Lookvision49 issu

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LOOK VISION EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 49 • OUTUBRO 2016

Silmo 2016

Teremos sempre Paris

ALCON

Visão sem fronteiras para presbitas

TM

Shamir

Olhos protegidos da luz azul

Carlos Ribeiro e Sérgio Lucas

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50

A optometria na linha da frente




Outubro de 2016 • Nº 49

14 | BREVES

4

Índice

MAUI JIM

Novidades de acento feminino

20 | CAPA

CARLOS RIBEIRO E SÉRGIO LUCAS A optometria na linha da frente

26 | OLHAR EM PORTUGUÊS

OPTICALIA

Dinamismo na base do sucesso

28 | OUTROS OLHARES

SAFILO

Homenagem ao made in Italy

35 | SILMO 2016

Tema de Capa: Carlos Ribeiro e Sérgio Lucas trazem-nos uma abordagem à venda de óculos que começa no consultório.

Diretora: Editora: Redação: Consultor e Diretor Artístico : Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Emanuel Barbosa Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Isenta de registo na ERC ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99, de 9 de Junho, Artigo 12º, nº 1, a)

Teremos sempre Paris


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Editorial 8

LOOK VISION EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 49 • OUTUBRO 2016

SILMO 2016

Teremos sempre Paris

ALCON

Visão sem fronteiras para presbitas

TM

SHAMIR

Olhos protegidos da luz azul

CARLOS RIBEIRO E SÉRGIO LUCAS

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50

A optometria na linha da frente

Viagens e crescimento No último périplo pela ótica mundial que tivemos oportunidade de fazer em Paris sentimos algo diferente no mercado. As barreiras em materiais aplicados aos óculos caíram, a China está a lutar para se estabelecer como produtor de qualidade e com melhores condições de trabalho e o design passou a ser o centro da produção eyewear, mais do que nunca. A crise criou novas oportunidades e fez a ótica reinventar-se de maneira estupenda, deixando para trás quem não inovou nem quis crescer. Estar no epicentro destes grandes acontecimentos tem esta vantagem e, por isso, investimos tanto nestas buscas pelo mundo e pelas empresas. Captámos um retrato fiel e alargado do salão Silmo para que possa absorver as novidades e novas estatísticas. No regresso a Portugal ficamos sempre impressionados com a vanguarda dos nossos óticos e empresas envolvidas. Porque se os estudos dizem que os óticos europeus precisam de trabalhar mais o pós-venda, nós garantidamente podemos dar um exemplo de como fazê-lo bem. E cada capa que destacamos reforça essa lição. Foi o caso de Sérgio Lucas e Carlos Ribeiro das Ótica Minho. Dois jovens empreendedores que pegaram no negócio da ótica pela perspetiva do consultório e montaram uma empresa de vanguarda e de renome, graças a processos bem delineados e a uma simpatia irresistível. Foi uma excelente aprendizagem! Por outro lado, e também em Portugal, as empresas continuam a mexer-se a ritmo intenso, sem nunca deixar que profissionais, cientistas ou gestores sintam que não há nada para fazer. São um exemplo e, eventualmente, devíamos fazer Portugal voar para fora destas fronteiras “estreitas” como uma lição de desembaraço, vanguarda e energia! Estamos a conjeturar. Vire a página para a próxima edição da LookVision Portugal, onde o futuro e a ótica se entrecruzam para manter viva e registada uma “chama” veemente. A ótica está aqui!


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Referencias: 1. Pérez-Gómez I, Giles T. European survey of contact lens wearers and eye care professionals on satisfaction with a new water gradient daily disposable contact lens. Clin Optom. 2014;6:17-23. 2. Michaud L, Forcier P. Comparing two different daily disposable lenses for improving discomfort related to contact lens wear [published online ahead of print November 27, 2015]. Cont Lens Anterior Eye. doi:10.1016/j.clae.2015.11.002. 3. Alcon data on file, 2013. 4. Alcon data on file, 2014. 5. Pitt at all. Loading and Release of a Phospholipid From Contact Lenses. Optom Vis Sci. 88 (4).2011. Informação importante sobre as lentes de contacto DAILIES® TOTAL1® Multifocal (Delefilcon A): As lentes de contacto DAILIES® TOTAL1® Multifocal são dispositivos médicos para correção de miopia, hipermetropia e presbiopia. Para uso e substituição diária de acordo com o determinado por um profissional da visão. Podem surgir efeitos secundários como desconforto, ardor ligeiro ou picadas. Existem outros fatores que podem influenciar a saúde ocular. Para mais informações acerca da utilização, cuidado e conselhos sobre o produto informe-se junto do seu profissional da visão ou do seu distribuidor em Portugal. Alcon, DAILIES TOTAL e o logo ALCON são marcas registadas da Novartis AG. ©2016 Novartis. Material revisto em outubro de 2016. I11609532431. Alcon PortugalProdutos e Equipamentos Oftalmológicos, Lda. NIPC.501 251 685, Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, n.º 10E Taguspark 2740-255 Porto Salvo.


MAKING OFF

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O artista e o atleta sob a perspetiva da ótica Na loja mais recente do grupo Óticas Minho, localizada em Fraião, Braga, montámos a nossa câmara. O resto fizeram, e muito bem, Sérgio Lucas e Carlos Ribeiro. Um deu-se ao prazer de rodar a bicicleta entre os óculos enquanto o outro nos deliciou com acordes de perícia e paixão. Juntos através da optometria e da empatia que criaram enquanto jovens estudantes da Universidade do Minho, estes dois empreendedores coloriram a nossa objetiva de honestidade, autenticidade e alegria. É fácil perceber a razão do sucesso da empresa e antever um futuro seguro para esta equipa de luxo.



Breves 14

Philippe V “A alma que vê beleza não caminhará só” A transformação de uma citação de Goethe é o prelúdio da marca que nasce dos sonhos e paixões de três homens experientes na área da moda e do design. Philippe Vergez, o criador, Thierry Halbroth, o publicitário, e Jean Lahirle, o gestor, uniram forças em torno de uma marca eyewear em tudo diferente. Modelos luxuosos, plenos de detalhes minuciosos e pensados de forma individual, tanto para homem como para mulher, garantem ser a peça mais original das grandes metrópoles, mas também uma afirmação do “eu”. O designer da marca garante ainda que o uso das suas peças não assenta só na beleza. São também puro prazer, devido a parâmetros ultra secretos que usa no desenho de cada uma.

Maui Jim De acento feminino Os novos desenhos da casa de origem havaiana também celebram a feminilidade, com o modelo Nahiku como porta estandarte. Inspirado na pequena localidade homónima da zona este de Maui, esta peça solar é extramente ligeira e confortável. A sua “personalidade” reflete-se nos frontais amplos e nas cores que declinam num degradé suave. A tecnologia PureAir integrada na lentes garante uma visão nítida e protegida mesmo nos dias mais soalheiros.

opti 2017 Ligação próxima à optometria A feira internacional de ótica de Munique expandiu o seu círculo de parcerias exclusivas a mais associações europeias. De destacar a ligação com o Conselho Europeu de Optometria e Ótica, com associações de ótica oftálmica da Suíça e Dinamarca, assim como a Associação Alemã de Especialistas em Lentes de Contacto para a participação na opti em 2017. Finalmente, mas não menos importante, os parceiros já de longo termo SPECTARIS, a Associação Industrial Alemã para as Tecnologias Médicas, Ópticas e Mecatrónicas e a Associal Central de Óticos e Optometristas que assim integram uma crescente rede europeia profissional. Ou seja, a opti demonstra “viver” do conhecimento dos seus visitantes e expositores, que apoiam assim o seu progresso todos os anos e permitem que esteja pronta a responder às suas necessidades.



Breves 16

Distinção Méijome arrebata prémio internacional O professor do curso de Optometria da Universidade do Minho (UM) e diretor do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental do Centro de Física da UM, José GonzálezMéijome, foi distinguido com o Prémio Internacional Optometrista do Ano 2016, atribuído pela Universidade Politécnica da Catalunha. Este galardão é reconhecido como um dos mais importantes na área a nível mundial e destaca o currículo do docente e cientista, o número de publicações e de patentes registadas, o impacto do seu trabalho na sociedade, entre muitos outros aspetos.

Hoya apresenta o novo catálogo Todos os lançamentos da fabricante de lentes oftálmicas no último ano, novidades, úteis para a vida diária dos profissionais e muito mais vigoram no mais recente catálogo de lentes Hoya, válido a partir do mês de novembro. A nova ferramenta inclui a Tabela Star, com formato mais reduzido e simples de manusear. Esta nova proposta disponibiliza uma variedade de produtos eficiente, em que se explica com facilidade os benefícios das lentes, desenhos, tratamentos e materiais. Hoya Star é um apoio fulcral ao negócio focalizada no processo de venda, tornando-o aprazível e intuito para o cliente. Desta forma, o usuário consegue o produto mais adequado, de acordo com o seu perfil e respetivo problema visual.

MultiOpticas Um mês dedicado à saúde visual Outubro marca o período em que a MultiOpticas redobrou os seus esforços de sensibilização para a importância dos cuidados visuais. No mês em que se comemora o Dia Mundial da Visão, especificamente a 13 de outubro, o grupo lançou iniciativas exclusivas, como a participação em programas de televisão onde, inclusive, realizou rastreios em direto e realçou a saúde da visão entre os temas da atualidade. A MultiOpticas quis, desta maneira, apelar a consultas regulares e rastreios entre a população em geral nos vários elementos familiares, e foi Manuel Luís Goucha quem deu o rosto pela causa.


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Breves 18

Vuarnet Luxo em Paris A casa francesa que conquistou o mais recente James Bond lança agora renovadas peças que buscam inspiração nas paragens gélidas das mais altas montanhas. É o caso do modelo Glacier X Le Printemps, o sucesso do filme Spectrum, que surge agora redesenhado para celebrar a integração da marca nos grandes armazéns comerciais de luxo de Paris. Esta edição especial e limitada do aviador com proteção lateral é proposta em preto mate com lentes azuis e combina uma camada de metal ligeiríssimo com outra do famoso acetato Mazzucchelli.

Luz Violeta Eyewear arrecada mais marcas para Portugal As marcas da empresa espanhola Topbranding Barcelona chegam agora a Portugal pela “mão” da distribuidora Luz Violeta. Em destaque estão G-Sevenstars, Apro Spectacles e David Marc. Desta forma, a Luz Violeta traz para território luso marcas dedicadas a diferentes segmentos e de imagem jovem e intensa.

Ogi Eywear Bon Vivant de coração cosmopolita A coleção de luxo da Ogi apresenta as suas mais recentes produções, Amelie e Tristan. A Bon Vivant acresce-se de dois estilos que se inspiram na mais vanguardista arquitetura e apelam aos amantes da arte e da moda. Amelie e Tristan “nascem” dos melhores materiais e distinguem-se nas linhas suaves e na dupla ponte original.



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Carlos Ribeiro e Sérgio Lucas

A optometria na linha da frente Fotografia: Miguel Silva

As Óticas Minho nasceram a partir do trabalho empenhado de três optometristas briosos. Sérgio Lucas, Carlos Ribeiro e António Baptista trabalharam de norte a sul em diferentes espaços de consulta e perceberam que urgia garantir à população um serviço exímio de saúde visual, na primeira linha. Construíram, assim, um mercado considerável no coração minhoto, fugindo ao modus operandi instalado no mercado da ótica nacional.


“Há 20 anos a optometria, como ciência de prestação de cuidados de visão, ainda era desconhecida pela grande maioria da população”

Sentámo-nos com Sérgio e Carlos na mais recente loja do grupo, em Fraião, Braga e podia dizer-se que são o rosto desta casa. Mas não! Na realidade a marca que construíram precede-os. Uma equipa bem trabalhada em todas as frentes permite que quem escolhe as Óticas Minho tenha sempre um serviço cuidadoso. Ouvimos a história da empresa, em pleno consultório de optometria, o coração da empresa. Constatámos um percurso marcado por muito trabalho, com apoio essencial na amizade e na confiança que têm entre si e com recursos próprios. Confirmamos ainda que o sucesso deste grupo tem a ver com as diferenças entre os sócios que a compõem, mas essencialmente, na amabilidade e atenção que têm com quem os procura. De facto, existe o sócio que está mais distante do dia a dia da ótica, mas que contribui com a sua visão menos emotiva, o sócio prático que tem um olhar aguçado sobre os negócios e os passos a tomar e ainda o sócio observador e romântico, garantindo um toque humano em cada desafio. À medida que a conversa avançou, cresceu a empatia. Acabámos a falar de desafios de BTT e maratonas, em que Carlos Ribeiro se encontra nas horas em que escapa da profissão. Aliás, no fim de semana que antecedeu a nossa entrevista, tinha conseguido um fabuloso segundo lugar na sua categoria no Sunset Running Braga e só começou a vida desportiva aos 40 anos. Hoje, com 47, já não imagina um domingo sem quilómetros de estrada e terra. Sérgio é o artista de alma. A família, os amigos e as viagens enchem-lhe as medidas, mas

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de guitarra na mão enche uma sala e apoia o Grupo de Fado e Serenatas da Universidade do Minho. A voz grave e radiofónica faz antever esta faceta, mesmo quando interpreta o seu lado de empresário. Com a cumplicidade do lado deles, Sérgio, Carlos e António auspiciam dias repletos de desafios para o seu negócio, sem medo e já com um passo dentro do futuro. Porque se fixaram em Braga? Carlos Ribeiro: Conhecíamos bem o mercado de Braga, devido aos anos de estudo na Universidade do Minho, e acabámos por abrir a primeira loja, não propriamente em Braga, mas sim em Amares. E depois, Braga era, provavelmente, o único fator que nos unia aos três. O Sérgio é da Serra da Estrela, eu sou do Porto e o António Batista de Lisboa. Portanto, foi acabar o curso e começarem logo o negócio próprio? Sérgio Lucas: Nem pensar! Já tínhamos experiência quando iniciámos as Óticas Minho, porque começámos a trabalhar mal acabámos o curso. CR: Cheguei a dar consultas de Caminha a Lisboa, na mesma semana. SL: E foi nestas andanças que nos reencontrámos. Comecei a exercer em sítios onde o Carlos e o António trabalhavam. Eles já tinham criado a ideia de uma empresa nova e convidaram-me a integrar o desafio. Acharam que a cidade precisava de um serviço diferente na área da ótica? CR: Chegámos à conclusão

que quem nos dava emprego sabia menos de ótica do que nós. Além disso, mesmo tendo um contrato, a situação era sempre precária. SL: Nós sentíamos que podíamos fazer melhor. Como optometristas não faria mais sentido abrir uma clínica em vez da ótica? CR: A clínica não seria sustentável quando a maioria das óticas oferece as consultas. E não só! Há 20 anos a optometria, como

ciência de prestação de cuidados de visão, ainda era desconhecida pela grande maioria da população. E hoje, a atividade tem a vida facilitada? CR: Não, pelo contrário, é muito mais complicado para quem começa de novo. Com tanta concorrência, tantas óticas, o conceito de low cost e tantos profissionais é difícil exercer. E mesmo o conceito do mercado mudou. Antigamente, cada cidade tinha um grande ótico.


“(...) sempre talhámos o nosso caminho de forma autónoma sem olhar muito para o que os outros estão a fazer”

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SL: Nós entrámos no setor numa fase que já não era das mais fáceis. Tivemos que lutar bastante. Claro que, ao começarmos em Amares, onde éramos os únicos, ao fim de um ano já tínhamos tudo controlado. Porém, Braga e Guimarães foram desafios muito grandes. E porque decidiram expandir para essas cidades e não, por exemplo, para as cidades de onde proveem? CR: Santos da casa não fazem milagres (risos). E a situação geográfica não ajudaria o negócio. Também acho que, depois de trabalhar vários anos na Maia, por exemplo, não gostaria de fazer concorrência a quem me recebeu. Nós já tínhamos conhecimentos sobre a cidade de Braga e quais os seus pontos vitais, por isso fez todo o sentido fixarmo-nos aqui. Quantas óticas têm agora? CR: Temos quatro lojas físicas e uma online que acabou de ser lançada. Este projeto está na fase de aprendizagem. Não é que sejamos fãs, mas é melhor ter essa ferramenta do nosso lado. SL: Não queremos perder esse comboio. Termos uma montra na web dos nossos produtos é fulcral nos dias que correm, considerando as tendências de consumo. Façam uma resenha da história das Óticas Minho. SL: Abrimos Amares em janeiro de 1998 e, apenas um e ano e meio depois, chegámos a Braga. Em 2002 arrancámos em Guimarães, porque também era um mercado que nos atraía. Nesta altura, precisámos de investimento e um dos irmãos do

Carlos juntou-se a nós. Mais recentemente, há dois anos, abrimos outra ótica em Braga, numa zona mais periférica, para dar resposta à clientela da zona que tinha dificuldade em deslocar-se ao centro da cidade e foi uma aposta ganha. E dizia há pouco que Braga foi um desafio bem maior que Amares e Guimarães ainda mais. Porquê? CR: Os mercados no Minho são muito conservadores. SL: E havia já grandes nomes instalados em Braga, óticas tradicionais. Portanto, a concorrência era muito forte. Guimarães foi o nosso maior desafio, precisamente pela questão tradicional de os clientes serem fiéis aos seus óticos habituais. Cativar clientes foi muito mais difícil. Podemos dizer que só dez anos depois do arranque, Guimarães começou a ser


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lucrativo. Claro que, sempre demonstrou potencial todos os anos e sabíamos que havia sempre alguma coisa a fazer. Como se desenvencilharam disto e criaram o vosso próprio mercado? SL: A edificação do nosso sucesso está assente em vários pilares. Em primeiro lugar foi para nós crucial praticar uma optometria de qualidade, imprimindo nas consultas padrões altos, tanto na abordagem clínica, como nos equipamentos e formação. Seguimos um modelo de consultas que privilegia a atenção e proximidade ao paciente. Por outro lado, procuramos ter instalações generosas e agradáveis dotadas de bons equipamentos e em constante renovação e melhoramentos. Outra vertente importantíssima é ao nível do atendimento ao cliente/paciente. Construímos uma equipa bem formada, ambiciosa, com vontade de intervir no crescimento das Óticas Minho e, acima de tudo, com a vontade de escutar os clientes e propor as melhores soluções óticas, sem esquecer o respetivo follow up. CR: Costumamos dizer que o nosso negócio começa no consultório, que é aliás onde fazemos os maiores investimentos. Graças a isso crescemos sempre devagarinho, degrau a degrau, e, passados 20 anos, ainda temos crescimento. Lutámos sempre para que fosse a marca Óticas Minho a nossa força e não a nossa cara ou o nosso serviço individualmente. Ou seja, quem nos procura, não procura o Sérgio ou o Carlos mas o serviço exímio de toda uma equipa. Excetuando os amigos,

claro (risos). Fazemos o nosso caminho sem seguir conceitos preestabelecidos. E porquê Óticas Minho? CR: Em primeiro lugar, queríamos ter mais que uma ótica e sempre tentámo fugir das tendências impostas. Na altura que começámos usava-se muito o “oculista”, entre outras, e nós preferimos diferenciar a empresa. Aliás, sempre talhámos o nosso caminho de forma autónoma sem olhar muito para o que os outros estão a fazer. Também queríamos ter um grupo, ter dimensão. Claro que acabávamos por ficar limitados à região e foi por isso que criámos a marca associada às Óticas Minho: Grupo Vitalvisão. Se quisermos expandir para fora do Minho temos essa salvaguarda. O reconhecimento pelo IAPMEI foi importante? CR: Sim, porque aconteceu numa fase em que se dava muita importância às certificações e reconhecimentos e durante esses anos estabelecemos os processos necessários para as conseguirmos. Isso ajudou-nos na notoriedade da empresa. Hoje continuamos com os mesmos métodos que nos permitem aumentar a eficiência do negócio. Que futuro auspiciam para o mercado da ótica? CR: Há muitas óticas a abrir e uma aposta grande no low cost. Acreditamos que este conceito só irá vingar para poucos, porque exige o aumento exponencial do número de clientes. Depois, cada vez mais temos que escolher quem são os parceiros que ajudam o negócio a crescer. Não podemos ter

fornecedores que nos vendam produtos mais caros do que os que se encontram em alguns canais de venda ao consumidor final. SL: Por outro lado, existe uma maior segmentação, porque ao lado do low cost existe também a aposta no luxo. A ótica generalista está a dissipar-se. O mundo esta a mudar e cada vez mais depressa, temos que estar atentos e capazes de nos adaptarmos a ele. Hoje em dia é crucial estar presente nas redes socias e no mercado digital. Atualmente, muitos clientes quando veem à ótica já são muito conhecedores do que procuram. Quando começámos era natural dizer-se “O bom balcão vende o que quer!”, uma afirmação com a qual nunca nos identificamos e que, hoje em dia, não faz qualquer tipo de sentido.


OLHAR EM PORTUGUÊS

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Conseguimos, passar a mensagem aos associados que acabam de chegar ao grupo, sobre o que é a CECOP e sobre a sua grande família. Esta jornada deixou, seguramente, recordações notáveis, fortaleceu laços de amizade e também profissionais. Em Cuba, os associados puderam desfrutar do merecido prémio pelo trabalho desenvolvido durante ano e meio o que permitiu carregar as baterias para um novo período de trabalho que se aproxima e que promete muitas novidades. Temos expectativas de que a próxima edição deste evento seja ainda melhor, fruto do sucesso dos nossos associados e do trabalho desenvolvido em conjunto com a CECOP!”.

Cecop Cuba inesquecível Associados muito especiais da CECOP usufruíram de uma viagem memorável a Cuba. O programa ViveCECOP tem conseguido motivar e atrair mais óticos para a rede multinacional do grupo. Em setembro, 40 profissionais ligados à CECOP e respetivos familiares desfrutaram de uma semana de convívio e diversão na magnífica ilha de Cuba, no Caribe. Foram cerca de 20 óticas que estiveram representadas nesta experiência, graças ao programa ViveCECOP. Este sistema projetado pelo grupo premeia o trabalho dos associados através da acumulação de CECOPontos dos parceiros protocolados Zeiss, Hoya, Prats, Indo e Fibo. Os mais eficazes têm a possibilidade de embarcar numa fantástica aventura anual. E em 2016, a aventura aconteceu em Cuba, durante sete dias, em ambiente paradisíaco. Sol, atividades desportivas, jogos tradicionais, longos banhos quentes nas praias e piscinas e muita alegria foram os fatores que dominaram a estadia do grupo. Nesta viagem, os felizes contemplados tiveram também a oportunidade de visitar as zonas mais comerciais e turísticas locais. Desde Havanna a Varadero, passando por Cayo Blanco, onde desfrutaram de um passeio a bordo de um catamaran e de deliciosas lagostas acabadas de pescar, os viajantes nadaram em pleno mar cristalino do Caribe, juntamente com golfinhos. Segundo Rosa Soares, responsável de marketing da CECOP em Portugal e que acompanhou o grupo durante a viagem, “esta edição do programa ViveCECOP, que ano após ano tem vindo a fidelizar mais associados, superou as nossas expectativas.

ExpoCECOP on the go! Durante o fecho desta edição, o grupo multinacional de óticas tinha já o palco montado na Figueira da Foz para mais uma edição do seu grande encontro anual, a ExpoCECOP. Entre 15 e 16 de outubro os óticos associados reuniram-se para atualizarem conhecimentos, conviverem entre colegas de profissão, consultarem as novidades em produtos dos parceiros protocolados em lentes, armações e contactologia e ganharem motivação para mais uma temporada de trabalho. As empresas que coloriram a ExpoCECOP de 2016 foram a Zeiss, a Hoya, a Prats, a Indo, a Fibo, a Kodak, a Allison, a Safilo, a Maui Jim, a Prooptica, a Marchon, a Bausch & Lomb, a Coopervision, a Disop e a F3M. Entre os palestrantes destacaram-se o magnético Miguel Gonçalves, Bruno Dias e Jose de la Rubia. Houve ainda tempo para um jantar de gala com toda a pompa do Casino da Figueira da Foz.


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Opticalia

Dinamismo na base do sucesso O grupo ibérico de óticas mantém o trabalho intenso e proximidade aos seus óticos e consumidores como fator central do seu crescimento. A provar isso mesmo, dois eventos dinâmicos que ninguém quis perder. O Brands Day da Opticalia levou às cidades do Porto e de Lisboa novas coleções eyewear e muita moda. Já na Sertã, a ótica franquiada do grupo abriu portas à população para aproximar a contactologia e a optometria aos jovens estudantes locais.

A Opticalia já habituou os seus óticos a locais icónicos, quando apresenta as novas coleção das marcas que desenvolve. Em outubro de 2016 escolheu o Mercado da Ribeira, em Lisboa, e o Mercado Ferreira Borges, no Porto. Os franquiados puderam usufruir de espaços valiosos das respetivas cidades e “passear” entre as mais recentes propostas de moda para as suas lojas. Mango, Pepe Jeans, Pull&Bear, Custo Barcelona, Amichi e Davidelfin desenharam modelos eyewear especiais, cada um no seu segmento específico. A LookVision Portugal esteve na exposição portuense e pode constatar a renovada ousadia da Davidelfin, a elegância proposta pela Mango, a descontração e juventude da Pull&Bear, da Amichi e da Pepe Jeans e ainda o requinte original da Custo Barcelona. Entre os óticos que consultavam as novidades, a enérgica equipa da Opticalia Portugal garantiu a crescente força do grupo no nosso território, na aproximação do quarto aniversário de trabalho em terras lusas. Open Day na Opticalia Sertã No fim de setembro, a ótica sertaginense convidou todos a entrar na loja para aprender, descobrir e experimentar os processos que envolvem

a primeira linha da saúde visual. O objetivo do evento foi promover e fomentar a prática da contactologia e, aproveitando o regresso às aulas, convidar as escolas vizinhas para uma aula diferente. Apresentou-se a optometria como uma possível área para prosseguir carreira. Ana Carvalho, da empresa de lentes de contacto Bausch & Lomb, apresentou à turma de saúde do Instituto Vaz Serra a forma de conseguir uma maior liberdade visual, realçando os cuidados a ter com lentes de contacto, quais as suas especificidades e todos os conceitos básicos, no primeiro dia. A jornada seguinte focou-se na optometria, mais propriamente nos defeitos refrativos. João Vicente, sócio-gerente da Opticalia Sertã, elucidou os finalistas da área de ciências da Escola Secundária da Sertã sobre a forma como os nossos olhos veem. Os presentes tiveram ainda a oportunidade para visitar a oficina da loja, onde verificaram como é feito todo o processo de corte e montagem de uma lente oftálmica. Para assinalar o fim do evento foi servido um pequeno cocktail pela Escola Tecnológica e Profissional da Zona do Pinhal, acompanhado pelos blues e rock and roll de Martins & Martins, num concerto íntimo e saudosista.



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Alcon

Visão sem fronteiras para presbitas A Alcon lançou as novíssimas DAILIES TOTAL1® Multifocal em eventos de luxo que envolveram 180 profissionais de norte a sul. É a resposta assertiva da produtora de lentes de contacto às premências dos especialistas e do mercado. André Coelho, responsável da divisão de vendas em Portugal, e Tiago Semelhe, especialista nos serviços profissionais, assumiram o palco para apresentar a novidade, no Palácio de Xabregas, em Lisboa e no Castelo do Bom Jesus, em Braga, durante setembro. As DAILIES TOTAL1® Multifocal apresentam-se assim ao mercado para colmatar a necessidade de lentes de contacto diárias para presbitas, aumentando o conforto, segurança e, consequentemente, novos utilizadores neste segmento promissor. “A população está a envelhecer. Atualmente, na União Europeia, cerca de 53 por cento da população tem mais de 40 anos e apenas cinco por cento dos presbitas utiliza lentes de contacto”, assumiram no seu discurso os representantes da Alcon, baseandose em dados da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento e nos próprios estudos da Alcon. De facto, os pacientes presbitas apresentam necessidades

específicas, pois a instabilidade lacrimal é superior com o aumento da idade e, como tal, os sintomas de secura ocular também se agravam. A DAILIES TOTAL1® Multifocal entra no mercado como a primeira e única lente de contacto multifocal, com a tecnologia de gradiente aquoso. Esta inovação combina-se com o desenho Precision ProfileTM, já presente nas lentes DAILIES® AquaComfort PLUSTM Multifocal e na AIR OPTIX® Aqua Multifocal. Graças ao seu material exclusivo com gradiente aquoso e a tecnologia SmarTears™, a DAILIES TOTAL1® Multifocal proporciona um excelente conforto e uma menor sensação de secura ocular durante todo o dia de utilização, comprovado já pelo inquérito europeu desenvolvido por Pérez-Gómez I, Giles T. em utilizadores e profissionais de lentes de contacto com o novo gradiente aquoso, de 2014. Com este lançamento da nova lente, a Alcon quer reafirmar a sua posição como líder global em cuidados de visão.


Experimente a tecnologia

Permita que os seus clientes experimentem as suas lentes antes de as comprar Ao usar a prescrição real do cliente, o Hoya Vision Simulator permite-lhe proporcionar uma representação em 3D dos efeitos óticos de várias lentes e tratamentos, com elevado precisão. O Hoya Vision Simulator elimina a linha entre a realidade virtual e a individual, oferecendo aos seus clientes a oportunidade de escolher opções mais adequadas para melhorar a sua visão.


OUTROS OLHARES

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Shamir Glacier Blue-ShieldTM UV

Olhos sempre protegidos Texto: Mariana Teixeira Santos

A crescente exposição à luz artificial que resulta da utilização constante e massiva de aparelhos eletrónicos tanto no trabalho como em casa faz aumentar os desafios que se impõem à saúde visual. A Shamir inova nas respostas e nas soluções visuais e apresenta ao mercado o tratamento para lentes oftálmicas Shamir Glacier Blue-ShieldTM UV. Esta proteção reforçada desvia cinco vezes mais a luz azul do que qualquer outro tratamento de lentes convencional.


Vários estudos demonstram que a luz azul estimula a atenção e a disposição, instigando a atividade do cérebro e interrompendo o ritmo natural do sono.

Os benefícios para a saúde ocular e para a acuidade visual comprovam-se através da diminuição significativa da quantidade de luz azul, emitida pelos ecrãs dos equipamentos digitais, que atinge a retina. O tratamento oferece uma lente transparente para uma visão confortável em qualquer ambiente e reduz, em grande medida, o esforço ocular. Garante ainda propriedades antirreflexo melhoradas no interior da lente, proporcionando uma proteção UV alargada. Shamir Glacier

Blue-ShieldTM UV apresenta-se como um tratamento super-hidrofóbico, repelindo as gotas de água e gordura. Duradouro, melhorado e eficaz, este tratamento é adequado a qualquer usuário, sejam crianças, adultos, ametropes e emetropes, que queiram consultar frequentemente smartphones, tablets, consolas e outros ecrãs digitais. Shamir Glacier Blue-ShieldTM UV é a solução que faltava para a proteção reforçada dos olhos contra a nociva luz azul. É adequado a todos os portadores, independentemente da sua idade, necessidades visuais ou atividades, estando disponível em lentes unifocais, progressivas e regressivas. Espectro nocivo para a visão humana Por oposição à luz natural, o espectro de luz artificial é desviado para a chamada luz azul (luz visível de alta energia), potencialmente tóxica para a retina, uma vez que não nos encontramos biologicamente preparados para filtrar esta luz. A exposição prolongada, intensa e regular a esta luz pode

originar danos fotoquímicos na retina e problemas de visão graves, incluindo cataratas. Além disso, a exposição regular à luz azul pode ter repercussões no ritmo biológico natural do sono e da vigília. Vários estudos demonstram que a luz azul estimula a atenção e a disposição, instigando a atividade do cérebro e interrompendo o ritmo natural do sono. A filtragem da luz azul é, deste modo, cada vez mais essencial, atendendo à sua presença avassaladora no mundo atual.

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O programa especializado iniciou com uma breve exposição focada na história, tecnologia e Estado da Arte na área do OCT, protagonizada pelo optometrista Leandro Pereira. Depois coube à oftalmologista Lilianne Duarte abordar a estrutura da retina em termos de anatomia, histologia e respetivas funções. Esta formação debruçou-se, sobretudo, em casos práticos, na forma de reconhecer imagens de patologia e nas soluções que os optometristas têm à sua disposição, sublinhando a importância da deteção precoce nestes casos. Mais uma vez, a figura do optometrista, enquanto agente dos cuidados primários da saúde visual, saiu reforçada. Formação reconhecida Este 2º Workshop OCT permitiu a atribuição de créditos de formação contínua por parte da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria e da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses.

2º Workshop OCT

Optometron investe na formação dos profissionais A Optometron levou a cabo mais uma ação de formação contínua destinada aos optometristas e profissionais da visão. Cerca de 40 participantes adquiriram competências reforçadas na área da Tomografia de Coerência Ótica. Texto: Mariana Teixeira Santos

A aposta na ciência e na formação dos profissionais é uma atribuição que a Optometron leva bem a sério e, mais uma vez, voltou a reunir largas dezenas de profissionais num workshop focado na introdução à tecnologia Tomografia de Coerência Ótica (OCT na sigla em inglês).. O encontro decorreu no Bessa Hotel, no Porto, no passado dia 1 de outubro, e permitiu dar voz às inovações na área do OCT.

O programa especializado iniciou com uma breve exposição focada na história, tecnologia e Estado da Arte na área do OCT […]



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Safilo

Homenagem ao made in Italy Fotografia: Paula Bollinger

O Instituto Italiano da Cultura, em Lisboa, foi o palco primordial da XVI Semana da Língua Italiana no Mundo. A Safilo esteve no centro da exposição como referência do design transalpino em óculos.

O mote da mostra foi L’Italiano e la Creatività: Marchi e Costumi, Moda e Design e envolveu grandes nomes como Safilo, Bialetti, Guzzini, Max Mara, Piaggio, Smeg, The Bridge e O bag. Foi de 17 a 23 de outubro que decorreu a XVI Semana da Língua Italiana no Mundo, organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, e sob o alto patronato do Presidente da República. A Safilo foi presença natural na exposição com o seu contributo para a edificação da ampla fama italiana na determinação de tendências de moda. Um espaço histórico consagrou o percurso da fabricante de óculos, com peças únicas que demarcam períodos chave da marca. Foi o museu Safilo que cedeu estes “momentos” inesquecíveis para serem saboreados em Portugal. As campanhas publicitárias usadas desde a génese da Safilo, os primeiros ensaios de eyewear progressivo e ainda retalhos da criatividade transalpina estiveram sob a luz de jornalistas, amantes da cultura italiana e amigos na inauguração da exposição. A LookVision Portugal esteve presente na primeira linha do evento para eternizar a importância do eyewear na cultura italiana.



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Silmo 2016

Teremos sempre Paris! A instabilidade de segurança vivida na cidade da luz sentiu-se com alguma ligeireza durante o Silmo de 2016. Mais medidas preventivas e uma cidade que, apesar de sofrida, “sorri” e acolhe os estrangeiros de forma acolhedora, enviaram a mensagem que a vida é mais forte que o terrorismo, em Paris. Claro que, tudo isto escapou a quem absorveu a incontornável arquitetura da skyline parisiense, a gastronomia apurada, os vinhos inebriantes... e os óculos, muitos e irresistíveis. A organização do Mundial da Ótica já lançou a descida oficial de visitantes, no entanto, a energia esteve forte durante os quatro dias de feira no Centro de Exposições de Villepinte, a norte de Paris. Apesar da conjuntura que rodeou o certame, pode dizer-se que o setor global respondeu positivamente ao desafio do Silmo 2016, sem medo e com muita originalidade! As jornadas intensas, de 23 a 26 de setembro, terminaram com um decréscimo de visitantes relativamente a 2015, reflexo provável das recentes investidas terroristas no país. Os 33,791 visitantes que acorreram a Villepinte significaram menos 1,3 por cento de entradas que no ano transato, sendo que 56, 5 por cento destes acorreram de fora de França. A contrariar esta descida global de entradas, estiveram as subidas particulares de profissionais vindos da África, EUA, Médio Oriente e Austrália. No terreno, sentimos o Silmo ao rubro com novas marcas, muito dinamismo nas redes sociais e um excelente ambiente nos pavilhões dedicados à ótica global. Entre entrevistas, encontros de tom luso e de ouvirmos atentamente quem andou pelos corredores da feira parisiense, conseguimos apurar que determinadas áreas da feira sentiram mais o decréscimo de visitantes que outras. O grande movimento concentrou-se no pavilhão 5A, onde as marcas mais vanguardistas montaram stands audaciosos, para dar ênfase a criações multicolores, de linhas veementes e, em alguns casos, fraturantes. O nicho de pequenos produtores que experimentam novos materiais continua a ganhar contornos vibrantes. Também quem recorre aos materiais típicos dos óculos não fica atrás em inovação, apostando na reinvenção dos designs mais desejados pelos consumidores. Persistiu, no entanto, uma nova forma de comunicar. Quem está no setor da ótica já aceitou a importância da comunicação e como esta pode tornar vendável qualquer produto...e como a falta da mesma

pode deixar nas prateleiras o melhor par de óculos de sempre. Ou seja, imagens de forte impacto, mensagens poderosas e olhos que nos atravessaram a partir de enormes cartazes coloriram o Silmo 2016. Mas nem tudo foi moda e tendências. A faceta mais académica do certame, a Silmo Academy, esteve dedicada à leitura e garantiu qualidade com palestrantes internacionais aclamados nas suas áreas. A sétima edição das conferências assinalou-se pela primeira atribuição de um prémio de investigação, no valor de dez mil euros. O laboratório de neurocências IRIS, integrado no Centro Nacional Francês para a Pesquisa Científica, da Universidade Descartes de Paris, garantiu a vitória. Em foco esteve um projeto que quer estudar as interações entre a motricidade ocular, cognição e postura, tendo em conta a eficiência dos aferentes plantares. Para 2017 a data está já marcada, na eterna cidade de Paris, em pleno Centro de Exposições de Villepinte, de 6 a 9 de outubro. O “olho” da ótica apresentou os números do mercado europeu A empresa de estudos de mercado GFK servindo o acordo entre as duas grandes feiras da ótica, Silmo e Mido, proporcionou mais estatísticas sobre os consumidores e os seus comportamentos. Os países visados foram França, Itália, Reino Unido, Espanha e Alemanha, onde se inquiriram mais de seis mil consumidores através de um questionário online. De Portugal, a única informação


No terreno, sentimos o Silmo ao rubro com novas marcas, muito dinamismo nas redes sociais e um excelente ambiente nos pavilhões dedicados à ótica global

de prescrição. Nos modelos solares a história é diferente, sendo que as cadeias de ótica continuam em primeiro, porém ganham terreno as grandes superfícies. No Reino Unido, por exemplo, as lojas de moda são primordiais na compra de óculos de sol. Nos gastos com óculos, registou-se que 60 por cento dos inquiridos compraram óculos de prescrição e gastaram em média 273 euros (mais do que os resultados de 2015 e 2014) e 82 euros para peças solares. Quem despende mais dinheiro em óculos continua a ser a população acima dos 40 anos. Os óculos preferidos da população do velho continente ainda são os fullrim de acetato entre as mulheres, que muda para metal nos homens. Para o futuro, a GFK prevê que os consumidores se retraiam nos gastos com óculos de prescrição, mas nos óculos de sol a tendência será inversa. Outras recomendações avançadas pela empresa responsável por estes resultados incidem sobre a necessidade dos óticos diversificarem o canal de venda entre a loja física e a da internet. A aposta em segmentos específicos como a moda e as crianças parece ser uma oportunidade. Também acreditam que o uso de tecnologia dentro do espaço físico de venda apela à saída do produto da loja. A constante aposta nos descontos é desfavorável à venda e à imagem do negócio e a alternativa viável seria enveredar pelas facilidades de pagamento e pelos serviços integrados que tragam os clientes à ótica. Importante também apontar a estratégia de comunicação aos consumidores com mais de 40 anos, especialmente as mulheres, pois nem tudo é geração millennials.

transmitida é que, juntamente com Espanha e Grécia, os índices de consumo estão negativos, resultado do alto desemprego nos países. Embora o mercado luso seja uma espécie de “micro clima” no que diz respeito a alguns comportamentos, tanto nos consumidores como dos profissionais, ficam aqui os tópicos que mexem com o setor europeu. As vendas online estão, de facto, a ganhar espaço, no entanto, a GFK garante que, mediante as respostas dos seus inquiridos, as lojas tradicionais continuam no topo das escolhas para comprar óculos, principalmente de prescrição. Quanto ao serviço dos óticos, a imagem instalada entre os consumidores dos cinco países alvo do inquérito é que este profissional tem competência no que diz respeito à saúde dos olhos, mas não é considerado no campo da moda. Este preconceito é agravado entre os jovens. Existe ainda uma subvalorização do serviço pós venda. No campo das lentes de contacto, destacou-se o facto de que a maioria dos usuários excedem o uso recomendado das mesmas. As crianças são o segmento cada vez mais interessante pois, na Europa, uma em cada três usa um qualquer produto de ótica. Nas escolhas dos consumidores sobre o local onde preferem comprar, as cadeias de ótica são vencedoras e os óticos independentes surgem logo a seguir, no que diz respeito aos óculos

Silmo D’Or e o reconhecimento dos melhores A Maison de la Mutualité foi a digna anfitriã dos conceituados prémios da ótica mundial. Os Silmo D’Or elevaram-se na noite amena de outono para honrar o trabalho de empresas, pessoas e conceitos. Para além do corpo de jornalistas que votaram nos diferentes produtos nomeados, o júri de especialistas foram liderados, em 2016, pelo designer belga Alain Gilles, que subiu ao palco para asseverar as escolhas finais. Estes foram os grandes destacados de 2016.

Os premiados Silmo d’Or Categoria/ Empresa/ Produto Armações - BLAKE KUWAHARA - “Khan” Óculos de sol - PARASITE DESIGN - “Anti Retro X” Equipamento desportivo - DEMETZ - “Lazer-Run” Crianças - KNCO - “Bili”, by Karavan Kids Inovação tecnológica em armações - OXIBIS GROUP - “77H”, by Exalto Visão - ESSILOR - “Eye Protect System” Baixa visão – Prémio Especial: VISIOLE - “Go Vision” − ex aequo: ESSILOR - “My Eye” − ex aequo: CECIAA - “NuEyes” Equipamento/material - NETLOOKS - “Netlooks 3D” Prémio especial do Júri - KUBORAUM - “Maske E3” Prémio “PREMIERE CLASSE” - PRIDE EYEWEAR - “305 BL”

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Momentos… Usufruir da criatividade e da energia dos players de um setor tão especial como o da ótica é algo único. Por isso, sair da redação para viver “no terreno” um salão como o Silmo é um sonho. Em 2016, percorremos os corredores com outra perspetiva, abrindo caminho entre os muitos visitantes distraídos com as novidades e observando o trabalho de quem durante quatro dias recebe clientes. É uma “atividade” de sorrisos e resistência e muito amor pela “camisola”. É também um contributo inestimável para o mercado dos óculos, pois estes anfitriões mantêm vivo o fogo que alimenta vendas, compras e notoriedade. Deambulámos de olhos posto “no outro lado” e, claro, reencontrámos os amigos de sempre de uma LookVision Portugal que “veste” a ótica de corpo e alma.


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Yuniku tem à disposição uma ampla variedade de designs, cores e acabamentos, complementados por uma seleção de lentes progressivas, monofocais e ocupacionais premium. O conceito Yuniku assegura uma personalização, produção e entrega totalmente integradas. Os usuários estão envolvidos em todo o processo, sendo-lhes facultada máxima oportunidade de interagir e criarem os seus próprios óculos.

Hoya, Hoet e Materialise

Yuniku ou a visão na medida certa A produtora japonesa de lentes oftálmicas, a especialista em design de óculos belga e a fornecedora de software acordaram uma parceria que se identifica na tecnologia, no costum made em 3D e na melhor visão possível. Yuniku denomina um projeto ambicioso que tem tudo para conquistar as preferências dos consumidores. A Hoya convidou a imprensa a viver o lançamento mundial da Yuniko, em pleno Silmo 2016. Os óculos 3D feitos à medida construíram-se através do conluio com a Materialise, fornecedor líder de software de impressão e serviços 3D, e o estúdio de design Hoet, pioneiro em estilos inovadores para armações de óculos e criador da marca Theo. O objetivo primordial foi construir uma armação em torno de cada rosto para atingir a visão ótima para o usuário. A originalidade e complexidade do projeto valeu-lhe a nomeação para os importantes prémios Silmo D’Or, na categoria equipamentos. Especificidades Yuniko Atualmente a adaptação de óculos de prescrição está adstrita a um processo que nem sempre culmina na visão ideal. Ou seja, lente e armações podem ser personalizadas até um certo ponto, sendo que as lentes têm sempre que ser adaptadas à armação. O conceito Yuniku muda este paradigma, focando primordialmente a visão. Avaliam-se as necessidades visuais do usuário, assim como os traços faciais. Através de um software avançado calcula-se depois a posição ideal das lentes em relação aos olhos, e finalmente, concebe-se a armação com base nesses parâmetros exclusivos. A impressão 3D permite personalizar ainda mais os óculos conforme as necessidades visuais, estéticas e de conforto de cada cliente.

A criatividade na “primeira pessoa” “Yuniku é um apaixonante passo em frente na personalização de óculos. Graças aos avanços em tecnologia de impressão 3D, corrigimos as limitações que nos impunham as armações tradicionais. Pela primeira vez, os usuários podem disfrutar do último “grito” em rendimento ótico, sem comprometer minimamente o estilo”, comentou Jon Warrick, vice presidente global de marketing da Hoya. Alireza Parandian, estratega de negócios global da Wearables, Materialise, por sua vez afirmou que, “o maior impacto e alcance vem destas poucas inovações que transformam a totalidade da cadeia de fornecimento, introduzem novos modelos de negócio, incrementam a eficiência operativa e melhoram enormemente a experiência do cliente. Estou orgulhoso de dizer que Yuniku é um excelente exemplo de inovação transformadora”. Da parte mais criativa de todo este processo, Bieke, filha de Patrick Hoet e diretora do estúdio de design explicou que “para nós foi uma continuação lógica da aplicação de impressão 3D ao design de óculos. Yuniku tem como referência a anatomia única de cada pessoa, mas também um design exclusivo da armação. O estilo dos óculos é um factor muito importante a ter em conta. “Afinal, não se pode causar uma primeira impressão duas vezes!”. Tecnologia inovadora numa plataforma aberta Yuniku foi desenvolvido em colaboração com os parceiros mais qualificados. Os métodos (de propriedade exclusiva) para otimização da lente e a personalização da armação que tornam Yuniku uma inovação tão transformadora estão descritos em solicitações de registo de patentes ainda em curso. Como Yuniku é uma plataforma aberta, irão sendo adicionadas à coleção novas armações de outras marcas, tanto de Hoet como de outros estilistas conceituados. E finalmente... Yuniku Yu-ni-ku em Japonês significa único - palavra de origem ocidental, provavelmente por influência portuguesa, e em termos fonéticos praticamente igual - e define-se ou representa algo dinâmico, intuitivo e inovador, único na sua espécie. Uma força inovadora que sabe como satisfazer as necessidades do seu tempo, o que permite capturar a inconsciência do coletivo.


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MIDO

Em busca de mais visitantes em Paris A feira italiana apresentou-se no Silmo com o seu stand geométrico, antecipando os atrativos que compõem o evento de 25 a 27 de fevereiro de 2017, no fabuloso complexo de exposições de Rho Pero, em Milão. Os números de 2016 são claros e a missão é suplantá-los em 2017. A grande feira internacional MIDO teve, por isso, presença destacada no Mundial da Ótica, em Paris, para apelar aos visitantes e expositores a não perderem um certame de recordes. Como porta estandarte principal surge a nova campanha, que exulta o made in Italy e lança o mote #livethewonder. Ou seja, evoca-se uma história de moda e bom gosto, por um lado, e impele-se à participação de todos nesta “aventura” através das redes sociais. No ano passado, a Mido duplicou a produção dos conteúdos para os media e as interações durante a feira: mais de dez mil posts no Instagram e no Twitter e mais de dois mil fãs no Facebook. Estas ligações continuaram durante todo o ano, pois a comunicação do certame manteve-se enérgica. Só o perfil de Instagram cresceu de 400 seguidores em fevereiro de 2016 para mais de 4657 à data da redação deste texto. O website

www.mido.com foi totalmente renovado e apresenta-se mais eficaz, simples e interativo, com uma imagem gráfica clara. Durante o Silmo foi também momento para relembrar as áreas temáticas que tornam a Mido especial. A ampla piazza que envolve os melhores players do mundo e as pequenas e médias empresas que se inspiram no mundo da moda compõem mais um Fashion District. No Design Lab voltam a reunir-se os criativos mais visionários, que se atrevem a experimentar e a surpreender. A Lab Academy está reservada às jovens start-ups, assim como a More!, a grande novidade de 2016. Para confirmar os desenvolvimentos em lentes, a Mido proporciona o espaço Lenses e o Tech para a área da tecnologia, maquinaria, matérias-primas e componentes. Naturalmente, os prestigiosos e concorridos prémios Bestore e Bestand vão aclamar o trabalho dos melhores profissionais. O registo dos visitantes já decorre desde o início de outubro. Não perca a Mido, de 25 a 27 de fevereiro, e live the wonder!


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Silhouette

Design vencedor Uma lufada de minimalismo e originalidade é o que a Silhouette garante em todas as feiras da ótica, porque existirá sempre quem se identifica com esta tendência intemporal. Como destaque, apresentamos aqui a mais recente coleção Fusion, numa interpretação única do caráter purista da marca austríaca.

Vestindo-se do espírito outonal, a Silhouette propõe aos amantes de óculos uma fusão entre os estilos modernos e clássicos e ainda entre os valiosos materiais SPX e titânio. Modelos com versões em aro completo e sem aros compõem um conjunto ligeiríssimo, repleto de detalhes de luxo e que transparece o investimento em desenho e tecnologia da casa austríaca. Uma versão completa Urban Fusion, a interpretação fullrim do novo conjunto, reinterpreta tempos áureos das décadas de 1940 e 1950. Ou seja, desenha-se nas tendências da época em que se valorizava o destaque da parte superior das armações . Urban Fusion combina materiais para criar efeitos visuais vibrantes, através do metálico brilhante ou transparente mate. A sua espessura delicada foi reconhecida

com o IF Design Award 2016, um dos mais importantes prémios do design internacional, provando que esta peça Silhouette vai além do simples modelo de óculos. Segundo os seus criadores, “é uma convicção!”. O minimalismo como forma de vida A faceta mais purista desta Fusion liberta as lentes de contornos e permite a cada utilizador criar o seu próprio desenho de lentes. A Silhouette apresenta 12 cores diferentes para as respetivas hastes e aposta na elegância e luxo do dourado para a ponte. Estas hastes podem ainda assumir diferentes tamanhos, tornando o conceito de personalização sempre mais amplo. Neste âmbito, cada utilizador pode assumir-se em pleno, graças à dedicação intensa da Silhouette à sua filosofia de eyewear autêntico.


intemporal e ângulos sinuosos. As famosas cores da insígnia ganham aqui novo fôlego, expressas em designs minimalistas, que se diferenciam em geometrias especiais. Ou seja, existe uma série de conceitos opostos que se unem para provocar um efeito final. Belo e deteriorado, puro e provocativo, sem sentido e significativo, cândido e dúbio, perfeições e distorções entrecruzam-se para combater o tédio e encorajar a sofisticação. Inspirações inusitadas No centro das criações do novo conjunto da Ørgreen estão dois polos artísticos do início do século XX. Le Corbusier é o significado aperfeiçoado na forma perfeita. Dada é o sentido dissolvido em escombros. A identidade da marca situa-se precisamente nesta ambiguidade complexa. As suas linhas minimalistas e as curvas dinâmicas, a função e a beleza e a perfeição com que luz, cores e ângulos de justapõem, por um lado e por outro a atitude inconformada, a transgressão de conceitos e a busca da individualidade em tudo e todos. Desta forma, a marca eyewear marca a temporada fria que se avizinha, pulsando no seu âmago e homenageando o acessório que nos precede em todos os encontros sociais.

Ørgreen Optics

Os opostos que se atraem Sempre movimentado e em ambiente de festa, o stand Ørgreen no Centro de Exposições de Villepinte, Paris, serviu mojitos, muito design e tonalidades inovadores. A nova coleção demonstrou criatividade, apoiada por uma campanha que une contrastes. No ambiente frio do cimento, onde as superfícies sólidas e as linhas limpas “ecoam” simplicidade e funcionalidade, destacam-se os estilos em “pele” quente e radiante dedicados ao outono/ inverno da Ørgreen. É assim que a marca dinamarquesa assume a atitude e individualidade da nova coleção, numa campanha fotográfica marcante. Através da lente da Ørgreen, o cimento transforma-se em matéria prima, concedendo um jogo de luz

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um momento no tempo. Uma ideia central perseguida até às suas manifestações físicas e respetivas consequências. Lançada com três coleções cápsula, cada uma explorando um tópico visual individual, Mykita Studio joga com tonalidades futuristas, ilusões gráficas e elementos de alfaiataria, tudo numa moda muito “usável”. Lite Collection Esta linha Mykita preenche-se agora de novas propostas leves e incontornáveis. O clássico aviador drop, que conjuga, de forma intrincada acetato e metal e padrões intemporais, novos redondos que remetem para mentes geniais da literatura dos anos 1930, num maravilhoso clássico intelectual, ou o formato panto renovado com detalhes altamente diferenciadores e bem trabalhados. As partes funcionais transformam-se em elementos estéticos para um resultado visual forte, nobre e que se revela gradualmente.

Mykita

O estúdio da criatividade Em plena Silmo, a marca alemã manteve um ritmo alto de visitantes e curiosos. A razão? Novos e surpreendentes designs que ampliam a notoriedade da Mykita. A cada expositor vislumbrou-se novas ideias, elementos originais e muita criatividade. Mykita Studio Esta faceta da casa de Berlim representa o âmago criativo da manufatura moderna. A linha eyewear é uma mostra do conceito da mais alta moda, embora se afirme como uma série de puro design. Sem restrições ou compromissos, a Mykita Studio ilustra


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Kypers

O conceito de metamorfose em Paris

Blackfin

O vanguardismo como bandeira! A casa de berço italiano mas coração global esteve em destaque com o seu já habitual stand arrojado e com a nomeação para o Silmo D’Or dedicado aos melhores óculos do sol do mundo. O foco esteve sobre um modelo completamente fraturante, redondo, em puro titânio e com um inovador Slot System. A Blackfin conjugou o seu material de eleição ao sistema patenteado de hastes reguláveis em beta-titânio, Swordfish, para fazer nascer o BF801. Este modelo dedicado ao sol entrecruza a pureza do titânio à genuinidade do formato redondo. O seu design clean, sem as “interrupções” de inestéticos parafusos, envolve a lente através da flexibilidade do metal a acresce-se de valor e beleza com a preciosa ranhura, que facilita o trabalho dos artistas das oficinas de ótica.

A casa espanhola apoia o seu sucesso com uma presença colorida no Silmo. A grande recetividade do mercado aos óculos de sol que se transfiguram mediante as opções do usuário motivou o lançamento em Paris da coleção de prescrição. Desta forma, o conceito de mudança das hastes aplica-se agora a um novo conjunto que se materializa em acetato, ultem, TR90 e metal. A imagem da Kypers e todas as suas criações têm a energia e dinamismo dos seus proprietários, Piqué e Shakira, e usufruem ainda da notoriedade da imagem dos seus embaixadores, entre eles Iker Casillas e Dani Alves. You are your Style é o lema que conduz as criações da Kypers que incentivam os amantes dos óculos e do sol a seguirem as suas próprias premências. A criatividade desta empresa já foi reconhecida pelos Pentawards em 2015, pelas embalagens atrevidas, criadas para proteger e envolver os óculos.


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Mondottica

Um centro de marcas para todas as medidas A distribuidora multinacional está “de olho” no mercado português com as suas insígnias. Através de Anna Rosa Tarrago, a empresa quer dotar as óticas lusas de marcas bem conhecidas e que apelam a todos os segmentos. Destacamos aqui as inconfundíveis Marimekko e Christian Lacroix.

Christian Lacroix Caleidoscópica, tropical e barroca são os melhores descritivos para a novíssima coleção Christian Lacroix que, acompanhando as tendências da haute-couture, pensa já na temporada quente de 2017. O conjunto atrevido de óculos de sol preenche-se de cores pop e inspira-se em pintores de todo o mundo e nas respetivas obras.

Xavier Garcia

Um Silmo de sucesso A marca nascida em Barcelona pela mão do criador Xavier Garcia esteve ao rubro no Silmo. Muitos interessados nas novidades e desenhos magnéticos marcaram uma feira intensa.

Marimekko A marca propõe ao mundo dos óculos uma coleção baseada em fortes geometrias, tonalidades ricas e uma ode à diversidade artística dos anos ’70. A finlandesa Marimekko aplica ao eyewear a mesma filosofia de poder e independência da mulher moderna que está espelhada na suas criações em tecidos, mobiliário e moda.

Pela primeira vez, e porque o mercado assim o exigiu, Xavier Garcia fez cair a sua identidade ilustrativa e assumiu uma campanha baseada na fotografia, em pessoas reais e no romantismo da sua cidade natal. Aliado a isto, a nova coleção surpreendeu pelo design apurado, com novas ideias e muito atrevimento. “As minhas peças são um exercício de estruturas, construtivo. É disso que gosto. A linha Skins, por exemplo, definese em duas “peles”, uma interior e uma exterior. São leves e jogam com volumes. Têm um trabalho de volume e superfícies”, foi assim que Xavier Garcia conduziu a LookVision Portugal pelas suas criações. Todos os modelos são muito funcionais e respeitam as premissas fisionómicas que permitem conforto e boa visão.


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Hally & Son A nova campanha da marca comunica elegância e um estilo dandy. Os protagonistas partilham a paixão pela arte e pela beleza dos objetos. É uma elegância que não se constrói, vem de uma atitude intrínseca, de uma forma de vida. As imagens destacam a linha Titanium-Core, que emana “classe... com ligeireza”, como reclama o mote da campanha, que é também mote das armações Hally & Son. A leveza advém da celulose de alta densidade que tem como “esqueleto” o titânio e a classe dos desenhos originais e apelativos.

Movitra A revolução patenteada desta casa italiana baseia-se num sistema rotatório da armação que permite rodá-la sobre si mesma. Esta invenção consegue evitar mazelas nas lentes, assegurando que as hastes se posicionem de forma protetora em torno dos frontais. No Silmo, a Movitra propôs três novos designs com a sua inovação porta estandarte. Enquanto duas das novidades seguem a linha anterior, com ênfase no formato quadrado, o terceiro assume-se, pela primeira vez para a Movitra, 100 por cento feminino.

Frost Esta criadora de óculos única celebrou, em pleno Silmo, 20 anos de produção eyewear, numa declaração de amor ao setor. Ou seja, a Frost dedica a mais recente coleção ao seus primórdios, recuperando o trabalho em metal em toda a sua essência de leveza e durabilidade. Marion Frost, a artista extravagante da marca, modelou este material em peças que “falam” muito sobre si e o seu percurso de duas décadas entre óculos. MyFrost é por isso um conjunto de cor, loucura e muita paixão.


Budri Eyewear O Silmo foi palco do primeiro lançamento eyewear desta marca reconhecida mundialmente pelos seus trabalhos em mármore. A Budri atreveu-se a criar óculos com esta pedra natural, através de cautelosos artesãos e as mais apuradas tecnologias. O resultado final é uma coleção luxuosa, plena de cor e efeitos puros. A ideia nasceu, como que por magia, em 2011, quando durante a produção de um painel em mármore, em colaboração com a designer Patricia Urquiloa, um pedaço da pedra caiu no chão. O fragmento resultante do acidente assemelhava-se a um par de óculos. Assim começou a “fermentar” a ideia de tornar este acessório num requintado pedaço de natureza. Foi a própria natureza que depois atrasou o lançamento da Budri Eyewear, devido ao terramoto que assolou Modena, em Itália, em 2014. Porém, 2016 é o ano de arranque oficial de mais um projeto inovador em óculos.

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Brevno Esta amostra fiel da natureza selvagem da Sibéria desdobrou-se em imensos desenhos que querem provar que a madeira é incrível para a produção de óculos. A matéria natural, o seu cheiro e suavidade, conjugada com acabamentos primorosos garantem horas de uso com prazer e conforto. Em modo de grande final, todos os óculos Brevno têm lentes polarizadas, perfeitas para uma proteção superior.

Vinyl Factory O espaço desta casa original encheu-se de guitarras, precisamente para passar a mensagem que ali a música é o elemento central para os criadores. Os óculos, esses, ganham novos designs, cores sensuais e muita “sonoridade”. A coleção viciada em música e artistas pop ataca de novo, com um conjunto variado que assenta, claro, em elementos essenciais da música e dos respetivos artistas. Dois exemplos em destaque foram os modelos Gordon e Joel. O primeiro define-se no acetato suave e em eletrizantes hastes metalizadas. O segundo, dedicado ao sol, ilustra na perfeição a ideia de que menos é mais através de um desenho minimalista que, mesmo assim, não passa despercebido em lugar algum.


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Safilo Com um toque de Brasil, a grande multinacional dos óculos destacou a recente ligação à famosa marca de chinelos, Havaianas. Ou seja, ao requinte das marcas que a Safilo desenvolve e distribui, acresce-se agora uma faceta jovem, colorida e quente. A curiosidade dos visitantes do Silmo foi alta, o que indica que a estratégia da casa italiana está na direção certa. Os materiais aplicados nos modelos Havaiana são maleáveis, tal como acontece no calçado, e são batizados com os nomes das melhores praias brasileiras.

Moscot A marca nova iorquina apresentou para a temporada fria cinco novos modelos Moscot Originals e três Moscot Spirits. Os primeiros nascem do trabalho combinado entre metal e acetato, com formatos clássicos e intemporais. Na linha Spirits o material eleito é o acetato, que se transforma em desenhos femininos ou viris, de contornos quentes e requintados.

Pugnale & Nyleve A coleção LaMirada representa o sétimo conceito da marca e absorve a excelente resposta do mercado às linhas anteriores. Uma atitude única, materiais inovadores e originais e um design magnético garantem uma excelente aceitação entre os amantes do luxo e dos óculos. Adicionalmente, o best seller modelo 12 é proposto pela Pugnale & Nyleve com novos contornos e um glamour irresistível.


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Andy Wolf Love, Soul e White Heat são os segmentos que introduzem os amantes do eyewear em modelos sensuais, cândidos, sérios, arrojados ou simplesmente originais. A Andy Wolf apelou desta forma aos visitantes do Silmo e também através de muito boa disposição e música em pleno salão. De destacar as novas campanhas fotográficas para cada linha, carregadas de significados, jogos de cores e luzes.

Komono A empresa belga reconhecida pelos seus relógios lançou no certame parisiense uma nova linha de armações de prescrição, dedicadas à venda exclusiva em óticas de todo o mundo. “Escolhemos trazer esta linha para as lojas de ótica, porque ninguém deve prescindir de qualidade e conhecimentos quando diz respeito a saúde visual. Os óticos aportam a sua capacidade e a Komono qualidade e design, com preços competitivos”, declarou em comunicado Raf Maes, o cofundador da marca.

iO – Ethical Italian Eyewear A marca mais fraturante da produtora Liò Factory conseguiu conquistar olhares em Paris com as suas mais recentes criações. Desenhadas para quem quer sobressair na multidão citadina, enquadram-se numa campanha fabulosa de olhares verdadeiros e rostos únicos. O metal como matéria central molda-se em geometrias dissonantes, demonstrando a capacidade técnica destes fabricantes e respetiva ousadia no design.




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