Lookvision47 issu

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LOOK VISION

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50

EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 47 • JULHO/AGOSTO 2016

Emídio Rodrigues e Sofia Figueiredo Quando a rota se faz a quatro mãos

Especial crianças e sol

De pequenino se protegem os olhos

João Fernandes

Masq e os óculos que sabem nadar

TM

Sandra Silva

A MultiOpticas com estratégia global




Julho/Agosto de 2016 • Nº 47

14 | BREVES

Índice LITTLE VINYL FACTORY Um ano de óculos para crianças

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18 | CAPA

EMÍDIO RODRIGUES E SOFIA FIGUEIREDO Quando a rota se faz a quatro mãos

22 | PONTO DE VISTA

ESPECIAL CRIANÇAS E O SOL De pequenino se protegem os olhos

32 | OLHAR EM PORTUGUÊS 38 | OUTROS OLHARES

JOÃO FERNANDES

Óculos que sabem nadar

SILHOUETTE 43 | TENDÊNCIAS

Style Shades: a evolução do estilo Voar na fantasia

48 | ARTIGO CIENTÍFICO

AMÉLIA FERNANDES NUNES E ANA RITA TUNA Ambliopia

Tema de Capa: Rendemo-nos às palavras sinceras de Emídio Rodrigues e Sofia Figueiredo, a dupla que dinamiza as páginas deste mês.

Diretora: Editora: Redação: Consultor e Diretor Artístico : Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Emanuel Barbosa Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Penagráfica – Artes Gráficas Lda. 7,50 euros Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Isenta de registo na ERC ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99, de 9 de Junho, Artigo 12º, nº 1, a)


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Editorial 8

LOOK VISION

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50

EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 47 • JULHO/AGOSTO 2016

EMÍDIO RODRIGUES E SOFIA FIGUEIREDO Quando a rota se faz a quatro mãos

ESPECIAL CRIANÇAS E SOL

De pequenino se protegem os olhos

JOÃO FERNANDES

Masq e os óculos que sabem nadar

TM

SANDRA SILVA

A MultiOpticas com estratégia global

O calor na imaginação Entre julho e agosto arrebatámos conteúdos que nos fizeram sentir o verão. É que num setor onde os consumidores exigem sempre mais e melhor, só os melhores respondem com criatividade e imaginação. Enchemos mais de 50 páginas com essas mentes inquietas, que renovam imagem, criam conceitos fraturantes, que se aventuram em materiais nunca explorados e até se debruçam com especialistas sobre novas formas de proteger os olhos das crianças. Ficámos também nós inquietos! Celebrámos, por isso, a fantasia e criação numa sessão fotográfica especial, em que escolhemos alguns “especialistas” para testarem produtos sob o olhar atento da nossa objetiva. Aprovados! Sentimos ainda o fervilhar do futuro através da experiência dos nossos entrevistados de capa. Emídio Rodrigues e Sofia Figueiredo foram além do estabelecido e numa perspetiva especial demos-lhe um espaço dianteiro para que contassem as suas aventuras e desventuras, que se resumem numa Ergovisão sempre mais forte. E como o calor pede óculos, assistimos também à celebração do verão por parte do Alberto Oculista, do Institutoptico e, de forma especial, da André Ópticas. Observamos tudo de perto para si! Não deixamos, claro, as movimentações da MultiOpticas escapar e as novidades que mudam o âmago do grupo têm voz na LookVision Portugal. Na edição mais quente do ano temos ainda a luz da ciência. Da Universidade da Beira Interior chega um olha sobre a ambliopia e os novos desenvolvimentos em torno do seu tratamento. Também somos saúde! Agora estamos já virados para o sol a congeminar a feira francesa que se avizinha, as mentes que fazem o setor brilhar mês após mês e ainda os produtos mais contagiantes do mercado global. Viva o calor da época virando página e descobrindo mais ótica, porque ela está sempre aqui!


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MAKING OFF

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Entre sonhos e óculos Uma escultura gigante de uns óculos é a homenagem justa de Emídio Rodrigues e Sofia Figueiredo à paixão das suas vidas. E foi ai que começámos por disparar a máquina fotográfica na sessão de capa deste mês. A luz da imponente loja que a Ergovisão dinamiza na Avenida dos Aliados fez o resto e moldou estes dois empreendedores que se completam, na vida e nos negócios. Estas sessões já nos aproximaram das pessoas mais incríveis do setor e, como não podia deixar de ser, sentimos proximidade a estes dois lutadores. Saímos, por isso, para a Invicta onde a conversa se desenrolou livre e descontraída e onde nos rendemos aos encantos de Sofia e Emídio. Conseguimos captálos de forma intimista, especial e, claro, inédita! Por outro lado, não resistimos a soltar a criança que há em nós, quando nos juntámos a cinco aventureiros com idades entre os quatro e os nove anos. Em pleno final de tarde quente e com o Palácio de Cristal, no Porto, como fundo, corremos entre as árvores e fizemos a roda...ah! e experimentámos muitos óculos.



Breves 12

2WIN Vocacionado às crianças Este inovador vídeo-refratómetro binocular portátil da marca Adaptica foi desenhado para proporcionar a avaliação refrativa de crianças, pessoas com mobilidade reduzida e pessoas não cooperantes. O 2WIN apresenta um funcionamento intuitivo, tão simples como tirar uma fotografia. Tem a vantagem de fazer refração binocular a um metro de distância, de avaliar anomalias ao nível das pupilas, alterações posturais e desvios oculares, conseguindo ainda captar a atenção dos mais pequenos através de estímulos visuais e sonoros. O 2WIN é ainda ideal para rastreios visuais e consultas ao domicílio, tem ainda a capacidade de acrescentar aplicações opcionais para o atraso acomodativo, cover test automático, pupilometria dinâmica e avaliação de opacidades. A Optometron é a distribuidora especializada desta preciosa ferramenta, através de geral@optometron.pt.

Italia Independent & Garage Italia Customs x Fundação Leonardo DiCaprio A Italia Independent criou uma edição especial em óculos para celebrar a customização de dois Fiat 500 elétricos ecológicos. Os óculos foram distribuídos por todos os convidados de uma gala espacial, decorrida a 20 de julho, em St. Tropez, França e organizada pela Fundação Leonardo DiCaprio. Dois modelos automóveis únicos, personalizados pela Garage Italia Customs e pela Fiat Chrysler Automobiles, foram batizados de Sea Ice e Wild, e foram “decorados” com materiais recicláveis. Os dois Fiat 500 elétricos chamaram, assim, a atenção para o aquecimento global e proteção ambiental.

Hickmann Eyewear Campanha fotografada em Lisboa A marca “mais jovem” da modelo brasileira Ana Hickmann desfilou em Lisboa, local escolhido como pano de fundo para a mais recente sessão fotográfica. Entre o Miradouro de S. Pedro de Alcântara e o Elevador da Glória, óculos de sol feitos a pensar nas jovens mulheres das grandes metrópoles foram enquadrados na beleza da capital nacional. A Hickmann Eyewear prepara assim a temporada outono/inverno de 2016, cultivando um estilo casual chic, muito moderno e sofisticado.



Breves 14

Little Vinyl Factory Um ano de óculos para crianças A marca mais musical do setor ótico celebra o primeiro aniversário de produção de óculos para pequenos amantes da música. Neste período, conquistou confiança e construiu uma personalidade forte. As velas sopram-se na feira internacional Silmo e aqui também se desvendam os novos modelos, assim como a nova e apelativa comunicação da marca.

Optivisão Herman José atesta saúde visual O famoso humorista português comprovou a importância que dá aos rastreios visuais e recorreu a uma ótica do grupo pelo qual dá a cara, a Optivisão. Herman José foi avaliado por equipa cuidadosa e altamente qualificada, para despistar, sem dúvidas, eventuais problemas que comprometessem a sua visão. “Sou extremamente cuidadoso com a minha saúde, costumo dizer que é o único aspeto com o qual não brinco. Como sabem, uso óculos diariamente e preocupo-me bastante com a saúde dos meus olhos. A realização destes rastreios na Optivisão permite identificar fatores de risco com toda a segurança, conforto e rapidez”, afirmou Herman José. Apaixonado por óculos e atento às últimas tendências, na hora de escolher a armação, não resistiu à irreverência da mais recente marca que a Optivisão representa, a Ted Baker. “O melhor da vida vem aos pares e os pares vêm da Optivisão”, brincou o humorista.

Dunhill Aidan Turner afirma elegância em Wimbledon O ator irlandês, famoso pela interpretação poderosa na trilogia The Hobbit, apareceu no Campeonato de Ténis de Wimbledon 2016 num conjunto elegante assinado pela marca Dunhill, literalmente dos pés à cabeça. Em destaque os óculos de sol SDH006, que numa combinação perfeita entre acetato e metal conseguem dar nova dimensão ao desenho redondo. As hastes subtis exibem relevos em padrão cevada, completando na perfeição este conjunto intemporal que se revela ainda em cores terrenas e envolventes.


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Breves 16

Formação A Universidade Internacional do Mar atualiza conceitos De 2 a 4 de setembro realiza-se a 13ª edição do curso de verão sobre Atualidades em Visão. A formação acontece na localidade de Aguilas, Murcia, Espanha, na Universidade Internacional do Mar. Professores e profissionais da visão irão realizar palestras, workshops e uma mesa redonda sobre as novas temáticas de aplicação eminente na prática clínica. Este ano desfilam palestrantes como Arthur Bradley e Xu Feng, da Universidade de Indiana de Optometria, nos EUA, que irão falar sobre novas tecnologias ligadas à visão. No programa conta-se também bem com o professor Philip Kruger, do SUNY , EUA, que abordará as aplicações clínicas de imagens entópicas. Os primeiros 30 alunos que solicitem a presença na iniciativa têm a estadia patrocinada, contactando o email visionunimar@gmail.com.

Alain Afflelou abre loja premium em Portugal O grupo de origem francesa brindou o Dolce Vita Tejo, em Lisboa, com a sua primeira loja portuguesa sob o desígnio Afflelou Sun. Este espaço de contornos luxuosos é também pioneiro na Península Ibérica e representa o terceiro a nível europeu, exibindo um conceito inovador que alia moda, design e savoir-fare. “Uma identidade, um visual próprio e um posicionamento único” é a máxima seguida pela Alain Afflelou e que é refletida neste novo estabelecimento. O ambiente desta Afflelou Sun assenta na elegância e na proximidade aos clientes, onde os óculos de sol de marcas de prestígio assumem o papel principal. “O mercado do sol tem um forte potencial de crescimento, sobretudo na gama alta, e há uma lacuna de lojas com uma grande variedade de marcas, juntamente com gama de graduados. A nossa nova loja tem esta mais-valia aliada aos conhecimentos de especialistas óticos”, explicou João Paulo Loureiro, diretor de operações de sucursais da Alain Afflelou em Portugal. “Esta abertura representa mais um importante passo no mercado português, que é uma aposta estratégica do Grupo”, acrescentou o responsável. Na nova decoração, onde o tom sóbrio do castanho ganha vida através do dourado e do cinza, as armações passam a ter um maior destaque. A loja conta com expositores modernos e estratificados por coleções, permitindo uma visualização clara e linear de todas as marcas e respetivos óculos. Concebido para se tornar mais agradável ao olhar, o novo espaço da marca transparece uma imagem distinta e convidativa, remetendo para uma loja de rua das principais avenidas de luxo europeias.

