e Psicogerontologia. Psicóloga e formadora na Alzheimer Portugal, onde realiza consultas de Apoio Psicológico a cuidadores e de Estimulação Cognitiva para pessoas com demência no âmbito dos Gabinetes Cuidar Melhor e ministra vários workshops na área da Intervenção nas X


Os Autores

Demências, nomeadamente de Intervenção Cognitiva. Integra a equipa que coordena a Rede Cafés Memória, em Portugal.

Margarida Sobral Psicóloga clínica, em funções no Serviço de Psicogeriatria, do Hospital de Magalhães Lemos, é licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação-Universidade do Porto, mestre em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação-Universidade de Coimbra, e doutorada em Gerontologia e Geriatria (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar-Universidade do Porto e Universidade de Aveiro). Investigadora integrada do AgeingC, grupo de investigação do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, com vários artigos científicos publicados nas suas áreas de interesse (avaliação e intervenção com pessoas mais velhas e cuidadores, reserva cognitiva e demências). É formadora nas áreas do Envelhecimento e da Psicogeriatria.

Maria Vânia Silva Nunes Doutorada em Ciências Biomédicas e Mestre em Neurociências pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Licenciada em Psicologia pela Faculdade de Psicologia da mesma Universidade, é atualmente Professora Associada do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, onde coordena o Mestrado em Neuropsicologia. Investigadora integrada no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde (CIIS), desenvolve há vários anos atividade na área dos Seniores, sendo especialista em Psicogerontologia e em Neuropsicologia pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP).

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Pedro Machado dos Santos Licenciado em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, com Mestrado em Gerontologia Social: Qualidade de Serviços Gerontológicos pela Faculdade de Psicologia da Universidade Autónoma de Madrid, e Doutoramento em Ciências Biomédicas pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP). Especialista em Psicologia Clínica, com especialidades avançadas em Psicogerontologia, Neuropsicologia e Psicologia Comunitária, atribuídas pela Ordem dos Psicólogos XI


Intervenção Psicológica em Gerontologia

Portugueses (OPP), é membro do Grupo de Trabalho em Psicogerontologia da OPP, e Professor no Instituto de Serviço Social da Universidade Lusófona. Trabalha no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto e é membro integrado do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde. Enquanto investigador e consultor, tem desenvolvido trabalhos de assistência técnica e de apoio à decisão política na área da Saúde Mental, nomeadamente com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Organização Mundial da Saúde.

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Introdução

O envelhecimento populacional é, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), uma das mais relevantes transformações sociais do século XXI, com impacto em vários setores da sociedade, nomeadamente nas estruturas familiares e laços intergeracionais, no mercado laboral e financeiro, na procura de bens e serviços, na proteção social e nos serviços de saúde. As estimativas apontam para que, em todo o mundo, o número de pessoas com 60 anos (ou mais) duplique até 2050 e mais do que triplique até 2100. O número de pessoas com 80 anos (ou mais) deverá triplicar até 2050, devendo atingir os 425 milhões. O bem-estar das pessoas idosas e a qualidade dos processos de envelhecimento têm merecido uma atenção crescente no nosso país não só porque enfrentamos alterações demográficas significativas, mas também por se constatar que a generalidade dos cidadãos seniores portugueses vive cada vez mais anos, mas com menor qualidade, comparativamente com o que se observa entre residentes noutros países europeus. As profundas alterações demográficas registadas no nosso país, resultantes do aumento da longevidade da população, da redução da natalidade e da diminuição do número de jovens traduzem-se no aumento da percentagem de pessoas com mais de 65 anos (20,5% da população, em 2015) e do aumento da esperança média de vida, tornam cada vez mais necessária a promoção do bem-estar das pessoas idosas e dos seus cuidadores. A investigação e atuação no âmbito da Gerontologia demonstram, de forma inequívoca, os benefícios quer para os cidadãos seniores, quer para os seus cuidadores das intervenções psicológicas no âmbito da promoção da saúde, enquanto estado de completo bem-estar físico, mental e social. XVII


