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Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 83 • NOVEMBRO 2019

Vítor Veloso O poder da empatia Convenção Zeiss 2019 O futuro discutido em Berlim

Prémio Essilor Excelência da Ótica Os melhores da ótica em Portugal

opti 2020

A armação certa para a estreia!




16

24

28

Shamir

Vítor Veloso

OPTICALIA

O poder da empatia

A moda saiu à rua

34

42

44

Convenção Zeiss 2019

MIDO

David P. Piñero

BREVES

ENTREVISTA DE CAPA

Em jogo com as lentes Millennium

OUTROS OLHARES

OLHAR O MUNDO

O futuro discutido em Berlim

À conquista da sustentabilidade

46

Tendências Semana da Moda de Milão Índice | 4 |

Os óculos segundo a alta costura

Tema de Capa: José Veloso criou uma empresa sólida baseada na empatia que cria com quem o procura em busca de óculos. Está a passar a sua “arte” às novas gerações.

Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision é publicada em Portugal pela Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal NIF: 510195865 Gerente/Diretor - Cristóvão Jesus Detentor de 100 por cento do capital social Sede de Redação Rua Elísio de Melo, 28, S 38 4000-196 Porto Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Registo na ERC n.º 126933

OLHAR EM PORTUGUÊS

OPTOMETRIA Uso de lentes de contacto em crianças


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Editorial | 8 |

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 83 • NOVEMBRO 2019

VÍTOR VELOSO O poder da empatia CONVENÇÃO ZEISS 2019 O futuro discutido em Berlim

PRÉMIO ESSILOR EXCELÊNCIA DA ÓTICA Os melhores da ótica em Portugal

opti 2020

A armação certa para a estreia!

A ótica feita de honestidade e tecnologia Em novembro, fomos à descoberta da beleza de uma pequena e importante ótica de Famalicão. Ali descobrimos o quanto um coração bondoso e aberto pode fazer a diferença por um negócio tradicional. Conversas que se cruzaram durante a nossa entrevista e os olhares cúmplices entre uma família que se revê nos óculos, tudo sob a luz de uma decoração incrível e de muito bom gosto. Tudo isto compõe a nossa capa corajosa. A gigante Zeiss envolveu a nossa equipa num universo avançado entre a conquista da Lua e as tecnologias que tornam possível conhecermos o mundo com o detalhe atual. Numa viagem a Berlim apresentou à ótica portuguesa e ao mundo o trabalho dos seus cientistas na área da saúde visual, as tendências do mundo digital com membros das mais famosas equipas de plataformas online e a estratégia para Portugal em específico. Confirmou a posição que conquista no mercado. O anúncio do grande primeiro prémio da ótica, com assinatura da Essilor, também estimulou a edição. Estamos perante o momento em que a ótica vai subir ao palco dos meios de comunicação generalistas, reconhecendo numa avaliação prévia os pontos de venda mais notáveis. Os nossos óticos estão habituados ao escrutínio dos seus clientes, e a adaptarem o seu modus operandi às respetivas necessidades. Este é todo um novo nível de “concorrência” a que as lojas se podem candidatar. Esperemos que seja um sucesso! Fomos ainda registar o dinamismo do tecido empresarial português do nosso setor. É incrível e estimulante e envolve moda, solidariedade social e muita criatividade. Temos a paixão pelos óculos e, portanto, quando perante a oportunidade de partilhar as tendências mais atrevidas num mundo fascinante como o da alta costura, não hesitamos. A Semana da Moda de Milão presenteou-nos com tesouros e ideias incontornáveis. A ciência tem em nós toda a atenção e o nosso cientista residente, David Piñero, fala-nos da questão central das lentes de contacto e das crianças através de uma revisão central de muitos estudos. A não perder! De resto, temos já o coração e os olhos nas próximas feiras internacionais, para não perdermos pitada do que ocorre fora das fronteiras no nosso dinâmico mercado. Afinal, a ótica está sempre aqui! Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.





A forma e o conceito

Making Off | 12 |

Vítor Veloso é um homem de valores, um homem feito de sentimentos altruístas, um homem de família! Para o retratarmos não podíamos sair de perto de um dos amores da sua vida, a Ouroarte, ao mesmo tempo que sorria para as razões que o fazem ser tão forte: filhos e esposa. Para manter este ritmo de emoções e trabalho, Vítor encontro prazer nas duas rodas que o levam através do vento a novas ideias e a novas energias. Foi um prazer poder entrosar-nos neste conluio de amor e divulgar uma forma tão carinhosa de fazer ótica, baseada na entreajuda e na confiança.



Zoobug London

Breves | 14 |

Infusão retro A marca especialista em óculos para crianças lança quatro novos modelos de prescrição, para a temporada de 2020. A Zoobug revisita estilos clássicos dos seus primeiros anos de criatividade com novas tonalidades intensas e padrões tortoise. Ao conjunto adicionou-se ainda um toque de brilho ou a ligeireza das tonalidades em degradê, garantindo o glamour das novidades.

Barcelona specs

Lara D’

Unique: a arte em acetato A casa italiana anuncia uma coleção única em acetato Mazzucchelli, materializada em sete modelos artísticos de prescrição. Formatos inspirados nos mais clássicos desenhos eyewear ganham nova vida através de uma técnica de moldagem que confere uma elegância tridimensional de estilo art déco. Os modelos são ainda aprimorados pelas cores e padrões da técnica inovadora mix and match.

Feira independente chega a Espanha O certame nascido em Copenhaga, na Dinamarca, está a expandir o conceito. Depois de Berlim, na Alemanha, é a espanhola Barcelona que recebe a feira das empresas de óculos independentes. A parceria com o salão internacional SILMO apoia esta visão, que falará espanhol de 9 a 10 de maio de 2020. A Barcelona specs acontece no pavilhão Italiano, Fira Montjuic, na Praça de Espanha. “A ambição da copenhagen specs sempre foi promover e apoiar o eyewear independente. E o acordo com o SILMO, promotor da excelência na ótica, dá-nos a oportunidade de trazer esta iniciativa a Barcelona e difundir o espetacular segmento independente do setor. Vamo-nos manter fieis ao conceito de pequenos stands, focado no produto e numa atmosfera intimista e única”, adiantou Morten Gammelmark, fundador e CEO da copenhagen specs.



Waylife

Marca portuguesa na opti 2020 Hugo Oliveira, mentor da insígnia que materializou em óculos as edições MrDheo, Futebol Clube do Porto e Federação Portuguesa de Futebol, anunciou que vai levar a Waylife à opti 2020. O sucesso que a marca tem angariado justifica a presença na feira internacional, onde inclusive exibe a primeira coleção de prescrição em titânio, acetato e TR90. É que o lifestyle defendido pela Waylife já conquistou famosos como a atriz da Casa de Papel, Itziar Ituño, o jogador da seleção nacional de futebol, Danilo e o músico dos Anjos, Nelson Rosado.

Shamir Breves | 16 |

em jogo com as lentes Millennium A fabricante de lentes oftálmicas assume todo um novo nível de personalização ao apontar a sua tecnologia avançada aos jogadores de gaming, os adeptos do imenso universo de jogos online. Millennium é a resposta da Shamir às necessidade das crianças e jovens míopes, hipermétropes e astigmatas, com idades compreendidas entre os 10 e os 35 anos e expostos a smartphones, tablets, computadores, televisão, entre outros. Baseada num conceito de asfericidade positiva, a Shamir Millennium oferece uma ligeira potência de aumento na zona inferior da lente para responder aos desafios de acomodação. Com um design pioneiro e inovador, a nova lente alia os benefícios da saúde ocular ao melhor desempenho na resposta aos desafios digitais dos dias de hoje. Os benefícios do uso da Millennium passam pela redução do cansaço visual e do stress ocular, das dores de cabeça, do efeito de falsa miopia e muito mais.

Getty Images

Blackfin

Matthew Mcconaughey com aviador Zabriskie O famoso ator norte-americano, vencedor de um Óscar em 2014, foi captado em setembro com óculos de sol Balckfin, durante um jogo de futebol, no Texas. Matthew Mcconaughey escolheu o Zabriskie, um aviador de lentes ligeiramente quadradas e caraterizado pela subtileza. É que este modelo foi “esculpido” a partir de uma folha de betatitânio de um milímetro e produzidos através de processos micro-mecânicos sofisticados.



Breves | 18 |

Prooptica

Magnetismo Quebramar A insígnia de estilo desportivo casual propõe novos clips solares magnéticos que transforma a armação de prescrição em óculos de sol, de forma simples e plena de estilo. Os novos clips aplicam-se na coleção outono/inverno, materializada no calor e conforto da grilamida TR90 ou no metal monel, que se adapta na perfeição ao rosto. A Quebramar é uma marca referência na moda portuguesa, pensada para os quotidianos agitados da cidade e pontilhada com juventude e detalhes de performance.

Optivisão

conquista Olhos nos Olhos A rede óticas nacional reforça a presença em Lisboa com a integração da empresa Olhos nos Olhos nas suas fileiras. As duas óticas desta marca, localizadas em Telheiras e em Benfica, passam a partilhar dos valores e filosofia da Optivisão, acrescendo-se das marcas exclusivas e da comunicação do grupo. Fernando Tomaz é o líder da Olhos nos Olhos e passou a confiar no trabalho da Optivisão a partir de novembro, unindo-se às mais de 250 lojas sob égide da insígnia portuguesa. André Brodheim, administrador da Optivisão, declarou que “esta nova entidade, Óptica de Telheiras – Olhos nos Olhos, vêm fortalecer a posição competitiva da Optivisão no setor da ótica, assegurando aos clientes Optivisão uma maior proximidade na zona de Lisboa, garantindo os padrões de rigor e exigência que procuramos oferecer em todo o país. É com orgulho e muita honra que recebemos esta ótica na nossa família.”


