16,7cm x 24cm
26,5mm
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Esta obra está dividida em sete temas, entre os quais: ciclo de vida e doença; aspetos psicossociais nos diversos tipos de cancro; aspetos psiquiátricos no doente oncológico; sintomas e sequelas do cancro; apoios e intervenções psicossociais. Nos seus capítulos, de fácil leitura mas escritos de forma consistente e rigorosa, os autores, com diversas formações e oriundos de diferentes instituições, procuraram sintetizar o estado da arte em psico-oncologia.
PSICO-ONCOLOGIA
A psico-oncologia define-se como uma área multidisciplinar que envolve aspetos psicológicos do tratamento e abordagem do doente com cancro e combina elementos da oncologia, psiquiatria, psicologia e ciências humanas, com especial preocupação pelas necessidades psicossociais do doente e sua família. Por esta razão, os cuidados psico-oncológicos têm um enorme impacto na melhoria da qualidade de vida, na sobrevida e no estigma associado à doença.
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É, assim, um livro para todos os profissionais, sejam psiquiatras, psicólogos, oncologistas, médicos de família, enfermeiros, assistentes sociais ou outros, que procuram minorar o sofrimento psicossocial e promover uma abordagem holística da pessoa doente e sua família.
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Coordenação
ISBN 978-989-752-136-2
9 789897 521362
www.lidel.pt
Ana Sofia Cabral Psiquiatra e psico-oncologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE; Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Emília Albuquerque I Ana Sofia Cabral
Emília Albuquerque Psiquiatra e psico-oncologista no Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE; Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
16,7cm x 24cm
co o rd en a çã o
Emília Albuquerque I Ana Sofia Cabral
PSICO-ONCOLOGIA Te m a s F u n d a m e n t a i s
Índice Autores .......................................................................................................................
XI
Prefácio ...................................................................................................................... XVII Virgílio Kasprzykowski
Introdução .................................................................................................................. XIX Emília Albuquerque, Ana Sofia Cabral
I. Introdução 1
Oncologia – Aspetos Gerais ................................................................................ 3
Gabriela Sousa
2 Psiconeuroimunologia e Cancro – Implicações no Aparecimento e Curso da Doença Oncológica ........................................................................ 15
3
Magda A. Oliveira, Susana Sousa Almeida
Investigação em Psico-oncologia ........................................................................ 23
Susana Sousa Almeida, Eunice Silva
II.
Ciclo de Vida e Doença
4
5
6
7
8
9
Ciclo de Vida, Personalidade e Coping ............................................................... 35
Ana Cristina Nave, Maria de Jesus Moura
Adaptação Familiar à Doença e ao Ciclo de Vida ............................................... 43
Sara Mendes Moreira, Margarida Branco
Psico-oncologia na Infância e no Adolescente .................................................... 55
Maria de Jesus Moura
Qualidade de Vida no Sobrevivente .................................................................... 65
Eunice Silva, Adoíndo Pimentel
Cuidados Paliativos em Oncologia ..................................................................... 73
Maria Piedade Leão, Emília Albuquerque
Luto em Psico-oncologia ..................................................................................... 85
António Barbosa
III. Aspetos Psicossociais nos Diversos Tipos de Doença 10
11
Cancro Gastrointestinal ..................................................................................... 115
Cristina Pires do Vale
Cancro da Mama .............................................................................................. 129
Ivone Patrão
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VI
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Temas Fundamentais em Psico-oncologia
Cancro da Próstata e Urogenital ........................................................................ 135
Rodrigo Brito Ramos, Lúcia Monteiro
Neoplasias Cerebrais......................................................................................... 141
Ana Isabel Oliveira, Sofia Ribeiro Pereira
Cancro da Cabeça e Pescoço ............................................................................ 153
Andreia Ribeiro
Cancro Ginecológico ........................................................................................ 161
Graça Santos, Susana Renca
Cancro do Pulmão ............................................................................................ 169
Vera Domingues, Emília Albuquerque
Sarcomas Ósseos e dos Tecidos Moles .............................................................. 175
Tiago Paredes, Mário R. Simões, José Casanova
Patologias Onco-hematológicas ........................................................................ 185
Susana Novais Almeida, Susana Sousa Almeida
IV. Aspetos Psiquiátricos do Doente Oncológico 19
20
21
22
23
24
25
Distress e Perturbações de Adaptação ............................................................... 195
Ana Sofia Cabral, Tiago Paredes
