EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 61 • NOVEMBRO 2017
Sandra e Carlos Gonçalves A ousadia de elevar a ótica Lusíadas & IODEL
Made in Portugal celebra 20º aniversário
Óticas Minho
Vinte anos no coração do Minho
JOHANN von GOISERN
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
Ousar ser diferente
14
22
28
IC! BERLIN
Sandra e Carlos Gonçalves
ÓTICAS MINHO
BREVES
ENTREVISTA DE CAPA
Fundo de investimento adquire a marca
A ousadia de elevar a ótica
Vinte anos no coração do Minho
38
45
47
Laboratório de Tecnologia de óptica acelerada Inotime by Shamir
MIDO
Saúde Visual e Literacia em saúde
OUTROS OLHARES
Índice | 4 |
OLHAR EM PORTUGUÊS
OLHAR O MUNDO Data marcada para a feira milanesa
Tema de Capa: Do coração para o Minho, Sandra e Carlos Gonçalves assumem a missão de melhorar a saúde visual de quem os procura.
Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com
Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos, Fernando Gonçalves Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores.
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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 61 • NOVEMBRO 2017
SANDRA E CARLOS GONÇALVES A ousadia de elevar a ótica LUSÍADAS & IODEL
Made in Portugal celebra 20º aniversário
ÓTICAS MINHO
Vinte anos no coração do Minho
JOHANN von GOISERN
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
Ousar ser diferente
Entre o Minho e o futuro com um pé no Natal Editorial | 8 |
António Variações descrevia-se como um homem em trânsito “entre Braga e Nova Iorque”. Tal como ele, a edição 61 da nossa, vossa LookVision Portugal deambulou, neste mês de novembro, pelo coração do Minho para vos trazer duas histórias de perseverança e afirmação no mercado da ótica nacional. Na capa estão plasmados, através da Optiminho, 19 anos de firme compromisso com a defesa da saúde visual que foram resultado de um outro compromisso, o amor. Quatro lojas e muitos clientes depois, o regresso “à terra” da minhota Carla Gonçalves e do transmontano Carlos Gonçalves tem saldo positivo e, quem sabe, futuro “espanhol” na mente. A vida tem destas coisas, leva-nos a sítios onde nunca pensamos vir a ser felizes e, prova disso, foi o “porque não?” que se gizou na mente de três “trota-mundos” da optometria que, sem raízes no Minho, resolveram lá abrir uma ótica que já vai no seu 20º aniversário. Na casa das duas dezenas de anos de serviço anda também a Lusíadas. Já com o Minho no retrovisor, abeiramo-nos de Matosinhos para assistir ao apagar das velas da empresa dirigida por Sérgio Ramos que, partindo da comercialização de uma simples marca branca, se lançou para uma história indelevelmente marcada pela aposta na criação nacional. Aposta nacional que se mistura com a palavra “futuro” no ADN da israelita Shamir e a recente abertura do terceiro laboratório da multinacional em Portugal. No Inotime by Shamir de Matosinhos assistimos à “magia” da criação de lentes oftálmicas personalizadas através da inovadora tecnologia de ótica acelerada. Reportagem curta porque curto é, também, o tempo que medeia a entrada de uma encomenda e a entrega de um produto perfeitamente adaptado às necessidades de cada cliente. Não passamos por Nova Iorque mas, como sempre fazemos, não descuramos as últimas novidades provenientes de algumas das maiores marcas e feiras internacionais, novidades em que o cheiro a Natal já se vai fazendo sentir. Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.
Milano Eyewear Show February 24, 25, 26 | 2018
mido.com
Making Off | 12 |
A ótica a quatro mãos Texto: MarianaTeixeira Santos| Fotos: Miguel Silva
Este mês, seguimos até Caminha para conhecer a Optiminho. Na vila que acolhe a foz do Rio Minho e olha para Espanha de frente, Sandra e Carlos Gonçalves receberam-nos de braços abertos para nos deliciar com uma aventura na ótica que é um retrato profundamente íntimo. 19 anos e quatro lojas depois, os nossos anfitriões continuam a encarar a ótica como um desafio em prol do cliente. Venham perder-se neste enredo que junta amor, ousadia, perseverança e coragem, ski na Patagónia e um ferry-boat em Nova Iorque.
Cutler and Gross e Bella Freud
Breves | 14 |
Juntam forças em nova coleção A bisneta do famoso psicanalista Sigmund Freud e conceituada designer contracorrente Bella Freud juntou os trapinhos com a insurgente marca de eyewear Cutler and Gross e o resultado é uma nova coleção unissexo de ousadas armações inspiradas na grandeza de caráter das libertárias estrelas do reggae dos anos '70. Mais do que os vinte e cinco novos modelos em que consubstancia a nova coleção Cutler and Gross X Bella Freud Glamour, as novas armações afirmam-se como um statement de liberdade assente em bases de acetato “carapaça de tartaruga” ou black panther que suportam lentes refletivas em tons de verde imperial e bronze.
ic! berlin
Vinyl Factory
Volta a dar “música” A inventiva, musical e vintage Vinyl Factory continua a dar que falar. Se as coleções e o memorável “american diner” que levaram até à última Silmo Paris fizeram, literalmente, as delícias de todos quantos passaram pelo seu stand, a marca continua a apostar forte e acaba de lançar dois novos modelos no mercado: Trimble e Badu. No modelo Trimble as armações leves e simples, semi-rimless, com ponteiras transformadas em cabeças de guitarra de acetato preto são o mote. Já no “apaixonado” Badu o vermelho vivo das armações em acetato são a mais fiel representação da paixão que anima a voz dos grandes artistas. Sensual e arrojado, o novo Badu apresenta, tal como o Trimble, ponteiras “cabeça de guitarra” e uma forma, no mínimo, surpreendente.
Fundo de investimento adquire a marca O fundo de investimento Premium Equity Partners, com sede na Alemanha, finalizou a compra da maioria das ações do fabricante de eyewear ic! berlin tornando-se, deste modo, acionista maioritário na estrutura da empresa. De acordo com a informação veiculada pelo fundo de investimento, a aquisição terá como objetivo a expansão da marca ic! berlin a novos mercados e, a breve trecho, a compra de novos grupos ligados ao setor. Com esta mudança surge, de igual modo, uma alteração nos corpos dirigentes com a saída de Ralph Anderl da liderança da ic! berlin e a entrada de Jorg Reinhold, de agora em diante novo CEO da companhia.
Breves | 16 |
Prodesign
Uma nova coleção com história Legado e inovação. Duas componentes que serviram de inspiração à nova coleção outono/inverno da dinamarquesa ProDesign. A marca foi buscar as linhas estéticas identitárias da “idade de ouro” do design dinamarquês, anos 50, e introduziu-as, com as pitadas de ousadia e inovação certas, em novas gamas de armações em que a simplicidade é rainha. A recriação deste legado histórico passou pela reinvenção de modelos básicos assentes em materiais “puros” e pela eliminação de camadas de decoração, a que a ProDesign fez somar a introdução de cores mais subtis e detalhes originais e diferenciadores. Para além destas características, todos os novos modelos vêm com clip solar, o que transforma, de imediato, a armação em óculos de sol. Este património dinamarquês também poderá ser apreciado em Portugal pela mão da Modavisão, representante da ProDesign no nosso país.
Maui Jim
Safilo
Estabelece nova parceria com a Rebecca Minkoff O fabricante e distribuidor italiano Safilo acaba de rubricar um acordo, com a duração de sete anos, para a manufatura e distribuição das armações da norte-americana Rebecca Minkoff a nível global. O acordo contempla, ainda, a entrega do design das armações dos óculos de sol e dos óculos graduados ao grupo italiano. O resultado desta nova parceria já vai poder ser apreciado no início do próximo ano, altura em que sairá para o mercado a primeira coleção de óculos de sol Safilo/Minkoff. Em relação aos óculos graduados, a estreia só deverá acontecer em janeiro de 2019.
Um novo olhar No caso em específico serão dois novos olhares distintos. A feel good brand Maui Jim acaba de lançar os novos modelos de óculos de sol Jacaranda e Chee Hoo!, que redefinem o conceito de trendy elevando-o à categoria do sublime. Tal como a flor da árvore tropical a que deve o nome, o modelo Jacaranda não deixa ninguém indiferente com as suas lentes ultrafinas e armações de nylon vividamente coloridas e cheias de personalidade. Inspiradas pelas armações mais populares da marca havaiana surgem os glamorosos óculos do modelo Chee Hoo!. Indicado para faces de tamanho médio, este novo e relaxado modelo traz consigo, tal como o Jacaranda, as inovadoras, leves e ultrafinas lentes Maui Jim SuperThin Glass. A esta caraterística soma-se um design e cor que o tornam adequado para qualquer momento da vida quotidiana. De referir também que ambos os modelos vêm com a tecnologia PolarisedPlus, o que garante a proteção contra os nocivos raios UV e a reflexão completa da luz solar.
Fleye
Soma e segue Depois da conquista de um Silmo d’Or pelo sofisticado e elegante modelo de armações Fox, a marca dinamarquesa tomou-lhe o gosto e continua a somar galardões. Desta feita, foi o mercado nipónico, no âmbito da International Optical Fair Tokyo, a premiar, na categoria de “Men’s Eyewear, as armações para óculos graduados Cole. Linha clássica, dedicada ao sexo masculino, a Cole foi criada a partir da sobreposição de camadas de acetato transparente com um acentuado volume na parte superior dos aros e na ponte de modo a conferir-lhe um look mais calmo e discreto.
