Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
O
ún
ico
D
jo
@jornallona
r do IÁ nalBr R lab as IO or il at
redacaolona@gmail.com
ór
lona.redeteia.com
Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
io
Ano XIII - Número 718 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo
Lupaluna 2012 incentiva realização de festivais musicais no Brasil O Lupaluna começou em 2008 com a proposta de se consolidar como um dos principais eventos musiciais do Brasil e, em especial, do Paraná. Em 2012 traz uma programação com novidades nacionais. Pág. 3 Divulgação
COLUNA
CULTURA
SINDIJOR
Lenda do rock completaria 70 anos em 2012
O filme “O Corvo” estreia hoje nos cinemas de Curitiba
Eleição para nova direção do Sindicato dos Jornalistas acontece semana que vem
Pág. 6
Pág. 7
Pág. 8
2
Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
Opinião
Um livro, uma árvore, um filho Maximilian Rox
Décadas atrás, escrever um livro era a oportunidade apenas para a elite da nossa literatura. Ter seus contos ou poesias publicados era uma grande honra, visto que os livros eram a única forma de publicação contínua nas mídias. O interessante é notar que, no decorrer desse tempo e das evoluções tecnológicas, a publicação impressa continua sendo uma satisfação enorme para o autor. O livro não perdeu seu valor. A popularização da internet possibilitou essa forma pública, rápida e gratuita de publicação. São inúmeros os escritores que publicam por lá seus contos e seus versos. Uma visão tradicional diria que a internet é um ácido corrosivo aos livros, mas, contrariando essa visão, digo que ela abriu novos horizontes aos autores e leitores. Sites como o “Mesa do Editor” facilitam o contato entre autor e editora. Esse vínculo, antes restrito e tênue, foi expandido, desmistificado e simplificado. Temos agora ferramentas de contato para a publicação de nosso próprio livro. Mas por que as editoras mostraram-se só agora mais atraentes aos autores? A resposta é simples, pois a leitura também se expandiu, atingindo esferas além da elite. Apesar de o Brasil apresentar-se como um dos piores países em questões de leitura do mundo, registrou um crescimento de 150% nos índices de leitura. As editoras se adaptaram. A publicação impressa não perdeu seu valor. Assim como os seus olhos passam pelas linhas de um jornal impresso, o livro estará sempre presente, oferecendo seu tradicional descanso ao mundo conturbado e tecnológico. Essa tecnologia ampliou oportunidades. Até este articulista terá a oportunidade de algumas rimas publicadas em seu próprio livro. Vale o marketing, afinal você também tem essa oportunidade. Aproveite-a.
Gravidez na adolescência: um descuido que causa uma vida Tayná de Campos Soares
A gravidez na adolescência tem crescido gradativamente, e mesmo com os meios contraceptivos, os jovens preferem ignorar todos os conhecimentos adquiridos anteriormente. Ter bebês na adolescência traz sérias consequências para a saúde da garota e da criança, especialmente em locais onde o sistema de saúde é deficiente. Por isso é necessário tomar cuidado sempre. O assunto aqui tratado pode até parecer “clichê”, mas durante esses últimos dias tenho encontrado na rua uma grande quantidade de meninas grávidas que ainda podem ser consideradas “crianças”, pois a maioria tem entre 15 e 16 anos. Os erros então aparecem logo de cara. Primeiro, se você quer ter uma vida sexual ativa, previnase. A camisinha não previne somente a gravidez, mas também evita as doenças transmitidas pela via sexual. O segundo problema é que ter 15 anos e já praticar relação sexual é cedo demais. Não que eu esteja falando para as pessoas fazerem isso só depois de casadas ou então depois dos 18 anos; apenas digo que é possível esperar um pouco mais de tempo. E o terceiro problema e o que me deixa mais indignada são aquelas garotas que pensam em abortar, pois segundo dados, cerca de 3 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos fazem abortos inseguros todos os anos. Como podemos perceber é um índice muito alto, e se tantas meninas abortam, imagine quantas engravidam ao ano. Por isso, cuidem-se sempre, o preservativo não é caro, e se você não tiver dinheiro, as unidades de saúde distribuem. O importante é se cuidar. E um bom incentivo para que isso aconteça é que se cuidando os riscos de um bebê vir ao mundo tão cedo são pequenos.
