Gestão e Fiscalização de Empreitadas

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SIGLAS E ABREVIATURAS .............................................................................................................................................................................

1 PRINCÍPIOS E ORGANIZAÇÃO .......................................................................................................................................................

IX XI XIII 1

PRINCÍPIOS BÁSICOS .................................................................................................................................................................... 1 1.1.1 Fundamentação legal ...................................................................................................................................................... 3 1.1.2 Objetivo ..................................................................................................................................................................................... 4 1.1.3 Metodologia ........................................................................................................................................................................... 4 1.1.4 Áreas de intervenção ....................................................................................................................................................... 4 1.1.5 Sistemas de gestão ............................................................................................................................................................ 5

1.1

SOBRE O LIVRO ......................................................................................................................................................................................................

SOBRE OS AUTORES ..........................................................................................................................................................................................

Índice

2.1 ENQUADRAMENTO OPERATIVO ..........................................................................................................................................................

2 PREPARAÇÃO DA OBRA ............................................................................................................................................................................................

1.2 ENQUADRAMENTO ORGANIZACIONAL ..................................................................................................................................... 5 1.2.1 Organograma funcional ................................................................................................................................................ 5 1.2.2 Definição de funções  ...................................................................................................................................................... 7 1.2.2.1 Vertente interna ........................................................................................................................................................ 7 1.2.2.2 Vertente externa ....................................................................................................................................................... 8 1.2.3 Descrição de funções ....................................................................................................................................................... 10 1.2.3.1 Diretor do projeto .................................................................................................................................................... 10 1.2.3.2 Coordenador da intervenção .......................................................................................................................... 10 1.2.3.3 Chefe de frente .......................................................................................................................................................... 11 1.2.3.4 Técnico fiscal ............................................................................................................................................................... 12 1.2.3.5 Coordenador de segurança em obra ......................................................................................................... 13 1.2.3.6 Topógrafo ...................................................................................................................................................................... 13 1.2.3.7 Técnico de planeamento .................................................................................................................................... 14 1.2.3.8 Medidor .......................................................................................................................................................................... 14 1.2.3.9 Administrativo ............................................................................................................................................................ 15 1.2.3.10 Engenheiro do ambiente ................................................................................................................................... 15 1.2.3.11 Arqueólogo .................................................................................................................................................................. 16 1.2.3.12 Engenheiro mecânico ........................................................................................................................................... 16 1.2.3.13 Engenheiro eletrotécnico .................................................................................................................................. 17 1.2.3.14 Engenheiro geotécnico ....................................................................................................................................... 17 19 19

2.2 CONTRATAÇÃO ........................................................................................................................................................................................................ 19 2.2.1 Bases do concurso ............................................................................................................................................................. 21 2.2.2 Seleção ....................................................................................................................................................................................... 23


IV  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

2.2.3 Concurso ................................................................................................................................................................................... 23 2.2.4 Proposta/receção ............................................................................................................................................................... 24 2.2.5 Análise de propostas ........................................................................................................................................................ 24 2.2.5.1 Metodologia de análise ....................................................................................................................................... 28 2.2.6 Critérios e subcritérios de avaliação das propostas ................................................................................... 29 2.2.7 Ponderação  ............................................................................................................................................................................ 31 2.2.8 Procedimento de análise expedita ........................................................................................................................ 31

3 INTERVENÇÃO BÁSICA NA OBRA ..............................................................................................................................................

47 47

GESTÃO DA PRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 48 3.2.1 Da fiscalização à gestão de projetos ..................................................................................................................... 48 3.2.2 Funções da fiscalização .................................................................................................................................................. 48 3.2.3 Características dos fiscais .............................................................................................................................................. 50 3.2.4 Atividades a desenvolver .............................................................................................................................................. 50 3.2.5 Controlo de fornecimento e montagem de equipamento .................................................................. 51

3.2

3.1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................................................................

2.3 VERIFICAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETO ......................................................................................................................... 38 2.3.1 Conceção .................................................................................................................................................................................. 38 2.3.2 Dimensionamento ............................................................................................................................................................. 38 2.3.3 Exequibilidade ...................................................................................................................................................................... 39 2.3.4 Compatibilidade ................................................................................................................................................................. 39 2.3.5 Intervenção na produção dos projetos técnicos ......................................................................................... 39 2.3.5.1 Objetivos ........................................................................................................................................................................ 39 2.3.5.2 Compatibilização ..................................................................................................................................................... 40 2.3.5.3 Cumprimento das normas ................................................................................................................................ 40 2.3.5.4 Receção, análise e aprovação de projetos técnicos ........................................................................ 41 2.3.6 Interfase  ................................................................................................................................................................................... 41 2.3.7 Procedimentos de análise ............................................................................................................................................ 41 2.3.7.1 Receção ........................................................................................................................................................................... 41 2.3.7.2 Análise ............................................................................................................................................................................. 43 2.3.7.3 Procedimento para aprovação ....................................................................................................................... 45

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3.3 GESTÃO ADMINISTRATIVA ....................................................................................................................................................... 51 3.3.1 Gestão dos recursos ......................................................................................................................................................... 51 3.3.1.1 Meios de produção ................................................................................................................................................. 52 3.3.2 Gestão da informação ..................................................................................................................................................... 52 3.3.2.1 Suportes da informação ...................................................................................................................................... 54 3.3.2.2 Características da informação ......................................................................................................................... 54 3.3.2.3 Modelos de documentação ............................................................................................................................. 55 3.3.2.4 Circuitos da informação ...................................................................................................................................... 56 3.3.2.4.1 Circuitos internos ........................................................................................................................................ 56 3.3.2.4.2 Circuitos externos ....................................................................................................................................... 59 3.3.2.5 Documentação tipificada ................................................................................................................................... 62 3.3.2.5.1 Comunicações .............................................................................................................................................. 62


Índice V

3.3.2.5.2 Pedidos de informação ........................................................................................................................... 62 3.3.2.5.3 Relatórios de situação ............................................................................................................................. 64 3.3.3 Gestão do arquivo .............................................................................................................................................................. 67 3.3.3.1 Plano de arquivo ....................................................................................................................................................... 67

