LONA 747 - 19/09/2012

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Curitiba, quarta-feira, 19 de setembro de 2012

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Curitiba, quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Greve dos bancários inicia hoje e Correios têm reunião

Ano XIII - Número 747 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

Vocalista do Iron Maiden lança projeto solo pág. 6

PERFIL Jogador brasileiro, gramado e times europeus pág. 4

Depois da volta das universidades federais, a vez é dos bancários. Consumidores começam a sentir até nos serviços que devepág. 3 riam estar funcionando.

ENSAIO Fotos descrevem

Intercâmbios auxiliam futuro dos jovens Viagens ao exterior possibilitam diferentes experiências e ainda acrespág. 5 centam valor aos currículos de jovens profissionais.

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universo de Nelson Rodrigues

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Curitiba, quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Editorial

Greve: você ainda não se acostumou? Cinco mil agencias bancárias estão fechadas em todo o país desde a manhã desta terça-feira, 18. A greve dos bancários atinge todo o território nacional, deixando milhões de brasileiros sem atendimento. Se isso serve de conforto, bancos online e caixas eletrônicos continuarão funcionando normalmente. Além disso, greve não é desculpa para não pagar contas, diz o Procon. Interessante é saber que todos os anos situações como essa acontecem, e nem por isso brasileiros e brasileiras deixam de pagar suas contas. Agora, além de saber que os serviços que o consumidor paga para ter não estão funcionando, o povo tem que engolir a afirmação de que a greve não é desculpa para deixar o nome sujar na praça. Que petulância. Os reajustes que estão sendo pedidos pela classe trabalhadora aumenta ano após ano. Sempre a mesma história: reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Férias para eles, problemas para o povo. Por isso, em nome de todos os clientes bancários, o Brasil pede: Fenaban, pare de lamentar a greve dos bancários. Dê-lhes o reajuste pedido, proporcione-lhes melhores condições de trabalho, pois somos nós quem ficamos horas na fila da lotérica, nós que, além de preocupar-se com a validade da conta de luz, temos que nos preocupar com o trânsito, a demanda, e todos os outros problemas que envolvem a ida até os postos que aceitam pagamentos. Desde o dia 28 de agosto os pobres bancários tentam uma negociação, e até agora nenhuma decisão que agradasse ambas as partes foi encontrada. A Fenaban oferece 6% de reajuste, a classe quer 10,25%. A Fenaban quer dar o piso de R$ 2.014,38, os trabalhadores querem R$ 4.961,25. Então encontremos uma solução, um meio termo, algo que possa segurar os bancos abertos até que a negociação entre a Federação e a classe trabalhadora aconteça. Uma solução que não envolva nem atrapalhe os brasileiros, aí, um dia, assim como em tudo nesse país, esse problema é resolvido.

Opinião

Stalker, ser ou não ser, eis a questão Aline K. Marangoni

Fulano adicionou fulana aos amigos. Fulano curtiu tal publicação. Meu ex-namorado está em um relacionamento sério. E é assim que as redes sociais facilitam a perseguição alheia, afinal quem nunca entrou no Facebook do “rolo” só pra dar uma “olhadinha”, que atire a primeira pedra. Aliás, não é para isso mesmo que existem essas “linhas do tempo”? Um dos maiores mistérios da internet é exatamente o motivo da existência das redes sociais. Pra que serve um local público onde todos podem ter acesso a informações pessoais? Penso que a resposta esteja na nossa cara: Para “stalkear”. Muitos podem discordar, afirmando que tais locais virtuais ajudam a reencontrar velhos amigos, facilitam a comunicação em geral, até mesmo geram empregos e, é claro, sanam nossa enorme curiosidade sobre o que as pessoas estão fazendo, onde estão, com quem estão, como estão e por aí vai, certo? A página de eventos, por exemplo, nada mais é do que uma forma “discreta” de saber o local e hora onde determinada pessoa vai estar. Aí acaba a coincidência, a espontaneidade. Os encontros e desencontros nada mais são do que simples fruto do “eu sei pelo Face”. Aliás, certas pessoas adoram facilitar ainda mais o “saber pelo Face”. Postam tudo: desde como se sentem emocionalmente até como foi a festa de sábado (que já estava prevista nos eventos). O problema é quando a coisa começa a ficar séria. Quando não há mais o contentamento em “stalkear” pela internet e a coisa se torna um tipo de transtorno compulsivo obsessivo. Luciana Ruffo, psicóloga do Núcleo de Pesquisa de psicologia em informática da PUC-PR, afirma que todos nós temos fases de “stalkers”, mas quando perdemos muito tempo nisso e chegamos a desenvolver técnicas apuradas de “stalkear”, devemos começar a nos preocupar.