Editorial
Mais do mesmo O fim dos principais campeonatos estaduais de futebol do calendário brasileiro expõe uma crise que se repete todos os anos, cada vez mais agravada e sistemática: campeonatos inchados, quedas na média de público pagante, péssima qualidade dos campos e das arbitragens e desinteresse generalizado, exceto nas finais, que geralmente reúnem as principais rivalidades de cada estado e acaba trazendo alguns elementos especiais, apesar da repetição. É nítido que a especialidade dos campeonatos estaduais é serem ruins. Por se tratar de início de temporada, a maioria das agremiações demora para se acertar e o pequeno período de descanso entre o fim de ano e o começo do outro nivela os certames por baixo. A incongruência dos regulamentos é outro fator decisivo no questionamento da validade dos estaduais. O caso de Santa Catarina deixa explícita a falta de organização e de profissionalismo das federações estaduais. O Figueirense, campeão dos dois turnos, foi obrigado a jogar uma final em dois jogos com o Avaí, apenas com a vantagem simples de jogar em casa a última partida. Em uma tarde desastrosa, a equipe perdeu na Ressacada por 3 a 0 e deu adeus ao título. Toda sua campanha foi jogada fora em um jogo – naturalmente, é preciso lembrar que os dirigentes assinam o regulamento antes do começo do campeonato. (No restante dos campeonatos, nenhuma novidade: os grandes vencendo.) É necessário enxugar urgentemente o início da temporada nacional, entender que os estaduais não podem ser tão longos e desgastantes. O futebol brasileiro perde quando incha seus campeonatos e não promove campeonatos interessantes e mais coerentes. O público, cada vez menor, afirma isso em outras palavras.
Expediente
Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editora-chefe: Suelen Lorianny |Repórter: Vitória Peluso | Pauteira: Renata Pinto| Editorial: Daniel Zanella O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.
3
Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
Lupaluna e grandes festivais vêm para o Brasil
O Brasil sempre foi carente de grandes eventos de música, mas nos últimos anos uma enxurrada de festivais chegou ao país
Divulgação
Oscar Cidri Rodrigo Schievenin
Hoje começam as primeiras apresentações no maior festival de música do Paraná. O Lupaluna traz para Curitiba, no Bioparque, nomes de peso no cenário musical nacional e internacional. Artistas como Seu Jorge, Los Hermanos, Jota Quest; os curitibanos A Banda Mais Bonita da Cidade; importantes representantes do rock brasileiro nos anos 90, Marcelo D2 e Charlie Brown Jr; os cubanos do Buena Vista Social Club. Todos irão tocar em uma megaestrutura, montada em uma área de 52 mil m². A última edição do festival, que começou em 2008, contou com a presença de 45 mil pessoas. Grandes festivais de música não são exclusividade dos curitibanos. Nosso país sempre foi carente de grandes eventos musicais, mas especialmente nos últimos anos, o Brasil se viu sendo invadido por grandes palcos e line-ups de dar inveja em qualquer evento no mundo. Ano passado, depois de um hiato de 10 anos, o Rock In Rio voltou às suas origens, trazendo consigo 160 atrações musicais e mais de 700 mil pessoas nos 7 dias da quarte edição. Não chegamos nem na metade do ano e já aconteceram inúmeros festivais de peso, como o Lollapalooza, Planeta Terra, Sónar, Abril Pro Rock. Mais para frente, ainda temos SWU e mais um
