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O SĂndico em revista
Crédito sujeito a análise e aprovação. Use as concessões de crédito com responsabilidade. Esta peça contém informações gerais e indicativas.
Atendimento personalizado específico para o segmento
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O Síndico em revista
EM REVISTA
ANO 07 | Nº 41 | NOV/DEZ 2020
LGPD
Em vigor, nova lei sugere adaptações do ramo condominial. 3
O Síndico em revista
PERIGO
Síndico age rápido para corrigir dano estrutural em edifício.
ROSELY SCHWARTZ
É hora de pensar no planejamento orçamentário de 2021.
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O Síndico em revista
EDITORA Andrea Castilho DIRIGIDO A Condomínios residenciais, comerciais, associações, administradoras, construtoras e shoppings
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PERIODICIDADE: Bimestral
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PÚBLICO LEITOR: Síndicos, subsíndicos, conselheiros, zeladores, administradores e construtores CIRCULAÇÃO: Juiz de Fora / Minas Gerais JORNALISTA RESPONSÁVEL: Andrea Castilho 98887-6126 MTB 5892 logica@logicavirtual.com COLABORADORES: Aline Furtado Delman Santos José Maria Braz Pereira CONTATO PUBLICITÁRIO (32) 98887-6126 contato2@logicavirtual.com
HOMEOFFICE (32) 98887-6126 (32) 3236-2303 logica@logicavirtual.com www.sindicojf.com.br IMPRESSÃO Olps Gráfica A reprodução dos textosdesta revista requerautorização prévia da editora, por escrito, estando os infratores sujeitos às penalidades legais.
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As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
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O SÍNDICO em revista não se responsabiliza pelos serviços e produtos oferecidos pelos anunciantes.
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TIRAGEM: 4.000 exemplares
PRODUÇÃO
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SUMÁRIO
O Síndico em revista
APÓS 15 ANOS
Revista, mídias sociais e site passam por reformulações 08 LGPD Administradoras, síndicos e
empresas devem se adequar à lei
10 RISCO Conheça os passos tomados após
dano estrutural no Edifício Maxim
16 ENTREVISTA Como preparar o orçamento dos condomínios para 2021
18 ARTIGO Vida coletiva nos condomínios precisa de líderes preparados
EDITORIAL
Você está preparado? Em novembro de 2005, estava eu, varando a madrugada no escritório, para enviar para a gráfica a primeira edição do jornal O Síndico. Passados 15 anos, de muitas páginas editadas, impressas e distribuídas, estamos nós, aqui, em homeoffice, conectados inclusive com pessoas de outros estados, preparando, a edição comemorativa de 15 anos deste veículo. Na memória, vieram à tona muitos momentos vividos durante este período, como a realização do 1º Dia do Síndico e o lançamento do site Sindicojf. Hoje, por coincidência, estamos anunciando o 11º Dia do Síndico que será realizado, pela primeira vez, no formato online, e também preparando uma novidade: em breve, nosso site estará totalmente reformulado. Estamos apostando no futuro e, para isso, nossa revista e nossas redes sociais estão de cara nova. Nossa logomarca mudou, o site vai mudar e o Dia do Síndico também. Aí eu me pergunto: será que estávamos preparados para todas estas mudanças? Sinceramente, acho que não, porém, assim como eu, muitas pessoas estão tendo que se adaptar, a fim de enfrentar os desafios impostos pelas novas tecnologias, que vieram para ficar. Creio que seja melhor dominar estas ferramentas do que sucumbir a elas. E eu digo isso a você, síndico, que também está diante de situações para as quais não se preparou. Afinal, quem diria, por exemplo, que viveríamos um ano de pandemia, no qual dependeríamos tanto dos dispositivos eletrônicos de comunicação e transmissão de dados? O momento é revolucionário dentro e fora dos condomínios e, por isso, convidamos a professora Rosely Benevides Schwartz, autora do livro “Revolucionando o Condomínio”, 6
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para nos conceder uma entrevista especial. Ela trouxe dicas importantes sobre como preparar o orçamento condominial para o ano de 2021. Este também é o tema de sua palestra online no dia três de dezembro, em comemoração ao Dia do Síndico, que estamos promovendo. Aproveite e inscreva-se! E, para inspirar os síndicos ainda mais, contamos a história do Edifício Maxim, do bairro Cruzeiro do Sul, que chegou a ser interditado por risco de desabamento. A forma como o síndico lidou com o problema e o contornou serve de lição para que sejamos capazes de enfrentar situações complexas e encontrar soluções viáveis, resolvendo o problema, por mais complexo que seja. Neste sentido, me anima ver que, mesmo em tempos de incerteza, empresas do ramo de condomínio de nossa cidade estão investindo e crescendo, colhendo resultados de anos de trabalho e se lançando em novos desafios. E, como diz o consultor de condomínios José Maria Braz Pereira em seu artigo, “alguns vão ficar, outros vão passar, pois crise é como peneira, separa”. A todos, uma leitura reflexiva, um bom Natal e um Ano Novo de esperanças!