Torto retorno Maximilian Rox

O ar acadêmico volta a circular nos corredores da Universidade Federal do Paraná. Mas misturado ao clima de volta às aulas, gravita o descontentamento. Quatro meses de greve e a pior proposta foi aceita: o governo venceu o teste de resistência. Os professores ao menos conquistaram a mudança do plano de carreira e o reajuste salarial, propostas dadas pelo governo desde julho – mas os dois meses seguintes foram de insistência para uma melhor carreira aos docentes. No entanto, a reposta do governo foi seca: “Voltem a dar aulas”. A manifestação se acalmou, aceitando os planos e propostas, mas temo que o futuro reserve novos cortes à ferida mal cicatrizada das greves na instituição – esta última o resultado de um curativo vencido pelo tempo e pelas promessas não cumpridas. O governo se mostrou apático com relação aos grevistas, o que poderá resultar mais uma grande manifestação dentro de um ano ou dois, reiniciando-se o ciclo de desvalorização do ensino público. Escrevo do lado que pede pela valorização – e pelo reconhecimento de nossas instituições governamentais – dos que desempenham o milenar ofício de professor. Lado esse mais sensível aos efeitos da greve: do aluno, principalmente o da respeitada instituição de ensino superior. No meio de cortes e cicatrizes, os professores buscam o reconhecimento da profissão frente ao governo. Lutam por seus direitos, como fundamenta nossa ilustre Constituição.

Expediente Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Gustavo Panacioni, Renata Silva Pinto e Vitória Peluso | Editorial: Leonardo Miguel Doro da Luz O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.


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Mais de 1500 agências estão fechadas no Paraná Reajuste salarial e fim das horas extras são algumas das exigências dos bancários Julio Rocha Matheus Klocker

A greve dos bancários teve início ontem pela manhã em todo o Brasil e vai durar por tempo indeterminado. O primeiro dia de paralisação pegou de surpresa milhares de curitibanos que não esperavam a greve. Cerca de 1537 agências estão fechadas apenas no Paraná. O reajuste salarial, contratação de mais funcionários, melhorias no plano de saúde e fim de horas extras são algumas das exigências feitas pela categoria. Tecnicamente os caixas eletrônicos deveriam continuar funcionando durante a greve, mas isso não acontece em várias agências, o que acaba prejudicando aqueles que precisam pagar contas e realizar diversos serviços bancários. “Vim realizar uns pagamentos e o sindicalista me avisou que nem os caixas eletrônico estão funcionando’’, contou o comerciante José Carlos Antunes. Por enquanto, apenas caixa eletrônicos do banco Itaú, de Curitiba e Paranavaí, não estão funcionando. O Sindicato esclareceu que eles estão se posicionando para o funcionamento total dos caixa eletrônicos. “Essa decisão partiu da diretoria desses bancos e foi

contrária ao que foi combinado na assembleia. Amanhã vamos exigir que esses caixas sejam reabertos”, explicou o Presidente do Sindicato do Bacários de Curitiba e Região, Otávio Dias. “Ao meu ver, eles fizeram isso para colocar as pessoas contra nós bancários, isso não foi nossa iniciativa”. Trabalhadores de todas as categorias têm o direito da greve desde que não busquem reinvindicações politicas ou de outra natureza e esta esteja dentro dos padrões legais. “O trabalhador tem o direito de greve desde que seja para recorrer à execução de uma