3.4 GESTÃO DO PLANEAMENTO ................................................................................................................................................. 69 3.4.1 Plano de trabalhos ............................................................................................................................................................. 70 3.4.2 Plano de desenvolvimento físico ............................................................................................................................ 71 3.4.3 Análise ou revisão ao plano de trabalhos ......................................................................................................... 75 3.4.4 Evolução física/situação de obra ............................................................................................................................. 78 3.4.4.1 Seguimento físico da evolução ...................................................................................................................... 79 3.4.4.2 Cálculo da rede .......................................................................................................................................................... 86 3.4.4.3 Relatório de seguimento .................................................................................................................................... 87 3.4.5 Controlo da evolução  ..................................................................................................................................................... 89 3.4.6 Cálculo dos desvios ........................................................................................................................................................... 90 3.4.6.1 Cálculo pelo seguimento do plano de trabalhos .............................................................................. 90 3.4.6.2 Cálculo analítico dos desvios decorrentes da faturação .............................................................. 90 3.4.6.3 Cálculo gráfico dos desvios decorrentes da situação .................................................................... 91 3.4.6.4 Cálculo dos desvios decorrentes da afetação de meios .............................................................. 91 3.4.6.5 Cálculo dos desvios de tempo decorrentes do desvio da faturação .................................. 92 3.4.7 Determinação do custo de uma recuperação ............................................................................................... 93 3.4.8 Informação do sistema de planeamento .......................................................................................................... 95 3.4.8.1 Metodologia de informação ............................................................................................................................ 95 3.4.9 "Faça bem, mas diga que faz" .................................................................................................................................... 103 3.4.9.1 Desvios e responsabilização ............................................................................................................................ 103 3.4.9.2 Ações corretivas ........................................................................................................................................................ 104 3.4.9.3 Reuniões de coordenação no âmbito do planeamento  ............................................................. 104

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3.5 CONTROLO DE QUANTIDADES E CUSTOS ................................................................................................................. 105 3.5.1 Controlo geral de custos ............................................................................................................................................... 105 3.5.1.1 Os dados de seguimento da execução .................................................................................................... 105 3.5.1.2 Lista de preços da empreitada ....................................................................................................................... 105 3.5.1.3 Autos de medição e faturação (artigo 389.º do Decreto­‑Lei n.º 18/2008) ...................... 106 3.5.1.4 “Trabalhos a mais e a menos” .......................................................................................................................... 106 3.5.1.5 Caução (artigos 88.º, 89.º e 90.º do Decreto­‑Lei n.º 18/2008) .................................................. 107 3.5.1.6 Reembolso dos adiantamentos (artigo 215.º do Decreto­‑Lei n.º 59/99 e artigo 292.º do Decreto­‑Lei n.º 18/2008) ............................................................................................................................. 107 3.5.1.7 Adiantamentos de preço (artigos 292.º a 295.º do Decreto­‑Lei n.º 18/2008) ........... 107 3.5.1.8 Multa por violação de prazos contratuais  ............................................................................................. 107 3.5.1.9 Revisão de preços (artigo 300.º do Decreto­‑Lei n.º 18/2008) ................................................... 108 3.5.1.10 Elaboração da conta da empreitada (artigo 220.º do Decreto­‑Lei n.º 59/99 e artigo 292.º do Decreto­‑Lei n.º 18/2008) ................................................................................................ 108 3.5.1.11 Elementos da conta da empreitada (artigo 221.º do Decreto­‑Lei n.º 59/99) ............ 109 3.5.1.12 Notificação da conta da empreitada (artigo 222.º do Decreto­‑Lei n.º 59/99) .......... 109 3.5.2 Conceitos fundamentais ............................................................................................................................................... 109


VI  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

3.5.3 Proporção financeira  ....................................................................................................................................................... 110 3.5.4 Equilíbrio financeiro  ........................................................................................................................................................ 111 3.5.5 Relações e limites do equilíbrio ............................................................................................................................... 112 3.5.6 Preço de custo  ..................................................................................................................................................................... 112 3.5.7 Preço de venda ou valor de venda  ....................................................................................................................... 113 3.5.8 Produção e produtividade ........................................................................................................................................... 113 3.5.9 Estrutura de custos ............................................................................................................................................................ 113 3.5.10 Custos diretos  ...................................................................................................................................................................... 115 3.5.11 Custos indiretos  .................................................................................................................................................................. 115 3.5.11.1 Custos do estaleiro .................................................................................................................................................. 115 3.5.11.2 Encargos de estrutura  ......................................................................................................................................... 116 3.5.11.3 Margem industrial (lucro e risco)  ................................................................................................................. 117 3.5.12 Formação da estrutura de referência ................................................................................................................... 118 3.5.12.1 Peso dos meios de produção .......................................................................................................................... 118 3.5.12.2 Parametrização dos custos ............................................................................................................................... 119 3.5.12.3 Finalidades da estrutura de custos .............................................................................................................. 122

3.6 ANÁLISE DE RECLAMAÇÕES .................................................................................................................................................. 122

3.6.1 Metodologia de análise ................................................................................................................................................. 123 3.6.1.1 Argumentos para uma reclamação ­– aceitabilidade ..................................................................... 123 3.6.1.2 Causas prováveis  ..................................................................................................................................................... 124 3.6.1.3 Relação causal ............................................................................................................................................................ 125 3.6.1.4 Natureza dos danos  .............................................................................................................................................. 126 3.6.1.4.1 Processamento de lucros cessantes .............................................................................................. 126 3.6.1.4.2 Processamento de custos/danos emergentes ....................................................................... 127 3.6.3 Reposição do equilíbrio financeiro ........................................................................................................................ 133 3.6.3.1 Quebra de produtividade .................................................................................................................................. 133 3.6.3.2 Aumento dos custos de produção .............................................................................................................. 133 3.6.3.3 Défice de faturação ................................................................................................................................................ 134 3.6.3.4 Coeficiente de inatividade  ............................................................................................................................... 135 3.6.3.5 Subfaturação ............................................................................................................................................................... 135 3.6.3.6 Prorrogação do prazo  .......................................................................................................................................... 138 3.6.4 Controlo da evolução ...................................................................................................................................................... 139

3.8 CONTROLO DE CUSTOS ATRAVÉS DA CONTABILIDADE ANALÍTICA ......................................................... 150

3.9.1 Revisão de preços/critério do “segmento agravado” ................................................................................ 151

3.11 MULTAS ............................................................................................................................................................................................ 156

3.12 RECEÇÃO PROVISÓRIA ........................................................................................................................................................ 157

3.10 METODOLOGIA ................................................................................................................................................................................. 154

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3.9 REVISÃO DE PREÇOS .................................................................................................................................................................... 151

3.7.1 Análise de resultados ....................................................................................................................................................... 146

3.7 CUSTOS ATRAVÉS DO PLANEAMENTO ........................................................................................................................ 140


Índice VII

4 INTERVENÇÃO COMPLEMENTAR NA OBRA ..................................................................................................................... 159

