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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 86 • FEVEREIRO 2020

Gonçalo Rodrigues

A força dos recomeços Maui Jim

Manchester United imortalizado nos óculos

Oculista das Avenidas

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

A juventude dos 60 anos




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ic! berlin x Mercedes-Benz

Gonçalo Rodrigues

Oculista das avenidas

A força dos recomeços

A juventude dos 60 anos

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Maui Jim

Estudo Científico

100 % optical

BREVES

ENTREVISTA DE CAPA

Um encontro de titãs

OUTROS OLHARES

Efeito preventivo das lentes oftálmicas no aparecimento da esclerose nuclear do cristalino, é real?

Índice | 4 |

Manchester United imortalizado nos óculos

OPTOMETRIA

Tema de Capa: Gonçalo Rodrigues sempre foi um empresário ambicioso e de sucesso. Hoje alarga os seus dotes à competição.

Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision é publicada em Portugal pela Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal NIF: 510195865 Gerente/Diretor - Cristóvão Jesus Detentor de 100 por cento do capital social Sede de Redação Rua Elísio de Melo, 28, S 38 4000-196 Porto Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Registo na ERC n.º 126933

OLHAR EM PORTUGUÊS

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2020 pode ser o seu ano Mais de 1100 ópticas associadas em Portugal, Espanha, Colômbia e no México tornam-nos, pelo segundo ano consecutivo, num dos grupos ópticos mais importantes do mundo. 2020 pode ser o ano ideal para nos escolher. Contamos consigo?

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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 86 • FEVEREIRO 2020

GONÇALO RODRIGUES A força dos recomeços

MAUI JIM

Manchester United imortalizado nos óculos

OCULISTA DAS AVENIDAS

Editorial | 8 |

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

A juventude dos 60 anos

Uma viagem sem fim sobre a ótica Para escrever a presente revista voámos entre fronteiras nacionais e internacionais, entre eventos de luxo, jogos de futebol, prémios e muitos óculos. Por isso, sentar e acalmar para que as palavras fluam é uma obra complexa, no entanto, queremos que voe connosco em primeira classe. A primeira paragem é Manchester, em Inglaterra, para sentir o espírito de uma das maiores equipas de futebol do mundo. E o que é que isso tem a ver com ótica? É que esta equipa cedeu à tentação chamada Maui Jim, e tem no seu equipamento oficial e obrigatório, os óculos da marca. Trata-se da primeira vez que uma marca eyewear sobe aos palanques de patrocinadores gigantes desta casa britânica, espalhando a palavra da proteção solar, do estilo e do setor na sua globalidade. E o jogadores adoram esta parceria! Já em solo nacional, convidamos o leitor a rumar a sul para aplaudir um novo episódio da história da ótica a ser “escrito” perante os nossos olhos. O Oculista das Avenidas, nas fabulosas pessoas de José Câmara e Karin Velosa, lutaram muito para concretizar a modernização de uma casa com mais de 60 anos. Fizeram-no com a dor de perder a fundadora Cecília Câmara recentemente, mas focados nos seus colaboradores, no futuro de uma empresa que apoia imensas famílias nas suas necessidades visuais e na sua própria família. Perante amigos, parceiros, fornecedores, imprensa e seguidores apresentaram não só um espaço renovado, mas também um novo conceito, moderno e em voga com as tendências mais atuais da ótica. E claro, a viagem central para construirmos uma capa única, leva-nos a Moscavide, a um espaço de bom gosto, gerido por um homem especial. Gonçalo Rodrigues sorriunos enquanto nos ensinou uma nova perspetiva sobre a ótica. Este profissional de pés muito assentes na terra tem um sonho enorme que nos confirma, sem dúvidas, que os óticos portugueses são a nata dos empresários em Portugal. Abrimos ainda as páginas à melhor ciência, à energia dos grupos nacionais, à inquietude das empresas e criadores e aos eventos internacionais que crescem longe da vista mediática. Prepare-se para mais uma viagem pela ótica, afinal ela está aqui! Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.


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As lentes de contacto AIR OPTIX® plus HydraGlyde são dispositivos médicos para correção de miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. Para uso e substituição como determinado por um profissional da visão. Podem surgir efeitos secundários como desconforto, ardor ligeiro ou picadas. Leia a rotulagem e as instruções de utilização. Alcon, AIR OPTIX, o logo AIR OPTIX e o logo ALCON são marcas registadas. ©2020. Revisto em 01/2020 Alcon Portugal-Produtos e Equipamentos Oftalmológicos, Lda. NIPC.501 251 685. PT-AHG-2000001.


Making Off | 10 |

Correr com alma Fotos: Hugo Macedo

É difícil acompanhar a velocidade de Gonçalo Rodrigues. Embora seja um atleta amador tem a característica de adorar correr e isso dá-lhe um coração motivado para percorrer quilómetros. A nossa objetiva eternizou o nosso campeão de capa preparado para treinar em direção ao por do sol, de olhos postos na maratona de Nova Iorque de 2021, num louvor da sua câmara pelos feitos nas competições da região e ainda na felicidade de ser livre. Força Gonçalo!


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Vinyl Factory

Nova campanha ao ritmo da música pop Não seria o pop “insípido” sem os caprichos da Madonna? E o rhythm’n’blues teria a mesma popularidade sem os concertos megalomaníacos da Beyoncé? Ou melhor, seria a música tão emocionante se fossem as suas divas? São ícones que a maioria dos seguidores adora odiar ou simplesmente amar e, por isso, a Vinyl Factory decidiu prestar tributo a estas figuras com a mais recente campanha de armações para os dias quentes que se anteveem. E o próprio ícone da marca vestiu um casaco de pelo (sintético porque as divas também são conscientes), escolheu o modelo incrível Haza e está pronta a brilhar em todas as óticas do mundo!

Breves | 12 |

Urban Owl x Tseklenis

A ideia viva que acabou homenagem Esta poderia ser a história usual da marca de óculos que conseguiu convencer o seu guru do design a dar nome e criatividade a uma armação especial. E foi, até que poucos dias depois do resultado de uma parceria de sonho para a jovem marca grega sair, o mestre desapareceu para sempre, a 29 de janeiro de 2020. Ficam para a posteridade as conversas longas sobre arte com o mítico designer grego Yannis Tseklenis, a aprendizagem através de um olhar especial sobre as obras de uma vida e uma homenagem àquele trabalho de 1972, denominado Voodo, que parecia mesmo ter óculos “escondidos”. Daqui nasceu Urban Owl x Tseklenis, uma peça eyewear que reflete na perfeição as paixões de ambas as facetas criativas e que encerra para sempre as últimas conversas com o génio do design.

Tree Spectacles

Cresce o acetato A linha Acetate Series da marca desenhada e desenvolvida em Itália ganhou novas peças que comprovam a versatilidade e atenção aos detalhes da equipa. São formatos fortes mas muito usáveis, que marcam uma posição de estilo no rosto dos seus seguidores. A palete de cores é fresca e predominantemente clássica, rebuscando entre tons de preto ou na transparência do cristal uma linha que orienta os óculos em direção ao futuro. “Estendi a nossa popular Acetate Bold Series onde usamos acetato amigo do ambiente e titânio avançado japonês. Os desenhos foram influenciados pela década de ’70 e pelos respetivos designs espessos, aos quais acrescemos um acabamento fresco e contemporâneo. Na nova Acetate Light Series trabalhámos para produzir armações interessantes num conceito minimal e muito confortável”, expressou Marco Barp, cofundador da Tree Spectacles



Breves | 14 |

X-Ide

Estilo urbano com brilho Dando asas à filosofia experimental que sempre cultivou, a X-Ide lança propostas para a temporada quente imbuídas de música. Cada peça recupera um género musical distinto e reflete a inspiração urbana e a imensidão de influências intersetadas pela marca durante os períodos de imersão criativa. Por tudo isto, a nova coleção é sinónimo de energia, paixão e divertimento, com a dose justa de brilho!

ic! berlin x Mercedes-Benz

Um encontro de titãs Os criativos de ambas as marcas de eyewear e automóveis encontraram-se em filosofias e designs. Alemães, perfecionistas e adeptos da mais alta performance nas respetivas áreas, ic! berlin e Mercedes-Benz têm agora óculos em comum, numa colaboração de luxo. De destacar a máscara, que remete claramente para velocidade e desempenho máximo. Uma lente única “suspende-se” numa linha em aço inoxidável, com o cunho único da produtora de óculos visível nas hastes entrelaçadas sem parafusos.

DB Eyewear

Do futebol para os óculos O famoso futebolista inglês David Beckham cedeu ao fascínio do mundo eyewear e assinou a sua própria coleção de óculos, em conluio com a italiana Safilo. A primeiríssima DB Eyewear by David Beckham está no mercado desde janeiro de 2020 e reúne na perfeição aspetos reconhecidos do estilo de Beckham, com os desenhos em voga na ótica. Ou seja, o conjunto é amplo e inclui óculos de sol e armações graduadas, numa atitude british, com um espírito vintage, focado no detalhe e funcionalidade.


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Cutler and Gross

Uma nova geração eyewear O espírito arrojado, o estilo individual e a excentricidade dos londrinos inspirou a nova coleção de armações e óculos de sol da marca britânica. “Este conjunto encapsula tudo o que adoro na Cutler and Gross: qualidade sumptuosa e atrevimento britânico que os Mr. Cutler e Mr. Gross sempre encorajaram. Até consigo antever todas as personalidades que se atreverão em cada armação e cada modelo solar!”, exultou Marie Wilkinson, style director da insígnia.

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Ørgreen

Emoções em acetato Para a primavera de 2020, a marca dinamarquesa anuncia modelos de prescrição em acetato, num registo de inovação e minimalismo moderno. Em cada peça vislumbra-se detalhes de atrevimento e novos elementos surpreendentes. São dois modelos femininos, quatro masculinos e um unissexo que reinventam estilos clássicos, enquadrando-os na realidade hodierna da inovação em design. Fabrice, por exemplo, exibe um estilo panto e coloca-se em destaque pelo distintivo topo achatado. O delicado desenho feminino de Emilier, por outro lado, proporciona uma atitude sexy, sem esforço, com a sua subtil forma de cat eye.


