LOOK VISION EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 48 • SETEMBRO 2016
Elsa e João Muacho
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50
Cumplicidade sem fronteiras
Luís Justino
Uma Proóptica em crescendo
Miguel Caixinha
Uma nova luz sobre a catarata
TM
Katharina Schlager
A arte de expor óculos by Andy Wolf
Setembro de 2016 • Nº 48
16 | BREVES
Índice MAUI JIM
Novos desenhos, novas aventuras 4
24 | CAPA
ELSA E JOÃO MUACHO Cumplicidade sem fronteiras
28 | OLHAR EM PORTUGUÊS
OPTICALIA
Com o JN no Regresso às aulas
42 | OUTROS OLHARES
LUÍS JUSTINO
Uma Prooptica em crescendo
44 | OLHAR O MUNDO
KATHARINA SCHLAGER
A arte de expor óculos by Andy Wolf
46 | OPTOMETRIA
MIGUEL CAIXINHA
Uma nova luz sobre a catarata
48 | ARTIGO CIENTÍFICO
Tema de Capa: Elsa e João Muacho conduzem a sua CM Óptica, de Campo Maior, com base na proximidade e na empatia
Diretora: Editora: Redação: Consultor e Diretor Artístico : Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal:
Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Emanuel Barbosa Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Gilberto Carapinha lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros
LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com
Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Isenta de registo na ERC ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99, de 9 de Junho, Artigo 12º, nº 1, a)
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Editorial 10
LOOK VISION EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 48 • SETEMBRO 2016
LUÍS JUSTINO
Uma Proóptica em crescendo
MIGUEL CAIXINHA
Uma nova luz sobre a catarata
TM
KATHARINA SCHLAGER
A arte de expor óculos by Andy Wolf
ELSA E JOÃO MUACHO
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50
Cumplicidade sem fronteiras
Adeus verão, olá óculos de sol A discussão sobre a proteção ocular contra os raios UV ganha força no verão, mas os perigos não terminam quando chega o frio. A sensibilização por parte dos profissionais da saúde continua e por quem está na frente das vendas também, mas a população ainda resiste a este hábito. Aqui acresce-se ainda o problema do uso de materiais de fraca qualidade. Terminada a “batalha” de verão, o setor tem que preparar já a temporada de 2017, porque a vitória ainda está longe. Nada melhor do que incluir modelos solares incontornáveis nas apresentações de “inverno”. Fomos atrás das novidades e trazemos algumas peças difíceis de resistir, mesmo para dias em que as nuvens insistem em marcar presença, porque, atenção, os raios UV persistem, mesmo que com menor intensidade. É também uma forma de mantermos uma ligação àqueles dias amenos e vagarosos. E por falar em ligeirezas, em setembro, demos destaque de capa a um casal de empresários encantador. Juntam o sotaque alentejano com um delicioso toque francês e são a imagem de dois amantes da cultura nacional. É que embora tivessem uma vida estável na Bélgica, onde aliás nasceram os seus três rapazes, o sonho de verão de regressar às origens deu-lhes coragem para abrir a sua CM Óptica, na remota vila de Campo Maior. São um sucesso e representaram, para nós, uma aprendizagem sobre o funcionamento de um mercado especial. Em setembro estivemos lado a lado com os nossos leitores, com uma despedida do verão em pleno rio Douro, patrocinada pela De Rigo. Inesquecível! Também “cantámos os parabéns” à Prooptica, por 23 anos de muito trabalho e energia. Luís Justino brindou-nos com a sua experiência, numa entrevista em que revê a história da empresa que lidera. Entre design, criatividade e inovações terminamos este número com ciência avançada, pela voz de Miguel Caixinha que está na frente de uma invenção que vem apoiar a cirurgia da catarata. Passe para as próximas páginas e não perca as movimentações de um setor apaixonante. A ótica está aqui!
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O compromisso com a presbiopia é um objetivo,
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References: 1. Pérez-Gómez I, Giles T. European survey of contact lens wearers and eye care professionals on satisfaction with a new water gradient daily disposable contact lens. Clin Optom. 2014;6:17-23. 2. Michaud L, Forcier P. Comparing two different daily disposable lenses for improving discomfort related to contact lens wear [published online ahead of print November 27, 2015]. Cont Lens Anterior Eye. doi:10.1016/j.clae.2015.11.002. 3. Alcon data on file, 2013. 4. Alcon data on file, 2014. 5. Pitt at all. Loading and Release of a Phospholipid From Contact Lenses. Optom Vis Sci. 88 (4).2011. 6. Angelini T, Nixon R, Dunn A, et al. Viscoelasticity and mesh-size at the surface of hydrogels characterized with microrheology. Invest Ophthalmol Vis Sci. 2013;54:E-Abstract 500. 7. Dunn A, Uruena J, Huo Y. Lubricity of surface hydrogel layers. Tribol Lett. 2013;13(2):371-378. Informação importante sobre as lentes de contacto DAILIES® TOTAL1® Multifocal (Delefilcon A): As lentes de contacto DAILIES® TOTAL1® Multifocal são dispositivos médicos para correção de miopia, hipermetropia e presbiopia. Para uso e substituição diária de acordo com o determinado por um profissional da visão. Podem surgir efeitos secundários como desconforto, ardor ligeiro ou picadas. Existem outros fatores que podem influenciar a saúde ocular. Para mais informações acerca da utilização, cuidado e conselhos sobre o produto informe-se junto do seu profissional da visão ou do seu distribuidor em Portugal. Alcon, DAILIES, DAILIES TOTAL1 e o logo ALCON são marcas registadas da Novartis AG. ©2016 Novartis. Material revisto em Agosto de 2016. I11608511135. Alcon Portugal-Produtos e Equipamentos Oftalmológicos, Lda. NIPC.501 251 685, Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, n.º 10E Taguspark 2740-255 Porto Salvo.
MAKING OFF
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A ótica a ritmo brando Libertamos a objetiva na tranquilidade do Alentejo para captar a essência de Elsa e João Muacho. Se a cumplicidade deles durante a nossa conversa intimista era visível, em frente à máquina fotográfica era magnética. Têm em comum o negócio, o amor pelos três filhos, a fidelidade à sua terra e a paixão um pelo outro. Coloriram as nossas páginas com esse brilho e preencheram-nas de uma história de vida que passou fronteiras e que culmina no sucesso da CM Óptica em Campo Maior. Prevê-se, com toda a certeza, um futuro brilhante para estes dois óticos.
Breves 14
Tarian A essência da natureza A nova coleção do designer Jérémy Tarian compromete-se com o brilho, recriando os mais belos e puros elementos da natureza: marfim, pedra e mármore. Cada estilo é assegurado por uma luminosidade especial, possibilitada pelas mãos apuradas dos artesãos do acetato, os italianos da Mazzuchelli. “A beleza traduzse no que é confortável para nós”, reforça o criador parisiense, que com isto em mente desenha armações para destacar a personalidade de cada amante de óculos.
Mykita Back to cool A casa alemã dedica a coleção First a pequenos aventureiros. Assinada pelo design distinto da Mykita, este novo conjunto compõe-se de 14 modelos, divididos entre versão de prescrição e solar. First foi desenhada especificamente para crianças a partir dos oito anos, focando-se na leveza, na cor e na originalidade típica da marca. Todos os óculos têm um acabamento de borracha para resistirem aos riscos e à vida intensa dos jovens usuários. As lentes solares têm o selo de qualidade da Zeiss, num garante total do controlo do brilho e de proteção contra os raios UV.
Lunettes Kollektion De Berlim com amor Luz Violeta Eyewear traz a marca berlinense em exclusivo, para Portugal e Espanha. Lunettes Kollektion propõe modelos de alta qualidade, fabricados à mão com técnicas tradicionais e com ênfase nos detalhes estéticos. As linhas modernas confluem num estilo intemporal graças à experiente equipa de designers da Lunettes Collection que angaria muitos anos de experiência no mundo da moda.
Breves 16
Institutoptico Escola e estilo com Cierzo As novidades da marca exclusiva do grupo Institutoptico chegam às óticas com um look descontraído, repleto de desenhos modernos e cores refrescantes. Os modelos focam a leveza essencial para os pequenos estudantes e conjugam qualidade e preço de forma vantajosa para os consumidores. Os mais recentes óculos da Cierzo alargam a coleção Lugares de Portugal, uma homenagem do grupo ao património cultural e à beleza singular que oferece cada região, localidade e lugar do nosso país. As peças incluem ainda um projeto social através da inserção do código ColorADD, que abre o mundo da cor aos daltónicos. A Cierzo é a primeira marca de óculos do mundo a integrar este código inovador.
Maui Jim Novos desenhos, novas aventuras A marca de coração havaiano lança novos formatos, sob o nome Howzit e Tail Slide, com a garantia da qualidade exímia das suas lentes. A Maui Jim quis com os óculos Howzit trazer todas as qualidades únicas do popular modelo da marca, Eh Brah, renovando-se numa silhueta refinada e com um design mais adequado a rostos maiores. O acetato ligeiro é o material primordial e talha-se em linhas amplas, que se definem nas hastes em metal e borracha duplamente injetadas. As lentes em vidro super fino enriquecem-se de tecnologias que destacam a cor e são 20 por cento mais delgadas e leves que o vidro laminado standard. Já o Tail Slide interpreta um apurado wayfarer, delineado com uma simplicidade magnética e colorida. A novidade também foi lançada em cristal fosco, abrilhantada com as lentes Maui Jim Blue Hawaii, com a sua poderosa proteção azul e estilo moderno e espelhado. Tail Slide define-se num nylon injetado muito subtil e nas extremidades ajustáveis às medidas dos seus seguidores.
