Lona 891

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O único jornal-laboratório diário do Brasil

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Ano XV > Edição 891 > Curitiba, 16 de maio de 2014

Foto: Arquivo O Estado

Aprovada lei mais rígida contra exploração sexual Câmara dos Deputados aprovou, quarta-feira, lei que torna hediondo o crime de exploração sexual de crianças e adolescentes, em comep.3 moração ao dia de luta contra esse crime EDITORIAL “O brasileiro tem a mania de copiar tudo o que vem de fora. Mas padrões de segurança aqui não se faz.” p. 2

OPINIÃO

Conceito de ‘cultura’ é repensado nas escolhas das coleções de museus

Para muitos as escolhas culturais sobre o que é exposto passam por um jogo de poder, no entanto, importância social dos museus é inegável p. 4

“Hoje pagamos R$1000 para ver de perto Madonna, Lady Gaga, e mal sabemos quem foi Carmen Miranda.” p. 2

#PARTIU O final de semana curitibano está recheado de estreias teatrais: da comédia ao drama p. 6

COLUNISTAS Lucas Karas “Perder um jogador para outro clube em alguma negociação é algo comum no futebol. Dói em todos os envolvidos. Mas perder um jogador por birra p. 5 deve doer muito mais.” Maria Luiza Lago “O vocalista do U2 disse que “a música pode mudar o mundo porque ela pode mudar as pessoas” e que “toda a geração tem chance de mudar o mundo”. Conceitos simples, não?” p. 5


LONA > Edição 891 > Curitiba, 16 de maio de 2014

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EDITORIAL

Direito do cidadão e não aos privilégios do Governo Segundo uma reportagem publicada na Gazeta do Povo, representantes do Fórum Paranaense Pela Segurança Pública se reuniram na manhã do sábado dia 12 de abril, no centro de Curitiba, para um ato a favor da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 51, que propõe a reestruturação da segurança pública, desmilitarizando a polícia. Essa conversa já está à tona há algum tempo. Mas não dá para não falar sobre. Para começar, nas melhores polícias do mundo, todos entram como policiais, vão fazendo cursos internos e ocupando os cargos necessários. A hierarquia existe, e não é burlada. Por que aqui no Brasil, essas hierarquias não são respeitadas? O presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Estado do Paraná (Sinpef-PR), Fernando Vicentine, disse na matéria que “em nenhuma organização se chega a chefe sem conhecer a base, mas o delegado já entra por concurso como chefe. Os coronéis querem o ciclo completo [quem atende a ocorrência investiga], mas não a carreira única”.

OPINIÃO

Ela deveria ter voltado “americanizada” Uliane Tatit

“Quem é Carmen Miranda?”, foi o que uma menina de treze anos perguntou para outra enquanto jogava um quiz americano em um smartphone. Se isso é ruim? Bom, idolatrar culturas estrangeiras e esquecer as nacionais é uma coisa, infelizmente, brasileira. O “terreno do vizinho”, para nós, sempre parece melhor. A culpa, para variar, é da minha e da sua geração. Sim, não se engane, somos nós. Quando Marilyn Monroe nascia, em 1926, Carmen Miranda já revirava o Brasil. Um ícone da moda que perdura até os dias de hoje, porém, que acabou sendo reconhecida apenas internacionalmente. A verdadeira diva brasileira (”verdadeira”, pois o sentido da palavra “diva” foi perdido nos últimos sete anos) cortava e costurava as próprias roupas, e nos pés

usava plataformas italianas feitas exclusivamente para ela. Sobre os acessórios então, jám dizia a própria, “não importa se acharem exagero ou se querem copiar, eu faço e amo o meu trabalho”. Foi hora da “Pequena Notável” mostrar o que é extravagância. Nos palcos e no cinema, a brasileira acabou virando “bombshell” nos Estados Unidos. Ninguém, é muito bom lembrar e ressaltar, ninguém fazia aquele estilo de performance na época, ela teve a tal da coragem. Madonna, Jennifer Lopez e Lady Gaga, a “loucura” que essas apresentam não veio da clássica Edith Piaf, como gostam de dizer, foi Carmen Miranda quem abriu esse caminho. Pois é, Brasil, hoje preferimos pagar R$1000 para ver de perto quem se inspira em uma musa nacional,

