Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 84 • DEZEMBRO 2019
Pedro Sepúlveda De olhos na vida e no futuro Jason e Karen Kirk
Kirk & Kirk: O amor e os óculos
António Paraíso O desejo do luxo
Henrique Nascimento
A difusão da optometria como modo de vida
14
22
26
Tree Spectacles
Pedro Sepúlveda
De olhos na vida e no futuro
Opticalia Portugal
O titânio como nunca visto
35
36
40
Prats
António Paraíso
Jason e Karen Kirk
BREVES
ENTREVISTA DE CAPA
OUTROS OLHARES
PONTO DE VISTA
Produção avançada aberta aos futuros técnicos de ótica
O desejo do luxo
44
OPTOMETRIA Henrique Nascimento Índice | 4 |
A difusão da optometria como modo de vida
Tema de Capa: Entrar no ritmo de Pedro Sepúlveda foi uma aprendizagem em como um empresário é mais completo e bem sucedido se for pleno e feliz.
Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision é publicada em Portugal pela Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal NIF: 510195865 Gerente/Diretor - Cristóvão Jesus Detentor de 100 por cento do capital social Sede de Redação Rua Elísio de Melo, 28, S 38 4000-196 Porto Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com
Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Registo na ERC n.º 126933
OLHAR EM PORTUGUÊS Um brinde a sete anos de parcerias
OLHAR O MUNDO Kirk & Kirk: O amor e os óculos
2020 pode ser o seu ano Mais de 1100 ópticas associadas em Portugal, Espanha, Colômbia e no México convertem-nos num dos grupos de óptica mais importantes do mundo. 2020 pode ser o ideal para que esteja connosco. Contamos consigo?
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PEDRO SEPÚLVEDA De olhos na vida e no futuro JASON E KAREN KIRK
Kirk & Kirk: O amor e os óculos
ANTÓNIO PARAÍSO O desejo do luxo
Henrique Nascimento
A difusão da optometria como modo de vida
Editorial | 8 |
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 84 • DEZEMBRO 2019
O mar, o luxo e a humanidade Na última edição de 2019, largamos os sapatos e fomos atrás de um ótico inspirador nas ideias que expõe. Tivemos que seguir Pedro Sepúlveda até ao mar, porque é lá que se “esconde” de uma vida que anda demasiado rápido. No entanto, de bata vestida é um optometrista primoroso, sem deixar nada ao acaso e um atrativo central para as Opticalias que desenvolve em São João de Ver e na Maia. Concedeu-nos tempo precioso deste conluio perfeito que encontrou entre as ondas e o surf, a optometria, a filha e a sua companheira de vida e negócios, Alexandra. É uma das razões pelas quais o nosso setor tem tanta qualidade e, claro, acima de tudo baseada no valor humano. E por falar em humanidade, a fundação Vision for Life da Essilor, envolveu-nos no seu projeto pioneiro para Portugal. Num gesto de grande pujança, Margarida Barata, nome desde sempre ligado à Essilor e que agora transitou para a faceta mais filantrópica do grupo de lentes oftálmicas, conseguiu conquistar um financiamento para apoiar a saúde visual de crianças portuguesas carenciadas. Estivemos na inauguração do projeto que envolve também a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia e o Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos, na Aldeia de Crianças SOS, em Vila Nova de Gaia. Em plena revolução do consumo, demos a palavra a um especialista de luxo, literalmente. O consultor e especialista no mais alto segmento do retalho, António Paraíso, respondeu às nossas curiosidades sobre o luxo e as suas nuances. Nas nossas viagens pelo mundo, repescamos sempre exemplos de sucesso para inteirar os nossos leitores sobre os produtos que se desenvolvem e o porquê de serem tão especiais. Desta feita, escolhemos os britânicos Kirk & Kirk que se dedicam, em família, a surpreender a ótica. Fechamos com chave de ouro, ao darmos espaço privilegiado a um trecho da história da optometria. Henrique Nascimento, presidente da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses, é um homem de ideias fortes e com a optometria na pele. Não perca as mais recentes movimentações desta associação pelas palavras do seu líder. A última LookVision Portugal de 2019 tem ainda a moda e o design que tanto adoramos, as celebrações que certificam que o nosso tecido empresarial é de facto especial e dinâmico, os acontecimentos internacionais que se aproximam e muito mais. Feche esta fase do ano bem informado e com a ótica que interessa saber, afinal ela está sempre aqui. Venha um 2020 pleno de conquistas para o setor!
Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu. com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.
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Numa onda positiva
Making Off | 10 |
Abrandamos a nossa agenda para acompanhar o ritmo de Pedro Sepúlveda. Conhecemos este optometrista na sua versão profissional, mas atraiu-nos o facto de, para além de melhorar a visão das pessoas, ser um fascinado pelo ritmo do mar. Com calma, levamos o material fotográfica areia dentro e observamos o nosso entrevistado enquanto vivia o mar em cima da prancha de surf. Estava cansado fisicamente quando o captámos, depois de três horas na água, mas o resultado é um homem revigorado em cada imagem, pleno de energia positiva e pronto para conquistar as suas consultas com o maior rigor possível.
Breves | 12 |
Pantone
Azul Clássico é a cor de 2020 Estimulando a calma, a confiança e a ligação, este tom intemporal de azul realça o desejo da humanidade por fundações estáveis e de confiança, onde se possa construir, enquanto se atravessa o limiar de uma nova era. É assim que o Instituto da Cor Pantone, companhia dedicada às cores por excelência, descreve aquela que prevê ser a cor que dominará a moda e a comunicação em 2020. A Pantone 19-4052 Azul Clássico traz paz à mente, proporcionando refúgio e clareza de pensamentos, contrastando com a sociedade sempre mais tecnológica. Aliás, este desafio imposto pela tecnologia empurra as pessoas em direção a cores mais “honestas” e protetoras. A Pantone celebra, desta forma, a sua atividade, estudando as tendências socioeconómicas do mercado e aunciando de que cor se pintará o mundo.
Lightbird
Com novidades Light_Matter Depois de um ano sobre o lançamento da marca do designer italiano Corrado Rosson, a Lightbird renova-se em dois modelos de prescrição. Businessman e Flower fazem renascer a marca com novos desenhos e cores e materializam-se no inovador material Light_Matter, o resultado da união do acetato italiano e da liga de alumínio de alta tecnologia. Esta matéria já integrava a primeira coleção e graças à sua leveza e estabilidade permitiu ligar a Lightbird a conceitos como inovação e tecnologia industrial.
Zeiss
Breves | 14 |
Além dos limites da criatividade Em 2020, o Prémio de Fotografia da Zeiss segue o lema da própria marca: Seeing Beyond – Discoveries. A competição mundial convida todos os fotógrafos a submeter os seus trabalhos até 4 de fevereiro de 2020. A história das mesmas deve ser bem delineada, forte e plena de criatividade, em que o tema é encarado da maneira mais lata, tal como fazer novas descobertas é parte da natureza humana. O júri anunciado pela organização do prémio é composto por Louise Fedotov-Clements, diretora do famoso festival de fotografia FORMAT, no Reino Unido, Max Ferguson, editor de fotos freelance e Simon Lovermann, fundador e diretor artístico da revista de fotografia Der Greif. O concurso promovido pela Zeiss foi lançado em 2016 em colaboração com a Organização Mundial da Fotografia, convidando artistas de todo o globo a mostrarem a sua visão do mundo. O vencedor de 2020 é anunciado a 31 de março e a cerimónia de entrega do galardão anuncia-se a 17 de abril, em Londres, Inglaterra. As melhores imagens e a fotografia vencedora estarão em exibição de 18 de abril a 6 de maio na Somerset House, em Londres.
Waylife
Coleção celebra Benfica A marca que materializou os óculos MrDheo, Futebol Clube do Porto e Federação Portuguesa de Futebol, assume agora as cores do Sport Lisboa e Benfica. A primeiríssima coleção compõe-se de três modelos de sol e dez de prescrição com práticos clips solares. O artista urbano Parizone assina a criatividade de todo o conjunto do clube lisboeta. Será mais uma estreia da Waylife na feira internacional opti 2020, em Munique, que acontece de 10 a 12 de janeiro.
Tree Spectacles
O titânio como nunca visto A marca orientada para o futuro introduz duas novas séries na sua coleção estado de arte, Titanium. Através de técnicas inspiradas na arquitetura e uma atenção cuidadosa sobre os detalhes e superfícies, a Tree Spectacles apresenta armações inéditas com efeitos normalmente vistos no acetato. “Estas duas séries completam os designs da nossa coleção Titanium, que tem atraído muita atenção e sucesso. Queríamos continuar no mesmo caminho em termos de inovação, usando novos efeitos de fresagem, uma paleta de cores fresca e joviais reflexos de luz. Adoramos o estilo minimalista e estamos verdadeiramente deliciados por atingir tonalidades únicas e efeitos no titânio – usando luz em oposição à cor – com resultados incríveis”, explicou Marco Barp, o cofundador da Tree Spectacles.
Breves | 16 |
Vinylize
100 anos de Bauhaus A marca do vinil, por excelência, abraçou o espírito e criatividade da Escola de Design Bauhaus, celebrando 100 anos da sua criação com uma armação inesquecível. O modelo Bauhaus 100 foi concretizado pelo designer sénior da marca, Simon Hukaya, e expressa-se em círculos intersetados por linhas, com a assinatura inconfundível do vinil nos frontais e um acetato sustentável laranja no interior.
Etnia Barcelona
JFRey
Arquitetura inspira conceito inovador Os novos modelos de prescrição da casa francesa são a prova da constante criatividade da JFRey que se renova neste conceito de armações em concha. Os frontais dividem-se em linhas distintas numa afirmação de volume, clamando um espírito gráfico original. O resultado revê-se numa silhueta minimalista que redesenha e estrutura os frontais. A leveza e subtileza das matérias, a arquitetura etérea, as cores magnéticas e os acabamentos refinados completam o estilo destes óculos JFRey.
David Bowie em óculos A insígnia espanhola dedica uma coleção cápsula em edição limitada a uma das mais icónicas figuras da cultura pop, David Bowie. Os novos óculos de sol da Etnia Barcelona revisitam os mais adorados alter egos do cantor, nomeadamente o da sua fase glam, Ziggy Stardust, e da era mais sombria, Thin White Duke. O resultado revê-se em dois modelos de acetato com personalidades baseadas na cor e nas linhas carregadas.