Perturbações de Ansiedade ............................................................................... 205
Cristina Pires do Vale
Perturbações Depressivas .................................................................................. 217
Emília Albuquerque, Paula Garrido
Perturbações Mentais Orgânicas ....................................................................... 231
Lucília Oliveira, Zulmira Santos
Abuso de Substâncias e de Álcool ..................................................................... 243
Andreia Ribeiro, Lúcia Monteiro
Suicídio no Doente Oncológico ........................................................................ 259
Ana Sofia Cabral, Carlos Braz Saraiva
Psicofarmacologia em Oncologia...................................................................... 269
Emília Albuquerque, Cristina Miguel
V. Sintomas e Sequelas do Cancro e Seus Tratamentos 26
Intervenção na Dor ........................................................................................... 283
Margarida Branco, Sara Moreira, Ana Margarida Regalado, Carina Raposo
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Índice
27
28
29
VII
Perturbações do Sono no Doente Oncológico................................................... 293
Nuno Madeira, Ana Sofia Cabral
Alterações Cognitivas Pós-tratamento Oncológico ............................................ 303
Pedro Macedo, Susana Sousa Almeida
Saúde Sexual da Pessoa com Doença Oncológica ............................................ 313
Patrícia M. Pascoal, Catarina F. Raposo, Ana Luísa Quinta Gomes
VI. Apoios e Necessidades Psicossociais 30
31
32
33
34
35
36
37
38
Técnicas e Competências de Comunicação....................................................... 329
Luzia Travado, Joaquim C. Reis
Aconselhamento Psicológico ............................................................................ 339
Ana Morais, Maria de Jesus Moura
Terapia Cognitivo-comportamental ................................................................... 349
Ana Torres, Tiago Paredes, Sónia Silva
Grupos de Intervenção Terapêuticos e Psicoeducativos..................................... 361
Ana Torres, Anabela Pereira, Sara Monteiro
Mindfulness em Psico-oncologia ....................................................................... 371
Eunice Silva, Ricardo João Teixeira
Terapia Familiar Sistémica e Terapia de Casal ................................................... 381
Maria Piedade Leão, Ana Cristina Nave
Aspetos Éticos em Oncologia ............................................................................ 393
Daniel Serrão
Espiritualidade, Esperança e Sentido da Vida em Oncologia ............................. 399
Vasco Pinto de Magalhães
Desenvolvimento Pós-traumático na Experiência de Cancro ............................. 403
Sónia Silva, Maria Cristina Canavarro
VII. Outros Temas 39 © Lidel – Edições Técnicas
40
41
Aconselhamento Genético em Oncologia ......................................................... 419
Fátima Vaz
Burnout nos Profissionais de Saúde ................................................................... 427
Paulo Joaquim Pina Queirós
Necessidades e Apoios Sociais em Oncologia................................................... 437
Margarida Pires
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Autores COORDENADORAS/AUTORAS Emília Albuquerque
Psiquiatra e Psico-oncologista. Assistente Graduada e responsável pela Unidade de Psiquiatria do Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE. Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Ana Sofia Cabral
Psiquiatra e Psico-oncologista. Assistente Hospitalar no Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE, onde integra a equipa de Psico-oncologia da Unidade de Psiquiatria de Ligação. Mestre em Medicina Legal e Ciências Forenses (área de Psiquiatria Forense) pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Assistente Convidada da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
AUTORES Adoíndo Pimentel
Psiquiatra e Psico-oncologista. Diretor do Serviço de Psico-Oncologia do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, EPE.
Ana Cristina Nave
Psico-oncologista. Psicóloga na Unidade de Psicologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE. Especialista em Psicologia Clínica. Pós-graduada em Aconselhamento e Psicoterapia Comportamental e Cognitiva. Mestre em Mudança e Desenvolvimento em Psicoterapia.
Ana Isabel Oliveira
Psiquiatra. Assistente Hospitalar no Departamento de Psiquiatria do Centro Hospitalar de Tondela-Viseu, EPE, e responsável pela Consulta de Ligação ao Hospital de Dia Hemato-oncológico e Ligação à Fisiatria. Pós-graduação em Terapia Cognitivo-comportamental pelo Instituto Superior Miguel Torga de Coimbra.
Ana Luísa Quinta Gomes
Psicóloga Clínica. Investigadora no Centro de Psicologia da Universidade do Porto e no Laboratório de Investigação em Sexualidade Humana (SexLab). Terapeuta Sexual pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica. Doutorada em Psicologia Clínica.
Ana Margarida Regalado
Anestesista. Assistente Graduada na Unidade de Dor Crónica do Serviço de Anestesiologia do Centro Hospitalar do Porto, EPE. Competência em Medicina da Dor. © Lidel – Edições Técnicas
Ana Maria Morais
Psico-oncologista. Psicóloga na Unidade de Psicologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE. Especialista em Psicologia Clínica. Psicoterapeuta Titular e Didata da Sociedade Portuguesa de Psicoterapias Breves.