It’s no coincidence when design sets your heart racing. # onschedule

10. – 12. JANUARY

Fairground Munich Frame by Rounder Rounder: Winner of the

of opti 2019.

www.opti.de


Maui Jim

Breves | 20 |

Viver o sol com leveza A marca de coração havaiano introduz o seu mais ligeiro material em lentes. MauiPure LT dá forma e energia ao modelo da Maui Jim, 443 Hema, através do conforto da extrema leveza, da garantia de resistência ao impacto e riscos e da certeza de uma visão excecional, graças à tecnologia avançada PolarizedPlus2. As MauiPure LT consagram-se ainda nas cores vibrantes, perfeitas para viver a natureza em pleno. Esta armação foi concebida com a performance máxima como base e, por isso, pesa apenas dez gramas. As extremidades suaves das hastes foram minimizadas e as plaquetas do nariz desenhadas para a passagem fluída do ar, proporcionando melhor aderência à pele com todo o conforto.

CECOP

Essequadro

JPLUS adquirida pela fabricante italiana A jovem empresa que produz a Essedue incorporou a vanguardista JPLUS nas suas fileiras. A Essequadro decidiu integrar a mente criativa por detrás da JPLUS, Alessandro Martire, permitindo ao designer o sonho de viver todo o processo da manufatura dos óculos, desde a conceção até à materialização. A coleção já formulada sob este conluio é apresentada no NB Center for American Automotive History in Sarteano, em Itália, a 15 e 16 de dezembro. Em março de 2020, a linha de primavera/verão vai ser lançada num evento público, na capital da moda milanesa. De realçar que a JPLUS nasceu em 2009, pela mão criativa de Alessandro Martire. Inspirada pela Beat Generation, mostrou-se impetuosa ao focar um sistema de vida baseado no desejo transgressivo de experimentação. Os produtos são livres das tendências de moda e, pela originalidade que imprimem, já conquistaram personalidades ímpares, como David Bowie, Vincent Gallo ou Lady Gaga.

Em crescimento O parceiro das óticas independentes registou um aumento de associados em mais de 15 por cento, em 2019. E para este sucesso contribuiu também a entrada da Ótica Coelho, na zona de Felgueiras, tornando sempre mais abrangente a presença do grupo em Portugal. O interesse crescente na CECOP, segundo os responsáveis do grupo, prende-se com a “independência e boas condições do mercado através dos melhores acordos com os principais fornecedores.” Ou seja, quem adere ao grupo quer manter a sua postura habitual, sem obrigações de compra e potenciando a própria imagem. Outros fatores apontados passam pelos programas de fidelização, nomeadamente a Fórmula Remunerada, na qual os associados recebem um rappel ao final do ano. Outro incentivo são as viagens que premeiam a dedicação e compromisso dos óticos CECOP com os parceiros de lentes oftálmicas. Em 2019, por exemplo, os consumos levaram os profissionais a Cabo Verde. Para 2020 o destino é Cuba! O grupo multinacional disponibiliza ainda um departamento de marketing atualizado e especializado em ótica. Este grupo de trabalho avançado realiza qualquer trabalho à medida de cada associado, com novidades que apoiam o crescimento dos negócios. Ainda como balanço de 2019, a CECOP destaca os três novos fornecedores protocolados: a Morel, a Maui Jim e a TKontakt.


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Breves | 22 |

Look

celebra a coragem do Red-Dot O ilustrador Peter H. Reynolds publicou em 2009 um livro de imagens intitulado The Dot (O Ponto, em português), que explorava temas como a coragem, a criatividade e a expressão pessoal. O sucesso da ideia foi retumbante e, desde então, se celebra, em setembro, o Dot Day em mais de 180 países por mais de 10 milhões de crianças. Esta efeméride inspirou a nova campanha da linha infantil da Look, a Lookkino, onde duas crianças libertam a vontade de brincar, bem apetrechados com óculos afiançados pela garantia da manufatura italiana.

Kering Eyewear e Safilo

renovam acordo da Gucci Os grandes grupos de ótica “apertaram as mãos” no que diz respeito à produção e distribuição dos produtos de marca Gucci. O acordo tem a duração de três anos e arranca em janeiro de 2021, dando continuidade ao que termina em dezembro de 2020. A Kering confirma assim a confiança na fabricante italiana, que investiu todo o seu potencial para manter os valores de qualidade e manufatura da Gucci. Dá ainda prioridade à manutenção do distrito italiano do fabrico de eyewear e, claro, ao mítico made in Italy.

CAO’s

O futuro da visão em Portugal As XV Conferências Abertas de Optometria, organizadas pela Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), realizaram-se de 2 a 3 de novembro, no Palácio de Congressos do Algarve, em Albufeira. Entre os temas abordados destacaram-se a prestação de cuidados em erros refrativos e baixa visão, a Norma Orientadora para a Saúde Escolar da Visão, a prevenção primária e rastreios oftalmológicos em idade pediátrica. Na abertura da iniciativa esteve o presidente da câmara local, José Carlos Rolo, precedendo as palavras do presidente da APLO, Raúl Sousa. O optometrista dirigiu-se aos colegas de atividade ressalvando a centralidade da profissão na saúde visual dos portugueses. “Faltam dois meses para terminar o plano de ação global para o acesso universal aos cuidados para a saúde da visão” apontou, acrescentando que este inclui a contratação de optometristas, algo que acontece porque há evidência científica sobre a qualidade e segurança deste serviço. Sobre a regulamentação, Raúl Sousa, ressalvou a necessidade de salvaguardar o trabalho de quem estudou na universidade, em relação a quem pratica a mesma atividade sem esse percurso. Tem sido nisso que a APLO tem investido, nestes três anos e meio, com conquistas ao nível do apoio do próprio Ministério da Saúde, de grupos parlamentares e de partidos e na redação de uma proposta de lei regulamentar da profissão, que acabou por não seguir os trâmites esperados. Raúl Sousa apelou ainda aos optometristas que não sejam coniventes com outras formas de realizar a optometria que não a que defende a APLO.


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Vítor Veloso

Entrevista de Capa | 24 |

O poder da empatia Ainda não conhecíamos a Ouroarte de Vila Nova de Famalicão e já os recortes dourados das imagens da ótica nos tinham apaixonado. O impacto da loja real foi surpreendente, porque o desenho desta casa é poderoso e intimista ao mesmo tempo, pleno de detalhes carinhosos. A “chuva” de linhas douradas vindas do teto escuro e que inunda o espaço com profundidade e dinamismo, o longo balcão que faz desejar os óculos expostos em traços destacados e as cadeiras confortáveis que convidam a demorar mesmo atrás da vitrine são os polos de atração da Ouroarte. Fotos: Miguel Silva


•• “ Eu cresci na crise! E isto aconteceu talvez frut o de m udanças que o mercado da ótica d e Famalicão sofr eu nessa altur a, com novas ó t ic as a instalar em - se” •• A história da Ouroarte escreve-se desde uns longínquos 1944. Isto era a ourivesaria/joalharia dos ex-patrões do meu pai, daí o nome Ouroarte. Pouco depois de iniciar o negócio, o proprietário da altura decidiu enveredar também pela ótica. O meu pai passou aqui a vida toda. Foi em 1982 que lhe propuseram comprar a loja e nessa altura pediu-me ajuda. Eu estava a trabalhar nos escritórios de uma empresa mas ia acompanhando a ótica nas férias. O meu pai desafiou-me que se pudesse contar comigo assumia o desafio do patrão. E assim foi. Integrei a empresa nesse ano e mantivemo-nos juntos até 1995, altura em que fiquei com o “passe” da ótica com a minha mulher e os dois filhos. Fui eu que decidi depois prescindir da ourivesaria, porque não era uma área que gostasse muito. As joias não eram um negócio interessante? Na altura eram e até deram conforto financeiro ao meu pai, mas eu gostava muito mais de ótica e fomos evoluindo no meio da forte concorrência do mercado de Famalicão. E existem imensas óticas só nesta rua! Já na altura existiam as óticas mais fortes de Famalicão. Hoje são essas mais os grupos. E todos são concorrentes, uns porque são importantes e têm bons produtos e os outros porque competem na base do preço através de linhas brancas.

