Português em Foco 4 é o quarto de um conjunto de manuais que abrangem os níveis A1 a C2, dirigidos a adolescentes e adultos aprendentes de Português como Língua Estrangeira. Está dividido em áreas temáticas que pretendem cobrir as necessidades comunicativas dos aprendentes, correspondendo aos níveis C1/C2 do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR). Deste modo, o aprendente irá atingir um grau de independência que lhe permitirá interagir num conjunto variado de situações de comunicação, desenvolvendo mecanismos linguístico-comunicativos, nomeadamente de reconhecimento e uso das principais estruturas léxico-sintáticas e sintático-semânticas da língua. Estas estruturas permitirão uma maior flexibilidade e capacidade para usar a língua em situações menos previsíveis. Português em Foco 4 apresenta:
. . . . . . .
Textos que cobrem as áreas temáticas de modo a abranger as situações de comunicação previstas para o nível C1/C2; Conteúdos gramaticais expostos com rigor e clareza; Textos áudio diversificados para desenvolver a compreensão oral; Exercícios de expressão oral e escrita de acordo com a temática estudada na unidade; Soluções dos exercícios; Glossário em alemão, espanhol, francês e inglês; Gravações áudio dos textos disponíveis em www.lidel.pt.
19,6cm x 25cm
Português em Foco 4 Livro do Aluno
Luísa Coelho I Carla Oliveira Coordenação: João Malaca Casteleiro
QECR Níveis C1/C2
www.lidel.pt
Português em Foco 4 apresenta também um Livro do Professor que está organizado conforme as unidades do Livro do Aluno. Em cada unidade existem indicações precisas sobre as atividades a desenvolver na sala de aula. Inclui ainda as soluções dos exercícios propostos no Livro do Aluno.
Luísa Coelho I Carla Oliveira
Curso de Português Língua Estrangeira Níveis C1/C2
Livro do Aluno
Português em Foco 4
??mm
Português em Foco 4
19,6cm x 25cm
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Português em Foco 4 Livro do Aluno Nível C1/C2
Luísa Coelho I Carla Oliveira Coordenação:
João Malaca Casteleiro
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A Lidel adquiriu este estatuto através da assinatura de um protocolo com o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, que visa destacar um conjunto de entidades que contribuem para a promoção internacional da língua portuguesa. Edição e Distribuição Lidel – Edições Técnicas, Lda. Rua D. Estefânia, 183, r/c Dto. – 1049‑057 Lisboa Tel.: +351 213 511 448 lidel@lidel.pt Projetos de edição: edicoesple@lidel.pt www.lidel.pt Livraria Av. Praia da Vitória, 14 A – 1000‑247 Lisboa Tel.: +351 213 511 448 livraria@lidel.pt Copyright © 2019, Lidel – Edições Técnicas, Lda. ISBN edição impressa: XXXXXX 1.ª edição impressa: XXXXX Conceção de layout e paginação: Pedro Santos Impressão e acabamento: XXXXXX Depósito Legal: 441958/18 Capa: XXXXXX Ilustrações: XXXXX Fotografias: vários (ver páginas XXX-XXX) Faixas Áudio Vozes: Execução Técnica: &© 2019 - Lidel SPA Todos os direitos reservados Todos os nossos livros passam por um rigoroso controlo de qualidade, no entanto aconselhamos a consulta periódica do nosso site (www.lidel.pt) para fazer o download de eventuais correções. Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotocópia, digitalização, gravação, sistema de armazenamento e disponibilização de informação, sítio Web, blogue ou outros, sem prévia autorização escrita da Editora, exceto o permitido pelo CDADC, em termos de cópia privada pela AGECOP – Associação para a Gestão da Cópia Privada, através do pagamento das respetivas taxas.
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Prefácio
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Ao darmos a lume Português em Foco 4, disponibilizamos o último volume da coleção de manuais começada em 2015 com Português em Foco 1, elaborada para o ensino ‑aprendizagem da língua portuguesa, tanto nos domínios da compreensão e expres são orais, como da leitura e da composição escrita. Este volume, conforme acontece com os anteriores, dirige‑se a um público diversificado, adolescente ou adulto, quer europeu quer de outros continentes, e pode ser utilizado seja em regime de escola ridade seja em autoaprendizagem. Português em Foco 4, tal como sucede com os volumes precedentes, tem como orientação metodológica a abordagem comunicati va no ensino‑aprendizagem de línguas e guia-se pelos mesmos princípios teóricos e orientações pedagógico-didáticas do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas – Aprendizagem, Ensino, Avaliação (QECR), publicado, em 2001, pelo Conse lho da Europa e facultado em versão portuguesa, no mesmo ano, pelo Ministério da Educação de Portugal. Este manual procura satisfazer aos Níveis C1/C2 do QECR, ou seja, aos dois últimos níveis dos seis aí descritos. Mediante a aquisição dos Níveis C1/ C2, espera‑se que o aprendente se revele como utilizador proficiente, com autonomia e mestria, no uso da língua de Camões, tanto na comunicação oral como no domínio da escrita. Este manual contém 12 unidades didáticas, que abrangem conteúdos programáticos relacionados com diversos aspetos da cultura portuguesa, tais como idiomatismos e provérbios de uso frequente, assuntos relevantes da educação, da saúde, do desporto, da gastronomia e alimentação, do sistema social, etc. Nos textos apresentados, deu‑se relevância a alguns autores das literaturas de língua portuguesa, quer clássicos quer modernos, como Luís de Camões, Almeida Garrett, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Ricardo Araújo Pereira, Carlos Tê, do lado de Portugal, ou Luís Fernando Veríssimo, Martha Medeiros, do Brasil, José Eduardo Agualusa, Ondjaki, Pepetela, de Angola, Germano de Almeida, de Cabo Verde, ou Mia Couto, de Moçambique. Infelizmente, o espaço disponível não permitiu incluir textos de outros escritores lusófonos igualmente relevantes. Os conteúdos gramaticais inseridos neste manual visam facultar um domínio mais com pleto da gramática, sobretudo em relação ao uso adequado dos tempos e modos verbais, sempre difícil para quem tem como idioma materno uma língua pouco ou nada flexional, mas também quanto a particularidades de realização mais elaborada, como sucede com a expressão da condição, da causa, da concessão, do tempo, etc.
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Considerou‑se útil apresentar também as principais diferenças gramaticais, bem como algumas de natureza lexical entre Portugal e o Brasil. Tal como em manuais anteriores, os textos presentes nas várias unidades didáticas são proferidos por falantes nativos, conforme a norma‑padrão do Português Europeu e a do Português do Brasil, e encontram‑se disponíveis em www.lidel.pt. É seu objetivo ajudar o aprendente a melhorar a prática da oralidade, quer na compreensão quer na expressão. Será não apenas um valioso instrumento de trabalho em sala de aula para o professor não nativo, mas também um bom apoio para o discente no exercício de autoaprendizagem. Um Livro do Professor será também posto à disposição dos do centes, o qual visa ajudá-los na preparação das aulas, sobretudo aqueles que tenham menos experiência didática. Como vimos repetindo nos manuais anteriores, cremos que, também neste, a larga ex periência docente das autoras com alunos de várias nacionalidades e nos vários níveis do QECR, obtida na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde lecionam há muitos anos, tornou mais consistente e mais adequada ao público aqui visado a elaboração deste manual. Esperamos, pois, que ele contribua da melhor forma para levar o aprendente a atingir solidamente as metas estabelecidas pelos Níveis C1/C2 do QECR. Através do relevo que aqui damos a aspetos marcantes da cultura portuguesa, assim como a alguns importantes escritores lusófonos, esperamos contribuir também para um mais aprofundado conhecimento da sociedade lusa, por um lado, e das riquís simas literaturas que se expressam em língua portuguesa, por outro. O público aprendente deve ter em conta que a língua portuguesa é a quarta mais fala da no mundo, sendo mesmo a primeira no Hemisfério Sul, e que o seu uso e aprendi zagem se encontram em plena expansão, quer como língua materna ou segunda quer como língua estrangeira. Espera‑se que a breve trecho ela venha a ser considerada língua oficial da Organização das Nações Unidas. Dominar bem a língua portuguesa tornar‑se‑á, pois, uma mais‑valia, não só do ponto de vista cultural, mas sobretudo profissional. Antes de terminar, queríamos deixar aqui uma palavra de agradecimento à Lidel pelo empenho e competência com que tem levado a cabo esta coleção de manuais e pela oportunidade que quis dar‑nos de assim contribuirmos de forma continuada e mais completa para o ensino-aprendizagem da língua portuguesa por um público diversifi cado e pluricontinental. João Malaca Casteleiro 4
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Introdução Português em Foco 4 é o quarto e último volume de uma coleção de manuais dirigidos a adolescentes e adultos aprendentes de Português como Língua Estrangeira e está dividido em 12 unidades de aprendizagem. O manual que agora se apresenta foi organizado em áreas temáticas e vocabulares associadas aos Níveis C1/C2 — Níveis de Autonomia e de Mestria. Deste modo, ao continuar a aprendizagem com Português em Foco 4, o aprendente irá reforçar competências comunicativas e desenvolver um nível de reflexão sobre a língua portuguesa, a atualidade e a literatura para atingir um nível semelhante ao do falante nativo. Assim, cada uma das 12 unidades permitirá que o aprendente desenvolva estas competências, quer através do trabalho com o texto escrito (onde as situações de comunicação são evidentes) quer através de propostas para trabalho oral. Português em Foco 4 apresenta: Textos Escritos • Servem de base para o trabalho com vocabulário específico relacionado com as áreas temáticas; • Estão gravados e disponíveis em www.lidel.pt, servindo para trabalhar a compreensão oral, a pronúncia, etc.; • Acompanham a progressão na aprendizagem, quer no que se refere à sua temática principal quer no que se refere aos aspetos estruturais da língua; • Os textos são atuais, reais, cumprindo sempre os objetivos propostos para o nível de aprendizagem. Aspetos Gramaticais – Regras e Exercícios
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• Este manual apresenta os aspetos gramaticais que serão explorados, quer através da explicitação de regras quer através de exercícios; • Os exercícios permitem que os alunos utilizem as novas regras gramaticais que aprenderam e que reutilizem as anteriores.