Silmo Sydney Primeira edição da feira no hemisfério sul Os parceiros da Silmo International estendem a sua influência para mercados promissores. Depois da Silmo Istambul, a marca prepara-se para se estrear na Austrália. Organizada pela Expertise Events, uma empresa especialista em direção de eventos e feiras profissionais, a primeira Silmo Sidney está marcada para 9 a 11 de março de 2017, no novíssimo Centro de Convenções da capital económica e cultural da Austrália. O objetivo está apontado aos empresários e profissionais da ótica da nação hospitaleira, da Nova Zelândia e das Ilhas do Pacífico. “Incluída no circuito global das feiras de ótica e eyewear, a Silmo Sydney será um evento genuíno que impressionará com o novo estilo da marca e com o formato inovador”, explicou Gary Fitz-Roy, o diretor da Expertise Events.


Os 4 dias da Ăłtica de 23 a 26 de setembro

V I VA A E X P E R I ĂŠ N C I A

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Emídio Rodrigues e Sofia Figueiredo

Quando a rota se faz a quatro mãos Fotografia: Miguel Silva

A Avenida dos Aliados tem um foco de luz vermelha propagado pela energia dos óculos que espreitam da grande ótica da baixa portuense. A Ergovisão teve o atrevimento de assentar num espaço premium da cidade do Porto e de muito mais. Na base deste grupo português está a sagacidade e perseverança de um casal especial. Emídio Rodrigues, o conquistador, e Sofia Figueiredo, a gestora abriram-nos a porta desta história impressa nas memórias de ambos e que ainda tem um longo caminho a percorrer.


“Quem julga que as empresas não são identidades que nascem e morrem está enganado e a Ergovisão esteve ligada à máquina”

Começámos pelos óculos que dominam a vida de Emídio e Sofia e que têm a justa homenagem à porta da imponente loja da Invicta, em tamanho proporcional. Aliás, no dia em que apontámos a objetiva para os fotografar fomos surpreendidos com uns óculos inéditos, feitos pelo pai de Sofia e batizados como Xutos, ao “som” da música desse famoso grupo português. E esta é uma das heranças que justifica o nascimento da Ergovisão. O percurso que trilharam até conseguirem chegar às atuais 17 lojas é um exemplo fiel das suas personalidades. Emídio contou-nos a forma como congeminou, ainda enquanto técnico de ótica, com mapas e gráficos, o nascimento do conceito Ergovisão e como teve sempre a certeza que era mesmo isto que o mercado precisava. Não se enganou! Sofia ouviu os relatos do marido e companheiro de negócios, completou ideias, observou, ponderou para falar de forma assertiva de um futuro que requer astúcia e pragmatismo. Demonstrou, desta forma, como consegue estar atenta a todos os estabelecimentos abertos sob a “imagem” da sua empresa, nas várias partes do país. É incansável! E junta a este empreendimento a maternidade, intensa e dedicada. Adoramos ver os nossos entrevistados para além da sua empresa, porém, neste caso, Emídio e Sofia são a alma e o coração da Ergovisão e isso preenche-os e equilibra-os como qualquer hobby faria. Claro que, brilham quando pensam nas viagens que fazem como família, com as conquistas competitivas da filha Ana Luísa em cima

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dos cavalos e em tudo que conseguiram arrebatar em apenas 14 anos de trabalho. Vivem no Porto hoje, vindos de Viseu, e sorriem na mudança e com todos os desafios que ainda se preveem. Quando se decidiram lançar no mercado não o fizeram de forma típica. Sonharam com um grupo desde logo? Emídio Rodrigues: Poderá dizer-se que sim, que foi um sonho. Fez recentemente 20 anos que entrei neste negócio, ainda não como Ergovisão, porque essa vai fazer 14 este ano. Foi no dia 8 de maio que tudo começou. Quando entrei para o negócio de família da Sofia, percebi que poderia expandir a empresa e que era um negócio de escala. Já na altura havia alguns grupos a operar em Portugal e, rapidamente, captei as movimentações que aconteciam. Fazia todo o sentido explorar a expansão de um conceito e de uma marca diferenciadora das restantes do mercado. Portanto viu o negócio de uma forma mais lata. O que tínhamos era um negócio familiar, tivemos que alterar o nome e constituir um novo projeto. A ideia da Ergovisão foi criar um conceito diferente, mais assente na moda, na tecnologia e na saúde e, na altura, ainda não existia esta tríade no mercado.

empresa. Depois houve um momento que fez mudar tudo. O meu pai faleceu em 1998 e eu e os meus irmãos ficamos à frente do negócio. O conceito Ergovisão começou a ganhar contornos e, por isso, acordámos com os meus irmãos uma forma de gerirmos o negócio com autonomia, contando, porém, com o apoio deles na empresa.

E foi assim que a Sofia e o Emídio se conheceram, sob a fundação da Ergovisão? Conhecemo-nos antes! Sofia Figueiredo: Houve uma vaga na loja do meu pai e, porque o Emídio era muito bom em trabalhos minuciosos, acabou por integrar naturalmente a

E nasceu então o grupo. A fundação do grupo coincidiu com a abertura da Ergovisão em Viseu, na rua Alexandre Herculano. Aí aplicamos o novo conceito, foi onde ele foi ensaiado e onde mantemos ainda hoje a loja mãe. Fui eu que a abri e que diariamente formei profissionais e cumpri com a missão a que me propus. Contei com excelentes profissionais que ainda hoje me acompanham. Lá respira-se Ergovisão e faço questão que todos os novos profissionais façam a fase de integração na loja de Viseu, para que sintam o poder e os valores da marca.


O crescimento foi sempre paulatino? Vivemos de meios próprios e tivemos que crescer com algum cuidado. Claro que tivemos um período em que aceleramos um pouco a expansão, recorrendo à alavancagem financeira da banca, mas causou-nos quatro anos de dificuldades. Aprendemos com esse período, claro. Percebemos que a alavancagem não era a melhor solução. Neste momento, porém, estamos a reestruturar e solidificar tudo aquilo que temos com a remodelação das principais lojas, como é o caso desta dos Aliados. Depois vamos renovar a de Leiria, que faz dez anos em setembro, e todas as lojas principais, próprias.

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Conte-nos então sobre esse período conturbado para a Ergovisão. Foi desde 2006 até 2009. A empresa estava boa, os bancos cheios de dinheiro e, portanto, deixamo-nos iludir por essa conjuntura. Tanto que, para abrir a loja dos Aliados no Porto, comprei o prédio (risos). Foi uma loucura!

E contou ainda com a capacidade da sua família para ajudar. Sim, o meu irmão Pedro Figueiredo assumiu a pasta do marketing desde o início e cuida com muito cuidado, carinho e energia da nossa imagem de marca. Deve-se a ele o “burburinho” que a Ergovisão causa nas redes sociais e nos diferentes meios de comunicação. De resto, a nossa família cresceu também em termos de recursos humanos, pessoas muito valiosas em quem apostámos e de quem recebemos grande dedicação, tanto à marca como à empresa. E o Emídio teve de preparar-se para passar de técnico para gestor. Emídio Rodrigues: Tive que ganhar conhecimentos na gestão e fazer formação. Posteriormente, fiz mestrado em finanças, porque percebi que também podia afinar essa parte. Mas enquanto estive na parte técnica gostei muito e fiz o curso de contactologia. Adorava a área.

Sempre pensou em ter uma empresa nacional? Sim, e até tinha no laboratório da loja em Viseu um mapa marcado com os pontos onde queria abrir lojas (risos). De que forma inovaram, aplicando os três princípios base referidos? Emídio Rodrigues: Apontámos à moda, às principais marcas e essencialmente à tecnologia e à saúde. Aliás, fomos das primeiras óticas com consultório equipado com campos visuais, retinografia, tomografia e todos os exames necessários a uma consulta completa, que nos desse a certeza de que o nosso cliente estava a ser bem servido, tudo sob a marca das clínicas Dr. Ergo. Em termos de laboratório, também fizemos um grande investimento. Fomos dos primeiros a ter o corte de lentes remoto. Ou seja, começámos a desenvolver um software próprio de biselamento remoto, numa altura em que ninguém acreditava nisso.


Mas uma loucura que hoje faz todo o sentido, não é? Sofia Figueiredo: Nós percebemos de ótica e não de imobiliária! (risos) Emídio Rodrigues: Bem, na altura queríamos abrir uma loja no Porto que “desse nas vistas”. Estamos cá há dez anos e, de facto, viemos antes do tempo, porque esta avenida só terá uma relação boa com o comércio daqui a cinco/seis anos. Estamos a presenciar à remodelação dos edifícios e, por isso, ainda falta. A partir do momento que tudo estiver a funcionar em pleno, os preços do imobiliário disparam, mas já nós cá estamos há 15 anos. Ou seja, houve momentos decisivos no projeto Ergovisão. Quem julga que as empresas não são identidades que nascem e morrem está enganado e a Ergovisão esteve ligada à máquina. Mas hoje está viva e mais forte. O projeto não foi só rosas, também teve espinhos. Daí decidirmos a expansão via franchising, através da qual poderíamos chegar, à vontade, às 100 lojas. Ainda não as temos, porque somos muito seletivos. Têm que ser candidatos que se identifiquem muito connosco e com a marca. Têm muitos candidatos? Todos os dias tenho contactos para aberturas de lojas e para todos os pontos do país. Só que não é fácil darmos confiança sem termos a certeza que é uma boa aposta. É um empresário que se deixa levar pelo seu instinto. Já acreditei mais no feeling. Hoje em dia foco-me mais nos números, mas já me deixei levar. Por exemplo, a loja da Aveiro, vi-a disponível, entrei

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lá dentro e senti o tal feeling. Pensei “esta loja é para mim”. E ainda lá está e é uma boa loja. A mesma coisa em Leiria. Sofia Figueiredo: Daí as nossas localizações estarem sempre em pontos privilegiados das cidades.

localização, layout de loja, tecnologia, recursos humanos e produto.

