Notícia Antiga
Curitiba
No dia 20 de junho de 1971 estreou no México a série televisiva Chaves. Página 6
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Ano XIV Edição 7964 Quinta-feira, 20 de junho de 2013
lona.redeteia.com
A tarifa caiu Fruet anuncia redução de 15 centavos no preço da passagem
Maurilio Cheli/SMCS
No meio de tantos protestos, o prefeito Gustavo Fruet anuncia que irá reduzir até o dia 1º de julho a tarifa cobrada pelos transporte público em Curitiba. A medida resultará em um custo de R$ 30 milhões aos cofres da cidade. Uma das soluções para cobrir esse valor é a devolução de R$ 10 milhões pela Câmara Municipal.
Design sustentável
Lucas Souza
Alunos de Design de Projeto da Universidade Positivo realizam exposição “Animais de Papelão” no segundo andar do bloco vermelho. A ideia é bastante simples: o uso de papelão recortado e encaixado para formar figuras dos mais variados animais, desde o pequeno ratinho preto ao incrível rinoceronte vermelho em exposição. O projeto é uma maneira de propagar o design sustentável, pelo qual são reaproveitados materiais que iriam para o lixo, e podem ser usados na produção de arte. Página 5
Especial da Copa
Em 2013, cerca de 73 milhões de torcedores devem desembarcar no Brasil. A capital paranaense vai receber 4 jogos da Copa, o que indica um grande número de turistas no ano que vem. A rede hoteleira de Curitiba sofre com a falta de profissionais que dominam outras línguas, mas se destaca quando o assunto é o número de leitos. Página 4
Página 2 Tecnologia
Transporte
Por onde anda?
“Nas escolas, é extremamente comum ver crianças e jovens grudados em suas tela jogando ou comentando o último viral no facebook”, Guilherme Dea
“Há a possibilidade que você use o seu carro para trabalhar porque não conta com a eficiência do transporte público”, Daniel Zanella
O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluna Virgínia Vilela.
COLUNAS Moda A música pop é algo que vai muito além da parte sonora, ela também possui grande apelo visual. A coluna de moda de hoje comenta a função do figurino dos músicos e ainda fala sobre celebridades em destaque no momento.
Teatro O compositor Chico Buarque, que é escritor nas horas vagas, escreveu a peça “Gota D’Água” como protesto contra a Ditadura Militar. A colunista Larissa Mayra aproveita o gancho das manifestações no Brasil para comentar sobre o teatro de protesto.
WikiCommons
Hotéis se preparam para receber turistas durante a Copa do Mundo
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OPINIÃO
Editorial A democracia da arbitrariedade Centenas de milhares de manifestantes foram às ruas, para protestar desde os 0,20R$, até a impunidade corruptiva que paira sobre o Brasil. As manifestações tem gerado uma verdadeira comoção nacional, que se dói pelo direito da população de ter sua voz escutada pelos quatro cantos do país verde, azul e amarelo. Contudo, com o grande número de manifestantes, um fato alarmante tem sido observado, quando os olhares se voltam para a atuação da polícia como um todo. Em recente publicação, a Universidade Federal de
Fluminense divulgou uma carta, repudiando a atuação da PM, ao “prenderem arbitrariamente” um aluno do curso de jornalismo da UFF. Segundo a Universidade, “Wesley (o estudante) foi preso, pois não comprovou vínculo profissional ou autônomo com qualquer órgão da imprensa tradicional.” O texto continua, afirmando ser esse, um pretexto absurdo, visto a quantidade de free-lancers que atuam hoje no mercado. O caso de Wesley é só mais um, dos tantos que demonstram a busca da policia, por “demonstrar serviço”. Afinal, se hou-
veram manifestações exaltadas, deve-se, no final das contas, ter uma margem de presos, demonstrando que o trabalho foi (supostamente) bem feito, por mais que essas prisões sejam feitas arbitrariamente. Esse infelizmente parece ser o pensamento dos policias que atuam em grandes movimentos. Atitudes arbitrarias jamais podem constar, no manual de como ser um bom policial. Afinal, a PM não pode acreditar que está ali, para ser truculenta. Está ali, sim, para manter uma ordem pública geral. Mais do
