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Ano XV > Edição 907 > Curitiba, 11 de agosto de 2014
Casos de plágio ganham repercussão na mídia EDITORIAL Não é raro ouvir de docentes a reclamação de como é comum entre os discentes o famoso “Ctrl C Ctrl V”. p. 2
Foto: Victória Pagnozzi
OPINIÃO
Hora de escolher uma profissão: o que os pais aconselham?
Pesquisa revela que muitos jovens escutam o conselho dos pais quanto à escolha de profissão, mas que depois se sentem insatisfeitos p. 4
“Em 1995 o mundo acompanhou com pavor a evolução de uma doença viral altamente transmissível.” p. 2
#PARTIU Documentário crítico sobre o fazer jornalístico estreia na capital paranaense p. 6
Foto: Ana Justi
Nas últimas semanas dois casos de cópia de conteúdo foram denunciados: uma série da HBO e um blog de notícias. Entretanto, o problema p.3 não é exclusividade da mídia - o plágio começa já na faculdade. COLUNISTAS Jorge de Sousa “Na última quinta feira, finalmente as armas foram colocadas na mesa. Beto Richa, Roberto Requião e Gleisi Hoffmann se enfrentaram, quero dizer, p. 5 participaram de uma sabatina.” Igor Castro “Muitos jogadores universitários, passam, ou um dia passaram por problemas familiares. Alguns ainda vivem em situações críticas de sobrevivência e moradia.” p. 5
LONA > Edição 907 > Curitiba, 11 de agosto de 2014
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EDITORIAL
Ctrl C Ctrl V
A internet, desde sua popularização, abriu um mundo de disponibilidades na área educacional. Desde pesquisas simples até o fato de poder visitar museus do mundo inteiro e assistir a aulas de professores de universidades renomadas como Harvard, Stanford, entre outras, a rede mundial abriu a possibilidade de um mundo infinito de informação. No entanto, todo esse arcabouço de conhecimento deveria ser utilizado de forma inteligente e responsável, mas não é bem isso que tem acontecido. Não é raro ouvir de docentes a reclamação de como hoje é comum entre os discentes o famoso “Ctrl C Ctrl V”. O aluno, com preguiça de fazer uma pesquisa de verdade, simplesmente se apropria do conhecimento e texto alheios sem nenhuma parcimônia. Afinal, na vida “nada se cria, tudo se copia” (opa, referência, seja feita ao cientista Antoine Lavoisier). Apesar de isso ser configurado como plágio pela legislação brasileira, especialmente na lei 9610, que prevê proteção de obras comerciais. Não há, diretamente, uma lei voltada para plágio na educação de uma maneira geral, mas infelizmente foi nessa área que a prática mais se disseminou. Além de ser crime pela legislação, o plágio representa também uma grande falha de caráter. Apropriar-se de qualquer produção intelectual que não seja própria é uma das inúmeras roupagens do famoso jeitinho brasileiro, aquele engendrado pelos “espertos” e oportunistas. Quando Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil, e Darcy Ribeiro, em O Povo Brasileiro, alertaram para essa prática cancerígena da sociedade brasileira talvez nem imaginassem que isso chegaria ao ponto em que chegou na educação. Não é preciso mais pesquisar, estudar; não é preciso mais se esforçar. Ao plagiar, abre-se mão do seu nome, de sua honra e da honestidade que se carrega por toda a vida. Abre-se mão de conquistar pelo mérito. É o jeitinho para a produção intelectual que muitos incapazes não conseguem desenvolver.
OPINIÃO
Não há cura para a pobreza Lis Claudia Ferreira
Em 1995 o mundo acompanhou com pavor a evolução de uma doença viral altamente transmissível que provoca febre hemorrágica e é fatal em 90% dos casos. Tratava-se do primeiro grande surto de ebola na África, que foi controlado antes que se registrassem casos da doença nos outros continentes. Se então, a doença tivesse feito vítimas na Europa ou na América, é possível que esse novo surto não estivesse matando tantas pessoas agora.
começou a fazer vítimas nos Estados Unidos, Reino Unido e outros países ocidentais. A tuberculose matou milhares de pessoas em todo o mundo, porém, uma vez que foi controlada entre as camadas sociais mais elevadas, não possui diagnóstico e tratamento atuais. Doença de chagas, esquistossomose, dengue e leishmaniose, entre outras, ainda não possuem tratamento satisfatório ou prevenção acessível às sociedades mais pobres.
