8 cm
17,6mm
PATOLOGIA DEGENERATIVA DA COLUNA VERTEBRAL Esta obra tem como principal objetivo a apresentação de uma visão estruturada e atualizada das principais alterações degenerativas da coluna vertebral. Para tal, foi dada especial relevância a uma abordagem diagnóstica moderna e sistematizada, com análises de algumas das mais recentes inovações tecnológicas, de forma a oferecer as melhores opções de tratamento para cada caso específico. Seguindo esta orientação, e como reflexo da multidisciplinaridade característica do tratamento das principais patologias da coluna vertebral, reuniu-se uma compilação de saberes de diversos médicos de referência nas suas áreas clínicas (Ortopedia, Neurocirurgia, Reumatologia, Fisiatria, Neurorradiologia e Anestesiologia).
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Este livro destina-se maioritariamente a médicos das especialidades que lidam com a patologia da coluna vertebral, sendo uma ferramenta essencial para todos aqueles que desejam aprofundar os seus conhecimentos nesta área.
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Coordenação: Luís Teixeira Médico Especialista em Ortopedia e Traumatologia; Diretor-Geral do Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra.
ISBN 978-989-752-359-5
www.lidel.pt
9 789897 523595
www.lidel.pt
Direitos de autor a favor de:
16,7cm x 24cm
8 cm
PATOLOGIA DEGENERATIVA DA COLUNA VERTEBRAL Coordenação:
´ Luis Teixeira Bruno Maia
1 1.1 1.2 1.3 1.4 2 3 4 4.1 4.2 4.3 5 6 7 8 9 10 11 12 12.1 12.2
Patologia Degenerativa da Coluna Lombar Epidemiologia da Dor Lombar Etiologia da Dor Lombar e Diagnósticos Diferenciais Sinais de Alarme na Dor Lombar Aguda: Red, Orange, Yellow, Blue e Black Flags Hérnia Discal Lombar Patologia Degenerativa da Coluna Cervical Deformidades da Coluna do Adulto Deformidades da Coluna Vertebral em Crescimento Cifoses Escolioses Espondilólise e Espondilolistese Tumores com Localização na Coluna Vertebral Envolvimento Vertebral no Contexto das Doenças Reumáticas: Clínica e Diagnóstico Medicina Física e de Reabilitação na Dor Lombar Inespecífica Avaliação Neurorradiológica Vertebral: Indicações e Patologia Frequente Cuidados Pós-operatórios em Cirurgia da Coluna Complicações em Cirurgia da Coluna Papel da Consulta da Dor Nova Era em Cirurgia da Coluna Cirurgia da Coluna: Passado, Presente e Futuro Evolução na Versatilidade Biológica e Novos Implantes em Cirurgia da Coluna
“O Futuro irá trazer novos desafios e desenvolvimentos que só poderão ser compreendidos e integrados com a estruturação e aprofundamento dos conhecimentos do Presente.” Os Coordenadores
´ Luis Teixeira Bruno Maia
Bruno Maia Interno Complementar de Ortopedia na Unidade Local de Saúde da Guarda; Colaborador do Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra.
