17cmx24cm
Lidel Enfermagem
Enfermagem de
M
Os seus autores, profissionais na clínica e professores de diferentes instituições, maioritariamente enfermeiros, mas também alguns médicos e psicólogos, partilham com todos os leitores informação atual, pertinente e rigorosa, baseada na evidência científica e nas orientações das entidades reguladoras nacionais e internacionais, contribuindo para a reflexão diária e o aperfeiçoamento da Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.
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CM
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Estamos perante uma obra muito útil para o Enfermeiro Especialista e para o estudante que se esteja a iniciar no cuidado especializado, mas não só; também o enfermeiro de cuidados gerais e outros profissionais de saúde encontram aqui orientações para o melhor exercício da sua profissão.
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Coordenação:
Rosália Marques – Enfermeira-chefe do Bloco de Partos, Urgência Obstétrica e Ginecológica do Hospital Garcia de Orta, EPE; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Professora Adjunta Convidada da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa; Terapeuta em Acompanhamento Haptonómico no Pré e Pós-natal; Membro de Direção da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras.
ISBN 978-989-752-146-1
9 789897 521461
www.lidel.pt
Margarida Amado Batista – Enfermeira Coordenadora da Área da Mulher, Recém-nascido e Medicina Intensiva do Hospital Beatriz Ângelo; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.
Manuela Néné Rosália Marques Margarida Amado Batista
Manuela Néné – Professora Coordenadora na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa; Doutora em Psicologia e Pós-doutoranda em Ciências de Enfermagem; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Membro Integrado da Unidade de Investigação do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Investigadora Permanente no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa.
Enfermagem de
Organizado em cinco partes essenciais, Preconceção, Assistência pré-natal, Gravidez de risco, Trabalho de parto, parto, puerpério e recém-nascido, e Aspetos legais, este livro aborda o puerpério numa perspetiva de educação para a saúde, de forma a promover o desenvolvimento de competências parentais.
Lidel Enfermagem
Saúde Materna e Obstétrica
Saúde Materna e Obstétrica
Acompanhar a mulher e a família desde a fase pré-concecional até à menopausa é um dos campos de atuação do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. No sentido de lhe proporcionar os fundamentos e as orientações adequadas para aprofundar os seus conhecimentos durante o exercício profissional, delineou-se esta obra na área da saúde materna e obstétrica, cujo conteúdo incide sobre a preconceção até ao puerpério, tendo como base as intervenções autónomas e interdependentes da enfermagem especializada.
C
17cmx24cm
31,5mm
Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica
Coordenação:
Manuela Néné Rosália Marques Margarida Amado Batista Direção da coleção:
Manuela Néné I Carlos Sequeira
Índice Autores .............................................................................................................................................................................
IX
Siglas .................................................................................................................................................................................
XVII
Introdução . ..................................................................................................................................................................... XXIII Extratexto ........................................................................................................................................................................
XXV
III Preconceção 1. Conceitos Básicos de Enfermagem Pré-Concecional 1. Conceitos Básicos de Enfermagem Pré-concecional.............................................................................
4
Cláudia Guerreiro/Isabel Dias
1.1. Reprodução no Feminino..................................................................................................................
7
Isabel Santos Silva
1.1.1. Cintura Pélvica.........................................................................................................................
13
Isabel Serra
1.2. Reprodução no Masculino................................................................................................................
17
João Franco
1.3. Fisiologia da Reprodução..................................................................................................................
25
Albina Sequeira/Catarina Amaral
1.4. Genética e Reprodução.....................................................................................................................
31
Deolinda Fróis
1.5. Avaliação Pré-concecional................................................................................................................
34
Cláudia Guerreiro/Isabel Dias
1.6. Procriação Medicamente Assistida.................................................................................................
40
Ermelinda Cheio
1.7. Consulta de Enfermagem Especializada no Pré-concecional..................................................
49
Cláudia Guerreiro/Isabel Dias
III assistência pré-natal 2. Fisiologia da Gravidez 2. Fisiologia da Gravidez....................................................................................................................................
56
João Franco
2.1. Alterações Fisiológicas na Gravidez................................................................................................
58
Ana Lavaredas/Vera Tomás
3. Aceitação e Vivência da Gravidez no Casal 3. Aceitação e Vivência da Gravidez no Casal...............................................................................................
70
Teresa Paula Marques
3.1. Estilos de Vida e Gravidez..................................................................................................................
73
Manuela Ferreira/Paula Nelas
3.2. Sexualidade na Gravidez...................................................................................................................
77
Maria Maceiras/Jacqueline C. Ribeiro
3.3. A Competência Cultural e a Prática de Enfermagem no Processo de Maternidade........... Vitória Parreira/Emília Coutinho/Manuela Néné
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III
83
Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
3.4. Extremos de Idade e Gravidez..........................................................................................................
94
Natércia Faria/Sara Ramos
3.5. Mutilação Genital Feminina..............................................................................................................
99
Manuela Néné/Mariana Mendes/Dora Carteiro
4. Assistência Pré-natal 4.1. Determinação do Risco Materno-fetal...........................................................................................
108
Adelaide Orfão
4.2. Assistência no 1.º Trimestre da Gravidez.......................................................................................
117
Ana Lúcia Torgal
4.3. Assistência no 2.º Trimestre da Gravidez.......................................................................................
123
Carolina Henriques/Maria Luísa Santos
4.4. Assistência no 3.º Trimestre da Gravidez ......................................................................................
130
Helena Marchão/Irene Soares
5. Exames Complementares de Avaliação Materno-fetal 5. Exames Complementares de Avaliação Materno-fetal.........................................................................
140
Maria João Esperança da Silva/Joaquim Neves
6. Preparação para o Nascimento e Parentalidade 6. Preparação para o Nascimento e Parentalidade.....................................................................................
152
Marília Pereira
6.1. Métodos de Preparação para o Nascimento e Parentalidade..................................................
158
Marília Pereira
6.2. Comunicação Intrauterina................................................................................................................
163
Maria João Esperança da Silva/Nuno Filipe Pires Lopes
6.3. Plano de Parto......................................................................................................................................
167
Maria Ofélia Lopes
6.4. Importância da Visita à Maternidade ............................................................................................
170
Margarida Amado Batista, Sandra Cota Pereira
6.5. Haptonomia: Outra Forma de Acompanhamento no Pré e Pós‑natal ..................................
175
Rosa Moreira /Rosália Marques/Teresa Silva
III Gravidez de risco 7. Complicações Induzidas pela Gravidez 7.1. Estados Hipertensivos da Gravidez . ..............................................................................................
182
Flora Monteiro/Cristina Fontes Leite
7.2. Diabetes Gestacional..........................................................................................................................
200
Ilda Inácio
7.3. Infeção Geniturinária..........................................................................................................................
206
Dora Carteiro
7.4. Ameaça de Parto Pré‑termo e Parto Pré‑termo . ........................................................................