Vinyl Factory Ícones em tom de luxo Para o outono que se avizinha, a marca dedicada à música, lança a coleção Vinyl Factory Icons. A paixão pela música e pelo vintage permanece, claro, no entanto a nova linha acresce-se de um sentido mais luxuoso, através de materiais cuidadosamente selecionados e da atenção redobrada nos detalhes. Todos os modelos são apresentados na famosa feira Silmo, mas ficam já aqui duas antevisões encantadoras. A armação de prescrição First Lady of Song de traços sedutores e a peça solar The Voice dotada de pormenores técnicos intrincados garantem uma temporada outonal de luxo.
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Breves 18
Silhouette Minimalismo eterno e reinventado Com mais de 70 anos de produção eyewear, a austríaca Silhouette mantém o core inovador que a lançou com sucesso no mercado. As mais recentes criações para os dias de sol rasgam a barreira do comum com designs atrevidos e irresistíveis, assinados, claro, pela subtileza da marca. Destacam-se os consagrados TMA Icon, Adventurer, Explorer, Titan Accent: Flora Edition e as edições muito especiais feitas com conluio com renomados artistas do design, entre as quais Felder Felder e Wes Gordon.
Safilo renova licença com Max Mara O grupo italiano e a marca Max Mara anunciaram a renovação antecipada da sua união de trabalho em torno da produção e distribuição da linha de óculos da casa de moda. Este acordo vigora até dezembro de 2023 e prolonga uma relação com quase duas décadas, baseada na comunhão de valores como autenticidade e perfeição. Aliás, a Max Mara foi recentemente selecionada pela Vogue.com como um dos melhores acessórios da Semana da Moda Outono/ Inverno de Milão. “A Max Mara tornou-se numa das marcas com crescimento mais rápido do nosso portfólio. Nós vemos ainda mais potencial, inspirado pela impressionante presença da marca em lojas de todo o mundo e estamos maravilhados por perseguir juntos as ambições de crescimento na área da ótica”, declarou Luisa Delgado, CEO da Safilo.
APLO Energia na preparação das CAO 2016 A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) prevê que as suas habituais Conferências Abertas de Optometria (CAO) tenham renovada dinâmica. O evento, na sua 12ª edição, está marcado para 12 e 13 de novembro na Covilhã e tem já confirmada uma Comissão Científica “de peso”. A presidir a comissão está o professor e investigador da Universidade do Minho, José González-Méijome, acompanhado pelo médico e professor da Beira Interior Miguel Castelo-Branco Sousa e os investigadores e professores na área da optometria da mesma universidade, Paulo Fiadeiro, Pedro Serra e Pedro Monteiro. As CAO de 2016 focam-se na padronização de atuação clínica do optometrista, enquanto prestador de cuidados primários de saúde visual. Serão também focados os aspetos mais atuais que conduzem à regulamentação da profissão.
Breves 20
Cecop Sucesso escolar = visão saudável O regresso às aulas motiva a Cecop a lançar uma campanha de sensibilização contra o fracasso escolar associado aos problemas de visão. A iniciativa foca-se nos pais e encarregados de educação e quer consciencializar para a necessidade de rastrear os problemas visuais das crianças antes do ano letivo arrancar. De acordo com dados apurados, cerca de 30 por cento do insucesso na escola está relacionado com dificuldades visuais, o que reforça a necessidade de se fazer uma revisão periódica aos olhos dos pequenos estudantes. A Cecop, na qualidade de parceiro dos profissionais de saúde visual, usa as suas ferramentas de divulgação e de um teste de rastreio, com o herói Capitão Boa Vista como protagonista, para, de uma forma divertida, ajudar as crianças a identificarem, com os pais, sinais que possam indicar necessidade de ajuda profissional.
Ørgreen Em busca do calor A mais recente campanha da marca dinamarquesa coloca armações intensas e de toque quente em contraste com a frieza e simplicidade do cimento. Através da lente da Ørgreen, as superfícies minimalistas interagem de forma única com luz, cores e ângulos. As linhas dos óculos cruzamse com as infraestruturas envolventes abrem-se num resultado dinâmico e de forte impacto. A nova coleção compromete-se, assim, com uma temporada veemente e irresistível.
Alain Afflelou 9ª Campanha de Saúde Visual De 12 de setembro a 30 de outubro, as lojas aderentes do grupo oferecem rastreios visuais a crianças com idades entre os cinco e os sete anos. Adicionalmente, se for detetada a necessidade de correção visual, a Alain Afflelou oferece um par de óculos graduados. Esta iniciativa insere-se na Campanha de Saúde Visual, na sua 9ª edição, num apoio fulcral à integração dos pequenos estudantes no novo ano escolar e combatendo o insucesso nos estudos provocado por problemas de visão.
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Optometron Sistema de corte de lentes compacto A Nidek garante alta tecnologia, precisão e facilidade de utilização no corte de lentes oftálmicas com o seu avançado LE-700. Esta biseladora automática tem um design funcional, compacto e leve. O ecrã táctil a cores permite uma operações simples e rápidas e inclui um bloqueador embutido. O LE-700 apresenta um copiador vertical com leitura de curvatura real da lente e faz um desbaste de lentes silencioso com baixo consumo de água. Adicionalmente, o preço é muito competitivo e pode integrar, à escolha do profissional, um copiador de armações. É possível obter mais informações através da Optometron com o endereço geral@optometron.pt.
Kypers Óculos que se transformam Esta marca espanhola quis ir ao encontro dos desejos do consumidor moderno, propondo óculos que mudam as hastes num compasso simples e colorido. You are Your Style é o lema que conduz as criações da Kypers que incentivam os amantes dos óculos e do sol a seguirem as suas próprias premências. A criatividade desta empresa já foi reconhecida pelos Pentawards em 2015, pelas embalagens atrevidas, criadas para proteger e envolver os óculos.
IACLE Recursos de ensino aumentam Os membros da Associação Internacional de Formadores em Lentes de Contacto (IACLE na sigla em inglês) têm agora acesso a uma nova ferramenta educacional online com a criação da Coleção de Imagens Salazar. As fotografias são da responsabilidade do, já falecido, optometrista venezuelano Ralph Salazar e do registo de 140 condições pouco comuns do segmento anterior do olho. O diretor do desenvolvimento educacional da IACLE, Lewis Williams, explicou em comunicado que Salazar tinha interesses extensos nas lentes de contacto, no segmento anterior e na patologia ocular. “Felizmente para a IACLE, ele também tinha acesso a casos hospitalares e gosto pelo registo fotográfico do que via durante a prática. Esta coleção é uma escolha do seu trabalho, uma série que ele sempre quis ver usada com fins educativos”, adicionou Lewis Williams.
Zeiss Companhia celebra os 200 anos do fundador O homem que deu nome a uma das mais importantes multinacionais da atualidade nasceu há 200 anos, precisamente, no dia 11 de setembro de 1816, na cidade alemã de Weimer. Carl Zeiss era um mecânico que se lançou no mercado com uma pequena oficina de mecânica de precisão e óptica, em Jena, em 1846, estabelecendo as bases para a empresa global de tecnologia Zeiss. Aliás, o seu trabalho preciso e lendário moldou a reputação da cidade de Jena, como um centro internacional para a ótica e fotónica e base de operações de companhias globais e de institutos prestigiados de investigação. A Zeiss celebra, em 2016, a vida do seu fundador através de diferentes eventos e atividades, em colaboração com outros players da cidade de Jena, com as sedes de todo mundo da Zeiss e parceiros da ciência, indústria e sociedade.
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Cor. Claridade. Detalhe. A Maui Jim dedica-se a trazer mais cor para a sua vida, com lentes que aumentam a claridade e reduzem o brilho, destacando profundidade e dimensão. Os óculos de Sol Maui Jim não alteram o mundo - mas sim a forma como irá vê-lo.
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Elsa e João Muacho
Cumplicidade sem fronteiras Fotografia: Gilberto Carapinha
A nossa “viagem” pela ótica portuguesa levou-nos a um dos extremos do Alentejo. Em Campo Maior, mesmo antes de chegar a Espanha, encontrámos um mercado singular, trabalhado com mestria por dois conterrâneos. A figura elegante de Elsa e João Muacho apareceu-nos por entre os expositores de óculos da sua CM Óptica, com energia, na tarde de calor em que fizemos a entrevista. Subitamente, o longo percurso deixado atrás de nós para ali chegar ficou esquecido. São emigrantes de alma e pronúncia. Elsa foi para França ainda pequena e João nasceu na Bélgica, mas no coração trouxeram sempre o sonho do regresso.