ANDREA CASTILHO
EDITORA
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LGPD
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS exige atenção do ramo condominial SANÇÕES COMEÇAM A VALER EM 2021, MAS ADMINISTRADORAS, SÍNDICOS E EMPRESAS DEVEM SE ADAPTAR
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Lei 13.709/2018 ou Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) entrou em vigor em 18 de setembro. Com isso, foram estabelecidas regras sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive em ambiente digital, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado. O objetivo é proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade, além do livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural. A partir de agosto de 2021, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), tão logo seja criada, poderá aplicar sanções como advertência, multas de até 2% do faturamento da pessoa jurídica (com limite de até R$ 50 milhões) e até a proibição total ou parcial de atividades que envolvam tratamento de dados. A lei deixa claro que, por serem pessoas jurídicas ou naturais que promovem atividades econômicas, as administradoras de imóveis e condomínios, gestores de condomínios, gestores de locação, corretores de imóveis e síndicos profissionais devem se adaptar. E os condomínios? Todos devem atender à LGPD? No caso de condomínios com formato de shopping center, sim. Por outro lado, a lei não aborda o tratamento de dados coletados por pessoas naturais para fins particulares e sem fins econômicos. “Em nossa opinião, os condomínios estão obrigados a se adequar. Compreendemos que a lei visa à proteção a todo dado tratado no país, mesmo que se considere eventualmente que condo8
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mínio não seria ‘pessoa jurídica’”, explica o advogado e sócio da Karpat Sociedade de Advogados, Alfredo Pasanisi. Caso os condomínios contem com empresas terceirizadas (por exemplo, para controle de acesso e filmagens das áreas comuns), fica ainda mais clara a obrigação desses dados estarem submetidos à proteção pela LGPD. “Os condomínios precisam cuidar da forma como tratam os dados de pessoas, como no caso de ingresso de visitantes ou prestadores de serviços. Além disso, precisam cuidar das imagens das áreas comuns, que permitam ou possibilitam identificar pessoas. De acordo com a lei, todo e qualquer dado pessoal que identifique ou que torne uma pessoa identificável deve ser protegido e utilizado exclusivamente aos fins a que se destinou a coleta dos dados. Um exemplo: se alguém ingressar no condomínio e a portaria obtiver o cadastro, no computador, de dados como RG, foto, endereço etc., ainda que não estejam em ambiente de internet, tais dados devem ser armazenados com cuidado e excluídos logo depois de cumprida a finalidade”, pondera o advogado. É importante que os condomínios exijam que seus prestadores de serviços se adequem à nova lei, o que, de acordo com Pasanisi, pode ser feito mediante aditivos nos contratos vigentes ou inclusão nos contratos futuros. DADOS PESSOAIS Pela lei, o conceito de dado pessoal é amplo e abrange qualquer informação relacionada à pessoa natural identificada ou identificável, tais como: nome, RG, CPF, e-mail, religião, telefone, orientação sexual, origem racial ou étnica etc. A imagem de uma pessoa, seja foto ou vídeo, é um dado pessoal, desde que a partir desta imagem seja possível identificá-la. Uma das principais regras da LGPD consiste no consentimento da
Alfredo Pasanisi, sócio da Karpat Sociedade de Advogados, entende que os condomínios estão obrigados a se adequar
utilização de dados, o qual deve ser feito pelo usuário no primeiro contato com quem o solicita, competindo a este explicar a finalidade da coleta dos dados e a forma como irá armazená-los. A revogação desse consentimento, no entanto, pode ser feita a qualquer momento. “A exigência quanto à eliminação de dados somente pode ser feita pelo titular quando deixar de ser condômino, hipótese em que estará esgotada a finalidade do tratamento dos seus dados pelo condomínio”, explica Pasanisi. Já o artigo 7º da LGPD define que o tratamento de dados pode ser realizado independente de consentimento do titular, quando necessário para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador ou, ainda, quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou terceiro. “Assim, caso de requerimento do CPF para emissão do boleto condominial, por ser exigência do Banco Central, dispensa o consentimento do titular”, explica o advogado. ADEQUAÇÃO De acordo com o Pasanisi, as empresas que já tinham como prática o respeito à privacidade dos titulares de dados sofrerão menos impacto. “Contudo, a lei trouxe algumas definições de caráter organizacional, ou seja, ter alguém designado para atuar como controlador (a quem competem as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais) e operador (que realiza o tratamento de dados