211
Célia Magro/Elsa Guerreiro/Fátima Fidalgo
7.5. Hemorragias da Gravidez . ............................................................................................................... Ana Maria Rodrigues Casalta Miranda/Luís Miranda/Maria do Anjo Vermelho
IV
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216
Índice
8. Infeciologia na Gravidez 8. Infeciologia na Gravidez...............................................................................................................................
228
Ana Santana
8.1. Grupo TORCH ......................................................................................................................................
232
Ana Santana
8.2. Hepatite B ............................................................................................................................................
241
Márcia Amaral/Lídia Gomes Valinho
8.3. Vírus da Imunodeficiência Humana . .............................................................................................
244
Márcia Amaral/Lídia Gomes Valinho
8.4. Malária ..................................................................................................................................................
252
Márcia Amaral/Lídia Gomes Valinho
8.5. Estreptococos do Grupo B . ..............................................................................................................
257
Rute Baptista
9. Gravidez Não Evolutiva 9. Gravidez Não Evolutiva.................................................................................................................................
266
Luísa Sotto‑Mayor
9.1. Aborto Espontâneo.............................................................................................................................
267
Luísa Sotto‑Mayor
9.2. Gravidez Ectópica................................................................................................................................
276
Rute Matos
9.3. Interrupção da Gravidez....................................................................................................................
281
Ana Santos
9.3.1. Tipos de Interrupção da Gravidez.....................................................................................
284
Lucília Guerra Sousa
9.3.2. Métodos de Interrupção da Gravidez..............................................................................
287
Lucília Guerra Sousa
9.3.3. Quadro Legal da Interrupção da Gravidez......................................................................
292
Sérgio Deodato
10. Gravidez e Oncologia 10. Gravidez e Oncologia.....................................................................................................................................
298
Maria João Esperança da Silva/Joaquim Neves
IV trabalho de parto, parto, puerpério e recém-nascido 11. Trabalho de Parto 11. Trabalho de Parto............................................................................................................................................
308
António Fatia/Lídia Tinoco
11.1. Fisiologia do Trabalho de Parto........................................................................................................
321
António Fatia/Lídia Tinoco
11.2. Promoção do Parto Normal..............................................................................................................
324
Arminda Anes Pinheiro
11.3. A Posição da Mulher no Trabalho de Parto................................................................................... Leonor Mineiro/Bruno Rito/Vera Cardoso/Carina de Sousa
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V
335
Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
11.4. Partograma...........................................................................................................................................
348
Fernando Prada/Mónica Rafael
11.5. Indução do Trabalho de Parto..........................................................................................................
353
Sónia Fonseca
11.6. Métodos de Indução do Trabalho de Parto...................................................................................
356
Sónia Fonseca
11.7. Desvios ao Trabalho de Parto Normal............................................................................................
368
Fernando Prada/Mónica Rafael
11.8. Tipos de Parto.......................................................................................................................................
376
Sofia Inês Borges Rodrigues
11.8.1. Parto Normal..........................................................................................................................
377
Sofia Inês Borges Rodrigues
11.8.2. Parto Distócico.......................................................................................................................
382
Sofia Inês Borges Rodrigues
11.9. Manutenção do Bem-estar Materno-fetal Intraparto................................................................
388
Ana Santana/Marta Figueiredo
11.9.1. Vigilância do Bem-estar Materno-fetal............................................................................
392
Ana Santana/Marta Figueiredo
11.9.2. Manutenção das Necessidades da Parturiente.............................................................
400
Alexandra Paes do Amaral/Cristina Martins
12. A Dor em Obstetrícia 12. A Dor em Obstetrícia......................................................................................................................................
408
Açucena Guerra
12.1. A Dor no Trabalho de Parto...............................................................................................................
411
Luís Pedro/Susana Carvalho de Oliveira
12.2. Função da Dor no Trabalho de Parto..............................................................................................
413
Luís Pedro/Susana Carvalho de Oliveira
12.3. Métodos Não Farmacológicos de Alívio da Dor...........................................................................
416
Sónia Sofia C. H. Ferreira
12.4. Analgesia e Anestesia em Obstetrícia............................................................................................
425
Açucena Guerra
12.5. Riscos Anestésico-cirúrgicos.............................................................................................................
432
Ana Margarida Serafim
13. Puerpério 13.1. Fisiologia do Puerpério......................................................................................................................
438
Ana Filipa Ferreira
13.2. Alterações Psicológicas no Puerpério.............................................................................................
443
Mafalda Leitão
13.3. Necessidades em Cuidados de Enfermagem da Puérpera e Recém-nascido.......................
455
Maria João Freitas Santos/Maria Clara Duarte Baptista
13.4. Promover e Apoiar a Amamentação..............................................................................................
473
Dolores Sardo
13.5. Promover o Desenvolvimento das Competências Parentais.................................................... Alexandrina Cardoso/Manuela Nené
VI
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481
Índice
14. Recém-nascido 14.1. Adaptação à Vida Extrauterina: Cuidados Imediatos ao Recém‑nascido..............................
486
Maria João Santos Freitas/Maria Clara Duarte Baptista
14.1.1. Avaliação e Estabilização do Recém‑nascido.................................................................
487
Maria João Santos Freitas/Maria Clara Duarte Baptista
14.2. Reanimação Neonatal........................................................................................................................
492
Ana Jesus/Ivete Monteiro
14.2.1. Cateterismo Umbilical.........................................................................................................
499
Ana Jesus/Ivete Monteiro
14.3. Os Primeiros Dias do Recém‑nascido.............................................................................................
504
Rita Ventura
IV aspetos éticos 15. Aspetos Éticos ao Longo do Ciclo Gravídico e Puerperal 15. Aspetos Éticos ao Longo do Ciclo Gravídico e Puerperal......................................................................
512
Ana Paula Lima Nunes
Índice remissivo ............................................................................................................................................................
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VII
517
Autores COORDENADORAS/AUTORAS Manuela Néné Professora Coordenadora da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa; Doutora em Psicologia e Pós‑doutoranda em Ciências de Enfermagem; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Membro Integrado da Unidade de Investigação do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina de Lisboa; Investigadora permanente no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. Rosália Marques Enfermeira‑chefe do Bloco de Partos, Urgência Obstétrica e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta, EPE; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Professora Adjunta Convidada da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa; Terapeuta em Acompanhamento Haptonómico no Pré e Pós‑natal; Membro da Direção da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras. Margarida Amado Batista Enfermeira Coordenadora da Área da Mulher, Recém‑Nascido e Medicina Intensiva do Hospital Beatriz Ângelo; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.
AUTORES Açucena Guerra Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Hospital Garcia de Orta, EPE; Assistente do Primeiro Triénio Convidada na Escola Superior de Saúde Egas Moniz. Adelaide Orfão Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; International Board Certified Lactation Consultant; Mestre em Psicologia da Gravidez e Parentalidade; International Board of Lactation Consultant Examiners Country Coordinator; Consultora da Direção‑Geral da Saúde. Albina Sequeira Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Assistente Convidada da Escola Superior de Enfermagem do Porto; Fundadora e Membro do Núcleo Científico de Enfermagem da Saúde e da Mulher. Alexandra Paes do Amaral Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Serviço de Obstétrica do Centro Hospitalar de S. João, EPE; Órgãos Sociais da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras; Delegada da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras na International Confederation of Midwives. Alexandrina Cardoso Professora na Escola Superior de Enfermagem do Porto; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Doutorada em Enfermagem pela Universidade Católica Portuguesa; Investigadora do CINTESIS – Center for Health Technology and Services Research.