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Exercícios de Compreensão Oral Uma vez que a compreensão oral é tão importante como as restantes competências, em cada unidade haverá um trabalho para o desenvolvimento desta competência. Assim, ao longo do manual poder‑se‑ão encontrar diversas tipologias de exercícios, tais como: • Textos gravados com perguntas de interpretação; • Audição de textos lacunares para preencher com informação pertinente. Exercícios de Expressão Oral A expressão oral, tal como todas as outras competências, acompanha a temática de base das unidades. Assim, com os exercícios e sugestões para o trabalho da expressão oral, pretende‑se: • Utilizar oralmente os conteúdos temáticos aprendidos; • Criar um ambiente comunicativo que permita ao professor acompanhar as situações propostas. Português em Foco 4 apresenta um Livro do Professor que está organizado conforme as unidades do Livro do Aluno. Em cada unidade existem indicações precisas sobre as atividades a desenvolver na sala de aula. Esperamos, pois, que o presente manual seja do seu agrado. Luísa Coelho Carla Oliveira
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Vamos rever! Índice Geral Áreas Lexicais/ /Tópicos Vocabulares
Unidades
1. Aspetos culturais portugueses Pág. 00
2. Educação e desporto Pág. 00
3. Saúde Pág. 00
4. Bicharada Pág. 00
5. Gente lusófona
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Pág. 00
Conteúdos Gramaticais
Objetivos Específicos
• Pretérito perfeito composto do conjuntivo • Formação e utilização • Alguns aspetos de prosódia: reconhecer sentimentos; distinguir frases exclamativas, interrogativas e declarativas • Revisão da colocação dos pronomes clíticos
• Conhecer algumas particularidades culturais portuguesas através de ditos populares • Fazer comparações interculturais • Conhecer estereótipos e desmontá-los • Conhecer alguma literatura lusófona (José Eduardo Agualusa) • Reconhecer expressões idiomáticas com referente a animais (engolir sapos)
• Pretérito mais-que-perfeito-composto do conjuntivo • Formação e utilização • Colocação do sujeito depois do verbo
• Falar sobre desporto • Conhecer o desenvolvimento da língua portuguesa no mundo • Debater o efeito das tecnologias de informação nas crianças e jovens • Reconhecer alguns inanimados culturais através de expressões idiomáticas (surdo como uma porta)
• Futuro composto do conjuntivo • Formação e utilização • Revisão verbal e preposições
• Debater/falar sobre várias situações relacionadas com saúde e dietas • Falar sobre preconceitos • Reconhecer expressões idiomáticas com recurso a partes do corpo (ter a barriga a dar horas)
• Futuro composto do indicativo • Formação e utilização • Condicional composto do indicativo • Formação e utilização
• Conhecer alguma literatura lusófona (José Eduardo Agualusa) • Debater/falar sobre aspetos culturais relacionados com o uso de animais para entretenimento e animais domésticos • Fazer comparações interculturais • Reconhecer expressões idiomáticas e expressões populares relacionadas com comida e bebida (matar o bicho)
• Uso e omissão do artigo definido e indefinido • Gerúndio simples e composto • Utilização do gerúndio para exprimir: • tempo, causa, modo, condição, concessão • O gerúndio com verbos auxiliares para evidenciar valor aspetual: • estar + gerúndio; andar + gerúndio, ir + gerúndio, vir + gerúndio
• Conhecer alguma literatura lusófona (Mia Couto, José Saramago) • Reconhecer /aceitar/recusar aspetos culturais diversos • Reconhecer algumas expressões idiomáticas e populares relacionadas com morrer e morte. • Levantamento de tabus interculturais
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Áreas Lexicais/ /Tópicos Vocabulares
Unidades
6. Portugal – agora e no futuro
Conteúdos Gramaticais • Infinitivo flexionado • Infinitivo não flexionado • O particípio
• Conhecer dados sobre a situação familiar em Portugal • Conhecer alguns aspetos relacionados com o sistema educativo português • Conhecer alguns aspetos do sistema social português • Reconhecer alguns provérbios portugueses • Fazer o cruzamento intercultural em relação a provérbios com o mesmo significado
• A Condição • Orações condicionais (com indicativo, com conjuntivo, com infinitivo pessoal) – revisão geral
• Conhecer a gastronomia portuguesa e a sua presença na literatura (Eça de Queirós) • Regras para a realização de resumo textual • Resumir um texto de cariz informativo • Exprimir condição • Reconhecer algumas expressões e expressões idiomáticas da língua portuguesa com o verbo dar
• O Tempo • Orações temporais (com indicativo, com conjuntivo, com infinitivo pessoal) – revisão geral
• Conhecer autores lusófonos – Angola (Pepetela); Cabo Verde (Germano de Almeida) • Fazer fichas de leitura de obras literárias • Exprimir tempo • Reconhecer algumas expressões idiomáticas da língua portuguesa com a palavra cabeça
• A Causa • Orações causais (com indicativo, com conjuntivo, com infinitivo pessoal) – revisão geral
• Conhecer um dos maiores vultos da literatura portuguesa – Luís de Camões • Fazer o cruzamento intercultural no que se refere a hábitos de leitura • Resumir um texto de cariz informativo • Fazer fichas de leitura de obras literárias • Exprimir causa • Reconhecer algumas expressões idiomáticas da língua portuguesa com a palavra amigo (amigo de Peniche, amigo da onça e amigo do alheio)
• Português Europeu e Português do Brasil (comparação) • Análise das principais diferenças entre o PE e o PB: formas de tratamento você e tu; nível ortográfico; nível fonético; nível morfológico; nível sintático e nível semântico e lexical.
• Conhecer autores lusófonos – Mia Couto (Moçambique); Ricardo Araújo Pereira (Portugal); Luís Fernando Veríssimo (Brasil); Ondjaki (Angola) • Reconhecer algumas expressões idiomáticas da língua portuguesa formadas com o verbo fazer • Escrever uma crónica • Conhecer algumas diferenças entre o PE e o PB
Pág. 00
7. Gastronomia e alimentação Pág. 00
8. Leituras Lusófonas Pág. 00
9. Literatura Portuguesa – Luís Vaz de Camões Pág. 00
10. Crónicas e outros textos Pág. 00
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Objetivos Específicos
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Áreas Lexicais/ /Tópicos Vocabulares
Unidades
11. Sobre o amor e outras coisas – textos lusófonos
Conteúdos Gramaticais • A Concessão • Orações concessivas (com indicativo, com conjuntivo, com infinitivo pessoal) – revisão geral
• Conhecer autores lusófonos – Almeida Garrett (Portugal); Martha Medeiros (Brasil); Carlos Tê (Portugal) • Conhecer uma lenda tradicional portuguesa (Portalegre) • Escrever uma carta de amor • Reflexão/discussão sobre pensamentos relacionados com amor, fidelidade/infidelidade • Conhecer algumas expressões idiomáticas do Português do Brasil
• Expressões idiomáticas e provérbios – revisão
• Conhecer Fernando Pessoa – biografia, heterónimos • Leitura do texto “Sr. António” de Maria José (Heterónimo de Fernando Pessoa) • Uma perspetiva íntima de Fernando Pessoa (entrevista a Manuela Nogueira – sobrinha de Pessoa) • Leitura e reflexão sobre dois poemas (Autopsicografia; Eu sou do tamanho do que vejo) • Reflexão/discussão sobre pensamentos de Fernando Pessoa • Redação de textos de reflexão
Pág. 00
12. Fernando Pessoa
Objetivos Específicos
Pág. 00
Textos áudio não transcritos
Pág. 00
Glossário
Pág. 00
Lista de faixas áudio
Pág. 00
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Aspetos Culturais Portugueses
Ultimamente, o Luís tem engolido imensos sapos!
UNIDADE 1 UNIDADES DE AVALIAÇÃO - REDE EPE CAMÕES (EM REVISÃO)
UNIDADE 1 2
Aspetos Culturais Portugueses
TEXTO A
Os mais irritantes ditos portugueses Os nossos conterrâneos que encontramos por esse Portugal fora insistem em estragar‑nos o dia com manias que já não temos paciência para aturar. Mas, enfim, algumas até se percebem… “COITADINHO” Todos em Portugal são coitadinhos: ou porque a mulher fugiu com o leiteiro (Ai! Bons tempos em que havia leiteiros.) ou porque o filho decidiu ser criador de hamsters em vez de economista; cada vida tem a sua cruz. Mas isso até nos conforta. Imaginem um país em que se desfiassem as nossas desditas e a pessoa, em vez de suspirar “Coitadinho!”, nos olhasse gelidamente e declarasse: “Ah!” “SOFRO DOS NERVOS” 99% dos portugueses afirma “sofrer dos nervos”. Quem tem ataques de fúria sofre dos nervos, quem tem borbulhas no nariz é porque sofre dos nervos e quem não tem mais nada para fazer na vida sofre imenso dos nervos, compreensivelmente. “Sofrer dos nervos” é popular porque é uma doença mística. É o degrau abaixo de se ouvirem vozes como, por exemplo, a de Joana d’Arc, e sempre é mais interessante do que sofrer de sinusite ou de hemorroidas. “NEM ME FALE NISSO” A frase inaugura mais um campeonato de doenças, que pode ocupar um passeio de várias horas com diálogos do tipo: “Eu tenho bronquiolite crónica, deixo de respirar a meio da noite e posso morrer a qualquer momento”, “Nem me fale nisso, eu não só deixo de respirar como fico vários minutos sem ser capaz sequer de me mexer”, “Mas olhe que eu não durmo há mais de seis meses”, “A mim, a dor ia‑me cá abaixo, à anca, e fazia‑me ricochete no fígado”… Em Portugal, só se é interessante pela desgraça. Quem está de boa saúde e é feliz não só é uma afronta aos outros como não tem interesse algum. Aliás, todos acham que ninguém é genuinamente feliz. Se alguém “parece” feliz, de certeza que está a disfarçar. Por fora ri, mas por dentro chora, como os palhaços. “TU CAIS!” As crianças portuguesas nunca são encorajadas a conquistar o mundo. Ninguém diria que alguma vez pusemos o pé fora de Odivelas, quanto mais no Brasil. A filosofia das mães nunca é: “Vais passar esse muro e encontrar um maravilhoso mundo novo do outro lado”. A filosofia das mães portuguesas é: “Vais‑te estampar a tentar inutilmente escalar esse muro absurdamente alto, vais torcer um tornozelo quando caíres cá em baixo em cima de um lobo mau que te devia devorar até à última falanginha. Ah, e também te vais constipar”.
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Aspetos Culturais Portugueses
UNIDADE 1
“MAIS OU MENOS” Nunca nada nos corre bem. É sempre “mais ou menos” ou “vai‑se andando”. Não se sabe se as reticências se devem ao facto de ninguém querer ser motivo de inveja para não tentar os deuses, ou simplesmente ao pessimismo nacional. “ESTÁS AQUI?” Isto irrita muita gente mas não devia fazer parte da lista, porque se trata apenas de um desbloqueador de conversa. Acordem, ofendidos! Ninguém vos está a perguntar se estão de facto aqui… O que se quer dizer é: “ O que é que estás aqui a fazer?” E não: “Será um ET aquilo que vejo na minha frente?”. Catarina Fonseca in Activa (texto com supressões)
VOCABULÁRIO 1. Leia o Texto A e apresente um sinónimo ou explique o significado das palavras/expressões do quadro abaixo. coitadinho cada um tem a sua cruz doença mística fazer ricochete vais‑te estampar desbloqueador de conversa 2. Faça a correspondência entre as palavras da coluna da esquerda e os sinónimos da coluna da direita.
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Texto A
Sinónimos
1. a desdita
a) a ofensa
2. gelidamente
b) o azar
3. a afronta
c) friamente
4. genuinamente
d) subir
5. escalar
e) tragar
6. devorar
f) autenticamente
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UNIDADE 1
Aspetos Culturais Portugueses
ORALIDADE 3. Trabalho de pares. O Texto A é um texto humorístico sobre algumas particularidades dos portugueses. Como texto humorístico que é, denota também algum exagero. Discuta as seguintes questões com o seu colega. 1. Fale com o seu colega sobre cada uma das particularidades dos portugueses e faça um paralelo com aspetos da sua própria cultura. Encontra alguma semelhança? 2. Que ditos o irritam mais na sua cultura? 3. Diz‑se frequentemente que os ingleses gostam de falar do tempo e os portugueses de doenças. E no seu país, que tipo de estereótipos são mais comuns?
ESCRITA 3
4. Ouça o Texto B e complete os espaços.
TEXTO B Na minha primeira morte eu não morri Um dia, na minha anterior
________________________________________________
, decidi matar‑me. Queria morrer completamente. Tinha
esperança de que a vida eterna, o paraíso e o inferno, Deus e o Diabo, fossem apenas
entrado antes, e
, tudo isso,
demoradamente, ao longo de séculos, pelo vasto terror dos homens.
________________________________________________
Comprei um revólver
________________________________________________
________________________________________________
________________________________________________
, apenas a dois passos da minha casa, mas onde nunca tinha
não me conhecia. Depois comprei um livro policial e uma garrafa de
genebra. Fui para um hotel na praia, bebi a genebra com desgosto, em largos goles (o álcool sempre
__
), e estendi‑me na cama a ler o livro. Achava que a genebra, somada ao tédio de um
__
______________________________________________
______________________________________________
, me daria a coragem necessária para encostar o revólver à nuca e
________________________________________________
.
O livro, porém, não era mau – e eu li‑o até ao fim. Quando cheguei à última página começou a chover. Era como se do céu
________________________________________________
desse oceano escuro e sonolento no qual navegam as estrelas. Fiquei à
espera de as ver cair, quebrando‑se depois, com grande brilho e clamor, ________________________________________________. Não caíram. ___________ _____________________________________
. Encostei o revólver à nuca, e adormeci. José Eduardo Agualusa, O Vendedor de Passados, 2.ª edição, Lisboa, Dom Quixote, p. 85 (2004)
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Aspetos Culturais Portugueses
UNIDADE 1
José Eduardo Agualusa Nasceu em 1960, em Angola. Autor de uma vasta obra muito premiada, sendo que alguns dos seus livros estão traduzidos em mais de 20 línguas. A tradução inglesa de O vendedor de Passados foi distinguida com o Prémio “Independent” (2007) para a melhor ficção estrangeira.