Breves | 18 |
Alain Mikli
Oko
Nova coleção continua a luta pela democracia na ótica mundial “Criador de óculos para todos”, este é o mote da Oko, um lema que continua a ser alimentado pelas coleções da marca francesa. Desta feita, a “luta pela democratização da ótica mundial”, objetivo que passa por dar a todos a oportunidade de possuir óculos vanguardistas, passa pela “batalha” dos novos modelos “New York”, linha que assenta arraiais criativos na multiculturalidade e no cosmopolitismo, seguindo a sugestão dada pelo seu nome. Os retro e “universais”NY22, os retangulares e femininos NY23 e os “viajantes” unissexo NY24, integralmente feitos em acetato e ponteiras em metal, são os três novos guerrilheiros desta ocasião que se apresentam ao público em quatro cores diferentes.
Está de regresso Tido por muitos como o guru do design de óculos, o excêntrico e controverso Alain Mikli está de regresso ao ativo como diretor criativo da Gold & Wood. Depois de uma incursão, em 2015, pelo setor da restauração, o designer conhecido pelo excelso tratamento dado aos materiais preciosos no âmbito das suas criações terá, no seu novo cargo, a missão de recapturar o impulso e mudar a trajetória da Gold & Wood. Apesar desta incumbência, o fundador do grupo Maurice Leonard afirma que a tarefa de Mikli não passará, apesar de tudo, “pela mudança do ADN da companhia, antes melhorar a experiência de utilização dos modelos mantendo o espírito da marca”. Quanto ao criador e recém-empossado diretor criativo, mostra-se entusiasmado com aquilo a que chama de “desafio do material”, apontando as madeiras exóticas como um exemplo do que poderá ser o futuro das criações Gold & Wood.
Setor ótico continua em crescimento O mercado da ótica mundial continua em crescimento. Quem o diz é o relatório do The Vision Council relativo ao segundo trimestre de 2017. Apesar de um ligeiro abrandamento, a trajetória é de subida com a receita total a cifrar-se em 34,50 mil milhões de euros, o que representa um acréscimo de 0,2 por cento, ou mais 73,61 milhões de euros, sobre o total registado para o mesmo período do ano anterior. Entre as várias áreas de negócio que compõem o universo ótico o mais representativo foi, entre junho de 2016 e junho de 2017, o mercado dos óculos graduados com uma quota de 55,6 por cento, o que representa algo como 19,17 mil milhões de euros. Já em termos de expansão, o mercado das lentes de contacto continua a liderar, apesar da aproximação do mercado dos óculos de sol, com um crescimento de 3,1 por cento para um total de receitas a rondar os 4,20 mil milhões de euros. Em expansão estão, de igual forma, os exames oftalmológicos ao passo que as restantes áreas de negócio apresentam crescimento nulo ou, até, contração.
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Breves | 20 |
Kering Eyewear e Maison Cartier
ØrgreeN
Celebra vinte anos com nova coleção Duas décadas depois do seu nascimento, a dinamarquesa Ørgreen continua a entregar o que de melhor a inovação e elegância escandinava têm para dar. Após mais uma exibição deste “património” no Silmo Paris, a marca, no âmbito das celebrações do seu 20º aniversário, está de volta às faces de todo o mundo com o anúncio do lançamento da “20th Anniversary Mini Collection”. Comemorativa, tal como o nome indica, a nova coleção revisitará modelos icónicos do fabricante e estará dividida em dois pares de armações diferentes, dois para homens e dois para mulheres, e em cuja designação estará contida a homenagem a quatro nomes essenciais na história da Ørgreen: Gregers, Tobias, Sahra e Henrik. Todas as novas armações são feitas em titânio 100 por cento japonês, titânio que se estende, de forma inédita, às plaquetas.
Varilux X Series
Iniciam parceria de luxo Com a produção gourmet no seu ADN, as duas companhias acordaram, em junho passado, unir esforços no sentido de, em parceria, desenvolverem novas soluções para a indústria de eyewear. Depois de anunciado o acordo chegou a vez do anúncio do primeiro resultado desta colaboração, a nova coleção primavera/verão Cartier Eyewear cuja estreia comercial ocorrerá durante os primeiros meses do próximo ano. De acordo com a Kering Eyewear, a nova coleção estará dividida nas linhas Santos de Cartier, C de Cartier e Panthère de Cartier e combinará o património histórico da insígnia com os novos desígnios do design contemporâneo. Para além destas guide lines, as três linhas Cartier Eyewear incluirão novos formatos em que o fabrico manual e personalizado terá um papel de destaque.
Premiadas em Paris O valor das lentes progressivas Varilux X Series, gama lançada em abril pela Essilor a pensar nas necessidades visuais da geração nascida entre 1965 e 1980, geração X, saiu do Silmo Pais 2017 reforçado com a atribuição de um Silmo d’Or pela inovação imposta na sua conceção e estrutura. Percebendo que os nascidos entre os anos acima discriminados são pessoas extremamente ativas, pessoal e profissionalmente, e ferozmente ligadas ao mundo digital, a Essilor criou, graças à tecnologia “Xtend”, a lente de maior precisão Varilux X Series. Estas lentes, que respondem à necessidade de ver claramente a múltiplas distâncias no mesmo eixo de visão e que não requerem do utilizador “movimentos de cabeça” para encontrar o melhor ângulo de visão, estão a ser um sucesso entre os clientes do grupo francês que respondem com uma taxa de satisfação de 95 por cento.
Entrevista de Capa | 22 |
Sandra e Carlos Gonçalves
A ousadia de elevar a ótica
Na praça principal de Caminha com a centenária Torre do Relógio a marcar o ritmo, o sol continua a recordar-nos do verão, mas a tranquilidade que domina a vila em pleno mês de novembro nada tem a ver com a agitação dos meses de verão, quando Caminha se transforma no refúgio de férias idílico de muitos portugueses. Sandra e Carlos Gonçalves abrem-nos as portas da Optiminho com a disponibilidade que caracteriza este casal que a ótica uniu. Texto: MarianaTeixeira Santos| Fotos: Miguel Silva
Na Torre do Relógio marcam-se as horas, cá dentro o tempo faz-se curto na companhia destes dois apaixonados pela profissão que, 19 anos após a abertura da primeira loja da Optiminho, continuam a olhar para a ótica da mesma forma, assumindo o compromisso com o cliente e com a defesa da saúde visual como premissas. Numa altura de mudanças no setor, Carlos e Sandra dão voz a uma forma única de ver, e sentir, o setor. Há 19 anos regressaram ao Minho para inaugurar uma nova forma de fazer ótica, 19 anos passados a ambição é a mesma. Há gente que não se conforma e cujo instinto é estar, sempre, na linha da frente de todas as batalhas. Conheceram-se na agitação insana do Colombo, em Lisboa, mas cedo perceberam
que era no Minho que queriam construir uma vida em comum. Sandra regressou a casa na companhia de um transmontano e a Optiminho nasceu. O amor tem destas coisas, pode ser assim tão simples. Hoje, a Optiminho reúne quatro lojas entre Ponte de Lima, Vila Nova de Cerveira, Caminha e Valença. Sandra e Carlos entregaram-se, de corpo e alma, à ótica, mas também ao seu projeto de vida mais importante, a família. É na companhia dos seus dois filhos que gostam de viajar, de fazer ski, mas sobretudo de partilhar experiências. “Viajar em família é uma oportunidade única para partilharmos experiências com os nossos filhos e é o melhor que lhes podemos dar em termos de educação”, assenta Sandra Gonçalves.
Entrevista de Capa | 23 |
A sinopse desta história pode traduzir-se em algo como “minhota e transmontano apaixonam-se no Colombo e criam a Optiminho em Ponte de Lima”. E, agora, quanto aos pormenores de como tudo isto sucedeu? Sandra Gonçalves: (risos) Sim, eu tirei o curso de optometria na Universidade do Minho em 1992 e, depois, fui estagiar para Lisboa. Em setembro de 1997 inaugura o Centro Comercial Colombo e eu fui gerir uma loja franquiada da Optivisão que um dos sócios da ótica onde estagiava tinha acabado de abrir. No rés-do-chão havia uma outra loja da Optivisão, que era onde o Carlos trabalhava, e foi assim que nos conhecemos. Foi uma experiência magnífica, devo dizer. Naquela altura, o Colombo surgiu como um colosso e andar naqueles corredores não era fácil, tal era a avalanche de pessoas que, dia após dia, lá entravam. Na altura, havia uma publicidade da GrandOptical que era “tenha os seus óculos prontos numa hora” e os autocarros paravam à porta do Colombo ao fim de semana e nós tínhamos que trabalhar em tempo recorde para finalizar as lentes, colocar as armações e entregar os óculos ao cliente a tempo de ele se ir embora. Porque, nestes casos, era imperativo darmos uma resposta aos clientes, que eram muitos e que chegavam com hora marcada. Foi este ritmo que vos levou a começar a pensar numa outra alternativa? Carlos Gonçalves: Sim, eu, honestamente, queria sair daquela confusão. SG: Na altura, saíamos do Colombo à meia-noite e vínhamos passar o dia a Cerveira e voltávamos a Lisboa no final da tarde. Começámos por fazer um estudo para perceber qual poderia ser a melhor alternativa para abrirmos a nossa própria ótica. E assim abriu a Optiminho em Ponte de Lima? SG: Sim, fizemos um estudo de mercado e Ponte de Lima surgiu no topo das opções. Com 50 mil habitantes tinha só duas óticas e nem havia optometria. Abrimos em junho de 1998 e assim nasceu a Optiminho. Um ano depois, inaugurámos a loja na minha terra, Vila Nova de Cerveira. Em 2007 abrimos em Caminha e, em 2013, chegamos a Valença. E como foi regressar ao Minho após a agitação da capital? SG: No início foi complicado, mais por uma questão de mentalidades. Chegamos a Ponte de Lima e decidimos abrir a loja das nove às 21 horas. Vínhamos com outro ritmo e os clientes ficaram admirados com o serviço prestado. Ainda me lembro do dia em que chegamos para ver a loja.
