18,5 mm
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CRIANÇAS E ADOLESCENTES Casos da Psicologia Clínica e da Justiça Abuso Sexual . Ansiedade . Autismo . Bulimia Nervosa . (Cyber)Bullying . Perturbações de Eliminação . Perturbações Depressivas . Perturbações do Desenvolvimento . PHDA . Problemas de Comportamento . Rutura Familiar e Problemas Paterno-filiais . Traços Psicopáticos . Violência Familiar . Vitimação Múltipla
Este livro, estruturado num conjunto vasto de casos clínicos cujos temas representam as problemáticas mais recorrentes na prática da psicologia clínica e da justiça com crianças e adolescentes, procura estimular o raciocínio clínico baseado nos dados obtidos pela avaliação psicológica e que permite alicerçar a intervenção psicológica empiricamente validada. Procurando “fazer a ponte” entre o conhecimento científico e a prática profissional, o leitor poderá encontrar, em cada capítulo, um estudo de caso, no qual, além de uma breve contextualização teórica-conceptual das temáticas, é feita a descrição dos procedimentos de avaliação e intervenção psicológica numa lógica de step by step, de forma a melhor explicitar aquela que é a prática profissional e o papel no dia a dia de um psicólogo clínico e da justiça. Escrita por diversos autores com experiência académica, de investigação, mas também com prática clínica, a obra destina-se, principalmente, a estudantes e profissionais nas áreas de atuação da psicologia, tendo como objetivo primordial fornecer ferramentas teóricas e práticas para a realização do ato psicológico, com crianças e adolescentes, em dois contextos específicos de aplicação da psicologia.
ISBN 978-989-693-148-3
www.pactor.pt
9 789896 931483
Carla Fonte Professora associada da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa e investigadora do FP-B2S na mesma instituição. Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, com especialidade avançada em Psicoterapia. Psicóloga clínica/ /Psicoterapeuta do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
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COLEÇÃO INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA
www.pactor.pt
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INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA COM INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA COM
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Guias práticos que privilegiam o saber-fazer nos vários domínios da ciência psicológica. Com estudos de caso e exemplos vários que ajudam o leitor a enquadrar, operacionalizar e concretizar uma intervenção técnica e cientificamente fundamentada.
COORDENADORAS E AUTORES
Sónia Caridade Professora auxiliar da Escola de Psicologia da Universidade do Minho (EPsi-UM). Investigadora integrada do Centro de Investigação em Psicologia da EPsi-UM. Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, com especialidade avançada em Psicologia da Justiça. Perita forense da Unidade de Consulta em Psicologia da Justiça e Comunidade da Associação de Psicologia da UM.
Autores
Carla Fonte I Sónia Caridade
Ana Isabel Sani . Ana Maria Gomes . Ana Rodrigues da Costa . Ana Sousa . Beatriz de Abreu . Carina Lobato de Faria . Carla Fonte . Cátia Branquinho . Daniel Rijo . Diana Ribeiro da Silva . Eduarda Ramião . Fábia Pinheiro . Ivone Patrão . Joana Ferreira . Marie Seltzer . Marina Carvalho . Marisalva Fávero . Marlene Paulo . Mauro Paulino . Mónica Taveira Pires . Patrícia Figueiredo . Raíssa Santos . Ricardo Barroso . Rita Ramos Miguel . Sofia Marques Ramalho . Sónia Caridade . Susana Marinho . Valéria Sousa-Gomes
DIRETOR DE COLEÇÃO Mauro Paulino
Prefácio de Teresa Freire Posfácio de Renata Benavente
Coordenador da Mind | Instituto de Psicologia Clínica e Forense. Psicólogo forense consultor do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses. Membro do Conselho Nacional de Psicólogos. Doutorando em Psicologia Forense da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
EDIÇÃO
PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOA Tel: +351 213 511 448 pactor@pactor.pt www.pactor.pt
DISTRIBUIÇÃO
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LIVRARIA
Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000-247 LISBOA Tel: +351 213 541 418 livraria@lidel.pt Copyright © 2022, PACTOR – Edições de Ciências Sociais, Forenses e da Educação ® Marca registada da FCA PACTOR Editores, Lda. ISBN edição impressa: 978-989-693-148-3 1.ª edição impressa: maio de 2022 Paginação: Carlos Mendes Impressão e acabamento: Tipografia Lousanense, Lda. – Lousã Depósito Legal n.º 498648/22 Capa: José Manuel Reis Todos os nossos livros passam por um rigoroso controlo de qualidade, no entanto, aconselhamos a consulta periódica do nosso site (www.pactor.pt) para fazer o download de eventuais correções. Não nos responsabilizamos por desatualizações das hiperligações presentes nesta obra, que foram verificadas à data de publicação da mesma. Os nomes comerciais referenciados neste livro têm patente registada.
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Índice
Sobre a Coleção Os Autores Prefácio Teresa Freire
XI XIII XXI
Nota Introdutória Carla Fonte e Sónia Caridade
XXV
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Siglas, Abreviaturas e Acrónimos
XXXI
Parte I – Da Interface com a Psicologia Clínica
1
1. Perturbação do Espectro do Autismo e Perturbações Globais do Desenvolvimento: Um Caso Clínico na Infância Ana Rodrigues da Costa
3
1.1 Introdução 1.2 Apresentação do Caso 1.2.1 Motivo da Consulta 1.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 1.2.3 História Clínica 1.3 Avaliação Psicológica 1.3.1 Instrumentos de Avaliação Utilizados 1.3.2 Formulação de Caso 1.4 Intervenção Psicológica 1.4.1 Objetivos da Intervenção 1.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção Realizados e/ou Propostos III
3 5 5 6 6 7 7 11 12 12 13
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
1.5 Conclusão Referências Bibliográficas
14 15
2. Perturbações de Hiperatividade e Défice de Atenção em Crianças: Um Caso Clínico Carina Lobato de Faria 2.1 Introdução 2.2 Apresentação do Caso 2.2.1 Motivo da Consulta 2.2.2 História e Desenvolvimento Psicossocial 2.2.3 História Clínica 2.3 Avaliação Psicológica 2.3.1 Instrumentos de Avaliação Utilizados 2.3.2 Formulação de Caso 2.4 Intervenção Psicológica 2.4.1 Objetivos da Intervenção 2.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção Realizados e/ou Propostos 2.5 Conclusão Referências Bibliográficas 3. Problemas de Comportamento ou Quando a Ansiedade Surge Mascarada na Infância: Um Caso Clínico Susana Marinho e Marie Seltzer 3.1 Introdução 3.2 Apresentação do Caso 3.2.1 Motivo da Consulta 3.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 3.2.3 História Clínica 3.3 Avaliação Psicológica 3.3.1 Instrumentos 3.3.2 Formulação de Caso 3.4 Intervenção Psicológica 3.4.1 Objetivos da Intervenção 3.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção Propostos 3.5 Conclusão Referências Bibliográficas IV
19 19 23 23 24 25 25 26 32 34 34 34 36 37 39 39 45 45 45 46 46 47 48 50 51 52 53 54
Índice
4. Perturbação de Ansiedade numa Criança de 10 Anos: Um Caso Clínico Ana Maria Gomes 4.1 Introdução 4.2 Apresentação do Caso 4.2.1 Motivo da Consulta 4.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 4.2.3 História Clínica 4.3 Avaliação Psicológica 4.3.1 Instrumentos Utilizados e/ou Sugeridos 4.3.2 Formulação de Caso 4.4 Intervenção Psicológica 4.4.1 Objetivos da Intervenção 4.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção Propostos 4.5 Conclusão Referências Bibliográficas