4.1 GESTÃO DA QUALIDADE ........................................................................................................................................................... 159 4.1.1 Sistema da qualidade  ..................................................................................................................................................... 159 4.1.2 Política da qualidade ........................................................................................................................................................ 160 4.1.3 Manual de qualidade do empreendimento .................................................................................................... 161 4.1.4 Plano de qualidade do empreendimento ........................................................................................................ 161 4.1.5 Manual de procedimentos .......................................................................................................................................... 162 4.1.6 Aplicação ................................................................................................................................................................................   163 4.1.7 Objetivos do sistema ....................................................................................................................................................... 163 4.1.8 Implementação e operação ........................................................................................................................................ 164 4.1.8.1 Recursos humanos, atribuições e responsabilidades .................................................................... 164 4.1.8.2 Competência, formação e sensibilização ............................................................................................... 165 4.1.8.3 Controlo de documentos e registos ........................................................................................................... 165 4.1.8.4 Metodologia de implementação .................................................................................................................. 166 4.1.9 Verificação ............................................................................................................................................................................... 168 4.1.10 Revisão pela gestão .......................................................................................................................................................... 168

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4.2 GESTÃO DA SEGURANÇA ......................................................................................................................................................... 169 4.2.1 Requisitos legais aplicáveis à segurança e saúde do trabalho ........................................................... 169 4.2.2 Elementos do sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho .......................................... 169 4.2.3 Política da segurança e saúde do trabalho ...................................................................................................... 170 4.2.4 Planeamento da segurança e saúde do trabalho ........................................................................................ 171 4.2.5 Formação, consulta e comunicação ...................................................................................................................... 171 4.2.6 Controlo de documentos e dados .......................................................................................................................... 171 4.2.7 Controlo operacional ....................................................................................................................................................... 172 4.2.8 Prevenção e capacidade de resposta a emergências ............................................................................... 172 4.2.9 Monitorização e medição do desempenho .................................................................................................... 172 4.2.9.1 Acidentes, não conformidades e ações corretivas e preventivas .......................................... 173 4.2.10 Acidentes de trabalho ..................................................................................................................................................... 173 4.2.10.1 Consequências ........................................................................................................................................................... 173 4.2.10.2 Forma do acidente .................................................................................................................................................. 174 4.2.10.3 Agente material ........................................................................................................................................................ 174 4.2.10.4 Natureza da lesão .................................................................................................................................................... 174 4.2.10.5 Localização da lesão .............................................................................................................................................. 175 4.2.11 Controlo de registos ......................................................................................................................................................... 175 4.2.12 Auditorias ................................................................................................................................................................................. 175 4.2.13 Documentação requerida para concursos ....................................................................................................... 176 4.2.14 Implementação do sistema de segurança e saúde no trabalho ....................................................... 178 4.2.15 Definições utilizadas no sistema de segurança e saúde no trabalho ........................................... 178 4.2.16 Apresentação da empresa ........................................................................................................................................... 180 4.2.17 Organograma funcional ................................................................................................................................................ 180 4.2.17.1 Responsabilidades .................................................................................................................................................. 181 4.2.18 Estrutura e responsabilidade do sistema da segurança e saúde do trabalho ........................ 181


VIII  Gestão e Fiscalização de Empreitadas 4.2.18.1 Principais riscos associados à atividade  ................................................................................................. 182 4.2.18.2 Identificação e avaliação dos riscos associados à atividade  ................................................... 182

4.3 GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................................................................................................................... 184 4.3.1 Objetivos do sistema de gestão ambiental ..................................................................................................... 186 4.3.2 Política de ambiente a implementar .................................................................................................................... 186 4.3.3 Requisitos legais aplicáveis ......................................................................................................................................... 187 4.3.4 Obrigações legais da entidade adjudicante ................................................................................................... 187 4.3.5 Verificação da identificação e avaliação dos aspetos ambientais ................................................... 187 4.3.6 Implementação e operação ........................................................................................................................................ 191 4.3.6.1 Recursos humanos .................................................................................................................................................. 191 4.3.6.2 Competência, formação e sensibilização ............................................................................................... 191 4.3.7 Verificação ............................................................................................................................................................................... 191 4.3.8 Relatório de acompanhamento ambiental ..................................................................................................... 193 4.3.9 Plano de controlo das condições ambientais  ............................................................................................... 194

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................................................................................... 199

ANEXO – DIPLOMAS LEGAIS ...................................................................................................................................................................... 201

GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................................................................................ 207


Sobre os Autores Jacinto Navas Martín Formado em Arquitetura Técnica (Sevilha) e Engenharia Civil (IST, Lisboa), iniciou a sua atividade profissional em 1967, no Gabinete Técnico de Administração da Obra da Fundação Calouste Gulbenkian. Desde então tem colaborado com algumas das maiores empresas construtoras e de consultoria do país e participado em projetos relevantes, tais como a Ponte ferroviária S. João no Porto e acessos, Pavilhão de Portugal na Expo/92 em Sevilha, Expo de Lisboa em 1998, Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), desmantelamento da Portucel Recicla e Aldeia da Luz, Polis de Portalegre, Blocos de Rega do Alqueva e muitos outros. Conta com mais de 40 anos de experiência profissional nas áreas da produção, fiscalização, gestão de projetos e consultoria técnica no setor da construção civil. É autor do livro Engenharia de Gestão de Projectos, da editora FCA. José Domingos Velez É atualmente Diretor Regional Adjunto da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo. Licenciado em Engenharia Zootécnica pela Universidade de Évora, está a concluir o doutoramento na Universidade da Extremadura (Badajoz). Tem mais de 30 anos de experiência pedagógica e de ensino, a maior parte da qual no ensino politécnico. Passou por diversos cargos de gestão e de dirigente, nomeadamente na direção da Escola Superior Agrária de Beja e como Vice-Presidente nas Câmaras Municipais de Moura e de Beja. Fez parte da Comissão Instaladora do Centro de Estudos e Promoção dos Azeites do Alentejo (CEPAAL), entre 1998 e 2011, e foi Presidente da direção da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios Olivícolas Portugueses (ADEMO). Participou e coordenou diversos projetos a nível nacional e internacional, destacando-se o “Oleoturismo” e o “Knoleum”, com a participação de vários países e onde foi coordenador e representante de Portugal.