Havia uma enorme fila à porta da ótica mais antiga, fui perguntar para que era a fila e disseram-me que era para a consulta do médico, que só vinha a Ponte de Lima de 15 em 15 dias. Era uma outra realidade, as pessoas esperavam meses a fio pela possibilidade de uma consulta de oftalmologia e nem havia oferta de optometria. Fui a primeira a fazer optometria em Ponte de Lima e continua a assumir-se como uma das lojas mais dinâmicas da Optiminho. Atendendo à vossa experiência, entre o maior shopping do país, cidades, litoral e interior, quais as diferenças em termos de consumidores? SG: Nos shoppings o cliente não é fiel, são consumidores esporádicos, enquanto nas lojas de rua há uma relação diferente com o consumidor e é essa proximidade e familiaridade no atendimento que mais me interessa. No início, quando chegamos a Ponte de Lima, imprimimos esta disponibilidade, que é aquilo em que acreditamos. Estávamos abertos mais tempo, com total disponibilidade para atender às necessidades dos clientes e isso marcou a
diferença e permitiu-nos fidelizar clientes, assim como sucedeu em Cerveira. O atendimento, para nós, é o mais importante. Enquanto Optiminho, a nossa ideia é que, independentemente da loja, as pessoas sejam atendidas da mesma forma, com a mesma recetividade e foco no serviço. E isso implica muito tempo de formação e de gestão de equipas, mas orgulhamo-nos dos resultados obtidos.
Entrevista de Capa | 24 |
O vosso foco está, portanto, na fidelização e na relação com o cliente. SG: Em zonas como Ponte de Lima, os clientes criam grande ligação com os funcionários da loja, que são gente da terra. Em Caminha, por outro lado, o grande foco da nossa atividade são as pessoas que têm cá a sua segunda casa, por isso temos um produto diferente, que chama outro tipo de clientes. Temos cá marcas únicas que não é fácil encontrar nas próprias cidades, quanto mais na ótica de uma localidade mais pequena. Não é fácil manter uma loja com este tipo de oferta numa zona periférica, mas é, sem dúvida, desafiante. É aqui que o contacto com o cliente revela a sua importância… SG: Sim, é aqui que entra a formação, porque para se vender um certo nível de marcas tem que se contar uma história e encaminhar o cliente através de uma narrativa. O grande desafio, hoje em dia, é que as pessoas procuram quase todas o mesmo, especialmente após o boom da Ray-Ban. E, para quem trabalha numa lógica de nicho, torna-se cada vez mais complicado. Nós conseguimos ultrapassar isto com muito trabalho, muita atenção e foco no cliente. A massificação é tanta que o cliente já entra cheio de certezas e temos que ser nós a aproveitar a oportunidade para lhe mostrar o caminho rumo a novas possibilidades. E a saúde visual continua a ser preterida em favor da moda. Quem são os responsáveis por este estado de coisas? SG: A culpa desta visão é de todo o setor, óticas, fabricantes,…deveríamos ser capazes de criar uma frente unida para fazer mais pela divulgação das vantagens de apostar em qualidade e dos cuidados essenciais quando falamos em saúde visual. Entre os fornecedores, a aposta em termos de publicidade sempre foi mais em torno da grife do que acerca das questões da saúde. Investiram em promover os óculos, especialmente os modelos solares, como um item de moda e agora as pessoas não veem a diferença entre comprar numa ótica ou num pronto-a-vestir. CG: E com a agravante da entrada dos grandes grupos e cadeias no mercado da
•• “(. . . )deveríam os ser capaz es de criar uma fr ente unida par a faze r mais pela divulgação d a s vantagens de apostar e m qualidade e dos cuida d os essenciais quando falamos em saúde vis ua l” ••
ótica, as regras do jogo passam agora pelo preço (e qualidade) mínimo. Tudo isto vem colocar em causa a sobrevivência das óticas independentes. A preocupação com a qualidade dos serviços prestados e o vosso compromisso com a saúde está ainda patente no modo como encaram a optometria. A Optiminho cobra pelas consultas de optometria num mercado que vende cada vez mais o rótulo “grátis”. SG: Quem iniciou, precisamente, esta prática foram os grupos, numa ação de promoção para chamar pessoas às óticas. Nós tomamos a opção de cobrar, mas as pessoas não se afastaram, bem pelo contrário, confiam em nós porque sabem que temos os consultórios certificados, muito bem equipados, informamos tudo ao cliente e esclarecemos que a receita é dele e pode comprar os óculos onde entender. Tudo isto reforça a confiança dos consumidores nos nossos serviços. Há que compreender que uma consulta de optometria não são os dez minutos que as grandes cadeias vendem para fazer a refração. Há que ver vários aspetos, prestar atenção aos sintomas descritos, ao histórico do paciente. Se tiverem que ser encaminhados para um oftalmologista serão encaminhados e, se não precisaram de óculos, são devidamente informados. E as lojas low cost? Já é um segmento que se reflete aqui nesta área? SG: Ainda não, mas implica, de qualquer forma, que os nossos funcionários têm que estar mais preparados para saber ex-
plicar ao cliente a diferença. Desmistificar e abrir caminho para mais entendimento. O objetivo é sempre o mesmo, que o cliente compreenda dimensão da sua escolha pela Optiminho e quais as diferenças relativamente a outras ofertas no mercado. E Espanha aqui tão perto. É um mercado apetecível? SG: A ideia da abertura em Valença partiu um pouco dessa ambição de estar mais próximo do público espanhol. Os espanhóis que procuram produto diferenciado e de qualidade não teem oferta a esse nível em Espanha. As pessoas cresceram
com a publicidade focada no preço e passaram a valorizar a oferta por esse prisma. E penso que é por aí que, infelizmente, vamos aqui em Portugal nos próximos anos… A batalha dos preços vai ser o futuro da ótica? SG: Nós trabalhamos qualidade há 19 anos e vamos continuar a fazê-lo. Defendemos um serviço diferente, personalizado, onde cada cliente conta. E quanto mais pormenorizada for a venda, mais o cliente compreende que lhe disponibilizamos um produto que se adapta a ele, que tem em atenção as suas necessidades. E acredito que este é o futuro para todos aqueles que querem trabalhar qualidade, personalizar a venda, apostar no atendimento, na oferta diferenciada. CG: E se conseguirmos conjugar a individualização do produto com uma oferta atrativa em termos económicos, com
soluções à medida, penso que temos o futuro assegurado. É importante ter em atenção as condições financeiras das pessoas e ter opções para todos. E, quando o assunto não é a Optiminho, quem são o Carlos e a Sandra? CG: Temos duas autênticas paixões, que são os nossos filhos, um com 12 e outro com 15 anos. Gostamos de viver experiências em família. Eles adoram desporto e praticam futebol e nós acompanhamos treinos e competições. Depois, partilhamos o hobby do ski. É um desporto que vivemos em família e divertimo-nos todos juntos, na companhia de amigos e familiares. SG: Viajamos muito para fazer ski, mas também para conhecer outras cidades e usufruir apenas. Viajar em família é uma oportunidade única para partilharmos experiências irrepetíveis com os nossos filhos e é o melhor que lhes podemos dar em termos de educação. O contacto com outras realidades e culturas é uma experiência inesquecível. A primeira viagem que fizemos todos juntos foi a Nova Iorque. O nosso filho mais novo tinha dois anos e o mais velho cinco. E, mesmo com cinco anos, ele ainda recorda o passeio de ferry que fizemos de Long Island só para ver Manhattan e a imagem dos arranha-céus que se erguiam das águas e que nos emocionaram a todos.
Entrevista de Capa | 25 |
•• ” O o bjetivo é sempre o mesm o, que o c l iente com preenda dim ensão da s ua e scolha pela Optiminho e quais a s d if erenças r elativamente a outr as o fertas no m ercado” ••
Olhar em Português | 26 |
MultiOpticas
reforça presença nos Açores O grupo reforça o seu investimento na Região Autónoma dos Açores, onde já possui cinco lojas, com a abertura de um sexto espaço comercial na Praia da Vitória e a reestruturação da unidade de Angra do Heróismo. Texto: Fernando Gonçalves
A filosofia de proximidade continua a ser fulcral para o grupo MultiOpticas. A comprová-lo está o anúncio do seu mais recente investimento no arquipélago dos Açores com a abertura de mais uma loja na ilha Terceira, Praia da Vitória. A par deste alargamento está também a remodelação do espaço comercial de Angra do Heroísmo no intuito de lhe conferir um conceito mais contemporâneo. Aquela que é a segunda loja na ilha Terceira e a sexta em toda a região autónoma tem como objetivo proporcionar aos praienses cuidados de saúde visual, bem como uma extensa variedade de armações e óculos de sol, lentes oftálmicas e lentes de contacto. Os responsáveis deste novo espaço são Marcelo e Francisco Pamplona, este último que refere o sucesso do trabalho realizado, anteriormente, na implantação da loja de Angra como a pedra de toque para o lançamento desta nova aventura: “Tivemos três anos de muito trabalho e de muita entrega, fomos bem aceites pelos terceirenses e conseguimos ganhar o nosso espaço no mercado. Identificámos que a população local precisava de um serviço ótico de excelência associado a preços competitivos. Pelo sucesso e pela recetividade que tivemos nestes anos sentimos ser agora o momento de dar continuidade ao processo, expandindo a atividade comercial para a Praia da Vitória, que é uma cidade com potencial e necessidade dos nossos serviços.”