edição do Rock In Rio em setembro de 2013. Felipe Gollnick, um dos autores do blog sobre música “Defenestrando” (www. defenestrando.com/), já assistiu ao Just a Fest, a edição de 2010 do SWU, o Sónar que aconteceu no último fim de semana em São Paulo e as duas últimas edições do Lupaluna. Sobre a vinda repentina dos grandes festivais para o Brasil, Felipe acredita que “os empresários do ramo tenham percebido que o Brasil é um ótimo negócio. Também tem o fato de que o poder aquisitivo do brasileiro médio vem aumentando. Assim, ele pode se dar ao luxo de começar a gastar dinheiro com
coisas não tão essenciais, como shows de música, por exemplo”. Já André Dalla Costa, músico profissional que já foi ao Lupaluna, Country Festival e a uma edição do Planeta Atlântida em Santa Catarina, acredita que o crescimento nos últimos anos dos grandes eventos se deve ao fato da boa exposição do Brasil lá fora, como um país em um bom processo de desenvolvimento. Outro fator que ele associa ao interesse dos festivais no Brasil é a boa oportunidade de marketing que eles representam para as marcas. “Este setor movimenta milhões ao redor do mundo, pois a exposição de uma
marca no evento vale muito à empresa”. Sobre os benefícios desses grandes shows de música e falando mais especificamente sobre o Lupaluna, André afirma que “esses festivais, além de movimentarem bastante dinheiro, trazem gente de outras cidades e estados para Curitiba. Isso é muito bom para nós. As oportunidades que o Lupaluna oferece para as bandas de Curitiba são extremamente importantes para a cena local”. A opinião de Gollnick é de que esses festivais são ótimos, a partir do momento em que eles trazem importantes bandas internacionais que não se apresentariam no Brasil
por outro motivo. “É um alívio para grandes fãs que não têm condições de ver o show da banda preferida em outros países. Por exemplo, se não fosse o SWU, acho que nunca conseguiria ir ver o show do Rage Against The Machine, que é uma banda que eu ouvi desde criança e sempre quis ir ao show”, afirma. Sobre a organização dos festivais, Felipe percebe um certo padrão, segundo ele o começo é sempre organizado, mas com o passar das horas e dos shows, as coisas parecem tender a sair do controle. “No começo da noite as bandas começam no horário, o banheiro está sem fila, a cerveja ainda está gelada. Lá pela madrugada tá tudo atrasado, os banheiro estão fedidos e com xixi correndo pelo chão do lado de fora”, observa o autor do “Defenestrando”. Ainda com Felipe Gollnick, agora falando do público dos festivais, para ele a multidão é uma incógnita. Ele observa que “muita gente vai a um festival pra ver uma ou duas bandas. Só que em um festival grande são milhares de bandas... Aí tem gente que torce o nariz pras bandas que não gosta. Mas também tem gente que conhece uma banda na hora e adora, e se diverte junto com os outros fãs que já estavam esperando o show”. O público brasileiro é tão ávido por shows de música, que a maioria desses grandes eventos tem seus ingressos esgotados em apenas alguns dias ou até horas. Portanto, se você se interessou em assistir algum dos próximos festivais que acontecerão, já vá se planejando.