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Sobre o Livro A gestão e fiscalização das empreitadas, como tantas outras atividades humanas, está sujeita, na sua aplicação, a uma evolução cíclica, consoante as circunstâncias do mercado em que se insere. Essas circunstâncias determinam períodos de expansão ou de contração, perante os quais é necessário reagir, adaptando os meios e as metodologias de intervenção, por vezes, até de uma forma drástica. Passamos, atualmente, por um período de contração muito acentuado, em que a construção civil se encontra reduzida à sua mínima expressão e, por arrastamento, todas as atividades ligadas a este setor. Isso implica que a gestão e a fiscalização de empreitadas detenham, hoje em dia, uma expressão quase residual, podendo mesmo recear­‑se o seu desaparecimento, não fosse a importância da sua natureza. Torna­‑se então necessário contrair e minimizar os meios afetos, sendo imprescindível fazê­‑lo sem perder as características e valências fundamentais que suportam e justificam a sua existência. Um processo de síntese só poderá obter bons resultados na sua aplicação se partir do mais completo conhecimento, ou, pelo menos, da maior parcela possível do âmbito que se pretende reduzir. Não se deve dar uma ideia de excessiva facilidade a quem necessite de conhecer estas matérias para a sua formação ou para o exercício da sua atividade, quando, na realidade, ela não existe. A gestão e fiscalização de empreitadas não é uma matéria simples e, desde logo, a sua correta aplicação não depende do número de pessoas ou das suas qualidades pessoais, mas sim de uma sólida formação específica, muito conhecimento prático e um profundo empenhamento em alcançar os objetivos fundamentais de qualquer projeto, independentemente da sua dimensão. Por outro lado, é preciso ter em conta que a obrigatória internacionalização deste mercado obriga a ter em consideração as normas da Federación Internacional de Ingenieros Consultores (FIDIC), nas quais o papel da fiscalização, consubstanciada na figura do engenheiro fiscal, ou na Junta de Resolução de Conflitos (Dispute Adjudication Board – DAB) assume especial relevância. A parceria na elaboração desta obra entre os autores parece­‑nos lógica, proveitosa e quase simbiótica. Ao juntarmos as riquíssimas experiências profissionais, técnicas e pedagógicas dos autores, estamos certos de que contribuiremos para mais facilmente se atingirem os objetivos que um livro como este deve conter em termos técnicos, profissionais e didáticos. Tentou­‑se ordenar e articular todas estas experiências e saberes vividos e acumulados, dando­‑lhes uma forma coerente, dentro das limitações presentes, para que possam ser úteis a todos aqueles que deles necessitem e os queiram utilizar e partilhar. Um dos obstáculos para a composição deste trabalho foi a consolidação do índice de matérias a tratar, o seu ordenamento e o posterior desenvolvimento, porque, embora o entendimento de que todas elas tenham uma base lógica comum, não há dúvida de que a


XII  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

sua exposição, numa sequência progressiva e coerente, requer cuidados especiais, face aos objetivos pretendidos. Esses objetivos estão consubstanciados na intenção de que este livro possua uma base bem estruturada, de molde a permitir o desenvolvimento coerente das matérias que se devem conhecer no universo da gestão e fiscalização de empreitadas e a sua apreensão. Destacamos três destinatários preferenciais: • Professores e alunos dos cursos de engenharia, como base para o conhecimento geral da matéria; • Profissionais e empresas para orientação do que podem oferecer e como podem desenvolver corretamente a sua intervenção; • Clientes ou promotores para informação do que podem obter e o que devem exigir duma prestação de serviços nesta área. Nesta medida, o plano de composição mais adequado ficou a dever­‑se ao douto conselho dos vários especialistas, que contribuíram com as suas valiosas sugestões. O primeiro capítulo, ao qual chamamos “Princípios e Organização”, contém os conceitos fundamentais nos quais se baseiam a gestão e a fiscalização de empreitadas e a sua estrutura organizacional neste tipo de intervenções. No segundo capítulo “Preparação da Obra”, procuramos abordar as matérias específicas da engenharia de base, salientando as ações que devem anteceder a fase de execução de qualquer projeto, como são a contratação e a análise de projetos técnicos. No terceiro capítulo “Intervenção Básica na Obra”, tentamos fazer um percurso pelas ações consideradas indispensáveis a um desempenho eficiente, independentemente da dimensão do projeto ao qual se apliquem, analisando os seus procedimentos, de forma a permitir um conhecimento adequado, embora genérico, das intervenções que se devem produzir. É dada especial relevância aos aspetos práticos da sua aplicação. No quarto capítulo “Intervenção Complementar na Obra”, optamos por fazer uma abordagem das ações que serão aplicadas quando a dimensão dos projetos ou as suas circunstâncias o requeiram. Sobre a redação dos textos, apenas podemos garantir que foi feito o maior esforço no sentido da clareza e da simplicidade de exposição. Resta­‑nos agradecer as muitas “achegas” de colegas, companheiros e amigos que para não diferenciar em importância e reconhecimento, nos abstemos de citar. Mas, sobretudo, agradecemos o encorajamento permanente e a paciência de todos eles, sem os quais este projeto não teria passado de uma mera intenção. Ad effectum vivendi et probandi Para ser compreendido e aplicado


Princípios e Organização

1

1.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS Entendemos a gestão e a fiscalização de uma empreitada como sendo o exercício sistematizado de controlo da execução e simultaneamente de análise comparativa entre uma previsão inicial e a realização efetiva da obra, na sequência de cuja análise se pode aferir a sua evolução. No caso da existência de desvios, competirá à fiscalização a indicação das medidas pertinentes para os corrigir. A previsão contém os compromissos assumidos pelos executantes e contratualizados com o dono de obra, para a materialização de um projeto, de acordo com os seus objetivos fundamentais preço, prazo e qualidade. Porém, a fiscalização deixou de ser uma entidade destinada exclusivamente a garantir a boa execução dos projetos técnicos, para ter uma intervenção cada vez mais alargada nas fases de preparação e de execução, nomeadamente nas áreas de planeamento e controlo de custos, na qualidade, na segurança, na gestão do ambiente e património, nas especialidades técnicas, etc. Progressivamente, as suas ações estendem­‑se a todas as demais áreas de intervenção que incidem sobre a fase de preparação e de execução dos empreendimentos (projetos). Se atendermos às ações características da gestão de projetos – organizar, planear, coor‑ denar, controlar –, cabe especificamente à fiscalização, na fase de execução, a responsabilidade das duas últimas, as quais, quando confrontadas com os objetivos elementares de qualquer projeto, determinam ações que devem ser desenvolvidas por esta entidade, como se expressa na Tabela 1.1 na zona sombreada referente à fiscalização. Tabela 1.1  AÇÕES DA FISCALIZAÇÃO

Qualidade

Prazo

Organizar

• Caderno de encargos • Termos de referência

• Angariação de fundos • Financiamentos

• Consultas ao mercado • Plano de aquisições • Alocação de recursos

• Recursos financeiros • Atribuição de custos • Orçamento

• Plano de trabalhos

Planear

• Metodologia de execução • Manual de procedimentos • Compatibilização de projetos • Sistema da qualidade • Sistema de segurança • Seleção de intervenientes • Aprovação de projetos • Plano de inspeção e ensaios • Plano de segurança e saúde

• Disponibilidades financeiras • Coordenação das intervenções • Plano de pagamentos

Ações Fiscalização

Objetivos Custo

Coordenar

Controlar

• Cronograma financeiro • Revisões de preços • Autos de faturação

• Seguimento • Análise de desvios • Medidas corretivas


2  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

Por conseguinte, a fiscalização é uma entidade legalmente instituída, cuja missão consiste especificamente em coordenar e controlar as atividades nas diversas componentes disciplinares, chamadas a intervir na fase de execução dos projetos, neste caso identificada como obras. Partindo dos elementos que consubstanciam a previsão, descritos na Figura 1.1. Previsão Preço

Orçamento Plano de pagamentos

Prazo

Plano de trabalhos Plano de mão de obra Plano de equipamentos

Qualidade

Caderno de encargos Projeto Especificações técnicas

Figura1.1 – Elementos da previsão

O controlo da execução permitirá, para cada um dos objetivos do projeto, aferir da sua progressão real durante as diversas fases da sua materialização, através do exercício permanente de análise comparativa desses elementos com o controlo da execução. Esta dualidade fica expressa na Figura 1.2.