sário contratar um operador de proteção de dados, o condomínio deverá incluir tal despesa na previsão orçamentária após aprovação em assembleia. “Inicialmente, vamos adotar procedimentos que não gerem despesas.” EMPRESA QUE ATENDE A CONDOMÍNIOS
Thiago Aragão, da Águila Administradora, afirma que está orientando síndicos sobre a LGPD
pessoais em nome do controlador’). É preciso estar atento a isso.” Segundo o sócio da Águila Administração de Condomínios, Thiago Aragão, a empresa está finalizando a elaboração de material a ser disponibilizado para síndicos e colaboradores, no intuito de orientá-los a seguirem todas as diretrizes elencadas na LGPD. “Entendemos ser de suma importância treinar e capacitar todos os envolvidos, além de adotar medidas que evitem o risco de vazamento de dados.” Para ele, o fato de as sanções passarem a vigorar no próximo ano representa um tempo para adequação. “Isso dará um fôlego para que as administradoras e condomínios possam implementar as mudanças necessárias.” Segundo Thiago, caso seja neces9
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Como a LGPD também abrange empresa, o Bahamas Cred, que atende, inclusive, ao ramo condominial, precisou se adequar. “Lidamos com dados sensíveis de pessoas e empresas, e utilizamos destes dados para gestão de crédito e de benefícios para nossos clientes e colaboradores de diversas empresas da região. A lei trouxe maior transparência e disciplina nos processos de coleta, armazenamento, processamento e descarte dos dados. Por meio da LGPD, o direito de acesso aos dados passou a ser facultado aos clientes, incluindo a informação sobre como seus dados pessoais serão utilizados e até sobre como ocorre a eliminação de dados físicos e digitais. Para atendimento a esta realidade, todos os processos foram revisados e readaptados”, explica o profissional de Compliance, Danilo Fernandes. A empresa investiu em consultoria; promoveu melhorias no departamento de Tecnologia da Informação, garantindo mais segurança e agilidade nos processos de tratamento e armazenamento de dados; além de ter contratado uma empresa parceira com conhecimento em descarte de dados sensíveis. Foi criado, ainda, o canal de Privacidade e Proteção de Dados.
RISCO DE DESABAMENTO
APÓS CORREÇÃO DE DANO NA ESTRUTURA, moradores voltam ao prédio do Cruzeiro do Sul CONHEÇA AS MEDIDAS TOMADAS PELO SÍNDICO PARA REVERTER SITUAÇÃO DE GRANDE PERIGO
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onstruído há 28 anos, o Edifício Maxim, localizado na avenida Barão do Rio Branco, na altura do bairro Cruzeiro do Sul, foi alvo de olhares e atenções ao ser interditado, no dia 30 de agosto. O prédio conta com 20 unidades, sendo quatro por andar, além do andar subterrâneo, onde fica a garagem. Síndico do condomínio desde agosto de 2013, o síndico profissional e proprietário da Prosind, Pedro Gattás Bara Filho, afirma que o edifício nunca havia apresentado qualquer problema. “Entre agosto e outubro de 2017, os proprietários demandaram proteção extra em toda a laje e pilares, que são locais sujeitos a intempéries e à ação do tempo. O serviço foi realizado e tudo estava normal, inclusive com laudo pericial de conclusão do serviço assinado pelo engenheiro responsável.” Na tarde do dia 30 de agosto, um domingo, Bara recebeu a ligação de um morador, relatando ter ouvido um barulho, afirmando já ter acionado o Corpo de Bombeiros. “Fiz contato com o engenheiro Luís Guilherme Rosa Filgueiras, responsável técnico pelo cálculo do prédio na época em que foi construído, e fui até o local fazer fotos. Corremos contra o tempo. Luís Guilherme mobilizou equipes, tendo como foco, sempre, as pessoas. O prédio foi evacuado no dia 30 e, com o local sem moradores, começamos a pensar na parte técnica, a fim de identificar o que havia causado danos na estrutura do edifício. O que aconteceu foi um evento que fica entre um rompimento e uma fissura grave em um dos pilares da estrutura. Não tivemos qualquer dano em outra parte do prédio.”