Intervenção Psicológica em Gerontologia

Uma obra dedicada à Intervenção Psicológica em Gerontologia ganha, por isso, particular relevância no contexto atual, considerando não apenas os dados estatísticos relativos ao envelhecimento da população, mas também a necessidade de concretização, nos diferentes domínios, de medidas e soluções favorecedoras de um envelhecimento bem-sucedido. Com o objetivo de sistematizar as principais evidências científicas no âmbito da Gerontologia e as respetivas implicações práticas desse conhecimento, juntámos um conjunto de seis investigadores e especialistas em matéria de envelhecimento que nos apresentam contributos relevantes e inovadores das ciências psicológicas neste domínio. Prefaciado pela Professora Doutora Constança Paúl e com Posfácio da autoria do Professor Doutor António Leuschner, o livro está organizado em quatro capítulos, cujos conteúdos sistematizam, ao nível teórico e com exemplos baseados em casos clínicos, dimensões essenciais da atuação em Gerontologia. São exploradas as principais áreas de intervenção psicológica não só ao nível individual, com os idosos, mas também com os seus cuidadores, bem como programas vocacionados para este grupo populacional específico. No primeiro capítulo são aprofundados os avanços do conhecimento sobre o envelhecimento normativo e patológico, assim como aspetos relacionados com a fisiologia do envelhecimento, designadamente os conceitos de reserva cognitiva e neuroplasticidade. São abordadas as metodologias de avaliação multidimensional e compreensiva do idoso, organizadas de acordo com as áreas de funcionamento mais afetadas nesta fase do ciclo de vida. Discute-se ainda, neste capítulo, de uma forma prática e com exemplos concretos a promoção do envelhecimento ativo e saudável, com particular destaque para a satisfação e qualidade de vida, a independência, a autonomia, a participação e a adaptação ao envelhecimento. A intervenção psicológica nas demências, temática do segundo capítulo, inclui aspetos relacionados com o diagnóstico, a identificação de fatores de risco e de prevenção e as metodologias específicas de atuação, nomeadamente abordagens cognitivas, salientando-se a reabilitação cognitiva, a estimulação cognitiva e o treino cognitivo e abordagens psicológicas, com enfoque nas dimensões comportamentais, psicoemocionais e sensoriais. No terceiro capítulo são exploradas as metodologias de avaliação e de intervenção junto de cuidadores de pessoas em idade avançada. Tendo como ponto de partida o XVIII


Introdução

papel fulcral dos cuidadores no bem-estar dos cidadãos seniores e a relevância da sua capacitação (técnica e emocional), é feita uma caracterização detalhada das funções que exercem e elencados os principais instrumentos de avaliação disponíveis. Por fim, apresentam-se alguns programas de intervenção vocacionados para cuidadores, tais como as respostas sociais, psicoeducação, grupos de suporte e psicoterapia. A intervenção programática em Psicogerontologia, aprofundada no quarto capítulo, centra-se na importância do desenvolvimento, avaliação e garantia de qualidade de programas. Com base na contextualização deste tipo de intervenções, influenciada pela definição e implementação de políticas e de planos, são apresentadas sugestões práticas relacionadas com os processos de planificação, desenho e avaliação de programas psiscogerontológicos. Procurando contribuir para a resposta a um dos mais importantes desígnios civilizacionais que enfrentamos – garantir a todos os cidadãos o pleno exercício dos seus Direitos – procuramos, com esta obra, evidenciar de uma forma prática e sustentada na melhor evidência científica a relevância da intervenção psicológica para um envelhecimento saudável e bem-sucedido. Renata Benavente

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Coordenadora da obra

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Envelhecimento Normativo e Envelhecimento Patológico

Renata Benavente

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1.1 Introdução O envelhecimento é uma fase natural do ciclo de vida que acarreta um conjunto de alterações decorrentes do desgaste físico e mental (Araújo, Ribeiro, Oliveira, & Pinto, 2007) e que, quando comparado com outras fases do desenvolvimento humano, tem merecido crescente enfoque no âmbito da Psicologia (Fonseca, 2006). As alterações demográficas que se traduzem no aumento do número de idosos, ou seja, de indivíduos com mais de 65 anos (PORDATA, 2016), impelem as comunidades, os decisores políticos e a comunidade científica a aprofundar o conhecimento sobre as problemáticas relacionadas com a pessoa idosa, tal como a desenhar e a implementar medidas propícias a um envelhecimento ativo e bem-sucedido. O envelhecimento pode ser definido de diversas formas, nomeadamente como um processo universal, lento, mas gradual, que varia consoante o indivíduo (Vitta, 2000). É influenciado por fatores biológicos, sociais, económicos, culturais, ambientais e históricos, constituindo-se como um processo de mudança biopsicossocial durante todo o ciclo de vida (Organização Mundial da Saúde, OMS, 2015). Implica uma deterioração endógena, irreversível e multifatorial que afeta as capacidades funcionais do organismo, podendo também ser concetualizado como uma mudança progressiva da estrutura biológica, psicológica e social, que se desenvolve ao longo da vida das pessoas (Direção-Geral da Saúde, 2004). Durante o processo de envelhecimento ocorrem, na maior parte dos casos, várias alterações cerebrais ao nível morfológico, anatómico e bioquímico, por exemplo: 1