reinvindicação de caráter trabalhista”, explicou a advogada Juliana Martos. “Mesmo sendo um direito assegurado para todos os trabalhadores, o seu exercício não pode por em risco o funcionamento e a estabilidade da vida social”. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) afirmou que lamenta a decisão dos bancários de estender a greve por um tempo indertemidado. “Greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não merece ser mais inco-

modada com uma paralisação dos bancários”, afirmou o diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico em nota oficial. No final do mês passado a Fenaban imprimiu uma nova dinâmica de negociação que prevê reajuste salarial de 6%. Pela proposta, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.014,38 para jornada de seis horas, entre outros benefícios. Essa proposta foi discutida em assembleia e rejeitada pelos bancários. Uma nova proposta deve ser feita logo e então deverá ir para a aprovação em assembléia.

Confira os principais serviços disponíveis

Anteriormente No ano passado os bancários também entraram em greve nesse mesmo período. A greve teve duração de 21 dias. Este ano, o número de agências fechadas logo no primeiro dia já superou o do ano passado. Dessa vez, cerca de 212 agências de Curitiba e região metropolitana foram fechadas contra 114 da última greve. De acordo com o Presidente do Sindicato do Bacários de Curitiba e Região, não adianta olhar para o passado para descobrir quanto tempo a greve vai durar. “A greve continua por tempo indeterminado, agora ela está nas mãos dos banqueiros”.


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Perfil

Quem quer ser um jogador de futebol Vitoria Peluso

O sonho brasileiro Conquistar os campos e as torcidas mundo afora é maravilhoso, segundo Mozart. Mas ter o privilégio de defender a seleção brasileira realiza o sonho de um jogador. “O jogador é visto com outros olhos pela imprensa, pelos times e pelos torcedores”, conta orgulhoso. Sua estadia jogando pelo Brasil foi breve foram apenas quinze partidas, mas rendeu novas oportunidades a sua carreira. Após jogar pela equipe pré-olímpica para os jogos de Sidney, em 2000, Mozart passou a ser reconhecido e disputado pelos times brasileiros. Aos vinte e um anos, o jogador foi contratado para jogar no Flamengo no mesmo ano em que o time conquistou o bicampeonato carioca. Em 2009, após passar mais de nove anos fora do país, Mozart voltou ao Brasil para jogar apenas alguns meses no Palmeiras. Contudo, de todos os clubes brasileiros em o sempre atleta jogou houve

um que marcou suas lembranças. Coxa branca de coração, Mozart se fez profissional no time adversário. “Apesar de fazer toda minha categoria de base no Paraná, eu sempre fui torcedor do Coritiba”. Foi ainda no início da carreia, após voltar da França, que Mozart pôde defender seu time como titular na conquista do campeonato estadual de 1999.

muito apontando meus erros”. Para Mozart, seu casamento foi a base para que pudesse permanecer na carreira de jogador. “Já fiquei dois meses sem ver minha esposa, tendo que ficar longe da minha família, mas com a certeza que ela saberia cuidar de tudo”.

Nos bastidores

Normalmente os jogadores param de jogar com mais de 30 anos, mas Mozart achou que sua hora era antes. Dizendo-se um pouco arrependido, ele conta que encerrou sua carreira entre os 30 e 31 anos, mas explica que teve fortes motivos para tomar essa decisão. Em 2007, o jogador sofreu uma lesão grave no joelho que não o impedia de jogar, mas começou a atrapalhar. “Não tinha mais o mesmo rendimento nos gramados devido a dor”. Mesmo com a lesão, Mozart continuou durante três anos e só, em 2010, como jogador do Livorno da Itália deu sua carreia como finalizada. “Jogar futebol sempre me satisfez, mas começou a cansar não tinha tempo para meus filhos, minha família, achei que era a hora

Apesar de todo sucesso nos campos, na vida real Mozart aparenta ser bem tranquilo e modesto, acredita que não chegou a ficar famoso, mas por outro lado teve muita sorte e prosperidade na vida pessoal. Ainda no começo da profissão, ele casou e teve sua primeira filha, a Manoela. “Meu casamento foi inesquecível, mas como nunca fui muito romântico, acho que o nascimento da Manoela e do Luca foi algo marcante na minha vida”. Ele até pode dizer que não é romântico, mas ao falar da esposa a admiração por ela transparece em suas palavras. “A Isa nunca foi como as outras mulheres, ela sempre foi muito crítica e me ajudou