Optivisão
Breves | 18 |
Fecho de 2019 em grande O grupo português brindou aos 30 anos de trabalho em Portugal a bordo de um cruzeiro no Tejo, com 160 óticos associados. A festa aconteceu a 24 de novembro e foi também lugar de homenagem aos fundadores deste conceito vencedor denominado Optivisão. Numa apresentação motivadora, André Brodheim comprovou a força da marca que gere através de números reveladores. A Optivisão é líder em número de óticas com 250 espaços, é a primeira em faturação média por ótica com 289 milhões de euros, é a segunda no setor de vendas em valor com 68 milhões, tem 98,5 por cento de índice de satisfação online, pontua 8,24 em dez na satisfação do serviço e 4,68 em cinco na intenção de compra, segundo dados apurados pela DBK Informa, pelo Portal da queixa, pela Nielsen e pela Escolha do Consumidor. Ou seja, a rede está cada vez mais forte e preparada para os desafios do mercado.
Rye & Lye
Três vinhos, três inspirações A marca italiana desenvolvida pela Immagine 98 buscou sabores e sensações em três famosos vinhos mundiais para “musa” das novas propostas eyewear. Chardonnay é o modelo de tamanho generoso e de desenho quadrado dedicado a mulheres perfecionistas, focadas no detalhe. Um perfil subtil em metal torneia as lentes, contrastando com as linhas espessas do acetato e garantindo um estilo intensamente sofisticado. Ribolla, por sua vez, tem as lentes rodeadas por um formato borboleta em metal, que converge com um acetato luxuoso na parte exterior dos frontais, num jogo mágico de formas. Finalmente, os óculos metálicos Cabernet focam o homem confiante e expressam-se num flair vintage. As linhas leves do metal desdobram-se numa ponte dupla e garantem glamour e conforto.
Óptica Cruz
Nova loja na Póvoa assinada pela Artefacto A casa nascida em 1962, em Viana do Castelo, conhece nova etapa com a abertura de um espaço, na Rua da Junqueira, na Póvoa de Varzim. A Óptica Cruz abriu portas deste desafio, a 16 de novembro, sob assinatura da construção e decoração da Artefacto. As linhas quentes em madeira que destacam as cores suaves, a exposição linear e acessível ao cliente e a imensa luz que irradia de cada aresta do novo espaço desta família da ótica comprovam o sentido moderno da empresa, em prol do conforto dos clientes. A inauguração juntou clientes e amigos e deu o pontapé de saída a um serviço experiente e primoroso, agora também para a população poveira.
Luz Violeta
Breves | 20 |
Novo showroom A distribuidora de marcas independentes estreia um espaço de exposição, em Vigo, Espanha. O novo showroom permite aos óticos conhecer todas as coleções distribuídas pela Luz Violeta, em Espanha e Portugal, bem como as de outros distribuidores ou multinacionais do setor, em colaborações estabelecidas para a apresentação de produtos aos respetivos clientes. O espaço dedica-se a todos os profissionais do mercado da ótica e funciona estritamente sob agendamento. Para mais informações deve contactar-se: luzvioletaeyewear@gmail.com.
CECOP
OrCam MyEye
Entre as melhores invenções de 2019 A reconhecida revista norte-americana Time nomeou a solução tecnológica para pessoas com dificuldades visuais, OrCam MyEye, como umas das invenções que “estão a tornar o mundo melhor, mais inteligente e, por vezes, até mais divertido”. A publicação reúne uma coletânea daquelas que considera as melhores invenções do ano, numa variedade de categorias, através das nomeações dos editores e correspondentes de todo o mundo, assim como através de um processo de candidatura online. Depois a decisão faz-se baseada na originalidade, criatividade, influência, ambição e eficiência. A OrCam MyEye conseguiu integrar esta lista por permitir a pessoas invisuais, com dificuldades visuais, de leitura ou mesmo disléxicas o acesso a textos impressos e digitais de qualquer meio através da leitura em voz alta e em tempo real. O facto de ser leve, sem fios e do tamanho de um dedo e acrescer-se de soluções de assistência como o reconhecimento facial e identificação de cores, de dinheiro e de códigos de barras adicionam valor ao aparelho . “Apreciamos profundamente o reconhecimento da Time relativamente à capacidade de mudar vidas da OrCam. Fomos pioneiros nesta inovação com o objetivo de a tornar uma “inteligência artificial de companhia””, declarou em comunicado Amnon Shashua, cofundador e co-CEO da OrCam Technologies.
Encontro natalício entre associados O grupo multinacional de óticos independentes organizou um almoço de natal com os profissionais, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra. Mais de 60 óticos e familiares celebraram o ano de sucesso e de trabalho e recarregaram energias para os próximos desafios. O fecho do encontro ficou marcado pelo sorteio de três cabazes de natal, para animar a ceia natalícia dos óticos premiados. Para casa, levaram produtos premium a Novóptica, a Apoteóptica e a Óptica Piscinas. A ação foi patrocinada pela Hoya e contou com um discurso de agradecimento do comercial Sérgio Santos, tanto aos óticos presentes como ao parceiro da CECOP.
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Pedro Sepúlveda
Entrevista de Capa | 22 |
De olhos na vida e no futuro Tivemos que tirar os sapatos e meter os pés na areia para ir ao encontro deste optometrista/surfista de origem bracarense, mas de coração em Esmoriz. Pedro Sepúlveda tem ideias firmes e conquistou-nos pela paixão que tem pela prática da optometria e como isso o levou a obter uma base de clientes fiel. Claro que, não resistimos ao atleta que conquista o Atlântico em cima de uma prancha quando o mar está favorável. Fotos: Miguel Silva
Pedro apaixonou-se por Alexandra, enquanto lutava por estabelecer-se como jovem optometrista em Lisboa. Com a mulher que era gerente de uma das lojas onde fazia consultas construiu uma vida em torno da filha e da ótica. É um self-made man, mas abandonou as ambições desgastantes da vida pelas ondas do mar. Ou melhor, construiu a sua vida profissional numa correria desenfreada. Trabalhava para o seu negócio próprio, enquanto ainda mantinha os compromissos com os seus empregadores de várias zonas do país. Finalmente e quando fazia 60 horas semanais de optometria e “cozinhava” a internacionalização, os seus planos mudaram abruptamente. Contraiu malária em África e caiu num coma de mais de um mês. Com esperanças magras de vida, foi salvo num último golpe de tratamento e renasceu. No entanto, o Pedro Sepúlveda trazido à luz nunca mais foi o mesmo. “Calma”, é a máxima. E aqui voltamos de novo à areia onde o observámos e fotografámos. Despedimo-nos à porta da sua casa na areia. Reencontrámo-lo na Opticalia
Suil Park, já no papel de optometrista, mas de pele queimada e o relógio desportivo que não deixam dúvidas que Pedro é muito mais para lá da bata branca. À sua volta, o design moderno e envolvente da loja, desenha-se ao ritmo dos ideais que partilha com Alexandra, bem diferenciado das restantes lojas do grupo. Mas os valores estão lá e mais ainda com a crença de que a melhor tecnologia ao serviço da visão é a resposta à melhoria das vidas de quem procura os serviços desta casa. Isso e um serviço de optometria irrepreensível, que olha para lá dos olhos e busca os problemas, as felicidades e, essencialmente, a garantia de que quem se senta no consultório saia sempre melhor. Portanto é fácil perceber o Pedro fora da ótica. Dá aulas por carolice na Barrinha Surf School, em Esmoriz, faz viagens de um país inteiro de bicicleta com a Alexandra e o sogro e acima de tudo: “quando estou em cima das ondas sei que sou residual, sou vazio. A natureza tem um poder fantástico. Quando estou na água sou pequeno e agradeço aquilo que me está acontecer, o respirar, o mergulhar e ver preto e depois vir cá cima. Agradeço constantemente esta prenda que o mar me dá.”Obrigado a ti, Pedro, por nos inspirares! De que forma estabeleceu a relação com a optometria? Eu já tinha um objetivo definido quando me licenciei em Optometria pela Universidade do Minho. Entendi através de amigos meus que a imagem da optometria não era muito positiva e percebi que a regulamentação não estava a sair. Decidi que queria valorizá-la!
E eu sou ambicioso e isso sim herdei da minha família a nível empresarial, porque de resto, todo o negócio nasceu comigo e com a Alexandra. Depois da licenciatura, trabalhei no Cartaxo, onde exercia em cinco óticas sob marcação e isso deu-me a certeza que esse sistema funcionava bem. Imaginei logo ali que quando tivesse a minha ótica seria assim...é que eu sou de Braga mas o trabalho estava todo “lá em baixo”, ou pelo menos os vencimentos eram mais interessantes. Claro que, queria voltar para o norte porque o estilo de vida em Lisboa não era para mim. Passei com a Alexandra um ano inteiro, a pegar no carro ao fim de semana e a vasculhar o país de uma ponta à outra em busca de uma localização para abrir uma loja, sem interferir com outros colegas.
•• “A doença m udou- nos a mim e à Alex andr a. Por isso até br inco quando me per guntam à segunda o que vou fazer na quar ta. R espondo “deix a- m e ver as condições m ar ítimas”” ••
A Alexandra foi mesmo a companheira certa! Foi minha gerente numa ótica em Lisboa e foi aí que cruzámos as nossas visões sobre o que queríamos fazer no futuro, ao nível da ótica. Ela queria ter um negócio de ótica e eu queria valorizar a optometria.
Entrevista de Capa | 23 |
A Alexandra não é optometrista. É formada em relações internacionais, com pós-graduação em Darma de Buda, mestranda em Filosofia, especialidade Religiões e professora de Yoga pela Associação de Yoga Integral de Portugal. Eu sempre fui um apaixonado pela água e queríamos, claro, conciliar toda a nossa vida com a natureza, em particular com a praia. Estávamos quase a desistir da nossa longa procura quando nos apareceu um flyer de que este espaço, em São João de Ver, estava disponível e tudo começou assim há 15 anos. Trabalhávamos em regime non stop, conciliando ainda com os meus compromissos no Cartaxo! Fazia as consultas todas aqui ao sábado e ao domingo.
