O Português na China: Ensino e Investigação
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Maria José Grosso e Ana Paula Cleto Godinho Direção
Maria José Grosso
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Copyright © março de 2014 LIDEL – Edições Técnicas, Lda. ISBN: 978-972-757-709-5 Livro segundo o novo Acordo Ortográfico Pré-Impressão: Mónica Gonçalves Impressão e Acabamento: Realbase, Lda. Depósito Legal: 372253/14 Capa: José Manuel Reis Todos os nossos livros passam por um rigoroso controlo de qualidade, no entanto aconselhamos a consulta periódica do nosso site (www.lidel.pt) para fazer o download de eventuais correções.
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Índice Índices
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Lista de Autores
11
Abreviaturas e Siglas Utilizadas
15
Introdução
17
Capítulo 1 1. O Ensino do Português em Macau: Por Que Razão Aprender Só a Escrever Não Chega?
21 22
Cristina Água-Mel 1.1 Estatuto da Língua Portuguesa em Macau
22
1.2 Escrita versus Fala
24
1.3 Aprendentes
26
1.4 Imperativo Chinês
30
1.5 Identidades
33
1.6 Referências Bibliográficas
37
Capítulo 2 2. Algumas Considerações sobre a Expansão do Ensino da Língua Portuguesa na China
41 42
Ye Zhiliang 2.1 Introdução
42
2.2 A Expansão do Ensino de Português na China nos Últimos 10 Anos
43
2.3 Algumas Considerações sobre a Expansão do Ensino de Português na China
44
2.4 Conclusão
53
2.5 Referências Bibliográficas
54
2.6 Webliografia
54
Capítulo 3 3. Comparação do Sistema de Determinação/Indeterminação entre a Língua Portuguesa e a Língua Chinesa
55 56
Zhang Jing 3.1 Traços Típicos da LC em Comparação com os da LP
56
3.2 Conceito de Definibilidade
58
3.3 Artigos Portugueses
60
3.4 Sistema de Determinação/Indeterminação na LC
72
3.5 Comparação do Sistema de Determinação/Indeterminação entre a LP e a LC
81
3.6 Referências Bibliográficas
85
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3
O Português na China: Ensino e Investigação
Capítulo 4 4. A Urgência da Criação de uma Licenciatura em Português nas Universidades Chinesas no Contexto de Estudo das Línguas Estrangeiras Pouco Utilizadas
87 88
Wang Jiangmei 4.1 A Distinção entre as LE Principais e as LE Pouco Utilizadas nas Universidades
88
4.2 O Estudo de Português no Contexto de Estudo das LE Pouco Utilizadas
91
4.3 A Urgência da Criação da Licenciatura em Português nas Universidades
94
4.4 Referências Bibliográficas
97
4.5 Webliografia
98
Capítulo 5 5. Aspetos Não-Verbais como Elementos Propulsores para a (Re)Construção de Estruturas de Participação numa Sala de Aula de Português Língua Estrangeira
99 100
Ricardo Moutinho 5.1 Participação 100 5.2 Estrutura de Participação 101 5.3 Metodologia 104 5.4 Análise 105 5.5 Conclusão 113 5.6 Referências Bibliográficas 114
Capítulo 6 6. Competência Cultural no Ensino de Português Língua Estrangeira
115 116
Graça Fernandes 6.1 Ensino/Aprendizagem de uma LE: Que Espaço para a Cultura? 116 6.2 Discursos Didáticos: Ensinantes e Manuais de Língua 121 6.3 Programas de Intercâmbio: Benefícios de uma Aprendizagem em Contexto 123 de Imersão Linguística 6.4 Conclusão 124 6.5 Referências Bibliográficas 125
Capítulo 7 7. Aquisição da Concordância em Género e Número no Contexto de Ensino/Aprendizagem de Português Língua Estrangeira em Macau
127 128
Ana Paula Cleto Godinho 7.1 Introdução 128 7.2 Pressupostos Teóricos 129 7.3 Os Informantes e a Metodologia para a Recolha de Dados 132
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Índice
7.4 Análise dos Dados 132 7.5 Conclusão 139 7.6 Referências Bibliográficas 140
Capítulo 8 8. Aquisição/Aprendizagem da Língua Portuguesa por Jovens Chineses
145 146
Vítor Silva 8.1 Introdução 146 8.2 Aprendente Chinês 149 8.3 Corpus 149 8.4 Dados, Tratamento e Resultados 150 8.5 Confrontação dos Resultados em PLE com as Abordagens da GU 151 8.6 Conclusão 152 8.7 Referências Bibliográficas 153