E como foi passar de uma empresa familiar para uma infraestrutura considerável como a atual? As empresas têm um crescimento natural e vão criando necessidades e foi tão simples quanto isso. Somos 80 colaboradores, sem contar os franquiados. Tem que haver uma organização forte por trás.

Mas acha que haverá essa legislação? Não, será o próprio mercado a organizar-se. Vai haver uma concentração de grupos e irão diminuir o número de marcas a operar. A ótica não será diferente de outros mercados. Veja-se o exemplo das farmácias que eram todas independentes e agora estão todas a agrupar-se. Começaram a perder margens e tiveram que recuperar terreno junto dos consumidores. No futuro, quem não se agrupar vai ser um aventureiro.

Pode dizer-se que estão numa nova fase agora? Sim, e a prova disso é a renovação que fizemos na loja da Avenida dos Aliados, nesta que para mim é uma das melhores óticas do país no setor e, refiro-me ao conjunto

O que falta ao mercado da ótica? Para melhorar qualitativamente, tinha que haver uma legislação. Tem que haver regras, são as melhores amigas da qualidade. Nós já fomos certificados pela qualidade e o manual de normas e processos era grande!

E para a Ergovisão, qual é o futuro? Queremos ser uma referência. Quando se falar em ótica terá que se falar na Ergovisão. Queremos ser “A sua ótica” como já denuncia o nosso lema. Dá muito trabalho e escolhemos o caminho mais difícil, mas também não temos pressa. E teremos novidades em breve. Posso já adiantar o lançamento da plataforma Lensfree, dedicada à venda de lentes de contacto, em que o cliente paga os primeiros sete meses e os últimos cinco são grátis. Fazemos o envio mensal para onde o cliente quiser. Desta forma, conseguimos combater a concorrência online. Outras novidades virão em breve.


ponto de vista

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Crianças e o sol

De pequenino se protegem os olhos Num período crucial de exposição aos raios solares, a LookVision Portugal debruça-se sobre a temática do uso de óculos de sol pelos mais pequenos. É ou não obrigatório? Consiste na melhor solução para evitar problemas visuais? Como se colocam os profissionais neste assunto? E as crianças encaram esta proteção de forma natural? Uma pediatra, uma optometrista e os cruciais especialistas infantis conduziram-nos na resposta a estas questões. Entre vozes que criticam a vertente comercial dos óculos de sol e os seus fins estéticos, elevam-se sempre mais as evidências das suas claras aplicações em prol da saúde visual. Afinal usá-los tem comprovados benefícios. Hoje os óculos de sol são reconhecidos pelos mais céticos especialistas, recomendados pelos médicos e incentivados pelos optometristas. Claro que, existe a questão premente da qualidade das lentes. Nem todos estão à altura das funções protetoras. A radiação e as crianças “Atualmente existe uma crescente consciência coletiva em relação às alterações climatéricas e atmosféricas e os seus efeitos na saúde. Julgo que é uma temática que terá sempre de ser trabalhada e divulgada na população”, declarou à LookVision Portugal, Janine Coelho, pediatra no Hospital de São João. E porque os pediatras estão na frente da prevenção, são eles que

na fase precoce da vida podem aconselhar. “O uso de óculos de sol ajuda, de facto, a proteger os olhos da radiação solar, mas a melhor proteção é mesmo evitar a exposição nas horas de maior intensidade solar. Usar um chapéu com abas também diminui a quantidade de luz que atinge o globo ocular”, acrescentou a especialista em saúde infantil. Estima-se que as crianças recebem três vezes mais radiação que os adultos, por passarem mais tempo expostas à luz exterior. Se se tiver em conta que aproximadamente 80 por cento da radiação chega à retina antes de uma pessoa atingir os 20 anos de idade e que dessa, 75 por cento já se instalou antes dos 10 anos, percebemos a importância fulcral da prevenção em tenra idade. Tem que se acrescentar ainda o facto de que o cristalino dos mais pequenos transmite mais radiação visível de baixo comprimento de onda, ou luz azul, e radiação ultravioleta do que


o cristalino de um adulto. Ou seja, depois dos 25 anos só acumulamos 10 por cento do total da radiação de uma vida. Em Portugal, existe a benesse da exposição a radiações nocivas acontecer em relativamente poucos dias por ano e, sempre que ocorre, multiplicam-se os avisos na comunicação social. No entanto, urge saber que, numa escala de índice de 0 a 15, a partir de 10 a proteção torna-se central. Importante também entender-se que existem ambientes mais propensos à exposição como regiões próximas do equador, locais de grande altitude e em zonas onde há grande “ricochete” de luz, tais como o mar, rios ou outras grandes superfícies de água e áreas nevadas. Quando o sol significa doença Nesta “equação” deve sempre incluir-se o nível de radiação ao qual a criança foi exposta. “Os malefícios provocados pelas radiações ultravioleta dependem do respetivo índice e tempo de exposição solar. Há a divisão entre os que acontecem a curto prazo, em que podem surgir queimaduras da região palpebral e queimaduras solares da córnea. A longo prazo, temos os efeitos cumulativos da radiação ao longo da vida, como o aparecimento de cataratas, de patologia tumoral e ainda da degenerescência macular ligada à idade. Estas condições podem levar à cegueira e podem relacionar-se com exposição solar continuada”, assinala a pediatra Janine Coelho. Portanto, a vida adulta, pode ser “assombrada” pelas consequências da exposição solar contínua na fase precoce da vida.

exposição solar sem proteção provoca na pele, é possível sensibilizar a população para proteger os olhos da radiação solar, e informar dos possíveis danos quando não o fazemos. Mas para isso é preciso desenvolver campanhas dirigidas à população e, implicando os próprios profissionais da visão, que deverão ser um dos principais meios para essa divulgação”, definiu Sofia C. Peixoto-de-Matos.

Óculos de sol: uma solução...com as lentes adequadas A pediatra do Hospital de São João atesta que os óculos são bem aceites pelas crianças. “Também existem no mercado modelos muito apelativos que facilitam a aderência, no entanto, não podemos esquecer de certificar vários aspetos relacionados com a compra de lentes solares”, salvaguarda a médica. De facto, nem todas as ofertas de mercado se coadunam com o fator proteção visual. As lentes escuras podem dar conforto visual num ambiente de luz intensa, mas não significa que resguardem os olhos. “A mensagem correta a passar é que os olhos precisam de ser protegidos dos raios ultravioleta, e não apenas que é necessário usar óculos de sol. Ao ouvido de um leigo parecem sinónimos, mas não são. Lentes sem cor podem ter proteção UV, assim como lentes coloridas podem não a ter. É preciso garantir a existência e a qualidade do filtro UV na hora de comprar um modelo, e aqui as entidades responsáveis pela certificação e fiscalização tem um papel fundamental”, explicou-nos a optometrista e investigadora da Universidade do Minho, Sofia C. Peixoto-de-Matos. É que as lentes sem filtro ultravioleta inibem as defesas dos olhos, fragilizando-os. Pestanejar, fechar os olhos ou a contração da pupila são proteções naturais que, perante a lente escura bloqueiam, com falsa sensação de proteção. Com a pupila dilatada, existe mais absorção de radiação e maior probabilidade de lesões oftalmológicas. Portanto, para além da boa qualidade ótica das lentes, exige-se a filtragem de 100 por cento da radiação UV e, parcialmente, da luz azul. A coloração deve proporcionar conforto e não distorcer as cores naturais. Para as crianças deve apostar-se em armações robustas com o símbolo CE, de fabricação segundo as normas da união europeia e com o certificado ISO 12312-1. Em jeito de conclusão e do ponto de vista da optometria, “há, sem dúvida, um longo percurso a percorrer. A franja da população sensibilizada para este tema é residual. Os óculos de sol são encarados, em primeiro lugar, como um elemento estético e, só em segundo plano, como um elemento de proteção. Do mesmo modo que se conseguiu sensibilizar a população para os danos que a

Os especialistas experimentaram A fabricante e distribuidora de óculos Safilo tem-se debruçado atentamente sobe esta temática e proporcionou-nos momentos únicos de interação entre as crianças e os óculos de sol. Em “campo” colocámos cinco “especialistas”, dos quatro aos nove anos. Notámos que o mais jovem do grupo teve alguma dificuldade inicial, que se ultrapassou com uma prática fita de haste a haste, permitindo manter os óculos seguros e acessíveis. Entre as mais crescidas a questão prendeu-se mesmo com o estilo da armação e a cor das lentes. Claro que, entre os seis e os sete anos a intensidade das brincadeiras requer materiais ligeiros e cores naturais das lentes para que os óculos não impeçam corridas, saltos e abraços. Posto isto, não se impõe uma idade recomendada para o início do uso de óculos de sol, mas exige-se alguma capacidade por parte da criança para manusear os óculos na cara. Os pais são sempre os avaliadores essenciais e é necessário dotá-los do máximo de informações possível para que comprem com segurança e em consciência.

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Safilo

A alegria sob o sol A empresa italiana cultiva a sua faceta mais protetora com coleções infantis divertidas e audazes. Kids by Safilo aposta na cor e em reflexos eletrizantes para manter os jovens aventureiros saudáveis nas suas façanhas de verão. A Polaroid faz jus à sua reputação, através de lentes espelhadas que garantem segurança visual e uma experiência de luz fabulosa. E porque o futuro está mesmo assente nas crianças, a Safilo juntou-se à Fundação Barraquer para levar esperança aos jovens e adultos de Moçambique.

Kids by Safilo As peças desta coleção muito especial foram fruto de longos estudos e de associações astuciosas com especialistas, para que nascessem à medida das reais necessidades das crianças. A sua génese italiana garante desenhos modernos e magnéticos, “pintados” a cores alegres e energéticas. Graças à sua ergonomia e matérias avançadas, os óculos podem ser levados ao extremo nas mais corajosas brincadeiras. Kids by Safilo conjugam de forma inteligente a inovação e o conforto, indo ao encontro às expectativas de ambos pais e crianças. A Safilo colaborou estreitamente com a Sociedade Italiana de Oftalmologia Pediátrica (SIOP, na sigla italiana) na criação de modelos seguros, duradouros, confortáveis e apelativos.

Polaroid A inventora das lentes polarizadas traz, com a nova coleção infantil, um novo olhar sobre a proteção visual dos mais jovens. A Twist Collection envolve os pequenos rostos com a suavidade da borracha e possui a capacidade de se dobrar até ao limite sem quebrar. Tonalidades vibrantes, flexibilidade e leveza completam óculos muito cool e funcionais, comprometidos com a brincadeira e com a proteção solar exímia. As lentes exclusivas polarizadas Ultrasight™ da Polaroid permitem ainda uma visualização das cores intensa e nítida, sem reflexos. Os novos modelos estão disponíveis em azul, verde, laranja, fúcsia, cinza e preto. Proteção máxima, segurança reforçada e atração sem limites, é este o estilo Polaroid!