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5. Bulimia Nervosa na Adolescência: Um Caso Clínico Sofia Marques Ramalho
59 59 64 64 64 65 66 66 68 69 69 70 74 75 79
5.1 Introdução 5.2 Apresentação do Caso 5.2.1 Motivo da Consulta 5.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 5.2.3 História Clínica 5.3 Avaliação Psicológica 5.3.1 Instrumentos Utilizados 5.3.2 Formulação de Caso 5.4 Intervenção Psicológica 5.4.1 Objetivos da Intervenção 5.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção Propostos 5.5 Conclusão Referências Bibliográficas
79 80 80 81 82 82 83 85 87 87 87 89 89
6. Perturbações Depressivas: Um Caso Clínico na Adolescência Carla Fonte e Sónia Caridade
91
6.1 Introdução
91 V
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
6.2 Apresentação do Caso 6.2.1 Motivo da Consulta 6.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 6.2.3 História Clínica 6.3 Avaliação Psicológica 6.3.1 Dimensões Avaliadas e Instrumentos Utilizados 6.3.2 Formulação de Caso 6.4 Intervenção Psicológica 6.4.1 Objetivos da Intervenção 6.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção Propostos 6.5 Conclusão Referências Bibliográficas 7. Perturbações de Eliminação: Um Caso Clínico na Infância Raíssa Santos 7.1 Introdução 7.2 Apresentação do Caso 7.2.1 Motivo da Consulta 7.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 7.2.3 História Clínica 7.3 Avaliação Psicológica 7.3.1 Instrumentos Utilizados 7.3.2 Formulação de Caso 7.4 Intervenção Psicológica 7.4.1 Objetivos da Intervenção 7.4.2 Utilização de Ludoterapia Centrada na Criança 7.5 Conclusão Referências Bibliográficas
94 95 95 97 97 97 98 101 101 102 107 107 111 111 113 113 113 114 116 116 118 119 119 119 123 125
Parte II – Da Interface com a Psicologia da Justiça
127
8. Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes: Estudo de um Caso de Abuso Sexual Intrafamiliar Marisalva Fávero, Valéria Sousa-Gomes, Beatriz de Abreu e Fábia Pinheiro
129
8.1 Introdução
129 VI
Índice
8.2 Apresentação do Caso 8.2.1 Motivo da Consulta 8.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 8.2.3 História Clínica 8.3 Avaliação Psicológica 8.3.1 Formulação de Caso 8.4 Intervenção Psicológica 8.4.1 Objetivos da Intervenção 8.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção 8.5 Conclusão Referências Bibliográficas 9. Intervenção Psicológica em Contexto de Violência Familiar: Adversidade e Resiliência de uma Criança Ana Isabel Sani e Joana Ferreira 9.1 Introdução 9.2 Apresentação do Caso 9.2.1 Motivo da Consulta 9.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 9.3 Avaliação Psicológica 9.3.1 Instrumentos de Avaliação 9.3.2 Formulação de Caso 9.4 Intervenção Psicológica 9.4.1 Objetivos da Intervenção 9.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção 9.5 Conclusão Referências Bibliográficas
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10. Rutura Familiar e Problemas Paterno‑filiais Mónica Taveira Pires e Mauro Paulino 10.1 Introdução 10.2 Apresentação do Caso 10.2.1 Motivo da Consulta 10.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 10.3 Avaliação Psicológica VII
133 133 134 135 135 138 140 140 141 143 144 149 149 151 151 151 152 153 153 156 156 157 160 162 165 165 168 169 170 170
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
10.3.1 Instrumentos 10.3.2 Formulação de Caso 10.4 Intervenção Psicológica 10.4.1 Objetivos da Intervenção 10.4.2 Intervenção em Ludoterapia Centrada na Criança 10.5 Conclusão Referências Bibliográficas 11. Vitimação Múltipla em Crianças e Jovens: Caso Clínico-forense Sónia Caridade e Carla Fonte 11.1 Introdução 11.2 Apresentação do Caso 11.2.1 Motivo da Consulta 11.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial 11.2.3 História Clínica 11.3 Avaliação Psicológica 11.3.1 Dimensões a Avaliar e Procedimentos/Instrumentos Sugeridos 11.3.2 Formulação de Caso 11.4 Intervenção Psicológica 11.4.1 Objetivos da Intervenção 11.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção 11.5 Conclusão Referências Bibliográficas
170 171 173 175 176 181 181 187 187 189 189 189 191 192 194 196 198 198 199 202 203
12. Eficácia do Programa PSYCHOPATHY.COMP na Redução dos Traços Psicopáticos: Estudo de Caso com um Jovem Delinquente Diana Ribeiro da Silva, Rita Ramos Miguel, Marlene Paulo e Daniel Rijo
207
12.1 Introdução 12.2 Apresentação do Caso 12.2.1 Principais Áreas de Dificuldade 12.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial e Clínica 12.3 Avaliação Psicológica 12.3.1 Momentos de Avaliação e Instrumentos Utilizados 12.3.2 Formulação de Caso em Terapia Focada na Compaixão 12.4 Intervenção Psicológica 12.4.1 Objetivos da Intervenção
207 208 208 209 210 210 213 216 219
VIII
Índice
12.4.2 Processo Terapêutico 12.4.3 Principais Resultados 12.5 Conclusão Referências Bibliográficas
219 224 225 225
13. Intervenção Psicológica com Jovens que Praticaram Atos de Abuso Sexual Ricardo Barroso, Ana Sousa, Eduarda Ramião e Patrícia Figueiredo
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13.1 Introdução 13.2 Apresentação do Caso 13.2.1 Motivo da Consulta 13.2.2 História de Desenvolvimento Psicossocial e Clínica 13.3 Avaliação Psicológica 13.3.1 Instrumentos 13.3.2 Formulação de Caso 13.4 Intervenção Psicológica 13.4.1 Objetivos da Intervenção 13.4.2 Métodos e Técnicas da Intervenção 13.5 Conclusão Referências Bibliográficas
229 229 230 231 231 232 232 235 238 238 239 241 241
14. Violência na Escola: (Cyber)Bullying em Contexto Escolar Ivone Patrão, Cátia Branquinho e Marina Carvalho
245
14.1 Introdução 14.2 Avaliação Psicológica 14.2.1 Avaliação com Recurso à Entrevista Clínica 14.2.2 Avaliação com Recurso ao Autorrelato 14.2.3 Modelo Geral para a Formulação do Caso 14.3 Apresentação de Caso 14.3.1 Intervenção Individual 14.3.2 Intervenção com Base em Programas 14.4 Conclusão Referências Bibliográficas Posfácio Renata Benavente
245 247 247 248 250 252 252 256 257 258 263
Índice Remissivo
267 IX
Prefácio
“Children’s mental health is in crisis”i
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Atualmente, é inegável o reconhecimento de uma crise generalizada na saúde mental de crianças e adolescentes/jovens. Numa era de grandes alterações na vida quotidiana dos indivíduos, crianças e adolescentes tornaram-se alvo de uma atenção redobrada, quer pela comunidade científica quer pelos profissionais no terreno. A preocupação com a saúde mental tem vindo a emergir de forma significativa, a par da ocorrência de sucessivas crises de cariz mundial que comprometem o natural desenvolvimento e complexificação dos processos psicológicos e comportamentais. São estes que, por sua vez, suportam o desenvolvimento de competências de autorregulação, tornando crianças e adolescentes capazes de lidar com a diversidade de situações que compõem a sua vida no momento presente e ao longo da vida. O estudo do funcionamento psicológico humano é, hoje, um ponto-chave na compreensão de fenómenos sociais, interpessoais e individuais. Neste âmbito, a psicologia valida a importância da existência de recursos internos ou externos na otimização do funcionamento humano e na capacitação dos indivíduos numa relação bidirecional com os contextos de vida. Desequilíbrios nesta relação recíproca entre contextos e indivíduos traduz-se em ruturas na saúde psicológica, comprometendo o bem-estar de crianças e adolescentes. A recente pandemia por COVID-19 demonstrou, de forma clara e inequívoca, o papel da adversidade na rutura do equilíbrio necessário ao desenvolvimento positivo de cada criança e adolescente, tornando visível a importância do ambiente social na concretização de um desenvolvimento saudável; além de reforçar i