4
Amely:
Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
a boneca inflável que fala tudo o que as mulheres pensam, mas não têm coragem de dizer
Elisa Schneider
Criada pela cartunista curitibana Pryscila Vieira em 2007, Amely recebeu esse nome por conta do samba de Mario Lago: “Ai que saudade da Amélia”. A Amélia do samba deixou saudade porque era uma “mulher de verdade”, um exemplo de resignação feminina. Enquanto Amely veio para acabar com o mito de que uma “mulher de verdade” deve se anular em favor de seu marido. Ela foi encomendada por seu dono para dar um fim na sua solidão, mas acabou mesmo foi com o seu sossego. Isso porque a boneca veio com dois graves “defeitos de fabricação”: ela pensa e fala, fala muito. Seus “defeitos”, aliados aos seus atributos, fazem com que Amely deixe de ser apenas uma “mulher inflável”, para ser uma “mulher infalível”. A boneca loura, de seios fartos, boca avermelhada e com todos os atributos de um sex toy surpreende porque adquire sentimentos, vontades e independência. Surpreende principalmente o seu proprietário, que não esperava nada além do que um objeto sexual oferece. Segundo Pryscila, ele, o proprietário, adquiriu a boneca porque estava,
na verdade, cansado de tentar entender as mulheres. Para ele, a boneca representaria a mulher perfeita: se ela não tivesse vontade própria, seria incapaz de julgá-lo, logo, a convivência seria possível. Mas se decepciona ao descobrir que ela está viva e se recusa ser tratada como objeto. Amely quer ser seduzida, quer preliminares, atenção, amor e carinho como toda mulher, afinal ela é uma mulher de verdade. E apesar das inúmeras tentativas frustradas de devolução, a relação da boneca com seu dono virou casamento e eles se suportam até hoje. A boneca se diz adepta do neo feminismo: movimento que luta, entre outras coisas, pelos direitos iguais às mulheres. Mas na verdade o que ela quer mesmo são direitos desiguais para todas e supervaloriza o crescimento feminino em detrimento dos velhos pensamentos machistas que povoam a mente dos homens até hoje. Amely tem seus encantos de cartum, mas vive situações muito humanas relacionadas ao casamento, aos problemas masculinos e femininos, ela critica a sociedade e sempre tem tiradas inteligentes nas datas comemorativas. Sua criadora diz que se aproveita da própria vida para escrever as tirinhas, como uma vez em que viveu uma decepção amorosa. Foi quando Amely também se decepcio-
nou. Mas as análises críticas e muitas vezes impiedosas trazem sempre uma dose de humor e delicadeza que foi aprovada pelo público. Em 2006 a boneca aparecia como candidata à Presidência da República, de biquíni vermelho e faixa presidencial. Ela tinha coragem de apresentar soluções práticas para os maiores problemas brasileiros, como a falta de vontade de trabalhar dos governantes em geral. Se eleita, Amely faria com que todos eles trabalhassem com mais excitação. A candidatura foi apoiada pela maioria dos leitores, mas teve apenas duas edições. E por falar em edição especial, Pryscila lançou a série “cantadas finas”, onde Amely e seu marido ilustram algumas das pérolas masculinas da conquista. As tirinhas fazem muito sucesso na internet e são publicadas toda terça-feira na Folha de S. Paulo, além de estarem diariamente no PubliMetro, o jornal de maior circulação do mundo. Pryscila Vieira é colaboradora de vários outros sites com colunas e outros personagens de humor. A boneca Amely já esteve presente em várias exposições de quadrinhos em todo o mundo, no Peru, na Grécia, na Espanha e Colômbia, e agora traz uma novidade: ela pensa e fala em inglês!
Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
Língua comprida e eu Luiz Guilherme Zavan