A sua sólida parceria nasceu de um amor de verão, numas férias portuguesas. Casaram-se e fixaram-se em Bruxelas e foi ai que Elsa terminou a sua formação em optometria, iniciada em Paris, e fez crescer a sua vontade de voltar à pacata vila de Campo Maior. Três filhos depois e, com o mercado de Campo Maior bem estudado, aventuraram-se na sua própria ótica. Primeiro separados pelas fronteiras entre Portugal e Bélgica e, finalmente, reunidos na certeza do sucesso da CM Óptica. Hoje, com 45 anos a Elsa e 47 o João, têm os filhos já encaminhados, mas não conseguem desligar a sua faceta de pais. Entre a ginástica de um e os planos para regressar à natação que fazia com o filho do outro, vivem para a sua empresa e para a saúde visual da população que os viu crescer, apaixonar e regressar. Aliás, têm presença certa em todos os eventos da comunidade com muito entusiasmo e são o exemplo de que o amor e a perseverança pode, de facto, erigir um negócio, mesmo num local retirado dos grandes centros urbanos. Despedimo-nos já envolvidos na cumplicidade que têm e que os faz ser sócios e companheiros de vida num registo ameno e apaixonante. Que desafios têm em Campo Maior? João Muacho: Existe mais uma ótica na vila com quem dividimos o mercado “pacificamente”. A concorrência mais forte vem de Badajoz, com um grande centro comercial, embora muitos dos clientes que “experimentaram” esse serviço começam agora a regressar.
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“A optometria em Portugal é mais reconhecida que na França e na Bélgica. Temos mais valor e abrangemos mais tarefas”
São vocês a ótica mais antiga? Não, apesar de que somos a que proporciona o serviço de optometria há mais tempo. A Elsa começou a fazer exames e incentivou a evolução geral do nosso mercado. A Elsa tem uma preciosa experiência internacional no exercício da optometria. Sente grande disparidade na atividade dos três países por onde passou? Elsa Muacho: A optometria em Portugal é mais reconhecida que na França e na Bélgica. Temos mais valor e abrangemos mais tarefas. Na França, quase não se pode exercer nas óticas, só mesmo para confirmar medidas, mas sem receitar. Na Bélgica, por sua vez, já podemos receitar. É interessante, porque tive a experiência de um professor da faculdade de medicina, em Bruxelas, que só queria ser visto por optometristas, porque achava que os médicos não tinham tanta paciência para o exame optométrico. O objetivo de ir para fora foi o de regressar? Quando fui para fora pela primeira vez tinha apenas quatro anos e sempre tive presente o desejo de voltar para Portugal. Não sabia como, mas fui tirando o meu curso e cimentando a minha formação com esse objetivo, nem que fosse com os meus pais pelos 15/16 anos, pensava eu. Voltei depois já casada.
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E porque escolheu a optometria como modo de vida? Porque comecei a usar óculos muito nova e ia sempre à mesma ótica fazer os óculos, num optometrista já antigo na pequena vila onde vivia em França. Apaixonei-me pelo mester. O optometrista era alguém importante. Estudei dois anos na universidade em Paris e depois terminei em Bruxelas, pois decidi casar. Se não seguisse a optometria provavelmente integraria a área da fotografia ou algo que tivesse a ver com física e matemática. Porque decidiram regressar a Campo Maior? Não gosto de cidades. Aliás, quando me mudei da pequena vila em França para Bruxelas custou-me imenso. Não me dou com o movimento dos grandes centros. JM: Eu não tenho ligação académica à ótica. Sou desenhador e tenho a responsabilidade pelo visual da CM Óptica. Decidi acompanhar a Elsa, para termos a família reunida em Portugal e porque a CM Óptica fazia todo o sentido. E como começou este “empreendimento” português? Arrancámos em 2000, num espaço bem mais pequeno que este. Foi a Elsa que assumiu a loja e veio para Portugal com o nosso filho mais pequenino. Eu fiquei lá com os dois mais velhos. Estudámos a viabilidade do projeto, porque tínhamos uma vida estável na Bélgica. Foi uma aventura. E como evoluiu a CM Óptica? Em 2008, comprámos o atual espaço e achámos que era o momento para eu integrar a loja.
“Acho que o ciclo se vai fechar e tudo regressará lentamente aos tempos anteriores e esta vaga do low cost abrandará”
São três rapazes. Sim, com 22, 20 e 18 anos, hoje. O mais velho licenciou-se agora em Economia, o do meio está em Informática e Gestão de Empresas e o mais novo entra este ano para o ensino superior, mas ainda está indeciso. Nós queríamos que ele seguisse a optometria ou ortótica. Temos que aguardar (risos). E porque escolheram juntar-se a um grupo, neste caso a Cecop? Além da liberdade e das melhores condições dos fornecedores, temos ainda disponível produtos e serviços exclusivos. JM: Para mim o melhor da Cecop são os encontros, o convívio entre os profissionais. Se não tivéssemos esta ligação, não conhecíamos outros colegas. A Elsa vai fazer formações na UPOOP duas a três vezes por ano a Lisboa mas à parte disso não temos outra forma de nos cruzarmos com os outros óticos. Neste aspeto a Cecop foi a solução perfeita.
EM: E damo-nos mesmo bem! Há muitas pessoas que perguntam como conseguimos estar tanto tempo juntos. Temos uma ótima ligação, sendo que o João é mais tranquilo e eu mais frenética. Isto significa que o percurso da CM Óptica foi em crescendo. JM: Sim, sem dúvida! Campo Maior precisava mesmo do serviço que prestamos e foi por isso que arriscámos. Se calhar, se houvesse já uma ótica implantada com todos os serviços não teríamos vindo. Mas quando vínhamos de férias víamos que, de facto, faltava aqui o serviço de optometria. A população tinha que ir a Elvas para o ter. Agora há a proximidade que faltava. E conciliar o negócio com a maternidade? EM: Numa primeira fase, foram os meus sogros, já reformados, que vieram comigo para Portugal e me ajudaram muito. Os meus pais ainda estavam na França. Uns anos depois também vieram para cá e tudo se tornou mais fácil ainda. Campo Maior também é pequenino e a escola era mesmo ao lado da primeira loja e o nível segurança e confiança é muito alto.
Qual a grande mais valia da CM Óptica? EM: A Elsa! (risos) Ou melhor a Elsa dos óculos. De outra forma nem me reconhecem. Os mais velhos até dizem que os ponho numa máquina e que lá dentro veem tudo (risos). JM: Também participamos muito nas atividades da comunidade, desfiles, publicidade, torneios desportivos, entre outros. Ajudamos sempre. Falem-nos dos momentos chave do percurso da CM Óptica. Tenho pena de não termos vindo cinco anos mais cedo. Teria sido mais fácil e mais frutuoso. Mas na altura que queríamos vir a Elsa engravidou do nosso terceiro filho e quisemos assegurar a estabilidade do bebé. Iniciámos a CM Óptica quando ele tinha ano e meio. Outro momento feliz, foi quando viemos para a loja maior. Abriu-nos uma série de novas possibilidades. Têm planos para mais óticas? Não, porque damos muito ao negócio e a Elsa é o rosto da CM Óptica. Abrir outra sem ela sempre presente não faria sentido. Que futuro se pode esperar do setor em geral? Acho que o ciclo se vai fechar e tudo regressará lentamente aos tempos anteriores e esta vaga do low cost abrandará. Claro que, este conceito persistirá, mas não em localidades como a nossa, onde há pouca população.
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OLHAR EM PORTUGUÊS
Lojas de Gondomar, Matosinhos e Guimarães celebraram mais de uma década de trabalho com a MultiOpticas
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A construção do grupo continua E enquanto alguns franquiados celebram experiência e perseverança, outros começam agora o seu percurso sob o desígnio da MultiOpticas. Em Arcos de Valdevez, nasceu mais um espaço, em setembro, de acordo com inovador conceito de loja top store e com a nova identidade gráfica em que se insere o grupo. Também em setembro, S. João da Pesqueira recebeu uma nova loja MultiOpticas atraindo clientes e curiosos com descontos imparáveis que se prolongam até ao final de outubro.
MultiOpticas
Celebrações históricas e novos desafios marcam verão O grupo de óticas decidiu celebrar a história de cada loja que opera sob a sua marca, destacando aniversários de aberturas por todo o país. A par destas comemorações, a MultiOpticas continua a demonstrar dinamismo com novas inaugurações. A loja que veste as cores da MultiOpticas em Guimarães festejou os seus 18 anos de trabalho em agosto. Durante este período impôs no mercado da cidade onde nasceu o primeiro rei de Portugal um ritmo dinâmico, através da proximidade à população, preços competitivos, promoções inéditas e rastreios gratuitos. Também a MultiOpticas de Matosinhos celebrou 20 anos sobre o primeiro dia em que abriu portas à comunidade que a compõe e lhe dá vida. Desde 1996 que a região conta com a MultiOpticas para disponibilizar a realização de exames de optometria e contactologia, um elemento que os respetivos franquiados consideram de extrema importância para cuidar corretamente da saúde visual dos seus clientes. Em setembro, foi a vez da loja amarela e azul do Parque Nascente, Gondomar. Soprou 13 velas e congratulou-se por um trabalho à medida dos consumidores daquela localidade.
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Esta não é a primeira vez que a OPTICALIA promove a necessidade de rastreio e acompanhamento das necessidades visuais das crianças em idade escolar. De acordo com António Alves, “há mais de dois anos que nos associamos a empresas da área para fazer a despistagem de necessidades visuais a crianças do 1.º ciclo que beneficiem do escalão A de apoio social e oferecer óculos às que precisem”.