Tecnologia na Escolas Com o passar dos anos, a tecnologia evoluiu e permitiu que construíssemos ferramentas cada vez mais complexas e poderosas. Celulares deixaram de ser meros telefones portáteis e se tornaram verdadeiros computadores, capazes de acessar virtualmente todo o conhecimento armazenado na internet. Novas peças permitiram que tablets mais finos que cadernos se popularizassem. Novas pesquisas em rede trouxeram acesso à internet
longe de casa. Estamos cada vez mais conectados e equipados, levando milhares de informações conosco para inúmeros lugares, inclusive na escola. Nas escolas, é extremamente comum ver crianças e jovens grudados em suas tela jogando ou comentando o último viral no facebook. Nas mídias, vez ou outra pipoca uma reportagem sobre alguma licitação ou tentativa do governo de implementar tablets nos colégios, inspirados por casos de
sucesso mundo afora. As grandes empresas, como Google e Apple, têm investido nesse setor, com novos formatos interativos e aplicativos especialmente desenvolvidos para o ensino. Incentivos e plataformas não faltam, mas será mesmo que isso funciona na prática? Veja na universidade: em aulas em que o professor permite o uso destes aparelhos é comum ver jovens navegando no facebook e no Twitter durante a
explicação. Apesar de serem ferramentas excelentes, elas também trazem um grande número de tentadoras distrações, facilmente tirando a concentração do aluno. A falta de segurança e estrutura na maioria dos colégios do Brasil inviabiliza o uso total do potencial desses aparatos. A falta de conteúdo em português e do treinamento de professores também é outro ponto negativo. Porém, quando bem usados, esses pequenos gadgets podem en-
O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 - Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.
Acervo Pessoal
A Grande Ficha que está acontecendo. É um tanto disso tudo e de pulsões internas dos últimos trinta anos. A passagem de ônibus, os investimentos vergonhosos na Copa do Mundo do ano que vem, a violência urbana necrosada em nossas ruas cotidianas, a perda da utopia política – neste país de inexistência partidária e fisiologismo extremo –, o aparelhamento dos sindicatos trabalhistas, a ineficácias das uniões estudantis, o mercado de trabalho cada vez mais selvagem, a geração que vem sob a égide do individualismo insuficiente, embrionados em lares sem significância, um país que ascende economicamente, mas ainda é muito rude com quem
riquecer uma aula, possibilitando o acesso a vídeos sobre o assunto, a páginas com informações sobre algum fato curioso e a dados sobre determinada situação. Para as escolas do Brasil serem conectadas, é preciso investimento em estrutura, segurança e treinamento de professores, e uma boa disciplina por parte dos alunos. Caso contrário, é melhor ficar na clássica combinação de canetas, cadernos, livros e quadro-negro.
Por Onde Anda?
Trabalho na Página 1 desde 94, mas só a partir de 2012, no jornalismo. A minha história é bem interessante: trabalhei na empresa como gerente administrativo-financeiro durante 15 anos e, devido a tanto contato com os jornalistas, acabei me apaixonando pela profissão. Resolvi fazer jornalismo e aqui estou eu, trabalhando na redação e adorando o que faço. Hoje atendo clientes de assessoria e amo o que faço!
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professor-orientador Ana Paula Mira Editores-chefes Júlio Rocha e Marina Geronazzo Editorial
trariamente aqueles que nada tem a ver com práticas violentas e de vandalismo. O que aconteceu com o estudante da UFF, é só um caso público, dos diversos que ficam no anonimato. Atingir a imprensa, assim como atingir toda a população é uma atitude que resgata a repressão de tempos onde a manifestação era um crime hediondo. Mais do que isso, o respeito à verdade deve ser praticado em um país que se diz democrático.
