Indice
1
FICHA TÉCNICA DIRETOR
EDITORES ASSOCIADOS
Bruno Santos
ILUSTRAÇÕES João Paiva
TEMAS EM REVISÃO
EDITOR-CHEFE
André Villarreal,
Daniel Nunez
Guilherme Henriques, João Nuno Oliveira, Vasco Monteiro.
HOT TOPIC
Ana Silva Fernandes,
Dénis Pizhin.
AUDIOVISUAL
Carlos Raposo, Cristina Granja,
RUBRICA PEDIÁTRICA
Eunice Capela,
Cláudia Calado,
Gonçalo Castanho,
Mónica Bota.
José A. Neutel,
2
Miguel Jacob,
CASO CLINICO ADULTO
Miguel Varela,
Noélia Alfonso,
Nuno Mourão,
Rui Osório.
Rui Ferreira de Almeida,
CASO CLINICO PEDIÁTRICO
Sérgio Menezes Pina,
Ana Raquel Ramalho,
Stéfanie Pereira,
Marta Soares.
Vera Santos. CASO CLINICO NEONATAL/TIP Nuno Ribeiro, Luísa Gaspar
BREVES REFLEXÕES SOBRE A EMERGÊNCIA MÉDICA Inês Simões
CARTAS AO EDITOR Catarina Jorge Júlio Ricardo Soares
VAMOS PÔR O ECG NOS EIXOS Hugo Costa Teresa Mota
Periodicidade: Trimestral Linguagem: Português
2
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Pedro Lopes Silva
DESIGN Luis Gonçalves (ABC)
PARCERIAS
Pilar Crugeiras,,
ISSN: 2184-9811
Pedro Rodrigues Silva Maria Luísa Melão
COMISSÃO CIENTÍFICA Ana Rita Clara,
FOTOGRAFIA
Propriedade: CENTRO HOSPITALAR UNIVERSITÁRIO DO ALGARVE Morada da Sede: Rua Leão Penedo. 8000-386 Faro Telefone: 289 891 100 | NIPC 510 745 997
EDITORIAL Caríssimos leitores, Vivemos tempos de desconfinamento desejado e acelerado, convivendo com a incerteza pandémica deste outono-inverno, que, apesar de tudo, terá sempre como certas as suas viroses estivais. Apesar da vacinação em massa, os nossos receios e previsões menos otimistas não permitem baixar guarda, e, de resilientes a expectantes, aproximamo-nos assim de quase dois anos de pandemia. A LIFESAVING Scientific, que se estreou há cerca de três meses atrás, ainda em plena contingência COVID-19, continua a operar com o mesmo espírito para divulgar e partilhar o conhecimento científico na área de emergência médica. Neste edição nº 2 da revista científica, o Leitor poderá encontrar um conjunto de artigos de revisão de enorme interesse, nomeadamente: a Comparação das Guidelines de Reanimação Pediátrica: AHA vs ERC; o Colapso cardiovascular pós-intubação orotraqueal emergente; e o Transporte do recém-nascido de risco: perspetiva dos cuidados de proteção do neuro-desenvolvimento, com uma nota final sobre o dia da Prematuridade. Em estreia nesta edição, destaca-se a nova rubrica “Breves Reflexões sobre a Emergência Médica”, que dará lugar à publicação de artigos de opinião sobre diversas temáticas respeitantes à emergência médica. Iniciámos também a reserva de espaço de publicação para as Cartas ao editor, que trarão muito dinamismo e vigor ao Projeto LIFESAVING, e em particular à sua revista científica. Sem dúvida que promoverão a interação dos nossos leitores com o Projeto e dinamizarão a discussão dos temas mais relevantes publicados no último ano. A partir da presente edição poderemos também contar com a publicação trimestral de uma rubrica desmistificadora da leitura do eletrocardiograma (ECG), designada “vamos pôr o ECG nos eixos”. Deixo, nestas últimas linhas editoriais, um agradecimento muito especial aos nossos Leitores e Colaboradores da edição, e enalteço o excelente trabalho da nossa Equipa de Editores Revisores. Atenciosamente,
Bruno Santos Coordenador Médico das VMER de Faro e Albufeira Diretor do Projeto LIFESAVING
bsantos@chalgarve.min-saude.pt
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4
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ÍNDICE
09
ARTIGO DE REVISÃO I
Novas guidelines de reanimação pediátrica da American Heart Association (AHA) e da European Resuscitation council (ERC) – what’s new?
15
ARTIGO DE REVISÃO II
23
ARTIGO DE REVISÃO NEONATALOGIA/TIP
33
CASO CLÍNICO PEDIÁTRICO
39
REFLEXÕES BREVES SOBRE A EMERGÊNCIA MÉDICA
43
47
Colapso cardiovascular pós-intubação orotraqueal emergente
Transporte do recém-nascido de risco: perspetiva dos cuidados de proteção do neuro-desenvolvimento
Acidentes domésticos - o perigo escondido nas nossas casas
Via verde traumatismo crânio-encefálico (TCE) – uma realidade por acontecer CARTA AO EDITOR
Afinal quando decidir pelo uso do carvão ativado? VAMOS PÔR OS ECG NOS EIXOS
Bloqueio de ramo esquerdo e enfarte agudo de miocárdio (EAM) de localização… determinada!
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5
6
5a8 ago organização:
6
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Celebração do 5º Aniversário da LIFESAVING no Fórum FNAC de Faro: •
Exposição de pinturas e gravuras originais publicadas na Revista LIFESAVING
•
Apresentação à Comunidade dos algoritmos: ”O que fazer em caso de...”
•
Apresentação dos projetos LIFESAVING - Revista de Emergência Médica e LIFESAVING - SCIENTIFIC
apoio FNAC
Descarregue através do QR CODE os nossos Algorritmos
Algoritmos LIFESAVING “O que fazer em caso de...” A rubrica “O que fazer em caso de...” (emergência), é publicada trimestralmente, mantendo presença assídua desde a estreia da Revista LIFESAVING, a 5 de Agosto de 2016.
organização:
Os 22 trabalhos já publicados, sob a forma de algoritmos, pretendem transmitir conceitos simples de abordagem de múltplos cenários de emergência médica, numa linguagem e grafismo dirigidos à Comunidade.
apoio FNAC
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7
8
8
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ARTIGO DE REVISÃO I
ARTIGO DE REVISÃO I
NOVAS GUIDELINES DE REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA DA AMERICAN HEART ASSOCIATION (AHA) E DA EUROPEAN RESUSCITATION COUNCIL (ERC) – WHAT’S NEW? José Neutel1,2,4 , Luísa Gaspar1,2,3 Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade de Faro Departamento da Criança, Adolescente e da Família 3 Serviço de Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal 4 Serviço de Pediatria – Urgência de Pediatria 1 2
RESUMO
INTRODUÇÃO
benéfica 1 ventilação a cada 2-3
A prestação de cuidados de
A Num campo em constante
segundos (20 a 30 ciclos por
excelência ao doente crítico
actualização, a AHA e a ERC emitem
minuto (cpm));
pediátrico exige atualização
regularmente as suas guidelines de
permanente, devendo esta respeitar
orientação de reanimação. Estas
com via aérea segura, pode-se
as principais diretrizes mundiais.
linhas orientadoras, baseadas em
considerar 1 ventilação a cada
Dado existirem duas grandes
variados estudos científicos, guiam
2-3 segundos (20 a 30 cpm);
associações responsáveis por
o processo de reanimação de
emanar diretrizes de ressuscitação,
múltiplos profissionais.
Endotraqueal (TET) com cuff,
impõe-se conhecer quais as
Neste artigo revisitaremos as
prestando atenção ao tamanho,
atualizações, pontos comuns e
atualizações de cada associação e
posição e pressão de insuflação
divergentes entre as mesmas.
quais os principais pontos
(< 20-25 cmH2O);
confluentes e divergentes.
•
•
•
No doente pediátrico em PCR,
É aconselhável o uso de Tubo
Não está indicado o uso rotineiro de pressão na cricoide para a
Palavras-Chave: Guidelines, reanimação pediátrica, AHA, ERC
Entubação Endotraqueal (EET). ATUALIZAÇÕES
•
de adrenalina nos 5 minutos após
As principais atualizações da ABSTRACT
AHA
The provision of excellent care to the
•
critically ill pediatric patient requires
1,2
foram:
Criada cadeia de sobrevivência
É aconselhável a administração início de compressões cardíacas;
•
Pode ser benéfica a
para contexto intra-hospitalar (IH);
monitorização invasiva contínua
Acrescentado sexto elo às
de tensão arterial diastólica
the main global guidelines. Since
cadeias intra e extra-hospitalar
(TAD) durante a Ressuscitação
there are two large associations
(necessidades dos
Cardiorrespiratória (RCP) (25
responsible for issuing resuscitation
sobreviventes pós Paragem
mmHg em lactentes e 30 mmHg
guidelines, it is important to know
Cardio-Respiratória (PCR)).
em crianças).
constant updating, wich must respect
which are the updates, the common and divergent points between them.
•
•
No doente pediátrico com
•
É indicada a monitorização
esforço respiratório ineficaz,
contínua de eletroencefalografia
mas com pulso, pode ser
para deteção precoce de
Indice
9
10
10
Indice
ARTIGO DE REVISÃO I
•
convulsões, em pacientes com
de alta qualidade em relação à
encefalopatia persistente;
administração de naloxona, se
As principais atualizações
É recomendado tratar as crises
não existir benefício comprovado
da ERC3 foram:
convulsivas clínicas pós
do seu uso.
•
•
aplicam-se a todas as crianças
Espontânea (RCE);
unidade de cuidados intensivos
dos 0-18 anos, excepto
É aconselhável o tratamento do
do doente com miocardite aguda
recém-nascidos. Doentes com
estado epiléptico não
com arritmia, bloqueio cardíaco,
fenótipo de adulto podem
convulsivo (após-RCE) em
alterações do segmento ST e/ou
tratar-se como adulto;
consulta com especialista.
baixo débito cardíaco;
•
•
A administração de O2 deve ser titulada para alvo SpO2 94/98%.
aconselhável a administração de
cardiomiopatia com baixo débito
Se falência circulatória/
fluidos em bólus, de 10 a 20 ml/
cardíaco refratário, é
respiratória, na impossibilidade
Kg, com reavaliação frequente.
aconselhável o uso pré-PCR de
de titulação, é aconselhável
Em caso de ser refratário à
Assistência Ventricular Externa
administrar O2 de alto débito;
fluidoterapia, pode ser benéfico o
(AVE) ou de suporte circulatório
uso de adrenalina ou
mecânico, a fim de evitar PCR.
recomenda-se a administração
noradrenalina como vasopressor
Pode ser benéfico o uso precoce
de um ou mais bólus de 10 ml/
inicial. Se estas aminas
de RCP extracorpórea após PCR.
Kg, reavaliando após cada bólus
É recomendada a administração
de forma a evitar sobrecarga.
considerar a dopamina;
de óxido nítrico inalado ou
Iniciar aminas precocemente.
Pode-se considerar o uso de
prostaciclina, como terapêutica
Em caso de choque hemorrágico,
corticoides em stress-dose
inicial de hipertensão pulmonar
limitar os bólus de cristaloides
quando o choque séptico é
ou insuficiência cardíaca direita
preferindo derivados sanguíneos;
refratário a fluidos e necessita
secundária a aumento da
de vasopressores;
resistência vascular pulmonar;
em pediatria, deverá utilizar
Se alto risco de crise de
algoritmo específico à pediatria
relacionado com trauma, é
hipertensão pulmonar, está
(15:2), colocando ênfase na
aconselhável o uso de
indicada a administração de
qualidade da reanimação
hemoderivados em vez de
sedoanalgesia e curarização.
cardiopulmonar e na limitação
Pode ser benéfica, no tratamento
das pausas nas compressões.