Entrevista de Capa | 25 |

Mas mais importante do que todo o “ouro”, a Ouroarte é gerida por uma família de coração grande e cheio. É aí que está a chave do segredo da longevidade da empresa liderada pelo ótico Vítor Veloso e apoiada pela sua mulher, Paula e pelos filhos Paulo e Adriana. Recebem os clientes com uma familiaridade desarmante e são sobretudo honestos na transversalidade do serviço, desde o sorriso que recebe as pessoas até ao produto que melhorará visões e vidas. Também nos receberam desta forma e foi sentados no consultório de optometria que trocámos conversa. Daqui absorvemos ainda a vida desta casa de Famalicão, onde a cavaqueira com quem entra é familiar, onde os problemas se resolvem sempre a favor do cliente, porque a sua felicidade vai atrair muitos mais e onde uma família entrelaça o amor que nutre entre si com quem precisa de uma palavra de conforto. Foi Vítor que nos confessou que por vezes dá por si a falar da Ouroarte de manhã até à noite, mas não custa porque é uma empresa de vida positiva. Talvez esta energia tenha atraído os dois filhos para uma vida na ótica, embora Paulo tenha integrado a loja para prosseguir o negócio onde cresceu e a Adriana, licenciada como professora do ensino primária, tenha vindo em busca de uma paixão. Enquanto observámos este conluio familiar a partir da cadeira de exames, sentimos a empatia que existe entre todos e que, no fundo, se espalha a cada atendimento ao cliente. Descobri-los para lá destas paredes plenas de óculos é preciso forçar as memórias. Vítor em grande forma, diz com nostalgia que ainda há pouco tempo acabava o trabalho na Ouroarte para pedalar até à Póvoa. Ou para se perder nas estradas com o Paulo. Agora tem menos tempo, porque “hoje para vender o mesmo que se vendia há uns anos, exige mais trabalho. Há mais burocracias também e quando “damos por ela” já acabou o dia.” Ainda assim não se resigna. Mesmo tarde, senta-se na bicicleta de spining enquanto revê a jornada de trabalho e se mantém eternamente jovem e bem humorado. “Mesmo que não se faça desporto, o importante é chegar a casa e fazer alguma coisa que se goste, até aspirar o carro!” E é desta forma que encara o futuro, com a certeza de que tudo vai correr bem. Afinal é honesto de coração e sabe o trabalho que investe em cada uma das pessoas que o procuram, sabe que os seus seguidores são feitos da mesma matéria e que a verdade prevalece acima de qualquer tempestade do mercado.


E isso é um desafio! Nós compomo-nos de uma só ótica, sem mais lojas associadas. No fundo quero dar o meu melhor num único sítio e proporcionar aos meus clientes aquilo que eu também aprecio quando vou fazer compras. E considerando que sobreviveu à crise, pode afirmar-se com segurança que a sua estratégia está certa. Eu cresci na crise! E isto aconteceu talvez fruto de mudanças que o mercado da ótica de Famalicão sofreu nessa altura, com novas óticas a instalarem-se. Esse fator fez com que a população viesse procurar estabilidade e segurança em quem já estava a operar há mais anos.

Entrevista de Capa | 26 |

Têm aqui uma decoração muito arrojada. Não mudou a forma como os vossos clientes olhavam para a Ouroarte? É certo que tivemos algum receio que associassem a nova imagem ao luxo, consequentemente, a preços altos, mas o que se constatou é que todos adoraram, sem exceções.

Estas grandes empresas trouxeram novos contornos ao retalho da ótica. Sim, porque produtos mais baratos sempre existiram, mas com qualidade. Algumas destas linhas brancas pecam na falta de qualidade e criam confusão no consumidor. Dou o exemplo das lentes progressivas que têm sempre algumas especificidades que devem ser respeitadas e que em algumas destas lojas anunciam-se a preços demasiado baixos, isto para um produto com alta exigência técnica ao nível das aberrações e da adaptação. Porém o consumidor esteve “deslumbrado” por estes preços baixos. Considera que hoje já há um “regresso à calma”? Sim, mesmo porque o consumidor atual está muito mais informado e reconhece as diferenças. Já tive clientes que perdi e recuperei neste processo. Para além disso, as próprias empresas líderes nas lentes oftálmicas já proporcionam linhas mais económicas para fazer face às linhas brancas, também graças a processos de produção mais evoluídos, mas sem abdicar da qualidade e sem comprometer a saúde visual. Voltando à história da Ouroarte, em que pontos deste longo caminho sentiu que se impunha uma mudança na direção estratégica da empresa? Para ser sincero nunca houve grandes mudanças, pelo menos desde que assumi a empresa. Fomos estando atentos às novas tendências em preços, atendimento, serviços, entre outros, mas sempre deixando o negócio fluir. A grande mudança foi talvez ao nível da decoração da loja, que é uma preocupação grande que temos, porque é aquilo que faz com que as pessoas entrem na ótica. Preocupamo-nos também com a exposição, a qualidade dos serviços, o preço e tudo o que envolve o negócio, sem fazer com que o cliente pague mais por isso.

Hoje em dia, e mediante a introdução de novas formas de exposição pelos grandes grupos de retalho, vocês ainda mantêm os vossos óculos longe do toque dos consumidores. Pode ser uma desvantagem? A nossa tipologia de loja obriga-nos a esta solução, porque é pequena. Nós temos clientes que têm mais “anos de casa” que eu e que trouxeram filhos, netos e amigos e habituaram-se à nossa organização e não se importam. Note que também não temos um local para sentar, e os estudos


até dizem que o atendimento sentado favorece a venda e que ao fim de dez minutos em pé o consumidor perde o interesse na compra. A verdade é que temos compradores que estão aqui meia hora de pé, mesmo sendo-lhes dada a possibilidade de se sentarem, e preferem ficar assim. E até lhe pode dizer que muitas vezes as pessoas passam e não entram, porque sabem que têm que nos encarar, embora deixemos sempre quem entra à vontade. Vão aos nossos concorrentes com exposição livre, mexem, saem e acabam por vir aqui comprar! A nossa percentagem de venda é, aliás, mais alta.

Ou seja, embora muitas lojas caminhem para dar liberdade ao consumidor, ainda há uma larga fatia de pessoas que gosta de atendimento personalizado? Sim, as pessoas querem cada vez mais o atendimento personalizado e é essa aproximação que nós cultivamos aqui. E no futuro, o comércio tradicional vai ganhar nesta estratégia. Concordo, no entanto, que o esquema de entrar, escolher e pagar sem falar com ninguém funciona em lojas grandes. Na nossa não. Aliás, acho que é isto que nos diferencia e caracteriza. Nunca teve vontade de ter mais lojas? Não, mas gostava de mudar desta, que tem aproximadamente 25 metros quadrados, para uma com 60. Isso sim, ia facilitar o nosso trabalho. Crescer em lojas só se for a próxima geração. Eu prefiro trabalhar muito bem aqui, concentrado só nesta loja. Também porque se perde a qualidade de vida, passa a viver-se para o trabalho. E como convenceu os seus filhos a seguir as suas passadas? Eles é que me convenceram a mim (risos). O Paulo veio, não porque gostava, mas porque queria muito, depois o gosto adquiriu-o, claro. A Adriana formou-se como professora primária, mas também se rendeu ao negócio familiar. É difícil trabalhar com tantas óticas à volta, quase porta com porta? Não criamos problemas entre nós e provavelmente até nos apoiamos. Não devemos estar sozinhos e, ter a concorrência perto até é positivo. Como se lida com os novos consumidores, aqueles que “sabem tudo”? De facto, entram-nos pela porta, sabendo tanto como nós, desde a parte técnica até

aos preços. Acho que isto facilita o trabalho, embora no fim somos nós que conduzimos o cliente para os produtos mais adequados. Ainda por cima se a pessoa já sabe o que há de melhor e se sente segura com determinado produto e nós sabemos que funciona, não há que ter receio. Temos que ser honestos acima de tudo. Que sonhos tem para a Ouroarte? Olhe que eu agora nem durmo bem (risos)! Mas acho que o próximo passo é mudarmos para um espaço maior. Investir numa oficina mais espaçosa, num escritório e num espaço para nós. Era o ideal, mas sem nunca perder o conforto desta loja pequena e a proximidade que conquistamos com os nossos clientes. Temos sempre mais a sensação que as marcas eyewear independentes estão a crescer. O que acha? São vantajosas sim, para variar as marcas que se vende na loja e destacarmo-nos da concorrência, isto se se mantiverem assim pequenas. A questão é que, sendo marcas menos conhecidas do público em geral, mais dificilmente o cliente está disposto a pagar muito. As pessoas gostam de ostentar a marca e em Famalicão isso denota-se bastante. Conclusão, ter marcas algo conhecidas ainda não vende tanto como

as muito conhecidas, as de alta costura. Reconheço, porém, que poderá ser o futuro, visto que o mercado hoje “repete-se” muito. Eu tenho como máxima manter os meus clientes felizes por aqui virem, depois o que lhes vendo vem por acréscimo. E como prevê o futuro da ótica perante todo este cenário ao qual acrescentámos a força das vendas online. Acha que óticas como a Ouroarte serão nichos? Não, acho que vamos estar sempre bem, a não ser que se abra um buraco no chão! (risos) Apesar de bons concorrentes que temos, considerando o tempo de atividade que já acumulámos e, se mantivermos a nossa carteira de clientes, no fundo sabemos como estamos. Assim como os meus colegas. Isto dá para todos.

Entrevista de Capa | 27 |

A conversa é boa? (risos) Sim, vamos atendendo sempre de forma simpática e trocamos opiniões de estilo sobre os óculos e os clientes sentem-se em casa.


Fashioon Day Opticalia

A moda saiu à rua

Olhar em Português | 28 |

A equipa da Opticalia levou as suas mais recentes coleções para o “terreno”, convidando os óticos a inteirarem-se das novidades em ambientes primorosos. No LACS, em Lisboa, e no Indulgent, no Porto, a 8 e 10 de outubro, as marcas que dão cor ao portefólio do grupo de óticas estiveram ao dispor dos profissionais, num ritmo aprazível. A LookVision Portugal acompanhou o “Fashioon Day” no Porto, em plena Foz, com sol, mar e muita criatividade eyewear.