PATOLOGIA DEGENERATIVA DA COLUNA VERTEBRAL
Outros títulos LIDEL
17cm x 24cm
ÍNDICE Autores.......................................................................................................................... VII Prefácio......................................................................................................................... XI Introdução..................................................................................................................... XII Siglas e abreviaturas..................................................................................................... XIII Extratexto a cores.......................................................................................................... XVII 1. Patologia Degenerativa da Coluna Lombar................................................... 1 1.1. Epidemiologia da Dor Lombar............................................................. 3 Isabel Simões 1.2. Etiologia da Dor Lombar e Diagnósticos Diferenciais........................ 6 Pedro Carvalhais, Susana Ângelo, Francisco Gomes 1.3. Sinais de Alarme na Dor Lombar Aguda: Red, Orange, Yellow, Blue e Black Flags.................................................................................. 15 Bruno Maia, Luís Silva, Rita Maia, Luís Teixeira 1.4. Hérnia Discal Lombar........................................................................... 27 João Moreno, Miguel Varzielas 2. Patologia Degenerativa da Coluna Cervical.................................................. 43 Bruno Maia, Marcel Sincari, Luís Teixeira 3. Deformidades da Coluna do Adulto................................................................ 69 Jorge Alves 4. Deformidades da Coluna Vertebral em Crescimento.................................... 105 4.1. Cifoses...................................................................................................... 107 Jorge F. Seabra 4.2. Escolioses................................................................................................. 123 Jorge F. Seabra 4.3. Espondilólise e Espondilolistese............................................................ 154 Jorge F. Seabra
V
Patologia Degenerativa da Coluna Vertebral
5. Tumores com Localização na Coluna Vertebral............................................ 163 José Casanova, Ruben Fonseca 6. Envolvimento Vertebral no Contexto das Doenças Reumáticas: Clínica e Diagnóstico........................................................................................................ 181 Margarida Oliveira, João Rovisco 7. Medicina Física e de Reabilitação na Dor Lombar Inespecífica.................. 199 Tiago Ribeira, Cláudio Sousa, José Luís Pereira, Marta Santos, Tomás Oliva 8. Avaliação Neurorradiológica Vertebral: Indicações e Patologia Frequente... 215 Mariana Baptista 9. Cuidados Pós-operatórios em Cirurgia da Coluna....................................... 225 Bruno Maia, Luís Silva, Rita Maia, Luís Teixeira 10. Complicações em Cirurgia da Coluna............................................................ 233 Vítor Pinho-Oliveira, Patrick Ferreira 11. Papel da Consulta da Dor................................................................................ 253 Edgar J. Semedo, Diana da Costa Chieira 12. Nova Era em Cirurgia da Coluna................................................................... 265 12.1. Cirurgia da Coluna: Passado, Presente e Futuro................................ 267 Luís Teixeira, Bruno Maia
12.2. Evolução na Versatilidade Biológica e Novos Implantes em Cirurgia da Coluna................................................................................ 289 Luís Teixeira, Bruno Maia, Fernando Judas
Índice remissivo............................................................................................................ 309
VI
AUTORES Coordenadores/Autores Luís Teixeira Médico Especialista em Ortopedia e Traumatologia; Diretor-Geral do Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra. Bruno Maia Interno Complementar de Ortopedia na Unidade Local de Saúde da Guarda; Colaborador do Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra.
Autores Cláudio Sousa Terapeuta Coordenador no Centro de Diagnóstico e Tratamento Integrado – Sanfil, Coimbra. Diana da Costa Chieira Interna Complementar de Anestesiologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Edgar J. Semedo Assistente Hospitalar de Anestesiologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE; Médico Anestesista no Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra. Fernando Judas Chefe de Serviço de Ortopedia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Francisco Gomes Interno de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE. Isabel Simões Médica Ortopedista no Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra. João Moreno Assistente Hospitalar de Ortopedia no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE. VII
