Curitiba, quarta-feira, 3 de outubro de 2012
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lona.redeteia.com
Curitiba, quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Amanda Lima
redacaolona@gmail.com
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Ano XIII - Número 757 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo
ESPORTE Segurança nos estádios p.7
MÚSICA Kiss confirma
Rede Teia realiza cobertura das Eleições 2012 Mais de 70 pessoas estão envolvidas na cobertura deste ano. Veículos como o Tela Un, Lona e Teia Notícias vão divulgar os principais acontecimentos do dia das eleições. Após o término da votação, uma equipe participa da apuração direto do Tribunal Regional Eleitoral. p. 3
Jovem superdotado possui grandes pretenções para o futuro Luan de Rosa e Souza, com apenas 18 anos, não se vê como criança prodígio. Parou de estudar no Ensino Médio, mas ainda pretende fazer uma faculdade de direito. Militante desde 2011, estudou seus ícones e criou um modo novo de movimento. p. 4
shows em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro em novembro p.6
ENTREVISTA Estudante de jornalismo, produtor e DJ participa do Music Band, festival que valoriza talentos paranaenses p. 8
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Editorial
Finalmente punidos A demora dos planos de saúde para agendamento de consultas já estava há muito tempo sendo considerada ‘normal’ para quem utiliza planos pagos. Nessa terçafeira, finalmente a punição veio à tona, 301 planos de saúde de 38 operadoras tiveram a comercialização suspensa no país. A partir dessa sexta-feira, os planos estão proibidos de vender seus serviços. A medida imposta pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) continua até que as empresas se adaptem à resolução 259, que determina prazos máximos para a marcação de consultas, exames e cirurgias. A punição aconteceu devido ao tamanho número de reclamações por parte dos usuários dos planos de saúde. Só entre julho e setembro de 2012, mais de 10 mil reclamações foram registradas, ou seja, fazer reclamações ainda vale a pena. Às vezes passar um bom tempo no telefone apenas para registrar uma queixa, dá resultado. Clicar na página da internet para fazer uma única reclamação da demora do agendamento, também vale a pena. O resultado foi claro, os planos de saúde foram punidos e agora precisam ficar atentos, não podem brincar com seus usuários deixando-os em espera há meses. Precisam relembrar que o plano de saúde não se trata de um Sistema Único de Saúde (SUS), gratuito para a população, mas sim um sistema pago pelo usuário que escolheu pagar exatamente por não precisar esperar horas na fila para uma consulta. Agora, cabe aos usuários continuarem a observar e tomar iniciativas ainda mais drásticas caso a medida imposta não melhore o agendamento de consultas e exames. Os planos de saúde precisam acordar e melhorar seus atendimentos, ou daqui a pouco se transformam em um SUS e perdem seus clientes. Até porque não haverá mais motivos para pagar um plano de saúde se existe um de graça com a mesma demora de atendimento no outro lado da rua.
Expediente Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Consentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Gustavo Panacioni, Renata Silva Pinto e Vitória Peluso | Editorial: Marcela Andressa O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba - PR. CEP: 81280-30 - Fone: (41) 3317-3044.
Opinião
Brasil quer Pep!