A equipa lusa da Opticalia sempre primou pela originalidade no trabalho junto dos seus associados e para fazer justiça a essa premissa, reuniram os óticos em locais privilegiados. Os profissionais tiveram um momento de escape do reboliço quotidiano ao ritmo de novos desenhos, das marcas exclusivas para 2020. Mango, Pepe Jeans, Pull&Bear, Custo Barcelona, Amichi, Pedro del Hierro, Victorio & Lucchino, Hackett, The Look e Trendy fizeram desfilar óculos de sol e de prescrição que ditam tendências. As mais recentes coleções incluem designs cat eye, estilos retro, o mítico aviador reinventado pelos criativos das insígnias, os oversize e as surpreendentes

novas formas hexagonais. Os tons terra e neutros acompanham azuis variados que servem de base a estampados florais e animais. As matérias renovaram-se no titânio, no ultem e no TR90. Nos óculos de sol, houve um claro regresso à feminilidade com embelezadores aplicados diretamente nas lentes, como novidade no segmento de luxo. No caso da Custo Barcelona, por exemplo, “salpicaram-se” purpurinas e estampados sobre lentes espelhadas que comungam do espírito da marca. Destacou-se também a marca própria da Opticalia, The Look, com cores elétricas e arrojadas e desenhos audazes, bem no compasso dos verdadeiros amantes de óculos.


•• O s p r of i s s i on a is t iv era m u m m om e n to d e es c a p e do r e bol i ç o q uo t id ia n o a o r i t m o de n o v o s de s e n h os , d a s ma rc a s e x c l u s i v as pa ra 2020 ••

Olhar em Português | 29 |

Uma Opticalia que conquista A Opticalia está em Portugal há uns intensos sete anos. Intensos porque se propôs a provocar o mercado da ótica com a mensagem de que os óculos se podem amar. Gosto de Óculos lançou-se entre os consumidores e os óticos responderam ao apelo. Hoje a Opticalia está impressa numa enorme “mancha azul” de 238 lojas. Com uma quota de mercado de dez por cento, os objetivos da equipa portuguesa deste grupo multinacional passa por conquistar os melhores óticos, explorar as melhores soluções de comunicação e levar os óculos a cada vez mais pessoas.


Olhar em Português | 30 |

Ergovisão

A leveza de Luís Buchinho Turista Acidental é o “título” das novas criações para a primavera/ verão 2020 de Luís Buchinho. Entre tecidos leves e cores enérgicas, os óculos estiveram em destaque nas novidades apresentadas no mais recente Portugal Fashion, na Alfândega do Porto. A 24 de outubro, sob as luzes da ribalta, desfilaram modelos oversized, com o preto como “personagem” principal e desenhos pensados numa mulher poderosa e prática. O criador português desenhou um conjunto pensado com ligeireza e para o dia a dia. Turista Acidental reflete a vida de hoje nas cidades de referência turística, a respetiva gentrificação, bem como as questões ligadas à sustentabilidade e ao meio ambiente. A nova coleção para a temporada quente também tem em si a procura inquieta pela identidade, que passam pelo regresso ao vestuário prático e despojado, fácil de vestir e transportar. Na passarela do magnífico edifício da Alfândega desfilaram, entre outros, decotes acentuados, tecidos acetinados, peças intrincadas e vestidos fluídos e esvoaçantes que fizeram a plateia viajar até aos dias

festivos do verão. Registou-se ainda uma tendência western, através dos típicos chapéus de cowboy. Como remate desta viagem aos dias quentes, os mais recentes desenhos em óculos assinados por Luís Buchinho em colaboração com o grupo Ergovisão e as “mãos experientes” da fábrica Sociel iluminaram os conjuntos. Desenhos de extrema elegância cobriram os rostos das modelos, demarcados pelas linhas intensas e escuras e recortes originais de atrevimento. No fim, a plateia em peso levantou-se para aplaudir mais uma temporada de criatividade, confirmando o poder de Luís Buchinho nos anais da moda.


Prémio Essilor

O Prémio Essilor Excelência da Óptica é uma iniciativa do Correio da Manhã e do Jornal de Negócios, em parceria com a Essilor, Prémio Essilor Excelência da Ótica que tem como objectivo reconhecer, inspirar, promover e destacar ópticas, de Norte a Sul do País, que se distingam nos diversos

Os melhores da ótica em Portugal campos de acção, dando-lhes visibilidade e amplificação mediática.

Esta iniciativa visa reconhecer e inspirar ópticas de diferentes dimensões, assim como premiar o mérito em Portugal.

As mais proeminentes óticas nacionais vão ter reconhecimento mediático as ópticas inscritas na Associação de Ópticasda se podem candidatar nas Categorias: através da arrojadaTodas iniciativa Prémio EssilorNacional Excelência Ótica. O galardão quer Melhor Atendimento reconhecer, inspirar, promover e destacar as óticas de excelência em todo o país Melhor Atracção de Clientes e tem assinatura da gigante das lentes oftálmicas Essilor Portugal, dos meios de Melhor Comunicação/Informação de Saúde Visível comunicação Correio da Manhã e Jornal Melhor de Negócios e da empresa de estudos Impacto Social de mercado GFK, em parceria com a Associação Nacional dos Ópticos. De realçar ainda que o líder do júri é Consulte o famoso cantore candidate-se Pedro Abrunhosa. o Regulamento em www.premioessilor.negocios.pt Inscrições abertas até 15 de Dezembro. Dê visibilidade à sua óptica!

Na edição pioneira deste Prémio Essilor Excelência da Ótica contam-se quatro categorias a concurso: Melhor atendimento, Melhor dinamismo na atração de clientes, Comunicação/Informação de Saúde Visual na loja e Impacto na Comunidade. A iniciativa inclui também dois prémios por votação direta de um júri, nomeadamente o prémio Carreira e o prémio Inovação/Investigação. O momento central está na atribuição do Grande Prémio Ótica do Ano, que quer representar o reconhecimento máximo do setor em Portugal. A participação está dedicada a todas as óticas associadas da Associação Nacional dos Ópticos (ANO), que devem inscrever-se em premiosessilor.negocios.pt, até 15 de dezembro. No caso de se tratar de uma empresa com várias lojas, cada uma pode candidatar-se individualmente, porque os prémios visam o ponto de venda em si, independentemente da dimensão ou do ponto geográfico. O presidente da ANO, Fernando Tomaz, ressalvou, na altura do anúncio da iniciativa, que os negócios dos seis membros da sua direção, nomeadamente, António Amorim, Paula Silva, Daniela

Fonseca, Alberto Fonseca e Arlindo Teixeira, não se candidatam ao Prémio Essilor Excelência da Ótica, garantindo total transparência na respetiva atribuição. Toda a avaliação está sob responsabilidade de um júri, após uma primeira fase que inclui um questionário online às lojas candidatas, com observação dos meios digitais e uma visita de avaliação através da metodologia de “cliente mistério”. De realçar que as óticas inscritas podem aceder ao relatório final da visita avaliadora, da responsabilidade da GFK. O fim deste processo culmina na avaliação do júri da seleção das melhores óticas em cada categoria, para se escolher os vencedores. Os prémios são anunciados a 18 de Março de 2020, num jantar de gala no Hotel Ritz Lisboa.

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EXCELÊNCIA DA ÓPTICA


Institutoptico

Novas lojas fazem reforço fundamental

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O grupo nacional cresceu em associados ao juntar à sua equipa a Visãoptica, da Figueira da Foz, e a Central Ópticas, de Braga. As novas “aquisições” reforçam a presença do Institutoptico nas regiões norte e centro do país. Na Figueira da Foz, Anabela Pais Menezes, gerente da Visãoptica, encontrou no Institutoptico um reflexo dos seus próprios valores. “Damos valor às pessoas, damos valor à satisfação, damos valor a gerações. E foi isto que encontrámos no Institutoptico. É um grupo que apela à cooperação, à partilha de experiências e à vontade de continuar no mercado de forma profissional”, reforçou a líder da Visãoptica. O facto do mercado ser sempre mais competitivo foi o fator de decisão desta casa com duas lojas, que conta com o grupo nacional para partilha de conhecimentos e grandeza competitiva. “O Institutoptico continua a crescer e a integrar os óticos que acreditam no setor da ótica cada vez mais ligado à área da saúde, neste caso saúde visual, onde a prioridade é trazer qualidade e personalização aos serviços que prestamos aos nossos clientes. A Visãoptica aposta nesta nossa missão e estratégia e o Institutoptico tudo fará para que esta e as restantes óticas do grupo possam fortalecer os seus negócios e reiterar a confiança dos seus clientes”, reforçou Vera Velosa, gerente e responsável pela área de sócios e recursos humanos do Institutoptico Também Adelino Teixeira, gerente da Central Ópticas, tem os mesmos motivos para a adesão ao grupo. “O Institutoptico é neste momento o grupo de óticas que melhor defende os óticos tradicionais em Portugal. Partilhamos a mesma missão e visão de trazer o melhor serviço e a melhor solução a cada cliente. Acreditamos que com eles podemos crescer e desenvolver o nosso negócio com um posicionamento de qualidade baseado na valorização do setor”, justificou Adelino Teixeira. Com a Central Ópticas, o Institutoptico ganha cinco novos pontos de venda sob as suas cores. Vera Velosa demonstrou a grande satisfação com esta incorporação. “Tal como nós, partilham da ideia de que em conjunto o setor da ótica tradicional pode marcar a diferença, em

termos de competitividade e de qualidade do serviço prestado. Este é cada vez mais o nosso foco e queremos trazer para o grupo os óticos que apoiam esta nossa estratégia. A entrada da Central Ópticas no Institutoptico é mais um indicador que estamos no bom caminho”, acrescentou a representante do Institutoptico.