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Olhar em Português | 28 |
Óticas Minho
Vinte anos no coração do Minho A 23 de outubro celebrou-se em grande o sonho de três optometristas minhotos, com Amares como palco primordial. Estes “trota-mundos” decidiram levar até ao coração do Minho um serviço de vanguarda no campo da saúde visual, há precisamente 20 anos. Nesse sábado, foi entre o apagar das velas e o acender de um desejo que a LookVision Portugal falou com Carlos Ribeiro, um dos empreiteiros da aniversariante Óticas Minho. Texto: Fernando Gonçalves
Sérgio Lucas, António Baptista e Carlos Ribeiro, são os atores principais desta história. O primeiro veio da Serra da Estrela, o segundo veio da capital enquanto o terceiro faz da antiga, mui nobre e sempre leal e invicta cidade do Porto o seu lar. Uma trindade, não santificada, que calcorreou Portugal de lés a lés e acabou por se encontrar nestes cruzamentos da vida na vila minhota de Amares. Estávamos em 1997, ano prenhe de uma exposição mundial que colocaria meio mundo a olhar para o nosso país. Olhar, ver, ver bem. Essa necessidade feita urgência assaltou a mente dos três optometristas nesse cruzamento chamado Amares. Nascia, então, a Óticas Minho. Terá valido a pena? O mercado que, então, desconhecia o que fosse a ciência de prestação de cuidados de visão terá mudado? Perguntas a que vinte anos de experiência respondem pela voz, ainda que embargada pela felicidade
de quem festeja um sonho com duas dezenas de outonos no corpo, de Carlos Ribeiro. “É um balanço francamente positivo, resultado de um percurso singular e que, por isso, deixou a nossa assinatura na forma de estar na ótica na região do Minho”, oferece-nos o responsável. Contudo, não se pense que tudo foi fácil. A crise financeira que assolou o nosso país ressoou, de forma sonora na bolsa dos consumidores, e levou a Óticas Minho a batalhar ainda mais fortemente para sair incólume. Conseguiu-o com distinção e vontade de abraçar os desafios que o futuro lhe traz, como nos conta Carlos Ribeiro: “Devido à recente crise financeira, vivemos anos de contenção e ajuste aos novos hábitos de consumo resultantes dessa crise. No presente, sente-se um clima, mais ou menos generalizado, que a crise está a passar. Acreditando que estamos num novo ciclo económico que abre novas
A resposta é negativa, “após vinte anos no mercado é impossível não fazer parte da mobília. O esforço no presente é fazer desta mobília uma peça clássica… um vintage…”, afirma o responsável. Armações, óculos de sol, lentes de contacto, lentes oftálmicas, consultas de optometria, consultas de contactologia, consultas de terapia visual ou rastreios visuais em escolas, empresas e instituições são, apenas, algumas das “ferramentas” que fizeram com que a Óticas Minho chegasse ao coração dos minhotos e ao bolo dos vinte anos de atividade e com, pelo menos, mais vinte em perspetiva. “Gostaríamos de a ver, daqui por vinte anos, a partir de um sitio paradisíaco (risos)… um exemplo de uma organização que funciona com base numa equipa coesa e motivada”.
•• “É um balanço fr ancam ente positi v o, r esultado de um per cur so singular e q ue , por isso, deix ou a nos s a assinatura na for m a d e estar na ótica na re g i ã o do Minho. ” ••
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oportunidades e coloca novos desafios é, pois, altura de aplicar o que aprendemos nos últimos vinte anos”. Desafios que, no passado, fizeram com que “empresa fosse reconhecida pelos consumidores da região e respeitada pelos nossos pares” e a levaram, corria o ano 2000, a abrir uma nova loja em Braga e, mais recentemente, em Guimarães. A tudo isto junta-se o facto de ter sido a primeira ótica a certificar os seus produtos para a qualidade pela avaliação da auditora SGS. Apesar deste raport de qualidade, a entrada no “conservador” mercado minhoto foi difícil, como nos confidenciou Carlos Ribeiro numa anterior entrevista. Mas, após vinte anos e muitas ligações profissionais e pessoais depois, será que os consumidores ainda mostram reticências na hora de escolher?
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Opticalia
deu a “provar” novas coleções para 2018 A Opticalia juntou, em dois dias distintos, os profissionais do sua vasta rede de óticas em Portugal para a realização dos seu Brands Day. A equipa lusa do grupo multinacional apresentou ainda as novas coleções que fazem crescer o portefólio em 2018. Texto: Fernando Gonçalves
O espaço da Time Out no Mercado da Ribeira, Lisboa, e a Alfândega do Porto foram, nos passados dias 10 e 12 de Outubro respetivamente, ponto de encontro da família Opticalia. Durante estes dois dias a multinacional presente em Portugal com uma rede de óticas que já ultrapassa as duas centenas de espaços, levou a cabo o seu Brands Day, momento em que o seu extenso portefólio é apresentado aos óticos. No centro das iniciativas de Lisboa e do Porto estiveram as marcas exclusivas Mango, Pepe Jeans, Pull&Bear, Custo Barcelona, Amichi, The Look e Trendy. Em cada novidade assinala-se as mais re-
centes tendências da moda eyewear que assentam numa ponte primorosa entre o antigo e o moderno, espelhada na reinvenção de modelos clássicos. Outra das trends mais evidentes é a preferência pelos grandes formatos de inspiração retro e os óculos redondos de metal estilo aviador. Entrando no campo das cores, as novas coleções têm como caraterística a miscigenação entre as cores terra, rosa, azul e violeta nos modelos mais vanguardistas enquanto mantém os tons neutros, o preto e o castanho, para distinguir os modelos intemporais.
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Institutoptico
“pinta” o Natal a cores Cierzo Com o Natal à porta, o Institutoptico decidiu dar uma ajuda na sempre difícil tarefa de escolher o presente ideal. Sete novos modelos “natalícios” provenientes da fábrica criativa da sua marca Cierzo Eyewear, comprometem-se como fortes argumentos de venda para os profissionais. Texto: Fernando Gonçalves
O pai natal chega mais cedo este ano pelas mãos do portuguesíssimo Institutoptico. O grupo já começou a rechear o sapatinho dos clientes com as novidades da Cierzo Eyewear, marca exclusiva da empresa lusa. Saídos diretamente da “histórica” coleção Cierzo Monumentos de Portugal, ode ótica ao património arquitetónico português os novos modelos natalícios que, a partir de agora, se acomodam nos escaparates das 180 óticas Institutoptico dispersas pelo país, trazem como principal caraterística diferenciadora a cor. Verdes, vermelhos e dourados derramados sobre sete modelos onde a multitude de formas e estéticas, da mais simples à mais vanguardista, são o quadro acabado de uma paleta de elementos que nos remetem imediatamente para a quadra mais generosa do ano. Seguindo a máxima de que “quem usa Cierzo vê bem”, a insígnia inseriu em todos os modelos da nova coleção o código de cores para daltónicos ColorADD, um sistema inventado pelo designer gráfico e professor universitário português Miguel Neiva.
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Lusíadas & Iodel
Made in portugal celebra 20º aniversario Começaram com uma simples coleção de armações de linha branca. Ao longo de duas décadas foram pintando essa tela com as cores das marcas nacionais, depois os óculos de sol, os equipamentos oftálmicos e, mais recentemente, a aposta nas lentes oftálmicas. Como um bom quadro, a tela onde se pinta a ambição da portuguesa Lusíadas & Iodel ainda tem espaço para a inovação e crescimento. Fomos ao atelier desta empresa sediada em Matosinhos falar com Sérgio Ramos, diretor geral, sobre o presente e os desafios que o futuro encerra para a Lusíadas na altura em que esta celebra o seu 20º aniversário. Texto: Fernando Gonçalves
É no número 207 da Avenida da República,em Matosinhos, que mora a menina dos olhos de Sérgio Ramos e de uma equipa onde a identidade do produto nacional tem papel de importância vital. A montra e os expositores que aconchega no seu interior contam-nos uma história de vinte anos dedicados ao serviço ótico que começou num sonho, etéreo como todos, e desaguou numa realidade, como poucas, pujante e afirmativa. “Foram duas décadas de uma evolução gradual positiva, há 20 anos começamos por uma pequena coleção de armações de linha branca, mais tarde vieram as marcas nacionais e as coleções de sol, depois todo tipo de consumíveis, todo o equipamento para abrir uma ótica, expositores, móveis, entre outros”, começa por contar o nosso anfitrião
Sérgio Ramos. Podiam ter parado por aqui? Sim, mas não seria a mesma coisa. Vai daí meteram as mãos à obra e seguiram-se-lhe os equipamentos oftálmicos e, mais recentemente, para completar todos os serviços óticos, as lentes oftálmicas. Fruto deste labor e ambição com cabeça, tronco e membros, a Lusíadas consegue, de acordo com o “cérebro” da operação, “ter todos os departamentos necessários para equipar uma ótica”. Dissemos “cérebro” mas, tudo isto não poderia ter sido alcançado sem o compromisso de uma equipa dedicada e competente e a satisfação dos clientes plasmada na sua fidelização à empresa. Na face de Sérgio Ramos escreve-se a palavra gratidão: “temos clientes fidelizados, em alguns a relação comercial evoluiu para amizade, sendo isto muito
•• ”O crescimento da e c on om i a e d a c o n fia n ç a dos c on s u mid o res n o s ú l t i m os doi s a n o s t ev e r e f l e x o n o set o r d a ót i c a? S e r á q ue P o rt ug a l “ v ê be m ” ? “P o rt ug a l n em s e m p r e “v ê b em” !” ••
Fátima Lopes “Parabéns por todos estes anos de luta e conquistas! Desejo-vos todo o sucesso e felicidade para o futuro.” Ana Sousa “Parabéns pelos 20 anos de trabalho. Que os próximos vos tragam ainda mais conquistas!!”
