Revista Lifestyle Tattoo - Edição 4

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Ano 1|Edição nº 04|JAN/FEV

Dia de

paulicéia de todas as cores

Rock BABY

Confira a entrevista exclusiva com a banda Flicts, falando sobre os sons que dizem muito sobre Sampa

Confira todo estilo da ruiva

Monique Peres

no ensaio da Lifestyle Girl

ADORNA MENTOS

Não é só sp

Estreia da seção do piercer Snoopy, entrevistando o mestre das perfurações

Pegamos a Dutra rumo ao Rio de Janeiro para registrar tudo sobre o

E mais

Tattoo Week Rio Estilo

Confira a estreia do Editorial de Moda cheio de atitude

Brian Skellie ENTREVISTA

LIFESTYLE

T. Angel, conheça o que Levante seu topete e pensa o polêmico tire o broto para dançar. artista performer Conheça o The Clock

STUDIO

Conheça a arte do Tatuaria São Paulo, no coração da cidade



EDITORIAL Antes de começar a soltar as novidades da 4° edição da Revista, quero desejar um Feliz Ano para todos os nossos leitores. Muita saúde e criatividade para que o novo ciclo de nossas vidas seja de sucesso e felicidade. Agora voltamos para nosso primeiro conteúdo editorial de 2014! E não poderia deixar de ser puro lifestyle de tribos que somam dentro de nossa sociedade. Para quem gosta de rockabilly não pode deixar de conferir nossa reportagem que embarca nos anos 50 com a única casa de dança e música ao vivo de sacudir nas pistas. Saindo das pistas e entrando nas telas de cinema, temos uma colaboração especial do nosso amigo Marcos Poli com uma lista horripilante de 12 filmes de Terror que você deve assistir. Já deu para sentir que nossa equipe chegou com gás total, né? Mas é isso mesmo.

Deborah Benetti Editora Chefe MTB: 64133 deborahcbenetti@gmail.com

Estamos sempre atrás de pautas informativas e pessoais, pois o mais importante é que vocês riscados, possam encontrar uma fonte segura e na mão. Pesquisando nomes influentes no mundo das Performance Art, encontramos T. Angel, um cara muito evoluído e que busca na inteligência e sensibilidade espiritual, sua força e concentração utilizadas em suas apresentações. A entrevista ficou polêmica e reflexiva, vale a leitura. E como toda edição é generosa em compartilhar a beleza feminina das gatas riscadas que andam por aí, temos um ensaio babado com a jovem Monique Peres na Lifestyle Girl. Mais um corpo tatuado com artes iradas. Temos ainda a estreia de um ensaio fotográfico de moda idealizado pela fotógrafa Ludmila Löwer. E se você é pirado em adornamentos, vai pirar ainda mais na coluna de Ronaldo Sampaio, para os chegados do meio, Snoopy. Ele teve a moral de entrevistar um dos Profissionais Piercers mais respeitados do mundo. Tá incrível a energia e vibe da entrevista. Bom, agora que você já sabe de algumas novidades que virão nas próximas páginas, separe algo para beber e petiscar durante sua leitura. Tenho certeza que a última página da revista vai deixar um gostinho de quero mais. Enjoy!

EXPEDIENTE Diretor Comercial: Raphael Rosa Diretor de Criação: José Junior Editora Chefe: Deborah Benetti Jornalistas: Brian Stecco e Nathalia Abreu Direção de Arte: Simone Ferres Redatores: Diego Martins e Diogo Dias Fotógrafos: Daniel Correa, Fernando Bentes e Ludmila Löwer Foto de Capa: Fernando Bentes

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COLABORADORES

Brian Stecco

Diogo Dias

Diego Martins

Daniel Correa

23 anos, jornalista. Fez sua primeira tattoo aos 18 anos e desde então não parou. Entre seus estilos favoritos está o Old School e as chicanas em preto e cinza. De esquerda, Brian adora política, futebol e uma cervejinha gelada no fim do dia. b.stecco@hotmail.com

É redator, músico e agitador do rock independente. Acha que a música é uma manifestação divina ou extraterrestre, porque coisa coisa boa assim não pode ter vindo do homem. diogodias.tgu@gmail.com

Redator, humorista, publicitário, amante da sétima arte, apaixonado por música, urbano. Acha que ser engraçado, ter bom humor e não se levar muito a sério, são sintomas de inteligência funcional. Afirma que se sua mãe não tivesse lhe negado o peito, seria um ser humano melhor. behance.net/dimartinsbehance

27 anos, fotógrafo free lancer, fã de filmes de terror e suspense, adora assistir e pesquisar os Behind the scenes. Não dispensa um bom e velho rock’n roll, e de vez em quando, arrisca algumas palhetadas para relaxar. facebook.com/Daniel.Correa. Fotografo

Ludmila Löwer

Luiz Fernando Bentes

Marcos Poli

Nathalia Abreu

Fotógrafa, criativa, bem humorada, encara a fotografia como arte e estilo de vida. Gosta de um bom som, cinema e curtir a vida de casada. Está sempre a procura de uma boa foto, apaixonada por subculturas e tatuagens, fez sua primeira aos 16 anos. ludlower.com.br

Vulgo Mano. Fotógrafo no Studio Luís Crispino. Apaixonado por arte e fotografia. Bom boêmio, nunca nega um convite para uma gelada. Apreciador de um bom som, como rap e rock. Apaixonado por tattoo, fez a primeira aos 20 anos de idade. luizfbentes@gmail.com

24 anos. Gosta de curtir a vida a dois com a esposa, não dispensa um bom livro e não se prende a rótulos musicais, ouvindo de tudo em pouco. Fanático por cinema, escreve críticas e estuda roteiro por conta própria. marcosp011@hotmail.com

24 anos, jornalista, pesquisadora e amante da arte corporal. É coautora do livroreportagem Corpo ao Extremo: A nova face de uma cultura modificada. Nunca dispensa principalmente três coisas: boa comida sem glúten, convites para bares e shows de punk rock. facebook.com/LivroCorpoAoExtremo

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ÍNDICE

22 { 16 {

CAPA }

flicts

EVENTOS }

TATTOO WEEK

Rio

50 { LIFESTYLE GIRL }

42 { 36{

ENTREVISTA } T. ANGEL

ESTILO }

Editorial de Moda

monique peres

06 { especial } história 58 { adornamentos } brian da tattoo skellie aleks uns riffs { } 62 08 { especial } filmes calibre 12 de terror 28 { portifa } bruno 65 { na agulha } martinez terra code 30 { point } garage 66 { causos e pérolas } sr. geléia motorcycles 31 { studio } tatuaria 68 { agulhada } copa são paulo do mundo um 32 { lifestyle } the clock 69 { promoção } ganhe case iphone 4 48 { MAPA RISCADO } dublin


[ ESPECIAL ]

História da Tattoo

Por que riscamos a pele? Descubra como tudo começou TEXTO Alfredo Rosa*

O

ato de desenhar no corpo, ou como hoje em dia dizemos tatuar, é mais antigo do que se pensa. Ele vem de tempos pré-históricos. Há registros sobre Egito Antigo onde múmias do Médio Império tinham desenhos tatuados em homenagem à entidade religiosa do panteão egípcio Bes. Amuret, era uma princesa egípcia do século XX aC moradora de Tebas (a cidade egípcia e não a grega), que seria sacerdotisa da deusa Hator (deusa do amor, fertilidade entre outros similares). Sua múmia tinha desenhos pelo corpo, como a chamativa elipse na barriga. Dizem que possivelmente foi ligada à fertilidade. Ela viveu por volta do século XX a.C.

Todos devem conhecer a história da tatuagem vinda de tribos que viviam em arquipélagos no Pacífico conhecida como Polinésia. Foi lá que os europeus encontraram muitos nativos com suas tatuagens representativas, inclusive no rosto. (desculpe, mas se você tem uma, você não é o primeiro). Tatuagens que serviam como símbolos de força, de clãs e principalmente religiosas. Para quem não sabe da História, o capitão inglês James Cook e seu navio o Endeavour, desembarcou no século XVIII no Taiti e encontrou os nativos “pintados”. Feitos com uma ferramenta de madeira e uma espécie de pente de ossos afiados, os nativos batiam com outras madeiras nessas ferramentas e com o auxilio de tintas naturais, mar-

Marcas de pressão (sem tatuagem)

Tatuagens co localizadas com osteocondrose e espondilose

Área danificada durante a escavação

Tatuagens em articulações com desgaste

Tatuagens NA panturrilha esquerda

Acima, as marcas no corpo de Otzi e ao lado, reprodução do mesmo desenho encontrado em Otzi

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cavam a pele da pessoa, onde os furos das tais ferramentas eram feitos. Eles chamavam de “tatau”, devido ao som das batidas. Mandando fazer retratos dos nativos, Cook, chamou os desenhos de tattow, e daí para o termo tattoo foi um pulo. Os “pictos” da Escócia, também tatuavam o corpo, mas como sinal de bravura. Segundo a crença, eles desenham como tática de combate, pois assustavam seus inimigos num ataque. O caso mais famoso foi de Otzi, ou o “homem do gelo”. Encontrado nos Alpes na fronteira entre a Itália e a Áustria, seu corpo foi descoberto semienterrado por turistas exploradores, ou aventureiros como preferirem. O derretimento do gelo alpino contribuiu para a exposição de seu corpo. Após uma querela sobre a quem o corpo pertencia, daí o uso do GPS, uma comissão internacional estudou seu corpo. Entre as observações interessantes encontraram tattoos no tal ser. Nada de desenhos complexos, mas marcas

simples, ou para os tatuadores de hoje: “códigos de barra”. Nos dias atuais, algumas pessoas tatuam códigos de barras, com datas importantes como nascimento, casamento ou nascimento de filho(s). Otzi tinha tatuagens simples, que ninguém pode afirmar ao certo para que serviam, então a explicação mais simples foi a religiosa, já que alguns historiadores consideram-no uma espécie de xamã ou curandeiro. Segundo consta, seu corpo tem 57 tattoos. No Brasil, os kadiweus também se tatuavam com desenhos de animais a quem eles achavam que tinham alguma ligação, ou o desejo de ser. Lévi-Strauss, antropólogo francês que viveu em nossas terras, sendo inclusive professor da USP, fotografou a tribo. No Xingu ainda hoje se pinta o corpo (mas não tatuam), sendo isso uma prática antiga, ligada à festividades e rituais de iniciação ou passagens (de criança à adulto), assim como em tribos africanas, australianas e asiáticas.

