Lookvision56

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LOOK VISION EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 56 • Maio 2017

GRAÇA REI

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50

O futuro no horizonte

ANO

“Se Portugal e Lisboa estão na moda, a ótica acompanha esta tendência”

EXPOCECOP ‘17

Mudanças em curso, energia renovada

TM

CIOCV ‘17

“É preciso fazer o reconhecimento da profissão”




Maio de 2017 • Nº 56

12 | BREVES

Índice PRATS

Vimax dedicada ao trabalho

20 | CAPA

GRAÇA REI

Um futuro desenhado em família

24 | OLHAR EM PORTUGUÊS

ÓPTICA MÉDICA ROGÉRIO Uma nova luz nas Flores

38 | OUTROS OLHARES

AMÉLIE MOREL

A aposta na continuidade

45 | OPTOMETRIA

DAVID P. PIÑERO

Terapia Visual em Insuficiência de Convergência Baseada em Evidência

Tema de Capa: Graça Rei deu-nos a perspetiva de uma mulher na ótica, com os seus 31 anos de experiência no setor

Diretora: Editora: Redação: Consultor e Diretor Artístico : Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Emanuel Barbosa Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Isenta de registo na ERC ao abrigo do Decreto Regulamentar 8/99, de 9 de Junho, Artigo 12º, nº 1, a)


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Editorial 8

LOOK VISION EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 56 • MAIO 2017

ANO

“Se Portugal e Lisboa estão na moda, a ótica acompanha esta tendência”

EXPOCECOP ‘17

Mudanças em curso, energia renovada

TM

CIOCV ‘17

“É preciso fazer o reconhecimento da profissão”

GRAÇA REI

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: € 7,50

O futuro no horizonte

Um Portugal que se reinventa e surpreende Durante a produção deste número que segura entre mãos, fizemos uma viagem incrível entre portugueses, ideais e energia lusos que nos provaram a pujança de um setor em movimento. A Associação Nacional dos Ópticos imbui-se de mudança e lançou um Congresso de Óptica Ocular inédito, no coração da moda e do turismo de Lisboa. A CECOP abriu portas da sua ExpoCECOP 2017 numa data diferente e com um dinamismo patente nos dois dias de encontro. A optometria do Minho conseguiu fazer crescer o seu Congresso Internacional de Optometria e Ciências da Visão em qualidade e está no mapa mundial da atividade. O Institutoptico renovou a confiança na sua jovem direção para mais três anos de luta. A GrandVision também saiu para a frente das câmaras dos media para mostrar novas coleções, dinamismo acrescido e brindar aos desafios que se avizinham. Aberturas vistosas e especiais, novos produtos tecnologicamente avançados, uma marca lusa a nascer e tantas outras novidades assinadas por portugueses deram-nos uma perspetiva animadora deste futuro que se está a construir à frente da nossa objetiva e do nosso teclado. Claro que, para a capa demos espaço à luta diária de quem está no terreno. Graça Rei é crítica em relação a tantas alterações drásticas do setor que desenvolve há 31 anos. No entanto, mantém-se fiel à missão de estar na linha da frente a proporcionar qualidade de vida a quem precisa de correção visual e a passar a melhor imagem deste importante setor da nossa sociedade. E porque a globalização nos dá conhecimento, também trouxemos para as páginas que se seguem uma visão ampla do setor internacional com os mais recentes produtos, premiações e, como não podia deixar de ser, as evoluções científicas palmilhadas por mentes inquietas que nos ensinam e nos fazem ser mais. Venha daí para mais uma aventura chamada LookVision Portugal, vire a página e sinta a força do setor, porque a ótica está aqui!



MAKING OFF

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Uma força que vem e fica! Desta vez levamos máquina, objetiva, artistas e a Graça Rei para o mar. A Costa Nova foi o fundo de um quadro que a nossa entrevistada vê como mais que um refúgio, mais que um porto de repouso, mas sim um estilo de vida. O mar está sempre presente nos seus momentos mais marcantes e serve de ensinamento, pela força e apaziguamento que transmite. Lado a lado com os dois seguidores da sua vida e filosofia, Ana e Francisco, captámos uma mulher poderosa, humilde e de um coração maravilhoso. Na mala trouxemos a frescura das ondas, a intensidade do sol a a certeza de termos conhecido uma grande profissional que molda a ótica nos seus melhores contornos.


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Breves 12

Silhouette A arte mínima levada ao máximo A famosa linha Titan Minimal Art da austríaca Silhouette reinventase no compasso dos dias quentes. Formatos exclusivos e cores bem estudadas compõem as novas peças artísticas que concedem uma refrescante liberdade aos gostos individuais de cada pessoa. A possibilidade de escolher cores e desenhos entre o romântico formato de borboleta, ou o icónico cat eye até às geometrias mais clássicas dá poder ao comprador e justifica o sucesso mundial desta linha histórica da Silhouette.

Prats Vimax dedicada ao trabalho A produtora de lentes oftálmicas brindou o mercado com as personalizadíssimas Vimax, num apoio incondicional aos presbitas ativos. Destacamos aqui as Vimax Inside desenhadas a pensar no ambiente laboral. Proporcionam máximas prestações tanto na curta como na média distância e uma ergonomia adaptada à utilização da visão intermédia e de perto, favorecendo uma postura natural e consequentemente mais favorável à saúde geral. As Vimax Inside são a ferramenta de trabalho essencial para todos os presbitas que utilizem muito o computador ou têm uma atividade que exija a visão nessa distância. Nesta vertente, existem ainda as Vimax Zoom que é a alternativa ocupacional mais precisa para quem tem que ver os detalhes com atenção.

Salt. + Aether Em busca da aventura A marca norte-americana de eyewear e a Aether, casa reconhecida pela roupa outdoor técnica, combinaram conhecimentos numa edição limitada inédita em óculos de sol. As empresas baseadas no sul da Califórnia partilham a paixão pela natureza e daqui nasce a inspiração para os dois modelos: Scout e Explorer. Homens e mulheres aventureiros foram o ponto de partida para dois desenhos intensos, materializados a partir do beta-titânio. A Salt. e a Aether pensaram em hastes de tal forma resistentes e flexíveis que podem ser usadas por baixo de um capacete com todo o conforto. As plaquetas em titânio mantêm a armação no sítio certo mesmo nas mais intensas atividades. Para otimizar a visão, Scout e Explorer completam-se com duas proteções laterais reduzindo-se os efeitos do vento e da luz solar periférica em 80 por cento. Para 2017, a Salt.+Aether reinventa cores e combinações para mais aventuras de puro estilo.



Breves 14

GrandOptical Luzes sobre a Fendi O glamour da italiana Fendi inundou a GrandOptical do Almada Fórum, no final da tarde de 27 de abril, no âmbito da Campanha Fashion Weeks. Os óculos Fendi distinguem-se pela elegância absoluta, característica que define a coleção e reflete a tradição da marca. Com modelos exagerados, coloridos e originais, a marca atinge o objetivo de surpreender e dar nas vistas. A iniciativa Fashion Weeks decorreu até 12 de maio nas seis lojas do grupo em todo o país, para promover as marcas que compõem a ampla oferta da GrandOptical. Ergovisão com espaço de luxo em São João da Madeira O grupo de óticas português alarga a sua influência com a abertura da loja no Centro Comercial 8ª Avenida, em São João da Madeira. A nova Ergovisão “veste-se” do renovado sentido estético que os líderes do grupo, Sofia Figueiredo e Emídio Rodrigues, sonham implementar de norte a sul, num apelo à permanência dos clientes neste ambiente intimista e confortável. A festa oficial que marcou a abertura de portas deste estabelecimento foi dia 29 de abril e contou com a presença das bloggers fieis à Ergovisão, nomeadamente, My Kind of Joy, As Invictas, Joana Vaz Blogger, Lime Prime e Moda da Dani.

INVU O rosa no centro do coração A marca da Swiss Eyewear Group aperalta as suas sugestões para esta temporada com destaque nos modelos em cor de rosa, desde tons mais vibrantes até à suavidade dos nude. A INVU conjuga, assim, materiais e cores para conquistar todos os segmentos de consumidores. Adicionalmente, garante proteção e conforto visual através de lentes ultra polarizadas e com revestimento protetor contra os riscos, que eliminam por completo reflexos incómodos e melhoram a percepção da cor. As sugestões em destaque estão disponíveis em exclusivo nas lojas Institutoptico.



Breves 16

Mr. Sunglasses celebra dois anos de vida André Oliveira e Catarina Henriques foram os anfitriões da festa que marcou o segundo aniversário do blog de óculos, Mr. Sunglasses. Os impulsionadores da plataforma afeta à moda eyewear reservaram o rooftop Entretanto do Hotel Chiado, a 27 de abril, para deliciar as pessoas que os seguiram e apoiarem ao longo destes anos de trabalho. O tema que abre mais um período de trabalho deste Mr. Sunglasses é #RefreshYourView, porque segundo André Oliveira, “é tempo de abraçar novos desafios e continuar a crescer, agora com uma perspetiva mais amadurecida.” E o que nasceu como um projeto de final de curso universitário tornou-se numa atividade intensa para André e Catarina, que entretanto se desenvolveu para uma revista impressa sobre eyewear, moda e lifestyle homónima do blog, apontada ao consumidor final. Aliás, o aniversário do Mr. Sunglsses coincidiu com o lançamento da edição número três.

Marc Jacobs Coleção Metal Twist Elegante e refinado com detalhes únicos em metal, este modelo de sol da coleção Metal Twist reflete a ideologia usada na criação das joias da marca. O formato das lentes extravasa a forma redonda dos frontais dourados ou prateados, num cat eye apaixonante e sofisticado. As lentes têm um ritmo de cores dissonantes e terrenas que acompanham o atrevido torcido do metal.

T-Charge A força do estilo A marca desenvolvida e distribuida pela Go Eyewear destaca a sua linha Strong. A T-Charge desenha este conjunto de luxo para todos os amantes de óculos marcantes, plenos de volume e amplitude. A equipa de designers da Go Eyewear aplicou linhas espessas a desenhos reinventados de clássicos intemporais da ótica. O resultado revê-se em modelos que definem o rosto ao ritmo do usuário que clama acetatos especiais e que não passa despercebido.

Charriol Um luxo que apetece A marca internacional de relojoaria e acessórios de luxo, fundada em 1983 por Philippe Charriol, inclui no seu portfólio uma gama muito especial de óculos, criada sobre o espírito exigente e requintado de relógios e joias. Cores, padrões e marcas únicas foram repescadas dos produtos Charriol para compor armações sumptuosas. O grande destaque está nas hastes intrincadas e brilhantes que ostentam uma assinatura de requinte e fazem notar a identificável marca suíça através do icónico C. A Prooptica traz este luxo para o mercado eyewear nacional, num compromisso com um segmento mais exigente e pelo prazer de proporcionar qualidade exímia no seu amplo conjunto de produtos.