Sono le mani A nova campanha da marca defensora da produção e criatividade italianas celebra os seus 40 anos com um trabalho pleno de criatividade. As imagens assentam em quatro conceitos, onde se exprimem os atributos individuais: beleza, modernidade, sofisticação e paixão. Nestes “palcos” de criação, as mãos são protagonistas em cenas enigmáticas que se desenvolvem em torno dos óculos e que prendem a curiosidade. Aliás, todo este cenário enquadra-se perfeitamente na “deliciosa” cultura transalpina de comunicação pelas mãos. A história de cada enquadramento fica à mercê da imaginação dos amantes de óculos, que podem fantasiar com as peças LOOK como personagens principais.

Götti

Leveza perfeita A linha Dimension desta casa suíça ganha novos modelos apelativos, que regressam a um passado glorioso do design eyewear para se expressarem. Claro que, a Götti sinónimo de inovação e a prova disso está no novo conceito de charneira ultraligeira. A haste tem uma delicadeza próxima da filigrana e materializa-se em aço inox num brilho magnético. Liga-se depois aos frontais de forma graciosa, sem parafusos, nem adições inestéticas. Na extremidade desta nova Dimension Lite está ainda um ornamento virtuoso e fácil de manipular, tudo num resultado uno e fluído.

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LOOK made in Italia


Oko by Oko Paris

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Um amor chamada Bella Os criadores franceses de óculos provocam os amantes de eyewear com esta Bella minimalista e audaciosa. “Era um fenómeno, não parecia humana. Tratava-se de um tipo de mulher que transforma o maior criminoso num cavalheiro. Beleza incomparável ...”, foi esta descrição que serviu de ponto de partida para o designer David Beddok criar a nova peça Oko by Oko. Depois veio o aço inox, levado aos limites da sua resistência para satisfazer os desejos do criador e proporcionar ao mercado diferenciação, leveza e conforto. E mesmo assim, Bella é de uma simplicidade desarmante, com as suas linhas geometricamente claras e coloridas apenas na delicadeza do pedaço de acetato no frontal.

Shamir

E a chegada ao Japão A Shamir Optical e a Paris Miki, a principal cadeia de óticas no Japão, proporcionam ao mercado japonês um novo serviço de entrega de lentes personalizadas, no próprio dia. Esta associação garante ao mercado nipónico, em exclusivo, as lentes Shamir e o inovador serviço de tecnologia de ótica acelerada Inotime. O evento oficial de lançamento e a conferência de imprensa em Tóquio aconteceu a 29 de janeiro, e contou com a presença das principais agências de comunicação e com a transmissão na TV japonesa. A Shamir Optical Industry arranca 2020 com expectativas em alta.

EssilorLuxottica

Comissão europeia analisa aquisição da GrandVision O novo projeto da gigante multinacional do setor da ótica está sob avaliação, segundo o regulamento comunitária afeto às concentrações. Há o receio de que esta aquisição possa reduzir a concorrência no fornecimento grossista de lentes oftálmicas e óculos e também na venda a retalho dos produtos óticos. A entidade antitrust tem até 22 de junho para tomar uma decisão. “EssilorLuxottica é o principal fornecedor mundial de óculos e a GrandVision é a maior cadeia de venda a retalho de produtos óticos na Europa. Por este motivo, é necessário avaliar atentamente se a concetração proposta arrisca um agravamento dos preços ou uma redução das possibilidades de escolha para os consumidores quando se dirigem ao seu ótico”, explicou em comunicado da Comissão Europeia Margrethe Vestager, vice-presidente executiva responsável pela concorrência. A EssilorLuxotica e a GrandVision entretanto também emitiram uma comunicação em que garantem que irão colaborar com a Comissão Europeia “para demonstrar a motivação e objetivo desta aquisição e os respetivos benefícios para todos os clientes, consumidores e o próprio setor”.


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Entrevista de Capa | 20 |

Gonçalo Rodrigues

A força dos recomeços Pai, empreendedor, sonhador e desportista, são as palavras que resumem o nosso ótico destacado deste mês. Gonçalo Rodrigues abriu-nos os braços para uma história que tem a ótica como pano de fundo, mas que se escreve no inconformismo e na persistência. Estabelecido hoje e por agora em Moscavide, começou no mercado numa altura em que sonhava ser engenheiro mecânico e por influência do irmão mais velho. Cresceu no setor a pulso, desde a fazer limpezas, a trabalhar na oficina e no atendimento ao público, a estudar Gestão, Ortótica e Optometria, passando ainda pela liderança de equipas até ser docente no Instituto de Educação Técnica e na Associação Nacional dos Óticos. Fotos: Hugo Macedo


•• “ O melhor é juntar esfor ços, p o rq ue a guer ra entre or toptistas e o p tometr istas, na qual não me in c l uo, vai na direção errada. Juntos a t é podem os ganhar m ais espaço no merc ado e até aprox im ar m o- nos dos o ft a l mologistas” •• chegar aos treinos. Entre os sonhos de realizar corridas internacionais e ter “aquela” ótica sentimos que o futuro veio para ficar neste jovem ótico de Moscavide. Desde técnico até ortoptista com pós-graduação em optometria, pode dizer-se que o seu percurso foi inesperado? De facto, comecei na ótica com 18 anos quando fiz o curso de Técnico de Ótica Ocular. Na altura as remunerações desta atividade eram acima da média para quem tinha o ensino secundário, mas eu não queria nada com a ótica. O meu objetivo sempre foi Engenharia Mecânica. Tudo o que envolva máquinas, motores, ou melhor, tudo o que meta combustível para mim é excelente! (risos) Porém os meus pais convenceram-me que podia fazer isso na mesma. Seguia a via técnico-profissional e depois entrava na faculdade. Ou seja, se precisasse de fazer um part-time teria ali uma base. Aconteceu que, no ano em que acabei o curso de Técnico de Ótica Ocular, entrei em Engenharia, em Setúbal, e tinha que fazer o estágio em ótica. Decidi fazer o estágio, até porque Setúbal ficava fora de mão e, no ano seguinte, fazia melhoria de notas e entrava numa faculdade mais perto de casa. Já não fiz melhorias nenhumas. (risos) Comecei a ganhar dinheiro e deixei-me levar. Mais tarde pensei que, já que estava na ótica tirava um curso em Gestão. Assim, um dia, podia gerir muitas óticas, só que odiei Gestão. Odeio papéis, odeio números e odeio contabilidade. Fiz meia dúzia de cadeiras em dois anos. Desisti daquilo e pensei que tinha mesmo que especializar-me em algo. Só aí entrei em Ortótica, porque queria uma atividade reconhecida e também porque não existia licenciatura de Optometria em Lisboa. Comecei a perceber que éramos também reconhecidos pelo Ministério da Saúde e podíamos trabalhar em ambiente hospitalar. Sinceramente, entrei forçado pelas condicionantes, mas depois não me arrependi nada. Considerando que existe algum desconforto ao nível dos líderes das atividades da ortóptica e da optometria, é interessante constatar que o Gonçalo reúne o melhor destes “dois mundos”. Fiz, de facto, uma pós-graduação em Optometria pela Universidade Europeia de Madrid, porque na altura uma colega disse-me que as receitas dos ortoptistas não iriam ser aceites e que poderíamos ter problemas até mesmo com as seguradoras, pois o nosso ambiente de trabalho era, primordialmente, as clínicas e hospitais. Então assumi a optometria para garantir a minha independência. Neste momento isso está tudo sanado, porque a Associação Portuguesa de Ortoptistas (APOR) criou vinhetas, trabalhou com as entidades com quem tinha que trabalhar para que as nossas prescrições fossem aceites, entre outras iniciativas. Eu sou muito meticuloso no que diz respeito a regras e condicionantes. Nunca quereria estar a trabalhar num gabinete e alguém me dizer que o meu lugar é numa clínica ou num hospital. Hoje em dia, essa questão banalizou-se e nos últimos cinco/seis anos o número de ortoptistas a trabalhar em óticas é elevado.

Entrevista de Capa | 21 |

No seus olhos entrevimos a personalidade positiva que cultiva e nem as corridas a horas tardias ou madrugadoras lhe tiram a frescura. À sua volta, um espaço comercial decorado a bom gosto diz muito sobre a forma como encara a profissão e os seus clientes. Adora a interação pessoal e a independência, por isso, a carreira hospitalar na ortótica não o fascinou. Tem uma visão unificadora das atividades que se desenrolam em torno da saúde visual, isto do ponto de vista de quem trabalhou com os especialistas das diferentes áreas. Em todo o seu caminho na a ótica foi-se fascinando com tudo o que lhe surgiu como desafio e, de fascínio em fascínio, acumulou 25 anos de experiência bem-aventurada. Claro que nem tudo foi linear. Conquistou uma larga cota de sucesso com passadas ambiciosas e quando reuniu quatro lojas, um divórcio complexo levou-lhe as forças. Teve que reiniciar aspirações e centrar-se no que de facto era incontornável, o seu filho. A empresa foi vendida e, dessa forma, Gonçalo recomeçou noutra perspetiva. Afinal tinha construído tudo, sabia como voltar a fazê-lo. Ganhou também um novo olhar sobre a vida, dedicando-se ao filho e às corridas com paixão e prazer. O Oculista da Vila, em Moscavide, foi o primeiro passo de um sonho que está na calha. Gonçalo Rodrigues anseia abrir uma ótica única, em que a moda e o luxo têm o mesmo destaque que a faceta de saúde visual, tudo transparente para fora da loja, sob o olhar dos consumidores. Sonha também em ter a empresa de tal forma engrenada, que lhe permita entrar nas viagens longas com o filho, sem horários, viver a competição num ritmo próprio e respirar mais devagar. Rimo-nos quando falámos na sua nova forma de fazer malas. “Antigamente sofria porque estava sempre a trabalhar na minha cabeça. Hoje ainda estou a fazer a mala e já estou a viver a viagem. “Telefonem-me só se a loja estiver a arder!” E se abre a loja sempre a horas e mantém uma postura retilínea na profissão, no treino liberta-se e confessa mesmo que é sempre o último da equipa a


Juntos até podemos ganhar mais espaço no mercado e até aproximarmo-nos dos oftalmologistas. É que nós também nos debatemos com a nossa autonomia nos hospitais, por exemplo, em que há exames complementares de diagnóstico que certos médicos nos permitem executar e outros não. E é legal fazermos. E os optometristas podem perfeitamente fazer a prescrição de lentes oftálmicas no SNS, é só o caso de legislar a profissão.