Em caso de choque hemorrágico
cristaloides, assim •
•
Nos casos de miocardite ou
Em caso de choque séptico, é
estiverem indisponíveis, deve-se •
As diretrizes de suporte de vida
Está indicado o internamento em
Recuperação Circulação •
menos um ano.
•
•
•
•
•
•
•
Na falência circulatória,
Qualquer reanimador com treino
No algoritmo de SBV pediátrico,
que disponíveis.
inicial de hipertensão pulmonar, a
É indicado o suporte ventilatório
administração de oxigénio e a
imediatamente após a
na paragem respiratória
indução de alcalemia, através da
administração de 5 ventilações
relacionada com overdose por
hiperventilação ou administração
de resgate deve-se iniciar
opiáceos, até retorno de
de solução alcalina em simultâneo
compressões cardíacas, na
respiração espontânea. Pode ser
com os vasodilatadores
ausência de sinais de circulação.
benéfica a administração de
pulmonares específicos. No caso
Em caso de um reanimador
naloxona intramuscular ou
de ser refratária, pode ser
preconiza-se primeiro pedido de
intranasal, em caso de paragem
aconselhável a AVE.
ajuda (via telefone em alta voz)
É recomendada a avaliação de
e depois iniciar algoritmo. Em
mantendo Suporte Básico de
sobreviventes de PCR, quanto à
caso de colapso súbito
Vida (SBV) de alta qualidade. Em
necessidade de reabilitação. É
testemunhado, deve-se aplicar
doentes em PCR, deve ter
aconselhável a avaliação
Desfibrilhador Automático
prioridade a realização de SBV
neurológica contínua, por pelo
Externo (DAE), se disponível. Na
respiratória com pulso presente,
•
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11
12
ausência de via telefónica,
PONTOS CONFLUENTES
•
e sua resolução;
deve-se realizar manobras durante 1 minuto e depois •
•
Uso de bólus de fluidos em alíquotas de 10ml/Kg, em caso
Em caso de SBV por um
entre os quais salientamos:
de falência circulatória;
de compressões cardíacas;
• •
Reconhecimento precoce de PCR e
•
Uso de derivados sanguíneos em
de início de SBV de alta qualidade;
caso de choque hemorrágico, em
Utilização de DAE sempre que
detrimento de cristaloides.
possível e necessário;
Ênfase na procura activa e tratamento das causas
•
Cadência de SBV de 15
potencialmente reversíveis;
compressões para 2 ventilações,
Suporte ventilatório com
para todos os reanimadores com
insuflador manual e máscara,
treino em pediatria;
Dos pontos em que existem
Reconhecimento de ritmo de
divergências entre as duas entidades,
competentes, é a primeira linha
paragem e desfibrilhação
salientamos:
de atuação. Após EET,
precoce sempre que indicada;
•
realizado por socorristas
•
A cadeia de sobrevivência pediátrica da AHA com 6 elos,
assíncrona com frequência de
10mcg/Kg, assim que possível,
criando nestas últimas
acordo com a idade (10-25 cpm);
em caso de ritmo
guidelines o elo de Recuperação,
Em Suporte Avançado de Vida
não desfibrilhável;
tornando a noção de
Administração de amiodarona
REANIMAÇÂO um conceito
em dúvida, considerar
5 mg/Kg, após o 3º choque
muito mais abrangente;
ritmo desfibrilhável.
consecutivo;
Pediátrico (SAVP), quando
12
Indice
•
PONTOS DIVERGENTES
Administração de adrenalina
aconselha-se ventilação
•
•
AHA e a ERC estão de acordo,
técnica de abraço para realização
•
Vários são os pontos nos quais a
interromper para chamar ajuda. socorrista, é preferível o uso de
•
Procura activa de causas de PCR
•
•
Em situação de obstrução total
ARTIGO DE REVISÃO I
da via aérea por corpo estranho, em vítima consciente, o ERC
•
•
após o 3º choque;
BIBLIOGRAFIA
O ERC recomenda que após EET,
1.
American Heart Association. Destaques das
defende a aplicação de 5
o suporte ventilatório por minuto
diretrizes de RCP e ACE de 2020 da American
pancadas interescapulares e, se
seja realizado de forma
Heart Association. AHA 2020 JN-1088. Available
não resolução do evento, 5
assíncrona com as
from: https://ebooks.heart.org./pt
compressões esternais (se
compressões, de acordo com a
lactente) ou 5 compressões
idade – 25 cpm em lactentes, 20
Pediatric Life Support: 2020 International
abdominais (se criança),
cpm > 1 ano, 15 cpm > 8 anos e
Consensus on Cardiopulmonary Resuscitation
alternadas até resolução do
10 cpm > 12 anos. A AHA
and Emergency Cardiovascular Care Science With
evento ou inconsciência. Já a
considera aconselhável um
Treatment Recommendations. Circulation 2020
AHA, com iguais recomendações
intervalo de ventilação a cada 2
Out;142(suppl 1). DOI: 10.1161/
para o lactente, nas crianças
a 3 segundos de acordo com a
CIR.0000000000000894.
apenas recomenda a aplicação
idade e condição clínica.
2.
3.
Maconochie, I. K.; Aickin, R; Hazinski, M.F.; et al.
P. Van de Voorde, et al. European Resuscitation
de compressão abdominal;
Council Guidelines 2021: Paediatric Life Support.
No algoritmo de SBV, depois da
Resuscitation [Internet] (2021), https://doi.
verificação do estado de
NOTAS FINAIS
consciência e subsequente
org/10.1016/j.resuscitation.2021.02.015 4.
Gaspar, L; Guerreiro, ; Neutel, J. Atualizações das
pedido de ajuda, a AHA
Apesar das suas divergências, o
guidelines da American Heart Association (AHA) em
preconiza a verificação de sinais
cerne de ambas associações é a
reanimação pediátrica. Lifesaving [Internet]. 2021,
de respiração normal e, se
ressuscitação da vítima pediátrica.
Maio; 20:18-23. Available from: https://issuu.com/
ausentes, o início de
Os caminhos podem divergir mas o
lifesaving/docs/revista_lifesaving_n20_redesign/19
compressões cardíacas. Já o
objectivo é comum.
ERC recomenda Ver, Ouvir e
Salientamos:
Sentir e na ausência de movimento de ar, a realização de
Ambas as entidades reforçam a
5 ventilações de resgate. Apenas
necessidade de existir um
se ausentes claros sinais de
algoritmo específico para a
circulação, iniciar compressões
reanimação pediátrica;
cardíacas; •
•
•
Reconhecimento precoce de
Na energia utilizada na
PCR e de início de SBV de alta
desfibrilhação, o ERC
qualidade;
recomenda o uso contínuo de 4
•
EDITOR
Uso de bólus de fluidos de 10
J/Kg em todas as cargas. Já a
ml/Kg, em caso de falência
AHA recomenda a utilização de
circulatória.
2 J/Kg na primeira carga, 4 J/kg
•
na segunda carga e energia
A leitura deste artigo não dispensa
igual ou superior a 4 J/Kg nas
uma análise aprofundada e atenta das
cargas seguintes;
guidelines das duas associações
Embora a administração de
ANDRÉ VILLAREAL Médico VMER
REVISÃO
adrenalina em situação de ritmo desfibrilhável, seja um ponto comum às duas instituições, a AHA preconiza a sua administração depois do
COMISSÃO CIENTÍFICA
segundo choque e a ERC apenas
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13
14
14
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ARTIGO DE REVISÃO II
ARTIGO DE REVISÃO II
COLAPSO CARDIOVASCULAR PÓS-INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL EMERGENTE
Afonso Eliseu1, André Aguiar1, Luís Costa1, Bruno Barreira1, Júlio Ricardo Soares2 1 2
Médico Interno de Anestesiologia do Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade de Faro Assistente Hospitalar de Anestesiologia do Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade de Faro
RESUMO
muscular é maioritariamente feito
best studied and most strongly
A intubação orotraqueal (IOT) é um
através da Succinilcolina, parecendo
associated risk factors with
procedimento indispensável na
haver semelhante eficácia com doses
hypotension, cardiovascular collapse
gestão emergente de doentes
altas de Rocurónio.
and mortality after emergent ETI.
críticos, sendo que não está
Protocolos que englobem controlo da
Specifically for oxygen saturation
desprovida de complicações
hipoxia, ressuscitação hemodinâmica
levels <92% and shock index >0.9.
potencialmente graves. Este artigo
e otimização da técnica de intubação
Other risk factors may include
pretende rever os fatores de risco
têm potencial para grandes impactos
advanced age and increased weight
associados à incidência e severidade
na redução de complicações pós-IOT
and body mass index.
destes efeitos adversos, bem como
emergente. No entanto, mais estudos
The induction agent most often used
discutir que atuações podem
serão necessários para definir
is Etomidate, followed by Ketamine.
beneficiar o doente crítico no
precisamente um conjunto de
There is not enough evidence to
momento da IOT.
atuações que se adequem a estes
adequately determine superiority of
A hipoxia peri-intubação e estado
doentes.
one over the other. Muscle relaxation
hemodinâmico prévio são dos fatores mais bem estudados e
Palavras-Chave: Intubação endotraqueal; Hipoxemia; Hipotensão; Paragem cardíaca.
consistentemente associados a
is most commonly achieved through the use of Succinylcholine. However, research suggests similar success
hipotensão, colapso cardiovascular e
rates using high dose Rocuronium.
mortalidade pós-IOT emergente.
ABSTRACT
Clinical bundles that include hypoxia
Particularmente valores de saturação
Although endotracheal intubation
management, hemodynamic
periférica de oxigénio (SatO2) <92%
(ETI) is an indispensable technique
resuscitation and ETI optimization
ou um shock index (SI) >0.9. Outros
while managing critical patients, it is
show great potential in reducing the
possíveis fatores de risco são a idade
not without risk of serious
most serious complications of
avançada e o peso e índice de massa
complications. This article sets out to
emergent ETI. Even so, further
corporal (IMC) aumentados.
review the risk factors most
studies are required to create a
O fármaco de indução mais utilizado
associated with those adverse
definitive set of actions most
é o Etomidato, seguido da Cetamina,
effects, as well as to determine how
adequate for these patients.
não havendo dados claros que
better benefit these delicate patients.
indiquem a superioridade de um
Peri-ETI hypoxia and previous
sobre o outro. O relaxamento
hemodynamic status are two of the
Keywords: Endotracheal intubation; Hypoxemia; Hypotension; Cardiac arrest.
Indice
15
INTRODUÇÃO
consideravelmente maior risco de
imediatamente após a EOT e falência
A Intubação orotraqueal (IOT) é um
subsequente instabilidade
cardiovascular pós-EOT 12,
procedimento basilar no arsenal da
hemodinâmica e eventual paragem
interpretando-se não como uma
medicina emergente, seja em
cardíaca. Isto verifica-se mesmo
consequência desses atos, mas
contexto pré ou intra-hospitalar, que
após normalização relativamente a
sim do grau de falência respiratória
pode ser life-saving para o doente em
outras variáveis como choque e
com que estes doentes se
estado crítico. Dados indicam que a
patologia médica associada .
apresentam que, por sua vez leva à
IOT, mesmo quando emergente, tem
Os valores de oximetria associados a
perceção de necessidade de
uma alta taxa de sucesso, cerca de
este aumento de risco não são
implementar estas medidas12.
83% à primeira tentativa e cerca de
consensuais, no entanto, valores
99% em 3 ou menos tentativas .
