Lookvision64 issu

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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 64 • FEVEREIRO 2018

Paulo Cenicante Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

Transparência e ambição Carl Zeiss Vision

“Conduz” a sua visão em segurança

Maui Jim

Um novo desafio chamado lentes oftálmicas

CIOS

Luta contra o olho seco ganha valências únicas no Porto




12

22

26

CIERZO EYEWEAR

Paulo Cenicante

MULTIOPTICAS

No olhar e no coração

Transparência e ambição

José Diogo Quintela é o novo rosto do grupo

36

40

48

ESSILOR

OPTI 2018

CIOS

BREVES

ENTREVISTA DE CAPA

OUTROS OLHARES

OLHAR O MUNDO

Apresenta carro do ano 2018 com a segurança rodoviária como pano de fundo

Crescimento em direção ao futuro

50 Índice | 4 |

OPTOMETRIA CONTACTUM 2018

Inovação ao serviço da educação e da Saúde Visual

Tema de Capa: Paulo Cenicante revelou-se numa conversa intimista pragmático, positivo e ambicioso, caraterísticas que lhe valem o sucesso profissional.

Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos, Fernando Gonçalves Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores.

OLHAR EM PORTUGUÊS

OFTALMOLOGIA Luta contra o olho seco ganha valências únicas no Porto


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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 64 • FEVEREIRO 2018

PAULO CENICANTE Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

Transparência e ambição CARL ZEISS VISION

“Conduz” a sua visão em segurança

MAUI JIM

Um novo desafio chamado lentes oftálmicas

CIOS

Luta contra o olho seco ganha valências únicas no Porto

As múltiplas faces da ambição

Editorial | 8 |

O significado que muitas vezes colamos à palavra ambição tende a ofuscar o seu devido valor. Naquele que é o mês do Carnaval e do amor, esta palavra deambula pelas páginas da nossa revista limando preconceitos e reorientando pontos de vista. É assim com Paulo Cenicante, líder da Visão Pioneira nas Caldas da Rainha que nos mostrou como a ambição fez crescer e abrir o seu grupo a novos desafios sem pôr em causa a idoneidade da organização; é assim com a Maui Jim e o advento das suas primeiras lentes oftálmicas que o seu diretor de global brand activation nos ajudou a descobrir na entrevista que nos foi concedida; é, também, assim que a mente do diretor criativo da Roundten nos mostra como levar mais além um conceito e transformá-lo em eyewear de vanguarda estilística e conceptual. Ainda que envergonhada, a palavra solta-se na forma de uma vontade férrea que procura fazer mais e melhor como é o caso da MultiOpticas e do seu novo rosto, José Diogo Quintela ou da Essilor e da sua aposta na saúde visual dos condutores portugueses durante a apresentação do Carro do Ano 2018. Talvez seja somente isso, a ambição precisa de ser bem conduzida com a mesma precisão e segurança com que a Carl Zeiss Vision Portugal entrega as novas lentes DriveSafe com tecnologia i.Scription aos consumidores. Sem nos encadearmos pegamos na nossa ambição e tornamo-la na vossa edição de fevereiro da LookVision Portugal.

Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.


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Making Off | 10 |

Game, set, match! Texto: Fernando Gonçalves | Fotos: Hugo Macedo

A vida de Paulo Cenicante bem podia ser um jogo de ténis. Pega numa bola nova, serve e joga o ponto como dele dependesse a sua existência. Fá-lo na gestão das suas óticas e fá-lo, nos raros tempos livres, num campo de ténis. Tal como para Jack Welsh, líder da General Electric durante décadas, vencer não é só uma palavra, é, também, uma forma de olhar a vida. Game, set, match!



Götti

Breves | 12 |

Lança uma nova perspetiva sobre o eyewear A marca sediada na Suíça tem um forte ponto de vista quanto ao conceito de óculos e à forma como eles devem ser produzidos. Este ponto de vista foi, agora, transformado na ultra-leve e minimalista coleção Perspective, sem parafusos, colas ou soldaduras, apenas aço inoxidável impresso em 3D e que une as duas lentes através de uma generosa dose de design. Estes são os ingredientes que transformam a nova linha num poderoso, mas discreto, manifesto artístico. Tudo isto só é possível graças ao novo mecanismo de impressão 3D Dimension X, um dispositivo que permite levar a personalização de cada par de óculos a um novo limite.

Cierzo Eyewear

No olhar e no coração Num mês em que o romantismo anda no ar e a semente da primavera já medra, a marca pertencente ao portefólio Institutoptico leva mais longe o seu amor pela visão e coloca em destaque cinco modelos tendência retirados à sua nova coleção Monumentos de Portugal. Para o eterno feminino, a tendência proposta pela Cierzo Eyewear passa por acetatos pontuados de cores vibrantes e lentes rosa. Para eles, o conceito rege-se pelo charme dos óculos estilo aviador ou, no caso de homens mais discretos, pelas armações pretas e finas. Apesar das tendências apontadas pela Cierzo fazerem a ponte entre a visão e o “mês do coração”, a coleção Monumentos de Portugal acaba, tal como o património a que presta homenagem, por ser intemporal e alargar o binómio mulher/homem às crianças, o que a transforma perfeita para toda a família. Para além destas caraterísticas, todos os modelos da nova linha vêm com o código de cores para daltónicos ColorADD.


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Breves | 14 |

FYSH UK

Inaugura a época estival Ainda é cedo para tirarmos as roupas de verão do armário mas a marca produzida pelo WestGroupe já passeia a sua nova coleção primavera/verão por aí. Nove modelos, cada um deles disponível em três cores diferentes, compõem um conjunto que mistura, de forma inteligente, as últimas tendências no eyewear com os padrões cheios de vivacidade da FYSH UK. Multifacetada, esta coleção move-se entre as formas cat eye dos F-2020 e F-2027 cujo acetato se entrega nas “mãos” de um gradiente, ora translúcido ora brilhante, e as formas aviador dos modelos F-2021 e F-2022 que reconfiguram o estilo, fazendo envolver as armações de metal em couro. Esta mistura de materiais, tendência nesta estação, é continuada nos modelos F-2023, F-2024, F-2025, F-2026 e F-2028 com o acetato a envolver-se numa “dança” altamente estética e elegante com o metal.

Alain Mikli

A paixão segundo a CooperVision A CooperVision, importante player do mercado das lentes de contacto, repensou a relação entre as lentes de última geração Biofinity Energys e a vanguardista solução de manutenção Hy-Care e decidiu juntá-las num só produto. A partir de agora, oferecem, de forma simultânea, proteção contra a fadiga visual digital e uma lubrificação que respeita a natureza dos olhos, fazendo com que os pacientes disfrutem de uma visão confortável de forma natural.

Na passarela da Paris Haute Couture O evento destinado a apresentar as criações das casas da alta-costura mundiais, realizado entre 21 e 25 de janeiro, foi o palco escolhido para mostrar a nova coleção de eyewear da Alain Mikli. Fruto da colaboração entre a marca pertencente ao portefólio da Luxottica e o designer Alexandre Vauthier nasceram quatro modelos inspirados nos desfiles de moda e nos fotógrafos mais proeminentes nesta área. Influenciado pelas mulheres parisienses modernas, o conjunto primavera/ verão da Alain Mikli, apresentada na passarela por modelos como Bella Hadid ou Vittoria Ceretti, é marcado pela utilização de cristais Swarovski e pelas suas formas retangulares rasas embebidos numa estética futurista. Esta nova coleção estará disponível a partir de abril.


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PROOPTICA

Breves | 16 |

Novas coleções Jaguar e Davidoff Na última edição referimo-nos, erroneamente, às coleções Jaguar e Davidoff como novas aquisições da Prooptica. Tal não corresponde à realidade. Estas coleções já faziam parte da oferta da Prooptica, e cresceram em novos modelos.

Ørgreen

De mãos dadas com o futuro Depois de na última Silmo ter lançado, em colaboração com a Hoya, doze modelos para a plataforma de impressão 3D e scanning facial Yuniku, a Ørgreen deitou mãos à obra de conceber uma nova coleção ótica que agora aporta ao mercado de eyewear. Esta criação vai ao encontro das exigências de um cliente que procura aliar o design à funcionalidade nos seus óculos. Com a Yuniku como aliada, a marca dinamarquesa concebeu peças que a plataforma consegue adaptar a qualquer face. As armações são feitas numa forte e leve poliamida e refletem o estilo minimalista da Ørgreen. Para celebrar o nascimento das criações a Ørgreen+Yuniku juntou-se à GamFratesi Studio, vencedora dos Wallpaper+Design Awards 2018, para a ajudar a reconfigurar a montra da sua loja-mãe em Copenhaga. O resultado assentou na criação de uma série de rostos esculturais, inspiradas nos desenhos de Picasso, em diferentes materiais que querem mostrar como a plataforma Yuniku celebra a diversidade e originalidade contida em cada rosto.

Jean-François Rey

Começa o ano com dupla novidade A Le Cuir, assim se chama a linha de couro com a chancela da casa Jean-François Rey, acaba de ser enriquecida com a adição de novas formas retro que colocam o enfâse na estética e elegância tendo, como sempre, o couro como o seu eixo gravitacional. De acordo com a marca, a originalidade e inovação dos mais recentes modelos reside na delicada colagem de materiais sobre a “sobrancelha” do aro a que se somam as cores naturais utilizadas sobre o couro. Em paralelo a esta novidade, a JF Rey acaba de dar a conhecer a Soho Collection, uma nova linha de armações de metal inspirada na cultura e arquitetura do peculiar bairro nova-iorquino. Leve, esguia e poderosamente colorida, a nova coleção “dá à luz” seis novos modelos que oferecem ao seu portador um look urbano e contemporâneo.