Guilherme Zaleski Dea
Virgínia Vilela
Tenho bússolas morais. Laerte é uma delas. Na Folha de S.Paulo deste histórico 16 de junho de 2013, ele ilustra A Grande Ficha, um objeto vindo do espaço e entrando no Brasil como se surpreendente. Estamos vivenciando um momento fundamental na produção social recente: um país que se vê indignado a partir do barril de pólvora disparado por seu maior centro urbano, um bloco sem definição partidária clássica, uma juventude que sai para protestar sem líderes carismáticos, para reivindicar, cometer excessos, quebrar os discursos estáticos, efetivar sua cidadania. Nenhuma corrente sociológica está sendo capaz de abarcar o
que isso, o sentimento de medo que a policia gera na população, demonstra resquícios da ditadura militar. É claro que não se pode generalizar. A PM daqui de Curitiba, perante a última manifestação, atuou muito bem, repudiando somente aqueles que estavam lá, simplesmente para praticar atos de violência. Contudo, nacionalmente falando, é possível ver uma PM entrando na defensiva, começando a ficar desesperada por demonstrar que está conseguindo manter um bom trabalho, prendendo arbi-
Daniel Zanella está nas classes inferiores – a ascensão social, como diria Bordieu, não ocorre à galope. Nunca deixamos de pagar tributo ao nosso habitus social original. Alguns cidadãos, por exemplo, demonstram-se extremamente aborrecidos com os transtornos causados pelos manifestantes. Meu amigo, minha amiga, você é vandalizado diariamente neste país. Há a possibilidade que você use o seu carro para trabalhar porque não conta com a eficiência do transporte público. É possível que você dispense uma renda significante do seu trabalho mensal para pagar um bom plano de saúde porque sabe que quando acontecer algo grave não poderá con-
tar com um sistema de saúde tão célere quanto o seu privado. Além do que, convenhamos, você já deveria ter se habituado aos congestionamentos constantes das vias centrais das metrópoles. Ao menos, agora, alguém está fazendo algo mais contundente que, de uma forma ou de outra, poderá beneficiá-lo. Vinagre não anula os efeitos do gás lacrimogêneo. É placebo. O efeito é nulo. Apenas máscara de gás resolve. A polícia prometeu não usar mais balas de borracha. Uma jornalista tomou um tiro no olho. Estudantes de medicina prometem auxiliarem vítimas de abusos da polícia. [Há excessos de manifestantes, evi-
dente, mas uma minoria. O comportamento inadequado das PMs nacionais também demonstra o despreparo emocional de funcionários públicos diante de quem tem, sim, todo o direito de se manifestar – mas não extrapolando à violência. Mas, pelamor, é gente inevitavelmente menos armada do que a polícia.] Sinto-me numa primavera árabe. Mais esquerdista do que o normal, temendo por amigos de outras grandes praças, lá na frente das linhas de questionamento. Fui na manifestação de ontem. Sente-se que a escalada não para por aqui. E talvez seja isso. O gigante despertou.
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Geral
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Câmara cede R$ 10 milhões para pagar prejuízo da redução da tarifa de ônibus Foi anunciada nessa quinta-feira a redução do preço da passagem de ônibus em Curitiba. A decisão irá gerar um custo de R$ 30 milhões da redação
Transporte Integrado Quando o anúncio do aumento da tarifa para R$ 2,85 foi dado, rumores surgiram sobre o possível fim do transporte integrado em Curitiba e Região Metropolitana. Agora, com a redução da passagem, o prefeito anunciou que
têm o objetivo de levantar dinheiro sem afetar negativamente outras áreas importantes da cidade. “É um esforço conjunto com a Câmara Municipal para que não seja necessário tirar recursos da saúde, da educação e de outras áreas de grande impacto social”, disse Fruet. As empresas responsáveis pelo transporte público da cidade não sofrerão com a redução da tarifa pois, graças a um contrato assinado por Beto Richa em 2010 que obriga a Prefeitura a repassar um valor de R$ 2,99 por passageiro, valor conhecido como tarifa técnica, que é a razão entre os gastos com o transporte e o número de passageiros.