Ana Torres
Professora Auxiliar Convidada na Universidade de Aveiro. Professora Adjunta Convidada da Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa de Oliveira de Azeméis. Psicóloga.
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XII
Temas Fundamentais em Psico-oncologia
Anabela Pereira
Professora Associada com Agregação na Universidade de Aveiro. Psicóloga.
Andreia Ribeiro
Psiquiatra e Psico-oncologista. Assistente Hospitalar no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE. Formação em Terapia Cognitivo-comportamental pela Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva.
António Barbosa
Professor Associado com Agregação em Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Diretor do Centro de Bioética/Núcleo de Cuidados Paliativos/Núcleo Académico de Estudos e Intervenção sobre Luto da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Coordenador do Núcleo de Psiquiatria de Ligação do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE.
Carina Raposo
Enfermeira Graduada na Unidade de Dor Crónica no Centro Hospitalar do Porto, EPE. Especialista em Enfermagem de Reabilitação.
Carlos Braz Saraiva
Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Chefe de Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE, onde é responsável pela Consulta de Prevenção do Suicídio.
Catarina F. Raposo
Psicóloga Clínica com Mestrado em Psicologia, Aconselhamento e Psicoterapia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa. Pós-graduada em Terapias Cognitivo- -comportamentais. Colaboradora da Consulta de Sexologia Clínica da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa.
Cristina Miguel
Psiquiatra. Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar do Algarve, EPE.
Cristina Vale
Psiquiatra e Psico-oncologista. Assistente Hospitalar no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE. Formação em Terapia Cognitivo-comportamental pela Associação Portuguesa de Terapias Comportamental e Cognitiva.
Daniel Serrão
Anatomopatologista. Professor Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Eunice Silva
Psicóloga. Coordenadora da Unidade de Psicologia do Serviço de Psico-oncologia do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, EPE. Psicoterapeuta em Terapia Focada nas Emoções pela Universidade de Strathclyde, Glasgow. Doutorada em Psicologia Clínica pela Universidade do Porto.
Gabriela Sousa
Oncologista. Assistente Hospitalar no Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE.
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Autores
XIII
Graça Santos
Psiquiatra e Psico-oncologista. Assistente Graduada de Psiquiatria do Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, EPE, onde é coordenadora da Unidade de Psiquiatria de Ligação e da Consulta de Sexologia.
Ivone Patrão
Psicóloga Clínica e Terapeuta Familiar. Doutoramento em Psicologia da Saúde, na área da Psico-oncologia. Docente no ISPA – Instituto Universitário. Membro do Grupo de Investigação Promoting Human Potencial (ISPA – Instituto Universitário). Assistente Principal em Psicologia Clínica da ARSLVT (Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP).
Joaquim C. Reis
Professor Universitário. Doutorado em Psicologia. Unidade de Investigação em Design e Comunicação, Instituto de Arte, Design e Empresa – Creative University. Universidade Atlântica.
José Casanova
Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Unidade de Ortopedia Oncológica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.
Lúcia Monteiro
Psiquiatra e Psico-oncologista. Chefe de Serviço de Psiquiatria e Diretora da Unidade de Psiquiatria do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE e Coordenadora do Grupo de OncoSexologia e do Núcleo de Oncologia Psicossocial daquela instituição.
Lucília Oliveira
Interna de Psiquiatria do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, EPE, onde integra a equipa da Unidade de Psiquiatria de Ligação (elemento da Consulta de Psico-oncologia do Hospital de Dia de Oncologia).
Luzia Travado
Psicóloga e Psico-oncologista. Responsável pela Unidade de Psico-oncologia no Centro Champalimaud. Presidente da International Psycho-Oncology Society.
Magda A. Oliveira
Psicóloga Clínica na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto e no Hospital CUF Porto (Serviço de Psiquiatria e Psicóloga de referência da Consulta de Psico-oncologia).
Margarida Branco
Psicóloga e Psico-oncologista na Unidade de Psiquiatria de Ligação e Psicologia da Saúde do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental, na Unidade de Dor Crónica e na Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar do Porto, EPE. © Lidel – Edições Técnicas
Margarida Pires
Assistente Social no Serviço de Cuidados Paliativos do Instituto Português de Oncologia de C oimbra Francisco Gentil, EPE. Diretora do Serviço Social do IPO de Coimbra Francisco Gentil, EPE.
Maria Cristina Canavarro
Professora Catedrática de Psicologia da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Coordenadora da Unidade de Intervenção Psicológica da Maternidade Daniel de Matos – Centro Hospital e Universitário de Coimbra, EPE.
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XIV
Temas Fundamentais em Psico-oncologia
Maria de Fátima Vaz
Oncologista. Assistente Graduada no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE, onde coordena a Consulta de Risco de Cancro da Mama e Ovário.