e mal sabemos quem foi Carmen Miranda. Inclusive, dizem que procurar sobre ela na internet custa bem caro. Petições e milhares de coisas foram feitas para que uma estátua da brasileira fosse erguida no Rio de Janeiro. Drummond e Caymmi ganharam as suas faz tempo. No caso de Carmen, a solicitação só foi aceita há três anos e os bons detalhes são: até agora só temos o local, bairro do Catete; e a escultora, Christina Motta. Pode até parecer piada, mas Motta é famosa pela escultura de Brigitte Bardot -uma francesa- , em Búzios. A solução para isso, basicamente, não existe, mas seria bem engraçado se a mídia internacional nos mostrasse a quem idolatrar. Maybe, maybe...

O brasileiro tem uma mania incrível de querer copiar tudo o que vem de fora. Mas padrões de saúde, segurança e educação dos países de primeiro mundo, aqui não se faz. Dúvida eterna. Além disso, dois soldados experientes da Bahia morreram após passarem mal num teste de aptidão física para entrarem para o Batalhão de Choque. Outros soldados tiveram de ser hipnotizados. Todos perderam a noção. Ninguém precisa ser submetido e exercícios físicos em condições degradantes e a castigos cruéis para se tornar um bom policial. Tanto porque não será a guerra a função deles, a princípio. Mas a desmilitarização não é necessária apenas por motivos de moral e motivos físicos (que na verdade, já bastavam). Nas manifestações do ano passado, todos os policiais militares foram orientados (e aparentemente treinados) a, no caso de haver qualquer conflito, jogar spray de pimenta e bombas de efeito moral nos amontoados de pessoas. Nem o seu cachorro você trata assim. A nossa Polícia Militar tem a maior taxa de impostos, e ao mesmo tempo o pior retorno para a população.

Charge: André Dahmer (Malvados)

Expediente Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto

Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira

Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Carolina Justi, Kawane Martynowicz e Luiza Romagnoli Editorial Da Redação


Curitiba, 16 de maio de 2014 > Edição 891 > LONA

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NOTÍCIAS DO DIA

Exploração sexual infantil passa a ser crime hediondo Jorge de Sousa e Kawane Martynowicz

destinado a fins terapêuticos ou medicinais. Tratam-se de crimes entendidos pelo Poder Legislativo como os que merecem maior reprovação por parte do Estado.

Projeto aprovado pela Câmara dos Deputados impede os condenados por esse crime de ter direito a liberdade provisória, anistia ou indulto, uma vez que passa a considerar o crime hediondo Na última quarta-feira, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou um Projeto de Lei do Senado que torna hediondo o crime de exploração sexual de crianças e adolescentes. O projeto, que agora segue para sanção presidencial, deve impedir o condenado de obter liberdade provisória, anistia, graça ou indulto ou pagar fiança. Quem é condenado por crime hediondo tem que cumprir, no mínimo, dois quintos do total da pena se for réu primário, e três quintos se for reincidente para pedir a progressão da pena. O favorecimento da prostituição ou de outras formas de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável - pessoas com deficiência ou alguma debilidade - também vira crime inafiançável e a pena deverá ser cumprida integralmente em regime fechado.

A Lei 8.072/90 define como hediondos os crimes de homicídio praticado por grupo de extermínio; latrocínio; genocídio; extorsão qualificada por morte; extorsão mediante sequestro; estupro; disseminação de epidemia que provoque morte; falsificação; corrupção; adulteração ou alteração de produto

O advogado Flávio Bortolotto conta sobre as principais mudanças que esse projeto causará no código penal brasileiro. “A forma como esse crime é tratado na legislação em vigor impede uma punição adequada dos agentes de exploração sexual de crianças e adolescentes, já que, muitas vezes, os réus são primários e somem depois que pagam fiança, o que será impossível com a inclusão do delito na Lei dos Crimes Hediondos”, afirma. Bortolotto ainda explica que outras ações abusivas contra menores já eram consideradas crimes hediondos. “Outros dez crimes graves já se enquadram na lei do crime hediondo brasileira, como estupro de crianças e adolescentes menores de 14 anos e pessoas vulneráveis, como deficientes mentais e físicos, ou então latrocínio. Já certos pontos como forçar os menores a praticar o ato sexual ou utilizar deles para imagens de cunho pornográfico, não eram enquadrados nesse tipo de crime”, finaliza.

bará saiu e deu lugar ao meio campo Thiago Humberto, deixando assim, o time mais ofensivo. O time que provavelmente enfrenta o Boa Esporte hoje vem com: Marcos; Carlinhos Miranda,

Anderson Rosa, Gustavo e Breno; Edson Sitta, Cambará, Marcos Serrato (Juliano Mineiro ou ainda Henrique) e Lúcio Flávio; Keno Barcos. O time está em 12º da série B, com quatro pontos.