enviará um ofício à Coordenação da Região Metropolitana (Comec) solicitando que o Governo licite e assuma o transporte metropolitano para que Curitiba possa manter a redução sem ser afetada pelos custos do transporte da Região Metropolitana de Curitiba. Ainda não se sabe se a tarifa do transporte na RMC será reduzida também. A Prefeitura de Curitiba
ANPr
O Prefeito Gustavo Fruet anunciou nesta quinta-feira a redução da tarifa de ônibus em Curitiba. O novo valor, que entrará em vigor a partir do dia 1º de julho, é de R$ 2,70, 15 centavos a menos que a passagem anteriormente estabelecida neste ano. É a primeira vez que o preço da passagem é reduzido em Curitiba. Em coletiva de imprensa, Fruet declarou que o custo dessa redução para a Prefeitura é de R$ 30 milhões. Dentre as medidas citadas pelo prefeito para cobrir esse valor estão o aumento da fiscalização de recolhimento do Imposto de Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) pelas empresas de transporte coletivo, remanejamento dos gastos com publicidade para a Copa do Mundo de 2014 e a devolução de um valor de R$ 10 milhões que havia sido pago à Câmara Municipal. Para Fruet, essas medidas
qualidade do transporte público em Curitiba. Dentre elas está a criação de novas linhas de ônibus para estudantes e variar o preço das passagens conforme os horários de maior ou menor movimento, o chamado escalonamen-
to de tarifas, que já está sendo estudado desde fevereiro. Outras possiblidades são descontos para usuários do cartão eletrônico do ônibus e a integração da bicicleta ao transporte rodoviário.
Diego Henrique da Silva
ainda formalizará a proposta de redução para a Comec com objetivo de manter a tarifa única. Melhorias no transporte público Gustavo Fruet anunciou que a Prefeitura deve lançar um conjunto de medidas para melhorar a
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COPA DAS CONFEDERAÇÕES
Redes hoteleiras começam a apresentar mudanças para atender turistas Mobilização revela a necessidade de adequar os hotéis das cidades-sede da Copa de 2014 Luis Tineu e Evelyn Dias
Com ou sem manifestações, o fato é que haverá a Copa do Mundo em 2014 no Brasil, um acontecimento histórico que, além de aumentar a economia do país, também irá trazer muitos turistas.
de obra qualificada, a mobilização já começou, e esse panorama pôde ser comprovado ao longo de algumas entrevistas. Segundo Wilson Abrão, gerente geral do Hotel Centro Europeu Tourist, o esta-
cionário deverá ter conhecimento de pelo menos 2 idiomas e que o hotel não pretende contratar durante o período. Questionado em relação às maiores deficiências da rede hoteleira na cidade,
mais do que as suas reservas diárias, mas admitem que virão pessoas de lugares completamente diferentes e a preocupação certamente está ligada à capacitação de seus funcionários. Alguns ainda
a uma maior demanda, mas certamente porque faturarão muito em cima disso e certamente muitos dos turistas que vierem irão querer voltar algum dia, já que Curitiba tem vários pontos turísticos e
São estimados mais ou menos 73 milhões de desembarques em todo território brasileiro. Aqui em Curitiba, a demanda deverá ser alta já que a cidade é sede de 4 partidas durante o torneio mundial. A questão que se coloca é em relação à infraestrutura para aco-
belecimento já iniciou suas reformas na parte de instalações, infraestrutura e capacitação dos funcionários. “A nossa ideia é conscientizar os turistas principalmente sobre o turismo de permanência por mais de 2 dias. Hoje o turismo de Curitiba é de um dia,
ele afirma que ainda é a questão do idioma, mas acrescenta também a tecnologia e a parte elétrica que, segundo ele, não condiz com o padrão internacional europeu. Os problemas certamente não param por aí, e segundo outras fontes, que não
afirmam que pretendem contratar na média de 40 novos funcionários. Segundo alguns relatos, profissionais com experiência, boa comunicação, responsabilidade, bom comportamento e que dominem várias línguas terão vagas garan-
possui muitos parques. Para muitos, a Copa foi só o empurrãozinho que faltava para que eles começassem a investir mais ainda nos seus estabelecimentos.