O ebola está no grupo das chamadas Doenças Negligenciadas, que geralmente atingem populações mais pobres e, por isso, não contam com o interesse das grandes indústrias farmacêuticas para o desenvolvimento de vacinas e medicamentos. Não foi diferente com o vírus HIV. A Aids só passou a contar com maiores investimentos e comprometimento da indústria na década de 80, quando a doença
Mesmo não acreditando em teorias de conspiração é preciso deixar a ingenuidade de lado e reconhecer: a indústria farmacêutica – que é de controle majoritariamente americano e europeu – não está interessada em cura ou erradicação de doenças. Para essas companhias, a lucratividade não se encontra nos tratamentos definitivos ou de prevenção, mas nos paliativos que minimizam os efeitos da
doença. As doenças do “terceiro mundo”, entretanto, não recebem grandes recursos humanos ou financeiros, já que o retorno não seria tão rentável para as companhias privadas. Como as pesquisas estatais sozinhas não são capazes de grandes avanços em biomedicina, cerca de dois milhões de pessoas continuam morrendo todos os anos em consequência indireta de sua condição social. É provável que vírus, parasitas e outros causadores de “doenças dos pobres” respeitem esse “pacto não verbal” e continuem afetando apenas os páreas da sociedade global. Caso eles cheguem a ultrapassar as barreiras sociais, podemos confiar que algum gigante da indústria farmacêutica será bem-sucedido na busca por vacinas e tratamento. Coincidentemente isso vai ocorrer após a contaminação das sociedades mais desenvolvidas.
Menino com bola, em Soweto > Foto: Zoriah
Expediente
Reitor José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração Arno Gnoatto Diretor da Escola de Comunicação e Negócios Rogério Mainardes
Pró-Reitora Acadêmica Marcia Sebastiani Coordenadora do Curso de Jornalismo Maria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadora Ana Paula Mira
Coordenação de Projeto Gráfico Gabrielle Hartmann Grimm Editores Ana Justi e Isadora Nicastro Editorial Da Redação
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GERAL
Pais podem atrapalhar os filhos na escolha da profissão Pesquisa feita na Grã-Bretanha mostra que os conselhos dos pais sobre escolha de profissão podem não ser o ideal para os filhos. Victória Pagnozzi
“Os pais sabem o que é melhor para os filhos”. Quantas vezes você já ouviu essa célebre frase? Uma pesquisa feita pela Association of Colleges (AOC) na Grã-Bretanha mostrou que, ao menos na escolha de profissão, esse ditado pode não ser tão verdadeiro assim. O estudo revelou que 70% dos dois mil jovens entrevistados prestes a entrar na faculdade escutam e confiam no conselho dos pais quanto à carreira que devem seguir. O problema? 49% destes disseram se sentir inseguros, insatisfeitos e pouco informados sobre seu futuro profissional. O relatório da AOC destaca, como um dos maiores fatores para esse descontentamento, a tendência dos pais de incentivar o filho a escolher uma carreira “segura e promissora”, ou seja, um curso tradicional (direito, medicina ou engenharia). Mas, ao fazerem isso, acabam desconsiderando os pontos fortes individuais dos filhos e suas facilidades. Além disso, a pesquisa mostrou que grande parte dos pais estão mal informados sobre o mercado de trabalho atual, e que por isso às vezes não conseguem orientar os filhos de maneira adequada. Pense na quantidade de novas profissões que surgiram nos últimos anos, como analista de SEO (Search Engine Optimization) e desenvolvedor de aplicativos móveis. Essas profissões são encaradas como promissoras, e incentivar o filho a seguir um curso tradicional pode tirar dele a oportunidade de se arriscar numa nova profissão.
do que os desejos dos pais (e até mesmo dos avós) são fundamentais para os jovens. Segundo a psicóloga Rafaela Farias, os pais sempre influenciam os filhos nessa hora, apenas o grau de influência é que varia de família para família: alguns pais verbalizam de forma direta, e outros não. “Se um filho chega para o pai dizendo que vai fazer tal curso, e o pai fica mudo, esse pode ser um silêncio de quem não quer influenciar, ou um silêncio de quem pensa ‘que asneira é essa que você está dizendo?’”, exemplifica Rafaela.