Alessandra Becker Serpa
Não é de hoje. Já faz alguns anos que a Seleção Brasileira vem apresentando um futebol decaído, que não empolga nem o mais otimista dos torcedores. No comando de Mano Menezes, a situação só piorou. A prova desse desagradável “momento” (que parece durar uma eternidade) é a posição pífia e inédita que a Seleção ocupa no ranking mundial da FIFA, 13ª colocada. Vale ressaltar que é a pior posição brasileira desde a criação da lista, em 1993. Após a derrota para o México na final dos Jogos Olímpicos em Londres, e com os fracos desempenhos de Mano à frente da Seleção, surgiram várias especulações sobre uma possível e bem-vinda mudança de técnico. O sugerido e aclamado pela população brasileira é Pep Guardiola, o fantástico ex-técnico do Barcelona, considerado em 2012 pela FIFA o melhor treinador mundial. Recentemente, Guardiola admitiu em tom de brincadeira que aceitaria o convite para treinar a Seleção pentacampeã do mundo. Sem exageros, seria uma bênção um treinador do potencial de Pep treinar a Seleção canarinho, o estilo ofensivo que sempre foi uma das principais características do Brasil voltaria a reinar, pois o treinador sempre frisou que se deve valorizar a tradição de jogo e a prática do futebol bonito e eficiente. Opções de jogadores qualificados para serem titulares e reservas não faltam, o que falta é um eficiente comandante que tenha jogo de cintura para encarar a pressão da mídia em relação às convocações, e para montar um time que tenha cara de Seleção Brasileira e não de Retranca Futebol Clube. Quem acompanha o mundo futebolístico sabe que o fantástico Pep Guardiola tem de sobra todas essas características. A nós, amantes do belo futebol e defensores do estilo ofensivo, cabe torcer para que a CBF ouça a aclamação da população e que a frase bem humorada dita por Guardiola se torne realidade, caso contrário a solução é se preparar para o “gran” fiasco na Copa do Mundo de 2014.
Um pouco de tudo
Maximilian Rox
Antigamente eu pensava que o jornalista especializado era exclusivo ao seu assunto, mas só recentemente me dei conta que isso era falso. Talvez esse imaginário demorasse ainda mais para ser desmentido de minha cabeça se não tivesse mergulhado no estreito ramo a que desejo trabalhar: o jornalismo de games. Foi acompanhando o trabalho de dois jornalistas que descobri que não vale a pena limitar-me à somente uma área. Ewandro Schenkel é jornalista da Gazeta do Povo e colunista da Overgame no caderno de Tecnologia. Até descobrir seu blog na Gazeta online, não estaria muito interessado em entretenimento em geral. Foi seu texto dinâmico que me puxou um pouco para o cinema e para as artes. E isso me fez bem: pesquisei e descobri vários profissionais da área – como André Forastieri, editor geral da Tambor e blogueiro da R7, cuja aparição na EGW volta e meia me chama atenção – e descobri seu domínio em várias outras áreas que antes não me chamavam a atenção, como política. Digo não somente aos futuros jornalistas, mas a qualquer um que pensa em especializar-se: não pague seu conhecimento especializado com a alienação. Nunca se sabe o que passará até vivermos somente da sua área. Não que assim eu fosse palpitar sobre política – muito menos nessa exaustiva semana pré-eleição – mas abrir um pouco a mente para o mundo é sempre bom, nem que só lhe ajude a ter uma discussão mais fundamentada na mesa da lanchonete. Já vale pelo conhecimento.
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Curso de Jornalismo da UP organiza cobertura das eleições Gustavo Panacioni Vitória Peluzo
escrever matérias tanto para bimento do conteúdo que as
todos os participantes serão
vência importante para o de-
o Lona quanto para o Teia equipes de ruas estarão pas-
repórteres de rádio, indepen-
senvolvimento da capacidade
Notícias. Ao todo serão mais sando para os veículos. Na
dente de estar no primeiro ou multimídia. “Os alunos aca-
de 70 pessoas envolvidas na Rádio Teia, por exemplo, os
no quarto ano de faculdade.