4
5. A expressividade pode manifestar‑se através da entoação: expressão irónica, afetuosa, zangada, surpreendida, etc. Neste exercício vai ouvir duas frases. A partir da diferença de entoação, diga que sentimento indica cada frase. Frases
Alegria
Tristeza
Surpresa
Ironia
1. 2.
5
6. Vai ouvir três frases. Assinale a que tipo de frase corresponde cada uma. Frase
Exclamativa
Declarativa
Interrogativa
1. 2. 3.
6
7. Ouça o Texto C, tire notas e faça um resumo da história. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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© Lidel – Edições Técnicas, Lda.
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UNIDADE 1
Aspetos Culturais Portugueses
GRAMÁTICA Pretérito Perfeito Composto do Conjuntivo Forma‑se com o Presente do Conjuntivo do verbo auxiliar ter e o Particípio Passado do verbo principal. Ter (Presente do Conjuntivo) + Particípio Passado do verbo principal Eu
tenha
dito
Tu
tenhas
morado
Ele / Ela / Você
tenha
escrito
Nós
tenhamos
feito
1
Vós
tenhais
ido
Eles / Elas / Vocês
tenham
vindo
A 2.ª pessoa do plural quase que desapareceu da linguagem corrente. Usa‑se em linguagem enfática ou literária arcaizante.
1
Usamos o Pretérito Perfeito Composto do Conjuntivo depois das mesmas estruturas e expressões com as quais usamos o Presente do Conjuntivo. a) É provável que ela tenha apagado as luzes antes de sair. b) Eu espero que ele tenha feito o jantar. c) Caso já tenhas visto este filme, podemos ir ao teatro d) Ainda que já tenhas ficado bom, não te esqueças de tomar o antibiótico. Note que na frase d) o verbo da oração principal encontra‑se no Modo Imperativo. Em todas as outras frases, o verbo da oração principal encontra‑se no Presente do Indicativo. O Pretérito Perfeito Composto do Conjuntivo pode exprimir anterioridade em relação a uma ação já realizada (1) no passado, (2) a decorrer no presente ou (3) a acontecer no futuro. (1) Embora tenham saído cedo de casa, não conseguiram apanhar o comboio. (2) Duvido que ela tenha percebido o que esperamos dela. (3) Na próxima semana, vou ao Algarve. Espero que a Ana já tenha chegado lá por esses dias. Estruturas e expressões com as quais podemos usar o Pretérito Perfeito Composto do Conjuntivo: 1) Depois de construções impessoais: Exemplo: É possível que ele já tenha pagado a conta. 2) Em subordinadas completivas: Exemplo: Receio que já tenhas lido este livro. 3) Depois de talvez (em orações independentes) para exprimir dúvida em relação a um facto passado: Exemplo: Talvez vocês já tenham ido à Madeira. 4) Em orações subordinadas adverbiais: a) Condicionais (caso, sem que, desde que, a menos que, a não ser que): Exemplo: Vamos ao cinema hoje, a menos que vocês estejam cansados. 16
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Aspetos Culturais Portugueses
UNIDADE 1
b) Temporais (até que, logo que, mal): Exemplo: Mal tenham resolvido o problema, digam‑me. c) Concessivas (embora, se bem que, mesmo que, ainda que): Exemplo: Mesmo que já tenham comido, podem provar este bolo. d) Causais (não porque): Exemplo: Os pais deram‑lhe um carro, não porque ele tenha merecido, mas por pena. 5) Em orações subordinadas relativas em situações indeterminadas: Exemplo: Nunca conheci ninguém que tenha ido à Namíbia. 6) Em frases exclamativas de desejo: Exemplo: Oxalá eles tenham chegado bem! A viagem é tão perigosa! 7) Depois de verbos de opinião na forma negativa: Exemplo: Não creio que eles tenham acertado na resposta. 8) Nas orações subordinadas concessivas de intensidade (por mais que, por muito que, por pior que, etc.): Exemplo: Por pior que tenha sido a experiência, aprendi algo com ela. 9) Depois de expressões indeterminadas (onde quer que, quem quer que, o que quer que, etc.): Exemplo: O que quer que eles tenham feito, ninguém descobriu nada.
ESCRITA 8. Complete as frases com as formas verbais no Pretérito Perfeito Composto do Conjuntivo. 1. É provável que elas ______________________________________________________________ (ver) o espetáculo em Londres. Estavam lá na altura em que estreou. 2. O acidente foi muito violento! Receio que os passageiros ______________________________________________________________ (ficar) gravemente feridos. 3. A nossa secretária ainda não chegou. Talvez não
______________________________________________________________
(conseguir) apanhar o comboio das 8
horas. 4. O João pediu‑me dinheiro emprestado, mas não lho emprestarei sem que ele
______________________________________________________________
(esgotar)
primeiro todas as possibilidades junto dos bancos. 5. Meninos, logo que ______________________________________________________________ (fazer) os trabalhos de casa, venham comer gelado.
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6. Embora eles ______________________________________________________________ (chegar) cedo, não conseguem arranjar lugar em frente do palco. 7. Há alguém que o ______________________________________________________________ (ver) no cinema à hora do assalto? 8. Estás chateado? Não acredito que ______________________________________________________________ (ficar) zangado comigo por causa de uma brincadeira! 9. Por muito que ele
______________________________________________________________
(esforçar‑se) não conseguiu passar no exame de condução. Não tem
muito jeito! 10. O que quer que ela te
______________________________________________________________
(dizer), podes ter a certeza de que é mentira. Ela nunca diz a
verdade.
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UNIDADE 1
Aspetos Culturais Portugueses
9. Faça a correspondência entre as duas colunas. Anterioridade em relação a: 1. Embora eles tenham estudado, não conseguiram passar no exame. 2. Receio que ele não tenha compreendido o que estou a explicar.
a) Ação já realizada no passado.
3. É provável que ela tenha chegado antes de ter começado a chover. 4. Quando a loja abrir, espero que os móveis já tenham chegado.
b) Ação a decorrer no presente.
5. Quando tiveres acabado o quadro, compraremos a moldura. 6. Duvido que o rapaz tenha percebido o sacrifício que os pais estão a fazer para ele se formar.
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c) Ação a realizar no futuro.
TEXTO D
Muito, pouco ou nada? Há uma expectativa e uma ansiedade sempre que se pede a conta. São os dois lados de uma equação que tem ao centro a famosa gorjeta. Dar ou não dar? E quanto? Viagem à volta do mundo do dinheiro que fica na mesa Há momentos em que até o mais experiente diplomata é apanhado desprevenido. Como aquele jantar que o então embaixador de Portugal na ONU, Francisco Seixas da Costa, organizou em Nova Iorque e que acabou com os empregados a saírem restaurante afora atrás dele. A comida era boa, o atendimento cortês e, no fim, todo o grupo ficou satisfeito. Em cima da mesa deixaram aquilo que qualquer português consideraria uma “gratificação razoável”. A gorjeta, porém, perdeu‑se na tradução. “Vieram a correr atrás de mim a perguntar se tinha havido algum problema”, recorda Seixas da Costa. Se em Portugal cada cliente dá quando e quanto quer, no estrangeiro há regras para todos os gostos. Nos EUA, por exemplo, a gorjeta faz parte da conta. “Quando lá morei, andava sempre com uma tabela no bolso para saber quanto deixar”, conta o antigo diplomata, gastrónomo amador e autor de uma crítica de comida da revista Evasões. Por cá, a decisão toma‑se na hora de pagar. É aquele momento de hesitação em que se olha para a carteira e rapidamente se fazem contas de cabeça. Dar ou não gorjeta, eis a questão. Apesar da hesitação, os portugueses lá acabam por ir deixando. Não sem antes discutir o valor. Quanto vale, afinal, o esforço extra de quem nos atende? Sem estabelecer soluções milagrosas, o matemático Rogério Martins criou uma fórmula para ajudar a chegar a uma gratificação razoável. Se somarmos a qualidade do serviço de mesa (de 0 a 10), com a qualidade da comida (novamente de 0 a 10), mais a localização da mesa (de 0 a 10), dividirmos por 300 e multiplicarmos esse valor pelo total, conseguimos chegar ao que é uma quantia “normal para um português”. Nada de muito complicado (a fórmula está ao lado) e basta uma caneta e a calculadora do telemóvel – claro que existem
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UNIDADE 1
Aspetos Culturais Portugueses aplicações de smartphone capazes de o fazer em segundos, mas não é tão engraçado. Ainda assim, na hora de decidir, e matemática à parte, é provável que nas consciências pesem os baixos salários de quem serve, num espírito que pode
Como calcular a gorjeta Use a fórmula:
ser de solidariedade ou de paternalismo. “É também uma atitude ideológica.
G = (S+C+M) / 300 x T
Antigamente, era uma forma de o empregador manter o salário baixo e de o
S – Qualidade do serviço de mesa (de 0 a 10)
cliente encarar a gorjeta como uma ação de caridade e assistencialismo”, diz a historiadora Irene Pimentel. A evolução da gorjeta não ficou imune à do país: de ato indispensável à subsistência de profissões que dela dependiam passou a atitude non grata após a Revolução. Em período democrático estabelecido, e num país onde o turismo disparou, hoje é algo comum. “O turismo de luxo
está a aumentar o valor das gorjetas, há quem deixe 50 €”, conta Seixas da Costa,
C – Qualidade da comida (de 0 a 10) M – Localização da mesa (de 0 a 10) T – Valor total da conta G – Gorjeta
que já viu nascer uma discussão, num restaurante caro da capital, depois de uma generosa gratificação que não foi repartida por todos os empregados, ao contrário do que acontece em muitas cozinhas. Distorcido o valor da realidade, aumenta‑se a importância social de quem dá. Se quer um bom serviço, há que gratificar assim que se chega ao local. Carolina Reis in A Revista do Expresso (texto com supressões)
ESCRITA 10. Responda às perguntas sobre o Texto D. 1. Porque é que os empregados foram atrás de Seixas da Costa depois do jantar que ele organizou em Nova Iorque? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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2. O que significa a frase “A gorjeta perdeu‑se na tradução.”? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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3. O que acha da fórmula para calcular as gratificações?
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4. Explique o sentido da frase “Distorcido o valor da realidade, aumenta‑se a importância social de quem dá.”? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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UNIDADE 1
Aspetos Culturais Portugueses
11. Dê a sua opinião sobre o seguinte tema:
A gorjeta, por um lado, é arbitrária, cria incerteza no servidor e isso é negativo. Por outro lado, o cliente, ao premiar um bom serviço, dá incentivos ao trabalhador, e isso é positivo.
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ORALIDADE 12. Trabalho de pares. Com o seu colega, ou grupo de colegas, debata os temas que se seguem. 1. Fale sobre o sistema de gorjetas em Portugal e em outros países que tenha visitado. Conte as suas experiências na hora de dar gorjeta. Concorda com este sistema de gratificações? Além dos restaurantes, onde é que é habitual dar gorjeta em Portugal, no seu país ou em outros países que conheça? 2. Simule um debate sobre o serviço de gorjetas, no qual um grupo é a favor e outro grupo é contra. Apresentem os vossos argumentos e defendam‑nos. 20
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Aspetos Culturais Portugueses
UNIDADE 1
13. Ouça o Texto E e assinale se as frases são verdadeiras (V) ou falsas (F). Depois, corrija as frases falsas. 1. O André chama avarenta à Laura. 2. A Laura acha que ao dar gorjeta estamos a pagar duas vezes o mesmo serviço. 3. Segundo o André, as gorjetas permitem baixar os salários no fim do mês. 4. Na opinião do André, a gorjeta incentiva o empregado a esforçar‑se mais. 5. A Laura diz que também lhe dão gorjetas para ser melhor no seu trabalho. 6. A Laura acha que algumas pessoas dão boas gorjetas por vaidade. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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14. Ouça novamente o Texto E e complete o quadro. 1. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Na opinião do André, deve dar‑se gorjeta porque:
2. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
1. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Na opinião da Laura, não se deve dar gorjeta porque:
2. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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3. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ESCRITA 15. Complete as frases de acordo com o sentido do Texto E. 1. A Laura acha que muita gente dá gorjeta apenas para __________________________________________________________________. 2. O André só não deixa gorjeta no __________________________________________________________________ e nos __________________________________________________________________.