Entrevista de Capa | 24 |
E porquê abrir com um grupo? Trabalhei sempre com grupos e, portanto, quando nos aventuramos a solo não fazia sentido abrir a ótica do Pedro e da Alexandra. É que não herdámos nada. Eu abri em 2004/2005 e, ou me associava para ambicionar ir para a frente, ou ia ser aquela ótica de esquina e neste momento já nem existia. Associei-me na primeira fase ao Institutoptico através de uma grande amigo meu. Fui associado durante oito/nove anos e cresci sob este logótipo. Depois no que diz respeito à loja do Miramaia Shopping e porque a Alexandra, que trabalhou na MultiOpticas, tinha boa relação com o António Alves convenceu-nos a passar para a Opticalia. Aqui fizemos obras e, naturalmente, também mudámos e aceitamos o desafio da Opticalia.
Isso é loucura não? Sim e de facto há uns anos atrás, levados pela ambição e porque o pai da Alexandra esteve 50 anos em África, pensámos em internacionalizar a empresa, na época da crise em 2010/2011. Foi nesse momento, aliás, que abrimos a loja da Maia. Fiz três visitas ao continente africano e na última apanhei malária. Fiquei internado no hospital Santos Silva e mais de um mês de coma. Não davam nada por mim nessa fase e eu tinha acabado de comprar a casa na praia e pensava que finalmente ia “arrumar” a empresa e contratar equipa...Houve um médico que tomou a decisão de me dar um cocktail de antibióticos e foi o que me fez acordar. Perdi 18 quilos e tive que recomeçar a minha vida em coisas tão básicas como caminhar ou escrever. A minha filha só tinha três anos. Isto fez-me repensar a tal ambição. Trabalhava 50/60 horas por semana e, por isso, hoje sou quem sou e respeito esta minha rotina. Comecei a dizer “basta”! Ganho menos dinheiro, porque pago para ter tempo e para mim vale muito mais. Ainda vejo amigos ligados ao meu antigo registo que querem crescer e crescer, mas tenho sempre presente que se acontece alguma coisa, é tudo em vão e não se vive. De toda aquela agitação, decidi manter a minha colaboração com a Óptica David, onde aprendi muito e com quem tenho uma ótima relação. A doença mudou-nos a mim e à Alexandra. Por isso até brinco quando me perguntam à segunda o que vou fazer na quarta. Respondo “deixa-me ver as condições marítimas” (risos). E a verdade é que tudo rola na mesma! Digo sempre, “calma, tenho o meu ritmo e já “não vou a todas””.
Gerem a vossa posição com a Opticalia de forma especial, trabalhando à vossa maneira. Perfeitamente, porque asseguramos o bom nome do grupo e sabemos que eles trabalham bem em nome dos associados. Uma das coisas que gosto da Opticalia é o de facto de o portefólio da linha branca ser muito boa e interessante. O produto tem qualidade e às vezes até acho que algumas campanhas o desvaloriza. E a qualidade é algo de que não abdica. Aqui, apostamos sempre nos melhores produtos em lentes e sempre que há novidades, absorvemo-las. Aliás, a Zeiss lançou agora uma nova máquina, a Visufit 1000, e a 19ª do país vem para aqui. Se quero valorizar a optometria e estou agregado a um espaço, tenho que dar valor também àquilo que se disponibiliza na loja. Não posso ter consultas super valorizadas e depois na loja ter produtos abaixo da média. Ainda me custa aceitar quem valoriza mais o telefone que a própria visão e por vezes atuo nesse sentido junto dos meus clientes. Tento despertá-los. E é este comportamento que também me custa observar na ótica. Em Portugal não se aprendeu com os espanhóis e seguimos o caminho do preço. Nós, ou rasgamos esse caminho e associamo-nos a fornecedores que trabalham a inovação do produto e apoiamos os nossos clientes a ter o melhor, ou perecemos. E todas as pessoas podem aceder a bons produtos nem que seja através das soluções de financiamento ou mesmo na base da nossa confiança. Acima de tudo isto, qual é o segredo do sucesso do seu negócio? Eu aprecio muito a forma como interajo com o meu cliente e a forma como ele vive o consultório. Resultado: quando tiro férias aqui não se passa nada! É o reverso da medalha. Não posso fazer mais do que
15 dias de férias. Por isso vingo-me todos os dias na água (risos). Digo à equipa que repliquem o que faço, mas no que diz respeito à optometria as pessoas querem falar comigo. Coloquei-a num nível muito alto. Falando sobre a optometria, tem ideias fortes. Temos consultas só por marcação e cobramo-las, naturalmente, o que valoriza muito o trabalho de optometria. Eu e a Alexandra somos sócios e casados e entendemo-nos desde logo sobre a forma como queríamos trabalhar quando fossemos empresários. Aliás, esta nossa filosofia é tão certeira que cerca de 80 a 90 por cento do volume da prescrição vendida sai do meu consultório. Sou muito crítico e acho que o facto de terem existido os cursos da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses em simultâneo com os da universidade fragilizou a nossa posição e a nossa imagem, até mesmo junto dos oftalmologistas. No entanto, é preciso ter-se presente que ao nível do mundo ocidental a optometria existe antes da oftalmologia. E a regulamentação não poderá mudar a vossa posição? Não, vai separar o “trigo do joio”, quem pode e quem não pode exercer. Porque neste país está instalada uma grande salgalhada. E a Associação dos Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) quer ainda que a optometria seja inserida no Serviço Nacional de Saúde (SNS). E isto também por causa da dita hipocrisia do discurso de alguns oftalmologistas.
Como é possível dizerem que não precisam de nós ou que não temos validade quando a lista de espera por uma consulta é uma vergonha? Quem não tem dinheiro para ir a uma consulta privada submete-se a esperas de cerca de um ano no SNS. É que existem cerca de 400 oftalmologistas, mas há mais de 1300 optometristas licenciados. Que desfecho terá a optometria? Vai ser agressivo para este governo, que quando está na oposição nos oferece a regulamentação e quando está no poder “corta-nos as pernas”. Estamos habituados a isto há mais de 15 anos.
Entrevista de Capa | 25 |
Quando diz agressivo a que se refere? Acho que vai haver agressividade no sentido em que nos vamos impor pela via jurídica. Neste momento temos um grande jurista que nos garante que a nossa situação é inconstitucional, por falta de ação e por omissão. Portanto, o governo sabe que estes cursos são feitos na universidade, que os profissionais existem e exercem e depois não faz nada e omite a atividade. Isto é inconstitucional e acho que por aqui vamos conseguir. E já tinha defendido na APLO que devíamos levar esta situação a Bruxelas, porque uma coisa é um país que não tem o curso superior e os optometristas devem ser regulados, outra é estarmos em universidades públicas há 30 anos e não sermos regulamentados. Não faz sentido e ainda por cima 70 por cento da população é consultada por um optometrista. São dois milhões de consultas por ano! Estes números falam por si. Portanto é uma situação desgastante para toda uma classe. Para mim é frustrante e às vezes apetece-me vender tudo e surfar todo o dia (risos). Estou cansado desta luta. Eu valorizo muito a optometria, porque senti nos meus pais o que custou dar-me a formação que tive. Também gosto muito de lidar com as pessoas e com o olho, que é um órgão muito valorizado. Não concordo com aquele optometrista que vai vender. Deve participar da vida da oficina, isso sim. Também me faz confusão o facto de alguns óticos se aproveitarem desta falta de regulamentação para pagarem mal aos optometristas. Isto existe infelizmente!
Que futuro sonha para as suas Opticalias? Sinto-me responsável por dez vencimentos e por dar alegrias às pessoas que estão aqui comigo. Premeio muito, porque tenho a sensibilidade de retribuir o bom trabalho. Os meus colaboradores o ano passado tiveram 17 ordenados. Ou seja, distribuo a riqueza da loja como prémio de objetivo. Não os quero perder e quero-os felizes.
E na ótica o que atormenta o setor? Já critiquei bastante, mas acho que acrescento a banalização do serviço da ótica. O produto está lá, é ótimo. Apercebo-me através dos fabricantes que a tecnologia envolvida é brutal e o investimento é avultado. Agora, pensar que isto é a minha arte e que algum dia viria para aqui banalizar aquele investimento? Levo-a, sim, ao máximo e dou a entender o que ela, de facto, vale.
E o seu sonho é? Não ter horário para nada! (risos) Ou melhor, quero a continuidade, sem dúvida! Às vezes vejo pessoas que abriram os seus negócios na ótica ao mesmo tempo que eu e até cresceram para sítios onde me imaginei e depois de repente olho melhor e penso “tem 8,10,12 óticas!?” Parece um jogo da minha é maior que a tua! (risos) Eu prefiro concentrar tudo na mesma casa.
Não consigo replicar esta qualidade de serviço. A riqueza desta casa somos nós. Como prevê o futuro da ótica? Fantástico! A geração mais nova que se está a instalar no mercado é extremamente tecnológica, mas terá que acompanhar, de alguma forma, quem já está no mercado e, nesse sentido, o optometrista será sempre uma peça crucial. Nós que já cá estamos também teremos que estar a par da inovação e da tecnologia para não ficar para trás. Estou atento e acho que a determinada altura algumas questões vão-me ultrapassar, como a pessoa pegar no telemóvel, colocá-lo em frente a si e sair a prescrição dos óculos. E depois ter em casa uma impressora 3D e os óculos saírem prontos. Mas mesmo neste cenário, vai sempre faltar o optometrista.
Opticalia Portugal
Um brinde a sete anos de parcerias
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A Opticalia Portugal celebrou os seus sete anos de trabalho pela mudança de paradigmas na ótica lusa num encontro com a imprensa que difunde o seu conceito inovador. A LookVision Portugal brindou o momento especial e registou, pelas palavras de António Alves, líder do grupo em Portugal, a vontade de crescer em qualidade para 2020. 239 lojas sob o desígnio azul da Opticalia, são o resultado da corrida pelo sucesso luso do grupo multinacional. E o sucesso da marca tem assentado e bem sobre a comunicação de um conceito inovador na ótica. Incutir o entusiasmo pelos óculos, ter a moda ligada a este acessório e o apelo por marcas próprias bem delineadas e com qualidade são as mensagens que vigoram nos diferentes meios de comunicação que participam da vida desta Opticalia Portugal. E para manter esta “chama” essencial a equipa portuguesa do grupo reúne os parceiros de comunicação social para celebrar e “dar contas” dos progressos.