Abramson, A. (2022). Children’s mental health is in crise. 2022 trends report. American Psychological Association. https://www.apa.org/monitor/2022/01/special-childrens-mental-health. XXI
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
e retomar a necessidade de existência de estruturas de intervenção psicológica na resolução de experiências e comportamentos disruptivos com consequências nefastas a curto e longo prazo. A obra que aqui prefacio, intitulada Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes, alinha-se com esta necessidade premente de intervir na saúde mental na infância e adolescência, com impacto a nível nacional, em que escasseiam este tipo de livros. A intervenção psicológica, conceito-alvo nesta obra, apresenta-se como um domínio fundamental no exercício da psicologia, integrando quadros conceptuais robustos e parâmetros de atuação claros e rigorosos, a nível quer da avaliação quer das estratégias de intervenção. Os modelos de intervenção psicológica, espelhados ao longo dos casos apresentados, dão resposta às diferentes problemáticas e experiências intrínsecas ou circunstanciais das crianças e adolescentes, criando também oportunidades inovadoras na resolução de problemas ou na promoção de fatores de crescimento e desenvolvimento. Trata-se, por isso, de um livro de grande relevância no âmbito da ciência psicológica atual e de grande utilidade para os profissionais que aplicam diretamente o conhecimento científico na intervenção junto de crianças e adolescentes. Reconheço neste livro um manual prático de estudos de caso, no âmbito da psicologia clínica e forense, percorrendo uma série de casos-exemplo, ilustradores de problemáticas neurobiopsicossociais, nos quais as etapas do processo terapêutico são evidenciadas, desde os processos de avaliação até à definição de planos de intervenção. Na mesma linha, explicita modelos de atuação dos profissionais de psicologia na mitigação do sofrimento humano das populações mais jovens, a par de estratégias para a sua capacitação, ou dos seus contextos e de outros significativos envolvidos nas suas vidas diárias. Estamos, assim, perante um manual que servirá profissionais, investigadores, estudantes e outros profissionais de áreas afins, estimulando o trabalho e o raciocínio interdisciplinar e a formação para mais e melhores intervenções psicológicas, em prol do bem-estar de crianças e adolescentes, das suas famílias e de todos os intervenientes significativos. Os planos de intervenção descritos baseiam-se na formulação de caso, são estruturados com rigor e aplicados com suporte na evidência empírica. O tipo de casos apresentados serve propósitos claros de aprendizagem, reflexão e partilha de procedimentos cientificamente validados, que contribuem para uma prática cientificamente validada e diversificada na resposta às várias problemáticas subjacentes a cada um dos casos apresentados. É uma obra que contribui, sem dúvida, para reforçar XXII
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Prefácio
a emergência da psicologia e dos psicólogos no trilho da humanização das sociedades e das gerações envolvidas. Trata-se de uma obra circunscrita à intervenção psicológica para a resolução de problemas do foro clínico e forense em contexto de consulta psicológica, não esgotando o quadro de possíveis tipos de intervenção hoje existentes no seio da prática psicológica de intervenção. Ainda assim, a estrutura montada e apresentada ao leitor permite uma análise crítica das perspetivas de atuação em curso, enquadrando-as conceptualmente nas linhas orientadoras do que, hoje, se considera relevante no exercício de uma prática psicológica cientificamente validada. Assim, ao longo dos vários capítulos/casos, podemos perceber e integrar conceitos e estratégias fundamentais reveladoras do estado da arte da intervenção psicológica com crianças e adolescentes, como a psicopatologia do desenvolvimento, o desenvolvimento positivo, o neurodesenvolvimento, a perspetiva ecológica/biopsicossocial, bem como o necessário enquadramento ético subjacente à prática psicológica na compreensão das problemáticas e das estratégias em curso. Ao nível das estratégias apresentadas, podemos verificar estratégias de intervenção terapêutica multinível, de intervenções positivas, lúdicas, ou estratégias associadas a situações de psicopatologia, vitimação, ofensores ou resiliência, integrando referências atuais na compreensão do desenvolvimento típico ou atípico, adaptativo ou maladaptativo. Os conteúdos abordados permitem articular e compreender a reciprocidade entre os vários conceitos e modelos abordados, através de uma das estratégias mais eficazes na elaboração, na aprendizagem e na aplicação de conhecimento: o estudo de caso. A intervenção psicológica dirigida a crianças e adolescentes traduz sempre um investimento na condição humana, concretizado na promoção de cidadãos proativos, envolvidos e capacitados, tal como espelhado numa análise holística do livro e da fundamentação para a sua elaboração. A responsabilização pelo bem-estar de crianças e adolescentes é efetivamente multinível, objetivando sempre a criação e a otimização das condições de vida que estimulem o seu florescimento. Nesta missão de responsabilidade social, esta obra testemunha o papel fundamental que os psicólogos desempenham na intervenção psicológica, em contextos multidisciplinares, devendo ser ouvidos e incluídos na resolução de problemas ou no planeamento de futuros promissores e promotores de crianças e adolescentes felizes e saudáveis. É também nesta missão de responsabilidade social que esta obra se destaca, ao articular os domínios da psicologia clínica e da psicologia forense no quadro científico da intervenção XXIII
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
psicológica, concretizando a possibilidade de articulação inovadora entre domínios psicológicos e populações específicas. Estou certa de que esta obra se constituirá como uma ferramenta de trabalho essencial para fundamentar, reforçar, inovar e articular diferentes práticas de intervenção psicológica de acordo com os pressupostos científicos que a fundamentam, podendo, assim, acompanhar as alterações emergentes nos mais variados contextos e experiências de vida das crianças e adolescentes, ao longo do século xxi. Parabéns por este livro! Teresa Freire
Professora auxiliar da Escola de Psicologia da Universidade do Minho Investigadora do Centro de Investigação em Psicologia, coordenadora do Laboratório de Desenvolvimento e Psicopatologia e coordenadora da Consulta de Psicologia de Adolescentes da Associação de Psicologia da Universidade do Minho Presidente do Special Interest Group da World Leisure Organization sobre Lazer e Bem-estar
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Nota Introdutória