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UNIDADE 1 9
Aspetos Culturais Portugueses
16. Ouça o poema e complete os espaços.
Mar De todos os cantos do mundo
Cheiro a terra as árvores e o vento
Amo com um amor _______________________________________________
Que a Primavera _______________________________________________
Aquela praia _______________________________________________,
Mas neles só quero e só procuro
_______________________________________________
ao mar, ao vento e à lua.
_______________________________________________
das ondas
Subindo para os astros _______________________________________________. Sophia de Mello Breyner Andresen, Cem Poemas de Sophia, 2.ª edição, Lisboa, Editorial Caminho (2004) Visão JL,p, g.15.
Sophia de Mello Breyner Andresen Nasceu no Porto em 1919 e morreu em 2004. Autora de livros de poesia e de literatura infantil e um dos maiores nomes da lírica portuguesa. A sua obra recebeu inúmeras distinções.
GRAMÁTICA Revisão verbal e colocação dos pronomes clíticos 17. Complete o Texto F com as formas verbais corretas e os pronomes pessoais clíticos, antes ou depois da forma verbal.
TEXTO F A noite chegou docemente. A poente o horizonte _______________________________________________________ (tingir‑se) de fogo, como um gigantesco incêndio, unindo o céu e a terra. _______________________________________________________
(eu / levantar‑se) da cadeira onde _______________________________________________________ (sentar‑se) uma hora antes, embalado
pelas recordações que aquele fim de dia _______________________________________________________ (trazer) à memória. _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________
(eu / lembrar‑se) de ti, linda, passeando pelo jardim, mais bela do que todas as rosas que tu (cuidar) com tanto carinho.
(eu / perguntar‑se) por onde _______________________________________________________ (andar) tu agora. _______________________________________________________ (ser) que
alguma vez, mesmo que por breves instantes, _______________________________________________________ (tu / lembrar‑se) ainda de mim? _______________________________________________________ (ser) que _______________________________________________________ (tu / esquecer‑se) definitivamente do nosso amor, ou mesmo deste jardim que tu tanto _______________________________________________________ (amar)? 22
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Aspetos Culturais Portugueses Nunca mais
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(eu / ver / tu) desde aquele dia, o mais triste, em que
UNIDADE 1 _______________________________________________________
(tu / ir) embora, sem um adeus, sem uma palavra de despedida, sem uma explicação. Onde _______________________________________________________ (tu / esconder‑se) meu amor? Por que _______________________________________________________ (tu / abandonar / eu)? As rosas do nosso jardim _______________________________________________________ (murchar). Mais um dia morreu e a minha dor _______________________________________________________ (continuar) tão viva como no dia em que tu _______________________________________________________ (partir). A noite chegou e eu vejo‑te refletida em cada estrela!
DITOS E EXPRESSÕES POPULARES Expressões idiomáticas e outros ditos populares Uma expressão idiomática é um conjunto de palavras com um significado diferente da definição literal habitual e que se fixou na língua através do tempo e do uso. Apesar de, geralmente, ser impossível traduzir à letra uma expressão idiomática, não deixa de ser possível encontrar outras expressões, contendo a mesma ideia sob forma diferente. As expressões idiomáticas representam aspetos culturais e características de diferentes grupos socioculturais e são usadas pelos falantes nativos numa linguagem quotidiana. Ao aprender uma língua estrangeira, devemos aprender também a sua cultura. As expressões idiomáticas, sendo um reflexo dessa mesma cultura, representam de forma metafórica os sentimentos, as experiências estéticas e as práticas morais de um povo. Frequentemente as expressões idiomáticas atribuem qualidades ou defeitos aos animais, comparando‑os com o comportamento do ser humano. Seguem‑se algumas das expressões idiomáticas mais comuns. Expressão idiomática 1. Andar às aranhas
Significado Estar desorientado, sem saber o que fazer.
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Não sei onde deixei o meu carro! Ando aqui às aranhas e não o encontro! 2. Passar de cavalo para burro
Regredir na vida; piorar na vida.
3. Aqui há gato
Mostrar‑se desconfiado.
Coitado do Manuel! Perdeu o emprego e a casa. Está a andar de cavalo para burro! Quando entrei na sala, o Pedrinho estava a esconder alguma coisa debaixo do sofá. Hum! Aqui há gato!
4. Armar‑se aos cágados
Fazer‑se de importante.
5. A rmar‑se em carapau de corrida
Fazer‑se de esperto.
Não vale a pena armares‑te aos cágados porque eu já te conheço bem! Percebeste bem o que eu disse! Não te estejas a armar em carapau de corrida!
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UNIDADE 1
Aspetos Culturais Portugueses
Expressão idiomática 6. Cantar de galo
Significado Achar‑se importante; falar de modo arrogante ou autoritário, tentando impor a sua vontade. O Carlos é muito arrogante e acha que sabe tudo. Quando fala com os seus colegas canta de galo.
7. Cego como uma toupeira
Pessoa que vê mal.
8. Chorar lágrimas de crocodilo
Choro fingido; ser hipócrita.
9. Engolir sapos
Ser obrigado a fazer algo de que não se gosta; ouvir algo desagradável e ficar calado.
Sem os óculos sou cego como uma toupeira. Depois do que me fizeste, não venhas agora chorar lágrimas de crocodilo porque eu não acredito em ti! Para chegar a chefe, o João teve de engolir muitos sapos.
10. Estar com olhos de carneiro mal morto
Olhos de pessoa triste, sem brilho.
11. Ser estúpido como um camelo/uma galinha
Pessoa muito estúpida.
12. Ser mudo como um peixe
Alguém que fala pouco ou não fala nada.
13. Parecer uma barata tonta
Estar desorientado.
14. Ter uma fome de lobo
Estar esfomeado.
15. Estar/Ficar com a pulga atrás da orelha
Estar/Ficar desconfiado.
16. Voltar à vaca fria
Regressar ao assunto original.
Tendo perdido o jogo, o Pedro está ali sentado com olhos de carneiro mal morto. Está desolado! O Pedro nunca percebe nada. É estúpido como um camelo/uma galinha.
A Ana nunca diz nada. É muda como um peixe. Está quieto! Pareces uma barata tonta a andar de um lado para o outro! Ainda não são horas de jantar? Estou com uma fome de lobo! Depois de ver as contas da empresa, o Sr. Simões está com a pulga atrás da orelha. Meus senhores, estamos a desconversar. Voltemos à vaca fria e continuemos a reunião!
18. Complete as frases com as expressões idiomáticas do quadro anterior. 1. Não gostei da explicação que ela deu. Fiquei com __________________________________________________________ atrás da orelha. 2. Ainda não almocei. Estou com uma fome __________________________________________________________. 3. O Sr. Fonseca é tão desorientado! Anda sempre de um lado para o outro como uma __________________________________________________________. 4. O Sr. Martins era rico, mas ficou pobre de um dia para o outro. Parece que anda __________________________________________________________. 5. O António acha que é o maior! Está sempre a cantar __________________________________________________________. 6. Meus senhores, tenham calma! Não podemos fugir do assunto que estamos a debater. Vamos lá __________________________________________________________. 24
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Educação e Desporto
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Se eu tivesse estudado mais…
UNIDADE 2 UNIDADES DE AVALIAÇÃO - REDE EPE CAMÕES (EM REVISÃO)
UNIDADE 2 10
Educação e Desporto
TEXTO A
Estamos a ensinar os chineses a jogar à bola O dragão asiático está a despertar para o futebol. E conta com os portugueses para se tornar uma potência, importando treinadores lusos e exportando alguns dos seus mais promissores jovens para treinarem em Portugal. Se… ou melhor, quando a China ganhar um Mundial, podemos dizer: “Fomos nós que lhes ensinámos tudo o que sabem”. Nós lá… Cinco séculos depois, é difícil imaginar o que teria sucedido se Jorge Álvares, o primeiro europeu a pisar solo chinês, tivesse levado um telemóvel em vez de um padrão de descobrimentos. Descontando a curiosidade óbvia de tal instrumento – e a falta de rede, claro –, o mais provável é que isso lhe teria facilitado, e muito, a comunicação. Nuno Marques, a quem nunca passou pela cabeça levar um padrão às costas, tem dificuldades em imaginar‑se a andar pelas ruas de Guangzhou sem a sua vasta galeria de imagens, que utiliza a todo o instante sempre que precisa de pedir algum prato num restaurante ou para melhor explicar um exercício na escola de futebol onde dá aulas. “Neste momento, tenho 4858 fotografias. E vou apagando”, diz o treinador. Mas, ao contrário da Grande Muralha, a barreira linguística está longe de ser intransponível. E é aqui que entra também essa capacidade de adaptação bem portuguesa. Poucos meses depois de terem chegado a Guangzhou – na província de Cantão, próximo de Hong Kong e a mais de dois mil quilómetros de Pequim –, Nuno Marques e o colega João Nuno inscreveram‑se num curso de mandarim; hoje, um ano depois, já conseguem comunicar “com palavras simples” com as duas centenas de miúdos que têm a cargo numa das 10 escolas da Winning League Figo Football Academy, espalhadas por outras tantas cidades da China. A academia foi inaugurada há um ano e conta atualmente com um quadro de 24 técnicos portugueses, todos com experiência de formação. A ideia parece encaixar como uma luva no “plano de reforma de futebol” lançado no mês passado pelo governo chinês e que visa colocar o país como uma das grandes potências da modalidade em poucos anos. Pela reforma passa, por exemplo, a introdução do futebol como disciplina obrigatória nas aulas de educação física em 20 mil escolas nos próximos cinco anos, e em 50 mil até 2025. Empatia O trabalho de pôr chineses a jogar bem à bola será árduo. André Venâncio, treinador e responsável técnico pela equipa de quatro elementos que trabalha no centro de treinos em Pequim, explica que “ao contrário do que sucede em Portugal, onde as crianças nascem num contexto em que o futebol é o desporto número um, na China essa relevância é menor, além de que a escola assume um papel muito absorvente na vida deles e lhes limita o tempo para outras atividades extracurriculares”. Com a ajuda das aulas de mandarim, Nuno Marques já consegue passar a mensagem mesmo sem a presença de outros técnicos adjuntos chineses, que servem também de tradutores. “Os miúdos são fantásticos e sabem que não falamos a mesma língua, mas ajudam‑nos porque usam palavras simples e que nós já vamos compreendendo”. 26
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Educação e Desporto
UNIDADE 2
… Eles cá Na tatuagem de Yao Junsheng, na parte de dentro do braço esquerdo, em inglês, lê‑se: “A melhor maneira de prever o futuro é criá‑lo”. Foi o que o jovem chinês, de 19 anos, veio fazer para Portugal. “Estudar futebol” é a grande ambição deste centrocampista, que treina sempre entre as sete da tarde e as nove da noite. Os percursos de vida do defesa‑central Huang Jin Jun, de 19 anos, e do extremo‑direito Cao Sheng, de 20 anos, são em tudo semelhantes ao de Yao. Dentro de dois anos, quando estiverem num nível elevado de formação, querem regressar à China para jogarem nos principais clubes da Superliga. Mário David Campos e Sónia Calheiros in Visão (texto com supressões)
VOCABULÁRIO 1. Leia o Texto A e complete o quadro abaixo com um sinónimo. a China acordar portugueses insuperável as crianças difícil 2. Leia o Texto A e apresente um sinónimo ou explique o significado das palavras/expressões do quadro abaixo. promissor o padrão de descobrimentos passar pela cabeça encaixar como uma luva visa colocar o país
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o papel absorvente
ORALIDADE 3. Vamos conversar… 1. Fale com o seu colega sobre o desporto principal no seu país e na sua região. 2. Costuma ver desporto na televisão, prefere ir a um estádio ou campo de jogos, ou, pelo contrário, não gosta de desporto? 3. Na sua opinião, porque é que a China está a adotar o plano de reforma de futebol nas escolas?