Safilo e Fundação Barraquer juntos por Moçambique As duas organizações levaram esperança a crianças e adultos de Moçambique em junho, com uma comitiva de luxo integrada na iniciativa da Safilo, Kids Only. A oftalmologista Elena Barraquer e uma equipa de diferentes especialistas e voluntários assistiram mais de 240 pessoas, acometidas com problemas visuais causados pela sobre-exposição solar e pela desnutrição. A população mais necessitada teve, assim, intervenções cirúrgicas, consultas e rastreios e a oferta de óculos das marcas Kids by Safilo e Polaroid.


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OLHAR EM PORTUGUÊS

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Institutoptico

Uma homenagem a Portugal O grupo nacional dinamiza a temporada quente com mais uma coleção da marca exclusiva Cierzo. Lugares de Portugal designa as novas criações eyewear que reproduzem as cores e o sentido de um país que proporciona imensa inspiração. E graças ao âmago solidário e inclusivo que o Institutoptico cultiva, os óculos incorporam, de forma pioneira no setor, o inovador código dedicado aos daltónicos, ColorAdd. As Cavalariças do hotel Pestana Palace, em Lisboa, foram o ponto de arranque do conjunto Cierzo, a 23 de junho, contando com óticos, amigos, seguidores e imprensa. Os responsáveis pelo Institutoptico quiseram, com este encontro festivo, partilhar o sentimento português e celebrar a criatividade. “Somos muito apreciadores de Portugal. Este é o lugar que nos move e não existe melhor para estar e viver. Porquê? Porque tem uma simbiose de elementos imensa. O mar imenso, a montanha e os planos verdejantes e ainda de quilómetro a quilómetro usufruirmos de um prato gastronómico diferente e um vinho especial, tudo aliado à simpatia e à amabilidade inata... os nossos olhos apreciam tudo. Quem não se apaixona? Apetece ficar!”, descreveu de maneira apaixonada os fundamentos da nova coleção Vera Velosa, responsável pela área de óticos e recursos humanos e gerente do Institutoptico. Cada peça ganha o nome de um lugar icónico de Portugal, que

passa por todas as regiões do Continente, Açores e Madeira. A Cierzo mantém-se fiel à simplicidade que a carateriza e aposta numa coleção que se forma em torno das tendências de mercado, com uma paleta de cores abrangente. Com um posicionamento acessível, disponibiliza modelos para todas as idades e fisionomias. Lugares de Portugal tem óculos leves e confortáveis, mesmo em jornadas intensas. Uma coleção fresca e inclusiva Os convidados de destaque foram o simpático embaixador do Institutoptico, o ator Ricardo Pereira, e o brilhante designer Miguel Neiva, responsável pelo ColorADD. Lado a lado com os responsáveis pelo Institutoptico, comunicaram os valores que movem o grupo.


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Ricardo Pereira juntou-se à marca desde o início do ano pela consonância com a imensa paixão por Portugal e para reforçar a máxima defendida pelo grupo - O Seu Ótico de Família. O ColorADD e o seu inventor Miguel Neiva envolveram-se com o Institutoptico para fazerem algo nunca feito a nível mundial: incluir o código das cores para daltónicos em óculos. A ideia base foi a de incluir todos as pessoas no mundo colorido da nova coleção Cierzo, sem descriminações. “Quando nos aliámos ao Miguel Neiva e ao projeto ColorADD, a primeira coisa que ele nos disse, e recordo bem esse primeiro dia, foi que o objetivo não era o lucro, mas sim a inclusão. E isso tem tudo a ver com o Institutoptico. Nós sabemos que há muitas ajudas que temos de dar e, de facto, damos sem publicitá-lo, porém, mais do que isso, quisemos integrar um empreendimento que tivesse um significado profundo. Admirámos o Miguel, a sua coragem e o trabalho de pensar nisto e que tem tudo a ver com a integração social, especialmente das crianças que podem sofrer na escola por não saberem as cores. Portanto, o ColorADD tem tudo a ver connosco. Somos óticos porque gostamos de ser, vivemos os nossos negócios com prazer e com vontade de prestar esses cuidados de saúde. O código ColorADD é mais um cuidado,

mais um fator que podemos proporcionar”, reforçou Vera Velosa à LookVision Portugal. Miguel Neiva também se encontra nestes valores. “A ambição é grande... encontrar, com todos, um caminho (ou vários) para chegar a 350 milhões de pessoas (número estimado de daltónicos no mundo), espalhadas pelos quatro cantos do globo, sem que tenham de assumir a sua condição e consigam uma integração legítima e plena numa sociedade que “comunica” pela cor. O prazer é enorme em fazer este caminho com parcerias que se assumem também como parte da solução para chegarmos mais longe e a mais pessoas. Este envolvimento ativo na utilização do código ColorADD garante o papel de agente efetivo na promoção da inclusão para todos.” O ColorADD foi desenvolvido com base nas três cores primárias, representadas através de símbolos gráficos. O código assenta num processo de associação lógica que permite ao daltónico, através do conceito de adição, relacionar os símbolos e facilmente identificar toda a paleta de cores. O branco e

o preto surgem para orientar as cores para as tonalidades claras e escuras. Cierzo e um futuro assente nos valores lusos Quando questionada sobre as próximas coleções Cierzo, Vera Velosa afirma que Portugal vai continuar no centro das inspirações e “existem inúmeros temas, embora seja um país pequeno. Portugal tem grandes capacidades e muita diversidade. Os portugueses têm muito para dar ao mundo e, por isso, a Cierzo vai continuar com Portugal e com o ColorADD”, concluiu a responsável pelo Institutoptico.


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A coleção mais íntima de Tom Ford A André Ópticas abriu as suas portas primorosas ao lançamento mundial da Tom Ford Private Collection. Esta coleção especial e intimista do estilista norte-americano celebra 11 anos de empatia com a produtora e distribuidora Marcolin. O palco de projeção dos 11 novos modelos tinha que ser muito especial. O evento fez brilhar a ótica lisboeta a 24 de junho. A hospitalidade natural de Ana, Plínio e André Leal, os dinamizadores da André Ópticas, unida à presença destacada dos responsáveis da Marcolin, Giovanni Zoppas e Antonio Jové, e ainda a responsável pela Tom Ford no seio da fabricante, Marta Todesco, receberam imprensa, amigos e inúmeras figuras públicas para se experienciar a Private Collection em primeiríssima mão. Luís Borges, Eduardo Beauté, Kalaf, Filipe Faísca, João Rôlo, Sofia Carvalho, Manuela Moura Guedes, Joana Ribeiro, Mariama Barbosa, Marta Rebelo, Teresa Tavares e João Pedro Gonçalves foram algumas das personalidades que não perderam a celebração. A sonoridade da festa esteve sob responsabilidade da DJ Mary B e de um saxofonista. Os novos 11 modelos, renascidos das memórias de Tom Ford, e a sua exposição ao estilo da André Ópticas, fizeram o resto. A loja portuguesa colocou-se, assim, no

centro do design eyewear, ao ser escolhida entre tantas lojas europeias para encabeçar este lançamento. “Antes de escolhermos a ótica para fazer a apresentação, fizemos uma investigação ao nível de toda a Europa, no sentido de descobrirmos quem era o ótico que trabalhava melhor óculos produzidos em corno. Estudámos, vimos e experimentámos e rendemo-nos à André Ópticas para lançar a Tom Ford Private Collection. Tudo isto acompanhado pela longa relação que temos com estes empresários e ainda pelo magnífico ponto de venda e respetiva localização nesta avenida lisboeta, onde, aliás, estão todas as marcas de luxo”, declarou à LookVision Portugal, Antonio Jové, o diretor para as filiais europeias da Marcolin. Conversámos também com Ana Leal, que nos confirmou que o luxo é sempre uma aposta ganha no que diz respeito aos óculos, “mas não só! Também a originalidade e, claro, o bom atendimento. Estes fatores, a nossa imagem, a nossa forma de estar e de apresentar as


marcas ao mercado” ajudaram a escolha da Marcolin para mostrar, pela primeira vez, a Private Collection. Segundo o criador da marca, Tom Ford, “esta é verdadeiramente a minha coleção privada. As armações são as que utilizo pessoalmente, sendo que algumas delas foram originalmente criadas apenas para mim. De uma forma geral, as representações dos meus modelos favoritos foram produzidas em materiais nobres, que não são comuns nas armações produzidas comercialmente”.

“As armações são as que utilizo pessoalmente, sendo que algumas delas foram originalmente criadas apenas para mim. De uma forma geral, as representações dos meus modelos favoritos foram produzidas em materiais nobres, que não são comuns nas armações produzidas comercialmente”.

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Marta Todesco em discurso direto A responsável pela divisão da Tom Ford na Marcolin explicou-nos o âmago luxuoso da Tom Ford Private Collection e destacou a história de alguns modelos. É que o conjunto “veste-se” de materiais distintos, como o chifre de búfalo real e o titânio japonês e, claro, de desenhos intemporais e incontornáveis. De que forma esta nova coleção difere das anteriores? Esta coleção é especial, porque foi desenvolvida para celebrar os 11 anos da parceria entre a Tom Ford e a Marcolin. De facto, sublinha e reforça a relação maravilhosa que temos com o designer. Ele pediu-nos para criar algo especial, que pudesse ser usado diariamente. Captámos, então, o verdadeiro mister Tom Ford, repescando os seus próprios desenhos da primeira coleção eyewear lançada em 2005, elevando o valor das armações através do material usado. Mudámos os modelos em acetato para peças sumptuosas em chifre e o de metal para titânio feito no Japão. Para sublinhar que é uma coleção Tom Ford, todas as peças têm uma denominação própria com o nome do criador.

Portanto a inspiração neste trabalho foi o artista em si. Sim, a inspiração foi o próprio mister Ford. Trata-se de um arquivo pessoal, a coleção privada de Tom Ford e, inclusive, os nome adotados em cada peça correspondem à altura ou sequência em que o mister Ford usou o estilo em 2005. E esta é também a razão do destaque da sua imagem na campanha publicitária. Quer assinalar alguns modelos da coleção? Precisamente por ser uma “coleção privada”, cada estilo tem a sua razão de existir. Posso, no entanto, sublinhar, o Tom N. 5 que é icónico para nós, pois é o modelo que foi usado pelo ator Colin Firth em Single Man, o filme que marcou a estreia de Tom Ford na direção cinematográfica. Daniel Craig também o usou na versão solar, interpretando o espião mais secreto do mundo no filme Spectre. Outro estilo particular é o Tom N. 4, em destaque na imagem da campanha da Private Collection. É a interpretação em titânio de um design original da primeira coleção, em versão unissexo. Estes óculos icónicos, com o nome Whitney, ficaram celebrizados pelo crossover design. Também gostava de referir os estilos Tom N. 7 e Tom N. 6 porque são os que Brad Pitt usa agora. Ele imortalizou estes estilos.