Opticalia e JN juntos no Regresso às aulas A quarta edição da iniciativa Regresso às Aulas promovida pelo Jornal de Notícias contou, em 2016, com o apoio da Opticalia em parceria com a Staples. Foram 15 os jovens contemplados com vales de 500 euros da Staples e vales que ascendem aos 200 euros por parte da Opticalia. Desta forma, apoia-se o desempenho escolar de alunos do 1º ao 6º anos que pertencem a famílias com uma situação socioeconómica desfavorável. A energia da Opticalia esteve, este verão, também patente na sua expansão, desta feita para Grândola e Amarante. Os premiados do projeto Regresso às Aulas usufruem, em qualquer uma das lojas Opticalia de norte a sul do país, de uma consulta à sua saúde visual e ainda de um par de óculos graduados ou óculos de sol, para viverem o ano letivo em pleno. Esta ação do grupo ibérico quer alertar os encarregados de educação para o papel central da visão no desempenho escolar dos mais jovens. “Em Portugal há muito insucesso escolar devido a falta de correção visual. Há muitas situações em que os pais não se apercebem de que as crianças veem mal e só quando chegam à escola é que o problema é detetado, por as criança apresentarem dificuldades em ler ou ver para o quadro”, refere António Alves, diretor geral da Opticalia em Portugal.
“Em Portugal há muito insucesso escolar devido a falta de correção visual. Há muitas situações em que os pais não se apercebem de que as crianças veem mal e só quando chegam à escola é que o problema é detetado (...)” Opticalia inaugura lojas em Amarante e Grândola Mantendo o foco na expansão da sua rede de lojas, a Opticalia inaugurou em agosto dois novos pontos de venda. Grândola e Amarante reforçam a presença da marca em território nacional e evidenciam o contínuo dos óticos portugueses em ingressar na rede e no modelo de negócio de sucesso da Opticalia.
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BIO-BASED
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Optivisão com novo conselho de administração O grupo nacional elegeu um novo conselho de administração e passa a contar com a experiência e conhecimento dos administradores da comissão executiva da Brodheim. Esta decisão surge pela necessidade de implementação de uma nova estratégia para a Optivisão, que garanta a sua valorização e que proporcione as condições necessárias para enfrentar, com sucesso, um mercado sempre mais competitivo. Os acionistas deliberaram, a nomeação de novos membros para a administração, que entram “em ação” o quanto antes para preparar a Optivisão para os atuais desafios. O novo concelho de administração inclui Ronal David Brodheim, como presidente, e Ana Isabel de Castro Pinho e André Caeiro Rico Brodheim, como vogais do conselho de administração. Exercem funções até ao final do presente mandato, em março de 2017, altura em que novas listas se apresentam para o escrutínio dos próximos quatro anos. A alteração do órgão dirigente tem como objetivo o desenvolvimento de um novo plano financeiro, comercial e estratégico para a Optivisão. Aliás, os novos titulares dos cargos de administração têm experiência vasta comprovada e knowhow nos mercados do franchising de retalho e, em particular, na distribuição de marcas no setor ótico.
Maria Adelaide Penedo, ex-presidente do conselho de administração da Optivisão, declarou em comunicado que esta “foi uma decisão necessária, diante dos novos desafios do setor. Para fazer face ao posicionamento da nossa marca e ao serviço de excelência que pretendemos elevar, escolhemos beber da experiência do grupo Brodheim, que se encontra no sector de retalho com a representação de marcas conceituadas há mais de 70 anos. Com esta deliberação, consideramos assinalar um ponto de viragem na história do grupo Optivisão”. Ronald Brodheim, o sucessor, destacou que “é uma honra e um desafio continuar uma tradição de um grupo que tem tido bastante sucesso e um papel muito relevante na modernização do setor ótico. Cremos, afincadamente, que a nossa experiência de sete décadas na gestão do comércio a retalho e representação de marcas de excelência, como Sillhouette, Timberland, Guess, TOD’s, Burberry, FURLA, trarão ganhos incalculáveis. O posicionamento da Optivisão alinha-se com o ADN da nossa experiência profissional, pelo que esperamos poder contribuir para um novo ciclo empresarial ímpar e de sucesso”.
Experimente a tecnologia
Permita que os seus clientes experimentem as suas lentes antes de as comprar Ao usar a prescrição real do cliente, o Hoya Vision Simulator permite-lhe proporcionar uma representação em 3D dos efeitos óticos de várias lentes e tratamentos, com elevado precisão. O Hoya Vision Simulator elimina a linha entre a realidade virtual e a individual, oferecendo aos seus clientes a oportunidade de escolher opções mais adequadas para melhorar a sua visão.
OUTROS OLHARES
O diretor geral do Mundial da Ótica de Paris, que decorre de 23 a 26 de setembro, garante, para 2016, uma feira de descobertas, trocas de conhecimentos, tendências e evoluções tecnológicas e criativas. Eric Lenoir disse ainda que, esta edição do Silmo criará uma experiência que fomenta o desenvolvimento do setor e aportará soluções para os novos tempos que se vivem na ótica global. Em entrevista à LookVision Portugal e Espanha, este ótico formado na Escola Superior de Comércio de Paris e apaixonado pelo mercado dos óculos, antecipou as novidades da próxima edição do salão francês.
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Eric Lenoir
“O Silmo é um salão líder”
O que destaca no Silmo 2016 e que mais-valias reservam para os profissionais? Estamos num processo de continuidade da edição do ano passado, que foi positiva. Temos a crença de que estar o mais próximos possível dos profissionais para garantirlhes uma ferramenta perfeita e propor-lhes um espaço de troca e descobrimentos é a receita de sucesso. Em 2017, o Silmo celebra 50 anos e será a ocasião perfeita para abrir uma nova era.
O que representa o Silmo no capítulo das feiras internacionais e o que a distingue das restantes? Todos os grandes salões profissionais têm a sua legitimidade própria e respondem às necessidades do mercado, sejam elas locais ou globais. O Silmo mantém-se como um dos líderes mundiais há já mais de meio século, porque soube reinventar-se e transformar-se no curso do tempo, numa dimensão internacional e sem perder vista dos seus objetivos primordiais: assegurar o encontro entre expositores e visitantes num ambiente profissional e descontraído. Silmo é muito mais que um salão, é uma experiência que pretende desenvolver o setor e aportar soluções concretas para responder à evolução da ótica e dos óculos em todo o mundo. Este ano, sob a égide da marca Silmo multiplicamse iniciativas como a colaboração com a feira Prémiere Classe, em setembro, a terceira edição do Silmo Istambul, em dezembro, e a primeira Silmo em Sidney, em março. Como “mexe” tudo isto com a feira francesa? A nossa missão é observar as evoluções dos mercados em torno de um ambiente económico em mutação constante. Portanto, temos dois eixos de desenvolvimento e comunicação para a indústria. O primeiro baseia-se no compromisso com o campo da ótica e dos óculos de sol que se abre para outros sectores económicos, compartilhando experiências e conhecimentos. O segundo assenta no desenvolvimento de compromissos de negócios em
mercados poderosos, graças à força da marca Silmo. Todos estes projetos complementares reforçam a posição do Silmo Paris, que se impõe como uma plataforma de intercâmbios internacionais e interprofissionais extremamente poderosos. E ainda existem mais projetos em mente! Que acontecimentos, atividades e serviços se destacam na presente edição da feira? Temos sempre diferentes polos de informação : a Pop-Up Store, a Silmo Academy, a Silmo TV, a revista digital Trends by Silmo, entre outros. Para a edição de 2016, vamos propor um espaço inédito dedicado às experiências digitais em loja. Batizado como The Experience Store, este espaço deslinda todas as soluções digitais e as tecnologias adaptadas à atividade dos óticos, no sentido de melhorar e enriquecer a venda do material de ótica.
“Silmo é muito mais que um salão, é uma experiência que pretende desenvolver o setor e aportar soluções concretas para responder à evolução da ótica e dos óculos em todo o mundo”
E o que destaca no Silmo Academy de 2016? Com o objetivo de melhorar o acolhimento dos participantes neste grande colóquio científico, vamos alargar o programa para três dias em vez de dois. Ou seja, o Silmo Academy decorre entre sábado e segunda das 10 às 13 horas. Esta sétima edição tem como tema a leitura, uma aposta social e atual e para a qual é essencial uma boa saúde da visão. A mais recente novidade do congresso é que vamos atribuir uma bolsa de dez mil euros a quem sustentar um projeto de investigação na área das ciência da visão, aberta a todos os cientistas ou equipas de cientistas que queiram participar e que que serão avaliados pelo Conselho Científico do Silmo Academy. E como tem sido a atividade do salão francês nas redes sociais? O Silmo está muito presente no mundo digital, nomeadamente nas principais redes sociais. Temos 14 mil gostos no Facebook, cinco mil seguidores no Twitter e uma presença reforçada no Instagram para responder à busca de conteúdos visuais por parte da comunidade da ótica. Qual a sua visão sobre o setor da ótica no último ano? Que alterações sentiu e para onde evolui o mercado? Num contexto instável e sempre incerto, o mercado da ótica tem funcionado relativamente bem. Paralelamente a fatores de crescimento orgânico como o envelhecimento das populações ocidentais, as novas gerações de consumidores nas economias emergentes, os novos hábitos, entre outros , o setor da ótica cria a sua própria dinâmica através de inovações tecnológicas constantes e produtos muito criativos. Perante uma oferta de armações e lentes tão completa e sempre mais personalizada, o papel do ótico-optometrista torna-se mais importante ao nível do aconselhamento e acompanhamento do seu cliente. Porque não devem os profissionais perder este Silmo? Uma grande feira profissional como o Silmo representa um espaço formidável de intercâmbio e descoberta. É também uma câmara que ecoa as apostas do mercado, apresenta tendências, aponta as evoluções tecnológicas e criativas...São muitas as razões para não faltar ao Mundial da Ótica!