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UNIDADE 2
Educação e Desporto
ESCRITA 11
4. Ouça a entrevista com Philip Rothwell, professor‑regente da disciplina de Português na Universidade de Oxford, e complete as frases.
1. Prevê‑se que daqui a três anos a Universidade de Oxford tenha cerca de __________________________________________________________________ alunos. 2. Hoje em dia, as línguas com menos procura em Oxford são __________________________________________________________________ e __________________________________________________________________. 3. Muitos alunos escolhem estudar a língua portuguesa por ser parecida com a língua __________________________________________________________________. 4. Hélder Macedo e Paula Rego são dois portugueses famosos que vivem em __________________________________________________________________. 00
5. Ouça mais uma vez esta entrevista, tome as notas que achar necessárias e, em seguida, resuma as principais ideias do que foi dito.
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6. Ouça o poema e complete os espaços.
Se tu ______________________________________________ ver‑me…
O teu riso ______________________________________________… os teus abraços… Os teus beijos… a tua mão na minha…
Se tu ______________________________________________ ver‑me hoje à tardinha,
Se tu ______________________________________________ quando, linda e louca,
A essa hora dos ______________________________________________ cansaços,
Traça as linhas ______________________________________________ de um beijo
Quando a noite de manso se ______________________________________________,
E é de seda vermelha e canta e ri
E me ______________________________________________ toda nos teus braços… E é como um cravo ao sol a minha boca… Quando me lembra: esse sabor que tinha
Quando os olhos ______________________________________________ de desejo…
A tua boca… ______________________________________________ dos teus passos…
E os meus braços se estendem para ti…
Florbela Espanca, Sonetos, 31.ª edição, Lisboa, Bertrand Editora, p. 123, (2000)
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Educação e Desporto
UNIDADE 2
Florbela Espanca Nasceu em 1894 e morreu em 1930. Poetisa portuguesa vibrante e talentosa, foi autora de sonetos de métrica e vocabulário excecionais onde exalta o amor, a paixão, a saudade, não esquecendo o seu amado Alentejo.
GRAMÁTICA Pretérito Mais‑Que‑Perfeito Composto do Conjuntivo Forma‑se com o Imperfeito do Conjuntivo do verbo auxiliar ter e o Particípio Passado do verbo principal. Ter (Pretérito Imperfeito do Conjuntivo) + Particípio Passado do verbo principal Eu
tivesse
dito
Tu
tivesses
posto
Você / Ele / Ela
tivesse
morado
Nós
tivéssemos
escrito
Vós
tivésseis
feito
Vocês / Eles / Elas
tivessem
ido
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Usamos o Pretérito Mais‑Que‑Perfeito Composto do Conjuntivo depois das mesmas estruturas e expressões com as quais usamos o Presente do Conjuntivo. a) Era provável que tivesse apagado as luzes antes de sair. b) Eu esperava que ele tivesse feito o jantar. c) Caso já tivesses visto este filme, podíamos ir ao teatro. O Pretérito Mais‑Que‑Perfeito Composto do Conjuntivo pode exprimir anterioridade em relação a uma ação já realizada no passado (1) e (3) ou não realizadas no passado (2) e (4). (1) Foi importante para ele que os pais tivessem ido à sua festa. (2) Preferia que as crianças tivessem ficado em casa, mas o pai insistiu em levá‑las. (3) Adorei que tivesses vindo ao meu jantar. Fiquei tão feliz! (4) Gostava que tivesses sido selecionado para aquele emprego, mas não foste. Estruturas e expressões com as quais podemos usar o Pretérito Mais‑Que‑Perfeito Composto do Conjuntivo: 1. Depois de construções impessoais: Exemplo: Era possível que ele já tivesse pagado a conta.
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UNIDADE 2
Educação e Desporto
2. Em subordinadas completivas: Exemplo: Receava que já tivesses lido este livro. 3. Depois de talvez (em orações independentes) para exprimir dúvida em relação a um facto passado: Exemplo: Talvez vocês já tivessem ido à Madeira. 4. Em orações subordinadas adverbiais: a) Condicionais (caso, sem que, desde que, a menos que, a não ser que): Exemplo: Podíamos ir ao cinema hoje, a menos que vocês estivessem cansados. Se ele tivesse comido menos, tinha/teria ficado mais magro. b) Temporais (até que, logo que, mal): Exemplo: A mãe disse‑lhes que não podiam sair da mesa até que tivessem acabado de comer. c) Concessivas (embora, se bem que, mesmo que, ainda que): Exemplo: Mesmo que já tivessem comido muito, podiam provar o bolo. d) Causais (não porque): Exemplo: Os pais deram‑lhe um carro, não porque ele tivesse merecido, mas por pena. e) Finais (para que, a fim de que) Exemplo: Para que tivéssemos chegado à final, teríamos de marcar mais golos. 5. Em orações subordinadas relativas em situações indeterminadas: Exemplo: Nunca conheci ninguém que tivesse ido à Namíbia. 6. Em frases exclamativas de desejo para exprimir um desejo relativo a uma situação já realizada, lamentando a sua ocorrência: Exemplo: Tomara que eles tivessem chegado bem, mas infelizmente sofreram aquele acidente! 7. Depois de verbos de opinião na forma negativa: Exemplo: Não acreditava que eles tivessem acertado na resposta. 8. Nas orações subordinadas concessivas de intensidade (por mais que, por muito que, por pior que, etc.): Exemplo: Por pior que tivesse sido a experiência, aprendi algo com ela. 9. Depois de expressões indeterminadas (onde quer que, quem quer que, o que quer que, etc.): Exemplo: O que quer que eles tivessem feito, ninguém descobriu nada. 10. Depois da locução conjuncional como se em estruturas comparativas irreais: Exemplo: Ele comportava‑se como se tivesse bebido três litros de café. Estava excitadíssimo.
ESCRITA 7. Complete as frases com o Pretérito Mais‑Que‑Perfeito Composto do Conjuntivo. 1. Era bom que vocês ______________________________________________________________ (pagar) a conta antes de terminar o prazo. Agora é tarde demais. 2. Gostaria muito que vocês ______________________________________________________________ (conhecer) a minha filha, mas já partiu para o Brasil. 3. Não sei porque é que o Rui não veio à reunião. Talvez ______________________________________________________________ (ficar) doente. 4. Se eu ______________________________________________________________ (acreditar) nele, não teria ficado tão desiludido comigo. 5. Se ela ______________________________________________________________ (ser) mais simpática, eu tinha saído com ela. 30
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Educação e Desporto
UNIDADE 2
6. O diretor disse que ninguém podia sair até que ele ______________________________________________________________ (chegar). 7. Embora já ______________________________________________________________ (ir) aos Açores, voltámos lá no verão passado. 8. Tomara que ela ______________________________________________________________ (encontrar) o dinheiro que perdeu! Fazia‑lhe tanta falta! 9. Por muito que ______________________________________________________________ (tentar), o Francisco não conseguiu vestir aquele fato. 10. Ela repetiu tudo outra vez como se eu não ______________________________________________________________ (ouvir) nada. 8. Transforme as frases abaixo em frases condicionais com o Pretérito‑Mais‑Que‑Perfeito Composto do Conjuntivo. 1. Ela não levou o guarda‑chuva, por isso ficou toda molhada. Se ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________, não teria ficado toda molhada. 2. A Maria comeu muitos doces, por isso engordou. Se ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________, não teria engordado. 3. Ele deixou o livro no chão, por isso o cão rasgou‑o. Se ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________, o cão não o teria rasgado. 4. Ela ficou a ler até tarde, por isso dormiu pouco. Se ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5. Ela levantou‑se tarde, por isso não chegou a horas ao aeroporto. Se ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 13
TEXTO D
Televisão ou feitiço? Uma australiana fotografou várias crianças do seu bairro em frente ao ecrã. As imagens revelam rostos hipnotizados e reabrem o debate sobre os perigos da TV. Nenhuma das crianças se mexeu ou falou, © Lidel – Edições Técnicas, Lda.
nem sequer ficou incomodada com a mulher da câmara fotográfica que se movia ao pé da televisão. Estavam num estado de transe enquanto viam o seu programa de televisão favorito. “Dizem que fotografar crianças é um trabalho duro, mas estas sessões foram fáceis. O poder do ecrã conduziu os meus modelos a um
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UNIDADE 2
Educação e Desporto
coma de TV” explica à Sábado Donna Lee Stevens, responsável pela série Idiot Box (caixa idiota, traduzido à letra). A autoria da série, que gerou polémica na Internet, com artigos que falam de “imagens perturbadoras” e do “lado negro” da tecnologia, é de uma australiana a viver nos EUA que fotografou crianças da pré‑primária. A maioria são vizinhos do bairro onde vive, em Brooklyn, Nova Iorque. Donna, que também é mãe de dois rapazes (um de oito meses e outro de quatro anos – e este entra na série), fez a sessão, que se resume a uma série de caras estranhas, mas não quer fazer juízos, apenas abrir um debate. Os factos: apenas uma hora de televisão por dia pode aumentar em 50% o risco de obesidade numa criança. Os dados são da Universidade de Virgínia, nos EUA. O estudo, publicado em abril e liderado por Mark DeBoer, contou com os dados de mais de 10 mil crianças de infantários e encontrou uma forte ligação entre a quantidade de horas em frente ao ecrã e a saúde dos miúdos. Depois de um dia cansativo, de escola, a tentação é ver televisão, diz o pediatra Mário Cordeiro: “Estes ecrãs são hipnotizantes porque são muito passivos, por um lado, não deixando grande margem para a criatividade e para a imaginação, e, por outro lado, porque se tornam aditivos, criando uma relação de quase dependência.” O isolamento, a perda de vida em família ou o fraco desempenho escolar podem ser algumas das consequências de uma utilização exagerada. Para o pediatra, crianças entre os seis e os doze anos de idade não deviam ver mais do que meia hora de televisão por dia “antes do jantar e um bocadinho mais ao fim de semana”. Mário Cordeiro acredita que não faz sentido um miúdo com oito anos ter um tablet. O problema é que muitos pais têm medo de dizer que não. Catarina Mexia, terapeuta familiar, diz que é preciso ditar regras, e quanto mais cedo melhor: “As crianças têm uma capacidade fantástica de adaptação. Se estabelecer x horas para estudar, x para brincar e x para ver TV, elas aderem, gostam e até ganham iniciativa para o fazer.” Espírito Santo, Maria (2015, 25 de junho). Televisão ou Feitiço?, Sábado, pp. 94‑95
VOCABULÁRIO 9. Assinale a palavra adequada. 1. Estima‑se / Avalia‑se que as crianças assistam a três horas de televisão por dia. 2. Até que ponto / limite isso é aceitável? 3. Quando chega a casa, a criança larga / despeja a mochila e corre para a televisão. 4. A televisão tem um papel preponderante / decisivo na vida familiar. 5. A televisão tem efeitos ruins / nocivos nas crianças. 6. A televisão não impulsiona / estimula a imaginação.
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UNIDADE 2
10. Complete o Texto E com as palavras da caixa. conteúdos / minorar / discuta / nocivos / isolamento / transtornos / agressivas / expostas
TEXTO E Os pais devem ______________________________________________ os efeitos ______________________________________________ que a televisão pode causar às crianças, sendo mais criteriosos na seleção dos programas familiares. As crianças devem estar acompanhadas por um adulto que assista aos programas e ______________________________________________ ou explique os ______________________________________________. Programas violentos podem causar muitos
______________________________________________
aos mais
pequenos, tais como sonambulismo, pesadelos e ansiedade. Há quem diga que as crianças ______________________________________________ à violência dos conteúdos televisivos se tornam também mais violentas e
. Outro
______________________________________________
problema apontado frequentemente é o facto de as crianças que passam demasiado tempo a ver televisão ou a brincar com o tablet sofrerem de ______________________________________________
social.