Alfredo Carvalho de Souza Rosa, 46 anos, é de Florianópolis. Professor de cursos pré-vestibulares há 22 anos, Historiador formado pela USP, “rato” de sebo e sobre tudo: roqueiro! *

www.gellys.porextenso.com www.facebook.com/gellystatoo LIFESTYLE TATTOO | ED.4 JAN/FEV

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[ ESPECIAL ]

FILMES ASSUSTADORES

L

q u e vo c ê pr e c i s a v e r

TEXTO Marcos Poli

embra daquelas noites chuvosas em que você, sozinho em casa, decidiu ver aquele filme de terror que há tempos não tinha coragem?E antes e dormir, ao apagar a luz, você se pegou pensando ‘’porque não deixá-la acesa’’? Quantas vezes você foi ao cinema com os amigos e algum deles após a sessão falou que nunca mais veria um filme de terror na vida? E o mais interessante é, que passado algum tempo, estreia outro filme que se julga mais aterrorizante ainda e lá vai o mesmo amigo te convidar pra ir com ele. Naturalmente, é o medo do desconhecido que nos atrai a esse gênero. E essa é a magia do filme de terror, esse medo que ele aflige da criança até o expectador mais ‘’vacinado’’, o espanto em ver até que ponto algo sobrenatural ou não pode nos impressionar. E quanto mais você abre a mente e entra na história, mais aterrorizante ela pode se tornar. O cinema de terror existe desde os primórdios da 7º arte, mas foi entre a década de 70 e 80 com a chegada de um cinema mais comercial que o gênero começou a engrenar entre o grande público. Filmes exibiam jovens saudáveis correndo de um assassino invencível no meio da floresta e o público aguardava insanamente a punhalada fatal, o momento em que

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a vítima despreparada caía na armadilha do assassino e levava a plateia ao êxtase da agonia. Os tempos passaram, muita coisa ficou ultrapassada ou se tornou banal demais pra nossa sociedade moderna, mas o cinema tem artifícios que fazem algumas obras ficarem atemporais, sejam trilhas sonoras inesquecíveis, maquiagens extremamente realistas, atuações fortes ou situações polêmicas. De diferentes formas, muitos filmes do gênero se imortalizaram na mente das pessoas, se tornando, de um jeito ou de outro, assustadores. E não há como negar a relação que o cinema de terror tem com a tatuagem. São inúmeros os desenhos inspirados em personagens como o Frankenstein, o Conde Drácula, o Lobisomem, entre outros. Em qualquer convençã do mundo podemos encontrar algum personagem ou cena de filme em um braço, perna ou costas de alguém. De estilos variados e desenhos bem elaborados, esse tipo de ‘’homenagem’’ se tornou muito popular entre os amantes da tatuagem. Quando surgiu a ideia de uma lista de filmes de terror eu não surpreenderia ninguém ao comentar que clássicos como O Exorcista (1973) ou O Bebê de Rosemary (1968) vieram logo de cara na minha mente. Também pensei em filmes de baixo orçamento que surpreenderam nas bilheterias, como O Massacre


da Serra Elétrica (1974), ou A Bruxa de Blair (1999), este segundo, trouxe o formato ‘’câmera na mão’’ para o grande público e com isso, além de arrasar nas bilheterias, agregou um novo conceito ao cinema de terror. Não deixei também de pensar no terror adolescente que despontou em meados dos anos 90 com o muito bem elaborado Pânico (1996), que consistia basicamente em uma homenagem aos slashermovies dos anos 70 e 80. Falando neles, como esquecê-los? A Hora do Pesadelo (1984), Sexta-Feira 13 (1980), Halloween (1978), slashermovies que marcaram época e influenciaram na cultura pop pelo mundo afora. Pensei em citar também filmes que se tornaram franquias bem sucedidas, como Jogos Mortais (2004) ou Premonição (2000). Mas cá entre nós... Falar de filmes como esses é sim-

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plesmente chover no molhado. Qualquer lista do gênero que se preze não os deixaria de fora, e, como sei que boa parte dos riscados que nos acompanham gostam de coisas diferenciadas, procurei fazer algo diferente. Então, garimpei por livros e sites procurando pelo terror e seus subgêneros, tentando trazer a vocês uma lista com 12 ótimos filmes, de diferentes vertentes, variando do suspense psicológico ao trash, optando por filmes de qualidade, porém, com pouca visibilidade. Não é uma lista que visa classificar os melhores disso e daquilo. São apenas bons filmes que ainda não alcançaram o grande público ou já tiveram a sua época e hoje são pouco lembrados. Espero que com essa lista nossos amigos amantes da tatuagem se tornem também amantes do cinema, se já não forem, é claro.

Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London, Inglaterra, 1981) Dir: John Landis

Talvez esse seja o filme mais famoso da lista, mas alguns riscados podem não o conhecer. Com um humor negro discreto, mas presente em quase toda sua duração, o filme começa em uma região afastada na Inglaterra, onde dois amigos americanos: David (David Naughton) e Jack (Griffin Dunne), estão fazendo uma espécie de mochilão pela Europa. Os dois amigos chegam a um Pub chamado ‘’O Carneiro Massacrado” onde as pessoas agem estranhamente e parecem guardar algum tipo de segredo proibido para forasteiros. Depois dessa premissa clássica, os amigos são praticamente expulsos do Pub para serem atacados perto dali por algum animal selvagem muito forte, não preciso dizer que tipo de animal é esse, não é? David sobrevive e é levado a Londres, passando a ter sonhos esquisitos e bem freaks e a ser visitado esporadica-

mente por Jack, o amigo morto no ataque. Segundo Jack, como sua morte não foi natural, sua alma está condenada a vagar por aí enquanto a maldição do lobo ainda existir, e cabe ao último lobisomem vivo, David, livrar o amigo e suas prováveis futuras vítimas de seu martírio. Por que é assustador? Os sonhos de David são macabros e bem elaborados, a transformação dele em lobisomem impressiona pela época e a escala de degeneração do cadáver do amigo que o visita é impressionante. Outro fator interessante é o fato de todas as músicas da trilha sonora terem a palavra ‘’moon’’ (lua em inglês) no título.


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Dia dos Mortos (Day of the Dead, EUA, 1985) Dir: George A. Romero

É impossível falar de terror, e principalmente, de filmes assustadores, sem citar o mestre dos filmes de zumbi, George A. Romero, um dos pioneiros do gênero, que se tornou marcante pela forma como fazia críticas ácidas à sociedade usando como pretexto um apocalipse zumbi. Esse filme de 1985 fecha uma trilogia iniciada em 1968 com A Noite dos Mortos-Vivos, e sequenciada em 1978 com Zombie - O Despertar dos Mortos. Talvez com um enredo inferior aos dois primeiros filmes, o que impressiona nesse filme é realmente o visual: maquiagens e efeitos visuais de primeira linha, superando até alguns filmes mais atuais. Os zumbis dominaram o mundo. Numa base militar-científica, soldados escoltam para proteger uma pesquisa feita com zumbis. Eles se arriscam ao capturar e levar até um cientista

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Monstros (Freaks, EUA, 1932) Dir: Tod Browning

O dono do estúdio teria pedido ao roteirista “qualquer coisa ainda mais horrível que Frankenstein”. O que surgiu foi um dos filmes mais controversos da carreira do diretor Tod Browning, cujo currículo inclui filmes de terror respeitáveis como Drácula, de 1931. Um filme a frente de seu tempo. Pode não ser tão aterrorizante como o título nacional induz a crer, mas é um filme extremamente chocante, a linha tênue traçada entre o humanismo das ‘’aberrações’’ e a maldade dos que supostamente são os ‘’normais’’ é a chave do enredo. O filme começa num show de aberrações, aonde um homem conduz o público perante algumas atrações, ao se deparar com uma em especial, ele inicia uma história sobre um ingênuo anão de circo, Hans (Harry Earles), que é perdidamente apaixonado por Cléopatra (Olga Baclanova), uma

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um tanto quanto peculiar que faz experimentos estranhos a fim de saber até que ponto um zumbi abandonou sua humanidade. Com uma trilha sonora incidental pesada e zumbis rastejantes clássicos, observamos a insanidade e o medo criando um colapso na pequena sociedade estabelecida ali, quando o lado militar e o científico não conseguem mais entrar em um acordo, o que se segue é um banho de sangue digno dessa lista. Destaque para o zumbi apelidado de Bub (Ralph Marrero), o mais ‘’inteligente’’ dos experimentos. Por que é assustador? Mutilações, banhos de sangue, tripas e órgãos sendo arrancados a dentadas e tudo visivelmente detalhado e bem executado, tudo fica mais interessante ao saber que em algumas cenas foram usadas tripas bovinas para dar um ênfase a mais em seu realismo e nojeira.

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bela trapezista. Acontece que a moça descobre que o pobre anão está prestes a receber uma bolada em dinheiro e bola um plano maldoso junto com Hércules (Henry Victor), o homem-músculos do circo, para roubar-lhe o dinheiro. Com personagens bizarros e história bem contada, o filme se mantém atual e mais chocante do que nunca. Por que é assustador? Mesmo o filme sendo mais dramático do que assustador, o simples fato (e muito polêmico) do uso de ‘’aberrações’’ de verdade no elenco o torna, no mínimo, indigesto. Reza a lenda que durante os testes o diretor os humilhava pra testar sua capacidade dramática, outro fator é o seu final cruel demais pra época, não é a toa que o estúdio obrigou algumas mudanças e a inclusão de um adendo um pouco mais feliz para não chocar ainda mais o público.


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Enquanto Você Dorme (Mientras Duermes, Espanha, 2011) Dir: Jaume Balagueró

Um ótimo suspense psicológico dirigido por Jaume Balagueró (diretor do assustador REC, de 2007) onde o excelente ator Luis Tosar dá vida a um dos vilões mais frios e calculistas do cinema. César (Tosar) é um porteiro aparentemente acima de qualquer suspeita. Porém, em suas horas vagas ele vasculha a vida dos moradores para descobrir seus segredos e com isso tentar minar qualquer tipo de alegria ou positividade das pessoas. Sua obsessão por uma moradora, a jovem e alegre Clara (Marta Etura) começa a ficar visível, porém ele não irá parar até tirar todo o sorriso de seu rosto, é disso que ele se alimenta, é assim que ele vive. Um roteiro

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sincero e frio, essa frieza e o modo como o vilão se corrói com a alegria alheia nos fazem esquecer de qualquer possível exagero na narrativa. Lembra bem o estilo Hitchcock de nos deixar apreensivos. Você nunca mais irá dormir sem antes conferir se a porta está bem trancada, extremamente perturbador. Por que é assustador? A criação do personagem César, seus trejeitos, manias e atitudes, beiram o mais psicótico absurdo. De tão sincero e frio que ele soa, não parece haver maldade maior no mundo. A obsessão em acabar com a alegria alheia transforma esse suspense num filme extremamente perturbador e é claro, assustador.

Sede de Sangue (Bakjwi, Coréia do Sul, 2009) Dir: Chan-wook Park

Um filme de vampiros não poderia faltar nessa lista. Oriundo de uma cultura onde monstros gigantescos, dragões e fantasmas são os principais alvos do cinema de terror, esse filme de vampiro ganha destaque como uma obra corajosa. Do mesmo diretor de OldBoy, o filme acompanha a história do padre Sang-hyeon (Kang-ho Song), que em um ato totalmente altruísta se candidata em um experimento médico misterioso. No processo, fica doente, tendo que receber uma transfusão de sangue, acontece que o sangue é de um vampiro e, aos poucos, o padre vai percebendo a sua extraordinária condição: o sangue do vampiro ameniza os efeitos da doença e ele precisa se alimentar. Como único sobrevivente da experiência que reunia centenas de voluntários, ele vira um mito local e as pessoas o tratam como curandeiro, o que o faz ser acolhido por uma família muito peculiar. Conforme sua sede vai aumentando, seu instinto fala mais alto do que a fé, e aos poucos, ele

se vê em meio a assassinatos, sexo e traições. Por que é assustador? O filme brinca com o certo e errado a todo o momento conflitando a crença cristã e os novos instintos aflorando no padre. Destaque para as cenas onde a culpa atormenta o psicológico dos personagens fazendo-os ter sonhos extremamente realistas e perturbadores.