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IX
Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
Ana Filipa Ferreira Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Ana Jesus Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria. Ana Lavaredas Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na Unidade de Medicina Materno‑fetal do Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE; Doutoranda em Ciências de Enfermagem; Membro da European Academy of Nursing Science. Ana Lúcia Torgal Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na UCC Saúdar, ACES Lisboa Ocidental e Oeiras; Membro da Mesa do Colégio da Especialidade de Saúde Materna e Obstétrica da Ordem dos Enfermeiros (mandato 2016‑2019); Membro da Comissão Nacional de Saúde Materna da Criança e do Adolescente (mandatos 2011‑2014 e 2014‑2016); Consultora de Lactação Certificada até 2019. Ana Margarida Serafim Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Bloco de Partos no Hospital Garcia de Orta, EPE. Ana Maria Rodrigues Casalta Miranda Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE; funções de Chefia no Bloco de Partos do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE. Ana Paula Lima Nunes Professora Adjunta na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa; Licenciada em Psicologia Clínica; Licenciada em Enfermagem; Mestre em Psicopatologia; Especialista em Saúde Infantil e Pediatria; Especialista em Bioética; Coordenadora do Centro de Bioética e da Comissão de Ética da Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa. Ana Santana Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE. Ana Santos Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. António Fatia Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Serviço de Obstétrica do Hospital de S. Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE. Arminda Anes Pinheiro Diretora do Curso de Pós‑licenciatura de Especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho; Diretora do Curso de Licenciatura em Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho; Professora na Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho; Membro do grupo promotor do projeto “Pelo Direito ao Parto Normal: uma Visão Partilhada” da Ordem dos Enfermeiros/Direção‑Geral da Saúde.
X
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Autores
Bruno Rito Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Enfermeiro de Emergência Médica e Reanimação da Viatura Médica de Emergência e Reanimação; Coordenador do Centro de Pré e Pós-parto ClubCare. Carina de Sousa Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica no Hospital Garcia de Orta, EPE. Carolina Henriques Professora Adjunta e Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Subdiretora da Escola Superior de Saúde de Leiria, Instituto Politécnico de Leiria; Pós‑doutorada em Ciências da Saúde. Catarina Amaral Enfermeira Especialista no Bloco de Partos do Centro Hospitalar Tondela Viseu, EPE; Mestre em Saúde Materna e Obstétrica/Ginecologia; Pós‑graduada em Gestão de Serviços de Saúde; Pós ‑graduada em Qualidade e Segurança do Doente; Conselheira em Aleitamento Materno. Célia Magro Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Cláudia Guerreiro Responsável da Área da Saúde da Mulher na UCC Seixal, ACES Almada‑Seixal; Assistente Convidada na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Cristina Fontes Leite Médica; Assistente Hospitalar Graduada de Ginecologia e Obstétrica no Hospital Garcia de Orta, EPE. Cristina Martins Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Centro Hospitalar São João, EPE; Mestre em Enfermagem. Deolinda Fróis Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Departamento de Obstétrica e Ginecologia – Serviço de Urgência Obstétrica e Ginecológica e Unidade de Medicina Fetal do Centro Hospitalar Tondela Viseu, EPE. Dolores Sardo Especialista em Enfermagem; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Formadora em Aleitamento Materno; Professora na Escola Superior de Enfermagem do Porto; Presidente da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras. Dora Carteiro Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na UCSP Charneca do Lumiar, ACES Lisboa Norte. Elsa Guerreiro Enfermeira Especialista na Consulta Externa do Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, EPE; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica; Mestre em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.
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XI
Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
Emília Coutinho Professora Adjunta na Escola Superior de Saúde de Viseu, Instituto Politécnico de Viseu; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Mestre em Ciências de Enfermagem; Doutorada em Ciências de Enfermagem; Membro do CIDETS – Centro de Investigação do Instituto Politécnico de Viseu; Membro da Rede de Ensino Superior em Mediação Intercultural. Ermelinda Cheio Enfermeira Especialista no Bloco de Partos do Hospital Beatriz Ângelo. Fátima Fidalgo Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica; Enfermeira‑chefe no Hospital Prof. Dr. Fernando Fonseca, EPE. Fernando Prada Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Enfermeiro na Sala de Partos na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE. Flora Monteiro Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Hospital Garcia de Orta, EPE. Helena Marchão Enfermeira Coordenadora do Serviço de Puérperas no Hospital Garcia de Orta, EPE; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na Escola Superior de Enfermagem Maria Fernanda Resende; Coordenadora de Cursos de Preparação para o Aleitamento Materno. Ilda Inácio Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Hospital Garcia de Orta, EPE. Irene Soares Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Mestre em Psicologia Social; Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Isabel Dias Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Isabel Santos Silva Professora Adjunta na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa; Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de Lisboa. Isabel Serra Professora Coordenadora da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Ivete Monteiro Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria; Mestre em Comunicação em Saúde; Investigadora no Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais da Universidade Aberta. Jacqueline C. Ribeiro Médica Psiquiatra; Terapeuta Sexual pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica; Coordenadora da Consulta de Sexologia Clínica no Hospital Garcia de Orta, EPE.
XII
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Autores
João Franco Professor Coordenador (aposentado) da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra; Investigador da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra; Presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras. Joaquim Neves Especialista em Obstetrícia e Ginecologia; Assistente da Clínica Universitária de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Responsável da Consulta de Ginecologia Geral, Planeamento Familiar e Saúde da Mulher na Pós‑menopausa. Leonor Mineiro Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Lídia Tinoco Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Serviço de Obstetrícia do Hospital de S. Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE. Lídia Gomes Valinho Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Coordenadora do Arquivo Clínico da Clínica Multiperfil (Angola). Lucília Guerra Sousa Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Hospital de Braga; Mestre em Educação, Especialização em Educação para a Saúde. Luís Miranda Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE; funções de Chefia no Serviço de Obstetrícia/Ginecologia; Professor Convidado na Escola de Enfermagem Egas Moniz. Luís Pedro Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna, Obstétrica e Ginecológica no Hospital Beatriz Ângelo. Luísa Sotto‑Mayor Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Mestre em Comunicação em Saúde; Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Mafalda Leitão Psicóloga Clínica no Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência, apoio à Obstetrícia, Centro de Diagnóstico Pré‑Natal e Neonatologia do Hospital Beatriz Ângelo; Consulta do Prematuro no Centro de Desenvolvimento PIN – Progresso Infantil. Manuela Ferreira Professora Coordenadora na Escola Superior de Saúde de Viseu, Instituto Politécnico de Viseu. Márcia Amaral Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Coordenadora do Bloco de Partos da Clínica Multiperfil (Angola). Maria Clara Duarte Baptista Enfermeira Coordenadora do Departamento da Mulher e da Criança do Centro Hospitalar do Médio Tejo, EPE; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.