ORALIDADE 11. Trabalho de pares. Discuta os seguintes temas com o seu colega. 1. O tablet é um elemento indispensável para as crianças e jovens porque todos têm. 2. “Estes ecrãs são hipnotizantes porque são muito passivos, por um lado, não deixando grande margem para a criatividade e para a imaginação, e, por outro lado, porque se tornam aditivos, criando uma relação de quase dependência.” (Mário Cordeiro, pediatra)
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3. O papel da televisão é o de entreter e não o de informar. 4. Aprende‑se mais com a Internet do que com os livros. 5. Pais viciados em tecnologia criam filhos igualmente viciados.
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UNIDADE 2 14
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12. Ouça o Texto F e resuma por palavras suas o que disse o entrevistado.
1. Porque é que prescreve uma noite em família à luz das velas em vez de se estar agarrado ao computador, ao telemóvel ou à televisão? 2. Na sua casa, há um cesto onde se colocam os telemóveis a partir de determinada hora da noite?
3. Ao jantar, desliga‑se a televisão?
4. Nos restaurantes, os pais querem estar à conversa e dão um tablet às crianças para verem desenhos animados ou jogarem. É um erro? 5. O Facebook é “uma fábrica de ilusões”?
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13. Ouça o Texto G e reconte‑o por palavras suas.
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UNIDADE 2
ESCRITA 14. Escreva um texto sobre o tema apresentado abaixo.
Segundo um estudo efetuado em Portugal, em 2014, 60% dos alunos portugueses confirma casos de bullying nas suas escolas. No seu país, que tipo de violência é mais habitual? Como é que as escolas, os pais e a sociedade lidam com este tipo de violência?
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GRAMÁTICA Colocação do sujeito depois do verbo Normalmente, em português, o sujeito vem antes do verbo. A ordem normal da frase é a seguinte: sujeito verbo complemento direto complemento indireto. Exemplo: A Maria deu um carro ao filho. Há, no entanto, casos em que o sujeito pode vir depois da forma verbal. 1. Inversão do sujeito de ordem estilística: A colocação do sujeito depois da forma verbal tem um valor enfático, de estilo. Exemplo: Lá está ela a falar mal de toda a gente! 2. Inversão do sujeito de ordem gramatical: Em frases interrogativas sem a partícula interrogativa é que: Exemplo: Onde trabalha a Ana? (Onde é que a Ana trabalha?) Em orações com Imperativo: Exemplo: Ana: Vai lavar a louça! Pedro: Vai tu! Em orações com os verbos dizer, perguntar, responder, etc., intercaladas com o discurso direto: Exemplo: – Conta‑me o que aconteceu. – pediu ela. – Não aconteceu nada, – respondeu o Pedro. Nas orações com formas de (1) Gerúndio ou (2) Particípio Passado: 1. Revendo ele outra vez a sua conta, exclamou: “Estou falido!” 2. Dito isso, saiu para dar um passeio e pensar na vida.
ESCRITA 15. Complete as frases com o sujeito na ordem correta. 1. Então, cá _________________________________ vens _________________________________ pedir dinheiro emprestado! (tu) 2. _________________________________ vê lá _________________________________ que ganhei a lotaria! (tu) 3. Lá _________________________________ está _________________________________ a chatear o miúdo! Deixa‑o em paz! (ele) 4. O que _________________________________ estuda _________________________________? (a Ana) 5. – Podias fazer o meu trabalho de casa! – Nem penses! _________________________________ faz _________________________________! (tu) 6. – Estou tão cansado! – _________________________________ exclamou _________________________________. (o João)
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UNIDADE 2
DITOS E EXPRESSÕES POPULARES Os inanimados culturais Algumas expressões idiomáticas atribuem características humanas a coisas inanimadas. Seguem‑se alguns dos exemplos mais comuns. Expressão idiomática
Significado
1. Dormir como uma pedra
Dormir profundamente.
2. Falar com os seus botões
Falar sozinho.
3. Falar para o boneco
Esta noite dormi como uma pedra, nem ouvi o despertador. Em vez de estares aí a falar com os teus botões, porque é que não falas comigo? Falar para alguém que não nos presta atenção. Nunca ouves o que eu digo. Estou aqui a falar para o boneco.
4. Falar para a parede
Falar para alguém que não nos presta atenção. Nunca ouves o que eu digo. Estou aqui a falar para a parede.
5. Ser esperto como o alho
Ser muito inteligente.
6. Ser estúpido como um tamanco
Ser muito estúpido.
7. Ser estúpido como uma pedra
Ser muito estúpido.
8. Ser surdo como uma porta
Não ouvir bem.
9. Estar fresco como uma alface
Ter a cabeça fresca; estar desperto, repousado.
O Carlinhos é um miúdo esperto como o alho. Percebe tudo o que lhe dizem. Não vale a pena falar com ela. É estúpida como um tamanco. Nunca percebe nada!
Não vale a pena falar com ela. É estúpida como uma pedra. Nunca percebe nada! Fala mais alto! O Pedro é surdo como uma porta!
Dormi tão bem esta noite! Estou fresco como uma alface!
16. Complete as frases com as expressões idiomáticas do quadro anterior. 1. O meu irmão mais novo aprende tudo o que lhe ensinam. O miúdo é esperto ______________________________________________. 2. Não estás a ouvir nada do que eu digo! Parece que estou a falar ______________________________________________. 3. Dormi tão bem hoje! Sinto‑me fresco como ______________________________________________. 4. – Então, João? Agora falas sozinho? – Estava aqui a falar com ______________________________________________ sobre o que teria acontecido à Mariana. 5. O bebé não acorda com a música. Dorme sempre como uma ______________________________________________.
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UNIDADE 2
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Saúde
Ai coração, coração…
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UNIDADE 3 16
Saúde
TEXTO A
Almoço Em Portugal, o caso mais sério – e a cerimónia mais solene – é o almoço. Serão muito poucos os países em que se almoça tão bem e tão compenetradamente como cá. É à mesa, e na cozinha, que os portugueses realmente empreendem o épico da raça. Na preparação e no despacho da comida, trabalham mais depressa e melhor do que em qualquer outro ramo de atividade. A agressividade com que dantes se partia para cascar em mouros e castelhanos é hoje substituída pela violência com que os portugueses se batem com umas lulas ou atacam uma chanfana de cabrito. Ao conseguir empachar uma travessa grotescamente cheia, ou dar cabo de um panelão inteiro, alcança‑se entre nós uma sensação cristã de vitória. Por muito estranho que pareça, a utilização dos diminutivos não goza de qualquer correspondência com as dimensões do prato. Assim, “um belo peixinho” não é uma sardinha – é, pelo menos, um tamboril com três quilos. Um “arrozinho” deixa de ser um “mero arroz” só quando a capacidade da panela e o corpo de baile de lagostins ultrapassa a lotação média do Teatro São Luiz. Na sua forma mais pura, a sequência alimentícia portuguesa é altamente complexa, confundindo tanto os estrangeiros como os acionistas da Diese (empresa especializada em produtos naturais e dietéticos). Começa com um aperitivo, para aguçar um dente que já está perfeitamente vampiresco desde o meio‑dia. Depois do aperitivo, como “a comidinha demora”, pedem‑se “umas coisinhas para petiscar”. Os portugueses não petiscam em vez de almoçar: petiscam porque vão almoçar. Chegam então aquelas partes do porco que servem para a locomoção, para o olfato e para a audição, todas elas recicladas num molhinho com pesados pêsames de alho e coentrada. Juntamente com uns queijinhos para “fazer boca”, e umas azeitoninhas para fazer companhia, servem para “ir comendo”. “Ir comendo”, como já sabemos, não conta como comer. A quantidade colossal de pão que se consome ao mesmo tempo – as chamadas “buchas” – também não conta, porque se destina a um fim essencialmente humanitário, que é “fazer a cama ao vinho”. A função da bucha é clara. Come‑se uma bucha para fazer a cama ao vinho. Fica‑se embuchado. Para desembuchar, bebem‑se uns copos. Depois, como se beberam muitos copos, para não ficar embriagado, comem‑se mais umas lecas para “ensopar” aquele vinho todo. E fica‑se empastelado, criando novamente a imperiosa necessidade do vinho. É o que se chama entre nós “um círculo delicioso”. Tecnicamente, os petiscos terminam quando principia a refeição propriamente dita (o “conduto”). Relembrando as lendárias palavras do português a quem perguntaram se era capaz de comer um cabrito inteiro – “só se for com muito pão”. É sempre. Seja com o “pratinho”, seja o “prato”, seja a “meia dose”, seja a “dose”, é sempre com muito pão. Em português, um “bom garfo” não é um garfo comprado no Braz & Braz1, nem um “bom copo” se refere à Atlantis Cristal2. Quem se alaparda à mesa é um herói, nesta terra onde a gordura é formosura e um gordo não é gordo, 40
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Saúde
UNIDADE 3
mas “forte”. A esta força contrapõe‑se a “fraqueza” de quem não come e toda a série de nomes que se chamam a quem é frugal na paparoca: debiqueiro, furão, lambisqueiro, languinhento, penisqueiro. Aqui, os que não respeitam os compromissos rácicos de demolição agropecuária são vistos como estranhos – são esquisitos. Quem come pouco “passa por baixo da mesa” ou sofre de um vergonhoso tédio denominado “fastio”. Voltando à mesa, onde os convivas já entoiriram até aos colarinhos, não se julgue que o almoço terminou. Impõe‑se agora – precisamente – uma sopinha (talvez de grão, certamente com massa). Para quê? – poder‑se‑á perguntar. Para “assentar”. Os portugueses nunca comem ou bebem porque são hiperfagicamente gulosos – é sempre para qualquer coisa. Depois dos petiscos para abrir o apetite, do conduto para dar força, do pão para fazer a cama, do arrozinho para ensopar e da sopa para assentar, vem a sobremesa para “tirar o gosto da sopa”, a fruta para “desenjoar” e o bagacinho para “fazer a digestão”. A comida em Portugal só não é para brincar. Para os franceses, é uma arte. Para nós, é canja. E uma canjinha – não ia agora? Então isso é coisa que se pergunte? Miguel Esteves Cardoso, A Causa das Coisas, 14.ª edição, Lisboa, Assírio & Alvim, pp. 16‑18, (1995) (texto com supressões) 1
Conhecida loja de artigos para o lar, em Lisboa.
2
Empresa portuguesa de cristais.
VOCABULÁRIO 1. Leia o Texto A e apresente um sinónimo ou explique o significado das palavras/expressões do quadro abaixo. compenetradamente cascar em dente vampiresco ficar embuchado alapardar‑se frugal 2. De acordo com o Texto A, explique o sentido de:
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1. “a utilização dos diminutivos não goza de qualquer correspondência com as dimensões do prato” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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2. “partes do porco que servem para a locomoção, para o olfato e para a audição” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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3. “É o que entre nós se chama um ‘círculo delicioso’” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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4. “bom garfo e bom copo” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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5. “gordura é formosura e um gordo não é gordo, mas forte” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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6. “para nós, é canja” _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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3. Leia novamente o Texto A e indique abaixo os sinónimos de comer e estimular o apetite. Comer
Estimular o apetite
4. Indique abaixo as palavras/expressões do Texto A que são usadas para definir uma pessoa que não gosta de comer ou que come pouco? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Saúde
UNIDADE 3
5. Segundo o Texto A, quais são as fases que caracterizam um almoço tipicamente português? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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ORALIDADE 6. Trabalho de pares. Com o seu colega, discuta os seguintes temas. 1. Dê a um amigo seu que está muito gordo sugestões para uma vida mais saudável. 2. Todos os anos, antes do verão, aparece na comunicação social uma nova “dieta milagrosa”. O que pensa deste fenómeno? 3. Hoje em dia, as novas dietas excluem o glúten e a lactose, dando especial relevância a alimentos substitutos e aos chamados “superalimentos”. Será mesmo importante excluir estes alimentos ou esta preocupação é apenas uma forma de vender outro tipo de produtos muito mais caros? 4. Os portugueses gostam muito de pão. Há algum alimento sem o qual não gostaria de passar?