Patologia Degenerativa da Coluna Vertebral
João Rovisco Assistente Hospitalar de Reumatologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE; Médico Reumatologista no Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra. Jorge Alves Assistente Hospitalar de Ortopedia no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, EPE, Penafiel. Jorge F. Seabra Ex-Responsável (1983-1994) e Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital Pediátrico de Coimbra (1994-2012); Médico Ortopedista na Clínica Particular de Coimbra. José Casanova Responsável pelo Centro de Referência de Oncologia de Adultos – Sarcomas das Partes Moles e Ósseos; Chefe de Serviço de Ortopedia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE; Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. José Luís Pereira Médico Fisiatra no Centro de Diagnóstico e Tratamento Integrado – Sanfil, Coimbra. Luís Silva Médico Especialista de Ortopedia; Colaborador do Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra; Clínica do Dragão Espregueira Mendes Sports Centre – FIFA Medical Centre of Excellence, Porto. Marcel Sincari Assistente Hospitalar de Neurocirurgia no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE; Médico Neurocirurgião no Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra. Margarida Oliveira Diretora do Serviço de Reumatologia no Centro Hospitalar Cova da Beira, EPE, Covilhã; Assistente convidada da Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior, Covilhã. Mariana Baptista Interna Complementar de Neurorradiologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE. Marta Santos Médica Fisiatra no Centro de Diagnóstico e Tratamento Integrado – Sanfil, Coimbra. VIII
Autores
Miguel Varzielas Assistente Hospitalar de Ortopedia no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE; Médico Ortopedista no Hospital CUF Viseu. Patrick Ferreira Interno Complementar de Anestesiologia no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE. Pedro Carvalhais Assistente Hospitalar de Ortopedia no Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE; Médico Ortopedista no Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra. Rita Maia Interna de Medicina Geral e Familiar na USF “A Ribeirinha”, Unidade Local de Saúde da Guarda. Ruben Fonseca Assistente de Ortopedia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE; Centro de Referência de Oncologia de Adultos – Sarcomas das Partes Moles e Ósseos. Susana Ângelo Interna de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE. Tiago Ribeira Responsável Técnico da Unidade de Medicina Física e Reabilitação no Centro de Diagnóstico e Tratamento Integrado – Sanfil, Coimbra. Tomás Oliva Médico Fisiatra no Centro de Diagnóstico e Tratamento Integrado – Sanfil, Coimbra. Vítor Pinho-Oliveira Assistente Hospitalar de Anestesiologia no Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE; Responsável do grupo de Anestesiologia do Hospital CUF Viseu.
IX
PREFÁCIO O livro Patologia Degenerativa da Coluna Vertebral tem uma grande relevância nos tempos atuais, pela obra, pela temática abordada e pelos autores. A obra aborda a patologia da coluna vertebral, que tem grande relevância e atualidade em termos de saúde pública porque é muito frequente, tem assento em estruturas anatómicas muito complexas e delicadas, pode originar lesões muito graves e exige diagnóstico correto e tratamento adequado. Os diversos assuntos são abordados de forma sistemática, multidisciplinar, abrangente e virada para o futuro. A temática sustenta-se no conhecimento das ciências básicas, mas dá relevância à abordagem diagnóstica moderna e protocolada, às inovações no tratamento conservador e cirúrgico, nomeadamente com o recurso a novas tecnologias, e não esquece a reabilitação física, psíquica e socioprofissional dos pacientes. Está dirigido a profissionais de saúde que, independentemente da sua área profissional, pretendam ter uma visão sistematizada e atualizada das patologias da coluna vertebral, desde o seu diagnóstico até ao tratamento mais recente, pretendendo ser “… uma ferramenta útil para aqueles que desejam aprofundar os seus conhecimentos nesta área”. Os autores são “experts” nas diversas áreas e abordaram os temas com clareza, rigor científico e aplicabilidade na prática clínica, própria de quem lida no terreno com estes assuntos no seu dia a dia e, por tal motivo, conhece melhor do que ninguém e de forma profunda os problemas das pessoas. A liderança, dedicação e competência do Dr. Luís Teixeira, o entusiasmo, conhecimento e lealdade do Dr. Bruno Maia, coordenadores dum naipe de autores de excelência que construíram a obra, merecem da nossa parte reconhecimento e louvor pelos seus feitos em prol do conhecimento médico e, em especial, pelos doentes que sofrem da coluna vertebral!