©Lidel – Edições Técnicas, Lda. XIII
Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
Maria do Anjo Vermelho Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE; desempenha funções no Serviço de Obstetrícia. Maria João Santos de Freitas Professora Doutora em Enfermagem – Gestão de Unidades de Saúde e Serviços de Enfermagem pelo Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa; Enfermeira Gestora no Hospital CUF Descobertas (2001-2015); Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Maria João Esperança da Silva Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Mestre em Sexualidade Humana; Formadora em Cursos de Preparação para a Parentalidade e Urgências Obstétricas e Neonatais. Maria Luísa Santos Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Subdiretora da Escola Superior de Saúde de Leiria do Instituto Politécnico de Leiria. Maria Maceiras Professora Adjunta na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa; Terapeuta Sexual na Consulta de Sexologia do Hospital Gracia de Orta, EPE. Maria Ofélia Lopes Enfermeira Diretora Adjunta no Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; Coordenadora da Área de Ginecologia e Obstetrícia da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; Mestre em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Mariana Mendes Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Marília Pereira Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Mestre em Sexologia; Formadora de Conselheiros em Aleitamento Materno – UNICEF; Membro da Associação para o Planeamento da Família; Membro da Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica. Marta Figueiredo Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE. Mónica Rafael Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Serviço de Urgência de Obstetrícia e Ginecologia, Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE. Natércia Faria Enfermeira no Serviço de Puerpério da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; coautora de diversos artigos e comunicações científicas apresentadas em revistas e eventos científicos da área da saúde e enfermagem.
XIV ©Lidel – Edições Técnicas, Lda.
Autores
Nuno Filipe Pires Lopes Diretor da Clínica João de Ávila, Ordem Hospitaleira de S. João de Deus; Gestor da Formação do Instituto S. João de Deus; Mestre em Gestão dos Serviços de Saúde; Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Paula Nelas Professora Adjunta na Escola Superior de Saúde de Viseu; Membro do Conselho Técnico ‑Científico e Vice‑Presidente do órgão; Membro da Assembleia de Representantes; Titular da Unidade Curricular de Ensino Clínico III (Curso de Licenciatura); Titular da Unidade Curricular de Preparação para o Parto e para a Parentalidade (Curso de Mestrado Profissionalizante de Enfermagem de Saúde Materna, Obstétrica e Ginecologia). Rita Ventura Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediatria; Responsável pela Unidade de Neonatologia do Hospital da Luz; Responsável pelo Serviço de Internamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital da Luz. Rosa Moreira Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra; Profissional autorizada pelo Centre International de Recherche et de Développement de l’Haptonomie para a prática de Acompanhamento Haptonómico Pré e Pós‑natal; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Rute Baptista Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Hospital Beatriz Ângelo. Rute Matos Licenciatura de Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Francisco Gentil; Pós ‑licenciatura de Especialização em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica na Escola Superior de Enfermagem da Cruz Vermelha Portuguesa; Enfermeira Responsável do Bloco de Partos do Hospital da Luz. Sandra Cota Pereira Enfermeira Responsável do Bloco de Partos/SUOG do Hospital Beatriz Ângelo. Sara Ramos Enfermeira Responsável da Unidade de Cuidados de Saúde de São Nicolau, ACES Lisboa Central; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; coautora de diversos artigos e comunicações científicas apresentadas em revistas e eventos científicos da área da saúde e enfermagem. Sérgio Deodato Professor Auxiliar no Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica Portuguesa; Coordenador da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa do ICS da Universidade Católica Portuguesa; Investigador no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde. Sofia Inês Borges Rodrigues Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Bloco de Partos no Centro Hospitalar de Setúbal, EPE; Doutoranda em Ciências de Enfermagem pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
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XV
Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
Sónia Sofia C. H. Ferreira Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Hospital Beatriz Ângelo; cofundadora do projeto “Vou Nascer”; Membro da Associação pelos Direitos da Mulher na Gravidez e no Parto. Sónia Fonseca Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Susana Carvalho de Oliveira Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica no Hospital Beatriz Ângelo; Conselheira em Aleitamento Materno; Fundadora do projeto “Vou Nascer”. Teresa Paula Marques Diretora Clínica da Academia de Psicologia da Criança e da Família; Psicóloga Clínica; Mestre em Psicopatologia e Psicologia Clínica; Doutoranda em Psicologia da Educação. Teresa Silva Professora Adjunta na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra; Profissional Autorizada pela Centre International de Recherche et de Développement de l’Haptonomi para a Prática de Acompanhamento Haptonómico Pré e Pós‑natal; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Vera Cardoso Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Vera Tomás Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Doutoranda em Ciências da Enfermagem na Universidade Católica Portuguesa. Vitória Parreira Professora Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem do Porto.
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Introdução Acompanhar a mulher e a família desde a fase pré‑concecional até à menopausa é um dos campos de atuação do Enfermeiro Especialista em Saúde Materna e Obstétrica (EESMO). A presente obra incide na área da saúde materna e obstétrica desde a preconceção até ao puerpério, tendo como base as intervenções autónomas e interdependentes da enfermagem especializada. Não obstante, também o enfermeiro de cuidados gerais e outros profissionais de saúde poderão encontrar na sua leitura os fundamentos e as orientações adequadas para o decorrer de um constante processo formativo e de aprendizagem durante o seu exercício profissional. A obra inicia‑se com a referência aos conceitos básicos da Enfermagem desde a fisiologia e a genética da reprodução, destacando a importância da consulta de enfermagem nesta fase. Durante a assistência pré‑natal são analisados os aspetos a intervir durante os três trimestres de gravidez, desde as adaptações fisiológicas à aceitação e vivência da gravidez no casal, explorando a preparação para o nascimento, o plano de parto e outras formas complementares de acompanhamento pré‑natal. A gravidez de risco é também uma temática desenvolvida na obra, nomeadamente as complicações induzidas pela gravidez, a infeciologia, a gravidez não evolutiva e a relação com a oncologia. O acompanhamento e a vigilância, durante o trabalho de parto e parto, da parturiente, do recém‑nascido e da família, e a dor em Obstetrícia são também áreas de atuação do EESMO que se encontram exploradas na obra. Por fim, abordamos o puerpério numa perspetiva de educação para a saúde, de forma a promover o desenvolvimento de competências parentais. A equipa multidisciplinar que tornou possível a presente obra é constituída sobretudo por enfermeiros, mas também por médicos e psicólogos de diferentes instituições de saúde que, através do seu desenvolvimento académico e profissional, partilham com todos os leitores uma informação atual, pertinente e rigorosa, apoiada na evidência científica e nas orientações das entidades reguladoras nacionais e internacionais. Esperamos assim contribuir para que a reflexão diária sobre a essência da Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica caminhe, a cada dia, para a excelência. As Coordenadoras
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Extratexto B
A
Figura 1.1.4
C
Órgãos internos: A – Útero (colo do útero projetado no canal vaginal, istmo e corpo); B – Trompa de Falópio (parte uterina, istmo, ampola e infundíbulo); C – Ovário (córtex com folículo em várias fases de desenvolvimento, corpo lúteo e corpo albicante).