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7. Ouça o Texto B e responda às perguntas:
1. Qual é o impacto psicológico a que se refere o texto relativamente às alergias alimentares? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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2. Quais são as implicações sociais para quem tem alergias alimentares? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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3. Como se pode alterar ou melhorar esta situação? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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8. Ouça o Texto C e complete os espaços.
Dieta sem glúten. Conhece os perigos? Nos últimos anos tem havido
______________________________________________
em torno das dietas sem
glúten e principalmente pela obsessão de comidas saudáveis. Na BBC há um jornalista que teve de
______________________________________________
por motivos de saúde familiar. O jornalista
ficou curioso com esta moda e tentou entender o que tem levado tanta gente ______________________________________________
dos pães e bolos tradicionais e se será benéfico para pessoas sem doença celíaca.
No entanto, mesmo sem qualquer tipo de sintomas, ______________________________________________ que abdicar do glúten ajuda a emagrecer ou a ter uma alimentação mais saudável. A doença celíaca já é considerada comum e ______________________________________________ da população dos países desenvolvidos, únicos países onde existem dados. Mas, ainda assim, isso não explica a ______________________________________________ à dieta sem glúten. Segundo a empresa de estudos de mercado Mintel, mais de
______________________________________________
evita o glúten por considerar estar a
optar por um “estilo de vida saudável”. E a opinião de que o glúten faz mal, não apenas para os celíacos, mas para todo o tipo de pessoas, é também defendida por ______________________________________________. O diretor do Centro de Pesquisas Celíacas nos Estados Unidos alerta que, apesar de o glúten não ter ______________________________________________, fazer uma mudança radical no que se come, sem a ajuda de um especialista, é uma péssima ideia. “Deixar de ingerir glúten priva‑nos de muitos elementos‑chave da dieta, como vitaminas e fibras, fundamentais para uma nutrição equilibrada”, e é necessário ______________________________________________. O médico explica que “substituir o glúten por algo com o mesmo sabor, implica ______________________________________________ e açúcar. Um grama de ______________________________________________ contém quatro calorias. Um grama de gordura, nove.” www.ionline.sapo.pt (texto com supressões)
GRAMÁTICA Futuro Composto do Conjuntivo Forma‑se com o Futuro do Conjuntivo do verbo auxiliar ter e o Particípio Passado do verbo principal. Ter (Futuro do Conjuntivo) + Particípio Passado do verbo principal Eu
tiver
ligado
Tu
tiveres
acendido
tiver
posto
Nós
tivermos
lido
Vós
tiverdes
vindo
Vocês / Eles / Elas
tiverem
ido
Você / Ele / Ela
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Saúde
UNIDADE 3
Usa‑se o Futuro Composto do Conjuntivo para exprimir uma ideia futura concluída em relação a outro facto também futuro. Usa‑se o Futuro Composto do Conjuntivo com as seguintes construções: 1. Conjunções e locuções conjuncionais temporais (quando, enquanto, assim que, logo que, etc.): Exemplos: (1) Assim que tiverem acabado a reunião, venham à minha sala. (2) Quando tiverem lido o jornal, poderão dá‑lo às vossas colegas. (3) Logo que tiverem terminado de arrumar a cozinha, vemos o filme. Como pode verificar, o verbo da oração principal pode encontrar‑se (1) no Imperativo, (2) no Futuro Imperfeito do Indicativo ou (3) no Presente do Indicativo. 2. Conjunção condicional (se): Exemplos: (1) Se já tiver acabado esse trabalho, venha comigo, Sr. Domingos. (2) S e tiverem tomado a vacina contra a gripe, provavelmente não ficarão doentes no próximo inverno. (3) Se não tiveres acabado o livro até amanhã, podes continuar com ele na próxima semana. Como pode verificar, tal como nas estruturas anteriores, o verbo da oração principal pode encontrar‑se (1) no Imperativo, (2) no Futuro Imperfeito do Indicativo ou (3) no Presente do Indicativo. 3. Oração relativa: Exemplo: Quem tiver entregado os documentos todos, pode passar para a outra sala.
ESCRITA 9. Complete as frases com as formas verbais no Futuro Composto do Conjuntivo. 1. Logo que o João ______________________________________________________________ (ler) o livro, devolve‑mo. 2. Quando tu ______________________________________________________________ (experimentar) mergulhar aqui, não vais querer outra coisa. 3. Assim que eles ______________________________________________________________ (habituar‑se) aos exercícios, vão achá‑los mais fáceis. 4. Se o Sr. Silva não ______________________________________________________________ (arrumar) tudo até às 10 horas, terás de o ajudar. 5. Se a Ana ______________________________________________________________ (levantar‑se) cedo, não perderia o avião.
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6. Enquanto não ______________________________________________________________ (provar) o bolo, não poderão dizer se está bom ou mau. 10. Complete as frases com os verbos no Futuro Composto do Conjuntivo e no Futuro do Indicativo. 1. Se os atletas
______________________________________________________________
(terminar) nos primeiros três lugares,
______________________________________________________________
(receber) uma
medalha. 2. Logo que tu ______________________________________________________________ (comer) a sopa toda, ______________________________________________________________ (comer) o pudim. 3. Assim que eles ______________________________________________________________ (concluir) a pintura da sala, ______________________________________________________________ (pintar) os quartos. 4. Enquanto ele não ______________________________________________________________ (ver) o filme, não ______________________________________________________________ (saber) como termina.
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UNIDADE 3 19
Saúde
TEXTO D
Aos olhos de Rita Tem 15 anos e paralisia cerebral. Mas isso nunca a impediu de “voar”. E a sua página no Facebook é uma luta contra o preconceito. Rita “era uma bebé de seis meses, ternurenta, com um olhar estrábico e um lindo sorriso de dois dentes” quando a médica informou cuidadosamente os pais que a filha tinha paralisia cerebral. Na cabeça de Paula e Mário Augusto, jornalista especializado em cinema, fez‑se “um apagão momentâneo”. Ouviram, “perdidos e baralhados”, a médica explicar que a evolução seria uma incógnita que só o tempo esclareceria. Quinze anos depois, num encontro casual, a mesma médica dirigiu‑se ao pai para lhe dizer que “muita gente lhe falava dos textos de Rita e da vontade, determinação e inspiração que representa para muitos”. Rita tem ainda muita dificuldade em andar e o medo tolhe‑lhe a vontade quando pega nas canadianas. Mas tal nunca impediu a sua mente de voar, como uma “borboleta”, ou de procurar o lado solar da vida, como um “girassol”. E hoje, quando ainda ouve alguém sussurrar “coitadinha”, limita‑se a sorrir. Rita tornou‑se “figura pública” há dois anos, estatuto concedido pela página que criou no Facebook, com mais de 13 mil “gostos”, onde escreve os seus pensamentos e dá inspiração a muitas pessoas. Recentemente, um dos seus textos provocou mais de cem mil mensagens e contactos. De tanto conviver e gostar de ouvir as conversas de adultos, tornou‑se já uma “miniadulta”, embora se debata com todas as dúvidas existenciais próprias de uma adolescente. É com a escrita que Rita se “liberta dos pensamentos menos bons”, “deita para fora” e liberta as angústias. E assim estrutura o pensamento. “Parece que a sociedade ainda tem medo da diferença e dos diferentes. Tornou‑se egoísta”. Mas certas atitudes já não lhe fazem mossa. Ganhou anticorpos, desenvolveu autoestima, gosta de se ver bonita e de estar de bem com a vida. Para Rita, um problema é “uma maneira de chegar a uma coisa melhor”. O segredo é “descobrir sempre o lado positivo, mesmo na desgraça”. E é o pai que desabafa a propósito do encontro com a médica que lhe deu conta da paralisia de Rita: “Não foi uma má notícia. Foi apenas o princípio de tudo”. Cesaltina Pinto in Visão (texto com supressões)
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Saúde
UNIDADE 3
VOCABULÁRIO 11. Leia o Texto D e apresente um sinónimo ou explique o significado das palavras/expressões do quadro abaixo. estrábico incógnita tolher fazer mossa anticorpos dar conta 12. Complete o texto com as palavras da caixa. orgulhoso / autonomia / empurrão / protetor / passeio / maluca / leitores / canadianas / criou‑lhe A aventura da escrita começou quando Rita tinha 13 anos. “Foi uma história muito Andava a dar uma volta de
______________________________________________________________
______________________________________________________________
.
na rua com o meu pai. Estávamos a conversar sobre
as coisas da vida. Então, o meu pai disse: `Quando chegares a casa vais escrever um texto sobre este teu ______________________________________________________________
, depois ponho na minha página para os meus
______________________________________________________________
e logo vemos o
que eles acham’. A partir daí, comecei a escrever.” Um texto por dia. Ao fim de alguns meses, Mário Augusto ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________
a página e deu‑lhe um
______________________________________________________________
, ele que sempre tentou não ser demasiado
nas partilhas. E não podia estar mais , mas, sim, dar‑lhe a maior
______________________________________________________________
possível. Ensinou‑lhe a “palavra mágica”, que Rita sempre repete: “Determinação”. Cesaltina Pinto in Visão (texto com supressões)
ESCRITA 13. Escreva um texto sobre o tema apresentado abaixo. © Lidel – Edições Técnicas, Lda.
O sistema nacional de saúde só deve ser grátis para os que não podem pagar. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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Saúde
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ORALIDADE 14. Trabalho de pares. Discuta com o seu colega as frases abaixo relacionadas do Texto C. 1. Para Rita, um problema é “uma maneira de chegar a uma coisa melhor”. O segredo é “descobrir sempre o lado positivo, mesmo na desgraça”. 2. “Ao ajudar outros, também me ajudo”. 3. “Os maiores valores da vida são: a amizade, o amor, a esperança e… a determinação, sempre.”
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15. Ouça o Texto E e complete os espaços.
TEXTO E Como serão os hospitais em 2025? Em que é que vão mudar os ? Qual será o papel das aplicações móveis
______________________________________________________________
na
______________________________________________________________
? Que
______________________________________________________________
oserão
feitos cruzando grandes quantidades de dados? Que dados ajudarão os gestores hospitalares a ______________________________________________________________? Como será feita ______________________________________________________________ entre médico e doente, centros de saúde e terminais móveis? Estas são algumas das grandes questões que ______________________________________________________________ o Saúde 2015, projeto que junta Expresso, IBM, José de Mello Saúde, Médis e Samsung e que propõe uma perspetiva diferente sobre o futuro da saúde. Vamos debater os novos caminhos. Do mobile ao Big Data, sem esquecer os novos modelos de gestão, queremos mostrar como se está a trabalhar para uma gestão de saúde mais inteligente, ______________________________________________________________ e compartilhada, centrada no doente. Contaremos com a colaboração de especialistas de saúde para ajudar a perceber as grandes tendências deste universo e quais as ______________________________________________________________ que estão a chegar. Por fim, realiza‑se a conferência Saúde 2025 na Fundação Champalimaud. http://expresso.sapo.pt (texto adaptado)
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Saúde 21
UNIDADE 3
16. Ouça o Texto F e responda às perguntas.
1. Saberemos o nosso estado de saúde todos os dias?
1. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Como será a relação entre médicos e doentes?
2. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Que hospitais teremos daqui a 10 anos?
3. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Quais serão as doenças e os tratamentos do futuro?
4. _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
GRAMÁTICA Revisão verbal e colocação dos pronomes clíticos 17. Complete o Texto G com as preposições e formas verbais adequadas.
TEXTO G Quebrar a rotina Manter a forma física __________________________________________ grande esforço e com uma atividade que __________________________________________(proporcionar) prazer é o sonho __________________________________________ muitos atletas amadores. Os ginásios, assimilando as novidades que vão surgindo, tanto
__________________________________________
nível de máquinas, como pelas
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novas disciplinas aeróbicas, __________________________________________ (tentar) __________________________________________ todo o custo corresponder __________________________________________ essas expectativas. Contudo, persistência e disciplina são, _________________
fim de poucos meses de exercício, o aluno
________________________________
aulas, que,
__________________________________________
__________________________________________
vezes, exigências desencorajadoras.