•• “ E a c o n q uis t a desta n o t o ried a d e es t á n a mão d o s n o s s o s a s s o c iados, a q uem n ã o p o s s o d e ix ar d e a g ra d ec er, a c a d a um d eles” ••
Os sorrisos deste grupo de pessoas, a empatia honesta que têm entre si e que se expande a quem os rodeia e o facto de se admirarem nas diferenças que têm explicam o crescimento da Opticalia em Portugal. “Temos nove por cento de cota de mercado, ou seja somos líderes, porque ninguém só com franquiados ou associados tem esta percentagem. Para o ano queremos chegar às 250 lojas, porém com óticos de renome nas respetivas praças. Não mudamos a nossa abordagem, no entanto os nossos sete anos de trabalho concedem-nos uma notoriedade de 72 por cento junto do público final, o que comprova que que é possível estar na Opticalia e ter resultados positivos. Neste momento já temos pessoas que contactámos quando nos instalámos em Portugal e que nos disseram não e que hoje nos procuram. Portanto sentimos o
Parceiras que se complementam “Queremos agradecer a todos os que estão ao nosso lado, vocês (imprensa), aos associados e todos os que acreditam na marca. Nós temos uma coisa clara, é muito importante a sinergia que se cria entre fornecedores, media, associados e a nossa equipa. O intuito passa por trabalhar em vários ramos diferentes, em vários segmentos diferentes e em várias áreas diferentes, para garantir que a nossa informação e filosofia chega ao maior número de pessoas, já que cada um se move por diferentes motivações, quer o cliente final quer o nosso ótico”, afiança durante a nossa conversa Joana Correia, a responsável pela comunicação e pelo marketing da Opticalia Portugal.
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reconhecimento do trabalho que foi feito. Ou seja, a engrenagem agora já esta lubrificada mas temos muito trabalho na mesma. O nosso objetivo em termos de notoriedade é, em 2020, chegarmos aos 80 por cento, o que é ótimo, dado que só estamos cá há sete anos e já somos o número dois, em metade do tempo do que o número um e com metade do investimento!” declarou António Alves. E muito do apelo dos óticos por esta Opticalia tem a ver com a crença no mercado livre, em que o compromisso do grupo está nas condições que dá ao profissional para ter as marcas com que melhor trabalha. A isto adiciona as insígnias próprias, bem trabalhadas e que apelam a um amplo tipo de consumidores. “A nossa oportunidade é a profissionalização do setor, a diferenciação. Pode ser que com todas as movimentações do mercado atual surjam mais possibilidades. Temos de estar atentos”, acrescentou o líder português da Opticalia. . A Opticalia quer assentar na inovação, dando ferramentas à rede associada. Ou seja, a equipa portuguesa está sempre sob um constante desafio. E cada vez que um ótico integra a rede, contacta com cada um dos elementos da equipa numa recolha essencial de informações que leva à construção de uma solução à medida daquele negócio. 2020 traz novas conquistas “Crescer em número de lojas! Este ano abrimos 12, para o ano quero abrir 15. Outra coisa muito importante é a notoriedade. São quase 20 pontos percentuais que nos separam de quem está em primeiro e queremos aproximar essa diferença. E a conquista desta notoriedade está na mão dos nossos associados, a quem não posso deixar de agradecer, a cada um deles. Nós damos o apoio ao nível central, mas são eles que batalham e que localmente ativam a marca todos os dias”, termina assim António Alves, ansioso e positivo já pelo futuro que se desenrola em frente ao seu proeminente grupo.
MultiOpticas
Uma vida melhor como destino
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O grupo de óticas, os seus franqueados e as empresas envolvidas nas respetivas lutas pela felicidade das comunidades onde se inserem marcam o fim do ano de 2019 com várias iniciativas solidárias. As instituições visadas são a Casa de Acolhimento da Obra do Frei Gil, no Porto e o Centro Paroquial Padre Ricardo Gameiro, na Cova da Piedade, que recebem um apoio extra para entrar em 2020 com mais alegria.”
Na cidade Invicta, a MultiOpticas juntou-se à Artefacto, empresa especializada no desenho e construção de espaços comerciais e outros, para apadrinharem a Casa de Acolhimento da Obra do Frei Gil. A 19 de dezembro, a rede de óticas proporcionou rastreios visuais às crianças, jovens e colaboradores e ainda a oferta de óculos graduados a todos os que registaram necessidade de correção visual. Nesta iniciativa, as empresas contribuíram ainda com dois computadores e uma impressora para a sala de estudo. Adicionalmente, a Artefacto ofereceu a todas as crianças e jovens prendas natalícias. A festa terminou com um lanche oferecido pela famosa “Padaria Ribeiro”. Este evento contou também com a presença de Ricardo Guedes que sempre participa neste tipo de iniciativas de responsabilidade social no Porto.
•• O g r u p o Gr and V is io n (...) r e f or ç a a s u a c o n s t a n t e p r ox i mid a d e n a s di f e r e n t e s reg iõ es d e P or t u gal , on d e d et ém m ai s d e 200 l o ja s . •• A Casa de Acolhimento da Obra do Frei Gil visa o acolhimento residencial por tempo prolongado de crianças e jovens em risco. A sua missão também passa por transmitir educação e, consequentemente, condições e oportunidades necessárias para o seu desenvolvimento global. Tudo isto em ambiente de proximidade, coeducação e cooperação, de modo a conseguir a progressiva integração na família e na sociedade.
MultiOpticas da Cova da Piedade “dá mão” ao Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro A franqueada Rosário Carmona empenhou-se em seguir a filosofia de responsabilidade social do grupo que representa ao apadrinhar a instituição da sua comunidade. A 11 de dezembro, a MultiOpticas da Cova da Piedade ofereceu brinquedos lúdico-pedagógicos para quatro salas da creche do Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro, dois computadores e uma impressora (oferecidos pela GrandVision) para o Centro de Atividades Ocupacionais e um lanche de Natal para as quase 300 crianças da instituição. “Ter a oportunidade de conhecer de perto a realidade e a obra do Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro foi para mim uma honra. Esta ação representa, certamente, o início de uma parceria duradoura. Tendo presente os valores que a GrandVision sempre defendeu e com os quais eu me identifico na totalidade, conhecer, participar e partilhar momentos com a comunidade local é algo que faz todo o sentido para mim e para a minha equipa, o que nos enche de orgulho. E eu estou muito feliz e muito grata”, referiu a profissional da MultiOpticas. A instituição localizada em Almada, distrito de Setúbal, tem como principal missão uma ação centrada na dignidade humana e na promoção do crescimento de cada indivíduo através de valores cristãos, éticos, de igualdade e solidariedade. Esta Instituição Particular de Solidariedade Social com 45 anos de existência, apoia hoje 1500 utentes, diretamente, e cerca de 5000 pessoas de forma indireta. O grupo GrandVision, onde está inserida a marca MultiOpticas, reforça a sua constante proximidade nas diferentes regiões de Portugal, onde detém mais de 200 lojas. O objetivo é devolver às comunidades o voto de confiança que garante à MultiOpticas estar na liderança do mercado há vários anos em Portugal.
Vison for Life
Melhor visão às crianças
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A fundação Vision for Life da grande multinacional Essilor orientou os seus esforços filantrópicos para Portugal, pela primeira vez. Com a visão e o trabalho de Margarida Barata, a marketing director de Inclusive Business and Philantropy na infraestrutura europeia da Vision For Life, conseguiu-se conjugar os meios humanos, técnicos e materiais para arrancar com este primeiro projeto humanitário luso direcionado às crianças. Este é um trabalho que reúne ainda a “assinatura” da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos e da Essilor Portugal. O arranque da iniciativa aconteceu a 2 de dezembro na Aldeia de Crianças SOS, em Vila Nova de Gaia, e segue agora por todo o país.
A inauguração do projeto Vision for Life aconteceu sob as árvores da aprazível Aldeia De Crianças SOS, de Gulpilhares. Margarida Barata, esteve no centro da conjugação destas valências, tomou a voz do evento. Iniciou por agradecer aos envolvidos neste trabalho incrível e que possibilitou montar um consultório de oftalmologia móvel, que vai servir as crianças em situação de necessidade e ainda proporcionar óculos e lentes a quem seja detetado problemas visuais. “Quero agradecer ao doutor Augusto Magalhães, presidente do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos, à doutora Rosário Varandas, oftalmologista pediátrica do Hospital de Gaia e responsável pelo grupo de oftalmologia pediátrica da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e representante da própria sociedade neste evento, e a Frederique Corbassom, vice presidente do Inclusive Business, Philanthropy and Social Impact, Essilor Europa e África e também diretor da Fundação Vision for Life e que nos permitiu estar aqui hoje. A Pascal Gery, diretor de Inclusive Business da Europa, a Gonçalo Barral, diretor geral da Essilor Portugal, a Manuel Matias, diretor da relação com as empresas
das Aldeias SOS, que nos ajudou desde o primeiro momento e a Diogo Silva, Diretor técnico das Aldeias de Crianças SOS – Portugal”, frisou Margarida Barata. E o core deste trabalho passa por levar saúde visual junto da população mais desfavorecida, essencialmente, crianças e jovens entre os seis e os 18 anos referenciadas pelas entidades de responsabilidade social. A oftalmologista Rosário Varandas é a outra figura chave do projeto, participando no aconselhamento para montagem do consultório móvel com os equipamentos essenciais e angariando outros médicos voluntários para fazerem as consultas em todo o país. Ela própria inaugurou a nova valência médica, dando as primeiras consultas perante a imprensa. “Quando me falaram deste projeto fiquei imediatamente entusiasmada, porque é mais fácil se formos nós a chegar às crianças do que elas a nós. O consultório móvel está otimamente equipado e já testei os aparelhos todos. É como se estivéssemos num consultório fixo de oftalmologia! Acho que vamos poder chegar ao sítio onde fazemos mais falta e depois o facto de, quando ser necessário, termos a oportunidade de oferecer os óculos e as lentes com a graduação adequada, é mesmo importante. Estou muito satisfeita e acho que a união faz a força e não somos os três mosqueteiros (SPO, Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos e Vision for Life) mas na verdade é quase como se fossemos. E estamos preparados para ir a todo o Portugal!”, declarou uma entusiasta Rosário Varandas.