Felipe Harmata, professor e não em veículo”, comple-
cobertura das eleições, entre alunos vão entrar ao vivo por alunos e professores. “Seu voto continua depois
A organização da estrutu-
bam pensando em conteúdo,
telefone de onde estiverem e da instituição e coordenador menta o professor. cabe aos organizadores fazer
da cobertura das eleições,
Na reunião ficou determi-
que você aperta o confirma”, ra da cobertura das eleições o atendimento dos repórteres. acredita que é uma ótima nado que as equipes que estiAs equipes de rua serão oportunidade para os alunos verem nas ruas devem voltar esse é o slogan da Cobertura 2012 é de responsabilidade das Eleições 2012 realizada do professor Felipe Harmata formadas por três ou quatro trabalharem com um jornapela Rede Teia de Jornalis- e conta com a participação alunos de períodos diferen- lismo ágil. “É um dos prin-
para a UP de duas em duas horas para entregar as repor-
mo da Universidade Positivo dos alunos Gustavo Pana- tes de Jornalismo e todos os cipais eventos jornalísticos e tagens de televisão, pois o (UP). No domingo, dia sete cioni, editor-chefe do Lona, integrantes dos grupos vão um dos únicos que possibili- Tela UN vai veicular edições de outubro, todos os veículos de comunicação que inte-
Jéssica Carvalho, editora da trabalhar para todos os ve-
ta uma cobertura em tempo de 15 minutos em cada inter-
Rede Teia, e André Rosa. Eles ículos, rádio, TV, site e im-
real”, defende Harmata.
gram a rede vão trabalhar em estão responsáveis por orien- presso, além de fazer fotos. conjunto para noticiar tudo tar os alunos, tirar dúvidas e De acordo com a professora que estiver acontecendo du-
ajudar no atendimento e rece-
Além da experiência que receber as reportagens que os alunos podem ter ao cobrir serão produzidas no dia e fi-
de televisão Sandra Nodari, o evento, também há uma viAmanda Lima
rante a votação até o fim da
nalizar uma edição impressa até às 19h, quando a votação já estiver sido encerrada.
contagem dos votos no Tribu-
Os alunos que estiverem
nal Regional Eleitoral (TRE).
na
Para a organização da co-
Universidade
Positivo
também vão conduzir entre-
bertura foram realizadas duas
vistas com especialistas e re-
reuniões, uma pela manhã e
ferências de assuntos como
outra a noite, com os alunos
mobilidade urbana, ciência
voluntários e os professores
política, saúde, segurança pú-
responsáveis por cada veícu-
blica e educação. A coorde-
lo. Nesta cobertura, os parti-
nadora do curso de pedagogia
cipantes serão separados em
da Universidade Positivo, Jo-
três grupos: os alunos que
semary Morastoni e os cien-
vão trabalhar na UP, os orga-
tistas políticos Pedro Elói e
nizadores e as equipes de rua.
Cliceia Alves, são alguns dos
Quem ficar na universidade
entrevistados durante o dia
pode trabalhar como produtor, ser âncora do Tela UN e
valo de tempo. O Lona vai
Alunos e professores da UP definem os últimos detalhes para a cobertura.
das eleições.
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Perfil
Um passado marcado por um futuro promissor Joana Castro Pamela Castilho
Cabelos longos, barba para fazer, grande vocabulário e uma timidez ainda maior. Quem observa e dialoga com esse jovem não acredita que ele tem apenas 18 anos. Luan de Rosa e Souza é um garoto excêntrico e atarefado. Hoje dá aulas de dança e expressão corporal, é produtor, bailarino independente, atua em diversas companhias e projetos, é ativista e organizador de alguns dos movimentos sociais realizados em Curitiba, sua cidade natal. De família humilde e criado pelos patrões de sua mãe, Luan teve um infância difícil e marcada por acontecimentos que o fizeram transpor seus sentimentos e sofrimentos para a arte, como uma forma de expressão. Sempre estudou em escola pública, mas recebia suporte educacional da família “adotiva”, como a inserção no desenho e na dança. Com o passar do tempo, a exclusão de se sentir o “filho da empregada” foi gerando um complexo emocional. É nesse momento que entra a arte em sua vida, capaz de curar todos os traumas sofridos durante a infância e transformá-los em inspiração.