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Alberto Oculista dá boas-vindas ao verão Miguel Caires, a geração mais jovem do madeirense Alberto Oculista, foi o afável anfitrião da festa que apresentou a nova loja do grupo nos Armazéns Chiado, em Lisboa. A Madeira e os seus encantos estiveram no centro da celebração, assim como a mais famosa moda eyewear cultivada por esta casa que trabalha sob o desígnio da Opticalia. O convite antecipou os contornos desta festa descontraída, anunciando a reunião de um grupo de amigos que apoiam o novo projeto de acento madeirense. Vários conterrâneos notáveis de Miguel Caires estiveram no espaço dos Armazéns do Chiado, animando o final de tarde lisboeta. Entre eles, a deputada Sara Madruga da Costa, o ex-secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, o arquiteto e decorador Dino Gonçalves, o piloto Bernardo Sousa, a artista Adelaide Freitas e a empresária Gilda Paredes Alves. Com este novo projeto, a empresa que tem grande impacto na Madeira, dá mais um passo na sua “conquista” do continente. A LookVision Portugal questionou Miguel Caires, o rosto da nova geração de óticos da Madeira, sobre a efeméride. “Demos as boas-vindas à estação quente com um cocktail na nossa loja no centro comercial Armazéns do Chiado, ex-libris da “movida” lisboeta e portuguesa. O nosso convite foi muito


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bem aceite e o feedback das experiências que preparámos foi maravilhoso. Desde o cocktail de ananás com banana, passando pelo mini bolo do caco até ao caviar de espadarte, deu-se a degustar algumas das iguarias mais tradicionais da Madeira e as pessoas adoraram!” Um look minimalista e que convida a entrar A loja Alberto Oculista no Chiado “bebe” do ADN do grupo, modernizando-se nos detalhes de exposição dos óculos, à imagem da “prestigiada praça” que é o centro comercial Armazéns do Chiado. Miguel Caires garantiu que o modus operandi, esse, mantém-se fiel ao que colocou o Alberto Oculista em destaque na Madeira. “A expansão da empresa Alberto Oculista tem sido pautada por muito critério, muito trabalho e ambição. Não é proveniente de uma estratégia prédefinida para esse fim. Desde então, foram surgindo algumas situações que nos levaram a desafiar as nossas próprias capacidades e

embarcar numa viagem rumo ao continente português”, explicou-nos Miguel Caires. E para encarar os desafios com maior projeção, o Alberto Oculista juntou esforços com o grupo Opticalia. “Conhecemos muito bem as pessoas que lideram o projeto e confiamos no seu trabalho. Estamos juntos, estamos concentrados no trabalho que temos a desenvolver e com a certeza de que assim continuaremos”, assinalou o jovem responsável pela ótica.

Agora de olhos no futuro, Miguel Caires afirmou à LookVision Portugal que da Alberto Oculista pode esperar-se uma “constante sede de mudança.” A equipa desta ótica já conta com cerca de 230 pessoas e, por isso, “é cada vez mais crítico continuarmos coesos, a falar uma só linguagem. Tenho uma certeza: de hoje a um ano estaremos ainda melhor preparados para exceder as expectativas dos nossos clientes. É uma promessa!”, concluiu o ótico madeirense.


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valor e fosse único. Assim, surge a ideia de lançar uma marca eyewear que se destacasse pela sua qualidade e originalidade, desde a concepção, através do design exclusivo, à fabricação manual e aplicação de materiais naturais nobres. A ideia da aplicação da pele de peixe surgiu por ser um material nunca antes usado na produção de óculos, por ser uma matéria natural nobre e por transmitir o efeito diferenciador e luxuoso que pretendíamos. Orgulhamo-nos de sermos os primeiros a apresentar a pele de peixe aplicada em óculos e garantimos que todos os nossos clientes terão uma peça única no mundo.

João Fernandes

Óculos que sabem nadar A Masq é o reforço do conceito de que a originalidade não tem limites. A insígnia portuguesa quis levar o seu âmago luso mais longe ao “vestir” as suas criações com a pele de um produto bem nacional: o peixe. João Fernandes, Miguel Praça e Tiago Azevedo são as mentes por trás da ideia e das novas texturas que provocam as mãos, os olhos e a curiosidade de quem ama óculos. Falámos com João sobre esta Masq que desperta tanta curiosidade pelo arrojo, pela concepção e pelo visual avançado. A mais recente campanha publicitária envolta em água e sensualidade comprova a inovação destes óculos resistentes e apaixonados. A Masq começa pela ideia inédita da pele de peixe ou pela vontade de criar uma nova marca eyewear que depois se desenvolveu neste conceito diferenciador? A ideia de criar uma marca eyewear surge há alguns anos, fruto da experiência no ramo ótico por parte dos responsáveis da marca, embora noutro segmento. Queríamos proporcionar algo diferente, um conceito que realmente acrescentasse

Como adquirem o material para envolver esses óculos? O material utilizado é pele de peixe proveniente do salmão e peixe-lobo, tratada e colorida à cor pretendida. As nossas peles são importadas de empresas especializadas neste tipo de peles exóticas e possuem as certificações necessárias para produção e comercialização. Possuímos comprovativos em como toda a pele proveniente destas empresas foram aproveitadas e não obtidas através da pesca com esse objetivo. O que quero dizer com isto é que os peixes não são pescados pela sua pele, pelo contrário, as suas peles são aproveitadas e tratadas para depois serem aplicadas. E qual o método de produção dos mesmos? Sabemos que a Sociel trata da “espinha”, mas a finalização faz-se noutro local? O método produtivo está identificado sempre junto à marca ”Fabricados à mão

em Portugal” (Handcrafted in Portugal) e fazemos questão em dizê-lo. Após a criação do design que queremos para os óculos, as mãos dos melhores artesãos nacionais neste sector entram em ação e, de seguida, é finalizado nas nossas instalações, onde aplicamos a pele de peixe, também manualmente, e fazemos os acabamentos. De onde vem a ideia da pele de peixe? Todos nós, portugueses, temos ligação ao mar. Os criadores da MASQ Eyewear não são exceção. Somos orgulhosamente portugueses e o mar integra a nossa História e as nossas vidas. Associar um elemento como a pele de peixe a um produto criado e fabricado em Portugal faz todo o sentido. Têm modelos sem pele de peixe também. Possuímos designs exclusivos, desenhados por um dos sócios fundadores da marca, o Tiago Azevedo, formado em Design e Marketing de Moda. A Masq Eyewear apresenta duas coleções distintas: a Fishskin Luxury Collection, o conjunto em acetato e pele de peixe, e a All Around the World Collection, em acetato.


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No futuro vão continuar com a linha “de peixe”? Sim, a coleção Fishskin Luxury Collection estará sempre presente e teremos novidades para breve com a introdução de novos modelos, novas cores e novos tipos de pele de peixe.

E quem são as pessoas por trás da Masq? A Masq Eyewear tem três sócios fundadores, João Fernandes, Miguel Praça e Tiago Azevedo. Três jovens empreendedores, orgulhosamente portugueses, com vontade de deixar a sua marca no setor ótico. O Tiago Azevedo, como referi anteriormente, é o designer da marca, com formação nesta área e é a pessoa que trata dos looks das coleções e do departamento do marketing. O Miguel Praça e o João Fernandes são dois jovens empreendedores, ligados ao setor ótico há já alguns anos, mas num campo mais ligado à saúde. São eles que tratam do desenvolvimento da marca, desde a gestão da empresa ao departamento comercial. Todos têm o objetivo comum de criar uma marca de excelência, com qualidade, que apresente algo novo ao público e que acrescente inovação ao mercado. Nesta primeira abordagem aos consumidores, como foi a reação? A reação tem sido fantástica, acima das nossas expectativas. É um sentimento fabuloso ouvir os elogios acerca das nossas peças e vermos a procura constantemente a aumentar. Acreditamos que devemos complementar, neste momento, o mercado online com o mercado retalhista, de forma a podermos ter os nossos produtos ainda mais perto dos consumidores. Estamos confiantes de que é apenas o início de uma caminhada maravilhosa e que brevemente poderemos contribuir ainda mais para o setor ótico. Portanto, as óticas estão no vosso radar. Neste momento temos a venda online, através do nosso website, www.masqeyewear.com. Foi a melhor forma de estudar a reação do mercado à nossa entrada, analisar os pontos fortes e menos bons e só depois, então, abordar as lojas da especialidade. Sem dúvida que as óticas estão no nosso radar e dentro em breve estaremos presentes nas lojas mais importantes a nível nacional. Estamos sempre abertos a novos parceiros de negócio e gostaria de abrir a porta a quem nos quiser contatar, basta enviar e-mail para masq@masqeyewear.com.

Que planos têm para a Masq? De momento, estamos a consolidar as duas coleções e vamos começar a introduzi-las nas óticas a nível nacional. Após a venda online e venda no mercado retalhista nacional, vamos iniciar a nossa caminhada rumo à internacionalização da marca. Convido todos a estarem atentos às coleções Masq Eyewear. Assumimos o compromisso de sermos originais, oferecendo peças únicas aos nossos clientes. Já agora, que percepção têm do mercado global da ótica, pela vossa experiência enquanto criadores? Enquanto criadores, estamos constantemente presentes em feiras da especialidade e reparamos que os pequenos criadores ou startups do

ramo ótico têm bastante dificuldade para se afirmarem. O mercado global da ótica está monopolizado e com hábitos antigos, mas cabe-nos a nós, marcas novas e irreverentes, trazer algo novo que rompa com estereótipos e crie novas tendências para o “refrescar”. Acreditamos que viemos para ficar e que o mercado global, não só o português, irá a valorizar ainda mais produtos de qualidade como os da Masq Eyewear. É tempo de começarmos a “ver para além dos nossos limites” (See Beyond Your Boundaries).


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M. Oculista. Lx

Uma ótica que é uma fábrica de sonhos Texto: Mariana Teixeira Santos

Nasceu no Lx Factory, no coração pulsante das indústrias criativas de Lisboa, um conceito de ótica que quer marcar tendências. Joana Araújo e Marco Matos são os rostos que nos acolhem e encaminham pelos meandros de uma paixão. Venha conhecê-los.