<92% são frequentemente citados
Ainda assim, não é isenta de riscos.
como preditores de paragem
Hipoxia, instabilidade tensional e
cardíaca pós-IOT
paragem cardíaca estão descritas em
também que a taxa de declínio da
Doentes em contexto de hipovolémia
incidências muito variáveis na
saturação periférica de oxigénio
ou vasoplegia podem estar mais
literatura, além disso, a definição de
(SatO2) se torna acentuadamente
suscetíveis a descompensação
algumas destas complicações não é
maior para valores 16 inferiores a 93%,
hemodinâmica e subsequente
pelo que tentativas de intubação
hipoperfusão coronária com risco de
rever os fatores de risco associados
nestes doentes resultam quase
arritmias e eventual paragem
à incidência e severidade destes
sempre num agravamento
cardíaca quando expostos a
efeitos adversos, com especial foco
significativo da hipóxia .
estímulos que de outra forma teriam
nos que serão potencialmente
Simultaneamente, considerando a
reserva funcional suficiente para
modificáveis, visando discutir que
curva de dissociação oxigénio-
suportar, tais como a administração
atuações podem beneficiar o doente
hemoglobina, observa-se que o ponto
de agentes indutores, a própria EOT e
crítico no momento da IOT.
de inflexão da diminuição da pressão
a ventilação mecânica, que dão aso a
arterial de oxigénio (PaO2)
um conjunto complexo de alterações
relativamente à SatO2 ocorre entre
fisiológicas caracterizado por
HIPOXIA
os 88-90% . Também é interessante
inibição simpática, estímulo vagal,
Um dos fatores mais bem estudados
notar que quando a indicação de IOT
abolição da pressão negativa
e consistentemente associados à
é tida como emergente e,
intratorácica típica da inspiração
hipotensão e colapso cardiovascular
consequentemente, são proscritas as
normal e implementação de pressão
pós-IOT emergente é a hipoxia
medidas de otimização como a
positiva, sendo que o resultado é um
pré-oxigenação, novamente se
decréscimo importante do retorno
associada à intubação é
verifica um aumento da incidência de
venoso com potencial para
extremamente comum em contexto
colapso hemodinâmico e paragem
despoletar ou agravar instabilidade
de emergência, ocorrendo em cerca
cardíaca . Assim sendo, assegurar
hemodinâmica8. Esta hipótese tem
de um terço das intubações em
SatO2 >92-93% previamente à IOT
sido repetidamente verificada,
serviço de emergência intra-
poderá ser um objetivo de otimização
estando descrita uma forte e
hospitalar e em quase metade das
eficaz a integrar em protocolos que
independente associação entre
intubações em contexto pré-
visem diminuir a taxa de
hipotensão e estado de choque
hospitalar, sendo que mais de dois
complicações graves nestes casos.
pré-IOT, quantificado pelo Shock
terços atingiam valores <80% .
No entanto, existem dados que
Index (SI), com o agravamento do
Esta baixa saturação periférica de
demonstram uma associação entre
perfil hipotensivo pós-IOT, definido
oxigénio antes ou durante a
administração de pré-oxigenação por
por PAS<90mmHg ou PAM<657,13,14,15,
intubação coloca o doente crítico em
VNI ou administração de FiO2>70%
bem como com a ocorrência de
1
consensual
1,2,3
. Este artigo pretende
peri-intubação
. A dessaturação
7,8
Indice
5,8,9
. Verifica-se
10
11
4,5,6
16
4,8
4,6
HIPOTENSÃO e CHOQUE HEMODINÂMICO
ARTIGO DE REVISÃO II
paragem cardíaca pós-IOT4,6,14 e
contexto de UCI parece ser um fator
a via aérea difícil (VAD), com scores
aumento da mortalidade na unidade
de risco independente para colapso
de Mallampati elevados, abertura da
hemodinâmico, definido por um
boca limitada, pescoço curto e
é calculado através do quociente
episódio de PAM<65mmHg,
reduzida mobilidade cervical19,20,21.
entre a frequência cardíaca e a
PAS<90mmHg por >30mins após
Mesmo não se observando
tensão arterial sistólica do doente,
resgate com 500-1000mL de
diferenças entre a laringoscopia de
servindo como um marcador de
cristaloide ou necessidade de
doentes obesos e não-obesos, a
severidade estados de hipoperfusão.
suporte vasopressor
Valores de SI de 0.5-0.7 são
hipótese verificou-se para idades
circunferência cervical >35cm e
considerados normais, sendo que o
entre 60-75 anos e, mais
distância esterno-mentoniana
risco aumentado de hipotensão
confiavelmente, para idades >75
<12,5cm estão associadas a maior
pós-IOT verifica-se para valores de SI
anos . Também está descrita uma
dificuldade na IOT20. Assim sendo,
>0.913,14. Variantes deste score
relação entre idade >75 anos e
conclui-se que o doente obeso é
incluem o Age Shock Index (ASI) -
aumento da incidência de paragem
tecnicamente mais desafiante, tem
multiplicação do SI pela idade do
cardíaca pós-IOT
doente, e o Modified Shock Index
aumento da mortalidade a 28 dias .
tolerância ao tempo de apneia e,
(MSI) - quociente entre a frequência
O peso foi independentemente
consequentemente, maior
cardíaca e a tensão arterial média.
associado a um maior risco de
suscetibilidade para dessaturação
Todos estão independentemente
paragem cardíaca peri-IOT, sendo que
precipitante em contexto de indução
associados ao risco de hipotensão
cada aumento em 10Kg multiplica
de sequência rápida (ISR)22, que
pós-IOT, sendo que comparações da
por 1.37 este risco5. Da mesma forma
como acima mencionado, leva a uma
capacidade prognóstica destes
o IMC está associado a aumento de
maior propensão para instabilidade e
índices parecem favorecer o ASI . A
risco de paragem cardíaca pós-IOT .
paragem cardíaca pós-IOT
sua simples determinação e robusta
De facto, doentes com excesso de
emergente.
associação com os outcomes
peso e obesidade apresentam um
supramencionados fazem destes
grande desafio em contexto
scores ferramentas potencialmente
emergente, uma vez que apresentam
INDUÇÃO e INTUBAÇÃO
úteis na abordagem de doentes
alterações significativas na fisiologia
OROTRAQUEAL
críticos com necessidade de IOT.
respiratória, verificando-se que por
A escolha do agente indutor para a
cada incremento do IMC há uma
IOT emergente é vital para o sucesso
redução de 0.5-5% da capacidade
da técnica e para o outcome do
PERFIL do DOENTE
funcional residual (CFR), da
doente, na medida em que diferentes
Diversas características do doente
capacidade vital (CV), do volume de
fármacos apresentam diferentes
foram propostas como potenciais
reserva expiratório e da capacidade
perfis hemodinâmicos e
fatores de risco para maus outcomes
pulmonar total . Simultaneamente,
farmacocinéticos que se podem
pós-IOT emergente, sem grande
observa-se também uma redução da
adequar ou não a diferentes
consenso na literatura. São
compliance pulmonar, aumento de
situações clínicas. Neste caso, a
merecedores de análise e discussão
resistência das vias aéreas e um
vasoplegia e inotropismo negativo de
maioritariamente como preditores
desfasamento aumentado entre a
alguns indutores podem agravar ou
visto que não sendo passíveis de
perfusão pulmonar preferencialmente
predispor os doentes críticos a
modificação em tempo útil, não serão
inferior e a oxigenação
hipotensão e colapso
os melhores alvos para eventual
preferencialmente superior, criando
hemodinâmico5,15. Os fármacos
otimização no doente crítico.
um fenómeno de mismatch V/Q18.
indutores mais frequentemente
Idade avançada em doentes
Apresentam ainda uma taxa elevada
utilizados para a intubação de
submetidos a IOT emergente em
de várias características associadas
doentes críticos no contexto pré ou
de cuidados intensivos (UCI)
6,7,14
. O SI
13
12,15
. Esta
obesidade, idade >40 anos,
12
6,16
, bem como
menor reserva pulmonar, menor 6
6
17
Indice
17
18
18
Indice
intra-hospitalar são o Etomidato e a
possível concluir definitivamente
exceção de casos de extrema
Cetamina, sendo que a literatura
qual o melhor agente indutor para a
urgência, existem várias maneiras
demonstra que o primeiro é
IOT emergente.
de tentar corrigir este défice e
Outro fator chave na IOT emergente é
oferecer ao doente um maior
há muito constatado o seu perfil
o relaxamento muscular adequado,
potencial de tolerar a IOT. O
hemodinâmico particularmente
que se associa a maior facilidade
oxigénio existe no ar ambiente e,
estável e farmacocinética favorável
técnica e, consequentemente, a uma
consequentemente, a nível alveolar,
com início de ação rápido e duração
taxa significativamente menor de
numa concentração de cerca de
de 5-10 minutos . Apresenta
hipotensão e de complicações e
21%, mas através da pré-
algumas desvantagens, tais como
mortalidade secundárias à
alta incidência de náuseas, vómitos e
abordagem da via aérea emergente .
este valor, aumentando também a
mioclonias, bem como uma inibição
Tradicionalmente, a Succinilcolina é
tolerância do doente à apneia. A
adrenérgica com possível impacto na
o fármaco de escolha para este efeito
pré-oxigenação através de
resposta glucocorticóide ao
graças à sua excelente eficácia, início
ventilação não invasiva com
de ação rápido e duração de ação
pressão positiva para alvos de
não parece ter efeito na mortalidade
curta . Recentemente, comparações
SatO2 superiores a 93%
em situações de bólus único para
em contexto de emergência pré e
previamente à laringoscopia estão
IOT . Por outro lado, parece existir
intra-hospitalar têm sido feitas entre
associados a menor dessaturação
uma tendência crescente para a
a Succinilcolina e o Rocurónio em
e a maior taxa de sucesso na IOT35.
utilização da Cetamina26. Esta
altas doses. Em doses adequadas de
Durante a ventilação com máscara
caracteriza-se pela libertação indireta
1,2mg/kg, o Rocurónio revelou
facial é também possível
de catecolaminas e bom perfil
eficácia e início de ação semelhantes
administrar oxigénio adicional
cardiovascular, apresentando-se
aos da Succinilcolina possivelmente
através de cânula nasal,
como um fármaco de eleição em
com menor taxa de efeitos
aumentando assim a eficácia da
situações de emergência. Enquanto
adversos
que foi proposta uma menor taxa de
uma excelente opção em caso de
de fugas 36,37. Além disso, manter
hipotensão pós-IOT em induções
contraindicação para a Succinilcolina
passivamente o aporte de oxigénio
com Cetamina comparada com o
e como uma eventual primeira opção
em altas concentrações através de
Etomidato , outros dados
na ISR emergente .
cânulas nasais durante a tentativa
francamente o mais utilizado
19,23
. Foi
24
stress
24,25
30
. Aparentemente este efeito
19
27
oxigenação é possível aumentar 31
32
33,34
, mostrando-se como
34
oxigenação sem risco aumentado
demonstram exatamente o oposto ,
de IOT atrasa a dessaturação
tendo-se considerado a hipótese
através do fenómeno de
21
deste resultado se dever a uma
ATUAÇÃO e MODIFICAÇÃO de
oxigenação apneica, em que a
escolha enviesada da Cetamina em
FATORES DE RISCO
extração de oxigénio a nível
doentes com pior quadro clínico ou
Considerando então os fatores de
pulmonar cria um gradiente de
com mais fatores de risco para
risco mais importantes para a
pressão que favorece a oxigenação
intubação difícil . Outros estudos
instabilidade hemodinâmica,
contínua dos alvéolos na ausência
não reportam qualquer diferença
paragem cardíaca e eventual
de qualquer esforço ventilatório ou
significativa na indução com
mortalidade após-IOT em doentes
ventilação mecânica38. Existem
Cetamina ou Etomidato28,29.