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Graça Rei

Um futuro desenhado em família Fotografia: Miguel Silva

A Óptica Gémeos ocupa uma posição forte na zona de Vagos, nascida da paixão de uma mulher dedicada aos olhos alheios. Graça Rei conquistou-nos pela sua simplicidade e extrema idoneidade no que diz respeito aos negócios, à vida e ao amor.


“Eu também fui criada no meio da ótica e cresci sob aquele método mais antigo em que tudo era feito mediante alguns clichés. Hoje tudo é diferente e digo-lhe que os últimos dez anos de setor foram os de maior mudança”

Depois de nascer e crescer entre os óculos e joias que o pai vendia, decidiu tomar o rumo da vida, seguindo os seus princípios e sonhos. E nestes sonhos incluiu as suas maiores conquistas que são os seus dois gémeos, Ana e Francisco Martins, que aliás inspiraram a sua ótica de sucesso e hoje ajudam-na a edificar-se para além das fronteiras de Vagos. Trabalhadora e muito terrena, Graça Rei fez-nos viajar no tempo, até aos dias em que decidiu “separar-se” do negócio familiar para entrar num caminho à sua maneira. Com filhos pequenos, mas também com uma grande vontade de sentir o prazer de ajudar a melhorar a visão dos outros, fez nascer a Óptica Gémeos, um êxito que cresceu paulatinamente em 20 anos de atividade. Hoje abarca sete lojas, divididas em duas marcas diferentes, desde Vagos até Pombal e conta com o apoio vigoroso de Ana e Francisco. Claro que, durante a nossa amena conversa, conseguir passar além do seu amor pela optometria e pelos óculos é complicado, porque vibra a cada pormenor da atividade. Mas criar uma empatia com a Graça é fácil e lá libertou os seus outros amores. Os olhos fugiram para o mar, o seu escape, o mar da Vagueira em específico. O mar, os filhos e o marido, sãos os pilares de conforto e que permitiram o seu crescimento enquanto mulher e empresária. E também não perde a oportunidade de soltar o cabelo numa viagem de bicicleta na sua terra, adora! Ou perder os pensamentos com um bom livro...e viajar são predições de uma apaixonada pela vida muito positiva e agradecida por todas as conquistas que lhe saíram da alma e, claro, do corpo.

Manter uma ótica aberta durante 20 anos exige mestria! Neste momento não é fácil manter o negócio aberto, é verdade. Os problemas principais têm a ver em parte com a concorrência, nomeadamente dos grandes grupos que se instalaram em Portugal. O que tento fazer é diferenciar-me através do serviço, do atendimento personalizado e na variedade de serviços de saúde que proporciono, desde o gabinete, nas consultas, até ao atendimento final nas vendas.

e é também ortoptista. É um complemento valioso na formação e que nos dá uma capacidade de resposta valiosa para os pacientes.

Quantas óticas tem abertas? Tenho três Óptica Gémeos e quatro Virtual Ópticas.

E onde se localizam? Temos a casa mãe da Óptica Gémeos em Vagos, outra em Calvão e a terceira na Palhaça. Já a Virtual Óptica tem uma distribuição mais a sul. A minha filha está em Montemor-o-Velho, mas temos lojas mais longe. Há uma em Pombal, outra que fica perto de Condeixa e outra perto de Cantanhede. Todas já com o toque da nova geração da nossa família. A Ana e o Francisco têm 24 anos, têm formação superior e foram criados neste mundo comercial, o que lhes dá experiência e capacidade para abraçar todo este investimento. Além disso, contam sempre com os pais na retaguarda que lhes dão apoio com toda a liberdade para desenvolverem as suas capacidades. São mentes jovens com novas visões e o setor bem precisa. E apesar de eu ser jovem, porque não me considero velha, (risos) há uma diferença de mentalidades saudável. Eu também fui criada no meio da ótica e cresci sob aquele método mais antigo em que tudo era feito mediante alguns clichés. Hoje tudo é diferente e digo-lhe que os últimos dez anos de setor foram os de maior mudança.

Formou duas empresas distintas? Não me faço concorrência (risos). Comprei a Virtual Ópticas há cinco anos e foi um projeto pensado para o futuro da nossa família, pois a minha filha estudou optometria. Ou seja, garanto a continuidade familiar, ao mesmo tempo que asseguro um complemento essencial à Óptica Gémeos, propagando a nossa filosofia de serviço e proporcionando mais postos de trabalho. O meu filho Francisco, nesta “aventura”, assume a gestão. Ou seja, está atrás dos papéis, do controlo de compras e nas contas. A minha filha Ana está na área dos consultórios de optometria

Ou seja, para além dos 20 anos que tem na frente da Óptica Gémeos, tem ainda experiência mais antiga. Eu já trabalho na ótica há 31 anos. Estive sempre por cá, digamos! Ou seja sou praticamente vintage no setor (risos)!O meu pai era ourives e ótico.

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E porquê ceder ao ramo familiar? Porque adoro a ótica e sempre adorei, da mesma forma que adoro a ourivesaria. São áreas de muito pormenor, e no caso da ótica, o facto de ajudar os outro a ver melhor é extremamente compensador. Posso dizer que fazer o primeiro exame a uma pessoa que quando experimenta os óculos me diz “o mundo é assim?” é incrível...em ambos os sentidos. Ou seja, é maravilhoso contribuir para a qualidade de vida de alguém, mas ainda há pessoas em pleno século XXI que viram mal a vida toda e que só numa visita à ótica percepcionam o mundo como ele é. Isto com toda a evolução tecnológica e o crescente acesso à informação! Ainda a semana passada me entrou no gabinete uma jovem de 23 anos nessas condições! E claro, é uma alegria enfrentar os desafios de casos difíceis, como adaptar umas lentes de contacto a quem nunca conseguiu adaptar-se. Fascina-me muito!

“Aventurei-me numa loja. Não nasci para estar em casa, ou seja, nasci para ser mãe mas não para assumir só esse papel”

Então fale-nos deste percurso de 20 anos, desde o momento em que decidiu assumir-se como empresária/ ótica/optometrista. Tudo começou numa fase complicada. Estava com os meus pais, porém a situação de trabalhar em família é, por vezes, complexa e quando as diferenças não se ultrapassam ainda pior. Optei por trabalhar sozinha. Entretanto queria abrir a minha própria loja mais cedo, mas deixei passar uns anos. Nunca deixei de praticar a optometria, nesse período, como freelancer. Entretanto os meus filhos já eram nascidos e pensei que a ótica era, em definitivo, o meu mundo. Aventurei-me numa loja. Não nasci para estar em casa, ou seja, nasci para ser mãe mas não para assumir só esse papel. Antes da ótica ainda abri uma boutique de homem e adorei, mas em definitivo suspirava pela ótica. E foi desde o início um sucesso? Sim, porque já trabalhava há algum tempo com os meus pais e as pessoas conheciam-me e ao meu serviço. Portanto, quando abri procuraram-me desde logo. E que momentos destaca em 20 anos intensos de trabalho? Todos os “primeiros dias” de cada loja que abrimos foram inesquecíveis.

E conseguiu passar este fascínio aos seus filhos. Mais à Ana, porque o Francisco dedica-se em grande parte à área da gestão. Ela sempre gostou de estar comigo na ótica e desde pequenina adorava ver e escolher as coleções. Claro que, nunca exerci nenhum tipo de pressão. Na altura do ingresso no ensino superior decidiu-se pela optometria, em Braga. Depois fez ainda o curso de Ortóptica em Lisboa. Hoje trabalha nas duas empresas. Desta forma, garantimos serviços de optometria, ortótica e ainda oftalmologia através do bom relacionamento que temos com os médicos, tudo em prol de uma boa visão.

E porquê ficar ligada a esta zona? É a minha zona, todos me conhecem e deixei-me levar pelo destino. Para lhe ser sincera, quando fundei a empresa, os meus filhos tinham três anos e eu não queria estar longe deles. Foram eles o maior peso desta decisão, os meus gémeos!

E quanto à optometria? É uma atividade que se tem desenvolvido imenso. Posso dizer que fui das primeiras optometristas na zona de Aveiro e recordo ainda da guerra que era com os médicos. Era? Significa que já não é? Não, é graças à evolução da própria optometria e também


E acha que o facto de valorizar o serviço das consultas contribuiu para o sucesso da Óptica Gémeos? Sim, coloca-nos noutro patamar e todos os que no procuram sabem que a consulta é cobrada à parte. Ou seja, os serviços do gabinete são independentes do serviço da ótica. E a quem nos diz “mas em Aveiro é gratuito!”, nós explicamos quais os exames que fazemos e qual a nossa atuação e acabamos por conquistar alguns clientes que no fim reconhecem a diferença do serviço.

à melhor informação da população em geral quanto à atividade. Hoje já há quem venha pedir, especificamente, a consulta de optometria. Prevalece, porém, um comportamento muito mau para a classe. A não cobrança da consulta em mais de 90 por cento dos locais onde se proporciona o serviço. Eu sempre cobrei as minhas! Afinal pagamos serviços menos especializados em qualquer outro local, porque teríamos nós que fazer uma consulta que pode favorecer a qualidade de vida de alguém gratuitamente? E o pior é que por vezes o consumidor acaba por pagar mais sem saber. E não é digno da própria optometria ser associada a este comportamento. Desvaloriza a classe. A Entidade Reguladora da Saúde quer colocar alguma ordem na atividade. Sim, e isso é positivo, mas ainda não se reflete em mudança.

E ao longo das duas décadas da Óptica Gémeos, a conjuntura envolvente do setor afetou a sua vida? Claro que sim, porque abriram muitos pontos de venda, considerando a população existente. Dou-lhe o exemplo de Vagos, onde a população é hoje a mesma ou até menor que há 20 anos, devido à deslocação de muitos para fora, e temos mais duas lojas de óculos. Não se justifica. E isto pode ser transportado para qualquer cidade, até Aveiro que está sobrelotada. Acho que é precisa muita coragem para abrir uma ótica nova hoje. Requer um investimento elevado e vender um par de óculos por 700, 800 ou 900 euros num dia não é suficiente. Quanto à ligação à CECOP? É uma estratégia para minimizar custos? De facto, facilita-me as compras. Acima de tudo, estou ligada à CECOP porque gosto de reencontrar os meus grandes amigos de profissão com quem troco ideias e problemáticas. Além de que posso manter a minha identidade.

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Faça-nos uma leitura do mercado atual. As vendas estão mais complexas hoje. Os clientes estão mais informados e existe um bombardeamento confuso dos preços ao consumidor. Cabe-nos a nós explicar as diferenças. Porém, existe uma grande dicotomia no setor agora. Por um lado progride-se de forma espetacular ao nível da tecnologia em lentes, formação e investigação dos profissionais e, por outro lado, pregam-se preços loucos. E é muito mais fácil comunicar o preço do que a qualidade. O que urge fazer? Acho que os grandes fornecedores de lentes deviam apostar ainda mais e de forma mais agressiva ao nível de informação ao consumidor sobre os produtos de topo e respetiva tecnologia. E o que privilegia no futuro da sua empresa? Manter as atuais lojas, que já não são poucas, saudáveis. Este ano celebramos os 20 anos e vamos marcar a ocasião com um lufada de ar fresco no aspeto da loja mãe e com uma celebração à altura.