Com 7 anos, Luan sentia uma grande facilidade para a escola, por já saber ler e escrever desde os 4, tornando, então, maçante sua presença no ensino formal. Foi a partir da oitava série do ensino fundamental que o fato de já saber de todos os conteúdos que estavam sendo dados começou a afetar em seu rendimento. O autodidatismo era algo que seus professores não conseguiam aceitar. Porém, só no segundo ano do ensino médio é que essa falta recorrente às aulas acabou sendo fatal para que repetisse o ano. Comprovado, de acordo com seu comportamento e seu desenvolvimento, que Luan é superdotado, sua vontade inicial foi de parar de estudar. “Não me considero uma criança prodígio. Por isso que eu desenvolvo a ‘teoria potencial da inteligência específica’. Acredito que o humano tem seus potenciais específicos supra desenvolvidos e absolutamente nenhum vai ser comparável ao outro.” Com todas as passagens na vida de Luan, surgiu uma necessidade real de mudança social, que faz com que o jovem não tenha medo de se expor nem receio de se utilizar ao máximo para que isso aconteça. Quando começou nos movimentos sociais, em 2011, Luan iniciou silencioso, observando como seus ícones se comportavam e agiam. Através disso, quis reproduzir sua identidade nos movimen-
Arquivo pessoal
tos, criando algo novo.
Marchas
Seu primeiro impulso para se envolver com movimentos sociais foi com o Ciclo ativismo, em 2011, uma militância que defende a bicicleta como meio de transporte, na Passeata das Mil Bicicletas . Depois disso, Luan participou, agora como dançarino, de políticas culturais e dessa forma, acabou engajado no movimento pró conselho de cultura, realizando uma Conferencia Livre de Cultura, em dezembro do ano passado. Já em 2012, Luan entrou de cabeça na organização dos movimentos sociais, tomando voz entre milhares: começou a fazer parte do Coletivo Dente de Leão e estava presente na reunião do Dia do Basta e da Marcha das Vadias. Em relação aos conflitos recorrentes dentro das organizações, o ativista explica que as pessoas acabam, de forma espontânea, se apropriando da marcha, fechando a organizadores muito específicos, se tornando algo muito restrito e questionável. Tendo que se expor de várias maneiras, contrapondo ideias de gigantes, Luan já sofreu com ameaças. Uma delas, ele conta, foi quando o braço direito de um político (não citou nomes), tentou se apropriar do Dia do Basta. Sem concordar, pois o movimento é apartidário, o senhor, de forma sutil, afirmou que pessoas que não colaboravam com ele
Luan de Rosa e Souza
acabavam, coincidentemente, se machucando. Porém não ficou constado como prova jurídica de ameaça.
gum cargo político. Não pelo dinheiro, mas pelo poder de influência que eles têm.” Feminista, atuante em alguns coletivos e participante Presente x Futuro de diversas iniciativas, independentes ou coletivas, sócio Em um futuro próximo, ambientalista, contribui com Luan tem grandes pretensões. movimentos ambientais, ciclo “Eu queria ser muita coisa na ativista, coordenador do mominha vida. Dançarino com vimento Dia do Basta Corruptodos seus alicerces, coreó- ção de Curitiba, militante da grafo, produtor, performancer cultura afrodescendente e da e docente. Além disso, gosta- Cohab. São 18 anos de passaria de ser escritor teórico, tan- do e de futuro promissor. to para coisas informais como “Uma das principais coisas para artigos científicos. Tam- que eu sou, além de curioso, bém gostaria de fazer uma fa- é sonhador. Tudo que eu vejo culdade de direito, para poder que há uma possibilidade de dar suporte jurídico às pesso- fazer, eu já coloco no papel, as. Quero abrir uma empresa desenho, planejo, faço uma de negócios sustentáveis. Fora espécie de planta do que eu isso, tenho o projeto, a longo quero. Mesmo que fique adorprazo, de me candidatar a al- mecido, já é algo produtivo.”