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Em 30 de agosto, o Edifício Maxim apresentou uma fissura grave em um dos pilares da estrutura
Naquele mesmo dia, além dos 16 dos 20 apartamentos desocupados, 20 famílias moradoras de imóveis localizados nos fundos do prédio, nas ruas Sarandira e Água Limpa, no bairro Santa Luzia, foram retiradas de casa. No dia seguinte à retirada dos moradores, a caixa d’água foi esvaziada. “O peso representava 15 toneladas no alto do prédio. Assim, os bombeiros indicaram o esvaziamento, assim como a retirada dos veículos que estavam na garagem. Os moradores puderam ter acesso aos apartamentos, acompanhados por um bombeiro, para retirar alguns pertences. Neste dia, foram iniciadas as obras de reparo no pilar danificado.” Vinte e quatro horas após o evento, a seguradora foi acionada. “Após ser acionada, foram realizadas duas vistorias, uma por um vistoriador e uma por um engenheiro especialista em estruturas. A visita do engenheiro especialista envolveu uma reunião com o engenheiro Luís Guilherme, que assumiria as obras de re-
Técnica de “encamisamento”: um novo pilar é construído em volta do pilar original, por meio do uso de ferragens e concreto
paro na estrutura danificada.” No dia 2, após a realização de levantamento topográfico, que apontou que não havia movimentação do edifício, obras corriam em ritmo acelerado. O síndico explica que o serviço realizado envolve a concretagem por meio da aplicação de graute, um tipo de concreto de alta resistência utilizado para preencher vazios de concretagem. Nova ferragem foi utilizada de forma a envolver todo o pilar danificado. “O graute é um concreto quase líquido, que penetra nas fissuras e trincas em três dias, apresentando dureza equivalente ao concreto curado.” A técnica utilizada por ser chamada de “encamisamento”, que é como se um novo pilar fosse construído em volta do pilar original, por meio do uso de ferragens e concreto. A primeira etapa foi efetuada de forma emergencial, no pilar danificado, pelo engenheiro responsável. No dia 4, foi realizada uma assembleia extraordinária emergencial para expor a situação aos proprietários e para levantar os valores necessários. “Foi feito um rateio de R$ 100 mil, valor inicial estimado para a realização das obras, até que seja feito o ressarcimento pela seguradora. Destaco aqui todo o apoio da Contato Administração de Condomínios para a realização da assembleia e também nos dias seguidos, visto que temos lidado com uma grande movimentação, que gera imenso volume de notas e pagamentos.” No dia 6, às 14 horas, os trabalhadores concluíram a concretagem da fissura do primeiro pilar. No dia 9, após 11
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avaliação do engenheiro, a Defesa Civil liberou as casas localizadas nos fundos do edifício, assim como o prédio, inclusive após vistoria realizada no elevador.” A segunda etapa das obras foi realizada de forma preventiva, por orientação dos engenheiros responsáveis. “Nesse outro pilar, está sendo utilizado concreto comum.” O Edifício Maxim foi liberado para os moradores após o término desta segunda etapa das obras, concluída em outubro. VAZAMENTO DE ÁGUA Relatos de moradores da região apontam para um vazamento de água volumoso dias antes do evento, observado nos fundos do prédio, na rua Sarandira. “Pessoas da região estão se juntando, tanto no levantamento de informações quanto na organização de uma comissão que deverá contratar um serviço geológico, a fim de verificar rachaduras no asfalto e constantes trepidações que vêm sendo percebidos na área. A intenção é apresentar o resultado desse estudo aos órgãos públicos, a fim de que seja estudada uma solução para a via.” Em nota, a Cesama informou que no dia 23 de agosto, oito dias antes do evento no Edifício Maxim, efetuou um reparo de vazamento de água na avenida Rio Branco. Ainda em nota, ressaltou que a “companhia não localizou ocorrências de vazamento oriundas do imóvel em si”. O condomínio constituiu um advogado para tratar de assuntos pertinentes ao prédio, representando o condomínio perante seguradora e órgãos públicos, além de cuidar da relação com moradores da região.