Prof. Doutor António Oliveira Cirurgião de Coluna Diretor do Serviço de Ortopedia no Centro Hospitalar do Porto, EPE Professor Catedrático no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS-UP) Presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (2015-2016)
XI
INTRODUÇÃO A patologia degenerativa da coluna vertebral apresenta um impacto social, económico e clínico importante, visível na quantidade de doentes que todos os dias é referenciada às consultas de Medicina Geral e Familiar e às consultas das especialidades de Ortopedia e Neurocirurgia, Fisiatria e Reumatologia. Devido ao seu elevado grau de complexidade, a coluna vertebral apresenta múltiplas alterações que afetam especificamente cada um dos seus segmentos. A sua patologia depende ainda do escalão etário afetado. Perante esta diversidade e complexidade, decidimos elaborar um livro de forma a abranger as principais temáticas da patologia da coluna vertebral. Deixando, quiçá, para uma segunda obra a patologia traumática da coluna, devido à sua especificidade, decidimos focar-nos com maior precisão e objetividade nas principais alterações de etiologia degenerativa, deformidades, patologia infeciosa e tumoral. Na nossa prática clínica, procuramos fazer uma abordagem multidisciplinar do doente. É necessário ter um conhecimento abrangente e aprofundado, de forma a oferecer aos nossos doentes as melhores opções de tratamento para cada caso específico. Foi essa orientação que seguimos na realização deste livro. Como pretendemos realizar uma abordagem resumida das principais patologias da coluna vertebral, e na sequência da multidisciplinaridade que nos orienta, decidimos incluir colegas das especialidades médicas de Ortopedia, Neurocirurgia, Reumatologia, Fisiatria, Neurorradiologia e Anestesiologia. Este livro é fruto do trabalho dos diversos autores e por isso uma compilação de saberes. Médicos de referência nas suas áreas clínicas unidos pela vontade de transmitir o seu conhecimento. Esta obra destina-se maioritariamente a médicos das especialidades que lidam com a patologia da coluna vertebral, não pretende esgotar em si mesmo o conhecimento desta vasta patologia, mas apenas ser uma ferramenta útil para aqueles que desejam aprofundar os seus conhecimentos nesta área. Esperamos que seja do vosso agrado. Luís Teixeira Bruno Maia Os Coordenadores
XII
EXTRATEXTO A CORES
Fig. 1.4.10
Fig. 1.2.1
Fig. 2.19
Fig. 3.19
Fig. 2.16
Fig. 5.4 XVII
Patologia Degenerativa da Coluna Vertebral
Figura 1.2.2: Ressonância magnética (RM) de um corte axial e sagital em aquisição em T2 demonstrando uma estenose central num doente com uma espondilolistese grau I no segmento L4-L5.
Síndrome da cauda equina É uma emergência médica, consistindo numa compressão grave das raízes nervosas que constituem a cauda equina. Pode caracterizar-se por: lombociatalgia bilateral com défice neurológico grave e progressivo ao nível dos membros inferiores (L3-S1), anestesia em sela do períneo e região perianal, hipotonicidade esfíncter anal, disfunção vesical (retenção urinária) e intestinal, disfunção sexual (S2-S4). Pode ser causada por alterações congénitas, formação tumoral, hérnia discal volumosa, patologia traumática, inflamatória ou infeciosa.
Patologia degenerativa da coluna lombar A lombalgia degenerativa é quase sempre acompanhada de comprometimento discal e interapofisário, dor na região lombar de instalação súbita ou insidiosa que bloqueia os movimentos, determinando atitude de rigidez da coluna lombar. O processo degenerativo das pequenas articulações posteriores pode causar irritação das raízes L3, L4, L5 e S1, provocando dor no território comprometido. Por outro lado, a acentuação da lordose devido à acentuação do ângulo lombossagrado ou fraqueza dos músculos glúteos e abdominais causam aumento do apoio nas articulações interapofisárias e dor. A assimetria das facetas articulares lombares também pode ser razão de manifestação dolorosa.