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Entrevista
Jessica DallaTorre
No Music Band como jurado... Marcela Andressa Nicoli Barbosa
Estudante de jornalismo, produtor e DJ, Felipe Rocha de 21 anos, atua no ramo cultural da música há cinco anos como produtor e há dois começou a investir em sua carreira de DJ. Recentemente, Felipe vem participando do Music Band, um concurso musical que tem como objetivo valorizar os grandes talentos no Paraná. No ar há três meses, o programa premia o grande vencedor com a gravação de um CD. Em entrevista ao LONA, Rocha contou sobre sua trajetória e como está sendo participar do concurso musical Music Band no qual atua como jurado. Como você começou a atuar no ramo da música? Desde quando? Como produtor eu comecei pela necessidade de produzir um espetáculo de teatro em que participava, fiz teatro durante oito anos, iríamos estrear uma peça e não tinha ninguém para produzir, ir atrás de alguns apoios, fazer material gráfico, divulgação. Então, por essa necessidade, eu comecei a produzir, mas de uma forma bem pequena. A partir daí eu tomei gosto por isso, produzi todas as outras temporadas desse espetáculo e aos poucos fui chamado para produzir outros espetáculos de teatro. Em 2008 resolvi produzir um show de uma cantora curitibana que gostava muito chamada Maricel Iores, a partir daí ela gostou e trabalhamos juntos durante dois
anos. Sempre produzi os shows dela em Curitiba até que virei produtor artístico dela. Como DJ comecei com uma brincadeira junto de uma amiga em um bar, fiz meu aniversário e não tinha quem tocasse, aí resolvemos ‘atacar’ de DJ, a partir daí fui me aperfeiçoando e tomei gosto pela coisa. Como começou com a produtora e qual é o trabalho realizado? Na verdade eu tinha outra produtora que formei com duas amigas, produzíamos shows voltados para o público teen, um público mais jovem. A produtora acabou durando por volta de 6 meses por causa de alguns desentendimentos. Dois meses depois decidi que não queria parar com esse tipo de trabalho e resolvi criar minha própria produtora, em fevereiro de 2010. A partir daí comecei direto com os eventos, fiz vários shows, peças de teatro e continuo até hoje. Eu e mais uma assessora de imprensa, compomos a produtora, outras quatro pessoas são assistentes de produção. Nós fazemos produção de festa, shows e peças de teatro basicamente, todos os eventos abertos ao público. Qual o público alvo dos seus eventos e o que leva em consideração na hora de produzir? Não tem um público alvo específico, depende muito de qual evento a gente tá produzindo. Já produzimos eventos para público mais velho como para público de 16 anos. O que a gente leva em conta é a qualidade do show, da peça ou da atração que possamos trazer para Curitiba, esse é
o principal foco, aliado é claro, ao pedido de público aqui da cidade – as vezes nos pedem algumas atrações e desde que sejam viáveis, sempre tentamos atender a esses pedidos. Music Band Você que trabalha constantemente com música, qual que é a importância do Music Band para quem tá começando? O programa ajuda bastante porque tem uma visibilidade grande em nível de estado, passa no Paraná inteiro e sem contar com a visualização de internet (youtube, facebook). Pra quem tá começando eu acho ideal, se você quer mostrar seu trabalho, acho que é o caminho certo começar pelo concurso. Na sua opinião, esse concurso pode ser considerado um ponta pé para o sucesso? Eu acho que sim porque o vencedor do concurso vai ganhar um CD com 12 músicas, além de toda uma divulgação pela Tv Bandeirantes, tanto em mídias sociais quanto na televisão mesmo. Então se agradar o público, o que provavelmente vai agradar já que passou por várias peneiras por um bom tempo, é bem capaz de atingir o sucesso rapidamente. E na hora de avaliar esses concorrentes, o que você leva em consideração? Eu avalio mais pela parte estética, o conjunto, tanto figurino quanto presença de palco. A parte musical eu deixo mais para os jurados técnicos. Procuro avaliar mais a parte estética, ver se a
Felipe Rocha como DJ
pessoa orna com o que ela está apresentando, tanto nas músicas próprias quanto nos covers. E como você foi chamado para ser jurado do Music Band? Porque como jurado? Fui chamado por uma colega que é produtora do programa para participar como produtor cultural, então eu não avalio a parte musical, é bem pouco se olhar para esse lado, obviamente a gente dá algumas opiniões, mas essa não é a minha avaliação realmente do candidato. Eu avalio mais a parte artística do conjunto, se a pessoa está pronta artisticamente para o mercado, se é uma coisa que o mercado compraria fácil ou não. Eu acredito que eles me chamaram pra isso, pra fazer essa avaliação mercadológica do artista e não apenas
a visão musical em si. Qual está sendo sua experiência nesse programa? Está sendo super bacana. O programa, que não tem obviamente uma audiência extraordinária, tem uma audiência bacana, o pessoal sempre vê e comenta. Tá sendo um aprendizado também super legal de estar ali gravando, além de ter contato direto com vários artistas que estão querendo começar nessa carreira. Então, acho que está sendo um retorno bem positivo.