Hora de parar

certa de parar”. Contudo, ele já tinha muito trabalho pela frente. Após casar-se há 12 anos, Mozart constitui residência fixa em Morretes, onde decidiu construir uma rede de empresas. Entre seus empreendimentos, Mozart fala do seu Engenho de Cachaça – Porto Morretes – esperando crescer cada vez mais. “Exportamos para a Suíça, o Canadá e os Estados Unidos e já conquistamos duas medalhas de ouro em concurso de cachaça em Bruxelas”. Além do engenho, o ex-jogador possui uma empresa de internet via rádio com a qual pretende levar o serviço para locais em que ninguém imaginava alcançar. Porém, há dois anos longe dos gramados, Mozart confessa que não consegue deixar a paixão que fez parte de sua vida desde menino. Quando pergunto se ele tem planos de voltar a jogar profissionalmente, Mozart diz que não, mas admite que esteja estudando a possibilidade de apostar na carreira de técnico profissional: “Não porque tive sucesso como jogador que vou me dar bem, mas pretendo tentar, porque não consigo deixar de me envolver com futebol”. Vitoria Peluso

O curitibano Mozart Santos Batista Junior saiu do bairro do Boqueirão, onde nasceu e viveu, para conquistar os gramados dos times europeus. Sua infância foi simples, quando menino gostava de soltar raia e, principalmente, jogar bola com os amigos da vizinhança. Mozart como ficou conhecido pelos torcedores mundo afora, na sua casa em uma chácara na pequena cidade de Morretes, no litoral do Paraná, é carinhosamente chamado de Júnior por sua esposa e pelos amigos mais íntimos. Ao relatar sua paixão pelo futebol e o início de sua careira o jogador alegra-se contando com um sorriso tímido no rosto como sua história de sucesso começou. “Lembro que aos 10 anos eu estava jogando na areia da praia em Matinhos, quando o treinador de um time de colégio gostou do meu modo de jogar”, relembra. A partir desse dia no ano de 1991, aquele garoto deu o primeiro passo para um caminho de mais de 20 anos. No mesmo ano, o Mozart fez um teste para treinar no Pinheiros, de Curitiba, uma das equipes (a outra foi o Colorado) que compôs a formação do atual Paraná Clube. Na varanda de sua bela casa, o empresário relembra a época em que participou das categorias de base com saudades. “As amizades que fiz marcaram esse período e muitas permanecem até hoje”. O jogador diz que em clubes maiores e em times de fora do Brasil a relação entre os atletas é bem diferente. Após seis anos no Paraná, o volante de apenas 16 anos então, recebeu a proposta que é o sonho de qualquer jovem jogador: jogar no exterior. Daquele ano de 1996 para frente, Mozart acredita que as portas do mundo do futebol abriram-se para ele. “Lá fora somos valorizados, deferente do Brasil”. Com certa emoção na voz, Mozart afirma que não foi fácil sair do seu país e ficar longe da família ainda

tão novo, mas acredita que essa foi uma experiência que o fez crescer como pessoa. “Precisei amadurecer sozinho e acertar nas minhas escolhas para ter tudo que conquistei”. Ser jogador de futebol é, realmente, uma profissão que modifica o curso natural da vida dos garotos, como estudar e ter uma juventude normal. Mozart conta que com a rotina agitda de treinos e jogos não conseguiu terminar seus estudos. “Era difícil conciliar as duas coisas, mas se eu tivesse me esforçado mais daria para estudar e jogar”, arrepende-se. Entretanto, o jovem empreendedor garante que jogando em outros países teve oportunidades que talvez jamais tivesse. “Eu conheci o mundo através do futebol e aprendi muito”. Com uma expressão de satisfação aparente em seu rosto, Mozart conta que fala francês por conta do tempo que jogou pelo Bordeaux, italiano devido os cinco anos em que jogou no Reggina da Itália, entende russo pelos três anos no Spartak de Moscou e ainda fala um pouco de inglês.