Maria de Jesus Moura
Psicóloga e Psico-oncologista. Diretora da Unidade de Psicologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE. Psicoterapeuta na Sociedade Portuguesa de P sicodrama. Mestre em P sicologia Clínica e Psicopatologia pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada. Especialista em Psicologia Clínica.
Maria Piedade Leão
Psicóloga e Psico-oncologista na Unidade de Psicologia Clínica, Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE. Formação em Terapia Familiar e Intervenção Sistémica.
Mário R. Simões
Diretor do Laboratório de Avaliação Psicológica e Psicometria da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Investigador Responsável do grupo Neurociências, Neuropsicologia e Avaliação Cognitiva (CINEICC). Professor Catedrático da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Nuno Madeira
Psiquiatra. Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Assistente Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Patrícia Pascoal
Psicóloga Clínica. Professora Auxiliar na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, onde coordena o 1º Ciclo em Psicologia e subcoordena o 2º Ciclo em Psicologia Clínica e da Saúde. Responsável pela Consulta de Sexologia da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa. Especialista em Psicologia Clínica e Terapeuta Sexual. Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica. Membro Integrado do Centro de Psicologia da Universidade do Porto.
Paula Garrido
Psiquiatra. Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Paulo Joaquim Pina Queirós
Coordenador da UCP de Enfermagem Fundamental – Investigador da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde – UICISA-E. Professor Coordenador na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.
Pedro B. Macedo
Interno de Psiquiatria do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Ricardo João Teixeira
Psicólogo e Psicoterapeuta Cognitivo-comportamental. Coordenador do Serviço de Psicologia da Clínica Médico-psiquiátrica da Ordem dos Psicólogos. Psicólogo Clínico e da Saúde no MamaHelp, Centro de Apoio a Doentes com Cancro da Mama. Investigador na Universidade de Aveiro. Assistente Convidado na Escola Superior de Tecnologia da Saúde – Politécnico do Porto. D outorado em Psicologia da Saúde pela Universidade do Minho.
Rodrigo Brito Ramos
Urologista. Assistente Hospitalar no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, EPE. Fellow do European Board of Urology.
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Autores
XV
Sara Mendes Moreira
Psiquiatra e Psico-oncologista. Responsável da Unidade de Psiquiatria de Ligação e Psicologia da Saúde do Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental, Unidade de Dor Crónica e Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar do Porto, EPE. Assistente Convidada do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
Sara Monteiro
Professora Auxiliar Convidada na Universidade de Aveiro. Psicóloga. Mestre em Psicologia na área de especialização em Mudança e Desenvolvimento em Psicoterapia pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Doutorada em Psicologia pela U niversidade de Aveiro.
Sofia Ribeiro Pereira
Psiquiatra. Assistente Hospitalar no Centro Hospitalar de Tondela-Viseu, EPE. Pós-graduação em Terapia Cognitivo-comportamental pelo Instituto Superior Miguel Torga de Coimbra.
Sónia Silva
Psicóloga. Responsável pela Unidade de Psico-oncologia e de Voluntariado da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Núcleo Regional do Centro. Doutorada em Psicologia da Saúde pela Universidade de Coimbra.
Susana Novais de Almeida
Psicóloga no Serviço de Psico-oncologia do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, EPE. Psicoterapeuta em Terapia Focada nas Emoções. Mestre em Psico-oncologia pela Universidad Complutense de Madrid.
Susana Renca
Interna de Psiquiatria no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Elemento das equipas da Consulta de Sexologia e da Unidade de Psiquiatria de Ligação daquela instituição. Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Susana Sousa Almeida
Psiquiatra e Psico-oncologista. Assistente Hospitalar no Serviço de Psico-oncologia do Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, EPE, e Hospital CUF Porto. Mestre em Medicina Molecular e Oncobiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Membro do Royal College of Psychiatrists, Reino Unido.
Tiago Paredes
Investigador da Linha de Investigação Relações, Desenvolvimento e Saúde, integrada na Unidade de Investigação & Desenvolvimento Centro de Investigação do Núcleo de Estudos e Intervenção Cognitivo-comportamental da Universidade de Coimbra (CINEICC – UC); Psicólogo na Unidade de Psico-oncologia e responsável pela Unidade de Formação do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Doutorado em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.
Vasco Pinto Magalhães
© Lidel – Edições Técnicas
Padre Jesuíta. Licenciado em Teologia Espiritual. Membro da Direção do Centro de Estudos de Bioética desde a sua formação.
Vera Domingues
Psiquiatra. Assistente Hospitalar no Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar de Leiria, EPE.
