Lona 865 - 07/11/2013

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Notícia Antiga No dia 07 de novembro de 1917, aconteceu a Revolução Russa. Wikimedia

Edição 864

Curitiba, 07 de novembro de 2013

lona.redeteia.com

Preço do alimento é o que mais cresce com inflação Wikicommons

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Jorge Camargo

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação na região de Curitiba aumentou 0,63% de outubro. Com o aumento, a inflação da cidade alcançou o maior índice desde o mês de maio deste ano. As áreas mais afetadas foram equipamentos de residência, com subdivisões equipamentos e eletrodomésticos, e a alimentação, sendo que esta última teve o maior aumento.

O cantor Pedro Mariano, filho da cantora Elis Regina, voltou à Curitiba para apresentar seu novo projeto, onde se apresenta junto com uma orquestra. Em 2012, o cantor gravou na capital paranaense um CD e DVD em homenagem a sua mãe e descreve como foi realizar uma grande homenagem a uma grande cantora e fala sobre os desafios que enfrentou durante a sua carreira musical.

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Opinião Editorial

Energia Nuclear Por onde anda?

“E isso é reflexo de um país doente, com valores totalmente invertidos. As notícias escassas deveriam ser as de corrupção, não a de políticos honestos.”

“Obama já havia sinalizado um enfraquecimento das sanções impostas ao Irã para que houvesse uma ‘maior flexibilidade’ nas negociações. “

O que fazem os estudantes de jornalismo depois de formados? Saiba por onde anda o ex-aluna Juliana Guerra.

Colunistas

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Teatro “No teatro, costuma-se dizer que quem faz peças infantis consegue fazer qualquer coisa. O motivo é simples: não há público mais sin-

cero do que as crianças e conseguir a atenção deles é uma tarefa complicada,” Larissa Mayra.


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Editorial

Quando ser honesto é notícia O agora ex-prefeito Lorimar Luiz Gaio (PV), de São Jorge D’ Oeste, no Paraná, entregou à Câmara uma carta de renúncia em que dizia ser “incapaz” de combater a corrupção. A notícia teve alcance nacional e muitos jornalis-

tas não se conformavam de não conseguir falar com o demissionário. Ele entregou a carta e sumiu. Alguns, inclusive, não conseguiam entender como alguém tem uma atitude como essa e não se aproveita da fama repentina, até mesmo de

Por Onde Anda?

forma eleitoreira. É simples: um agricultor, sem passado político, entra na prefeitura de uma cidade minúscula, com intenções genuínas de mudança. Ao ver o jogo político de perto e como ele é, desilude-se e percebe sua total

nulidade perante a corrupção. No entanto, muitos veículos de comunicação, e até mesmo parte da sociedade, não perceberam isso. A inversão de valores na divulgação desse fato é evidente, infelizmente. Vira

fazia até papel de vendedora, na loja de produtos doados. Agora, há pouco mais de um mês, estou trabalhando em uma escola particular, em São José dos Pinhais, a escola chama Top Gun. Aqui faço toda parte de redes sociais, site e fotografia. Também presto serviços para o SuperCérebro (do mesmo dono da escola), com as mesmas funções. Nesse tempo todo, paralelamente, trabalho como fotógrafa. Não sei exatamente há quanto tempo faço isso, mas durante os 3 meses que não estava trabalhando na área de formação, me dediquei apenas à fotografia e foi o melhor trabalho que já tive. Enquanto asses-

O programa nuclear iraniano em pauta, mais uma vez

Expediente

inúmeras tentativas de acordo (algumas mediadas pelo presidente Lula). Os países do P5+1 (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido, China e Alemanha) desconfiam que o enriquecimento de urânio iraniano seja para fins bélicos. O Irã, por sua vez, declara que, como qualquer outro país, tem direito a desenvolver energia nuclear para fins pacíficos (os quais, juram ser a intenção). Nesta semana, acontece a segunda rodada de negocia-

mente um furo jornalístico. E isso é reflexo de um país doente, com valores totalmente invertidos. As notícias escassas deveriam ser as de corrupção, não a de políticos honestos.