Intervenção Psicológica em Gerontologia

a atrofia cerebral progressiva, identificada através da medição de volumes cerebrais; as alterações estruturais dos neurónios; a redução do metabolismo de glucose em certas áreas do cérebro, nomeadamente no lobo temporal e no lobo frontal (Allard & Kensinger, 2018); a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral; as alterações na quantidade de neurotransmissores e a perda de mielinização1 (Cail, 2017; Cavanaugh, 1993; Katzman & Terry, 1992; Kravitz, Schmeidler, & Beeri, 2012; Ribeiro & Guerreiro, 2002). Associados às alterações das capacidades cognitivas da pessoa idosa desenvolvem-se frequentemente quadros clínicos como a hipertensão, a doença coronária ou alterações sensoriais (Petersen, 2000). A investigação tem apoiado a hipótese de que fatores modificáveis relacionados com o estilo de vida influenciam o declínio cognitivo associado ao envelhecimento, abrindo novos caminhos para a prevenção (Cail, 2017). Constata-se, ainda, que o nível de atividade cognitiva de alguns idosos não sofre alterações, chegando mesmo a ultrapassar o de sujeitos jovens (Ribeiro & Guerreiro, 2002). É demonstrado, também, que algumas funções cognitivas não sofrem mudanças significativas, podendo, inclusivamente, melhorar ao longo do ciclo de vida: a inteligência cristalizada, a regulação emocional (Allard & Kensinger, 2018) e as competências relacionadas com a linguagem (Fonseca, 2006). O impacto do envelhecimento no indivíduo pode ser perspetivado em dois níveis: um nível concreto, centrado na deterioração física e cognitiva individual, e um nível mais complexo e abstrato decorrente da perspetiva e do significado que cada pessoa atribui ao seu envelhecimento (Moraes, Moraes, & Lima, 2010).

1.2 Alterações Psicológicas e Psicossociais Associadas ao Envelhecimento O envelhecimento traduz-se, portanto, num trajeto gradual, descendente e com um declínio específico para cada sujeito, embora interfira com dimensões transversais, designadamente psicológicas e psicossociais (Paúl, 2010). A mielina está presente na bainha de mielina, formada pelos oligodendrócitos no sistema nervoso central e pelas células de Schwann no sistema nervoso periférico, que rodeia algumas fibras nervosas, favorecendo a condução de impulsos nervosos. A perda da mielina pode dificultar ou, até, interromper a transmissão desses impulsos originando dificuldades ao nível da locomoção, do equilíbrio e da acuidade visual.

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Intervenção Psicológica nas Demências

Gabriela Álvares Pereira, Isabel Sousa e Maria Vânia Silva Nunes

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2.1 Introdução Os avanços na medicina e nos cuidados de saúde nos últimos 100 anos têm contribuído para o aumento da esperança média de vida e, consequentemente, para o envelhecimento da população. Se, por um lado, as pessoas têm vidas mais longas e saudáveis, por outro, esta realidade contribui para um maior número de doenças degenerativas associadas ao envelhecimento, como as demências (Organização Mundial da Saúde, OMS, 2012). Estima-se que, em todo o mundo, existam 50 milhões de pessoas com demência e que este número triplique em 2050. Todos os anos há quase 10 milhões de novos casos, um a cada três segundos (Alzheimer’s Disease International, ADI, 2018; OMS, 2017). Em Portugal, os dados epidemiológicos são escassos e habitualmente inferidos a partir de dados vigentes noutros países, como é exemplo o estudo de 2015 de Santana e colaboradores. Gonçalves-Pereira e colaboradores (2016) validaram os protocolos de avaliação 10/66 Dementia Research Group ao contexto português, criando as condições de recolha de dados no terreno sobre a prevalência de demência na população. As estimativas da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE/OECD1), em 2017, apontavam para a existência de cerca de 205 mil casos de demência em território nacional. No recentíssimo relatório de 2019, Portugal aparece como um dos países da OCDE com maior prevalência de casos de demência, cerca de 1

Sigla em inglês: OECD – Organization for Economic Cooperation and Development. 45


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20 casos por mil pessoas, esperando-se que em 2050 existam em Portugal 40,5 pessoas com demência por cada mil (OCDE, 2017). Não existe ainda um tratamento disponível para curar a demência ou alterar o seu curso progressivo. Ao nível farmacológico, ainda que estejam a ser investigados novos medicamentos em diversos ensaios clínicos, os fármacos existentes, embora possam retardar o avanço da doença e aliviar os seus sintomas, não invertem a sua progressão. Os resultados obtidos pela investigação farmacológica têm sido relativamente dececionantes, refletindo também a complexidade inerente aos mecanismos fisiopatológicos e às interações subjacentes à etiologia das demências. No mesmo sentido, numa abordagem não farmacológica, embora não se possa também alterar o curso progressivo da doença, existem outros tipos de intervenção que podem melhorar a vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores e familiares, contribuindo para otimizar a saúde física e a cognição, gerir os sintomas psicológicos e comportamentais mais desafiadores, e fornecer informação e suporte continuado aos cuidadores e familiares (OMS, 2017).