•• “O Institutoptico é neste m omento o gr up o de óticas que m elhor defende os óticos tradicionais em Por tu g a l. Partilhamos a m esm a missão e visão de traz e r o m elhor serviço e a melhor solução a cada cliente” ••


Ministra da Saúde de Moçambique confia visão à MultiOpticas

•• For am 1 1 dias de tr abalho por par te da equipa de optom etr istas da M ultiOpticas destacada par a a m issão ••

Foram 11 dias de trabalho, junto das comunidades carenciadas entre a Ilha de Moçambique e Nampula, por parte da equipa de optometristas da MultiOpticas destacada para a missão. O objetivo foi melhorar a saúde visual de quem foi rastreado e Nazira Abdula agradeceu o trabalho desenvolvido pelos profissionais do grupo, reconhecendo a relevância do mesmo. A Universidade de Lúrio, localizada em Nampula e onde existe o curso de optometria, esteve também envolvida nesta iniciativa. Aliás, todas as máquinas usadas nos rastreios visuais foram posteriormente doadas a este curso da universi-

dade, para além da oferta de duas bolsas de estágio a alunos que se destacaram com o seu trabalho desenvolvido no terreno, sob a orientação dos optometristas da MultiOpticas. Esta oportunidade vai desenrolar-se no próximo mês de janeiro nas lojas MultiOpticas, em Portugal. A missão Olhar por Moçambique contou ainda com o apoio institucional da HELPO, do Instituto Camões, da Embaixada de Portugal em Moçambique, da Embaixada de Moçambique em Portugal e da Universidade de Lúrio, tendo como parceiras marcas como a TAP, LAM, Staples, Hoya, AON, Coopervision, Artefacto e Zurich Portugal.

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A iniciativa Olhar por Moçambique, desenvolvida pela MultiOpticas em parceria com a organização não governamental HELPO, recebeu a visita da Ministra da Saúde do país, durante a ação no terreno. Nazira Abdula integrou o rastreio como uma das mais de 1000 pessoas examinadas, num gesto simbólico que atesta a relevância da atividade.


Convenção Zeiss 2019

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O futuro discutido em Berlim

A ZEISS Vision Care envolveu cerca de 100 portugueses, entre óticos e jornalistas, nos mais de 2000 convidados da grande Convenção ZEISS 2019, um evento de caráter multinacional. De 21 a 22 de outubro, Berlim foi palco da mensagem Seeing Beyond, ou seja, do compromisso da ZEISS na continuidade do pioneirismo na investigação e desenvolvimento de produtos avançados. A presente edição assinalou o compromisso da gigante de lentes oftálmicas na renovação digital das óticas e ainda com a sustentabilidade e meio ambiente. A LookVision Portugal esteve na linha da frente do encontro mundial, que demarcou os 50 anos da “chegada da ZEISS” à Lua.


1969 na Lua, 2019 em todo o lado! Os 50 anos da primeira alunagem humana, na qual a ZEISS desempenhou um papel central na captação das imagens que

•• A Z EISS alar gou a sua pr oteção contra o s ra ios UV a todas as suas lentes, num c o n t ributo clar o para a humanidade, sem c o b rar nada m ais pela nova vantagem ••

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A equipa da ZEISS concentrou esforços para criar um ambiente de perfeita imersão na marca aos mais de 2000 convidados de cerca de 60 países. Os míticos Station Berlin e Tempodrom transformaram-se de acordo com o compasso da insígnia, plenos de informações basilares sobre o que faz a ZEISS tão importante e especial. Os produtos, as tecnologias, as ideias e os colaboradores que tornam tudo “vivo” e dinâmico foram colocados ao dispor dos participantes da Convenção ZEISS 2019. Logo à chegada da fabulosa antiga estação de comboios, no primeiro dia, estavam os personagens principais desta história à espera dos profissionais: os olhos. Animadores bem caraterizados anunciaram desde logo a dimensão e o espírito do encontro. Já no complexo, a equipa da ZEISS recebeu todos com aplausos, num agradecimento sentido pelo trabalho de todos em prol do reconhecimento da marca em todo o mundo. De resto, no bem concebido Market Place ZEISS, o conforto do espaço berlinense, pleno de sabores quentes, os sorrisos hospitaleiros e palavras de esclarecimento sobre os produtos em exposição, os ecrãs interativos e lugares de descanso e relaxe garantiram o total sucesso da edição de 2019. Os óticos puderam, inclusive, realizar visitas temáticas, centradas na tecnologia e no marketing digital, aprofundando conhecimentos e trocando experiências com colegas de outros países. Nesta feira destacaram-se ainda as marcas eyewear que confiam na ZEISS para completarem as suas criações. Vários stands de casas premium de óculos, nomeadamente a Mykita, a Rolf Spectacles, a Andy Wolf, a Maybach, a Etnia Barcelona, entre tantas outras, contactaram com os seguidores da ZEISS de todo o globo.


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mudaram o mundo, serviram de tema base à Convenção ZEISS 2019. Sven Hermann, membro do concelho Zeiss Vision Care apareceu de forma surpreendente, diretamente do “céu” do pavilhão de convenções Tempodrom para o palco, vestido, precisamente, de astronauta. Sven foi responsável por dar as boas vindas oficiais das conferências aos mais de 2000, retalhistas de ótica, optometristas, óticos e jornalistas presentes em Berlim. Este especialista comunicou as linhas centrais da estratégia da ZEISS a curto e médio prazo e introduziu ainda as novidades em produtos. Sob o olhar expectante da plateia, Sven falou da tecnologia ZEISS UVProtect, assumida hoje por mais de 20 milhões de usuários de óculos, do ZEISS VISUFIT 1000 e da nova gama de lentes ZEISS SmartLife, que será introduzida em Portugal em 2020 e que responde de forma pioneira aos novos estilos de vida do consumidor. Sven Hermann chamou depois para a luz das apresentações o oftalmologista, Miguel N. Burnier Jr. O médico que desenvolve investigações no McGill University Ocular Pathology & Translational Research Lab, do Canadá, expôs os seus estudos sobre a relação do Carcinoma Basocelular (CBC), cancro das pálpebras, com a exposição aos raios UV. Nesta pesquisa envolveram-se 1464 doentes desde o Canadá, passando pelo México, Brasil, e Chile até à Colômbia. As conclusões soaram claras: o CBC é um cancro induzido pelos UV e o dano actínico (dano UV) dos fibroblastos da pele por baixo da epiderme é um passo crucial para o desenvolvimento do CBC. Porém, a boa notícia é que Miguel Burnier e a sua equipa apuraram que células cultivadas envolvidas no desenvolvimento de queratinócitos do CBC e em particular


fibroblastos não têm proliferação anormal, quando protegidos dos UV. As proteções utilizadas pelos cientistas nestas investigações foram as lentes da ZEISS, que demonstraram total proteção das células contra as mudanças de ADN que induzem transformação maligna e anormal. Apoiada nesta evidência, a ZEISS alargou a sua proteção contra os raios UV a todas as suas lentes, num contributo claro para a humanidade, sem cobrar nada mais pela nova vantagem. Sven Hermann regressou novamente ao palco para levar os convidados na viagem obrigatória ao passado gloriosa de uma ZEISS que dita os avanços tecnológicas das áreas onde está envolvida e contribui para a edificação de uma sociedade mais evoluída e saudável. Prova disso, entre tantas outras conquistas, são os mais de 35 galardoados com o prémio Nobel que confiaram em microscópios ZEISS para ver melhor o mundo! De olhos na evolução A segunda jornada da Convenção ZEISS virou o foco das palestras de dentro para fora, assinalando a evolução e o estado dos mercados. Boris Dejonckheere, o diretor das operações de vendas globais da marca, convidou os profissionais a interpretaram o mercado de uma nova perspetiva. Anunciou, antes de tudo, que apesar do setor das lentes estar a crescer 3,2 por cento ao ano, a ZEISS está a impor um ritmo quatro vezes mais rápido que esse resultado. Porquê? Porque está atenta às mudanças no retalho que converge com rapidez em direção às redes sociais. Há uma comunicação fabulosa entre os consumidores que ao tornarem-se fãs de uma marca conseguem espalhar essa satisfação de

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•• Sven Her m ann falou da tecnologia ZEISS UVProtect, usada hoje por m ais de 2 0 milhões de usuár ios de óculos, do ZEISS VISUFIT 1 0 0 0 e a nova gam a de lentes ZEISS Sm ar tLife ••


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forma rápida e incisiva, como nunca antes. A pressão sobre os negócios é enorme mas há também grandes oportunidades nesta mudança. A sociedade está a viver mais tempo e com novas necessidades visuais, algumas delas nunca abordadas. O aumento da miopia é um facto adquirido, assim como a facilidade em montar-se uma marca, uma história e um conceito em torno das empresas. Boris Dejonckheere revelou ainda as dez tendências de consumo que assentam em compradores conscientes, aqueles que querem o mundo livre de plásticos, os agnósticos da idade, a parte em que todos são especialistas, a união provocada pelo digital, os que querem voltar ao básico, os que acreditam que conseguem cuidar de si, o com-

prador que quer tudo agora e o grupo JOMO (joy of missing out) que se afasta das redes sociais para viver o presente. A ZEISS acompanha todas estas premências, em direto! A subir para as luzes da ribalta seguiu-se Rolf Herrmann, vice presidente de marketing global e experiência do consumidor da ZEISS. As pessoas estão constantemente conectadas e este facto por si só muda tudo, incluindo as exigências dos consumidores. Quem entra na loja já procurou, pesquisou e instruiu-se online. O trabalho do ótico passa a ser diferente. E o que interessa hoje é, precisamente, atingir os consumidores onde eles estão, onde trocam experiências, onde falam com os amigos. Ou seja, nos social media.