10
Sinais de alarme na dor lombar aguda: red, orange, yellow, blue e black flags
1.3 SINAIS DE ALARME NA DOR LOMBAR AGUDA: RED, ORANGE, YELLOW, BLUE E BLACK FLAGS Red Flags A “dor lombar inespecífica” é um evento benigno e autolimitado (normalmente com uma duração inferior a três meses) de elevada incidência, frequentemente observado e tratado em unidades de cuidados de saúde primários. Apenas 1 a 5% destes doentes apresenta uma patologia de coluna de maior gravidade, podendo necessitar de referenciação para especialidades dedicadas ao seu tratamento. A sua identificação levou à consideração de determinados sinais de alarme (Red Flags) que valorizam aspetos da história clínica e exame físico de forma a definir potenciais doentes em risco. As guidelines atuais assentam na importância de princípios básicos de triagem para a identificação destes doentes, no entanto, alguns estudos questionam o seu valor, uma vez que a sua aplicação de forma não criteriosa leva a gastos desnecessários com exames auxiliares de diagnóstico e referenciação. Um estudo elaborado por Hensche et al. demonstrou que 80% dos doentes com dor lombar apresentavam pelo menos uma Red Flag. No entanto, a ausência de qualquer sinal de alarme associa-se a 99% de probabilidade de exclusão de patologia grave da coluna. As Red Flags pretendem diferenciar quatro grupos de patologias que merecem uma investigação mais aprofundada: fraturas, malignidade, compressão medular/síndrome da cauda equina e infeção (Tabela 1.3.1). Tabela 1.3.1: Sinais de alarme de acordo com a patologia específica Fraturas • Trauma major • Trauma minor em idosos/doença osteoporótica • Corticosteroides • Sexo feminino • Deformidades estruturais
Malignidade
Compressão medular/ /Síndrome da cauda equina
Infeção
• Idade ˃20 ou ˂50 anos • História de cancro • Sintomas constitucionais (febre, arrepios, perda ponderal) • Falência de tratamento conservador
• Parestesias (em sela) • Perda de força muscular • Deterioração neurológica • Perda de função esfincteriana • Alterações da marcha
• Infeção bacteriana recente • Uso de drogas IV • Imunossupressão • Dor noturna • Infeção urinária recente • Sintomas constitucionais • Febre
15
Patologia Degenerativa da Coluna Vertebral
Figura 2.7: Avaliação do grau de força muscular nos membros superiores. 4 – Testes específicos No exame físico da coluna cervical existem inúmeros testes que podem evidenciar alterações neurológicas específicas: Teste de Spurling: útil na identificação de compressão radicular ao nível da coluna cervical. Para a sua execução, o doente deve lateralizar levemente a sua cabeça para o lado doloroso. De seguida, deve exercer-se uma força de compressão no topo da sua cabeça, de forma a exacerbar a compressão radicular, podendo ser evidenciada através de queixas álgicas irradiadas para o membro superior (Figura 2.8). Teste de distração: teste diagnóstico inverso ao Spurling. Consiste na descompressão das raízes nervosas cervicais, por meio da elevação da cabeça do doente. Em posição neutra, o médico deve posicionar uma mão nos ramos da mandíbula e a outra na região occipital, elevando a cabeça do paciente, proporcionando descompressão das raízes nervosas e alívio relativo da dor (Figura 2.9). Teste de compressão: utilizado de forma a evidenciar uma possível compressão radicular por hérnia discal. O médico deverá posicionar-se atrás do paciente com os dedos da mão entrelaçados, exercendo uma força contínua de compressão na região cervical. O teste é positivo quando o doente refere dor na região cervical ou irradiada para os membros superiores.
54
Patologia degenerativa da coluna cervical
Figura 2.12: Rx de perfil e ântero-posterior de uma coluna cervical com alterações degenerativas ao nível dos corpos vertebrais e facetas articulares.