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A Invasora (À l’intérieur, França, 2007) Dir: Alexandre Bustillo

Um acidente acontece no início do filme onde um homem morre e sua esposa grávida sobrevive. Essa mulher é Sarah (Alysson Paradis). Acompanhamos seu último ultrassom e descobrimos que o bebê nascerá um dia após o natal. O acidente aparentemente afastou Sarah do mundo, ela não é de muitos amigos e afastou-se da família. Então, ela combina com seu chefe para buscá-la em casa e a levar até o hospital na hora estabelecida para o parto. Até aí, a premissa não é de despertar um profundo interesse nos fãs do gênero e seria apenas mais um drama sobre um natal solitário. Estando na casa, apenas ela, o bebê ainda não nascido e fotos do falecido marido pela parede, o filme percorreria esse caminho comum se não fosse por um fato estranho: uma mulher misteriosa surge em sua porta pedindo ajuda, Sarah se nega a abrir e a mulher começa a

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Zumbi 2 - A Volta dos Mortos (Zombi 2, Itália, 1979) Dir: Lucio Fulci

Apesar de se chamar originalmente “Zombi 2”, o filme não é continuação de nenhum outro. A escolha de colocar o número “2” foi puramente comercial, pois, apesar de ter sido escrito antes, seu lançamento se deu somente após o sucesso de bilheteria do clássico Zombie O Despertar dos Mortos. A premissa é a básica do gênero, um barco à deriva é encontrado na baía de Nova York, um único tripulante, um morto-vivo, é abatido pela polícia (mas antes ataca um policial). O dono do barco é um médico que está desaparecido numa ilha do Caribe. Sua filha, Anne (Tisa Farrow), auxiliada por um jornalista a fim de um furo de reportagem, Peter West (Ian McCulloch), paga a outro casal que está de férias para levá-los a fatídica ilha a fim de procurá-lo. O que se segue é

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espreitar a casa, lhe revelando conhecer sua vida muito bem. A partir daí, um banho de sangue se inicia, nenhuma ajuda é suficiente para conter os assassinatos e as formas bizarras de tortura psicológica que se sucedem. Quem será essa mulher? O que ela quer? A Invasora é um filme que nutre essas perguntas enquanto tentamos respirar nos intervalos entre uma carnificina e outra. Por que é assustador? Literalmente há banhos de sangue durante o filme, litros e mais litros de sangue falso jorrando pelo cenário a cada assassinato praticado de forma fria e doentia pela mulher misteriosa, enquanto a personagem principal trancada em um banheiro faz de tudo para salvar a si e a seu bebê. Destaque para as cenas em que a violência reflete no bebê e vemos cenas do feto se protegendo dentro da barriga, sensacional.

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uma série de assassinatos sangrentos liderados por uma horda de mortos-vivos rastejantes e extremamente lerdos, porém eficazes. Não preciso dizer mais nada, não é? Por que é assustador? Aqui temos um clássico terror italiano com cenas que variam do completo absurdo, como um zumbi lutando com um tubarão no fundo do mar até ao mais gore possível, com um corpo feminino despedaçado sendo apreciado por um bando de zumbis tranquilamente numa sala de estar ou a clássica (e angustiante) cena do ‘’olho’’.


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Suspiria (Suspiria, Itália, 1977) Dir: Dario Argento

O representante do time das bruxas nessa lista. Com uma fotografia belíssima usando tons fortes (principalmente o vermelho) e uma trilha sonora quase onipresente, esse filme é esteticamente um marco no cinema. Tudo começa com uma sessão de assassinatos cruéis com muito sangue e um assassino desconhecido, minimalistamente filmado, depois o diretor cria um suspense interessante: a história gira em torno de uma bailarina americana, Suzy Bannion (Jessica Harper), que decide aperfeiçoar seus estudos em balé na mais famosa escola de dança da Europa. Apesar do choque cultural no inicio, o que mais a intriga são as coisas estranhas que acontecem por ali, que vão desde uma infestação repentina por vermes ao sumiço e morte de alunos de for-

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Considerado um dos primeiros grandes filmes de terror do cinema, O Gabinete do Doutor Caligari segue os padrões do expressionismo alemão, com cenários surreais e uso constante de sombras. Apesar de mudo, creio eu que ainda consegue prender a atenção do público mais agitado em seus pouco menos de 80 minutos de duração. Utilizando a narração feita pelo personagem principal, Francis (Friedrich Feher) como um flashback, funciona também como o que pode ser um dos primeiros filmes de serial killer, quando pessoas começam a sumir depois que um estranho Dr. Caligari (Werner Krauss) surge no festival da região com um show onde ele hipnotiza um rapaz sonâmbulo, Cesare (Conrad Veidt), (o qual ele afirma estar dormindo por 25 anos), o induzindo a prever a morte de um mora-

ma extremamente cruel. O enredo é simples e talvez hoje em dia não assuste mais, porém, a direção de arte é tão bem feita, criando ambientes e cenários tão propícios ao terror, que mesmo o público já imaginando o final, não consegue deixar de assistir conforme vai descobrindo os segredos da escola junto com a protagonista. Por que é assustador? Toda a estética do filme cria uma atmosfera única, por meio dela o filme nos conduz numa viagem um tanto psicodélica em busca do desconhecido. Desde a posição das câmeras até a falta do horror explícito (trazendo consigo a presença do psicológico), tudo contribui para o clima angustiante da história. Esse tom sombrio do filme é o que o transforma em assustador.

O Gabinete do Dr . Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari, Alemanha, 1920) Dir: Robert Weine

dor local. O cenário abstrato com as ruas e muros estreitas parecendo pinturas abstratas, prédios e casas tortas e com formas distintas dão o toque surrealista necessário na história e de quebra dão uma leve dica sobre o estado mental deformado do personagem e seu desfecho no enredo. Inspiração para muitos filmes do gênero é um clássico, porém pouco difundido ao grande público devido a notável diferença estrutural com o cinema de hoje. Vejam e tirem suas próprias conclusões, é no mínimo... intrigante. Por que é assustador? Cinema de terror mudo com sombras e cenário bizarros por si só já é assustador. Com o desenrolar do enredo até o desfecho intrigante observamos um pouco da mente humana e sua desordem. Um enredo interessante pra época.

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Triângulo do Medo (Triangle, Inglaterra, 2009) Dir: Christopher Smith

Com inúmeras referências ao clássico O Iluminado, Triângulo do Medo é um terror diferenciado, nada é o que parece ser e tudo é subjetivo demais para ser resumido facilmente. Jess (Melissa George) é uma jovem mãe solteira que parte para o alto-mar a bordo de um veleiro com amigos. Chegando ao que suponho ser o triângulo das bermudas, o vento simplesmente para e uma tempestade elétrica se aproxima. Ao final da forte e repentina tempestade, com o valeiro destruído e, eles à deriva, um enorme navio surge e todos sobem a bordo em busca de socorro. A partir daí, o suspense toma conta da história. Jess sente um mau pressentimento ao embarcar e tem Déjà Vús a cada corredor ultrapassado, começando a

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Possessão (Possession, França, 1981) Dir: Andrzej Zulawski

A possessão do título pode ser interpretada de diversas formas, aliás, esse filme pode ter várias interpretações, e nenhuma delas pode ser dada com certeza, o que o diretor Andrzej Zulawski fez aqui é ímpar demais para ser decodificado tão facilmente. A história gira em torno de um casal com problemas, Anna (Isabelle Adjani) e Mark (Sam Neill) em interpretações pra lá de exageradas e eufóricas. Mark trabalha viajando e quando volta Anna não o quer mais, ele não aceita e tenta a todo custo convencê-la a mudar de ideia, abrindo mão de diversas coisas durante o caminho. Mas Anna tem algo estranho, seu comportamento é bizarro, por

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considerar uma má ideia estar ali. Enquanto procuram por alguém no navio que aparentemente está vazio, algo estranhamente próximo os caça um a um e, cabe a Jess, descobrir quem é que está fazendo isso com seus amigos, chegando a uma revelação morbidamente estranha. Por que é assustador? Excelentes travellings (câmera sobre trilhos) nos corredores do navio vazio trazem uma sensação de suspense crescente que somados com o roteiro inteligente e angustiante criam uma atmosfera de terror e apreensão. O que realmente está acontecendo por ali? Você irá fazer essa pergunta diversas vezes enquanto muito sangue e violência explodem na tela.

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vezes suicida e depressivo, outras vezes, maldoso e arrogante, parece que algo a prende fora de casa e Mark na sua procura, inicia uma jornada surreal e non-sense. Talvez o filme explore o desejo, a fé, ou o amor. Eu, particularmente, nunca o entendi completamente, porém a direção é tão fantástica que somada com a narrativa intrigante nos faz ao menos querer terminar o filme, mesmo que não entenda nada no final, se trata, no mínimo, de uma experiência diferente. Por que é assustador? O motivo pelo qual Anna não volta pra casa é extremamente bizarro, pelo qual temos as cenas mais repulsivas e assustadoras do filme, os assassinatos e o sexo, tem uma pitada de surrealismo que tornam toda a história mais angustiante, apenas não espere entender facilmente o filme.


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A Tortura do Medo (Pepping Tom, Inglaterra, 1960) Dir: Michael Powell

O filme gira em torno de um fotógrafo um tanto incomum, Mark Lewis (Karlheinz Böhm), que seduz belas mulheres a fim de matá-las e gravar todo o processo para então rever inúmeras vezes em seu apartamento. Quem pensa se tratar apenas de um simples slasher movie, está enganado, o diretor nos apresenta uma boa história onde podemos não só conhecer a infância de Mark, como quase que perdoá-lo pelos seus atos visualizando seu conflito interior onde sexo, amor, medo e ódio se fundem, tornando-se basicamente a mesma coisa. Na infância, um jovem torturado por seu pai (um psiquiatra estudando o voyeurismo), Mark, agora adulto, parece es-

tar condicionado a fazer o que faz e nós como público nos tornamos cúmplices de sua doença observando como um voyeur toda sua trilha de sangue até seu trágico desfecho. A fotografia com cores vibrantes e as boas atuações combinadas com a direção segura de Powell ajudam a estabelecer o clima de medo do filme. Por que é assustador? A real tortura em si só é mostrada nas cenas finais e o intuito por trás dela é realmente macabro. As imagens da infância de Mark são cruéis e diretas, trazendo um certo desconforto a quem assiste. Ficou conhecido como o filme que destruiu a carreira do diretor Michael Powell.

VEJA s e t i v e r c o r ag e m . . 1. Um Lobisomem Americano em Londres

2. Dia dos Mortos

3. Monstros

4. Enquanto Você Dorme

5. Sede de Sangue

6. A Invasora

7. Zumbi 2 A Volta dos Mortos

8. Suspiria

9. O Gabinete do Dr. Caligari

10. Triângulo do Medo

11. Possessão

12. A Tortura do Medo

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[ EVENTOS ]

Tattoo Week Rio

Muito bronze

M

aneiríssimo! Com essa gíria totalmente carioca, podemos definir o que foi o 2º Tattoo Week Rio, que aconteceu este ano no Riocentro, nos dias 03, 04 e 05 de janeiro. O maior evento de tatuagem da América Latina reuniu os mais renomados artistas nacionais e internacionais, em mais de 170 stands. A Lifestyle Tattoo não poderia deixar de prestigiar esse evento de tal porte. Fomos no domingo registrar um pouco da arte que se fazia em cada um dos stands. Falando em artistas nacionais, podemos destacar a técnica realista do mestre Mordenti e do talento da nova geração, Murilo Oliveira, que inclusive ministraram workshop. Merecem nosso destaque os trabalhos do xJapax, Lore Morato, Bruno Moretto, Eduardo Reis, Yuri Montenegro,

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&

Hama Hama, Italo Nanais, Diego Nunes, Rodrigo de Paula e as presenças de Ozéias, Binga, Dom Rodrigues, Rafael Leão e Inacio da Glória – figura conhecida no julgamento das categorias nas principais convenções do País. Como performance no evento podemos destacar o casal Peralta, Victor e Gabi, sempre atenciosos e simpáticos com o público. O casal está no Guiness Book como o mais tatuado do mundo: Victor tem quase 95% do seu corpo tatuado e Gabi tem 60%, mais 40 piercings. Estão juntos há 18 anos e também participam de apresentações de suspensão corporal. Ao andar pelos corredores do Riocentro nos deparamos com algumas situações ou figuras no mínimo diferentes: um cara que se denomina Coveiro Maldito num visual no melhor estilo filme de terror e o outro, um cara com uma cobra píton albina enrolada ao


&

muita tinta

Da esq. para dir., Murilo Oliveira, Victor Peralta e Brian McCow, com sua técnica tatau

Os visitantes trocaram o sol escaldante das praias da capital fluminense, para apreciar a arte na primeira convenção do calendário mundial TEXTO e FOTOS José Junior

corpo. O nome dele é Daniel Santos e é dono de uma empresa que aluga animais exóticos. Os gringos também marcaram presença no evento e fizeram tão bonito quanto os artistas nacionais. Vale destacar o artista neozelandês Brent McCown e sua técnica ancestral usada por polinésios, conhecida como tatau – agulhas ficam presas a um pequeno bastão e Brent vai martelando o instrumento na pele do tatuado. A técnica, segundo ele, traz menos dor em relação à tattoo convencional e a cicatrização também acontece em menor tempo. Mais alguns nomes importantes que estavam por lá: Adri Oest (Alemanha), Remis Cizauskas (Irlanda), Guivy Hellcat (Suiça), Samuel Sancho (Espanha), Marcos Droman (Perú), entre outros. Para encerrar a festa com chave de ouro, uma banda que faz muito sucesso no caranaval de rua

carioca: o Bloco Cru, que mistura clássicos do rock a baterias de escola de samba. Miss Tattoo Week Eram 12 gatas em busca do bronze, e não estamos falando de pegar aquela “cor do verão” e sim no troféu de Miss Tattoo Week, feito em bronze e que só a melhor, na opinião das juradas Sabrina Boing Boing, Gabi Peralta, Hélida Yama e Suliée Pepper, levaria ao fim da premiação. E a grande vencedora do concurso foi Barbara Alt, ela é natural do Rio de Janeiro e atua como body piercer na capital fluminense. Após ganhar o prêmio, ela até teve que criar uma Fan Page, tamanha a quantidade de pessoas adicionando-a em seu perfil pessoal, já que ela apareceu em diversos veículos de Tv, rádio e impressos e tamanha a importância desse grandioso evento.