Vision for Life e a luta para eliminar a má visão Ainda na inauguração do consultório móvel Frederique Corbassom reviu a história da Vision for Life. O responsável pela fundação recordou que o início aconteceu em 2015 e que recebeu do grupo Essilor 50 milhões de euros para liderar projetos como o que se iniciou em Vila Nova de Gaia, em todo o mundo. “Iniciámos mais de 100 projetos na Ásia, na América Latina, na África e na Europa, ajudando populações locais a aceder ou a obter informações sobre a importância da boa vi-
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Objetivo: mudar vidas “Acredito que esta iniciativa possa fazer mesmo a diferença. As crianças encontram nas Aldeias de Crianças SOS uma família, mas não têm acesso a estes meios.”, explicou à LookVision Portugal a mulher por trás da concretização do projeto. Margarida Barata tinha impresso na mente desde a infância o trabalho incrível destas instituições, que preparam os jovens para vida com todas as valências importantes. “Quando o projeto começou eu sabia que tinha que ser nas Aldeias SOS. Iremos passar também na Assistência Médica Internacional (AMI) mas tinha que arrancar aqui. Começámos no norte, porque a doutora Rosário foi realmente incrível. Este é o primeiro grande projeto da Vision For Life em Portugal e esperemos que seja o primeiro de muitos” rematou Margarida Barata. Na primeira parte da iniciativa está previsto abranger-se 2400 crianças carenciadas. são. Até agora mais de cinco milhões de pessoas beneficiaram desta fundação.” Corbassom acrescentou ainda que a Vision for Life estima que mais de um milhão de pessoas sofra de má visão e não tenham conhecimentos ou acesso ou soluções económicas para resolver esses problemas. “Queremos trabalhar para combater isto e estamos contentes por juntar forças com a SPO, com as equipas que estão dispostos a eliminar este problema em Portugal. E esperemos que milhares de crianças ganhem com este serviço”, afirmou o diretor da Vision for Life. São 2,5 mil milhões de pessoas com má visão em todo o mundo e que motivam os ideais da Vision for Life. A equipa mundial desta instituição tem em si o enorme desafio de eliminar a má visão no horizonte de uma geração e fá-lo apoiando projetos que contribuem para a qualidade visual de populações carenciadas.
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Shamir Millennium Olhos em jogo e protegidos
A fabricante de lentes oftálmicas assume um novo nível de personalização ao apontar a sua tecnologia avançada aos jogadores de gaming, os adeptos do imenso universo de jogos eletrónicos. Millennium é a resposta da Shamir às necessidade das crianças e jovens míopes, hipermétropes e astigmatas, com idades compreendidas entre os 10 e os 35 anos e expostos a smartphones, tablets, computadores, televisão, entre outros. Com um design pioneiro e inovador, a nova lente alia os benefícios da saúde ocular ao melhor desempenho na resposta aos desafios digitais dos dias de hoje.
•• O design pioneiro e inovador da novíssima Shamir Millennium alia os benefícios da saúde ocula r ao m elhor desem penho requisitado pelos dispositivos digitais dos dias de hoje. ••
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O gaming é hoje considerado um desporto e, inclusivamente, está inserido, em Portugal, na Federação Portuguesa do Desporto Eletrónico, com cerca de 200 mil jogadores. Ou seja, é uma atividade de grande relevância e contagiante, que leva ao uso muito intensivo dos equipamentos digitais, somado ao uso regular do dia a dia. O esforço a que o sistema visual humano é submetido ultrapassa as respetivas capacidades naturais. Este não está preparado para o aumento de tempo de utilização da visão de perto que, como consequência, afeta o poder acomodativo do cristalino. Os desafios dos tempo modernos impelem a um maior desempenho da visão, nomeadamente rapidez de reação, necessidade constante de foco e maior recrutamento da visão periférica. Como solução a estas novas premências, a Shamir usou o seu avançado departamento de investigação e desenvolvimento de lentes oftálmicas, para criar o design da lente Shamir Millennium. Baseada num conceito de asfericidade positiva, a nova lente proporciona uma ligeira potência de aumento, variável até 0.25 dioptrias, na zona inferior da lente, respondendo aos desafios de acomodação. O design pioneiro e inovador da novíssima Shamir Millennium alia os benefícios da saúde ocular ao melhor desempenho requisitado pelos dispositivos digitais dos dias de hoje. Adicionalmente, proporciona todos os benefícios que os utilizadores de equipamentos digitais procuram. Entre os mais relevantes estão a redução do cansaço visual, a diminuição do stress ocular, a redução do efeito de falsa miopia, o alívio de dores de cabeça e dos sintomas relacionados com o olho seco, resultando numa maior capacidade de foco e maior desempenho. A visão periférica e panorâmica estão otimizadas nesta lente, que garante ainda proteção contra a luz azul nociva, contra os raios UV e contra os raios infravermelhos. A lente Shamir Millennium representa uma nova oportunidade de melhorar a visão e a vida dos clientes das óticas, como resposta às expectativas deste público no exigente universo das novas tecnologias.
Essilor
Vision-R 800 e a visão perfeita
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A Essilor entra numa nova era de refração com o foróptero digital Vision-R 800. A possibilidade de alterações contínuas na potência torna o processo preciso e fácil. É que o novo instrumento revoluciona o apuramento das medidas na possibilidade de fazer incrementos de graduação de apenas 0,01 dioptrias, algo que as próprias lentes da Essilor também já inlcuem, graças ao Digital Surfacing. O resultado está em prescrições de tal forma ajustadas aos utilizadores que redescobrem todo o potencial da respetiva visão. A equipa da LookVision Portugal submeteu-se “em pessoa” a esta revolução em refração subjetiva e comprovou o avanço real que esta ferramenta permite ao nível de precisão na visão potencial do utilizador. Ou seja, a experiência é muito confortável, elimina as longas sessões em frente ao otótipo e demais imagens de exame, é mais precisa no apuramento das respostas, porque contempla o sim, o não e também o não sei, e conjuga várias vertentes do exame de forma tão fluída, que torna o processo rápido e agradável. A terminar, há uma imagem da vida real que compara a visão que o cliente tinha quando iniciou o exame e outra com as medidas apuradas, confirmando o sucesso desta ferramenta. Tudo isto acontece desta forma porque, enquanto nos processos tradicionais de aferição da refração o especialista procura a potência da esfera, o eixo do cilindro e a potência do cilindro de forma individual, o forópetro Vision-R 800 altera simultaneamente todos os componentes da refração. Por exemplo, a esfera ajusta-se de
maneira automática para cada alteração da potência do cilindro, de modo a que se mantenha o equivalente esférico constante ao longo de todo o procedimento de refração. A nova possibilidade deve-se ao procedimento Digital Infinite Refraction, que garante um caminho facilitado até à refração final e permite tirar total partido do Digital Surfacing, utilizado no fabrico das lentes. Adicionalmente, os valores de esfera e cilindro do foróptero podem alterar-se de forma contínua em incremento de 0,01 dioptrias, enquanto a maioria destas ferramentas o fazem em passos de 0,25. As câmaras do Vision-R 800 fazem ainda a medição da distância vértex, da qual depende a refração. Este apuramento tem a exatidão de 0,1 milímetros para garantir maior controlo. Mais tempo ao cliente O tempo mais curto do exame faz o especialista ter mais qualidade na relação com o seu cliente, para além de um trabalho mais preciso e direcionado às necessidades de cada pessoa. O Vision-R 800 tem disponível vários Testes Inteligentes semiautomáticos que apoiam o profissional no tipo de exames que quer realizar naquele doente em particular. Os testes são extremamente intuitivos, simplificando processos que de outra forma eram mais complexos. Além de tudo, as câmaras do foróptero da Essilor garantem que o especialista vê os olhos do utilizador, para assegurar uma boa posição atrás da máquina. Tudo em prol de uma visão perfeita.
Prats
As novas instalações da Prats Portugal receberam a visita de alunos e professores do curso de Técnico de Ótica Ocular, do INETE. O grupo consultou, na primeira linha, todo o moderno processo produtivo das lentes oftálmicas e ouviu uma palestra que visou a abertura de novos horizontes, sob o tema Da ótica corretiva à ótica preventiva.
O complexo de fabrico português da Prats foi, a 18 de outubro, um espaço de partilha e passagem de conhecimentos. Os futuros técnicos de ótica ocular, integrados no currículo do Instituto de Educação Técnica (INETE), percorreram o caminho que leva matérias primas a transformarem-se em lentes oftálmicas de qualidade exímia, assinadas pela alta tecnologia e savoir-faire humano da Prats. Depois da visita “no terreno”, os formandos e respetivos docentes usufruíram de uma formação na moderna sala concebida pelos especialistas da Prats para esse efeito. Ecoaram considerações em torno do tema Da ótica corretiva à ótica preventiva, com o objetivo de abrir horizontes, alterando o conceito de uma profissão que se quer atual e moderna. Vasco Cândido, diretor comercial da Prats Portugal, esclareceu à LookVision Portugal em que consistiu esta troca de noções. “É uma alteração ao paradigma da profissão de técnico de ótica ocular. Tradicionalmente este profissional sempre trabalhou para resolver problemas visuais, recebendo as receitas das mais diversas origens, aconselhando a melhor armação e lentes para aquele paciente em concreto, e para a sua graduação, corrigindo a ametropia apresentada pelo paciente. Com o aumento do buraco do ozono, e com os desafios da utilização de fontes de iluminação
artificiais, cada vez mais energéticas, impostas ao nosso estilo de vida, o risco de lesões de retina está a aumentar de forma exponencial, tornando-se necessário que o técnico de ótica passe a ter um papel de agente preventivo. Nesta nova função, o técnico de ótica passa a recomendar lentes oftálmicas com filtros e ou características específicas, mesmo para pessoas sem qualquer defeito visual, que possam minimizar o risco de lesões, que em última instância, podem levar à cegueira.” Esta primeira experiência formativa na Prats garantiu o compromisso da continuidade, num contributo central para a educação da próxima geração de profissionais. “É fundamental para nós podermos mostrar a tecnologia e o know-how que a Prats possuí em Portugal, e que está na vanguarda do que é feito a nível mundial”, concluiu Vasco Cândido no balanço final desta experiência positiva e edificante.