Capítulo 9 9. Perfil do Aprendente Universitário de Português Língua Estrangeira em Macau
155 156
Sara Santos 9.1 Perfil do Público Aprendente da Licenciatura em Estudos Portugueses da UM 185 9.2 Conclusão 185 9.3 Referências Bibliográficas 186 9.4 Anexo 1: Modelo de Inquérito 187
Capítulo 10 10. Aquisição de Morfologia Verbal do Português Europeu por Aprendentes Chineses: Um Estudo Piloto
193 194
Sónia Ao Sio Heng 10.1 Introdução 194 10.2 Sistema da CV do PE e do Chinês 194 10.3 Fundamentação Teórica e Pressupostos Empíricos 196 10.4 Metodologia e Tratamento dos Dados 197 10.5 Conclusão 205 10.6 Referências Bibliográficas 206
Capítulo 11 11. O Ensino do Português na China: Relato de uma Experiência
209 210
Raul Andrade Pissarra
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O Português na China: Ensino e Investigação
Capítulo 12 12. Formas de Tratamento na Língua Portuguesa e na Língua Chinesa
217 218
Liliana Gonçalves 12.1 Introdução 218 12.2 Elementos Proxémicos e Cinésicos 223 12.3 Conclusão 225 12.4 Referências Bibliográficas 226
Capítulo 13 13. Problemática do Ensino de Português na Região Administrativa Especial de Macau
227 228
Maria José Grosso 13.1 Referências Bibliográficas 231
Capítulo 14 14. Ensino de Português a Falantes de Língua Materna Chinesa: Textos Complementares
233 234
Raul Leal Gaião 14.1 Introdução 234 14.2 Textos 236 14.3 Referências Bibliográficas 255
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Índice de Quadros Quadro 5.1 105 Convenções de transcrição Quadro 8.1 150 MCG: Valores da variável dependente da CG entre o SU e o Predicativo Quadro 8.2 151 MCN: Valores da variável dependente da CN entre o SU e o Predicativo Quadro 9.1 185 Perfil do público aprendente Quadro 10.1 198 Variáveis independentes avaliadas Quadro 10.2 199 Número de ocorrências analisadas e taxa percentual de aplicação de regras da CV
Índice de Tabelas Tabela 3.1 Comparação da classificação das palavras entre LC e a LP
57
Tabela 3.2 Os artigos na LP e os seus equivalentes lexicais na LC
61
Tabela 3.3 Uso do artigo em Português e a sua manifestação equivalente em Chinês, ilustrado pelos exemplos mencionados previamente
83
Tabela 4.1 Universidades que têm licenciatura em Português
95
Tabela 10.1 197 Distribuição dos informantes Tabela 10.2 200 Saliência fónica (P1) Tabela 10.3 200 Saliência fónica (P6) Tabela 10.4 201 Tempo de investimento/semana Tabela 10.5 201 Tipos de verbo (P1)
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O Português na China: Ensino e Investigação
Tabela 10.6 202 Tipos de verbo (P6) Tabela 10.7 203 Tipos de oração (P1) Tabela 10.8 203 Tipos de oração (P6) Tabela 10.9 203 Adjacência do núcleo de sujeito ao verbo (P1) Tabela 10.10 204 Caracterização semântica de sujeito (P6)
Índice de Figuras Figura 4.1 Localização das seis universidades selecionadas como polos de formação
90
Figura 12.1 225 Representação gestual dos números na cultura chinesa
Índice de Gráficos Gráfico 9.1 157 Distribuição por idade Gráfico 9.2 159 Distribuição por sexo Gráfico 9.3 159 Distribuição por naturalidade Gráfico 9.4 160 Distribuição por L1 Gráfico 9.5 161 Línguas faladas para além da L1 Gráfico 9.6 163 Razão para aprender Português
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Índices
Gráfico 9.7 165 Profissão futura Gráfico 9.8 166 País/cidade onde gostaria de exercer a profissão futura Gráfico 9.9 167 Visita a países de língua portuguesa Gráfico 9.10 169 Características da LP Gráfico 9.11 170 Dificuldades na aprendizagem de PLE Gráfico 9.12 171 Motivo para não participar nas aulas Gráfico 9.13 173 Tipologia de textos Gráfico 9.14 174 Temas da atualidade preferidos Gráfico 9.15 175 Verificação da compreensão de um texto Gráfico 9.16 176 Critérios para a apresentação de conteúdos gramaticais Gráfico 9.17 177 Aprendizagem da gramática Gráfico 9.18 178 Aquisição de vocabulário Gráfico 9.19 179 Tipologia de exercícios de compreensão oral Gráfico 9.20 181 Temas para conversação Gráfico 9.21 182 Atividades/tarefas preferidas Gráfico 9.22 183 Estratégias de estudo/aprendizagem