Condenados por exploração sexuais de crianças e adolescentes não terão direito à liberdade provisório > Foto: Creative Commons

Segundo a Agência de Notícias da Câmara, a votação do projeto foi acertada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, após um pedido da ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos. Já que domingo agora é considerado o Dia Nacional de Enfrentamento à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Segundo a ministra, a aprovação do projeto foi uma das contribuições inestimáveis

Paraná faz mudanças para jogo hoje Roberty Souza

O último treino do tricolor antes de enfrentar o Boa Esporte, aconteceu quinta-feira na Vila Capanema. Claudinei Oliveira participou da coletiva e revelou o que grande parte da torcida temia, Giancarlo não joga. O artilheiro dessa temporada está com uma lesão de grau um, segundo Claudinei Oliveira, e para não correr o risco de agravar a lesão, Gabriel Barcos será seu substituto.

recuperado de lesão; e Gustavo, que faz sua reestreia no time paranista está liberado, já que seu nome saiu no BID. No meio campo, a principal dúvida é de quem fará dupla com Lúcio Flávio. Juliano Mineiro está recuperado de lesão e pode ser uma das opções. Marcos Serrato tem chances de seguir no time. Uma terceira opção, muito elogiada pelo treinador é o meia Henrique Santos.

Nas demais posições, mudanças significativas em relação ao último jogo contra o Ceará: Breno volta à lateral esquerda e com isso, Rodrigo Mann deixa o time. Na zaga, Anderson Rosa,

No coletivo, reservas e titulares atuaram por cerca de 40 minutos, sob as orientações de Claudinei Oliveira. Após vinte minutos, o time titular teve uma alteração significativa: o volante Cam-

Paraná faz último treino antes do jogo contra o Boa Esporte > Foto: Robert Souza

que os parlamentares deram para eliminar essa forma de violência.


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GERAL

Museus contam a história social por meio de coleções Embora ainda se discuta sobre as escolhas culturais dos museus, sua importância social é inegável Jorge Camargo

Há anos já existiam instituições que conservavam a história da sociedade, mas foi a partir da Revolução Francesa que os museus se proliferaram pela Europa. “A função primordial do museu é preservar materiais e organizá-los. A segunda função é a educação, ou seja, educar artistas, e depois o público de maneira geral, que quer satisfazer a vontade de ver o belo e o excelente sobre cada uma das áreas que esse museu está selecionando”, explica o historiador, Marcos Araújo. A socióloga Eliane Basílio afirma que o museu não é uma instituição neutra dentro da sociedade. Para ela, a instituição museológica tem percepção política sobre o que é cultura, sobre a importância e o que deve ser apresentado dentro da cidade. “É uma disputa de poder. As relações de poder estabelecido dentro da sociedade que a gente está, representa essa relação de poder, que elege o que a sociedade considera mais importante da cultura, e nem sempre a cultura popular vai ser contemplada da mesma maneira que a cultura erudita. É um grande jogo, uma grande disputa para construir isso”, afirma a socióloga.

Semana Nacional de Museus, em prol do Dia Nacional de Museus, que é comemorado no dia 18 de maio. Durante a semana, 1337 museus estão participando, promovendo mais de 4260 manifestações culturais alternativas para a população.

Mais de 800 peças compõem o acervo do Museu de Arte Sacra, no Largo da Ordem > Foto: Roberto Dziura Jr.

nhecimento. “Independente se o que está exposto é decidido ou não pela disputa de poder, acredito que ajuda no desenvolvimento da sociedade a partir do momento que as pessoas analisam e reconhecem os feitos, tirando proveito do que é bom”, afirma Lígia.

“É uma disputa de poder. Elege o que é socialmete importante.”