Juliana Guerra No último ano da faculdade (2011) comecei um estágio em uma Ong, a Associação dos Amigos do HC. Depois de 6 meses fui contratada como Assistente. Como fiquei um semestre a mais na faculdade, para concluir o TCC, eles não podiam me contratar como profissional, mas depois da conclusão do curso, fui promovida a Analista de Comunicação. Sai de lá em junho deste ano. Ao todo, foram mais de dois anos, entre estágio e trabalho como Analista. Na Associação, eu fazia de tudo um pouco, assessoria de imprensa, rede social, a parte de trabalhos gráficos, como flyers, banners etc., e quando precisava

Nesta quinta-feira 07, após um encontro em Genebra com a chefe de política externa da UE (União Europeia), Catherine Ashtonnesta, o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, anunciou que pode chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano ainda nesta semana. Esse impasse se estende desde meados de 2006 quando o Irã começou o processo de enriquecimento de urânio. Desde então, já ocorreram

notícia quem simplesmente é honesto ou se nega a participar da lama que virou a política nacional. Como são comuns os fatos de roubo, desvio de dinheiro público e tráfico de influências, a honestidade passa a ser pratica-

ções desde a posse do presidente Hassan Rohani, que substituiu Mahmoud Ahmadinejad. Obama já havia sinalizado um enfraquecimento das sanções impostas ao Irã para que houvesse uma “maior flexibilidade” nas negociações. O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu, já se manifestou contrário a uma eventual “abertura” para o Irã. O cenário não apresenta novidades: O Irã afirma ter boa

sora de imprensa na Associação, eu fazia 99% de todos os textos que saiam de lá. Inclusive as “Palavras do Presidente” e discursos. E “falar” por outra pessoa era o que eu menos gostava de fazer. Também me incomodava um pouco fazer a função de “designer”, mas como em uma Entidade Sem Fins Lucrativos todos os recursos são escassos, fazia o melhor que eu podia, mesmo não entendendo muito sobre o assunto e aprendendo através de tutoriais como manipular os softwares. Na Associação, o público-alvo dos eventos era a Classe A, pessoas que saem na coluna social. Tive que aprender a lidar com elas. De certa

forma, aprender a agradar esse público, conseguindo espaço para eles nas colunas. Foi a parte mais chata, minha intenção com o jornalismo era o contrário. Mas eu pensava que isso se reverteria em doações à Associação. A faculdade me ensinou toda base de como se faz. Na prática e “sugando” a experiência das chefias durantes os estágios, eu aprendi como agir na prática. Mas um aprendizado complementou o outro. Na faculdade eu aprendi todas as regras e estilos de textos, e na prática entendi em que ocasiões eles podem ser utilizados.

Lis Claudia Ferreira

vontade para resolver a situação (porém não se mostra aberto a medidas extremas), Israel é o detentor de todo conhecimento e sabe de todas as intenções malignas dos vizinhos persas e o bloco P5+1 tenta não parecer incompetente, sem desagradar muito – é claro - o todo poderoso do Oriente Médio, Israel. Dada a complexidade das negociações (conforme palavras do próprio Michael Mann, porta-voz da chefe da diplomacia da UE), o mundo

não parece celebrar o sinal verde do chanceler iraniano para uma possível solução da demanda. Se não há expectativas, não existe frustração. Já se falou tanto sobre isso (muitas vezes em português), que uma chance de acordo, não passa de mais um falatório sobre as questões do Oriente Médio (que não se sabe ao certo porque, sempre estão de alguma forma ligadas a Israel). Aguardemos as próximas rodadas

Reitor: José Pio Martins Professora-orientadora: Ana Paula Mira Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Editores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina Geronazzo Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Editorial: Da Redação Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

de negociação (na sexta-feira 08 mais conversas devem acontecer). Quem sabe, mesmo com o “ceticismo nosso de cada dia” sobre os impasses do Oriente Médio, o bloco do P5+1 consiga tirar as propostas no papel, para de fato trazer uma solução que beneficie o mundo de alguma forma - principalmente os maiores interessados no fim do programa nuclear iraniano.