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CESAR BONFIM

Lisonjeada e feliz em poder mostrar uma beleza alternativa. Ser diferente também é bonito

Barbara Alt, body piercer carioca, sobre o sentimento ao vencer o Miss Tattoo

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GALERIA LIFESTYLE

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Os melhores dos três dias Estava em jogo uma viagem para a Barcelona Tattoo Expo 2014. Só os melhores de cada dia concorreriam. A briga foi acirrada entre esses três talentosíssimos artistas: Bruno Moretto, do Art Minas Tattoo, foi o melhor de sexta, com sua arte realista P/B. Diretamente de Barcelona, Samuel Sancho, foi o melhor do sábado, com seu realismo P/B (no caso dele, ganharia uma viagem para

ADOS PREMI

Série de Desenho P/B

1º lugar: Italo Nanais 2º lugar: Julio Cesar

Série de Desenho Colorido 1º lugar: Italo Nanais 2º lugar: xJapax (xJapax)

a Tattoo Week Rio 2015). Já Droman Marcos, artista peruano que atua no Cantinho das Artes, foi o vencedor do domingo, com sua arte realista colorida. Com sua técnica refinada, Droman levou o prêmio ao fazer uma verdadeira obra de arte na tatuada Fernanda. Abaixo, você confere a lista de todos os premiados e ao lado as fotos: Colorido 1º lugar: Hama Hama (Hama Hama Tattoo) 2º lugar: Alexandre Moicano (SRC Tattoo)

Preto/Cinza 1º lugar: Samuel Sancho (Wanted Tattoo) 2º lugar: Eduardo Reis (Verani Tattoo) New School 1º lugar: Verani (Verani Tattoo) 2º lugar: Emir Nunes (Dom Ramalho) Old School 1º lugar: xJapax (xJapax) 2º lugar: Junio Nunes (Okomo)

Piercing Exótico 1º lugar: Diego Uchoa (SuperNova Tattoo) Comics 1º lugar: Nego (Verani Tattoo)

Bio Orgânico/Mecânico 1º lugar: Sullivan Alves (Hama Hama Tattoo)

2º lugar: Tom (Tom Tattoo)

2º lugar: Gerson (Hama Hama Studio)

Tribal

Cultura Brasileira 1º lugar: Rodrigo de Paula (Renovação Tattoo)

1º lugar: Catuaba (Catuaba Studio) 2º lugar: Dode (Dode Tattoo)

2º lugar: Tattoo Silva (Tattoo Silva)

Caligrafia

Realismo

1º lugar: Markone (Markone Tattoo) 2º lugar: Placa (Placartoon)

1º lugar: Eduardo Reis (Verani Tattoo) 2º lugar: Betinho Tattoo (Renovação Studio)

Pontilhismo 1º lugar: Emir Nunes (Don Ramalho)

Portrait

2º lugar: Flavio Souza (Flavio Souza Tattoo Arts)

Oriental 1º lugar: xJapax (xJapax) 2º lugar: Wally (Gatto Matto)

Costas 1º lugar: Yuri Montenegro (SuperNova Tattoo) 2º lugar: Max (Max Tattoo)

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1º lugar: Diego (Diego Nunes) 2º lugar: Adolfo (Adolfreehand)

Melhor Sexta Bruno Moretto (Art Minas Tattoo) Melhor Sábado Samuel Sancho (Wanted Tattoo) Melhor Domingo Droman Marcos (Cantinho das Artes)


Mais na rede: Tattoo Week Rio - rio.tattooweek.com.br/ Tattoo Week Rio - fb.com/TattooWeekRio

Droman Marcos e a tatuada Fernanda

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[ CAPA ]

Desmascarando bandeiras Com um discurso político muito bem delineado, os integrantes da banda Flicts contam sua trajetória e expressam posicionamentos TEXTO Nathalia Abreu FOTOS Lud Löwer

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cidade de São Paulo sempre foi uma nobre representante do rock, abrigando hoje em dia inúmeros gêneros e movimentos. Principalmente entre o final de 1980 e início de 1990, a capital ganhou fortes nomes para a cena do punk rock brasileira.

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A partir daí, muitas bandas cresceram com força e visibilidade. Não é apenas uma coincidência que a casa de shows Hangar 110 tenha aberto suas portas mais ou menos nesta época: o espaço e apoio a projetos independentes levou muitos músicos para frente e tornou mais fácil a aproximação pública. Entre os pioneiros do Skema 110 (criado para auxiliar bandas alternativas) está o grupo Flicts, fundado em 1996 por dois irmãos de Pirituba (bairro da zona Oeste) – Arthur (vocal e guitarra) e Rafael Covre (bateria).


De alguma forma, a história deles se mistura à trajetória do Hangar. A então banda de garagem, que antes não passava de diversão entre amigos, foi aos poucos tomando forma e criando identidade. Influenciados por grupos clássicos do punk rock inglês, americano e brasileiro - como Sex Pistols, Ramones, Buzzcocks, The Clash, Ratos de Porão e Cólera - eles começaram a criar músicas próprias e procurar lugares para tocar. Foi então que, em 1998, descobriram o espaço recém-inaugurado próximo à estação Armênia do Metrô. Para Rafael, a casa foi responsável por empurrar para frente o movimento crescente de bandas alternativas. “Naquela época muita gente já estava maduro, mas ainda não tinha onde tocar -

com exceção dos esquemas improvisados na periferia. Quando o Hangar abriu deu vazão para uma série de que bandas que já estavam prontas e acabaram ‘explodindo’ ao mesmo tempo, por volta de 1999 e 2000”, conta. Em 1997 o Flicts lançou sua primeira demo com apenas seis músicas intitulado Matando a Pau!. Três anos depois, lançam seu primeiro álbum (Apostando Tudo) em parceria com a banda Excluídos, com músicas como Apesar dos Idiotas e Cerveja. Mais tarde, Pauliceia e Meu Par de Botinas foram lançadas no CD Canções de Batalha (2002). O último trabalho, do ano passado, traz músicas novas como Meu Bairro, Minha Rua e Desmascarar sua Bandeira.

pauliceia “...São Paulo, São Paulo Paulicéia s de todas as core Paulo São Paulo, São Tristeza, ódio, s!” alegria e amore

Nossas letras não são um livro de teoria cantado

m Música do álbu lha Canções de Bata (2002)

Rafael Covre, baterista

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“Pauliceia” e “Desmascarar sua Bandeira” Sobre as questões ideológicas, o baterista explica a postura libertária das músicas e pensamentos. “Frisamos a ideia de construir espaços de liberdade e ampliar essa prática onde quer que você esteja dentro do possível, e até forçando um pouco a barra desse limite. Não perdemos também o ponto de vista da pessoa concreta: falamos de futebol, de bar, de trabalho... Nossas letras não são um livro de teoria cantado. As pessoas às vezes ficam tão preocupadas em expor essa visão que se esquecem da música. Temos que falar com a pessoa do dia-a-dia e extrapolar as barreiras”, defende. Para o baixista Jeferson (também representante do Agrotóxico), o grande desafio do punk como manifestação cultural é renovar seu pú-

Eu não entendo alguém ter “orgulho de ser brasileiro” ou de morar em São Paulo; as pessoas confundem com autoestima. O fato da pessoa nascer aqui é uma simples casualidade. Você precisa ter orgulho de algo que faz Arthur Covre, vocalista e guitarrista

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blico, as ideias, e trazer outras pessoas para o movimento. “Se a gente conseguiu chamar a atenção de um menino de 11 anos, já chegamos bem perto de alcançar nosso objetivo, que é justamente tocar as pessoas pela conscientização”. A música Desmascarar sua Bandeira, por exemplo, é um recado bem direto sem nenhum tipo de papa na língua. Lançada em 2013 no último CD, teve o intuito de esclarecer principalmente que Pauliceia não é uma canção fascista e não idolatra o orgulho paulista: pelo contrário. De acordo com os integrantes, foi necessário explicar o que muita gente entendeu errado anos atrás. Para isso, optaram por colocar três estrofes mais pesadas logo de cara, na introdução da música. “Quando a gente fala sobre a Pauliceia de todas as cores, reforçamos não só a questão do racismo como também

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Flicts no Hangar 110, casa onde a banda jรก tocou diversas vezes


da comunidade GLS. Na verdade a música é uma celebração desta diversidade”, explica Jeferson. “Muita gente cantava Pauliceia como uma relação diferente da nossa. O recado com Desmascarar sua Bandeira foi explicar que a gente não canta para essas pessoas. O setor conservador da cidade transforma esse carinho por São Paulo numa coisa de extrema-direita”, esclarece Rafael. Para Arthur, o que faz o lugar são os seres humanos. “Eu não entendo alguém ter ‘orgulho de ser brasileiro’ ou de morar em São Paulo; as pessoas confundem com autoestima. O fato da pessoa nascer aqui é uma simples casualidade. Você precisa ter orgulho de algo que faz”.

Mais na rede: Flicts - fb.com/pages/Flicts/158555704192237 Flicts - flicts.net/ Paulicéia - youtube.com/watch?v=lGUaqcPzCFo&html5=1 Desmascarar sua bandeira - soundcloud.com/flictsoficial/ desmascarar-sua-bandeira Hangar 110 - hangar110.com.br

r a r a c s a m s e D a r i e d n a B a su oda-se a bandeira do “F aulo, Estado de São P eira Foda-se a band al! e o Hino Nacion ido sobre Facismo enrust ndard, as cores do sta ao livre Velando o ódio ade!” amar, à diversid

m Música do álbu ntos (2013) Singelos Confro

Voce sabe de onde surgiu o nome da banda? Quando crianças, os músicos adoravam a obra literária Flicts, do escritor Ziraldo. Conta a história de uma cor diferente e meio desajustada, que não consegue se encaixar e sente que não tem “um lugar no mundo”, por isso acaba indo para a Lua.