Controlo

Referencial Preço

Autos de medição/faturação

Orçamento Plano de pagamentos

Prazo

Plano de trabalhos Plano de mão de obra Plano de equipamentos

Qualidade

Caderno de encargos Projeto Especificações técnicas

Análise comparativa

Ação

Controlo de custos Seguimento física Carga de mão de obra Carga de equipamento Análise de propostas Controlo da execução Pedidos de aprovação

Figura 1.2 – Análise comparativa

Verifica­‑se que, neste tipo de intervenções, existe um percurso evolutivo de conceitos e funções que vai daquilo que, desde há muito, se entende por fiscalização de obras – que está consagrado como entidade de pleno direito na legislação de empreitadas de obras

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Registo Informação Propostas corretivas Pareceres


Capítulo 1  I  Princípios e Organização  3

públicas – até ao que hoje se entende por gestão de projetos. Isto não significa que ambos os conceitos tenham a mesma origem, mas apenas que o exercício das funções atribuídas à fiscalização se foi alargando e aperfeiçoando por arrastamento das aplicações no âmbito mais vasto da gestão de projetos, tal como hoje o entendemos. Nesta medida, a metodologia de intervenção que se afigura mais adequada assenta numa filosofia de integração das ações e dos intervenientes. Integrar significa “incluir, meter dentro”, e, neste sentido, entendemos que a metodologia de ação que propomos integra não apenas as ações de coordenar e controlar mas também as de organizar e planear, atuando sobre todos e cada um dos intervenientes, como forma de dar resposta a todas as situações presentes no complexo processo de materialização de um projeto. Trata­‑se de transformar os objetivos básicos do projeto (custo, prazo e qualidade), nos objetivos de todos e cada um dos intervenientes no processo de execução, como meio de garantir a sinergia indispensável à sua consecução. O esquema representado na Figura 1.3 traduz esta metodologia, pelo facto de congregar os conceitos expostos de uma forma simples e evidente.

PR O

M OTO R

Organizar

Planear

P R EIT EIR E M Coordenar O

R NECED OR

FO

Execução

Controlar

O J E T I S TA

PR

Figura 1.3 – Metodologia de intervenção

O cliente pode contar com uma intervenção que lhe garante, não apenas a correta materialização dos projetos técnicos, mas também uma atuação integrada de ações que procura satisfazer os objetivos de custo, prazo e qualidade no seu empreendimento.

1.1.1 Fundamentação legal © Lidel – Edições Técnicas

No atual quadro legislativo da contratação pública, pautado pelo Decreto­‑Lei n.º 18/2008, apenas há referências à direção e fiscalização de empreitadas, associando estas duas componentes e sem detalhar as suas funções, como consta nos artigos 303.º a 306.º. Anteriormente constava no Decreto­‑Lei n.º 59/99, no artigo 180.º, a seguinte definição: “À Fiscalização incumbe vigiar e verificar o exato cumprimento do projecto e suas alterações, do contrato, do caderno de encargos e do plano de trabalhos em vigor e, designadamente….”, como se reproduz no ponto 3.2.2, em que se descrevem as ações associadas à fiscalização.


4  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

1.1.2 Objetivo

O objetivo geral da prestação de serviços de fiscalização será garantir o cumprimento das especificações do projeto e as exigências do caderno de encargos (CE), bem como o cumprimento dos objetivos do dono de obra em termos de qualidade, custo e prazo de execução, nas condições de segurança legalmente exigíveis.

1.1.3 Metodologia

A diversidade disciplinar e o volume de trabalho que comportam uma intervenção desta natureza não são compatíveis com limitações; nem na qualidade nem na quantidade dos meios a mobilizar. Uma equipa de gestão e fiscalização só funcionará com eficácia se estiver criteriosamente estruturada e dimensionada em função das características da obra.

1.1.4 Áreas de intervenção

Os órgãos operativos da fiscalização desempenham a sua atividade integrados numa estrutura funcional que configura um conjunto de áreas de intervenção, compondo um quadro suficientemente abrangente, para dar cabimento a todas as ações consideradas inerentes ao âmbito de uma prestação de serviço genérica. Esquematicamente, no âmbito da fiscalização, estas áreas podem ser representadas na Figura 1.4. Área da qualidade

Área administrativa técnica Área do ambiente

OBRA

PROJETO

Área de planeamento

Área da segurança Área da gestão técnica

As zonas de influência de cada uma destas áreas estabelecem a sua importância relativamente ao conjunto. Assim, vemos como todas as ações relacionadas com a gestão da qualidade ou da informação, incluídas na área administrativa, afetam todos e cada um dos órgãos e funções da estrutura organizacional, imprimindo um carácter transversal e condicionante ao seu desempenho. Da mesma forma, o planeamento, que interfere necessariamente em todas as áreas e todas as ações, coordenando as respetivas intervenções no tempo, é também uma zona de abrangência plena. A área técnica comporta uma subárea específica para a gestão da segurança, o que não significa uma menor importância desta última, mas apenas uma dependência funcional perfeitamente justificável.

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Figura 1.4 – Áreas de intervenção


Capítulo 3  I  Intervenção Básica na Obra  55

3.3.2.3 Modelos de documentação

No esquema inserido da Figura 3.3, que, aliás, corresponde ao modelo em formato A4, usado ao longo dos últimos anos, pode verificar­‑se esta afirmação. A estrutura do documento é sempre a mesma, para comunicações, não conformidades, notificações, pedidos de informação, pedidos de aprovação, etc., apenas variando a identificação consoante a sua função. O esquema gráfico proposto a seguir obedece a uma norma simples e plenamente justificada. Basta ter em conta que “há um sítio para cada coisa e uma coisa para cada sítio”, como poderemos verificar no esquema representado na Figura 3.3.