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Mais mundo digital através de BlueControl com Nulux Active TrueForm
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A resposta da Hoya à crescente fadiga visual causada pelos dispositivos digitais vem sob a forma das lentes BlueControl com Nulux Active TrueForm. Esta solução está indicada a usuários ativos que necessitam de um reforço funcional para o ambiente digital e que não é facultado pelas lentes unifocais convencionais.
O Hoya Vision Simulator já está a caminho da sua ótica! Ver o mundo através das lentes graduados que ainda não se comprou tem o nome de Hoya Vision Simulator. Os óticos já podem solicitar esta ferramenta essencial à venda e a uma experiência do consumidor inesquecível. Com a prescrição exata do cliente, o Hoya Vision Simulator proporciona uma experiência de visão precisa em 3D, para que se visualize os efeitos óticos das diferentes opções de desenho das lentes e respetivos tratamentos. Esta solução quer eliminar a linha entre realidade virtual e realidade individual e garante ao usuário a escolha da melhor resposta ao seu problema visual. O funcionamento deste avançado Hoya Vision Simulator é simples, higiénico e duradouro. Controla-se a partir de uma aplicação que se descarrega de um smartphone, onde se aplica uns óculos de realidade virtual. Através deste dispositivo, os clientes das óticas acedem a um ambiente virtual, no qual o profissional adiciona os parâmetros de utilização e a prescrição exata, com os dados do cilindro incluídos, e ajusta a distância interpupilar. Um tablet serve como comando destas funções. Desta forma, o ótico demonstra de forma realista o resultado final das diferentes soluções em lentes disponíveis.
O desenho unifocal Nulux Active TrueForm garante visão binocular, um excelente reforço acomodativo para uma focagem digital (+0,53 dp), não apresenta efeitos prismáticos laterais, concede uma visão lateral semelhante à das lentes para perto e permite uma adaptação rápida. Tudo isto em conjunto com o BlueControl acresce-se ainda da neutralização da luz azul emitida pelos ecrãs digitais, prevenindo a fadiga e desconforto visual. Adicionalmente, reduzem o brilho excessivo e aumentam a percepção do contraste para uma visão mais natural da cor. BlueControl também se apresenta em combinação com o tratamento Hi-Vision LongLife. Rigorosos testes* aplicados a tratamentos premium de lentes oftálmicas, simulando condições reais de utilização, destacaram a Hi-Vision LongLife em relação aos seus concorrentes. O tratamento da Hoya destacou-se nas três características mais importantes para o consumidor: a durabilidade, a limpeza e a resistência aos riscos. *Os testes foram realizados em agosto por NSL Analytical Services, um laboratório independente de Ohio (USA), especializado em testes de Lentes Oftálmicas.
*PORQUE VOCÊ É ÚNICA
BECAUSE YOU ARE UNIQUE * NOVA COLECÇÃO DE OURO SILHOUETTE PURA ARTE | OURO MACIÇO DE 18KT | FEITO À MÃO NA ÁUSTRIA
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Mido 2017
#livethewonder A preparação de uma das feiras de ótica mais impressionantes do planeta está em alta e o dinamismo transparece na nova campanha. De 25 a 27 de fevereiro de 2017, os corredores do Centro de Exposições de Fiera Milano Rho enchem-se de novo para celebrar a ótica, sob a insígnia da Mido. Os “motores” estão prontos para ir em busca dos recordes da edição de 2016. 1200 expositores e 52 mil profissionais de todo o mundo “coloriram” a feira italiana o ano passado. Em 2017, a nova campanha e o compromisso reforçado com as redes sociais são as estratégias para atrair a ótica global. Campanha renovada Espaços harmoniosos, formas equilibradas, a virtuosa fluidez de tudo o que é bonito e útil definem as imagens da nova face da Mido, apoiada na excelência italiana. A campanha de 2017 engloba o lema #livethewonder, uma combinação de arte, arquitetura, tradição e
modernidade, tal como o made in italy. Para a edição 47, a comunicação da Mido foca, precisamente, a beleza italiana. Evocando De Chirico, as geometrias espaciais e a luz tornam-se mais preciosos através de elementos típicos do design transalpino. Moda e estilo italianos estão ligados a uma mensagem que exalta a capacidade e a criatividade deste bel paese, visto, claro, através das lentes especializadas da Mido. Uma Mido mais social No ano passado, a Mido duplicou a produção dos conteúdos para os media e as interações durante a feira: mais de 10 mil posts no Instagram e no Twitter e mais de dois mil
fãs no Facebook. Estas ligações continuaram durante todo o ano, pois a comunicação do certame manteve-se enérgica. Só o perfil de Instagram cresceu de 400 seguidores em fevereiro de 2016 para mais de 4000 hoje. O website www.mido.com foi totalmente renovado e apresenta-se mais eficaz, simples e interativo, com uma imagem gráfica mais clara. Áreas temáticas Os espaços Mido dedicados aos temas prementes da ótica confirmam-se para 2017. A ampla piazza que envolve os melhores players do mundo e as pequenas e médias empresas que se inspiram do mundo da moda compõem mais um Fashion District. No Design Lab, voltam a reunir-se os criativos mais visionários, que se atrevem a experimentar e a surpreender. A Lab Academy está reservada às jovens start-ups, assim como a More!, a grande novidade de 2016. Para confirmar os desenvolvimentos em lentes a Mido proporciona o espaço Lenses e o Tech para a área da tecnologia, maquinaria, matériasprimas e componentes. Naturalmente, os prestigiosos e concorridos prémios Bestore e Bestand vão aclamar o trabalho dos melhores profissionais. O registo dos visitantes começam a 1 de outubro de 2016. Não perca a Mido e live the wonder!
Nina Ricci, Carolina Herrera, Lozza, Tous e Loewe foram a amostra de luxo do amplo conjunto de marcas desenvolvidas pela De Rigo
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De Rigo
Despedida do verão ao ritmo do Douro e de bons óculos A De Rigo convidou os seus clientes a bordo do barco Pirata Azul, para um convívio relaxado no compasso plácido e sublime do rio Douro. Com a simpatia da equipa da De Rigo, um vinho do Porto fruitivo e as novas coleções das marcas da produtora e distribuidora multinacional, a despedida do verão foi única.
Com partida pelas 17 horas, o Pirata Azul rumou Douro acima ao som de música veraneante, transportando alguns dos melhores óticos do norte do país. Esta celebração arquitetada pela De Rigo conseguiu desviar os pensamentos dos profissionais da sua labuta diária, para um momento divertido e de convívio entre colegas de longa data. E havia duas versões para este passeio. Uma com a brisa do rio e os cheiros da cidade, outra com as mais recentes propostas das marcas que compõem o portfólio da De Rigo. No patamar coberto do barco, uma exposição embelezada pela proximidade da água e pela luz da Invicta, introduziu os convidados nos desenhos para a temporada de outono/inverno. Nina Ricci, Carolina Herrera, Lozza, Tous e Loewe foram a amostra de luxo do amplo conjunto de marcas desenvolvidas pela De Rigo, neste evento. Cada uma com a sua “personalidade”, as insígnias adiantaram tendências de moda, através de formatos delineados para surpreender, cores quentes e irresistíveis e ainda imagens de campanha de uma sensualidade magnética. Os óticos puderam,
tranquilamente, experimentar, tocar e divagar entre as novidades. A liderar a equipa que recebeu todos os convidados esteve o diretor em Portugal da De Rigo, Pedro Duarte, que aproveitou o momento para conversar com os seus clientes de forma informal e colocar a De Rigo e os seus anseios em destaque. A LookVision Portugal deixouse envolver por este conluio saudรกvel entre companheiros de negรณcios, captando a ligeireza do final de tarde, o conforto do salรฃo inferior do Pirata Azul quando a chuva teimou em marcar presenรงa e a conquista do Porto pela noite progressiva, com toda a beleza que tem celebrizado esta cidade portuguesa.