Preparado para graduação. MODELO APRESENTADO: SWEPT AWAY

A vista é melhor desde aquí. A nossa leve lente PolarizedPlus2® são tão flexíveis como tu, adaptam-se às diferentes condições de luz, enquanto eliminam o brilho e realçam as cores. Experimenta um par e comprova por ti mesmo. Cor. Claridade. Detalhe.


NEW BALANCE

Elock comprometido com os desportistas O sistema inovador criado pela marca pertencente ao portefólio da Prooptica carateriza-se por incorporar uma tecnologia única que redefine o conforto em óculos desportivos. O utilizador tem a possibilidade de ajustar as ponteiras do modelo em quatro posições (0, 27, 54 e 81 graus), conseguindo um ajuste ideal à orelha que lhe proporciona um excelente conforto e segurança durante a prática desportiva. A coleção Elock está disponível em seis modelos que englobam uma multifacetada paleta de cores.

Breves | 18 |

CES 2018

Alain Afflelou

Fevereiro “ecológico” pintado a vermelho Smart Tonic A marca francesa, presente em Portugal desde 2008, aproveitou a chegada do mês do amor para pintar as suas mais de 30 lojas de norte a sul do país de vermelho e colocar em plano de destaque a sua coleção Smart Tonic com lentes magnéticas e ainda a nova linha de óculos graduados 100 por cento ecológica. As armações amigas do ambiente cumprem os requisitos do desenvolvimento sustentável, reduzindo a pegada ecológica proveniente do seu fabrico, consagrando-se como a união harmónica entre design e sustentabilidade. Denominador comum a estas duas coleções assinadas pela Alain Afflelou está nas formas redondas, uma predominância que marca as tendências deste início de 2018.

Eyewear e o digital de mãos dadas na última CES 2018 O evento dedicado à tecnologia, organizado em Las Vegas, EUA, entre 9 e 12 de janeiro, elevou o mercado do eyewear a um novo patamar. Entre os quatro mil expositores estiveram muitas empresas ligadas à área da visão que aproveitaram o certame para apresentar as últimas novidades em termos de óculos inteligentes. Neste âmbito saltaram à vista o novo dispositivo para aqueles que sofreram lesões retinianas da israelita Ici Vision, os óculos inteligentes Relumino da Samsung que, juntamente com um smartphone, analisam a imagem e aumentam o contraste e as cores para torná-la mais clara ou os primeiros óculos de realidade aumentada a incorporar o assistente virtual da Amazon, Alexa. Esta última novidade foi produzida pela Vuzix e faz interagir a informação que os óculos rececionam com a Alexa, permitindo receber novas informações, na hora, sobre mapas ou potenciais locais para efetuar uma compra. Dentro desta dimensão, deixamos uma última palavra para o novo sistema New Glass C220 da Lenovo que é capaz de reconhecer objetos reais graças ao uso da inteligência artificial. O produto é baseado em Android e explora separadamente as duas lentes da unidade de vidro: com um olho, será possível ver o mundo real, enquanto os outros desfrutam da realidade aumentada.


Dá as boas-vindas à primavera A nova coleção primavera/verão da Blackfin dá o ar da sua graça. Batizada de Year Two of Phase Three (II – III), os novos modelos querem, de acordo com a marca, ir além do tradicional aspeto Blackfin em que o retro-futurismo do conceito se mistura com a contemporaneidade das formas para dar origem a armações que antecipam a nova jornada estilística empreendida pela Blackfin. Entre as novidades emergem as duas peças inspiradas na arquitetura modernista, Bonita Bay BF830 e Ocean Ridge BF831. Enquanto a feminina Bonita Bay sobressai pela elegante silhueta e sombras em leves tons de ouro, cor-de-vinho ou cor-de-rosa framboesa, a masculina Ocean Ridge exibe uma forma mais retangular expressa em “quentes” sombras de preto, azul, cinzento metálico ou castanho-escuro. Para além destes, a Blackfin disponibiliza, ainda, os modelos retro Elliott Key BF833 e Marrowstone BF832, bem como os novos e esculturais óculos de leitura sem rim superior LamarBF824.

Safilo

Nova coleção de óculos graduados já está no mercado A novel aposta da marca para a a próxima temporada deste ano enaltece o design, a inovação e o conhecimento Made-in-Italy consagrando-o em caraterísticas como a ponte de mola dupla, os terminais ergonómicos anti-deslizantes e as plaquetes ajustáveis e intercambiáveis. Elementos, a que se junta a interação entre as formas redondas e desenhos geométricos visíveis no design da dobradiça, e na ponta da haste. Em termos de materiais, a Safilo segue a tendência global apostando na combinação do acetato com o metal que adquire diferentes arranjos nos vários modelos propostos: Buratto, Sagoma, Aletta, Ranella e Forgia.

Breves | 19 |

Blackfin


Cutler & Gross

Breves | 20 |

KLiik

Nova coleção navega entre o design e a moda Cinco novos modelos, dois femininos, dois masculinos e um unisexo, são o “fruto caído da árvore” da dinamarquesa KLiik. Inspiradas pelo minimalista design escandinavo e pelo universo da moda, as mais recentes propostas trazem consigo padrões únicos, cores transcendentes e acabamentos originais que exacerbam o caráter fluído e ergonómico da estética nórdica. No domínio do feminino, esta marca ganha expressão nos modelos K-602 cat eye em que a laminação de dois tipos de acetato exclusivos nos frontais e nas hastes, garantem um look distinto e original. A este K-602 soma-se, ainda no feminino, o retangular modelo K-606 em aço inoxidável. No campo masculino, a novidade também se escreve no plural, com a adição os desafiantes e subtilmente desportivos K-603 e K-605. Last but not the least a KLiik apresenta o unissexo K-604 com o seu design retro de forma circular e ponte perfurada.

Kubouram

Luxo para ele e para ela Estilo, luxo e a arte de bem esculpir eyewear são, desde 1969, o lema da britânica Cutler & Gross. Estes motes e a individualidade presentes no espírito de cada peça são apreciados por figuras cimeiras nas áreas da moda, música e cinema, figuras que, agora, têm em His & Hers mais uma razão de deleite. Criada a partir de acetato italiano, esta coleção tem nos modelos feminino 1288-05 Black on Mango e no masculino 1289-04 Airforce Blue duas fortes marcas identitárias. Se os primeiros se afirmam como um statement dramaticamente chic de armações óticas angulares e hastes elegantemente afuniladas, os segundos levam um leve tempero retro consubstanciado numa armação fina e angular ao mais proverbial estilo americano.

Armações transformadas em arte na “galeria” Kubouram A marca de eyewear berlinense Kubouram, encabeçada pelos seus mentores Livio Graziottin e Sergio Eusebi, e o artista contemporâneo Danilo Bucchi juntaram esforços e o resultado foram dez novas máscaras para outras tantas armações one-of-a-kind. Esta original e exclusiva coleção foi apresentada na romana Monocle Eyewear Gallery e enfatiza o aspeto concetual do eyewear atual. Como ponto de partida, Bucchi escolheu três designs de armações em acetato Kubouram e a partir daí esculpiu-os através de incisões, colagens, adição de resinas e bas-relief (técnica escultória marcada pelo baixo-relevo das peças daí resultantes). Esta intervenção originou dez novos modelos únicos acompanhados de uma maleta, também ela personalizada em função de cada modelo, e uma Polaroid assinada pelo punho de Danilo Bucchi.


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Entrevista de Capa | 22 |

Paulo Cenicante

Transparência e ambição Nasceu em Lisboa e viveu em até aos oito anos em Oeiras, altura em que se muda com a família para as Caldas da Rainha. Filho de oftalmologista, Paulo enveredou pela medicina dentária longe de imaginar que seria na ótica que faria carreira. Nesta mudança de rumo o nome do seu pai teve um papel preponderante. Texto: Fernando Gonçalves | Fotos: Hugo Macedo

Nome querido nas Caldas da Rainha, Paulo Cenicante pai entregou ao filho uma empresa cuja faturação atingia o meio-milhão de euros por ano, sem receio de o estar a fazer a um jovem de 26 anos. A confiança revelou-se certeira e o grupo Visão Pioneira acabou 2017 a valer três vezes mais. Neste domínio específico, Paulo acaba por deixar, ainda, uma palavra à importância que o diretor geral da Opticalia, António Alves, teve em todo este processo de crescimento. Faz da transparência e do profissionalismo marca identitária das suas cinco diferenciadas e, por vezes, concorrentes óticas. Estas idiossincráticas linhas,

que a palavra ambição sempre acompanha, servem de guia a um grupo em constante expansão que acaba de se atirar ao setor da audiologia. E tudo isto motivou o nosso périplo a sul em busca de um empreendedor que se revelou um excelente comunicador, sociável, sagaz e irrequieto, no entanto sem renegar ao pragmatismo essencial a quem está numa missão de conquista. E de facto, depois de nos perdermos nas ruas labirínticas das Caldas da Rainha, nada mais reconfortante que um Paulo Cenicante de sorriso pronto e conversa solta que nos brindou com uma visita guiada àquele que é o seu património.

O seu pai é médico oftalmologista. Foi ele que o puxou para a área da visão? Como é que nasce a sua relação com esta área? Todo o nosso caminho é feito por etapas e o meu pai acaba por ter uma grande importância nessa decisão. Ele sempre soube planear na perfeição! Largar o serviço público é, no meu entender, a grande decisão tomada no início da sua atividade empresarial porque é o momento em que ele decide ter uma clínica própria. Esta decisão empresarial acaba por ser importantíssima e marcar todo o nosso percurso que se seguiu. Depois disto levantou-se a questão da diversificação. Então aí entrámos,


com muito sucesso, no ramo da ótica. As pessoas entenderam bem o nosso posicionamento, trabalhamos afincadamente e, depois disso, quando começamos a abrir lojas, chegamos à decisão de profissionalizar. É nesta parte que eu apareço. Foi nesta altura que o meu pai me lançou o desafio que acabei por aceitar. Tinha acabado o meu curso de medicina dentária e entusiasmava-me a ideia de abrir um consultório privado, mas quando surgiu este repto, não pensei duas vezes. Integrei logo um mestrado em gestão de empresass. Na altura, o Dr. António Alves foi, e é importante referir isto, uma pessoa muito importante nesta decisão.