O livro que se apresenta intitulado Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes: Estudo de Casos da Psicologia Clínica e da Justiça pretende oferecer ao leitor uma visão da avaliação e da intervenção psicológicas com crianças e adolescentes, que apresente uma ampla variedade de problemas psicológicos/diagnósticos comuns em diferentes contextos profissionais da saúde mental. Procurando fazer “a ponte” entre o conhecimento científico produzido na ciência psicológica e a prática profissional, 28 autores com experiência académica, de investigação, mas também com prática clínica, foram convidados a redigir os seus capítulos, ancorando-os em estudos de caso reais, devidamente descaracterizados no sentido de preservar a identidade das pessoas. Com efeito, foi solicitado a todos os autores que procurassem, além de uma breve contextualização teórico-conceptual das temáticas, privilegiar uma descrição dos procedimentos de avaliação e intervenção numa lógica de step by step, de modo a melhor explicitar aquela que é a prática profissional e o papel no dia a dia de um psicólogo clínico e da justiça. Neste sentido, procuraram-se contemplar as principais problemáticas mais recorrentes na prática clínica e da justiça, com crianças e adolescentes, estimulando o raciocínio clínico baseado nos dados obtidos pela avaliação psicológica e que permitirá alicerçar a intervenção psicológica empiricamente validada. A obra destina-se, principalmente, a estudantes e profissionais nas áreas de atuação da psicologia, tendo como objetivo primordial fornecer ferramentas teóricas e práticas para a realização do ato psicológico, com crianças e adolescentes, em dois contextos específicos de aplicação da psicologia: i) contexto clínico; e ii) contexto da justiça. Neste sentido, o presente manual encontra-se dividido em duas partes, cada uma com sete capítulos, o que totaliza 14 capítulos. XXV
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
A primeira parte compreende o conjunto de trabalhos desenvolvidos por profissionais com trabalho reconhecido fundamentalmente na área da psicologia clínica. Assim, no Capítulo 1, intitulado “Perturbação do Espectro do Autismo e Perturbações Globais do Desenvolvimento: Um Caso Clínico na Infância”, a autora Ana Rodrigues da Costa procura alertar os profissionais de saúde, os pais e os cuidadores para os sinais de alerta a ter em conta para que o diagnóstico destas perturbações seja efetuado o mais precocemente possível e se proceda a uma intervenção muito mais eficaz. Apresenta o caso do Gui, com 31 meses de idade, e, considerando a sintomatologia e a avaliação realizada, propõe um plano de intervenção baseado no Early Start Denver Model (ESDM) que preconiza uma abordagem de intervenção precoce comportamental ampla para crianças com perturbação do espectro do autismo (PEA), com idades entre os 12 e os 48 meses, que contém um currículo de desenvolvimento e define as competências a serem ensinadas num determinado momento e um conjunto de procedimentos de ensino. No Capítulo 2, “Perturbações de Hiperatividade e Défice de Atenção em Crianças: Um Caso Clínico”, Carina Lobato de Faria apresenta e defende a necessidade da avaliação e identificação de fatores neuropsicológicos comuns que afetam estas perturbações, justificando que são esses fatores que deverão ser alvo de intervenção terapêutica. É nesta abordagem complementar à análise sintomática que descreve o processo de avaliação e conceção de um caso clínico de uma criança (R. com 8 anos de idade), propondo um plano de intervenção em habilitação neuropsicológica tendo como prioridade terapêutica a promoção do desenvolvimento dos fatores neuropsicológicos assinalados na avaliação. Passando ao Capítulo 3, denominado “Problemas de Comportamento ou Quando a Ansiedade Surge Mascarada na Infância: Um Caso Clínico”, Susana Marinho e Marie Seltzer consideram as perspetivas bioecossistémica, na qual o indivíduo está em interação recíproca com o ambiente, e dimensional da psicopatologia do desenvolvimento, que articula e integra a identificação, a avaliação e a intervenção psicológica da criança e adolescente, orientando-se não apenas para os problemas, como também para os recursos, internos e externos, com o intuito de potencializar o seu desenvolvimento adaptativo. Aqui, as autoras apresentam o caso do João (10 anos de idade) com sintomalogia externalizadora (problemas de comportamento), mas com processos ansiogénicos subjacentes, organizando a intervenção psicológica em modelos de XXVI
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Nota Introdutória
prevenção compreensivos, integrados e multinível, com ligação entre o contexto e o comportamento propondo a mudança para a escola, os pais e a criança. Já no Capítulo 4 (“Perturbação de Ansiedade numa Criança de 10 Anos: Um Caso Clínico”), a autora Ana Maria Gomes, na senda da pandemia por COVID-19, afirma que a mesma trouxe grandes desafios para o contexto da prática clínica. Neste sentido, descreve um processo de avaliação e intervenção psicológicas de natureza cognitivo-comportamental com o Filipe, uma criança com perturbação de ansiedade. Estando na infância e na adolescência as perturbações de ansiedade associadas a dificuldades de ajustamento social, académico ou medos, a relevância das intervenções psicológicas durante e pós-pandemia é também salientada. No Capítulo 5, com o título “Bulimia Nervosa na Adolescência: Um Caso Clínico”, Sofia Marques Ramalho documenta um aumento da prevalência das perturbações da alimentação e da ingestão nos países desenvolvidos. Estas perturbações são mais frequentes entre adolescentes e jovens do género feminino e estão associadas a várias comorbilidades médicas e psiquiátricas, resultando em défices significativos na saúde física e/ou no funcionamento psicossocial. Neste sentido, a autora apresenta um estudo de caso, com avaliação e intervenção psicológicas de Adriana, uma adolescente de 16 anos com uma perturbação da alimentação e da ingestão, para a qual propõe a aplicação do “Manual de Autoajuda Cognitivo-Comportamental para Desordens Bulímicas”, composto por sete passos sequenciais e baseado num tratamento cognitivo-comportamental. No Capítulo 6, “Perturbações Depressivas: Um Caso Clínico na Adolescência”, partindo de uma abordagem da adolescência como uma fase desenvolvimental onde ocorrem múltiplas transformações físicas, cognitivas, emocionais, sociais e comportamentais inter-relacionadas com os diversos contextos de vida de cada jovem, Carla Fonte e Sónia Caridade apresentam o caso de Ana, uma adolescente de 17 anos com sintomatologia depressiva. A partir de uma avaliação multidimensional, focada em fatores pessoais, familiares, escolares e da rede social alargada, as autoras propõem uma intervenção cognitivo-comportamental com integração de estratégias das intervenções psicológicas positivas (positive psychotherapy). Chegando ao final da Parte I, no Capítulo 7, intitulado “Perturbações de Eliminação: Um Caso Clínico na Infância”, Raíssa Santos explora a temática das perturbações de eliminação, descrevendo o controlo esfincteriano como um processo desenvolvimental que exige maturação fisiológica, desenvolvimento cognitivo e socioafetivo XXVII
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