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Luís Justino
Uma Prooptica em crescendo A empresa portuguesa demonstra pujança na chegada aos seus 23 anos. Distinções, nova imagem, um portofólio sempre mais completo e transversal e a ligação próxima de sempre aos seus clientes confirmam a saúde da Prooptica. Luís Justino, CEO da companhia, falou à LookVision Portugal destes momentos fulcrais que edificam a Prooptica. O dinamismo da Prooptica ao longo de 23 anos merece o reconhecimento do IAPMEI com o título de PME Líder. É com um enorme orgulho que a Prooptica recebe pelo 6º ano consecutivo a distinção como PME Líder e, em 2016, PME Excelência 2015. Estes galardões vêm reconhecer o crescimento sustentado que a Prooptica tem vindo a ter ao logo dos anos e a boa gestão pela qual nos regemos. Se por um lado é uma garantia de confiança e de uma gestão eficaz para os nossos parceiros de negócio, por outro confere-nos uma responsabilidade acrescida, para continuarmos a melhorar e superarmo-nos. Depois das distinções como as que acabam de receber, que expectativas e desafios se colocam? Num mercado em constante mudança, desafios não nos faltam. Além de uma ampliação de portfólio, a Prooptica está
focada numa estratégia mais digital. Com o lançamento de seis novas marcas desde o início do ano, um dos grandes reptos é conseguir que todas as marcas cresçam e sejam bem recebidas pelo mercado. Outro desafio prende-se, precisamente, com a revitalização da estratégia digital da Prooptica. Em Junho de 2016, lançámos o novo site com uma imagem muito mais clean e user friendly, melhorámos conteúdos sobre as várias áreas e marcas que representamos e distribuímos e garantimos um acesso mais rápido e fácil à informação que, a nosso ver, é relevante para o ótico. Estamos neste momento a desenvolver a nova loja online Prooptica, com uma estratégia de comunicação estruturada e adaptada ao digital, sendo que, aqui sim, estamos bastante expectantes na adesão que o sector ótico terá a uma loja 100 por cento online. No fundo, queremos ir ao encontro das necessidades dos profissionais de ótica de forma prática e funcional.
“O objetivo da Prooptica é integrar cada vez mais as quatro áreas de negócio que oferece. Felizmente, todas as áreas têm tido uma muito boa performance desde o início deste ano. A aposta em novas marcas foi transversal às várias áreas e veio ajudar a que os resultados fossem positivos e consolidados”
E desta forma a Prooptica quer diferenciar-se no mercado. Ao longo de 23 anos de atuação no sector ótico, a Prooptica é, indiscutivelmente, uma empresa com uma larga experiência no mercado e com uma visão bastante pragmática da realidade. Este conhecimento, aliado ao esforço diário dos nossos recursos humanos para que cada cliente tenha o melhor serviço possível, permite-nos atuar como um parceiro fiável e de confiança. O facto de abordarmos o mercado com quatro áreas de negócio integradas, que oferecem uma ampla gama de produtos e serviços especializados em armações e óculos de sol, acessórios, lentes oftálmicas e design e arquitectura, permite-nos ter um formato de atuação simples e prático com propostas de valor acrescentado chave-na-mão. A empresa já tem presença em Espanha, Moçambique, Marrocos, Angola e Cabo Verde. Onde mais planeiam chegar? Neste momento, o foco da Prooptica é estabilizar e consolidar a presença nos países onde tem atividade. Temos um formato de abordagem diferenciado, de acordo com o mercado. Por exemplo, este ano inaugurámos a Prooptica Espanha que conta já com um portfólio de marcas interessantes e dinâmicas. É verdade que a internacionalização é um fator crítico para o crescimento e, com tempo, certamente encontraremos novas oportunidades de negócio em novos mercados. De que forma estruturam a evolução das diferentes facetas de negócio da Prooptica? O objetivo da Prooptica é integrar cada vez mais as quatro áreas de negócio que oferece. Felizmente, todas as áreas têm tido uma muito boa performance desde o início deste ano. A aposta em novas marcas foi transversal às várias áreas e veio ajudar a que os resultados fossem positivos e consolidados. Desde Abril de 2016, que a área de lentes oftálmicas foi reforçada com a Kodak Lens, a área de acessórios com o espelho virtual Fitting Box e a área de armações e óculos de sol com as marcas Vespa, Vinyl Factory e muito recentemente Paul & Joe e New Balance. Design e arquitectura é uma área 100 por cento criada pela Prooptica, pelo que também tem vindo a desenvolver novas e inovadoras linhas de mobiliário. Durante os 23 anos de Prooptica, passaram por reconstruções e reinvenções. Que momentos-chave destaca na história da empresa? Começámos em 1993 por representar em Portugal o fabricante espanhol Kadima, distribuindo marcas como Massimo Dutti, Manolo Pertegaz ou Adagio. Vencemos dificuldades típicas de uma empresa jovem e contrariámos as estatísticas que anunciam que 90 por cento das empresas desaparecem antes dos cinco primeiros anos de vida. Lutámos sempre com garra e determinação! Em 1995 e até 2000, aumentámos o portfólio de marcas em quantidade e qualidade, através da ligação com o maior fabricante francês da altura, Airess Lunettes. Distribuímos, deste grupo, marcas de elevada notoriedade internacional, tais como Escada, Kenzo, Dunhill, Galliano entre outras, que permitiu ganhar experiência na distribuição seletiva. Porém, em 2004 o grupo faliu. Ninguém podia prever o desfecho. Esse momento foi
ao mesmo tempo caótico e inspirador. Se por um lado, vivemos um momento de crise, por outro tivemos a oportunidade de perceber novos caminhos e estruturar e organizar a nossa empresa. Ou seja, despertaram para novos segmentos. No ano 2000, começámos a diversificar a nossa oferta e a incluir nas nossas unidades estratégicas de negócio os acessórios de oficina e consumíveis. Iniciámos uma forte relação estratégica com o grupo Breitfeld & Schliekert, o maior fabricante europeu de acessórios, com quem desenvolvemos, até aos dias de hoje, uma forte parceria na distribuição dos respetivos produtos, em Portugal e nos países em que atuamos. Em 2001, iniciámos a estratégia de criação, desenvolvimento e comercialização de eyewear design português, utilizando esta estratégia para nos posicionar no mercado e constituir uma verdadeira alternativa aos grandes grupos italianos. Este projeto foi reforçado ao longo da última década, representando hoje, a nível nacional e internacional, cinco insígnias portuguesas de renome, nomeadamente, Dielmar, Lanidor, Quebramar, José António Tenente e João Rolo. A partir de 2004, demos início a uma parceria sólida com alguns players internacionais de elevada capacidade tecnológica, design inovador e qualidade superior que nos permitem representar em Portugal marcas de high end, das quais destacamos: Tag Heuer, Fred, Jaguar, Davidoff, Laura Biagiotti, Balmain, Cerrutti, Marius Morel, Gold & Wood, Vespa, Vinyl Factory e, mais recentemente, Paul & Joe e New Balance, entre outras. Para reforçar a variedade do nosso portfólio e completar a oferta aos nossos clientes, em 2009, fizemos uma parceria com a Nikon, lentes oftálmicas, que nos permitiu reforçar o posicionamento de elevada qualidade e diferenciação tecnológica, bem como, criar o Service Center - serviço integrado de soluções de oficina. Porque surgiu a necessidade de acrescentar a área de design e arquitetura à empresa? Com o tempo a Prooptica tem vindo a somar áreas de negócio que se complementam entre si, e a área de design e arquitectura surge por essa razão. Queremos criar uma área especializada em remodelação de interiores de óticas, sendo uma alternativa credível na decoração e complementos. Esta nova área nasce, então, conciliando a experiência de uma equipa de profissionais dedicada, com a credibilidade da Prooptica nos mercados onde atua, procurando satisfazer a necessidade latente da empresa em inovar e adaptar-se ao mercado ótico com uma oferta mais alargada de produtos e serviços. Quando olhamos para o mercado, percebemos que uma das variantes que tem vindo a mudar no sector ótico é o ambiente de loja. Além de marcas e produtos interessantes, o ótico procura ter um espaço sóbrio e agradável que proporcione uma boa experiência ao consumidor final. Sendo uma das nossas formas de atuação, a antecipação das necessidades do mercado, percebemos que existia uma oportunidade e decidimos avançar. Como imagina a empresa daqui a outros 23 anos? Com lentes progressivas e de preferência Nikon e Kodak.
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OLHAR O MUNDO
Num período em que a aposta da indústria se vira para a tecnologia na promoção dos seus produtos, a Andy Wolf atreve-se a apresentar um forma de promover os óculos em madeira, de coração mecânico. Foi preciso muito tempo para encontrarmos algo que se adequasse, que fosse ao encontro dos nossos altos padrões de qualidade. O novo expositor é inspirado num sistema elevatório vintage. De facto, a tecnologia torna tudo rápido e, por isso mesmo, quisemos criar um contraponto e demonstrar que nós somos realmente diferenciadores.
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Katharina Schlager
A arte de expor óculos by Andy Wolf Criar óculos é complexo e avassalador e grande parte do sucesso desta concepção reside na forma como é exposta aos consumidores. Com isto em mente, Katharina Schlager, a designer e CEO da Andy Wolf, liderou a sua equipa na produção de um expositor dedicado de uma forma muito especial aos óculos. De aspeto rústico, com um magnético sistema de roldanas, aproxima e afasta as peças ao ritmo dos desejos de quem não resiste a rodar a manivela desta autêntica ode ao vintage. Em exclusivo para a LookVision Portugal, a líder da marca austríaca falou-nos da alma desta invenção.