É difícil carregar o sobrenome Cenicante? O seu pai é uma pessoa muito querida e reconhecida aqui nas Caldas. De todo, para mim é muito fácil! No entanto, simultaneamente, acaba por ser muito difícil avaliar como seria a minha ascensão num outro sítio. Ou seja, quando aqui cheguei tinha as portas abertas. Toda a gente me conhecia como o filho do meu pai. Tive duas grandes vantagens no meu início. Uma foi o nome, o que me facilitou bastante em todos os aspetos. Quando queria marcar uma reunião, as pessoas, tradicionalmente, recebiam-me bem. A outra vantagem, e é muito interessante

•• ” Existem tantas óticas a abrir em por que as pes s oa s t êm a sensação de que se tr ata de um a área me lh or d o q ue realmente é” ••

isto, foi a idade. As pessoas tinham curiosidade em conhecer aquele jovem com tanta responsabilidade sobre os ombros. São detentores de cinco óticas altamente diferenciadas e que estão disseminadas por uma área relativamente pequena. A primeira foi a Ótica Milénio das Caldas e depois a Ótica Milénio da Benedita. Posteriormente surgiu a Opticalia na artéria principal das Caldas da Rainha, a rua Almirante Reis. A quarta foi a Opticalia do shopping La Vie e, por fim, abrimos um novo posicionamento de ótica também na Almirante Reis, a Óptica 21, mais vocacionada para um publico jovem e irreverente. E entre as lojas de shopping e as lojas de rua. Existem diferenças entre elas? Existe uma grande diferença entre o cliente de shopping e o cliente de rua. Dentro de um centro comercial o preço tem outra importância e até mesmo a relação com os colaboradores é muito diferente. O mercado da ótica, no geral, é fortemente relacional, até mais do que se possa pensar, no entanto numa grande superfície comercial, como é o La Vie onde temos a nossa segunda Opticalia, há menos proximidade. As pessoas aceitam muito bem essa questão, no entanto, há coisas que podemos fazer na rua mas que não podemos no shopping. Quando

alguém entra numa loja de rua o vendedor vem falar com o potencial cliente. Isto, nas grandes superfícies, é considerado intrusivo, nesse espaço as pessoas querem que lhes seja dada liberdade para escolher. Esses grandes espaços comerciais são, tradicionalmente, empresas fechadas que confiam muito mais facilmente nas multinacionais. Para abrir uma loja lá, torna-se essencial ter um contacto e uma gestão profissional. É aqui que o António Alves entra e acaba por conseguir fazer e muito bem a ponte entre ambos. A nossa entrada nesse domínio foi muito importante. Como é que um grupo tem óticas em que parte delas pertence a uma cadeia e outra parte são óticas independentes. Ou seja, vocês não fazem concorrência entre vocês? Existe sempre uma parte em que fazemos concorrência a nós mesmos. Tomemos, por exemplo, a entrado na Opticalia. Na altura decidimos ter um produto Opticalia porque acreditávamos no projeto. Era competente, inteligente e dava-nos uma imagem que gostaríamos de transmitir para a rua. Tinha um ADN mais ligado à moda e era isso que pretendíamos transmitir. Abrimos aí (rua) e abrimos no shopping. A seguir, quando entendemos que existia a possibilidade de ter um posicionamento jovem, aliado à vontade de

Entrevista de Capa | 23 |

Pegou numa empresa com uma facturação de 500 mil euros e transformou-a numa empresa com um milhão e meio. Entrou no momento ideal… Acho que tive um papel importante nisso. Isto surge devido à confiança, perfeitamente incrível, do meu pai nas minhas capacidades. Ninguém entrega uma empresa de meio milhão de euros a uma pessoa de 26 anos e o meu pai confiou, confiou totalmente. É óbvio que esteve sempre muito presente naquilo que foram as nossas decisões estratégicas mas, essa confiança, acabou por ser determinante no meu trabalho. Tomámos as decisões certas e acabámos por conseguir demonstrar que quanto mais transparente é a gestão de uma empresa maior se torna a alavancagem. Isto permite às pequenas empresas tornarem-se grandes. O negócio é bom e tem boas margens, ninguém esconde isso, mas existem muitas outras áreas que têm boa rentabilidade. Existem tantas óticas a abrirem porque as pessoas têm a sensação de que se trata de uma área melhor do que realmente é. E porquê? Porque se o patrão, à partida, esconde margens, as pessoas pensam que elas são pornograficamente boas. Com isto em mente, as pessoas acabam por cometer um erro. A postura transparente que a nossa equipa adota é uma contra-tendência.


mos os custos na mesma medida. Isto foi o que a maioria das óticas fez. O meu professor respondeu-lhe que estava ali para ensinar como gerir e não como falir. Esse foi o problema, empresas, como a Wells, a SONAE ou a MultiOpticas, arranjaram formas de ter uma estrutura mais leve e, quando o conseguiram, apresentaram preços mais baixos ao público. Isto é uma vantagem mas sempre foi visto pela ótica com grande desconfiança e como uma afronta. Porém, isto é boa gestão.

Entrevista de Capa | 24 |

No meio de tudo isto onde é que fica a qualidade do produto, do serviço, do atendimento? Abdica-se dessa parte. Obviamente que se abdica dessa parte. As pessoas têm que ir buscar o lucro a alguma dessas coisas. O que eu digo é que o posicionamento desse tipo de lojas é claro, é um posicionamento low cost. Nós cobramos mais e assumimos o porquê. Trata-se de diferenciação, mas não me parece que elas estejam erradas ou que tenham vindo destruir o mercado. De igual modo, o aparecimento de uma empresa com um posicionamento premium fará com que o mercado se ajuste novamente e isso é, tão-somente, uma questão de posicionamento.

o fazer nas Caldas da Rainha, decidimos que tinha de ser naquela rua. Como não queríamos ter duas Opticalia na mesma artéria gizamos um empreendimento um bocadinho diferente e acabámos por abrir a Óptica 21. Acha que advento das lojas low cost pode ser algo que a curto prazo possa vir a prejudicar o mercado? Considera-as uma ameaça? Tenho uma opinião contrária à maioria das pessoas nesse aspeto. Acho que o que aconteceu foi que entraram empresas com uma gestão transparente e clara na ótica. Isto acaba por marcar muito o desenvolvimento do mercado. Existem duas formas de encarar o negócio ou de fazermos liderança. Uma é pelos custos e a outra é pela diferenciação. Nenhuma delas está errada e nenhuma delas é melhor do

que a outra. Lembro-me perfeitamente de estar numa aula de estratégia empresarial e o meu professor nos perguntar: “entre liderança pelos custos e diferenciação qual é a mais fácil de ser copiada?” A maior parte dos alunos respondeu que era mais fácil copiar a liderança pelos custos. Isto está errado, porque na diferenciação temos que comunicar à pessoa o que estamos a fazer de diferente e porque razão isso lhe trará valor acrescentado, ou seja, acabamos por dizer a todos os nossos concorrentes o que estamos a fazer de diferente. A liderança pelos custos, bem-feita, não faz isso. O que ela faz é arranjar uma forma de ter uma gestão com o mínimo de custos possível e depois cobra menos ao cliente. Voltando à aula, um colega meu perguntou se não poderíamos baixar, logo à partida, os custos. Não percebemos como é o que os outros fazem mas baixa-

E falando em serviço, há muitos colegas seus que não têm consultas gratuitas e que acham que não perderam clientes com isso, pelo contrário. Nas Caldas da Rainha é prática corrente as consultas serem gratuitas? Concordo e admiro-os (risos). Infelizmente nas Caldas é pratica corrente. Se me perguntarem a minha posição quanto a este assunto, eu digo, que sou francamente contra as consultas gratuitas. Se me perguntarem se isso é suficiente para eu mudar a estratégia da empresa enquanto as outras não mudarem, aí eu respondo que não o posso fazer. O que é necessário mudar? É necessário regulação. As palavras gratuito e saúde não podem estar juntas mas, em optometria, estão. Enquanto deixarem que isso aconteça, eu, como gestor, apesar de querer arrancar todos os cartazes a anunciar as consultas gratuitas, não o posso fazer. Quem é que está a falhar? Serão os optometristas, o Estado, ambos ou nenhum deles? Sinto que o mercado da ótica, no geral, poderia ser mais unido nesse sentido. Há causas comuns em torno das quais nos podíamos unir, nomeadamente na questão da optometria e da sensibilização para a saúde visual. Quanto mais pessoas estiverem sensibilizadas para esse tipo de


cuidados, melhor é a sua saúde visual e maior é o mercado. No entanto, sinto que ainda é complicado para muitos profissionais trabalharem com um concorrente seu. Há muito trabalho a ser desenvolvido, há muitas coisas que estão a ser feitas extraordinariamente bem e há coisas que se poderiam fazer bastante melhor. Há uma nova geração, mais sensível a essas questões, que irá fazer essa parte. Não tenho dúvidas nenhumas.