A tendência dos pais é incentivar o filho a escolher um curso tradicional, como direito e medicina. Foto: Victória Pagnozzi
veira, no artigo “Influência de pais nas escolhas de carreira dos filhos: visão de diferentes atores”, afirmam que os pais devem, sim, contribuir para o desenvolvimento de escolhas de carreiras através de comunicação, apoio e acompanhamento. Segundo elas, os pais são os responsáveis por esclarecer “questões escolares e profissionais, alertar para dificuldades e problemas e incentivar a participação em experiências de exploração vocacional”. Foi isso o que os pais da estudante Camila Pankratz, que vai prestar vestibular para Relações Públicas no fim deste ano, fizeram. “Discutimos essa escolha desde o primeiro ano do ensino médio. Este ano eles me acompanharam no processo do teste vocacional e chegamos à decisão final juntos”, contou Camila. “Muitas vezes eles me fizeram enxergar pontos negativos que não havia notado, e outras vezes ressaltaram coisas boas entre as opções de curso”.
“Me fizeram enxergar pontos negativos que não havia notado”
Isso significa então que os pais não podem participar no processo de escolha de carreira dos filhos? Não. Marisa Carvalho e Maria do Céu Ta-
Os pais até podem ajudar os filhos na hora de optar por um curso, mas precisam respeitar suas escolhas mesmo que não estejam de acordo com elas. As autoras Marisa Carvalho e Maria do Céu Taveira alertam: “Os pais não devem ter ideias pré-concebidas”. A psicóloga Dulce Helena Soares-Luchiori, em seu artigo “Os desejos familiares e a escolha profissional dos filhos”, deixa claro: “As expectativas dos pais devem deixar um espaço suficiente para que o jovem possa seguir sua escolha, formando sua identidade e tomando consciência de seus próprios desejos, com relativa autonomia”. A “relativa autonomia” citada por Dulce, está ligada ao fato de que os pais não são completamente neutros quando o filho está escolhendo um curso. Ela concluiu em seu estu-
Um outro problema muito frequente é quando os pais colocam suas projeções nos filhos, pressionando-os a seguir uma profissão que desejariam ter escolhido no passado. “Se os pais tiveram a oportunidade de realizar seus projetos em relação à profissão, se eles se sentem satisfeitos, o jovem se sente mais livre para realizar os seus próprios sonhos. Se os pais não puderam realizar uma profissão desejada, pelos mais diversos motivos, frequentemente eles esperam que os filhos possam realizá-la em seu lugar”, diz Dulce Soares-Luchiori. O que o filho deve fazer nesses casos? “Ele é quem deve avaliar se a profissão sugerida pelos pais é a melhor para ele”, conclui a psicóloga Rafaela.
Problema é quando os pais colocam suas frustrações em cima dos filhos, impondo que sigam uma carreira. Foto: Victória Pagnozzi
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GERAL
Casos de plágio na mídia viram notícia Nas últimas semanas, dois casos de apropriação intelectual aconteceram na mídia com grande repercussão: uma série da HBO e um blog de notícias Laura Torres
Na semana passada, o autor da série “True Detective” da HBO, NicPizzolato, recebeu acusações de diversos escritores de que teria plagiado diálogos de livros de terror. A série conta a história de dois detetives que desvendam alguns assassinatos. Pizzolato afirmou para a revista EntermainmentWeekly que o conteúdo expresso na série se trata de pensamentos filosóficos e não representam a ideia de algum autor. A HBO também se manifestou favorável ao autor e afirmou por meio de um comunicado que o trabalho e a história são originais. Em Curitiba, há pouco tempo a jornalista Joice Hasselmann também foi acusada de plágio em seu blog. Jornalistas de vários veículos que sofreram com a cópia se manifestaram no Facebook da jornalista sobre o problema. De fato, muitas publicações eram cópias de outros sites e não levavam referência de autor ou link para a matéria completa. Joice se defendeu, explicou que tudo
havia sido feito por um membro novo da equipe e que as medidas cabíveis já haviam sido tomadas. Na universidade A origem do problema começa já na universidade. O arquiteto e urbanista Rodolfo Marques, professor do curso de Arquitetura, afirma que casos de plágio acontecem frequentemente. “O caso que mais acontece de plágio é aquele ‘copia e cola’ da internet”, explica Marques. Quando é detectado o ocorrido, o professor orienta o aluno envolvido. “O meu procedimento é dar nota zero e chamar o aluno para uma conversa, explicando que aquilo não pode acontecer novamente, que é copia e existe a questão dos direitos autorais”, afirma o arquiteto. O professor afirma que nunca aconteceu de a mesma pessoa fazer duas vezes o plágio. “Eles fazem primeiro um teste para saber se a gente vai conseguir achar, se der certo eles continuam, mas normalmente eu pego”, finaliza. Além disso, Rodolfo explica que dá para saber quando é cópia, pois conhece os alunos e o nível acadêmico. “Quando está organizado de uma forma que não condiz com o aluno que a gente conhece ou com a formação que ele tem, texto muito rebuscado ou com termos muito técnicos para aquele semestre entregam o aluno”, diz. O professor explica ainda que, quando a fonte ou o espaçamento mudam no meio do trabalho, já dá para saber que foi cópia da internet.