Figura 1.1.5
Músculos do períneo: plano médio e plano superficial, com zona de convergência no espaço retovaginal.
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Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
Figura 7.5.2
A
B
Figura 7.5.3
Figura 11.1
Doença trofoblástica gestacional/mola hidatiforme
C
D
Tipos de placenta prévia. A – Inserção baixa; B – Marginal; C – Incompleta ou parcial; D – Completa ou total.
Mecanismo de Schultze.
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Figura 11.2
Mecanismo de Duncan.
1 Conceitos BĂĄsicos de Enfermagem PrĂŠ-Concecional
1 Conceitos Básicos de Enfermagem Pré-concecional Cláudia Guerreiro/Isabel Dias
INTRODUÇÃO Os cuidados pré‑concecionais têm vindo a conquistar uma aceitação crescente como componente importante da saúde repro‑ dutiva. Também neste âmbito, a promoção e a qualidade em saúde se assumem cada vez mais como metas a atingir. Neste caso particu‑ lar trata‑se de investir no indivíduo saudável, intervindo ainda antes da sua conceção. Atualmente, as intervenções de saúde já não são planeadas tendo em conta ape‑ nas um programa designado de Planeamento Familiar, mas outro bem mais abrangente – o da Saúde Sexual e Reprodutiva –, onde o entendimento dos cuidados é alargado, bem como o grupo‑alvo a quem esses cuidados se destinam. A mulher deixou de ser o único ob‑ jeto destes cuidados para, em conformidade com a intencionalidade do processo de pres‑ tação de cuidados, o homem, o casal, a família e a comunidade passarem a ser considerados neste tipo de programas. É neste contexto que a consulta pré ‑concecional se assume como uma oportuni‑ dade valiosa de ampliar os benefícios à saúde de todos, mulher, homem, casal, criança, famí‑ lia e comunidade, que deve ser amplamente aproveitada, para prestar os cuidados necessá‑ rios ainda antes da conceção e numa base per‑ manente de informação pública e comunitária. Os Programas de Saúde, onde se pla‑ neiam as atividades deste género e se priori‑ zam as intervenções, variam de país para país, consoante as orientações políticas, as organi‑ zações sanitárias, os fatores socioculturais e o estado de desenvolvimento científico e tecno‑ lógico. Em Portugal, o programa de saúde que define as metas e objetivos a atingir, bem como as atividades a desenvolver no âmbito pré ‑concecional, é o Programa Nacional de Saú‑ de Reprodutiva e Planeamento Familiar.
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Neste, em particular, as componentes fun‑ damentais como base para uma prestação or‑ ganizada, concertada e integrada deste serviço são a informação e o aconselhamento sexual à mulher/homem/casal, atuando na prevenção e diagnóstico precoce de infeções sexualmen‑ te transmissíveis, do cancro do colo do útero e da mama, na prestação de cuidados pré ‑concecionais e no puerpério (DGS, 2008). Verificando‑se que a maioria das mulhe‑ res/casal vai à primeira consulta de vigilância pré‑natal depois das oito semanas de gravidez, é necessário aproveitar os inúmeros motivos de ida aos serviços de saúde do potencial grupo‑alvo, por exemplo, durante as consultas de vigilância de saúde, de vacinação, de trata‑ mento, de doença aguda, de urgência, durante a intervenção comunitária e até nos cursos de preparação para o nascimento, para sensibili‑ zar este grupo‑alvo para a importância dos cui‑ dados pré‑concecionais. Todos estes momen‑ tos devem ser encarados como oportunidades de prestar cuidados pré‑concecionais que não devem ser desperdiçados. Assim, também podemos considerar como consulta pré‑concecional o conjunto de cui‑ dados e intervenções que se realizam antes da conceção a uma mulher/casal que planeia en‑ gravidar, independentemente do momento em que estes ocorrem. Está assumido, desde há algum tempo, que, para além do contexto e do âmbito da ação, a qualidade em saúde é um objetivo multiprofissional e uma ação prioritária. Pode, pois, afirmar‑se que esta necessidade de implementar sistemas de qualidade foi assumi‑ da pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Conselho Internacional de Enfermeiros, pelo Conselho Nacional da Qualidade e pelas associações profissionais da área da saúde onde a Ordem dos Enfermeiros se inclui, de‑ finindo de acordo com as suas competências
1.1 Reprodução no Feminino Isabel Santos Silva
APARELHO REPRODUTOR FEMININO O aparelho reprodutor feminino é consti‑ tuído pelos órgãos genitais externos e inter‑ nos, e por um conjunto de glândulas anexas (glândulas vestibulares maiores), cuja secre‑ ção tem uma ação lubrificante dos órgãos ge‑ nitais externos, durante o coito. Os órgãos internos mantêm a sua posição anatómica graças a um conjunto de ligamen‑ tos e de estruturas musculares que constituem o períneo. Pelas transformações que sofrem ao longo da puberdade e durante o processo de gravidez e período de aleitamento do recém‑nascido, consideram‑se ainda, como fazendo parte do aparelho reprodutor feminino, as mamas.
Órgãos genitais externos Vulva
ralmente pelas pregas inguinais e inferiormen‑ te pelos lábios maiores vulvares. Durante o desenvolvimento pubertário fica coberto por pelos.
Formações labiais Lábios maiores da vulva (grandes lábios) Constituem o plano superficial da vulva, em conjunto com o monte púbico. Os lábios maiores são duas pregas cutâneas, cuja extre‑ midade anterior continua com o monte púbi‑ co, pelo seu vértice, estando a extremidade posterior limitada pelo vértice anterior do pe‑ ríneo. Na puberdade e na nulípara são espes‑ sos, resistentes e unidos, tornando‑se flácidos e delgados na multípara e mulher idosa.
Lábios menores da vulva ou ninfas (pequenos lábios)
Saliência ovoide cujo maior eixo é ântero ‑posterior, a vulva está limitada anteriormente pela parede anterior do abdómen e posterior‑ mente pelo períneo. Os seus limites laterais confluem com a face interna e superior das coxas. A vulva é constituída pelo monte púbico, formações labiais, espaço interlabial e órgãos erécteis.
Os lábios menores são também duas pregas cutâneas, de aparência mucosa e co‑ loração rosada. Situam‑se internamente aos lábios maiores, alongados no sentido ântero ‑posterior, as extremidades anteriores con‑ fluem no clitóris, constituindo o prepúcio do clitóris, enquanto as extremidades posteriores se confundem com a face interna e posterior dos lábios maiores, formando a comissura posterior dos lábios da vulva.