modar tantas pessoas. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), atualmente Curitiba e região possuem 18 mil leitos. A FIFA exige 12.500. Em relação à mão
conhecem-se os parques e acabam descendo para o sul do país”. Ele acredita que a maior demanda de turistas não virá durante a Copa, mas sim, após ela. Diz ainda que cada fun-
quiseram se identificar, a deficiência está na parte comunicativa e também operacional. Os hotéis aparentemente não acreditam que a demanda vá aumentar muito
tidas, pois a escassez da mão de obra qualificada é algo que atormenta a rede hoteleira há tempos. Para os hotéis, a Copa será muito benéfica. Não só porque vão atender
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Especial
“Animais de Papelão” invadem a UP
Lucas Souza
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Exposição criada por alunos de Design da UP propaga o design sustentável e reaproveita materiais que seriam descartados
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COLUNISTAS
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Larissa Mayra Falo de Teatro Gota d’água Vem pra rua! Vem pra rua! Grita a voz dos brasileiros ao marchar pelas cidades. Este momento preenche as pessoas de entusiasmo, sentimentos que transbordam a rotina do conformismo. Que loucura, penso eu no meio da multidão, achei que isso existia apenas nos livros de história. Porém a situação é outra, eu estou no meio, também faço parte. No palco, uma manifestação também pode acontecer. Por isso, muitos teatros tiveram as portas fechadas no período ditatorial. Na malandragem de quem luta contra a ditadura, Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes escrevem o musical “Gota D’Água’’, em 1975, que foi inspirado na tragédia “Medeia” de Eurípides.
Gota D’Água conta a história de Joana, esposa de Jasão e por ele traída. Creonte é o dono da Vila do Meiodia, na qual todos os pobres e trabalhadores moram. Jasão consegue conquistar a filha de Creonte, a Alma, e com ela planeja um casamento. Abandonada, Joana acumula ódio e raiva do exmarido, que a deixou para conseguir uma vida mais confortável. Jasão começa a trabalhar com Creonte e fica responsável por cobrar os alugueis da vila. Em certo momento, ele tem que expulsar Joana do seu apartamento, porém ela não aceita o despejo. Para tentar evitar o casamento de Jasão, Joana envia, por intermédio dos seus filhos, um bolo envenenado para Alma, mas o pai expulsa as crianças da festa e
Joana decide se matar juntamente com os dois filhos. Através dessa história tensa e cheia de conflitos, Chico Buarque e Paulo Pontes tratam de autoritarismo e desigualdade social no Brasil. Com o objetivo de uma reflexão sobre o momento sócio-políticocultural de 1970, o teatro se transforma em manifesto. Já faz um tempo, não me lembro quando, assisti Breviário Gota D´Água, um musical que adapta Gota D’Água e Medeia. Com direção de Heron Coelho e Georgette Fadel, o grupo consegue dialogar com a realidade atual. Quando assisti, não sabia que a peça tinha sido escrita em 1975, mas me identifiquei com as injustiças nela representada. O triste é ver que mesmo
depois de quase quarenta anos, o Brasil ainda está nas mãos de múltiplos Creontes, que só pensam em cobrar e se acuam quando são cobrados. Da peça, nunca esqueci uma música, de autoria de Chico Buarque de Holanda, que diz o seguinte: Já lhe dei meu corpo / Minha alegria Já estanquei meu sangue / Quando fervia Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta Olha a gota que falta / Pro desfecho da festa Por favor...