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Miguel Vieira “Que tudo o que conquistaram ao longo destes 20 anos, que seja um grande incentivo para futuras vitórias!!”
gratificante. Grato também à minha equipa que me acompanhou e acompanha diariamente”. Este sentimento expressou-se, para além do trabalho diário, na festa de celebração dos vinte anos da empresa e que se desenrolou de forma inesquecível: “Celebrei esta data com a minha equipa, foi uma noite muito divertida, aliás, para mim memorável”. E as dificuldades? Se os sucessos representam o cume da montanha, o caminho até o atingir está cheio de obstáculos que podem tornar lenta a ascensão, mas simultaneamente, endurecem os espíritos e reforçam a confiança na certeza de que o objetivo é alcançado. “As pequenas dificuldades são ultrapassadas e não demasiadamente valorizadas, atitudes e pensamentos positivos são meio caminho para o sucesso”, afirma o diretor geral. Se a confiança chega à vintena de anos reforçada, a experiência acumulada permitem à Lusíadas e a Sérgio Ramos traçar um retrato
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mais fidedigno da realidade do setor em Portugal. O crescimento da economia e da confiança dos consumidores nos últimos dois anos teve reflexo no setor da ótica? Será que Portugal “vê bem”? “Portugal nem sempre “vê bem”! No meu ponto de vista falta a certas pessoas, de um modo geral, não só no mercado ótico, um valor patriota, privilegiar as marcas portuguesas, sendo elas de ótica, vestuário, calçado, e muito mais. No fundo é uma autoajuda”, explica. O apoio, o impulso, a aposta na marca “Portugal” foi, como referimos, o ponto de partida e de honra da Lusíadas desde a primeira hora de vida. Estilistas como Miguel Vieira, Fátima Lopes ou Ana Sousa e as suas respetivas marcas de eyewear são presença de luxo no portefólio desta companhia sediada em Matosinhos, um cardápio de soluções que começou a ser construído com a histórica linha “Finess Club”, marca branca que abriu as operações da Lusíadas no mercado. Duas décadas depois, que futuro se apresenta perante os olhos de Sérgio Ramos e da sua empresa? Qual será o próximo cume? “Espero ainda conseguir abrir um novo departamento, serigrafia, onde poderemos personalizar todos os nossos consumíveis”, afia Sérgio o desejo para de seguida o alargar, em tom de conclusão, a outros horizontes: “gostaria, talvez um dia, de poder alargar as nossas instalações, centralizar os armazéns”.
lança coleção New Balance Eyewear em Portugal A empresa portuguesa sediada em Lisboa apresentou ao país a coleção de eyewear da norte-americana New Balance. Três linhas, três formas de expressão orientadas para o desempenho e conforto que exacerbam o trabalho de diferenciação e inovação com a chancela Prooptica. Texto: Fernando Gonçalves
Proposta total e integrada, aos ténis trendy e roupa versátil e desportiva, a New Balance junta em Portugal, por intermédio da Prooptica, a sua coleção de eyewear. Com o mesmo ADN das linhas desportivas têxtil e de calçado, as três linhas de óculos propostos representam, três formas distintas de olhar a vida sempre com a liberdade como pano de fundo. Criadas a pensar em estilos de vida ativos, a New Balance propõe, através da adoção de um design cuidadoso e de materiais leves, um look desportivo arrojado onde a vibrante combinação de cores é o foco principal. Fazendo a ponte entre a contemporaneidade e o passado está a gama Detalhe de Cor, uma linha onde o trato das tonalidades e o tempo são aplicados enquanto conceito nas armações NB Sol 6023 e NB Armação 4041. E plena de energia e dinamismo está a gama Viver a Vida, uma linha que a marca descreve como “um boost de adrenalina”. Femininos e descomprometidos, os modelos desta linha , NB Sol 6024 e NB Armação 4045 em acetato, preparam a mulher para a corrida da sua vida. Se construir o futuro implica perceber o passado, a gama Clássico é o expoente máximo desta afirmação. Iconoclasta e vintage, esta linha apresenta um modelo discreto, com clip solar, cheio de personalidade para quem não abdica dos seus New Balance durante o dia a dia. Prático e intemporal.
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Prooptica
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Laboratório de Tecnologia de óptica acelerada Inotime by Shamir Detentora de um dos maiores e melhores departamentos de investigação e desenvolvimento de lentes oftálmicas do mundo, a Shamir Optical revolucionou o mercado ao lançar nos EUA e na Europa, especificamente em Lisboa, os primeiros laboratórios de tecnologia de ótica acelerada. Isto significa que lentes progressivas personalizadas com tratamento antirreflexo de alto desempenho estão disponíveis ao consumidor em apenas três horas depois do pedido da ótica. No seguimento do sucesso de Lisboa, o grupo voltou a investir em Portugal mais de um 1,8 milhões de euros, com a inauguração do Inotime by Shamir, no Porto. Texto: Shamir Portugal
O laboratório de tecnologia de ótica acelerada é revolucionário. Compõe-se de vários elementos fulcrais, especialmente desenvolvidos para este novo processo inovador de produção de lentes oftálmicas personalizadas. Começa no formato de encomenda - order entry - em que todas os pedidos entram via online para garantirem o fluxo de produção. Estas dão origem à seleção de um semi-acabado também revolucionário. A matéria prima neste novo processo, está bloqueada com o novo sistema Alloy free, visando simultaneamente a área tecnológica e ambiental conferindo mais qualidade, rapidez e ainda maior
precisão ao processo de produção de uma lente oftálmica. Este novo sistema suporta a lente em todo o seu diâmetro evitando qualquer vibração durante o processo. O Inotime by Shamir é fruto de uma composição de equipamentos e processos especiais que vão da surfaçagem ao tratamento antirreflexo. Desta combinação resulta uma superfície ótica personalizada juntamente com uma economia de tempo superior. Do departamento de investigação e desenvolvimento da Shamir Optical em Israel sai um processo que na sua totalidade otimiza as várias fases de fabrico
de forma a atingir-se, em menos de três horas, lentes progressivas personalizadas, com as compensações dos ângulos panorâmicos e pantoscópicos, a distância vertex e ainda tratadas com antirreflexo Glacier Plus com E-SPF 50+. Além da importância fulcral da tecnologia, a equipa é fundamental e o Inotime a norte conta com uma equipa treinada pela Shamir e com o apoio, tanto da sede em Israel, como do laboratório em Portugal, com mais de 320 colaboradores. “Abrangendo geograficamente o Grande Porto, o mais recente Inotime é um conceito bem vindo pelas óticas a norte e é simples de perceber porquê: uma das características que mais valorizamos hoje em dia como consumidores, transversalmente a qualquer produto que adquiramos, é a rapidez. Porquê? Porque fazemos parte de uma época com uma evolução tecnológica sem precedentes. Vivemos num tempo em que, apenas com um smartphone na mão, temos mais tecnologia do que a NASA
tinha quando colocou o primeiro homem na lua! Somos gerações privilegiadas, informadas e sabemos que podemos melhorar a nossa qualidade de vida exatamente através da tecnologia”, explicou Luis Feijó, responsável pela instalação dos laboratórios Inotime. Se uma ótica criar o efeito “UAU” num cliente seu, porque lhe entregou os óculos em três horas em vez de vários dias como antigamente, o consumidor percebe que o seu especialista da visão está a usar tecnologia de ponta para lhe entregar lentes personalizadas, topo de gama, tratadas e ainda a dar-lhe a conhecer um serviço revolucionário que não conhecia. Criado o efeito “UAU” no consumidor final, e o Inotime é isso que faz, o consumidor final vai divulgar a ótica aos seus amigos, colegas, familiares e espalhar a sua satisfação através da sua rede de networking, seja ela qual for. E hoje em dia nada vale mais do que a opinião dos pares, pois a informação propaga-se também muito mais rapidamente do que há apenas alguns anos atrás. “Sabemos que a produção brevemente estará em pleno, pelo facto do conceito ser taylor made e não precisarmos de demasiados pedidos para encher o laboratório. A visão dos empresários de ótica do norte aliada às necessidades dos consumidores de hoje e ainda ao facto de a indústria de turismo estar em forte crescimento justifica o investimento”, assegura Luis Feijó. A Shamir beneficia da sua própria experiência em Lisboa, por isso, o Inotime Porto estar preparado de forma mais rápida ainda, tendo como back up o laboratório central, onde contamos com equipas especialistas em todas as áreas, prontas a dar assistência a ambos os pontos de
produção. Os laboratórios Inotime são idênticos. A capacidade é a mesma em ambas as cidades e em Lisboa, por vezes, acontece um excedente na produção. É o preço a pagar por um serviço exclusivo de “luxo tecnológico”. A Shamir divulga e informa de forma honesta e transparente o prazo e a possibilidade de por vezes ter a produção completa para entregas em 3 horas e nessa situação o prazo terá que passar para 4 ou 5 horas. O sistema informa automaticamente na altura em que a óptica introduz o pedido online. Uma Shamir virada para o futuro A Shamir Optical Industry é conhecida em toda a indústria da ótica, por ser especialista em lentes progressivas e líder mundial em designs de lentes desportivas. Detentora de um dos melhores e maiores departamentos de investigação e desenvolvimento de lentes oftálmicas do mundo, a capacidade e know how da Shamir nesta indústria, ligada a uma visão futurista de mercado, coloca a empresa na dianteira de lançamentos disruptivos. É o caso dos laboratórios Inotime by Shamir. Focamos a investigação no desenvolvimento de um novo processo para podermos corresponder de forma pioneira à necessidade de rapidez de entrega de lentes altamente personalizadas e tratadas às óticas mais exigentes e que se querem distinguir e surpreender os seus clientes. Começamos pelos EUA e neste momento encontram-se laboratórios Inotime by Shamir em Nova Iorque, Lisboa, Toronto, Singapura, Porto, Paris e Nápoles. Em Portugal, o objetivo da Shamir é colocar as óticas no ranking das melhores e mais rápidas do mundo com o serviço InoTime.