(começar)
__________________________________________
sua ideia, não o
__________________________________________
__________________________________________
_________________________
perder o interesse
(ajudar) perder o peso que
__________
__________________________________________
(desejar), ou não lhe __________________________________________ (dar) a resistência ou desenvolvimento muscular que __________________________________________ (pretender). As principais razões __________________________________________ o abandono __________________________________________ uma dada prática atlética têm a ver com a eventual monotonia que
__________________________________________
(poder) existir dentro
__________________________________________
ginásio ou a falta
__________________________________________
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objetivos 49
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Saúde
da própria pessoa. O professor de ginástica __________________________________________
__________________________________________
(saber) que,
(vir) mentalizada para atingir uma certa meta, ou
__________________________________________
__________________________________________
partida, se a pessoa
outro lado, se
__________________________________________
(aconselhar-se) __________________________________________ o seu médico, não __________________________________________ (desistir) tão facilmente. Há muitas outras atividades que __________________________________________ (poder) utilizar‑se para atingir os mesmos fins; e bem mais agradáveis. Se alguém __________________________________________ (ir) para o ginásio e
__________________________________________
__________________________________________ __________________________________________
Andar
__________________________________________
(passar) o dia
__________________________________________
fazer o que não gosta, mais cedo ou mais tarde
(acabar) __________________________________________ desistir.
cavalo, montanhismo, dança do ventre e caminhada são boas alternativas
__________________________________________
combater a monotonia. Visão (texto adaptado)
18. Complete o Texto H com as preposições adequadas.
TEXTO H Ginástica em casa Cresce a moda dos treinadores que vão __________________________________________ casa, mas só __________________________________________ quem pode pagar‑lhes e detesta ginásios! Duas __________________________________________ tarde. Equipada __________________________________________ rigor, Maria João recebe o treinador que, durante uma hora, lhe puxará __________________________________________
físico,
__________________________________________
sair de casa. Os ensaios
no Teatro Infantil de Lisboa não roubam __________________________________________
__________________________________________
atriz,
40 anos, as duas ou três horas semanais de treino
com o Paulo, responsável __________________________________________ sua boa forma. Maria João explica a opção doméstica: a sua profissão é muito exigente e a deslocação __________________________________________ um ginásio é tempo perdido. Além __________________________________________ que as aulas __________________________________________ grupo raramente correspondem _________________________________________ necessidades particulares __________________________________________ cada um. Paulo, o treinador privado, diz dominar uma técnica especial. Os exercícios dele exploram a funcionalidade do corpo humano, o que quer dizer que obrigam a pessoa __________________________________________ trabalhar os músculos __________________________________________ mesma forma que os usa no dia a dia. Um colchão, uma bola suíça, uma bola medicinal, bandas elásticas com pegas e uma plataforma instável destinada __________________________________________ treinar o equilíbrio do aluno são os apetrechos que leva consigo para as casas dos clientes. __________________________________________ camisola preta, __________________________________________ Treinador Pessoal escrito __________________________________________ branco nas costas, ele incentiva Maria João __________________________________________ contrair os abdominais, __________________________________________ relaxar os braços, __________________________________________
levantar a perna esquerda e __________________________________________ oferecer resistência ao movimento do elástico.
Os treinos individuais __________________________________________ domicílio custam __________________________________________ 30 e 70 euros __________________________________________ sessão e duram __________________________________________
50
60 __________________________________________ 90 minutos.
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Saúde
Embora as condições em casa não tenham comparação __________________________________________ os equipamentos, os estúdios ou as piscinas dos ginásios, há vantagens __________________________________________ opção doméstica, sobretudo __________________________________________ figuras públicas que querem fugir __________________________________________ olhares alheios, em recintos sobrelotados. Maria Duarte,
__________________________________________
__________________________________________
30 anos, gestora, outra cliente de Paulo, só vê benefícios no treino caseiro. Além
ter dois filhos pequenos, já andava desmotivada
__________________________________________
ano não conseguiu obter os resultados que pretendia. Agora dá‑se
ir ao ginásio, porque durante um
__________________________________________
satisfeita. As duas horas que
perdia __________________________________________ ginásio a fazer máquinas equivalem __________________________________________ 30 minutos de exercício em casa, com os equipamentos que o Paulo traz. O professor alerta __________________________________________ os esforços exagerados que poderão ocorrer nos ginásios. É preciso dividir o nosso corpo em partes e trabalhar uma __________________________________________ cada vez, em sessões diferentes. Deve‑se dar descanso
__________________________________________
físico e manter uma alimentação saudável prescrita
__________________________________________
dietista.
Paulo aconselha, __________________________________________ mínimo, três meses de trabalho __________________________________________ se obter resultados concretos. O negócio parece correr‑lhe __________________________________________ feição! Visão (texto adaptado)
DITOS E EXPRESSÕES POPULARES Em português há muitas expressões idiomáticas com recurso a partes do corpo. Vejamos algumas:
Expressão idiomática 1. Ter a barriga a dar horas 2. Dar o braço a torcer
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3. Estar pelos cabelos 4. Ter as costas largas 5. Ter as costas quentes 6. Falar pelos cotovelos
Significado Estar com fome. Já não como desde ontem. Tenho a barriga a dar horas. Aceitar que não tem razão. Depois de lhe explicar tudo muito bem, o João lá deu o braço a torcer. Estar desesperado, enervado. A mãe está pelos cabelos com as birras da filha. Aguentar com as responsabilidades. Podem dizer que a culpa é sempre minha. Eu tenho as costas largas. Ter a proteção de alguém. O Pedro tem as costas quentes. É sobrinho do patrão. Falar demais. Será que não podes estar calada um segundo? Falas pelos cotovelos.
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Expressão idiomática
Significado Ter inveja, ciúmes.
7. Ter dor de cotovelo
A Ana achou que eu não devia ganhar o jogo, mas é só dor de cotovelo. Eu fui melhor do que ela.
8. Fazer algo em cima do joelho
Fazer algo depressa, sem preparação prévia. Os portugueses são muito desenrascados. Diz‑se que fazem tudo em cima do joelho.
9. Saber na ponta da língua
Saber muito bem ou de cor.
10. Ter uma palavra debaixo da língua
Estar quase a lembrar‑se de alguma coisa.
Sei a história de Portugal na ponta da língua. Não consigo lembrar‑me do nome da professora, mas tenho‑o debaixo da língua
11. Dar com a língua nos Contar um segredo. dentes Não se pode contar nada ao Vítor porque ele dá sempre com a língua nos dentes. 12. Estar com as mãos na massa
Estar a tratar de um assunto. Estás a limpar os sapatos? Já que estás com as mãos na massa, limpa também os meus.
Estar na miséria. 13. Estar com uma mão atrás e outra à frente A Joana perdeu tudo o que ganhou. Está com uma mão á frente e outra atrás. 14. Estar de mãos atadas
Não ter poder; não poder fazer nada.
15. Ter a faca e o queijo na mão
Ter o poder ou a facilidade de fazer alguma coisa.
16. Uma mão lava a outra
Ajudar‑se um ao outro; fazer favores mútuos.
17. Meter o nariz onde não é chamado
Imiscuir‑se na vida dos outros.
18. Custar os olhos da cara
Ser muito caro.
19. Ter mais olhos que barriga
Pensar que se vai comer mais do que realmente se consegue comer.
20. Entrar por um ouvido e sair pelo outro
Não dar atenção; ignorar.
21. Estar com a pulga atrás da orelha
Estar desconfiado.
22. Com uma perna às costas
Fazer algo facilmente.
23. Fugir a sete pés
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Lamento não te poder ajudar. Com esta crise estou de mãos atadas. O diretor decide tudo sozinho porque tem a faca e o queijo nas mãos. Tens de me ajudar como eu já te ajudei no passado. Uma mão lava a outra. A Maria está sempre a meter o nariz onde não é chamada. Comprei umas botas que me custaram os olhos da cara. Porque é que encheste tanto o prato? Tens mais olhos que barriga. O Luís não se lembra de nada. Os meus conselhos entram por uma orelha e saem por outra. Estou com a pulga atrás da orelha. Não confio nele. Já acabei os exercícios de matemática. Hoje fiz tudo com uma perna às costas. Fugir rapidamente. Quando viu o polícia, o ladrão fugiu a sete pés.
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Saúde Expressão idiomática 24. Meter os pés pelas mãos
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Significado Confundir‑se ao fazer ou dizer alguma coisa; atrapalhar‑se. Ele bem quis explicar como gastou tanto dinheiro, mas meteu os pés pelas mãos e ninguém percebeu nada.
25. Estar com a corda na Estar numa situação desesperada. garganta Não tenho um cêntimo. Estou com a corda ao pescoço. 26. Meter o rabo entre as pernas
Dar‑se por vencido.
27. Fazer das tripas coração
Suportar com paciência.
No momento de contar tudo, meteu o rabo entre as pernas. Fiz das tripas coração e contei‑lhe tudo.
19. Complete as frases com as expressões idiomáticas do quadro anterior. 1. Coitado do Luís, perdeu tudo na Bolsa. Agora está com ___________________________________________________________. 2. O Vicente não consegue pagar as dívidas. Está com a corda ___________________________________________________________! 3. O Pedro é tão confuso! Nunca consegue explicar nada de forma coerente. Mete sempre ___________________________________________________________. 4. Comprei um anel giríssimo, mas custou‑me ___________________________________________________________. 5. A Sofia está sempre a falar, nunca se cala. Fala pelos ___________________________________________________________. 6. Estou cheio de fome! Tenho ___________________________________________________________. 7. O Pedro enche sempre o prato de comida e depois não come nem metade. Acho que ele tem ___________________________________________________________. 8. Quando o ladrão viu os cães dentro da propriedade, fugiu ___________________________________________________________. 9. O Peter nunca tinha comido orelha de porco, mas, para ser simpático, ___________________________________________________________ e comeu tudo.
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10. Olha, Mariana, este assunto não te diz respeito, por isso não ___________________________________________________________!
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Português em Foco 4 é o quarto de um conjunto de manuais que abrangem os níveis A1 a C2, dirigidos a adolescentes e adultos aprendentes de Português como Língua Estrangeira. Está dividido em áreas temáticas que pretendem cobrir as necessidades comunicativas dos aprendentes, correspondendo aos níveis C1/C2 do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas (QECR). Deste modo, o aprendente irá atingir um grau de independência que lhe permitirá interagir num conjunto variado de situações de comunicação, desenvolvendo mecanismos linguístico-comunicativos, nomeadamente de reconhecimento e uso das principais estruturas léxico-sintáticas e sintático-semânticas da língua. Estas estruturas permitirão uma maior flexibilidade e capacidade para usar a língua em situações menos previsíveis. Português em Foco 4 apresenta:
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Textos que cobrem as áreas temáticas de modo a abranger as situações de comunicação previstas para o nível C1/C2; Conteúdos gramaticais expostos com rigor e clareza; Textos áudio diversificados para desenvolver a compreensão oral; Exercícios de expressão oral e escrita de acordo com a temática estudada na unidade; Soluções dos exercícios; Glossário em alemão, espanhol, francês e inglês; Gravações áudio dos textos disponíveis em www.lidel.pt.
www.lidel.pt
Português em Foco 4 apresenta também um Livro do Professor que está organizado conforme as unidades do Livro do Aluno. Em cada unidade existem indicações precisas sobre as atividades a desenvolver na sala de aula. Inclui ainda as soluções dos exercícios propostos no Livro do Aluno.
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Luísa Coelho I Carla Oliveira
Curso de Português Língua Estrangeira Níveis C1/C2
Livro do Aluno
Português em Foco 4
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Português em Foco 4
19,6cm x 25cm
19,6cm x 25cm
Português em Foco 4 Livro do Aluno
Luísa Coelho I Carla Oliveira Coordenação: João Malaca Casteleiro
QECR Níveis C1/C2