Cartaz da série True Detective, criada por NicPizzolato. Foto: divulgação
O que surpreende Rodolfo é que não são só trabalhos escritos quesão plagiados.
Blog da jornalista Joice Hasselmann que foi acusado de plágio por colegas de profissão.
“Eles também fazem plágio com projetos de arquitetura que ganham concursos ou que aparecem em revistas internacionais, já vi casos em que pegaram plágio até em trabalho de conclusão de curso”, conta o professor.
O que é plágio A definição de plágio é “a ação ou efeito de plagiar; ação de apresentar algum trabalho, livro ou teoria como se fosse de sua própria autoria, embora tenha sido criada por outra pessoa”.
Atualmente, já existem programas que analisam o trecho e detectam se existe algo igual ou parecido em outro site.
O advogado Bruno Simioni explica que é considerado plágio sempre que o autor ou escritor se utiliza de ideias de terceiros e não citar a fonte. “Plágio acontece toda vez que é feita alguma reprodução de ideia ou texto, seja ela integral ou não, em que não são dados os devidos créditos”, explica Simioni. Simione completa explicando que toda a escrita que não contemple a ideia de terceiros não é considerada plágio. “Se utilizar as ideias e textos citando a pessoa que fez o trabalho, dando o devido crédito ao autor, não há problema”, diz o advogado.
“O caso que mais acontece de plágio é aquele ‘copia e cola’ da internet” Marques afirma que não utiliza esse tipo de software devido ao tempo que demora. “Quando eu desconfio eu vou procurar, são muitos trabalhos e esses programas demoram muito para fazer o levantamento e cruzamento das informações”, explica o arquiteto. Importante ressaltar que existem casos em que o aluno erra por falta de informação ou uma orientação por parte de professores que não expõem aos universitários o que caracteriza o plágio e quais são suas consequências.
As consequências da apropriação intelectual de alguém podem ser graves. Na mídia, a pessoa pode responder a um processo movido pelo autor real do conteúdo e estar sujeito ao pagamento de indenização. No âmbito criminal, pode encaixar-se no crime de falsidade ideológica e violação de direito autoral. Para casos dentro de instituições de ensino, Simioni explica que se a situação for verificada é aberto um processo administrativo contra o acadêmico, que pode resultar até em expulsão.