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Produção avançada aberta aos futuros técnicos de ótica
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António Paraíso O desejo do luxo Conhecemos António Paraíso num lançamento de uma coleção de óculos de luxo, precisamente, pois este homem é uma das poucas personalidades que domina o luxo em Portugal. A sua figura elegante e aprumada ao pormenor anunciou a especialidade que segue e absorvemos com atenção a sua experiência e ideias sobre o segmento de consumo mais desejado do mundo. António Paraíso viveu e estudou em Londres, Porto, Madrid e Alemanha e foi gestor de mercados internacionais em quatro empresas, durante 19 anos. Na sua formação tem o marketing, a gestão e o luxo. Domina cinco idiomas que o levaram a fazer negócios em 48 países dos cinco continentes. Hoje, é palestrante, consultor e faz formação de executivos e equipas comerciais em temas de marketing de luxo, inovação, vendas e internacionalização de negócios. Já expressou os seus conhecimentos para empresas como a Giorgio Armani, Porsche, Carnival of Luxury, Sheraton, Essilor, Alcon, Luxottica, Procter & Gamble e muitas outras marcas, em Lisboa, Madrid, Singapura, Abu Dhabi, Panamá e Lima. Já treinou e deu apoio às equipas de marketing e vendas do Pine Cliffs Beach Resort do grupo Luxury Collection Resort, Vila Vita Parc Resort & Spa no Algarve, The Yeatman Luxury Wine Hotel no Porto e Hotel Amigo, em Bruxelas, do grupo Rocco Forte Hotels. À LookVision Portugal esmiuçou o luxo e os seus contornos, numa conversa que abre os mistérios desta área magnética e explica porque ser luxuoso continua a ser para poucos.
O luxo é desejo ou provoca desejos? O luxo é um fenómeno sociológico de consumo com características muito elitistas. Estas são relacionadas com qualidade extrema, design, exclusividade, escassez, perfeição, beleza, status social, arte, excelência, sofisticação, elegância, surpresa, inovação, preço alto, entre várias outras, o que faz os seus consumidores sentirem-se muito especiais e proporciona momentos de felicidade. Por todos estes motivos, o luxo provoca muito desejo na maioria das pessoas, mas poucas lhe conseguem aceder. E por ser um conceito tão intrincado, culto e romântico acha que todas as marcas nascem com o sonho de serem consideradas luxuosas? Creio que nem todas as marcas nascem com o sonho de serem de luxo. A esmagadora maioria dos consumidores é de classes
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•• Quem compra luxo, está a comprar momentos de felicidade. ••
sociais médias e baixas e a maior parte das marcas surge com o objetivo de conquistar essas fatias importantes de mercado, onde está a grande quantidade de consumo. O que acontece é que grande parte das marcas de consumo em massa, dentro do seu segmento, da sua área de negócio, deseja subir preços para faturar mais e decide então sofisticar um pouco a sua oferta, embelezando-a e tornando-a mais exclusiva. O exemplo mais paradigmático desse fenómeno é a Nespresso, uma marca que conseguiu transformar um produto banal chamado café em estilo de vida elegante. Mas nem todas as marcas que o desejem e tentem, conseguirão ser marcas premium ou de luxo. A construção de uma marca de luxo é muito exigente e difícil, pelo que nem todos o conseguem fazer com mestria. Trata-se de um segmento de acesso complexo e só para algumas insígnias especiais. Que premissas se devem seguir para entrar neste “clube exclusivo” de marcas? Eu costumo dizer que o luxo é feito da combinação subtil de tangibilidade perfeita com intangibilidade sedutora. Assim, as marcas que desejem fazer parte desse “clube exclusivo” deverão saber construir um universo feito de atributos tangíveis próximos da perfeição – como a qualidade perfeita, o design e
a beleza – e de atributos intangíveis que seduzem – como a escassez, a exclusividade, a história e histórias, a emoção, a sensualidade, a elegância, o estímulo dos sentidos, a extravagância, a surpresa, entre muitos outros. Esta combinação de atributos proporciona felicidade e faz os consumidores sentirem-se muito especiais, ao ponto de estarem disponíveis para pagar quantias avultadas. Quem compra luxo, está a comprar momentos de felicidade. Como especialista do tema Luxo, quais são os exemplos que considera de maior sucesso neste paradigma e porquê? Há imensas marcas de sucesso no universo do luxo. Muitas delas nem são conhecidas do grande público. De entre as mais conhecidas, eu destacaria, na moda e acessórios, a Hermès, a Chanel, a Vuitton e a Gucci, na hotelaria de luxo muito exclusiva o Ritz Paris, o Plaza Athenée e os grupos Aman e Belmond, na joalharia, a Cartier, a Chopard e a Bulgari, nos automóveis a Bentley, a Ferrari e a Porsche – recentemente eleita a marca de luxo mais valiosa do mundo. Todas estas insígnias, nas suas áreas de negócio, têm sabido construir e manter um capital impressionante de exclusividade, elegância e, sobretudo, de desejo, que permanentemente seduz os seus públicos e os fideliza.
Enquanto consultor, já lhe pediram ajuda na criação de uma marca de luxo? Que conselhos lança? O luxo não é todo igual. Existem quatro níveis de luxo, que os especialistas internacionais respeitados já definiram e classificaram. Nunca me pediram apoio na criação de raiz de marca para se posicionar nos níveis mais altos de luxo, e seria muito difícil uma marca de verdadeiro luxo vingar em Portugal sem ter história e notoriedade internacional, mas já me pediram aconselhamento para a criação de uma marca no nível de luxo acessível. Os conselhos que propus foram um conjunto alargado e coordenado de ações para desenvolver atributos tangíveis e intangíveis que permitam criar desejo. Eu tenho um vídeo no meu canal YouTube onde explico com algum detalhe a minha própria fórmula de criação de desejo numa marca de luxo. Convido os leitores a verem, na internet, o meu vídeo How do you Build Desirability?. Em termos globais, qual é a situação do luxo no mercado mundial? É de facto a área imune às crises económicas? Globalmente, a situação do mercado de luxo, a nível mundial, é muito positiva e confortável. De acordo com um estudo da empresa de consultoria e estudos de mercado Bain & Co., o mercado
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habituais de luxo não perdem muito poder de compra. Reduzem ligeiramente o seu consumo, mas continuam a consumir, embora de forma mais recatada, sem ostentação, para que não se note que continuam poderosos.
•• As ma rc a s de lux o sabem bem c o mo l id a r com o ego do ser h uma n o e têm como um dos g ra n d es o b jetivos fazer os seus c l ien t es s en t ir-se muito especiais •• do luxo está a crescer anualmente acima dos cinco por cento. As marcas de luxo são criadoras de valor e conseguem volumes de negócio e de faturação muito altos. Na categoria de Objetos de Luxo Pessoal que inclui moda, cosmética, perfumaria, joalharia, relojoaria e acessórios, o conjunto de todas as marcas de luxo faturou, em 2018, acima de 260.000 milhões de euros e as previsões apontam para que em 2019, nessa mesma categoria de produtos, a faturação global seja superior a 280.000 milhões de euros. As marcas de luxo, à semelhança das outras marcas, não estão totalmente imunes às crises económicas e também sentem os seus efeitos negativos. Mas normalmente sofrem menos que as marcas de consumo ou as marcas empresariais. Isto, porque, por um lado, nos tempos mais difíceis as marcas de luxo têm dinheiro para investir; por outro lado, os consumidores típicos e
E em Portugal? Não existem dados estatísticos detalhados sobre o consumo de luxo em Portugal, mas a pouca informação disponível aponta para que o mercado esteja a evoluir favoravelmente, em linha com o comportamento a nível global, que acima referi. Algumas categorias de produto que se vendem em Portugal, nomeadamente os Objetos de Luxo Pessoal e o Imobiliário, estão a ser sobretudo comprados por estrangeiros que visitam o nosso país, do que propriamente por consumidores portugueses. Os portugueses que consomem regularmente produtos e serviços de luxo, por norma preferem fazê-lo fora do país. Que futuro se pode auspiciar para o setor do luxo? O futuro do setor do luxo será seguramente positivo e promissor. O estudo que referi acima, prevê que o mercado do luxo cresça cerca de cinco por cento por ano, pelo menos, nos próximos cinco anos. Além disso, o relatório Global Wealth Report 2019 elaborado pelo banco Credit Suisse confirma que a quantidade de milionários no mundo aumentou mais uma vez e agora são já 47 milhões. As marcas de luxo sabem bem como lidar com o ego do ser humano e têm como um dos grandes objetivos fazer os seus clientes sentir-se muito especiais. E haverá sempre quem esteja disposto a pagar para se sentir especial.
opti Ao vivo, a cores e nos blogs!
A participação oficial dos bloggers na opti entra na quarta edição, em 2020 e envolve mais de 20 influencers da Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Letónia, Lituânia, Holanda, Áustria, Polónia e Espanha e os seus cerca de 320 mil seguidores e mais de um milhão de leitores. Aliás, esta classe da comunicação tornou-se fulcral na feira alemã. Para se atribuir o Blogger Spectacle Award, o grupo de comunicadores reúne com os expositores das opti Boxes, no pavilhão C2, em conversas de 120 segundos, e decide quem é o mais proeminente em 2020. Conversas sobre tendências Um painel de discussão sobre boas práticas acontece imediatamente antes da cerimónia de prémios e os bloggers e especialistas dos media expõem ideias. Entre elas o facto de que o foco não precisa estar sempre no design e que tópicos interessantes como o vidro, as lentes de contacto e a refração também “sobrevivem” nos novos media. Esta conversa acontece dia 11, pelas 12 horas no opti Forum, no pavilhão 4.
O mapa do estilo da opti O Stylemap da feira alemã é um lançamento em 2020. Trata-se de um guia que apresenta os expositores participantes no Blogger Spectacles de forma intuitiva a todos os bloggers e outros comunicadores. Todos os expositores das diferentes áreas de produto receberam já o convite para o evento blogger. Um portal exclusivo permite aos participantes da feira comunicarem com os seus comunicadores online preferidos, mesmo antes do certame. Já se pode ler sobre as 24 marcas participantes com os seus destaques em produtos no opti Maketplace em www. opti.de/marketplace. Mais informações sobre toda esta movimentação, influências e bloggers em www.opti.de/messe/ blogger-spectacle.
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Em janeiro de 2020, a feira internacional de Munique convida o setor ótico e os bloggers de lifestyle de toda a Europa para o primeiro grande evento do ano. E à procura dos produtos mais inovadores, as notícias mais quentes, os bloggers vão emitir ao vivo e a todo o momento a “vida” dos pavilhões da opti, na iniciativa Blogger Spectacles. Numa Trendtalk, todos estes influencers vão discutir porquê que todos os produtos são adequados aos social media. Acontece ainda a Cerimónia de Prémios Blogger Spectacle, a 11 de janeiro pelas 12,30 horas no opti Forum, direcionada aos participantes das opti Boxes.