equilibrado e competências de autorregulação e de autocontrolo comportamental. Deste modo, apresenta um processo de avaliação e intervenção psicológicas com o João, uma criança de 6 anos de idade, com fundamento na ludoterapia, realçando que o comum nem sempre corresponde ao saudável ou mesmo ao normal e frisando que, muitas vezes, a falta de distinção entre desajustamentos passageiros e desajustamentos prolongados faz com que as pessoas confiem no tempo para que desapareçam. Passando à Parte II, esta engloba as temáticas de avaliação e intervenção que acolhem sobretudo os conhecimentos da área da psicologia da justiça. Neste sentido, enfatiza-se a particular preocupação em abordar diferentes temas relacionados com diversos níveis/contextos de intervenção: individual, familiar e escolar, no âmbito da vitimologia e no trabalho com adolescentes com manifestações precoces de condutas desviantes e delinquentes. A experienciação de violência por crianças e adolescentes, no contexto familiar, tem sido associada a diversas dificuldades comportamentais e emocionais que exigem uma resposta atempada e especializada. Assim, no Capítulo 8, denominado “Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes: Estudo de um Caso de Abuso Sexual Intrafamiliar” e elaborado por Marisalva Fávero, Valéria Sousa-Gomes, Beatriz de Abreu e Fábia Pinheiro, é possível perceber que o abuso sexual intrafamiliar constitui uma das tipologias abusivas que contempla características específicas, produzindo um impacto mais significativo comparativamente ao abuso experienciado fora do contexto familiar. Tendo por base o estudo de caso da Alexandra (14 anos), as autoras procuram elucidar as especificidades do fenómeno e dar a conhecer os principais procedimentos e ferramentas a utilizar na avaliação e na intervenção neste âmbito. Como não raras vezes o quotidiano de muitas crianças é assinalado também pela sua exposição a violência na família, em “Intervenção Psicológica em Contexto de Violência Familiar: Adversidade e Resiliência de uma Criança” (Capítulo 9), Ana Isabel Sani e Joana Ferreira, a partir do caso da Aline (8 anos), direcionaram-se para a intervenção psicológica em contexto de violência familiar, considerando que as crianças poderão responder de forma distinta às experiências de violência, manifestando características de resiliência face à adversidade. As dinâmicas ocorridas no seio da família, a par da (in)existência de vínculos estabelecidos com as figuras parentais, constituem outros aspetos suscetíveis de impactar no desenvolvimento biopsicossocial da criança, podendo constituir experiências traumáticas. XXVIII
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Nota Introdutória
Tendo por base o impacto do conflito parental no desenvolvimento de problemas de internalização e externalização, no Capítulo 10 desta obra (“Rutura Familiar e Problemas Paterno-filiais”), Mónica Taveira Pires e Mauro Paulino dão a conhecer todo o processo de avaliação e intervenção psicológica com João, de 4 anos, tendo por base a terapia centrada na pessoa (TCP) e, mais concretamente, a ludoterapia centrada na criança (LTCC), dada a sua comprovada eficácia na intervenção precoce com crianças que vivenciam as adversidades inerentes à rutura familiar. Considerando as mais diversas evidências científicas que comprovam que a coocorrência de múltiplas formas de vitimação na infância e na adolescência constitui a regra, e não a exceção, estando associada a mais dificuldades psicológicas e à experienciação de sintomatologia mais severa, Sónia Caridade e Carla Fonte desenvolveram o seu capítulo (intitulado “Vitimação Múltipla em Crianças e Jovens: Caso Clínico-forense”, que corresponde ao Capítulo 11 desta obra) focado na vitimação múltipla, dando a conhecer, e a partir de um estudo caso de uma criança de 14 anos, as especificidades da avaliação e da intervenção neste âmbito. A intervenção com adolescentes e jovens com condutas desviantes e delinquentes é uma área que tem vindo a alcançar consideráveis desenvolvimentos em Portugal, sobretudo no que diz respeito ao desenvolvimento e à avaliação da eficácia de programas de intervenção psicológica para este grupo populacional. Assim, o Capítulo 12, denominado “Eficácia do Programa PSYCHOPATHY.COMP na Redução dos Traços Psicopáticos: Estudo de Caso com um Jovem Delinquente” e desenvolvido por Diana Ribeiro da Silva, Rita Ramos Miguel, Marlene Paulo e Daniel Rijo, apresenta um estudo caso de um jovem delinquente, Artur, a cumprir medida tutelar educativa de internamento em centro educativo, o qual foi alvo de um processo terapêutico envolvendo o programa PSYCHOPATHY.COMP. Já o Capítulo 13, com o título “Intervenção Psicológica com Jovens que Praticaram Atos de Abuso Sexual” e da autoria de Ricardo Barroso, Ana Sousa, Eduarda Ramião e Patrícia Figueiredo, dá a conhecer um processo de intervenção com um adolescente, António (15 anos), colocado em centro juvenil por agressão sexual, mediante o recurso ao Programa PBX, um programa de intervenção psicológica direcionado para adolescentes que se envolveram em comportamentos sexualmente abusivos. Por fim, no Capítulo 14 do livro (“Violência na Escola: (Cyber)Bullying em Contexto Escolar”), as autoras Ivone Patrão, Cátia Branquinho e Marina Carvalho, considerando que a escola constitui um contexto favorável à manifestação de XXIX
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
violência e comportamentos desviantes e delinquentes e partindo da contextualização do (cyber)bullying em contexto escolar, optaram por desenvolver dois casos práticos (R. de 8 anos e M. de 13 anos) no sentido de elucidar a complexidade das características e das manifestações associadas a estes fenómenos e o impacto diferenciado nas pessoas envolvidas. As autoras conferem particular destaque à necessidade da avaliação multiagente e multidimensional para suportar a intervenção à medida, prevenindo-se a repetição e a perpetuação dos referidos fenómenos. Apresentados os principais tópicos que compõem os 14 capítulos, acreditamos, e é nossa expectativa, que este manual se afigura de considerável relevância para o exercício do ato psicológico, nos contextos clínico e da justiça, estimulando a adoção de práticas psicológicas cientificamente validadas. Carla Fonte e Sónia Caridade Coordenadoras
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Perturbação do Espectro do Autismo e Perturbações Globais do Desenvolvimento: Um Caso Clínico na Infância
Ana Rodrigues da Costa
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1.1 Introdução De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais – 5.ª Edição (DSM-5; American Psychiatric Association [APA], 2013), a perturbação do espectro do autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracteriza por uma tríade de défices qualitativos na área da comunicação, na interação social e nos padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, com diferentes graus de severidade: nível 1 – necessita de apoio; nível 2 – necessita de apoio substancial; e nível 3 – necessita de muito apoio. As dificuldades apresentadas podem ser minimizadas ou até ultrapassadas quando o diagnóstico é feito precocemente e se inicia a intervenção o mais cedo possível, havendo, por isso, necessidade de proceder a avaliações interdisciplinares ou transdisciplinares e à elaboração e à aplicação de programas individualizados que sejam transversais a todos os contextos em que a criança atua (Coelho & Aguiar, 2013; Dunst et al., 2014), sempre que possível. Para obviar o diagnóstico tardio, muito comum, a American Academy of Pediatrics apresenta linhas orientadoras para a prática clínica relativas à identificação precoce, ao despiste e ao diagnóstico das PEA (Zwaigenbaum et al., 2009), com a recomendação de se efetuar o despiste de todas as crianças entre os 18-24 meses como uma prática integrante das consultas de medicina geral e familiar (comummente, médico de família) de qualquer criança, e não só das que apresentam algum sinal atípico (Johnson & Meyers, 2007). Para este despiste é recomendada a utilização da Checklist for Autism 3