Monte púbico
Espaço interlabial (vestíbulo vaginal)
Situado anteriormente, em relação à va‑ gina, é uma saliência mediana, proeminente e arredondada, de forma triangular com vértice inferior, constituída por tecido célulo‑adiposo, recoberto por pele. Tem uma espessura média de 2 a 3 cm, e é limitado superiormente pelo hipogastro, late‑
É um espaço virtual; quando os lábios vulvares (maiores e menores) estão unidos, atinge os 6 a 7 cm de comprimento, e os 2 a 3 cm de largura, quando se afastam aquelas es‑ truturas. É neste espaço de forma elítica, designa‑ do por vestíbulo vaginal, que se observam as
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Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
seguintes formações: clitóris, papila uretral com o óstio externo da uretra (orifício uretral/ /meato urinário) e o óstio da vagina (orifício vaginal), com hímen na mulher virgem, onde se situam em ambos os lados os orifícios dos duc‑ tos excretores das glândulas vestibulares maio‑ res (glândulas de Bartholin) (Figura 1.1.1).
Órgãos erécteis Clitóris e bulbos do vestíbulo Homólogo do pénis mas com dimensões muito reduzidas, o clitóris está situado na porção anterior da vulva. Em repouso tem 6-7 cm de comprimento, distribuídos por: 3 cm para os ramos (porção profunda ligada aos ramos isquiopúbicos, de um e outro lado); 2,5 cm para o corpo (porção livre que se pro‑ jeta a partir da margem inferior da sínfise pú‑ bica); e 0,5 cm para a glande (extremidade li‑ vre, cónica e espessa). A glande encontra‑se coberta pela prega cutânea constituída pelas extremidades anteriores dos lábios menores, formando o prepúcio do clitóris. Os bulbos do vestíbulo são duas formações que se situam de um e outro lado da uretra e da vagina e correspondem ao corpo esponjoso do pénis. Estas estruturas relacionam‑se com os músculos bulbo‑cavernosos, músculo cons‑ tritor da vagina e músculo transverso profun‑ do do períneo.
Glândulas vestibulares maiores As glândulas vestibulares maiores ou glândulas de Bartholin, em número de duas, situam‑se de um e outro lado do óstio da va‑ gina, na região posterior. Com cerca de 1,5 cm de comprimento e 1 cm de largura, aumentam de volume a partir da puberdade, começando a regredir a partir da menopausa. Durante a estimulação sexual e o coito segregam um líquido lubrificante que é lançado pelos orifí‑ cios excretores no vestíbulo vaginal.
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Figura 1.1.1
Órgãos genitais externos.
Órgãos internos Vagina Canal musculomembranoso de paredes elásticas e muito extensíveis. É o órgão de có‑ pula na mulher e permite a passagem do feto durante o trabalho de parto. Situa‑se na cavidade pélvica, na região do períneo anterior, e relaciona‑se anteriormente com a bexiga e a uretra, posteriormente com o reto e lateralmente com os músculos levan‑ tadores do ânus. A sua extremidade superior relaciona‑se com o útero através do colo do útero, e a extremidade inferior com a vulva, através do óstio vaginal (orifício vaginal) (Figu‑ ra 1.1.2). Esta extremidade inferior apresenta uma prega mucosa na mulher virgem – o hímen. A elasticidade das suas paredes permite a sua extensão durante o coito, retomando a sua posição normal após a cópula. Esta caraterís‑ tica – extensibilidade – diminui na menopau‑ sa e na multípara.
Útero Órgão único, mediano, simétrico e com uma cavidade virtual de forma triangular, o útero ocupa a porção mediana da cavidade pélvica, e comunica com a vagina através do colo do útero, que se projeta na extremidade superior do canal vaginal.
Reprodução no Feminino
Figura 1.1.2
Vagina: localização e situação em relação aos outros órgãos pélvicos.
Situa‑se posteriormente à bexiga e ante‑ riormente ao reto, mantendo‑se em antefle‑ xão, podendo posicionar‑se em retroflexão, la‑ teroflexão esquerda ou direita, anteversão, re‑ troversão ou lateroversão esquerda ou direita, devido à sua grande mobilidade (Figura 1.1.3). Apresenta a forma de um cone truncado invertido (com a base na porção superior e o ápice ou vértice na porção inferior) e achata‑ do no sentido ântero‑posterior. Distinguem‑se três porções: corpo do útero (superiormente); colo do útero (inferiormente) e istmo do útero (zona mediana que separa o corpo do colo). Quando em presença de gravidez, a par‑ tir do 2.º mês o útero apresenta uma forma mais esférica e cilíndrica, projetando‑se fora
a
Figura 1.1.3
B
1.1
Capítulo
da cavidade pélvica, acima da sínfise púbica, e a partir do 3.º mês assume uma posição mais vertical. De consistência dura e elástica, na mulher nulípara tem 6 a 7 cm de comprimento, 4 cm de largura e 40 a 50 g de peso. Na multípara apresenta 7 a 8 cm de comprimento, 5 cm de largura e 60 a 70 g de peso. Na região superior do corpo do útero – fundo do útero – a sua cavidade comunica com as tubas uterinas (de um e outro lado) através dos cornos do útero. É também nesta zona que se inserem os ligamentos redondos do útero e os ligamentos próprios do ovário ou útero‑ováricos, estruturas que mantêm o posicionamento destes órgãos na cavidade pélvica. Para além destes ligamentos, a face anterior e posterior do corpo do útero é reves‑ tida pelas lâminas do peritoneu, constituindo os ligamentos largos do útero. O corpo do útero comunica com a vagina pelo colo do útero (cérvix) que apresenta um óstio interno (orifício interno), junto ao istmo e um óstio externo (orifício externo), que se abre no canal vaginal, constituindo o espaço entre um e outro o canal do colo do útero ou canal cervical (Figura 1.1.4). De acordo com a paridade, o óstio externo do colo do útero apresenta caraterísticas próprias, observáveis no exame com espéculo: pequeno e circular (3 a 4 mm de diâmetro), de consistência elás‑ tica, na nulípara; fenda transversal com lábio superior, lábio inferior e duas comissuras late‑
C
Posicionamentos do útero: A – Retroversão; B – Anteversão; C – Retroflexão.
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6.4 Importância da Visita à Maternidade Margarida Amado Batista/Sandra Cota Pereira
INTRODUÇÃO
porquê A Visita?
A importância da visita à Maternidade é uma abordagem teórica de um modelo passí‑ vel de ser implementado na perspetiva de de‑ senvolver momentos‑chave, focados na grávi‑ da/casal/acompanhante com os profissionais de saúde, visando potenciar uma aliança entre os mesmos. A gravidez é uma fase de mudança na vida do casal, no sistema familiar e extrafamiliar, onde se vai integrar a vida de um novo Ser. Deve ser encarada de forma positiva, permi‑ tindo desenvolver‑se com harmonia. Porquê um tema como a visita à materni‑ dade? É pertinente? Importante, o suficiente, para vir num livro? Considerando cada vez mais a proximidade entre as comunidades e as instituições hospitalares na sociedade atu‑ al, é importante a efetivação destas visitas e a necessidade de se falar das mesmas. Esta te‑ mática não tem sido abordada de forma clara e consistente, não existindo enfoque literário sobre a mesma. Aqui fica, portanto, um contri‑ buto para a sua implementação.
