LONA 688 - 02/04/2012

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Ano XIII - Número 688 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, 02 de abril de 2012

lona.up.com.br

Curitiba comemora aniversário de 319 anos com inauguração de Hospital do Idoso

ESPORTE

8 dos 12 estádios estão com menos de 50% das obras prontas

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ECONOMIA

As instituições financeiras e o cumprimento da Lei

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Andrew Souza

MEIO AMBIENTE

Curitiba participou da “Hora do Planeta”, campanha organizada pela WWF

Pág. 3 PÁSCOA

Campanha de Páscoa na Universidade Positivo termina amanhã Hospital do Idoso é inaugurado em Curitiba, próximo ao terminal de ônibus do Pinheirinho

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Curitiba, segunda-feira, 02 de abril de 2012

Editorial

Apenas apagar as luzes por uma hora não é suficiente “Hora do Planeta” é um movimento que em teoria é muito bonito, tentando conscientizar o mundo do aquecimento global. Aconteceu no último sábado, das 20h30 às 21h30. O problema é que, ao menos no Brasil, isso não passa de algo superficial para os políticos que visam ganhar votos dos eleitores. Estes, por sua vez, não estão realmente preocupados com a questão ambiental. Não passa de algo, como diz o ditado popular, “para inglês ver”. Há quatro anos o movimento ganhou força mundial. A ideia é apagar as luzes por uma hora em todo o mundo. Este ano, 13 capitais brasileiras, entre elas a cidade de Curitiba, irão apagar as luzes de monumentos locais, além do Congresso Nacional, Senado e Câmara de Deputados. Entretanto, apenas apagar as luzes por uma hora de suas dependências - e mostrar como o governo é bonzinho apoiando uma causa mundial - não causará a diferença necessária. Uma mobilização momentânea como essa é apenas um bom começo para mostrar a importância de economizar a luz, infelizmente poucos são os adeptos da causa a longo prazo. Mesmo os políticos parecem “esquecer” muitas vezes de sua linha de sustentabilidade. É preciso uma campanha governamental que se preocupe verdadeiramente com a questão do aquecimento global. Fazer uma campanha que seja muito divulgada (mais do que as que já tivemos), que incentive as pessoas a economizar e demonstre com dados de que forma a cada gasto excessivo de luz, água, combustível e outros, agrava o aquecimento global e muitos outros problemas que o planeta sofre. Além disso, precisa mostrar para a população como isso afeta na sua vida. Apenas quando há ameaça da alteração do conforto humano é que acontece a mudança. Reprovar a ação do governo em apoiar o movimento realizado pela ONG WWF (World Wide Fund for Nature) é algo errôneo, mas cobrar de nossos políticos mais comprometimento e mobilização real da população nessa causa é preciso. Não será apenas apagando a luz de seus prédios por uma mísera hora que a população brasileira vai decidir subitamente que deve economizar energia para sempre ou irá sofrer as consequências no futuro (que pode ser mais próximo que imaginamos). Carta do leitor Após ler a matéria “Tamanho igual, preço diferente”, fiquei refletindo e cheguei ao ponto de pensar nos valores das pessoas hoje em dia. Achei a matéria brilhante. Não apenas pela produção ou pela pesquisa. Apenas pelo simples fato de se incomodar com alguma coisa. Hoje em dia nós aceitamos muitas coisas e nem nos questionamos se é justo. Neste caso, o preço. E chega a ser engraçado como o tamanho dos produtos é (absurdamente) inversamente proporcional ao seu tamanho. No final das contas, quanto mais nós pagamos, menos consumimos. Portanto, queria deixar os parabéns para o Guilherme Dias, autor da matéria, pela iniciativa e pela bela matéria; e ao Lona por publicar essa - e tantas outras - matérias de qualidade. Lucas Guimarães - aluno do 5º período do curso de publicidade e propaganda na Universidade Positivo.

Expediente Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editoras-chefes: Renata Silva Pinto, Suelen Lorianny e Vitória Peluso | Editorial: Renata Silva Pinto. O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.

Opinião

Vexame dentro e fora de campo Osmar Murbach Junior

O ano de 2014 está se aproximando, e a pergunta que mais é feita no país de futebol é se, até lá, todos os estádios, aeroportos e toda a estrutura que foi exigida para realização da Copa do Mundo do Brasil estará pronta. Na manhã da sexta-feira passada, Joseph Blatter, na última reunião do Comitê Executivo da FIFA demonstrou ter perdido a paciência ao exigir de nosso país mais atitude com as obras da Copa. E, infelizmente, conhecendo o Brasil, ele está certo: se ninguém cobrar, nada vai funcionar. Dos 12 estádios que sediarão os jogos da Copa, oito estão com conclusão abaixo de 50%. Do jeito que as coisas andam, o Brasil corre sério risco de passar vexame no cenário mundial já que a chance de os estádios ficarem prontos no prazo é pequena. Será que esqueceram que a Copa das Confederações é no próximo ano? Espero que não. Isso não influenciará apenas na relação do país com os grandes do exterior. Devemos lembrar que em 2016 as Olímpiadas também serão por nossa conta, e se a organização da competição for a mesma que a organização da Copa, é melhor que mudem a sede, nem que isso seja feito de maneira discreta, para evitar uma provável (e inevitável) humilhação. O futebol dentro de campo já vem nos decepcionando há algum tempo. Não queremos que os políticos envergonhem ainda mais o país cuja maior paixão já está enfraquecida.