Opções de tratamento A escolha do tratamento depende muito da apresentação clínica e respetivo grau de envolvimento e lesão de estruturas osteoligamentares e medulares. O tratamento conservador é indicado em doentes com dor axial ou radicular sem atingimento neurológico, consistindo em medicação analgésica e fisioterapia direcionada. Neuromoduladores tais como a gabapentina, pregabalina ou antidepressivos tricíclicos podem ser utilizados em casos de dor persistente, que não cede a medicação analgésica inicialmente prescrita. Injeção transforaminal de corticosteroides pode ter indicação em casos selecionados de radiculopatia a um nível, no entanto, a sua eficácia clínica é modesta, podendo apresentar alguns efeitos colaterais. Exercícios de fortalecimento e treino de marcha podem melhorar a qualidade de vida do doente, bem como os resultados clínicos no pós-operatório. O tratamento cirúrgico é proposto aos doentes que apresentem défices neurológicos moderados a severos ou com alterações clínicas rapidamente progressivas. O principal objetivo do tratamento cirúrgico é a libertação das estruturas neurológicas comprimidas. Outros objetivos passam pela fixação de segmentos instáveis e a correção de deformidades, de forma a prevenir futuras lesões e melhorar os resultados clínicos e funcionais. A abordagem cirúrgica a nível cervical tem sido alvo de um intenso debate na literatura. No entanto, a sua escolha encontra-se condicionada não só pelo tipo de alterações evidenciadas durante o estudo imagiológico do doente como também pela experiência do cirurgião. Em seguida iremos resumir as principais técnicas utilizadas no tratamento da patologia degenerativa da coluna cervical, bem como as principais questões impostas durante a escolha de cada uma. 61
Patologia Degenerativa da Coluna Vertebral
A hipercifose é uma deformidade da coluna no plano sagital que pode comprometer de forma significativa a postura em posição ortostática. Enquanto no plano coronal a coluna deve ser retilínea, no plano sagital existem curvaturas, mas dentro de limites considerados fisiológicos. A hipercifose atinge com mais frequência a coluna torácica, e define-se quando o ângulo de Cobb dorsal é superior a 50°. Das causas mais conhecidas de hipercifose salientam-se a doença de Scheuermann (tratada no adulto), a cifose pós-traumática e a espondilite anquilosante. No caso da doença de Scheuermann a etiologia ainda é desconhecida, embora existam várias teorias relacionadas com mecanismos mecânicos e genéticos. É definida como uma hipercifose dorsal com pelo menos três corpos vertebrais consecutivos com acunhamento superior a 5° (Figura 3.3). Tipicamente desenvolve-se durante a adolescência e é mais comum no género masculino. A doença é subclassificada na forma típica, quando existe uma hipercifose torácica e uma hiperlordose lombar não estruturada ou compensatória. A forma atípica acomete a transição toracolombar e é mais frequente em adolescentes atléticos. Na forma típica o ápex da cifose localiza-se entre T6 e T8, enquanto, na forma atípica, se situa mais inferiormente, perto da transição dorsolombar. A forma atípica tem maior tendência para a progressão e para se tornar sintomática. Alguns doentes só se apresentam e são tratados na idade adulta.
Figura 3.3: Doença de Scheuermann diagnosticada no adulto, com ângulo de Cobb de 84°. A cifose pós-traumática pode desenvolver-se pelo não reconhecimento, ou por uma má decisão no tratamento de uma fratura instável. As lesões por mecanismos de flexão-compressão associadas a lesão do complexo ligamentar posterior, ou as causadas por 74
Escolioses
Figura 4.2.18: Escoliose idiopática progressiva: agravamento observado em exames radiológicos sucessivos.
Escoliose idiopática infantil Surgem antes dos três anos de idade e, na grande maioria dos casos, são escolioses resolutivas, nomeadamente quando são notórias logo após o nascimento, por estarem ligadas à posição fetal (Figura 4.2.19).
Figura 4.2.19: Escoliose idiopática infantil. Radiologicamente, nas escolioses idiopáticas infantis (ao contrário das do adolescente) é possível formular um prognóstico, destrinçando as resolutivas das progressivas. Para isso segue-se o método proposto por Mehta que se baseia em dois aspetos: o cálculo da diferença dos ângulos costovertebrais (rib vertebral angle difference – RVAD) (Figura 4.2.20), e a avaliação da chamada fase de Metha (Figura 4.2.21). 135
Patologia Degenerativa da Coluna Vertebral
Exercício: • Inspirar; • Expirar e elevar a coluna lombar vértebra por vértebra, apertando uma nádega contra a outra; • Repetir 10 vezes.
Figura 7.1: Exercício n.º 1.
Exercício 2 Posição do corpo (Figura 7.2): • Decúbito dorsal, joelhos fletidos; • Pés apoiados no chão à largura das ancas; • Braços ao longo do tronco. Exercício: • Inspirar e elevar os braços acima da cabeça, apenas o que a amplitude do movimento permitir; • Expirar e trazer os braços de volta.