2.2 Demências: Causas, Sintomas, Estádios, Tipos, Fatores de Risco e Prevenção A demência é uma síndrome, geralmente de natureza crónica e progressiva, causada por uma variedade de doenças e de lesões que afetam primária ou secundariamente o cérebro e comprometem a memória, o pensamento, o comportamento e a capacidade de realizar atividades da vida diária. É uma das principais causas de incapacidade e de dependência entre pessoas idosas em todo o mundo (OMS, 2017). Com a publicação, em 2013, do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais – 5.ª edição (DSM-V), a American Psychiatric Association (APA) propõe o termo “perturbação neurocognitiva” para enquadrar as situações de declínio cognitivo adquiridas. O termo “demência” não é completamente substituído, uma vez que é habitualmente usado para designar as perturbações degenerativas que afetam adultos com mais idade, admitindo-se o seu uso neste contexto. O termo “perturbação neurocognitiva” é preferencialmente usado nas condições que afetam pessoas mais jovens, 46


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Cuidadores de Pessoas em Idade Avançada: Da Avaliação à Intervenção

Margarida Sobral

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3.1 Introdução A população residente em Portugal tem envelhecido de forma contínua nas últimas décadas e as projeções demográficas apontam para que o número de pessoas em idade avançada, faixa etária de 65 e mais anos, atingirá o valor mais elevado em 2048, altura em que entrará numa trajetória descendente. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, esta situação estará relacionada com o facto de entrarem nesta faixa etária gerações de menor dimensão, nascidas já num contexto de níveis de fecundidade abaixo do limiar de substituição das gerações (Instituto Nacional de Estatística, INE, 2019). O aumento da longevidade é uma das maiores conquistas da Humanidade, conseguido através de melhores condições sanitárias, do avanço da Medicina, de cuidados de saúde e do bem-estar económico. Para além das oportunidades criadas pela evolução demográfica, a população em envelhecimento apresenta desafios sociais, económicos e culturais para pessoas, famílias, sociedade e comunidade global. Seja em que lugar for, as pessoas devem envelhecer com dignidade e segurança, vivendo através da plena realização de todos os seus direitos humanos e das suas liberdades fundamentais (Sobral, 2015). Com o envelhecimento da população a acentuar-se ao longo dos anos, a necessidade dos cuidados informais a pessoas em idade avançada transformou-se numa realidade com forte impacto em Portugal e geradora de grandes preocupações nos investigadores e profissionais da área, assim como dos decisores políticos e movimentos cívicos. Neste contexto, os cuidadores de pessoas dependentes são cada vez em maior 89


Intervenção Psicológica em Gerontologia

número, com necessidades específicas, que precisam de intervenções que os ajudem na sua tarefa, pelo que é de extrema importância que este fenómeno seja do conhecimento da sociedade portuguesa. As áreas de atuação e de investimento dos cuidadores informais de pessoas em idade avançada dependentes são, sobretudo, o apoio nas atividades básicas e instrumentais de vida diária e o apoio emocional. E, acima do tudo, o cuidador informal deve conseguir lidar da melhor forma possível com o seu papel de cuidador, repleto de pressões, tarefas, exigências, desafios, para que esse papel coexista pacificamente com os outros papéis que desempenha, como de filho/a, de pai/mãe, de cônjuge, de trabalhador/a, e que esse cuidar seja isento de elevada sobrecarga, que possa desencadear efeitos adversos na sua saúde e no seu bem-estar. Neste capítulo reflete-se sobre os cuidadores de pessoas em idade avançada dependentes e/ou com demência, procurando conhecer os diferentes tipos, as motivações, os determinantes na adoção do papel de cuidador, as necessidades, as principais consequências, as especificidades, os instrumentos a usar na avaliação e as intervenções para cuidadores.