críticos resta perceber como atuar
resultados promissores neste
Comparando o uso de Etomidato
para prevenir ou mitigar estas
esforço de reduzir a hipoxia
com uma associação de Cetamina
complicações e as suas
peri-IOT em doentes críticos, sob a
com Propofol, esta não se mostrou
consequências.
forma de protocolos clínicos que
superior ao Etomidato . Portanto,
A hipoxia é um forte preditor de
pretendem sistematizar estas
tendo duas escolhas de eleição,
mau outcome em doentes críticos
técnicas de otimização,
Etomidato ou Cetamina, não é ainda
na iminência de IOT, no entanto, à
englobando não só a pré-
21
21
Indice
19
oxigenação com SatO2 alvo e a
dependem também da patologia
CONCLUSÕES
oxigenação apneica, mas também
subjacente, visto que em casos de
De todos os fatores propostos como
o correto posicionamento do
insuficiência cardíaca
preditores de risco para colapso
doente, na designada sniffing
descompensada observa-se uma
cardiovascular e paragem cardíaca
position, ou seja, extensão do
primazia de vasopressores
associados à intubação orotraqueal
pescoço e alinhamento do ouvido
inotrópicos positivos, como a
emergente destacam-se dois, a
com a incisura jugular do esterno,
Dobutamina, sobre a fluidoterapia,
hipoxia e o choque hemodinâmico
e a prática da indução de
provavelmente pelo possível
prévios à IOT, tanto pela prevalência
agravamento clínico inerente ao
na literatura como pela robustez da
é uma alternativa promissora à ISR
aumento súbito da pré-carga com
evidência da sua associação com
que se caracteriza pela
sobrecarga cardíaca . Existem
estas complicações. São também
individualização da hipnose em
dados que associam a
merecedores de especial
relação ao bloqueio neuromuscular,
ressuscitação por meio de
consideração uma vez que,
possibilitada através do uso de um
fluidoterapia em bólus com uma
felizmente, são ambos possivelmente
agente indutor que preserve a
redução importante da taxa de
modificáveis em tempo útil, mesmo
ventilação espontânea e os
arritmias, instabilidade e queda
em contexto de emergência, utilizando
reflexos protetores da via aérea,
tensional pós-IOT, indicando que 20
criteriosamente as técnicas e
como a Cetamina. Este compasso
este pode ser um passo crucial na
recursos existentes de forma a
de tempo pode ser utilizado para
gestão de doentes emergentes
maximizar a probabilidade de
pré-oxigenar doentes não
antes de avançar para a
sucesso. É crucial conhecer e saber
colaborantes e preparar o
intubação .
procedimento antes de administrar
Um protocolo publicado
o relaxante muscular e prosseguir
conseguiu demonstrar uma
versátil e eficaz possível,
para a IOT .
redução importante de todas as
nomeadamente no controlo da hipoxia
A hipotensão arterial e estado de
complicações pós-IOT emergente,
peri-IOT (pré-oxigenação com VNI,
choque previamente à IOT é, como
incluindo hipoxia peri-IOT,
com e sem pressão positiva,
acima descrito, um grande fator de
hipotensão persistente e paragem
oxigenação apneica através de alto
risco possivelmente modificável se
cardíaca. Para tal contemplou a
fluxo de oxigénio via cânula nasal,
for prontamente identificado e
ISR e delineou diretrizes para a pré-
etc.), na estabilização hemodinâmica
tratado. Apesar de ser especulado
IOT (presença de pelo menos dois
(fluidoterapia, vasopressores, agentes
que possa reduzir a incidência de
elementos proficientes em
indutores) e na técnica de intubação
colapso hemodinâmico nestes
intubação, fluidoterapia, pré-
(posicionamento, relaxamento
casos, são poucos os estudos que
oxigenação e preparação da
muscular, ISR, ESA, etc.). A gestão de
documentam especificamente o
sedação) e pós-IOT (monitorização
doentes críticos no momento da IOT
impacto da otimização
com capnografia, sedação e uso de
life-saving é particularmente delicada,
hemodinâmica pré-IOT
vasopressores se PAM<65mmHg).
como tal, mais estudos serão
emergente . Ainda assim, esta
Este poderá ser um bom exemplo
necessários para definir precisamente
prática é relativamente aceite e
para futuras sistematizações que
um conjunto de atuações que se
comumente implementada pelos
visem melhorar a prática e gestão
adequem a estes doentes
profissionais de saúde na
de doentes com indicação de IOT
emergência ou na UCI .
emergente.
sequência atrasada (ISA)
39,40
. A ISA
41
42
43
Geralmente é feita através de fluidoterapia e, mais infrequentemente, através de vasopressores 43. Estas tendências
20
Indice
43
aplicar estas diferentes opções para
42
44
que a prática clínica seja o mais
ARTIGO DE REVISÃO II
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COMISSÃO CIENTÍFICA
Indice
21
22
22
Indice
ARTIGO DE REVISÃO NEONATALOGIA/TIP
ARTIGO DE REVISÃO NEONATALOGIA/TIP
TRANSPORTE DO RECÉM-NASCIDO DE RISCO: PERSPETIVA DOS CUIDADOS DE PROTEÇÃO DO NEURO-DESENVOLVIMENTO Elsa Silva¹,², Pedro Silva¹,²,³,4, Vera Santos¹,²,³, Tânia Boteta¹,² Centro Hospitalar Universitário do Algarve ²Serviço de Medicina Intensiva Neonatal e Pediátrica ³TIP Sul/Faro 4 VMER Faro
1
RESUMO
numa perspetiva dos cuidados
way. When this vulnerability is added
O recém-nascido (RN) doente e/ou
individualizados e de proteção do seu
to the need for inter-hospital
prematuro é único na sua
neuro-desenvolvimento em parceria
transport to Differentiated Perinatal
vulnerabilidade. Para além da
com a família.
Support Hospitals, the physiological
instabilidade fisiológica pela doença,
O presente documento foi escrito
risks and the potential impact on
da imaturidade e da necessidade de
com base na revisão de literatura e
development multiply. The consistent
cuidados intensivos diferenciados, o
na experiência dos profissionais do
adoption of neuroprotection and
seu cérebro está em rápido
SMIPN- Serviço de Medicina
developmental support interventions
crescimento e diferenciação e é
Intensiva Pediátrica e Neonatal do
during the transport of the newborn
extremamente permeável a insultos
CHUA – Centro Hospitalar
at risk can reduce and prevent these
sensoriais e ao stress. Estes fatores
Universitário do Algarve na prestação
complications.
têm assim potencial de influenciar de
de cuidados NIDCAP - Newborn
This article aims to draw attention to
forma deletéria o seu neuro-
Individualized Developmental Care and
the vulnerabilities arising from the
desenvolvimento. Quando se soma a
Assessment Program .
neurological fragility of the newborn
9
esta vulnerabilidade a necessidade de transporte inter-hospitalar para os Hospitais de Apoio Perinatal
at risk during transport and outline Palavras-Chave: Transporte inter-hospitalar pediátrico; recém-nascido; neuro-desenvolvimento; NIDCAP
Diferenciado multiplicam-se os riscos
recommendations from a perspective of individualized care and protection of their
fisiológicos e o risco de impacto no
neurodevelopment, in partnership
desenvolvimento. A adoção
ABSTRACT
with the family, and is based on the
consistente de intervenções de
The sick and/or premature newborn
literature review and on the
neuroprotecção e de apoio ao
is unique in its vulnerability. In
experience of professionals from
desenvolvimento durante o
addition to physiological instability
SMIPN, in CHUA, providing NIDCAP
transporte do RN de risco pode
due to disease, the immaturity and
care - Newborn Individualized
reduzir e prevenir
the need for differentiated intensive
Developmental Care and
estas complicações.
care, its rapidly growing and
Assessment Program9.
Este artigo tem como finalidade
differentiating brain is extremely
alertar para as vulnerabilidades
permeable to sensory insults and
decorrentes da fragilidade
stress. These factors have the
neurológica do RN durante o
potential to influence their
transporte e delinear recomendações
neurodevelopment in a deleterious
Keywords: Inter-hospital pediatric transport; newborn; neurodevelopment; NIDCAP.
Indice
23
24
24
Indice
ARTIGO DE REVISÃO NEONATALOGIA/TIP
INTRODUÇÃO
cuidados em três níveis, e um
simultaneamente cuidados médicos
Do ponto de vista do
sistema de transporte
e de enfermagem de alto nível. Estas
neuro-desenvolvimento, o RN é
inter-hospitalar. Esta organização de
equipas dedicadas e especializadas
único, se compararmos com o ser
cuidados permite a triagem das
devem oferecer uma qualidade de
humano em qualquer outra idade. O
situações que exigem cuidados mais
cuidados semelhantes à da UCIN7,8.
seu cérebro em rápido crescimento e
específicos, com a deslocação da
diferenciação é extremamente
grávida/RN para centros
Riscos inerentes ao transporte
permeável e sensível a insultos
diferenciados. Todo o feto de risco
O transporte de RN de risco é
vários. Para o RN internado numa
deve nascer num centro de cuidados
complexo: chegar ao destino em
Unidade de Cuidados Intensivos
adequados à sua condição clínica,
segurança, assegurar a estabilidade
Neonatais (UCIN), a instabilidade
transferido in utero, evitando o
do RN e prevenir complicações para
fisiológica associada à condição
transporte emergente e as
o seu neuro-desenvolvimento, tudo
clínica, a necessidade de cuidados
consequências que daí podem
isto realizado no espaço reduzido de
médicos intensivos, as
advir
particularidades do internamento,
confere melhor prognóstico na
A equipa TIP Algarve trabalha com
onde a dor, o stress, e o desconforto
proteção de potenciais problemas
profissionais do SMIPN o que permite
estão presentes, e a separação da
com impacto no neuro-
conhecer a maioria dos RNs que
mãe e pai, surgem como fatores de
desenvolvimento , evita a separação
transporta e suas famílias. Estes
risco potencialmente negativos para
mãe/bebé e permite a comunicação
profissionais, prestam cuidados
o neuro-desenvolvimento. Em
direta entre a mãe e a equipa
individualizados de proteção NIDCAP,
certos casos, o transporte
da UCIN.
tornando-os mais sensíveis a estas
2,3,4
. A transferência in utero
5
uma ambulância.
questões durante o transporte. Para
inter-hospitalar é incontornável ao tratamento do RN doente ou
Neuro-desenvolvimento do RN
além disso, o fato dos pais saberem
prematuro, e acarreta de igual modo,
As primeiras horas e os primeiros
que o transporte do seu filho é
inúmeros riscos decorrentes do
dias de vida do RN são críticas e
realizado pela equipa que lhe prestou
próprio transporte em si, mas
determinantes para o seu futuro. Os
cuidados na UCIN tem um efeito
também da condição de fragilidade
cuidados e a situação clínica poderão
positivo nos níveis de ansiedade
e vulnerabilidade do RN. A adoção
ter um impacto significativo no
e medo10.
consistente de intervenções de
desenvolvimento cerebral do RN, já
De referir que, e de acordo com as
proteção do desenvolvimento
que as experiências que chegam
recomendações internacionais, o
durante o transporte do RN de risco,
através dos órgãos sensoriais podem
transporte aéreo é recomendado se a
pode reduzir e prevenir
afetar a arquitetura e o
distância entre os centros for superior
complicações do
funcionamento do cérebro . Quando
a 100 km ou 1 hora11,12 e, neste
neuro-desenvolvimento. A
um RN doente ou prematuro se
momento, por motivos logísticos dos
deslocação de recém-nascidos
encontra internado o cérebro em
quais se aguarda resolução, a TIP
entre hospitais torna-se
desenvolvimento recebe inúmeros
Algarve por Sul/Faro não conta com
indispensável, como é o caso do
estímulos que não são expectáveis:
transporte via aérea.