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
in Toddlers (CHAT) ou a Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT) (Zwaigenbaum & Maguire, 2019). Para a avaliação diagnóstica de crianças com idade inferior a 2 anos, é necessário que os profissionais de saúde saibam exatamente identificar: i) os sinais precoces das PEA (conhecimento também importante para as famílias); ii) que a PEA pode ser detetada antes dos 2 anos pelos agentes de Cuidados de Saúde Primários; iii) as melhores práticas para se realizar a avaliação diagnóstica para esta faixa etária; iv) os riscos que existem ao efetuar-se o diagnóstico de PEA tão precocemente; e v) as intervenções que podem ser oferecidas às crianças com idade inferior a 2 anos com suspeita/diagnóstico de PEA (Zwaigenbaum et al.,2009). Posto isto, torna-se pertinente elencar os sinais precoces de PEA (APA, 2013; Bandeira de Lima, 2015; Zwaigenbaum et al., 2009) para um melhor conhecimento das famílias e dos profissionais de saúde e educação. Assim, relativamente aos sinais precoces de alerta para a PEA quanto à comunicação social, a criança apresenta falha ou características atípicas: tem pouco ou nenhum contacto ocular; a partilha de atividades é inexistente ou diminuta (atenção conjunta); revela dificuldades na regulação e no afeto (por exemplo, afeto mais negativo e menos positivo); não inicia nem mantém o sorriso social/recíproco; possui pouco ou nenhum interesse social e partilha de prazer (na ausência de contacto físico, como, por exemplo, cócegas); não tem orientação ao chamamento do nome (não olha quando chamado pelo seu nome); não usa ou usa poucas vezes gestos, como apontar, pedir colo, fazer adeus; demonstra dificuldades na coordenação de diferentes modos de comunicação (por exemplo, contacto ocular, expressão facial, gestos e vocalizações pouco diferenciadas e/ou atípicas); apresenta ecolalia (repetição do que lhe dizem) e dificuldade em imitar; e recusa contacto físico (APA, 2013; Bandeira de Lima, 2015; Zwaigenbaum et al., 2009, 2013). Estes sinais tornam-se mais evidentes a partir dos 6 meses de idade. Já em relação ao jogo, a criança pode apresentar imitação reduzida de ações com objetos, manipulação excessiva/exploração visual de brinquedos ou outros objetos e ações repetitivas com determinados brinquedos ou objetos. Em termos de linguagem e cognição, a criança pode apresentar falhas, atraso ou características atípicas quanto ao desenvolvimento cognitivo, assim como quanto à reciprocidade comunicativa (social babbling), à linguagem compreensiva e expressiva e à prosódia inusual. Pode haver regressão/perda das primeiras palavras. A nível 4
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Perturbação de Ansiedade numa Criança de 10 Anos: Um Caso Clínico
Ana Maria Gomes
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4.1 Introdução As perturbações de ansiedade em crianças são dos problemas de saúde mental mais comuns nos nossos dias e implicam consequências com custos pessoais, familiares e sociais. Na infância e na adolescência, as perturbações de ansiedade surgem, muitas vezes, associadas a dificuldades de ajustamento social e académico ou a medos. As crianças e os jovens com respostas mal adaptativas a situações comuns e a fatores de stresse correm um maior risco de desenvolver perturbações de ansiedade. Os sintomas de ansiedade ou as perturbações de ansiedade na infância podem potenciar resultados adversos a longo prazo na idade adulta. O desenvolvimento das perturbações de ansiedade apresenta uma etiologia multifatorial, integrando fatores genéticos, temperamento, comportamento parental, estímulos ambientais e fatores fisiológicos. A identificação destes fatores de risco é fundamental para a deteção precoce, a prevenção e o desenvolvimento de abordagens de intervenção o mais cedo possível (Cabral & Patel, 2020). Os dois preditores mais robustos para o desenvolvimento das perturbações de ansiedade em crianças são o temperamento inibido (a tendência para se retirar, evitar ou responder com receio a novas situações), o que aumenta em sete vezes o risco de vir a sofrer perturbações de ansiedade mais tarde (Clauss & Blackford, 2012), e ter uma figura parental com uma perturbação da ansiedade, o que aumenta o risco quase para o dobro (Lawrence et al., 2019). 59
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
As perturbações de ansiedade surgem mais cedo no desenvolvimento do que a depressão e, se não forem tratadas, estão associadas a perturbações significativas a curto e longo prazo, colocando as crianças em alto risco de perturbações de humor subsequentes, abuso de substâncias, problemas de comportamento, comportamento suicida e insucesso escolar (Asselmann et al., 2018). As perturbações de ansiedade, classificadas pelo Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais – 5.ª Edição (DSM-5; American Psychiatric Association [APA], 2014), incluem perturbações generalizadas de ansiedade, perturbações de ansiedade social, perturbações de ansiedade de separação, fobia específica, mutismo seletivo, perturbações de pânico e agorafobia. Embora cada uma das perturbações de ansiedade seja definida por critérios específicos, as perturbações generalizadas de ansiedade, as perturbações de ansiedade de separação e as perturbações de ansiedade social são, frequentemente, estudadas em bloco devido à sua comorbilidade em comum, fatores de risco semelhantes, neurobiologia partilhada e respostas semelhantes face à intervenção (Strawn et al., 2020). As perturbações de ansiedade surgem durante a infância e a adolescência, com aproximadamente 10% dos jovens a receberem um diagnóstico de ansiedade antes dos 18 anos (Asselmann et al., 2018). As perturbações de pânico caracterizam-se por períodos rápidos e intensos (ou seja, ataques) de sintomas somáticos e cognitivos angustiantes. Estes ocorrem rapidamente e em resposta a cognições, sinais ou estímulos. Os ataques de pânico quadruplicam o risco de desenvolver qualquer outro tipo de perturbação de ansiedade (Asselmann et al., 2018). O mundo foi surpreendido com a síndrome respiratória aguda severa por coronavírus 2 (SARS-CoV-2, do inglês severe acute respiratory syndrome coronavirus 2), a qual promoveu uma mudança drástica e repentina na forma como nos organizamos como seres humanos sociais. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a COVID-19 (doença por coronavírus 2019, do inglês coronavirus disease 2019) atingiu um nível pandémico, colocando o planeta num estado de alerta máximo que cresceu para dimensões que ainda hoje não podem ser medidas (World Health Organization [WHO], 2020). A pandemia provocada pelo SARS-CoV-2 levou a mudanças drásticas, rápidas e sem precedentes na vida de milhares de crianças e adolescentes. Fomos inesperadamente confrontados com inúmeras mortes e centenas de milhares de pessoas infetadas em todo o mundo, tendo a maioria dos países implementado medidas preventivas 60
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Intervenção Psicológica com Jovens que Praticaram Atos de Abuso Sexual
Ricardo Barroso, Ana Sousa, Eduarda Ramião e Patrícia Figueiredo