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O SÍNDICO EM REVISTA
NOVA IDENTIDADE VISUAL anuncia a chegada de novos tempos APÓS 15 ANOS DE CRIAÇÃO DO JORNAL O SÍNDICO, REVISTA, MÍDIAS SOCIAIS E SITE PASSAM POR REFORMULAÇÕES
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á 15 anos, entre novembro e dezembro de 2005, circulava a primeira edição do jornal O Síndico, com oito páginas, em formato tabloide. “O jornal nasceu de uma sugestão dada pelo meu pai, Joaquim Augusto de Castilho, que atuava no segmento de administração de condomínios. Eu trabalhava na área de Comunicação, dividindo espaço do escritório com ele. Ao voltar de uma viagem, ele me apresentou um jornal destinado a síndicos, e sugeriu que eu criasse um informativo para Juiz de Fora. Começamos e a aceitação foi boa. O jornal ‘rodava’ em uma gráfica rotativa de Petrópolis. Lembro-me de ficar até a madrugada no escritório em véspera de fechamento. Eu escrevia os textos, tínhamos uma pessoa responsável pelas ilustrações, outra pela venda dos anúncios e meu pai auxiliava na edição das matérias”, lembra a editora d’O Síndico, Andréa Castilho. O veículo circulou
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A editora Andréa Castilho e o diretor comercial do Grupo Emidia, Diogo Garcia, em reunião para traçar diretrizes sobre o novo site
como jornal até 2104, quando, segundo ela, passou a buscar mais qualidade para oferecer aos leitores. “Pensando em qualidade, desenvolvemos a revista que seria um veículo produzido em material mais durável, afinal, é comum que os síndicos o utilizem como fonte de consulta. A aceitação quanto à revista foi muito positiva. Quando lançamos o novo formato, não sabíamos se íamos conseguir manter a publicação, mas isso foi possível graças aos nossos parceiros, fontes, colaboradores e anunciantes.” Em 2009, foi criado o site Síndico JF, período em que Andréa, por meio da empresa Lógica Comunicação, começou a promover cursos e eventos relacionados ao ramo condominial, como o Dia do Síndico. “No 1º Dia do Síndico, em novembro, de 2009, as pessoas tinham dificuldade para entender termos básicos, como ‘regimento interno’ e ‘convenção’. Ao longo dos anos, percebi mais entendimento, mais familiaridade com as rotinas e com o funcionamento de um condomínio.” EVOLUÇÃO Além da importância do Dia do Síndico, ela aponta a relevância da revista. “Fazemos um papel de ‘formiguinha’, mas sei que nosso trabalho vem contribuindo para a evolução do mercado local, que sempre teve nosso jornal/revista como referência. Recebemos relatos de pessoas que afirmam que aprendem, sanam dúvidas, buscam conhecimento e resolvem
desafios do dia a dia de um condomínio por meio do veículo. Somos também uma ponte entre a demanda por serviços e produtos por parte do condomínio e a oferta, que são as empresas e profissionais do ramo. Por outro lado, buscamos oferecer caminhos que fazem com que o síndico possa gerir de forma mais eficiente, prática e econômica, fazendo com que o conteúdo gerado aqui seja útil em qualquer lugar do país. Para tanto, somos criteriosos quanto à apuração e ao conteúdo de parceiros que colaboram com a revista.” Andréa lembra que, antes, sem a facilidade de busca na internet, as pessoas só tinham como fonte principal de informação, consultar livros e revistas. “Ainda que tenhamos toda a diversidade tecnológica, nosso objetivo é manter a revistas por longos anos, afinal, as pessoas a recebem no conforto dos seus lares e têm toda a facilidade de manusear, folhear, guardar”, pondera, lembrando que uma grande parcela de leitores ainda lê fisicamente. Para ela, “se Juiz de Fora não tivesse o veículo O Síndico, não seria a mesma cidade em termos de gestão condominial”. Ao longo dos 15 anos, O Síndico nunca perdeu a periodicidade bimestral. O NOVO SE ANUNCIA O ano de 2020 anuncia novos tempos. Para marcar, o novo projeto gráfico, que imprime à revista nova