Serviço: O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 13h30 no canal 2 (Band) e no site www. musicband.com.br, até o mês de dezembro.
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Séries de TV
Sherlock Em 2010 a BBC lançou uma das séries mais premiadas e elogiadas dos últimos anos. “Sherlock”, baseada nos livros de Sir Arthur Conan Doyle, trouxe uma releitura do famoso detetive que tinha tudo para desagradar muitos dos fãs mais tradicionais: Sherlock Holmes é retratado numa Londres contemporânea, com todas as vantagens e desvantagens que o século XXI pode oferecer. Interpretado por Benedict Cumberbatch, Sherlock é um detetive consultor para a polícia inglesa. Ou melhor, ele é o detetive consultor. O único no mundo, ele inventou a profissão. Sherlock é um psicopata, tem uma inteligência privilegiada, acredita ser superior às outras pessoas e as trata como as vê: pobres criaturas que não conseguem enxergar o
que para ele é óbvio. Já o fiel companheiro de Sherlock é interpretado por Martin Freeman: John Watson é um médico que acabou de retornar no Afeganistão, ainda carregando as marcas da guerra. Juntos, eles resolvem casos considerados impossíveis para a polícia e para outros detetives. E se Sherlock adora ostentar sua inteligência e perspicácia, John não esconde a admiração que sente pelo novo amigo. O que resulta em vários momentos no mínimo divertidos ao longo da série. Criada por Steven Moffat (atual produtor de Doctor Who) e Mark Gatiss (que também atua na série como o irmão de Sherlock, Mycroft Holmes), Sherlock conseguiu incorporar à sua trama elementos tecnológicos e modernos sem perder a essência do detetive. John Watson até
tem um blog, o “The Personal Blog of Dr. John H. Watson”, onde ele relata os casos que resolve com Sherlock, além da curiosa vida que leva em um dos endereços mais famosos de Londres, o 221B Baker Street. O blog está no ar e é atualizado pela BBC sempre que sai um novo episódio (www.johnwatsonblog.co.uk/). Sherlock Holmes não fica para trás. Além de preferir se comunicar por mensagens de texto, ele também tem um site, o The Science of Deduction, (www.thescienceofdeduction. co.uk/), onde ele fala um pouco sobre o seu trabalho. Sherlock tem atualmente duas temporadas, com três episódios de em média 90 minutos em cada. A terceira e final temporada está programada para ir ao ar em 2013, ainda sem data definida. Já foi indicado e
Luciana Cristina dos Santos
lucianacristinasantos67@hotmail.com
ganhou diversos prêmios como o Emmy e o BAFTA, considerado o Oscar do Reino Unido. Se você é fã do detetive mais famoso do mundo, ou se simplesmente é fã de séries geniais, Sherlock é perfeita para você.