E como surgiu este conceito? Para onde quer que se olhe, só se veem prateleiras de óculos simples. Posto isto, a Andy Wolf Eyewear quis desenvolver uma experiência única e original de compra. O expositor de notório valor não só se destaca a nível estético em relação às restantes soluções do mercado, como seduz o interesse do consumidor e convida-o a interagir. E embora todos os modelos de óculos sejam visíveis, alguns estão fora do alcance, o que faz despertar o desejo e motiva o consumidor a girar a manivela. Quais os materiais aplicados a este original expositor? As matérias principais usadas na sua construção foram a madeira e o metal - em estado natural e enferrujado, com um visual e um toque terrenos. Conduza-nos pelo funcionamento dinâmico do display. Todos os elementos mecânicos que movimentam a prateleira foram instalados de maneira visível, soldados e montados
manualmente. O fragmento genuíno de madeira garante ao elevador uma superfície de alta qualidade. Esta combinação cria um palco em movimento inédito para os óculos. Escolheram fabricá-lo na Áustria, à semelhança dos vossos óculos. Nascemos na Áustria, portanto este expositor não podia ser produzido noutro local. Gostamos de apoiar a produção local e de incentivar o conceito de sustentabilidade, permitida pelas rotas de distribuição mais curtas. Como devem proceder os óticos interessados nesta peça? Qualquer ótico dedicado à Andy Wolf pode receber o expositor, considerando, no entanto, como este se insere no espaço da loja e o volume de vendas da ótica. Quantas armações pode acomodar? Acomoda 24 peças surpreendentes da Andy Wolf.
oPTOMETRIA
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Miguel Caixinha
Uma nova luz sobre a catarata O optometrista de Coimbra, Miguel Caixinha, está envolvido no desenvolvimento de uma ferramenta que eleva a cirurgia da catarata para um nível superior. Com o interesse já cultivado entre empresas internacionais de dispositivos médicos, o próximo passo é a patente internacional e a disseminação do dispositivo pela comunidade dedicada à saúde visual. O novo dispositivo de apoio ao diagnóstico detalhado da catarata causou um forte impacto na comunicação social e entre a comunidade científica. Quanto tempo esteve sob desenvolvimento, quem são os nomes por trás deste projeto e que entidades se envolveram para fazer nascer a nova ferramenta? O desenvolvimento do protótipo foi resultado da execução de um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no âmbito do meu doutoramento na Universidade de Coimbra. O tempo total de investigação necessário para a execução do protótipo foi de três anos, considerando o projeto da FCT e mais um ano que o antecedeu para realização do estudo de “prova de conceito”. Na investigação, estiveram envolvidas além de mim, mais cinco pessoas, quatro docentes do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da Universidade de Coimbra e um bolseiro de investigação da FCT. Os docentes foram o professor doutor Jaime Batista dos Santos, professor doutor Mário Santos, professor doutor Fernando Perdigão e professor doutor Marco Gomes. O bolseiro foi o engenheiro João Leonel Amaro. As entidades que apoiaram o projeto foram a FCT e o Centro Cirúrgico de Coimbra. A
investigação decorreu no Laboratório de Tecnologia de Materiais e Ultrassons do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, DEEC, no Centro de Investigação em Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra, CEMUC (Grupo de Integridade Estrutural da Matéria), da faculdade de Ciências e Tecnologia, e o Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida, IBILI, da faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. O que faz exatamente o novo invento? Como funciona e que material envolve? Com base num conjunto de caraterísticas extraídas, o protótipo desenvolvido consegue determinar, automaticamente, com um grau de precisão muito elevado e em tempo real, a dureza de qualquer tipo de catarata (ou de um cristalino saudável), o seu grau de severidade e localização exata no cristalino, de forma não invasiva. O dispositivo funciona com tecnologia wireless, e permite que os dados do exame sejam enviados por rede e recebidos, interpretados e visualizados num tablet, PC ou smartphone, por exemplo. O clínico pode receber o resultado completo do exame no tablet segundos após a realização deste,
saúde, pois terá uma componente de diagnóstico para uso em ambiente clínico, e uma componente de apoio à cirurgia da catarata e, aqui, será usado pelas equipas cirúrgicas. A patente provisória está já assegurada e a disseminação da existência do dispositivo também. Receberam muito interesse por parte de entidades nacionais e internacionais? Estamos a registar uma patente internacional e, para isso, precisamos de financiamento. Quanto à indústria, já recebemos o interesse de quatro grandes grupos internacionais fabricantes de equipamentos médicos. Quando pensam tê-lo no mercado disponível para ajudar pacientes com catarata? Depende muito do financiamento captado para o desenvolvimento das fases que se seguem. É vital que o que ainda temos para fazer seja financiado.
graças ao hardware e tipo de programação envolvida. A informação da dureza da catarata representa, em ambiente clínico e, em particular, na cirurgia da catarata, uma informação relevante, na medida em que a energia usada na “destruição” da catarata por facoemulsificação se relaciona com a sua dureza, nomeadamente, quando se trata de cataratas densas. Uma vez que algumas complicações cirúrgicas estão ligadas com a estimação desajustada da energia de facoemulsificação, a informação da energia ótima a usar na “destruição” da catarata a extrair representará, naturalmente, uma ferramenta útil de apoio à cirurgia, com vista à minimização dos riscos cirúrgicos de um procedimento que tem níveis de segurança bastante elevados. O objetivo é que a informação resultante do trabalho desenvolvido seja integrada em sistemas comerciais de facoemulsificação.
O trabalho desta equipa apontou à catarata porque razões? Uma investigação começa sempre pela identificação do problema a resolver e pela formulação de uma hipótese. Da pesquisa do estado da arte de uma das cirurgias oftalmológicas mais realizadas no mundo, foi identificado o problema já referido, e pusemos como hipótese que os ultrassons poderiam caracterizar objectivamente e não invasivamente um cristalino saudável ou com catarata. Usamos, portanto, a tecnologia de ultrassons para resolver o problema identificado e a hipótese de estudo foi confirmada com sucesso. O dispositivo estará disponível a todos os profissionais relacionados com a saúde visual ou é exclusivamente médico? Embora seja ainda um protótipo de um dispositivo médico, o aparelho final estará naturalmente disponível a todos os profissionais de
A participação do Dr. Miguel Caixinha nesta equipa deixou os seus colegas optometristas orgulhosos e favoreceu a imagem desta atividade junto de outros profissionais direcionados à saúde dos olhos, certo? Agradeço o apoio dos meus colegas, mas penso que a optometria não precisa de exemplos como o meu para ficar mais forte, pois nem tem que ficar mais forte ou fraca. A optometria é uma ciência como outra qualquer, que existe e é estudada para resolver problemas às pessoas, e resolve todos os dias com muita eficácia, com o trabalho de colegas que são brilhantes na sua atividade clínica e académica. O fato de ter estudado optometria foi para mim uma mais valia muito grande na realização desta investigação, pelo carácter mais técnico ou tecnológico que tem a ciência em causa. Estou confortável na profissão que desempenho e não lhe encontro fraquezas, qualquer colega meu licenciado está preparado para fazer o que fiz, só precisa de ter capacidade de trabalho e ser persistente. O conhecimento académico não se pode estratificar em especialidades ou subespecialidades, em oftalmologia ou optometria, ou em outra coisa qualquer. O conhecimento académico obedece a critérios de exigência que são conferidos pelas academias onde é adquirido, não tem graus ou hierarquias quando está em causa a comparação de disciplinas. Tanto a oftalmologia como a optometria são estudadas nas academias, têm naturezas diferentes, são desempenhadas por profissionais com formações e treinos diferentes, mas têm um fim comum: a saúde visual das pessoas. Penso que é um completo disparate o conflito que há entre estas duas disciplinas, não entendo as coisas dessa forma, para mim são muito claras, tanto a oftalmologia como a optometria são essenciais nas sociedades modernas. Respeito a opinião de todos os profissionais, mas considero que quem promove a separação da optometria da oftalmologia, ou a anulação da optometria, está pouco interessado na saúde visual dos portugueses, e estará certamente mais interessando na estratificação de classes que resulta em colocar no topo da hierarquia sempre os mesmos ramos do saber, promovendo uma sociedade confortavelmente estática, míope e bolorenta.
