Lookvision67 issu

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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 67 • MAIO 2018 Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

Opticalia

A festa da paixão pelos óculos

CIOCV 2018

Um futuro que se espera brilhante

ExpoÓptica

Feira ibérica renova-se ao ritmo do setor




16

22

28

Ørgreen

Em nome da ótica

MultiOpticas

38

4o

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Hoya

Jacopo Romano

Estudo científico

BREVES

Tendências

Um novo conceito de urbano

OUTROS OLHARES

OLHAR O MUNDO

Índice | 4 |

Sync III: olhos relaxados num mundo digital

Uma AVM 1959 de coração novo

Tema de Capa: Na comemoração de seis anos de trabalho, reunimos em torno da equipa e de uma sessão fotográfica de luxo os lançamentos da temporada quente das empresas

Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos, Mónica Menezes Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores.

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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 67 • MAIO 2018 Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

OPTICALIA

A festa da paixão pelos óculos

CIOCV 2018

Um futuro que se espera brilhante

EXPOÓPTICA

Feira ibérica renova-se ao ritmo do setor

Damos palavra à ótica há seis anos!

Editorial | 8 |

Quando sonhámos proporcionar uma “voz” de luxo e inovação à ótica portuguesa sabíamos que tínhamos de abraçar um enorme desafio. Investimos, pesquisámos os melhores parceiros e estudámos os media de todo o mundo, com quem estabelecemos uma relação próxima. Neste exercício, descobrimo-nos e fundámos a muito especial LookVision Portugal. Em maio de 2012, lançámos a primeira revista envolta num sentimento tão positivo por parte de investidores, amigos e colegas de imprensa que hoje, já com seis anos de trabalho, entendemos que só podíamos estar aqui. Ainda temos na pele a excitação de cada número que nasce de dias de trabalho intenso, a curiosidade de aprender com profissionais, cientistas, criativos e empresários todos os meses…tal como naquele maio. Esta edição dedica-se, assim, ao nosso aniversário e aos óculos, claro, porque um não existe sem o outro. Tendências, paixões, moda, amizade, tecnologia e muita luz compõem o nosso editorial de moda dedicado ao verão e à ótica e descreve a essência da LookVision Portugal. Brindámos, viajámos ao passado e revivemos os dias que constroem o nosso sucesso, mas sempre de olho no presente e no futuro do setor. Afinal temos a responsabilidade de registar a história enquanto ela se desenrola. Os eventos dos grupos de ótica ganham sempre maior dimensão e energia. Destacamos o aniversário da Opticalia, que reuniu os seus associados de quatro países num fabuloso Teatro Real de Madrid. Registamos ainda a coragem e reinvenção de uma ótica especial sob tutela dos verdadeiros heróis, Rui e Rita Santos. Fomos também atrás do português mais cobiçado do mundo da ótica do ponto de vista da transgressão criativa. Pedro Silva, inventor da VAVA deu-nos o seu olhar privilegiado sobre novas conquistas com assinatura lusitana. Somos também cidadãos do mundo e a voz que vem de fora dá-nos sempre uma perspetiva fresca. O líder da renovada AVM é o responsável desta edição por esse insight precioso. Registámos ainda a espanhola ExpoÓptica, que está em modo crescente e a ganhar uma nova expressão internacional, numa demonstração de poder do mercado ibérico. E para termos os conhecimentos em alta, trazemos o 15º Congresso Internacional de Optometria e Ciências da Visão mais forte de todos. Os docentes da optometria do Minho desenham já um novo futuro para esta grande iniciativa. E nós, ainda em jeito de celebração, renovamos o nosso compromisso com a ótica e com as suas pessoas, em quem acreditamos sempre mais e com quem unimos esforços há seis anos para edificar um mercado sempre mais poderoso. Afinal, é aqui que está a ótica!

Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.


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Making off | 10 |

A felicidade nos óculos A cidade que viu nascer a LookVision Portugal nestes seis anos de vida foi fundo do nosso quadro primordial de óculos de sol. O Porto libertou a energia criativa e os risos que trazemos na alma quando nos juntamos para trabalhar. O editorial deste número comemorativo dita a moda da temporada e brinda à nossa paixão pelo eyewear. Faz-nos ainda trazer para o meio das centenas de pessoas que “pintam” as zonas turísticas da Invicta o fabuloso trabalho da indústria da ótica e dos seus designers. A nossa festa, aliás, fez virar olhares em direção a alguns dos mais intensos trabalhos das marcas. Proteção, design, geometria e uma sensação de olhar o mundo pela “janela” mais privilegiada de sempre são as palavras-chave desta celebração de aniversário!