OLHAR EM PORTUGUÊS

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7º Congresso Nacional da Óptica Ocular

“Se Portugal e Lisboa estão na moda, a ótica acompanha esta tendência” De 5 a 6 de maio, o famoso Pátio da Galé, em Lisboa, decorou-se de ótica sob o tema De Olhos Postos no Futuro. A Associação Nacional dos Ópticos apontou para um 2017 de mudanças e cumpriu com a entrada de pé direito naquele edifício histórico da capital, onde instalou o mais recente Congresso Nacional de Óptica Ocular. Ou seja, o nome manteve-se mas o formato foi totalmente renovado, com espaço e tempo privilegiado aos patrocinadores, personalidades da televisão a apelar aos media, muita tecnologia e um encerramento sumptuoso. A LookVision Portugal marcou presença no evento mais marcante de 2017, da ótica portuguesa. Um acolhimento célere e muito profissional, deu-nos entrada para o fabuloso Pátio da Galé, em plena Praça do Comércio de Lisboa, com a oportunidade de travar com os representantes das empresas do setor que conseguiram estar presentes. A grande diferença, logo à partida, de edições anteriores? É que os óticos passeavam sem horas marcadas entre os seus fornecedores. Ou seja, o espaço aberto do edifício permitiu formar pequenos espaços de formação que, opcionalmente, o profissional podia conferir. Os espaços ANO, Moda, Profissional e Patrocinador foram espaços de edificação para quem quis aprofundar temas atuais e pungentes. O centro do Pátio da Galé, ou a Sala Pátio transformou-se entre local de

exposição técnica, espaço de conferências, cerimónias oficiais e espetáculo ao compasso do programa deste 7º Congresso de Óptica Ocular. As empresas puderam ainda ter uma presença mais intensa através de videomapping e motion graphics que inundavam o espaço para reclamar atenções através de imagens e sons. Nestas duas intensas jornadas de apresentações e exposição destacou-se a mesa redonda que colocou sob análise o estado atual do setor da ótica luso e o respetivo futuro. No centro da moderação esteve a experiente jornalista Cláudia Borges entre personalidades marcantes do mercado como Rui Correia, o presidente da Associação Nacional dos Ópticos (ANO), Gonçalo Barral, líder da Essilor em Portugal, Tiago Ferreira, em


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representação da Coopervision e Teresa Ferreira como porta-estandarte da Marchon. Houve ainda espaço para marketing, saúde visual e coaching. Na conclusão deste Congresso Nacional de Óptica Ocular, para além do convívio entre colegas de profissão de longa data, aconteceu um concerto único, à imagem da mensagem tecnológica da iniciativa da ANO. A fadista Gisela João reinterpretou a poderosa Amália, lado a lado com a projeção da mesma em palco, com o piano de Júlio Resende e o acompanhamento dos DJ Beatbombers.

Rui Correio em discurso direto para a LookVision Portugal Que afluência teve este renascido congresso da Associação Nacional dos Ópticos, tanto em termos de óticos como de patrocinadores? Esta edição do congresso organizado pela ANO teve uma afluência muito alinhada com os últimos dois eventos, desde 2013, tanto no número de empresários como de fornecedores de artigos e serviços óticos. Foi uma decisão corajosa decidir transformar o modelo tradicional do congresso. Tiveram alguma resistência inicial? Não diria que houve uma alteração. Houve, sim, uma evolução desde o 4º Congresso, que realizámos em Vilamoura. O desafio para este ano era construir algo nos mesmos moldes, mas assente num maior dinamismo, visibilidade e que trouxesse

valor acrescentado para todo o setor. Por isso, escolhemos a tecnologia e a moda como os pilares de todo o programa e um local diferente, mais central e ligado, por excelência, à inovação e à moda. Se Portugal e Lisboa estão na moda, a ótica acompanha esta tendência. Considera que foi um sucesso, contas feitas? Considero, mas ainda não podemos fazer essas contas, pois o “congresso ainda não acabou”! Continuamos o propósito da promoção dos óticos e da atividade, com um plano de comunicação, que passa muito pelos media, com especial enfoque


2 Dias 6 Palestras 23 Expositores 29 Workshops Mostra Tecnológica

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na presença em programas de televisão e marketing digital. No entanto, posso dizer que, no que diz respeito ao evento em si, cumprimos os objectivos e, acima de tudo, fomos fiéis ao que nos propusemos desde o início. E conseguiram ter a presença de consumidores finais como planearam? Sim, conseguimos. Os óticos e os patrocinadores tiveram a oportunidade de convidar os seus clientes, de forma seleccionada, tendo por base um critério que definimos: o da divulgação. Ou seja, o público final teria acesso ao congresso, sim, mas preferencialmente aqueles que pudessem fazer eco da nossa atividade depois do evento. Aliás, no espectáculo de encerramento, tivemos cerca de meio milhar de pessoas (e a maioria acedeu aos convites distribuídos pelos associados e patrocinadores). Qual o panorama da ótica atual que fica traçado depois deste 7º Congresso Nacional da Óptica Ocular? Creio que a grande maioria dos participantes deste congresso precisou de algum tempo para entender a mensagem que pretendemos passar. Contrariamente ao que muitas vezes afirmamos, o mundo não está a mudar, já mudou mesmo! O paradigma hoje é diferente. As novas tecnologias e a consequente globalização mudaram os nossos propósitos, até como empresários. Hoje assistimos a uma nova forma de comércio e serviços que se implementa rapidamente. A grande distribuição assume papéis que até há pouco eram do retalho tradicional e as grandes empresas verticalizam-se e fundemse, criando gigantes que ainda ninguém entende muito bem, mas que, certamente, quererão o nosso espaço de negócio também. Estas são as realidades de hoje e a nós cumpre-nos alertar para as alternativas, para as dificuldades e soluções e cumpre-nos sobretudo gritar que está a acontecer. Não adianta tentar parar este processo, precisamos em conjunto encontrar o nosso espaço neste mundo novo. Como tal, este congresso foi idealizado como sendo uma pedra no charco para agitar

as águas. Para que tal acontecesse na plenitude, teria sido necessário contar com uma maior mobilização e envolvimento de todos. Sabemos que é um processo difícil e o tempo é curto, urge que nos unamos e continuemos a discussão que iniciámos no 7º Congresso Nacional de Óptica Ocular. O mundo não é dos mais rápidos ou dos mais espertos, o mundo é dos que melhor se adaptam. E para 2019 prevêem superar esta edição? De que forma? Ou vão manter aquele que pode ser um formato vencedor? Para responder a essa questão teremos ainda que trabalhar muito na análise deste congresso. Precisamos entender qual a melhor forma de chegar aos empresários. A escolha do modelo em si não é o mais importante neste momento. O que importa é encontrar a melhor forma de promover os desafios que nos parecem pertinentes e suscitar a discussão em torno disso mesmo, de forma a fortalecer as nossas empresas.



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Óptica Médica Rogério

Uma nova luz nas Flores Pelas 21 horas do dia 29 de abril, um burburinho acrescido e uma luz intensa irradiada do número 107 na Rua das Flores do Porto fizeram antever um acontecimento. O cair do pano desvendou uma nova aventura da já histórica Óptica Médica Rogério, em forma de uma maravilhosa boutique de óculos. A nova loja deste grupo nascido em Matosinhos marca a expansão para a zona trendy da Invicta e instala-se num edifício histórico, astuciosamente remodelado por arquitetos parceiros da empresa. A oferta de eyewear do novo ponto reflete um consumidor cosmopolita e exigente, que não se revê em produtos de massa. Ou seja, este espaço prolonga os três pilares fundamentais da empresa: produtos de qualidade, atendimento personalizado e conhecimento técnico aprimorado. A mais recente Óptica Médica Rogério quer atingir um público médio/ alto num espaço muito exclusivo. Abrir uma loja no centro do Porto era um sonho antigo dos líderes da empresa, Maurício Rogério e Joana Sousa Martins, que garantem que esta não será apenas mais uma ótica na cidade. “A nova Óptica Médica Rogério é um espaço dedicado aos verdadeiros amantes de moda. Queremos incluir marcas que valorizam o produto que vendem e que trabalham para conceber artigos nobres, muitas das vezes feitos à mão com linhas recheadas de detalhe, e exclusivos”. Na inauguração, os proprietários receberam os rostos bem conhecidos do setor, representantes das marcas alternativas e luxuosas, imprensa, seguidores e muitos amigos. Um ambiente de celebração, enérgico marcou o primeiro dia da mais recente boutique da cidade do Porto.

OMR – A reinventar-se há quatro décadas A Óptica Médica Rogério é uma robusta empresa familiar que assenta já na segunda geração e tem contrariado a tendência do setor nos últimos dois anos, mantendo o seu crescimento regular e constante. Um dos aspetos que garante o sucesso da companhia é a aposta contínua na formação dos colaboradores, em áreas tão distintas como produto, vendas e atendimento. “Estamos sempre atentos às necessidades do mercado e, acima de tudo, queremos ser uma empresa agradável para se trabalhar”, afirma Joana Sousa Martins.



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ExpoCECOP 2017

Mudanças em curso, energia renovada Uma localidade idílica, um espaço de luxo, uma equipa sorridente e afetuosa foram os ingredientes que garantiram uma ExpoCECOP 2017 de sucesso para os portugueses. Cerca de 50 óticos responderam a este “desafio”, cerca de metade da massa associativa da CECOP, num fim de semana intenso de acontecimentos no setor. O Hotel Monte Real foi o local eleito para a reunião anual dos associados da CECOP, de 22 a 23 de abril, num momento em que o grupo alcança mudanças em prol de um relacionamento sempre mais estreito entre a equipa, os seus óticos e os respetivos fornecedores. Com uma palestra motivacional e elucidativa, formações mais especializadas, uma assembleia construtiva de troca de ideias entre companheiros de negócio e uma verdadeira feira dedicada a compras e consultas completaram-se duas jornadas intensas. Como é habitual, não faltou um momento de prazer com um convite para jantar e para assistir à atuação dos The Juker Box. A LookVision Portugal marcou presença e teve a oportunidade de assistir à palestra motivadora dirigida por Carla Dias, consultora especialista em reorganização e restruturação empresarial. A autora de dois livros focados no serviço abordou, precisamente, o

tema da arte de servir. É uma nova dimensão dos negócios e imprescindível a uma organização, equipa ou indivíduo? Será que servir bem se resume ao atendimento ao cliente? Estas e outras questões foram esmiuçadas por Carla Dias, que defende que se há algo que torna uma empresa única é o serviço e a ligação que consegue ter com o seu cliente. Alguns exercícios ajudaram ainda a compor uma apresentação enérgica e divertida e a comprovar a importância da postura de quem atende. Com novos conceitos ainda a borbulhar, os óticos CECOP saíram da sala diretamente para a área de exposição dos fornecedores preferenciais do grupo. No ar estava uma nova dinâmica, graças às novas estratégias que a CECOP assumiu com a entrada de David Carvalho, o country manager. David Carvalho em discurso direto Esta é uma equipa sempre mais localizada em Portugal? Neste momento a equipa CECOP em Portugal não é 100 por cento portuguesa mas todos falam português, porque recrutámos uma assistente de