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Adaptação de lentes de contacto em crianças: revisão Texto: Tiago Semelhe, Vânia Figueiredo, José Manuel GonzalezMeijome e Sofia C. Peixoto-deMatos
A adaptação de lentes de contacto em crianças é um assunto frequentemente abordado entre profissionais da visão. A opção de utilizar lentes de contacto para compensar o erro refrativo raramente é proposta a crianças com idade inferior a 13 anos1 representando valores inferiores a um por cento em Portugal, ao passo que em Espanha, por exemplo, este valor ronda os quatro por cento.2
As baixas percentagens podem ser justificados pelo facto dos profissionais da visão (PV) verem algumas barreiras na adaptação de lentes de contacto (LC) a crianças, nomeadamente a ideia de que a criança terá menos autonomia para tratar das LC por si própria, que terá de despender demasiado tempo para a realização da adaptação, também o facto de pensarem que as crianças estarão mais propensas a efeitos adversos ou que não irão tirar partido da sua utilização.1,3 Estudos recentes contrariam aspetos: as crianças não têm riscos adicionais de sofrer efeitos adversos comparados com outros utilizadores de LC, ficam identicamente satisfeitas e são igualmente capazes de manusear e cuidar das suas LC, tal como os adolescentes, beneficiando igualmente na autoestima, na autoconfiança, na aparência e na correção durante determinadas atividades.4
Tempo despendido na consulta e autonomia no manuseamento das LC Dois estudos similares, realizados nos Estados Unidos e Singapura, apresentam resultados semelhantes no que diz respeito ao tempo despendido pelo PV na adaptação de LC a crianças, concluindo-se que o tempo é similar ao despendido com um adolescente, podendo ser cerca de 15 minutos mais, na fase de ensinar a colocar e retirar as lentes de contacto.3,5 Para determinar a facilidade com que crianças e jovens sem experiência anterior de LC, seriam capazes de manusear, cuidar e de se adaptar a LC, um outro estudo com 179 crianças entre os oito e os 16 anos de idade, determinou que as LC foram facilmente adaptadas e as crianças foram capazes de manusear e cuidar das suas LC.6 O tempo para colocar e retirar as LC
Acredita-se que a motivação inicial da criança é um fator determinante, no sucesso com o manuseamento das lentes de contacto, bem como na utilização futura
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revelou-se independente da idade, sendo que a maioria apenas necessitou de uma consulta para aprender. Acredita-se que a motivação inicial da criança é um fator determinante, no sucesso com o manuseamento das LC, bem como na utilização futura.6 Benefícios da utilização de LC Com o objetivo de comparar os benefícios de usar óculos ou LC na qualidade de vida das crianças, um estudo realizado em 2010, concluiu que as LC melhoram a qualidade de vida relacionada com a visão, especialmente em termos de aparência, atividades e satisfação com a correção.7 Muitas crianças ou mesmo os seus pais, solicitam LC aos seus PV por razões como a prática de desporto, lúdicas ou porque não gostam da sua aparência com óculos.7 Este meio de correção visual fortalece a criança impulsionando a sua autoconfiança, impactando a forma como se sentem relativamente aos seus colegas e o seu envolvimento em atividades, tais como as desportivas. Isto pode revelar-se uma vantagem no desenvolvimento social, no sucesso académico e autoestima da criança.1,4 Estes benefícios na qualidade de vida e autoestima, o impacto positivo que têm na motivação da criança usar compensação visual, junto com um campo de visão sem limitação e ausência de distorção prismática periférica, deveriam constituir um argumento sólido para os PV comunicarem as LC a menores, como uma opção viável e vantajosa, para compensação do erro refrativo.2,4 A grande maioria dos adolescentes portugueses e espanhóis que responderam a um inquérito realizado pelo seu PV manifestaram interesse na utilização de lentes de contacto12. Num outro estudo, a maioria dos pais reportou que os seus filhos estavam motivados e era autónomos no cuidado das suas LC e estavam no geral satisfeitos por terem os seus filhos a utilizar LC. Muitos destes pais quiseram que os seus filhos continuassem a utilizar LC pois acharam-nas mais convenientes que os óculos; para aqueles que não quiseram que os seus filhos continuassem a utilizar LC, o fator limitante mais proeminente foi o custo.5 Risco de efeitos adversos A higiene adequada é um aspeto fundamental e que deve ser considerado quando é decidido utilizar LC como uma opção de correção visual. Mark Willcox explorou esta questão e concluiu que a flora microbiana encontrada na superfície ocular de utilizadores de LC entre os oito e 14 anos, tinha uma composição normal e as bactérias encontradas eram semelhantes às encontradas em adultos.8 Estes achados deverão exonerar alguns receios que os profissionais e os pais poderão ter sobre o risco de infeções nas crianças.4 Durante a observação com lâmpada de fenda verificou-se um aumento de alguns achados (ponteado corneal, hiperemia bulbar, limbal e tarsal) sendo que a prevalência e o grau, encontram-se dentro do esperado e com impacto clínico pouco significativo. Adicionalmente, os achados foram consistentes com os observados na população geral utilizadora de LC, sendo até considerados melhores, que as respostas fisiológicas observadas num novo utilizador de LC adulto.5 Desta forma, o perfil de risco também é inferior em crianças e adolescentes quando comparado com o utilizador de LC adulto.1,3
De referir que num estudo em que foram monitorizados os atendimentos na urgência pediátrica para acontecimentos adversos associados com a utilização de dispositivos médicos durante 24 meses, verificou-se que em crianças entre os seis e os dez anos de idade, ocorrências como a laceração do olho ou da face, provocada pela utilização de óculos representou cerca de 15 por cento de todas as ocorrências.9 As adversidades que envolviam LC ocorriam em crianças com mais de 11 anos, sendo lesões superficiais que estavam relacionadas com incumprimento do regime de utilização e manutenção recomendados e falta de conhecimento de como realizar a correta higiene.4,9 Um outro estudo analisou os fatores de risco para ocorrências que possam conduzir à interrupção do uso de LC, sugere que os mesmos fatores têm um pico na adolescência e início da idade adulta e que relativamente a estes, crianças com idade inferior a 14 anos apresentam menor número de ocorrências. Novos utilizadores (< um ano), são também menos propensos a estas ocorrências, tais como os utilizadores de LC descartáveis diárias.10 A consulta deve ser orientada para a faixa etária A educação e a supervisão nas atividades comuns do dia a dia, tais como lavar as mãos e cuidar das LC, pode ajudar a prevenir eventos adversos. Os pais devem ser também educados nas técnicas de higiene e utilização das LC em conjunto com a criança. É necessário educar os pacientes (crianças e pais), nas questões mais simples e comuns, como a substituição diária da solução de manutenção, substituição frequente do estojo, não dormir com as LC e retirar as LC antes do banho. Ainda mais importante é informar os pacientes a identificar sinais de problemas e o que fazer se ocorrerem.4 Estes dados enfatizam a necessidade de rever os cuidados adequados de higiene, substituição, e o que fazer se surgir alguma complicação. Esta educação deve ser realizada com todos os pacientes, não só na visita inicial, mas também nas visitas de seguimento e dadas por escrito para que as possam consultar em caso de dúvida ou necessidade. Esta informação deve ser passada não apenas à criança mas também aos pais. Uma educação adequada, seguimentos frequentes e uma forma de contacto em caso de urgência, são formas de garantir que os pacientes consultam o seu PV no caso de surgir algum problema e evitando visitas desnecessárias ao hospital.3,4
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Como em todo o tipo de lentes de contacto, é essencial uma correta utilização e que o profissional da visão eduque os seus pacientes (...) Os PV devem rever os programas de substituição e requisitos de manutenção, bem como as potenciais complicações que advêm da incorreta utilização, junto do usuário, tanto na fase inicial bem como nas consultas de seguimento. O envolvimento dos pais durante todo o processo de adaptação, na monitorização da manutenção, na correta utilização e nas consultas de seguimento é crítico para a prevenção de complicações.9 O fornecimento de um consentimento informado onde constem todas as informações sobre o uso, manutenção, consultas de revisão, possíveis complicações e de como atuar caso surjam, é garantia de que a informação é passada de forma correta e deveria ser o ponto de partida para uma adaptação de LC em crianças. Um paciente informado será um paciente cumpridor. Que lente adaptar preferencialmente Num inquérito realizado com o propósito de determinar o tipo de LC prescrito em crianças e adolescentes, onde participaram 38 países durante cinco anos consecutivos (2005 a 2009), verificouse que em crianças (dos seis aos 12 anos), é onde se encontra a maior proporção de adaptações com LC descartáveis diárias (DD), bem como a maior taxa de adaptações para utilização em regime de tempo parcial.2 O conceito das LC DD é fornecer uma lente limpa estéril, livre de depósito, imersa numa solução baseada em solução salina, numa base diária, de modo que cada inserção de lente é confortável, cómoda e segura.11 Em termos de cumprimento com os procedimentos, apenas requerem, higiene adequada das mãos e correta inserção e remoção. Dado que eliminam a necessidade de soluções de manutenção e a minimização de procedimentos, deverá reduzir as possibilidades de contaminação e subsequente risco de infeção, bem como melhorar o cumprimento com a substituição, sendo uma excelente opção para crianças.4,11 As LC DD são também uma ótima alternativa para aqueles que praticam desportos e usam óculos e que permite oferecer, aos pacientes e aos seus pais, a oportunidade de utilizar LC DD para um uso em part-time, para prática de desporto, ocasiões especiais, férias ou atividades de verão. Expondo aos pais os benefícios adicionais para esta modalidade de substituição, consegue-se geralmente transpor a barreira do custo extra que representa.4 Como em todo o tipo de LC, é essencial uma correta utilização e que o PV eduque os seus pacientes e mantenha com os mesmos um contacto regular para assegurar um uso seguro das LC descartáveis diárias.11 Tendo em conta tudo o descrito acima e os avanços neste segmento de LC que na última década a indústria apresentou, ao nível da tecnologia associada às LC, aos novos materiais com elevada transmissibilidade ao oxigénio e aos benefícios no conforto, os PV devem olhar de uma nova forma para o uso das LC (nomeadamente DD) como parte do seu plano de correção visual na população pediátrica.4
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Tiago Semelhe, Professional Affairs Manager, Alcon Vision Care
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