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[ PORTIFA ]

Bruno

flores e cores Seus trabalhos em importantes vias de São Paulo como Av. 9 de Julho, Av. 23 de Maio e Ver. José Diniz

Substituindo o cinza pelas cores, o jovem Bruno Terra dá mais vida a grande Metrópole. Conheça um pouco mais do trabalho do artista que vêm despontando como um dos grandes nomes do graffiti em Sampa lustrador e graffiteiro, nascido e criado na Zona Sul de São Paulo, com apenas 21 anos e um pouco menos de um ano de graffiti, Terra já traz um traço único, misturando sua paixão pela natureza e as influências das ruas e da música. Apreciador de desenho animado, arte urbana, cinema e música. É dessa ma-

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neira que o jovem Bruno se enxerga. Através de linhas retas, formas geométricas, flores, pássaros e olhos, ele leva as pessoas a abrirem a mente para novas ideias e visões em busca de elevar a alma e florescer a vida. Sempre com um sorriso no rosto e muita força de vontade, este jovem percorre as ruas paulistanas, colorindo o cinza e preenchendo aos


poucos, o vazio da Terra da Garoa. Com certeza você já passou por suas obras a céu aberto: Av. 9 de Julho, 23 de Maio, Ver. José Diniz, Brig. Luiz Antonio e por aí vai. Sempre inovador, ele vai conquistando seu espaço no mundo da arte. Seus graffitis trazem à tona dúvidas de toda população preocupada com uma essência mais natural e menos materialista.

GALERIA LIFESTYLE

Mais na rede: cargocollective.com/terraart fb.com/terradetinta behance.net/terradesign

te a or "plan nte da c e nte" sem ua na s

me

" colorindo sonhos"

"eu queria ver o escuro com mais cor" Clique nas imagens para ver mais trabalhos

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[ POINT ]

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Garage Code Motorcycles

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sua potente máquinA muito bem tratada FOTOS Daniel Correa

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ó quem já andou de moto pode entender o prazer de pilotar estas máquinas de duas rodas. Passar frio ou se molhar na chuva não são empecilhos para quem é apaixonado. Você sabia que além do zunido do motor, a maioria dos motociclistas está familiarizada com a máquina de tatuagem? A febre de tatuagem começou nos Estados Unidos, entre os Harlystas. No Brasil, a tatuagem começou a se espalhar entre os motociclistas que possuíam motos estradeiras, estilo chopper ou customs. A febre por motos esportivas ou off-roads, também se espalhou. Nas customs, estão os temas caveira, logomarca da Harley Davidson e os motores. Nas esportivas, a preferência segue os estilos da Ninja, Hayabusa e R1. Dispostos a expressar seu espírito de liberdade, alguns motociclistas estão dispostos a imprimir sua personalidade não só em seu corpo, como também nas motos que pilotam. É isto que o Garage Code Motorcycles oferece: a customização e personalização, de

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motos,deixando assim como as tatuagens, as marcas da personalidade de cada condutor. Nós temos nossos “Brazilian Choppers”: Cláudio e Vanderlei, que transformam a customização em Arte. Lá são oferecidos diversos serviços como revisão, projetos, customização, lavagem de motos e um bar. Todas as segundas feiras rolam exibições de filmes dos mais variados estilos, mas sempre com enfoque principal, as “motos nervosas”.A seleção dos filmes fica por conta do Alexander Yamaguti. Com tratamento personalizado para sua moto, você pode lavá-la e tomar algum drink acompanhado do cardápio exótico em um ambiente agradável e descontraído. Vale a pena conferir!

Garage Code Motorcycles Rua Ponta Delgada , 43 - Vila Olimpia São Paulo/SP (11) 2495-1399 www.garagecode.com.br www.fb.com/garagecodebr


Tatuaria São Paulo

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[ STUDIO ]

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FOTOS Daniel Correa

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ocalizado no tradicional bairro do Bixiga, em Sampa, o Tatuaria São Paulo é um Studio que existe desde 2012, criado por Fernando Moraes e Jessica Aparecida. Seu nome foi escolhido por ser um nome tradicional e de bom gosto. Diversos nomes da tatuagem já passaram pelo Studio, que sempre está presente em convenções e eventos. Atualmente, o Tatuaria São Paulo conta apenas com um tatuador fixo: Fernando Moraes, que além de ter capacidade de desenvolver a ideia que o cliente já tenha em mente, como também produzir diversas criações: séries, flashs, pinturas, além dos estudos de caligrafia, que muito o fascinam.

O Tatuaria São Paulo também conta com uma loja online e um blog, onde sempre publica novidades do mundo da tatuagem, fala um pouco de suas referências e comercializa alguns produtos e camisetas, com criações exclusivas. Definitivamente, o Bixiga é muito mais que um local para comer pizza, ouvir rock´n roll ou ensaio de escola de samba. Venha conhecer o espaço, com ótimo atendimento e aumentar sua coleção de tattoos.

Tatuaria São Paulo Rua Santo Amaro, 314 - 2º andar - Bela Vista (São Paulo/SP) (11) 3105-0671 www.tatuariasaopaulo.art.br fb.com/TatuariaSaoPaulo

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[ LIFESTYLE ]

The Clock Rock Bar

O ritmo rockabilly

nas pistas de

SP

TEXTO Deborah Benetti FOTOS Daniel Correa

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abe quando você entra pelas portas de uma casa noturna e não sabe bem o que vai encontrar? É mais ou menos isso que acontece com quem pisa pela primeira vez na única casa de dança rockabilly de São Paulo. O The Clock Rock Bar, localizado na Rua Turiassú, Perdizes, é o reduto dos apaixonados por topete, saia rodada e um bom som ao vivo. Depois de mergulhar de volta aos anos 50, os clientes não conseguem deixar de aparecer aos domingos para as aulas de dança ministradas por Giuliano Garbo, proprietário da casa e professor de dança. Quem olha para Giuliano não imagina o seu passado. Psicólogo empresarial dos 23 aos 28 anos, ele sentiu a necessidade de trazer à cidade um local de encontro específico dos anos 50 e 60, onde fosse possível dançar e socializar com os amigos em segurança e com qualidade. Rocker desde essa época, ele já levantava o topete e percorria a cidade em busca de lugares que eram fiéis ao som do seu lifestyle. Foi em uma viagem ao Canadá, em 1999, que ele teve a

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grande ideia de reproduzir toda a infraestrutura do conceito de casas noturnas de rockabilly: “Eu conheci a casa noturna da Celine Dion e achei o máximo. Aqueles sofás vermelhos, a decoração retrô. Depois disso, voltei para o Brasil com a certeza de que era isso que faltava para a nossa noite”. Foi aí que surgiu o esboço do The Clock, ao lado de sua esposa Renata Rabello: “A Rê entrou nessa comigo de gaiato. Não entendia sobre o estilo e veja só, hoje ela comanda a pista como DJ”, derrete-se Garbo. O público é sempre variado: garotas de saias rodadas, rabo de cavalo preso com lenço e batom vermelho. E para completar, o sapato de dança é um item fundamental para rodopiar por todos os cantos da pista. Os homens já não seguem tanto a risca por lá. Topetes, costeletas e barra da calça jeans dobradas até a canela não fazem a regra geral do lugar. Mas claro, sempre há o cliente fiel que segue a risca o figurino. É o caso do motorista particular César Rossani, 42 anos. Frequentador desde quando o The Clock inaugurou, ele se joga intensamente ao seu lifestyle: camisa com


manga arregaçada e jeans em tempo integral. E garante: “Na noite rockabilly de São Paulo existe rivalidade e aqui isso não existe. Não importa se você é bambolê ou rocker, aqui você será sempre bem vindo com música ao vivo e fidelidade de estilo. Sinto-me em casa“. Foi nesse clima que ele conheceu sua esposa Bianca Mayer, 32 anos. Entre aulas de danças, o casal mostra entrosamento fora das pistas também. César faz parte do Balaio Moto Club, uma associação de motociclistas apaixonados por Harley Davidson, estrada e motocicletas Custom. Vale ressaltar que já são 39 turmas de dança formadas no The Clock e Giuliano tem a explicação para isso: “As pessoas redescobriram como é legal ter contato físico. Até mesmo os tímidos deixam a timidez de lado ao extravazar nos passos e rodopios”, orgulha-se. O The Clock conta com um palco central onde apresentam-se bandas ao vivo, entre novatos e veteranos do rock. É o caso da banda Gaspa e Os Alquimistas, que faz sua 7ª temporada na casa.

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Na noite rockabilly de São Paulo existe rivalidade e aqui isso não existe. Não importa se você é bambolê ou rocker, aqui você será sempre bem vindo com música ao vivo e fidelidade de estilo. Sinto-me em casa César Rossani, sobre o público que frequenta a casa

O vocalista Ricardo Alpendre sabe que existem hits que a banda não pode deixar de tocar como a clássica “Rock Around the Clock”, sucesso de Bill Haley que influenciou no nome da casa. Admirador nato do rock anos 50, Ricardo curte a noite rockabilly, mas garante que não segue os padrões da tribo: “Não uso roupas nem faço o penteado, até porque meu topete já se foi a tempo (sic), mas faço jus ao público da casa. Não estou interessado em tribos que não se misturam, e sim, em um lifestyle musical de boa qualidade que só os anos 50 oferecem”, avalia Alpendre antes de sua apresentação. Mas é só a banda arranhar os primeiros acordes que a turma se posiciona frente a eles. Até mesmo quem está no bar apreciando o cardápio retrô. Este, por sinal, abre espaço para os saudosistas de plantão: vaca atolada, banana split e molhos com nomes de Elvis, The Comets e Marylin Monroe. Há ainda espaço para hambúrgueres e drinks clássicos, como Piña Colada e Margarita.

The Clock Rock Bar

Acima: detalhe da tattoo de Bianca Mayer, esposa de César

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Rua Turiassú, 806 - Perdizes (São Paulo/SP) (11) 3672-0845 www.theclock.com.br fb.com/TheClockRockBar


SOLTA o som na jukebox Gaspa e Os Alquimistas myspace.com/gaspaeosalquimistas Ricardo Alpendre www.ricardoalpendre.com.br

Fotos PB: público se divertindo na pista de dança e à dir.: Giuliano Garbo, proprietário da casa e professor de dança

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[ ENTREVISTA ]

Thiago Soares

Por dentrO

da

Performance Art

Descubra o que passa pela mente do cara que introduziu a mídia freak no Brasil TEXTO Deborah Benetti FOTOS Diego Lobato*

O

mundo da Performance Art tem diversas figuras e profissionais que se destacam. Pensando nisso, fomos atrás de Thiago Soares, mais conhecido por T. Angel. Isso mesmo. O fundador do blog xtangelx e do bafô-

nico site FRRRKguys. Como diz o seu perfil nas redes “É assim que surge um diário nada secreto sobre aventuras de uma vida”. E nessa onda de explorar os mais íntimos pensamentos de T. Angel, montamos algumas perguntas sobre seu trabalho e algumas reflexões pessoais. Confira:

LT - Como foi o seu 1° contato com a Performance Art enquanto cursava Moda? Thiago Soares - No curso de graduação em Moda (2005) havia uma disciplina intitulada como Expressão Corporal e as aulas eram ministradas pela professora Raquel Ornellas, que desenvolvia um trabalho com dança. É bem verdade que antes disso eu já tinha tido um contato distante com a performance art através de pessoas da comunidade da modificação do corpo - principalmente

pelos trabalhos de Priscilla Davanzo -, mas parecia ser algo distante para mim naquele momento. Não tinha a ideia de que um dia eu viria trabalhar e viver a performance. Eis que a professora acabou utilizando um texto básico e introdutório sobre performance conosco e desenvolvemos algumas experiências performáticas durante o semestre. Sem dúvida alguma foi um momento importante para mim, tanto que aqui estou nas vésperas dos dez anos de correria..

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LT - Durante sua faculdade de História, já havia o interesse no assunto? Como foi desenvolver a iniciação científica sobre Modificação corporal no Brasil? Thiago Soares - Acho que o interesse existe em mim independente da graduação que eu faça ou tenha feito. O corpo – cada vez mais – me interessa, (bio)politicamente falando. Eu já vinha pesquisando as modificações corporais desde o momento que as integrei na minha vida em 1997. Sempre me interessei muito pela história dessas práticas, pelas pessoas que as praticavam, os profissionais que as faziam. A gra-

duação em História (2008) só me abriu novas portas. Houve o receio inicialmente de não conseguir um orientador que aceitasse o meu tema, mas por incrível que pareça encontrei na História as portas e as mentes mais abertas do que na Moda. Foi um processo trabalhoso, pois toda pesquisa assim o é quando levada com a seriedade necessária. Ao mesmo tempo sinto que é um trabalho muito maduro apesar de ser apenas uma iniciação científica. A minha orientadora, professora doutora Jussara Amed, foi muito generosa e aberta. Consegui ótimas trocas, excelentes referências, diálogos e reflexões. Acho que uma amostra de que o trabalho é relevante está no fato de agora eu estar contando sobre ele, mesmo após quatro anos de sua finalização. Ainda pretendo publicá-la como livro em algum momento.