A ZEISS convidou, por tudo isto, dois palestrantes essenciais. Rüdiger Dorn industry lead manufacturing/entreprise sales na Google e Christian Gaugeler strategic account manager DACH no Facebook. Os oradores falaram do que torna estas redes sociais tão irresistíveis aos consumidores e tão importantes para as empresas. Através da Google e do Facebook pode “chegar-se às pessoas a qualquer hora e em qualquer lugar e ainda segmentar quem queremos atingir.” Neste seguimento, a gigante de lentes oftálmicas criou a plataforma o Meu perfil visual. É uma ferramenta online, que fala diretamente às pessoas, mostrando-lhes os desafios a que os olhos estão sujeitos diariamente e que soluções podem estar ao dispor através das lentes oftálmicas ZEISS. Novos produtos e um futuro que se antevê A grande novidade foi o ZEISS VISUFIT 1000, uma plataforma inodora e de elevada precisão para determinar dados como a distância interpupilar, distância de leitura e ângulo ou inclinação pantoscópica através de imagens em 3D, garantindo desta forma lentes altamente personalizadas. A ZEISS é precursora na digitalização do apuramento de dados de centragem graças a mais de 20 anos de experiência na área e intensas pesquisas e desenvolvimentos, apoiados numa equipa interdisciplinar de especialistas de todo o mundo. Este upgrade vem melhorar ainda mais a precisão, velocidade e a experiência do cliente. Com este ZEISS VISUFIT 1000 a marca alemã garante uma plataforma digital que


ZEISS responsável e sustentável! A Convenção ZEISS 2019 foi também momento para mostrar os resultados das políticas sociais e ambientais. Na ZEISS, mais de 240 iniciativas globais foram agrupadas sob o lema Verde, Seguro, Responsável, com o objetivo de promover uma produção e processos logísticos mais ecológicos. E estes processos favoreceram ainda outras facetas da empresa, como o aumento da segurança laboral, nomeadamente, com a redução do uso de produtos químicos potencialmente perigosos ou através da melhor organização dos espa-

ços de trabalho. Tudo isto, claro, reverteu num acréscimo na saúde ocupacional. Para a ZEISS, enquanto fundação, a responsabilidade social e ambiental teve um papel importante ao longo da sua história e conta com o impacto coletivo de muitos pequenos e grandes passos. Por exemplo, desde novembro de 2018, evitou-se a produção de 50 toneladas de resíduos de plástico, graças à produção de um novo aro de semi-acabado para lentes. Isso corresponde à quantidade de plástico necessária para produzir 2,5 milhões de sacos plásticos. Além disso, a ZEISS evitou o fabrico de aproximadamente 75 toneladas de emissões equivalentes de CO2, correspondendo à quantidade gerada por 40 viagens entre a Tailândia e Berlim. As futuras produções de aros também serão muito promissoras, com a possibilidade de reduzir a quantidade de plástico usado em 65 por cento, em comparação com a versão original. Além disso, a casa alemã colabora com os fornecedores para melhorar significativamente a sua balança ecológica, no que diz respeito às embalagens no futuro. Além de uma produção mais sustentável, participa ativamente em atividades para apoiar os objetivos de desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas. Atualmente, a ZEISS utiliza 9800 megawatt/hora de eletricidade renovável no consumo de energia nos respetivos locais de produção. Significa que economiza uma giga tonelada de dióxido de carbono por ano. Seriam necessárias 7000 árvores e 30 anos de um projeto de reflorestamento para equilibrar a mesma quantidade de CO2.

A água é necessária na produção para arrefecimento e limpeza. O tratamento da água é padrão na produção moderna de lentes. Mas as melhorias no processo tornaram possível a poupança de água. Desde 2018, a ZEISS poupou 180.200 toneladas de água, o suficiente para abastecer quase 180.000 pessoas durante um ano. A faceta do compromisso social da ZEISS assenta no facto de milhões de pessoas dos países em desenvolvimento não terem acesso a cuidados de saúde visual. A empresa multinacional procura viabilizar o diagnóstico e tratamento de doentes em todo o mundo através de diferentes organizações. Entre elas estão a 13 Missão Christoffel para Cegos, Helen Keller International, Optometry Giving Sight e o Free Lunch Fund, juntamente com projetos locais. Com a criação do programa Aloka, a ZEISS estabeleceu um programa de atendimento na área rural da Índia. Todos os meses, cerca de 8000 pessoas são examinadas pela primeira vez e, se necessário, recebem óculos ou cuidados de saúde. O modelo de negócios sociais desenvolvido em conjunto com organizações não governamentais e fundações locais e regionais, bem como com pequenos empresários, possibilita que uma equipa pequena, de quatro optometristas, tenha um grande impacto e continue a alcançar milhares de pacientes.

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acomodará o próximo nível de personalização e digitalização que os consumidores exigirão. Por usar nove câmaras é necessária apenas uma foto para criar uma imagem de 180 graus do rosto do utilizador. Com isso, o profissional processa os dados obtidos a partir de 45 milhões de pontos. Imagens com ângulos diferentes podem ser criadas e comparadas. O volume e a precisão dos dados captados incluem uma imagem 3D do rosto do cliente e, em breve, estará disponível a prova virtual de óculos e a seleção de lentes personalizadas. A interface entre o ZEISS VISUFIT 1000 e o especialista assenta no ZEISS VISUCONSULT 500, que vai para além de um sistema de gestão dos clientes. É também uma plataforma completa com ligação a quase todos os dispositivos e instrumentos da ZEISS. Esta ferramenta conecta, apoia a organização das informações e, dessa forma, simplifica o processo da consulta.


Porsche Design óculos que são luxo e performance P’8508 | AVIATOR SUNGL ASSES www.porsche-design.com

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A Modavisão apresenta a mais recente conquista do sua gama premium: a Porsche Design. Num evento glamoroso, no espaço soalheiro do restaurante Eleven, em Lisboa, os óculos desfilaram entre famosos e influencers, para atingir os amantes de produtos de luxo. “Para nós é uma oportunidade incrível de desenvolver o nosso portefólio”, declarou à LookVision Portugal Miguel Machado, optical business manager da Modavisão.

P’8508 | AVIATOR SUNGL ASSES A Porsche Design apresentou-se sob nova liderança em Portugal. A Modavisão encontrou na marca um importante acréscimo ao seu leque de oferta e atraiu rostos famosos ao evento de apresentação. Jorge Corrula e José Fidalgo foram as principais figuras da iniciativa e posaram para as câmaras de televisão com as novidades da insígnia. www.porsche-design.com

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“É a marca premium número um no mundo em termos de lifestyle masculino e é para nós a melhor forma de diversificar o portefólio, como temos já vindo a fazer. A nossa missão para a Modavisão passa por sermos o parceiro da ótica em eyewear premium. Nós não trabalhamos insígnias de moda, mas sim marcas de ótica,

diferenciadoras, de alta qualidade e que distinguem o trabalho do ótico”, explicou Miguel Machado. No topo do restaurante Eleven destacaram-se designs especiais, que vão além das tendências e se impõem no tempo. A respetiva “idoneidade” está confirmada nos diferentes prémios de design arrebatados a nível internacional, entre os quais os renomados IF Design e Red Dot Design. Claro que, o destaque centrou-se no histórico aviador, que passou de rosto em rosto, entre os convidados do lançamento da marca e ainda as avançadas lentes. Espelhadas ou simples têm garantia de qualidade exímia, graças à proteção máxima contra os raios UV, às matérias leves e resistentes, ao tratamento polarizado e antirreflexo e à garantia de uma experiência visual perfeita. O corpo destes modelos também têm o luxo inscrito em cada aresta, através da excelência do titânio e da fibra de carbono, repescando a velocidade e adrenalina que lhes estão inerentes. 19.12.18 15:28

Sobre a Porsche Design A Porsche Design é uma marca de lifetsyle exclusiva nascida em 1972 através da visão de Alexander Porsche, o homem que desenhou o icónico Porsche 911. O designer alemão quis levar os conceitos e princípios da marca de família além do setor automóvel, imprimindo-a em diferentes produtos. “Design não é simplesmente arte, é a elegância da função” era o lema base do trabalho desta marca. De facto, o reconhecimento da Porsche Design extravasou as fronteiras e tornou-se sinónimo de precisão e inovação tecnológica. A Porsche Design Eyewear, em específico, assenta sobre esta filosofia e nasceu para romper com as barreiras da indústria de óculos. Com inspiração em armações como a 911 da Silhouette e com a garantia do fabrico Rodenstock nas lentes, a Porshe Design Eyewear usufrui de um estatuto de poder e segurança no setor da ótica.