Todo o dia de manhã é a mesma coisa, acordo toda enrolada e às vezes encharcada. Começo a me desenrolar para ver se acordo de verdade. A noite passada pelo visto foi boa, pois estou com uma cor mais amarelada e não estou cheirando bem. Olho para um lado e para o outro e vejo protuberâncias estranhas e marcas brancas viscosas. “Vou ter que tomar cuidado com o que eu faço nos próximos dias”, penso enquanto volto à minha posição original. Sinto que o corpo dele começa a levantar e andar na direção do banheiro. Alguns dos dentes batem nas aftas e eu sou comandada a ir na direção deles para tentar amenizar dor que ele sente. Pelo visto funcionou, pois agora estou pressionada entre o canto da bochecha esquerda e a gengiva perto dos molares. É realmente complicado ser a língua desse rapaz; não costumo reclamar. De certa forma tenho visão privilegiada do mundo ao contrário dos dedos dos pés e os cotovelos, estes, sim têm direito de reclamar. Vamos começar pelo banho matinal. Está na hora de lavar toda a viscosidade das horas de sono e das cervejas da noite passada. Não gosto de me sentir suja, ainda mais de manhã. Sempre que vejo aquela escova azul escrita Oral-B sinto certo calafrio, tenho medo que ele passe a escova com muita força na gengiva e eu serei obrigada a estancar todo o sangue misturado na pasta de dente. Essa poção grotesca não me incomoda muito, pois a mistura de menta e sangue me agrada. Só não gosto de ficar passeando pelos dentes. Às vezes eles me machucam e criam aftas em mim. Após a escovação vem a pior parte: o enxaguante bucal. É como se me mergulhassem em um caldeirão de limonada quente, me contorço toda tentando aliviar a dor de alguma maneira pois sei que essa etapa dura apenas segundos. Todo esse processo parece ser doloroso, mas vale a pena, pois me sinto saudável e agradável a todos. Não sei o que esse dia me reserva, mas espero que seja repleto
de comidas deliciosas, sucos refrescantes e um conversa agradável. Meus sonhos logo se desfazem quando ele procura seu maço de cigarros no bolso da calça que usou ontem de noite. Sei que ele precisa disso, mas ele não sabe como eu odeio a fumaça. Os dentes também reclamam, pois a cada ano eles vão ficando mais amarelados e feios. Sortudo foram os dois sisos extraídos no ano passado. Agora sou eu e 30 dentes que temos que conviver diariamente com ele. Enquanto vou reclamando aqui, ele despeja uma quantidade absurda de
café com leite. Isso para os dentes é um pesadelo, para mim é um alívio. A mistura de cigarro e café (nessa ordem) é como uma massagem relaxante para mim. Entre uma baforada de cigarro e um gole de café às vezes fico com pena dos órgãos que eu não vejo. Me sinto um pouco culpada por não conseguir fazer nada para impedir que ele fique abusando de si mesmo. Não con-
5
sigo imaginar os horrores que os pulmões, estômago, fígado e rins sentiram na noite passada. Pouco podemos fazer se o chefe que mora no topo nos domina. É quase uma unanimidade: nenhum de nós gosta de suas ordens. Mas isso é outra história. Essa massa cinzenta chamada cérebro sabe muito bem que não pode ficar abusando muito da minha paciência e boa vontade já que sou eu que transmito seus desejos e necessidades mundo a fora. Quem mais poderia transformar os sons que sua garganta produz em palavras? A laringe? Esse buraco gosmento só serviria para arrotar se não fosse pelo meu trabalho. Não que eu queria ficar reclamando nem nada. É que não me sinto valorizada nesse corpo. Eu sou o único músculo voluntário que o corpo humano possui e ainda por cima não canso! Queria ver o que vocês fariam se o coração fosse um músculo voluntário! Pensando bem, acho melhor nem pensar nisso. Se ele para, tudo para também e isso não seria bom. Mas ser língua tem suas vantagens. Queria poder descrever para vocês a minha felicidade quando saboreio um pedaço de salmão com alcaparra. Toda aquela mistura de gostos, uns mais fortes que outros, me faz ficar procurando e descobrindo sabores. Isso sem falar que o cérebro trocaria de lugar comigo para poder sentir ele mesmo o que é um beijo de língua bem feito. O encontro de duas línguas que se enrolam e deslizam uma em cima da outra causa inveja a qualquer órgão. Mas mesmo com todo esse potencial eu sou obrigada a conviver com tragadas de cigarro, goles de café, remédios com gosto tão fortes que tento de qualquer maneira evitar contato físico com eles. E foi só falar que eles aparecem. Se ele tomou os remédios isso significa que está quase na hora de dormir. O saldo do dia foi positivo: não fui mordida, não encostei em nenhuma pimenta, não me queimei com café e ainda comi um salmão delicioso.
6
Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
Música
Hail to the King! Já fazem dois anos que a maior estrela do heavy metal parou de brilhar.