LT - Qual a origem do seu nome artístico T. Angel? Thiago Soares - O T. Angel surgiu alguns anos atrás quando comecei a assinar textos, poesias, desenhos e posteriormente a tal da performance. Esses dias eu encontrei um trabalhinho que fiz em 2002 e que já existia o tal do T. Angel. O pseudônimo é bastante importante para mim. Ele fala sobre a minha mitologia pessoal e meu gabriel hostins

Como eu já vinha experimentando coisas no corpo através da modificação corporal, encontrei na performance a chance de mesclar possibilidades que já existiam no curso da minha vida. Parece que tudo foi fazendo mais sentido e ficando mais claro, ao mesmo tempo, caótico, confuso e anárquico. No meu primeiro trabalho, FUR (2005), eu já explorei a questão dos fluídos corporais, especificamente o sangue, questionando o consumo de pele animal no mercado da moda, através da retalhação do meu próprio corpo. Desde então soube que a trajetória não seria tão simples e isso foi um estímulo para seguir adiante.

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universo particular. Gosto da ideia de sexo neutro que a figura andrógina do anjo remonta e essa reflexão e inquietação estão cada vez mais presente em mim. Os anjos são demasiados queer! Não é apenas um nome artístico.

LT - Seu fascínio pela beleza freak vai até onde? Como é seu dia-a-dia? Thiago Soares - Eu espero que o meu fascínio pela beleza freak não tenha limites e siga até onde tiver que seguir. Sinto que o senso de belo da sociedade contemporânea está cada vez mais deturpado por um padrão totalmente questionável. O corpo está sendo – cada vez mais - controlado e as pessoas estão aparentemente anestesiadas e pior, querendo cada vez mais fazer parte desse ciclo destrutivo. Não tenho o menor interesse nesse tipo de beleza pausterizada, típica da fabricação em série e que ao fim e ao cabo desmonta toda a subjetividade das pessoas, tudo aquilo que pode fazer de cada um de nós seres únicos. Dispenso. Como dizia o saudoso Raul, “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha

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opinião formada sobre tudo”. O meu dia é muito, mas muito mesmo, tranquilo. Faço as minhas atividades físicas, leio algumas coisas, trabalho um pouco e ouço música a maior parte do tempo. Cuido do meu filhote e das plantas. Esporadicamente viajo para trabalhar e passear e assim tudo segue.

LT - Quando o FRRRKguys foi criado qual era a sua pretensão? Passado alguns anos, como você encara ele? Thiago Soares - Em 2006 quando criei o FRRRKguys a ideia era ter um espaço onde a beleza freak masculina fosse vista. Montei algo como uma galeria de imagens de meninos modificados em uma rede social bastante utilizada na época, o Fotolog. A minha ideia era apenas poder ter um espaço na web onde eu pudesse ver meninos bonitos com corpos modificados. Naquele momento não havia nenhum espaço do tipo, acabei atendendo as próprias necessidades do projeto. Disso saiu o website, as festas e outros tantos eventos que partiram dali. Inclusive passei a escrever sobre as


modificações corporais, pela ausência de espaços que o fizessem. Completaremos oito anos de existência no dia 21 de Junho, acho que é um tempo bom. Hoje eu olho para o FRRRKguys com outros olhos, principalmente depois que a Piel Magazine encerrou suas atividades em 2011 e que Shannon Larratt (fundador do BMEzine) faleceu ano passado. Sinto um pouco que tenho a responsabilidade de continuar o trabalho por conta deles, ambos são de uma importância singular pra mim. Já pensei em encerrar o trabalho algumas vezes, mas atualmente eu só vejo as minhas energias se renovando. Tenho cada vez mais vontade de escrever sobre essa comunidade, que é a minha comunidade. Eu acredito muito no poder das modificações corporais, na sua força transformadora na vida das pessoas. Foi através dessas práticas que eu pude aceitar o meu corpo, pude ver alguma beleza em mim. Foi alterando o meu corpo que passei a me odiar menos. Assim como eu, conheço tantas e tantas pessoas que partilham da mesma sensação. Justamente por isso, hoje o FRRRKguys tem uma missão política de defender as práticas, praticantes e profissionais da modificação do corpo. Defender inclusive de algumas poucas pessoas de dentro da própria comunidade que estão atrapalhando toda a evolução dessas práticas. É inaceitável que as pessoas não tenham o direito de estudar e se aprimorar tecnicamente, como tem acontecido ultimamente. Mesmo que surjam dezenas de projetos de lei proibindo as modificações do corpo, nós não vamos parar o nosso trabalho e tão pouco parar de incentivar que as pessoas modifiquem seus corpos. Vamos continuar escrevendo sobre todas essas técnicas e práticas de utilização do corpo. Vamos denunciar cada opressor que tentar interditar os nossos corpos e os usos que pretendemos fazer deles. Não aceitamos que o Estado e, as instituições de modo geral, tenham direito maior que o nosso no poder de decisão sobre os nossos corpos. E é por isso que vamos continuar trabalhando duro.

Mesmo que derrubem o site algum dia, eu não irei me calar e acho que é isso.

LT - Qual o seu cuidado em selecionar e pesquisar os temas abordados no Frrrkguys? Thiago Soares - O meu maior cuidado tem sido em entender o que determinado tema carrega em sua carga estrutural, aquilo que não está dito. Como costumo dizer, as modificações corporais não estão descoladas da sociedade, apesar de ser um contra fluxo estético em alguns casos. Quero dizer com isso, que o fato de não estar descolada, faz com que exista a reprodução de tudo aquilo que é de ruim também: machismo, sexismo, racismo, homofobia, transfobia, xenofobia, gordofobia e por aí segue. E isso é mais comum do que parece. Então, o meu maior cuidado é esse, escrever de forma crítica, bastante analítica, libertária e progressista. Não trabalho de maneira imparcial e livre de intenção. O meu trabalho com o FRRRKguys é para agregar e possibilitar o acesso de informações sobre a alteração do corpo para todas as pessoas, nesse sentido, escrevo para gente negra, favelada, travesti, homossexual, soro positivo, deficiente físico, pobre, anarquistas, hacktivistas, infratores, vândalos e por aí segue. Essa gente toda me enche de inspiração e sinto uma proximidade absurda para com elas. Como se não houvessem fronteiras que nos separassem. LT - Como você encarou a Virada Cultural de 2013 que não abriu espaço para o Palco da Arte Corporal? Thiago Soares - Lamentável. Trabalhei no palco da Arte Corporal em todas as edições da Virada Cultural (2010-11-12) e era visível o grande interesse por parte do público. Inclusive muita gente me escreveu através do site para saber se haveria de novo e tudo mais. Era um espaço muito importante para todos nós, de abertura, visibilidade e possibilidades. Existe uma carência de eventos do tipo em São Paulo. Vou torcer para que tenhamos edições futuras. É sem dúvida um espaço muito importante e que vale a pena fazer acontecer novamente.

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LT - A França proibiu o uso de Tintas Coloridas nas tatuagens. Para você, qual a visão desse bloqueio social? Thiago Soares - Eu tenho a sensação de que a galera do governo descobriu que a tatuagem gira muito capital. O que não é novidade, João do Rio já escrevia sobre isso lá em 1906. Confesso que eu gostaria muito, de verdade, que essa fosse realmente uma preocupação do Estado com o bem estar das pessoas, como eles dizem ser. Mas a gente sabe que não é. Basta ver a quantidade de porcaria que é liberada livremente para que as pessoas comam, bebam, fumem, usem, consumam, consumam, consumam e consumam cada vez mais. O Estado fica criminalizando coisas que não deveriam e isso é um erro sério. Essa questão está atrelada a luta de classes, assim como todas as outras interdições das práticas de se alterar o corpo. Quem tem dinheiro viaja para fora da França e faz a tatuagem que quiser e com a cor que desejar, já quem não tem dinheiro.... O mesmo é aqui no Brasil viu, diga-se de passagem, a situação daqui está tão vergonhosa quanto a de lá. Sem esquecer o fato de que a desigualdade social aqui é absurdamente maior que na França. LT - Diante de fatalidades no mundo do eyeball tattoo, qual a sua preocupação e opinião sobre? Thiago Soares - Não gosto do termo fatalidade. Temos alguns casos de erros que não foram fatais e isso analisando grande parte dos casos ao redor do mundo. Acho que todas as falhas fazem parte de um processo que envolve um procedimento novo. Um processo de aprendizagem implica em falhas, acontece. Inclusive me espanta que isso choque tanto a comunidade da modificação do corpo, parece que todos esqueceram as tentativas não tão bem sucedidas com implantes, piercings, escarificações e etc... . A minha maior preocupação hoje com o eyeball tattooing é que ele seja banido e criminalizado como se tem tentado fazer. Talvez aqui caiba a palavra fatalidade. O deputado federal Rogério Peninha Mendonça

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(PMDB-SC) escreveu um projeto de lei completamente equivocado sobre o eyeball tattooing e uma parte da comunidade da modificação corporal tem o defendido. Para mim isso soa como uma completa aberração cognitiva, como diria a professora Chaui, mas acontece. O eyeball tattooing no Brasil tem uma série de problemáticas que poderiam ser amenizadas através de estudos, pesquisas e contato direto com a pessoa que desenvolveu a técnica, que inclusive tem muito interesse em vir aqui aplicar cursos. Quem sabe, no mundo ideal, contar até com a parceria com oftalmologistas e universidades. Não é estabelecendo proibições que o quadro vai mudar, só vai retardar o desenvolvimento técnico e aumentar os riscos. Sabemos que o eyeball tattooing não é um procedimento completamente seguro, mas defendemos integralmente a autonomia individual e o direito de decisão dos indivíduos sobre seus corpos. Sou completamente contra ao PL 5790/2013, ao contraditório deputado e toda e qualquer pessoa que defender essa insanidade.