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13.1 Introdução Os processos de avaliação e intervenção psicológica com jovens que cometeram agressões sexuais foram inicialmente construídos usando teorias e práticas existentes pensadas para adultos, não se considerando que os jovens que cometiam crimes sexuais podiam ser diferentes dos agressores sexuais adultos (Barroso, 2012). Além disto, durante vários anos, pouca consideração foi dada às diferenças que pudessem existir entre os jovens que cometiam crimes sexuais e aqueles que praticavam crimes não sexuais. Desde a década de 1980, em especial nos contextos norte-americano e canadiano, foi sendo desenvolvido um corpo significativo de conhecimento técnico sobre esta população de adolescentes que cometem crimes sexuais, particularmente em relação às suas características psicológicas e clínicas, especificidades dos seus comportamentos e modus operandi, bem como aos fatores de risco associados. Atualmente, na sequência de vários anos de investigação, este conhecimento sobre as melhores práticas de avaliação e intervenção encontra-se bem estabelecido (Worling & Langton, 2017). Nos processos de avaliação psicológica, tendem a observar-se características muito semelhantes entre jovens que agrediram sexualmente e outros jovens que praticaram agressões não sexuais (Seto & Lalumière, 2010). A diferença essencial parece centrar-se em torno das variáveis relacionadas com a sexualidade, isto é, os jovens que perpetraram agressões sexuais tendem a demonstrar menos conhecimentos sobre sexualidade (por exemplo, maior ignorância ou ausência de noção do consentimento), 229
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
a ter sido expostos precocemente à sexualidade (por exemplo, vivência em contextos familiares hipersexualizados) e/ou a apresentar mais interesses sexuais atípicos (por exemplo, fantasias sexuais por crianças ou por sexo coercivo). Tende a surgir, assim, uma maior necessidade de reflexão e atuação sobre o processo de desenvolvimento sexual destes adolescentes, de modo a melhorar a trajetória desenvolvimental desviante neste período e na entrada na idade adulta, que se seguirá. Importa salientar que a intervenção psicológica neste componente da sexualidade requer uma enorme mestria e sensibilidade, o que implica a necessidade de uma forte especialização técnica e científica na área da ciência psicológica e da sexologia forense. Neste sentido, é fundamental uma atualização e formação contínua dos psicólogos que intervêm nestas matérias, capacitando-os com modelos e técnicas de intervenção com jovens agressores sexuais. Este capítulo apresenta um processo de intervenção com um adolescente que agrediu sexualmente outra menor e que, em consequência, foi condenado judicialmente e a quem foi exigida a frequência de um programa especializado. São descritos o caso em questão, o motivo da consulta, a história de desenvolvimento, o processo de avaliação psicológica (com maior detalhe para a formulação do caso) e as linhas gerais que envolveram o processo de intervenção psicológica.
13.2 Apresentação do Caso O António (nome fictício) é um jovem de 15 anos de idade que se encontra a cumprir uma medida de acompanhamento educativo. De acordo com os dados processuais e evidenciados em tribunal, o António e um amigo (também com 15 anos), de forma premeditada, abordaram a vítima que se encontrava sozinha (tinha 13 anos e era do sexo feminino). Os dois adolescentes regressavam da escola e seguiram a vítima até ao elevador do edifício onde esta residia, entraram no mesmo e impediram-na de selecionar o andar que pretendia, imobilizando-a. Tendo em conta a superioridade física e o uso da força, deixaram a vítima na impossibilidade de resistir. Seguiram-na até ao último andar do edifício e, neste patamar, concretizaram coito vaginal, sem qualquer método contracetivo. O ato sexual foi realizado por António e depois pelo seu amigo, alternadamente. Deste episódio não existiu denúncia, nessa altura, por parte da vítima. Uma situação semelhante voltou a acontecer, após sensivelmente 1 ano, envolvendo o 230
Posfácio
A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica como área prioritária de atuação a saúde mental de crianças e jovens, reconhecendo que, em todo o mundo, cerca de 20% das crianças e dos adolescentes sofrem de problemas comportamentais, desenvolvimentais ou emocionais e que um em cada oito apresenta uma perturbação mental (World Health Organization [WHO], 20181). A prevalência das perturbações mentais entre as crianças e os adolescentes aumentou nos últimos 20-30 anos. Os dados epidemiológicos nacionais remetem para indicadores similares e, embora se constate que a maioria das crianças e dos adolescentes portugueses vivem a sua infância e adolescência sem dificuldades significativas, cerca de 20% apresentam perturbações psiquiátricas (Goldschmidt et al., 20182). Sabemos, por outro lado, que, em Portugal, no grupo etário entre os 5-14 anos, o maior peso da doença na qualidade de vida decorre de perturbações mentais e comportamentais (22% do total de anos de vida ajustados por incapacidade associados às doenças não transmissíveis; Ordem dos Psicólogos Portugueses, 20213). Os problemas de saúde mental na infância e na adolescência constituem um dos principais preditores de problemas de saúde mental na idade adulta. A investigação 1
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World Health Organization [WHO]. (2018). Adolescent mental health in the European Region. WHO Regional Office for Europe: Factsheet for World Mental Health Day 2018. https://www.euro.who.int/__ data/assets/pdf_file/0005/383891/adolescent-mh-fs-eng.pdf. Goldschmidt, T., Marques, C., & Xavier, M. (2018). Rede de Referenciação Hospitalar – Psiquiatria da Infância e da Adolescência. Direção-Geral da Saúde. https://www.sns.gov.pt/wp-content/ uploads/2018/06/RRH-Psiquiatria-da-Inf%C3%A2ncia-e-da-Adolesc%C3%AAncia-Para-CP.pdf. Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2021). Escola SaudavelMente – Contextos e Desafios. https:// escolasaudavelmente.pt/psicologos-escolares/prevencao-e-promocao-da-saude-psicologica-esucesso-educativo/contexto-e-desafios. 263
Intervenção Psicológica com Crianças e Adolescentes
neste domínio indica que cerca de metade das doenças mentais têm início antes dos 14 anos de idade e que a maior parte das doenças mentais têm, geralmente, início antes dos 24 anos de idade (OMS, 20214). Por outro lado, os problemas de saúde mental em crianças e adolescentes estão associados a maior risco de delinquência, perturbações de abuso de substâncias e outras dependências. Este tipo de patologias afeta significativamente o desenvolvimento social, intelectual e emocional de crianças e jovens, com impacto considerável nas famílias, nos sistemas de saúde, na educação, na justiça e na segurança social. A vitimação de crianças e jovens por violência, problemática atualmente entendida como problema de saúde pública devido às importantes consequências físicas e psicológicas, está também associada ao desenvolvimento de perturbações mentais e a dificuldades em diversas áreas do desenvolvimento (por exemplo, relacionamentos interpessoais, regulação emocional). O diagnóstico e a intervenção precoces estão inequivocamente associados a trajetórias de desenvolvimento favoráveis, não só nos casos de doença mental, mas também junto de crianças