MIDo

À conquista da sustentabilidade

Stand up for green A nova competição do certame italiano reconhece os expositores que planeiam e criam o seu stand, adotando critérios amigos do ambiente e desafia todas as empresas presentes a candidatar-se. O vencedor recebe um galardão durante a festa que demarca o meio século de aniversário da MIDO e será a estrela de um destacado plano de comunicação. Terá ainda espaço no site da feira, onde uma nova área pode ser consultada www.mido.com/sostenibilita. O painel do júri vai considerar a sustentabilidade geral do stand, o nível de inovação, a originalidade e a habilidade de passar uma mensagem positiva ao público sobre a importância das escolhas amigas do ambiente para o futuro da humanidade e do planeta. Para participar os expositores têm que preencher um formulário disponível no site da MIDO, com a descrição do stand, os materiais usados, as abordagens empreendidas, as razões por detrás das escolhas sustentáveis e os objetivos para melhorar em 2021. MIDO: o caminho rumo a uma feira mais sustentável A grande feira mundial e a respetiva empresa de serviços associada começaram uma jornada em direção à sustentabilida-

de e transparência corporativa. Esta dupla abordagem tem várias facetas. Internamente, as garrafas de plástico já foram eliminadas e substituídas por grandes dispensadores de água. As salas de reunião são fornecidas com garrafas especiais recicláveis. Todos os colaboradores aprovaram ainda o Código de Ética e o Código de Conduta da MIDO, que vai ser explicado aos expositores, visitantes, fornecedores e parceiros. Estes dois documentos fundamentais confirmam os valores centrais da empresa e torna os seus objetivos e trabalho mais transparente. “Integridade, justiça, colaboração, profissionalismo e sustentabilidade são a base do nosso código de ética. É um documento que formaliza as preocupações da MIDO quanto ao bem-estar da sua equipa e do ambiente. Trata-se de passo fundamental para envolver todos de forma ativa, transformando hábitos e influenciando vidas. Já há muito tempo que temos noção do impacto social e ambiental de uma feira como a MIDO e sempre trabalhámos para o restringir. Hoje é crucial adotar políticas tangíveis focadas no ambiente e na sustentabilidade que nos envolva a nós e ao nosso certame e a todos os players da indústria com quem interagimos ”, declarou o presidente da MIDO, Giovanni Vitaloni.

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A feira mundial que acontece em Milão de 29 de fevereiro a 2 de março celebra os seus profícuos 50 anos de “vida” com uma competição “verde”. O stand mais sustentável será premiado com a inclusão num novo projeto de comunicação marcante. 2020 representa ainda o ano zero da missão de tornar a MIDO mais responsável ao nível da pegada no ambiente, rumo à certificação ISO 20121.


opti 2020

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A armação certa para a estreia!

Ícones de estilo, armações com carácter ou lentes de prescrição de alta performance vão colorir a primeira feira internacional de ótica do ano. De 10 a 12 de janeiro, no Fairground de Munique, as empresas vão lançar as tendências de 2020, com muitas estreias em exposição. Novas companhias apresentam os mais recentes lançamentos em exclusivo para os visitantes da opti. Fica registada uma pequena amostra dos novos expositores da Alemanha, Itália, Reino Unido e EUA. Com toda a variedade a ser exibida pelos mais de 600 expositores nos seis pavilhões da opti, impõe-se a certeza de que qualquer tendência de consumo para 2020 já terá sido vista pelos profissionais na feira de Munique. De seguida, destacam-se cinco companhias que dispõem os seus mais recentes produtos no certame alemão. A Brando Eyewear foi criada por Michael Jardine há 30 anos e hoje dá ritmo a quatro marcas com diferentes estilos e focos. “a opti tornou-se uma das mais importantes feiras na Europa e a Alemanha, em particular, é um mercado importante para nós. Isto é refletido pela decisão de lançarmos a linha Y’s, da coleção Yohji Yamamoto, na opti”, declarou Arnaud Dubord, diretor executivo da Brando. A Miga Eyewear nasceu de dois italianos que desenhavam óculos em exclusivo para a família e os amigos. Hoje expandiu-se com produtos icónicos, feitos à mão. “Estamos a crescer paulatinamente e chegamos a um ponto em que podemos e queremos apresentar a nossa coleção na opti”, explicou a especialista de marketing da insígnia, Lucia Amicarelli.

A marca original Kreuzbergkinder apresenta produtos baratos, mas de qualidade irrepreensível. Na opti está prometida uma novidade absoluta, a coleção Evolution. “Este lançamento é a metáfora do dia depois de amanhã, das Crianças de Berlim da era pós-revolução que voltaram para um mundo ferido e destruído, como almas perdidas”, descreveu Ioana Serbanescu, designer e diretora da marca. A Delirious de Itália foge das tendências através de uma criatividade acutilante. O resultado está nas linhas simples e formas minimalistas. “Até agora não estávamos bem preparados para o mercado alemão, mas agora temos todas as condições e estamos ansiosos pela opti 2020”, relatou Marco Lanero, o rosto desta Delirious. Uma estimativa de 350 milhões de pessoas sofrem da deficiência visual das cores vermelho-verde e a EnChroma é a primeira e única empresa do mundo a proporcionar óculos de alto desempenho, cientificamente suportados, para este problema. “Estamos a usar esta primeira aparição na opti para demonstrar a mais optometristas e oftalmologistas o efeito destas lentes através do nosso simulador de cegueira da cor”, disse Andy Schmeder, CEO da EnChroma.



Optometria | 44 |

Vantagens e inconvenientes do uso de lentes de contacto em crianças Texto: David P. Piñero Departamento de Ótica, Farmacologia e Anatomia da Universidade de Alicante, Unidade de Optometria Avançada. Departamento de Oftalmologia, Hospital Vithas Medimar Internacional, Alicante

O desenvolvimento da contactologia infantil é uma fonte de controvérsia na atualidade, principalmente no âmbito médico. A motivação desta controvérsia são as dúvidas acerca da sua indicação e sobretudo a preocupação sobre os riscos potenciais do uso de lentes de contacto (LC) em crianças. Existe uma grande variedade de mitos sobre o uso pediátrico de LC, entre os quais se encontram os seguintes: • é muito difícil que as crianças aprendam a colocar as LC, • as crianças não precisam de LC – que benefícios podem ter! • as LC em crianças provocam muitos problemas na córnea, • em crianças há mais probabilidade de complicações com as LC, • colocar LC moles em crianças provoca miopia. De seguida vamos descrever o que nos esclarece a literatura científica em relação a todos estes mitos e, principalmente, se têm razão de ser. Walline e colaboradores1 em 2007 publicaram os resultados de um estudo interessante, em que se avaliava o tempo médior de treino na colocação e extração da LC, assim como a incidência de man-

chas conjuntivais num grupo formado por 84 crianças, entre os 8 e os 12 anos, e 85 adolescentes, entre os 13 e os 17. Encontraram uma diferença estatisticamente significativa entre um e outro grupo no tempo médio de inserção/extração da lente – as crianças com 41,9±32,0 minutos versus os adolescentes com 30,3±20,2 minutos, p=0,01. A incidência de manchas conjuntivais aumentou de 7,1 por cento na pré-adaptação, para 19,9 por cento aos três meses de uso das LC (p<0,001), não existindo diferenças nesses aumentos entre crianças e adolescentes. Estes autores concluíram que são necessários uma média de mais 11 minutos em crianças do que em adolescentes para aprender a manejar as LC, sem sinais de organismos microscópicos que alarmem quanto ao uso de LC. Paquette e colaboradores2 também demonstraram noutro estudo que as crianças com idades entre os 8 e os 16 anos sem experiência prévia com LC eram capazes de adaptar-se facilmente ao manuseio das lentes, sem acontecerem episódios adversos significativos, durante um seguimento de três meses. Adicionalmente, no tema do manuseio, existem vários estudos que tentaram analisar o impacto das LC na criança,


infeções oculares severas em crianças e adolescentes relacionadas com LC, algumas delas com perda visual significativa associada. 8-14 Kunimoto et al13 analisaram a nível retrospetivo 113 olhos de 107 crianças de 16 ou menos anos, no período de 1991 a 1995, todos eles com queratite microbiana. Os principais fatores predisponentes foram o trauma (21,2 por cento), doença ocular (17,7 por cento), doença sistémica (15, 9 por cento) e a queratoplastia penetrante prévia (8,8 por cento), detetando-se um total de 85 organismos (43,7 por cento de espécies de Staphylococcus, 18,8 por cento de Streptococcus pneumoniae, 17,2 por cento de Streptococcus fungi). Os autores ressalvam que para a resolução destes casos foi necessária cirurgia em 15,9 por cento, ficando 36,4 por cento com acuidade visual final sem correção de 20/60 ou melhor.13 Cruz et al14 analisaram retrospetivamente 51 olhos com queratite ulcerativa de 50 crianças com menos de 16 anos (período de 1980 a 1991), apurando-se como fatores de risco para esta condição o trauma (44 por cento), a cirurgia corneal prévia (24 por cento), a presença de doença sistémica (24 por cento) e o porte de LC (12 por cento). Nesta amostra existia doença sistémica ou comprometimento imunitário em sete das 15 crianças menores de três anos. Os principais germes associados foram Pseudomona aeruginosa (34 por cento), Staphylococcus aureus (20 por cento) e Staphylococcus fungi (18 por cento).14 por cento dos pacientes precisaram de cirurgia.14 Portanto, as LC são um fator predisponente à queratite microbiana, especialmente quando existe má utilização ou fraca higiene. Por último, Walline et al15 em 2008 levaram a cabo um ensaio clínico controlado e randomizado no qual mostraram que comparando com o uso de óculos, o uso da LC moles em crianças não se encontrava associado a um aumento do comprimento axial, da curvatura corneal ou da magnitude da miopia. Toda esta literatura científica põe a descoberto que o uso das LC em crianças é uma opção viável, mas que deve ter em conta o seguinte: • não devemos nem podemos banalizar o tratamento em anúncios ou nas redes sócias, • não devemos nem podemos falar da opção de correção sem riscos, • é obrigatório o uso do consentimento informado, • devemos evitar não seguir as indicações estabelecidas pela evidência científica, • temos que continuar a realizar investigações de qualidade.