identidade visual, traz elementos que trabalham conceitos como confiança, inteligência, modernidade e lealdade. As mídias sociais e o site (Síndico JF) ganham nova logomarca que representa o segmento de atuação: um conceito minimalista e moderno de prédios ou condomínios verticais. “Quinze anos depois, estamos reformulando nossos produtos. As marcas contarão com nova identidade visual; o site está sendo reformulado; o Dia do Síndico, depois de 11 anos, será em formato online; e apresentaremos novidades em nossas redes sociais. Partimos para os próximos 15 anos de forma completamente diferente”, anuncia Andréa. De acordo com a editora, o trabalho online no Facebook e Instagram vem sendo feito experimentalmente há alguns anos, mas a necessidade de investir de outra forma nas mídias sociais veio em função do momento. “Além da questão do online ter sido alavancado pela pandemia, que trouxe uma verdadeira explosão da utilização dos recursos digitais, venho passando por mudanças profissionais e pessoais.” O tempo de amadurecimento fez com que Andréa enxergasse a necessidade de ser referência para o público de Juiz de Fora e região, abordando o que ocorre localmente. “Há outros veículos no país que trabalham com propriedade com o segmento condominial, mas percebi que era necessário abordar nossa cidade, dar voz a pessoas e autoridades daqui, além de fomentar a economia, negócios e parcerias. Queremos que o público se sinta identificado em nossas redes sociais, assim como já ocorre com relação à revista.” As mídias sociais – Instagram e Facebook, passam a exibir as novidades no dia 1º de novembro, trazendo conteúdo com formato diferente e atrativo, proporcionando leitura rápida, objetiva e, claro, conteúdo que apresente soluções para os síndicos. “Pretendemos informar, prestar serviços e entreter, provocando um diálogo com nosso público, que poderá dar seu retorno por meio das plataformas. Teremos, ainda, espaço para promoção de empresas, cursos, prestadores de serviços, sorteios, ofertas, promoções e lives com pessoas.” O site atual será mantido porém o novo portal de conteúdo poderá ser acessado entre os meses de fevereiro e março. “Será uma grande vitrine, com espaço para notícias, colunistas, agenda de cursos e eventos, legislação, fornecedores, anunciantes e patrocinadores. Nossa intenção é ampliar a geração de conteúdo, sempre prestigiando o público local.” 15
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Diante de todas as mudanças, a Lógica Comunicação não poderia ficar de fora, ganhando, em breve, nova marca. “Como empresa especializada no ramo condominial, contando com a confiança de parceiros, adquirida ao longo de 15 anos, iremos oferecer, no próximo ano,
serviços como criação de sites, gerenciamento de mídias sociais e marketing digital, ampliando a esses parceiros a possibilidade de acesso ao público-alvo.” DIA DO SÍNDICO Adequando-se às diretrizes de segurança em tempos de Covid-19, o Dia
do Síndico, este ano, será realizado em ambiente virtual. O evento está marcado para o dia 3 de dezembro, de 19 às 21h30, por meio da plataforma Zoom. Um dos temas abordados será “Conflitos Condominiais em tempos de pandemia”, um debate que contará com participação de síndicos e administradores locais e terá a mediação da editora da revista O Síndico, Andrea Castilho. A professora Rosely Benevides Schwartz, de São Paulo, autora do livro “Revolucionando condomínios”, conduzirá o tema da palestra virtual “Como preparar o orçamento do condomínio para 2021 – dicas práticas”. A noite contará, ainda, com momentos de descontração, por meio de duas inserções de show de humor, e com sorteios. Para agregar mais valor à 11ª edição do evento, será lançada a FEICOND JF, uma feira online onde o público poderá encontrar informações e contatos sobre produtos, serviços e soluções para condomínios. A feira estará aberta à visitação entre os dias 30 de novembro e 30 de dezembro. Para participar do 11º Dia do Síndico, basta acessar o link que será divulgado nas redes sociais e preencher o formulário. A participação é gratuita. “Pretendemos reunir, online, síndicos, subsíndicos, gerentes prediais, administradores e demais pessoas e empresas ligadas ao ramo, não apenas de Juiz de Fora, mas de outras cidades do país. Creio que a partir desta experiência, iremos organizar mais eventos em ambiente virtual ao longo do próximo ano”, afirma Andréa. O 11ª do Dia do Síndico conta com o patrocínio do Sicredi, Provid e Bahamas Cred.
ENTREVISTA
ORÇAMENTO 2021 É hora de planejar! O ANO MARCADO PELA PANDEMIA ESTÁ CHEGANDO AO FIM E O NOVO SE APROXIMA. COMO PREPARAR O ORÇAMENTO PARA 2021?