“(...)estamos a transformar a CECOP inteira, a 180 graus, no sentido em que estamos a focar muito os fornecedores, a dar-lhes apoio, ao mesmo tempo que damos suporte aos associados, agregando valor” marketing há uns meses que é brasileira, a Júlia Padilha. Veio para nos dar apoio na reformulação deste departamento. Na realidade estamos a transformar a CECOP inteira, a 180 graus, no sentido em que estamos a focar muito os fornecedores, a dar-lhes apoio, ao mesmo tempo que damos suporte aos associados, agregando valor. O modelo de negócio vai-se transformando ao longo do tempo e nós temos de acompanhar e inovar. E posso dizer que estamos a trabalhar há mais de um ano com uma consultora de inovação em Espanha que foca somente o nosso business model. Fazemos testes e workshops para ver por onde vamos. E o que mudou efetivamente? O que expliquei aos associados é que neste momento, e desde há seis meses comigo aqui, começámos um processo de transformação que tem diversos estágios, a que chamamos inovação. Ou seja, enquanto CECOP existimos há 20 anos e queremos existir com sucesso mais 20. Estamos a preparar o mercado para o que vai acontecer em 2036. Não só queremos estar próximos dos nossos associados e fornecedores, mas também pensar o futuro, para quando este chegar estarmos preparados. Tudo assenta numa visão de negócio, quase como

um tema filosófico, mas claro que temos objetivos a curto, médio e longo prazo e esses são muito diretos e matemáticos. Por exemplo, queremos no final de 2019 ter 250 associados. E para que isto aconteça, temos que fazer um esforço e localizar a equipa em Portugal, atenta às especificidades do mercado português. A Rosa Soares, responsável de marketing em Portugal, foi deslocada da sede em Madrid para cá, a Júlia vem com muita experiência do Brasil, cerca de 12 anos de experiência, geriu uma empresa em termos de direção de marketing. Recrutámo-la para termos uma pessoa com novas ideias, uma nova criatividade, vinda de um mercado agressivo. Foi um recrutamento chave. Outro foi a Elisa Pissarra, porque assume uma nova função na CECOP, que é estar próxima dos nossos associados Selecta Premium, numa vertente de consultoria pura. Parte do tempo faz expansão pois está responsável pela angariação de novos associados. É feita para o lugar, porque vem com muita experiência na optometria, esteve na Baush + Lomb muitos anos, conhece tudo sobre os meandros das óticas.

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“(...)os próximos seis meses vão ser muito mais agressivos em termos de transformação e inovação que estes primeiros”

E tudo isto vai reverter-se em melhores condições. Exato, o nosso objetivo é chegar daqui a uns dois/ três anos e ter condições muito mais favoráveis para os nossos associados, que hoje já são muito competitivas, mas queremos ir ainda mais longe. E qual o balanço que adianta desta ExpoCECOP 2017? Estou muito satisfeito não só pela afluência de associados, como pelo apoio dos nossos fornecedores, num fim de semana chave na ótica portuguesa. E já se sente um novo espírito em relação há seis meses atrás, aquando da última ExpoCECOP, e que correspondeu ao meu primeiro dia de trabalho. Sinto uma renovada energia. E já passamos o período de “partir pedra”, que tinha que ser feito. Neste momento damos os primeiros passos com a percepção de uma mudança. Temos um modelo estruturado de agência em que trabalhamos para os nossos associados e para os nossos fornecedores e por projeto. Isso é uma alteração de dinâmica que transparece. Contamos ainda com o prazer de ver o nosso diretor internacional, Jean de Contades, que veio até Monte Real para acompanhar esta ExpoCECOP. O Jorge Rubio teve outro evento e não pode comparecer, mas usufruimos do total apoio da nossa direção internacional, da qual eu também faço parte. E sobre estes seis meses intensos como country manager? É super positivo por duas razões fundamentais: conseguimos restabelecer a confiança, tanto por parte dos associados, como dos fornecedores, que acreditam

no nosso projeto. Aliás, tenho uma relação estreita com qualquer um dos parceiros que aqui estão hoje, ao ponto de nos reunirmos quase todos os meses. Fazemos um brainstorming sobre como podemos atuar de forma eficaz. E claro, os nossos associados já denotam diferenças. Aplicámos alterações mesmo ao nível do modelo de negócio. Por exemplo, temos um rappel no final do ano que chamamos Fórmula Remunerada em que devolvemos aos associados os consumos efetuados. É um investimento tanto da nossa parte como dos fornecedores e que antes era um único valor a ser alcançado, possível para os “grandes”. Das primeiras coisas que fiz foi rever isto, porque é um modelo que em Portugal não funciona. Hoje, existe uma espécie de sistema de degraus que consegue abranger a maioria dos associados. No fundo agarrámos num modelo espanhol e estamos a transformar num modelo português. Aliás, um dos meus objetivos é fazer em Portugal um case study e replicar para outros mercados. Estamos a experimentar várias coisas novas, daí ser eu a assumir este lugar. Vim de um MBA praticamente direto para aqui. Antes era empreendedor, estava nos EUA no retalho online. É um percurso muito empreendedor e sempre na tentativa de olhar além. Trabalhei com empreendedores de excelência sob a mentalidade de não me ficar pelo que está instituído. Gosto de testar coisas diferentes e tenho todo o apoio da direção internacional e do próprio CEO da CECOP. E o melhor é que os próximos seis meses vão ser muito mais agressivos em termos de transformação e inovação que estes primeiros.



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Institutoptico

Confiança renovada na direção Vera Velosa, Luís Góis e Paulo Arromba confirmaram a confiança que os associados do Institutoptico depositam em si com uma reeleição de sucesso. À LookVision Portugal os três empresários falaram de três anos de mudanças e conquistas e da esperança que depositam no próximo triénio. Vera Velosa, Luís Góis e Paulo Arromba trouxeram um sentido dinâmico e moderno ao Institutoptico com apenas três anos de trabalho. Sentiram que o desafio ainda não está terminado e por isso a recandidatura? Vera Velosa: O mercado da ótica apresenta muitas mudanças e, na verdade, há sempre algo novo para fazer. Uma parte do nosso projeto está em curso, até porque a nossa estratégia sempre foi trazer projetos estruturais de médio/longo prazo para o grupo, que pudessem crescer e adaptar-se também ao desenvolvimento do setor. Por outro lado, agora colocam-se novos objetivos os quais motivaram também a nossa recandidatura. Querem destacar os momentos altos do mandato? VV: Convém realçar que o percurso destes últimos três anos se deve a um trabalho de toda a equipa do Institutoptico, como também dos nossos óticos. Preservamos muito o valor da coesão, porque sozinhos nunca faria sentido nem teríamos sucesso algum. E em conjunto implementámos vários projetos de sucesso. Entre eles, o desenvolvimento das coleções exclusivas. A “nossa” marca Cierzo ganhou outra perspetiva e um alcance muito maior. Apostámos na portugalidade, que é também um dos aspetos que define o Institutoptico, inovámos com coleções que se adaptam ao mercado quer pela atualidade, design e conforto, quer pelo preço. Por fim, elevámos a Cierzo para o campo da responsabilidade

social, introduzindo o código ColorADD em todos os modelos, passando a ser a primeira marca de óculos no mundo com este código de cores para daltónicos. Paulo Arromba: O Ricardo Pereira passou a ser o embaixador do Institutoptico desde o início do ano de 2016. Foi uma escolha muito feliz porque o Ricardo para além de ser um excelente ator com grande reconhecimento no nosso mercado, partilha dos mesmos valores do Institutoptico: família, profissionalismo, qualidade. VV: Anteriormente à nossa gerência a formação era já um ponto de honra no Institutoptico, com a existência de um centro de formação próprio para os óticos - Up Grade IO Training Center. Quando iniciámos o primeiro mandato este era um dos projetos em que queríamos apostar. O centro de formação organiza, durante todo o ano, formações gratuitas para os óticos nas mais diferentes áreas e introduzimos um novo curso: a Academia de Sucessores, que foi pensada de forma a responder aos desafios do mercado da ótica, proporcionando conhecimentos que permitem dotar os sucessores de uma mentalidade empresarial adequada aos novos paradigmas da gestão. Para isso, foi desenvolvido um programa de formação que contempla três grandes áreas: Gestão Estratégica de Empresas, Marketing e Gestão de Recursos Humanos. Como último destaque dos


nossos projetos, assinalo a consolidação da expansão do grupo. Foi o passo seguinte no nosso plano estratégico. Perseguimos o objetivo de sermos O Melhor Grupo de Ótica Português. Temos a convicção que o Institutitoptico é o melhor recurso para aqueles que entendem a ótica como um serviço de saúde visual de valor acrescentado, suportado pela melhor oferta em todas as áreas. Uma boa parte dos óticos portugueses “pioneiros” já estão. Somos cerca de 187 óticas por todo o continente e Açores, e atuamos proativamente para trazer profissionais de ótica para o grupo que partilham desta mesma vontade de vencer no mercado. Os últimos três anos foram também positivos nesse sentido, com a entrada de 13 novos aderentes para o grupo. Luís Góis: Na área comercial, um dos maiores desafios para um grupo é conseguir desenvolver parcerias vantajosas para as partes intervenientes: óticos e fornecedores. Estivemos empenhados em criar parcerias fortes e sermos claros e honestos nas nossas escolhas. As Compras Agrupadas e, posteriormente, a Centralização das Compras de alguns dos nossos parceiros, mostram o rumo que queremos seguir. Por outro lado, sabemos que se trata de um processo dinâmico, em que as escolhas de hoje não são obrigatoriamente as de amanhã. Vivemos num mundo dinâmico em que as parcerias só persistem se continuarem a ser vantajosas para ambas as partes. VV: Outro aspeto que define o nosso propósito como gerência é a Gestão de Parcerias. Hoje em dia, em qualquer empresa, é essencial ir à procura do negócio fora de portas. O Institutoptico tem a perfeita noção desta realidade e temos vindo a desenvolver não só parcerias a nível nacional como também criámos um projeto e ferramentas de comunicação que permitem ajudar os nossos óticos e aderentes a desenvolver as suas parcerias locais. Em termos nacionais podemos destacar a parceria que estabelecemos com a Médis que veio permitir a todas as óticas Institutoptico ter acordo direto com esta seguradora. Que grandes desafios tiveram que enfrentar no triénio que terminou? PA: A concorrência é um aspeto saudável em qualquer setor, mas nos últimos anos o mercado da ótica tornou-se muito apetecível com o surgimento de vários projetos que se desviaram da missão assente na saúde visual e onde a palavra de ordem passou a ser o preço. Tem sido um grande desafio, porque não nos queremos desviar dos nossos objetivos. Para o Institutoptico, a ótica está e estará sempre enquadrada no setor da saúde e, por isso, o foco deve continuar no serviço personalizado e próximo da comunidade. Esta razão levou-nos a adotar a nova assinatura “Ótico de Família”, que identifica aquilo que somos. A prova de que conquistaram a confiança dos vossos associados vem com esta reeleição, certo? PA: Efetivamente. Sermos reeleitos é antes de mais uma prova de confiança dos nossos associados. É natural que um projeto não se esgote em três anos. Este mandato, para além de novas ideias, trará a consolidação de mudanças estruturais que julgamos necessárias.