Coco Song

Breves | 12 |

Charme oriental Seda, penas, flores e pedras semi-preciosas são os materiais estrela das novas armações e óculos de sol da espiritual Coco Song. A fusão entre a criatividade ocidental com a ambiência do oriente resulta em óculos plenos de charme, ecléticos e que exibem uma “atitude” de jóia. Os óculos brilham em símbolos enigmáticos e cores opulentas que fazem embarcar numa jornada pela cultura oriental. Os desenhos completam, com elegância, este luxuoso quadro carregado de feminismo e atrevimento, apelando à mulher moderna e segura de si.

Ana Hickmann e Hickmann Eyewear

Óculos e Lisboa num conluio delicioso A 6 de abril, a equipa que expande as colecções Ana Hickmann e Hickmann Eyewear em Portugal desafiou sete bloggers e influencers internacionais com grande sucesso na web para uma experiência única. A ideia foi trazê-las ao nosso país para conhecer as marcas femininas entre paladares e ambientes tipicamente portugueses. Saray Martín, Paula Arguelles, Marta Soriano e Aina Simon, de Espanha, Elisa Zanetti, Valentina Coco e Marie Zambolo, de Itália, percorreram todos os cantos de Lisboa e conheceram a alma genuína do povo português, tudo isto para sentirem a cidade como habitantes e não turistas. Provar a gastronomia, ouvir fado e experimentar algumas das artes mais antigas, como a pintura de azulejos, fizeram parte de um dia muito especial, eternizado pelas imagens das escolhas Hickmann e Ana Hickmann de cada uma.

MYMUSE by OKO

Uma ode à arte O grupo OKO colabora há já seis intensos anos com o festival de Cannes através do blogdecannes.fr, onde se assinalam peças da marca nos rostos mais conhecidos do grande ecrã. Em jeito de celebração desta união, a marca francesa apresenta os óculos de sol MYMUSE by OKO. No feminino, o glamour e requinte espelha-se nas peças Juliette & Audrey e no masculino a intensidade da dupla ponte e uma abordagem original das novas tendências está patente no modelo Jason. Esta seleção de óculos cruza géneros e universos numa 71ª edição do festival que se revelou renovado e futurista.


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Breves | 14 |

Think About Your Eyes

Anna-Karin Karlsson

Olhar de Prata introduz nova coleção ao mundo The Girl and the Garden é a mais recente coleção da atrevida e aclamada designer Anna-Karin Karlsson e que foi apresentada em estreia mundial na ótica portuguesa Olhar de Prata. As novas peças são uma declaração de romantismo e inovação ao encontrar o design Art Deco com extraordinários detalhes artesanais japoneses, entre os quais os aros pintados à mão a ouro de 24 quilates e a incrustação de pérolas Akoya. A fechar cada modelo com “chave de ouro” estão as lentes de qualidade Zeiss. E depois de lançada na Olhar de Prata, a nova coleção expande-se por lojas selecionadas como o prestigiado Harrods e Selfridges, em Londres, a Neiman Marcus, em Beverly Hills, Las Vegas e Chicago, a Bergdof Goodman, em Nova Iorque e a Puyi, na China e Hong Kong. Posteriormente as criações de Anna-Karin Karlsson seguem uma tour pelas semanas da moda de Nova Iorque, Londres, Milão e Paris.

Campanha gera mais de três milhões de consultas A indústria norte-americana da ótica, juntamente com os profissionais da saúde visual, dão o exemplo ao mundo no apoio à importante campanha Think About Your Eyes. A iniciativa quer despertar a consciência da população para a importância da sua saúde visual. Em 2017, foi o mote Ver é uma Dávida, que despertou o sentido coletivo para esta questão de saúde e levou para os gabinetes de optometria 3,4 milhões de pessoas para rastreios oculares. “Os resultados do Think About Your Eyes 2017 demonstram que este projeto, com as novas linhas criativas, apela ao instinto para a proteção da saúde dos olhos. Não podíamos estar mais felizes por construir este momentum e motivar ainda mais os americanos a consultarem os profissionais de saúde e cuidarem de si e da sua visão”, declarou Steven Loomis, o líder do importante programa. O sucesso da campanha foi medido através de um modelo de marketing misto, que é uma metodologia que as marcas de grande consumo usam para quantificar os efeitos das suas atividades de marketing nas vendas e nas receitas. Usa uma análise estatística de todos os fatores que contribuem para a criação de exames visuais, incluindo o crescimento da população, esforços de marketing, cobertura dos seguros de saúde visual e economia da saúde, isolando os efeitos do marketing das outras premissas e definindo o verdadeiro impacto da campanha em questão.


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Breves | 16 |

Jean-François Rey

Small is beautiful A casa francesa renova a sua linha especial Petit com formatos fáceis e modernos em acetato, metal ou combinando as matérias com bom gosto e originalidade. Num estilo vibrante e enérgico, as novas propostas brilham nos detalhes bem delineados por Jean-François Rey e nas cores luminosas. O designer francês mantém “viva”, a coleção dedicada aos rostos femininos pequenos que, desde 2012, encontra um produto privilegiado seguindo a mesma filosofia do pronto-a-vestir: desdobrar-se para satisfazer necessidades, prazeres e medidas dos seus seguidores.

Ørgreen

Um novo conceito de urbano The New Urbanite é o nome que anuncia a atual temporada criativa da dinamarquesa Ørgreen. Os quatro novos modelos de prescrição, para homens e mulheres, querem celebrar a energia e diversidade das novas e antigas metrópoles de três continentes distintos. Em constante dinâmica e sempre a absorver o ambiente que a rodeia, The New Urbanite é a peça que preenche as cidades e é também perfeita para as observar. Desde as águas cristalinas de Estocolmo, passando pela energia de Nova Iorque e pelo romantismo de Paris, até ao confronto entre o antigo e o moderno nas ruas de Osaka, o design intemporal da Ørgreen encontra um caminho renovado nestas criações, onde se fundem o minimalista dinamarquês e o funcionalismo e primor japonês. Tal como o acabamento de luxo, o titânio intenso e as cores inéditas asseguram a unicidade destas armações.



Institutoptico

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Maio no feminino No mês em que se homenageia as mães, o Institutoptico eleva a criatividade no feminino da sua marca exclusiva em Portugal, INVU. A insígnia suíça conjuga, nas suas propostas para 2018, materiais e cores num encontro prodigioso entre as mais recentes tendências e um conforto superior. Destaca-se o arrojado modelo T2811A em que as linhas dos frontais distanciam-se das lentes na parte superior num efeito de transparência e levitação. As lentes polarizadas são a garantia de um usufruto do sol e do verão seguro e com uma visão sem defeitos.

ineye Cione

Com certificações renovadas Ao longo de 2017, o grupo de óticas adaptou todos os seus processos e procedimentos para se ajustar às novas versões das normas respeitantes à qualidade e meio ambiente, respetivamente 9001:2015 e 14001:2015. A empresa certificadora SGS confirmou o êxito do empreendimento da Cione. Aliás, desde 2009 que a Cione opera no mercado, apontando aos objetivos de qualidade, gestão ambiental e responsabilidade social e ética e que foram comprovados logo em 2010 com três certificações de qualidade. Com esta política, a cooperativa de óticas quer atingir a excelência operacional e a plena satisfação dos seus sócios, assim como provar o seu compromisso com as ações sociais. Para 2018, a Cione enfrenta o desafio de novas mudanças e revisões para arrecadar a certificação com a última versão da terceira normativa de qualidade, que dá ao grupo o reconhecimento na área da responsabilidade social.

Tecnologia a favor da saúde ocular Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu o inovador ineye. Trata-se de uma tecnologia de libertação prolongada e controlada de fármacos e outras moléculas com atividade terapêutica nas mais diversas patologias oculares. Pioneira a nível internacional, a ineye assemelha-se a uma pérola, tanto na forma como na cor, e introduz-se no interior da pálpebra inferior sem necessidade de cirurgia. A tecnologia que chega ao mercado dentro de três anos tem por base a investigação realizada por Marcos Mariz, no âmbito do seu doutoramento no Departamento de Engenharia Química da FCTUC. Este ineye acrescenta aos diferentes apoios financeiros que tem arrecadado 230 mil euros de financiamento. Este dinheiro é resultado de uma candidatura liderada pela investigadora Paula Ferreira, do departamento de Engenharia Química da FCTUC, ao concurso de projetos de investigação IC&DT lançado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Considerando que, «atualmente, a administração da maioria dos fármacos continua a ser feita através de gotas, num processo que exige destreza, leva ao desperdício e à distribuição sistémica de grande parte do fármaco e para o qual os doentes mostram pouca adesão, principalmente em doenças crónicas, esta tecnologia (de acordo com a definição do INFARMED, um medicamento) terá um grande impacto no tratamento de doenças como o glaucoma», assevera Marcos Mariz. O ineye, que já tem patente nacional e decorre agora o processo de patenteamento internacional.


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Breves | 20 |

FLEYE

E o prazer da comida e dos óculos Lobster, ou lagosta em português, é o nome da novíssima edição limitada de óculos de sol da dinamarquesa FLEYE. Ainda na linha da sua coleção mais recente, a Signature Collection, que se inspira no petisco escandinavo smørrebrød, a original peça consegue transmitir volumes esculturais e uma dinâmica divertida, graças à astuta e divertida dupla de designers e artesãos. Lobster foi manufaturado a partir da elegância do beta-titânio para um acabamento requintado, ligeiro e extremamente confortável.

Maui Jim

Apresenta Compass A casa de alma havaiana apura a sua abordagem ao design, investindo na reinvenção de formatos eternos. Um excelente exemplo do renascimento de um desenho intemporal é o modelo Compass, um aviador que se expressa em linhas geométricas poderosas que envolvem o rosto num gesto protetor. As lentes, o grande investimento da investigação da Maui Jim, são o ponto forte deste Compass, que através do inovador, resistente e subtil SuperThin Glass garantem uma visão clara e sem “interrupções”. E como todos os óculos da Maui Jim são pensados ao pormenor, as hastes terminam em extremidades suaves de silicone que se ajustam à medida dos mais exigentes amantes do sol e do estilo.

Nova coleção Kaos

O triunfo da cor Quem vive de emoções fortes e não cabe nas formatações sociais impostas acaba de receber um ânimo extra na sua demanda com a nova coleção da transgressora Kaos. A coroar este gosto pelo desafio, a marca engendrou uma coleção em que a cor triunfa de forma exuberante num irónico jogo de contrastes que confere a cada um dos oito modelos propostos uma personalidade única e irrepetível. Desta caleidoscópica gama de cores que navega num “mar” de armações em formato redondo ou angular sobressai a tendência para uma estética abstrata de que as listas e os pontos são os mais flagrantes exemplos. Tudo isto resulta numa explosão de luz e cor.


Os nossos olhos não foram feitos para os ecrãs

Relaxe os seus olhos num mundo digital Possivelmente passa mais tempo em frente a ecrãs do que imagina. Isto pode causar sintomas de fadiga ocular digital, como olhos irritados, visão turva e dores de cabeça - mesmo apenas depois de duas horas de utilização. As lentes Sync III foram desenhadas especificamente para aliviar a fadiga e melhorar o conforto visual. Pergunte ao seu profissional da visão como as lentes Sync III podem ajudar a relaxar os seus olhos num mundo digital.

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Tendências | 22 |

Em nome da ótica

Há seis anos que o setor português confia os seus momentos mais importantes nas nossas mãos. Em 2012, lançámos o número 1 da decisão corajosa de dar ao mercado um meio de comunicação que falasse da ótica com o requinte, criatividade e vanguarda que a caracteriza. Temos uma costela espanhola, através da nossa marca. Na realidade temos ADN de todo o mundo, pelas ligações que cultivamos com as marcas, com a indústria e com os parceiros dos media internacionais, pela nossa vida antes da ótica e pela recetividade que sempre mantemos ao que acontece no globo. Talvez esta composição multifacetada justifique a decisão de romper com o instituído e criar uma revista igual a si própria. Cada imagem, cada palavra, cada sorriso, cada edição bem-sucedida estão refletidos na equipa que, desde aquele maio de 2012 investiu conhecimentos, investigação e muito amor. Para celebrar um sexto ano de trabalho em pleno, envolvemos marcas transversais do mercado para brindar entre as peças que nos fazem felizes e que, em parte, justificam a nossa existência: os óculos. Selecionámos os modelos que fazem vibrar páginas e páginas da imprensa especializada e generalista, como tendências de presente e futuro para marcar este editorial de moda que é literalmente “a nossa cara”. Posto isto, agradecemos a confiança de todos que coloram as nossas páginas todos os meses há seis anos,. Da nossa parte, garantimos idoneidade máxima, linha sempre aberta e a cobertura deste grande acontecimento que é o hoje da ótica com toda o rigor e, claro, glamour que lhe é merecido. A ótica, o jornalismo, as relações públicas, o design, a arte, a coragem e a qualidade estão aqui, já sabe, na sua LookVision Portugal.


Editorial de Moda | 23 |

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Editorial de Moda | 24 |

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Editorial de Moda | 25 |

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1. e 2. Patricia Vieites; Carla Mendes: Óculos – Silhouette 3. Paula Craft: Óculos – Carrera 4. Patricia Vieites: Óculos – Ørgreen 5. Carla Mendes: Óculos – Christian Lacroix 6. Patricia Vieites: Óculos – Moss 7. Paula Craft: Óculos – Face a Face 8. Mariana Teixeira: Óculos – Italia Independent 9. M ariana Teixeira: Óculos – Maui Jim 10. Paula Craft: Óculos – Neubau 11. Patricia Vieites: Óculos – Face a Face

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Editorial de Moda | 26 |

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Tendências | 27 |

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12. Patricia Vieites – Neubau 13. Paula Craft – Silhouette 14. Carla Mendes – Vespa 15. Mariana Teixeira – Moss 16. Paula Craft – Cierzo, Carla Mendes – Silhouette, Patricia Vieites – Ørgreen, Mariana Teixeira – Ørgreen

17. Carla Mendes – Silhouette 18. Patricia Vieites – The Look Fotografia: Miguel Silva Agradecimentos: A todas as marcas que gentilmente cederam os óculos. 18


Olhar em Português | 28 |

30.º aniversário MultiOpticas Ambição de fazer mais e melhor No dia do encerramento do IV Encontro de Optometristas, em Lisboa, Rui Borges falou da importância destes profissionais no setor da ótica em Portugal e fez um balanço das três décadas de existência da MultiOpticas em território nacional. Texto: Mónica Menezes

O tempo é de festa com a comemoração dos 30 anos da MultiOpticas em Portugal, mas Rui Borges, CEO da GrandVision, que detém a marca aniversariante e a GrandOptical, acredita que há sempre espaço para melhoramentos. “Se eu fosse professor, nunca dava 20 aos meus alunos porque há sempre coisas a melhorar”, revela, entre sorrisos. Mas mesmo não recebendo a nota máxima, Rui sente que a MultiOpticas faz um trabalho exemplar o setor da ótica em Portugal. “Temos os melhores colaboradores do mundo e os melhores franquiados, portanto estamos satisfeitos. Gostamos muito da forma como quem trabalha connosco se identifica com a marca e gostamos muito do esforço de todos.” E é esse mesmo esforço e empenho que faz com que em três décadas de história já se tenham vivido alguns momentos de tristeza, que foram em larga

escala ultrapassados pelos de alegria. “É um bocadinho de sangue, suor e lágrimas, mas penso que são mais lágrimas de regozijo por tudo o que já atingimos. Claro que já passámos momentos difíceis ao longo destes 30 anos, como qualquer entidade, até porque não somos imunes ao erro. Também cometemos erros e há coisas que temos de melhorar, mas sentimo-nos muito bem porque conseguimos criar uma forma de fazer este negócio em Portugal”, assegura Rui Borges. Foi no último dia do IV Encontro de Optometria, que decorreu de 9 a 18 de abril, no Auditório do Hotel VIP Artes, em Lisboa, que o CEO projetou quais são as celebrações desta data redonda, sem deixar de frisar a importância de encontros como o que ali estava a terminar. “Quando a MultiOpticas chegou a Portugal fomos inovadores no mercado e apesar de agora


tudo ser muito mais competitivo, continuamos a ser líderes e, também por isso, temos de celebrar.” Embora ainda não possa anunciar, Rui Borges revela que os clientes também terão um motivo para festejar com uma nova campanha. Já sobre o encontro de optometristas da MultiOpticas e da GrandOptical, Rui faz um balanço extremamente positivo. Num certame que junta uma componente mais técnica com matérias mais improváveis, mas de extrema importância para a área, o CEO da GrandVision olha para o futuro da optometria com otimismo. “Somos um empregador que respeita muito esta profissão, porque achamos que ela é fundamental para a qualidade de serviço que damos aos nossos clientes. O optometrista tem um papel central, pois é a primeira frente na nossa atividade comercial e é onde se cria um elo de confiança muito importante”, justifica. E vai mais longe: “Há também aqui um papel de ponto de vista social, já que muitas vezes alguns dos nossos clientes não têm capacidade monetária para consultar um oftalmologista e é o optometrista que nas consultas, feitas de forma gratuita, deteta situações que depois carecem de uma ida ao médico. Com as crianças isto também acontece muito, há dificuldades de aprendizagem e têm apenas a ver com problemas de visão. É um capítulo crucial.” Neste IV Encontro debateu-se não só a evolução e os novos desafios da profissão, como também se assistiu a palestras com apresentações de casos clínicos. Destacou-se a apresentação e Miguel Neiva, criador da ColorADD, o projeto virado para os daltónicos e que, segundo Rui Borges, merece o orgulho de todos os portugueses. Trata-se de uma inovação totalmente idealizada e posta em prática por um português. Curiosamente, a fechar este Encontro esteve Alexandre Monteiro, com a palestra “Decifrar Pessoas”, numa vertente de extrema importância aos olhos do CEO da GrandVision. “A expressão corporal é algo que temos de trazer para a parte comercial. Nós estamos em interação com os nossos clientes, quer os optometristas no gabinete, quer o restante pessoal. Por isso, é importante perceber o conceito de expressão corporal, detetar o que o cliente está a pensar, não exprimindo verbalmente, mas por gestos, e

também a maneira como os nossos próprios colaboradores interagem com os clientes.” Sem fazer futurologia, Rui Borges avança que vão continuar a abrir lojas MultiOpticas e que até o fim de 2018 abrirão mais dez. “Seis ou sete serão franquiadas e as restantes nossas. Continuamos a crescer no número de lojas, mas o mais importante é conseguirmos aumentar a qualidade dos nossos serviços. Nos últimos cinco anos o mercado tornou-se muito aberto e competitivo, mas a concorrência é boa porque nos faz melhorar. Tenho uma visão moderadamente positiva para os próximos anos.” Para Rui, um marco na história da GrandVision é algo que não celebra 30 anos, mas sim cerca de três. “No fim de 2014, princípio de 2015 foi trazida para Portugal uma fábrica automática de produção de óculos. É um investimento de vários milhões, que está localizado no concelho de Gaia, em que estávamos a concorrer com Espanha e conseguimos trazer para cá. Está a funcionar muito bem e que pode ter um aumento de mais alguma maquinaria nos próximos tempos, para tornar a capacidade de produção maior. Quando estiver em velocidade, pode chegar aos 150 posto de trabalho. Neste momento já tem 100. Portanto, é uma produção toda ela mecanizada, com pouca intervenção manual, mas com excelentes técnicos. Representa também um orgulho muito grande termos esta fábrica em Portugal.”

Olhar em Português | 29 |

•• ”Temos os m elhor es colabor adore s do m undo e os melhor es franquiad os , portanto estam os satisfeitos” ••


Olhar em Português | 30 |

Opticalia

A celebração da paixão pelos óculos Uma década separa o mercado da ótica do antes e depois do fenómeno Opticalia. Fazer história desta maneira merece uma grande celebração e, por isso mesmo, a Opticalia reuniu as pessoas que possibilitaram o seu êxito, desde diretores, passando pelos óticos e imprensa até aos parceiros de negócios e amigos em Madrid, a 15 de abril. A totalidade do imponente Teatro Real de Madrid “vestiu-se” do azul eclético do grupo internacional e ecoou palavras de agradecimento e esperança, música e tanta alegria, tudo em nome do orgulho de pertença a uma equipa vencedora. O grupo nascido em Espanha avançou sobre o setor há dez anos, com uma mensagem destemida e fez os óticos acreditarem numa reviravolta no estado da economia. Hoje, reúne mais de mil óticas em Espanha, Portugal, Colômbia e México, impelindo a vontade de usar óculos entre os consumidores através de uma imagem fresca, campanhas apetecíveis e mais de dez marcas próprias. E foi esta premissa que Javier Carceller, diretor geral da Opticalia, lançou aos seus 1200 convidados numa apresentação intensa sobre de onde veio este empreendimento, onde está no presente e qual o sonho do futuro. Para além deste discurso envolvente do líder da Opticalia, os convidados viveram

a sensação única de ter um monumento icónico como o Teatro Real de Madrid, em Espanha, todo dedicado a si. Entre salas opulentas, vozes de diferentes nacionalidades, muita expectativa e ainda uma visão inesquecível do Palácio Real, através de um espaço exterior magnético, a festa Opticalia desenrolou-se com a energia latina que carateriza o grupo.

Um espetáculo com muitos óculos e artistas dedicados Javier Carceller reforçou o seu carisma na apresentação aos associados internacionais. No palco, e de olhos nos óticos que acreditaram no projeto que defende, falou na capacidade da equipa Opticalia, na


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•• “ A c h av e p a ra q ue a l g o f u n c i on e , p o r v ezes , n ã o e s t á à vis t a d e t o d o s ” ••

construção do caráter da companhia e na defesa dos valores que fundeiam o grupo. E esta conquista exige uma grande autenticidade de cada elemento, o que torna quase natural e fluída a transmissão desta cultura corporativa aos países que se vão juntando a este sentimento “azul”. Impossível ficar impávido quando ouvimos, depois dos factos que justificam o sucesso da Opticalia, Carceller pedir desculpa pelos erros que possam ter cometido ao longo da década que desenha o grupo. “A chave para que algo funcione, por vezes, não está à vista de todos”. O agradecimento a todos os que contribuíram para o momento de glória vivido em Madrid veio da voz deste líder nato, mas também da atuação de artistas que viajaram dos países onde a Opticalia se instalou para subir o tom da festa.


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Os D.A.M.A. elevaram o português, apesar de apresentarem um tema de entrada em espanhol. De Espanha, Dani Martin fez furor com temas elétricos e da Colômbia, os Morat fizeram todos levantar e dançar ao som do seu especial folk-pop. Claro que, para fechar as apresentações com chave de ouro, Javier Carceller deixou cair o pano sobre a nova campanha que volta a usar a figura consagrada do cantor Alejandro Sanz, desta feita acompanhado da jovem Diana Fuentes cuja musicalidade encheu a sala mesmo antes de fazer a aparição e brindar os presentes com uma atuação brilhante. É ela que no novo vídeo encanta o veterano Alejandro Sanz e com quem faz um dueto dedicado aos óculos. E para loucura de quem participou deste momento especial, Miguel Bosé, artista espanhol consagrado deliciou todos com um encerramento do palco de exceção. A festa continuou madrugada dentro com muito ritmo, partilha e sentimento de futuro em grupo.

Portugal no centro de um conluio que fala espanhol A comitiva nacional compôs-se de mais de uma centena de convidados. Entre países de “grande porte”, a faceta lusa desta grande Opticalia tem uma expressão poderosa. Num mercado em contração, a incrível equipa portuguesa, sob direção de António Alves, conseguiu ascender às mais de 200 óticas associadas, em apenas cinco anos de história. Afinal, a Opticalia assegura ter todas as ferramentas necessárias a um bom negócio de ótica, sendo

que o princípio é mesmo a garra e vontade de trabalhar do próprio profissional. O grupo encarrega-se depois de aumentar a visibilidade da Opticalia junto dos portugueses, de assegurar vantagens junto dos fornecedores e de tornar cada loja única, através de marcas exclusivas que abrangem vários segmentos, até ao mais luxuoso. A Opticalia quer transmitir qualidade e comunicar a paixão pelos óculos, a importância dos profissionais da ótica e uma energia contagiante.


Heróis PME

A segunda edição dos Prémios Heróis PME contou com um representante de força do setor da ótica. A Ótica Transmontana de Rui e Rita Santos candidataram-se ao galardão baseados numa história de força e renovação. Embora não estejam entre os dez finalistas, entretanto apurados através do escrutínio do público online, deixaram a marca do seu negócio de sucesso bem patente entre empresas destacadas do nosso país.

Com o objetivo central de premiar as pequenas e médias empresas (PME) e respetivos dirigentes, os Prémios Heróis PME colocam em destaque, antes de tudo, quem conseguiu vencer desafios empresariais exigentes de forma ímpar. A organização está sob responsabilidade da Yunit Consulting e conta com o apoio do administrador do grupo Delta Cafés, Rui Miguel Nabeiro, que integra ainda o júri que enaltece empresas que demonstraram ambição, coragem, persistência e resiliência. A grande adesão em 2017 por parte das PME nacionais justifica esta segunda edição, patrocinada por Delta Cafés, Victoria Seguros e Católica Business School. “Queremos premiar dirigentes e empresas com projetos de paixão, visão de futuro e preocupação com o impacto na comunidade. Estas são as empresas que representam 99 por cento do tecido empresarial do país e merecem ser reconhecidas”, sublinhou Bernardo Maciel, organizador da iniciativa. Os galardões de 2018 estão marcados pelo Prémio Fénix, num apoio especial às empresas afetadas pelos incêndios de 2017.

A Ótica Transmontana deu um “salto” para o sucesso! Rui e Rita Santos são o rosto da nova geração desta casa nascido em 1955, em Bragança. Na época ainda como Relojoaria Confiança, absorve a ótica a partir de 1960 e é desta atividade que parte o seu crescimento posterior, tanto ao novel da formação dos colaboradores, como no apetrecho tecnológico do negócio.

Mas porque tiveram que saltar estes empresários? A crise e desertificação desenharam um novo panorama na região e, portanto, urgiu uma mudança. A estratégia delineada passou pela aproximação da ética Transmontana às pessoas da sua área de atuação, tática que lhe permitiu avançar sobre as adversidades e diferenciarem-se. Em julho de 2011, e seguindo a premissa desenhada para o futuro da empresa, começou um projeto ambicioso de expansão. A Ótica Transmontana passa a ter “casa” em Vinhais e Miranda do Corvo, em 2012, Mogadouro em 2013, Torre de Moncorvo, Chaves e Vila Flor, em 2015, Macedo, em 2016 e Valpaços, em 2018. A par das lojas nasceu também uma unidade móvel ambiciosa, baptizada como Laranjinha, que chegou mais longe, onde as lojas não chegavam. Esta expansão territorial garantiu mais mercado e notoriedade à Ótica Transmontana. Os colaboradores demonstraram renovada motivação e os clientes apostaram o seu investimento numa marca de confiança. Os posto de trabalho cresceram de oito para os atuais 26, existindo um impacto significativo na comunidade local. “Em termos pessoais percebi que a determinação, coragem e resiliência devem sempre fazer parte do nosso dia a dia”, rematou Rui Santos. Embora as votações online tenham deixado este nobre representante da ótica na primeira fase, o exemplo de conquista e renovação que a Ótica Transmontana extravasou dá credibilidade à ótica em toda a sua extensão e prova como o segredo do sucesso duradouro está na perseverança.