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Experimentou o ambiente hospitalar? Sim, temos estágio obrigatório para acabar a licenciatura. Estagiei no Hospital de Dona Estefânia, no Amadora-Sintra e no Santa Maria e depois trabalhei na CUF, mas identifico-me mais com este trabalho que faço na ótica, porque sou mais autónomo. Trabalho bem em ambiente coordenado, no entanto, como sou empreendedor, quero tomar decisões e naquele contexto estou mais limitado. Neste momento os optometristas usufruem dessa liberdade. Sim e, a meu ver, as funções que o optometrista pode executar no SNS não são assim tão amplas e acabaria, numa eventual integração, por ficar limitado. Pode, no entanto, ser um passo a médio/longo prazo, não para os profissionais que estão a trabalhar agora, mas para os que vêm daqui a uns 20 anos. Nessa fase os cursos de optometria podem ter mais valências e permitir-lhes mais autonomia.

Mesmo porque o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não consegue absorver todos os profissionais. Exatamente, e além disso, tiramos um enorme peso do erário público, considerando a quantidade de exames que se fazem em todas as óticas do país, todos os dias e gratuitamente! É impressionante. Se assim não fosse, todas estas pessoas recaiam sobre o SNS. A presidente da APOR, Aldina Reis, proferiu em 2018, algumas declarações polémicas sobre os optometristas. Tendo participação das duas atividades, em que lado se colocou? Para mim não há guerra alguma, aliás, a minha comadre é optometrista e um dos meus melhores amigos também e tem ótica em Vila Real, o Carlos Queirós. Admiro-o tanto que como profissional que tiro dúvidas com ele. Acho que as palavras foram demasiado fortes e levaram à perda de posição. Todos temos lugar no mercado e há bons e maus profissionais em todas as profissões e não digo isto para ser politicamente correto. É uma realidade. Mas esta guerra tem a ver com a possível semelhança das profissões? A mim parecem-me complementares e não há necessidade de fazer guerras. Há um facto inegável: existem as duas e temos que coexistir. Denegrir ou aniquilar a outra está fora de questão. O melhor é juntar esforços, porque a guerra entre ortoptistas e optometristas, na qual não me incluo, vai na direção errada.

Fale-nos da sua experiência como professor. Enquanto trabalhava dei aulas no Instituto de Educação Técnica(INETE), durante cerca de cinco anos e cheguei a dar formação na Associação Nacional dos Ópticos (ANO) durante muito tempo, mas era muito exigente em termos de horário e extenuante e deixei-me disso. Mas foi uma área que adorei, porque, como já constataram falo, falo, falo.(risos) Ensinar para mim não é um problema e sempre gostei de partilhar. É muito desafiante e, no caso dos miúdos do 10º ao 12º ano, o desafio era lidar com pessoas mais jovens e até compreender a sua forma de estar. Na ANO os cursos eram dedicados a quem já está a trabalhar no ramo. Deparei-me com pessoas que já têm décadas de ótica e partilhámos ideias. E que conceitos se podem introduzir em quem já tem uma vida de ótica? Conceito técnicos, porque há um grande à vontade na prática, mas total desconhecimento da teoria. Houve quem já fizesse determinadas tarefas há 30 anos e sem nunca perceber o porquê. Executavam apenas.


Foi um percurso rápido. Desde garoto que sempre fui muito ambicioso, mas fazendo sempre a ressalva que sei distinguir ambição de ganância, ou seja, sem passar por cima de ninguém. Sempre quis o meu próprio espaço. Tive quatro lojas bem sucedidas, mas entretanto tive um divórcio litigioso complicado que demorou dois anos a resolver-se. Houve uma fase em que já não tinha sanidade mental para lidar com a situação e a prioridade era o meu filho e consegui-a. Vendemos a empresa e resolvi libertar-me e começar de novo, do zero. Não considero que atirei a toalha, aliás considero-me um guerreiro, mas dei um passo atrás para seguir em frente. Recomecei e enquanto procurava uma nova loja fui trabalhando como freelancer. Finalmente encontrei o espaço que procurava e tenho já planos delineados na minha cabeça para novos investimentos. E o que acha do panorama da ótica atual? Na ótica temos que separar “águas”. Muitas das “pseudo-fábricas” irão morrer, porque é complicado esmagar tanto as margens sem ter uma quantidade considerável de compradores por dia. Pode, de facto, baixar-se a qualidade de alguns aspetos, como o serviço e os produtos e depois entra-se no ciclo vicioso, porque o cliente desaparece, não se fideliza. Identifico-me sim com o conceito de luxo, com o respetivo glamour. Dou muita importância ao ambiente, desde o cheiro da loja, passando pela temperatura à imagem. Tudo faz parte da compra e, embora inconscientemente, sentimos tudo. E eu acredito neste conceito por uma razão muito simples: já tive quatro lojas e tentei dividir-me pelos espaços todos mas não sou omnipresente. E eu gosto de estar com

as pessoas. Prefiro ter uma que é “aquela” do que ter seis ou sete. E num espaço especial vejo-me a fazer ortótica e a estar com todos ao meu ritmo.

todos desde que não nos copiemos. Aliás, disseram-me “Gonçalo, já lá há três óticas!” Ao que respondi: “E há algum sítio sem óticas?” (risos) Já cá estou há três anos.

Acha que o luxo é um caminho viável? Sim e sou fã de algumas óticas que seguiram esse caminho. Gosto do conceito, não pela questão económica, mas porque se pode trabalhar qualidade aplicando a paixão que se tem pela atividade. Eu valorizo e gosto das óticas de nicho, porque têm produtos diferenciados e têm que se especializar numa aprendizagem constante e com uma atitude diferente com o cliente. Não estamos simplesmente a distribuir produto e, mais do que falar de caraterísticas, fala-se em mais-valias e vantagens. Costumo fazer a comparação entre as pessoas que quando compram óculos querem o objeto para verem melhor, e aquelas que pagam para andar numa montanha russa e saem de lá sem nada nas mãos. Pagamos pela emoção. E é essa emoção que gosto de acrescentar à venda do produto.

Aqui também sente as mudanças do consumo que têm proliferado? Sem dúvida! O nosso mercado está diferente e janeiro já não é “janeiro”. Até fui fazer uma prova a Grândola, onde vive o meu irmão e fiquei em casa dele e comentávamos que há imensas oscilações nada típicas. Este ano fiz mais quatro por cento do que em janeiro de 2019.

E a escolha de Moscavide? Foi o meu ponto de partida, de recomeço. Precisava de um sítio movimentado e que me pudesse trazer aporte financeiro num curto espaço de tempo. Propus à população local um espaço diferenciado do que já existia, precisamente para me distanciar da concorrência, porque afinal há espaço para

E tem a ver com o novo tipo de consumo e consumidor? Tem a ver com o barulho parasita que aí anda e que ninguém sabe o que é, mas que confunde o consumidor. As pessoas não sabem se devem recorrer aos grandes grupos conhecidos, porque poderá haver uma ideia de garantia de serviço, mas depois também ouvem queixas de quem lá vai. Faz-me pena na ótica e nesses grupos haver profissionais que trabalham sem formação específica. E que segredo poderia lançar para o sucesso dos seus negócios? Ser sincero, fazer o melhor trabalho possível e tentar não ser seguidor e se tiver que seguir, que sejam bons exemplos, como as nossas melhores óticas de luxo.

Entrevista de Capa | 23 |

E apesar da decisão de se dedicar à saúde ocular ter sido condicionada que conclusão tira desta longa forma de vida que escolheu? Fui encontrando aqui coisas que me davam prazer. Comecei com 18 anos numa MultiOpticas no Areeiro. Entretanto fui para a GrandOptical, quando estavam na fase de implementação da marca em Portugal. Foi proposto levar as novas equipas para fazer um estágio em Toulouse, na França. Aí comecei como técnico de ótica e tive a sorte de aprender a fabricar lentes que era algo que não se fazia em Portugal. Cá só executávamos a montagem, mas em Toulouse ensinaram-nos a trabalhar as lentes e foi-me abrindo novas perspetivas. Quando regressei de França abri a loja GrandOptical no Porto e fui trabalhar para o Via Catarina uns três meses. Fiz também a abertura do conceito no Colombo, depois no Chiado e finalmente saí para abrir a minha primeira ótica em 2002.


Oculista das Avenidas

A juventude dos 60 anos

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A mítica loja da avenida 5 de Outubro, em Lisboa, renasce na sua história. Os rostos dos acarinhados líderes José Câmara e Karin Velosa e da respetiva equipa são a constante de uma renovação do espaço profunda e vencedora. A celebração do novo episódio desta casa com 62 anos de ótica fez-se a 6 de fevereiro, entre amigos de coração e de todos os players do setor que apoiam e animam a vida do Oculista das Avenidas.