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Jason e Karen Kirk
Kirk & Kirk: O amor e os óculos Este casal de amantes de óculos tem uma história em nome próprio no setor dos óculos com quase um quarto de século. A este longo percurso acresce-se ainda os 100 anos em que o nome Kirk já contribuiu para a indústria. Jason e Karen Kirk são empreendedores e inquietos e, por isso, deixaram para trás um projeto antigo para se renovarem e reinventarem nesta jovem Kirk & Kirk. O passaporte da marca está hoje assente na eletrizante coleção Centena, que provoca pelas cores e pelas matérias originais. Numa conversa exclusiva para LookVision Portugal, exploramos as ideias e criatividade do empresário e da designer, antecipando o futuro do mercado e absorvendo uma nova forma de criar e desenvolver óculos.
los e que torna toda a experiência única. A nossa inspiração vem desta interação humana, que não se consegue com um padrão tartaruga!
É complexo manter uma personalidade de design única entre tantas marcas que apareceram no eyewear nos últimos anos? Karen Kirk: Não, trabalhamos com materiais únicos e parece mais que estamos a esculpir do que a fazer design, adoro!
A Kirk & Kirk lançou-se em 2013. Foi um período complexo para iniciar o negócio, considerando a forte concorrência que existe entre os criadores independentes? JK: Não consideramos concorrência. Quando o meu avô e o irmão lançaram a primeira fábrica há 100 anos, ajudaram outras pessoas a estabelecerem outras fábricas à volta deles. Há quem possa considerar isso competição, no entanto eles sentiram que ao apoiar o desenvolvimento da indústria, sairiam também beneficiados. Nós inspiramo-nos muito no Sidney e Percy Kirk no nosso trabalho diário e na nossa cultura corporativa.
A inspiração advém desta forma original de trabalhar as matérias? KK: Sim, e das matérias em si, mas principalmente do objetivo de fazer as pessoas sentirem-se melhor em relação a si próprias e em relação aos seus óculos. Enquanto houver indivíduos que querem expressar-se, haverá sempre inspiração.
E porque esperaram até 2013 para avançar com esta Kirk & Kirk? Já estavam no mercado há muito mais tempo. JK: Tivemos uma empresa desde 1992 e deixamo-la em 2013 para formarmos a Kirk & Kirk. O timing era perfeito – uma nova companhia com mais de 20 anos de experiência!
JK: Há um sentimento único quando se usa uma armação Kirk & Kirk. A corporalidade da ligeireza do acrílico é impressionante, as cores fortes são poderosas mas existe ainda o facto de outras pessoas interagirem com quem usa os nossos ócu-
E a marca tem conhecido sucesso. Como conquistaram esta posição incrível num mercado tão complexo? JK: Temos uma base de clientes soberba dos melhores e mais exigentes óticos independentes em todo o mundo.
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A Kirk & Kirk encetou um caminho totalmente diferente do usual design de óculos, propondo cores fortes e linhas espessas na mais recente coleção. Como foi a aceitação do ótico e do consumidor? Jason Kirk: Os óticos e os consumidores tiram partido do prazer de expressar a sua personalidade única através dos óculos. No nosso caso, de facto as cores são apelativas mas a coleção Centena tem mais a ver com a emoção que essas cores provocam.
Qual é o passado da Karen na área do design? KK: Comecei como designer gráfica, mas redescobri-me na disciplina do design de produto, que é o que desenvolvo agora. E porquê tornar-se designer? KK: Adoro resolver problemas , encontrar formas de fazer algo desenvolver e tornar-se melhor.
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Que projeto a apaixonou mais? KK: A nossa coleção Centena é feita de acrílico de dez milímetros e eu adorei trabalhar com a massa do material.
O mercado do retalho é muito competitivo e os óticos têm que encontrar formas de se diferenciarem dos concorrentes e a Kirk & Kirk é a maneira mais linear e fácil de o fazer...e vende! Os profissionais também precisam de justificar porque é que o seu público despende mais dinheiro numa armação do que nos produtos básicos das grandes cadeias de lojas e a Kirk & Kirk com os seus materiais únicos e produção manual genuína permite aos óticos expressarem valores nobres aos seus clientes. Contem-nos, a partir da longa experiência que tem no setor, como mudou o design de óculos ao longo dos anos. JK: Quando a situação económica é desafiante, os óticos e os designers tendem a não arriscar. É por isso que se vê tantas armações pequenas e redondas em metal e padrões tartaruga em tempos de recessão. Na nossa opinião, o contrário é necessário. Os consumidores precisam de ser deslumbrados, precisam de uma razão para comprar...um desejo e não apenas uma necessidade. Como descreve o estado atual do mercado? JK: O mercado do eyewear independente está dividido em duas secções: os que competem pelo preço e os que competem pelo produto. Entrar na “luta” pelo preço é algo que não podemos vencer. A única forma de prevalecer no atual ambiente é proporcionar marcas incríveis que a concorrência não tem e apostar
profundamente em poucas coleções. É imperativo que o ótico apresente estes produtos com confiança e convicção. Os melhores óticos do mercado hoje, aliás, só apostam numa mão cheia de marcas, mas expondo-as bem e comunicando as respetivas histórias, para que o consumidor tome uma decisão bem formada. KK: A indústria desenvolveu-se de várias formas. Os óticos percebem que têm que se diferenciar, o que é ótimo para nós. Por outro lado, há imensas marcas de eyewear com o mesmo produto e que são mais dependentes de um bom marketing do que de um produto autêntico, o que é confuso para o consumidor.
Acham que o futuro pertence às marcas independentes? JK: Enquanto os óticos se mantiverem comprometidos com essas insígnias, há futuro. Como indústria, precisamos de começar a trabalhar juntos! Todos os diferentes setores do mercado da ótica independente têm que trabalhar de mãos dadas para comunicarem os valores ao consumidor. KK: Espero que as pessoas entendam o poder intrínseco de usar um par de óculos e como o eyewear pode mudar completamente a maneira como nos sentimos e como os outros nos veem. Que sonhos tem para a Kirk & Kirk? JK: Temos 100 anos de história da família Kirk na ótica e queremos ver a nossa profissão florescer e vencer. Queremos estar no coração desse sucesso! KK: Desejo que a Kirk & Kirk seja a escolha natural quando se quiser expressar criatividade e individualidade através de óculos.
De 29 de fevereiro a 2 de março, a MIDO abre as portas dos pavilhões do fabuloso complexo de Rho-Pero, no entanto pode-se começar já a viver a feira através da nova aplicação. Entretanto a agenda de viagens gratuitas de comboio, a partir de várias partes de Itália, está já em andamento.
Com o desenvolvimento da nova aplicação MIDO, a organização da feira italiana aproxima visitantes, expositores, eventos e notícias de todos os participantes. Descarregando gratuitamente, tem-se o pass de entrada sempre presente, à distância do telemóvel. Consulta-se ainda os planos de organização dos pavilhões, a lista completa de expositores e está-se sempre a par de novidades afetas à MIDO. Adicionalmente, cada pessoa pode personalizar a sua experiência na feira, destacando preferências e criando links para fotos e notas pessoais. O trabalho em rede entre expositores e visitantes é agilizado, graças, entre tantas funções, à criação e partilha de um cartão de negócios. De resto, não se perderá uma entrega de prémios, atividades especiais, novidades, entrevistas e tudo sobre esta 50ª edição da MIDO. Comboio especial Para a edição de 2020, a MIDO confirma a renovação da oferta de transporte ferróviário gratuito, dedicado a todos os óticos que saem de Bolonha, Veneza, Roma e Florença. A reserva faz-se a partir de janeiro em mido.com/treni-gratuito-mido e garante a afluência dos profissionais italianos na grande feira internacional.
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MIDO Nova app traz a feira para perto de si
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Henrique Nascimento A difusão da optometria como modo de vida O revalidado presidente da UPOOP partilhou com a LookVision Portugal os anseios que tem para a instituição que lidera e para a atividade que defende. Henrique Nascimento tem no seu ADN a docência e a optometria e une as duas paixões num conluio perfeito que garante que a história primordial da sua classe não é esquecida nem alterada. À luz dos acontecimentos recentes que assolam a optometria, o professor do ISEC deseja que o profissional possa continuar a trabalhar junto da população como tem feito até agora. E como primeira grande decisão no seu segundo mandato, Henrique Nascimento e a sua direção resolveram suspender o curso de reciclagem profissional em Optometria da EPOO.