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COLUNISTAS
Politicalizando Jorge de Sousa
Sabatina dos candidatos a Governador Na última quinta feira na Expo Unimed na Universidade Positivo, finalmente as armas foram colocadas na mesa. Beto Richa, Roberto Requião e Gleisi Hoffmann se enfrentaram, quero dizer, participaram da sabatina organizada pelo jornal Gazeta do Povo. Como os três são os candidatos que irão polarizar a disputa (sim, quem faz menos de 5% de votos eu não perco meu latim analisando), venho aqui nessa coluna colocar o que é possível ver de cada um nesse momento da
campanha (lembrando que daqui há dois meses, chegarão as eleições). Começando pelo atual governador, Beto Richa, esta muito claro que ele sabe que seu péssimo governo e suas escolhas ruins dentro do PSDB estão custando caro. Sem Gustavo Fruet como aliado na Prefeitura e sem um vice forte em sua chapa, um cenário de segundo turno acirrado, fica muito mais complicado para Richa. Durante o evento o tucano se defendeu dos ataques dos adversários em bom tom,
exceto na questão da não declaração de verbas ao TCU (exigência da organização por sinal), que o candidato deu a fraca desculpa de “não recebi doações”. Ora meu caro Carlos Alberto, se você não ganhou donativos, a verba para campanha é do caixa do estado então? Fora isso, não entrou em confronto contra Requião (prudente, já que pode guardar essa estratégia para o segundo turno), mas contra Gleisi, ele foi esperto em mostrar os atrasos das obras que envolviam dinheiro do governo federal, que a candidata não soube replicar. No momento, vejo Richa como líder nas pesquisas e como garantido no segundo turno, o problema dele é o próximo candidato analisado. Roberto Requião é meu favorito ao governo. Ele é o mais inteligente e (literalmente) político entre os três. Nessa sabatina foi calmo, sereno e educado. Sabia que não era a hora de atacar com veemência e soube se defender bem das denúncias (aliás, mostrou que tinha razão no caso do seu haras). Seu principal ponto de questionamento ao
atual governo foi o aumento da tarifa de energia, o que para Requião é excelente, já que ele é um dos maiores símbolos da não privatização da Copel. Já contra Gleisi, usou a própria inexperiência e incompetência dela a seu favor, assim mostra que ele é o candidato real da oposição. Para mim, isso sempre foi claro. Gleisi Hoffmann é mais um caso de “eu não sei o que ela faz na política”. Ela não é carismática, não sabe se portar como uma candidata a um grande cargo político e, principalmente, não consegue um argumento útil para sustentar sua campanha. Ela nem tentou entrar em ataque contra Requião, pois já sabia que a pancada viria forte. Mas, contra Richa, perdeu o duelo do mesmo jeito. Todas as acusações esbarravam na própria incompetência da presidenta Dilma em administrar o PAC. Além da questão levantada por ela sobre Itaipu beira o ridículo, já que ela foi uma das piores diretoras da história da instituição. Na minha opinião se Gleisi conseguir mais de 10% dos votos, já será muito bom para ela.
Bela iniciativa Muitos jogadores universitários, sendo eles de todos os esportes (beisebol, basquete, futebol americano e hóquei no gelo), passam, ou um dia passaram por problemas familiares. Alguns ainda vivem em situações críticas de sobrevivência e moradia. Vou destacar a história de Antoinie Turner, jogador universitário de futebol americano. Turner morava com a mãe em Nova Orleans, na Louisiana. Porém devido um câncer, a mãe de Turner veio a falecer quando ele tinha apenas quatro anos. A partir de então, Turner passou a viver nas ruas, ou passando de lar adotivo, em lar adotivo. Contudo, o futebol americano apareceu na sua vida e tudo passou a ser diferente. Seu recrutamento foi feito pela Fullerton Junior College, na Califórnia, uma universidade de nível mais baixo. Então, Turner se mudou para Califórnia com apenas uma mala de roupas. O jovem dedicava a maior parte do seu
tempo para universidade, até o momento em que chegava a hora de ir dormir e como não tinha lugar fixo para realizar isso, Turner acabava dormindo em um banco da praça da cidade. Após alguns anos, o jogador se mudou para a universidade de Boise State aonde fez o seu ensino médio. Ele até tinha conseguido um lugar para morar e deixar de dormir na rua, mas devido a fatores burocráticos isso não aconteceu. Turner tinha um tio com residência fixa em Fullerton. A casa na qual mora é subsidiada pelo governo americano e segue as regras da NCAA (National Collegiate Athletic Association). E não para por aí, outra regra bastante polêmica é de que a universidade não pode, de qualquer maneira, oferecer ajuda ao jogador universitário, nesse caso moradia. Outra alternativa que Turner tentou, sem sucesso, foi a de namorar com uma garota e assim passou a morar
Draft
Igor Castro
com a família da companheira que passou a cuidar dele, principalmente na alimentação. E por algumas noites, Turner teve que dormir com sua namorada dentro do carro dela, pois não tinha dinheiro para pagar um motel. Como tudo na vida se dá um jeitinho, com muita persistência da sua universidade, a Boise State, Turner conseguiu o que mais queria: um lugar para morar. Após intensas negociações com a NCAA, a Boise State conseguiu um aval da própria instituição para que a universidade pudesse ajudar o seu jogador. Além disso, teve a ajuda maciça de torcedores do Denver Broncos que
criaram movimentos para ajudar.Por fim, Turner conseguiu ter a assistência da universidade e agora recebe alimentação e abrigo da instituição para a qual estuda e joga futebol americano, podendo assim ter um futuro mais humano na vida, e na carreira, que ele tem pela frente. Foi uma decisão histórica que vai mudar muito o cenário da NCAA, que geralmente combate o bom senso. Parabéns a NCAA pela iniciativa. E que tenhamos mais e mais atitudes assim, pois o nosso mundo está cheio de problemas como esse, mas devido a falta de interesse isso acaba não acontecendo.