"Há um sítio para cada coisa e uma coisa para cada sítio"

2 Identificação do projeto

1 Entidade responsável pela gestão

1 3 Identificação do tipo de documento

4 Número de registo do documento

2

4

3

5

6

7 5 Data de elaboração

6 Identificação do emissor

8

7 Identificação do recetor

8 Corpo (texto) do documento – variável 9

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9 Assinatura do autor

10

10 Rubrica do responsável

Figura 3.3 – Modelo da documentação tipificada


56  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

3.3.2.4 Circuitos da informação

Quando definimos sinteticamente a engenharia de base, acrescentamos que, no conteúdo do plano da qualidade, estarão incluídos os circuitos de informação que deverão, de uma forma geral, ficar ali estabelecidos. Nesta fase, em que a sua implementação se torna imprescindível, analisaremos a situação com maior detalhe, tendo em conta que a natureza de cada projeto irá condicionar o modelo mais adequado à sua especificidade. Existem dois tipos de circuitos: internos e externos. 3.3.2.4.1 Circuitos internos

Os circuitos internos são aqueles que servem os diversos órgãos de intervenção da gestão e que também requerem especiais cuidados, principalmente no sentido de acautelar a sua fluidez e eficácia. Não se poderá exigir qualquer modelo de circuitos externos e implementar corretamente o seu funcionamento, se “dentro de casa” a gestão da informação não estiver perfeitamente definida e assegurada. A melhor metodologia é a simplificação e o envolvimento de todos os membros, visando agilizar a circulação e a divulgação da informação, para incentivar a participação e o espírito de equipa. Um modelo simplificado, mas correspondente a situações reais e garantidamente funcionais numa empresa de média/ /grande dimensão, pode servir de exemplo desta metodologia, cujo funcionamento podemos resumir, como exemplo, nos seguintes termos: • Saída: produção e transmissão de documentação interna. Qualquer documento produzido internamente deve ser endereçado e assinado pelo seu autor e verificado e rubricado pelo superior hierárquico da estrutura organizacional. Passa depois ao secretariado, para ser classificado de acordo com os critérios de codificação de assuntos, estabelecido para o projeto. O original é enviado ao destinatário externo (em alguns casos pode ser necessário enviar cópias para conhecimento, por exemplo, ao cliente) e uma cópia é integrada numa “Pasta de saídas” de circulação diária por todo os setores ou núcleos, para conhecimento geral dos assuntos tratados pela equipa. Após rubricada pelos responsáveis dos núcleos, esta cópia passa ao arquivo geral. receção e tratamento da informação externa. A receção consiste no registo de entrada de toda a documentação recebida. Passa seguidamente a despacho do coordenador­‑geral que indicará o destinatário ou destinatários internos e as ações que estes deverão desenvolver em cada caso. Ato contínuo, passa à classificação, nos mesmos moldes que a documentação interna. O original é integrado numa “Pasta de entradas” de circulação diária por todos os setores ou núcleos, para conhecimento dos assuntos recebidos e dos despachos correspondentes. Após rubricado pelos responsáveis dos núcleos, o original passa ao arquivo geral. Simultaneamente, o secretariado fará uma cópia que enviará aos destinatários internos, de acordo com o despacho do coordenador­‑geral. Esta cópia servirá como referência para as ações a desenvolver e alimentará o arquivo de trabalho de cada um dos elementos da equipa. Seguidamente, apresentaremos os fluxogramas (Figuras 3.4 e 3.5) dos circuitos internos que acabamos de explicar e que definem o modelo para a circulação da informação em ambos os sentidos.

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• Entrada:


Capítulo 3  I  Intervenção Básica na Obra  57

Secretariado

Coordenador geral

Coordenador de núcleos

Especialistas

Obtenção no registo informático do modelo e da referência do documento a elaborar

Elaboração, assinatura e registo (fica em ficheiro informático)

Original

Original

Original

Original

Verificação e rubrica

Classificação

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Cópia

Cópia

Pasta de saídas – documentação interna Para conhecimento e rubrica de todos

Cópia

Arquivo geral

Expedição

Figura 3.4 ­– Fluxograma da produção e expedição da informação


58  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

Secretariado

Coordenador geral

Coordenador de núcleos

Especialistas

Original

Arquivo

Arquivo

Arquivo

Cópia

Cópia

Receção

Original

Despacho

Cópia

Classificação

Análise e tratamento

Distribuição

Cópia

Original

Arquivo geral

Figura 3.5 – Fluxograma da receção e tratamento da informação

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Pasta de entradas – documentação externa Para conhecimento e rubrica de todos


80  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

Tabela 3.2  BOLETIM DE SEGUIMENTO

Cód. At Descrição da atividade

Janeiro Fevereiro Início Fim real real 4 11 18 25 1 8 15 22 1

Março

Abril

8 15 22 29 5 12 19

Linha S – Troço 1 – Sto. Ovídio-Aliados Estação de São Bento 1111200450 Montagem de estaleiro 1111200550 Desmontagem de estaleiro 1111201550 Escavações 1111201650 Paredes moldadas 1111201750 Estacas 1111202450 Betão de enchimento 1111204650 Aparelhos de via 1111205250 Bombagem 1111205450 Ventilação 1111206060 Ensaios electromecânicos 1111206250 Iluminação 1111206450 Quadros eléctricos 1111206650 Transformadores 1111206850 Força motriz 1111207050 Sinalização montagem 1111207060 Sinalização ensaios 1111207450 Sistema sonoro 1111208450 Ascensores e esc. rolantes 1111208650 Bilhética/montagem 1111208750 Detec. e comb. a incêndios

Estação dos Aliados 1111400450 Montagem de estaleiro 1111401550 Escavações

Exemplo: Para mais fácil apreensão dos conceitos, consideremos o seguinte plano de trabalhos nas Figuras 3.15 e 3.16.

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Mensalmente são utilizados estes dados de seguimento e será feito o processamento da rede lógica de suporte do planeamento. Este processo irá identificar e quantificar a evolução e os eventuais desvios temporais. Da análise dos resultados obtidos, serão elaboradas conclusões que farão parte do relatório periódico a apresentar.


0 0

6 15 14 14 15 15 2 12 6 5 6 2 8 1

222200 Encontro dir. betonagem de fundações

222400 Encontro dir. cofragem e betonagem

122900 Encontro esq. secagem e endurecim. do betão

222900 Encontro dir. secagem e endurecim. do betão

120500 Encontro esq. aterro e compactação

220500 Encontro dir. aterro e compactação

508100 Montagem de vigas metálicas

502300 Cofragem/armadura ferro/betonagem lage

503800 Lancis e pavimentação

003800 Passeios/montagem de guardas

000500 Retificação do leito do rio

001600 Aprovis. de plantas/plantação taludes

001400 Colocação de enrrocamento nas margens

000900 Limpezas finais/desmont. estaleiro

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

6

002200 Escavação e abertura de fundações 15

5

000500 Limpeza e remoção de terras

0

0

122200 Encontro esq. betonagem de fundações

3

500150 Aprovision./transp. vigas e guardas metálicas

0

0

122400 Encontro esq. cofragem e betonagem

1 38

008300 Transporte e instalação de equipamentos

5 15

Dur. % de estim. real.