Música
Após cancelamento, Kiss volta atrás e confirma sua passagem pelo Brasil Continuando o assunto da última semana, vou continuar escrevendo sobre apresentações ao vivo. Primeiramente preciso atualizar uma informação publicada na última edição. Depois de algumas reviravoltas, os três shows do Kiss foram novamente confirmados, mas desta vez sem o Mötley Crüe, que acompanhou nas primeiras pernas da turnê. Devido às circunstâncias, a perda não será tão lamentada. É claro que uma banda do porte do Crüe faz falta em qualquer line-up, porém para quem não esperava nada, um show do Kiss já está de bom tamanho. E que tamanho! A banda, formada em Nova Iorque
nos anos 70, é um dos maiores ícones da história do rock. Com hinos como Rock and Roll All Night, Detroit Rock City e Love Gun, o Kiss promete fazer uma apresentação histórica em três cidades brasileiras. A má notícia para os curitibanos é a que a capital paranaense não está na rota. Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro são as cidades escolhidas pela produtora XYZ para receber os novaiorquinos. A boa notícia é que dois dos shows vão coincidir com o feriado de 15 de novembro (sexta-feira). A capital do Rio Grande do Sul recebe o show no dia 14, seguida por São Paulo (dia 17) e Rio de Janeiro (dia 18). Uma curiosidade: as famosas ca-
ras pintadas dos músicos têm uma contribuição genuinamente brasileira. Difícil acreditar que o Kiss bebeu da fonte de ninguém menos do que Ney Matogrosso, mas foi exatamente isso que aconteceu. Com este anúncio, o ano de 2012 tão lamentado na coluna anterior não está salvo, mas recebe um gigantesco salto de qualidade. O que continua sendo fator desestimulante são os valores dos ingressos. Para assistir ao Kiss os fãs brasileiros não vão desembolsar menos do que R$ 190,00 (considerando o valor do ingresso inteiro nos setores menos privilegiados). Quem pode desembolsar esses valores e quer ver a banda deve se apres-
Angelo Sfair angelo.sfair@gmail.com sar! Os ingressos começaram a ser vendidos no último dia 29 para São Paulo, dia 30 para Porto Alegre e dia 1° para o Rio. E pode colocar este na sua lista de shows imperdíveis!
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Curitiba, quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Esporte
Segurança dentro dos estádios de futebol ainda é questionada Danilo Georgete
Não é de hoje que os problemas de dentro e fora dos estádios prejudicam o futebol. O caso mais recente aconteceu no último domingo (30), quando Millena, uma torcedora do Coritiba, de 13 anos e fã do jogador Lucas, do São Paulo, recebeu uma camisa do atleta no fim da partida entre Coritiba e São Paulo, disputada no Estádio Couto Pereira, na capital paranaense. O gesto do meia atacante do clube paulista gerou a ira da torcida coxa-branca, que ameaçou e chegou a agredir o pai da menina. O acontecido só reacendeu a discussão em torno da segurança no estádio brasileiros. Situações como essa vão contra o artigo 13 do capítulo IV do Estatuto do Torcedor. Ele prevê que “o torcedor tem direito a segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos antes, durante e após a realização das partidas”. Com isso, o Coritiba Foot Ball Club poderia ser penalizado pelo Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelos atos de uma pequena parte da torcida, porém o procurador do STJD, Paulo Schmitt, enxerga que a repressão da violência pela Polícia Militar (PM) foi satisfatória. Para ele, a atuação evitou um problema maior. Apesar da violência de alguns torcedores, Schmitt não acredita que ela foi suficiente para punir o Coritiba. Se o procurador do STJD viu uma ação eficiente da PM, o mesmo não foi visto por torcedores que estavam presentes no estádio. O torcedor Rodrigo Salvador descreveu nas redes sociais a visão dele do ocorrido. Em um trecho se mostrou indignado com falta de ação da PM presente no estádio e com as agressões que o pai da menina sofre: “Veio o primeiro tapa na cabeça do pai(...) Quase um minuto de confusão se passou quando três homens da segurança contratada do estádio (não policiais) tentaram interromper a confusão - esta segurança trabalha no Couto desde o famoso episódio de 2009, são cerca de 200 seguranças - mas não conseguiram chegar até a menina.