LT - Quais suas influências ou sua admiração por artistas brasileiros? Comente. Thiago Soares - Sou influenciado pela música, dança, poesia, cinema, mangá, anime, fotografia, moda, comics. Como também pelas pensadoras (trans) feministas, pelas pessoas que estão escrevendo sobre a teoria queer. Sou influenciado por pessoas marxistas. Como também pelo terrorismo poético, pelos pichadores, pelos (bio)hackers... Lá no começo eu citei uma pessoa muito importante pra mim, afetiva e artisticamente falando, que é a Priscilla Davanzo. Sabe aquela coisa de que o tempo passa e as afinidades só aumentam? Pois é. Penso que o trabalho dela seja muito importante para a história da arte corporal. Mas o Brasil está cheio de ótimos artistas VIVOS, prestigie-os! Mais na rede: T. Angel - xtangelx.wordpress.com FRRRKguys - www.frrrkguys.com.br


Fotos feitas para o livro “Corpo ao Extremo A nova face de uma cultura modificada�, publicado pela Editora In House em 2012 *


[ MAPA RISCADO ]

the Foggy

Dew

Esqueça aquela história de barbudos e gigantes irlandeses tocando música local TEXTO e FOTOS Leandro Faria

Q

uando falamos em Dublin, todo mundo imagina irlandeses ruivos tocando banjo, flauta e bêbados por todas as partes. Isso existe sim, porém quase sempre em lugares turísticos e comerciais. Levei cerca de um mês para começar a fazer amizades e descobrir os lugares mais alternativos durante o tempo em que morei em Dublin. Procurei semanas por lugares que tocassem Punk Rock, mas não tive sucesso. Fui então convidado a conhecer o tradicional pub The Foggy Dew. Fundado em 1901, localizado na região central Temple Bar, o lugar é realmente um dos pubs mais tradicionais entre os irlandeses. A decoração antiga é feita em madeira pura e com réplicas de discos de ouro como London Calling (The Clash) entre outros pelas paredes. Lembro que pensei “O que é que eu estou fazendo aqui?”. Um cheiro forte de madeira velha

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no ar, skinheads (Trad Skins, não nazi) por todas as partes, tiozinho de 60 anos dançando com a molecada de 20, espanholas, canadenses, asiáticos, etc. Gente de toda parte do mundo. Quem comanda o som é uma banda de ska famosa na cidade, chamada Bionic Rats. Conheci por lá um skinhead/Mod chamado Mark, ele é praticamente um personagem de desenho animado, conhecido em todos os bares, ele respira Reggae e ska, bebe mais cerveja do que água e se alimenta de qualquer coisa que não seja vegetal. Ele virou um grande amigo e a partir daí comecei a frequentar o Foggy Dew todos os domingos, para ver a banda e beber uma boa cerveja. Alguns dos rótulos diferentes que pude encontrar por lá, posso destacar a Joker IPA, uma IPA escocesa muito boa. Mas se você prefere algo mais tradicional pode encontrar também a Bulmers Irish Cider (Cidra Irlandesa) ou até mesmo


Da dir. para esq.: um dos rótulos comercializados no Pub, a Trouble Brewing e uma das especialidades, o tradicional Fish and Chips

os rótulos comuns como Paulaner e Guinness. Os preços vão de € 3,75 a € 5,00 Após toda essa maratona de música, cerveja e bagunça, se você pensa que é o fim da noite, você está muito enganado. Após o fim da discotecagem no Foggy Dew, a galera toda migra para o famoso bar The Garage. O Dj húngaro, Fuksz, comanda o lugar tocado somente em Vinil. Depois de conhecer esses lugares sempre bate aquela fome e uma excelente sugestão é o tradicional Fish and Chips. O preço fica por volta de € 9,00, mas vale cada centavo. Para fazer tudo isso não é necessário ôni-

bus. Pode-se cruzar uma boa parte da cidade gastando apenas €10,00 de táxi. Se preferir, vá a pé usando como ponto de partida o Spire (monumento em formato de torre) localizado na principal Avenida de Dublin, O’Connell Street. Siga para a direção do rio Liffey, após cruzá-lo siga em frente e entre à direita na Fleet Street e pronto. Em 10 minutos você estará no seu destino.

Mais na rede: The Foggy Dew - thefoggydew.ie Bionic Rats - thebionicrats.bandcamp.com

À esq.: O local do “after”, o bar The Garage, acima: a parceria com o Mark, o cara que respira reggae e ska e à dir.: a banda Bionic Rats, fazendo um ska da melhor qualidade no The Foggy Dew

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[ LIFESTYLE GIRL ]

Monique Peres

’ Rock n

Roll


na veia, na pele e no pub Um pub com cervejas importadas, onde nas noites tocam um bom Rock’n Roll. Para completar esse cenário, só faltava mesmo ela: a Diva Ruiva Monique Peres. O talento da tatuadora você já conferiu nas outras edições, agora confira no ensaio o lado sensual dessa moça de muita atitude. FOTO Fernando Bentes TRATAMENTO Carol Curti MAKE-UP Maicon Freitas e Tatiana Zaborszky






emos Agradec Abreu os ao Marc uipe eq e à toda s Pub an do Partis go Rua Cône eite, 944 Eugênio L Pinheiros 1-6457 (11) 236


Para ver mais fotos Clique Aqui


ADORNAMENTOS

Snoopy

Ronaldo Sampaio, mais conhecido pela alcunha de Snoopy, é piercer profissional desde 1998. É o Diretor Fundador da ATPB - Associação dos Tatuadores e Perfuradores do Brasil. Juntou-se a nós para desbravar o universo da perfuração. piercer-snoopy.blogspot.com.br

Entrevista exclusiva com Brian Skellie, um dos profissionais piercers mais respeitados no mundo Quem curte piercing sabe da importância dos procedimentos que envolvem perfurações. E quando se trata desse assunto, um dos primeiros nomes que vem a mente é Brian Skellie. Cofundador da APP (Association of Professional Piercers), ele completou 21 anos na área e merece nosso respeito. Levantador da bandeira em luta da disponibilidade de diferentes fornecedores e a variedade de joias seguras para todos os viciados em adornos. Afinal, manter os bons padrões de prevenção é muito mais seguro, não é? Confira nosso bate papo:

RS - Quais as diretrizes adotadas para educação técnica e tecnológica dentro das Conferências organizadas anualmente? Brian Skellie - Ao longo dos anos, a Association of Professional Piercers evoluiu de um processo de revisão para o programa educacional. Existe um comitê para supervisionar essa dinâmica. RS - Quantos participantes conseguiram reunir em 2013 na Conferência? Brian Skellie - Foram 950 participantes registrados oficialmente e muitos, que vieram ao evento apenas para comprar joias.

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RS - Qual a importância dessa Conferência para os Profissionais? Brian Skellie - Para um indivíduo, em qualquer nível de experiência, é valiosa a experiência de compartilhar ideias com uma grande variedade de pessoas em um mesmo lugar. É extremamente estimulante para o seu crescimento como profissional. Cada ano, as oportunidades de aprendizagem são únicas e a interação com a comunidade oferece melhorias, além de fortalecer a rede de colegas envolvidos. Em 2013 fornecemos 99,5 horas de educação contínua.


RS - Este ano você esteve no Brasil ao meu convite, gostaria de saber o que achou dessa experiência? Brian Skellie - Agradeço o privilégio de compartilhar ideias com colegas no Brasil ao lado de um grupo inteligente e bem preparado. Senti que os participantes eram sinceros em sua busca por conhecimento e prazer de interagir através das perguntas. Foi animada a discussão sobre nossas ideias. As traduções de Andre Meyer para minhas apresentações foram excelentes. Para mim, chegar ao evento foi uma mistura de sensações, pois havia à possibilidade de que meu primeiro filho nascesse enquanto eu viajasse. E realmente se tornou realidade. Eu tive que sair mais cedo para correr de volta ao hospital e encontrar minha esposa, que entrou em trabalho de parto com cinco semanas de antecedência. Estou tão feliz que cheguei a tempo de participar do seu nascimento.

RS - Qual a sua visão sobre a Anodização no quesito molecular no Titânio? Brian Skellie - Um aspecto importante da segurança é a limpeza da superfície da joia. A remoção de partículas e resíduos químicos podem ser feita com um ácido forte ou um processo de limpeza elétrico. A anodização é um desses processos de limpeza que não gera resíduo perigoso e pode ser feito de forma segura, barata e confiável num estúdio de perfuração ou por um fabricante de joias. Isto está descrito na norma ASTM F86. Um benefício adicional é que o Titânio e Nióbio podem ser coloridos para efeitos decorativos com o mesmo processo de anodização.

RS - Gostaria que falasse mais sobre a importância da segurança entre o elo Profissional e seus clientes. Brian Skellie - Posso arriscar a dizer que possivelmente a segurança de joias é o fator mais importante na modalidade piercing. É fundamental para garantir que os materiais sejam seguros e com padrão médico estabelecido e seguro em relação ao contato da pele e do tecido de cicatrização. Joias podem ser feitas com os mesmos

RS - Poderia falar um pouco sobre a Autoclave STATIM? Brian Skellie - No início de 1990, lá no meu estúdio Piercing Experience, eu estava estudando métodos de descontaminação e encontrei uma autoclave de vapor que alegava esterilizar em apenas 3 minutos e meio do início ao final estéril em 6 minutos e meio. Parecia bom demais para ser verdade, então eu pesquisei como a autoclave STATIM usava pulsos de pressão positiva

padrões de implantes cirúrgicos, sabia? E os resultados são otimistas: menos irritação, sensibilidade, descoloração, cicatrizes e danos ao tecido.

Conferência APP 2013 - Association Professional Piercers, com participação de Brian Skellie LIFESTYLE TATTOO | ED.4 JAN/FEV

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de vapor para lavar peças ocas e porosas. Fiquei surpreso que SciCan tinha documentado após a aprovação do Food and Drugs Administration . Organizações reguladoras semelhantes à ela em todo o mundo utiliza somando um total de mais de 100 países. Eu vi o seu valor e introduzi a esterilização como uso imediato na arte corporal junto com outras inovações práticas em medidas de segurança aplicadas e técnicas assépticas. Mais tarde, tornei-me um distribuidor autorizado e treinei mais de mil operadores para personalizar itens para seus clientes, reduzindo o desperdício e desenvolver uma assepsia eficaz.

RS - Sobre técnicas de Free Hand e torções de agulhas, o que poderia falar para os Piercers que tenham em mente ingressar nessa modalidade? Brian Skellie - Encontre um instrutor qualificado para evitar os riscos e os erros que poderiam causar imprecisão e lesões comuns. As agulhas comuns utilizadas para tubos de perfuração são cortadas para os dois lados, fazendo com que corte uma entrada em forma de U e orifício de saída. Tem que estar atento durante uma colocação mais precisa de joias, mas por outro lado reduz o potencial de formação de cicatrizes.

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LIFESTYLE TATTOO | ED.4 JAN/FEV

brnskll.com

2º Congresso Educativo para Perfuradores Corporais da América do Sul 2013, que ocorreu no Brasil

Alguns trabalhos desenvolvidos por Brian Skellie

Mais na rede: Brian Skellie - brnskll.com/about/ APP - safepiercing.org/piercing/jewelry-standards 2º Congresso para Perfuradores Corporais da América do Sul - piercer-snoopy.blogspot.com.br/2013/04/diasmemoraveis-de-muitas-informacoes-e.html


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[ UNS RIFFS ]

Aleks “Navau” Calibre 12

DIRETO

&

RETO De poucas e diretas palavras, Aleks “Navau”, nos conta como concilia as funções de tatuador, vocalista do Calibre 12 e praticante de muay thai TEXTO José Junior

A

leks Machado, ou simplemente Navau, é tatuador há 20 anos e adota como principal estilo o Realismo, com destaque para os animais, flores e caveiras que reproduz. Quase em paralelo à carreira de tatuador, ele conduz desde 1991, o vocal da banda paulistana Calibre 12, que faz um hardcore pesado, agressivo e com letras contundentes. Nas horas vagas , ainda treina muay thai e vê um jogo do time de coração, o Corinthians. Veja como ele concilia todas essas atividades, na entrevista ao lado:

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LIFESTYLE TATTOO | ED.4 JAN/FEV


LT - Por que o apelido de Navau?.. Aleks - Segredo.

tage, Racionais Mc’s, RPW, Opressed, Zumbis do Espaço...

LT - Como começou sua carreira como tatuador e em qual(is) estúdio(s) está trabalhando atualmente? Aleks - Comecei em 93, o Tuka e o Polaco me ensinaram algumas técnicas da época, aí fui aprendendo. Hoje eu trampo no Don Rodrigues em Sampa, no Wiliam Tattoo em Arujá, no Megusta Tattoo em Santa Isabel e no Sapópa Ink na V. Primavera (Zona Leste) toda semana.

LT - Qual a importância dos workshops e convenções para o tatuador? Você costuma participar? Aleks - Participo sim. Não tanto quanto deveria, mas participo pelo Lado B Escola de Arte. Acho bom para aprender coisas diferentes e ver outros(as) tatuadores(as) trampando.