Notícias do Dia

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Inflação fecha em 0,57% em outubro, segundo IPCA Esse é o maior índice registrado desde fevereiro. Setor alimentício é o mais afetado, novamente.

Lucas de Lavor

e mass as e f a r i n has (2,83). For am as mais afe t ad as c om o s nú me ro s ge r ais d e, resp e c t iv a mente, 1 , 0 5 % e 0,98%. C om b aix as, ap enas o s e tor de ve stu ár i o e c u i d ad o s p e ss o ais, c om -0,04% no pr i mei ro e - 0 , 0 7 % no s eg u nd o. Os subi tens c om b ai x as for am s er v i ç o s mé d i c o s e de n t ár i o s ( - 0 , 3 2 % ) , roup a fe m i n i na ( - 0 , 1 2 %), roup a mas c u l i na ( - 1 , 6 1 %), j oi as e bijute r i as ( - 0 , 5 9 % ) e produto s f ar mac ê u ticos (-0,8%).

Wikicommons

A inf l a ç ã o na reg i ão d e Cu r it ib a aumentou 0,6 3 % no mê s d e ou tubro, s egu nd o d ados d o Índ i ce Na ciona l d e Pre ç os a o C onsum id or Ampl o (IPC A ) . O número é o mai or reg ist ra d o d e sde mês d e mai o dess e ano, c om 0,6%. A d iv u lgaç ão a conte c eu ness a qu int afeira p elo Inst ituto Bras i l e iro de G e og raf i a e E st at íst ic a (IB G E ) . As áre as de e qu ip amento s de re s id ê nc i a, com sub d iv is õ es e quip amentos e eletrodomésticos ( 1,91%) , e a a liment a ç ã o c om f r ut as ( 6,21 % )

Nas out r as áre as, c omo ha bit a ç ã o e ar t i go s de re si dê nc i a , o s nú me ro s ficar am c om 0 , 5 6 % e 0 , 8 1 % , re sp e c t iv ame nte. D e s p e s as p e ss o ais, 0 , 4 3 %; s aú de e c u i d a do s pess o ais, 0,39%; comunicação, 0 , 0 8 % e e du c aç ã o 0 , 0 9 %. Na c i on a l No âmbito nac i ona l, a i n f l aç ã o of i c i a l me di d a p el o I P C A f i c ou e m 0 , 5 7 % ne ss e mê s, re g ist r ando a mai or t a x a de s de fe ve re i ro de ste ano. No me smo p e r í o do no ano

p ass a do a marc a e r a de 0 , 5 9% . Nov ame nte, os a l i me nto s t am b é m re sp ond e m c omo o maior responsável p el a i n f l a ç ã o, o c up ando qu a s e me t a de d os contabilizados, s e ndo as c ar ne s c om 0 , 0 8 p on -

to p orce ntu a l copm a lt a 3,17% ne ss e mê s, re vel and o uma d ife re nç a consid e r ável com o mê s p ass a d o, que ha v i a fe cha d o com 0,88% .

e m 4,38% no ano, me smo nú me ro re g ist r a d o no ano p ass a d o. Nos ú lt imos 12 me s e s, a t a x a f icou e m 5,84% , l e ve me nte dife re nte d o ano p ass a d o, que e s C om iss o, o ín - t ava com 5,86% . d ice of ici a l f ic a contabilizado

Porta dos fundos lança livro em Curitiba Augusto Tortato

chat, Antonio Tabet (Kibeloco) e João Vicente de Castro além de arrancar gritos das meninas esbanjaram simpatia. Durante o bate-papo o clima era de um show de stand-up. Com perguntas feitas anteriormente pelo público, temas como novos trabalhos, vídeos mais complicados para fazer e até

vida amorosa foram abordados durante os trinta minutos de conversa. A obra é escrita pelos roteiristas do canal – Antonio Tabet, Fábio Porchat, Gabriel Esteves, Gregório Duvivier, Ian SBF e João Vicente – e mostra como cada um teve a ideia para montar a esquete, além do roteiro completo usado

Augusto Tortato

Mais de 4 milhões de assinantes e mais de 350 milhões de acessos nos vídeos do YouTube. Estas são algumas das marcas do grupo de humor, Porta dos Fundos. Uma pequena parte da equipe esteve na noite da quarta-feira (07) em um shopping de Curitiba para o lançamento do livro homônimo. Fábio Por-

nas gravações. O livro ainda conta com a tecnologia QR Code que no início de cada capítulo leva o leitor direta-

mente ao vídeo no YouTube. O trio contou que um DVD com a primeira temporada de vídeos será lançado no começo

de dezembro e que todos podem esperar um longa metragem para o segundo semestre de 2014.