“Convém realçar que o percurso destes últimos três anos se deve a um trabalho de toda a equipa do Institutoptico, como também dos nossos óticos. Preservamos muito o valor da coesão”

LG: Sempre procurámos a consolidação do grupo e, por isso, o Institutoptico coloca ao serviço dos óticos uma oferta de 360 graus, com presença em diferentes áreas. Para além de tudo o que foi referido destaco ainda a carrinha de rastreio, o serviço de design, o cartão de pagamento e o seguro de quebra de óculos. Com mais três anos pela frente, contam impor mudanças? PA: Continuaremos os projetos em curso, mas certamente ocorrerão novidades. O mercado ótico está em constante mudança e temos que estar adaptados a ela. LG: A importância dos grupos e cadeias está em crescendo. O Institutoptico quer, cada vez mais, afirmar-se como uma marca nacional, onde os óticos que valorizam o serviço associado à saúde visual e a relação com os seus clientes encontram as melhores soluções para desenvolver o

seu negócio. Valorizamos a independência dos óticos que nos integram, mas permitimos projetar a sua dimensão para que possam lidar com os desafios do mercado com respostas equivalentes à de outros players. Onde sonham ter o Institutoptico no término do mandato que se inicia agora? LG: Sonhamos com um Institutoptico representado em todo o continente e ilhas e quem sabe além do território nacional. Queremos uma marca forte e reconhecida por todos, principalmente pelo cliente final. Trabalhamos para a afirmação de um serviço de qualidade, que valorize o ótico e as suas competências. Hoje é claro que, no mercado da ótica, há quem venda produto e há quem venda serviço. Sem qualquer juízo de valor, mas hoje o maior valor acrescentado está no serviço e não no produto. E é aí que o Institutoptico se posiciona. VV: Prestar o melhor serviço é a nossa meta, tanto aos nossos óticos e aderentes como aos seus clientes. O nosso posicionamento e trabalho estará sempre pautado pelos valores de confiança, qualidade e inovação, quer dos serviços quer dos produtos associados ao Institutoptico. PA: Somos um grupo forte que se posiciona no top 5 dos principais grupos de ótica nacionais. Temos profissionais com 60 anos de trabalho no mercado e as “nossas” óticas identificam-se através de dois aspetos: experiência no mercado e profissionais especializados. Temos muitos ingredientes para vingar, por isso, esperem o melhor do Institutoptico.

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Daily Day: “Somos uma porta aberta para o Porto” Vânia Vilas Boas falou em nome do grupo multidisciplinar que desenvolve a marca de roupa portuguesa e que denomina a loja multimarcas da Avenida dos Aliados, no Porto. “Não queríamos ter uma loja estanque nem elitista. Ou seja, ambicionamos que nos procurem independentemente da compra. Para isso, criámos os Daily Day Callings em que no primeiro sábado de todos os meses temos um copo de vinho um artista novo e uma exposição. Tem resultado muito bem e aceitamos qualquer tipo de tendência. Somos uma porta aberta para o Porto.” E tendo esta filosofia como norte, a integração de marcas maioritariamente nacionais, mas que fujam ao fast fashion, e as colaborações mantêm a Daily Day plena de dinamismo e movimento. “Quando nos propuseram inserir na loja a Poente nós imaginamos, desde logo, o modelo Aliados”, que agora está pronto a complementar as peças de vestuário, que “pintam” a Daily Day.

Daily Day X Poente: originalidade com sotaque do Porto A produção intelectual eyewear com assinatura portuguesa é um movimento enérgico. A mais recente manifestação teve expressão na Invicta a 20 de maio e reuniu o coletivo da marca Daily Day e um novo grupo criativo que lançará em setembro a marca global Poente. Para já o marcado pode contar com o primeiríssimo modelo Aliados. Foi Vânia Vilas Boas, uma das responsáveis pela loja Daily Day em plena Avenida dos Aliados, que nos conduziu através deste excitante projeto. A equipa multidisciplinar da Daily Day e uma nova formação que se irá apresentar em setembro ao mercado da ótica, pensaram na peça Aliados, como uma representante da cidade e dos seus amores e da paixão pelo design de todos os envolvidos. Numa festa ao ritmo da música de XXIII, de uma produção cinematográfica do processo de “nascimento” dos óculos na Sociel e de um arrebatador vinho, curiosos, amigos e imprensa testemunharam o aparecimento de Aliados, óculos para espíritos exigentes e enamorados. Poente sai em setembro diretamente para o consumidor A Poente é uma marca que nasce a partir de Portugal, mas quer ser global. Com assento na qualidade, os seus líderes, que se revelam em setembro com a primeira coleção, declararam à LookVision Portugal que não consideram imperativo o fabrico em Portugal. “O modelo Aliados é português, mas o futuro não passa obrigatoriamente pelo fabrico luso, porque queremos ter opções em metal também.” O projeto quer ser totalmente inovador com vendas na internet diretamente ao consumidor, óculos de prescrição e sol, óculos já graduados e ainda lojas próprias.


Pre-summer Solaris

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Tendências que aquecem o verão As principais tendências em óculos para a temporada quente foram apresentadas pela GrandVision no evento Pre-summer Solaris. A 3 de maio a faceta mais fashion do universo da ótica coloriu o Monte Mar Lisboa, no Cais do Sodré. A caraterística central para 2017 é o conforto, com grande foco no estilo, conseguido com as incontornáveis pontes duplas ou através das pontes altas e ainda lentes diferenciadoras, como as coloridas, translúcidas ou espelhadas. Entre as variadas marcas ao dispor dos clientes na Solaris, a passagem de modelos que animou o Monte Mar Lisboa, destacou as exclusivas Heritage, InStyle e C-Line. E porque a saúde está sempre no centro das preocupações da equipa da GrandVision, houve também ocasião para assinalar os cuidados a ter na épca de maior exposição solar. Marcas exclusivas à medida de cada um A aposta da C-Line assenta no estilo clássico. Está vocacionada a um target maduro, que precisa de óculos de sol graduados a preços acessíveis. A InStyle prima pelo posicionamento médio e mistura um estilo de vida urbano com as tendências da moda. É direcionada a jovens adultos que preferem um look simples, prático e com qualidade. Os jovens adultos, admiradores de peças intemporais e de acessórios de moda irrepreensíveis são o consumidor específico da Heritage. A marca apresentou a linha “Spectacle of Time”, dividida em segmentos representativos de várias épocas, nomeadamente a Serie 30´, com os modelos giò e ada, Serie 40´, com vittorio, Serie 50´, com elio e sofia e Serie 60´ com sergio e mina.

Rui Borges, administrador do grupo GrandVision em Portugal, e Sandra Silva, diretora de marketing foram os anfitriões centrais desta festa de óculos. A atriz e apresentadora Raquel Strada assumiu a voz da iniciativa e fez “desfilar” os modelos que vão conquistar os amantes do sol nos próximos meses.


OUTROS OLHARES

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Amélie Morel

A aposta na continuidade O Silmo está em perfeita ebulição na preparação do evento que dinamiza o Parque de Exposições de Paris Nord Villepinte, de 6 a 9 de outubro de 2017. Amélie Morel é o novo rosto da presidência desta montra mundial da ótica. Ou seja, pela primeira vez o cargo “veste-se” com um rosto feminino e com uma personalidade mais jovem. A mais recente geração da histórica Morel Lunettes traz para a feira internacional o know-how adquirido pela casa familiar que representa, mas sempre mantendo o rumo de quem a antecedeu, porque, como nos disse em entrevista, acredita seriamente nas estratégias implementadas pelos anteriores presidentes e nelas encontra sabedoria e inspiração. No entanto, garantiu-nos que a partir de 2018 o Silmo contará com o seu cunho e “magia”.

Toma a liderança do Silmo em tempos cruciais. Para além da celebração dos 50 anos de atividade desta importante feira, é também tempo de desafios e mudança para os eventos da ótica mundial. Que estratégia pensa levar avante? A direção do salão é colegial, assegurada por um concelho de administração e uma equipa operacional da qual sou agora a porta-voz. O nosso objetivo é o de mantermos uma posição de continuidade que tem vindo a ser afinada ao longo das edições, adaptando-se em permanência ao mundo económico que muda. O salão apresenta vantagens incontestáveis, apreciadas e reconhecidas desde há 50 anos, cujo objetivo não é o de todo mudar, mas sim perenizar tudo o que o torna atrativo. Prevemos, evidentemente, evoluções pertinentes para o beneficio dos expositores e dos visitantes. Portanto, prossegue e concorda com as ideologias dos seus antecessores. Não só estou de acordo com a visão dos meus antecessores como vou manter a continuidade e coesão que têm feito do Silmo um salão em perpétuo crescimento. Neste momento encontro-me


em fase de descoberta e observação. Philippe Lafont, que tão bruscamente nos deixou, já tinha organizado, para a próxima edição, a estratégia, as animações, todos os elementos que compõem o salão e com os quais estou de acordo. A partir da edição de 2018, espero trazer a minha “marca”, tal como fizeram cada um dos meus predecessores. É a primeira mulher a assumir esta presidência e também a mais jovem líder do Silmo. Estes factos colocam-lhe alguma pressão? O facto de ser uma mulher presidente não representa nem uma vantagem nem uma desvantagem. Esta função é de grande responsabilidade, mas não me sinto sob pressão, sinto-me serena e muito entusiasta com a ideia de participar no desenvolvimento deste evento de envergadura. Estou familiarizada com o Silmo, pois a sociedade Morel nele expõe desde a sua origem. Pela minha parte conheço muitos profissionais do setor com os quais mantenho excelentes relações, o que facilitará, sem dúvida, a minha função. Ser presidente do Silmo significa estar mais afastada da Morel Lunettes? Evidentemente que não! A presidência do Silmo não exige uma presença a tempo inteiro, trata-se de uma função estratégica, mas não operacional, o que me permite prosseguir, sem problemas, as minhas atividades no seio da empresa. Aliás, o facto de estar envolvida e sempre presente no seio da sociedade Morel, é uma vantagem para o salão, para os seus expositores e para os seus visitantes, pois permiteme manter um olhar crítico e construtivo.