Zulmira Santos
Psiquiatra e Psico-oncologista. Assistente Graduada de Psiquiatria do Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, EPE, onde coordena a Consulta de Psico-oncologia do Hospital de Dia de Oncologia.
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Prefácio Podermo-nos informar, estudar e aprofundar as matérias de uma disciplina na nossa própria língua é uma facilidade que qualquer dos ramos de conhecimento envolvidos na Psico-oncologia (Medicina, Oncologia, Enfermagem, Psiquiatria, Psicologia, Serviço Social, etc.) passa agora a ter com a compilação de textos de autores portugueses feita neste livro por Emília Albuquerque e Ana Sofia Cabral. Todos nós tivemos que o fazer lendo em castelhano, francês, inglês e tentativamente desbravar equivalentes em português de determinados termos-conceitos, principalmente do inglês, por vezes de árdua equivalência de línguas, e nesta compilação de textos de autor podemos encontrar as traduções consideradas corretas. A Psico-oncologia é recente porque foi nos últimos 40 anos que o doente oncológico deixou de morrer rapidamente após o diagnóstico para passar a ser um doente crónico de uma moléstia que continua a ter consigo a memória da mortalidade. Isto muda toda a perspetiva assistencial, que vai passar a ter que ser mais envolvente e acompanhante. Os textos aqui apresentados abrangem todo o espectro da doença, do hereditário e orgânico ao espiritual e ético, e são de brilhante clareza e sistematização, que por vezes é de aplicação muito prática. Cobrem, também, todos os aspetos deste espectro assistencial incluindo o pediátrico, o adulto, a recorrência, o paliativo e sem esquecer a envolvente social. De sublinhar a inclusão e localização no início do livro de dois textos, aquele que faz uma introdução à Oncologia, matéria árdua e necessária para quem não sendo oncologista vai lidar com doentes e tem que estar atento à matéria médica para nela não interferir, e o segundo (terceiro na ordem de paginação), com uma introdução prática à investigação em Psico-oncologia, campo vasto a desenvolver pelos técnicos vindouros. Este livro transmite não só todos os elementos fundamentais como o seu desenvolvimento no estado atual da arte e dá os utensílios para a investigação e para o acompanhamento da jornada de vida do doente oncológico.
17 de agosto de 2015
© Lidel – Edições Técnicas
Virgílio Kasprzykowski
Ex-Chefe de Serviço de Psiquiatria Aposentado do IPOFG de Lisboa Fundador, Primeiro Presidente da Academia Portuguesa de Psico-Oncologia Membro da Academy of Psychosomatic Medicine, Bethesda, MD, EUA International Fellow da American Psychiatric Association, Arlington, VA, EUA
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Introdução
Ciclo de Vida e Doença
II
Aspetos Psicossociais nos Diversos Tipos de Doença
III
Aspetos Psiquiátricos do Doente Oncológico
IV
Sintomas e Sequelas do Cancro e Seus Tratamentos
V
Apoios e Necessidades Psicossociais
Outros Temas
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I
VI VII
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74
Psico-oncologia – Temas Fundamentais
Fase de crise
Fase crónica
Fase terminal
Diagnóstico Pré-diagnóstico Figura 8.1
Ajustamento inicial
Cronicidade
Pré-terminal e terminal
Morte
Luto
Integração dos cuidados paliativos ao longo da evolução da doença
A Figura 8.1 ilustra a distribuição dos cuidados paliativos ao longo da evolução natural da doença. Em Portugal, o Programa Nacional de Cuidados Paliativos foi aprovado em 2004, elegendo os cuidados paliativos como área prioritária de intervenção. Este programa prevê que os cuidados paliativos proporcionem “uma resposta organizada à necessidade de tratar, cuidar e apoiar ativamente os doentes na fase final da vida. O objetivo dos cuidados paliativos é assegurar a melhor qualidade de vida possível aos doentes e sua família (…) têm como componentes essenciais: o alívio dos s intomas; o apoio psicológico, espiritual e emocional; o apoio à família; o apoio durante o luto e a interdisciplinaridade” (DGS, 2004:4; UMCCI, 2010). No Quadro 8.1 são sugeridas algumas linhas de intervenção em cuidados paliativos.