Todos os dias, milhares ou mesmo mi‑ lhões de mulheres são mães, sendo que infeliz‑ mente nem todas têm o privilégio de o serem nas condições desejáveis, nem nos locais mais apropriados. Atualmente, incentiva‑se o parto normal. Segundo dados do Instituto Nacional de Esta‑ tística, em 2013 dos 82 064 partos ocorridos em Portugal, apenas 1% ocorreu em domicílio. Sendo o parto em ambiente hospitalar ain‑ da a opção mais escolhida, é fulcral efetuar a visita à Maternidade e abordá‑la neste con‑ texto, possibilitando a liberdade de opção à grávida/casal/acompanhante sobre o local de sua preferência para o nascimento. É a assun‑ ção de uma consciencialização e, simultanea‑ mente, de uma antecipação aos momentos que a grávida/casal/acompanhante vão viver. Ao mesmo tempo, é como uma descoberta parti‑ lhada, com o local e com os profissionais que irão prestar cuidados, num dos períodos mais significativo das suas vidas. Este conhecimen‑ to permite o estabelecer de uma relação fun‑ damental para grávida/casal/acompanhante, em que a confiança, segurança, respeito vão promover uma sensação de relaxamento que, por si só, podem ajudar à libertação de hormo‑ nas que influenciam o desenrolar do trabalho de parto, tornando‑o o mais normal possível. Promove‑se a confiança parental e interações positivas com os profissionais. Diminui‑se a dificuldade sentida por quem sai de casa e entra num ambiente desconhecido, estranho e que, muitas vezes, fragiliza o seu bem‑estar e o seu Ser. As maternidades devem estar interligadas com as comunidades, estabelecendo com elas parcerias, que facilitem, agilizem e promovam estas visitas, contribuindo para o esclareci‑ mento e desmistificação de mitos, medos, pre‑ conceitos e tabus.
CONCEITOS Maternidade – Vem definido em muitos livros como a experiência de ser mãe; Visitar – É ir com uma pessoa, família por um curto período de tempo, com o objetivo de conhecer, examinar, observar determinado lo‑ cal ou pessoa; A palavra Mãe é descrita de diversas for‑ mas de acordo com diversos autores e cultu‑ ras, mas todos referem em comum que: é o ser do género feminino que gera uma vida, no seu útero, como consequência de uma fertilização; ou é a pessoa que adota uma criança que, por razões várias, não pode ficar com os seus pais biológicos; que cria e cuida de uma criança ge‑ rada dentro de si ou por outrem.
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7.5 Hemorragias da Gravidez Ana Maria Rodrigues Casalta Miranda/Luís Miranda/Maria do Anjo Vermelho
Introdução A gravidez é um processo fisiológico e natural, contudo nem sempre decorre sem complicações para a grávida/feto. Uma das complicações mais frequentes na gravidez, e uma das principais causas de morbilidade e mortalidade perinatais, é a hemorragia. Neste subcapítulo abordaremos as principais causas da hemorragia durante a gravidez e a sistema‑ tização da assistência de enfermagem adequa‑ da a cada caso. A classificação da hemorragia depende do trimestre em que ocorre, assim, descreve‑se neste subcapítulo o conceito de hemorragia.
CONCEITOS Hemorragia é caraterizada por uma in‑ tensa perda de sangue, através de algum ori‑ fício ou corte para dentro ou para fora do corpo. Podemos classificar como hemorragia externa quando se visualiza saída de sangue, e como hemorragia interna quando não se visu‑ aliza saída de sangue. Hemorragia obstétrica pode ser defini‑ da como qualquer perda de sangue visível pela vagina durante a gravidez ou perda excessiva após o parto (Baker, 2006). É a maior causa de morte materna nos países subdesenvolvidos, atualmente sem ex‑ pressão significativa nos países desenvolvidos devido ao grande investimento das políticas de saúde na área de Saúde Materna. Durante a gestação a ocorrência de per‑ das hemáticas pode ser escassa sem signifi‑ cado clínico ou abundante, pondo em risco a vida do feto e da mãe.
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PATOLOGIAS MAIS FREQUENTES NA PRIMEIRA METADE DA GRAVIDEZ QUE CONDUZEM A SITUAÇÕES HEMORRÁGICAS Aborto Traduz‑se por interrupção da gravidez an‑ tes das 22 semanas de gestação ou com peso fetal inferior a 500 gramas. Designa‑se por aborto precoce até às 12 semanas de gestação e aborto tardio entre as 12 semanas e as 22 semanas. Aborto ou interrupção da gravidez pode ser espontâneo (aquele que resulta de causas naturais), terapêutico (aquele em que a gravidez é interrompida deliberadamente por razões clínicas), ou voluntário, quando é reali‑ zado por decisão pessoal. O aborto espontâneo pode‑se apresentar das seguintes formas: ameaça de aborto, quando há confirmação de gravidez e surge uma perda hemática vaginal ligeira; aborto retido, quando há confirmação de gravidez, mas que ecograficamente não se visualiza ati‑ vidade cardíaca (pode ou não haver metrorra‑ gia); aborto em evolução, quando tem episó‑ dio de metrorragias, algias pélvicas e expulsão de estruturas ovulares; aborto incompleto, quando se visualiza ecograficamente restos ovulares; aborto completo, quando a cavida‑ de uterina não tem restos ovulares; aborto de repetição, quando ocorrem dois ou três abor‑ tos consecutivos.
Etiologia As causas do aborto podem ser embrioná‑ rias e fetais, acontecem na maioria das vezes no início da gravidez, devido a defeitos das células germinativas, cromossómicas e pato‑ logia hereditária.
Hemorragias da Gravidez � As causas maternas (maioria dos abor‑
tos tardios) podem ser por idade ma‑ terna avançada, múltiplas gestações, infeção aguda, alterações endócrinas, anomalias do aparelho reprodutor fe‑ minino, tumores, fármacos, drogas ou outros fatores teratogénicos, má ‑nutrição, fatores psicogénicos, colo uterino insuficiente; � Desequilíbrio endócrino (alterações da fase lútea, diabetes); � Infeções (rubéola, citomegalovírus, her‑ pes genital ativo, toxoplasmose, trepo‑ nema, listeria, clamídia, micoplasma); � Patologia sistémica (lúpus eritematoso); � Fatores genéticos; � Uso de cocaína; � Malformações do aparelho reprodutor (causam interrupções da gravidez nos 2.º e 3.º trimestres).
Aborto tardio O aborto tardio, quando a perda da gra‑ videz varia entre a 12.ª e a 22.ª semana de ges‑ tação, é devido geralmente a: idade materna avançada, grande paridade, infeções crónicas, dilatação cervical precoce, doenças crónicas debilitantes, nutrição deficiente, drogas ilíci‑ tas. As complicações são a hemorragia, perfu‑ ração uterina, infeção e esterilidade.