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“(...)o facto de estar envolvida e sempre presente no seio da sociedade Morel, é uma vantagem para o salão, para os seus expositores e para os seus visitantes, pois permiteme manter um olhar crítico e construtivo”

E como recebeu a equipa da sua empresa esta nomeação? Com um grande sentimento de orgulho partilhado por todos, pois trata-se do reconhecimento de uma empresa que participa ano após ano, geração após geração na vivacidade da indústria da ótica. Trata-se aqui da minha opinião partidária, pois falo em relação à empresa. Em contrapartida, quando falo em nome do Silmo, como sua presidente, o meu ponto de vista é coletivo. E que futuro pode esperar o mercado da ótica para o Silmo na sua presidência? O Silmo é o reflexo do mercado e o mercado da ótica é animado pelas centenas de empresas que nele participam. O meu papel é o de facilitar o acolhimento delas e de lhes assegurar a melhor promoção, trazendo os óticos do mundo inteiro. Quanto às feiras em geral, acha que o setor do eyewear vai continuar a valorizar este tipo de eventos internacionais? Como afirmei anteriormente, a sociedade Morel expõe no Silmo desde a sua criação, o que me leva a dizer que esses eventos são imprescindíveis para os negócios, assim como para as relações profissionais, para a descoberta de novas marcas e tendências e para a compreensão dos mercados.


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Varilux X Series

Uma lente nascida para viver a todas as distâncias Texto: Mariana Teixeira Santos

Varilux X Series é o início de uma revolução na performance visual no universo das lentes progressivas. Mais liberdade, mais visão, mais Varilux. Portugal está na primeira linha do lançamento desta novidade mundial e a LxFactory acolheu a cerimónia de apresentação entre aplausos e muita expetativa.

Nitidez excecional, visão contínua e fluidez de visão ao perto e ao longe. Este é o futuro e chama-se Varilux X Series. E o futuro teve honras de gala com o evento de lançamento oficial da nova lente Varilux X Series, que decorreu a 7 de abril na LxFactory, em Lisboa. O ambiente eminentemente tecnológico contou com uma enorme adesão e despertou grande interesse no meio profissional. No espaço lounge, houve lugar para um corner da nova coleção de ótica e sol Bolon e a uma área integralmente dedicada às tecnologias interativas, com uma demonstração das soluções Essilor através do Nautilus, óculos de realidade virtual e realidade aumentada da Essilor. O diretor geral da Essilor Portugal , Gonçalo Barral, deu o pontapé de arranque na noite, colocando em destaque a missão da empresa e o seu compromisso rumo ao futuro. “Proteger, prevenir e corrigir”. Gonçalo Barral sublinhou que o défice de visão revela-se, hoje em dia, a principal incapacidade mundial, sendo que dos 7,4 mil milhões de pessoas no mundo, sofrem de défice de visão e destas mais de um terço não está devidamente corrigida. Um alerta que coloca em destaque o trabalho de primeira linha desenvolvido pela equipa de

Investigação & Desenvolvimento da Varilux, aproximando as pessoas de soluções de visão capazes de se moldarem ao ritmo de cada um. Desde a criação da primeira lente progressiva do mundo, em 1959 por Bernard Maitenaz – as primeiras Varilux –, a empresa assume-se como percursora neste desafio diário de elevar a visão, reunindo hoje cinco centros de investigação e 500 investigadores responsáveis pelo lançamento de mais de 250 novos produtos. A diretora de marketing da Essilor Portugal, Inês Moura, acentuou as características diferenciadoras da Varilux X. Traçou o perfil dos novos consumidores, onde se destaca uma população presbita em crescimento, com necessidades bastante específicas de visão. Alberto Silva, category manager da Essilor Portugal, colocou em destaque a tecnologia envolvida no desenho da lente progressiva de última geração. “A tecnologia Xtend, novidade desta nova linha de lentes, oferece ao utilizador visão ampliada ao alcance de um braço, permitindo recuperar agilidade e espontaneidade nas ações do dia a dia”. A noite no LxFactory contou ainda com um momento de humor, que uniu os irresistíveis Manuel Marques e Eduardo Madeira.


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Olhar personalizado ao ritmo da geração X As pessoas em primeiro lugar. Parece uma frase feita, mas quando se trata da saúde visual, são muitas as pessoas que sofrem, todos os dias, com a incapacidade de ver aquilo que, para outros tantos, é um dado adquirido. É para acabar com esse abismo que a Varilux trabalha em inovação há mais de 55 anos. Chegados a 2017, a Varilux X Series celebra um novo futuro focado num processo único de personalização chamado LiveOptics. Este conceito permite conciliar desenvolvimento tecnológico e testes realizados com utilizadores reais. Foram mais de 2742 os utilizadores de todo o mundo que contribuíram com a sua experiência para o produto final que a Essilor agora apresenta. E parte destes utilizadores pioneiros foram portugueses. “A Essilor Portugal faz parte do grupo de países a nível mundial que está a lançar em primeiro lugar as novas lentes progressivas Varilux X. Foi com enorme orgulho que realizou testes aos portadores em território nacional, contribuindo, de forma relevante, para melhor compreender os hábitos dos consumidores, bem como a aproximação das características específicas da nova lente com os hábitos dos novos presbitas”, esclarece Alberto Silva, Category Manager da Essilor Portugal. O futuro, unindo inovação tecnológica e personalização ao máximo, traduz-se numa revolução na forma como a visão de perto e intermédia é, agora, pensada. Varilux X responde aos desafios da geração X, uma geração altamente dinâmica, multitarefa, em ligação contínua às redes sociais e internet, através de smartphones, tablets ou portáteis. Esta geração, nascida entre 1965 e 1979, evidencia necessidades de visão

de perto e de visão intermédia muito diferentes das gerações anteriores. São utilizadores que esperam que sejam as lentes a adaptarem-se ao seu ritmo diário e não o contrário. E a Essilor responde a estes anseios através da Varilux X Series que combina três tecnologias revolucionárias. A tecnologia Nanoptix, redesenhando a estrutura da lente e eliminando os efeitos de oscilação, garantindo uma visão estável em qualquer circunstância. Synchroneyes, que garante um campo de visão maior, com ângulos de visão mais amplos, e a tecnologia Xtend, que proporciona visão nítida a todas as distâncias para a mesma direção do olhar, de tal forma que, mesmo em movimento, os utilizadores captam, com facilidade, cada detalhe ao alcance de um braço. Um trio de tecnologias que associado à nova referência de personalização chamada NVB (Near Vision Behavior) permite simular o comportamento de leitura de cada usuário, registando os movimentos sacádicos do olho. Comunicação voltada para o consumidor Uma inovação em toda a linha que antecipa uma nova relação da Essilor Portugal com os consumidores. A Varilux X Series terá ampla presença nos principais canais abertos e de cabo da televisão portuguesa. O site da Essilor passará a conter informações mais voltadas para o consumidor final, reforçando a informação sobre cuidados e saúde visual e sobre as soluções únicas da chancela. As redes sociais serão outro dos focos desta nova campanha, perfeitamente em linha com as expetativas e hábitos de consumo desta nova geração de consumidores.


mostra uma representação precisa das lentes progressivas e ocupacionais com diferentes graus de personalização, tendo em conta os parâmetros da armação e a distância dos centros, para que o paciente experimente os diferentes desenhos. Mudar para a realidade aumentada dá ao paciente uma experiência de alta tecnologia no mundo real em vez dos quadros e imagens usados previamente para a demonstração das lentes”.

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Hoya

Vision Simulator conquista Optician Awards e promete pacientes mais satisfeitos Texto: Mariana Teixeira Santos

O Vision Simulator da Hoya supera, uma vez mais, a concorrência e arrecada o prestigiado prémio de Produto Ótico do Ano nos Optician Awards 2017. A cerimónia que, anualmente, elege os produtos e soluções que mais contribuem para a elevação do setor decorreu no Hilton de Birmingham no dia 1 de abril e reuniu mais de 500 convidados de toda a indústria. Uma experiência real que conquista o público Lançado em 2016, este produto inovador garante aos óticos independentes o acesso a uma ferramenta altamente diferenciadora, que permite aos pacientes terem uma experiência real de visão antes da escolha da lente prescrita. O Vision Simulator da Hoya é fácil de manusear, com um visor leve que prioriza a exatidão na simulação das lentes. Utilizando os detalhes da prescrição dos pacientes, o equipamento mostra uma representação 3D altamente precisa dos efeitos óticos que oferecem os diferentes desenhos de lentes e tratamentos. O Vision Simulator da Hoya encurta a distância entre a realidade virtual e a realidade individual, aproximando os usuários das

melhores opções em termos da visão, garantindo que o produto final vai de encontro às reais expetativas do utilizador. O galardão arrecadado só vem confirmar que este é o caminho. Andy Sanders, manager de serviços profissionais da Hoya, sublinha que “o simulador em modo de realidade virtual

Vision Simulator: óticas diferenciadoras Para os óticos, este é um equipamento que os diferencia, em definitivo, da concorrência, mas que, ao mesmo tempo, maximiza a experiência do utilizador e faz com que os desenhos de lentes mais avançados sejam mais atrativos, sendo que o paciente pode sentir a diferença, de facto, e o seu reflexo no reforço da sua acuidade visual. São cada vez mais as óticas a integrar esta tecnologia inovadora nos seus estabelecimentos e os pacientes agradecem. O Vision Simulator assume-se como uma forma fácil e concreta de demonstrar os benefícios das lentes de qualidade superior. Garante ainda um elevado índice de personalização, permitindo ao usuário usufruir de uma experiência amplamente realista, adaptada aos seus parâmetros de prescrição. Aumenta, de forma concreta, a satisfação do cliente, permitindo uma experiência total antes da compra das lentes, simplificando a decisão final e otimizando a satisfação do cliente. Bem-vindos ao futuro!


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Maui Jim

As cores que pintam dias quentes A marca de coração havaiano lança novos modelos para aquecer o verão que se aproxima. Byron Bay e Wakea são as propostas que falam ao coração dos apaixonados pelo sol e pela natureza, tudo com a garantia de uma visão plena. Byron Bay que envolve o rosto e a alma Desenhado a pensar em vidas intensas e muito ativas, Byron Bay envolve o rosto num gesto protetor. A armação ligeira em nylon é estruturada de forma ampla e equipa-se de charneiras de mola a pensar em caras mais largas. Byron Bay foi elaborado para resistir a qualquer nível de atividade e garantir que os seus utilizadores têm um estilo incrível.

Wakea de coração intemporal Este modelo de contornos clássicos exprime-se num formato quadrado de arestas redondas e um conjunto magnífico de tonalidades mate. Wakea é uma armação intemporal que respeita o ajuste perfeito em rostos tanto femininos como masculinos, ajuste este complementado pelas charneiras de mola e plaquetas com borracha. Ou seja, o conforto do uso está assegurado, assim como a visão perfeita e protegida pelas lentes solares avançadas da Maui Jim.