Figura 7.2: Exercício n.º 2. 204
Patologia Degenerativa da Coluna Vertebral
Outras complicações Complicações cardíacas e vasculares As complicações cardíacas assumem-se como a principal causa de morte no peri-operatório da cirurgia da coluna, e nem sempre estão relacionadas com doença coronária preexistente. Estima-se ainda que a incidência de isquemia miocárdica silenciosa se situe em 15%. Os principais fatores de risco para este tipo de complicações incluem idade superior a 60 anos, género masculino, obesidade abdominal, tabagismo, hipertensão, diabetes mellitus, baixos níveis de HDL e aterosclerose calcificada da aorta ou dos vasos ilíacos comuns.
Complicações gastrointestinais Úlceras de stress: a incidência documentada de gastrite e formação de úlcera em doentes submetidos a cirurgia da coluna é de 0,33% e 0,08%, respetivamente, tendo vindo a baixar a ocorrência de hemorragia devido à maior adoção de estratégias farmacológicas profiláticas. As úlceras de stress parecem resultar da isquemia dos capilares gástricos com menor resistência à ação corrosiva das secreções gástricas. Para isto contribuem fatores como o uso pré-operatório de AINE e corticoides, a ventilação mecânica, trauma e cirurgia complicada. Íleo paralítico: é uma complicação sobejamente conhecida da cirurgia da coluna, com uma incidência de 5 a 12%. É particularmente problemático nos doentes com lesão medular, que rapidamente se tornam catabólicos, necessitando de instituição precoce de nutrição parentérica. Síndrome de Ogilvie: também conhecida como pseudo-obstrução do cólon, caracteriza-se por uma distensão abdominal maciça com diâmetro cecal superior a 9 cm, e apresenta uma clínica mais exuberante e frequente do que o íleo paralítico, com náuseas e vómitos, obstipação, diarreia e dor. A sua incidência na cirurgia da coluna é cerca de 12%. Esta complicação pós-operatória pode contribuir para o prolongamento do tempo de internamento e na morbilidade pós-operatória. O principal receio nesta síndrome é a perfuração do cólon (até 3% dos casos), associada a uma taxa de mortalidade de 50%.
Conclusão Em Medicina não existem atitudes terapêuticas desprovidas de qualquer risco ou complicação. A cirurgia de coluna, não obstante a diversidade de procedimentos e a constante e vertiginosa evolução técnica que tem possibilitado a resolução de patologias cada vez mais complexas com maior segurança, eficácia e menor grau de invasividade, está associada a complicações genéricas de qualquer procedimento invasivo (como as complicações infeciosas ou tromboembólicas) e complicações específicas decorrentes do tipo de patologia e 250
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Coordenação: Luís Teixeira Médico Especialista em Ortopedia e Traumatologia; Diretor-Geral do Spine Center – Cirurgia da Coluna, Hospital da Luz, Coimbra.
ISBN 978-989-752-359-5
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9 789897 523595
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16,7cm x 24cm
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´ Luis Teixeira Bruno Maia
1 1.1 1.2 1.3 1.4 2 3 4 4.1 4.2 4.3 5 6 7 8 9 10 11 12 12.1 12.2
Patologia Degenerativa da Coluna Lombar Epidemiologia da Dor Lombar Etiologia da Dor Lombar e Diagnósticos Diferenciais Sinais de Alarme na Dor Lombar Aguda: Red, Orange, Yellow, Blue e Black Flags Hérnia Discal Lombar Patologia Degenerativa da Coluna Cervical Deformidades da Coluna do Adulto Deformidades da Coluna Vertebral em Crescimento Cifoses Escolioses Espondilólise e Espondilolistese Tumores com Localização na Coluna Vertebral Envolvimento Vertebral no Contexto das Doenças Reumáticas: Clínica e Diagnóstico Medicina Física e de Reabilitação na Dor Lombar Inespecífica Avaliação Neurorradiológica Vertebral: Indicações e Patologia Frequente Cuidados Pós-operatórios em Cirurgia da Coluna Complicações em Cirurgia da Coluna Papel da Consulta da Dor Nova Era em Cirurgia da Coluna Cirurgia da Coluna: Passado, Presente e Futuro Evolução na Versatilidade Biológica e Novos Implantes em Cirurgia da Coluna
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