SMIPN no CHUA, através da equipa
tais como estímulos ambientais, dor,
Para além dos riscos óbvios da
de Transporte Inter-hospitalar
desconforto, stress, o efeito de
deslocação por via terrestre, o RN
Pediátrico (TIP Sul/Faro).
inúmeras drogas, técnicas de
fica exposto a outro tipo de insultos
Portugal tem um dos sistemas de
tratamento e de suporte à vida, e a
como o ruído, a vibração e as forças
cuidados perinatais mais evoluído
separação dos pais. O transporte
de aceleração e desaceleração que
da Europa¹, com políticas muito bem
inter-hospitalar deve permitir a
causam stress e instabilidade
definidas de saúde materna, fetal e
colocação do RN em tempo útil no
fisiológica13. A superfície da estrada,
neonatal, a referenciação dos
centro de referência, conferindo
as condições do veículo e do
6
Indice
25
26
26
Indice
ARTIGO DE REVISÃO NEONATALOGIA/TIP
equipamento de transporte são
corporal contribuem para o conforto,
Luz
fontes de vibração e ruído
para a diminuição de stress e ajudam
A necessidade de intervenções
importantes. A vibração típica do
o bebé adquirir comportamentos
durante o transporte poderá implicar
veículo pode ser transmitida
autorregulatórios beneficiando a
o recurso a luz mais intensa.
diretamente, alguns estudos referem
estabilidade fisiológica.
Recomenda-se que os olhos do RN
que a vibração e a aceleração linear
São algumas as estratégias
sejam protegidos, ou com uma manta
podem ter um papel no mecanismo
adaptáveis ao contexto do
ou através de proteções oclusivas
de lesão neurológica, hemorragia
transporte do RN:
neonatais usadas para a fototerapia.
•
Aninhar o RN com apoio dos
Estas proteções deverão ser
aumento de risco da mortalidade
segmentos corporais em flexão,
removidas após o procedimento e
e morbilidade .
barreiras a toda a volta e cintas
permitir o movimento normal das
de segurança.
pálpebras e a lubrificação ocular.
intraperiventicular (HIPV)
4,14
, no
15
Proteção do neuro-
•
Colchão de gel, materiais suaves
-desenvolvimento do RN
no leito, com alguma espessura
Gosto e olfato
As medidas de neuroprotecção
a fim de diminuir a vibração.
A evicção de estímulos nocivos e a
Posicionamento individualizado,
apresentação de outros positivos são
individualizados (NIDCAP), técnicas
preferencialmente em
estratégias que beneficiam, tanto o
de manipulação e apoio na transição
decúbito lateral.
RN como os pais.
englobam os cuidados
•
dos estádios comportamentais,
- Levar com o RN uma manta com o
modulação do ambiente,
Ruído
odor da mãe, compressa ou doudou
posicionamento do RN, métodos de
Em adultos o ruído torna-se
(colocados previamente em contacto
alimentação, tratamento da dor e
doloroso quando atinge os 120 db.
com a pele da mãe ou glândula
cuidados centrados na família ,
A AAP - America Academy of
mamária) e seringa com leite
adaptáveis em contexto
Pediatrics recomenda para as
materno (LM) para confortar o RN
de transporte.
unidades neonatais níveis de ruído
(imunoterapia).
abaixo dos 45 db. No transporte o
- Evitar o uso de desinfetantes no
Posicionamento e redução
ruído é constante, e
espaço odorífero do RN sobretudo
da vibração
tendencialmente mais alto. Efeitos
dentro da incubadora; deixar secar
A escolha do posicionamento
na estabilidade fisiológica
completamente a solução alcoólica
durante o transporte é condicionada
(saturação de oxigénio, pressão
das mãos.
pelo tipo de cuidados num contexto
intracraniana e perfusão cerebral),
- Reduzir ao mínimo as manobras
exigente e, pela condição clínica do
perturbação do sono, lesões do
invasivas na região orofaríngea e
RN, sendo necessário assegurar
ouvido interno e alteração na
nasal e a utilização de solutos
sempre a facilidade na observação e
perceção dos sons, podem resultar
desagradáveis na boca do RN.
de atuação, de forma a garantir a
de níveis altos ou ruído de fundo⁴.
16
11
segurança. Por exemplo, existem
Dor
evidências que sugerem uma
Estratégias:
A dor é comum no RN crítico, e
melhoria do ponto de vista
•
Cobrir parcialmente a incubadora
poderá aumentar o stress e interferir
respiratório na posição em prono,
com capa grossa (permitir a
na estabilidade fisiológica. O uso de
com o aumento do volume tidal, da
vigilância do RN).
medidas de proteção do
Uso de dispositivo de redução de
desenvolvimento, como as referidas,
esforço respiratório . Do ponto de
ruído minimuffs diminui o ruído
tem um efeito benéfico no conforto
vista do desenvolvimento, o
em 7-12 db, podendo ser uma
do bebé. O toque gentil acalma o
posicionamento adequado e o
recomendação em transportes
bebé. Estratégias não farmacológicas
recurso a estratégias de apoio
mais ruidosos .
incluem o uso de chupeta (sução não
frequência respiratória e redução do 17
•
8
Indice
27
28
28
Indice
ARTIGO DE REVISÃO NEONATALOGIA/TIP
nutritiva), a que se pode associar a
transferência deve incorporar as
sacarose oral, se indicado. O controlo
preferências e os cuidados que
da dor no transporte do RN crítico
melhor respondem às necessidades
passa, quando necessário, pela
do RN e da família.
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CONCLUSÃO
permitem o alívio do stress e
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ansiedade dos pais numa situação
crítico devem estar aptas para
11.
American Academy of Pediatrics. Noise: A Hazard
sensível de separação, promove os
assegurar medidas intensivas de
papéis parentais e a vinculação com
suporte à vida com qualidade e
efeitos positivos significativos, sendo
segurança no transporte, ao mesmo
um verdadeiro desafio para a sua
tempo que providenciam cuidados
incorporação no transporte
personalizados de conforto e
inter-hospitalar de emergência.
neuroprotecção com o envolvimento
Estratégias:
dos pais no processo. A adoção
•
Incluir a participação dos pais nos
consistente de intervenções de apoio
cuidados, na tomada de decisão e
ao desenvolvimento durante o
no planeamento, desde o
transporte do RN de risco pode
momento em que se preveja a
reduzir e prevenir complicações do
transferência do RN;
neuro-desenvolvimento.
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2008;2(1):1-20
Oxford (UK); August 31st-September 2nd, 2017. J Pediatric Neonatal Individual Med. 2017;6(2) 4.
Shipley L, et al- The effects of short term whole body vibration, as experienced during neonatal
Individualização de cuidados
ambulance transportation on the early developing
A atenção às características
rodent brain. In: Selected Abstracts of the 3rd Edition of Transport of High Risk Infants; Oxford
individuais do RN, aos seus
(UK); August 31st-September 2nd, 2017. J
comportamentos que mostram as suas fortalezas, bem como as suas
Pediatric Neonatal Individual Med. 2017;6(2) 5.
transport in California. J Perinatology,
vulnerabilidades, permite que as equipas sejam sensíveis ao que o bebé sente e responder às suas
Pai V, et al. Clinical deterioration during neonatal
2020;40:377–384 6.
Als H, et al- Early experience alters brain function and structure. Pediatrics 2004;113(4):846-57
necessidades9. A nota de
Indice
29
30
30
Indice
ARTIGO DE REVISÃO NEONATOLOGIA/TIP
DIA MUNDIAL DA PREMATURIDADE – 17 DE NOVEMBRO O Dia Mundial da Prematuridade
uma maior sobrevivência de RNs
comemora-se em todo o mundo a
prematuros em idades
17 de novembro, com um dos dias
gestacionais mais pequenas.
mais importantes na sensibilização
Contudo, globalmente, as
para o nascimento prematuro. O dia
complicações do nascimento
foi comemorado pela primeira vez
prematuro são responsáveis por 1
em 2008 promovido pela EFCNI-
milhão de mortes, representando a
European Foudation for the Care of
principal causa de morte abaixo
the Newborn Infant, sendo hoje em
dos 5 anos de idade.
dia um acontecimento global.
Muitos dos que sobrevivem
Anualmente, em todo o mundo
enfrentam problemas para a toda a
mais de 500 000 gravidezes
vida como perturbações da
terminam prematuramente e
aprendizagem, déficits visuais e
estima-se que nasçam 15 milhões
auditivos, e complicações mais
de RN prematuros. Na Europa são
graves de saúde como paralisia
aproximadamente meio milhão de
cerebral e displasia
recém-nascidos (RN) prematuros,
bronco-pulmonar
EDITORA
todos os anos. 1 em cada 10 recém-nascidos nasce
BIBLIOGRAFIA
prematuramente. Em Portugal o
1.
índice de prematuridade é de 1 em
2016. Disponível em: http://www.who.int 2.
cada 8 nascimentos.
em: www.who.int/pmnch/media/ news/2012/201204_borntoosoon-report.pdf 3.
World Health Organization. O fact sheet on preterm birth. Disponível em: http://www.who.int/
cuidados intensivos. De fato a
mediacentre/factsheets/fs363/en/ 4.
NUNO RIBEIRO Enfermeiro VMER TIP
EURO-PERISTAT Project. European Perinatal
intensivos aumentou em muitos
Health Report. Core indicators of the health and
países, já que os avanços
care of pregnant women and babies in Europe in
tecnológicos e a melhoria das
EDITOR
action report on preterm birth. 2012. Disponível
problemas e necessitam de ser
necessidade de cuidados
Althabe F, Howson CP, Kinney M, Lawn J, World Health Organization. Born too soon: the global
Destes muitas desenvolvem internadas em unidades de
LUÍSA GASPAR Médica Pediatria
Organização Mundial da Saúde. Preterm birth.
2015. Disponível em: http://www.europeristat. com/images/EPHR2015_Euro-Peristat.pdf
REVISÃO
condições de vida têm permitido
COMISSÃO CIENTÍFICA
Indice
31
32
32
Indice
CASO CLÍNICO PEDIÁTRICO
CASO CLÍNICO PEDIÁTRICO
ACIDENTES DOMÉSTICOS - O PERIGO ESCONDIDO NAS NOSSAS CASAS Mariana Reis1, Joana Capela1, Inês Almeida1 1
Serviço de Pediatria – Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade de Faro
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
Os acidentes domésticos são uma
Domestic accidents are one of the
Os acidentes são a principal causa
das principais causas de morte em
major causes of death in children.
de morte em crianças e adolescentes,
idade pediátrica. Circunstâncias
Apparently safe environments, adding
sendo que a maioria deles ocorre em
aparentemente inofensivas,
to children’s curiosity, may lead to
contexto doméstico.
associadas à curiosidade das
situations which endanger their
crianças, podem levar a situações
well-being. It is important to make
Em Portugal, os acidentes rodoviários
que põem em risco o seu bem-estar.
aware and educate families on how
são responsáveis pelo maior número
É importante alertar e educar a
to prevent and act on these
de mortes em idade pediátrica.
família para a prevenção e atuação
situations, as well as educate
Outras causas apontadas como
nestas situações, bem como procurar
children about their own safety.
frequentes são asfixia,
educar a criança para a segurança.