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•• ”Sabemos que o co n ce i t o é bem - vindo pelas loj a s da Invicta e é sim ple s perceber por quê. Porq ue faz em os parte de u m a época com uma evoluçã o tecnológica sem precedente (. . . )” ••
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JOHANN von GOISERN
Ousar ser diferente Chegam agora a Portugal mas, atrás de si, já têm mais de trinta anos no desenho, produção e distribuição das armações com passaporte austríaco através da marca JvG. A recuperação económica do nosso país a que se somou o forte desejo de trazer ao mercado luso a história e o design de produtos “fora da caixa” que se caraterizam pela inovação e elegância, levaram a Pomberger, com Sérgio Teixeira como representante oficial da marca, a apostar neste “jardim à beira-mar plantado”. Foi a esse caminho de descoberta que a LookVision Portugal se propôs nesta entrevista com Jürgen Pomberger, CEO da Pomberger Goisern GmbH, que garante revolucionar a forma como o setor ótico nacional se relaciona com os seus clientes. Texto: Fernando Gonçalves
Quem é a Pomberger e o que pretende fazer no mercado português? Qual a diferenciação que propõem? A Pomberger Goisern é uma empresa de gerência 100 por cento familiar, criada em 1984. Nós desenhamos, produzimos e distribuímos armações desde Bad Goisern, na Áustria. Além do pais natal, desde que nos focámos na exportação para outros países europeus em 2010, tivemos muito sucesso em mercados orientados para a moda como na França e na Holanda, bem como em mercados mais tradicionais nomeadamente a Alemanha e mais recentemente o Reino Unido. Durante estes anos fomos capazes de alcançar e reter uma excelente reputação no que diz respeito à nossa abordagem orientada para o cliente, aos tempos de entrega rápidos e à produção de alta qualidade.
Queremos construir a mesma reputação em Portugal. Numa altura em que a produção em larga escala no Extremo Oriente é cada vez maior, diferenciamo-nos - além do nosso serviço ao cliente - com um produto que foi desenvolvido e produzido na Áustria, utilizando materiais e recursos exclusivamente de outras empresas europeias. Porquê só agora e quais os objetivos da Pomberger a curto-prazo? Qual será o vosso target market? Nos últimos anos, percebemos o crescente interesse dos óticos portugueses nas feiras internacionais. Também ficámos felizes em constatar que a economia portuguesa está em recuperação e especialmente que o setor ótico está aberto ao crescimento – tudo isso convenceu-nos a dar o próximo passo!
Como mencionado anteriormente, queremos que a Pomberger Goisern seja conhecida pelos produtos de alta qualidade e pelo excelente serviço ao cliente em Portugal. Além disso, queremos estabelecer a nossa marca própria - Johann von Goisern - como uma alternativa muito atrativa e elegante a outros produtos mais convencionais. Trabalhamos apenas com óticos independentes, que se atrevem a ser diferentes e que querem inspirar os seus clientes. A nossa empresa, bem como os nossos produtos, oferece uma história muito rica – uma que pode e deve ser partilhada, pois isso também diferencia a Johann von Goisern de outras marcas mais convencionais. austríacos e numa escolha cuidadosa dos materiais e recursos. As combinações de tonalidades muito reconhecidas de Johann von Goisern são o resultado de um processo de laminação que dura uma semana, durante o qual várias camadas de acetato italiano são combinadas numa única armação. Usando esta técnica especial, a marca Johann von Goisern proporciona mais de 450 armações diferentes para adultos e crianças, além de óculos de sol completos - é realmente a maior coleção de acetato multicamadas do mundo! Para além da JvG que outras marcas do portfólio Pomberger têm em carteira para o nosso país? Além da Johann von Goisern, introduziremos também duas marcas de design Alemão: “bruno banani” e “Marc Cain”! São marcas conhecias pelo seu design jovem e elegante, respetivamente. As duas coleções oferecem um conjunto interessante de armações de acetato e metal, numa grande variedade de estilos e cores. Complete a frase “We Inspire…” “We inspire YOU!” – ou melhor: “Starting from Goisern, we inspire YOU!”, que é atualmente o slogan da nossa empresa. O nosso objetivo é exceder as expectativas dos nossos clientes!
Sabemos que um dos pontos fortes da aposta em Portugal passa pela marca Johann von Goisern (JvG). O que a distingue das demais? “Johann von Goisern” combina o primeiro nome do fundador “Johann [Pomberger]” com o local onde a empresa está localizada “[Bad] Goisern”. Desde a sua criação, nos anos 90, as armações Johann von Goisern têm sido pautadas por um design colorido, inspirado na natureza e por uma excelente qualidade, graças à produção baseada nos padrões
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Que tipo de estrutura orgânica terá a Pomberger em terras lusas? Para responder aos nossos elevados padrões de atendimento ao cliente, precisávamos de encontrar um nativo em Portugal, que possa apresentar as nossas coleções pessoalmente, e que também esteja presente em caso de dúvidas ou questões adicionais sobre pedidos, produtos, entre outras questões. Felizmente, encontramos essa pessoa no Sérgio Teixeira. Como representante da marca em Portugal, ele estará disponível para lidar com todos os contactos e clientes, em português.
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Nova coleção Xavier Garcia chega a Portugal As seis novas armações em metal nascidas da criatividade do designer Xavier Garcia estão prontas a dinamizar o panorama das óticas do nosso país. Texto: Fernando Gonçalves
Apresentada durante o último Silmo Paris, a vanguardista coleção de armações em metal do catalão Xavier Garcia já chegou ao nosso país. A responsável por este desiderato é a Vision Class, que através de Rui Guilherme, coloca ao dispor do mercado português os novos modelos Daniela, Debora, Dakota, Linus, Lorca e Losada. Na base de tudo a arte da colagem. Variantes, sobreposições e mixagem que se envolvem num delicado jogo de contrastes entre o metal e o acetato, conferindo aos seis novos modelos uma identidade própria extremamente vincada. Se no retangular modelo “Debora”, com os seus sofisticados laminados aplicados na parte superior dos aros, a independência e a simplicidade servem de cartão de visita, esta mesma simplicidade passa para segundo plano quando se fala do modelo “Daniela”. De inspiração retro, design cat eye, sedutor e cheio de carisma, este
modelo foi criado a pensar numa mulher ambiciosa, aventureira e que deixa marca em tudo o que faz. Na transição para o campo dos modelos masculinos podemos encontrar “Losada”. Introspetivo e cerebral como um bom business man que representa, o semirimless “Losada” tem por base um design retangular com um ligeiro toque vintage com ligeiros apontamentos de cor que lhe conferem uma forte personalidade. O lado cerebral que encontramos em “Losada” tem o seu contraponto no modelo “Linus”. Jovial e comunicativo, o unissexo “Linus” faz da arte o seu modus vivendi como os leves trechos de “luz” no topo dos aros faz entrever. Para mais informações sobre a marca em Portugal, Rui Guilherme está disponível no telefone 910 454 170 e nos emails rui.guilherme@visionclass.pt geral@visionclass.pt
Foram um caso de sucesso no último Silmo Paris e prometem voltar a sê-lo assim que chegarem aos olhos dos consumidores. Os avançados Yuniku são literalmente construídos sobre as necessidades visuais específicas de cada pessoa, a partir da impressão 3D. Texto: Fernando Gonçalves
A impressão 3D está a dar passos sólidos nas mais diversas áreas da nossa sociedade e o eyewear não escapa à tendência. Chegou agora o momento dos consumidores sentirem na sua visão o toque de futuro que os óculos Yuniku representam. Tudo começa com a parceria estabelecida entre a Hoya e a Materialise, fornecedor líder em software de impressão e serviços 3D, e o estudo de desenho Hoet, pioneiro em desenhos inovadores de armações de óculos. Em conjunto esta tripla entente concebeu uma plataforma que começa por avaliar as necessidades visuais do utilizador, assim como as suas caraterísticas faciais. Posteriormente, um avançado software calcula a posição ideal das len-
tes em relação aos olhos, e então desenha a armação com base nesses parâmetros únicos. Por último entra a impressão 3D que permite personalizar ainda mais a armação segundo as necessidades visuais, estéticas e de comodidade do cliente, que vai monitorizando e interagindo com os “seus” óculos durante todo o processo. Neste momento, a Hoya tem para oferecer as coleções “Yuniku de Hoet”, Allure de Wedd” e “Cabrio de Hoet”, três distintas armações que perfazem, no seu conjunto, um total de vinte e seis modelos/ desenhos com várias cores possíveis. Apesar desta já alargada oferta, a Yuniku é uma plataforma aberta que possibilita a adição continua de novos designs e cores.