Manoela, Mozart, Luca e Isabella


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Programas de intercâmbio podem ajudar jovens a decidir futuro profissional Experiência no exterior ajuda no currículo e traz crescimento pessoal Amanda Lima Ana Krüger

Antes mesmo de atingir a maioridade, jovens brasileiros se sentem obrigados a decidir o que querem para seu futuro profissional. Pressionados pela família e pelo próprio tempo, tomar essa decisão pode se tornar um atraso futuramente. Uma das soluções para tantas dúvidas pode ser o intercâmbio. Uma opção para universitários é o intercâmbio acadêmico. O aluno vai para outro país estudar um curso equivalente ao seu atual no Brasil, durante seis meses ou um ano. De acordo com a coordenadora do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Positivo, Larissa Cristina Dal Piva Moreira, a grade curricular varia de acordo com a universidade e país escolhido, e

ao retornar para o Brasil o aluno deve avaliar a equivalência das matérias cursadas no exterior. A coordenadora também teve uma experiência no exterior quando estudou na Universidade de Québec (Canadá) durante um ano. Ela relata que fazer um intercâmbio durante o período universitário é uma chance de o estudante ter uma visão da sua profissão em outro país. Além disso, o aluno aprende novas tecnologias e métodos a serem aplicados em sua área de atuação no Brasil. Ter no currículo uma experiência no exterior é algo muito valorizado no mercado de trabalho. “As chances de ele [o intercambista] conseguir boas oportunidades aumentam muito. Principalmente em função do idioma, que é algo requisitado em muitas empresas, principalmente as maiores”, ressalta Larissa. Ela reforça que para esse tipo de intercâmbio possuir o certifi-

cado de proficiência no idioma é essencial. A língua exigida pela maioria dos países é o inglês, mas alguns exigem o conhecimento do idioma oficial. Isso ocorre em países como Alemanha, França, Holanda e China. No caso do inglês, os principais certificados requisitados são o TOEFL (Test Of English as a Foreign Language) e o IELTS (International English Language Testing System). O TOEFL e o IELTS são exames que avaliam o nível de conhecimento do idioma. No entanto não basta apenas saber a língua requisitada pelo país. Larissa afirma que na hora de selecionar os candidatos questões acadêmicas como notas, frequência e perfil do aluno (flexibilidade, responsabilidade, inteligência emocional) também são levados em conta. “A gente não arrisca colocar um aluno nota dez que possa ter problemas pessoais no exterior”,

explica. Segundo ela, no caso da Universidade Positivo a equipe entra em contato com coordenadores e professores do curso para conhecer um pouco mais o histórico do aluno. Intercâmbios voluntários e profissionais também são opção A AIESEC é uma organização não-governamental mundial formada apenas por estudantes e tem como objetivo desenvolver habilidades de liderança, cidadania e proporcionar aos jovens uma visão ampliada da sociedade. Com sedes em 111 países, um dos principais métodos de a AIESEC atingir tais objetivos é oferecer intercâmbios voluntários e profissionais para países em desenvolvimento como (Índia, China, Colômbia, África, etc). Gustavo Scholz já fez um intercâmbio pela AIESEC e hoje é um dos líderes da empresa na sede de Curitiba.

Na hora de planejar o intercâmbio, a escolha do destino pode ser um grande desafio. Scholz afirma que essa decisão depende muito do perfil da pessoa, e de quanto ela se sente preparada. Segundo ele, o eixo econômico do mundo está mudando e quem percebe esta mudança acaba se destacando. “Conhecer países como EUA, ou Europa, mas conhecer a realidade de países como a China, a Índia, é um diferencial muito grande na sua carreira”, adiciona. Enquanto muitos pensam que dar uma pausa nos estudos para ter uma experiência em outro país é perda de tempo, Scholz defende: “Eu vejo o intercâmbio como o momento de você ter essa reflexão e fazer essas mudanças na sua vida. Hoje a gente ainda é muito forçado a decidir caminhos muito baseado na pressão dos outros e na questão do tempo”.

Gustavo: de Administração a Economia

Durante a viagem, Gustavo pôde ver de perto protestos pela democracia no Egito.