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Lista de Autores COORDENADORAS/AUTORAS Ana Paula Cleto Godinho
Coordenadora da Delegação de Macau da Fundação Oriente e Professora Auxiliar Adjunta do Departamento de Português da Universidade de Macau (UM). Doutorada em Linguística Aplicada, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com o tema de dissertação A Aquisição da Concordância de Plural no Sintagma Nominal por Aprendentes Chineses de Português Língua Estrangeira. Ao longo dos últimos 30 anos, tem trabalhado na área do Português Língua Estrangeira (PLE), quer como docente quer como investigadora. A sua investigação tem-se concentrado nos campos da Linguística Aplicada, da Didática de PLE e, mais recentemente, na Aquisição de Segundas Línguas. É investigadora da UM na área da Aquisição de Aspetos Morfossintáticos do Português como Segunda Língua. Tem trabalhado como consultora em vários projetos de avaliação global do ensino de PLE nas escolas de Macau. É autora de outras publicações pedagógicas para o ensino de PLE. Maria José Grosso
Doutorada em Linguística Aplicada, pela Universidade de Lisboa, e Professora Associada da mesma Universidade. Desde 2012 é Professora e Coordenadora da área da Língua Portuguesa na Universidade de Macau (UM). Tem desenvolvido projetos de investigação e trabalhos sobre o Português Língua Estrangeira (PLE), designadamente O Discurso Metodológico do Ensino do Português em Macau a Falantes de Língua Materna Chinesa (tese de doutoramento), e é coordenadora e coautora de O Utilizador Elementar no País de Acolhimento, de O Utilizador Independente no País de Acolhimento e de Quadro de Referência para o Ensino Português no Estrangeiro. Foi Diretora do Centro de Avaliação do Português Língua Estrangeira (CAPLE). É investigadora no Centro de Linguística da Universidade Nova de Lisboa. No ensino/ /aprendizagem do Português (PLE/PL2), tem publicado artigos e livros e feito formação de professores em Portugal e no estrangeiro
AUTORES Cristina Água-Mel
Professora de Português Língua Estrangeira (PLE) desde 1992. Doutorada em Sociolinguística pela Universidade de Birmingham, Reino Unido (2005). As suas principais áreas de interesse académico são o ensino de PLE e as novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Tem vindo a desenvolver um conjunto de materiais didáticos para aprendentes chineses e coordena o portal Portu-Nês, cujo objetivo é facilitar a interação entre falantes sino-lusófonos. © LIDEL EDIÇÕES TÉCNICAS
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O Português na China: Ensino e Investigação
Graça Fernandes
Doutoranda em Língua e Cultura Portuguesa (Língua Estrangeira/Língua Segunda) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Exerce atividades de docência na área do Português Língua Estrangeira (PLE) desde 1995. Assistente na Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Politécnico de Macau (IPM) desde 2003, tem igualmente desenvolvido trabalhos de tradução, revisão de traduções e de interpretação simultânea para diversos departamentos do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM). Liliana Gonçalves
Mestre em Português Língua Segunda/Língua Estrangeira, trabalha com aprendentes de Língua Portuguesa (LP), sobretudo chineses, há cerca de 10 anos. Autora do manual didático Cozinhar em Português, publicado, em 2011, pela Lidel. Presentemente, dedica os seus estudos a questões interculturais, também no âmbito da aprendizagem do Português como Língua Estrangeira (PLE). Raul Andrade Pissarra