Naquele final de tarde de fevereiro, a luz da avenida 5 de Outubro concentrou-se no número 122, o espaço que já serve os lisboetas há muito tempo. O antigo Oculista das Avenidas deu lugar a um espaço de luxo, por onde se vai descobrindo recantos especiais, brilhos luxuosos e muitos óculos enquanto se percorre esta loja quase circular. E entre expositores minuciosos e sorrisos de quem está habituado a bem receber, revelou-se o sítio onde a magia acontece. A oficina está localizada à vista dos clientes, numa divisão transparente e tecnologicamente avançada. Em torno deste reduto de clareza e bom gosto, todo o espaço encheu-se de calor humano. Entre os convidados e num momento de pausa no acolhimento dos amigos e parceiros, Karin Velosa confessou-nos que a obra de arte, com a sua assinatura e de José Câmara, foi uma empreitada de “uma vida”. Num espaço que tão bem conheciam

descobriram-se surpresas “arquitectónicas” que não estavam nos planos. No entanto, a perseverança das equipas envolvidas e a vontade de contribuir para a história de todo um setor resultou em pura criatividade e inovação. E por isso mesmo, o novo Oculista das Avenidas é muito mais do que uma loja. Cumpriu-se o sonho de integrar a clínica de optometria com as tecnologias mais avançadas e sob o espaço da loja, onde antes havia armazéns e escritórios. Há também espaço ao convívio e à formação dos colaboradores da empresa, cuja vida profissional cresce agora em qualidade. E depois de inteirados com as amplas áreas e com todas as novidades de luxo da nova loja, José Câmara tomou a voz da festa, lado a lado com a sua companheira da vida, das lutas e do Oculista das Avenidas, Karin. A luz diminuiu e impôs-se a figura destas pessoas admiráveis e corajosas.


“O Oculista das Avenidas tem um passado, um presente e um futuro auspicioso. Temos hoje, no presente, o privilégio de podermos usufruir de condições excecionais deixadas pelo trabalho de mais de 60 anos dos sócios fundadores da empresa que, infelizmente, não podem estar presentes nesta ocasião. Também no presente, queremos agradecer a todas as pessoas que trabalharam neste projeto nomeadamente, na concepção pelo arquiteto Jorge Sousa Santos, na parte da realização à Prooptica Arquitetura e Design, na pessoa de Ricardo Silva e do Henrique, ao Luís Justino que me ajudou a limpar o pó ontem à noite até às cinco da manhã (risos) e tantas outras pessoas sobre as quais me falha agora a memória. Com isto olhamos e encaminhamo-nos para o futuro, porque este projeto não se limitou só ao espaço arquitectónico, mas também teve a ver com a reorganização e implementação de novos processos, de novas ferramentas

digitais mais atuais. Melhoramos também a nossa comunicação com os clientes, a comunicação interna da empresa e a comunicação com os nossos parceiros de negócios e fornecedores. Aliás já se sente isso! Renovámos ainda a imagem da empresa e inovámos ao executar um projeto antigo, que finalmente teve abertura por parte da Essilor e da SPJ, para que na parte clínica de optometria toda a recolha dos dados, dos instrumentos de observação e despistagem, de diagnóstico se realizem de forma digital e sejam armazenados numa plataforma de software centralizado. Ao longo de 62 anos temos feito da nossa história, a história de tantas pessoas, famílias e várias gerações que nos confiam a sua visão e por esse motivo, hoje, queremos agradecer e homenagear todos, sem excepção, através do nosso slogan, que reflete aquilo que fazemos e que permite que todos quantos confiam em nós vejam A vida como ela é.”

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•• “(. . . ) Hoje, querem os agradecer e homen a g e a r todos, sem ex cepçã o, atr avés do nosso sl og a n , que reflete aquilo que fazem os e que perm i t e que todos quantos confiam em nós vej a m A vida com o ela é” ••


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•• “Temos hoje, no pr esente, o pr ivilégio d e poderm os usufr uir de condições ex cecionai s deix adas pelo trabalh o de mais de 6 0 anos dos sócios fundador es da empresa” ••

As palmas irromperam da plateia silenciosa e abriram com pompa a projeção da campanha publicitária da nova fase do Oculista das Avenidas. Este vídeo que contou com o apoio da jornalista e autora, Sandra Nobre e com a participação incrível de Raquel Tavares, que emprestou a voz às imagens, rodeia o tema A Vida como ela é, com Lisboa e óculos de exceção como pano de fundo. A terminar o vídeo está o novo logótipo da casa lisboeta, composto por dois elementos gráficos. O mais visível é o símbolo do infinito, muito semelhante aos óculos e “significa a ligação que mantemos com o passado, que marca a nossa essência, a ligação que mantemos com o presente, que marca o nosso posicionamento atual e a ligação com o que queremos ser no futuro e que construímos todos os dias.” O outro elemento define-se em dois traços, que na relação com o elemento central, representam duas hastes. Permite ter a percepção da imagem dos óculos, revelando o ADN da empresa “que nos distingue pela capacidade de inovar, de criar novas metas e de arriscar novos caminhos em prol da melhoria da qualidade visual. A transição suave da cor entre estes compo-

nentes, representa a passagem do tempo tanto de uma família que se constitui na ótica e de todas as famílias que edificam a sua qualidade de vida e da visão no Oculista das Avenidas. A LookVision Portugal teve ainda a oportunidade de falar com Ricardo Silva, o homem “do leme” da arquitetura da Prooptica que esteve na frente desta grande empreitada e que reúne já 18 anos de experiência na área da ótica. “Foi um trabalho em parceira entre Jorge Sousa Santos, José Câmara e Karin Velosa e a Prooptica. Houve linhas mestras que tivemos que seguir e a isso adicionaram-se os vários desafios que surgiram durante a concepção, mas conseguimos um excelente resultado. Houve questões afinadas ao mais ínfimo pormenor, questões tão simples como a cor que iria dominar o espaço. Foi um desafio de meses! Estamos muito satisfeitos com este desfecho de luxo”, declarou. A festa alongou-se, porque os recantos a descobrir desdobram-se e o magnetismo de José e Karin convidam a demorar. E assim se espera o futuro do Oculista das Avenidas. Parabéns!


A união como palavra de ordem O grupo multinacional tem a missão, em 2020, de alinhar valores e objetivos nos mercados em que marca presença. Um desafio complexo, mas que encontra na simplicidade da filosofia da CECOP uma alavanca fulcral: ajudar a comunidade a alcançar os seus objetivos, fornecendo soluções de valor, atraindo e desenvolvendo talento e gerando um ambiente de colaboração. A CECOP tem caráter transfronteiriço e está presente em diferentes países com culturas distintas e, portanto, torna-se essencial que todas as filiais possam partilhar uma única visão do negócio e perseguir os mesmos objetivos. Esta tarefa árdua está garantida pelo trabalho dianteiro da equipa de todo o mundo do grupo. Os representantes da CECOP concentram-se na definição de o que querem ser, onde almejam chegar no futuro, como vão atingir os objetivos e quais as linhas e limites que definem a cultura e a personalidade da empresa. Ou seja, as bases do que representa a missão, visão e valores da empresa, o caminho que imprime o caráter desta organização e que terá de ser partilhado por todos os trabalhadores e colaboradores. Tudo isto num ambiente que inlcui mais de 4500 associados distribuídos pelos nove países

em que está presente, nomeadamente Espanha, Portugal, Itália, Inglaterra, Irlanda, Brasil, Colômbia e México. Nesse sentido, as CECOP garante um modelo real e revolucionário que se adapta de forma dinâmica às necessidades dos profissionais no setor ótico. Neste modelo fornece de forma especializada soluções estratégicas na gestão operacional, desenvolvimento, formação e transformação dos óticos. Claro que, na base de tudo está um sentido forte de valores de negócio que é comum a todos os países e equipas, numa identificação mútua. No caso da CECOP, estes valores baseiam-se na colaboração, excelência, flexibilidade, compromisso, inovação e ética. Com tudo isto, a CECOP quer acrescentar valor ao setor ótico e apoiar os profissionais independentes a serem mais competitivos no mercado, com as melhores garantias.

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CECOP


Optivisão em escalada de sucesso

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São mais de 40 novas lojas associadas à Optivisão desde que o Grupo Brodheim assumiu o controlo acionista da rede de óticas. A empresa portuguesa proclama, desta forma, a posição de liderança no setor nacional. A palavra expansão é o mote do trabalho da nova equipa da Optivisão, que se reformulou depois do Grupo Brodheim adquirir 96 por cento das ações do grupo. O nome Brodheim esteve sempre ligado, em Portugal, à gestão de retalho e marcas premium e de luxo do mundo da moda. Todo este know how passou a estar ao serviço na direção da Optivisão, desde 2016, numa integração arrojada. E as 41 novas óticas do grupo comprovam a estratégia assertiva da nova gerência, num reforço da cobertura em todo o território nacional. A implementação de um plano centrado na modernização da marca e um reconhecido serviço de excelência em saúde visual, assevera os estudos de entidades competentes que comprovam a sua ascensão, para além das novas lojas. A DBK Informa declarou a liderança do grupo em número de óticas e ainda na faturação média por ótica, num total de mais de 289 milhões de euros. A mesma empresa de estudos de mercado atribuiu a segunda posição ao grupo nacional em vendas, o primeiro lugar em faturação média por ótica com 289 milhões de euros e o segundo no setor de vendas em valor com 68 milhões. O Portal da Queixa aponta que a Optivisão tem 98,5 por cento de índice de satisfação online e a Escolha do Consumidor registou a pontuação de 8,24 em dez na satisfação do serviço e 4,68 em cinco na intenção de compra. A Nielsen dá 80 por cento à rede de óticas no que diz respeito à notoriedade da marca, atingindo assim um segundo lugar no setor. Segundo André Brodheim, administrador executivo da Optivisão “estes bons resultados consolidam a segunda posição da rede no setor da ótica, cada vez mais próximo da liderança. Em 2020, vamos continuar a ampliar o modelo de negócio com mote na importância da saúde visual, e reforçar a cobertura nacional para garantir maior proximidade e acessibilidade a um serviço de excelência em optometria a todos os clientes em Portugal”.

VEJA A DIFERENÇA.