Curitiba, segunda-feira, 02 de abril de 2012

Curitiba faz 319 anos e inaugura Hospital do Idoso Oscar Cidri Rodrigo Schievinin

Embora uma das inúmeras obras inaugaradas na semana que comemora o aniversário da capital paranaense, o Hospital do Idoso ou Hospital Zilda Arns – como será chamado -, tenha aberto as portas oficialmente; a situação para os idosos em Curitiba está distante de ser a ideal. Segundo a aposentada Silvia Maria Alves, 67 anos, moradora do bairro Capão Raso que fica nas imediações do novo hospital, a promessa de inauguração já existe há muito tempo, “olha, desde fevereiro do ano passado tenho ouvi-

do falar que iam inaugurar a obra, mas só agora que abriram as portas de fato”. Segundo ela, o agendamento de exames especializados é demorado e a falta de médicos especialistas é uma constante no posto da Vila Machado, onde ela costuma agendar atendimentos. Demonstrando esperança em um melhor atendimento ela acredita que “depois de tanto tempo construindo é sinal de que tudo deve estar funcionando bem”, mas deixa claro que prefere esperar para ver como as coisas funcionaram na prática para poder emitir uma opinião mais precisa. Já o secretário estadual da Saúde, o senhor Michele Caputo Neto, disse em seu discurso de inauguração que

o Hospital Zilda Arns contará com um repasse anual de 1,7 milhões de reais. O Hospital tem uma estrutura que

pode alça-lo a condição de modelo: 141 leitos, 20 leitos de UTI, Centro de Imagens com Tomografia, Raios X,

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Ecografia e Endoscopia, 2 salas cirúrgicas e capacidade para dez mil atendimentos por ano. Cesar Brustolin

O Hospital Zilda Arns abriu as portas nesta quinta-feira (29/03) dentro das comemorações do aniversário de Curitiba

Curitiba participa da “Hora do Planeta” Cinco monumentos da cidade foram apagados durante uma hora Oscar Cidri Rodrigo Schievinin

Segundo informações da prefeitura, a cidade de Curitiba participou da “Hora do Planeta”, campanha organizada pela WWF. Foi neste sábado, dia 31 de março, cinco monumentos da cidade foram apagados durante uma hora, das 20h30 às 21h30. Os cinco lugares que ficaram sem luz são o Teatro Paiol, a Estufa do Jardim Botânico, a Fonte de Jerusalém, na Praça Pedro Gasparetto, a fonte da Praça Santos An-

drade e a fachada do Paço Municipal. A manifestação acontece desde 2007, mas só a partir de 2008 foi realizada em várias cidades do mundo. Ela tem como objetivo chamar a atenção da população em relação ao desperdício de energia e consumo exagerado de recursos naturais do planeta. A primeira edição do evento foi realizada em Sidney, na Austrália. Quando 2,2 milhões de moradores apagaram as luzes por uma hora. O objetivo era reduzir 5% do consumo de energia elétrica, mas o resultado foi o dobro, 10,2%

de redução no consumo. Já em 2010, a “Hora do Planeta” teve a adesão de 4.200 cidades em 125 países. De acordo com informações da WWF, aproximadamente 120 cidades brasileiras aderiram à “Hora do Planeta” em 2012, das quais 24 participaram pela primeira vez. Ano passado foram 123 municípios, 20 deles capitais. O número total de monumentos, praças e outros variados tipos de locais que essas cidades se propuseram a apagar as luzes foi recorde este ano, 541. Superando em 161 locais, comparado com 2011, quando o número de luga-

res foi de 380. Além de Curitiba, outras cidades paranaenses que participaram foram Maringá, Paranaguá, Foz do Iguaçu e São José dos Pinhais. Já nas capitais do país, 23 fizeram a sua parte também: Campo Grande, Natal, Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis, São Paulo, Salvador, São Luís, Palmas, Aracaju, Porto Alegre, Vitória, Manaus, João Pessoa, Rio Branco, Teresina, Porto Velho, Fortaleza, Macapá, Belém, Recife e Brasília. Em São Paulo, os monumentos que ficaram às

escuras foram a Ponte estaiada da marginal Pinheiros, obelisco do Ibirapuera, Monumento às Bandeiras, Teatro Municipal, Biblioteca Mário de Andrade, Arcos do Anhangabaú e o Estádio do Pacaembu. No Rio de Janeiro, participaram da manifestação o Cristo Redentor, orla de Copacabana, Arpoador, Monumento aos Pracinhas, Igreja da Penha, Catedral Metropolitana e os Arcos da Lapa. Qualquer pessoa pôde participar do movimento, bastava apagar as luzes da sua casa durante o horário combinado.


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Política

Curitiba, segunda-feira, 02 de abril de 2012

Carro financiado é seu dinheiro valendo menos Oscar Cidri Rodrigo Schievinin

Basta uma rápida pesquisa entre os mais jovens para constatar que o caderno menos lido nos jornais é o de economia. Nada surpreendente. A editoria é cheia de jargões e raciocínios que somente profissionais experientes ou entusiastas no assunto compreendem. São taxas de juros, tributos, micro e macroeconomia, oferta e demanda; curto, médio, longo prazo; ágio, bens de capital, bolsa de valores, câmbio; capital aberto, capital de giro; custos; dívida externa e interna; economia informal, hipoteca, enfim, o economês. Uma infinidade de termos e números. Se você já não se dava muito bem com a matemática na época da escola, abrir um caderno de economia pode ser assustador. Vivemos em uma sociedade capitalista, portanto o mundo dos negócios, por mais distante que possa lhe parecer à primeira vista, em muito pode interferir em sua vida de pacato assalariado. Um exemplo simples disso pode estar na aquisição de um carro. O financiamento de um veículo esconde uma perversa relação financeira, onde vários brasileiros tem perdido muito dinheiro.

A capitalização de juros Toda vez que você parcela algo em uma compra, juros estão embutidos no preço a pagar. Esses juros são conhecidos como juros simples. Mas muitos agentes financeiros, principalmente as financiadoras de veículos que vão contra as Leis brasileiras e cobram juros compostos ou capitalizados - que seria cobrar juros em cima de juros e não em cima do valor inicial do bem, conforme o disposto na Súmula 121 do STF que proíbe qualquer tipo de aplicação desse tipo de juros. A Justiça Como são poucos os cidadãos que vão atrás de seus direitos, as financiadoras insistem em praticar a capitalização de juros, pois as custas jurídicas ainda são poucas se comparadas com as imensas quantias arrecadadas dos consumidores pagam sem questionar as lesivas parcelas do bem adquirido. As custas jurídicas mencionadas acima são para as inglórias disputas que as financiadoras enfrentam nos tribunais. Inglórias porque, amparados pela Lei da Usura - o Decreto-lei nº 22.626/1933 – os mutuários invariavelmente ganham as ações. Ocorre que aí entra em cena uma outra modalidade de ganho, que implica, na perda de alguém – o consumidor final, mais uma vez. Os escritórios

Abaixo temos uma tabela exemplificando a situação:

jurídicos, com publicidade na mídia anunciam que garantem êxito em causas revisionais de contratos de financiamentos. Trata-se de mais um serviço que, se as leis já existentes fossem respeitadas, não precisaria se tornar na fonte de mais um custo para os cidadãos, mas não é isso o que ocorre. Enfrentando a Via Crucis A fotógrafa Claudia Regina de Freitas comprou em novembro de 2008 um carro que, na época, custava 32,4 mil reais à vista. Pagando parcelas de 960 reais em 60 vezes o valor final do carro sairia por 57, 6 mil reais. Essa diferença de mais de 50% é fruto da capitalização de juros. De tanto escutar nas rádios ofertas de revisão do cálculo para diminuir o valor da parcela, ela decidiu, não sem antes pesquisar muito na internet, ir atrás de um desses escritórios jurídicos que oferecem o serviço. Há exatos 14 meses deu entrada no processo. De honorários e custas, somente do escritório, ela mostra os recibos num valor total de 2,6 mil re-

ais. As custas de cartórios que somam pouco mais de 700 reais. Cláudia diz estar confiante no resultado da causa, todavia, diz ser muito dispendiosa e demorada. “Como pode um escritório jurídico que trabalha exclusivamente com esse tipo de processo cobrar tanto assim?”, comenta. “Eles só mudam o nome do cliente e da financiadora e os valores, pois já tem tudo pronto”. A fotógrafa demostra uma insatisfação ainda maior com relação aos prazos. “Me prometeram que em no máximo um ano eu estaria pagando em juízo um valor de 674 reais a parcela, pois essa é a média de tempo estimada para correr o processo”. Acom-

panhando todo o processo pela internet, Claudia de Freitas, acredita que levará no mínimo 2 anos para conseguir finalizar o acerto de contas com a financiadora, mas apesar da demora e pelos exemplos de pessoas que já tiveram sucesso, o processo vingará. Resta à sociedade brasileira cobrar ações mais efetivas do Estado para coibir tais práticas, pois se existe um Decreto e uma Súmula do STF, o que está faltando para que as instituições financeiras cumpram com a Lei? O exercício de reportar, que cabe ao jornalista, haveria de ter, por extensão, o de cobrar das autoridades, que cabe a todos os cidadãos.


Curitiba, segunda-feira, 02 de abril de 2012


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