Joana Araújo e Marco Matos assumem-se como bem mais do que óticos, são dois apaixonados pela arte que radica em cada par de óculos, por trabalhar com o público e, já agora, um pelo outro. A M. Oculista. Lx é o seu sonho tornado realidade. Inaugurado há já cinco meses no Lx Factory, este é um espaço para os inveterados do eyewear e do design. E com estas características, o local que acolhe este sangue novo da ótica nacional não podia ser outro. A Lx Factory é o epicentro fervilhante de conceitos e negócios únicos para um público citadino que quer ser surpreendido e é já uma referência da cidade de Lisboa e no roteiro daqueles que a visitam. “Sim, ao abrir uma ótica tinha que ser algo que se relacionasse connosco. Estar num sítio em que

gostamos de trabalhar e vender aquilo que queremos faz-nos felizes. O Lx Factory é, em definitivo, um espaço que se adequa à nossa visão”, sublinha Marco Matos. Um conceito de ótica guloso A M. Oculista. Lx partilha a sua loja, onde o negro impera pontilhado pela luz que emana dos modelos de óculos, com a LXeeseCake. Uma união inesperada que junta gulosos e amantes. “Quem entra na LXeeseCake não resiste aos óculos”, comenta Joana. E mesmo quem resiste ao pecado da gula não se faz rogado na hora de deitar um olhar guloso às novidades que pululam dos mostruários da M. Oculista. Lx.


“Tentamos adaptar mediante o posicionamento e a filosofia de cada marca. Decidimos ir buscar marcas que falam a linguagem do espaço Lx Factory e que coincidem com o nosso próprio gosto”

Formados na ótica, ambos com curso de técnico de ótica ocular e experiência na área, Marco e Joana não negam que as marcas que fazem o portefólio da casa são opções pessoais e uma definição de estilo muito própria. “Tentamos adaptar mediante o posicionamento e a filosofia de cada marca. Decidimos ir buscar marcas que falam a linguagem do espaço Lx Factory e que coincidem com o nosso próprio gosto”, explica Marco. Uma conjugação de influências que resulta em modelos exclusivos e marcas diferentes e irresistíveis como a Italia Independent, Komono, BlackFin, Andy Wolf ou os portugueses Fora Sunglasses. Um projeto a dois aberto ao mundo A Joana Araújo é, neste momento, o principal rosto do espaço e dedica-se a 100 por cento ao trabalho na M. Oculista. Lx. “Soube que iria para a ótica aos 11 anos, enveredei por este

curso técnico-profissional de ótica ocular, escolhi a minha profissão e adoro o que faço”, resume. Os modelos que a apaixonam e o trabalho em oficina são a sua perdição. A alma de artista de Joana até já se materializa em óculos que ela própria “talha” à mão nos momentos de introspeção. Um projeto que tem um futuro reservado com toda a certeza. O Marco Matos continua a dividir a gestão da loja com o seu trabalho na Estilo Visão, do grupo Optivisão. Formado em ótica ocular, o seu percurso profissional começou bem cedo, fomentado pela relação familiar com o ramo e já passou pela Cecop e pela Opticlinic. Os dois, aliás, conheceram-se na Estilo Visão e nunca mais se separaram. Pelo caminho passaram por Inglaterra. “Em Londres trabalhávamos na ótica e começámos a estar mais atentos aos fenómenos de nicho neste setor. E essa experiência moldou-nos de tal forma que aí cimentámos a ideia de abrir um espaço

nosso, focado num conceito que se afasta da ótica tradicional”, concretizam. De tradicional, a M. Oculista. Lx só tem mesmo o nome, que mantém a referência ao antigo nome da profissão. Aqui, as nossas paixões estão em primeiro lugar. Queremos trabalhar com um nicho específico, mas agradando ao máximo de público possível. Queremos afirmarmo-nos como diferentes, mas vendáveis”, afirmam sem hesitar. Nos primeiros meses de atividade da loja, os turistas estão na dianteira no que toca ao ranking de clientes. Mas, a pensar no futuro, “o trabalho nas redes sociais é fundamental, atraindo pessoas e levando a que nos queiram conhecer. Da experiência que acumulamos, quem nos visita fica”, aponta Joana. “E estão previstos eventos e apresentações de coleções, tudo focado na lógica da própria Lx Factory”, acrescenta Marco. “Queremos fazer barulho e dizer que estamos presentes”, remata.

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Sandra Silva

A MultiOpticas com estratégia global Texto: Mariana Teixeira Santos

Sandra Silva é o mais recente rosto do marketing e comunicação da MultiOpticas. Mas as novidades não se ficam por aqui. A nova imagem da MultiOpticas já se dá a mostrar em todo o país e impõe-se uma experiência em loja renovada. A MultiOpticas olha para o futuro como uma oportunidade e esta evolução é a prova de que o caminho só tem um sentido: crescer mais e melhor.

A MultiOpticas apresenta uma nova imagem e ambição renovada. Podemos dizer que esta é uma nova fase do grupo? Todas as alterações que temos vindo a incorporar são projetos integrados numa estratégia global do grupo GrandVision, que depois adaptamos às necessidades de cada local. Em termos internacionais, há uma estratégia global de criação de sinergias das marcas do universo GrandVision nos 44 países onde o grupo marca presença. No caso de Portugal, a marca mais reconhecida é, sem dúvida, a MultiOpticas, com mais de 200 lojas em todo o país, uma notoriedade de 98 por cento e um público fiel. Por todas essas razões, a MultiOpticas foi a marca escolhida em terras lusas para participar neste projeto internacional.

Como se explica os contornos da nova identidade? A nova identidade gráfica do grupo GrandVision, em que se insere a MultiOpticas, surge com um branding transversal, implementado em todos os países com o novo mote “Eye Care, We care more”. A GrandVision adotou um logotipo com um símbolo que evidencia a sua missão primordial: a saúde ocular, incluindo como elemento de destaque o formato de um olho. A imagem evoluiu e foi adotada também pela MultiOpticas, que integra agora a vertente do “Eye Care” na sua identidade visual. O cuidado e o serviço que o grupo presta em todos os países são evidenciados com a inserção da forma de uma pessoa de braços abertos no interior da imagem, o que representa


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um abraço, traduzindo-se na humanização do logotipo. As cores que distinguem a MultiOpticas foram mantidas, os tons de azul e amarelo. Em todo este processo, usufruímos do facto de pertencer ao maior grupo de ótica do mundo para adaptar localmente à nossa realidade numa marca que é líder incontestável. Com tantas alterações na calha, como tem sido gerido este processo evolutivo? Realizámos inúmeros estudos para perceber a repercussão destas alterações e o seu nível de aceitação junto dos clientes e da atratividade junto dos não clientes. Foi tudo escrutinado ao pormenor e, regra geral, as alterações foram bem recebidas. Mantivemos o azul e o amarelo numa imagem que se abre ao mundo. É uma alteração evolutiva e não disruptiva. Estamos perante uma marca mais moderna e um novo conceito de loja. Mais importante que o logo, é alterar a experiência de compra. Queremos que o cliente entre nas lojas e usufrua de uma fácil navegação. Tentamos simplificar o circuito na loja, orientar e enaltecer o produto. Uma loja simplificada e intuitiva feita a pensar nos consumidores. É esta a imagem do futuro? Sim, é essa a lógica que já implementamos na loja do Almada Fórum e que queremos adaptar às restantes lojas do grupo de acordo com as necessidades de cada contexto. Preveem-se remodelações profundas nas lojas? Este ano tem sido recheado de desafios. Nova imagem, novo conceito de loja, agora o próximo passo é alargar e consolidar. Vamos remodelar alguns dos nossos pontos de venda mas, na maioria dos casos, as alterações serão pontuais, uma vez que estas são lojas que têm sido constantemente remodeladas e já obedecem a uma lógica user friendly. Neste nova fase, o foco da MultiOpticas passa por disponibilizar uma nova experiência de compra aos clientes. É essa a nossa missão. Feitas as contas, a identidade da MultiOpticas mantém-se intocável… O nosso objetivo é atualizar, sem alterar um legado que nos honra e que nos posiciona como líderes incontestados. Temos uma nova identidade corporativa, um novo conceito de loja mais moderno e voltado para a experiência de compra do consumidor. E a nossa comunicação com o público segue essa linha, voltada para a proximidade com o público, para o compromisso em prol de mais transparência e para o facto de sermos uma presença que marca gerações. Somos especialistas, somos uma marca de confiança, somos reconhecidos por todos, pelo avô e pelo neto. A concorrência crescente e a entrada recente de novos grupos no mercado instiga-vos a “dar resposta”? Obviamente não somos cegos quanto à entrada de novos grupos e queremos ser rápidos na adaptação e no posicionamento internacional. Mas, esta mudança segue o nosso próprio timing, com o intuito de reforçar a nossa liderança. É um passo de afirmação.

A expansão é um objetivo? Já ultrapassamos as 200 lojas mas queremos, obviamente, continuar a abrir novas lojas e franquias.

“Obviamente não somos cegos quanto à entrada de novos grupos e queremos ser rápidos na adaptação e no posicionamento internacional. Mas, esta mudança segue o nosso próprio timing”

A Sandra Silva chegou à MultiOpticas há apenas sete meses. Da grande distribuição até à ótica, como analisa o processo de adaptação? Quando se trata de uma equipa com a experiência e o know-how da MultiOpticas a adaptação torna-se simples. Fui muito bem acolhida pela equipa, que me incutiu a dinâmica do grupo. Usufruo do facto de pertencer ao maior grupo de ótica do mundo que se assume como líder incontestável no mercado nacional. O meu percurso profissional começou numa agência de publicidade, depois passei pelo grupo Jerónimo Martins, onde iniciei o caminho na grande distribuição. Passei ainda pela Leroy Merlin e pela direção de marketing do Intermarché. Tenho muita experiência no retalho alimentar e o convite da MultiOpticas fez todo o sentido, porque a experiência na grande distribuição traz mais-valias para este setor. Tenho aprendido muito sobre esta área da saúde e acredito que a minha experiência também representa valor acrescentado para a MultiOpticas.