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Geral

“Não me sinto oprimido de nenhuma forma pelo fato de ter meu pai e a minha mãe tão próximos de mim” Halanna Aguiar

Ao longo da sua carreira musical, você sempre se apresentou com banda de apoio. Como vai ser esse show junto com uma orquestra? Bem, a banda de apoio também vai estar lá, garantindo a identificação de quem for assistir, com a minha sonoridade, com a proposta que eu sempre venho trazendo em todos os meus trabalhos, e nós agregamos a formação orquestral, com doze cordas e seis metais. Acima de tudo é muito emocionante tocar com uma formação dessas, porque os arranjos são grandes, coloridos, tomam uma proporção muito maior, que por outro lado exige muita concentração, que você preste muita atenção nas nuances, nos detalhes, tudo tem um propósito, tem um tempo para acontecer. É diferente de você tocar com uma banda suporte apenas, quanto mais integrantes você tem na banda, ou na formação que você está trabalhando, mais claras as coisas tem que ser. Para coordenar um número maior de pessoas, todas as diretrizes precisam estar bem claras para todo mundo entender e ir para o mesmo lado junto, senão vira uma bagunça enorme. Então, não só para mim

que estou ali na frente, mas para todo mundo que está no palco tem sido um desafio e um prazer muito grande, porque o resultado surge e nos emociona muito. Estamos indo para o quarto show e tem sido uma experiência mágica, muito legal. De onde surgiu a ideia de inovar nos seus espetáculos? Na verdade isso era um sonho antigo que eu tinha e esse sonho é fruto de muitas coisas que eu escuto, de muitos artistas que eu gosto que em algum momento da carreira escolheram esse caminho de tocar com um orquestra, com grandes arranjos, com uma sonoridade maior. Também porque te tira um pouco da zona de conforto, você se coloca dentro de um desafio maior, e na minha cabeça um cantor que se preze e que queira realmente ser chamado de grande cantor, ele tem que cumprir algumas etapas, tem que passar por alguns desafios, por exemplo: gravar um piano e voz, tocar com uma grande orquestra. O piano e voz eu já fiz, então faltava fazer um projeto com uma orquestra. O porquê que eu estou fazendo agora, vem um pouco das circunstâncias da vida que vão caminhando e te levando para isso, e também da maturidade, de se sentir confiante, se sentir firme nessa decisão, e conseguir executar. Você comentou do projeto “Piano e Voz” que você fez com o seu pai, o maestro César Camargo Mariano, onde receberam a indicação para o Grammy Latino. Qual foi a sensação de estar em um projeto junto com o seu pai e ao mesmo tempo ser indicado a um dos maiores prêmios da música?

Com mais de mil inscritos para cada categoria e você estar na lista final de cinco artistas é muito gratificante. Acho que ganhar é um detalhe, literalmente o que faz uma pessoa decidir por a ou por b é realmente um detalhe, então para a gente foi muito legal, até porque o projeto foi despretensioso, nós não tínhamos a intenção de concorrer a determinado prêmio, nem nada. A gente fez porque a gente estava sentindo que era a hora de fazer isso. Ele coproduziu dois discos meus, a gente já tinha tocado várias vezes juntos, a maioria das vezes em um formato de piano e voz e toda a vez que a gente tocava falávamos: “Pô, uma hora a gente vai ter que entrar no estúdio e registrar isso. Não dá para ficar aqui só em câmera fotográfica, em internet. A gente tem que deixar registrado pra valer o encontro”. Mas faltava maturidade, repertório, ocasião, sincronizar a agenda e tudo mais. Então, fazer um piano e voz, que são apenas dois músicos tocando, sem a interferência de mais ninguém, eu acho que eu só conseguiria fazer com ele ou com alguma pessoa que eu conhecesse muito, que tivesse muita intimidade para executar um projeto desses. A gente atingiu esse objetivo, eu fiquei muito satisfeito com o resultado. Foi um estágio curto, mas de uma intensidade tão grande que eu me projeto antes do piano e voz e depois do piano e voz, e com certeza eu vou me projetar antes do espetáculo com orquestra e depois. Porque exige de você, carga dramática, tecnicamente falando, tudo o que envolve um projeto com essa densidade, você definitivamente, no final do processo todo, não tá igual como quando você entrou.