Assim que terminou o ensino médio, Gustavo Scholz escolheu Administração. Fez vestibular, ingressou na vida universitária, mas após um ano resolveu trancar o curso. Sem saber ao certo que rumo tomar, o estudante resolveu fazer um intercâmbio para a Austrália durante seis meses. Ao voltar, percebeu que o que realmente o interessava era Economia. Prestou vestibular e hoje cursa Economia na Universidade Federal do Paraná. O jovem relata como acabou optando por Administração: “meu deus terminei o terceirão, preciso fazer vestibular, preciso escolher alguma coisa”. Mesmo certo de sua escolha profissional, Gustavo optou por fazer um segundo intercâmbio. Dessa vez foi para o Egito, onde trabalhou voluntariamente durante seis semanas. Nos dois períodos no exterior ele teve experiências bastante diferentes. Ele explica que escolher como destino países em desenvolvimento exige preparo do intercambista.“É dessa adaptação que você gera seu crescimento. É no choque cultural que você começa a entender melhor a realidade do mundo”, relata. O estudante fala que ir para a Austrália foi uma grande experiência de crescimento pessoal e profissional. Porém, comenta a semelhança entre a cultura de países como Austrália, Canadá e Estados Unidos com a cultura brasileira: “Você já sabe o que você vai encontrar para comer, o que você vai ouvir na rádio e o que as pessoas vão falar”. Após ir para o Egito, por meio do intercâmbio voluntário, Gustavo diz ter muito mais certeza do quer para seu futuro profissional e pessoal. “Abriu a mentalidade e expandiu a minha visão de mundo”, fala.


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Séries de cinema

As Novidades da Fall Season Se você acompanha o mundo dos seriados, com certeza adora setembro. Se não acompanha, vou te explicar o que tem de tão mágico nesse mês. Em setembro começa a ‘Fall Season’ nos EUA. A Fall Season não marca só o começo do Outono. Marca também o retorno da maioria das séries exibidas na televisão norte-americana. E marca as estreias das novas séries da temporada. Toda temporada tem suas grandes estreias, aqueles seriados que prometem grandes emoções, altas aventuras e diversos perigos. Alguns justificam a expectativa, outros acabam decepcionando, mas o importante é dar uma chance para todos eles. Bom, não, o importante é dar uma chance para aqueles que você acha que podem te agradar e divertir. Não adiante insistir em ver 666 Park Avenue e se você morre de medo de histórias de terror, ou querer ver Go On se você é uma

dessas pessoas estranhas que, por alguma razão inexplicável, não gosta de Friends. Uma das séries mais aguardadas dessa temporada é a ficção científica Revolution, criada numa parceria entre J.J. Abrams e Eric Kripke. Revolution conta como um grupo de pessoas sobrevive em uma Terra atingida por um desastre apocalíptico que eliminou toda a eletricidade do planeta. Outras estreias da temporada são as comédias Go On e The New Normal. Go On é estrelada por Matthew Perry, o Chandler de Friends, e conta a história de um âncora esportivo que perde um ente querido e é obrigado a fazer terapia de grupo para superar a perda. The New Normal, criada pelo polêmico Ryan Murphy (o cérebro por trás de Glee e American Horror Story) conta a história de um casal gay e o relacionamento deles com uma moça contratada para ser barriga de aluguel.

Já o drama Chicago Fire irá acompanhar o dia a dia do Departamento de Bombeiros de Chicago, e é protagonizada por Taylor Kinney e pelo Dr.Chase de House, Jesse Spencer. Temos também o suspense 666 Park Avenue, que aproveita o sucesso de American Horror Story e conta a história de um casal que é contratado para cuidar de um prédio de apartamentos em um bairro nobre de Nova York, mas que acaba descobrindo que foram induzidos a fazer um pacto com o diabo. Direto dos quadrinhos da DC e para suprir a falta que Smallville aparentemente faz, vem Arrow, série que vai recontar a história do Arqueiro Verde. Arrow é a única estreia baseada em quadrinhos da Fall Season, mas já existe o projeto de uma série envolvendo o mundo dos Vingadores para as próximas temporadas. Se interessou por alguma série? Quer apostar no cancelamento de alguma de-

Luciana Cristina lucianacristinasantos67@hotmail. com

las? Lembrando que essas são as principais estreias, ao todo a Fall Season trará mais de 20 novas séries, então é só escolher as que mais combinam com o seu gosto e preparar a maratona!

Música

British Lion: o projeto solo de Steve Harris Na próxima segunda-feira (24), um dos álbuns mais esperados do ano será lançado. O disco “British Lion” marca o primeiro trabalho solo de um dos músicos mais bem-sucedidos do heavy metal: o baixista Steve Harris. Além de excelente músico, Harris é o principal letrista e compositor – além de fundador – da banda inglesa Iron Maiden. Poucas informações foram divulgadas sobre este trabalho, o que aumenta a ainda mais a expectativa para este début. O baixista terá o apoio de Richard Taylor nos vocais, Grahame Leslie e David Hawkins na guitarra (Hawkins também faz o teclado) e Simon Dawson na bateria. O encarregado pela mixagem de “British Lion” também foi escolhi-

do a dedo. Kevin Shirley tem experiência de sobra para assumir a responsabilidade de um trabalho como este. Entre as bandas com as quais já trabalhou estão Led Zeppelin, Rush, Journey e o próprio Iron Maiden. Com 35 anos de estrada nas costas, 15 álbuns de estúdio e 85 milhões de discos vendidos – além das mais de duas mil apresentações ao vivo em 58 países diferentes – Steve Harris não precisa deste álbum para alavancar sua carreira. Desta forma, podemos ter certeza de que este trabalho estará recheado dos mais puros sentimentos do baixista. A opção pelo projeto paralelo ao Iron Maiden se deve às incompatibilidades de gênero dos músicos. Steve Harris, então, segue o mesmo cami-

nho de outros integrantes da banda (refiro-me ao baterista Nicko McBrain, ao guitarrista Adrian Smith e, principalmente, ao vocalista Bruce Dickinson, que já optaram por lançarem projetos com estilo diferentes). Conhecendo um pouco o estilo do baixista podemos prever um álbum com fortes influências dos anos 60 e de bandas como Thin Lizzy e UFO. É claro que uma vibe mais progressiva e as tão características linhas de baixo cavalgantes de Steve Harris também devem estar presentes. Além disso, não se pode prever mais nada de “British Lion” – nome que faz referência ao orgulho do músico por sua nacionalidade inglesa. Por ser um projeto encabeçado por um baixista dotado de grande criati-

Angelo Sfair angelo.sfair@gmail.com vidade e genialidade – que agora trabalha sem a pressão de seguir um determinado estilo – podemos esperar por um álbum grandioso e singular. Um álbum que pode não agradar aos fãs mais radicais da Donzela de Ferro, mas que com certeza vai agradar aos apreciadores de uma boa música.


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Personagens das eleições 2012 Igor Lara Castro

Todo ano de eleição vários candidatos a vereador utilizam apelidos em suas campanhas. Há vários nomes, como Sebastião da Reciclagem, Joacir Quebra Gaio, Dani do Bombom entre outros. Andando pelas ruas de Campo Largo podem-se encontrar alguns desses personagens. Papai Noel Antonio Carlos Buch é representante comercial há mais de 43 anos, mas é conhecido

por todos da cidade como Buch Papai Noel. Esta é a primeira vez que participa de um pleito eleitoral. O apelido em questão tem origem, de certa forma, na sua fisionomia de Papai Noel e também por ter realizado trabalhos nos finais de anos como o personagem do polo norte. O grande motivo de ter ingressado como candidato, conta Buch, foi pela decepção que vem tendo com para a Câmara Municipal: “Os vereadores estão lá para trabalhar pelo povo e não para ficar por 4 anos e somente brigar pelos próprios interesses.” Ao ser questionado quanto ao uso do apelido, Buch Papai Noel foi bem enfático: “Sou totalmente contrário ao uso do apelido, que deveria ser proibido, mas se os candidatos