Em Curitiba, os museus são do tamanho da cidade, afirma Marcos Araújo. “Historicamente no Brasil, não temos uma política pública de incentivo ao museu, e é evidente que os museus são muito inferiores ao que poderiam ter. Entretanto, há uma quantidade boa de museus, mas enquanto você não tiver uma cultura de visitar, vai ser difícil criar uma”, afirma Marcos. A jornalista Lígia Nara Zapp acredita que a instituição é importante porque resgata o passado e contribui com o repertório cultural, enriquecendo o co-

Basílio afirma que enquanto cidadãos, nós temos que ter a perspectiva de poder fazer críticas ao museu e exigir que ele amplie o diálogo com a cultura. “Exigir que traga outros elementos, que possamos participar, que nos vejamos representado nesse espaço, na construção da cultura. O museu representa e ajuda a construir a memória da cultura, que temos na atualidade, e em outros momentos históricos também”, explica a socióloga. Rodrigo Bonifácio, designer gráfico, acredita que existe um valor social nos museus, pois o crescimento, desenvolvimento de novos conceitos e conhecimentos estão vinculados a um conhecimento do passado. “Mes-

mo entendendo que a definição dos acervos está vinculada a um posicionamento ideológico dos seus curadores, acredito que há uma pluralidade no conceito dos diferentes museus. No entanto, existem outros museus que atuam de forma mais independente e correspondem a outros setores da sociedade”, declara Bonifácio, que já conheceu o museu da imagem e do som, de HQ’s, de arte indígena, da cultura nordestina. Segundo Araújo hoje em dia não existe mais a desculpa para não visitar. “Tem museus para todos os gostos, níveis sociais e para todos os bolsos, e para chegar até eles existem até linhas de ônibus especiais”, afirma. Dia Nacional de Museus O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) promove a 12ª edição da

De acordo com a Coordenadora de Museus e Artes Visuais da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Gonzalez, o museu é importante por ajudar a desenvolver o senso crítico sociedade. “A existência de um espaço que reúne história e arte valoriza a capacidade de desenvolvimento do cidadão, colocando-o diretamente conectado com as artes e, quanto maior for o acesso, maior será o desenvolvimento”, afirma Gonzalez. A estudante de arquitetura da PUC-PR, Silviane Santos, também crê que os museus contribuem para a formação do cidadão. “A nossa história deveria estar mais presente desde a escola, despertando o interesse desde cedo. Assim, seria mais valorizada e o desenvolvimento da sociedade já estaria sendo moldado, não só socialmente e historicamente, mas também politicamente”, afirma Silviane. Para mais informações acesse aqui.

O Museu Oscar Niemeyer é um dos mais importantes do mundo e referência em Curitiba > Foto: Roberto Dziura Jr.


Curitiba, 16 de maio de 2014 > Edição 891 > LONA

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COLUNISTAS

Futebol Cervejeiro Lucas Karas

Teimosia custa caro Perder um jogador para outro clube em alguma negociação é algo comum no futebol. Dói no torcedor perder aquele que muitas vezes é seu ídolo. Dói para o técnico perder o jogador de confiança, aquele em quem ele sabe que pode contar para resolver um jogo. Dói para o presidente que, mesmo com o reembolso financeiro, ainda sente a despedida daquele que dava alegria à torcida e afastava, pelo menos um pouco, a crise. Mas perder um jogador por birra deve doer muito mais. É o que está acontecendo com

Manoel. O zagueiro, um dos melhores do Brasil, se não o melhor, se despediu do clube que defendia há seis anos de forma dramática. Afastado por uma suposta falta de comprometimento, agora, o ex-camisa 3 do Atlético está com uma ação na Justiça do Trabalho, na qual pretende, inclusive, processar o Furacão por danos morais. O que mais impressiona é que Manoel poderia proporcionar um caminhão de dinheiro ao clube se fosse negociado, e não afastado. Ora,

se ele não está mais comprometido, bastaria colocá-lo no mercado que, sem maiores problemas, o Atlético estaria livre desta “maçã podre” no clube (será ele, a verdadeira maçã podre?) e ainda ganharia para isso. Todos sairiam ganhando e a dor de cabeça seria bem menor. Mas não, tomaram uma atitude precipitada e afastaram Manoel. Devem ter pensado que a reação do zagueiro seria similar a de Wéverton, que mesmo indo para o banco sem explicação técnica alguma, aceitou o puxão de orelha público e desnecessário, continuou trabalhando e voltou à titularidade atleticana. Mas Manoel não aceitou. Quando soube do afastamento foi correr atrás de seus direitos, impôs condições ao clube para retornar e não sendo atendido, entrou na Justiça. Agora, o Atlético não só deixou de ganhar dinheiro com uma joia como Manoel, mas também poderá ter que pagar para se livrar do zagueiro. Pois é, a teimosia custa caro.