Intervenções do EESMO � Apoiar emocionalmente, tranquilizan‑
do a grávida; � Avaliar a hemorragia e eliminação de
coágulos; � Incentivar a grávida a evitar esforços físicos; � Puncionar acesso venoso periférico; � Colher amostra sanguínea para análise e tipagem de grupo sanguíneo e Rh; � Proporcionar repouso absoluto à grá‑ vida;
7.5
Capítulo
� Observar quantidade e caraterísticas da
perda hemática; � Avaliar sinais vitais; � Verificar sinais de choque hipovolémico
(hipotensão, pulso fraco e rápido, pele fria e pegajosa, agitação e apatia); � Manter a hidratação; � Administrar terapêutica; � Manter a grávida em jejum; � Promover o esvaziamento da bexiga; � Preparar a grávida para o bloco cirúr‑ gico para a realização da curetagem de acordo com o tipo de aborto; � Manter sigilo profissional; � Administrar terapêutica prescrita para inibição da lactação, após o aborto; � Efetuar os registos de enfermagem. A insuficiência cervico‑ístmica é uma si‑ tuação que geralmente ocorre no 2.º ou início do 3.º trimestre, em que se verifica dilatação do colo uterino com o aumento do produto de conceção, levando à pressão intrauterina e consequente expulsão de um feto vivo, sem a presença de dor, contrações uterinas ou traba‑ lho de parto. Pode provocar aborto ou parto pré‑termo, é uma das causas de perda da gravidez no 2.º trimestre.
Etiologia Partos anteriores traumáticos, dilatação e curetagem do colo forçada, colo curto e ano‑ malias uterinas.
Tratamento Repouso absoluto, hidratação, tocólise (inibição das contrações uterinas) e cerclage, técnica cirúrgica (encerramento do colo atra‑ vés de sutura) (Figura 7.5.1).
©Lidel – Edições Técnicas, Lda. 217
Enfermagem
de
Saúde Materna e Obstétrica
Figura 7.5.1
Técnica cirúrgica de cerclage.
A doença trofoblástica gestacional (Figu‑ ra 7.5.2) engloba:
trofoblasto em que as vilosidades coriónicas se tornam edemaciadas, de estrutura vesicular e com vários graus de hiperplasia, adquirindo o aspeto de um cacho de uvas. Tipos:
� Alterações do desenvolvimento das vilo-
� Mola hidatiforme completa ou gravi‑
Doença trofoblástica gestacional/ /mola hidatiforme
sidades coriónicas, que podem evoluir para neoplasias do trofoblasto (molas hidatiformes com ou sem comporta‑ mento invasivo); � Neoplasias derivadas de várias compo‑ nentes do tecido trofoblástico (corio‑ carcinoma, tumores do leito placentá‑ rio e epitelioides); � Formas benignas facilmente confun‑ díveis com as anteriores (implantação exagerada de tecido placentário e nó‑ dulo do leito placentário).
Figura 7.5.2
Doença trofoblástica gestacional/ /mola hidatiforme (ver Figura a cores no extratexto).
Doença trofoblástica gestacional (também designada por mola hidatiforme) é um distúrbio do desenvolvimento do
218 ©Lidel – Edições Técnicas, Lda.
dez molar: Resulta da fertilização de um ovo cujo núcleo se perdeu ou ficou ina‑ tivo. Edema das vilosidades coriónicas que se enchem de líquido, adquirindo o aspeto de um cacho de uvas. A ausên‑ cia de placenta faz com que o sangue materno flua para a cavidade uterina e vaginal. Cerca de 3% evolui para corio‑ carcinoma; � Mola hidatiforme parcial: Normal‑ mente existe feto ou embrião e o tecido trofoblástico não é tão exuberante, sem o aspeto de um cacho de uvas. Os fetos são normalmente polimalformados; � Mola invasiva: Situação intermédia entre a mola hidatiforme e o coriocarci‑ noma, em que o tecido coriónico pene‑ tra até ao miométrio e vasos sanguíne‑ os, podendo migrar para outros órgãos (como os pulmões); � Coriocarcinoma: Degeneração neo‑ plásica do tecido trofoblástico que ado‑ ta um comportamento invasivo por con‑ tacto ou por metastização à distância. No tratamento, quando existe um útero vo‑ lumoso deve‑se ter em atenção o risco de com‑ plicações respiratórias após o esvaziamento uterino e ainda a necessidade de serem admi‑
17cmx24cm
Lidel Enfermagem
Enfermagem de
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Os seus autores, profissionais na clínica e professores de diferentes instituições, maioritariamente enfermeiros, mas também alguns médicos e psicólogos, partilham com todos os leitores informação atual, pertinente e rigorosa, baseada na evidência científica e nas orientações das entidades reguladoras nacionais e internacionais, contribuindo para a reflexão diária e o aperfeiçoamento da Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Estamos perante uma obra muito útil para o Enfermeiro Especialista e para o estudante que se esteja a iniciar no cuidado especializado, mas não só; também o enfermeiro de cuidados gerais e outros profissionais de saúde encontram aqui orientações para o melhor exercício da sua profissão.
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K
Coordenação:
Rosália Marques – Enfermeira-chefe do Bloco de Partos, Urgência Obstétrica e Ginecológica do Hospital Garcia de Orta, EPE; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Professora Adjunta Convidada da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa; Terapeuta em Acompanhamento Haptonómico no Pré e Pós-natal; Membro de Direção da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras.
ISBN 978-989-752-146-1
9 789897 521461
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Margarida Amado Batista – Enfermeira Coordenadora da Área da Mulher, Recém-nascido e Medicina Intensiva do Hospital Beatriz Ângelo; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.
Manuela Néné Rosália Marques Margarida Amado Batista
Manuela Néné – Professora Coordenadora na Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa; Doutora em Psicologia e Pós-doutoranda em Ciências de Enfermagem; Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Membro Integrado da Unidade de Investigação do Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa; Investigadora Permanente no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa.
Enfermagem de
Organizado em cinco partes essenciais, Preconceção, Assistência pré-natal, Gravidez de risco, Trabalho de parto, parto, puerpério e recém-nascido, e Aspetos legais, este livro aborda o puerpério numa perspetiva de educação para a saúde, de forma a promover o desenvolvimento de competências parentais.
Lidel Enfermagem
Saúde Materna e Obstétrica
Saúde Materna e Obstétrica
Acompanhar a mulher e a família desde a fase pré-concecional até à menopausa é um dos campos de atuação do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. No sentido de lhe proporcionar os fundamentos e as orientações adequadas para aprofundar os seus conhecimentos durante o exercício profissional, delineou-se esta obra na área da saúde materna e obstétrica, cujo conteúdo incide sobre a preconceção até ao puerpério, tendo como base as intervenções autónomas e interdependentes da enfermagem especializada.
C
17cmx24cm
31,5mm
Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica
Coordenação:
Manuela Néné Rosália Marques Margarida Amado Batista Direção da coleção:
Manuela Néné I Carlos Sequeira