3.2 Tipos de Cuidador: Formal, Informal, Primário e Secundário Para dar resposta à dependência dos adultos mais velhos, que têm vindo a crescer em número e com maiores exigências e complexidades, são conhecidos diversos tipos de cuidados, nomeadamente, o formal e o informal: Cuidador formal – o envelhecimento da população contribui para o surgimento de profissões de trabalho formal junto de adultos mais velhos e/ou dependentes. O cuidador formal (CF) é um profissional que presta cuidados de saúde ou sociais decorrentes da sua profissão. A força de trabalho de cuidadores formais é predominantemente feminina, prestando a maioria dos cuidados de saúde e sociais na comunidade, assim como em hospitais e lares (Erol, Brooker, & Peel, 2015); Cuidador informal – os chamados cuidadores informais (CI) de pessoas com doenças crónicas, possuidoras de algum tipo de incapacidade, fragilidade, ou outra condição de saúde de longa duração, nomeadamente, a demência, têm 90


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Intervenção Programática em Psicogerontologia

Pedro Machado dos Santos

4.1 Introdução

© PACTOR

No que diz respeito aos aspetos psicológicos da saúde, podemos considerar que, independentemente dos acontecimentos (i. e., normativos ou patológicos), o envelhecimento compreende uma diminuição da reserva em quase todo o sistema psicológico e um exponencial aumento da vulnerabilidade face a muitas doenças (OMS, 2015), motivados por acontecimentos pessoais, sociais e culturais (e não tanto por acontecimentos biológicos ou pela idade cronológica). O bem-estar emocional e a saúde mental1 são, efetivamente, tão importantes na velhice como em qualquer outra fase do ciclo vital. Contudo, os idosos com problemas comportamentais recebem menos intervenções especializadas do que os indivíduos na idade adulta inicial ou intermédia e, quando recebem cuidados, é menos provável que estes sejam prestados por especialistas em saúde mental, nomeadamente psicólogos (Bogner, de Vries, Maulik, & Unutzer, 2009). Como outros profissionais, os psicólogos têm vindo a adaptar e a melhorar as intervenções junto de adultos mais velhos, num processo que acompanha a própria história da intervenção psicológica (APA, 2014; Knight, Kelly, & Gatz, 1992; Molinari, 2011). Um esforço que passa não só pela adaptação/aplicação das diferentes abordagens A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde mental como o estado de bem-estar no qual o indivíduo tem consciência das suas capacidades, pode lidar com o stress habitual do dia a dia, trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz de contribuir para a comunidade em que se insere.

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teóricas que vão surgindo, mas também pela utilização do conhecimento proveniente da investigação acerca do desenvolvimento adulto e do envelhecimento. Neste sentido, os psicólogos são amplamente reconhecidos como profissionais que podem contribuir para o desenvolvimento, a avaliação e a garantia de qualidade dos programas relacionados com os serviços ligados ao envelhecimento (APA, 2014). A intervenção psicogerontológica envolve, no entanto, uma interação complexa de fatores2 que torna este campo um enorme desafio e, por conseguinte, exigente na aplicação de conhecimentos e de métodos. Mas, como em todas as disciplinas científicas, também aqui se procura realçar a importância (i) dos novos conhecimentos, (ii) para realizar predições ajustadas aos objetos de estudo, e (iii) controlar a realidade (Reiss & Sprenger, 2017). Neste capítulo, com o propósito de beneficiar as pessoas mais velhas, evidenciamos alguns dos conhecimentos e das possibilidades que podem ajudar a melhorar a planificação da intervenção psicogerontológica. Na primeira parte chamamos a atenção para o aumento da prevalência de perturbações neuropsiquiátricas e do seu impacto nas diferentes realidades assistenciais. Pois, apesar de a maioria apresentar bons indicadores de saúde mental, muitos adultos mais velhos correm o risco de desenvolver perturbações mentais, neurológicas ou problemas relacionados com o uso de substâncias, bem como outras condições de saúde. No seu conjunto, estas alterações no perfil de clientes ou de utentes transformam a saúde mental numa área de intervenção chave para a Psicogerontologia, pelo que, na secção 4.2, prestamos particular destaque à planificação e ao desenho de respostas. Numa terceira e última parte, fazemos referência à importância da avaliação da intervenção psicogerontológica, destacando algumas ferramentas indispensáveis à investigação sistemática sobre os efeitos, os resultados e a concretização de objetivos da intervenção.

De acordo com a American Psychological Association devem, aqui, ser considerados aspetos do desenvolvimento (específicos da idade avançada), perspetivas e crenças de coorte/geracionais (e. g., obrigações familiares, perceção das perturbações mentais), doenças físicas, comorbilidade, efeitos da polifarmácia, défices cognitivos ou sensoriais e história de problemas clínicos ou perturbações mentais (APA, 2014).

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