•• “Toda esta literatura científica põe a descober to que o us o das LC em crianças é uma opção viável” ••

Referências bibliográficas: 1. - Walline JJ, Jones LA, Rah MJ, Manny RE, Berntsen DA, Chitkara M, Gaume A, Kim A, Quinn N; CLIP STUDY GROUP. Contact Lenses in Pediatrics (CLIP) Study: chair time and ocular health. Optom Vis Sci 2007; 84: 896-902. 2. - Paquette L, Jones DA, Sears M, Nandakumar K, Woods CA. Contact lens fitting and training in a child and youth population. Cont Lens Anterior Eye 2015; 38: 419-23. 3. - Walline JJ, Gaume A, Jones LA, Rah MJ, Manny RE, Berntsen DA, Chitkara M, Kim A, Quinn N. Benefits of contact lens wear for children and teens. Eye Contact Lens 2007; 33(6 Pt 1): 317-21. 4. - Walline JJ, Jones LA, Sinnott L, Chitkara M, Coffey B, Jackson JM, Manny RE, Rah MJ, Prinstein MJ; ACHIEVE Study Group. Randomized trial of the effect of contact lens wear on self-perception in children. Optom Vis Sci 2009; 86: 222-32. 5. - Rah MJ, Walline JJ, Jones-Jordan LA, Sinnott LT, Jackson JM, Manny RE, Coffey B, Lyons S; ACHIEVE Study Group. Vision specific quality of life of pediatric contact lens wearers. Optom Vis Sci 2010; 87: 560-6. 6. - Walline JJ, Lorenz KO, Nichols JJ. Long-term contact lens wear of children and teens. Eye Contact Lens 2013; 39: 283-9. 7. - Cope JR, Collier SA, Srinivasan K, Abliz E, Myers A, Millin CJ, Miller A; MS, Tarver ME. Contact Lens-Related Corneal Infections - United States, 2005-2015. MMWR Morb Mortal Wkly Rep 2016; 65: 817-20. 8. - Rossetto JD, Cavuoto KM, Osigian CJ, Chang TCP, Miller D, Capo H, Spierer O. Paediatric infectious keratitis: a case series of 107 children presenting to a tertiary referral centre. Br J Ophthalmol 2017; 101: 1488-92. 9. - Richdale K, Lam DY, Wagner H, Zimmerman AB, Kinoshita BT, Chalmers R, Sorbara L, Szczotka-Flynn L, Govindarajulu U, Mitchell GL. Case-Control Pilot Study of Soft Contact Lens Wearers With Corneal Infiltrative Events and Healthy Controls. Invest Ophthalmol Vis Sci 2016; 57: 47-55. 10. - Lin TY, Yeh LK, Ma DH, Chen PY, Lin HC, Sun CC, Tan HY, Chen HC, Chen SY, Hsiao CH. Risk Factors and Microbiological Features of Patients Hospitalized for Microbial Keratitis: A 10-Year Study in a Referral Center in Taiwan. Medicine (Baltimore) 2015; 94: e1905. 11. - Wong VW, Lai TY, Chi SC, Lam DS. Pediatric ocular surface infections: a 5-year review of demographics, clinical features, risk factors, microbiological results, and treatment. Cornea 2011; 30: 995-1002. 12. - Cariello AJ, Passos RM, Yu MC, Hofling-Lima AL. Microbial keratitis at a referral center in Brazil. Int Ophthalmol 2011; 31: 197-204. 13. - Kunimoto DY, Sharma S, Reddy MK, Gopinathan U, Jyothi J, Miller D, Rao GN. Microbial keratitis in children. Ophthalmology 1998; 105: 252-7. 14. - Cruz OA, Sabir SM, Capo H, Alfonso EC. Microbial keratitis in childhood. Ophthalmology 1993; 100: 192-6. 15. - Walline JJ, Jones LA, Sinnott L, Manny RE, Gaume A, Rah MJ, Chitkara M, Lyons S; ACHIEVE Study Group. A randomized trial of the effect of soft contact lenses on myopia progression in children. Invest Ophthalmol Vis Sci 2008; 49: 4702-6.

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obtendo-se resultados muito positivos. Walline et al 3 em 2007 provaram que em crianças e adolescentes a qualidade de vida melhorava, avaliada mediante o instrumento PREP (Pediatric Refractive Error Profile). Em específico as crianças e adolescentes deste estudo conheceram uma melhoria muito significativa no que respeita à sua aparência e na participação em atividades, reportando grande satisfação com a correção refrativa com as LC.3 Igualmente num ensaio clínico controlado e randomizado que comparou o impacto na qualidade de vida do uso de óculos ou LC em crianças dos 8 aos 11 anos, demonstrou que existia mais probabilidade de melhoria na aparência física, na competência atlética e na perceção própria de aceitação social (escala Self-Perception Profile for Children Global Self-Worth) com o uso de LC.4 Adicionalmente também se podia comprovar que a qualidade de vida relacionada com a visão é melhor em crianças menores de 12 anos com LC do que com óculos, notando-se de maneira mais evidente o benefício em crianças maiores, que participam ativamente em atividades recreativas, que estão mais motivados para o uso de LC e naqueles que não gostam da sua aparência com óculos.5 Walline et al6 estudaram, em 2013, 175 indivíduos com pelo menos dez anos de uso de LC. Entre estes, 49,2 por cento foram adaptados ainda em crianças, usando as LC 14,8 ± 3,4 horas por dia e 20,9 por cento deles necessitando de visitar o oftalmologista por questões de olho vermelho ou dor. Por outro lado, 50, 8 por cento foram adaptados com LC desde a adolescência, com um porte de 14,7 ± 3,6 horas por dia e precisando 19,1 por cento dos mesmos de visitar o oftalmologista por olho vermelho ou dor. Estes autores concluíram que o usos de LC desde criança não estava relacionado com maior incidência de problemas, pior saúde ocular ou redução do tempo de uso.6 Cope e colaboradores7 estudaram quais os fatores de risco para o desenvolvimento de infeções oculares associadas às LC, encontrando as seguintes: dormir com as lentes postas, contacto das lentes com água, não adesão aos protocolos de substituição e a reutilização das soluções desinfetantes. Numa pesquisa realizada por estes mesmos autores, encontrou-se percentagens similares de incidência de pelo menos um comportamento que supunha risco de infeção por LC: 85 por cento para adolescentes, entre os 12 e 17 anos, 81 por cento para jovens adultos, entre os 18 e 24 anos, e 88 por cento para adultos, ≥25 anos.7 Tem que se ter em conta que existem vários casos reportados na literatura de


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Os óculos segundo a alta costura Fotos: Natali Osipova, Eyerepublic magazine

A capital da moda italiana teve, em setembro, um desfile poderoso no seu palco principal: a rua. A propósito da próxima temporada quente, a Semana da Moda milanesa atraiu os adeptos mais estilosos da haute couture, plenos de atrevimento e combinações magnéticas. Os óculos foram o acessório central para assinalar mistério, loucura, beleza, arte e muita paixão. O registo profissional de cada um dos seguidores das grandes casas fashion confirma o quanto o eyewear é importante para colocar um remate de glamour no conjunto total, o quanto diz sobre a pessoa por detrás das lentes e o quanto cada vez mais não há moda sem óculos!

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Semana da Moda Milão


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Desenhos grandes, linhas carregadas, lentes muito escuras ou de uma transparência colorida e uma explosão de tonalidades originais compõem a temporada primavera/verão de 2020 em óculos. É impressionante como a moda ainda não prescinde do preto total, embora o atual movimento positivo entre as pessoas que querem escapar à depressão quotidiana imponha cor e desenhos originais. Demarque-se o exemplo da diretora da Vogue, Anne Wintour, “apanhada” com uma armação oversized bem escura, que acompanha na perfeição um vestido de recortes clássicos.

•• O cat eye sofr eu um a revolução constr utiva apetecível e que se adequa mesm o bem a rostos elegantes e be m delineados ••


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Registou-se em Milão o regresso do encanto dourado que liga as armações de sol ou de prescrição a qualquer outfit com elegância. Seja no modelo total ou apenas em apontamentos, é a tonalidade que reflete sempre graciosidade. Os designs redondos e ovais nunca falham as tendências nos últimos anos, mas assinalam-se também algumas variações dos retangulares, com linhas refrescadas por criativos audazes. O cat eye sofreu uma revolução construtiva apetecível e que se adequa mesmo bem a rostos elegantes e bem delineados.


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Encontraram-se ainda algumas máscaras desportivas entre o público masculino numa afirmação viril, mas com muito bom gosto. Ou seja, os óculos falam sempre mais às objetivas nestes eventos destacados da moda e assumem o rumo de uma indústria que se quer jovem e atrevida. Há muitos mais óculos para descobrir!

•• O s ó c ul o s fa l a m s e m p re ma is à s obj e tiv a s n es t es e v e n t os d es t a c a d o s d a mo d a ••




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