Seleção Sobre a lista dos suplentes de Felipão: não vou me alongar para afirmar que alguns dos jogadores deveriam estar no grupo principal da Copa. Como exemplo, Rafinha e Miranda, duas crias nossas e que estão jogando muito. Além disso, foram preteridos por jogadores inferiores, como é o caso de Maicon e Henrique. Maicon foi chamado mais pela experiência do que pelo futebol, que já está declinando, diferente de Rafinha, que está em sua melhor fase. Já Henrique, este também talvez esteja passando a melhor fase da carreira, mas Miranda tem mais qualidade e merecia um lugar entre os suplentes principais de Felipão. No mais, rumo ao Hexa! Dica de Cerveja Insana Chocolate Porter. De cor escura, esta bera é feita com maltes que lembram o gosto de chocolate amargo e combina muito bem com sobremesas de chocolate. A temperatura ideal de consumo é entre 4ºC a 8ºC e a graduação alcoólica é de 4,9%.

Invisible A música muda a vida das pessoas, seja no seu comportamento, no jeito de pensar, de agir, de se vestir. O poder que os artistas têm sob seus fãs é imenso, e a vantagem que eles podem tirar disso também é infinita. Bandas que procuram usar a sua fama como instrumento para influenciar fãs e pessoas ao redor do mundo de uma maneira positiva, são as que vou falar hoje. Principalmente o U2. O grupo ofereceu a arrecadação do seu single “Invisible” para apoiar a luta contra a AIDS, a malária e a tuberculose. A cada download da música no Itunes, a associação RED (fundada por Bono Vox e Bobby Shriver em 2006) receberá um dólar, além de uma contribuição do Bank of America. O valor das doações feitas através da RED passou de 3 milhões de dólares. A música “Invisible” diz em um dos seus trechos que “eu sou mais do que você sabe, um corpo e uma alma, você não me vê, mas você me verá, eu não sou invisível, eu estou

aqui”, sobre como a doença não torna ninguém invisível, ou mais fraco. Em agosto de 2011, Bono Vox conversou com Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, sobre a epidemia de fome no Chifre da África e outros conflitos na região, sofridos por quase metade da população. Discutiram a necessidade de arrecadar recursos e realizar trabalhos humanitários, para pessoas que precisam de ajuda urgente. Bono está envolvido com a causa desde 1999. A banda tocou também nos festivais “Band Aid” e “Live Aid”, “Live 8”, além de ter realizado uma turnê beneficente, “A Conspiracy of Hope Tour”. As músicas do U2 têm um tom de mudança social e conscientização, mas não deixam de ser rock, como “Peace on Earth”, “Ordinary Love”, “Miss Sarajevo” e “Do they know it’s Christmas?”. Músicas como “Miss Sarajevo”, sobre o conflito na Iugoslávia em 1992-96, no qual mais de 10.000 pessoas foram mortas, são uma maneira de contar o que aconteceu no

What’s the story?

Maria Luiza Lago

mundo, de conscientizar as pessoas e dar voz às muitas que se calaram. O vocalista do U2 disse que “a música pode mudar o mundo porque ela pode mudar as pessoas” e que “toda a geração tem chance de mudar o mundo”. Conceitos simples, não? Então porque podemos contar nos dedos as bandas que fazem a diferença no mundo? É mais fácil na teoria do que na prática, mas não é impossível. Não é só a música que vai mudar a vida das pessoas, mas suas ações e preocupações diante de uma causa. Pode ser algo que acontece no seu bairro, na sua casa, na sua cidade, que não está

correto e precisa mudar. Madonna, Alicia Keys, Lady Gaga, entre outros artistas também beneficiam pessoas ao redor do mundo, fundando instituições de caridade, auxiliando portadores de AIDS, e arrecadando fundos para fins educacionais. Não seria legal se todos os artistas ocupassem parte de seu tempo com alguma causa para beneficiar pessoas ao redor do mundo, invés de investir seu tempo com suas roupas de marca, imagem, ego e outras coisas superficiais? Podemos influenciar as pessoas com nossa música, mas podemos ainda mais com nossas ações.