Se tivesse que escolher um lema para o vosso grupo qual seria? Qual é a palavra-chave? Diria ambição. Quando o António Alves chegou ao pé de mim, a primeira pergunta que me colocou foi: “onde é que te vês daqui por um ano?”. Eu disse-lhe que daqui por um ano, na altura a empresa aturava meio-milhão de euros, estaria a gerir uma empresa de um milhão de euros, consegui. Ele é fantástico, dei-me muito bem com ele. Foi das pessoas que mais importância teve na minha decisão de abraçar este desafio. Nós acabamos por vir do nada e chegar a tudo. O meu pai começou nas Caldas da Rainha a partir do nada e lançou um consultório. De um consultório passamos a três clínicas, cinco óticas e três clínicas auditivas. Como é que surgem estas clínicas auditivas? Surgem, mais uma vez, da mesma forma que surgiu a parte da ótica. Analisamos o mercado e achámos que era uma necessidade a que era importante respondermos. Estamos a começar. Aliás, começamos há dois dias e pretendemos transformá-lo num projeto nacional daqui por quatro anos. Não tenho a menor dúvida de que o conseguiremos. Somos uma empresa de vinte pessoas e são elas que fazem com

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Como é que antevê o futuro da ótica? O futuro da ótica vai passar pelo profissionalismo e isso não vai favorecer em nada os óticos tradicionais. E eu, grupo Visão Pioneira, considero-me como uma empresa que tem, em grande parte, esse lado tradicional. Eu não tenho qualquer tipo de reserva em relação às multinacionais. O problema está no facto do aparecimento dessas empresas ter exposto as falhas do mercado. Há uma expressão que eu costumo usar e que carateriza esta questão: “quando maré está baixa é que vemos quem é que está a nadar sem calções”. O facto de as multinacionais terem aparecido aumentou a pressão e, aumentando a pressão, mostrou quem é que não estava preparado para isso. Ou seja, é a sobrevivência do mais forte e o mais forte é o mais bem preparado, é o mais profissional, é o mais transparente.

que alcancemos todos os objetivos a que nos propomos. Quando digo que, desde que entrei, consegui transformar uma empresa de meio milhão numa empresa de um milhão e meio, digo isso porque confiei nas pessoas certas, que me deram as ideias certas. Tenho uma equipa espetacular que me manda mensagens às duas da manhã a dizer que achavam que x ideia era capaz de funcionar. Esse tipo de dedicação é, sem dúvida nenhuma, o que me permite projetar um futuro o mais ambicioso possível. Para além de ser um gestor ambicioso, quem é o Paulo? Sou muito dedicado à empresa. Vivo muito isto, não é simples desligar. Fora daqui sou uma pessoa muito sociável, adoro falar. Tenho um grupo de amigos espectacular e altamente dinâmico que se cha-

teia por vezes, porque não lhes atendo o telefone. Têm uma paciência de Job para me continuarem a convidar apesar de eu lhes ter rejeitado 38 vezes as chamadas. Para além disso jogo ténis, joguei durante muitos anos e continuo a fazê-lo. Também gosto muito de futebol. De jogar com amigos mas, especialmente, de ver o meu Benfica. Sou benfiquista nato. No geral, sou uma pessoa de paixões. Qual é, hoje em dia, a sua maior paixão? O meu pai! É impossível não o nomear. Fora ele, é a empresa. Isto pode parecer novamente a questão de não conseguir desligar mas não é possível não estarmos ligados a algo que fazemos dez horas por dia. Este tipo de ligação faz com que, de cada vez que surge alguma coisa boa, nos sintamos preenchidos. Faço tudo melhor, é uma sensação indescritível.


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José Diogo Quntela O humor rendido à MultiOpticas O ex-Gato Fedorento é a nova cara da MultiOpticas. A apresentação de José Diogo Quintela como a estrela da nova campanha de 2018 decorreu no passado dia 16 de janeiro em Lisboa e insere-se num conceito de comunicação que prima pela aproximação da marca às famílias portuguesas. A LookVision Portugal esteve lá e conta-lhe tudo sobre esta nova aquisição e campanha. Texto: Fernando Gonçalves

Depois de no ano passado a MultiOpticas ter estreado o quadro Família MultiOpticas, 2018 vê esta equipa crescer com a “aquisição” do humorista José Diogo Quintela. A apresentação do ex-Gato Fedorento como novo rosto da MultiOpticas aconteceu no Vertigo Café em Lisboa e visou consolidar a posição da empresa enquanto marca das famílias portuguesas. A fazer fé nas palavras do humorista, a escolha não

podia ter sido mais feliz. “Finalmente um caixa-de-óculos encontra a sua família”, dispara sem pestanejar por detrás de um par de óculos que utiliza desde os cinco anos, razão mais que suficiente para ter aceitado o convite da marca. “Se há coisas que me definem, usar óculos é uma delas”, acrescenta. Os óculos não representaram, porém, a única razão desta escolha: “para mim fazia todo o sentido estar com o


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•• “Para darmos um pouco de expressão a todo este trabalho, decidimos associarmo-nos a uma figura pública com a notoriedade que tem o José Diogo e trazer também um pouco de humor” ••

número um do mercado. Uma pessoa sente-se mais valorizada, sem desmerecer as outras marcas, mas a MultiOpticas é a marca de óticas do país!”, sublinha. A primeira aparição de Quintela como cara da marca já arrancou nas mais diversas plataformas. Trata-se da icónica Desconto=Idade e leva, o agora empresário, para o seio da já conhecida Família MultiOpticas em que aparece acompanhado pela mãe e o pai, os tios, a prima e o avô Jorge. Contentamento é, de igual modo, a palavra que descreve o sentimento do CEO da GrandVision, grupo detentor da MultiOpticas. Depois de um 2017 que “correu acima das expetativas ”, para Rui Borges, o ano em que a MultiOpticas celebra três décadas de existência, demarca-se por uma forte aposta na abertura de novas lojas de franquia e no digital a que a soma de uma figura pública como a de José Diogo Quintela funciona como a cereja no topo de um bolo em constante construção. “Para darmos um pouco de expressão a todo este trabalho, decidimos associarmo-nos a uma figura pública com a notoriedade que tem o José Diogo e trazer também um pouco de humor. Comunicar dessa forma é algo que enaltece a marca, sobretudo quando está associado à campanha icónica que é a Desconto=Idade,

afirma. O entusiasmo latente na face de CEO espelhava-se, de igual modo, nas palavras de Sandra Portugal, diretora de marketing da empresa. “Este é um momento muito especial. Representa o ano em que a MultiOpticas celebra o seu 30º aniversário. Fizemos uma reflexão sobre como é que iríamos trabalhar a comunicação da marca respeitando este patrimónioa mas, ao mesmo tempo, tendo a capacidade de evoluir, de estar focados no futuro e respeitar a riqueza de uma insígnia que se reconhece como a Marca de Confiança dos portugueses desde que a ótica existe enquanto categoria deste galardão”. Um futuro que começa a ser construído com uma “campanha divertida”, em que a escolha do protagonista foi “óbvia”, e que a responsável promete ser de muita proatividade.


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Intitutoptico e Ricardo Pereira

tudo entre família

Depois de garantir a renovação do vínculo que faz de Ricardo Pereira embaixador do Institutoptico e da sua marca exclusiva Cierzo Eyewear, o grupo de ótica 100 por cento português não fez a coisa por menos e trouxe para a sua “embaixada” a família do conhecido ator. Texto: Fernando Gonçalves

Focado em cimentar a sua posição enquanto ótica de proximidade nas comunidades onde se insere, o grupo Institutoptico decidiu dar mais um passo nessa direção com a inclusão da família do ator Ricardo Pereira como seus embaixadores. A entrada de mulher e filhos do artista vem reforçar o posicionamento como Ótico de Família pretendendo com isto fortalecer os laços entre as comunidades e as óticas do grupo em todo o território nacional. A este respeito, Paulo Arromba, responsável pela área de marketing e gerente no Institutoptico assina as boas-vindas à família de Ricardo Pereira no grupo Institutoptico

mostrando-se convicto “que continuará a ser uma parceria de sucesso na medida que partilhamos os mesmos valores”. Quanto a Ricardo Pereira, as suas palavras acabam por fazer eco das de Paulo Arromba ao afirmar que “é um orgulho fazer parte do grupo Institutoptico que privilegia os valores de partilha, confiança e bem-estar pelo próximo”. Valores que serão divididos com a mulher e os dois filhos de Ricardo que o ator diz encararem este projeto como “um privilégio” que lhes dará a oportunidade de “conhecer a excelência e a dedicação que o Institutoptico coloca no seu trabalho junto das famílias portuguesas”.


Opticalia

as resoluções de ano novo começam a cumprir-se Promessa feita, promessa cumprida. Na altura do jantar de celebração dos cinco anos do grupo em Portugal, António Alves, diretor geral da Opticalia em Portugal, tinha deixado a promessa de, em 2018, a empresa alcançar os 250 pontos de venda no nosso país.

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Texto: Fernando Gonçalves

Os cinco anos de mercado português assinalam-se com a abertura de mais de duas centenas de lojas por todo o país. A entrada da Opticalia no novo ano continua a beneficiar desses bons augúrios de crescimento com o lançamento oficial de sete espaços comerciais da marca. Évora Plaza, Nosso Shopping Vila Real e IKEA Loulé, bem como as cidades de Lourosa, Odivelas, Sacavém e Esposende contam com uma loja Opticalia o que eleva para 220 o número de pontos de venda do grupo no nosso país e o aproxima dos 250 estabelecido como meta até ao final do ano. Este objetivo vem acompanhado do crescimento dos seus associados na rede.

Nova campanha irresistível O grupo multinacional reforça ainda a sua posição com as icónicas marcas exclusivas, entre elas Victorio & Lucchino, Pedro del Hierro, Hackett London (chega em Março às lojas) e Custo Barcelona. A Opticalia anuncia também a mais recente campanha em que o consumidor pode comprar qualquer modelo graduado (exceto da Hackett) por 89 euro até 31 de março. Os modelos propostos foram criados a partir de uma estreita colaboração entre os designers destas marcas e a Opticalia e variam entre o retro feminino dos Victorio & Lucchino, os padrões inovadores e formatos vintage da Pedro del Hierro e a extravagância e sofisticação da Custo Barcelona.

•• A entr ada da Opticali a no novo ano contin ua a beneficiar desses b on s augúrios de crescime n t o com o lançaam ento oficial de sete espa ços com erciais da m ar ca ••


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Conselheiros da Visão

A literacia como missão

A 17 de janeiro, o hotel Vila Rica em Lisboa, foi palco da assinatura de um protocolo de colaboração entre o grupo Conselheiros da Visão e a Porto Editora. Na base desta união está o projeto de sensibilização para a saúde ocular e visual Literacia 3Di. Texto: Fernando Gonçalves

Foi entre figuras públicas que têm nas óticas do grupo um fiel amigo que decorreu a assinatura do protocolo de colaboração no âmbito do Literacia 3Di, um projeto que une o grupo Conselheiros da Visão e a Porto Editora. O objetivo passa por avaliar as competências de alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico de todo o país em função da sua saúde visual. Esta campanha de sensibilização envolverá, ainda, os pais e respetivos estabelecimentos de ensino dos alunos visados. Como pano de fundo deste Literacia 3Di está a ideia de

que uma das principais dificuldades que as crianças em idade escolar encontram no alcance de bons resultados no estudo das matérias e programas passa pelos problemas visuais. Estas condições, se não forem atempadamente detetadas com a ajuda de um rastreio visual que permitirá um diagnóstico correto e adequado, podem implicar problemas de fundo, interferindo com a correta assimilação de conhecimentos. “O modo mais eficaz para combater as doenças oculares é a realização anual de um exame visual”, explica


a direção do grupo em comunicado. Esta consulta de rotina, que permite atestar diversos aspetos da visão e atualizar a sua graduação, serve, “também como uma forma de detetar em tempo útil patologias oculares de consequências muito graves para a visão e que numa fase inicial não revelam sintomas”, lê-se no comunicado. Frisando a importância que a realização de um rastreio anual tem no combate às doenças oculares, a direção do grupo procura, através de iniciativas como esta, redobrar a atenção sobre grupos etários de risco como os idosos e as crianças e, como afirma, “alertar para a necessidade de um acompanhamento mais regular, devido à rapidez silenciosa com que os sintomas podem surgir”. No mesmo dia, no mesmo hotel Vila Rica e de forma paralela à assinatura do protocolo, o grupo Conselheiros da Visão levou a cabo um debate intitulado Ver Bem – Aprender Melhor que contou com a moderação da professora Eduarda Andrino e onde intervieram o presidente dos Conselheiros da Visão, Rafael Silva, e o oftalmologista Victor Ruiz. Este debate contou, ainda, com a presença do administrador da Porto Editora Vasco Teixeira e o diretor de marketing da mesma empresa, Rui Paradela.

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•• ” O m odo m a is efic a z p a ra c o mb ater as doenças oc u l ar e s é a rea l iza ç ã o a n ua l d e um rastreio visual ( . . . ) t am bé m c o mo uma fo rma d e detetar em tempo ú t i l p at ol og ia s o c ul a res d e c o n s equências muito g r av e s p ar a a v is ã o e q ue n uma fase inicial não r e v e l am s i n to ma s ” ••


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Carl Zeiss Vision

“conduz” a sua visão em segurança A especialista em lentes oftálmicas alemã enriquece a sua linha dedicada à condução segura DriveSafe. A novidade traz consigo todos os benefícios da linha original mas com a adição da inovadora tecnologia i.Scription que dará ao condutor uma melhor visão noturna e uma maior perceção das cores e contrastes. Texto: Fernando Gonçalves

A estrada está repleta de perigos que se acentuam quando o cansaço e o stress se acumulam. Uma das funções a ser afetada por estes fatores é a visão e é aí que as novas lentes DriveSafe com tecnologia i.Scription entram em campo. Lançadas

em 2015, as Drive Safe chegam ao mercado com o objetivo de fornecer ao condutor uma visão mais nítida, graças a uma maior capacidade de definição, menos reflexos e a uma focagem mais rápida. A estas caraterísticas, a Zeiss, acrescenta a


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•• Sabendo que 8 0 por cento da inform ação r ecebida por um condutor entr a pelo s seus olhos, a Zeiss entregou- se ao traba lh o de desenvolver uma n ov a linha de lentes par a us o diár io (. . . ) ••

sua inovadora tecnologia i.Scription que permitirá ao condutor uma melhor visão noturna e uma maior capacidade de perceção das cores e contrastes. Sabendo que 80 por cento da informação recebida por um condutor entra pelos seus olhos, a Zeiss entregou-se ao trabalho de desenvolver uma nova linha de lentes para uso diário, monofocais e progressivas, especialmente concebidas para atender às, cada vez maiores, necessidades visuais em termos de conforto e comodidade de quem se senta atrás do volante. Entre as especificidades destas lentes encontram-se a diminuição do encadeamento provocado pelas luzes Xenon e LED, graças ao tratamento DuraVision, uma melhor visibilidade em condições de luz escassa fruto da tecnologia de compensação Luminance Design e a uma refração avançada oferecida pela i.Profiler Plus que permite personalizar e maximizar o rendimento das lentes. O resultado são estas DriveSafe melhoradas que comportam uma zona lateral de grandes dimensões e capacidade de ampliação, uma zona intermédia otimizada e uma zona central adequada para ler e trabalhar. A consolidação desta aposta encontra eco na opinião dos seus utilizadores. De acordo com a Zeiss, 97 por cento dos utilizadores destas lentes estão amplamente satisfeitos com os seus resultados na condução. Esta satisfação estende-se à realização de tarefas diárias. Neste parâmetro, 94 por cento dos inquiridos deram o seu aval positivo.


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Neubau Nova coleção The Wire Sun marca tendência da estação Numa altura em que as marcas desenvolvem as suas propostas para este ainda jovem ano, a marca representada em Portugal pela Modavisão já revelou as suas criações. Para a Neubau, a tendência nesta transição entre o frio janeiro e o “amoroso” fevereiro são os óculos de sol com armações de metal dos quais o melhor exemplo são a sua nova coleção The Wire Sun. Texto: Fernando Gonçalves

Enquanto se contam os dias para que a placidez primaveril chegue, vai-se gastando o tempo entre agasalhos, dias de namorados e corsos carnavalescos. Pensados e desenhados a pensar em casais modernos que perfilham estilos de vida saudáveis surgem as peças Neubau sob a denominação The Wire Sun. Concebidos a partir de aço inoxidável extremamente leve e com uma paleta de cores invejável, os três modelos propostos assentam num compromisso de rebeldia e não conformação com as regras vigentes. Felix e as suas formas re-

dondas a apelar ao ambiente de subcultura, os “Erwin” e o gosto pelo inusual afirmado pela vanguardista dupla ponte e os individualistas Manu que se recusam a seguir os ditames da sociedade com a sua geometria original são a trindade que marca este início de ano na Neubau. Como nota de rodapé fica, ainda, o compromisso da Neubau de continuar a lutar por reduzir o desperdício no processo de produção e apoiar projetos em todo o mundo que vão ao encontro do já conhecido conceito See & Do Good .


o 3D chegou ao acetato A Thema Optical acaba de incorporar na linha O-Six uma nova tecnologia que permite trabalhar o acetato em 3D. Para já, foi apenas anunciado o lançamento dos modelos O-Six Cube 3D estando a empresa a trabalhar para que esta nova tecnologia chegue também às linhas Giorgio Valmassoi e iGreen. Texto: Fernando Gonçalves

Depois de prestar tributo à arte na sua última coleção O-Six Spatialism, a Thema Optical virou as agulhas para a tecnologia. Prova disso mesmo é o lançamento duma tecnologia inovadora a nível mundial, a 3D Acetate e a utilização dum processo revolucionário patenteado que permite transformar um bloco de acetato de 20/25 milímetros numa peça de eyewear resistente e personalizada. A inovação começa na produção, onde é possível combinar novas texturas e cores, antes irrealizáveis,

e acaba num produto onde o efeito visual evidencia a tridimensionalidade das tonalidades. De momento esta tecnologia encontra-se disponível em seis modelos que dão origem à coleção O-Six Cube (nas fotos os modelos Shoreditch e Noho). A grande feira mundial Mido, em Milão, é palco do nascimento e transforma-ção de cada uma das peças, ao vivo para todos os amantes de óculos, durante os dias 25 a 26 de fevereiro, no pavilhão 1, stand G24-H29.

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Thema Optical


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Essilor

apresenta Carro do Ano 2018 com a segurança rodoviária como pano de fundo A Essilor Portugal apresentou ao público os 31 inscritos no icónico galardão Carro do Ano, entre os encantos da Baía de Cascais, a 2 de fevereiro. Em paralelo à exposição dos candidatos ao prémio, que se prolongou até dia 4, a marca e a Prevenção Rodoviária Portuguesa anunciaram a realização de um estudo inédito sobre a visão dos condutores nacionais. A LookVision Portugal esteve lá e guia-o por esta estrada Essilor. Texto: Fernando Gonçalves

Podíamos começar por dizer que, no passado dia 2 de fevereiro, se armou um belo “trinta e um” na Baía de Cascais mas o único atrito que por lá se conheceu foi aquele que manteve as rodas dos 31 inscritos no prestigiado prémio Essilor Carro do Ano 2018 coladas à estrada. Porém, nem só de carros viveu este certame. A visão, ou a falta dela pode afigurar-se como umverdadeiro problema e é aqui que a Essilor quer fazer a diferença. Na apresentação dos modelos a concurso, a parte humana do binómio homem/máquina esteve em plano de destaque com o anúncio

da realização de um estudo inédito sobre a visão dos condutores portugueses numa iniciativa que junta a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) à Essilor. Rebobinando a cassete, centremo-nos, primeiramente, no certame Carro do Ano. Esta é a sétima vez que a marca se associa ao prestigiado galardão e a finalidade, de acordo com Gonçalo Barral, diretor geral da Essilor Portugal, continua a ser a mesma de sempre. “O objetivo inicial continua a ser o objetivo atual que é dar voz à visão no âmbito da condução. A pessoa que vai atrás do volante tem que estar plenamente


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consciente do que está a fazer e, isso, só é possível com uma boa qualidade visual”, afirma ao nosso microfone. Reafirmar o compromisso da Essilor com a saúde visual num país em que cerca de “um milhão de pessoas não tem a sua visão corrigida ou que está mal corrigida” associando-se a eventos como este é, na voz do diretor geral, dar expressão prática à missão da marca de “melhorar vidas melhorando a visão”. Esta preocupação torna-se ainda mais evidente com a disponibilização, num fim de semana por ano, de rastreios gratuitos ao público em geral e na “parceria que a Essilor mantém com a PRP para a sensibilização dos condutores para os riscos da falta de visão na condução e para a execução de testes visuais específicos” como nos explica Inês Moura, diretora de marketing da Essilor. No dia 2, a ligação à PRP conheceu novos desenvolvimentos com o anúncio e primeiros testes efetuados no âmbito de um estudo inédito a nível nacional. A investigação quantifica o número de condutores portugueses com lacunas visuais. “Sabemos que perto de 25 por cento dos condutores circula mal corrigido ou mesmo não corrigido, e ainda que cerca de 60 por cento dos acidentes de viação podem estar relacionados com má visão ou baixa acuidade visual”, refere Gonçalo Barral, realçando o risco iminente que tal representa e dando força à razão de ser do estudo. Sensibilização e acompanhamento dos condutores que não se fica por aqui, uma vez que a Essilor e a FIA (Federação Internacional do Automóvel) vão, neste ano de 2018, “massificar as mensagens de segurança rodoviária” como nos confidencia o responsável da marca. Nesta condução segura pelo evento Carro do Ano ainda tempo para uma nota final sobre os dois mais recentes desenvolvimentos da marca em matéria de lentes para condução que, a par dos carros, estiveram em exposição no certame: as semi-focais Varilux Road Pilot II específicas para condução e as unifocais Essidrive de uso diário preparadas para condições de baixa visibilidade.

•• “Sabem os que perto de 2 5 po cento dos condutor es cir cula m al corrigido ou mesm o não corrigido, e ainda que cerca de 6 0 por cento dos acidentes de viação podem estar relacionados com m ávisão ou baix a acuidade visual” ••


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Hoya

Yuniku à conquista do El Corte Inglés O novo conceito de óculos 3D já está disponível na espanhola Optica2000 do El Corte Inglés. Este novo paradigma em eyewear personalizado foi desenvolvido pela Hoya em estreita colaboração com as marcas de óculos Hoet e Ørgreen e a ainda a Materialise, líder em software de impressão 3D. Texto: Fernando Gonçalves

Apresentados ao mundo durante o último salão mundial de ótica Silmo, a vanguardista plataforma Yuniku de óculos 3D chega às lojas espanholas da Optica2000. A efeméride foi convenientemente celebrada com um cocktail realizado a 31 de janeiro em Madrid com a presença dos padrinhos da marca Gemma Mengual e Juanjo Oliva, assim como diversas personalidades do mundo da moda, cinema e cultura. Tudo começou com a parceria estabelecida entre a Hoya, a Materialise, a Hoet, pioneira em desenhos inovadores de armações de óculos e a Ørgreen que aportou ao novo conceito o reconhecido design dinamarquês. Juntos, conceberam uma plataforma que avalia as necessidades visuais do usuário e as suas caraterísticas visuais, entregando-as a um software que calcula a posição ideal das lentes em relação aos olhos. Findo este processo, que o cliente monitoriza na íntegra, é então desenhada a armação com base nesses parâmetros. Por último, entra a impressão 3D que permitirá personalizar ainda mais a armação segundo as necessidades visuais, estéticas e de comodidade do usuário. Apesar de, no momento, a Hoya disponibilizar três armações em vinte e seis modelos diferentes, a plataforma Yuniku é aberta, o que significa que a combinação entre formas e cores é virtualmente infinita. Durante a apresentação em Madrid, Espanha, os convidados puderam experienciar estas potencialidades através do scanner facial que a marca mobilizou propositadamente para o evento. Para já, a plataforma Yuniku está apenas

disponível na Optica2000 do El Corte Inglés de Pozuelo e na sua loja de Consell de Cent, em Barcelona.



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opti 2018

crescimento em direção ao futuro O saldo da opti 2018 - The International Trade Show For Optics & Design realizada em Munique entre os dias 12 e 14 de janeiro saldou-se por um êxito em toda a linha. Quase 30 mil visitantes, 668 expositores e uma taxa de aprovação acima dos 90% entre todos os participantes fizeram da opti 2018 um entusiasmante prólogo para uma opti 2019 que promete surpreender. Texto: Fernando Gonçalves

Aprovação em toda a linha: 28.430 visitantes, mais 17 por cento de expositores, taxas de aprovação acima dos 90 por cento e um volume de negócios a rondar os 174 milhões não podia ter deixado os organizadores da opti 2018 mais entusiasmados com uma edição que consideraram o ensaio final para a edição de 2019. A feira do presente ano ficou ainda marcada pelo espaço criado pela organização

para acolher as marcas independentes e que resultou da fusão entre os pavilhões C1 e C2. Assinalou-se também a abertura de uma quinta ala, B4, que acolheu a nova Futureshop, espaço emblemático do certame de 2018 em que foi dado aos profissionais um vislumbre de que forma operará uma ótica do “futuro”. “A opti 2018 foi um importante prólogo e um ensaio final bem-sucedido para 2019. A


•• “A opti 2 0 1 8 foi um im por tante pr ólogo e um ensaio final bemsucedido par a 2 0 1 9 . A abertura de um a quinta ala e a fusão entre as alas C1 e C2 der am um pequeno vislum bre do que será a edição do pr óx im o ano em que ser ão inauguradas duas novas ár eas” ••

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abertura de uma quinta ala e a fusão entre as alas C1 e C2 deram um pequeno vislumbre do que será a edição do próximo ano em que serão inauguradas duas novas áreas”, afirma um satisfeito Dieter Dohr, CEO da organização da feira. Outro dos destaques vai para a marca espanhola Nina Mûr e para as suas armações em madeira que lhe valeram o prémio Blogger Spectacle Award atribuído por bloggers de moda e eyewear de toda a Europa. Destes especialistas, trinta marcaram presença na opti, não só para definir o vencedor do prémio, mas também para um encontro exclusivo com as marcas que eles próprios consideraram, ao longo do ano, as mais importantes no mercado atual: neubau eyewear, EINSTOFFEN, monogram, SALT., Lunor, götti, Maui Jim e a ZEISS Vision Care. Para terminar, importa referir que a opti 2019 já tem data marcada. A feira do próximo ano vai realizar-se entre 25 e 27 de janeiro na Fairground de Munique.


Sebastián Saavedra

O Teorema Roundten Fartaram-se de óculos de sol com pouca qualidade ou demasiados caros e lançaram-se no mercado com uma proposta que une a estética a um preço competitivo. Após o aclamado lançamento da sua primeira coleção, os criativos da Roundten deitaram mãos ao trabalho. Desta aposta em I&D nasceu a Theorem, a primeira coleção oftálmica da marca. A LookVision Portugal esteve à conversa com Sebastián Saavedra, diretor criativo da Roundten, que nos explicou em consiste a filosofia da marca e que tipo de elementos estiveram na génese de uma coleção que põe os nerds a governar o mundo.

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Texto: Fernando Gonçalves

No mote da Roundten podemos ler que vocês se auto-intitulam como um grupo de pessoas “que se fartaram de óculos de sol com pouca qualidade ou demasiado caros”. É fácil encontrar um equilíbrio, especialmente no processo criativo, entre preço e qualidade? Sim, é possível. Estamos a fazer justamente isso. Aliamos materiais de qualidade a um bom design e a preços corretos. Os materiais e o processo de produção permite-nos ser muito versáteis. O design na Roundten nasce com o propósito de criar e construir um produto simples, funcional e estético. Desde que comecei a trabalhar como criativo na Roundten, onde sempre tive liberdade absoluta para criar, tive muito claro que isto era um projeto comercial que deveria ser sustentável empresarialmente. De que forma esta combinação de fatores resulta na Roundten? Os óculos Roundten têm que ser entendidos como um sistema que transforma materiais de uma forma inovadora e surpreendente. Pense-se no Flextal, com o qual conseguimos criar hastes sem soldaduras ou parafusos, pense-se nos acabamentos de pintura PVD ou nas lentes inquebráveis. Todos estes ingredientes fazem da Roundten uma fórmula perfeita e funcional.


A última coleção Roundten, a Theorem, apresenta um mundo governado por nerds. Onde é que foram buscar a inspiração? Animados pelo lançamento e aclamação da primeira coleção de óculos de sol Roundten, começamos a trabalhar naquela que teria de ser a primeira coleção oftálmica. Passei muito tempo a procurar e a arquivar referências visuais: publicidade gráfica, filmes e desenhos dos anos ‘60, ‘70 e ‘80. Pareceu-nos interessante e atrativo homenagear, deste modo, essas pessoas (nerds) capazes de criar/fazer coisas maravilhosas e que, de alguma forma, estão a contribuir para uma mudança a nível mundial. Pego neste tema para lhe fazer a seguinte pergunta: existe um tipo ideal de pessoa/personalidade para o eyewear Roundten? Pensamos em gente funcional, que não quer preocupar-se excessivamente com os seus óculos durante o seu duro dia a dia. Pensamos numa pessoa com interesse pelo mundo do design e que se sinta atraída por este novo material e pelas suas aplicações.

E depois desta Theorem, já há uma nova coleção a tomar forma na sua mente? O trabalho de pesquisa e o processo de criação nunca param. O mais difícil é conseguir alcançar uma linha coerente e inovadora num mundo, e num setor, onde o efémero impera. Já estamos a preparar novos designs e a trabalhar em novos processos e técnicas produtivas que esperamos implementar nas próximas coleções.

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O que é afinal o Flextal, de que modo o trabalha e o que é que aporta aos vossos óculos? O Flextal é um aço inoxidável com alto teor de carbono. É muito flexível e quase indestrutível, sendo muito utilizado na produção de material médico-cirúrgico.Oferece uma fantástica resistência à corrosão, impactos e às variações de temperatura. Do ponto de vista da utilização garante flexibilidade e apresenta níveis de higiene muito superiores aos materiais plásticos. Em paralelo, o Flextal traz leveza aos modelos. Antes de entrar no processo de produção final, realizamos protótipos com policarbonatos o que acaba por nos permitir perceber as falhas e corrigi-las. Quando o produto se encontra de acordo com os nossos parâmetros, aí partimos para a sua execução definitiva em Flextal.

•• ”Os óculos R oundten têm que ser entendidos como um sistem a que transform a materiais de um a form a inovadora e surpreendente” ••


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Maui Jim Um novo desafio chamado lentes oftálmicas As solicitações são mais do que nunca e não é caso para menos. Desde sempre ligada à criação de lentes de sol polarizadas, a havaiana Maui Jim entregou-se de corpo e alma, após 35 anos de existência, ao desenvolvimento de uma surpreendente e inovadora linha de eyewear oftálmico. O desafio é grande e a curiosidade ainda maior. Foi no meio desta azáfama, tanto maior porque a Maui Jim está em vias de inaugurar um novo laboratório na Europa, que entrevistámos Craig LaManna, diretor de marketing oftálmico da Maui Jim, e procuramos perceber, afinal de contas, que lentes são estas que estão a criar tanto burburinho no setor e o porquê da marca ter decidido tomar este enorme desafio em mãos. Texto: Fernando Gonçalves

Desde a sua fundação em 1982 que a Maui Jim se dedicou, exclusivamente, ao fabrico de óculos de sol. Porquê esta nova aposta em lentes oftálmicas? Porquê agora? A Maui Jim sempre foi uma empresa ligada, umbilicalmente, ao fabrico de lentes técnicas e que empenha esforços na busca da melhor tecnologia para a combinar com materiais leves e de alto valor Abbe, defi-

nido na quantificação das aberrações cromáticas. O nosso laboratório state-of-the-art tem a capacidade de produzir lentes digitalmente compensadas, tanto para sol como oftálmicas, dez vezes mais precisas do que os laboratórios convencionais. A fantástica qualidade do nosso produto e do nosso serviço ao cliente, no âmbito dos óculos de sol, levaram os nossos retalhistas a pedirem que nos lançássemos na criação de


•• ” O n os s o l ab o ra t ó rio s t at e - of - t he-art t em a cap ac i dade d e p ro d uzir le n t e s di gi t al men t e com p e n s adas , t a n t o p a ra s ol c om o oft á l mic a s , de z v e z e s ma is p rec is a s do q u e os l a b o ra t ó rio s con v e n c i on ais ” ••

Que benefícios, os consumidores, podem vir a colher destas novas lentes? Todas as lentes oftálmicas Maui Jim oferecem um design personalizado que é calculado com o auxílio da tecnologia de ponta existente no nosso laboratório. Estas lentes apresentam níveis inigualáveis de durabilidade, redução de reflexos e resistência a riscos só possíveis graças aos seguintes fatores: tratamento hidrofóbico/ oleofóbico patenteado, tratamento Anti-Reflective premium patenteado, revestimento Clearshell antirriscos e proteção 100 por cento contra raios UV. Para além disto, ainda desenvolvemos e patenteamos as novas lentes 1.67 HEV Managing que filtram a perigosa luz azul (o filtro HEV faz parte da própria constituição da lente) e as revolucionárias lentes 1.67 High Contrast. Únicas no mercado, estas lentes comportam uma alta capacidade de contraste que reduz a luminosidade excessiva dos faróis e dos candeeiros de iluminação pública, tornando-as ideais para a condução noturna. E quanto à estratégia de marketing, isto dirige-se sobretudo aos vossos clientes de óculos de sol ou querem abrir-se a outros segmentos? Temos um consumidor muito leal. Cada um dos nossos clientes possui, em média, quatro pares de óculos de sol Maui Jim. Pelo que podemos perceber, estes seguidores estão muito entusiasmados com a nova linha de lentes oftálmicas e adoram a sua qualidade e ergonomia. Apesar disto, verificamos que cerca de 40 por cento dos clientes da nova linha oftálmica estão a comprar produtos Maui Jim pela primeira vez.

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armações e lentes oftálmicas. Sentiam que o mercado necessitava que entrássemos nesse domínio.

Qual é a tática para conquistar clientes num segmento tão competitivo como o das lentes oftálmicas? A nossa marca quer transformar o processo de escolha, quer dos consumidores como dos distribuidores, em algo natural e acessível. Como somos uma das poucas marcas a produzirem as suas próprias armações e lentes, lançamos a ideia One (pode ser lido como um/único na tradução para o português): “um” ponto de encontro para lentes e armações; “um” só preço todas os extras (revestimentos, perfurações, acabamentos) ao contrário dos preçários confusos de outros laboratórios; “um” serviço de manutenção que entrega armações ao cliente em cinco dias úteis; e “um” serviço ao cliente eficiente com tempos de resposta rápidos. Agora sobre o design da nova coleção oftálmica, de onde veio a inspiração? A nossa equipa criativa gizou esta coleção a pensar na elegância, na ergonomia e no conforto. Temos 59 diferentes estilos que assentam em seis tipos de materiais em que se incluem o acetato, o metal especializado e o nylon injetado. Todas as nossas armações oftálmicas, tal como as coleções de óculos de sol, são produzidas a partir de materiais premium provenientes do Japão e da Itália. A equipa de design utilizou os padrões Kapa Core (desenhos utilizados nas roupas da antiga realeza havaina) nas hastes de algumas armações como uma forma de homenagear o nosso legado. Em relação à cor, percorremos as praias do Havai em busca de “vidro


•• ”A Maui Jim tem cresci d o, anualm ente, na casa do s dois dígitos, o que é algo fantástico. A procura pelo nosso eyewear de pr escrição tem subido continuam ente e, agora , com o lançamento da lin h a oftálm ica precisam os de ex pandir a nossa capacidade” ••

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do mar” (espécie de cristal vítreo) que dá à sua costa. Entre as cores recolhidas e impressas na nova coleção podemos encontrar o azul translúcido, o âmbar mate e o verde caqui. Para além deste novo posicionamento, a Maui Jim prepara-se para inaugurar um novo laboratório em Braunschweig, Alemanha. Que tipo de trabalho será desenvolvido nas novas instalações e em que é que isso se refletirá nas operações da empresa na Europa? O novo laboratório em Braunschweig está a ser construído segundo as mesmas especificações do já existente em Peoria-Illinois, EUA. Terá o mesmo tamanho, o mesmo tipo de maquinaria e produzirá, tal como o seu “irmão” norte-americano, lentes de sol e oftálmicas personalizadas digitalmente com o mesmo grau de eficiência. Para além disto, o novo laboratório irá produzir eyewear de prescrição para todo o mercado europeu, servindo, simultaneamente, de suporte aos mercados do Médio Oriente, África do Sul, Índia e China. A Maui Jim tem crescido, anualmente, na casa dos dois dígitos, o que é algo fantástico. A procura pelo nosso eyewear de prescrição tem subido continuamente e, agora, com o lançamento da linha oftálmica precisamos de expandir a nossa capacidade.


aposta na sensibilização para a saúde visual A consciencialização para a saúde da visão acaba de sofrer um forte impulso com o anúncio de que a MIDO- Milano Eyewear Show irá acolher a primeira edição do “Eye Health Awareness Day”, um evento que decorrerá no dia 25 de fevereiro no espaço formativo Otticlub. Texto: Fernando Gonçalves

A prevenção das doenças da visão está na ordem do dia da 48ª edição da MIDO. A organização daquela que é uma das maiores feiras mundiais dedicadas ao setor do eyewear decidiu juntar associações e entidades governamentais ligadas à saúde e provenientes de todo o mundo, para criar sinergias que levem a uma estratégia global de sensibilização para a importância da saúde visual. Instado a comentar esta novidade do programa da feira, Giovanni Vitaloni, CEO da MIDO explica que “muitas pessoas e associações estão comprometidas com a promoção da saúde visual mas, infelizmente, a coordenação e a tro-

ca de informação entre estas, os corpos governamentais responsáveis e as instituições por tomarem conta dos nossos olhos é inadequada”. A partir desta constatação, a MIDO passou à ação e decidiu transformar-se numa espécie de mediador entre eles. Assim surgiu o Eye Health Awareness Day, um evento que Vitaloni descreve como “uma oportunidade de criar convergências através da troca de conceitos, visando melhorar a eficácia dos programas de prevenção e construir novas formas de cooperação entre os diversos atores.” O coração deste evento está centrado numa mesa redon-

da que conta, entre outros, com um representante da Organização Mundial de Saúde, do Ministro da Saúde italiano e da Comissão Europeia. Desta mesa saem os pontos chave de um manifesto conjunto a ser redigido e assinado por todos no final do dia. A partir deste documento, o CEO da MIDO espera” que se estabeleçam as premissas para uma campanha internacional de sensibilização, adequada a cada contexto nacional, que permite ao setor ter uma posição mais forte junto das autoridades governamentais”. A MIDO 2018 realiza-se entre 24 e 26 de fevereiro na Fieramilano em Milão.

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MIDO 2018


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Luta contra o olho seco ganha valências únicas no Porto O Centro Integrado do Olho Seco é pioneiro no seu género em Portugal e teve a apresentação oficial a 26 de janeiro, na Quinta da Boeira, em Vila Nova de Gaia, pela voz do seu impulsionador, o médico oftalmologista José Salgado-Borges. A edificação do espaço tem o objetivo de dar resposta a uma patologia do foro oftalmológico que é “o flagelo do século XXI” e que afeta quatro em cada dez doentes com mais de 40 anos. Perante 40 especialistas de diferentes áreas médicas, reviu-se a forma como esta nova valência dará apoio aos respetivos pacientes e médicos, com uma equipa pluridisciplinar de oftalmologista, dermatologista, psicólogo, nutricionista e ainda, claro, a mais avançada tecnologia ao serviço da saúde. O novo Centro Integrado do Olho Seco (CIOS) instala-se na Clínica Oftalmológica Prof. Dr. J. Salgado-Borges, no Porto e nasce ligado ao seu congénere de Barcelona, a funcionar na Clínica Área Oftalmológica Avanzada, sob égide do oftalmologista Carlos Vergés. A missão passa por proporcionar um serviço incisivo para os pacientes de olho seco, cujo número cresce de forma considerável. “Este é sem dúvida um marco para a nossa clínica. Na Europa já existem alguns centros semelhantes mas em Portugal não havia. É uma inovação que nasce pela quantidade de doentes que aparecem e para tentar, de uma forma o mais simples possível e assertiva, fazer um diagnóstico com a tecnologia que julgamos ser mais adequada e posteriormente o tratamento, fazendo uma orientação em função da gravidade da patologia e em função da causa.”

Com conceitos e imagens, José Salgado-Borges, para além de brindar aos 25 anos da sua clínica portuense, desafiou os seus colegas a colaborar no crescimento deste CIOS, através de parcerias que beneficiam ambos especialistas e pacientes. No palanque também soou a voz de Carlos Vergés, um grande dinamizador e investigador na área do olho seco. “O olho seco é uma condição complexa e que tem ganhado importância nos últimos anos. É, aliás, das doenças mais frequentes em oftalmologia, tanto pelo número de pacientes, como na complexidade do diagnóstico e possibilidades de tratamento. Tudo isto faz com que o especialista tenha de estar cada vez mais polarizado em áreas como o olho seco. Portanto, é fundamental que qualquer unidade dedicada à córnea ou às cataratas ter também uma área do olho seco para poder dar respostas a todos os


O olho seco “ao microscópio” O olho seco é um verdadeiro problema de saúde pública que tem crescido em expressão. Acontece quando a quantidade ou a qualidade das lágrimas não é suficiente para manter os olhos saudáveis e assintomáticos. As causas do olho seco passam pelo uso excessivo e prolongado dos aparelhos digitais, pela idade, pois a produção de lágrimas diminui com os anos, principalmente nas mulheres após a menopausa, por fatores ambientais, doenças oculares e gerais, tais como a diabetes e reumatismo, e pelos medicamentos, nomeadamente os antidepressivos e os contracetivos orais. Os principais sintomas são a sensação de areia nos olhos, ardor e comichão, irritação

dos olhos com fumo ou ar condicionado, fotofobia, olhos vermelhos e sensação de corpo estranho e lacrimejo. Alguns dos cuidados a ter e que são prescritos no CIOS são evitar permanecer em locais sobreaquecidos ou com ar condicionado, evitar exposição ao vento e ambientes com fumo, oclusão dos pontos lacrimais, aplicação de lágrimas artificiais (gotas, gel ou pomadas) e o tratamento da blefarite. Tecnologia e ciência ao serviço do olho seco Carlos Vergés dedicou-se nos últimos anos a melhorar e adaptar a tecnologia de luz pulsada para adaptar ao olho. Desta investigação surgiu o equipamento ThermaEye desenvolvido em conluio com a Universidade Técnica de Barcelona e que tem uso exclusivo em oftalmologia. Esta ferramenta é unida, em Portugal, aos estudos que José Salgado-Borges tem feito na área superfície ocular externa em parceria com a Universidade do Rio de Janeiro, em específico com o professor Renato Ambrósio. “Normalmente quando há alterações na produção de lágrima há um aumento da inflamação das próprias lágrimas, na qual se pode intervir utilizando conhecimentos em bioquímica. Por isto trabalhamos em colaboração com a Universidade de Valência onde tenho duas colaboradoras nossas a fazer doutoramento, não diretamente no olho seco mas no estudo de anti-inflamatórios em DMRI e Diabetes. Curiosamente a professora

Maria Dolores Pinazo-Dúran, responsável por esse centro de investigação em Valência, já estudou em mulheres que usavam mais que uma série de horas o computador e que tinham nível inflamatório das lágrimas superior às que não usavam. No futuro, o que poderemos fazer é estudar os doentes não só do ponto de vista anatómico mas também do bioquímico, para saber se há alteração da inflamação e atuar com antiinflamatórios específicos para as respetivas situações”, delineou Salgado-Borges. O ThermaEye é precisamente o instrumento ideal para atuar na destruição das bactérias causadoras da inflamação, melhorando o estado da pele e tornando o pestanejo mais eficaz. O CIOS tem ainda outro equipamento avançado que com um único protocolo permite utilizar o plasma do próprio paciente para obter um produto rico em plaquetas e fatores de crescimento. “Ou seja, usam-se as próprias lágrimas no tratamento do olho seco, porém em casos mais graves. Conseguimos neste espaço, com a concentração de esforços das clínicas do Porto e de Barcelona, e tendo a tecnologia de ponta ao dispor, abranger a generalidade dos casos de olho seco. A par de todas estas mais-valias no tratamento avançado de todos os tipos de olho seco, o CIOS compromete-se com o paciente com uma intervenção a 360 graus. Ou seja, entram ainda em ação a dermatologia, a psicologia e a nutrição.

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pacientes que sofrem desta doença e que, na sua maioria, nem sabem. São necessários mais centros com tecnologia e recursos humanos específicos para o olho seco que, trabalhando em conjunto, consigam chegar ao máximo de população possível para se explicar o que é esta condição e que respostas têm disponíveis. Exemplo disso é este centro no Porto que se inaugura agora e que reúne toda a tecnologia fundamental para poder solucionar os problemas do olho seco. A correlação com outros centros será fundamental como é o caso da união entre os centros do Porto e Barcelona”, explicou o médico espanhol.


CONTACTUM 2018 - 13ª Jornada Científico-Técnica de Contactologia

Inovação ao serviço da educação e da Saúde Visual No passado dia 6 de fevereiro, em Braga, teve lugar mais uma edição da jornada que, desde a sua edição inaugural, quer ser um ponto de encontro entre alunos, professores e empresas ligadas ao desenvolvimento de soluções na área da contactologia. Mais de 300 alunos e oito empresas disseram presente a um evento em que a saúde visual também esteve em destaque com a LookVision Portugal in loco.

Optometria | 50 |

Texto: Fernando Gonçalves

A décima terceira edição da Jornada Científico-Técnica de Contactologia (CONTACTUM) organizada pelo Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab), ligado ao Departamento/ Centro de Física da Universidade do Minho (CFUM) teve lugar no campus da Universidade do Minho e destinou-se a divulgar aos futuros profissionais da visão as novas soluções em matéria de lentes de contacto. De acordo com o professor J.M. González-Méijome, diretor do CEORLab-UMinho e presidente da comissão organizadora do evento, esta jornada surgiu “da necessidade de arranjar um espaço próprio para que os fabricantes pudessem mostrar aos alunos do curso de optometria as suas últimas inovações”, algo inexequível dentro de uma sala de aula. Treze anos passados desde a primeira edição, a jornada cresceu tendo comparecido no auditório A1 do campus de Gualtar, cerca de 300 alunos à apresentação das novidades trazidas pelas empresas presentes. Numa pincelada rápida ficamos a perceber que mais do que inovação, o setor das lentes de contacto tem assistido a uma consolidação da sua posição, não obstante o crescimento da sua quota de mercado. Dos materiais ditos convencionais ao silicone e hidrogel, que já representam 80 por cento do mercado, o setor evolui com consistência e conquista novos utilizadores através de produtos como as novas lentes esclerais ou multifocais apesar de, como faz questão de frisar o professor, as últimas “ainda estarem longe dos resultados pretendidos pelos profissionais”. Aquém também parecem estar as lentes (de contacto ou oftálmicas) desenvolvidas para a proteção contra a luz azul dos dispositivos digitais: “neste domínio, ainda nos falta a evidência científica de que tragam algum benefício, não quer dizer que não a venhamos a encontrar mas, para já, não a temos”. No campo da saúde visual saímos de Braga a perceber que Portugal está na linha da frente no campo das lentes tóricas para correção do astigmatismo e que a utilização de lentes de contacto tradicionais está em crescimento, apesar da taxa se encontrar abaixo do pretendido. “As lentes de contacto (no nosso país) ainda estão infra utilizadas. Apesar da taxa ter subido nos últimos anos, “apenas 7/8 por cento as utiliza quando existe uma fatia de 40

por cento com problemas de visão”, explica Méijome, acentuando o facto curioso de se verificar uma queda na utilização de lentes de contacto na passagem da juventude (14 por cento) para a idade adulta (7 por cento). Não conseguindo mitigar completamente o problema, o professor adianta-nos que “atingir valores de penetração na ordem dos 15 por cento seria uma perspetiva realista nos próximos 15 anos”. A culpa desta situação preocupante não é, segundo o nosso interlocutor, “culpa dos portugueses” mas sim da falta de amplitude dos cuidados primários de saúde visual: “tem de existir uma rede de cuidados primários da visão mais presente porque quem o tem feito até agora são as óticas. É o Serviço Nacional de Saúde que tem que dar uma resposta a este problema”.




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