A equipa Optivisão salienta também a distinção no XX Festival CCP (Clube Criativos de Portugal), como melhor anunciante em Meios 2018. O grupo recebeu o galardão de Ouro pela campanha Cuide os seus Olhos, assinada pela Leo Burnett na categoria de Meios, e o galardão de prata com o design do rebranding da sua imagem corporativa. No mesmo ano, foi ainda premiada pela Sapo como melhor app mobile de suporte a campanha digital, com a aplicação Optivisão por OjOli. Em 2019, a Meios & Publicidade atribuiu duas menções honrosas ao rebranding e logótipo da Optivisão. A rede de óticas nacional conta também com a parceria estabelecida com a apresentadora Cristina Ferreira, uma das mulheres mais influente e poderosas do país.


Opticalia Uma marca Cinco Estrelas A Opticalia conseguiu, mais uma vez, assegurar o Prémio Cinco Estrelas 2020 ao passar com distinção nos critérios que o sistema de avaliação impõe. O grupo conseguiu uma classificação final de 7,42 em 10, tendo grande destaque nos critérios de intenção de recomendação e satisfação/experimentação.

Já temos mais de 1100 ópticas que fazem parte do Grupo Opticalia. Centenas de profissionais de vários países que confiaram em nós para encararem o futuro. Um futuro cada vez mais complexo e com players cada vez maiores. Um futuro para o qual nos temos que preparar a partir de hoje com publicidade, marketing, marcas exclusivas, novas tecnologias, formação e assessoria. Somos um grupo de profissionais como você e estamos JUNTOS porque JUNTOS somos mais fortes. Contamos consigo?

2020 pode ser o seu ano Mais de 1100 ópticas associadas em Portugal, Espanha, Colômbia e no México tornam-nos, pelo segundo ano consecutivo, num dos grupos ópticos mais importantes do mundo. 2020 pode ser o ano ideal para nos escolher. Contamos consigo?

INFORME-SE

Tel. 218 550 980 www.opticalia.pt

ESPANHA

PORTUGAL

COLÔMBIA

MÉXICO

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São seis anos de avaliação constante que resultam no selo Cinco Estrelas para a Opticalia. Os altos padrões de qualidade conferem ao grupo o reconhecimento dos consumidores portugueses como marca extraordinária. Em destaque na avaliação estiveram as principais variáveis que influenciam a decisão de compra: satisfação/experimentação, preço/qualidade, intenção de recomendação, confiança na marca e inovação. As fases do estudo assentaram em três passos, em que o primeiro incluiu grupos de controlo, com consumidores alvo, e a análise por parte do comité Cinco Estrelas, composto por especialistas em diferentes áreas do mercado, dos seguintes atributos específicos da categoria Serviços Óticos: atendimento e aconselhamento, variedade e qualidade da oferta, proximidade e localização das lojas, consultas gratui-

tas e qualidade técnica dos profissionais e rapidez na entrega dos produtos. Numa segunda etapa, processaram-se os testes de experimentação, com a realização de inquéritos de satisfação a 50 pessoas que compraram na Opticalia nos 12 meses anteriores às provas. Finalmente, realizou-se o estudo de mercado à marca. Fatores como a confiança e a inovação colocaram-se perante uma painel de consumidores que tinha afinidade comprovada com a categoria de consumo e que eram representativos da população de utilizadores-alvo da categoria. A exigência do Prémio Cinco Estrelas é que em categorias onde haja concorrência, como é o caso da Opticalia, a classificação final seja entre sete e dez. Os 7,42 arrecadados garantem a renovação do selo que pode utilizar-se em todas as campanhas promocionais do grupo de óticas, em Portugal.

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JUNTOS


MultiOpticas

Prémios e atividades em alta

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O grupo de óticas está focado num 2020 de sucesso e arranca já arrebatando os prémios de Escolha do Consumidor e Escolha Sénior, pelo 7º e 6º ano consecutivo, respetivamente. E para manter esta posição e preferência, a equipa da MultiOpticas promoveu um rastreio muito especial. Dolores Aveiro esteve na frente desta iniciativa designada como O Melhor Rastreio do Mundo. A MultiOpticas conquista a Escolha do Consumidor e Escolha Sénior desde que a categoria Óticas é avaliada pelo estudo, demonstrando o poder da marca em Portugal. Este inquérito da Consumer Choice – Centro de Avaliação da Satisfação do consumidor, empresa que atribui estes prémios, mostrou que a MultiOpticas obteve uma nota global de 86,44 por cento e de 83,67 na Escolha do Consumidor e Escolha Sénior, respetivamente. Num total de 20 mil consumidores envolvidos e 913 marcas, o grupo de ótica surge no top 25 desta edição de Escolha do Consumidor e no primeiro lugar como Escolha Sénior. As marcas foram premiadas com base na sua performance em 2019. Para tal, desenvolveu-se um processo que incluiu a identificação dos atributos mais importantes para os consumidores e uma avaliação efetiva das marcas de cada categoria. Desta forma, aferiu-se quais as que apresentam maiores níveis de satisfação e intenção de compra ou de recomendação. Dolores Aveiro protagoniza ação a favor da visão A 22 de Janeiro, a mãe da estrela do futebol mundial, Cristiano Ronaldo, marcou presença no Melhor Rastreio do Mundo, na Escola da Ladeira do Funchal. Nesta que foi a primeira ação de responsabilidade social do ano, confirmou-se a acuidade visual de todas as crianças e ofereceram-se óculos a todos os que demonstraram necessidade. Para além de Dolores Aveiro, marcou também presença na iniciativa o

diretor regional da educação, Marco Gomes, e o CEO da MultiOpticas, Rui Borges. O rastreio marca o início de um ano em que a MultiOpticas reforça a promessa de continuar a cuidar da visão dos portugueses com o projeto Olhar 20/20, sendo 20/20 a forma universal de designar a acuidade visual perfeita. Sandra Silva, diretora de marketing da MultiOpticas afirmou que “cuidamos da visão, um sentido tão essencial e muito relacionado ao aproveitamento escolar, e estamos muito ligados às comunidades onde nos inserimos. No ano que declaramos como o ano da visão perfeita, com o projeto Olhar 20/20, queremos estar ainda mais perto da população. É com muito orgulho que realizamos este rastreio, a que chamámos O Melhor Rastreio do Mundo numa estreita ligação com a nova cara da marca, Dolores Aveiro. Iremos realizar muitas outras ações ao longo do ano, chegando a quem tem menos acesso a estes cuidados”.


Shamir

A equipa da Shamir, liderada pelo talentoso diretor geral Luís Feijó, recebeu a premiação do Produto do Ano em ambiente de consagração. De facto, as lentes Shamir Autograph IntelligenceTM representam um conceito revolucionário em lentes progressivas. Foi desenvolvido com elementos de Inteligência Artificial e Big Data, e baseado em resultados que evidenciam a relevância das diferentes necessidades visuais em todos os tipos de pacientes dos dias de hoje. As Shamir Autograph IntelligenceTM são as primeiras lentes progressivas de design contínuo a ajustarem-se de forma perfeita às necessidades visuais dos pacientes e à respetiva idade visual – Visual AgeTM.

Este produto inovador proporciona, assim, uma focagem imediata a todas as distâncias, suavidade na transição entre os campos visuais, conforto visual adicional na utilização de equipamentos digitais e uma adaptação fácil e imediata. A Shamir, empresa nascida em Israel, tem no seu ADN a inovação e o pioneirismo. A prova disso reforça-se com as progressivas Shamir Autograph IntelligenceTM, cujo desenvolvimento do design levou ao registo de patente em três novas tecnologias inovadoras em ótica: a Eye Point Technology AI, a Continuous Design Technology e a Visual AI Engine . Adicionalmente, a produtora de origem israelita possui um algoritmo alimentado por Big Data, que está sempre em evolução. E porque os consumidores e respetivas necessidades estão em constante mutação, as progressivas em destaque têm uma geometria de lentes dinâmica, que lhes facilitou o tributo do Produto do Ano. A Product of the Year Portugal é uma empresa de estudos de mercado, tendo como principal foco a avaliação do caráter inovador de produtos e serviços no mercado de grande consumo. Atribui prémios em de 40 países com o objetivo de orientar os consumidores até aos melhores produtos no mercado.

A Shamir Optical recebeu, a 10 de fevereiro, o prémio Produto do Ano 2020 na categoria de lentes oftálmicas, graças à qualidade das progressivas Shamir Autograph IntelligenceTM. Sob o ambiente colorido do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, o produto avançado da fabricante de lentes oftálmicas destacouse pela qualidade e inovação, sendo reconhecidas como uma revolução visual inteligente.

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Inteligência artificial de ouro


Maui Jim

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Manchester United imortalizado nos óculos

A nossa equipa envolveu-se em mais uma ação de luxo da marca de origem havaiana. Embarcámos na aventura intensa da competição futebolística com um dos mais proeminentes clubes do mundo, tanto pelos resultados na extensa carreira que acumula, como na mestria da comunicação de um espírito que se alastra a todo o globo. Nas bancadas do inglês Manchester United, assistimos ao poder de convergência deste desporto rei, ao destaque em prime time da original e independente Maui Jim e ainda à estreia do português Bruno Fernandes no 11 da equipa da casa. Entre 31 de janeiro e 3 de fevereiro, rompemos as barreiras do Brexit e aportamos na cidade de Manchester numa imersão na Maui Jim. Em 2020 o mote foi a relação estabelecida em 2019 com o Manchester United Futebol Clube. A marca eyewear passou a integrar a poderosa lista de parceiros da instituição desportiva e a fazer parte do equipamento oficial dos atletas e treinadores. Foi a primeira vez que uma marca de óculos incluiu a lista de patrocinadores do clube inglês e, isso aconteceu porque a partilha de valores entre ambas as marcas é inegável. Qualidade, família, independência e histórias feitas de trabalho árduo e conquistas são algumas das razões para este contrato de amizade e negócios. A comitiva de jornalistas internacionais entrou assim num novo episódio de vitória, passando a apertada segurança do estádio de Old Trafford para conviver com os seguidores do Manchester United e, inclusive, algumas das antigas lendas que ajudaram, com os seus atributos atléticos, a construir o currículo desta casa.