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A velocidade tem um nome: Inotime! A Shamir Optical Portugal celebra o incrível sucesso do seu laboratório de lentes oftálmicas Inotime by Shamir Lisboa, alargando o conceito à Invicta. O segundo espaço dedicado à tecnologia e velocidade garante as melhores lentes em apenas três horas para as óticas do Grande Porto. Este segundo laboratório de Tecnologia de Ótica Acelerada em Portugal permite aos profissionais do Porto terem acesso ao serviço tecnologicamente inovador, a par de grandes metrópoles como Singapura, Paris e Nova Iorque. Ou seja, é agora também possível deslumbrar os clientes das ótica a norte com a entrega de lentes personalizadas topo de gama com tratamentos, incluindo as lentes solares espelhadas. Tudo em apenas três horas! O conceito “voador” do Inotime Os laboratórios Inotime são fruto de intensa pesquisa da Shamir, detentora de um dos maiores e melhores departamentos de Investigação & Desenvolvimento de lentes oftálmicas do mundo e são revolucionários na medida em que apresentam uma reinvenção do processo de fabrico e entrega.

Ou seja, o serviço de entrega de lentes Inotime by Shamir, para além de deslumbrar o consumidor final em termos de tempo, ainda lhe entrega lentes oticamente perfeitas. O processo único de fabrico protege o semiacabado durante todo o tempo de produção, anulando qualquer vibração durante o processo de graduação e possibilitando o fabrico de uma lente mais fina. Estes são benefícios de um serviço e produto revolucionários que favorece ainda do, já conhecido, alto desempenho dos designs personalizados de lentes Shamir. A tecnologia permite, hoje em dia, entregar as lentes mais rápido e mais perfeitas do que nunca É o futuro aqui e agora ao alcance de todos. O acesso ao serviço de Tecnologia de Ótica Acelerada é intuitivo e pode fazer-se através da internet. Três horas depois os óculos estão garantidamente na loja.


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CIOCV 2017

“É preciso fazer o reconhecimento da profissão” O 14º Congresso Internacional de Optometria e Ciências da Visão fechou em ambiente de triunfo. O grande destaque esteve na presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que declarou aos estudantes, investigadores e profissionais presentes o seu compromisso para “ver de perto” a integração dos optometristas no Serviço Nacional de Saúde. De 22 a 23 de abril, a Universidade do Minho abriu portas à optometria, sob assinatura do Departamento de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho (UM). A edição 14 do Congresso Internacional de Optometria e Ciências da Visão (CIOCV) demonstrou tendência de crescimento em todas as frentes: patrocinadores, palestrantes e participantes de três continentes, incluindo países como Austrália, Colômbia, Brasil, França, Reino Unido e Espanha. Contaram-se 600 pessoas no Campus Gualtar nas duas jornadas intensas de ciência e atividades. “O auditório sofreu alterações, está novo, agradável, ganhou alguns lugares e tem um novo sistema de som mais avançado, assim como um ecrã moderno. Apesar disto, o problema permanece o mesmo. O espaço físico não pode crescer mais, portanto, para nós, tanto o auditório como a área contígua já

precisava de um extra. Atingimos o limite de patrocinadores que podemos albergar e já o ano passado sentimos isso e a tendência é aumentar. O CIOCV tem matéria para desenvolver. Para já conseguimos aguentar, porque há sempre pessoas que vêm de manhã, outras de tarde e, desta forma, tornamos o espaço mais “elástico””, disse à LookVision Portugal a presidente da comissão organizadora, Madalena Lira. Optometria em crescendo A sessão de abertura foi o grande momento deste CIOCV 2017. No palanque de boas-vindas à assistência sentaram-se o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, o pró-reitor da UM, Filipe Vaz, em representação do reitor António Cunha, António Fidalgo, reitor da Universidade da Beira Interior, a presidente da Escola de Ciências da UM, Margarida Casal e a


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docente da UM e organizadora do CIOCV, Madalena Lira. Foi a presidente da comissão organizadora que abriu a sessão, aproveitando a presença de Manuel Delgado para passar a mensagem que na realidade a optometria deveria estar mais ligada aos cuidados primários de saúde visual. As declarações que se seguiram do representante do governo foram de grande

impacto para os optometristas. Assinalou-se a certeza da sua atenção na integração destes especialistas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em três/quatro anos, num processo que considera essencial, mas que terá a sua morosidade. “Primeiro é preciso fazer o reconhecimento da profissão, estabelecendo as diferenças em relação ao médico oftalmologista, e dar o passo seguinte de criar lugares efetivos dentro das organizações do SNS para que estes profissionais ocupem os seus lugares para o desempenho desta profissão”, explicou na abertura do congresso, Manuel Delgado. Aliás, o secretário de Estado da Saúde sublinhou a necessidade de “um comportamento ético e deontológico, isto é, se eu tenho uma profissão não posso ir além dela em termos de competências.” Claro que, admitiu que assumindose e ultrapassando esta problemática com frontalidade, os optometristas são fulcrais na resolução das questões de acesso dos cidadãos portugueses a cuidados de

saúde visual. No seu discurso, este representante, explicou ainda que os optometristas têm competências para intervir nas questões de saúde visual básica. “Os países mais evoluídos do mundo já reconhecem esta profissão e se existem universidades portuguesas com o prestígio e o reconhecimento da Universidade do Minho e a Universidade da Beira Interior a fazer essa formação, não faria sentido que o governo na área da saúde não assumisse o compromisso e a responsabilidade de utilizar estes profissionais para aquilo que eles sabem fazer”, concluiu.


à visão binocular, através da experiência de Andres Gene e Johanna Garzón. A tarde deu espaço à oftalmologia, sempre mais estreita com os optometristas, com as doenças degenerativas em destaque pela mão de Andreia Soares, Cristina Almeida, Natacha Moreno Perdomo e Johanna Garzón.

Luzes sobre os temas mais quentes Os peritos australianos Amanda French e Ian Morgan abordaram os fatores de risco para o surgimento e a progressão da miopia e as inovações para controlar esta patologia que é um grande problema da sociedade moderna. Seguiram-se as intervenções de Coralie Barrau e Sandra Franco com considerações sob o tema astenopia ocular e a influência de novas tecnologias. As sessões ligada às lentes esclerais, um tema que está muito em voga por causa da miopia e por causa dos queratocones e córneas irregulares, e às lentes de contacto multifocais subiram ao palanque com as vozes dos especialistas José González-Méijome, Carlos Résua, Fernando Hidalgo Cruz, Maria Serramito Blanco, Rute Araújo e Gonzalo Carrazedo. No encerramento do primeiro dia houve ainda ocasião para uma palestra motivacional, envolvente e divertida. Domingo arrancou com as comunicações livres, seguiramse os casos clínicos e depois foi a vez da sessão dedicada

Madalena Lira:em conversa com a LookVision Portugal Que sentimento tem no fim de mais um CIOCV? É muito positivo, deu imenso trabalho, mas os oradores adoraram a experiência, e mesmo quem vem pela primeira vez fica sempre bem impressionado. Tivemos os patrocinadores muito participativos, nomeadamente a Wells que distribuiu gelados pelos participantes. Muita ciência e muito convívio também e, claro, reencontros. Já é uma passagem obrigatória! Sente força para pensar já em 2018? Claro que sim, e vamos ajustar algumas coisas, como sempre, no sentido da constate inovação. Contamos com o apoio dos patrocinadores que é fundamental e é no tecido empresarial que se encontra muito dinamismo. Ontem houve alguém que que me veio dizer que já tinha uma ideia fenomenal para o próximo ano. Não tem ligação à parte científica, que é faceta mais forte do CIOCV, a que melhor dominamos, mas sabemos que tudo o que envolve estas atividades, como as fotografias na entrada, as palestras motivacionais, os brindes e as atividades são excelentes. Ou seja, o contínuo envolvimento dos patrocinadores ajuda-nos a ganhar mais consistência.

““Primeiro é preciso fazer o reconhecimento da profissão, estabelecendo as diferenças em relação ao médico oftalmologista, e dar o passo seguinte de criar lugares efetivos dentro das organizações do SNS (...)”

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oPTOMETRIA

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Terapia Visual em Insuficiência de Convergência Baseada em Evidência Texto: David Piñero, PhD1,2 Grupo de Ótica e Percepção Visual (GOPV). Departamento de Ótica, Farmacologia e Anatomia. Universidade de Alicante, Espanha 2 Departamento de Oftalmologia (OFTALMAR), Vithas Medimar International Hospital, Alicante, Espanha 1

A insuficiência de convergência (IC) é uma anomalia do sistema binocular caraterizado pela redução da habilidade dos olhos de se virarem na direção um do outro ou manter uma convergência sustentada. Esta condição é associada a uma sintomatologia que inclui diplopia, astenopia, visão turva embaçada, dificuldade em manter a função visual de perto, fadiga anormal, cefaleia, adaptação postural anormal, entre outros.1 A terapia visual foi descrita como uma opção adequada para a manutenção da IC.2-4

A terapia visual, também conhecida como treino visual, é o termo usado para definir paradigmas e regimes altamente específicos, sequenciais sensoriais-motores-percetuais de estimulação, usados para melhorar as capacidade da visão, tais como, o controlo do movimento dos olhos e a respetiva coordenação.5 O uso da terapia visual foi considerado controverso durante anos, pois estabeleceu-se que o uso de exercícios ou regimes de tratamento não tinham nenhuma base científica e um controlo duvidoso sobre as condições da terapia.6 Isto conduziu a uma ideia negativa sobre a terapia visual entre a comunidade médica, com uma rejeição do procedimento de reabilitação visual por parte de muito médicos. Contudo, existe uma base científica para a terapia visual, especialmente para o tratamento da IC.6 Existem muitos estudos que avaliam os resultados da terapia visual na IC,7-18 incluindo vários ensaios clínicos aleatórios2-4,8,11,15-17 e meta-análises.19 Os resultados obtidos na maioria dos ensaios clínicos estão resumidos na Tabela 1. Esta produção científica é consistente com o máximo nível de evidência científica, de acordo com as linhas condutoras da Agência Norte-Americana para a Investigação em Saúde e Qualidade, ou seja o nível IA (evidência a partir da meta-análise de testes controlados aleatórios). A eficácia de uma grande variedade de exercícios e esquemas de terapia foi validado. Segundo todos estes estudos, as linhas condutoras gerais que se seguem podem ser estabelecidas:

1. - Pencil push-up não é um tratamento por si só, mas pode considerar-se um exercício adicional dentro do programa de terapia da visão. 2. - Prismas de base interna são inúteis em crianças para o tratamento da IC. 3. - Terapia vergência-acomodativa no consultório, combinada com o apoio de exercícios de apoio domiciliários é a melhor opção para o tratamento de IC em crianças. 4. - Terapia da visão no consultório combinada com o apoio de de exercícios de apoio domiciliários é também a melhor opção de tratamento para a IC em adultos dos 19 aos 30 anos. Neste tipo de pacientes a melhoria através de exercidos placebo é atingida em 31 por cento dos pacientes. Isto conforma a necessidade de incluir procedimentos placebo de controlo em estudos que avaliam a eficácia da terapia visual em adultos. 5. - O efeito da terapia da visão em crianças com IC e tratada usando terapia de vergência-acomodativa no consultório mantém-se durante um ano após o término do tratamento, porém usando alguns exercícios de manutenção uma vez por semana durante os primeiros seis meses após o tratamento. 6. - As melhorias através da terapia de vergência-acomodativa no consultório em crianças com IC é mais rápida sobre os sinais (convergência para um ponto próximo e vergência de fusão para perto) do que sobre os sintomas. Depois de quatro semanas de treino de vergência-acomodativa, os desenvolvimentos nos sinais são significativamente melhores em comparação com outras