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A tridimensionalidade Hoya chega ao mercado
CECOP em crescimento entra no espírito natalício O grupo multinacional de óticas independentes teve, até ao final do terceiro trimestre, um crescimento superior a 15 por cento no mercado luso. A notícia desta acentuada subida no número de sócios fidelizados junta-se ao lançamento, pelo terceiro ano consecutivo, do seu concurso de montras de Natal.
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Texto: Fernando Gonçalves
A CECOP, entrou nesta época festiva sob bons auspícios. O último relatório trimestral acaba de revelar um crescimento de mais de 15 por cento no número de associados em território luso. Entre os fatores que contribuíram para esta importante subida estão os programas de fidelização que premeiam o compromisso e a dedicação dos associados. A isto alia-se o potenciamento da sua imagem no mercado e as melhores condições negociais que a CECOP providencia com os principais partners de lentes oftálmicas, contactologia, armações, software e equipamentos. E para terminar 2017, os associados do grupo têm
a oportunidade de voltar a participar no concurso de montras de Natal levado a cabo pelo grupo. Entre 13 de Novembro e o final de Dezembro, as óticas associadas à CECOP podem candidatar-se bastando, para isso, que façam o upload de uma fotografia da sua montra à plataforma do concurso no Facebook. O processo de selecção do vencedor é simples: ganha quem tiver mais likes. Esta iniciativa pretende reforçar o papel de uma boa montra na dinamização dos pontos de venda das óticas associadas através de uma competição saudável, de partilha de experiências e transmissão de ideias de decoração.
já tem data marcada Os profissionais do eyewear já podem fazer planos para a última semana de fevereiro do próximo ano. Entre 24 e 26 de fevereiro, as portas da Fieramilano vão voltar a abrir-se para acolher a 48ª edição daquela que é considerada como uma das maiores feiras mundiais dedicadas a esta indústria. Texto: Fernando Gonçalves
Um ano, mais de 1200 expositores e 50 mil visitantes depois, a máquina MIDO Eyewear Show já está em movimento com o anúncio das datas em que se vai realizar o certame deste ano. Os dias 24, 25 e 26 de fevereiro estão reservados no espaço da Fieramilano para que os profissionais da indústria de eyewear possam apresentar ao mundo as novidades das suas empresas. Desde os grandes players até jovens start-ups à procura de um lugar ao sol, o objetivo passa por levar a bom porto negócios que tragam até à nossa visão as últimas tendências de um mercado que se encontra em expansão. Apesar dos contactos negociais e dos contratos fechados representarem a fatia de leão das empresas, nada se consegue sem a inovação e os seus criadores. À semelhança dos anos ante-
riores, o parque de exposições transforma-se numa “galeria de arte” onde os mais proeminentes designers desfilam as suas novas coleções e os trendsetters as consagram. Apesar de se realizar no continente europeu, a MIDO traz até si, de igual modo, os maiores players do empolgante mercado asiático com a China à cabeça. O cuidado na conceção de um negócio ou de uma coleção estende-se ao stand das marcas e às óticas. Nesta dimensão, os milhares de visitantes esperados podem votar, a partir do site da feira, naquele que considerem o melhor e mais original stand da feira. Ainda na categoria dos prémios, os óticos são chamados a decidir quais as melhores lojas óticas do mundo. O vencedor leva para casa, para além do prestígio, o galardão Bestore.
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MIDO 2018
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opti 2018 abre as portas da “loja do Futuro”
De 12 a 14 de Janeiro, Munique é a capital mundial da ótica e do design com a realização da edição de 2018 da opti – The International Trade Show For Optics & Design. O evento guiará os visitantes pelo futuro da ótica através da vanguardista Futureshop. Texto: Fernando Gonçalves
Novas tecnologias de diagnóstico, espelhos virtuais e sistemas interativos para montras de óticas, a que se somam impressoras 3D, novas soluções em matéria de software e design representam alguns das atrações presentes na feira alemã que, em 2017, conseguiu reunir na Messe München mais de 27 mil visitantes e 557 expositores provenientes de 35 países. Sob o mote do futuro, a 10ª edição da opti irá disponibilizar, aos profissionais presentes, formas e ferramentas para continuarem a inovar no serviço ao cliente como explica a diretora de projeto da opti 2018 Bettina Reiter: “As exigências e desejos dos consumidores estão a tornar-se cada vez mais detalhadas. Durante a sua visita a uma ótica, eles não esperam, somente, profissionalismo, um serviço de primeira classe e tecnologias de ponta, eles esperam, também, uma experiência de compra única. A Futu-
reshop é a resposta da opti 2018 a esta preocupação.” Nesta Futureshop, espaço emblemático da feira na próxima edição, será dado aos profissionais um vislumbre de que uma operará uma ótica perfeitamente integrada no espírito do tempo. Em estreita cooperação com os especialistas óticos, a “loja do futuro” divide-se em receção, área de “experiência de compra”, onde toda a disposição e design interior obedecem a um pormenorizado detalhe para cativar o potencial cliente, e área de testes. Esta última conta com tecnologia de ponta trazida por empresas como a Topcon, Zeiss ou OCULUS. Para além desta ferramenta de negócio chamada Futureshop, a opti 2018 decidiu continuar o projeto Optic 4.0, naquilo que será uma oportunidade única para os expositores mais inovadores apresentarem os seus produtos aos visitantes e fazerem negócio.
A Literacia em Saúde, como parte integrante da área de Saúde Pública e Cuidados de Saúde Primários, tem sido alvo de múltiplas revisões ao longo do tempo. O conceito surgiu na década de 1970 no Canadá, mas o interesse pela temática foi ultrapassando fonteiras chegando aos mais variados cantos do mundo.(1) Texto: Amélia Nunes | CICS - Centro de Investigação em Ciências da Saúde – Investigador/a | Departamento de Física – Docente do Departamento de Física | Centro Clínico e Experimental em Ciências da Visão – Coordenador Técnico
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define literacia em saúde como sendo o conjunto de “competências cognitivas e sociais que determinam a motivação e a capacidade dos indivíduos para terem acesso, compreenderem e usarem informação de maneira a promoverem e a manterem uma boa saúde”.(2) Literacia em saúde representa, portanto, a capacidade para tomar decisões em saúde, no decurso da vida do dia a dia (por exemplo em casa, na comunidade ou no local de trabalho), através do aumento de conhecimentos, mudança de hábitos e atitudes no sentido de assumir responsabilidades e aumentar o controlo sobre a sua saúde.(3) A investigação científica, bem como, o desenho e a implementação de estratégias dentro desta temática, tem ganho destaque na agenda europeia para a saúde.(4,5) A Estratégia em Saúde, da Comissão Europeia 2008-2013 considerou a literacia em saúde uma área de ação prioritária, propondo a promoção de programas dentro desta linha para diferentes faixas etárias.(4,6) Em Portugal,
a promoção da literacia em saúde dos cidadãos tem sido identificada como o caminho para a melhoria dos cuidados de saúde e é inclusivamente contemplada no Plano Nacional de Saúde (PNS) 2012-2016. (7) O conceito de literacia em saúde tem sido usado como um processo mediador para obter ganhos em saúde conjuntamente com campanhas de Promoção de Saúde, quer em adultos como em crianças.(8) A primeira conferência internacional sobre Promoção da Saúde, decorreu no Canadá, em Ottawa em 1986 e desta resultou a aprovação da Carta de Ottawa.(9) Trata-se de uma carta de intenções que procura contribuir com políticas de saúde em todos os países, de forma igualitária e universal. A carta de Ottawa defende a promoção da saúde como o fator fundamental para se aumentar a qualidade de vida. Promoção da Saúde é um processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorarem, sendo a literacia em saúde o seu instrumento primordial.(9)
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Conhecimentos da População em Geral sobre Saúde Visual Literacia em saúde
O nível de literacia em saúde depende de vários fatores, que vão desde as capacidades e competências individuais, passando pelos profissionais de saúde e culminando no tipo e forma como a informação é providenciada. (10) A avaliação do nível de literacia, na Europa, revela que cerca de 50 por cento da população possui um nível de literacia em saúde limitada, caracterizada como inadequada ou problemática, (11) e em Portugal, os resultados de um estudo piloto revelam níveis de literacia em saúde ainda mais baixos, na ordem dos 60 por cento (12). De entre os vários fatores que possam contribuir para uma literacia limitada, destacam-se a privação financeira, a educação e a idade. Os grupos sociais com mais dificuldades financeiras, com menor nível de escolaridade e de faixa etária mais elevada, são os grupos populacionais que apresentam piores níveis de literacia em saúde .(11) Melhorar a literacia em saúde e conseguir melhores resultados de autogestão em saúde, será benéfico tanto para o indivíduo como para o Serviço Nacional de Saúde.(13)
Apesar de se irem encontrando estudos científicos que relatam que um diagnóstico precoce, das condições visuais acima citadas, contribui para uma redução do risco de cegueira, faltam pesquisas que permitam quantificar o nível de literacia em saúde visual.
Estudo Exploratório Uma equipa de pesquisadores da UBI elaborou um pequeno questionário para explorar que conhecimentos os portugueses têm sobre os principais problemas visuais e qual a fonte desses conhecimentos. Os principais problemas visuais que se questionaram foram: erros refrativos, cataratas, retinopatia diabética e glaucoma. Procurou-se saber se já ouviram falar na condição, se conhecem os principais sintomas, se acham que é tratável, entre outras questões de caráter genérico. Foram inquiridos adultos ativos, ligados à comunidade educativa, contando com professores, auxiliares da ação educativa e encarregados de educação. Este estudo decorreu no âmbito de ações de promoção da saúde visual, dinamizado em escolas do ensino básico da região centro interior. O intervalo de idades da amostra respondente foi entre os 25 e os 63 anos. As caraterísticas básicas da população inquirida, podem ser visualizadas nos gráficos da figura 1. Pode-se constatar que existe uma maior participação de sujeitos do sexo feminino, e a amostra participativa apresenta níveis de educação médio/alto. Quanto à faixa etária, participaram em maior escala sujeitos com mais de 40 anos.