Licenciado em Filologia Clássica pela Faculdade de Letras da Universidade Lisboa. De 1986 a 1990 foi leitor de Português na Universidade de Línguas Estrangeiras de Pequim. Desde 1990 trabalha na Universidade de Macau (UM), tendo interrompido, durante este período, a carreira docente para se dedicar ao estudo do Mandarim em Pequim. Em 1998, obteve o grau de mestre em Estudos Linguísticos, com uma tese sobre as Interrogativas em Chinês e em Português. Raul Leal Gaião
Mestre em Língua e Cultura Portuguesa/Estudos Linguísticos pela Universidade de Macau (UM). Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa e em Ciências Literárias pela Universidade Nova (Lisboa). Lecionou Filosofia no Ensino Secundário e Sintaxe e Semântica, Morfologia e Língua Portuguesa no Ensino Superior. Colaborou na elaboração de vários dicionários de língua portuguesa (LP). Tem efetuado investigação na área do crioulo de Macau/falar macaense, bem como noutros temas ligados a Macau. Ricardo Moutinho
Docente na Universidade de Macau (UM), em Macau, China. Licenciado em Letras pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), obteve seu título de mestre em Linguística pela mesma instituição e seu título de doutor em Linguística pela UM. A sua experiência profissional abrange o ensino superior, atuando na área de Ensino de Português Língua Estrangeira (PLE) para Falantes de Chinês, além de cursos de extensão de PLE para falantes de outras línguas. A sua área de pesquisa concentra-se no estudo dos seguintes tópicos: interação em sala de aula, efeito retroativo do exame Celpe-Bras, (re)construção de identidades na aquisição de línguas estrangeiras (LE) e diplomacia cultural no ensino de PLE. 12
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Lista de Autores
Sara Santos
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, na variante de Estudos Portugueses e Ingleses, pela Universidade Nova de Lisboa, e mestre em Língua e Cultura Portuguesa, na variante de Estudos Linguísticos, pela Universidade de Macau (UM). Autora de materiais didáticos de Português Língua Estrangeira (PLE) e de Português para fins específicos. Docente no Departamento de Português da UM e doutoranda em Linguística Aplicada. Sónia Ao Sio Heng
Doutoranda em Linguística pela Universidade de Macau (UM), mestre em Ciências de Educação e pós-graduada em Desenvolvimento Social e Pessoal pelo Instituto Inter-Universitário de Macau (IIUM), profissionalizada em Ensino de Português como Língua Estrangeira (PLE) pela Universidade Aberta de Macau (UAM) e licenciada em Estudos Portugueses pela UM. Áreas de investigação: Linguística (aquisição de línguas) e Estudos de Tradução (tradução cultural). Vítor Silva
Doutorando do curso de Língua e Cultura Portuguesas, na Universidade de Lisboa, mestre em Língua e Cultura Portuguesa (variante de Linguística) pela Universidade de Macau (UM) e licenciado em Língua e Cultura Portuguesa pela Universidade de Lisboa. É atualmente Coordenador-Adjunto da Secção Portuguesa da Escola Superior de Línguas e Tradução (ESLT) do Instituto Politécnico de Macau (IPM), onde é Assistente Convidado desde 2010. Foi leitor do Instituto Camões na Universidade de Oxford, de 2003 a 2004; leitor do Instituto Português do Oriente (IPOR) na atual Universidade de Hanói, de 2004 a 2006; na Universidade de Jinan, em Cantão, de 2006 a 2008; deu início aos primeiros cursos opcionais de Português na Universidade de Estudos Estrangeiros de Cantão, em 2007; foi professor no IPOR, em Macau, entre 2008 e 2010, lecionando também durante esse tempo, em regime de part-time, no Instituto de Formação Turística, na Escola das Forças de Segurança de Macau e na UM. Wang Jiangmei