LONA > Edição 907 > Curitiba, 11 de agosto de 2014
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ACONTECEU NESTE DIA
Primeiros cursos jurídicos são instaurados no Brasil O surgimento dos primeiros cursos jurídicos no Brasil foi em 11 de agosto 1827, com a fundação de duas faculdades de direito: uma em São Paulo, que originou a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, e outra em Olinda, originando a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco. O primeiro ano era dedicado ao estudo do Direito Natural, Público, Direito das Gentes, Diplomacia e análise da
Constituição do Império. Nos outros anos, o curso era dividido entre o estudo do Direito Público Eclesiástico, Direito Pátrio Civil, Direito Pátrio Criminal, com a teoria do Processo Criminal, Direito Mercantil e Marítimo, Economia Política e do processo adotado pelas Leis do Império. O Brasil é o país que possui o maior número de faculdades de direito no mundo todo, com 1.153 cursos de nível superior, segundo o MEC.
Prédio da Faculdade de Direito de São Paulo > Foto: Arquivo USP
#PARTIU Teatro
Documentário critica e discute jornalismo
Gorila Local: Teatro Regina Vogue Data: 11 de agosto > Horário: 21h Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia)
Dirigido pelo cineasta brasileiro Jorge Furatado, documentário estreou na última quinta-feira, deste mês de agosto
O Que o Mordomo Viu Local: Teatro Guaíra Data: 15 de agosto > Horário: 21h Ingressos: de R$31,00 (meia) a R$166,00 (inteira)* *(os preços variam de acordo com o setor)
Em Cartaz Guardiões da Galáxia Ação > 122min >12 anos O mercado de Notícias Documentário > 94min > Livre O Grande Hotel Budapeste Comédia > 100min > 14 anos Planeta dos Macacos: O Confronto Ação >131min > 14 anos
Shows Nando Reis e Os Infernais Local: Curitiba Master Hall Data: 15 de agosto > Horário: 23h59 Ingressos: de R$46,00 (meia) a R$196,00 (inteira)* *(os preços variam de acordo com o setor) Vozes da Cidade com Rogéria Holtz e Murilo da Rós Local: Centro Cultural SESI Data: 14 de agosto > Horário: 20h Ingressos: entrada gratuita
O documentário “O Mercado de Notícias” traz uma discussão importante sobre o sentido do jornalismo de maneira original. O aspecto que mais chama atenção no documentário é a encenação de uma peça homônima do século XVII, do dramaturgo Inglês Ben Jonson. Montada pela primeira vez em 1626, o título original é “The Staple of News” e a ideia principal era fazer uma crítica descontraída ao jornalismo, uma profissão relativamente nova na época. Furtado, junto com a professora Liziane Kugland, traduziram a peça justamente para incluí-la no filme. A história da peça é sobre um homem chamado Pila Pai que finge a própria morte para poder observar as atitudes de seu filho, Pila Júnior. A trama se desenvolve em torno de um Mercado de Notícias, o que era uma novidade em Londres. Além disso, o diretor reuniu 13 depoimentos de jornalistas brasileiros como José Roberto de Toledo, Mino Carta, Jânio de Freitas, entre outros. O documentário mistura elementos da peça de 1626 com assuntos atuais como credibilidade, o papel do jornalismo na construção da opinião pública, jogo de interesses e a grande demanda por notícias. O roteiro, que também foi escrito por Jorge Furtado, apresenta essa nova perspectiva que
Cartaz do documentário > Foto: Divulgação
permite expor os pecados e a importância da prática jornalística. Um dos objetivos com essa troca de narrativa (peça e entrevistas) é refletir sobre a essência do jornalismo, nos seus primórdios e também na atualidade. Apesar fazer duras críticas à imprensa e jornalistas, o diretor e roteirista Jorge Furtado afirmou em seu material de divulgação que o documentário é na verdade “uma defesa da atividade jornalística, do bom jornalismo, sem o qual não há democracia”., finaliza.