Com o estádio preenchido e entre os cânticos das claques das equipas que se debateram naquela tarde sábado, neste caso os nossos anfitriões contra o Wolverhampton Wanderers, o grupo de imprensa sentiu o poder dos fãs da modalidade, num jogo sem golos mas com muitas emoções. De realçar que Portugal


Foto: Angela Mrositzki_DOZ

os nossos nomes brilhavam nos painéis publicitários, em pleno Old TRafford! E porque a Maui Jim é muito mais do que óculos, a incrível equipa europeia da marca destacada para apoiar os jornalistas nesta visita, levou-nos ao coração de Manchester, uma cidade predominantemente industrial, com um índice de crescimento acelerado e que se colocou no mapa mundo também pela grande equipa de futebol que desenvolveu.

Foto: Angela Mrositzki_DOZ

esteve em destaque com oito atletas em jogo, pondo acento na importância do nosso país na edificação da modalidade em todo o mundo. Claro que, para nós da área da ótica, a maior destacada foi mesmo a Maui Jim. A insígnia nascida do sol brilhou e “pintou” o relvado com o seu azul mar nos painéis luminosos que rodeiam todo o espaço de jogo. Ainda de pulso acelerado participámos do after game na zona VIP, com vista para um estádio icónico e magnífico, entre amigos de longa data, óculos e, claro, muita Maui Jim. Foi só no domingo seguinte que pudemos inteirar-nos da verdadeira essência do Manchester United, numa visita privilegiada ao museu do clube e ao Theatre of Dreams, o palco dos jogos e das emoções. Desde passar entre os corredores secretos do enorme Old Trafford, sentir a emoção de sentar no lugar de grande jogadores enquanto ouvem a tática do treinador, até entrar no campo através do túnel dos jogos, entendemos o fascínio pelo futebol e por tudo que o rodeia. Ainda mais, compreendemos a grandeza deste Manchester United. A equipa de marketing do clube inglês preparou ainda uma surpresa especial para os jornalistas convidados da Maui Jim. A partir da sala de conferências, saímos para um varanda sobre o relvado, onde

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•• “O M anchester Unit e d r eúne 1 4 2 anos de história e par tilha valores com a M aui Jim tais com o paix ão, inovação, colabor aç ã o, r espeito, apoio a caus a s e qualidade” ••


Foto: Angela Mrositzki_DOZ

Foto: Angela Mrositzki_DOZ

Foto: Angela Mrositzki_DOZ

Foto: Angela Mrositzki_DOZ

mais de 150 milhões de ligações globais. Usufruímos ainda de uma audiência televisiva de 35 biliões por ano”, declarou James Holroyd. A tudo isto acrescenta-se o facto da Premier League ser a liga desportiva mais vista em todo o mundo. É que, embora grandes eventos desportivos tenham enorme impacto mediático, como os Jogos Olímpicos, por exemplo, só persistem durante um determinado período. “Nós estamos sempre on mesmo quando não há jogos, como no período de transferências e por causa da especulação”, sublinhou o diretor de merchandising. Ou seja, não há como não querer estar lado a lado de uma marca tão prevalente. À comitiva convidada, Holroyd garantiu que a sua equipa estudou os seguidores e clientes do Manchester United, comprovando que a presença da Maui Jim no seu espólio de parcerias conseguiu aumentar a visibilidade da marca. 69 por cento dos fãs que conheciam a ligação entre as insígnias admitiram considerar comprar uns Maui Jim. Aliás, o foco da parceira foi precisamente expor a marca aos fãs do clube e torná-la reconhecida, promover a intenção de compra online e a experimentação e venda direta na Megastore do Manchester United. “E nós garantimos sucesso aos parceiros, porque os fãs têm um sentimento fortíssimo de pertence. É mais provável que se divorciem do que mudem de clube. Há uma ligação emocional que favorece as oportunidades comerciais. E com a Maui Jim estamos a comunicar uma coleção especial, a Treble, num exemplo exímio de como os desportos se podem elevar acima do mer-

Foto: Angela Mrositzki_DOZ

Foto: Angela Mrositzki_DOZ

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Futebol e sol num conluio perfeito! James Holroyd, diretor do merchandising do Manchester United, conduziu os jornalistas internacionais da ótica pela estratégia comercial da sua empresa. E essa mesma estratégia justifica a ligação com a Maui Jim. “O Manchester United reúne 142 anos de história e partilha valores com a Maui Jim tais como paixão, inovação, colaboração, respeito, apoio a causas e qualidade.” Por trás do interesse de marcas poderosas em estar presentes na vida do clube de futebol inglês está uma equipa de marketing dedicada. O desafio é garantir a ligação emocional com os fãs. “De facto, podemos anunciar com orgulho que o hashtag MUFC é o mais “tweetado” de todos os tempos. Temos 1,1 biliões de seguidores em todo o mundo. Também a app do clube conseguiu colocar-se na dianteira da categoria de desportos da Apple Store em 82 mercados de todo o globo. Somos ainda prevalentes nas dez redes sociais que desenvolvemos com


•• “ E n ós garantimos sucesso aos p a rc eiros, por que os fãs têm um s en t imento for tíssimo de per tence. É ma is provável que se divorciem do q ue mudem de clube” ••

Uma Maui Jim sempre melhor Foi um experiente Martijn van Eerde, diretor no marketing internacional da Maui Jim, que deu contas de uma marca que tem no mercado norte-americano a sua bandeira, mas que quer conquistar, em definitivo, o mercado europeu. A associação com o Manchester United é um passo arrojado nessa direção. “As vendas têm sido fenomenais a nível global. Na loja, conseguimos aquilo que todas as restantes marcas premium querem: exposição e experimentação. Vendemos muito nas óticas em todo o mundo, onde esta coleção especial com o clube se pode encontrar”, destacou o representante da Maui Jim. E embora o mundo esteja louco, com informações e reviravoltas na sociedade que influenciam em muito o consumidor, a Maui Jim tem-se elevado e crescido. E este crescimento revela-se na nova campanha que irá colorir as óticas e “encher de mar” o espírito dos clientes. “As agências que trataram da nova campanha fizeram estudos no terreno sobre cores e materiais e o resultado é diferente de tudo o que fizemos. A resposta às novidades tem sido muito positiva e esperamos que cerca de 1300 retalhistas exibam as nossas tonalidades nas respetivas montras.” Mas as conexões da Maui Jim vão muito além desta aventura no futebol. Martijn van Eerde relembrou à imprensa especializada o acordo com a European Tour, no golfe, e a continuação da relação com a Associação de Tenistas Profissionais, já com seis anos, que os coloca num patamar de grande relevância em três influentes segmentos. Resultados? Muito positivos e prova disso foi que “quando publicámos no Youtube o momento especial em que o

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chandising tradicional. Ficamos apaixonados pelo detalhe e a qualidade dos produtos da Maui Jim, e depois de experimentar não se consegue voltar atrás”, asseverou o responsável.

Manchester United marcou um golo com a publicidade da Maui Jim a passar nos painéis de Old Trafford, conseguimos ultrapassar a marca dos dois milhões de dólares em vendas globais dos óculos de sol deste conjunto especial. Além de tudo isto damos garantia aos óticos. Podem vender Maui Jim sem risco. Se não venderem recuperamos os óculos sem custos. Proporcionamos formações e inclusive aconselhamos sobre os modelos que podem fazer mais sucesso na região. É só a questão de nos darem um voto de confiança. Entretanto fazemos o nosso trabalho para dar visibilidade à marca e aumentar possibilidade de compra. E fazemos ações especiais em locais onde sabemos que congregamos muitas nacionalidades, até mesmo nos incríveis MTV Awards. Temos a coragem de encetar iniciativas únicas que outras marcas independentes não se atrevem. Isso com a garantia dada em toda a Europa pelo nosso laboratório na Alemanha, que está 100 por cento operacional”, garantiu Martijn van Eerde.


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Lentes Essilor conquistam consumidores A grande produtora de lentes oftálmicas foi distinguida com os galardões Cinco Estrelas e Escolha do Consumidor logo no arranque de 2020. São resultados que confirmam o bom trabalho em prol da visão dos portugueses e motivam mais uma temporada de desafios. O resultado destas distinções provêm da consulta a milhares de consumidores sobre a notoriedade e satisfação de produtos e asseveram, no caso da Essilor, a preferência pelas lentes oftálmicas da multinacional de origem francesa. A Essilor alcançou um resultado de 84,14 por cento no total geral de satisfação na categoria Lentes Oftálmicas, avaliado por 902 consumidores. Esta é a segunda vez que o prémio Escolha do Consumidor diferencia a categoria. Este galardão é atribuído com base nos estudos da ConsumerChoice – Centro de Avaliação da Satisfação do Consumidor, que avalia a satisfação e aceitabilidade das marcas

pelos consumidores. O objetivo passa por dar a conhecer as insígnias que mais satisfazem o consumidor, ajudando-o a fazer uma compra informada. Já o prémio Cinco Estrelas atribuiu à Essilor 78,2 por cento de Satisfação Global, tendo sido distinguida pela terceira vez consecutiva na categoria de Lentes Oftálmicas. Esta é uma certificação baseada em cinco variáveis que influenciam a decisão de compra dos consumidores, nomeadamente a satisfação pela experimentação, a relação preço/qualidade, a intenção de compra ou recomendação, a confiança na marca e a inovação.