000050 Aprovisionamento materiais de const. civil

Descrição da atividade

000400 Montagem de estaleiro

Cód. da ativ.

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Figura 3.15 – Plano de trabalhos base

1

8

2

6

5

6

12

2

15

15

14

14

15

6

15

6

5

3

38

1

15

5

Semanas Dur. rest. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Capítulo 3  I  Intervenção Básica na Obra  81


136  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

Exemplo: reportando­‑nos a uma empreitada caracterizada pela evolução expressa na Tabela 3.21 A. Tabela 3.21  A PESO DOS MEIOS DE PRODUÇÃO

Valor de venda 823.001,30 € Evolução da Faturação PP Referencial

Faturação

Referencial Valor Mês corrigido % acumulado (€) (€)

Média (€)

Faturação Faturação Valor mensal acumulada acumulado (€) (%) (%)

Média (€)

Diferença entre a média do referencial corrigido e a média da faturação real (€)

1

4

36.541,26

1,48

1,48

12.180,42

2

10

82.300,13

2,88

4,36

35.882,86

3

17 138.264,22 91.846,95

1,92

6,28

51.684,48

4

24 197.520,31 151.103,04

3,51

9,79

80.571,83

5

33 273.236,43 226.819,16 251.180,00

2,24

12,03

99.007,06

6

44 358.828,57 312.411,29

2,62

14,65

120.569,69

7

63 520.136,82 473.719,55

2,89

17,54

144.354,43

151.942,50

8

74 605.728,96

9

83 681.445,08 φ

0,32

Qr

26.804,02 €

10 90 740.701,17

46.417,27

99.237,50

11 96 786.460,04 12 100 823.001,30

Sendo o seu valor, segundo se expressa na Figura 3.29 e na Tabela 3.21 A, de 151.942,50€ Meios imobilizados: a Fp acumulada equivale ao montante de 473.719,55€ φ = Δ\ F / PT Φ = 151.942,50€/473.719,55€, = 0,32 Qp: finalmente, aplicando a fórmula para cálculo, teremos:

Qp = 0,32 x (55% × 151.942,50€) = 26.804,02€ Todavia, quando o período de interrupção acontece após um período longo do tempo de execução previsto, será mais equitativo fazer os cálculos anteriores utilizando as médias dos dados da progressão, como se vê na Tabela 3.21 B.

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Qr = [φ × %MP × ΔPdt]


Capítulo 3  I  Intervenção Básica na Obra  137 Tabela 3.21 B  PESO DOS MEIOS DE PRODUÇÃO

Valor de venda 823.001,30 € Evolução da Faturação PP Referencial

Faturação

Valor Mês % acumulado (€)

1

4 36.541,26

Média (€)

Referencial corrigido (€)

Diferença entre a média Valor Média Faturação Faturação Média do referencial mensal acumulada acumulado (€) (€) corrigido e a média (%) (%) (€) da faturação real (€)

59.420,69

2 10 82.300,13

1,48

1,48

12.180,42

2,88

4,36

35.882,86

24.031,64

35.389,06

3 17 138.264,22

102.875,16

1,92

6,28

51.684,48

4 24 197.520,31

162.131,26

3,51

9,79

80.571,83

5 33 273.236,43 297.597,27 237.847,38 262.208,21

2,24

12,03

99.007,06 99.237,50

6 44 358.828,57

323.439,51

2,62

14,65

120.569,69

7 63 520.136,82

484.747,77

2,89

17,54

144.354,43

162.970,72

φ

0,55

Qr

49.085,46

8 74 605.728,96 9 83 681.445,08 10 90 740.701,17 11 96 786.460,04 12 100 823.001,30

Sendo o seu valor, segundo se expressa na Tabela 3.21 B, de 162.970,72€. Meios imobilizados: a Fp acumulada equivale ao montante de 262.208,21€ φ = ΔF/Fp Φ = 162.970,72€/262.208,21€ = 0,55

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Qp: Finalmente, aplicando a fórmula para cálculo, teremos: Qr = [φ × %MP × ΔPdt] Qp = 0,55 x (55% × 162 970,72) = 49.085,46€ Observamos que, para este caso e com os mesmos dados de partida, o resultado é mais penalizador para o dono de obra.


138  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

3.6.3.6  Prorrogação do prazo Os artigos 282.º e 354.º do CCP determinam que a compensação por perda de produtividade pode ser transformada em aumento do prazo de execução, instrumento que podemos utilizar da seguinte forma:

• Logo que identificada a Qp, essa mesma representará a compensação devida ao

executante pelos impedimentos sofridos, que traduzido em prorrogação de prazo será: Fp Tp χ = PRG = (Qp × Tp) / Fp χ Qp PRG = (Qp × Tp) / Fp

• Com esta formulação teremos o PRL correspondente a todo o período conheci-

do, mas esta situação poderá não respeitar o ponto 3 do artigo 282.º do CCP, que implica a denúncia dos impedimentos na data em que ocorrem, pelo que será conveniente fazer os cálculos mês a mês, aglutinando e simplificando as fórmulas anteriores nas expressões seguintes: PRG = [(φ × %CD × Fp) × Tp] / Fp PRG = [((ΔF/Fp)*%CD*Fp)*Tp)] / Fp PRG = [(ΔF × %CD) × Tp] / Fp

Legenda da simbologia Qp – quebra de produtividade; Φ – (fi) coeficiente de inatividade; %CD – peso dos custos diretos; Fp – faturação prevista; ΔF – diferencial na faturação

“5 – Na falta de estipulação contratual, o valor da reposição do equilíbrio financeiro corresponde ao necessário para repor a proporção financeira em que assentou inicialmente o contrato é calculado em função do valor das prestações a que as partes se obrigaram e dos efeitos resultantes do facto gerador do direito à reposição no valor dessas mesmas prestações. “6 – A reposição do equilíbrio financeiro não pode colocar qualquer das partes em situação mais favorável que a que resultava do equilíbrio financeiro inicialmente estabelecido, não podendo cobrir eventuais perdas que já decorriam desse equilíbrio ou eram inerentes ao risco próprio do contrato”. Dos quais se depreende que o valor da reposição por Qr estará limitado pelo peso da margem industrial estabelecida neste caso em 6% do valor contratado e equivalente a 49.380,00€. Este argumento da Qr, assaz correto, deve ser considerado com muitas cautelas quando se trata de uma apreciação global, pelas seguintes razões:

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Contudo, os pontos 5 e 6 do Decreto­‑Lei n.º 18/2008 atualizado determinam que:


Anexo – Diplomas Legais Base legal vigente – Decreto­‑Lei n.º 18/2008

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Artigo 281.º Proporcionalidade e conexão material das prestações contratuais O contraente público não pode assumir direitos ou obrigações manifestamente desproporcionados ou que não tenham uma conexão material directa com o fim do contrato. Artigo 282.º Reposição do equilíbrio financeiro do contrato 1 – Há lugar à reposição do equilíbrio financeiro apenas nos casos especialmente previstos na lei ou, a título excepcional, no próprio contrato. 2 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, o co­‑contratante só tem direito à reposição do equilíbrio financeiro quando, tendo em conta a repartição do risco entre as partes, o facto invocado como fundamento desse direito altere os pressupostos nos quais o co­‑contratante determinou o valor das prestações a que se obrigou, desde que o contraente público conhecesse ou não devesse ignorar esses pressupostos. 3 – A reposição do equilíbrio financeiro produz os seus efeitos desde a data da ocorrência do facto que alterou os pressupostos referidos no número anterior, sendo efectuada, na falta de estipulação contratual, designadamente, através da prorrogação do prazo de execução das prestações ou de vigência do contrato, da revisão de preços ou da assunção, por parte do contraente público, do dever de prestar à contraparte o valor correspondente ao decréscimo das receitas esperadas ou ao agravamento dos encargos previstos com a execução do contrato. 4 – A reposição do equilíbrio financeiro efectuada nos termos do presente artigo é, relativamente ao evento que lhe deu origem, única, completa e final para todo o período do contrato, sem prejuízo de tal reposição poder ser parcialmente diferida em relação a quaisquer efeitos específicos do evento em causa que, pela sua natureza, não sejam susceptíveis de uma razoável avaliação imediata ou sobre cuja existência, incidência ou quantificação não exista concordância entre as partes. 5 – Na falta de estipulação contratual, o valor da reposição do equilíbrio financeiro corresponde ao necessário para repor a proporção financeira em que assentou inicialmente o contrato e é calculado em função do valor das prestações a que as partes se obrigaram e dos efeitos resultantes do facto gerador do direito à reposição no valor dessas mesmas prestações. 6 – A reposição do equilíbrio financeiro não pode colocar qualquer das partes em situação mais favorável que a que resultava do equilíbrio financeiro inicialmente estabelecido, não podendo cobrir eventuais perdas que já decorriam desse equilíbrio ou eram inerentes ao risco próprio do contrato.


Glossário Para facilitar a compreensão destas matérias, julgamos conveniente inserir um glossário que visa identificar os conceitos que são utilizados e que correspondem à nossa cultura e práticas de mercado, por direito consuetudinário. A terminologia americana utilizada nos textos provenientes dessa origem, por muito “bem-sonante” que a muitos possa parecer, emerge de uma realidade diferente da nossa, não se podendo traduzir com a suficiente clareza, nem adotar sem riscos de interpretações duvidosas. De resto, será sempre mais sensato e proveitoso adaptar a linguagem à realidade, do que a realidade à linguagem. Ações de gestão – Conjunto de atividades direcionadas para desempenhar uma função concreta. Na gestão de projetos são consideradas as seguintes ações principais: organizar, planear, coordenar e controlar. Atividade (em planeamento) – Operação necessária para executar quantidades de trabalho da mesma natureza, que requer a intervenção de recursos, consome tempo e provoca um custo. Atividade crítica (em planeamento) – As atividades que pertencem ao caminho crítico de um cronograma baseado no método do caminho crítico (CPM), no limite, é uma atividade sem folga. Adequação ambiental – Análise e minimização dos impactos sobre o meio em que o projeto se desenvolve. Adequação económica – Análise e avaliação dos fatores económicos que afetam o desenvolvimento do projeto, para definir os seus parâmetros mais eficazes. Adequação tecnológica – Análise e avaliação das tecnologias aplicáveis em cada projeto, para definir as mais convenientes aos seus objetivos. Afetação de recursos – Atribuir os recursos às atividades. Alteração de objetivos – Modificar ou suprimir objetivos de um projeto.

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Análise de mercado – Prospeção e avaliação das condições de oferta e procura para um determinado produto. Análise de propostas – Na contratação; avaliação comparativa das ofertas de um concurso. Análise opcional – Conjunto de ações que deverão permitir equacionar a viabilidade e as opções possíveis, nas vertentes principais, para o desenvolvimento de um projeto.


208  Gestão e Fiscalização de Empreitadas

Áreas de intervenção – Espaços operacionais sobre os quais se exerce uma função determinada, aplicando um sistema de gestão. Auditoria – Inspeção aos procedimentos e ao sistema de informação (arquivo da documentação) utilizados para desenvolver uma intervenção (sistema de gestão), em consonância com um plano de qualidade estabelecido. Baseline plan (plano base) – Conjunto de documentos que constituem o referencial para aferir o desenvolvimento do projeto. Neste contexto equivale ao plano diretor. Benchmarking – Procedimento que procura soluções por comparação com casos semelhantes, metodologia de gestão que utiliza este procedimento. Caderno de encargos – Conjunto de elementos, condições e requisitos que devem ser satisfeitos pelos proponentes a um concurso. Calendarização – Distribuição pelo tempo real (calendário) das tarefas a executar. CCP – Quadro legal que rege os procedimentos necessários para a contratação pública, sendo igualmente aplicável no setor privado. Centro de custos – Unidade contabilística de apuramento de custos, que engloba elementos da mesma natureza e dá origem a custos homólogos. Circuitos da informação – Percurso que a documentação informativa deve percorrer desde a sua origem, passando pelos destinatários até ser arquivada. Contabilidade analítica – Consiste na aplicação da técnica contabilística aos fenómenos internos de cada unidade de produção, visando a avaliação dos bens produzidos e vendidos e o controlo das condições internas de exploração. Contratação – Operação destinada a obter bens e serviços no mercado. Controlo – Ação de aferição comparativa entre a realidade e a previsão – monitorização de resultados. CPM (Critical Path Method) – Método do caminho crítico é um método determinístico, em que a duração das atividades é determinada pela quantidade de recursos aplicados na sua execução. Critério de rigidez – Método para o cálculo da criticidade numa rede lógica. Critério do segmento agravado – Método para o cálculo de revisões de preço em condições específicas. Criticidade – Numa rede lógica, expressa a folga total em relação a um prazo dado. Custo atual (CPTR) – Quando comparado com o custo previsto, teremos o valor ganho (earned value). Custo corrente (CRTR) – Actual cost. Custo previsto do trabalho programado (CPTP) – Traduz o orçamento previsional.

© Lidel – Edições Técnicas

Cronograma – Planificação temporal das atividades, em inglês schedule.


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