Género
A
B 30%
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Saúde Visual “Os défices visuais corrigíveis, quando não diagnosticados atempadamente, constituem um importante problema de saúde publica, claramente identificado no Plano Nacional de Saúde…” PNSV, 2016 A OMS reconhece a dimensão dos problemas visuais e sinaliza como principais causas de perda visual, nos países desenvolvidos, os erros refrativos, a catarata, o glaucoma e a retinopatia diabética (14-17). Em Portugal estima-se que metade da população sofra de alterações da visão e salienta que cerca de 20 por cento das crianças e 50 por cento da população adulta sofra de erros refrativos significativos (18). Além disto dos erros refrativos, a catarata, a retinopatia diabética e o glaucoma consideram-se as principais causas de perda visual na população adulta (19,20). O Plano Nacional de Saúde da Visão reconhece que “o país se encontra perante um problema de saúde pública que urge combater”, definindo e implementando estratégias de prevenção primária e de deteção precoce.(20). A promoção da saúde ocular e a prevenção de condições conducentes à incapacidade visual e à cegueira situam-se entre as ações prioritárias de programas de oftalmologia de caráter comunitário. (21) Também os profissionais de saúde têm sido convidados a adotar o “método clínico centrado no doente” que apresenta a “promoção da saúde e a prevenção da doença” como uma componente importante da consulta.(22)
Faixa etária
70%
25%
16% 73%
44%
Feminino
Masculino
2%
C
6% 34%
Escolaridade
< 29 anos
30 a 39 anos
40 a 49 anos
> 50 anos
9º ano
12º ano
Ensino superior
Figura 1: Caracterização da população respondente, por género, faixa etária e por nível de escolaridade
Para melhor compreender e enquadrar os resultados também interessa caracterizar a amostra deste estudo em termos de historial ocular. Constatou-se que apenas 5 por cento dos respondentes nunca consultou um profissional de saúde visual e que o principal motivo de consulta foi a necessidade, por verem mal ao longe ou ao perto. A frequência destas distribuições pode ser observada nos gráficos da figura 2.
Consulta com Profissional de Saúde Visual
Motivo da consulta
Não
23% Necessidade 77%
Sim 0
20
40
60
80
Rotina
100
Frequência (%)
Figura 2: Distribuição da amostra, por consulta a profissional de saúde visual e por motivo da consulta.
Refira-se ainda que da população inquirida, 22 por cento não usa qualquer tipo de correção ótica. A figura 3 mostra a frequência de uso de óculos ou lentes de contacto da população estudada. Constata-se que cerca de 60 por cento dos inquiridos usam correção visual para o perto, o que é espectável, pois a maioria da população inquirida possui mais de 40 anos.
Uso de óculos ou lentes de contacto
Frequência (%)
50 40 30 20 10 0 Não usa
para longe
para perto
para longe e perto
Figura 3: Distribuição da amostra pelo uso de correção ótica.
No que respeita ao questionário de conhecimentos da população em geral, sobre saúde visual, os resultados, apontam para fracos conhecimentos sobre os problemas visuais mais comuns. Através da observação da figura 4, verifica-se que a catarata é o problema visual mais conhecido e os erros refrativos são o problema visual menos conhecido, o que exige alguma reflexão, pois verificamos que apenas 20 por cento dos inquiridos não usa correção ótica. Além disto, deve-se salientar o facto de que apenas 5 por cento da amostra questionada, ainda não consultou um profissional de saúde visual. Este facto sugere que a comunicação clínica poderá ser um aspeto sofrível na consulta, o que deve preocupar todos os profissionais de saúde visual, no sentido de se esforçarem por trabalhar na sua consulta a componente da promoção da saúde visual. Categoria “nunca ouviu falar” Catarata
Retinopatia diabetica
Glaucoma
68,37
60
51,02
40
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Frequência de respostas (%)
Erros refrativos 80
28,57
20
7,14
0
Figura 4: Percentagem de respostas “nunca ouviu falar”, sobre Erros refrativos, Catarata, Retinopatia diabética e Glaucoma.
A figura 5 mostra as percentagens de resposta dos participantes quanto à fonte de obtenção de informação sobre os conhecimentos que possuem, para cada um dos problemas visuais que foram questionados. Obtiveram-se respostas em várias categorias, de onde se salientam os “profissionais de saúde”, “familiar ou amigo que sofre do problema”, “familiar ou amigo que não sofre do problema”, “meios de comunicação” e “outras fontes”. Na categoria “outras fontes” assistir a palestras de sensibilização e leitura de panfletos de informação médica foram os mais significativos.
Frequência de respostas (%)
Fonte de de aquisição de conhecimentos 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Profissional saúde Familiar/amigo c/ problema Familiar/amigo s/ problema Meios de comunicação Outras fontes Erros refrativos
Catarata
Retinopatia diabetica
Glaucoma
Problema Visual
Figura 5: Distribuição das respostas dos participantes por várias fontes de aquisição de conhecimento.
Nunca ouviu falar
Uma observação atenta ao gráfico mostra que a categoria “profissional de saúde” não representa a fonte de informação mais frequente sobre os problemas visuais mais comuns na população. Constata-se também que a categoria “familiar ou amigo que não sofre do problema” é uma fonte de informação sem significado. Para melhor visualizarmos onde é que a amostra da população obtém informação sobre questões de saúde visual, com mais frequência, deveremos observar com cuidado e com olhos críticos o gráfico da figura 6.
Frequência de respostas (%)
Conhecimentos sobre saúde visual 40 35 30 25 20 15 10 5 0
Erros refrativos Catarata Retinopatia diabetica Glaucoma Profissional saúde
Familiar/amigo c/ problema
Meios de comunicação
Fontes de informação Figura 6: Distribuição das respostas dos participantes pelas fontes de aquisição de conhecimento mais refe-
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ridas.
Verifica-se que a categoria “meios de comunicação” representa uma boa fonte de informação quanto a estes problemas, onde cerca de 20 e 30 por cento refere ter ouvido falar de catarata, retinopatia diabética e glaucoma. Contudo, no que respeita a erros refrativos, a percentagem de pessoas que receberam informação sobre este tópico através dos meios de comunicação desce abaixo dos 10 por cento. Num mundo cada vez mais globalizado, dominado pelas tecnologias, seria de esperar níveis de informação sobre qualquer dos problemas visuais inquiridos, bastante superiores. Relativamente à informação recebida através de um familiar ou amigo que sofre do problema, a catarata é o problema visual que mais beneficia deste meio de transmissão de informação. Contudo, a falta de rigor na informação recebida por esta via leva a que muitas das vezes os conhecimentos não sejam os mais corretos. No que toca a informação recebida por parte de um profissional de saúde, constata-se que nem chega aos 15 por cento a percentagem de respondentes que tem conhecimentos de alguns problemas da saúde visual através do seu optometrista, ortoptista ou oftalmologista. Em jeito de conclusão, assinalam-se dois aspetos que merecem destaque: 1: Os dados do trabalho revelam que a amostra estudada apresenta fracos conhecimentos sobre os principais problemas de saúde visual. Note-se que a amostra utilizada não é representativa da população portuguesa, contudo este facto não é encorajador. Tendo em conta as conclusões científicas de outros estudos
dentro da temática, grupos sociais com mais dificuldades financeiras, com menor nível de escolaridade e de faixa etária mais elevada, são os grupos populacionais que apresentam piores níveis de literacia em saúde (11). Segundo este raciocínio, a amostra do trabalho representa um grupo populacional privilegiado, pois assenta maioritariamente em sujeitos em idade adulta, produtiva e tendo a maioria um curso superior. Estes dados sugerem que a população portuguesa possa ter conhecimentos ainda mais baixos, acerca dos principais problemas visuais, junto da população com mais baixas qualificações. 2. Além da grande percentagem de participantes que referiram “nunca ouviu falar” sobre as questões de saúde visual inquiridas, outra questão que merece especial reflexão é a baixa percentagem de sujeitos que ouviu falar nestes problemas, através de um profissional de saúde. Se a esta análise adicionarmos o facto de praticamente toda a população inquirida já ter consultado um profissional de saúde visual, poderemos inferir que não é por falta de acesso a cuidados de saúde primários na área da visão, que a população não é informada. Os baixos níveis de conhecimentos sobre saúde visual apontam para a necessidade de se desenvolverem e implementarem estratégias que permitam promover a saúde visual na população em geral. Neste campo, os profissionais de saúde da visão têm um papel fundamental do qual não se devem distanciar. Além da dinamização de atividades “extra” gabinete clínico, os profissionais de saúde visual deverão procurar integrar na sua rotina a componente da promoção da saúde e prevenção da doença.
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O profissionalismo em primeiro lugar
A MultiOpticas é a marca Nº 1 do sector ótico em Portugal. E não é por acaso. Fazemos parte da GrandVision, o grupo líder mundial em ótica de retalho, com mais de 6500 lojas em mais de 40 países. Há 29 anos a operar em Portugal, temos mais de 200 lojas espalhadas de norte a sul. Esta dimensão internacional aliada à qualidade de serviço permite-nos dar a melhor resposta às necessidades dos nossos Clientes, porque eles também colocam o profissionalismo em primeiro lugar.