OUTROS OLHARES

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Silhouette

Style Shades: a evolução do estilo A marca austríaca descomplica o verão e cria uma coleção de elegantes clips solares. As armações rimless da Silhouette transformam-se em estilosos óculos de sol que servem as necessidades dos mais exigentes amantes da moda. A chegada da temporada quente implica uma aposta acrescida no uso de proteção solar visual, o que para quem usa óculos graduados pode ser uma aventura, entre trocas de armações perante as diferenças de luz. A Silhouette dedica a sua competência no design minimalista para tornar a vida destas pessoas mais simples. A resposta tem o nome Style Shades e desdobra-se em diferentes peças com formatos que destacam as tendências mais recentes em desenho

eyewear. O modelo oftálmico transforma-se, ao ritmo das preferências dos usuários, desde o sensual aviador ao mais clássico design quadrado. Dois dos clips solares da coleção Style Shades têm uma maravilhosa dupla ponte e a Silhouette acrescentou uma ligação discreta e elegante entre as lentes. Desta forma, não se vê a armação original e garantese um look irrepreensível. Os diferentes formatos “pintamse” de castanho e cinzento e prometem fazer brilhar o verão.



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Antonio Miro brilha no 080 Barcelona Fashion O conceituado costureiro de moda espanhol regressa às luzes da ribalta na passarela de Barcelona. A nova coleção apontada já à primavera/ verão 2017 clamou atenções e completou-se em modelos eyewear incontornáveis, disponíveis em exclusivo em Portugal através da empresa Portal Visual. Depois de oito anos sem subir aos palcos da moda de Barcelona, Antonio Miro arrebatou o palco principal da 18ª edição do 080 Barcelona Fashion. Criações lânguidas e repletas de detalhes inesperados fazem antever uma temporada quente em 2017 de luxo, rematada, claro, com óculos especiais que transmitem a linguagem de Antonio Miro. A nova coleção propõe peças que se definem num conceito de elegância e sensatez, de acabamentos delicados e formas equilibradas. Os designers da marca apostaram no oversize de linhas subtis para delinear mulheres seguras e requintadas. No masculino o desenho intemporal assume o papel dianteiro, com padrões quentes e terrenos. A proposta de Antonio Miro para esta 080 Barcelona Fashion também incluiu outros acessórios de moda, como foi o caso do novo conjunto de sapatos.

Com mais de 35 anos de história, o estilista espanhol veste o homem e a mulher contemporâneos sob um conceito designado por Arquitetura das Cores. É um trabalho de convivência e interação entre as diferentes tonalidades, procurando um equilíbrio e um contraste que se encontram na singularidade das combinações. A coleção de Antonio Miro concebe-se como se de uma obra de arquitetura se tratasse, jogando com as texturas e os tons e dando atenção especial aos detalhes. A Arquitetura das Cores demarca-se ainda pela qualidade das matérias e pelos acabamentos impecáveis. As propostas respiram elegância e originalidade, características que definem a marca Antonio Miro, apostada sempre pelo compromisso entre a modernidade e a tradição.



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CECOP

“Loja virtual” ganha novas vantagens A cecopmarket.pt renova-se, melhorando ainda mais o acesso a compras nos diferentes segmentos relacionados com o dia a dia das óticas e, consequentemente, na variedade de produtos. As condições comerciais também estão mais favoráveis, mesmo à medida dos profissionais ligados à CECOP. A plataforma de pedidos online cecopmarket.pt demonstrou desde o lançamento ser uma ferramenta de sucesso pela grande aceitação das óticas CECOP. Aliás, representa hoje o meio habitual para os pedidos quotidianos das lojas. A cecopmarket. pt nasceu, precisamente, como ferramenta digital vocacionada à diminuição dos tempos de espera e aumento da comodidade no processo da compra. Hoje, a equipa especializada da CECOP ajusta esta plataforma com consideráveis melhorias tanto ao nível das condições comerciais, como nas maiores facilidades na hora de realizar pedidos de diferentes segmentos de produtos. Na cecopmarket.pt encontram-se produtos da gama exclusiva da CECOP. Pode descobrir-se a linha de contactologia eyeFit, que inclui lentes de contacto e soluções de manutenção, e ainda os produtos fabricados em exclusivo pelos laboratórios parceiros do grupo e os seus próprios catálogos, nomeadamente Bausch +

Lomb, Coopervision, Johnson & Johnson, Disop ou Avizor, entre outros. Do mesmo modo, na renovada plataforma o associado pode selecionar armações e óculos de sol das coleções exclusivas da CECOP. O simples acesso por parte do associado da CECOP ao site proporciona agora a oportunidade de realizar pedidos a preços mais competitivos, graças à redução do preço de saída e aos novos escalões que dão acesso aos maiores descontos. “Estivemos a trabalhar nas nossas plataformas para implementar melhorias visíveis para o associado, às quais demos forma através de preços extraordinariamente competitivos desde a primeira unidade, e sem consumo mínimo. Algo que, sem dúvida, nos coloca como uma das plataformas de distribuição mais competitiva do mercado”, declarou seguro Raúl G. Zayas, product manager da CECOP.


TENDÊNCIAS

Voar na fantasia Sob a proteção das marcas produzidas e distribuídas pela Safilo, reunimos pequenos e brilhantes modelos que deram vida a coleções solares vibrantes. Armações Tommy Hilfiger, Carrera e Polaroid foram testadas pelos nossos mais competentes “especialistas”, sobre quem incidiu a nossa objetiva profissional. Entre brincadeiras, correrias e o inconfundível som da felicidade captámos a verdadeira resistência destas peças dedicadas às crianças. Acima de tudo vimos que os pequenos aventureiros se esqueceram delas no rosto, vivendo com a energia própria da idade cada caminho entre as árvores, cada espaço de relva fofa e cada fonte fresca de água. E é incrível como os mais modernos desenhos se enquadram na perfeição neste quadro de alegria infantil!

Leonor Óculos Hilfiger by Tommy Hilfiger

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Lado direito: Mariana Ă“culos Carrera Lado esquerdo: Rita Ă“culos Polaroid


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Lado esquerdo Daniel Ă“culos Hilfiger by Tommy Hilfiger Lado direito Laura Ă“culos Polaroid


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Em cima: Mariana Ă“culos Polaroid

Fotografia: Miguel Silva Agradecimento: Safilo


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optometria

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Ambliopia Autores: Amélia Fernandes Nunes – Investigadora no centro de investigação em Ciências da Saúde – Coordenadora Técnica do Centro Experimental em Ciências da Visão – Professora auxiliar no Departamento de Física da Universidade da Beira Interior Ana Rita Tuna, mestre em Optometria e Ciências da Visão - Doutoranda em Biomedicina na Universidade da Beira Interior

Características Gerais: Ambliopia deriva do termo grego “amblios” (fraco) e “ops” (visão) o que literalmente significa “visão fraca” ou, como popularmente é conhecida, “olho preguiçoso”. Classicamente caracteriza-se pela diminuição da acuidade visual (AV), mesmo depois da correção visual com óculos ou lentes de contacto, sem uma causa orgânica ou patológica detetada no exame ocular. Esta perda atribui-se a uma estimulação da função visual inadequada ou insuficiente, durante o período crítico de desenvolvimento visual, período este que se estende desde o nascimento até aos 8 - 9 anos. A redução da AV pode ocorrer apenas num olho (ambliopia unilateral) ou, nos dois olhos (ambliopia bilateral) embora a situação bilateral seja mais rara. Clinicamente, caracteriza-se pela diferença de duas ou mais linhas de acuidade visual, entre os dois olhos, estando o paciente com a devida correção ótica [1]. De acordo com o nível de AV do pior olho e da diferença entre os dois olhos, a ambliopia pode ser categorizada em diferentes graus de severidade. Vulgarmente a designação de “ambliopia” refere-se à condição de ambliopia funcional que deve ser distinguida de ambliopia orgânica. A ambliopia orgânica refere-se a uma visão reduzida causada por anomalias estruturais no olho ou no cérebro sendo irrecuperável. A ambliopia funcional refere-se a uma visão

reduzida num olho aparentemente saudável e tende a ser uma condição reversível, tanto mais quanto mais precocemente a sua deteção e início de tratamento. Especificamente neste texto referimo-nos à ambliopia funcional. As condições que mais frequentemente predispõem para o desenvolvimento da ambliopia são o estrabismo (causa disrupção no desenvolvimento da visão binocular), erros refrativos significativos por compensar (particularmente a anisometropia) e mais raramente opacificação dos meios (como a catarata congénita) [1, 2]. -4]. Em termos práticos, esta condição reduz a qualidade de alguns parâmetros visuais, e no seu quotidiano, estes indivíduos têm várias limitações, que se traduzem numa pior qualidade de vida. Dependendo da gravidade da ambliopia, os sujeitos podem apresentar dificuldades na coordenação olho – mão, um menor contato social e ter menos opções na escolha de uma profissão. Por vezes o tratamento desta condição acarreta efeitos nefastos, quer a nível social, quer a nível psicológico para a criança e respetiva família, levando por vezes ao incumprimento e à desistência do tratamento [1-4]. Contudo, importa salientar que a ambliopia representa a causa mais frequente de perda visual monocular na infância e em adultos jovens. Estima-se que a taxa de prevalência varie entre um por cento e quatro por cento na população em geral [1].


Refira-se de novo que se trata no entanto de uma desordem visual com um bom prognóstico, pois tende a ser reversível, daí a importância do seu rastreio e tratamento precoce. Tratamentos da ambliopia Numa perspetiva clássica temos como formas convencionais de tratamento da ambliopia, o tratamento ótico, a oclusão e a penalização através de atropina. O tratamento ótico representa o primeiro passo no tratamento e está comprovado que após o período de adaptação refrativa, cerca de 1/3 dos amblíopes ficam recuperados [5]. A oclusão é utilizada como tratamento principal da ambliopia residual, após o período de adaptação refrativa. Este tipo de tratamento consiste em tapar o olho bom, deixando destapado o olho amblíope, de forma a obrigar o cérebro a utilizar o olho amblíope e a limitar a estimulação do outro olho [1, 6]. De forma generalizada, assume-se que o tratamento através da oclusão não é aconselhável depois do período crítico de desenvolvimento visual [1]. A penalização do olho não amblíope com atropina é uma alternativa ao tratamento de oclusão [6,7]. Este tipo de tratamento consiste na instilação de uma gota de atropina, que bloqueia a inervação parassimpática da pupila e do músculo ciliar, causando a dilatação pupilar e a paralisação da acomodação, dando origem à desfocagem da imagem desse olho. A instilação desta droga é efetuada no olho bom, levando deste modo ao uso do olho amblíope, por conseguir obter

uma imagem mais nítida do que o olho contra lateral [2, 6, 7]. Este tipo de tratamento só pode ser prescrito a sujeitos com ambliopia leve ou moderada. Se a ambliopia for severa a atropina não é suficiente para provocar a preferência da fixação para o olho amblíope [6]. Mais recentemente novas técnicas de terapia têm sido utilizadas, nomeadamente técnicas de terapia visual anti – supressiva e binocular [10 – 13], tratamentos farmacológicos [8, 9] e técnicas de estimulação cortical [14]. A terapia visual anti – supressiva consiste na manipulação do contraste da imagem que é vista pelo olho amblíope e da imagem que é vista pelo olho contra lateral, de modo a favorecer a imagem que corresponde ao olho amblíope, prejudicando a que é visualizada pelo outro olho. O objetivo é restabelecer o equilíbrio entre os dois olhos, através da redução da supressão presente no olho amblíope. Ao reduzir a luminância do olho não amblíope, conseguese diminuir a eficiência, o controlo e a dominância que esse olho tem sobre o outro, conseguindo promover um comportamento binocular [10 13, 16, 17]. Avanços técnicos baseados na teoria anti-supressiva têm sido efetuados por vários investigadores, adaptando o jogo tetris às características necessárias para o tratamento da ambliopia. Esta técnica terapêutica torna-se assim bastante apelativa e divertida tanto para crianças como para adultos [11]. Relativamente à estimulação cortical, a técnica mais usada é a estimulação magnética transcaniana (EMT). A EMT é