Comunicação em cuidados paliativos A comunicação é um elemento fundamental na prestação de cuidados paliativos. Uma relação de confiança entre equipa-doente-família permite uma comunicação mais eficaz, facilitando a partilha de informação relevante, a ponderação de opções terapêuticas, a tomada de decisões, o apoio psicológico e a manutenção da esperança. Informar é uma tarefa comum em cuidados paliativos. Ao longo do acompanhamento, a equipa de saúde deve informar o doente e a família sobre várias questões, nomeadamente: diagnóstico, prognóstico, sintomas, m edicação, cuidados práticos, alimentação, hidratação e ajudas disponíveis. Este processo, quando realizado corretamente, permite a tomada de decisão devidamente fundamentada e ponderada, reduz a incerteza e contribui para
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a confiança na equipa (Haes e Teunissen, 2005). Numa investigação realizada em 2004 (Kirk et al., 2004), os autores procuraram determinar as expectativas dos doentes e das famílias acerca da informação relacionada com a situação clínica, nomeadamente na fase de transição para cuidados paliativos. Concluíram que uns e outros desejavam ser informados acerca do diagnóstico e do prognóstico, mas valorizavam a forma como a informação era transmitida, esperando sensibilidade por parte dos profissionais e que a informação fosse acompanhada da apresentação de um plano de cuidados. Estes dados reforçam a importância do processo de comunicação na resposta às necessidades do doente e da família. A formação da equipa em comunicação contribui para que o doente/família recebam a informação e o suporte que realmente esperam e precisam. Naturalmente, as questões culturais determinam o tipo de informação que a equipa transmite ao doente/família que, de acordo com a matriz cultural e religiosa, apresentam expectativas e necessidades muito diversas quanto ao tipo e pormenor de informação que desejam receber. A equipa deve ser capaz de reconhecer e respeitar as especificidades de cada cultura, ajustando as suas intervenções a cada caso particular. Sempre que a comunicação é eficaz, o doente e a família estão mais bem preparados para tomar decisões acerca do plano terapêutico e do próprio projeto de vida. Pelo contrário, quando a comunicação é pouco clara, com lacunas e centrada na equipa, o exercício da liberdade e da autonomia por parte dos doentes/ famílias está claramente condicionado e pode levar a opções terapêuticas que não respeitem totalmente a sua vontade, contribuindo para o aumento do sofrimento psicológico do doente,
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88
Psico-oncologia – Temas Fundamentais
Tabela 9.1
Tarefas na doença que ameaça a vida
Tarefas gerais
Fase aguda
Fase crónica
Fase terminal
I. Responder à realidade física da doença
• Compreender a doença
• Lidar com os sintomas e os efeitos secundários
• Lidar com sintomas, desconforto, dor e incapacidade
II. Lidar com a doença
• Analisar e melhorar a saúde e o estilo de vida • Maximizar os recursos e limitar as “fraquezas” • Identificar os recursos internos e externos • Desenvolver estratégias para lidar com questões suscitadas pela doença (revelação do diagnóstico, lidar com os profissionais de saúde, opções de tratamento, contingências de vida)
• Cumprir o plano terapêutico • Prevenir e lidar com as crises • Lidar com o stress e ajustar o coping • Maximizar o apoio social e minimizar o isolamento social • Normalizar a vida face à doença • Lidar com preocupações económicas
• Lidar com procedimentos institucionais e médicos • Lidar com o stress e ajustar o coping • Lidar eficazmente com os cuidadores • Preparar-se para a morte e despedir-se
III. P reservar o autoconceito e as relações com os outros
• Explorar o efeito da doença no sentido de si próprio e nas relações com os outros
• Preservar o autoconceito • Redefinir as relações com os outros ao longo do curso da doença
• Preservar o autoconceito • Preservar relações adequadas com a família e amigos
IV. Lidar com questões afetivas e existenciais/ espirituais criadas ou reativadas pela doença
• Expressar sentimentos e medos • Integrar a realidade do diagnóstico na vida passada e nos planos para o futuro
• Expressar sentimentos e medos • Encontrar significado para o sofrimento, a cronicidade, a incerteza e o declínio
• Expressar sentimentos e medos • Encontrar significado na vida e na morte
Adaptado de Pires, 2012; Doka, 2009.
envolve sistematicamente, mas em graus de intensidade e duração variáveis, três dimensões interligadas de vivência do problema (intrapsíquica, interpessoal e transcendental) e que se desenvolve através de três mecanismos fundamentais de elaboração (evitamento, assimilação e acomodação) (Tabela 9.2). Na dimensão intrapsíquica percebe-se, compreende-se, aceita-se a realidade da perda primária através da elaboração da dor da perda, do ponto de vista físico, emocional e espiritual, dando-lhe algumas formas de expressão (verbal, não-verbal/comportamental) que libertam energia para uma integração. Na dimensão interpessoal converte-se paulatinamente a relação com o falecido de uma presença efetiva a uma reexperiência presencial
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virtual, passando, posteriormente, a constituir uma memória integrada e um legado e uma experiência continuada e harmónica sob a forma de uma presença apoiante. Na dimensão transcendental relaciona-se a exposição à morte com um contexto de significado de experiência humana e desenvolve-se uma nova identidade baseada na vida sem a pessoa. Em todas estas linhas se encontra um movimento flutuante (de contacto e de evitamento) para a compreensão e aceitação da perda, através de várias formas de expressão libertadora, permitindo depois uma integração sentida. As reações adaptativas à perda variam também consoante a natureza da perda, as
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Psico-oncologia – Temas Fundamentais
do bem-estar sexual e qualidade de vida destes doentes.