Professora Associada na Universidade de Estudos Estrangeiros de Tianjin, na República Popular da China (RPC), e, neste momento, trabalha no Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa. Mestre em Literatura Chinesa Moderna e em Educação, Área de Especialização em Supervisão Pedagógica do Ensino de Português. Membro da Associação Chinesa para o Ensino de Chinês como Língua Estrangeira (All China Association for Teaching Chinese as a Foreign Language). As suas principais áreas de investigação são o ensino de Chinês enquanto língua estrangeira (LE) e o ensino de Português na China. Autora de diversas publicações, de vários artigos em revistas e atas académicas, em Chinês e Português, e diversas colaborações com estações de radiodifusão.
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O Português na China: Ensino e Investigação
Ye Zhiliang
Professor Associado do Departamento de Português da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (UEEP). Vice-Diretor da Faculdade de Espanhol e Português e responsável pelo Departamento de Português da UEEP. Autor de outras publicações, nomeadamente manuais didáticos. Zhang Jing
Docente do Departamento de Português da Universidade de Macau (UM). Licenciada em Língua e Cultura Portuguesas [na variante do Ensino de Português Língua Estrangeira (PLE)] e mestre em Linguística pela UM. Possui ainda o diploma do curso superior de Língua e Cultura Portuguesas para Estrangeiros da Universidade de Coimbra. Atualmente, está a terminar a sua dissertação de doutoramento na área de Linguística, com investigação no âmbito da Aquisição de Segundas Línguas (ASL), na UM. Foi membro da equipa do Projeto de Avaliação Específica do Ensino de PLE nas Escolas Luso-Chinesas de Macau (Jardim de Infância e Ensinos Primário e Secundário). Desenvolve a sua investigação nos domínios da ASL, ensino/aprendizagem de PLE, Linguística Contrastiva (Português/Chinês) e aspetos linguísticos envolvidos no processo de tradução (Português/Chinês).
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Abreviaturas e Siglas Utilizadas AD
Artigo definido
ADV
Advérbio
AI
Artigo indefinido
ASL
Aquisição de segunda língua
ASP
Aspeto
ASSOC
Associativo
AULP
Associação das Universidades de Língua Portuguesa
CAPLE
Centro de Avaliação de Português Língua Estrangeira
CEPLEC
Comunidade de Ensino de Português Língua Estrangeira na China
CG
Concordância em género
CN
Concordância em número
CL/CLA
Classificador
COELLE
Comissão de Orientação do Ensino das Licenciaturas em Línguas Estrangeiras
CV
Concordância verbal
DEM
Demonstrativo
DEPLE
Diploma Elementar de Português Língua Estrangeira
DUR
Durativo
ESLT
Escola Superior de Línguas e Tradução
FFFH
Failed Functional Features Hypothesis
FLEX
Flexão
FM
Fundação Macau
GEN
Genitivo
GMAT
Graduate Management Admission Test
GU
Gramática Universal
HCC
Hipótese de Complexidade Contextual
IIUM
Instituto Inter-Universitário de Macau
IL
Interlíngua
IPM
Instituto Politécnico de Macau
IPOR
Instituto Português do Oriente
IRA
Iniciação-Resposta-Avaliação
LC
Língua chinesa
LE
Língua estrangeira
LP
Língua portuguesa
L1
Língua materna
L2
Língua segunda
MEC
Ministério da Educação da China
MF
Marcador do tempo futuro
MP
Marcador de pesença/Ocorrência
MPL
Marcador de plural
NOM
Nominalizador
OBL
Oblíquo
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O Português na China: Ensino e Investigação
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OMC
Organização Mundial de Comércio
OD
Objeto direto
OP
Oração pequena
PAE
Partícula aspeto experimental
PAP
Partícula aspeto perfetivo
PB
Português do Brasil
PE
Português Europeu
PERA
Partícula estado revelante atualmente
PL
Partícula de ligação
PLE
Português Língua Estrangeira
PredSU
Predicativo do sujeito
PRT
Partícula
QECR
Quadro Europeu Comum de Referência para as línguas
RAEM
Região Administrativa Especial de Macau
RPC
República Popular da China
SD
Sintagma determinante
SN
Sintagma nominal
SU/SUJ
Sujeito
SVO
Sujeito-verbo-objeto
TOEFL
Test of English as a Foreign Language
TRL
Teoria da Regência e Ligação
UAM
Universidade Aberta de Macau
UCC