“Esta produção científica é consistente com o máximo nível de evidência científica, de acordo com as linhas condutoras da Agência Norte-Americana para a Investigação em Saúde e Qualidade, ou seja o nível IA (evidência a partir da meta-análise de testes controlados aleatórios)”

opções de tratamento, enquanto que os efeitos nos sintomas melhoram significativamente às oito semanas. 7. - Um resultado de sucesso na terapia visual em crianças com IC sintomática está relacionada com a redução do insucesso escolar. 8. - Em pacientes presbitias com IC, o uso de prismas com base interna parecem ser uma opção mais adequada, apesar de

que ainda é necessário a performance dos testes clínicos nos tratamentos de IC neste tipo de população. Demonstrou-se que a pontuação do Inquérito sobre Sintomas da Insuficiência de Convergência (CISS na sigla em inglês) melhorou em 1,57 por cada dioptria de prisma adicional de exoforia para perto e por 0,81 para cada centímetro adicional em que a problemática da convergência de perto foi diminuída.20

Duração do tratamento

Autor

Pacientes

Idade

Tratamentos

Scheiman et al 2005 BJO

72 crianças

9-18 anos

Comparação dos óculos de leitura com primas de base interna e óculos de leitura placebo

47 crianças

9-18 anos

Terapia visual em consultório e pencil push-up domiciliária

12 semanas

Terapia visual em consultório mais eficaz na redução de sintomas e melhoria dos sinais de IC Sem melhoria de sintomas com pencil push-up domiciliária e terapia visual em consultório

46 adultos

19-30 anos

Terapia visual em consultório Terapia placebo em consultório e pencil push-up domiciliária

12 semanas

Só mudança significativa na convergência de perto e vergência fusional positiva com terapia visual em consultório Melhoria dos sintomas: terapia visual em consultório (42%), Terapia placebo em consultório (31%) and pencil push-up domiciliária (20%) (CISS)

221 crianças

9-17 anos

Terapia visual vergência-acomodativa em consultório com apoio domiciliário e pencil push-up domiciliária Terapia visual vergência-acomodativa em consultório e pencil push-up domiciliária Terapia visual placebo em consultório com apoio domiciliário

12 semanas

Melhorias significativas em sintomas e exames clínicos (convergência de perto e vergência fusional positiva) com Terapia visual vergência-acomodativa em consultório com apoio domiciliário que com o resto

79 crianças

9-17 anos

Terapia visual vergência-acomodativa em consultório com apoio domiciliário e pencil push-up domiciliária Terapia visual vergência-acomodativa em consultório e pencil push-up domiciliária Terapia visual vergência-acomodativa em consultório e pencil push-up domiciliária Terapia visual placebo em consultório com apoio domiciliário

12 semanas, 1 ano follow-up

89% em conformidade Manutenção da melhoria em sinais e sintomas durante 12 semanas depois da Terapia visual vergência-acomodativa em consultório com apoio domiciliário assim como com pencil push-up domiciliária

221 crianças

9-17 anos

Terapia visual vergência-acomodativa em consultório com apoio domiciliário e pencil push-up domiciliária Terapia visual vergência-acomodativa em consultório e pencil push-up domiciliária Terapia visual placebo em consultório com apoio domiciliário

12 semanas

Melhorias maiores em convergência de perto e vergência fusional positiva durante as primeiras quatro semanas Diferenças entre os grupos às quatro semanas e depois, com melhorias maiores em convergência de perto e vergência fusional positiva com terapia visual vergência-acomodativa em consultório com apoio domiciliário Melhorias mais rápidas em sinais clínicos do que nos sinais em geral

218 crianças

9-17 anos

Terapia visual vergência-acomodativa em consultório com apoio domiciliário e pencil push-up domiciliária Terapia visual vergência-acomodativa em consultório e pencil push-up domiciliária Terapia visual placebo em consultório com apoio domiciliário

12 semanas

Um resultado bem sucedido com terapia visual está relacionada com: Redução na frequência do insucesso escolar Redução das preocupações do pais sobre leitura e trabalho da escola

Scheiman et al 2005 Arch Ophthalmol

Scheiman et al 2005 Optom Vis Sci

CITT 2008 Arch Ophthalmol

CITT 2009 Optom Vis Sci

Scheiman et al 2010 Optom Vis Sci

Borsting et al 2012 Optom Vis Sci

Conclusão Prismas de base interna não são eficazes no tratamento para IC em crianças

Tabela 1. – Sumário dos resultados dos ensaios principais aleatórios, avaliando o efeito da terapia da visão na IC.

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Muitos procedimentos de terapias de consultório foram usadas e validadas para o tratamento da IC nos diferentes testes clínicos aleatórios conduzidos, incluindo a capacidade de acomodação de lentes soltas, a capacidade de acomodação com a tabela de Snellen, a capacidade da acomodação binocular, o cordão de Brock, o cartão Barrel, vectogramas, ortótica de computador, exercícios de regras aperture, círculos excêntricos, cartões de fusão de espaço livre, capacidade de prismas soltos e cartões salva-vidas de fusão de espaços vazios.7-18 Quanto aos mecanismos de ação para estes exercícios da IC, existem alguns estudos feitos que confirmam que estes melhoraram os componentes dos moveimtnos de vergência baixos e rápidos, levando a uma adaptação da vergência otimizada18,21 e uma redução da acomodação de convergência (AC) excessiva, que está presente na IC.22 Igualmente, Alvarez e a sua equipa23 demonstraram que a terapia visual na IC induz um aumento da quantidade de atividade funcional nas áreas frontais, cerebelo e tronco cerebral, o que se mantém 12 meses depois do fim do treino de terapia visual. A terapia visual é uma opção de tratamento eficaz no tratamento da IC, com vários procedimentos baseados em evidência descritos para a executar. Permite a normalização da vergência e sistema acomodativo, assim como da sua interação que está alterada em pacientes com IC sintomática. Esta opção de tratamento na IC tem evidência científica evidente para suportar a sua aplicação e estas provas devem ser usadas como base na nossa prática clínica. Isto permite ao clínico desenvolver terapia visual fundamentada, longe do conceito negativo que frequentemente cultivam muitos médicos e até optometristas e psicólogos. Tal como noutra área qualquer das ciências ligadas à visão, mais pesquisa é necessária para melhorar os procedimentos, para desenvolver sistemas baseados no computados mais sofisticados que vão melhorar a interação com o paciente e fortalecer a reputação da abordagem da terapia optométrica para IC e outro tipo de anomalias.

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7. - Singh NK, Mani R, Hussaindeen JR. Changes in stimulus and response AC/A ratio with vision therapy in convergence insufficiency. J Optom 2017 Jan 23. Doi: 10.1016/j. optom.2016.10.001 [Epub ahead of print]. 8. - Pediatric Eye Disease Investigator Group. Home-based therapy for symptomatic convergence insufficiency in children: a randomized clinical trial. Optom Vis Sci 2016; 93: 1457-65. 9.- Huston PA, Hoover DL. Treatment of symptomatic convergence insufficiency with home-based computerized vergence system therapy in children. J AAPOS 2015; 19: 417-21. 10. - Momeni-Moghaddam H, Kundart J, Azimi A, Hassanyani F. The effectiveness of home-based pencil push-up therapy versus office-based therapy for the treatment of symptomatic convergence insufficiency in young adults. Middle East Afr J Ophthalmol 2015; 22: 97-102. 11. - Borsting E, Mitchell GL, Kulp MT, Scheiman M, Amster DM, Cotter S, Coulter RA, Fecho G, Gallaway MF, Granet D, Hertle R, Rodena J, Yamada T; CITT Study Group. Improvement in academic behaviors after successful treatment of convergence insufficiency. Optom Vis Sci 2012; 89: 12-8. 12. - Dusek WA, Pierscionek BK, McClelland JF. An evaluation of clinical treatment of convergence insufficiency for children with reading difficulties. BMC Ophthalmology 2011; 11: 21. 13. - Serna A, Rogers DL, McGregor ML, Golden RP, Bremer DL, Rogers GL. Treatment of symptomatic convergence insufficiency with a home-based computer orthoptic exercise program. J AAPOS 2011; 15: 140-3. 14. - Shin HS, Park SC, Maples WC. Effectiveness of vision therapy for convergence dysfunctions and long-term stability after vision therapy. Ophthalmic Physiol Opt 2011; 31: 180-9. 15. - Scheiman M, Kulp MT, Cotter S, Mitchell GL, Gallaway M, Boas M, Coulter R, Hopkins K, Tamkins S; Convergence Insufficiency Treatment Trial Group. Vision therapy/orthoptics for symptomatic convergence insufficiency in children: treatment kinetics. Optom Vis Sci 2010; 87: 593-603. 16. - Convergence Insufficiency Treatment Trial Study Group. Long-term effectiveness of treatments for symptomatic convergence insufficiency in children. Optom Vis Sci 2009; 86: 1096-103. 17. - Convergence Insufficiency Treatment Trial Study Group. Randomized clinical trial of treatments for symptomatic convergence insufficiency in children. Arch Ophthalmol 2008; 126: 1336-49. 18. - Brautaset RL, Jennings AJ. Effects of orthoptic treatment on the CA/C and AC/A ratios in convergence insufficiency. Invest Ophthalmol Vis Sci 2006; 47: 2876-80. 19. - Scheiman M, Gwiazda J, Li T. Non-surgical interventions for convergence insufficiency. Cochrane Database Syst Rev 2011; 3: CD006768. 20. - Pang Y, Teitelbaum B, Krall J. Factors associated with base-in prism treatment outcomes for convergence insufficiency in symptomatic presbyopes. Clin Exp Optom 2012; 95: 192-7. 21. - Alvarez TL. A pilot study of disparity vergence and near dissociated phoria in convergence insufficiency patients before vs. after vergence therapy. Front Hum Neurosci 2015; 9: 419. 22. - Sreenivasan V, Bobier WR. Increased onset of vergence adaptation reduces excessive accommodation during the orthoptic treatment of convergence insufficiency. Vision Res 2015; 111(Pt A): 105-13. 23. - Alvarez TL, Vicci VR, Alkan Y, Kim EH, Gohel S, Barrett AM, Chiaravalloti N, Biswal BB. Vision therapy in adults with convergence insufficiency: clinical and functional magnetic resonance imaging measures. Optom Vis Sci 2010; 87: E985-1002.

Autor Correspondente: David P Piñero, PhD Departamento de Ótica, Farmacologia e Anatomia. Universidade de Alicante – Crta San Vicente del Raspeig s/n – 03690 San Vicente del Raspeig, Alicante – Espanha Tel. +34965903400 | Fax. +34965903464 | david.pinyero@ua.es




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