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ara responder a esta pergunta, entrevistamos a coordenadora e professora do curso de Administração de Condomínios e Síndico Profissional da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, Rosely Benevides de Oliveira Schwartz. Autora do livro “Revolucionando o Condomínio”, Rosely participará do evento online que está sendo preparado em comemoração ao 11º Dia do Síndico, abordando o tema “Como se preparar para o orçamento de 2021? Dicas práticas”. Revista O Síndico: Como preparar o orçamento dos condomínios para o ano de 2021, tendo em vista o período pelo qual passamos e ainda estamos passando? Rosely Schwartz: Será necessária muita atenção dos síndicos e das administradoras na previsão orçamentária para o próximo ano, dado que muitas das consequências da pandemia ainda estão por vir. As projeções dos especialistas em economia apontam para um ano difícil, com muita falta de dinheiro no mercado e aumento no desemprego. Diante disso, os síndicos precisam reduzir despesas e somente as obras necessárias deverão ser realizadas. Recomendo que não deixem de realizar as manutenções preventivas, pois as corretivas são muito mais caras. Quanto aos salários dos funcionários, evitar as horas extras e as férias deverão ser concedidas da forma como determina a legislação, ou seja, trinta dias de descanso. Caso o funcionário tenha direito, conceder somente quando solicitado o abono pecuniário, em que o funcionário descansa 2/3 do que tem de direito nas férias e trabalha 1/3, recebendo em dobro. Com relação aos contratos, como proceder? Em que casos se deve propor
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redução de valores e em quais se deve tentar o não reajuste? Será fundamental conversar com os fornecedores e prestadores de serviço para que os contratos sejam renegociados com bases em um índice que não seja o IGP-M, o qual teve seus percentuais disparados nesse ano (18,10% acumulado) em relação a outros índices como o IPCA (2,16% acumulado) e o INPC (3,19% até o final do ano). Os reajustes salariais em geral ficaram em torno de 3,65%. Com base nos acordos firmados é que os síndicos irão completar a previsão orçamentária. Quais são as dicas para uma prestação de contas eficiente? A prestação de contas será eficiente se demonstrar em gráficos e quadros todas as principais realizações que ocorreram no período que se está analisando. Demonstrar o resumo de toda movimentação financeira ocorrida, como saldo inicial, entradas e saídas e saldo final (conta corrente, fundo de reserva e fundo de obras ou benfeitorias), as obras que foram realizadas com e sem rateio. Deve também mencionar todas as inspeções legais que foram realizadas, como lavagem de caixa d’água, análise de água, desinsetização, AVCB (Auto de Vistoria
do Corpo de Bombeiros), RIA (Relatório Inspeção Anual dos Elevadores) e gás. Quais são os objetivos do Código de Conduta de Gestão Condominial, lançado no dia 27 de outubro, pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo CRA-SP, por meio do Grupo de Excelência em Administração de Condomínios (GEAC), do qual é administradora? Os principais propósitos do Código de Conduta são permitir aos profissionais e administradoras de condomínios nortearem sua atuação na busca da qualidade, eficiência e princípios éticos, proporcionando transparência, valorização patrimonial e maior segurança aos proprietários/ moradores e usuários de condomínios. duta?
Por que criar um Código de Con-
Atuo na área de Administração de Condomínios desde 1994 e observo a falta de responsabilidade, capacitação e ética relacionadas à administração de condomínios, sendo também muitas delas apontadas pelos meus alunos, que notam com as aulas que muitas das ações que deveriam ter sido adotadas não foram e nem foram orientados sobre os riscos que estavam correndo. Dentre as questões mais apontadas estão falta de transparência na prestação de contas, tanto mensal como a anual; omissão do recolhimento de INSS referente à isenção do síndico e de profissionais autônomos; benefícios obtidos por meio de venda de serviços; demonstrativos financeiros não conciliados. Devido a estes poucos exemplos será muito importante ter uma referência e que as empresas administradoras criem seus próprios Códigos de Conduta. Quais são os princípios essenciais constantes no Código de Conduta? Os dez princípios essenciais para a gestão condominial são: Responsabilidade; Confidencialidade; Conflito de interesses; Responsabilidade financeira; Integridade e Ética; Legalidade; Reflexão; Excelência, qualidade na prestação de serviço; Transparência; Confiança. Em Juiz de Fora, tem se falado sobre a necessidade de criação de uma associação de administradoras. Como o Código de Conduta poderia auxiliar nesse processo? O conteúdo tem a ver com tais anseios em nossa cidade? É importante enfatizar que a administração de condomínios faz parte das Rosely participará do evento online em comemoração ao 11º Dia do Síndico 17
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atividades dos administradores e que a profissão é regulamentada desde 1965. Desta forma, as empresas devem ter registro no CRA, bem como ter um responsável técnico também registrado. As empresas de Juiz de Fora poderão buscar o CRA-MG para criarem um grupo de debate e trabalho, visando melhorar a qualidade dos serviços, bem como criar um diferencial no mercado. Qual é sua expectativa para o Dia do Síndico, evento realizado pela primeira vez em Juiz de Fora de forma virtual? Tenho certeza de que será um evento muito importante e que trará informações fundamentais para os gestores. O tema que irei apresentar será “Como se preparar para o orçamento de 2021? Dicas práticas”. Irei demonstrar nos slides o passo a passo para obter um orçamento possível de ser cumprido, mesmo com as previsões negativas para o ano de 2021. A possibilidade de ser online facilitará muito a participação, inclusive com a possibilidade de esclarecimento de dúvidas.