Ronnie James Dio: 1942-2010
Ronnie James Dio – que entre 1958 e 2010 foi a voz das bandas Elf, Rainbow, Black Sabbath, Dio e Heaven and Hell – sucumbiu a um tumor maligno no estômago no fatídico dia 16 de maio de 2010. Você pode até não ser muito ligado ao mundo do rock pesado e desconhecer essa personalidade, mas garanto que já viu o gesto “Malocchio” (o popular “chifrinho” feito com a mão), popularizado por Dio ao longo de sua carreira. O vocalista é uma lenda esquecida pela mídia em geral. Isso, porém, não é uma exclusividade dele ou do gênero, e exemplos disso não faltam. Nesta mesma semana, Buddy Guy esteve no Brasil para se apresentar em três grandes capitais brasileiras. Ser um dos maiores gênios do blues, ser a grande inspiração de guitarristas como Jimi Hendrix e Eric Clapton e estar em
turnê com 75 anos de idade não foram motivos suficientes para que ganhasse espaço na grande imprensa. Isso tudo é péssimo para a renovação dos fãs. Não faz nem um mês que discutia isso com um grande amigo. Estávamos esperando o início do show do Blind Guardian, uma banda de metal da Alemanha formada nos anos 80. A primeira coisa que observamos foi a pequena presença do público curitibano: pouco mais de 500 pessoas estavam lá, em um show que certamente deu grande prejuízo para a produtora. Depois notamos que a maior parte do público tinha pelo menos 30 anos. O próprio Dio, que hoje estaria prestes a completar 70 anos, afirmou que cada geração tinha a sua música, mas isso não é motivo para esquecermos os grandes ídolos do passado. Ronnie James Dio é um exemplo de artista e deve ser lembrado por isso. Mais do que um excelente cantor – muitos acreditam que sua voz é a mais marcante da história do Rock –, Dio dedicou a sua vida à música. E aos fãs.
Angelo Sfair
angelo.sfair@gmail.com
Quarta foi um dia especialmente triste, mas no decorrer desta coluna mudei de opinião sobre a frase com a qual comecei o texto. Se o ditado popular que diz que “uma pessoa só morre quando é esquecida” for verdadeiro, Dio certamente é daqueles que irão viver eternamente. Vida longa ao rock and roll!
Esporte Local
Intenso mas pouco efetivo Sem tempo para comemorar o tricampeonato paranaense, o Coritiba até Salvador desafiar o pressionado Vitória pelas quartas de final da Copa do Brasil. O desgaste por ter enfrentado uma decisão no último domingo, aliado aos 2.385 km percorridos até a capital baiana, teve de ser superado pelo Alviverde, que trouxe na bagagem, apenas, um tímido empate sem gols. Apesar da igualdade no marcador, o jogo não refletiu exatamente o resultado instaurado ao final da partida. Adotando uma proposta de contra-ataque, o Coxa utilizava bem os espaços deixados quando o Leão saía em blocos para atacar e errava os passes. Com sua velocidade habitual, Éverton Ribeiro comandou o meio-campo coxabranca e, novamente, foi responsável por grande parte das ações ofensivas da equipe, deixando Roberto e Éverton Cos-
ta em ótimas condições de inaugurar o marcador. Mas foi pelo lado esquerdo, com Eltinho acertando belo cruzamento para Éverton Costa a melhor chance do Alviverde no jogo. O atacante, que ganhou a vaga de Anderson Aquino, já que o mesmo não vinha desempenhando um bom futebol, desperdiçou uma chance inacreditável, cara a cara com o questionado goleiro Douglas. O Vitória também não aproveitou as várias chances que teve ao longo da partida. Neto Baiano, atual artilheiro do Brasil com 31 gols, não estava em noite inspirada. O resultado obtido no Nordeste do país não foi de todo mal para o Coritiba, já que decide em casa, ao lado de sua torcida, a classificação para as semifinais da competição nacional. Com uma vitória simples a vaga fica em Curitiba.