LT - Como é conciliar a carreira de tatuador e de vocalista da banda Calibre 12? Aleks - Normal, só se organizar. LT - Quais são suas maiores influências na tatuagem? Aleks - Deano Cook, Tom Renshaw, Guy Aitchison, Grime, Lango, Cigano, Katerina Volkova, Dmitri Samohin... LT - E na música? Aleks - The Exploited, Misfits, Bob Marley, Israel Kamakwiwole, Slayer, GBH, The Casualties, Luta Armada, Cólera, Invasores de Cérebros, Oi! the Arrase, The Varukers, Body Count, Sabo-

LT - No álbum Hardcore Punk (2013), tem um som chamado Agulha no Olho. O que você pensa sobre a prática do eyeball tattoo no Brasil? Aleks - Acho bem loko, mas sabe quando vc vê alguma coisa e pensa: "isso vai dá merda". Mano, é muito arriscado mexer com a visão, tipo roleta russa...(risos). Mas é sinistro! LT - Ainda falando desse mesmo álbum, em Dia da Vingança, vocês tem a participação do piercer Snoopy, que inclusive é um dos colunistas de nossa Revista. Como começou essa parceria? Aleks - O Snoopy é irmão honorário do Calibre 12. Nós trampamos juntos durante um tempo no Don Rodrigues/Lado B, mas já conhecia ele de outra cena, lá pelos anos 90.

alguns trabalhos do ALEKS

Para ver mais fotos Clique Aqui

LIFESTYLE TATTOO | ED.3 NOV/DEZ

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LT - Pelo que vimos, você é um cara que curte muito futebol. Como é gostar desse esporte em um país onde são recorrentes casos de “viradas de mesa” e de corrupção e desvios, fora das quatro linhas? Aleks - Eu gosto do esporte, de jogar até. A cartolagem e aquela merda de dinheiro/ego é que fodem com tudo. Mas se for colocar na balança, os esportes que prefiro, vêm nessa ordem: muay thai, jiu-jitsu, depois o surf e por último, jogar uma bola.

LT - Para encerrar, qual o recado que você deixa para a galera que curte seu trabalho, seja tatuando ou no vocal agressivo do Calibre 12? Aleks - Ou você reaje ou você rasteja! Mais na rede: Aleks “Navau” - fb.com/aleks.punk Calibre 12 - fb.com/pages/Calibre-12/261098857265001 Dia da Vingança - soundcloud.com/calibre12hardcorebomba-na-cara

sergio deatchuk

mel gabardo

Ao lado: Aleks tatuando, no Don Rodrigues e ao fundo: bandeira de seu time de coração, o Corinthians

Fotos PB: detalhes de show do Calibre 12 em Curitiba e à dir.: show em Ferraz de Vasconcelos e participação do Snoopy

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LIFESTYLE TATTOO | ED.2 SET/OUT


NA AGULHA

Diogo Dias

Diogo Dias é vocalista da banda Vapor e amante de boa música. A cada edição indicará uma banda que vale a pena ser ouvida. www.fb.com/vapor.sp.rock

Uma mistura chamada Martinez Para variar, eu vou sair um pouco do rock – preste atenção, eu disse só um pouco – para falar de uma banda que tem ganhado os ouvidos de muita gente por misturar ritmos com uma química impressionante. Eles atendem pela alcunha Martinez. Nome tirado do RG do guitarrista e fundador, Rafael, que montou a banda acompanhado de Beto Montag, no vibrafone, marimba e percussão, Daniel Xingu, no baixo, e Nandinho Thomaz na bateria. Desde 2008, o quarteto paulistano se aventura numa espécie de alquimia instrumental, que segundo eles, culminam em uma fusão de “jazz, funk, gipsy, boogaloo e rock” inspirada em nomes que vão de Miles Davis a Frank Zappa e Tortoise. Admita: você ficou curioso. Eu também fiquei

quando os vi subir no palco pela primeira vez. O som é dançante, potente, grooveado, parece ser tudo. Mas o que não se pode negar é que o som é deles. Apesar de misturar muitas sonoridades, a Martinez consegue um resultado extremamente original. Você pode conferir o mais recente trabalho do quarteto no recém lançado “50ºC”. Álbum disponível em CD, vinil e digital. Um trabalho sincero, rico e brasileiro. Vai lá. Escute. Tenho certeza que será uma grata surpresa.

Para ouvir: martinezbr.com/ youtube.com/watch?v=1VcqKmOaiZI&html5=1#t=32

Da esq. para dir.: os integrantes do quarteto paulistano e a capa do recém o lançado álbum 50 C

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CAUSOS E PÉROLAS

Sr. Geléia

Cesar Vaz ou simplesmente Sr. Geléia, é proprietário e tatuador do Studio Gelly’s Tattoo. Divide seu tempo no vocal da banda Trovadores de Bordel. A cada edição nos contará um causo ou peróla do que viveu nos stúdios. gellystatoo@gmail.com

Tatuagens caseiras e chineladas No final dos anos 70, não existia tantos stúdios em São Paulo como hoje. Na verdade, se tivesse mais de cinco eu me surpreenderia. E mais, os jovens não tinham fácil acesso ao dinheiro para fazer essas tattoos profissionais que estavam começando a aparecer. A conclusão era simples: junto ao boato de que na cadeia as tatuagens eram feitas por máquinas caseiras ou na própria agulha mesmo, a única opção que as pessoas encontravam era tentar fazer artesanalmente suas próprias máquinas de tatuar. Com agulhas, pontas secas de compasso, máquinas feitas com motor de autorama, rádios e outros; em todo canto aparecia alguém com riscos, letras, mini gaivotas; tinta nanquim, tinta de caneta bic, e, outras coisas mais absurdas. Alguns marcavam mais leve no corpo e saia, outros, bem profundas que borravam todas. Os que conseguiam tatuar melhor, tentavam entrar no ramo. Mas se tinham poucos stúdios, os locais para vender materiais eram inexistentes. Tudo vinha de fora ou era improvisado aqui mesmo.

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LIFESTYLE TATTOO | ED.4 JAN/FEV

Além de que, aqueles que estavam no ramo não ensinavam para evitar a concorrência. Assim, poucos conseguiram seguir e quase nenhum jovem conseguiu fazer uma tatuagem caseira decente com os materiais que tinham. Essa prática continuou estragando as peles até o meio dos anos 90, quando os materiais ficaram mais fáceis de achar (apesar dos boatos de que as primeiras tintas a venda eram pra parede). A partir daí, a tragédia tomou uma proporção maior, pois qualquer um poderia comprar materiais e se dizer tatuador. Mas essa é outra história e que nem acabou ainda. Um dos maiores mitos entre os anos 70 até 90 era o da “chinelada”. Segundo sobreviventes da época, quando as tattoos começaram a não fixar na pele, tentaram fazer com que a tinta entrasse mais. Então, davam uma bela chinelada na tatuagem recém-feita para fixar a tinta (risos). Imagina? Completando o mito, também diziam que na cadeia só precisava de um par de chinelos pretos para tatuar. Um para derreter e fazer tinta e o outro pra dar a chinelada.


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A Lifestyle Tattoo e o Mimos da Si te dão uma capa para celular Iphone 4 personalizada. Para participar é fácil: basta compartilhar o Post de lançamento da 4a edição no fb.com/revistalifestyletattoo. A promoção é válida até o dia 31/01 e no dia 01/02, divulgaremos em nossa Fan Page o nome do vencedor.

MIMOS DA SI

www.mimosdasi.com.br


AGULHADA

Brian Stecco

Copa do mundo

só se for sem subúrbio

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LIFESTYLE TATTOO | ED.4 JAN/FEV

fato de que em nenhuma dessas cidades existem times de futebol que estão na série A do Campeonato Brasileiro. Ou seja, após a Copa será difícil dar uso pleno à esses estádios. Há quem diga que serão usados para shows, mas cá entre nós: você realmente acredita que a Madonna vai cantar em Cuiabá? Que a Lady Gaga, a Beyoncé, o Aerosmith vão se apresentar em Manaus, Natal ou Brasília? Grandes shows assim ficam no eixo Rio-SP, raramente vão para Porto Alegre ou Nordeste, no máximo. Seguiremos os passos da África do Sul, sede da última Copa, onde já se cogita implodir alguns estádios em que não foram encontradas formas concretas de utilização. A Copa não está sendo feita para o povo. Os interesses privados mandam, o de cima sobe e o de baixo desce. O capital massacra e nós assistimos a isso calados e gritamos gol. Ah, e as Olimpíadas vem aí.

Clique Aqui para acessar os vídeos Copa pra quem? - youtube.com/watch?v=35-UfaVUdyo A caminho da Copa - youtube.com/watch?v=nFcA2PKIcfQ Copa 2014: quem ganha com esse jogo - youtube.com/ watch?v=HmoLZBtqQ3c daniel marenco/folhapress

Dois mil e catorze em cena. Primeira edição da Lifestyle do ano e minha segunda publicação nessa coluna tão parcial, sucinta e acima de tudo crítica. Se minha modéstia já está nesse nível, imagina na copa. Haaaaaaja coração, amigo. E é sobre isso que as atenções estão voltadas nesse ano: a Copa do Mundo. Porém, pra mais de duzentos e cinquenta mil pessoas, a Copa já começou e nada de positivo aconteceu na vida dessa galera. Esse quarto de milhão de pessoas corre o risco de perder sua moradia durante as desapropriações que estão sendo realizadas em prol do evento da Fifa. Em todas as doze cidades que sediarão os jogos, existem casos de desapropriação. Famílias carentes que já sofrem o bastante nas mãos do capitalismo selvagem em qual vivemos, agora estão perdendo a única coisa que conquistaram em anos. Estão perdendo o direito mais básico de um ser humano: sua moradia. O governo a mando da Fifa, com a clara intenção de maquiar os problemas sociais gravíssimos que temos, está promovendo nada mais que uma limpeza étnica e social. A cidade capitalista existe somente para àquele que compra e para àquele que vende. Quem não se encaixa nesses padrões é banido, logo, o pobre, que está à margem desse sistema econômico, tem seus direitos usurpados, ainda mais quando os padrões de uma instituição é que dão as cartas. Enquanto isso, o sistema de saúde está jogado às traças, a educação vai de mal a pior e o povo é esquecido. “Não se faz Copa com hospitais”, diz a bola que não rola. Com as construções dos estádios dá pra perceber que alguns elefantes brancos vão surgir. As arenas multiuso de Cuiabá, Natal, Manaus e Brasília são um exemplo disso. Obras megalômanas que após a Copa serão pouco usadas. Isso se deve ao

Remoção da favela Metrô-Mangueira, que fica a 700 metros do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro


AGENDA

Com barulho de maquininha ou não. As dicas que você precisa para curtir o melhor rolê! CONVENÇÕES DE TATTOO 3º Convenção Arte na Alma

7, 8 e 9 de fevereiro Rua Quintino Bocaiúva, 691 Guarujá (SP) 13 3383-4365 / 13 9701-0487 Tattoo/CON (1ª Conferência Brasileira 3ª Expo Tattoo Vitória

para Tatuadores Profissionais)

8 e 9 de fevereiro Rua Constante Sodré, 157 - Santa Lúcia Vitória (ES) fb.com/expotattoovitoriaoficial

14, 15 e 16 de fevereiro Paulista Wall Street - Rua Itapeva, 636 São Paulo (SP) ladobestudio.com

ROTEIRO turístico

EXPOSIçÃO

Centro Histórico de SP

A trajetória da Copa do Mundo

Do Shopping Light saem os grupos para passeios pelo Centro Histórico de São Paulo, que acontecem quinzenalmente em sábados às 10:30 às 13:00 e aos domingos das 14:30 às 15:30. De 11/01 a 23/03 Shopping Light - R. Cel. Xavier de Toledo, 23 Centro - São Paulo (SP)

Para quem é de Curitiba, uma dica muito legal é ir visitar a mostra “Brasil – um país, um mundo”, que acontece de 7 de janeiro a 3 de fevereiro na capital paranaense e mostra momentos históricos dos Mundiais de Futebol. Memorial de Curitiba - R. Claudino dos Santos, 79 Centro - Curitiba (PR)

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