e jovens que vivenciaram experiências potencialmente traumáticas (por exemplo, maus-tratos, abuso sexual) ou que apresentam comportamentos antissociais/desviantes. A investigação demonstra claramente que a intervenção psicológica, com os seus diferentes enquadramentos conceptuais e abordagens práticas, tem um papel fundamental enquanto instrumento de melhoria da saúde de crianças e jovens e seus cuidadores, bem como na redução de custos associados à doença, às experiências de vitimação e à reincidência criminal. Embora tenhamos assistido, sobretudo nos últimos anos, ao aumento da literacia em saúde psicológica definida como o conjunto de conhecimentos e crenças acerca dos problemas de saúde mental que contribuem para o seu reconhecimento, gestão e prevenção, a necessidade de aprofundamento de dimensões importantes neste domínio mantém-se. É necessária a maior capacitação da população e dos profissionais na identificação de perturbações específicas, na procura de informação sobre saúde mental, no reconhecimento de fatores de risco e causas das perturbações mentais, bem como na identificação de fatores protetores, de estratégias de autocuidado e de formas de procurar ajuda profissional. 4
Organização Mundial da Saúde [OMS]. (2021). Comprehensive Mental Health Action Plan 2013-2030. https://www.who.int/publications/i/item/9789240031029. 264
Posfácio
A diminuição do estigma associado aos problemas de saúde psicológica e o reconhecimento dos benefícios da intervenção psicológica têm motivado o aumento de pedidos de apoio nos diferentes contextos (por exemplo, saúde, educação, serviços sociais e comunitários), sendo urgente responder de forma atempada e adequada às necessidades das crianças, dos adolescentes e das suas famílias. Além da ação direta junto de crianças e adolescentes e seus cuidadores, quando surgem os sintomas, é essencial a efetiva implementação de serviços em que a intervenção psicológica ocorra precocemente, prevenindo o desenvolvimento e a consolidação de quadros psicopatológicos mais graves. Em consonância com o preconizado pela OMS, o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas que viabilizem e promovam o investimento em métodos de diagnóstico, na intervenção precoce, no uso racional de técnicas de tratamento, na continuidade de cuidados, na disponibilização de maior oferta e diversidade de serviços com o envolvimento e a participação dos utentes, das associações com as famílias e das comunidades locais, devidamente integrados nos serviços de saúde, deverá ser uma prioridade. A intervenção psicológica nas suas diferentes dimensões (promocional, preventiva e remediativa, entre outras) é crucial para que crianças e adolescentes alcancem boa saúde mental, sejam capazes de atingir e manter um funcionamento psicológico e social ótimo, essenciais para que possam vir a enfrentar os desafios expectáveis do desenvolvimento e alcançar todo o seu potencial. O presente manual constitui uma ferramenta importante neste sentido, auxiliando na adoção de práticas interventivas assentes na evidência científica. Renata Benavente
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Psicóloga do Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal Perita do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses Professora auxiliar da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Vice-Presidente da Ordem dos Psicólogos Portugueses
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CRIANÇAS E ADOLESCENTES Casos da Psicologia Clínica e da Justiça Abuso Sexual . Ansiedade . Autismo . Bulimia Nervosa . (Cyber)Bullying . Perturbações de Eliminação . Perturbações Depressivas . Perturbações do Desenvolvimento . PHDA . Problemas de Comportamento . Rutura Familiar e Problemas Paterno-filiais . Traços Psicopáticos . Violência Familiar . Vitimação Múltipla
Este livro, estruturado num conjunto vasto de casos clínicos cujos temas representam as problemáticas mais recorrentes na prática da psicologia clínica e da justiça com crianças e adolescentes, procura estimular o raciocínio clínico baseado nos dados obtidos pela avaliação psicológica e que permite alicerçar a intervenção psicológica empiricamente validada. Procurando “fazer a ponte” entre o conhecimento científico e a prática profissional, o leitor poderá encontrar, em cada capítulo, um estudo de caso, no qual, além de uma breve contextualização teórica-conceptual das temáticas, é feita a descrição dos procedimentos de avaliação e intervenção psicológica numa lógica de step by step, de forma a melhor explicitar aquela que é a prática profissional e o papel no dia a dia de um psicólogo clínico e da justiça. Escrita por diversos autores com experiência académica, de investigação, mas também com prática clínica, a obra destina-se, principalmente, a estudantes e profissionais nas áreas de atuação da psicologia, tendo como objetivo primordial fornecer ferramentas teóricas e práticas para a realização do ato psicológico, com crianças e adolescentes, em dois contextos específicos de aplicação da psicologia.
ISBN 978-989-693-148-3
www.pactor.pt
9 789896 931483
Carla Fonte Professora associada da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa e investigadora do FP-B2S na mesma instituição. Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, com especialidade avançada em Psicoterapia. Psicóloga clínica/ /Psicoterapeuta do Hospital-Escola da Universidade Fernando Pessoa.
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
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COLEÇÃO INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA
www.pactor.pt
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INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA COM INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA COM
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Guias práticos que privilegiam o saber-fazer nos vários domínios da ciência psicológica. Com estudos de caso e exemplos vários que ajudam o leitor a enquadrar, operacionalizar e concretizar uma intervenção técnica e cientificamente fundamentada.
COORDENADORAS E AUTORES
Sónia Caridade Professora auxiliar da Escola de Psicologia da Universidade do Minho (EPsi-UM). Investigadora integrada do Centro de Investigação em Psicologia da EPsi-UM. Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, com especialidade avançada em Psicologia da Justiça. Perita forense da Unidade de Consulta em Psicologia da Justiça e Comunidade da Associação de Psicologia da UM.
Autores
Carla Fonte I Sónia Caridade
Ana Isabel Sani . Ana Maria Gomes . Ana Rodrigues da Costa . Ana Sousa . Beatriz de Abreu . Carina Lobato de Faria . Carla Fonte . Cátia Branquinho . Daniel Rijo . Diana Ribeiro da Silva . Eduarda Ramião . Fábia Pinheiro . Ivone Patrão . Joana Ferreira . Marie Seltzer . Marina Carvalho . Marisalva Fávero . Marlene Paulo . Mauro Paulino . Mónica Taveira Pires . Patrícia Figueiredo . Raíssa Santos . Ricardo Barroso . Rita Ramos Miguel . Sofia Marques Ramalho . Sónia Caridade . Susana Marinho . Valéria Sousa-Gomes
DIRETOR DE COLEÇÃO Mauro Paulino
Prefácio de Teresa Freire Posfácio de Renata Benavente
Coordenador da Mind | Instituto de Psicologia Clínica e Forense. Psicólogo forense consultor do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses. Membro do Conselho Nacional de Psicólogos. Doutorando em Psicologia Forense da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.