CONTACTUM 2020

Lentes de contacto em destaque A Universidade do Minho, em Braga, acolheu a 4 de fevereiro a 15ª Jornada de Contactologia que fez subir ao palco de apresentações empresas e academia. Em foco esteve a troca produtiva de novidades e investigações sobre este método de correção visual. As conferências foram ainda abertas à população em geral. O objetivo centrou-se no esclarecimento de tudo o que se relaciona com o uso das lentes de contacto com base na evidência científica e ainda desmontar mitos. Na frente da organização desta CONTACTUM 2020 esteve o professor e investigador da instituição de ensino superior, José González-Méijome, presente também no rol de cientistas que, desde 2007 estudam a adaptação de lentes de contacto em Portugal. A jornada de apresentações arrancou, precisamente, com esse estudo. Os números de adaptações, o tipo de material mais escolhido e dados que podem ajudar a melhorar o desempenho deste produto no mercado são chamarizes para os profissionais de saúde da área e para as empresas que apoiam e fazem questão de participar da CONTACTUM todos os anos. A LookVision Portugal vai publicar o relatório Adaptação de Lentes de Contacto de 2007 a 2019 na íntegra. No palanque das apresentações estiveram ainda as empresas ligadas ao setor das lentes de contacto. Os representantes destas companhias expuseram soluções para casos complexos, materiais inovadores e tecnologias de apoio à utilização das lentes de contacto. Em grande destaque na jornada de 2020 esteve a apresentação sobre os Mitos da Contactologia Moderna Rebatidos pela Evidência Científica, sob a voz de José González-Méijome, que respondeu a perguntas que vulgarmente chegam aos ouvidos dos profissionais e que são também argumentos a favor da respetiva adesão. “Em casos como a miopia infantil, as lentes de contacto são cada vez mais aconselhadas a crianças e quanto mais cedo melhor, pois é quando a miopia mais cresce e assim reduz-se as dioptrias e o crescimento anómalo do olho. Além disso, estão também indicadas nalguns tipos de estrabismo”, nota González-Méijome. O professor admitiu que há

profissionais de saúde a questionar a opção, mas a evidência científica é clara: a miopia de crianças a usarem lentes de contacto com desenhos óticos especiais travou entre 43 e 59 por cento, em estudos internacionais recentes, em que também participou o laboratório dedicado aos estudos da visão da Universidade do Minho (UM), CEORLab. “Quanto mais alta é a graduação dos óculos, geralmente, mais se indica a prescrição de lentes de contacto, até porque os óculos ficam mais pesados, menos estéticos, alteram o campo de visão e o paciente tem uma percepção diferente do mundo”, defende o cientista. E perante irregularidades na córnea, a solução pode passar pelo uso de lentes rígidas permeáveis a gases, que preenchem as falhas pela lágrima do olho com notável sucesso, tal como demonstraram os

resultados de investigação, incluindo os publicados nos últimos dois anos por investigadores do Centro de Física da UM. O professor realçou que há quem utilize bem as lentes de contacto há mais de 30 anos, mas também quem não as tolere sequer um ano: “Depende de cada um – com as lentes de contacto modernas não é verdade que haja um certo limite de anos para usarmos lentes”. E as questões relacionadas com este produto também ecoaram. A lente de contacto provoca dor de cabeça? “Essa dor deve ter outra origem, como a falha de prescrição ou uma prescrição desadequada”, continua. Podemos maquilhar os olhos? “Sim, de preferência após colocar a lente de contacto, até porque a visão melhora para realizar-se essa tarefa”, frisa. Quanto ao soro fisiológico, é aconselhado para enxaguar e hidratar as lentes, mas nunca para limpeza e desinfeção das mesmas. Aliás, José González-Meijome insistiu que o uso indevido das lentes de contacto pode levar, no limite, à perde severa da visão. “Esse ‘mito’ é verdadeiro se não houver cuidados de higiene regulares e visitas frequentes ao profissional da visão, ignorando a possibilidade de se produzir infeções oculares, ou incorrer em outros comportamentos de risco, como não usar óculos de proteção com as lentes de contacto em ambientes aquáticos”. Esta iniciativa tem crescido em interesse e participação e a sala cheia do auditório A1 do Campus Gualtar comprovou isso mesmo em 2020. O inquérito direcionado aos profissionais que adaptam lentes de contacto vai voltar a circular no setor, para construir desde já a próxima CONTACTUM e edificar o mercado de lentes de contacto.

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Colaborou neste artigo: Nuno Passos


Texto: Henrique Nascimento Henrique.nascimento@iseclisboa.pt Ana Costa Roque Ana.roque@iseclisboa.pt

Photo by Plush Design Studio from Pexels

Optometria | 38 |

Efeito preventivo das lentes oftálmicas no aparecimento da esclerose nuclear do cristalino, é real? Sabendo que a prevalência de cataratas senis depois dos 40 anos é relativamente elevada e que a exposição aos raios UV é um fator para o seu aparecimento, uma vez que o cristalino é um absorsor destes raios, pretendeu-se com este estudo piloto verificar a relação entre o aparecimento de esclerose nuclear do cristalino e o tempo que os pacientes levam de uso de lentes oftálmicas, uma vez que estas absorvem a maior parte destes raios, em condições normais de utilização. Palavras chave Esclerose nuclear; Raios Ultravioleta. Introdução Apesar de ser um problema reversível a catarata continua a ser a primeira causa de cegueira e a segunda causa de deficiência visual a nível mundial 1,2². A catarata é responsável pela perda da visão em cerca de 20 milhões de pessoas3. A sua etiologia é multifatorial, podendo estar associada a fatores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo, tais como, idade, sexo, genética, hábitos de tabagismo, hábitos de alimentação e exposição à luz2. A diabetes também é um dos fatores de risco para o aparecimento precoce de catarata, no en-

tanto, a exposição à radiação ultravioleta UV-A e UV-B a longo prazo continua a ser a principal causa do seu aparecimento3. O olho humano é constantemente exposto a luz solar e a iluminação artificial. A luz solar é muito importante para o funcionamento adequado das funções biológicas do olho, mas a exposição intensa à radiação ambiente, pode representar um risco, especialmente para pessoas acima dos 40 anos de idade, provocando cegueira transitória ou permanente4. A luz solar compreende a radiação do espetro eletromagnético, que se situa entre os 290nm região ultravioleta (UV) até à região do infravermelho5. As caraterísticas normais do olho permitem que essa radiação


resultados com a administração oral de antioxidantes, assim como, já se obtiveram resultados promissores através da redução dos danos oxidativos provocados pelos UV8. De acordo com estudos de revisão3, sugere-se a necessidade de implementação de medidas preventivas assim como a demonstração da sua eficácia. Metodologia População e mostra de estudo A nossa população de estudo foram pacientes que nos procuraram para mudança de Rx dos óculos por já não estarem a ver bem. Foram selecionados 51 pacientes de ambos os sexos e foram examinados durante o período de setembro e outubro de 2019 em Lisboa. Critérios de inclusão Para critério de inclusão do estudo consideraram-se: - Pacientes maiores de 40 anos - Ambos os sexos - Uso de óculos Critérios de exclusão Para critérios de exclusão do estudo consideraram-se: - Idade menor que 39 anos - Cirurgia ocular prévia - Patologia ocular excluindo cataratas - Doenças sistémicas com afetação ocular: Diabetes; Hipertensão - Doenças sistémicas autoimunes Desenho geral do estudo Estudo misto cujo método de seleção da mostra se realizou por “mostra de conveniência” entre pacientes que recorreram aos nossos serviços na área de Lisboa necessitando de alterar a sua prescrição habitual. Descrição das variáveis Variáveis quantitativas medidas durante a consulta: - Refração - Classificação de grau de opacidade do cristalino Variáveis qualitativas - Inquérito sobre a data de começo do uso de óculos Descrição das técnicas A todos os pacientes foi efetuada uma anamnese onde foram recolhidos os pontos mais importantes, tendo em vista os critérios de exclusão, como: antecedentes familiares; antecedentes pessoais; data de nascimento expressa em idade em número de anos; sexo codificado em base de dados como feminino e masculino. Em relação ao estado refrativo, foram re-

•• Tanto o UV- A quanto o UV-B são absor vidos pelo cr istalino e agem com diferentes mecanis m os pr ovocando danos fotoquím icos de form a cr ónica e pr ogr essi v a n a estrutur a do cristal i n o ••

gistados os valores esféricos usados pelo paciente e efetuado novo exame refrativo utilizando métodos objetivos, através do Auto refratómetro Nidek ARK-1s e subjetivos utilizando foróptero Nidek RT-600 com cilindros cruzados de Jackson para afinação dos valores cilíndricos da prescrição, para comparação de dados refrativos, entre o que o paciente usava antes e o que necessita depois do exame. Foram considerados apenas os valores esféricos com cilindro negativo. No que diz respeito à análise da saúde visual, foram utilizados os seguintes métodos e meios; para deteção de patologia posterior foi utilizada a fundos camera Nidek AFC-210. Para deteção e classificação de cataratas foi utilizada a Lâmpada de Fenda Nidek SL-450. Em relação à análise de fundos verificou-se a existência ou não de alterações vasculares, maculopatias e alterações da papila do nervo óptico. Em relação à deteção e observação do tipo de cataratas existentes foi utilizado o seguinte critério: Esclerose nuclear grau 0 – inexistência de opacidade Esclerose nuclear grau 1 – Ligeira opacidade nuclear afetando ligeiramente a qualidade de visão, mas ainda assim permitindo uma AV de 6/6. Esclerose nuclear grau 2 – Opacidade nuclear em que a AV pode decrescer para os 6/12 Esclerose nuclear grau 3 – Opacidade nuclear em que a AV pode decrescer para os 6/36 Esclerose nuclear grau 4 – Opacidade nuclear densa em que a AV não ultrapassa os 6/36. Considerou-se ainda 1/2 escala quando o grau de esclerose não se enquadrava na escala unitária.