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uma técnica de neuro-estimulação e neuro-modulação, que se baseia nos princípios da indução eletromagnética de Faraday [10, 14]. Consiste em gerar correntes induzidas através de uma bobine posicionada de forma adjacente ao couro cabeludo. O campo magnético gerado pela corrente elétrica na bobine atravessa praticamente sem resistência o crânio e gera novas correntes elétricas no córtex cerebral, não provocando qualquer tipo de dor [10]. A estimulação magnética transcraniana quando aplicada no córtex occipital pode provocar uma resposta visual sensorial, o aparecimento de fosfenos. O aparecimento de fosfenos indicam a ativação das células do córtex visual, e que existe funcionamento neuronal. Com a EMT tem sido possível restabelecer funções visuais que se consideravam perdidas [10]. Esta nova técnica veio demonstrar que o cérebro de um amblíope, mesmo na idade adulta, tem capacidade suficiente (plasticidade neuronal) para conseguir recuperar o normal funcionamento do olho amblíope [14, 18]. No âmbito da farmacologia, os resultados obtidos recentemente, tanto em ensaios clínicos como em modelos animais, têm desafiado a visão tradicional, desvendando a potencial possibilidade para promover a recuperação do olho amblíope após o término do período crítico visual. Estes estudos sugerem a transmissão inibitória intracortical como um freio crucial para a reabilitação terapêutica da ambliopia no cérebro adulto [8, 9, 15]. Estudos de Referência Desde os finais do século passado até ao presente, têm sido elaborados e implementados grandes projetos, que têm contribuído para o avanço científico dentro desta temática. Assinalam-se aqueles que mais se focam nas técnicas terapêuticas: o MOTAS (Monitored Occlusion Treatment of Amblyopia Study) e PEDIG (Pediatric Eye Disease Investigator Group) e o BRAVO (Binocular Treatment of Amblyopia using Videogames). O projeto MOTAS foi desenvolvido principalmente para monitorizar e estudar a eficiência da oclusão no tratamento da ambliopia. Os seus resultados são fundamentais para uma prescrição da dose mais assertiva, em função das caraterísticas do paciente [19-21].


As terapias clássicas, como a oclusão e a penalização mostram evidências claras de alta efetividade na recuperação do olho amblíope. As principais desvantagens são o facto de constituírem tratamentos longos e que acarretam um peso psicológico negativo sobre a criança e seus familiares (...)

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O projeto PEDIG é um dos maiores projetos que estudam problemas visuais em crianças e que ainda decorre. A temática da ambliopia é um dos temas mais estudados e tem mostrado resultados da efetividade dos tratamentos para além dos 10 anos; compara eficiências de tratamento entre oclusão e outras técnicas e também tem procurado esclarecer o efeito do uso de drogas orais como o Levodopa (agente dopaminergico) no tratamento da condição [7, 15, 22, 23]. O projeto BRAVO é um estudo clínico que se encontra a decorrer em quatro partes do mundo, Nova Zelândia, Austrália, Canada e China. Dedicam-se à investigação e aplicação de terapias visuais através de vídeo jogos em pacientes amblíopes, crianças, jovens e adultos, cujo software foi adaptado com base nas teorias anti-supressivas que justifica a recuperação do olho amblíope. Ainda não estão disponíveis resultados destes estudos. Perspetivas atuais A ambliopia funcional é descrita como uma desordem visual com bom prognóstico, quase sempre reversível, desde que tratada precocemente. As terapias clássicas, como a oclusão e a penalização mostram evidências claras de alta efetividade na recuperação do olho amblíope. As principais desvantagens são o facto de constituírem tratamentos longos e que acarretam um peso psicológico negativo sobre a criança e seus familiares, contribuindo muitas vezes para o incumprimento e abandono do tratamento [3, 4], além disso verifica-se uma grande percentagem de recidivas, após um ano do término do tratamento [21]. Contudo este tipo de tratamento continua a ser o mais indicado no tratamento da ambliopia em especial em crianças muito novas, com pouca maturidade cognitiva para cumprirem um plano de tratamento mais ativo. As novas abordagens da ambliopia com base nas neurociências, neuro imagem, farmacologia e outras ciências que têm dado o seu contributo para um melhor conhecimento desta condição têm ajudado a desmistificar alguns (pre)conceitos. Por um lado, existem evidências científicas válidas que comprovam que o cérebro de um adulto tem plasticidade neuronal suficiente para promover alterações em várias funções [11, 18]. O tratamento da ambliopia na idade adulta tem sido comprovado por vários autores e representa um forte campo de exploração [9, 11, 12, 18]. Por outro lado, o tratamento da ambliopia pode ser encarado como um processo ativo, começando por interpretar a desordem como uma “supressão” do olho amblíope, que apesar de se considerar preparado para trabalhar otimamente, não o faz pois encontra-se “inibido” pela forte dominância do olho bom [8, 13]. A terapia anti-supressiva vem mostrar a possibilidade de reduzir a “dominância” do olho bom à medida que a supressão do olho amblíope é levantada. Deste modo, uma terapia onde os dois olhos trabalhem em conjunto desde o início, parece ser tão efetiva quanto uma terapia monocular com estimulação do olho amblíope isoladamente. A execução, por parte do paciente ambliope recuperado, de exercícios visuais binoculares (terapia binocular) numa fase final do tratamento, permite fortificar as habilidades visuais desenvolvidas e sedimenta as interações binoculares entre os dois olhos, o que poderá contribuir para uma diminuição da taxa de recidivas.

Referências Bibliográficas 1. Doshi, Nipa R., and Maria Lourdes F. Rodriguez. “Amblyopia.” American family physician 75.3 (2007). 2. Von Norden. “Chapter XI Examination of the Patient” in Binocular Vision and Ocular Motility, Mosby, 1996. p. 246–97 3. Pediatric Eye Disease Investigator Group. “Impact of patching and atropine treatment on the child and family in the amblyopia treatment study.” Archives of Ophthalmology 121.11 (2003): 1625. 4. Felius, Joost, et al. “Evaluating the burden of amblyopia treatment from the parent and child’s perspective.” Journal of American Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus 14.5 (2010): 389-395. 5. Cotter, Susan A., et al. “Optical Treatment of Strabismic and Combined Strabismic-Anisometropic Amblyopia.” Investigative Ophthalmology & Visual Science 52.14 (2011): 6338-6338. 6. Wu, Carolyn, and David G. Hunter. “Amblyopia: diagnostic and therapeutic options.” American journal of ophthalmology 141.1 (2006): 175-184. 7. Kushner, Burton J. “Atropine vs patching for treatment of amblyopia in children.” JAMA 287.16 (2002): 2145-2146. 8. Sale A, Berardi N, Spolidoro M, Baroncelli L, Maffei L. GABAergic inhibition in visual cortical plasticity. Front Cell Neurosci. 2010;4:1–6. 9. Baroncelli, Laura, Lamberto Maffei, and Alessandro Sale. “New perspectives in amblyopia therapy on adults: a critical role for the excitatory/ inhibitory balance.” Front. Cell. Neurosci 5 (2011). 10. Hess, Robert F., and Benjamin Thompson. “New insights into amblyopia: binocular therapy and noninvasive brain stimulation.” Journal of American Association for Pediatric Ophthalmology and Strabismus 17.1 (2013): 89-93. 11. Hess, Robert F., et al. “The iPod binocular home-based treatment for amblyopia in adults: efficacy and compliance.” Clinical and Experimental Optometry 97.5 (2014): 389-398. 12. Hess, R. F., B. Mansouri, and B. Thompson. “Restoration of binocular vision in amblyopia.” Strabismus 19.3 (2011): 110-118

Li, Jingrong, et al. “The role of suppression in amblyopia.” Investigative ophthalmology & visual science 52.7 (2011): 4169-4176. 14. Halko, Mark, Mark C. Eldaief, and Alvaro Pascual-Leone. “Noninvasive brain stimulation in the study of the human visual system.” Journal of glaucoma 22.0 5 (2013): S39. 15. Repka, Michael X., et al. “A randomized trial of levodopa as treatment for residual amblyopia in older children.” Ophthalmology 122.5 (2015): 874-881. 16. Zhang, Peng, et al. “Binocular balance in normal vision and its modulation by mean luminance.” Optometry & Vision Science 88.9 (2011): 1072-1079. 17. Huang, Chang-Bing, Jiawei Zhou, and Robert Hess. “The Effect of Unilateral Mean Luminance on Binocular Combination in normal and amblyopic vision.” Investigative Ophthalmology & Visual Science 54.15 (2013): 2661-2661. 18. Levi, Dennis M., and Uri Polat. “Neural plasticity in adults with amblyopia.” Proceedings of the National Academy of Sciences 93.13 (1996): 6830-6834. 19. Stewart, C. E., et al. “Design of the monitored occlusion treatment of amblyopia study (MOTAS).” British Journal of Ophthalmology 86.8 (2002): 915-919. 20. Stewart, Catherine E., et al. “Treatment dose-response in amblyopia therapy: the Monitored Occlusion Treatment of Amblyopia Study (MOTAS).” Investigative ophthalmology & visual science 45.9 (2004): 3048-3054. 21. Stewart, Catherine E., et al. “Modeling dose-response in amblyopia: toward a child-specific treatment plan.” Investigative ophthalmology & visual science 48.6 (2007): 2589-2594. 22. Lyon, Don W., et al. “Feasibility of a Clinical Trial of Vision Therapy for Treatment of Amblyopia.” Optometry & Vision Science 90.5 (2013): 475-481. 23. Pediatric Eye Disease Investigator Group. “A prospective, pilot study of treatment of amblyopia in children 10 to < 18 years old.” American Journal of Ophthalmology 137.3 (2004): 581-583. 13.




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