Universidade de Comunicação da China
UEEG
Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong
UEEP
Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim
UEEX
Universidade de Estudos Estrangeiros de Xangai
UFSCar
Universidade Federal de São Carlos
ULCP
Universidade de Línguas e Culturas de Pequim
UM
Universidade de Macau
V
Verbo
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Introdução De alguns anos a esta parte, assistimos a uma abertura e aproximação da China aos países de língua portuguesa (LP), de tal forma que, hoje em dia, aprender Português na China é uma garantia de trabalho futuro. Os textos aqui apresentados refletem essa aproximação; eles traduzem, por parte dos seus autores, todo um trabalho vivenciado, ao longo dos anos, quer como professores de Português na China, quer como investigadores/estudantes. A partir da década de 80 do século XX, presenciamos um forte interesse pela LP na China, identificado pela criação de instituições que se dedicam exclusivamente ao ensino de Português Língua Estrangeira (PLE), interesse também marcado pela formação de professores nesta área e pela elaboração de programas e de materiais pedagógicos vocacionados para o público aprendente chinês, nomeadamente em Macau, onde o Português será língua oficial até 2049. Encontros, seminários, colóquios e outras reuniões de caráter científico de várias áreas disciplinares contribuíram, ao longo das décadas, para intensificar o olhar sobre a importância da LP no mundo e o consequente valor social, político e económico de aprender Português. Na área do PLE, foram surgindo pontualmente estudos diversificados, alguns resultantes de trabalhos de investigação de mestrado e de doutoramento. Com o objetivo de se apresentar essa diversidade e de se evidenciarem algumas áreas da investigação de PLE desenvolvidas pelos autores na China, surgiu a ideia de reunir um conjunto de escritos que retratasse o que tem sido feito neste campo. Por esse motivo, os textos abrangem diferentes áreas, que vão desde o relato da prática pedagógica aos estudos sobre a aquisição da língua. O repto de registar a investigação conduzida no momento foi lançado a todos os que se mostraram disponíveis para contribuir com as suas experiências e estudos. O resultado eclético foi o esperado, incentivando o lançamento de um segundo volume centrado na área da formação do ensino/aprendizagem de PLE. Ao mesmo tempo, quisemos, com este volume, abrir portas à comunicação intercultural e motivar os colegas que ensinam Português na China, em particular os colegas chineses, a interagirem com os que falam Português. O conjunto de textos apresentados abrange vários campos do conhecimento relacionados com o ensino, aprendizagem e aquisição de PLE na China. O primeiro texto, “O Ensino do Português em Macau: Por Que Razão Aprender Só a Escrever Não Chega?”, da autoria de Cristina Água-Mel, reflete sobre o ensino da escrita e da leitura a um público aprendente que já domina a língua falada. Questiona-se que estratégias usar para trabalhar com aprendentes que desejam sobretudo aprender a escrever e qual o lugar da abordagem comunicativa num contexto linguístico em que apenas o Português escrito está presente e a exposição à língua falada se limita quase exclusivamente às trocas artificiais encenadas entre professor e alunos em contexto de sala de aula. O segundo texto, “Algumas Considerações sobre a Expansão do Ensino da Língua Portuguesa na China”, de Ye Zhiliang, traça uma perspetiva da expansão recente do © LIDEL EDIÇÕES TÉCNICAS
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O Português na China: Ensino e Investigação