O que sonhou para a atividade quando vestiu a camisola da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses (UPOOP)? A questão centrou-se sempre no reconhecimento da atividade. Foi e é uma luta contínua e ainda hoje não temos uma regulamentação da atividade. Quando começámos, e eu não fui o primeiro mas estive na linha da frente, a questão era conseguir que as pessoas usassem os nossos serviços. De que maneira fizemos isso? Transformando, de alguma forma, o que era o exame ocular na altura. Dou sempre este exemplo: a primeira vez que fui a um oftalmologista, lembro-me do exame que o médico me fez e dizer “isto não tem nada de medicina!” Já trabalhava em ótica, mas não sonhava ser optometrista. O oftal-
mologista viu se eu tinha algum problema efetivamente médico e depois limitou-se a colocar e tirar lentes e perguntar-me se via bem ou mal. Na altura pensei que muitos óticos eram capazes de fazer aquilo melhor. Lembro que estou a falar dos anos ‘70 e obviamente a optometria nos EUA já existia desde 1900. E que etapas considera que conquistou a UPOOP e o Henrique Nascimento enquanto presidente? Aquilo que conquistámos e continuamos a conquistar é melhorar a competência dos profissionais. Durante muitos anos se criticou e continua-se a criticar os cursos da Escola Portuguesa de Ótica Ocular (EPOO). Eu regressei à UPOOP há três anos, comecei agora o segundo mandato, e achei,
E esta foi a grande decisão do segundo mandato? Foi sim! (risos) Eu já tinha tomado essa decisão quando sai da UPOOP a primeira vez, em função do protocolo que tínhamos assinado com as duas universidades. Mas as coisas não correram bem. Vendo agora à distância, eu poderia não estar verdadeiramente preparado para essa guerra, porque tinha apenas 26 anos e inclusive prejudiquei imenso a minha vida pessoal em prol da UPOOP. Havia pessoas completamente contrárias a esta visão. Foi também a partir daqui que a classe se dividiu e nasceu outra associação, formada por quem se queria desvincular totalmente da UPOOP. Se isso não tivesse acontecido, provavelmente haveria hoje apenas uma associação muito mais forte e com maior representatividade nas respetivas lutas. Devo salientar também que sempre houve anticorpos no seio dos cursos universitários contra quem lhes proporcionou uma licenciatura na área da optometria assim como alguns doutoramentos: a UPOOP. E embora lutem pela mesma atividade, existem diferenças na base das respetivas associações representativas da optometria. Sim, a Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) simplesmente não aceita os optometristas que não pertençam à sua associação, já sem falar se são licenciados ou não, porque a UPOOP inclui muitos licenciados e cada vez mais. Está no seu direito não aceitar, mas tem o dever de reconhecer que existem muitos optometristas para além dos que pertencem à sua associação. Quando o curso em Lisboa começou, para além dos associados que temos que fizeram formação no Minho e na Beira Interior e que se identificam mais com a nossa
postura, reciclámos 60 optometristas diplomados. Eles vieram fazer a licenciatura, alguns com mais de 50 anos que até nem precisavam. Porém, receiam que saia uma regulamentação que os proíba de exercer por não serem licenciados, o que é uma autêntica mentira veiculada muitas vezes pela APLO. É importante referir que tal decisão nunca exisitiu em nenhuma atividade. Claro que não invalida que possa haver um prazo de transição, seja qual for o cenário. Ou seja, o problema central foi formar-se optometristas não licenciados, mesmo havendo licenciaturas. O problema foi que os cursos universitários que a UPOOP criou não davam resposta às necessidades dos óticos. Que alguns alunos saídos dessas universidades em vez de aderirem à UPOOP fundaram outra associação ignorando por completo o trabalho até aí feito por esta associação e os seus optometristas. Este foi e é o problema central da optometria em Portugal, uma associação que não reconhece outra congénere, não tem paralelo em todo o mundo. Há possibilidade de “unir a optometria”? Da minha parte é possível. Assim que fui eleito presidente, a primeira coisa que fiz foi convidar todos os presidentes para reuniões bilaterais. Não há razões para desacordos, porque a nossa perspetiva é esta: tentar fazer tudo pelo melhor para a optometria. Claro que, o que está feito, feito está e não posso resolver as decisões que não passaram por mim, mas tento que tudo melhore. Que planos tem para a UPOOP? Trabalhar sem fazer grandes manifestações, porque isso não resulta. Ou seja, trabalhar ao nível dos bastidores e tentar que realmente saia alguma regulamentação. Não quero, porém, que seja impeditiva ou que limite o optometrista de fazer aquilo que está preparado para fazer. E por isto, e sem o estatuto da optometria, não compreendo, porque se quer integrar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), sendo que ali não teremos autonomia, à lei atual. É uma posição histórica. Nos EUA isso é possível. Estudei numa universidade ligada a um hospital em que o diretor era um optometrista! Em Inglaterra poderá haver algo semelhante, mas na maioria dos países não, por razões históricas e temos de aceitar isso. Parece-me não fazer sentido nenhum entrar em guerras, seja com oftalmologistas seja com outra classe qualquer. É que, mesmo sem regulamentação, apresentamos resultados satisfatórios e não queremos que algo limite essa intervenção.
•• “Assim que fui eleito pr esidente, a primeir a coisa que fiz foi convidar tod os os pr esidentes par a reuniões bilaterais. Não há raz ões para desacordos (. . . )” ••
Urge então definir o optometrista? Não, isso está perfeitamente definido, o que não se enquadra é na nossa legislação e, já agora, na legislação de todos os países que têm a “medicina no topo”. A optometria não tem sequer a medicina no seu âmago e a forma de conseguirmos implementar os nossos cursos, foi sempre através da ligação à física. No entanto, implicamos com a saúde...mas também o que não implica com a saúde?(risos) A questão aqui passa por trabalhar arduamente para conseguirmos um enquadramento, mantendo a situação atual. Ou melhor, que haja um quadro legal que diga que nós para exercer tenhamos que estar inscritos em determinada instituição do estado. Mas porquê? Repare que, embora as pessoas não saibam, as diretivas da UE são viradas para a desregulação e não o contrário. A Europa quer menos regras, menos complicações. Poderemos estar inscritos, tal como os ortoptistas, por exemplo, no Ministério da Saúde ou outro qualquer que até pode ser a UPOOP, que é já por si uma entidade reguladora da atividade.
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juntamente com os meus pares, que era a altura de suspender esta formação, embora isso crie anticorpos. Não faz sentido com a existência de um curso superior em Lisboa. Claro que, é um facto que estas formações que por sinal têm a chancela da Universidade Complutense de Madrid, evitaram que centenas e centenas de pessoas por esse país fora exercessem a atividade sem conhecimento nenhum. Havia apenas a licenciatura de Optometria na Universidade do Minho e na Universidade da Beira Interior, que durante muitos anos só tinham um semestre de optometria e algumas pessoas não iam, porque era longe. É também por isso que temos agora o curso de Optometria do Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC), em Lisboa cheio. Aliás, nos últimos anos temos completado o número máximo de vagas.
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E na prática em que mudaria a vida do optometrista, assim sendo? Eu não queria que mudasse nada, o que provavelmente não vamos conseguir. Ou seja, poderemos ser limitados de alguma forma. O meu desejo é que se apresente um enquadramento em que o optometrista possa continuar a exercer como o fez até aqui, pertencendo inclusive à associação com a qual se identifica, mas com registo e uma cédula profissional para serem controlados. Se aparecer alguém fora deste âmbito tem que ser impedido de exercer e sofrer uma penalização. Porque é este o problema e também confundir-se os optometristas com outra pessoa qualquer. Sabemos que hoje com as novas tecnologias é tudo muito fácil, carrega-se no botão e já está, mas isso não é optometria. A questão de tudo isto foi a que fez com que a ADSE nos aceitasse em 1992, sem sermos regulados. Isso sim foi uma grande conquista para a atividade! Foi um grande reconhecimento, se bem que o estado tem poupado milhões com os optometristas, pois ainda hoje não comparticipa as consultas. Outra conquista da altura foi o sistema de assistência da GNR que assinou na mesma altura um acordo com a UPOOP e até aos dias de hoje temos tido muitos destes reconhecimentos. Entristece-me, o facto de nalguns casos servirem-se das nossas prescrições mas não retribuírem o valor da consulta. Nós não aparecemos agora, temos um percurso e é isso que eu estou cá para apresentar: a nossa história. E tem-na bem presente! Sim, é preciso conhecer o caminho, porque se há pessoas que o conhecem, mesmo na assembleia da república entre os deputados mais antigos, no entanto há nomes que chegam e não sabem nada, alguns deles dentro da própria atividade. E como vos têm em conta na Assembleia da República? Temos formação contínua na UPOOP e isso agrada, e muito, a Assembleia da República. Somos e temos sido autênticos reguladores da atividade. Porquê? Porque nenhum optometrista, seja licenciado ou não, é dispensado das formações de atualização de conhecimentos. São 20 horas de formação efetivas obrigatórias, sob pena de não terem acesso às vinhetas. Já outros profissionais que se dizem defensores da saúde pública não são obrigados a coisa nenhuma. Que sonhos tem para a optometria? É haver uma regulação em que não se possa dizer que “eu sou mais optometrista que tu”. É que não havendo conciliação entre
optometristas, que neste momento não existe e é dramático, o governo é que vai tomar decisões. É mais fácil ser o próprio governo a apresentar uma proposta que terá em consideração o que ambas as associações expuseram. No meio disto tudo, temos o problema das associações que não se entendem e ainda as outras que reclamam ser os verdadeiros profissionais da visão. E há outra questão que é continuar a incluir a parte de ótica no curso de optometria. Estava-se a querer separar estas duas vertentes, mas eu entendo que a optometria tem uma ligação muito grande à ótica e deverá continuar a ter, até porque é isso que nos diferencia de outros profissionais. E isso faz sentido? Não faz sentido nenhum os optometristas estarem divididos, porque assim ficamos frágeis em relação a outros profissionais que reclamam o nosso espaço de entre os quais os ortoptistas. Se só fizermos e aprendermos a questão da refração e da visão binocular, por exemplo, não nos diferenciamos destes. A minha luta é esta: explicar à Assembleia da República que de facto há uma área comum às duas atividades que é a da análise visual. Porém, se há coisa que é só da nossa competência é a parte da ótica, que passa por saber como se monta uma lente nos óculos e se a graduação e os respetivos prismas estão corretos. Faz parte da nossa história. Se estiver um pouco atenta, nos últimos anos as universidades lecionam muito assuntos da área médica e isso é perigoso para nós. Na licenciatura do ISEC Lisboa estamos mais dedicados à visão desportiva, às lentes oftálmicas, à visão e à condução, entre
outros. Ou seja, focamos estudos mais relacionados com ótica. Por isso, o nosso curso tem a denominação de Licenciatura em Ótica e Optometria. E atenção, isso está consignado no diploma europeu que define que esta área deve ser parte integrante da optometria. E quer mais associados para a UPOOP? Sim, esta direção tem um objetivo claro de aumentar, nos próximos anos, o número de associados. As iniciativas que vamos tomar nos próximos tempos vão fazer com que os optometristas queiram pertencer à UPOOP. E os que cá estão sintam orgulho nisso. Nós queremos ser integradores e não corporativistas! E não têm história da Optometria no curso? Não, mas vamos reformular o curso agora porque já fizemos seis anos. E há algo que é importante dizer e que se deve a todos os que estiveram envolvidos na criação e desenvolvimento do curso: a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior deu seis anos de acreditação a um curso que tinha iniciado naquele momento. A maioria consegue apenas um. É difícil dissociar o curso da UPOOP. Vou-lhe dizer porquê. Em primeiro lugar porque, ao contrário das outras universidades que eram públicas e nas quais não podíamos ter grande poder de influência, aqui participámos na instalação. Arranjámos inclusive apoio entre as empresas, como foi o caso da Essilor, com quem instalámos a clínica Essilor/UPOOP, utilizada pela universidade onde os alunos aprendem e acompanham consultas.
OBRIGADO
ANO CONSECUTIVO A MERECER A SUA CONFIANÇA
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Tão importante como ver, é saber olhar. É por isso que a MultiOpticas olha pela visão dos portugueses há mais de 30 anos. E há 7 que somos premiados com a sua confiança - os mesmos da existência da categoria de Ótica nesta votação. É sempre bom ter alguém que confia em nós.
Obrigado pela sua confiança.