Pontapé inicial Descanso não é palavra conhecida pelos lados do Alto da Glória. O Campeonato Brasileiro da Série A começa neste domingo, e o primeiro compromisso é contra o Internacional, no Beira-Rio. Resta saber se o técnico Marcelo Oliveira vai poupar os atletas que foram utilizados no confronto da última quarta-feira, ou se utilizará força máxima diante do Colorado. A resposta está no reflexo dos resultados da temporada passada, onde a mesma situação foi vivenciada. É esperar para ver. Empate amargo Mesmo superior durante todo o primeiro tempo, o Atlético não soube deter o ímpeto do Palmeiras, que fora de seus domínios, arrancou um empate em 2x2. A saída de Guerrón no segundo tempo foi
Victor Hugo Turezo victorturezo@gmail.com
extremamente prejudicial a equipe, que sem o equatoriano, perdeu velocidade e abdicou do ataque. O Furacão tenta correr atrás do resultado no segundo confronto, em Barueri, mas antes pensa em sua estreia na Série B, diante do Joinville, sábado, em Santa Catarina.
Cultura
Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
Confira as estreias de hoje nos cinemas de Curitiba
7
Adaptação livre da obra de Edgar Allan Poe, “O corvo” é o mais esperado deste fim de semana pelos fãs do escritor Oscar Cidri Rodrigo Schievenin
“O Corvo”, “Plano de Fuga” e “As Idades do Amor” são os filmes que estreiam nos principais cinemas de Curitiba hoje. “O Corvo” é um suspense, estrelado por John Cusack. O filme conta a história de um detetive que tenta descobrir o paradeiro de um serial killer, e recebe a ajuda de ninguém mais, ninguém menos que Edgar Allan Poe, após o famoso autor descobrir que sua noiva foi sequestrada pelo assassino e os crimes cometidos foram inspirados em seus contos. A produção é a estreia mais esperada deste final de semana por boa parte do público, já que conta com a influência do escritor que coleciona fãs ao redor do mundo e teve seus escritos adaptados em mais de 200 filmes. Dono de contos e poemas de horror, policiais e de suspense, Edgar inspirou outros célebres autores como Sir Arthur Conan Doyle, Agatha Christie e Stephen King. O longa-metragem toma como base a morte de Poe, que sempre esteve envolta em mistério. O pouco que se sabe é de que ele foi visto deliran-
do pelas ruas de Baltimore, nos Estados Unidos. Quatro dias depois ele morreu. Apesar disso, trata-se ainda de um filme de ficção, com referências a vários de seus contos. O título é inspirado em um dos seus mais famosos poemas.
A volta de Mel Gibson Outro filme que estreia
Cena do filme “O Corvo”
hoje é “Plano de Fuga”, que mistura cenas de ação e drama. Mel Gibson interpreta um criminoso capturado na fronteira entre Estados Unidos e México, logo após o assalto a um banco. Ele acaba preso em uma das prisões mais violentas do mundo. Para sua sobrevivência e fuga, irá receber a ajuda de um garoto de apenas nove
anos com informações importantes. O longa-metragem marca a estreia de Adrian Grunberg como diretor. Terminando as novidades desse fim de semana nos cinemas, estão Robert De Niro e Monica Bellucci na comédia romântica italiana “As Idades do Amor”. O filme narra três histórias paralelas que têm como ponto em comum
amores inesperados. Um advogado a poucos dias do seu casamento, mas que acaba se apaixonando por uma bela jovem; um apresentador de TV com um casamento longo e estável que tem a vida amorosa abalada por uma legítima femme fatale, e um professor de história que se apaixona pela filha do porteiro de seu prédio.