We present the case of a 4 year-old
engasgamento, estrangulamento,
Apresentamos o caso de uma criança
child, who was found at home
afogamento e quedas (APSI 2017)1.
de 4 anos, com enforcamento
hanged. He was assisted by the
acidental em casa. Foi assistido pela
VMER and taken to the hospital, but
CASO CLÍNICO
VMER e levado para o Serviço de
the severity of his lesions culminated
Criança de 4 anos, sexo masculino,
Urgência Pediátrico, mas a gravidade
on his death. We highlight the main
encontrada em casa pelos familiares,
das lesões culminou na sua morte.
types of accidents in pediatric age,
inconsciente e sem respiração
Salientamos os principais tipos de
the immediate actions and the
espontânea, suspensa pelo pescoço
acidentes em idade jovem, o modo de
importance of empower parents and
por fita de tecido, aparentemente na
atuação imediato e a importância da
caregivers about children safety.
dobradiça de uma porta.
capacitação de pais e educadores no
Desconhecido tempo decorrido
que se refere à segurança infantil.
desde o incidente. Foi iniciado de imediato suporte básico de vida (SBV), com chegada da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) cerca de 10 minutos depois do início. Quando monitorizado, apresentava ritmo de paragem com bradicardia extrema,
Palavras-Chave: Acidentes; asfixia; enforcamento; queimadura; quedas; afogamento; segurança infantil; educação; prevenção.
Keywords: Accidents; suffocation; hanging; burn; fall; drowning; child safety; education; prevention.
sem pulso. Foi entubado e iniciado suporte avançado de vida (SAV), com
Indice
33
administração de adrenalina e
DISCUSSÃO
Quedas e traumatismos
atropina, com recuperação da
Os acidentes domésticos são
As quedas são a principal causa de
frequência cardíaca em 30 minutos.
situações inesperadas que ocorrem
internamento por acidente até aos 18
Iniciou dopamina em perfusão.
em locais aparentemente seguros.
anos e uma das principais causas de
Transportado pela VMER para a
O caso relatado é um exemplo de um
ida à urgência. A maioria das quedas
urgência de pediatria, na admissão
enforcamento acidental cujo
e traumatismos poderiam ser
estava taquicárdico, normotenso, não
desfecho catastrófico nos remete
evitados pela implementação de
reativo, sem movimentos
para a necessidade de rever
cuidados e mecanismos preventivos.4
espontâneos, pupilas midriáticas
algumas das circunstâncias que
fixas. Apresentava petéquias na
podem levar a danos irreversíveis
O que fazer: deve procurar-se
face, confluentes, acima de uma
nas idades mais jovens:
esclarecer o mecanismo e as circunstâncias da queda e inquirir
linha equimótica linear cervical,
sobre sinais de alarme, com especial
desde a região submandibular até à região occipital.
TIPOS DE ACIDENTES DOMÉSTICOS
Realizou tomografia computorizada
importância nos traumatismos cranianos (perda de consciência,
cranioencefálica (TC-CE) que
Engasgamento, asfixia e
vómitos, prostração, sonolência
mostrou edema cerebral difuso
enforcamento 34
excessiva). Em caso de suspeita de
grave. Foi admitido na Unidade de
O engasgamento e a asfixia são a
traumatismo vertebro-medular ou
Cuidados Intensivos Pediátricos.
causa mais comum de morte
quando o mecanismo de queda não
Neurologicamente, manteve-se em
acidental em lactentes. São mais
estiver estabelecido deve imobilizar-se
coma Glasgow 3, com pupilas não
frequentes em crianças até aos 5
a vítima em plano duro e com colar
reativas em midríase fixa.
anos. Os perigos podem estar
cervical, que deve ser mantido até
Verificaram-se movimentos tónico-
camuflados nas atividades do
esclarecimento da situação.
clínicos dos membros, tendo sido
dia-a-dia, e a principal forma de
iniciado fenobarbital e midazolam em
prevenção é a supervisão e
Intoxicações
perfusão. Necessitou de aumento do
vigilância.2
As crianças são exploradoras natas,
suporte ventilatório e de oxigénio.
É fundamental alertar os pais e
e esta curiosidade pelo mundo em
Por hipertermia que não cedeu a
devemos procurar ensinar-lhes as
seu redor, associada ao facto de não
antipiréticos, foi assumida causa
medidas a tomar em caso de
saberem distinguir o perigo da
central e iniciado dantroleno.
emergência (manobra de Heimlich,
segurança, leva-as muitas vezes a
Manteve-se taquicárdico, com
manobras de SBV).
contatar com substâncias indesejadas. Troca de medicamentos
posterior descida da tensão arterial, razão pela qual foi aumentada a
O que fazer: se a criança estiver
ou doses erradas podem também
perfusão de dopamina e iniciada
consciente, mas sem tosse eficaz,
levar a intoxicações.
noradrenalina. Poucas horas depois,
devem aplicar-se 5 pancadas
houve agravamento da situação
interescapulares, seguidas de 5
O que fazer: em caso de suspeita de
clínica, com rápida e súbita
compressões torácicas (no lactente)
intoxicação por algum tóxico ou
dessaturação e hipotensão, que
ou abdominais (na criança), enquanto
medicamento, deve contatar-se
evoluíram para um quadro de
a obstrução da via aérea não estiver
imediatamente o Centro de
paragem cardíaca irreversível, tendo
resolvida. Se a criança ficar
Informação Antivenenos
sido declarado o óbito cerca de 9
inconsciente, devem iniciar-se
(808 250 143), e não esperar pelo
horas após a admissão hospitalar.
manobras de SBV.3
aparecimento de sintomas.
34
Indice
CASO CLÍNICO PEDIÁTRICO
Queimaduras e choques
O que fazer: em caso de criança não
infantil. É importante também alertar
Queimaduras e choques são causa
responsiva/em paragem cardio-
as crianças para os riscos e os
importante de ferimento em crianças
respiratória, deve iniciar-me manobras
perigos, de acordo com o seu grau de
e jovens, sobretudo abaixo dos 4
de SBV o mais rapidamente possível,
compreensão, para que desenvolvam
anos, que pelo comportamento e
começando por 5 insuflações,
capacidade de auto-preservação6.
desenvolvimento inerente à faixa
seguidas de compressões e
etária, podem facilmente ficar
insuflações num ritmo de 30:2.3
expostas a estes perigos.
CONCLUSÃO ATENÇÃO: As crianças devem estar
A educação para a segurança infantil
O que fazer: em caso de choque, deve
sempre sob supervisão na piscina.
e o acesso a produtos promotores de
desligar-se a fonte de energia e afastar
Crianças que não sabem nadar
segurança são pontos fundamentais
a vítima o mais rapidamente possível,
devem usar flutuadores mesmo que
na prevenção de acidentes, sendo
não comprometendo a segurança dos
não estejam dentro da piscina pois
que para isto é necessária a
restantes, ou seja, utilizando materiais
podem escorregar e cair. As piscinas
implementação de políticas e
não condutores e secos, como
devem ter tela de proteção ou
regulamentação que vão ao encontro
madeira, plástico ou borracha. Se
vedação em volta.
destes objetivos.7
possível, deve obter-se um
Os pais e cuidadores devem
eletrocardiograma (ECG) o mais
assegurar-se que outras pessoas que
precocemente possível, pelo risco de
O PAPEL DOS PROFISSIONAIS
intervêm na vida da criança
arritmias associadas ao choque.
DE SAÚDE
(familiares, escola, outras atividades)
Os pais muitas vezes desconhecem
estão despertos e cumprem as
Afogamento
os riscos que o ambiente doméstico
medidas de segurança
O afogamento é rápido e silencioso, e
esconde. É papel de todos os
recomendadas. É também
pode acontecer com pouca água:
profissionais de saúde que
fundamental que qualquer pessoa
bastam 5 a 10 cm de profundidade
intervenham na vida da criança
que conviva com crianças esteja
para uma criança se afogar. Entre
alertar e capacitar os pais para a
capacitada para agir em situações de
2002 e 2018 em Portugal, 254
identificação e prevenção de
emergência (conhecimentos de SBV,
crianças e jovens morreram
comportamentos e situações de
ter presentes os números
por afogamento5.
risco, o que deve ser um tópico
de emergência).
sempre presente e reiterado nas
Compete a todos nós a função de
consultas de vigilância de saúde
educar para a segurança.
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35
36
36
Indice
CASO CLÍNICO PEDIÁTRICO
MENSAGENS FINAIS
BIBLIOGRAFIA
•
1.
Acidentes domésticos são frequentes e surgem em contextos aparentemente
•
de Avaliação 2017. APSI. 2017 2.
Safety tips | Safe Kids Worldwide. [visitado a
inofensivos, podendo ter
16/08/2021]. Disponível em: https://www.
consequências irreversíveis
safekids.org/safetytips
É papel dos profissionais de
3.
Manual de Suporte Básico de Vida Pediátrico.
saúde que atuam junto das
INEM. Departamento de Formação em
famílias alertar para o risco de
Emergência Médica (versão 3.0, revisto em 2017)
acidentes e a sua prevenção •
25 de segurança infantil em Portugal - Relatório
4.
Quedas em crianças e jovens: um estudo
A capacitação dos pais e
retrospetivo (2000-2013). Apsi (reedição, revista e
cuidadores para atuação em caso
adaptada, novembro de 2014)
de acidente pode salvar vidas
5.
Afogamentos em Crianças e Jovens em Portugal - Atualização de casos – junho de 2020. APSI (junho de 2020)
6.
Höllwarth ME. Prevention of unintentional injuries: A global role for pediatricians. Pediatrics. 2013;132(1):4–7.
7.
Prevenção de acidentes | Associação para o Planeamento da Família. [visitado a 20/08/2021]. Disponível em: http://www.apf.pt/ prevencao-de-acidentes
EDITORA
CONTATOS ÚTEIS
ANA RAQUEL RAMALHO Médica Pediatria
Centro de Informação Antivenenos EDITORA
808 250 143 Saúde 24 808 24 24 24
MARTA SOARES Médica Pediatria
Associação para Promoção da Segurança Infantil (APSI) 218 844 100 REVISÃO
SOS Criança 217 931 617
/ 217 116 111
COMISSÃO CIENTÍFICA
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REFLEXÕES BREVES SOBRE A EMERGÊNCIA MÉDICA
REFLEXÕES BREVES SOBRE A EMERGÊNCIA MÉDICA
VIA VERDE TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE) – UMA REALIDADE POR ACONTECER Miguel Varela1 1
Interno do 5º ano de Medicina Intensiva do Serviço de Medicina Intensiva 1, Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade Hospitalar de Faro
Palavras-Chave: Trauma cranio-encefálico, Hemorragia subdural, Hemorragia epidural, Hipertensão intracraniana
O traumatismo crânio-encefálico
qual se pode suspeitar através desta
pode ser perdido, com mortalidade
(TCE) é uma patologia com
avaliação inicial, é um dos fatores
associada. No caso do TCE grave
morbilidade e mortalidade
com contributo importante na lesão
com hemorragia subdural aguda, a
significativas, principalmente quando
cerebral e que deverá ser corrigida
mortalidade aumenta se a
se trata de TCE grave. O TCE é
desde o pré-hospitalar. A entubação
descompressão cirúrgica for superior
abordado como um trauma, mas a
oro-traqueal, que permite proteger a
a 4h após o trauma, enquanto no
sua complexidade fisiopatológica
via aérea e posteriormente induzir
caso da hemorragia epidural o
excede em muito o politrauma,
hiperventilação, auxiliará
valor-limite é consideravelmente
carecendo de uma abordagem
temporariamente também na gestão
inferior, sendo cerca de 2h após o
diagnóstica e terapêutica e gestão
da HIC, mas esta gestão deve ser
trauma2. Sabe-se que as etapas
em pós-operatório muito própria1. O
auxiliada com uma sedação e
limitantes são o transporte
mindset “tempo é cérebro” levou à
eventual curarização adequadas e, de
pré-hospitalar e o tempo entre
criação da Via Verde AVC. No TCE, o
extrema importância, pela
entrada no SU e a realização de TC3,4.
mindset é igual, mas não existe uma
administração de soluções
É neste sentido que uma via verde
via própria de abordagem e, como
hiperosmóticas como o manitol e o
TCE poderia trazer benefícios. A
referido previamente, a via verde de
cloreto de sódio hipertónico. Todas
ativação imediata de uma VMER para
trauma não é a solução ideal.
