INQUIETUDES DE UMA ADOLESCENTE
trabalhar por muito tempo. A empresa era muito perto de casa e a minha mãe estava muito contente, e eu também. Naquela noite, deitei-me com a minha mãe. Ela chegou-se pertinho de mim e contou-me uma história, era sobre uma nuvem muito fofa de algodão que emba lava as estrelinhas bebés… Foi linda! E eu adormeci tranquilamente. Na manhã seguinte, recebi uma notícia muito triste, o meu avô de Lisboa tinha falecido. Não voltaria a vê-lo. Como era possível estas coisas acontecerem!? Ele era tão meu amigo! Comprava-me jogos e falava todas as semanas comigo ao telefone. Ele e a avó eram os melhores avós do mundo. No Natal já não iria estar no seu colinho a ouvir as suas anedotas e adivinhas, e a fazer puzzles com ele. Não era justo! Passei horas a chorar no meu quarto, sentia uma tristeza enorme no meu peito. Fui para a escola, mas o meu coração estava apertadinho e o meu peito parecia que apertava. A Rita viu logo que eu não me encontrava bem e estava sempre a ajudar-me e a perguntar-me se precisava de alguma coisa. Estivemos a interpretar um poema relacionado com conteúdos de Matemática: Na multiplicação aprendo a multiplicar Respeito o multiplicando e o multiplicador, Com empenho as operações vou praticar E sem enganos o produto encontrar. Na divisão observo o dividendo e o divisor Segue-se o resto e o resultado final Esse quociente tenho de encontrar, Fazendo várias divisões e subtrações, Mas com cuidado hei de lá chegar. Gostei muito deste poema e dos exercícios que a professora projetou no quadro interativo. Fui a primeira a terminá-los e estavam todos corretos. Depois, fui ajudar os colegas com mais dificuldades. Andei de lugar em lugar… Naquele momento, eu era a professora! Na resolução de situações problemáticas ajudava -os a descodificar o enunciado dos problemas (era o primeiro passo) e verificava se a resolução estava correta. Mas, de repente, sentei-me e comecei a chorar, tinha saudades do meu avô e sentia um aperto no peito muito grande. 52
© PACTOR
Atividade 33