não usarem esse recurso, muitos não poderão se eleger”. Tristão Outro personagem muito interessante é um senhor de 69 anos aposentado, de nome: Antonio Tristão Neto, mais conhecido por Tristão. O apelido foi dado pelo povo, que tem um grande carinho segundo ele. “O povo sabe quem eu sou, sabe o que eu faço é para o bem de todos, fui retribuído com esse apelido”, conta Tristão. Esta não é sua primeira eleição, Tristão já disputou em 2008 para o cargo de vereador. Acredita que desta vez vai ser eleito, “Tenho muitas chances de entrar, e em primeiro lugar, pois vejo que terei o reconheci-

mento do povo para me eleger, desta vez estou otimista que estarei na Câmara Municipal de Campo Largo”. Sua campanha é feita pelas praças da cidade, priorizando a conversa com a população, “Tenho méritos para fazer uma boa campanha entregando santinhos e fazendo apertos de mão”, conta o candidato. Primo Dentre vários personagens, há um que tem grau de parentesco em seu apelido, Primo, como é conhecido por todos na região da ferraria, tem sua primeira chance entrar na Câmara Municipal. Seu nome verdadeiro é Ildefonso Biscouto, que teve sua vida atrelada ao exér-

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cito e hoje vive como militar da reserva. Ao ser questionado sobre o apelido ele relata o seguinte: “Esse apelido que tenho até hoje foi devido às pessoas da minha região que me chamavam desse jeito e isso acabou pegando”. “Entrei como convidado, também por querer representar minha região que está muito abandonada pela atual administração”, revela o candidato. Por fim ao ser indagado sobre o uso dos apelidos por parte dos candidatos, Primo foi claro no assunto: “Isso deveria ser proibido de maneira parcial, pois é uma falta de respeito com eleitor, deveria haver uma lei que obrigasse o candidato a por seu nome junto ao apelido” concluiu.

Acidentes de moto atingem jovens na maioria July Anne Almeida Fernandes

Em Curitiba, há um grande número de acidentes com motos e a maioria é provocada por jovens de 19 a 23 anos e isso é causado pelo não cumprimento das leis de trânsito e ao excesso de velocidade. Segundo um levantamento feito pela BPTran, o número de acidentes envolvendo motocicletas e motonetas no período de janeiro a dezembro de 2011 tem o total de 3.169 ocorridos, sendo 3.113 acidentes com ferimentos e 33 com morte no local. Em um comparativo de janeiro a abril de 2011 e 2012, houve 989 no total de vítimas, sendo 970 com ferimentos e 10 mortes. Até abril de 2012, o número

de acidentes envolvendo motos chega a 1002, provocando 1006 feridos e 8 mortes.

Entre os condutores envolvidos nestes acidentes 12,63% são adolescentes, 39,10% entre 18 e

29 anos e 22,59% envolve adultos entre 30 e 40 anos. O tenente e chefe da comuni-

Jovens entre 18 e 29 anos são a maioria dos envolvidos em acidentes, 39,10%, segundo levantamento da BPTran.

cação do BPtran, Ismael Veiga, afirma que os acidentes ocorrem mais em finais de semana, nas cidades, pelo volume de pessoas que trafegam e em cruzamento com maior fluxo. Diz ainda que jovens vão às festas, se divertem em baladas com amigos, bebem e até usam drogas e na hora de voltar para casa, sem a noção do perigo ou sem total falta de responsabilidade e respeito pelo próximo, correm demais, ultrapassando carros além do limite permitido e provocando acidentes inevitáveis. E também afirma que, mesmo estando equipadas, por ser muito vulneráveis e oferecerem pouca ou quase nenhuma proteção, as motocicletas são alvo fácil dos acidentes de trânsito envolvendo vítimas fatais. Em caso de acidente as pessoas devem chamar o siate (193) e depois a polícia militar (190).


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A menina dos fósforos Jessica Rossignol

Através de uma releitura fotográfica do conto “A menina dos fósforos”, posso descrever um pouco do mundo das histórias de Nelson Rodrigues, e relembrar da infância, trazendo à tona o centenário deste mestre que foi o Nelson.

Curitiba, quarta-feira, 19 de setembro de 2012


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