Em 2012 você veio à Curitiba para a gravação de um CD e DVD em homenagem à Elis Regina, onde quatorze cantores interpretaram canção que foram eternizadas na voz dela. Você tomou frente deste espetáculo, em que momento você sentiu a vontade de homenagear a sua mãe? A gente gravou ele em 2012, mas esse projeto já estava embrionário há 4 anos. Ele não era um projeto para homenagear por conta de alguma data comemorativa, ele surgiu na minha mesa, onde me chamaram para trabalhar, não tinha sido uma ideia minha, e eu aceitei porque curiosamente eu tinha tido uma ideia muito parecida, de cantores cantando Elis Regina. Assim eles me convidaram para dirigir o projeto todo, e eu abracei a causa. Em um primeiro momento eu nem queria participar como cantor, uma vez que eu já estivesse produzindo, eu já estaria prestando a minha homenagem, mas tanto como o patrocinador e os idealizadores do projeto fizeram questão que eu participasse e eu acabei aceitando. Foi uma das experiências mais intensas, mais malucas e mais sensacionais que eu já tive. Por trabalhar com artistas de universos tão distintos, a gente não trabalhou só com MPB, a gente trabalhou com tudo, tinha desde o pop rock até o pagode. O mais legal de tudo isso é de ver o legado dela, a sua força que influenciou todos esses segmentos. O que para mim, além de ser motivo de orgulho, sintetiza o que é ser um artista popular. Artista popular é aquele que fala com todos, não com um segmento popular. Ela era isso, tinha essa força, e a cada artista que eu ia conversando, o cara tinha

Jorge Camargo

O cantor Pedro Mariano, de 38 anos, filho da cantora Elis Regina e do maestro Cesar Camargo Mariano, desde pequeno conviveu com os músicos mais importantes da música popular brasileira. Agora adulto segue os mesmos passos dos pais, destacando-se no cenário musical atual. Após vir a Curitiba para a gravação do CD e DVD em homenagem a sua mãe, o cantor volta a capital paranaense com um novo projeto junto de uma orquestra.

alguma história para contar dela, ou alguma influência, curiosidade, tudo está no DVD, eles contam as suas experiências com ela. Então, foram seis meses muito intensos, eu revivi muitas histórias, fiz um histórico dela, ouvi todos os discos, do primeiro até o último, coisa que eu nunca tinha feito até então. E eu falei: “gente, tem que tomar cuidado com isso daqui, isso é um acervo, não é uma discoteca, é um acervo, você pode contar a história do país com isso”. Foi muito intenso e muito emocionante. Pedro, é impossível falar do Pedro Mariano cantor, sem falar da Elis Regina? É só você querer (risos). Na verdade eu acho que não, eu acho que é. Talvez se você não falar alguma hora eu vou falar e vice e versa. Eu acho que não tem problema nenhum isso, não me denigre de forma nenhuma, não me entristece, não me sinto oprimido de nenhuma forma pelo fato de ter meu pai e a minha mãe tão próximos de mim. Pelo contrário, eu tenho sempre que ressaltar isso, e eu sou a segundo geração de músicos da minha família e acho que eles