Divulgação
8
Curitiba, sexta-feira, 18 de maio de 2012
Eleição do Sindijor tem chapa única Vitória Peluso Produção Integrada Rede Teia
A eleição para a nova presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) começa na segunda-feira e a vai até o dia 23. O processo acontece em Curitiba e nas subseções de Cascavel, Foz do Iguaçu, Paranaguá e Ponta Grossa para escolher os representantes da diretoria administrativa, do conselho fiscal e presidente. A votação será realizada por meio de uma urna fixa na sede central do sindicato em Curitiba e com urnas itinerantes que serão levadas para todas as instituições que empregam jornalistas, como redações de jornais, órgãos públicos e assessorias de imprensa. A eleição tem data marcada desde março e é realizada a cada três anos, segundo o presidente do Sindijor, Marcio Rodrigues. Neste ano, a chapa única que concorre à presidência é encabeçada pelo jornalista Guilherme Carvalho. O presidente da comissão eleitoral, Hamilton Amadeo Cezario, espera que 60% dos 4900 filiados paranaenses participem da eleição. Segundo Rodrigues, para votar o jornalista precisa estar em dia com a anuidade do sindicato. De acordo com o presidente, a eleição pode ter até três turnos. “Para que a eleição seja definida no primeiro turno é preciso haver 50% de aprovação dos eleitores. Caso não haja, a porcentagem diminui para 40% no segundo pleito e se houver um terceiro
Atual presidente pede para que jornalistas participem da escolha de nova diretoria cai para 25%”, explica. Cezario acredita que a eleição seja definida logo no primeiro pleito. “Nas últimas eleições nunca foi preciso de um segundo turno e desta vez também não deve ser necessário”. Segundo Cezario, a chapa única candidata a presidência do Sindijor é formada por profissionais de jornalismo aptos a trabalhar e representar o sindicato. Os cargos são pré-definidos pela organização das eleições são 15 diretores para todo o estado sendo um diretor-presidente e 14 diretores administrativos. Cezario diz estar confiante e com boas expectativas para o resultado das votações. “Estamos recebendo bastante apoio dos jornalistas filiados e também do sindicato e da gestão atual”, declara o presidente da comissão eleitoral. Segundo ele, as principais propostas da chapa são defender a obrigatoriedade do diploma de jornalista para exercer a função e promover a unificação dos profissionais da área no Paraná. Para o atual presidente, a escolha de uma nova comissão para coordenar o sindicato é importante. “Em uma democracia é preciso haver alternância de poder”, alega. E, ainda completa dizendo que é bom haver um novo grupo com interesse para continuar o trabalho na entidade e queria participar do movimento sindical. Marcio Rodrigues está como presidente do Sindijor desde 2006 e conta que após deixar suas
funções no sindicato no dia 18 junho quando o novo presidente tomará posse vai retomar seu trabalho como jornalista. Histórico O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná foi criado em 1946 e em outubro deste ano completa 66 anos de existência. Segundo o presidente, o sindicato dos jornalistas, assim como qualquer outro, tem como papel principal representar a categoria e lutar pelos seus direitos. Para um estudante se filiar ao sindicato, Rodrigues explica que é preciso fazer uma pré-filiação. “O pré-filiado tem direito de participar dom cotidiano do sindicato caso tenha interesse, recebe boletins informativos, pode participar de promoções, da entrega entre do prêmio Sangue Novo e do churrasco do dia dos jornalistas”, diz. Depois de formado o jornalista pode filiar-se e para isso é preciso preencher algumas fixas e apresentar um a seguinte documentação: comprovante de residência, RG, CPF e o diploma de jornalista. “Ter o diploma é uma regra estabelecida em congresso pelo sindicato em 2010”, conta Rodrigues. “Convoco todos os jornalistas para participar do sindicato para que a categoria seja reconhecida e respeitada, pois só assim pode tornar-se forte e reconhecida”, declara.
GUIA CULTURAL DIA DO MUSEU Museu de Arte Contemporânea Visita guiada – duração 30 minutos De 16 a 18 de maio, das 12h às 14h Local: Museu de Arte Contemporânea Rua Des. Westphalen, 16 – Centro
__________________________________________ CIRCO Alípio e Sombrinha De 12 a 20 de maio Entrada gratuita Local: Espaço Cultural Cia dos Palhaços Rua Amintas de Barros, 307 - Centro _________________________________________________ EXPOSIÇÃO
“Inventário da Pele – Fotografia Brasileira Contemporânea” De 25/04/2012 a 02/06/2012 Terça a sexta: 10h às 19h Sábado: 10h às 18h Entrada gratuita Al. Presidente Taunay, 130 - Batel