Deixe em paz meu coração Que ele é um pote até aqui de mágoa E qualquer desatenção, faça não Pode ser a gota d’água
Elana Borri Moda por aí Mistura que deu certo Primeiro tenho que confessar que já estava querendo escrever sobre este tema a algum tempo, porque sinceramente a música é o que me move. Sempre tive uma relação muito estreita com esse tipo de arte, e nada mais justo do que juntar isso com a moda, que é uma das minhas paixões recentes. No desfile do ano passado da Victoria Secrets, pudemos acompanhar um verdadeiro espetáculo de vários artistas bem no meio da passarela. A sincronia do cenário, modelos, roupas e música foi praticamente perfeita, conseguindo criar uma harmonia tão boa que sem sombra de dúvidas foi um dos melhores desfiles que já tive a oportunidade de ver, mesmo que somente pelo Youtube. Mas para mim, o que mereceu o real destaque foram as apresentações de Rihanna e Bruno Mars (juro que se pudesse, colocaria um vídeo aqui), que fizeram um show a parte e compensaram a apresentação desastrosa de Justin Bieber. Mas voltando pra moda. Não é somente nas passarelas que os dois mundos se misturam. Lady Gaga é a prova. Antes mesmo do sumiço repentino, a moça costumava ousar todos os dias ao sair
de casa. Um sapato exageradamente alto (não sei como ela consegue andar naquilo), muitos bodys de
recer toda a originalidade da cantora. Indo para um exemplo mais humilde, temos Ri-
e atualmente, pelo menos pra mim, está sem uma definição. Apesar disso, acredito que ela seja uma
diversas cores, a polêmica roupa de carne e até mesmo um vestido com vários bonecos Caco, aquele de Os Muppets. Um gosto, é claro, duvidoso, mas que não deixa de transpa-
hanna e Rita Ora. As duas tem um estilo bem parecido, mas Ora se destaca por uma pegada bem mais street, enquanto Rihanna já se desviou um pouco do seu estilo antigo
das que mais se destaca no mundo da moda por justamente ser este camaleão ambulante, o que pode ser notado na mudança na cor do cabelo a cada mês. Por parte dos homens,
me apetecem muito os estilos de Adam Levine e Bruno Mars. Ambos têm um jeito urbano (já deu pra perceber que sou extremamente adepta) e ao mesmo tempo são muito diferentes. O vocalista do Maroon 5 é sempre visto de camiseta e jeans, mas sempre com um toque a mais , geralmente o óculos ou a jaqueta, que faz com que se torne incrível. Já Bruno Mars é muito mutável. Agora com seu novo CD, ele aderiu a uma levada anos 80, com black power, muito couro e muitas cores. O que todos estes artistas têm em comum é que não ligam para o que os tabloides dizem. Não há um site de fofoca que não fique comentando sobre as roupas dos famosos, mas creio que o modo com que eles se vestem não seja apenas futilidade. Tanto a música quanto a moda são meios que as pessoas encontram pra demonstrar o que pensam e o que gostam. Não deve haver espaço para julgamentos de estilos e é obvio que nunca vamos gostar de todos, mas é nosso dever respeitar o jeito único de cada um (aqui, trazendo para o nosso mundo de meros seres normais), sendo ele satisfatório para gente ou não.
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AGENDA
NOTÍCI ANTIGA No dia 20 de junho de 1971, estreou no México a série televisiva Chaves, uma comédia criada e protagonizada por Roberto Gómez Bolaños e produzida pela Televisión Independiente de México (posteriormente, Televisa). A série relata as experiências de um grupo de pessoas que moram numa vila, onde Chaves interage com seus amigos ocasionando mal-entendidos e discussões entre os vizinhos, num tom geralmente cômico.
O roteiro veio de um esquete escrito por Bolaños, onde uma pobre criança de oito anos discutia com um vendedor de balões em um parque. Ele deu importância ao desenvolvimento dos personagens, aos quais foram distribuídas personalidades distintas. Desde o início, seu criador percebeu que o seriado seria destinado ao público adulto, não ao infantil, mesmo se tratando de adultos interpretando crianças. O elenco principal é composto
por Bolaños, María Antonieta de las Nieves, Ramón Valdés, Florinda Meza, Carlos Villagrán, Edgar Vivar, Rubén Aguirre, Angelines Fernández, Horacio Gómez e Raúl Padilla. O sucesso de El Chavo del Ocho foi tal que, em 1973, foi difundido em vários países da América Hispânica, obtendo altos índices de audiência. Estima-se que, em 1975, foi visto por mais de 350 milhões de telespectadores a cada semana.
O que fazer em Curitiba? 20 de junho, às 20h: Trio Quintina Teatro do Paiol: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada) na bilheteria do teatro 20 de junho, às 22h no Curitiba Comedy Club (Av. Mateus Leme, 2467) tem “Comédia Abaixo de Zero” com Leonardo Forti e Serginho Lacerda. Informações: (41) 30180474. 22 de junho, às 16 horas: A Montanha no Meio do Mundo. Espetáculo infantil do Grupo Obragem Museu Oscar Niemeyer: Entrada gratuita 26 de junho, às 21 horas: El Merekumbé. Show de lançamento do segundo disco. Teatro do Paiol: R$ 5 26 de junho, às 20h30: Orquestra OPUS convida: Daniela Mercury Teatro Positivo: R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada)