LOOK VISION EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 55 • ABRIL 2017
Oculista das Avenidas 60 anos de conquistas e amor
Paulo Battista
T-Charge e alfaiate entrecruzam valores
TM
Matteo Pontello
Os sonhos transformados em óculos
Rui Teixeira
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50
Um sucesso emocional
Abril de 2017 • Nº 55
16 | BREVES
Índice FEIRAS EUROPEIAS Optrafair e opti aliam-se
4
22 | CAPA
RUI TEIXEIRA
Um sucesso emocional
26 | OLHAR EM PORTUGUÊS
GRANDOPTICAL
Lançamentos das Fashion Weeks
36 | OUTROS OLHARES
PAULO BATTISTA
T-Charge e alfaiate entrecruzam valores
44 | OLHAR O MUNDO
MATTEO PONTELLO
Os sonhos transformados em óculos
46 | OFTALMOLOGIA
ORLANDO ALVES DA SILVA Vertigem Proprioceptiva
48 | OPINIÃO
CRISTINA RODRIGUES
A montra e o impacto no consumo
50 | DE OLHOS NA RUA
Tema de Capa: Rui Teixeira é um homem marcado pela vida mas de um espírito claro e positivo que apaixona
Diretora: Editora: Redação: Consultor e Diretor Artístico : Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com
Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Emanuel Barbosa Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Isenta de registo na ERC ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99, de 9 de Junho, Artigo 12º, nº 1, a)
Óculos de sol: onde compram os portugueses?
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Editorial 8
LOOK VISION EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 55 • ABRIL 2017
OCULISTA DAS AVENIDAS 60 anos de conquistas e amor
PAULO BATTISTA
T-Charge e alfaiate entrecruzam valores
TM
MATTEO PONTELLO
Os sonhos transformados em óculos
RUI TEIXEIRA
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50
Um sucesso emocional
Formação aos consumidores: precisa-se! Nos nossos périplos por Portugal tivemos a oportunidade de parar e conversar com os clientes dos nossos óticos. É que o sol já desponta e aquece e, de facto, só nesta altura conseguimos ter mais pessoas com óculos de sol nas ruas. Marcas conhecidas, outras de extrema qualidade, sim, porém a maioria das pessoas que interpelámos ainda recorre a lojas não especializadas para a compra de modelos solares. Especialmente os mais jovens. Reconhecemos que estas casas apostam mais num design que caminha ao lado das mais recentes tendências, no entanto, a qualidade das matérias não são garantidas e o conforto de um acessório que se usa no rosto deve ser primordial. Posto isto, sentimos que urge uma mobilização em massa do setor para falar, de forma próxima, aos seus consumidores. O resultado deste inquérito fecha a primeira “edição quente” da LookVision Portugal. A abrir o número escolhemos uma personalidade marcante. Rui Teixeira interpreta à sua maneira o setor e conseguiu construir uma empresa marcada pelo sucesso. Paralelamente, e porque é uma alma inquieta, arrancou com novos projetos, entre eles, a Nacional de Óptica e agora a vida política em prol da sua comunidade. Tivemos a sorte de participar, na primeira pessoa, na celebração de uma das mais icónicas óticas portuguesas. O Oculista das Avenidas festejou 60 anos de um trabalho muito especial, que moldou o setor e que é, em definitivo, inesquecível. Damos ainda espaço aos movimentos dos profissionais que se reinventam em prol de vendas e reconhecimento. E porque a ótica abrange mais do que óculos, fomos no encalço de Paulo Battista, o alfaiate que assume agora a imagem da T-Charge. Na sua voz e no seu trabalho aprendemos que as raízes do nosso mercado têm potencial para atrair pessoas fabulosas. Num contexto mais internacional, abrimos páginas espaço a Matteo Pontello, a mente por trás da sonhadora marca italiana Soya. Somos ciência e opinião e para dar conta das mais recentes discussões, tanto na área da oftalmologia como no campo do vitrinismo, abrimos as seções e Oftalmologia e Opinião a dois especialistas nas respetivas áreas para proporcionar conhecimento. Estamos sempre abertos e preparados para sermos melhores, por isso, fale connosco através das várias plataformas. A ótica está aqui!
MAKING OFF
O futuro hoje! Rui Teixeira tem um olhar tranquilo, mas uma alma que corre a mil. Para o captarmos saímos para Lisboa, com o andebol no coração e conversa fluída. Descobrir este empreendedor foi uma aprendizagem preciosa, e sob a luz da nossa objetiva conquistamos uma personalidade vital, afetuosa e incontornável.
Breves 12
KLiiK Regresso às origens A nova campanha da empresa dinamarquesa tem Montreal, no Quebec, como cenário para conseguir um regresso à essência mais básica da KLiiK. Ou seja, o focus está na beleza da simplicidade e, por isso, recuperam-se linhas clean e uma estética moderna, ao mesmo tempo que se inspira os consumidores a expressar-se na sua plenitude. “Através dos meus KLiiK vejo...” é o tema central das imagens, que mostram a vida através dos seguidores da marca. Os criativos escolheram um palco urbano com linhas límpidas e tonalidades monocromáticas para a campanha, permitindo ao produto ser a “estrela principal”. Alfred Kerbs com ilustrações de Clément Louis O ilustrador e fotógrafo Clément Louis entra na cena do eyewear através de uma colaboração especial com a marca de Barcelona, Alfred Kerbs. O artista parisiense definiu a série completa de óculos de sol dedicada à temporada quente com retratos poderosos e magnéticos. “A cor branca dos rostos é uma declaração dramática. As minhas personagens são vazias de humanidade. Pertencem àquilo que vestem e à indústria da moda. Como estátuas, elas posam numa só posição tortuosa e partida, como ícones modernos”, explicou Clément Louis.
Experimente a tecnologia
Permita que os seus clientes experimentem as suas lentes antes de as comprar Ao usar a prescrição real do cliente, o Hoya Vision Simulator permite-lhe proporcionar uma representação em 3D dos efeitos óticos de várias lentes e tratamentos, com elevado precisão. O Hoya Vision Simulator elimina a linha entre a realidade virtual e a individual, oferecendo aos seus clientes a oportunidade de escolher opções mais adequadas para melhorar a sua visão.
Breves 14
Prestïgio Eyewear arrebata prémio Cinco Estrelas Produzida em Portugal, mais precisamente na Sociel, e de design atrevido, a marca exclusiva do grupo Nacional Óptica foi reconhecida pelos Prémios Cinco Estrelas na divisão Cultura e Lazer, categoria Óculos. Os modelos da Prestïgio foram sujeitos a testes de experimentação em showroom e a um estudo de mercado massificado de uma amostra da população nacional, demonstrando uma satisfação considerável entre os consumidores. A qualidade irrepreensível dos materiais e os formatos pensados para um uso intenso e confortável ditaram o sucesso nestes inquéritos. A Prestïgio Eyewear iniciou o seu caminho no mercado em 2014 e inspira-se em elementos identificativos portugueses que remontam desde os tempos dos descobrimentos à atualidade. Gabe Eyewear Prémio de design Best of the Best Esta marca austríaca de contornos jovens e inovadores conquistou o título de Best of the Best atribuído pelos famosos prémios internacionais de design Red Dot 2017. O galardão coube ao modelo REI, inspirado pelas formas e músicas dos anos ‘20. As armações pequenas e redondas eram a tendência da época e no nariz dos utilizadores “dançava” a sensação do jazz e do blues. Este REI é ainda especial, graças às suas hastes adaptáveis feitas em corno e a charneira flexível do mesmo material. Aliás, nesta peça feita à mão na Áustria reina a harmonia entre o corno e a madeira. A Gabe Eyewear nasceu em 2015 a partir dos sonhos de quatro amigos de longa data, que imaginaram produtos únicos e de qualidade excepcional.
Opticalia Cinco Estrelas em serviços óticos A Opticalia repete o galardão nos prestigiados prémios Cinco Estrelas, desta feita na divisão de Saúde e Bem e Estar, categoria Serviços Óticos. As classificações obtidas nos inquéritos de satisfação e estudos de mercado atribuíram uma classificação de mais de 80 por cento de satisfação ao grupo de óticas. Esta empresa multinacional com presença em Portugal, Espanha e Colômbia aposta numa mudança de paradigma na venda de óculos ao encararem o produto como um complemento de moda.
PROOPTICA SA | www.prooptica.pt | Rua Padre Francisco nยบ11 G 1350-223 Lisboa | prooptica@prooptica.pt | Tel: 213616580
Breves 16
Essilor compra dois gigantes de venda de óculos online O grupo de retalho online, MyOptique, responsável pelas plataformas Glasses Direct e Sunglasses Shop foi vendido à Essilor num negócio de 144 milhões de euros. As vendas de óculos, óculos de sol e lentes de contacto rendem anualmente a esta empresa de origem britânica cerca de 68 milhões de euros. É um negócio de sucesso que conseguiu fazer concorrência aos óticos tradicionais, proporcionando um serviço de prova antes da compra. Ou seja, enviam seis pares de óculos aos potenciais clientes para experimentarem antes de pagar. Os investidores institucionais do MyOptique estão satisfeitos com este negócio que coloca os seus serviços sob alçada da forte empresa francesa de ótica.
Feiras Europeias Optrafair e opti aliam-se Os certames de Munique e Birmingham, com 27500 e sete mil visitantes respetivamente, assinaram um acordo com o objetivo de se promoverem reciprocamente e aumentarem a visibilidade entre potenciais empresários e expositores. “Esta aliança é estratégica e é um passo em frente muito positivo. A opti é uma feira com rápido crescimento, enquanto a Optrafair coloca em destaque o melhor que se faz no Reino Unido em termos de produção, distribuição e fornecimento de produtos óticos e oftálmicos. A aliança será benéfica para ambas as feiras”, comentou Andy Yorke, diretor da Federação de Ópticos Produtores, que organiza a Optrafair em colaboração com a publicação Opticians. Já Patrik Hof, responsável pelo gabinete de comunicação da Ghm, a empresa alemã que organiza a opti, declarou que “a cooperação versa sobretudo as medidas de marketing. Inclui, por exemplo, a troca de logótipos nos sites oficiais da opti e Optrafair.”
CECOP reforça equipa portuguesa Em resposta às necessidades crescentes do mercado luso, a CECOP incorporou Elisa Pissarra na equipa, como a nova key account manager dos associados Selecta & Premium. A Elisa Pissarra é licenciada em Física Aplicada no ramo Óptico Optometrista pela Universidade da Beira Interior. Fez parte de um projeto de investigação tutelado sobre o Estudo da Função Visual em Pacientes com Baixa Visão por Retinopatia Diabética com e sem filtros, no Instituto de Oftalmologia Aplicada (IOBA) e concluiu o doutoramento em Ciências da Visão na Universidade de Valladolid. A nível profissional conta com uma larga experiência no setor ótico, tendo desenvolvido formação acreditada na Bausch + Lomb e na Associação Nacional dos Óticos e realizado trabalhos como optometrista em diversas óticas. Segundo David Carvalho, o country manager no nosso país, “a Elisa Pissarra estará à altura de todos os desafios na CECOP, conhece o setor ótico e como optometrista tem conhecimentos técnicos valiosos para fazer crescer o grupo em Portugal.”
Breves 18
Maui Jim Um Kawika quente Para os dias de sol da época de verão, a marca de alma havaiana lança o desafio aos amantes do sol com o seu modelo Kawika. Com um desenho vintage bem conseguido através da combinação de metal e acetato, ganha um ímpeto moderno com o tratamento espelhado Blue Havaii. Além do estilo magnético, estas lentes têm uma poderosa proteção azul com todas as vantagens avançadas que a Maui Jim desenvolve ao nível da proteção visual. Ux by X-Ide A juventude no olhar Esta linha jovem introduz novidades clean, apelativas e vocacionadas aos espíritos mais aventureiros. Com todos os valores do made in Italy, a Ux é sinónimo de assertividade e glamour, lado a lado com as mais recentes tendências. São duas armações dedicadas às mulheres e duas de acento masculino que buscam nas cores e nos detalhes o destaque em qualquer ótica do mundo.
Nidek Corte de lentes sob qualidade LE-700 O mais recente sistema compacto de corte de lentes da Nidek foi construído para facilitar o dia a dia dos óticos. O novo LE-700 usufrui de um design compacto e ligeiro e permite executar as operações de maneira simples e célere, graças ao bloqueador embutido e ao ecrã táctil a cores. Esta importante ferramenta de trabalho tem ainda um inovador copiador vertical com leitura da curvatura real da lentes. Além de todas estas vantagens, é silencioso, tem um baixo consumo de água e um preço altamente competitivo.
Breves 20
F3M lança PRISMA A F3M lança no mercado uma nova solução tecnológica denominada PRISMA. Esta ferramenta compromete-se com a facilidade de interação com o cliente e com a rapidez nas operações. Criada tendo por base o conhecimento que a equipa da F3M tem de vários anos no desenvolvimento de softwares para óticas, PRISMA vem reforçar a simplicidade e rapidez no atendimento ao consumidor final e apresenta comportamentos e respostas que o utilizador espera para facilitar o seu trabalho. PRISMA é web based e vai permitir também uma adaptação descomplicada às necessidades de cada utilizador ou ótica, assim como a navegação e interação com diferentes dados úteis à gestão e ao sucesso do negócio.
Jimmy Choo Exuberância primaveril As propostas da marca desenvolvida pela Safilo, na sua vertente eyewear, têm no brilho e nos formatos primaveris a receita para os dias quentes. Repescando o estilo que celebrizou os sapatos, os óculos enchem-se de detalhes luxuosos e linhas sinuosas.
Opticenter 1ª Convenção de Franquias Os franquiados da Opticenter encontraram-se a 10 de abril no hotel Holiday Inn, em Vila Nova de Gaia, para partilharem estratégias, tendências de consumo e o futuro. Rui Silva, CEO da marca Opticenter, considerou o evento como excepcional, onde se envolveram convidados externos, especialistas em diferentes matérias. “Discutimos as próximas campanhas e tivemos oportunidade para falar de muitas novidades. Uma delas é o novo conceito de loja, algo disruptivo com o atual paradigma do setor. Conseguimos criar uma loja fantástica, uma espécie de best of do melhor que se faz no retalho por esse mundo fora. E o mais fascinante, é o baixo investimento envolvido. O nosso foco é a rentabilidade da loja e temos de estar atentos a todas as variáveis.” Estão prometidas mais reuniões e sempre nas imediações de uma das lojas do grupo. “Somos uma marca com gestão de proximidade. Fazer reuniões perto de uma loja nossa vai nesse sentido. Porquê gestão de proximidade? Não conseguimos gerir só através de métricas. Temos de observar, sentir o nosso palco, a nossa loja. Ao interagir com os nossos clientes e as nossas equipas, estamos, nesse exato momento, a criar o futuro da OptiCenter. Reagimos muito rápido pois estamos muito atentos ao mercado”, acrescentou Marco Pombo, diretor de operações. A OptiCenter atualmente tem no seu grupo 29 lojas (14 lojas próprias e 15 lojas de franquia), na zona norte e centro do país. Tem previsto abrir 15 a 20 lojas nos próximos dois anos. Está a comemorar este ano os seus 15 anos, antevendo algumas ações especiais para enfatizar esta acontecimento.
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Rui Teixeira
Um sucesso emocional Fotografia: Paula Bollinger
Travámos conhecimento com Rui Teixeira há muito tempo e ficamos com a sua personalidade na “retina”. Finalmente, tudo se conjugou para nos encontrarmos na ampla sede do seu projeto Nacional Óptica, numa altura em que enceta também a vida política, como candidato independente à união de freguesias de Linda-a-Velha, Algés e Cruz Quebrada. Aliás, quando chegámos a Linda-a-Velha para o nosso encontro, lá estava Rui Teixeira de câmara na mão a assegurar-se que um carro bloqueado não estava ser injustamente punido pelo excesso de zelo das forças de autoridade. E o dia da nossa entrevista veio depois de uma jornada intensa com campanha de manhã, consultas à tarde e distribuição de alimentos pelos necessitados à noite. Mesmo assim demonstrou uma frescura incrível!
Recebeu-nos fiel à imagem que tínhamos dele, com um sorriso fácil, um abraço e palavras sinceras. Claro que, durante o tempo em que a conversa fluiu entrosámo-nos com a vida deste homem de emoções à flor da pele. É trabalhador, apaixonado pela vida e deixa que seja o tempo a diluir as suas dores e anseios. Marcado pelo dom que tem para construir relações, teve sucesso profissional bem cedo, cimentado pela vontade de aprender sempre mais. Só se estabeleceu aos 30 anos com a Prolente, porque assim o intuiu e atingiu o top das óticas portuguesas em 2010. Acredita na força do associativismo e na eficácia da união e, por isso mesmo, fez nascer a Nacional Óptica, dedicada aos óticos que não se resignam. Por outro lado acredita que a sua faceta eternamente contestatária o impediu de assumir outro papel na história da ótica em Portugal. Fascinou-nos com a sua história de amor, que o levou ao segundo casamento e à conversão ao Islão. E por falar em marcas da vida, um acidente que deixou o pai paraplégico também o fez rever prioridades e cair numa realidade diferente. Lutador como é encara isso com o carinho máximo, com os olhos brilhantes, mas fixos no futuro, sem medo. Deliciou-nos com os episódios da sua juventude dura entre o ambiente de bairro e a vontade de fazer a diferença pelo seu futuro. O encontro com o Papa João Paulo II, aos 18 anos, no Palácio Apostólio de Castel Gandolfo, a propósito da viagem promovida pela Diocese de Lisboa, prova a sua ousadia. “Quando me estendeu a mão
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com o anel para eu beijar, dei-lhe um passa bem!”. Positivo e bem disposto admite que grande parte da sua personalidade particular advém das boladas que levou na cabeça durante a sua carreira desportiva no andebol, como guarda-redes. Hoje ainda defende a bola com os companheiros do grupo do Banco de Portugal, para descomprimir das responsabilidades e dos desafios futuros a que se propôs, mas desvia-se mais. Terminámos a conversa amena a falar de um futuro sobre o qual não perde muito tempo, porque afinal “vivo cada dia de cada vez, já o tempo resolve tudo. Se pensarmos muito no tempo e no futuro isso arruína-nos e faz mal à saúde. E se tivermos boas atitudes no presente o futuro está garantido.” Como começou a aventura de um homem claramente inquieto? A minha aventura começou quando tinha 15 anos. Estava numa aula de matemática e ia seguir desporto, porque jogava andebol, e na sala entrou uma senhora que anunciou a abertura de um curso de técnico de ótica ocular na escola secundária de Benfica. Disse à minha colega do lado que me ia inscrever, porque a tal senhora falava num salário de 400 euros, na moeda recente. Achei interessante como ordenado e comecei a perceber que como professor de ginástica não me safava (risos). Foi o primeiro curso oficial pelo Ministério da Educação em parceria com a Associação Nacional dos Ópticos, pois havia muita falta de técnicos optometristas. Entretanto, entrei no curso superior na Covilhã, mas comecei logo a trabalhar na Baixa da Banheira e ganhava, com apenas 18 anos, 600 euros e tinha uma loja
à minha responsabilidade. Desisti, por isso, da licenciatura. Aquilo assustou-me um pouco, embora já trabalhasse desde novo nas obras para o meu pai. Tenho muitas valências. Nessa época tive ainda que fazer o serviço militar obrigatório...fiz uma asneira, digamos. Uma asneira grave? Fui para o estrangeiro apanhar fruta e não pedi autorização para sair do país. Por isso, ou era preso ou ia para a tropa. No regresso da vida militar sentiu motivação para continuar ligado à ótica? Sim e continuei sempre a estudar através da UPOOP. Tirei o curso de contactologia, depois de optometria, depois fiz uma primeira pósgraduação em optometria no centro de Boston de Madrid e uma segunda na Universidade Europeia de Madrid. Sou
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convidado a envolver-me na política senão ia para a câmara (risos).
especialista em optometria pediátrica pela Universidade do Minho. Ainda tirei uma pós-graduação em Gestão e Marketing na Escola Superior de Administração e Direção de Empresas, em Barcelona. Fiz ainda, por pura curiosidade, Iridologia. E daqui até se iniciar por conta própria? Tive seis empregos, muito interessantes, com pessoas que me ensinaram muito. Porém, quando assinei o último contrato avisei que só queria estar lá dois anos. No fim desse período saí sem ter para onde ir, mas queria abrir uma loja, no sítio onde vivia. Porque decidiu a solo com a sua marca Prolente? Porque sou empreendedor e porque acreditava nas minhas capacidades. Na altura, não havia tantos optometristas nem tanta concorrência e eu devia ser, teoricamente, muito bom no que fazia, porque me pagavam tanto (risos). Três anos depois da abertura da Prolente comecei uma marca nova, a Oftalmóptica, porque já tínhamos muitos clientes na primeira loja. Para terem uma ideia, a Prolente até 2010 era a segunda melhor loja do país, faturava 850 mil euros com 40 metros quadrados (agora é maior). Ou seja, conquistámos em definitivo a nossa zona. Fui a primeira pessoa a fazer refração em Linda-a-Velha e hoje temos uma carteira de 30 mil clientes nas duas lojas e ocupamos o lugar 115 entre mais de 1500 óticas em Portugal. De onde vem a necessidade de continuar a criar novos projetos? Tenho sempre algo para realizar, sempre numa
dinâmica de investimento em projetos e até em pessoas. Posso dizer que somos a empresa que teve mais funcionários que neste momento são empresários, o que nos orgulha muito! Seus concorrentes? Sim, aliás o nosso grupo Nacional Óptica funciona nessa base de entreajuda com colegas meus. Abrimos a loja, pagamos um ordenado ao gerente e, se atingir determinado nível de lucros, fica com ela em seu nome. É preciso coragem! Para formar empresários? Não. É preciso não ser egoísta. As empresas que gere pautam-se por uma forte vertente de solidariedade social. Porquê? Porque a vida tem sentido assim. Sempre dei, mesmo antes de o voluntariado se tornar tão divulgado. Faço-o para me sentir bem, porque se dou aos outros e faço com que as pessoas estejam bem eu também me sinto bem. Damos óculos há 17 anos, altura em que fomos convidados para um projeto chamado Família Global, que ajudava a zona de Outurela onde se concentravam muitos bairros sociais. Entretanto, essas pessoas foram recolocadas e hoje temos ligação a associações nas zonas onde temos lojas, para monitorizar as pessoas que precisam e a quem damos óculos no valor de mais de 20 mil euros por ano. Esta iniciativa já nos valeu a Medalha de Mérito Municipal. Nunca fizemos publicidade disto, só este ano porque chegámos a uma altura em que achámos que devíamos criar notoriedade. Claro que, não foi por isso que fui
E tem essa pretensão, de chegar à Câmara? Não tenho neste momento. Estamos a promover cuidados primários de proximidade com os municípios. O nosso projeto já tem 15 anos e revê-se hoje num local onde instalámos um consultório de estomatologia e onde vamos ter um de optometria e oftalmologia, até ao final do ano. Também me preocupa dar formação profissional, para que as pessoas possam trabalhar, que haja uma política municipal em conluio com o Ministério da Educação. Nesta minha nova faceta política vejo coisas chocantes. Pessoas com o seu negócio na falência, pessoas que não fazem nada e outras que fazem coisas fantásticas, como organizar os bancos alimentares. Mas o que acredito é que se deve dar ferramentas, e não soluções que criam dependência. Há a necessidade da sociedade se organizar para ajudar e não esperar sempre apoios das entidades. Tem o apoio de Isaltino Morais na sua candidatura. Não tem receio de estar relacionado com esta figura polémica? Não sou incoerente. Sempre votei nele. Nunca me deixei levar por influências. Sou muito chato naquilo que quero e levo tudo até às últimas consequências. Para mim este homem faz obra, constrói, é empreendedor. Além disso, quando me convidaram para a junta de freguesia eu não neguei a minha ideologia como pessoa. Reconheço simplesmente naquele homem alguém que veio de Trás-os-Montes fazer obra.
“Criámos anticorpos quando lançamos o primeiro concurso nacional para decidir quem seria o fornecedor de lentes oftálmicas”
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Por isso aceitei este empreendimento, este repto pelo Dr. Isaltino Morais, embora não tenha relação com ele. Fale-nos agora do seu outro projeto, a Nacional Óptica. É uma cooperativa no verdadeiro sentido da palavra, e digo-lhe que a intermediação que fazemos com os fornecedores não é cobrada. Ou seja, temos uma marca própria e vendemos outras marcas nacionais sob o desígnio da Nacional Óptica. A ideia é ter produto, sem asteriscos, posicionado no preço, não low cost. Criámos anticorpos quando lançamos o primeiro concurso nacional para decidir quem seria o fornecedor de lentes oftálmicas. Neste momento funcionamos como uma rede de compras, fazendo de intermediários entre parceiros e os nossos associados e damos tudo às pessoas. O que queremos é o melhor preço. Como vivemos? Temos alguns rappels, mas poucos. Temos estrutura profissional e criámos a base para nos expandirmos. Para já fundámos o departamento de expansão que vai arranjar parceiros para o grupo e ainda clientes para os óticos. Começamos a ter grandes contas de empresas e a comunicar diretamente com as empresas, isto contando com base de dados de milhões de portugueses. Este é o nosso projeto futuro: aportar valor aos nossos colegas. A marca portuguesa Prestígio enquadra-se precisamente nesta ideia de valor acrescido. Exatamente. A Prestígio ganhou maturidade durante um largo período, foi lançada e está agora em constante
evolução. Precisa de ter mais notoriedade e o facto de arrebatar o Prémio Cinco Estrelas, uma certificação resultante da avaliação feita por consumidores ou profissionais, vai apoiar este empreendimento.
E todas as vantagens que referiu são só para os colegas Nacional Óptica? Não, dirigem-se a qualquer ótica independente para quem podemos funcionar como central de compras ou de negociações. Além disso, temos um ficheiro de clientes de empresas com quem temos protocolo e publicitamos a marca dos nossos colegas. E negociamos tudo isto em apenas três meses.
E como chegou ao ponto de criar a Nacional Óptica? Uma vez perguntaram-me o que queria deixar para o futuro. E eu pensei que construo o meu futuro todos os dias sem grandes planos, embora sempre tivesse o meu projeto. Aliás, há uns anos ofereceram-me um salário chorudo para assumir um grupo de óticas e eu não aceitei. A determinada altura juntei alguns colegas e perguntei se não deveríamos fazer frente ao mercado. A nossa reação foi a criação da Nacional Óptica, uma cadeia, ou pelo menos uma imagem de óticas.
E agora sobre o amor, como é que um católico praticante e estudante de teologia, se converte ao Islão? Sabe que é mais fácil um católico praticante converter-se ao Islão do que um não praticante. Existem semelhanças. A minha esposa foi-me apresentada pelo Luís Justino. Era cliente dele e estava cá de passagem e queria apresentar-lhe um ótico português. “Não podes beber, não podes comer carne de porco nem olhar para ela!”, avisou-me (risos). Usava o véu na altura. Começámos a falar e fomos trocando emails. Combinámos um encontro em Paris, na feira, e até havia um projeto para dar formação em Marrocos como tema, por isso era perfeito. Então comecei a interessar-me pela cultura do Islão. Foi em Paris que nos olhámos com outros olhos. Depois fui a Marrocos e isto repetiu-se e estava na loja dela e dava formação em optometria e senti que entre nós as coisas estavam a ficar sérias. Disse-lhe logo que me convertia, porque uma mulher muçulmana não se pode envolver com quem não o seja. E assim foi. A partir daí, quando estou em Marrocos vou à mesquita à sexta feira e quando estou em Lisboa posso ir à igreja e a minha mulher vem comigo se for preciso.
OLHAR EM PORTUGUÊS
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Oculista das Avenidas
60 anos de conquistas e amor A mítica loja lisboeta celebra, em 2017, 60 anos de uma existência marcante. A prová-lo estiveram as mais de 300 pessoas ligadas ao setor português da visão, amigos, familiares e tantas figuras públicas que não quiseram deixar de cantar os parabéns à família Câmara, os potenciadores da empresa, na noite de 1 de abril. A beleza histórica do Convento do Beato serviu de base à festa e ligou passado e presente. Karin Velosa e António Câmara, a atual geração que gere o negócio, deram as boas-vindas aos convidados, o apresentador da rádio e televisão, José Nuno Martins, deu voz aos acontecimentos e a fadista Raquel Tavares encerrou o serão, com a sua música arrebatadora. António e Cecília Câmara foram os corajosos que iniciaram esta viagem chamada Oculista das Avenidas, em 1957. Construíram o que se pode denominar como um império, fundeado em valores altos como o trabalho, a cordialidade, o profissionalismo exímio e o amor. E ao longo de 60 anos de portas abertas criaram-se relações longas e sérias revisitadas num evento magnífico, que reuniu todos os rostos que, de uma forma ou de outra, ajudaram a construir o Oculista das Avenidas. Mas como bem disse Henrique Nascimento, o presidente da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses (UPOOP) a propósito de António Câmara “é um homem de trabalho, mas na hora de aparecer...desaparece”. Muitos dos seus feitos em prol da atividade, aconteceram sem que ele reclamasse sobre si atenções. Aliás, a história do Oculista das Avenidas é também a história da ótica portuguesa. Por tudo isto, a preparação do acontecimento do Convento do Beato foi feita sem que as duas “estrelas” da festa soubessem.
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Karin Velosa e José Câmara alinhavaram pessoas e memórias, para que no momento certo da noite os dois fundadores pudessem, sem saber, entrar na sua própria festa. Infelizmente, António Câmara, por questões de saúde, não se sentiu capaz de sair naquela noite. Cecília, porém, aperaltou-se para estar com a sua família e foi surpreendida com uma sala repleta de caras que tão bem conhecia, que honraram a sua entrada com uma ovação. Apoiada pelos bisnetos na caminhada para a sua mesa, em pleno Convento do Beato, avançou firme como sempre encarou tudo, emocionada entre a sua própria história. E para que melhor se entendesse todo este longo percurso de 60 anos, as imagens captadas ao longo dos tempos passaram pelos ecrãs gigantes que inundaram a sala de jantar de luz. A voz da atriz Lúcia Moniz ecoou e descreveu momentos inesquecíveis, acompanhada pelos relatos de figuras importantes da ótica, que estiveram perto do Oculista das Avenidas em muitos momentos. Se houve nostalgia entre os fundadores? José Câmara responde, “Creio que sim, apesar de ser sempre um sentimento muito privado, tendo acabado por ser mais notório na equipa, fornecedores e amigos que tiveram a oportunidade de partilhar por experiência própria, alguma parte desta “viagem”.”
Homenagens em noite de emoções Karin Velosa e José Câmara quiseram alargar a celebração, agradecendo a todas as instituições e personalidades que ajudaram o Oculista das Avenidas a ganhar força e posição no mercado. O palco esteve dedicado a esses nomes e pessoas, que comovidas e surpresas receberam o reconhecimento desta larga família. Entre eles destacaram-se as homenagens ao já desaparecido João Veloso Feijó, representado pelo seu filho João Pedro Feijó, Carlos Teixeira, Ribau Teixeira e o professor Carvalho Rodrigues. Para falar no palco sobre esta
casa lisboeta também estiveram Rui Correia, o presidente da Associação Nacional dos Ópticos, e Henrique Nascimento, presidente da UPOOP. Os principais fornecedores, que apoiam o dia a dia do Oculista das Avenidas, também subiram ao palanque para darem a sua palavra de apreço pelo percurso ganhador e receberem o respetivo tributo. O futuro já em ebulição Não faltou a consagração de quem compõe o corpo e o coração desta casa de ótica. Um a um, todos os colaboradores do Oculista das Avenidas ocuparam o palco, antigos e acabados de chegar
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a esta empresa viva e em constante atualização. Através destes elementos fulcrais, apresentou-se os novos uniformes criados pelo estilista José António Tenente, como forma de projetar o futuro. Destacaram-se os dois mais antigos funcionários do Oculista das Avenidas, que emocionados transpareceram a vivência de cada dia e cada conquista da ótica, através dos seus mais de 50 anos de
casa, Carlos Melo e Fernanda Gonçalves. Para fechar uma noite de forma sublime e com chave de ouro, Raquel Tavares conquistou o microfone com a sua voz grave e contundente. Também ela tem as raízes desta ampla família na sua carreira, ao incorporar no seu tradicional fado uma arrojada bateria de Fred Teixeira, pai do pequeno e sonhador Sebastião, neto de Karin e José Câmara. José Câmara disse à LookVision Portugal que no rescaldo da noite ficou o sentimento de “de um sucesso à altura da empresa, em que conseguimos cumprir com os requisitos mínimos que a mesma nos exige a todo o tempo.”
António Câmara foi pioneiro em muitos movimentos da classe de óticos portugueses e participou em momentos fulcrais no setor. Esteve na criação do Grémio dos Comerciantes de Artigos de Óptica e na posterior conversão do Grémio em Associação Nacional dos Ópticos. Participou da criação do Grupo de Estudo de Optometria, com a finalidade de sujeitar a exame pela Sociedade de Optometria da Europa, baseado nos Sílabos da Universidade de Montreal do Canadá. Também presenciou a Fundação da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses e da Escola Portuguesa de Óptica Ocular (EPOO). Viveu na primeira pessoa o Reconhecimento da EPOO pelo Ministério da Educação. Também partilhou da elaboração dos sílabos curriculares da cadeira de Optometria que viriam a ser apresentados junto ao Ministério da Educação, para aprovação do curso Universitário de Optometria na Universidade do Minho e da Universidade Beira Interior. António Câmara esteve na primeira linha da fundação da Optivisão.
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Óptica Pacense
Um dia no feminino A loja de Paços de Ferreira organizou um dia da mulher especial. A maquilhadora do Porto, Tânia Morais, embelezou rostos, os óculos em destaque da Chloé suscitaram curiosidade e as flores atraíram as mulheres para a Óptica Pacense. O ambiente floral e o dia ameno ditou um 8 de março de sucesso para a Óptica Pacense. Dedicados às mulheres, colaboradores e gerentes preparam com afinco uma jornada especial. A make up artista do blog Be Something, Tânia Morais, deu cor a todas as clientes que entraram na loja com uma sessão de maquilhagem especializada. Quem visitou a Óptica Pacense também dispôs
Dedicados às mulheres, colaboradores e gerentes preparam com afinco uma jornada especial
de um showcase primoroso da Chloé, com as mais recentes novidades da marca, sempre de acento romântico e formatos muito originais e femininos. As clientes foram também presenteadas com flores, preparadas pelo especialista Filho da Rosa, e surpresas da Alcon e Equivalenza. Não faltou um momento doce proporcionado pela empresa Bakewell, que brindou o dia da mulher com um belo e requintado bolo, feito com produtos biológicos. A decoração envolvente, o sorriso das três colaboradoras, Nádia Silva, Cidália Pacheco e Gabriela Monteiro, óculos e um sentido muito feminino completaram uma jornada de sucesso.
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Óculos Luís Buchinho abrilhantam Ergovisão O grupo português de óticas lança-se num novo desafio e entrelaça esforços com o criador Luís Buchinho. O resultado está em imponentes óculos de sol assinados pela originalidade do designer e disponíveis em exclusivo na Ergovisão. De coração português e linhas amplas, os novos modelos fizeram a delícia de especialistas da moda, imprensa e amantes de óculos na fabulosa loja do grupo da Avenida dos Aliados, no Porto, a 8 de abril. A mais recente coleção de vestuário de Luís Buchinho, This is the Sea, levou, em primeira mão a Paris, na Semana de Prêt-à-Porter, um doce sentido do mar e da costa lusa. Foi nesta brisa inspiradora que o criador buscou os desenhos da sua primeira aventura no eyewear. Repescando formatos clássicos e influências que compuseram a moda nos anos ’70, Luís Buchinho atreveu-se em linhas amplas e destacadas que enfatizam a elegância no feminino. O acetato como matéria prima garante uma disposição de cores contrastante e original. Tal como o
cenário que inspirou este conjunto de luxo, as mãos que esculpiram primorosamente cada peça são também portuguesas. Ergovisão apoia criatividade e indústria portuguesa Luís Buchinho desenhou e a Ergovisão lançou-se ao desafio de ligar os produtores com o criador. Os líderes deste grupo também organizaram, com toda a pompa e circunstância, um evento na sua loja das Avenida dos Aliados, para dar a conhecer o resultado final desta aventura. Os óculos foram enquadrados num cenário incrível que incluía a coleção This is the Sea, com os seus detalhes subtilmente lusos. Luís Buchinho recebeu juntamente com Sofia Figueiredo e Emídio Rodrigues, os responsáveis da Ergovisão, os fashions influencers dos
media sociais, a imprensa, amantes de óculos de sol e curiosos que não resistiram ao apelo de moda da loja. A coleção está disponível nas 40 lojas Ergovisão, espalhadas de norte a sul do país.
Tal como o cenário que inspirou este conjunto de luxo, as mãos que esculpiram primorosamente cada peça são também portuguesas
Mod. 5500 / BG-6560
*Porque você é único
BECAUSE YOU ARE UNIQUE* www.silhouette.com
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GrandOptical
Lançamento das Fashion Weeks O grupo de óticas exalta a criatividade dentro das suas lojas através da iniciativa Fashion Weeks da GrandOptical. Até 12 de maio, são promovidas as marcas de óculos que compõem os seus espaços, através de iniciativas originais que incluem fashion advisors e maquilhadoras profissionais. Para dar início às semanas da moda, a GrandOptical convidou a jovem estilista Carolina Machado para a loja do Centro Comercial Colombo e figuras públicas, a 30 de março. A coleção Pure, assinada pela jovem Carolina Machado, foi o pano de fundo do evento que destacou as diferentes marcas de óculos da GrandOptical. A festa contou ainda com a presença das caras conhecidas de Vanessa Martins e Sofia Arruda e com a música da DJ Sofia Gião, criando-se um ambiente divertido e descontraído. A completar a iniciativa de forma primorosa esteve também um dos barman do maior evento de cocktails de Portugal, o Lisbon Bar
Show. Tudo reunido ficou garantida uma tarde diferente a todos os que visitaram a GrandOptical naquele dia. A campanha Fashion Weeks GrandOptical decorre até dia 12 de maio com o objetivo de promover as várias marcas presentes nas seis lojas do país. A 6 de Abril, também no C.C. Colombo, a marca Michael Kors foi o chamariz da semana. Nos dias 20 e 21 de abril foi a vez da marca Ray Ban no CascaiShopping e no Mar Shopping, respetivamente. O dia 11 de maio está também confirmado para dar palco ao evento da Dolce & Gabbana, no Norte Shopping. Durante a Fashion Weeks, as seis lojas GrandOptical em todo o país, vão também receber fashion advisors e maquilhadoras profissionais para garantir uma experiência inspiradora e acessível a todos os clientes que visitem os espaços. Carolina Machado: um talento em crescendo A estilista é presença assídua no refrescante programa Sangue Novo, plataforma de visibilidade para jovens talentos portugueses da ModaLisboa. Para a coleção Pure SS’17, Carolina Machado inspirou-se no sentido experimentalista das obras de Jason Marting, com o jogo de comprimentos, movimentos e fluidez, assim como a aplicação de fitas compridas ao longo das peças. Este conjunto destaca-se pela suavidade e feminilidade de cada peça, evidente nos acabamentos a fio e na paleta de cores de tons leves e nude mas também cinzentos e pretos. Adicionalmente, Carolina Machado lançou no ano passado a sua marca própria de womenswear no mercado.
Proóptica convida clientes a embrenhar-se no seu mundo A empresa distribuidora de produtos de ótica convidou os seus clientes a consultarem o amplo portfólio de produtos e marcas que dispõem. Nos hóteis D. Pedro, em Lisboa, e no Ipanema, no Porto, em março, desfilaram desenhos modernos e renovados, produtos que se comprometem com o dia a dia sempre mais ágil dos profissionais e tantas outras novidades.
Laura Biagiotti Com 55 anos de experiência no mercado da moda, Laura Biagiotti é uma das estilistas italianas mais conceituadas do Mundo. Em 1980, a designer de moda foi uma das primeiras a lançar uma colecção de óculos para completar a sua gama de acessórios. Hoje, a Laura Biagiotti renova energias e reforça o posicionamento de uma marca forte, feminina que marca pela sua irreverência sofisticada.
Como já é habitual, a Proóptica junta toda a sua equipa e mais-valias em espaços privilegiados para conviver de forma descontraída com os seus clientes. Aquele que é o “parceiro de soluções completas e integradas” dos óticos juntou uma exposição exaustiva das novas coleções das marcas que representa. Destacou ainda novas valências, como a venda integrada de algumas das insígnias com as suas lentes Kodak, tudo explicado e exposto num apelativo expositor, ou a renovada Fitting Box que se “vira para a rua” e torna a experimentação de óculos divertida. De assinalar a novíssima marca do portfólio de caráter luxuoso e feminino. Charriol traz do mundo dos relógios brilho e desenhos apaixonantes E a equipa da Proóptica não teve mãos a medir com as numerosas visitas dos seus profissionais, atraídos pelo dinamismo da empresa. Destacamos aqui algumas das mais arrojadas novidades.
Jaguar A marca integra a vertente mais luxuosa da Proóptica e tem um reconhecimento mundial poderoso, graças à sua faceta automobilística. Os óculos Jaguar também se imbuem da sofisticação e do design apurado dos carros. É uma marca que quer libertar sentimentos e momentos únicos e memoráveis e, para isso, conjuga uma performance impressionante que acelera a pulsação, um design excepcional que chama a atenção e uma sensação teatral que estimula as emoções.
Fitting Box: o espelho reinventado Esta solução proporcionada pela Proóptica renova as suas caraterísticas e “sai para a rua”. Os recursos virtuais Try-on para óculos expande-se e assume-se num ecrã que está na montra e apela a quem passa à porta das óticas. De resto, continua com as valências de fotografia profissional de óculos para concepção de catálogos digitais e de websites chave na mão facilmente configuráveis. A Fitting Box possui ainda, segundo a empresa, a maior base de dados mundial de fotografias digitais de óculos, com modelos de óculos em 2D e 360 graus.
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OUTROS OLHARES
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Paulo Battista
T-Charge e alfaiate entrecruzam valores O famoso alfaiate de tantas figuras conhecidas recebeu a LookVision Portugal no seu atelier para falar sobre a aventura no mundo dos óculos, através da T-Charge. Claro que, o magnetismo de António Battista torna qualquer entrevista numa conversa de amigos e, por isso, “perdemo-nos” nas suas criações, na sua vida e na marca de sucesso que criou. Teresa Faria, diretora de marketing e comunicação da Go Eyewear, empresa responsável pela produção e distribuição da T-Charge, esteve também presente para salientar o trabalho incrível da equipa de designers italianos liderados por Andrea Ardissono. Este grupo fez renascer a T-Charge com uma nova coleção apresentada na Mido e na Opti de sentido mais moderno e vocacionada ao homem arrojado, moderno e dedicado aos
detalhes. Divide-se em três segmentos: o slim, o strong e o design. Os resultados têm sido ótimos, com Itália a liderar as encomendas T-Charge, seguida de Espanha e Portugal. Durante a conversa, Mónica Lopes, responsável pelas imagens da campanha T-Charge, falou da relação natural que o produto tem com o Paulo Battista, e como desde que travou com os novos valores da marca, a opção do artista alfaiate lhe pareceu incontornável.
Como se cruzou com um mester tão clássico como a alfaiataria? A alfaiataria aconteceu-me um pouco por acaso. Não tenho nada a ver com o mundo da moda, por assim dizer. Eu estudei artes e éramos 12, dos quais 11 queriam seguir estilismo e design de moda e o que eu interpreto como estilista é, de facto, uma pessoa com uma visão de moda ou de consumo que desenha, mas que precisa sempre de alguém para concretizar. Eu sou o inverso. Eu já desenhei, porque essa arte é algo que se vai adquirindo, mas sou artesão no verdadeiro sentido da palavra. Tenho as mãos estragadas, cheias de cortes, porque sou a pessoa que corta, cose e passa a ferro. Fui convidado para aprender alfaiataria em Espanha, uma formação com ajudas de custo e aproveitei para ganhar algum dinheiro, a pensar que desistia quando voltasse, porque nem sabia bem o que era. Adorei de paixão! Trabalhei alguns anos no El Corte Ingles e na Rosa & Teixeira mas era sempre o tal fato tradicional, azul escuro ou cinzento que na realidade era uma tradição implantada em Portugal. Quando decidi trabalhar para mim e começar a marca Paulo Battista, alguns amigos não alfaiates avisaram-me que estava tramado, porque seguia uma vertente “estranha”, uma imagem muito agressiva. Mas mantive a minha onda e isto está a correr muito bem. Inclusive vai abrir uma loja. Vou abrir um atelier virado para a rua para dar a conhecer o que faz o alfaiate. Não é loja de retalho, não é esse o intuito. Quero que quem leve uma peça minha saiba que eu e todas as “pequenas” que estão a trabalhar comigo nos empenhámos nessas mesmas peças. As peças que crio têm uma história. Ou porque nesse dia
esteve a chover, ou porque me enganei e tive que pedir mais tecido. Acabei também por ter a sorte de viver uma mudança na nossa sociedade. Cada vez mais se procura coisas únicas, feitas para a pessoa. Queremos ter menos e bom. Conseguiu revigorar o conceito de alfaiataria, em parte pelo estilo que o Paulo imprime e também pela interpretação que faz no desenho dos fatos. Sou eu. Não é nada forçado. Quando trabalhava por conta de outrem era obrigado a seguir os vícios da sociedade ou pelo menos aquilo que se julgava ser o correto. Cabelo aparado e risca ao lado, que em nada era eu. Quando ia de férias nem cortava o cabelo, nem me penteava, andava tipo vagabundo (risos). É o meu próprio estilo e digo-lhe que gosto mesmo de usar fato. E muito honestamente as pessoas identificam-se,
pode haver quem não tenha coragem, lá está, pelas imposições da sociedade. Eu felizmente trabalho para mim e posso andar como quero. E digo-lhe que até fico assustado com a quantidade de mensagens que recebo para saberem onde corto o cabelo, onde faço as tatuagens, entre tantas outras questões e eu não estou preparado para isto. Mas continuo igual a mim mesmo, a acordar às 6:30, para entrar no atelier às 7:15. Ainda no outro dia me convidaram para um lançamento de uma marca importante e eu agradeci imenso, mas disse logo: sou um homem com três filhos e gosto de estar em casa, tranquilo. Não sigo ninguém. Visionários são os estilistas. Eu sou o tipo que faz fatos à sua maneira e adora fazê-lo e, acho que emprego, seja nos meus fatos como na minha marca, a paixão que sinto. Este é o segredo. Aliás quem telefona para aqui, através do número do site, ouve a minha voz e pergunta “mas é o Paulo Battista” e eu respondo “então quem havia de ser” (risos). Isso cativa. E os fatos que fazem são também reflexo desta sua imagem? Acabam sempre por ter alguma coisa minha. Sou extravagante, gosto de muita cor e acho que a vida já é tão cinzenta com tantas preocupações para usarmos fatos monocromáticos. Depois temos que ter muito respeito pelos clientes e nos fatos tento sempre perceber a sua personalidade, porque sou muito arrojado e há pessoas que não se identificam com isso. De qualquer maneira, se puder acrescento sempre um apontamento de cor e no fim o feed back é positivo.
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que usaria tudo, não só pelo design dos óculos mas também pela qualidade. E a minha mulher até anda em “brasa”, porque desde que assumi este desafio não uso outros e ela já me tinha oferecido o modelo que eu mais queria de outra marca (risos). Houve uma empatia muito grande com a T-Charge e a Mónica sugeriu-me integrar este projeto. Nem queria acreditar inicialmente, mas aconteceu e já leva um cariz além fronteiras. Claro que, não sabia a dimensão que isto ia ter, mas estou muito satisfeito.
E é inevitável falar do Manuel Luís Goucha e como, de facto, os fatos são a cara dele. O Manuel Luís foi o meu primeiro cliente, ainda eu trabalhava por conta de outrem e foi um acaso ele encontrar-me. A minha mulher já o conhecia e disse-lhe que eu era alfaiate e quis conhecer o meu trabalho. E foi nessa altura que decidiu dar o salto para a marca Paulo Battista? Não, sou muito ponderado. Ainda trabalhei três anos numa espécie de regime duplo, porque já tinha três filhos. Quando sai já tinha o Manel e uma série de clientes. Já não dava para vir trabalhar das 10 às 19:30 e depois ficar a coser até às tantas da madrugada. Era paixão! Passava o dia ansioso por vir para aqui fazer o que realmente me completava. Quando sai do anterior emprego ainda trabalhei na minha área de residência para não entrar em conflito e finalmente regressei ao centro de Lisboa. Cresceu num meio complexo durante a infância. O que trouxe dessa experiência de vida? Eu vim do Bairro da Cruz Vermelha, no Lumiar junto à Musgueira, e lembro-me que ia para a Zambujeira do Mar de férias com os meus primos e não percebia muito bem a vergonha que eles tinham de onde vinham. Diziam-me para não referir que era do bairro e eu respondia “olha, olha, este pensa que é fidalgo. Não tens culpa do sítio de onde vens!” não aceitava aquilo. Claro que há conclusões que tirei, passei ao lado de coisas menos boas, mesmo porque
a minha mãe teve que se ausentar e eu fiquei sozinho no bairro e podia ter enveredado por determinados caminhos, mas não aconteceu. E olho para os meus filhos e às vezes até acho que seria bom viverem uma realidade mais ampla, porque é importante lidarmos com tudo e com todos. Para já, se todos os dias me lembrar de onde vim, se reviver as dificuldades que tive não me deixo deslumbrar. É importante lembrarmo-nos quem fomos para querer trabalhar sempre. Por isso, ainda acordo cedo para vir. Nunca repete o mesmo fato duas vezes? Todo o fato tem a sua história e, por isso, nunca o faço duas vezes e, se por acaso acontecer, porque alguém me pede muito, nunca tem o mesmo corte. Aliás o único que pode usar igual é o alfaiate (risos). Sou eu que faço! É a vantagem de fazer com o artesão. Mas é cansativo? Sim muito, e eu não consigo desligar-me de nada, porque o meu cliente tem toda a minha atenção a qualquer altura. É essa a minha marca, a pessoa, para tudo. Agora no papel de embaixador para outra marca gostávamos de saber o que o uniu à T-Charge? Existe aqui um elo de ligação com a Mónica Lopes, a amiga que me trouxe os óculos e perguntou o que achava. Respondi-lhe
Em que lugar estão para si os óculos na lista dos acessórios? Exatamente ao mesmo nível do fato, das tatuagens, do ir ao barbeiro duas vezes por semana. Eu adoro óculos, de tal forma que tenho muitos pares. Claro que, desde que assumi esta parceria uso só os T-Charge. Completam-me! Os óculos transmitem a personalidade em primeira instância. E já foi aliciado por outras marcas? Sim mas nunca cedi, porque não me identifiquei. Neste caso houve uma empatia imediata com o produto e ajudou também o elo de ligação com a Mónica, em quem confio. E adorei cada passo para concluirmos a campanha. Cada vez que recebia fotos até me arrepiava (risos). Não estava preparado para isto. Já levei os óculos à última edição da Pitti Uomo, em Itália, e ver-me no papel de embaixador de uma marca pela primeira vez foi compensador.
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adidas
Baboa para viver a vida ao máximo A versatilidade é a palavra chave desta novidade assinada pela adidas e que responde ao aumento de praticantes desportivos, nas várias modalidades. Casual aliado às tecnologias que fazem dos óculos adidas a escolha de tantos campeões, são garantias deste Baboa. O modelo feminino da marca alemã tem as caraterísticas certas para as atividades mais descontraídas do dia, ao mesmo tempo que se adequa às exigências da prática desportiva. E com tantas atividades à escolha, a versatilidade é primordial. Portanto, Baboa garante um ajuste perfeito e customizado durante o treino e um estilo moderno enquanto se usufrui de um momento de relaxe.
O formato do novo Baboa é fluído e o toque suave e com garantia antiderrapante, pensado especificamente para o rosto feminino. As lentes e as diferentes colorações contrastam na perfeição com armações coloridas e alegres. A visão clara, sem fronteiras e protegida, em qualquer circunstância climatérica, está garantida pelo formato amplo do modelo e a qualidade irrepreensível dos materiais.
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Seiko Optical
Novos produtos e novos contactos SEIKO Optical traz os seus produtos avançados diretamente para Portugal, sem intermediários, desde 1 de março. Nesta etapa que começa, a SEIKO reforça as suas linhas com propostas personalizadas e tecnologicamente superiores. A SEIKO atualiza a sua linha de produtos Lifestyle que inclui as famílias de lentes SEIKO Curved e SEIKO Drive, disponíveis tanto para unifocais como para progressivos. Trata-se de duas classes de lentes que cobrem necessidades específicas dos usuários: a primeira, focada nas lentes desportivas com bases de curvatura 4, 6 e 8, a segunda é uma lente específica para a condução com campos melhorados para longe e intermédio que contribuem para uma maior segurança do condutor. Em lentes progressivas, a SEIKO reforça a sua coleção com os modelos semi-personalizados e individualizados PRIME X e PRIME Xceed. Representam uma experiência renovada para os usuários com a mais recente tecnologia TMT® de sincronização de campos visuais. Este desenho compensa as diferenças dos campos, provocadas pela anisometropia entre ambos os olhos, permitindo uma visão mais confortável com uma grande redução do stress ocular.
A SEIKO é um fornecedor global e, além do seu amplo portfólio em lentes oftálmicas, oferece aos seus clientes a possibilidade de trabalhar as três linhas de armações que produz: SEIKO, S2 e Starvision. Estes conjuntos têm como característica principal a utilização de materiais de elevada qualidade, nomeadamente titânio e acetato, que permite ter modelos leves, de desenhos atrativos e que estão disponíveis em exclusivo para clientes SEIKO. Após a sua entrada no mercado português, e para fortalecer a relação comercial com os seus clientes, a SEIKO atualizou os seus contactos e está à sua completa disposição. Para mais informações a SEIKO tem linha aberta nos telefones: 219 246 358, 219 236 720 e no fax 215 551 573. Está ainda disponível o mail seikoportugal@seiko-optical.com.
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iGreen à conquista dos amantes do eyewear iGreen Eyewear é a nova coleção colorida desenvolvida pela Thema Optical. Leves, confortáveis e resistentes, os óculos iGreen representam a mistura perfeita entre tecnologia e estilo, garantida pela vanguarda do produto e pelo bom gosto italiano. Fazem parte da coleção iGreen os modelos super leves em polímero, com um peso recorde de cinco gramas, os modelos com cores vivas em acetato e os modelos Plus, com clip magnético intercambiável. E muito mais! Custom O programa iGreen Custom é um sistema único no mundo, que permite ao consumidor configurar completamente o seu próprio modelo, escolhendo entre mais de 32 milhões combinações. Em www.igreeneyewear.com/new_igc_configurator pode selecionarse entre 35 modelos disponíveis em três tamanhos, 500 cores para os frontais, e 32 cores para as hastes, compondo uma peça personalizada, que é depois produzida e enviada em dez dias para o consumidor. Através do iGreen Custom não há limites à imaginação e o designer passa a ser o próprio cliente com a garantia de satisfação total e um produto único.
2017 marca a chegada da iGreen 6.0. A particularidade desta coleção assenta na combinação entre o metal e TR90 na frente, que torna os óculos ainda mais resistentes,
mantendo a leveza e a flexibilidade. A subtil lâmina de aço inserida entre os dois estratos de TR90 é criada para facilitar a montagem e desmontagem das lentes, evita possíveis estragos e permite a utilização de lentes espessas. As plaquetas em silicone hipoalergénico garantem o máximo conforto e um ajuste perfeito. A série 6.0 mantém as características típicas dos modelos iGreen. Ou seja, inova sem alterar um estilo já consolidado que se carateriza também pelas hastes iGreen com a parte interior em metal, coloridas, reguláveis, intercambiáveis e identificáveis. Nota: iGreen – Hi-Tech Frames e iGreen Custom são produtos de Thema Optical SRL, que também está presente no mercado internacional com as linhas Giorgio Valmassoi 1971, Philosopheyes, O-SIX, Thema Basic Line, Donna Fontana, 99JST, Ultem, Valmassoi, Titan Class.
É único. É Yuniku. Se uma imagem vale mais que mil palavras, então um rosto vale milhões. Descubra Yuniku: a a revolucionária inovação em óculos 3D à medida. Adaptam-se a qualquer estilo de vida, aparência e necessidade visual. www.yuniku.com
OLHAR O MUNDO
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Matteo Pontello
Os sonhos transformados em óculos O jovem designer da SOYA Eyewear abriu o coração à LookVision Portugal, explicando os contornos dos seus óculos e dos seus sonhos. Consagrado pela experiência nas maiores casas de produção eyewear, assegura aos amantes de óculos linhas inéditas e um toque sensorial em cada modelo que desenha e acompanha. De poucas palavras de circunstância, liberta-se ao ritmo de uma conversa que desvenda as suas motivações para se lançar a solo, o que levou cada uma das peças a nascer e, no fundo, ao “som” do amor da sua vida, os óculos. De onde nasce a ligação de Matteo Pontello ao eyewear? Oportunidade ou paixão? Depois de um momento difícil na minha vida, tive a sorte de poder iniciar a minha carreira numa mas mais importantes empresas do mundo de óculos. Ainda recordo aquele primeiro dia, quando desenhei o primeiro modelo. O meu coração encheu-se e percebi de imediato, “esta é a minha estrada”.
Embora bastante jovem, o Matteo reúne já um currículo interessante que inclui casas importantes de fabrico de óculos, nomeadamente a Safilo, a Marcolin e atualmente a Kering. Isto significa que a SOYA nasce porque sentia que faltava alguma coisa no design de eyewear? A SOYA nasce da minha exigência de criar beleza. Poder criar beleza é um dom e eu tenho a sorte de o ter recebido e sinto
“SOYA escolheu nascer num dia de primavera, quando estava a revolucionar a minha vida com escolhas fortes e corajosas – estava a deixar a minha antiga empresa sem ter nenhum outro trabalho, um salto no vazio!”
E de onde vêm os nomes de cada modelo SOYA? São pessoas especiais? A pesquisa pelo nome de cada peça é um momento especial. Assemelha-se a dar o nome a um filho. Portanto, procuro muitos e sinto qual será o adequado. Também me inspiro em artistas estilitas e cantores que combinam com a SOYA e inclusive numa loja de Berlim.
que devo ser mensageiro desta energia e de transmiti-la com a intenção de poder, de qualquer maneira, emocionar as pessoas que contactam com as minhas criações. E como nasceu esta SOYA, desde o primeiro dia em que foi sonhada até hoje? Esta pergunta faz-me refletir sobre uma coisa...algumas grandes ideias nascem de momentos de profunda crise. SOYA escolheu nascer num dia de primavera, quando estava a revolucionar a minha vida com escolhas fortes e corajosas – estava a deixar a minha antiga empresa sem ter nenhum outro trabalho, um salto no vazio!) Desta forma, a SOYA encontrou-me e escolheu-me como guardião da sua magia. E o que o inspira nestas criações originais? A inspiração surge da vontade de unir e acolher duas parte de mim: o aspeto material e o aspeto espiritual. A SOYA é rica em símbolos. O Triângulo representa receptividade, o payoff Vertical Connection a conexão com o Divino, a Beleza, a Criatividade e a Intuição. Partindo deste sentimento construí a coleção com linhas
Hoje existem tantas empresas independentes na produção de óculos. Como se distingue a SOYA? Pessoalmente uni a experiência de 15 anos na área dos óculos e a prática de 20 anos de trabalho espiritual sobre mim. Tudo conjugado fez com que se criasse uma capacidade profunda de auscultação interior, uma ligação com o “aqui e agora” e uma visão diferente das coisas.
geométricas em contraste com linhas suaves, é o masculino que encontra o feminino, criando harmonia e uma eterna dança. O objetivo passa por transmitir através da beleza das emoções superiores e assim acordar o divino dentro de cada um de nós. Mas consegue manter “distância” dos designs desenvolvidos para outras marcas? Bem, isso é dos fatores mais fascinantes do meu trabalho, ou seja, cada marca tem a sua identidade, a sua alma e durante este meu percurso aprendi a desenvolver uma sensibilidade enorme para ver para lá do rosto e dos objetos e interpretar a respetiva alma. Isto ajuda-me a desenvolver o meu trabalho.
Qual é o futuro desta SOYA Eyewear? Manter-se-á fiel aos óculos ou vai voar para outros produtos e projetos? A SOYA Eyewear é uma parte de mim e invisto todas as minhas forças e energia para a fazer crescer e atribuir-lhe o valor que merece. No futuro gostava de desenhar sapatos, carteiras e joias. Tenho tantos outros projetos no coração! Vejamos se serei corajoso o suficiente para os realizar. E para as marcas independentes em geral, serão elas a dominar o mercado no futuro próximo? Estamos a viver uma revolução. Cada vez mais cresce a vontade de comprar marcas independentes como a SOYA. Este foi um dos muitos motivos pelos quais senti vontade de criar a minha própria marca.
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oFTALMOLOGIA
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Vertigem Proprioceptiva Texto: O. Alves da Silva Medico Oftalmologista o.alvesdasilva@gmail.com Rua Castilho 23-5B –Lisboa Telef 213572361
A vertigem é um sintoma caracterizado por uma sensação falsa de movimento, em que o corpo é sentido a rodar em relação ao objecto ou o objecto sentido a rodar em relação ao corpo. Não se trata de uma doença mas de um sintoma. Um sintoma assustador, bastante incómodo, que com frequência coloca o seu portador em grande ansiedade.
Este sintoma encontra-se frequentemente ligado a patologias do ouvido interno ou a tumores cerebrais. São apontadas causas degenerativas, inflamatórias e tumorais. Consideram-se como causas mais frequentes para a vertigem as labirintites ou a deslocações de cristais do ouvido interno. Resulta desta ideia o facto de que o encaminhamento dos casos de vertigem é feito preferencialmente para o especialista de Otorrinolaringologia (ORL) . Acontece que o ouvido interno é um órgão captor de informação periférica, ele informa o cérebro sobre a relação entre corpo e espaço mas quem avalia essa informação é o cérebro. O cérebro recebe outras informações sobre corpo e espaço que têm origens diversas. A propriocepção é o nosso sexto sentido, ele informa o cérebro sobre o estado do corpo e sua relação com o espaço. Este sentido pode entrar em disfunção e perturbar o equilíbrio. Curiosamente, quando se consulta a literatura cientifica referente a perturbações do equilíbrio, a disfunção proprioceptiva como causa de desequilíbrio raramente é referida. Martins da Cunha descreveu internacionalmente a Síndroma de Deficiência Postural (SDP) em 1979 em que o desequilíbrio é apontado claramente como um dos múltiplos sintomas da SDP. A SDP é consequência de uma disfunção proprioceptiva, não estando
em regra relacionada com situações degenerativas, inflamatórias ou tumorais. A clínica ensina-nos que a ignorância tem um preço elevado, um preço que não se contabiliza apenas em euros do Estado e das famílias mas também e sobretudo em sofrimento. Vejamos o seguinte caso clínico: Cláudia C. 38 anos Eram quatro horas da manhã de uma Quarta Feira, Cláudia acorda aos gritos aflita, José o marido, que dormia profundamente acorda com os gritos e com uma cotovelada de aflição desferida por Cláudia. A cama roda e o tecto também, gritava Cláudia. A sensação de movimento rotatório da cama e do tecto duraram menos de um minuto mas a Cláudia pareceu uma eternidade. Finalmente a sensação de movimento rotatório parou, Cláudia respirou fundo e José foi à cozinha buscar um copo de água para Cláudia. Cláudia sentou-se na cama e de seguida colocou-se de pé para ir à casa de banho. Surgiu um fenómeno que Cláudia não estava à espera. Quando se colocou de pé, teve a sensação que estava em cima de um barco em águas oscilantes. Decidiram dirigir-se a uma urgência hospitalar, passaram o dia inteiro no hospital, faltaram ao emprego, mas Cláudia foi observada por vários médicos, fizeram--lhe várias análises e exames mas nada de orgânico foi
“A clínica ensina-nos que a ignorância tem um preço elevado, um preço que não se contabiliza apenas em euros do Estado e das famílias mas também e sobretudo em sofrimento.”
encontrado. Saiu com uma carta para o médico de família com o diagnóstico de Vertigem Posicional Paroxistica Benigna (VPPB). O médico de família receitou-lhe um medicamento antivertiginoso (betahistina) e encaminhou para ORL. O ORL procedeu à manobra de reposição de cristais, procedeu a exames específicos, nada encontrou de orgânico e confirmou a prescrição de betahistina tendo apenas aumentado a dose. Passadas cerca de três semanas, Cláudia teve outra crise de vertigem. Desta vez ela não se assustou nem gritou, instintivamente segurou--se firme na cama e esperou que a crise passasse. Ela tinha-se informado e sabia o que fazer, uma amiga tinha tido uma situação semelhante, tratou-se e nunca mais voltou a ter crises. Procurou o médico de clínica geral que a amiga lhe tinha aconselhado. Explicou-lhe que tinha tido duas crises de vertigem e que nos intervalos nunca tinha estado bem,sentia desequilíbrios, tonturas, sensação de instabilidade. O médico pegou numa esferográfica e fez um traço a meio do espaço entre o dedo indicador e o polegar, em seguida mostrou a mesma esferográfica a uma distância de cerca de 60 cm e pediu que em movimento rápido colocasse o traço em cima da esferográfica. Cláudia falhou por vários centímetros. De seguida pediu-lhe que fizesse a extensão do pescoço e pediu ao marido que a acompanhava que explicasse a Cláudia o que estava a acontecer. “Olha Cláudia tens o pescoço mais curto do lado direito”, disse José e “sinto-me tonta acrescentou Cláudia. Pediu de seguida a Cláudia que rodasse a cabeça para a direita tudo o que pudesse e depois para a esquerda. Cláudia não conseguiu rodar mais de 50 graus para a direita e com dor e desiquilíbrio, para o lado esquerdo conseguia rodar até 60 graus, com menos dor, mas com algum desiquilíbrio. O médico perguntou a Cláudia se mordia a bochecha involuntariamente. Nunca ninguém lhe tinha feito essa pergunta mas sim era verdade, até, tinha lá uma ferida da última dentada que deu. Perguntou se tinha nódoas negras no quadril, ela disse que sim, perguntou se tinha dores nas costas ela disse que sim, perguntou se tinha dificuldade em pendurar os fatos no guarda roupa só com uma mão, ela disse que sim, perguntou se ela apertava o soutien à frente e depois rodava em vez de apertar atràs directamente, ela disse que sim. Perguntou se ela subia as escadas mais facilmente do que descia, Cláudia disse que sim, perguntou se ela se sentia desconfortável nos grandes supermercados, Cláudia disse que sim. Depois virou-se para José e perguntou, quando você conheceu Cláudia ela era mais rosada do que é hoje, certo? José abria a boca de espanto, aquele médico sabia tudo da vida de sua esposa. Nunca tinha visto um médico assim. Mas a surpresa não terminou ali. O médico foi buscar uns óculos e colocou em Cláudia. Cláudia estava angustiada e triste, tanto sofrimento, tantas incapacidades não podiam ter solução rápida como lhe dissera sua amiga. Mas quando os óculos foram colocados Cláudia respirou fundo e de seguida sorriu. Há muito tempo que José não a via sorrir, “afinal não és tão grande como parecias”, exclamou Cláudia. Na SDP existe erro de apreciação do espaço habitualmente os pacientes têm a sensação que as pessoas da mesma altura parecem mais altas do que elas. O médico voltou a mostrar a esferográfica e pediu a Cláudia que repetisse o teste.
Cláudia repetiu o teste com óculos e desta vez acertou em cheio, não houve nem um milímetro de desvio. Pediu a Cláudia que fizesse a extensão do pescoço e ela fez uma extensão mais ampla sem dor e sem tontura. José nem esperou que o médico lhe fizesse a pergunta, apressou-se a dizer, “mas agora o pescoço está igual dos dois lados...” e sorria de espanto e felicidade. De seguida o médico pediu a Cláudia que rodasse a cabeça para a direita e para a esquerda. Cláudia estava divertida, com aqueles óculos ela conseguia rodar a cabeça quase 90 graus para a direita e para a esquerda sem dor nem tontura. O diagnóstico estava feito, tratava-se de uma Síndroma de Deficiência Postural. Esta paciente foi enviada ao oftalmoposturologo que confirmou o diagnóstico e prescreveu lentes prismáticas activas e correcção postural. Um oftalmoposturologo é um médico oftalmologista conhecedor profundo do sistema proprioceptivo e que prescreve as lentes prismáticas activas capazes de corrigir a disfunção proprioceptiva. Ao corrigir a disfunção proprioceptiva , elimina os sintomas que essa disfunção ocasiona. O desequilíbrio em suas múltiplas modalidades é um dos sintomas da SDP. A reacção ao tratamento é imediata, um diagnóstico correcto, feito numa fase precoce evita muito incómodo, despesa e sofrimento. Passaram dois anos, Cláudia nunca mais teve vertigem, nem desequilíbrio nem tonturas, os grandes espaços não lhe faziam confusão, já não morde a bochecha, a face está mais rosada, sente-se bem. Esta é a história de Cláudia C. mas podia ser a história de muitas outras pessoas porque a SDP atinge cerca de dez por cento da população que passa o tempo a tratar os sintomas em vez de tratar a doença porque o diagnóstico não é feito. Existem identificadas três grandes formas de SDP a Forma Vertiginosa como o de Cláudia C., a Forma Dolorosa que simula um reumatismo e a Forma Cognitiva que perturba a aprendizagem das crianças. Apesar de serem formas com manifestações clínicas dominantes diferentes, obedecem todas à correcção proprioceptiva em que se incluem as lentes prismáticas activas, porque a causa de todas elas é a disfunção proprioceptiva. Mas o que faz a lente prismática activa ? No momento em que se coloca a lente prismática em frente a um olho ele produz uma pequena deslocação da imagem pois trata-se de um prisma de pequena potência. O cérebro apercebe-se dessa pequena deslocação e desencadeia um mecanismo de anulação desse desvio, de tal forma que se medirmos os ângulos sem prisma activo e de seguida com prisma activo, eles não denunciam a existência de prisma. Isto só é possível através de um mecanismo de activação da propriocepção dos músculos oculomotores que absorve essa potência prismática de baixa potência. O eixo e a potência da lente prismática activa são calculados para que a activação proprioceptiva dos músculos oculomotores, seja a indicada para corrigir a disfunção proprioceptiva global e eliminar por este processo os sintomas que produz. Nota: Este artigo é escrito sem utilização no novo acordo ortográfico por opção do autor.
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OPINIÃO
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“O impacto da montra decide 70 por cento das compras.” Revista Marketeer, Outubro 2004 Texto: Cristina Rodrigues – 911 082143 – rodrigues.cristina08mail.com
O consumidor foi, desde sempre, atraído para o comércio através do olhar. O conceito de vitrina existe desde a época anterior ao nascimento de Cristo, altura em que os comerciantes já percebiam a necessidade de conquistar clientes. Por isso, destacavam determinados produtos, de forma a torná-los mais apetecíveis. Sabiam, portanto, que esta estratégia conduziria as pessoas à aquisição desses mesmos produtos. Um dos primeiros exemplos remonta aos mercados árabes, onde os comerciantes exibiam e destacavam os seus artigos, recorrendo à cor e à exposição exuberante de tecidos, já no Egipto, segunda civilização mais antiga da história, utilizavam, por sua vez, as imagens para a representação das suas ideias. No Mercado de Trajano, outro bom exemplo, os Romanos organizavam as lojas nos moldes em que hoje são organizadas as grandes superfícies comerciais. As lojas eram divididas por actividades, de forma a concentrarem os interessados em cada tipo de produto e conseguirem uma organização lógica dos diferentes sectores de actividade. Assim, havia ruas exclusivamente destinadas a sapateiros, outras ruas destinadas ao comércio de bens alimentares, outras ao vestuário e assim sucessivamente. Actualmente, as grandes superfícies comerciais são organizadas mediante o mesmo critério, por sector de actividade, assim podemos identificar, nestas grandes superfícies, zonas devidamente definidas, como por exemplo, as praças alimentares
e as zonas destinadas a lojas de vestuário, estes são somente dois exemplos. A necessidade de criar espaços apelativos e provocadores é um critério transversal a todas as épocas da história e áreas de negócio, actualmente o vitrinista busca através da montra atrair o consumidor para o interior da loja. A montra apresenta-se como um factor decisivo para o sucesso das vendas, esta tem como objectivo enumerar e abordar os diferentes domínios responsáveis pela exposição de produtos. É responsável directa por 70 a 80 por cento das vendas, é por esta razão uma importante ferramenta de comunicação e deve ser usada adequadamente, pois a sua relação custo/benefício é dos mais atraentes. Poder-se-á definir montra, como vendedor silencioso, como cartão-de-visita das empresas e agente formador da imagem do espaço comercial. O Vitrinismo é uma actividade relativamente recente, emergente e pouco desenvolvida, que consiste, essencialmente, na implementação de campanhas de publicidade, previamente definidas por equipas de Marketing, no ponto de venda. Poder-se-á atribuir algumas mais-valias para o recurso ao Vitrinismo, são elas: Menor custo – na análise dos recursos financeiros mobilizados para as campanhas de comunicação como catálogos, folders, meios de comunicação (televisão, rádio, revistas, jornais e outros)
ou brindes, o custo do serviço de Vitrinismo é substancialmente inferior. Imediatismo – a resposta do consumidor, à montra, é imediato. Após a execução da montra, o consumidor vai estar frente a frente com o produto e a mensagem que esta pretende transmitir. Uma montra atraente induz à compra. Devido ao imediatismo da acção, é possível num curto espaço de tempo avaliar os resultados, ou seja, se o trabalho de Vitrinismo suscita interesse e procura do produto por parte do consumidor. Menor risco – Caso o resultado final da montra não seja satisfatório, não desperte a atenção do consumidor, a readaptação do cenário ao produto a comercializar pode ser imediato. O mesmo não se verifica em campanhas publicitárias, o sucesso ou insucesso é avaliado a longo prazo. O vitrinista dá continuidade, no ponto de venda, à campanha publicitária anteriormente definida no departamento de Marketing, concebe um projecto montra e implementa-o no ponto de venda. A aposta na concepção de montras deverá ser fulcral, dado que, a forma directa como estas comunicam com o público pode ser o catalisador fundamental do cliente, já que da entrada na loja à concretização da compra o percurso é reduzido. A montra deve ser assumida como sendo mais um suporte publicitário para as marcas. O recurso aos serviços de Vitrinismo tem aumentado, estes contribuem para o acréscimo do volume de vendas das lojas e consequentemente das empresas. Um profissional desta área tem que identificar o público-alvo, a quem se destina o artigo que irá expor, e perceber se esse segmento de mercado e o produto em questão se encontram em conformidade com o local de exposição, uma vez que só assim o resultado final se reflectirá em vendas. Trabalhar e expor um artigo, de acordo com uma mensagem pré definida pela marca promotora, com o objectivo preciso de “atingir” determinado segmento de mercado, é um requisito que deverá estar presente no serviço do vitrinista.
O vitrinista terá de se adaptar, por um lado às mudanças demográficas e aos diferentes estilos de vida do consumidor e, por outro, às mudanças sociais, à implementação das novas tecnologias e às novas realidades económicas. Sendo a montra uma das ferramentas de comunicação, esta tem que estar sempre em concordância com as campanhas promocionais do produto. O tema da campanha deve ser reportado e retratado na montra, criando, assim, uma homogeneidade visual similar à que o consumidor vê em revista, televisão, catálogos e outros meios de comunicação. Actualmente, os grandes grupos comerciais, recorrem aos serviços do Visual Merchandiser para a organização do artigo no interior da loja, utilizando estratégias e técnicas que induzem o consumidor ao tão desejado consumo. A montra é da responsabilidade do vitrinista, esta funciona como um “isco” que leva o mais distraído a entrar na loja, nem que seja somente por mera curiosidade. No entanto, muitos são os espaços comerciais que não rentabilizam o espaço montra nem o espaço loja, comprometendo as vendas, o sucesso da marca e, até mesmo, o ponto de venda. Dominar aspectos relacionados com a psicologia do consumo, com os comportamentos padrão dos diferentes consumidores e com os elementos decisores da compra, torna-se basilar para o desenvolvimento qualitativo de uma acção de Vitrinismo. Os elementos fundamentais na construção de uma montra são a existência de um
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tema, cenografia adequada e identificadora do artigo exposto. A iluminação, a cor e a correcta aplicação das regras de exposição, contribuem para o sucesso das vendas. Assim, grandes e pequenas empresas devem procurar estabelecer preferências nos meios a serem utilizados como publicidade. A comunicação humana vai além do verbal, oral ou escrito, no mundo contemporâneo, o contacto visual impera nas relações humanas e é justamente o sentido da visão que é imediatamente accionado pelas montras. O olhar estabelece a comunicação entre montra/ consumidor, ou a um nível hierárquico superior, entre comércio/consumidor. Entre os mais diversificados meios de divulgação, apresentação ou promoção de uma marca, a montra é aquela em que o objecto real fica mais próximo do potencial consumidor.
Nota: Este artigo é escrito sem utilização no novo acordo ortográfico por opção do autor.
DE OLHOS NA RUA
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Óculos de sol: onde compram os portugueses? A LookVision esteve em busca dos usuários portugueses de óculos de sol na capital. Deparámo-nos com muita juventude no Chiado, com peças, essencialmente, das lojas de pronto-a-vestir. De facto, reconhecemos que o design destas casas de roupa, no que diz respeito ao eyewear, melhorou substancialmente, seguindo as tendências do mercado. No entanto, a qualidade das lentes pode não ser a mais recomendada. A maioria das pessoas com quem falámos admite que por ser um produto sazonal que transportam na bolsa de mão, preferem não investir muito. E o mais interessante é que alguns consideram que só o facto de se dirigirem a uma ótica já implica um investimento mais sério. Claro que, ainda subsistem os que não abdicam do conselho do seu profissional de ótica habitual e, entre os mais jovens, seguindo o exemplo dos pais. Posto isto, urge um movimento concertado no setor para levar os consumidores às óticas quando se trata de produtos dedicados aos olhos e à visão. Urge mesmo contrapor esta ideia de que a ótica é mais vocacionada à prescrição. Urge interromper a ideia de que os óculos de sol, mesmo que com uso sazonal, não sejam passíveis de merecer mais investimento ou que não tenham “capacidade” para resistir às andanças da bolsa de mão. Ainda por cima num período de grande suscetibilidade aos movimentos de marketing e às redes sociais, um apelo sugestivo podia aumentar o número de utilizadores de óculos de sol nas lojas de ótica. Deixamos aqui o resumo de uma jornada entre os consumidores.
fessor Pedro Berenguer, pro Óculos Zara ro em óticas e “Normalmente até comp óculos de sol, mas marcas conhecidas de ço muito baixo estes estavam a um pre e aproveitei a ol co e tinham um estilo .” oportunidade
Maria Martins, estudante Óculos Ray-Ban “São Ray-Ban porque tanto eu como a minha mãe usamos mais esta marca, pois a relação preço/ qualidade é interessante, ou seja, não são assim tão caros para a qualidade que têm. Compramos sempre numa ótica, aliás fazemos questão que assim seja.”
Samuel Freixo , supervisor Óculos Zara “Gosto sempr e de comprar boas marcas de óculos, mas quando vi este desenho em específico não resisti e trouxeos.”