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ACONTECEU NESTE DIA

Aprovado casamento entre pessoas do mesmo sexo Massachusetts tornou-se, no dia 16 de maio de 2004, o primeiro Estado norte-americano a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. As documentações de parceiros homossexuais solicitando a união começaram a ser recebidas de madrugada pelos funcionários de Cambridge, uma das sedes de conselho dos Estados Unidos. Durante todo o dia, centenas de casais de gays e lésbicas fizeram fila diante da Prefeitura de Boston. Alguns ativistas contrários à novidade

protestavam: “Deus odeia os gays”. O tema do casamento homossexual foi um dos assuntos mais polêmicos da campanha eleitoral americana devido à forte oposição anunciada pelo presidente Bush, que defendia a inclusão de uma emenda à Constituição, impedindo decisões de juízes a nível estadual, definindo e protegendo o casamento como uma união somente entre homem e mulher.

Manifestante pede aprovação do casamento gay na Corte Suprema dos EUA > Foto: Robert Galbraith (Reuters)

#PARTIU Exposição Construção, reconstrução, descontrução Curitiba vista por outro ângulo. É assim que o espanhol radicado em Nova York Isidro Blasco passou duas semanas fotografando skylines em Curitiba e o resultado é surpreendente. Data: até 30 de maio Horário: de terça a sexta das 10h às 19h. Aos sábados, das 10h às 18h > Ingresso: gratuito Local: SIM Galeria Alameda Presidente Taunay 130 A, Batel.

Teatro Espetáculo “Callas” Datas: 16, 17 e 18 de maio Horário: sexta e sábado às 21 horas e domingo às 19 horas > Classificação: 12 anos Local: Auditório Salvador de Ferrante – Guairinha Ingressos: R$ 80,00 (inteiro) + R$ 6,00 (taxa administrativa). Desconto de 30% para o Cartão Teatro Guaíra e 50% para o Clube do Assinante da Gazeta do Povo Espetáculo “Um Certo Machão” Datas: 15, 16 e 17 e 18 de maio Horários: às 20h, e às 18h Classificação: 10 anos Local: Miniauditório do Teatro Guaíra Ingresso: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) Pontos de venda: > Quiosques do Disk Ingressos > Shopping Palladium > Shopping Mueller > Shopping Estação > Site do Disk Ingressos > Bilheteria do teatro (todos os dias, das 10h às 22h)

Peça que retrata a vida de Maria Callas chega a Curitiba A atriz Silvia Pfeiffer, interpreta a grande cantora de ópera americana do século XX, Maria Callas, no espetáculo ‘Callas’. A atriz Marília Pêra, que interpretou a cantora em ‘Master Class’, dirige a produção, com texto inédito de Fernando Duarte. A peça se passa em Paris, no dia 15 de setembro de 1977, na véspera de falecimento da cantora, que ela vai ao encontro do jornalista e amigo John Adams (Cássio Reis) para ajudar na organização da abertura de uma exposição sobre sua vida e carreira. A peça fala sobre a carreira de sucesso, o fim do casamento, o conturbado relacionamento com Aristóteles Onassis, a morte do filho, e outros assuntos que surgem durante o encontro. A peça é a montagem de um documentário vivo com os comoventes relatos da artista.

A diva Maria Callas > Foto: Arquivo Athenaeum

Um Certo Machão estreia no Teatro Fernanda Montenegro “Todo homem tem seu preço”. A máxima, antiga e anônima é o ponto central da comédia “Um Certo Machão”. A peça conta a história de um executivo bem sucedido (Luigi Francesco), que mora sozinho e tem um relacionamento amoroso com a sua empregada doméstica (Carmen Sanches). O protagonista é machista, grosseiro, autoritário, e acredita que as mulheres têm habilidades apenas na cama e no fogão. Eis que recebe um telegrama dizendo que herdará uma fortuna, mas uma cláusula

do testamento diz que ele só receberá a herança se comprovar ser homossexual. A partir de então, ele precisa provar para uma advogada (Maria Melilo) a sua suposta homossexualidade, criando situações embaraçosas e altamente hilárias. Produzido por Wilson Coca, e dirigido por Sebastião Apollônio, considerado um dos melhores diretores de comédias do país, a peça promete trazer muitas risadas ao público.


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