Os síndicos precisam reduzir despesas e somente as obras necessárias deverão ser realizadas
Em função do dia do síndico, celebrado no dia 30 de novembro, deixe, por favor, uma mensagem aos síndicos. Desejo às síndicas e aos síndicos muita saúde e sabedoria para enfrentarem todos os desafios que o cargo apresenta. Buscar sempre o conhecimento trará segurança às decisões. Ter como objetivos da gestão a transparência, a segurança de forma geral e a qualidade resultará, com certeza, no sucesso. Implantar um canal de comunicação 360° também contribuirá para trazer maior equilíbrio à gestão. Hoje há várias tecnologias que possibilitam, de forma rápida, a comunicação. Lembro também que não se preocupem se não agradarem 100% dos moradores, pois nem o Criador conseguiu esta proeza. Tendo a aprovação de 70% já pode ser considerada uma ótima gestão. Muito sucesso!
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DECIDIR E RECOMEÇAR Eis a solução
POR JOSÉ MARIA BRAZ PEREIRA Consultor de empresas e de condomínios
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iveremos uma nova era, onde precisaremos nos decidir diante de situações diversas, a fim de recomeçarmos Iniciamos saudando os síndicos, que são pessoas que, eleitas pelos moradores para cumprir uma formalidade, recebem uma série de problemas, deveres e atribuições que, muitas vezes, lhe são desconhecidos, mas que não os isentam das responsabilidades, apesar das circunstâncias adversas que o levaram a ocupar tal encargo. Ocupar o cargo de síndico é uma tarefa difícil quando se está disposto a fazer um bom trabalho porque lida com situações variadas, com cobranças constantes e críticas, algumas justas, outras sem fundamentos. Daí, o papel de síndico é de suma importância na gestão (administração), manutenção e solução de problemas do condomínio. Recebam nossas homenagens pelo seu dia e tenham um final de ano feliz e um ano novo de sucessos. Ainda sem saber como estaremos no novo ano, certamente depois de passada a pandemia, seremos colocados numa pós-crise, como tantas outras já vividas pela humanidade. Já sabemos que, na vida empresarial, alguns vão ficar e outros vão passar, pois crise é como peneira, separa. Em razão destes fatos, pesquisamos o passado e verificamos que tempo de crise é tempo de novas ideias. Como exemplo, citamos a bicicleta, que surgiu em 1815, após a crise do vulcão na Indonésia, onde 18
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o transporte era feito por cavalos e, com a morte de um número incalculável desses animais, surgiu a ideia de juntar duas rodas e, sobre elas, uma tábua, apoiando uma sela ligada ao guidão. Com os pés, as pessoas davam passos e conseguiam caminhadas longas, surgindo daí a ideia de acionar a corrente e os pedais. Isso nos anos 1860. A ideia da bicicleta está aí, em pleno vigor, além de meio de transporte, é um instrumento de treinamento físico. Reportando ao nosso título, viveremos uma nova era, onde precisaremos nos decidir diante de situações diversas, a fim de recomeçarmos, darmos uma nova chance a nós mesmos, acreditando em si. Será preciso reavaliar nossas possibilidades, lembrando alguns conceitos antigos, como “a pressa é inimiga da perfeição”. Mas não podemos parar. Lembro aqui o velho ditado francês cuja tradução é “Quem não pode galopar, trota”, ou
Na vida empresarial, alguns vão ficar e outros vão passar, pois crise é como peneira, separa.
seja, não podemos esperar as condições ideais, ao contrário, devemos nos lançar, planejando a ação, reinventando. Para conseguirmos bons resultados, lembremos que o isolamento social, nos colocou diante de uma realidade que nos mostrou seres pensantes e sociais, ou seja, que não podemos viver isolados. Não podemos esquecer que a vida coletiva nos condomínios precisa de líderes preparados. A aprendizagem é um processo contínuo, onde ética e confiança devem prevalecer. Nossos estudos nos levarão a novos tempos. Precisamos nos humanizar, aprender a comunicar melhor, dialogar, enfim, teremos que acabar com as portas que só abrem por dentro. Que o ano 2021 seja de parceria de muita oportunidade para aprender. Abraços!
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