estas medidas servem para ganhar
todos os TCEs com alteração de
Portanto, para quando uma Via
tempo (ou evitar perder cérebro) até
estado de consciência ou com
Verde TCE?
que o doente possa ser submetido a
alterações pupilares após o evento, a
um exame de imagem como a
comunicação imediata à Sala de
A abordagem do TCE envolve um
tomografia computorizada (TC) e
Emergência e admissão imediata na
reconhecimento no pré-hospitalar
posteriormente tenha o seu meio
sala de TC após admissão no serviço
desta patologia e particularmente da
intra-craniano descomprimido, quer
de urgência, com Neurocirurgião
sua gravidade. A determinação do
seja pela drenagem do hematoma ou
presente na sala de TC. No Hospital
nível de consciência, com ênfase na
mesmo pelo procedimento adicional
de Faro, a atuação intra-hospitalar
avaliação da resposta motora, a
de craniectomia descompressiva .
caminha nesta direção, sendo o
1
procedimento atual (embora ainda
avaliação das pupilas e o enquadramento hemodinâmico
Nesta sequência de eventos,
não standardizado) o seguinte: o
permitem estimar a gravidade dos
verificam-se vários passos em que
doente é admitido na Sala de
danos a nível intracraniano
entram atores diferentes e várias
Emergência, realizada uma muito
resultantes de um TCE. A presença
etapas com tempos de ação próprios.
breve avaliação primária após as
de hipertensão intracraniana (HIC), a
Entre estas etapas, muito tempo
ocorrências do evento serem
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40
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REFLEXÕES BREVES SOBRE A EMERGÊNCIA MÉDICA
explicitadas pelo médico da VMER,
trauma e cirurgia foi de 3h39min5, um
BIBLIOGRAFIA
sendo o doente encaminhado para a
valor só conseguido com
1.
sala de TC, sob acompanhamento do
comunicação eficaz e rápida
Cooper D et al. A management algorithm for
médico da Sala de Emergência, no
alocação de recursos.
patients with intracranial pressure monitoring:
plano duro utilizado no pré-hospitalar
Hawryluk G, Aguilera S, Buki A, Bulger E, Citerio G,
the Seattle International Severe Traumatic Brain
e com ventilador portátil da Sala de
Poder-se-á colocar em questão o
Injury Consensus Conference (SIBICC). Intensive
Emergência; na sala de TC, o médico
facto de tempo ser cérebro,
Care Medicine. 2019;45(12):1783-1794
da Sala de Emergência contacta o
principalmente na questão da
Neurocirurgião para avaliação das
craniectomia descompressiva, dado
Muhumuza M et al. Temporal Delays Along the
imagens; por vezes, o Neurocirurgião
a melhoria da sobrevivência não ser
Neurosurgical Care Continuum for Traumatic Brain
acompanha o caso desde a Sala de
acompanhada da melhoria da
Injury Patients at a Tertiary Care Hospital in
Emergência, mas no nosso Hospital,
morbilidade neurológica. No entanto,
Kampala, Uganda. Neurosurgery. 2018;84(1):95-103
com a crescente experiência em
estes estudos, o DECRA e o
Neurocríticos que a equipa do serviço
RESCUEicp, incluíram doentes com
Becker T, Gurney J et al. Association of time to
de Medicina Intensiva tem adquirido,
craniectomias realizadas muitas
craniectomy with survival in patients with severe
existe autonomia para avaliar as
vezes para além das 4h após trauma.
combat-related brain injury. Neurosurgical Focus.
imagens e contactar o Neurocirurgião
No caso do DECRA, todos os doentes
2018;45(6):E2
quando estas aparentam ser
recrutados tinham que ter pelo
sugestivas de patologia. Nestes
menos 12h de pré-randomização e o
Inaba K, Demetriades D. The impact of delayed
procedimentos, tem-se ganho tempo,
tempo médio entre lesão e cirurgia
time to first CT head in traumatic brain injury.
nomeadamente na troca de plano
foi de 35,2h. No RESCUEicp, os
European Journal of Trauma and Emergency
duro e na avaliação inicial,
doentes tinham que ter 1-6h de PIC
Surgery. 2020;47(5):1511-1516
privilegiando cérebro em detrimento
persistentemente elevada, sendo as
de outras lesões desde que o doente
craniectomias descompressivas
Thelin E, Rubenson Wahlin R. Delayed
esteja hemodinamicamente estável.
secundárias e não primárias, como
Neurosurgical Intervention in Traumatic Brain
No entanto, apesar de tempos de
seria expectável numa via verde TCE3.
Injury Patients Referred From Primary Hospitals
resposta muito satisfatórios da sala
3.
4.
5.
Vaca S, Kuo B, Nickenig Vissoci J, Staton C, Xu L,
Shackelford S, del Junco D, Reade M, Bell R,
Schellenberg M, Benjamin E, Owattanapanich N,
Grevfors N, Lindblad C, Nelson D, Svensson M,
Is Not Associated With an Unfavorable Outcome.
de TC, seria ideal ter a sala de TC livre
O desenvolvimento de uma via verde
assim que a vítima chegasse ao
TCE poderia, portanto, trazer
hospital. Para tal, a comunicação
benefícios claros na organização,
pré-hospitalar e intra-hospitalar,
alocação dos recursos necessários,
como se um só circuito se tratasse,
otimização e standardização de
tem um papel-chave, sendo que são a
processos e comunicação entre o
comunicação e a avaliação rápida os
pré-hospitalar e os centros de
pilares das vias verdes.
trauma, com melhoria dos tempos de diagnóstico clínico e imagiológico,
Os benefícios poderão estender-se
com atempada aplicação de medidas
mesmo para os Hospitais sem
médicas e cirúrgicas
valência de Neurocirurgia, pois uma
2.
Frontiers in Neurology. 2021;11
EDITORA
INÉS SIMÕES Coordenadora Médica da VMER de Portimão
REVISÃO
avaliação rápida e uma triagem rigorosa, com ativação atempada dos recursos para transporte para centros de referência não demonstrou aumento da morbilidade.
COMISSÃO CIENTÍFICA
No entanto, a média de tempo entre
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42
42
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CARTAS AO EDITOR
CARTAS AO EDITOR
AFINAL QUANDO DECIDIR PELO USO DO CARVÃO ATIVADO? Luís Miguel Relvas1 1
Serviço de Gastroenterologia, Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Unidade Faro
Caro editor, Foi com extremo prazer que li o artigo “Abordagem pré-hospitalar das intoxicações no adulto” publicado na 18º edição da revista LifeSaving de novembro de 20201. Trata-se de um tema vasto, e congratulo a autora pela sua excelente capacidade de síntese. Após a sua leitura atenta, surge-me
1 hora da ingesta 2.
princípios activos, o uso de CA é o
a questão “afinal quando decidir
Na intoxicação por paracetamol, o
método preferido de
pelo uso de carvão ativado (CA)?” A
CA tem boa indicação terapêutica,
descontaminação. Aqui, deveremos
verdade é que a literatura sobre a
já que quando feito em até 4 horas
considerar várias substâncias, como
temática não é clara. Bezerra et al
após ingesta, os doentes
a carbamazepina, o ácido
(2020) fazem uma revisão
apresentam uma taxa
acetilsalicílico, o ácido valpróico, o
sistemática do tema, permitindo-nos
significativamente mais baixa desse
álcool, o paracetamol, o
perceber em que situações se
composto no organismo, quando
fenobarbital, os benzodiazepínicos,
poderão fazer uso do CA. Os autores
comparado com os doentes que não
o ibuprofeno, a teofilina e a
dividem o seu uso em duas
realizaram CA. Além disso, está
dapsona. A intervenção surge de
situações: em intoxicação por um
também documentado que contribui
duas formas possíveis, sendo por
princípio ativo e em intoxicação por
para menor taxa de toxicidade
um lado, documentado o uso da
múltiplas substâncias2.
hepática. Na intoxicação por
lavagem gástrica com o CA em
Vejamos algumas, como por
paraquat, referem que o CA reduz
múltiplas doses na faixa de 15 a
exemplo, o caso da intoxicação por
significativamente a mortalidade,
30g ou 0,25 – 1g/kg a cada 2 a 4
sertralina. Alguns estudos
recomendando a sua utilização
horas. Por outro lado, a
descrevem o uso de CA neste caso,
dentro da primeira hora após a
administração de dose única de CA,
com ênfase na utilização de dose
ingesta. Já no caso de inseticidas, o
que variava de 0,5 a 100g em um
única, relatando o espaço temporal
CA mostra-se bastante eficaz em
período de até 6 horas após a
entre a sobredosagem e a
situação de intoxicação aguda por
ingesta do fármaco. Aqui, são vários
administração de CA com cerca de
carbamatos ou organofosforatos,
os estudos que concluem que
1,5 e 4 horas. Os autores referem
sendo recomendado o uso de 25 a
quanto mais cedo a administração
ter sido documentado beneficio
100g para adolescentes e adultos2.
da dose única, maior a redução da
mesmo com a administração após
Nos casos de intoxicação por vários
taxa de absorção dos tóxicos2.
Indice
43
44
44
Indice
CARTAS AO EDITOR
EDITORA
A ausência de consenso sobre o uso
BIBLIOGRAFIA
de CA na abordagem de intoxicação
1.
Fernandes R. Abordagem pré-hospitalar das
por substâncias, não permite uma
intoxicações no adulto. LifeSaving.
resposta concreta à questão inicial,
2020;18;10-23
muito por ausência de estudos e
2.
EDITOR
Bezerra A, Gomes C, Macêdo L, Diniz M, Caldas
divergência nos que se encontram
R, Silva T, Oliveira T, Mariz S. Utilização da
publicados. Contudo, importa
lavagem gástrica e do carvão ativado como
salientar as situações no qual está
medidas de intervenção terapêutica na
comprovado a sua eficácia em
intoxicação exógena. Electronic Journal
contexto de intoxicação. É
Collection Health. 2020;12(12)
importante considerarmos a
CATARINA JORGE Médica VMER
JÚLIO RICARDO SOARES Médico VMER
REVISÃO
educação continuada desta temática nas equipas de emergência, como forma de auxiliar na seleção dos doentes para o uso ou não do CA
COMISSÃO CIENTÍFICA
Indice
45
46
Homem de 93 anos, encaminhado ao serviço de urgência por precordialgia em aperto com irradiação ao membro superior esquerdo, associada a náuseas e sudorese profusa. Como antecedentes pessoais destaca-se a presença de bloqueio completo de ramo esquerdo já conhecido e um enfarte de localização indeterminada 8 meses antes. À admissão no serviço de urgência obteve-se o ECG acima apresentado, que se descreve: Fibrilhação auricular. Frequência cardíaca 88 batimentos por minuto. Bloqueio completo de ramo esquerdo, com supradesnivelamento do segmento ST ≈ 3 mm, concordante com o complexo QRS, nas derivações inferiores (DIII e aVF). Nas derivações V3-V6, DI e aVL, verifica-se infradesnivelamento do segmento ST.
46
Indice
VAMOS PÔR O ECG NOS EIXOS
BLOQUEIO DE RAMO ESQUERDO E ENFARTE AGUDO DE MIOCÁRDIO (EAM) DE LOCALIZAÇÃO… DETERMINADA! Carlos Baptista1, Teresa Tomásia Silva2 1 2
Interno de Formação Específica, Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Serviço de Cardiologia Interna de Formação Específica, Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Serviço de Medicina Interna
Em doentes com sintomas
O cumprimento de um destes
BIBLIOGRAFIA
sugestivos de isquemia miocárdica, a
critérios, na presença de sintomas
1.
presença de bloqueio completo de
compatíveis, tem um elevado valor
Guidelines for the management of acute myocardial
ramo esquerdo previamente
preditivo positivo para o diagnóstico
infarction in patients presenting with ST-segment
conhecido no eletrocardiograma
de enfarte agudo do miocárdio
elevation. European Heart Journal, Volume 39, Issue
dificulta a interpretação e valorização
com supradesnivelamento
2, 07 January 2018, Pages 119–177
das alterações de repolarização.
de ST (EAMCST).