Prevalência de problemas/disfunções sexuais na doença oncológica
Os estudos mostram que cerca de 59 a 79% das pessoas com doença oncológica apresentam uma diminuição significativa da atividade sexual, ou até mesmo a sua cessação, após a confirmação do diagnóstico de cancro (Hawkins et al., 2009). Se, em algumas situações, os problemas sexuais são anteriores à doença oncológica (na Tabela 29.1 encontram-se descritas as atuais categorias de diagnóstico de disfunção sexual), noutras as dificuldades podem ir emergindo com o curso da doença e/ou dos tratamentos. No caso de pacientes oncológicos sem perturbações sexuais prévias, o diagnóstico das mesmas está inevitavelmente relacionado com a condição médica (subtipo adquirido – disfunção secundária). Em ambos os casos, e segundo a atual edição do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-5) (American Psychiatric Association, 2014), é necessário que quatro critérios estejam concomitantemente presentes para a atribuição de um diagnóstico clínico de disfunção sexual: A. Manifestações específicas ou dificuldades sexuais que vão caracterizar a perturbação (por exemplo, “atraso marcado da ejaculação” e “ejaculação marcadamente infrequente ou ausência de ejaculação”, no caso dos critérios de diagnóstico indicados para a ejaculação retardada – 302.74); B. Persistência dos sintomas do critério anterior por um período mínimo de aproximadamente seis meses; C. Mal-estar causado clinicamente significativo à pessoa pelos sintomas do critério A; D. A disfunção sexual não é mais bem explicada por uma perturbação mental não sexual
Tabela 29.1
ou como uma consequência de dificuldades relacionais graves ou de outros fatores de stress significativos e não atribuível aos efeitos de uma substância/medicamento ou a outra condição médica (Tabela 29.1). No caso dos homens, algumas das dificuldades sexuais mais frequentemente experienciadas surgem na sequência de intervenções terapêuticas e cirúrgicas, especialmente as realizadas ao nível da zona pélvica (por exemplo, cancro da próstata, do testículo, do reto e da bexiga) e que, por essa razão, são suscetíveis de reduzir as estruturas vasculares e nervosas circundantes responsáveis pela ereção e pela ejaculação, afetando negativamente estes dois processos da resposta sexual masculina (Silva et al., 2014). Um estudo realizado por Ellis et al. (2010) acerca da prevalência da disfunção erétil no pós-tratamento de cancro colorretal mostrou que 75% dos 229 inquiridos com idades compreendidas entre os 28 e os 95 anos sofriam de disfunção erétil. Um outro estudo que avaliou uma amostra composta por 2234 pacientes mostrou que 76% dos inquiridos submetidos a prostatectomia, 48% dos submetidos a radioterapia, 64% dos que realizaram terapia hormonal e 45% dos que foram alvo de tratamentos por crioablação referiram que a função sexual após o tratamento se encontrava diminuída. Apenas um terço dos homens que compuseram a amostra e com idade inferior a 70 anos afirmou manter uma atividade sexual satisfatória após a prostatectomia radical (Smith et al., 2000). No caso das doentes oncológicas femininas, os mecanismos fisiológicos envolvidos na lubrificação podem ser severamente afetados, nomeadamente quando se trata de cancros ao nível do ovário e do colo do útero. A diminuição do interesse sexual e a perturbação de dor génito-pélvica/penetração são as queixas sexuais mais comuns nas pacientes femininas (Melisko et al., 2010). Um estudo longitudinal
Disfunções sexuais – DSM-5 Femininas
zzPerturbação
do orgasmo feminino (302.73) zzPerturbação do interesse/excitação sexual feminino (302.72) zzPerturbação de dor génito-pélvica/penetração (302.76)
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Masculinas zzEjaculação
retardada (302.74) zzEjaculação prematura (precoce) (302.75) zzDisfunção erétil (302.72) zzPerturbação de desejo sexual hipoativo masculino (302.71)
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Terapia Familiar Sistémica e Terapia de Casal
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interpessoal conjunta a técnica base mais usada. O objetivo geral é provocar mudança na forma como a família está a lidar com determinado desafio, promovendo respostas familiares mais adaptativas (Relvas, 2003). Os terapeutas usam os seus modelos teóricos de referência e respetivas técnicas de intervenção para alcançar os objetivos definidos (modelo estrutural, modelo estratégico, modelo transgeracional, intervenções em rede, modelo narrativo, modelos integrativos, entre outros) (Nichols et al., 1998). As entrevistas podem ser em número e periodicidade variáveis, dependendo do modelo de referência adotado; são, desejavelmente, orientadas por dois terapeutas num setting apropriado (espelho unidirecional, meios audiovisuais, gravação vídeo). Ao longo do processo, os terapeutas não assumem papel de conselheiros, nem impõem soluções, mas atuam com o objetivo de ajudar a família a encontrar as suas próprias soluções.