conseguiram proporcionar para mim coisas que eles não tiveram. Eu não tive que convencer os meus pais que eu queria ser músico, que em algum momento eu ia ter que faltar algum dia na escola, ou no meu caso de não querer fazer nenhum vestibular, porque eu já trabalhava com música e era isso o que eu queria fazer. Eu fico imaginando o outro lado, a minha mãe contando em casa, com quatorze anos que ela queria ser cantora e o meu avô quase tendo um enfarto, porque aquilo não era uma profissão digna para uma mulher fazer nos anos 50 e 60. Com o meu pai é a mesma coisa, ele tinha que sustentar a casa, trabalhar e estudar, e queria ser músico. Acho que eu não passei por isso, e isso eles me deixaram muito à vontade para escolher o eu quisesse fazer. Então em algum momento eu vou falar deles, por orgulho, agradecimento e tudo mais. O duro seria se eles fossem um político corrupto, alguém que tivesse feito alguma coisa muito feia para a sociedade, aí eu ia ter que ficar escondendo eles em algum lugar, mas não é o caso. (risos)


Colunistas

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Larissa Mayra Falo de teatro Um baú cheio de histórias Na plateia, crianças aguardam ansiosas. Na primeira fileira, a menina de cabelos claros que está vestida de bruxa sobe no palco, brinca com os personagens, faz mágica e se diverte. Mesmo com o inicio da peça, sua espontaneidade infantil fala mais alto. No teatro, costuma-se dizer que quem faz peças infantis consegue fazer qualquer coisa. O motivo é simples: não há público mais sincero do que as crianças e conseguir a atenção deles é uma tarefa complicada. Outra coisa,

além de agradar o público infantil, a peça precisa dialogar com os acompanhantes das crianças: pais, tios, avós ou padrinhos que acreditam no diferencial do teatro, tarefa que muitas vezes é repassada para o “passeio da escola”. Ontem (06), eu fui assistir ao infantil “O baú de Maria Clara”, no Teatro Lala Schneider. A peça faz parte da programação da Corrente Cultural e os ingressos são gratuitos (afinal, a corrente é patrocinada pelo governo estadual). Eu não era tia ou

prima de nenhuma criança, fui mesmo porque ser “adulto”, na maioria das vezes, é muito chato! “O baú de Maria Clara” conta a história de Maria Clara e Pedro, dois primos que, em uma brincadeira de esconde -esconde, invadem o sótão do Tio Epílogo e encontram vários seres das histórias da escritora Maria Clara Machado. O problema é que esses seres correm perigo por causa de uma “Super traça” que devora todos os livros que vê pela frente. Com a ajuda

de Maria Clara e Pedro, o problema dos personagens literários é resolvido. A peça possui um elenco grande. São onze atores que se dividem em personagens bem diferentes. Há bruxas, fantasmas e aranhas medrosas. Duas atrizes fazem o papel das traças: enquanto uma devora os livros, a outro se diz “vegetariana” e adora ler as histórias ao invés de comer. Essas duas figuras conseguem levantar o espetáculo. Na resolução da peça, há uma “moral” sobre a importância

da leitura e da imaginação. Esses momentos podem ser perigosos, pois normalmente há um tom forçado. Porém, a mensagem da peça foi passada de uma forma suave. Por causa do tamanho do palco e a quantidade do elenco, em alguns momentos me incomodei com a distribuição da cena (coisa de gente adulta chata). Essa foi a primeira peça que assisti da corrente cultural, mas tem muita coisa legal na programação, com certeza vale à pena assistir outras! Ana Chris

“O baú de Maria Clara” é uma história engraçada que incentiva a leitura infantil.


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NOTÍCI ANTIGA

O que fazer em Curitiba? Palco Ruínas Em sua 5ª edição, a Corrente Cultural acontece de 3 a 10 de novembro, em diversos espaços de Curitiba. Confira a programação completa do “Palco Ruínas”: » Sábado Atrações locais das 14h à 0h » Domingo Atrações locais a partir das 10h 19h – Tiago Iorc Virada Cultural - Madrugada Sangrenta Quando: 8 de novembro de 2013 - Evil Dead 2 – Uma Noite Alucinante, às 20h - Zombio 2: Chimarrão Zombies, às 22h - Nervo Craniano Zero, às 23h59 Onde: Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França, Avenida Marechal Floriano Peixoto, 458, Centro, Curitiba. Quanto: entrada franca.


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