ensino de Português na China, fazendo um balanço das necessidades pedagógico-didáticas para o desenvolvimento de um melhor e mais sustentável ensino. Zhang Jing, no Capítulo 3, com o texto “Comparação do Sistema de Determinação/ /Indeterminação entre a Língua Portuguesa e a Língua Chinesa”, aborda o processo de aquisição do sistema de artigos no processo do ensino/aprendizagem de PLE. O uso dos artigos em Português constitui um quebra-cabeça para os aprendentes de língua materna (L1) chinesa, dado que a sua L1 não possui tal sistema. Recorrendo ao método de análise contrastiva, comparando os sistemas de determinação e indeterminação da LP e da língua chinesa (LC), o estudo tem como objetivo último ajudar a prever as dificuldades existentes na aprendizagem dos artigos e, consequentemente, contribuir para o aperfeiçoamento dos métodos e técnicas aplicados no processo do ensino/aprendizagem de PLE. O quarto texto, “A Urgência da Criação de uma Licenciatura em Português nas Universidades Chinesas no Contexto de Estudo das Línguas Estrangeiras Pouco Utilizadas”, de Wang Jiangmei, focaliza-se no papel da LP no seio do ensino das línguas estrangeiras (LE) na China. De acordo com a autora, apesar de a LP ter vindo a ganhar um lugar de destaque no ensino das LE na China, não existem ainda recursos humanos e materiais suficientemente especializados para corresponder à crescente procura que se tem vindo a verificar no país. Ricardo Moutinho, no Capítulo 5, com o texto “Aspetos Não-Verbais como Elementos Propulsores para a (Re)Construção de Estruturas de Participação numa Sala de Aula de Português Língua Estrangeira”, debruça-se sobre a análise das estruturas de participação presentes na aula de PLE numa escola primária de Macau. A metodologia utilizada neste trabalho é de natureza microetnográfica (Erickson 1996), o que permite interpretar os dados por meio da análise momento a momento, identificando aspetos que reorganizam e redefinem os conceitos, as identidades e os papéis que os participantes apresentam durante um evento de fala. Este tipo de análise possibilita a construção de ações pedagógicas mais específicas para se alcançar uma maior eficácia no processo de ensino/aprendizagem em contexto de sala de aula. No sexto capítulo, Graça Fernandes, com o texto “Competência Cultural no Ensino de Português Língua Estrangeira”, apresenta uma breve reflexão teórica no que respeita à melhor forma de integrar a competência cultural como parte integrante do processo ensino/aprendizagem de PLE a aprendentes chineses integrados no curso de licenciatura em Tradução e Interpretação Português-Chinês, de modo a que estes a possam ativar de forma assertiva e pertinente na hora de traduzir e interpretar, promovendo, assim, a comunicação intercultural. O sétimo texto, “Aquisição da Concordância em Género e Número no Contexto de Ensino/Aprendizagem de Português Língua Estrangeira em Macau”, de Ana Paula Cleto Godinho, analisa a aquisição da concordância em género (CG) e número (CN) no sintagma nominal (SN) por aprendentes chineses de PLE. Observa-se a aquisição de marcadores morfológicos, partindo do pressuposto de que o processo de aquisição e aplicação das regras de concordância reflete as características tipológicas da 18
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Introdução
L1 dos aprendentes e que a interlíngua (IL) é o produto de uma interação complexa entre a gramática da L1 e da língua-alvo, bem como dos princípios universais subjacentes à construção da gramática. Vítor Silva, no Capítulo 8, com o texto “Aquisição/Aprendizagem da Língua Portuguesa por Jovens Chineses”, faz a análise da CG e CN no sintagma predicativo. Parte da análise da oralidade de um grupo de jovens chineses aprendentes de PLE e, através da descrição da variação em género e número, tenta identificar se a aquisição da L1 e da língua segunda (L2) se processa do mesmo modo ou se existem evidências de transferência linguística ou de outros processos mentais na aquisição de L2. No Capílulo 9, “Perfil do Aprendente Universitário de Português Língua