e de intervenção junto dos doentes e das suas famílias (Rolland, 1994; Rolland, 2005). Na base do family systems illness model encontramos alguns princípios que importa referir:
Terapia familiar e doença oncológica
De acordo com Rolland, a doença evolui por fases, sendo que a cada fase correspondem diferentes desafios para as famílias (Figura 35.1). A fase de crise representa o encontro da família com a doença, com os tratamentos e com os profissionais de saúde; nesta fase inicial de adaptação, é desejável que a equipa de saúde atue no sentido de ativar os recursos individuais e familiares. Na fase crónica, habitualmente a mais longa e desgastante, a família enfrenta verdadeiramente o desafio da adaptação às exigências da doença e dos tratamentos, sendo fundamental a flexibilidade familiar e a negociação de mudanças. Na fase terminal, a família enfrenta o desafio das perdas e a partilha emocional é uma das
Impactos da doença na família John S. Rolland, numa perspetiva biopsicossocial, desenvolveu um modelo sistémico de compreensão da doença crónica (family systems illness model) que cruza os ciclos de desenvolvimento da família, dos seus elementos e da própria doença. Recorrendo a uma visão sistémica, o modelo centra-se nas competências das famílias e na sua possibilidade de resolver os desafios normativos associados à doença. Este modelo tem-se revelado uma excelente ferramenta de auxílio aos profissionais de saúde nos processos de avaliação, formulação
zzDoença,
incapacidade e morte são experiências universais para as famílias (caráter normativo dos processos de adaptação e existência de repertório familiar para a adaptação); zzA doença tem impactos no indivíduo, na família e na rede social pessoal; zzOs avanços da medicina favorecem a croni cidade, o que implica que cada vez mais famílias vivam com situações de doença crónica durante longos períodos de tempo (a doença oncológica é disto exemplo, em virtude dos extraordinários avanços em termos de diagnóstico e de tratamentos a que temos vindo a assistir); zzA equipa de saúde, o doente, a família e as características da doença são atores principais na origem das dificuldades e, consequentemente, no encontrar de soluções.
História natural da doença
© Lidel – Edições Técnicas
Fase de crise
Fase crónica
Diagnóstico
Fase terminal Morte
Tempo Pré-diagnóstico Figura 35.1
Ajustamento inicial
Cronicidade
Pré-terminal e terminal
Luto
Representação da evolução da doença ao longo de fases. Adaptado de Rolland, 1994
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16,7cm x 24cm
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Esta obra está dividida em sete temas, entre os quais: ciclo de vida e doença; aspetos psicossociais nos diversos tipos de cancro; aspetos psiquiátricos no doente oncológico; sintomas e sequelas do cancro; apoios e intervenções psicossociais. Nos seus capítulos, de fácil leitura mas escritos de forma consistente e rigorosa, os autores, com diversas formações e oriundos de diferentes instituições, procuraram sintetizar o estado da arte em psico-oncologia.
PSICO-ONCOLOGIA
A psico-oncologia define-se como uma área multidisciplinar que envolve aspetos psicológicos do tratamento e abordagem do doente com cancro e combina elementos da oncologia, psiquiatria, psicologia e ciências humanas, com especial preocupação pelas necessidades psicossociais do doente e sua família. Por esta razão, os cuidados psico-oncológicos têm um enorme impacto na melhoria da qualidade de vida, na sobrevida e no estigma associado à doença.
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É, assim, um livro para todos os profissionais, sejam psiquiatras, psicólogos, oncologistas, médicos de família, enfermeiros, assistentes sociais ou outros, que procuram minorar o sofrimento psicossocial e promover uma abordagem holística da pessoa doente e sua família.
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Coordenação
ISBN 978-989-752-136-2
9 789897 521362
www.lidel.pt
Ana Sofia Cabral Psiquiatra e psico-oncologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE; Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Emília Albuquerque I Ana Sofia Cabral
Emília Albuquerque Psiquiatra e psico-oncologista no Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, EPE; Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
16,7cm x 24cm
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Emília Albuquerque I Ana Sofia Cabral
PSICO-ONCOLOGIA Te m a s F u n d a m e n t a i s