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seja absorvida de forma a limitar a sua chegada até à retina. A córnea absorve a radiação UV abaixo de 300 nm e o cristalino atenua a transmissão da maioria dos comprimentos de onda entre 300 e 400 nm. Os raios ultravioleta UV-A E UV-B induzem a formação de cataratas e não são necessários para a visão. Tanto o UV-A quanto o UV-B são absorvidos pelo cristalino e agem com diferentes mecanismos provocando danos fotoquímicos de forma crónica e progressiva na estrutura do cristalino3. A eliminação da radiação, desses comprimentos de onda, na exposição ocular reduzirá bastante o risco de lesões precoces de catarata, isto pode ser feito de uma forma simples, através do uso de óculos de sol ou lentes de contacto com proteção UV4. O cristalino absorve a maior parte dos UV, juntamente com a córnea, este facto já foi confirmado por diversos estudos epidemiológicos3. A exposição aos UV está fortemente relacionada com o risco de desenvolvimento de cataratas. Os efeitos da exposição aos UV no cristalino são reconhecidos como um fator de risco para o desenvolvimento de catarata2. Quando envelhecido e com cataratas o cristalino fica mais vulnerável à radiação UV-A do que um cristalino de meia idade6. A catarata pode classificar-se em três tipos principais: subcortical, nuclear e cortical posterior. O trabalho ao ar livre é um fator de risco determinante para o aparecimento de catarata, havendo estudos que comprovam a relação entre a exposição prolongada à radiação e a catarata cortical. Os níveis de glutationa no cristalino normalmente protegem as proteínas da oxidação, mas diminuem com a idade, resultando no dano oxidativo que, por sua vez, leva ao desdobramento de proteínas e agregação no desenvolvimento da catarata. Estudos epidemiológicos elucidaram alguns dos fatores que contribuem para o desenvolvimento de catarata relacionada à idade7. A catarata é muito comum em pessoas com mais de 50 anos, sendo a idade um dos fatores responsáveis pelo surgimento desta alteração7. Pensa-se que a radiação ultravioleta (UV) e o stress oxidativo desempenham papéis particularmente importantes. A radiação UV da luz solar causa a formação de espécies reativas de oxigênio⁷. Quando surgem as mudanças provocadas pelo envelhecimento do cristalino, começam a aparecer alterações tais como diminuição da transparência da estrutura, presbiopia, aumento na dispersão e aberração das ondas de luz, bem como uma degradação da qualidade ótica do olho8. Embora ainda não se conheçam estratégias eficazes na prevenção do início da catarata, já se conseguiram obter bons


•• Nes t e es t ud o p udem os constatar que quanto ma is c ed o o p a c iente começou a usar óculos p erma n en t emen t e, m enos incidência de catarata t em a o a t in g ir a idade cr itica de aparecimento ••

Resultados O estudo incluiu 102 olhos de 51 pacientes, 34 mulheres e 17 homens, com idades compreendidas entre os 40 e os 97 anos como mostram os gráficos 1 e 2 e 3.

Dos pacientes intervenientes no estudo 48,04% apresentavam um qualquer grau de cataratas, gráfico 4. Em relação ao tipo de cataratas encontrados nesta amostra, 80.43 por cento foram nucleares, 17.39 por cento corticais e só 2.17 por cento foram subcapsulares posteriores, como se pode ver nos gráficos 5 e 6.

Pacientes por sexo 80 70 60 50

48.04%

40

51.96%

30 20 10

Total

F

M

68

24

cataratas

Gráfico 1

s/cataratas

Gráfico 4

Tipo de cataratas

idade

30

120

25

100 idade

Optometriaz | 40 |

0

80

20

60

15

40

10

20

5

0 0

20

40

60 pacientes

Gráfico 2

80

100

120

0

G1

G1,5

G2

G2,5 NS

CC

G3 CSC

Gráfico 5

% por tipo de catarata

percentagens por sexo

2.17%

17.39%

34.00% 66.00%

80.43%

f

Gráfico 3

1

m

Gráfico 6

2

3

G3,5

G4


Correspondendo a esta percentagem de pacientes com cataratas que em caso algum atingiu níveis superiores ao grau 3, houve uma baixa, em termos absolutos, da prescrição média em cerca de 0,31D como se comprova no gráfico 7.

Rx habitual vs nova Rx em D

Rx média em Dioptrias

0.94 0.93 0.92 0.91 0.9 0.89 0.88

1

Series1

2

0.928921569

0.897058824 Axis Title

Em relação ao objeto principal deste estudo, verificar alguma relação causa efeito, entre a idade em que o paciente começou a usar óculos e o seu grau de catarata, conclui-se que existe um aumento de prevalência de cataratas em pacientes que começaram a usar óculos mais tarde e consequentemente estiveram mais sujeitos à exposição de raios UV, gráfico 8. Constata-se que os pacientes que começaram a usar óculos nas duas primeiras décadas de vida, praticamente não apresentam qualquer grau de catarata em comparação com os que só os começaram a usar a partir dos 40 anos em que a prevalência sobe exponencialmente como se pode observar no gráfico 9. Prevalência de catarata com e uso de óculos 35 30 25 20

As cataratas são um problema que aumentou nos últimos anos e que contribui em muitos países para o aumento da cegueira reversível com custos económicos elevadíssimos. Neste estudo pudemos constatar que quanto mais cedo o paciente começou a usar óculos permanentemente, menos incidência de catarata tem ao atingir a idade critica de aparecimento: os 60 anos. Constatou-se que a proteção UV das lentes oftálmicas, independentemente da sua coloração, podem ser um agente de menor desgaste do núcleo do cristalino e consequentemente ajudar ao não aparecimento precoce da esclerose nuclear. Será necessário no futuro alargar o objeto deste estudo a mais pacientes e registar a sua proveniência e atividade profissional.

15 10 5 0 0_5

6_10 11_15 16_20 21_25 26_30 31_35 36_40 41_45 46_50 51_55 56_60

catarata

s cat

Gráfico 8

% de pacientes com cataratas e idade de início do uso de óculos 100% 80% 60% 40% 20% 0% 0_5

6_10 11_15 16_20 21_25 26_30 31_35 36_40 41_45 46_50 51_55 56_60

catarata

Gráfico 9

s cat

Referências: 1. Meeting N. Ultraviolet radiation and cataract. 2005;642–4. 2. Delcourt C, Cougnard-Grégoire A, Boniol M, Carrière I, Doré JF, Delyfer MN, et al. Lifetime exposure to ambient ultraviolet radiation and the risk for cataract extraction and age-related macular degeneration: The alienor study. Investig Ophthalmol Vis Sci. 2014;55(11):7619–27. 3. Modenese A. Cataract frequency and subtypes involved in workers assessed for their solar radiation exposure: a systematic review. 2018;(Roberts 2011):779–88. 4. Roberts JE. Ultraviolet radiation as a risk factor for cataract and macular degeneration. Eye Contact Lens. 2011 Jul;37(4):246–9. 5. Editorial G. Blue-light filtering ophthalmic lenses: to prescribe, or not to prescribe? 2017; 37:640–3. 6. Zelentsova EA, Yanshole L V., Fursova AZ, Tsentalovich YP. Optical properties of the human lens constituents. J Photochem Photobiol B Biol. 2017 Aug 1; 173:318–24. 7. Frances WU, Sha W, Jie ZHU, Jeff R, Yong-bin YAN, Kang Z. Public impact, prevention, and treatment of cataracts. 2015;58(11):1157–9. 8. Sciences G. Age-related changes in the kinetics of human lenses: 2016.

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Conclusão

Gráfico 7


100% Optical

Olhar o Mundo | 42 |

Sétima edição de recordes A feira britânica arrebatou 9570 visitantes, entre profissionais do país e de fora da Inglaterra, e 200 expositores na edição que aconteceu de 25 a 27 de janeiro. Estabelecida desde 2014, o crescente interesse ano após ano, atribui-lhe a posição de maior evento de ótica do Reino Unido.

lançou novas rúbricas na edição de 2020, nomeadamente Ones to Watch, que focou as coleções de designers mais arrojados e atraiu muita atenção. A área Studio apelou aos gestores de óticas que se querem diferenciar. Aos mais nostálgicos, o Forgetten Eyewear Museum exibiu as armações que marcaram o panorama da moda e do quotidiano nos últimos 75 anos. Em destaque esteve também a rubrica de debates The 2020 Future Series, em que os participantes declararam em inquéritos que estavam ansiosos por aplicar as estratégias apreendidas nos seus negócios.

Organizado em parceria com a Associação de Optometristas local, tem no segredo do sucesso, segundo a organização, uma atmosfera fervilhante criada a partir das inúmeras atividades que se organizam no centro de exposições ExCeL London. Desfiles de moda, workshops interativos, áreas de aprendizagem, competições de design e uma festa bem alinhada de sábado à noite no bar da feira são alguns dos apelos para um certame que, embora mais pequeno que o SILMO, de Paris, e a MIDO, em Milão, tem uma amostra de luxo sobre produtos e tecnologias do setor e um ambiente intimista que tem arrebatado muitos seguidores . Os inquéritos feitos no terreno aos visitantes indicaram que os profissionais formam atraídos pelo facto de puderem experimentar novos equipamentos e técnicas na 100% Optical. Além disso, a organização

Love Eyewear Awards Os prémios de amor aos óculos introduziram-se nesta sétima edição da 100% Optical para promover as melhores armações. Patrocinados pela Shamir, aconteceram num espaço reservado para a festa, dentro do ExCel. Estiveram em “julgamento” dez categorias através do olhar atento de um painel de especialistas internacionais da ótica e influencers. Os vencedores foram:

Novo Designer 2020 ADRIAN MULLER Armação do ano infantil MONDOTTICA – ZOOBUG BUTTERFLY

Armação do ano feminina ALBERT I’MSTEIN, DIEGOIN WARSAW DREAMER C5 Armação do ano masculina GOTTI, PERSPECTIVE DC02 BOLD Armação do ano Luxo VYSEN, ARIES SUNGLASSES Óculos de sol do ano VYSEN EYEWEAR, ONIX NX 2

De realçar que os óticos ingleses estiveram em destaque com premiações pela criatividade nas vendas, nas montras e na forma de trabalhar segmentos especiais como o luxo. Campanha em prol da ótica nas ruas Love Eyewear Week foi o chamariz publicitário que a organização da 100 % Optical criou para levar o setor para fora das paredes da feira. Esteve ativa entre 20 a 26 de janeiro e contou com o apoio da indústria nas redes sociais, com imagens e mensagens sobre preferências em óculos. Para 2021 o desafio já foi lançado pela feira britânica. A oitava edição vai brilhar de 23 a 25 de janeiro no habitual ExCel de Londres.




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