Neste momento, procurei por policiais e vi 6 deles, a aproximadamente 10 metros da confusão, totalmente imóveis (...) Sem ter por onde sair, a garota devolveu a camisa. Já sem a camisa em mãos, ela, o pai e o irmão saíram. Passaram ao lado dos policiais que citei, que permaneceram imóveis (sic)”, dizia um trecho do desabafo do torcedor. A diretoria do Coritiba disse que vai tentar punir os envolvidos no incidente, um deles inclusive trajava uniforme da Torcida Organizada Império Alviverde. Em contato com a reportagem a organizada do Coritiba, Luciano Lançoni um dos integrantes disse que a Império é contra a violência e que o maior culpado de tudo é o pai da jovem. “A culpa disso tudo é do pai da menina, um irresponsável. Não temos culpa do que aconteceu, não é o fato de uma pessoa da Império estar no meio que a torcida toda é responsável. Uma vez que o pai não foi agredido e nem tentaram agredir ele. A culpa é da ingenuidade do pai”, disse o membro da organizada. O membro da Império
ainda citou que não haverá nenhuma forma de auxílio ao Coritiba para identificar o torcedor envolvida, já que segundo a visão deles o culpado pelo incidente é o pai da Millena e o jogador do São Paulo. Algumas pessoas defendem a extinção das torcidas organizadas para melhorar o andamento da segurança das partidas de futebol, outras discordam. É o caso do advogado especialista em Direito Esportivo, Ivan Rocha. Para ele, “não é a proibição de torcidas organizadas que vai resolver o problema da segurança nos estádios e fora deles”. Rocha ainda afirma acreditar que a proibição é inconstitucional. “Ela fere o direito de ir e vir e de se associar livremente”, diz. Já o Deputado Federal André Moura (SE), criador do Projeto de Lei 2210/2011, que ainda aguarda o parecer da Comissão de Turismo e Desporto (CTD) e visa penalizar torcidas organizadas que provocam tumulto antes, durante ou depois de eventos esportivos, acredita que “a violência praticada nas arenas e eventos esportivos
preocupa a sociedade por tamanha ousadia”. Moura ainda defende que na atualidade as torcidas organizadas se preocupam mais com a quantidade de membros do que com a qualidade. O ideal, para ele, é que sejam feitos cadastros para monitoramento dos integrantes. Em Curitiba, as torcidas organizadas Império Alviverde, Fúria Independente e Os Fanáticos possuem cadastros atualizados dos membros, como pede o Estatuto do Torcedor. Faltam exatamente 619 dias para a bola rolar na Copa do Mundo de 2014. Como bom anfitrião, o Brasil inteiro vem se preparando para receber o maior evento esportivo do planeta, porém os brasileiros ainda esbarram em muitos problemas como esse. O advogado Igor Mendes questiona o desejo brasileiro de ter as melhores arenas do mundo, comparáveis com as europeias, para o mundial. Ele pergunta como podemos querer estádios “sem alambrados” com a discussão que existe hoje em torno da segurança do futebol nacional.
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Ensaio
História retratada em carros Jessica Rossignol
Em mais um dos finais de semana em Camboriú, Santa Catarina, me deparei com uma exposição de carros no centro da cidade. Era o 2º Encontro de veículos antigos e especiais de Camboriú. Como toda cidade litorânea não é tão movimentada fora de temporada, percebi que muitos moradores e apaixonados por carros foram até a Praça das Figueiras para relembrando momentos da infância e adolescência, até mesmo reconhecendo os carros que estiveram em filmes marcantes. E com a câmera nas mãos registrei um pouquinho da história da cidade e a exuberância dos carros ali expostos.