Ibanez, B., James, S., Agewall, S., et al. 2017, ESC
Neste contexto, a aplicação dos critérios de Sgarbossa modificados,
No caso clínico descrito verifica-se o
abaixo enunciados, permite aumentar
cumprimento do 1º critério nas
o valor preditivo do ECG para o
derivações inferiores (DII e aVF),
diagnóstico de Enfarte Agudo do
tendo o quadro sido interpretado
Miocárdio:
como um EAMCST inferior e tendo o doente feito cateterismo emergente,
1. Elevação concordante do
confirmando-se oclusão trombótica
segmento ST ≥ 1 mm em ≥ 1
do terço proximal do ramo postero-
derivações com um complexo
lateral da coronária direita, com
QRS positivo
subsequente revascularização percutânea por angioplastia primária
2. Depressão concordante do
com stent
EDITORA
segmento ST ≥ 1 mm em ≥ 1 derivações de V1-V3; 3. Elevação discordante do segmento ST de pelo menos 1mm e ≥ 25% da onda S
TERESA MOTA Interna de formação Específica de cardiologia - CHUA
precedente, nas derivações com um complexo QRS negativo.
Palavras-Chave: Enfarte agudo do miocárdio, Sgarbossa
EDITOR
HUGO COSTA Interno de formação Específica de cardiologia - CHUA
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CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO – Novembro de 2021
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1. Objectivo e âmbito
2. Informação Geral
3. Direitos Editoriais
A Revista LIFESAVING SCIENTIFIC (LF Sci) é um órgão de publicação pertencente ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) e dedica-se à promoção da ciência médica pré-hospitalar, através de uma edição trimestral. A LF Sci adopta a definição de liberdade editorial descrita pela World Association of Medical Editors, que entrega ao editor-chefe completa autoridade sobre o conteúdo editorial da revista. O CHUA, enquanto proprietário intelectual da LF Sci, não interfere no processo de avaliação, selecção, programação ou edição de qualquer manuscrito, atribuindo ao editor-chefe total independência editorial. A LF Sci rege-se pelas normas de edição biomédica elaboradas pela International Commitee of Medical Journal Editors e do Comittee on Publication Ethics.
A LF Sci não considera material que já foi publicado ou que se encontra a aguardar publicação em outras revistas. As opiniões expressas e a exatidão científica dos artigos são da responsabilidade dos respetivos autores. A LF Sci reserva-se o direito de publicar ou não os artigos submetidos, sem necessidade de justificação adicional. A LF Sci reserva-se o direito de escolher o local de publicação na revista, de acordo com o interesse da mesma, sem necessidade de justificação adicional. A LF Sci é uma revista gratuita, de livre acesso, disponível em https://issuu.com/lifesaving. Não pode ser comercializada, sejam edições impressas ou virtuais, na parte ou no todo, sem autorização prévia do editor-chefe.
Os artigos aceites para publicação ficarão propriedade intelectual da LF Sci, que passa a detentora dos direitos, não podendo ser reproduzidos, em parte ou no todo, sem autorização do editor-chefe.
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4. Critérios de Publicação 4.1 Critérios de publicação nas rúbricas A LF Sci convida a comunidade científica à publicação de artigos originais em qualquer das categorias em que se desdobra, de acordo com os seguintes critérios de publicação: Artigo Científico Original - Âmbito: apresentação de resultados sobre tema pertinente para atuação das equipas em contexto de emergência pré-hospitalar de adultos. Dimensão recomendada: 1500 a 4000 palavras.
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
Temas em Revisão - Âmbito: Revisão extensa sobre tema pertinente para atuação das equipas em contexto de emergência pré-hospitalar de adultos. Dimensão recomendada: 1500 a 3500 palavras. Hot Topic - Âmbito: Intrepretação de estudos clínicos, divulgação de inovações na área pré-hospitalar recentes ou contraditórias. Dimensão recomendada: 1500 a 3500 palavras. Rúbrica Pediátrica - Âmbito: Revisão sobre tema pertinente para atuação das equipas em contexto de emergência pré-hospitalar no contexto pediátrico. Dimensão recomendada: 1500 a 3500 palavras.
Casos Clínicos (Adulto) - Âmbito: Casos clínicos que tenham interesse científico, relacionados com situações de emergência em adultos. Dimensão recomendada: 1000 palavras. Casos Clínicos (Pediatria) - Âmbito: Casos clínicos que tenham interesse científico, em contexto de situações de emergência em idade pediátrica. Dimensão recomendada: 1000 palavras. Casos Clínicos (Neonatalogia) - Âmbito: Casos clínicos que tenham interesse científico, que reportem situações de emergência em idade neonatal. Dimensão recomendada: 1000 palavras.
4.2 Critérios gerais de publicação O trabalho a publicar deverá ter no máximo 120 referências. Deverá ter no máximo 6 tabelas/ figuras devidamente legendadas e referenciadas. O trabalho a publicar deve ser acompanhado de no máximo 10 palavras-chave representativas. No que concerne a tabelas/ figuras já publicadas é necessário a autorização de publicação por parte do detentor do copyright (autor ou editor). Os ficheiros deverão ser submetidos em alta resolução, 800 dpi mínimo para gráficos e 300 dpi mínimo para fotografias em formato JPEG (. Jpg), PDF (.pdf). As tabelas/ figuras devem ser numeradas na ordem em que ocorrem no texto e enumeradas em numeração árabe e identificação. No que concerne a casos clínicos é necessário fazer acompanhar o material a publicar com o consentimento informado do
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doente ou representante legal, se tal se aplicar. No que concerne a trabalhos científicos que usem bases de dados de doentes de instituições é necessário fazer acompanhar o material a publicar do consentimento da comissão de ética da respetiva instituição. As submissões deverão ser encaminhadas para o e-mail: revistalifesaving@gmail.com
4.3 Critérios de publicação dos artigos científicos. Na LIFESAVING SCIENTIFIC (LF Sci) podem ser publicados Artigos Científicos Originais, Artigos de Revisão ou Casos Clínicos de acordo com a normas a seguir descritas. Artigos Científicos O texto submetido deverá apresentado com as seguintes secções: Título (português e inglês), Autores (primeiro nome, último nome, título, afiliação), Abstract (português e inglês), Palavras-chave (máximo 5), Introdução e Objetivos, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão, Agradecimentos, Referências. O texto deve ser submetido com até 3 Take-home Messages que no total devem ter até 50 palavras.
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Não poderá exceder as 4.000 palavras, não contando Referências ou legendas de Tabelas e Figuras. Pode-se fazer acompanhar de até 6 Figuras/ Tabelas e de até 60 referências bibliográficas. O resumo/ abstract não deve 50 palavras. exceder as 250
descritas para os resumos (abstract) dos Artigos Científicos. Este tipo de trabalho pode ter no máximo 5 autores.
Se revisão sistemática ou meta-análise deverá seguir as PRISMA guidelines. Se meta-análise de estudo observacionais deverá seguir as MOOSE guidelines e apresentar um protocolo completo do estudo. Se estudo de precisão de diagnóstico, deverá seguir as STARD guidelines. Se estudo observacional, siga as STROBE guidelines. Se se trata da publicação de Guidelines Clínicas, siga GRADE guidelines. Este tipo de trabalhos pode ter no máximo 6 autores.
inovações diagnósticas ou terapêuticas aplicadas ou resultados clínicos inesperados, seja digno de partilha com a comunidade científica. O texto não poderá exceder as 1.000 palavras e 15 referências bibliográficas. Pode ser acompanhado de até 5 tabelas/ figuras. Deve inclui resumo que não exceda as 150 palavras, organizado em objetivo, caso clínico e conclusões. Este tipo de trabalho pode ter no máximo 4 autores.
Artigos de Revisão O objetivo deste tipo de trabalhos é rever de forma aprofundada o que é conhecido sobre determinado tema de importância clínica. Poderá contar com, no máximo, 3500 palavras, 4 tabelas/figuras, não mais de 50 referências. O resumo (abstract) dos Artigos de Revisão segue as regras já
Caso Clínico O objetivo deste tipo de publicação é o relato de caso clínico que pela sua raridade,
Cartas ao Editor - Objetivo: comentário/exposição referente a um artigo publicado nas últimas 4 edições da revista promovendo a discussão e visão crítica. Poderão ainda ser enviados observações, casuísticas particularmente interessantes de temáticas atuais que os autores desejem apresentar aos leitores de forma concisa. - Instruções para os autores:
CRITÉRIOS DE PUBLICAÇÃO
1. O corpo do artigo não deve ser subdividido; sem necessidade de resumo ou palavras-chave. 2. Deve contemplar entre 500 a 1000 palavras, excluindo referências, tabelas e figuras. 3. Apenas será aceite 1 figura e/ ou 1 tabela. 4. Não serão aceites mais de 5 referências bibliográficas. Devendo cumprir as normas instituídas para revista. 5. Número máximo de autores são 4. Breves Reflexões sobre a Emergência Médica Âmbito: artigo de reflexão/opinião, com a exposição de ideias e pontos de vista sobre tema no âmbito da emergência médica, do ponto de vista conceptual, podendo a argumentação do Autor convidado, ser baseada na sua experiência pessoal ou na citação de livros, revistas, artigos publicados, entre outros recursos de pesquisa, devidamente assinalados no texto; Estrutura do artigo: título, Autor(es) e afiliação; resumo e palavras-chave (facultativos), introdução, desenvolvimento, conclusão final, referências bibliográficas. Limite de palavras: 1500 Resumo (facultativo): máximo 100 palavras, em formato bilingue
(português e inglês) Palavras-chave: máximo 5 palavras chave, em formato bilingue (português e inglês) Limite de tabelas e figuras: 3 Bibliografia: máximo 5 referências bibliográficas “Vamos pôr o ECG nos eixos” - Âmbito: Análise e interpretação de traçados eletrocardiográficos clinicamente contextualizados - Formato: Título; Autores – máx. 2 autores (primeiro nome, último nome, título, afiliação); 2 palavras-chave; 1 imagem (ECG ou tira de ritmo, em formato JPEG com resolução original); Legenda explicativa com breve enquadramento clínico e interpretação do traçado (ritmo, frequência, alterações da despolarização ou repolarização pertinentes no contexto) – máx. 300 palavras; Referências bibliográficas.
5. Referências Os autores são responsáveis pelo rigor das suas referências bibliográficas e pela sua correta citação no texto. Deverão ser sempre citadas as fontes originais publicadas. A citação deve ser registada empregando Norma de Vancouver.
6. Revisão por pares A LF Sci segue um processo single-blind de revisão por pares (peer review). Todos os artigos são inicialmente revistos pela equipa editorial nomeada pelo editor-chefe e caso não estejam em conformidade com os critérios de publicação poderão ser rejeitados antes do envio a revisores. A aceitação final é da responsabilidade do editor-chefe. Os revisores são nomeados de acordo com a sua diferenciação em determinada área da ciência médica pelo editor-chefe, sem necessidade de justificação adicional. Na avaliação os artigos poderão ser aceites para publicação sem alterações, aceites após modificações propostas pela equipa editorial ou recusados sem outra justificação.
7. Erratas e retrações A LF Sci publica alterações, emendas ou retrações a artigos previamente publicados se, após publicação, forem detetados erros que prejudiquem a interpretação dos dados
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