Estrangeira em Macau”, Sara Santos traça o perfil do aprendente de PLE que frequenta o curso de licenciatura em Estudos Portugueses da Universidade de Macau (UM). Tendo em consideração que as novas metodologias de ensino/aprendizagem de uma LE se centram, sobretudo, na ação e no papel do aprendente “enquanto ator social, que tem que cumprir tarefas em circunstâncias e ambientes determinados, num domínio de atuação específico” [QERC – Conselho da Europa (2001:29)], a autora considerou determinante fazer o levantamento das necessidades dos aprendentes em causa, uma vez que, além de fatores linguísticos relacionados com os parâmetros específicos da L1 dos aprendentes, outras questões de natureza não-linguística também pesam no desenvolvimento da IL, particularmente quando se trata do público aprendente de Macau, cujo comportamento em sala de aula é tendencialmente passivo. No Capítulo 10, “Aquisição de Morfologia Verbal do Português Europeu por Aprendentes Chineses: Um Estudo Piloto”, Sónia Ao Sio Heng procura identificar os contextos condicionantes no uso de regras da concordância verbal (CV) do Português Europeu (PE) por aprendentes chineses. A autora identificou, neste trabalho, seis fatores condicionantes de significância estatística em ordem hierárquica descendente: (i) saliência fónica; (ii) tempo investido em estudo; (iii) tipos de verbo; (iv) tipos de oração; (v) posição relativa de verbo ao núcleo do SN sujeito (realizado ou não); e (vi) caracterização semântica do sujeito. No décimo primeiro capítulo, “O Ensino do Português na China: Relato de uma Experiência”, Raul Andrade Pissarra aborda a sua experiência pedagógica no ensino de Português a falantes de Chinês (na China e em Macau), marcada pelas particularidades da cultura pedagógica chinesa, nomeadamente a atitude dos alunos na situação da aprendizagem, a relação professor/aluno em contexto de sala de aula, bem como a necessidade de procurar uma metodologia adequada que contemple os hábitos de aprendizagem e as necessidades específicas destes alunos. No décimo segundo capítulo, “Formas de Tratamento na Língua Portuguesa e na Língua Chinesa”, Liliana Gonçalves apresenta as formas de tratamento da LP (variante europeia) e da LC, utilizadas atualmente nas camadas cultas ou semicultas em diálogos simples do quotidiano. Neste trabalho, a autora inclui alguns elementos proxémicos e cinésicos usados nas duas línguas, uma vez que eles dão informação importante acerca dos interlocutores e da (inter)comunicação estabelecida. © LIDEL EDIÇÕES TÉCNICAS
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O Português na China: Ensino e Investigação
No décimo terceiro capítulo, “Problemática do Ensino de Português na Região Administrativa Especial de Macau”, Maria José Grosso aborda os fatores que contribuem para a divulgação de uma língua. O facto de Macau, neste momento, ser uma ponte linguística, económica e comercial para o desenvolvimento da cooperação entre a China e os países de língua oficial portuguesa faz deste território um centro ativo e de interesse para a aprendizagem do Português, que deve ser dinamizada por uma adequada, necessária e intensa formação de professores, conciliando a teoria com a prática pedagógica, para que haja uma aprendizagem da língua que não fique limitada ao nível elementar de comunicação. No décimo quarto capítulo, “Ensino de Português a Falantes de Língua Materna Chinesa: Textos complementares”, Raul Leal Gaião apresenta uma seleção de textos que constituem uma reflexão sobre os problemas surgidos no ensino do Português a falantes de Chinês no período de intensificação deste ensino na China e em Macau, textos que abordam as metodologias consideradas mais adequadas, a análise contrastiva Chinês/Português e o perfil e as expectativas destes aprendentes.
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