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Ótica Transmontana ou a imagem da ótica positiva


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Optivisão leva a ótica ao Rock in Rio O maior grupo português de óticas em regime de franquia alarga a sua estratégia de comunicação à música e garante presença intensiva no grande espetáculo Rock in Rio, na versão lisboeta. O Parque da Bela Vista conta com as mais recentes tendências em óculos dias 23, 24, 29 e 30 de junho graças à Optivisão. O grupo português acordou uma parceria exclusiva para o setor da ótica com o reputado festival de música e entretenimento, Rock in Rio Lisboa. Para eternizar esta união que nasce ao som da música, a Optivisão prepara a apresentação do modelo Moss Eyewear Festival Look. Os novos óculos propõem cinco cores de lentes, tanto espelhadas, remetendo para o estilo trendy pop da década de ’90, como mais terrenas numa afirmação de puro rock’n’roll. Durante o festival, a Optivisão tem uma loja dedicada, em plena EDP Rock Street África, com inspiração na região do Gana e onde realiza ações eletrizantes de ativação da marca para as milhares de pessoas previstas no evento. “Esta presença no Rock in Rio Lisboa vem reforçar o nosso objetivo estratégico de criar uma maior proximidade com os por-

tugueses, numa fase particularmente importante da marca, de reposicionamento de comunicação e rebranding, possibilitando um conjunto de experiências intensas associadas aos nossos produtos e respetivas inovações”, explicou Sofia Aires, diretora de marketing do grupo Optivisão. A 8.ª edição do Rock in Rio Lisboa acontece nos dias 23, 24, 29 e 30 de junho no Parque da Bela Vista. Está garantido um cartaz de peso, onde se incluem nomes como Katy Perry, Jessie J, Bruno Mars, The Killers, The Chemical Brothers, Muse, Bastille, Anitta, Capitão Fausto, Carolina Deslandes, HMB, entre tantos outros, inclusive a famosa festa Revenge of the 90’s. Um palco dedicado a fenómenos do entretenimento online, uma arena de gaming e um mercado de alta cozinha são algumas das principais novidades.


Portugal para percorrer esse mesmo caminho. Os seus óculos têm um conceito intenso e também um storytelling especial que exige do criador proximidade, à medida de uma verdadeira exposição de arte. “São peças sobre as quais precisamos de fazer a conexão com o ADN da marca e fazer este tipo de instalações, como a que acontece na Wrong Weather, que envolvem o produto e a respetiva história, é essencial”, acrescentou Pedro Silva.

Alma lusa em todas as línguas O ADN português está em cada aresta dos óculos VAVA, pela mão e talento do designer de Viana do Castelo, Pedro Silva. Ainda assim, o sucesso desta casa é retumbante além fronteiras e só Som, imagem e paixão agora começa a ter expressão em Portugal. O crescimento de um A envolvência vivida na loja da avenida da consumo mais cuidadoso e arrojado no nosso país abre mentes e Boavista vai repetir-se noutros locais, predá espaço aos desenhos fraturantes de Pedro. A 5 de maio fomos cisamente para transmitir a paixão VAVA. constatar isso mesmo, o envolvimento sempre maior da VAVA Estes modelos transgressivos vão além linhas espessas que exibem. Envolcom a nacionalidade que provocou o seu nascimento, na fabulo- das vem-se de significado e dão nova persa concept store Wrong Weather, em plena avenida da Boavista sonalidade aos rostos. Usar VAVA é fazer do Porto. uma afirmação, é transmitir um sentimenA LookVision Portugal procurou o homem que sonhou esta VAVA na apresentação oficial da incrível Red Label, na loja portuense Wrong Weather. É que apesar da VAVA estar agora a conquistar de forma consistente os portugueses, a colaboração entre a marca e este ponto de venda avant-garde já é antiga, pelo encontro de ideologias. Assim, atarefado entre as suas peças de arte e os respetivos seguidores, Pedro Silva falou-nos de um período intenso de trabalho pelo aumento da notoriedade da VAVA em todo o mundo. No entanto, o prazer de ver o seu trabalho ganhar terreno na terra natal é grande. “Tivemos alguns clientes portugueses que se atreveram logo à partida com a VAVA. Entre eles a André Ópticas, em Lisboa, ou a Franco Oculista de Braga, algumas concept stores como a Wrong Weather ou a

The e agora está a acontecer um crescimento orgânico. Neste contexto, destaco novos parceiros como a Ótica Boavista, onde inclusive hoje fizemos algumas filmagens para o Porto Canal, ou a Ergovisão, entre outros. Temos todo o interesse que a marca cresça em Portugal, porque somos portugueses e assim sendo tem que vender muito no nosso país. Acho que ultimamente há mais abertura para o mercado nicho. É um fenómeno muito recente e nós aparecemos no momento em que isso estava a nascer e, portanto, o nosso desenvolvimento em Portugal será um processo que acompanha esta tendência”, esmiuçou o designer. Depois de assentar a VAVA na Alemanha e em Itália com grande sucesso, países onde viveu e “contou” a história da sua criação em pessoa, Pedro Silva dedica-se agora a

to. O mercado internacional já se rendeu a esta sensação, sendo que Itália, o mercado mais avançado em termos de ótica, está na frente da contagem. Os portugueses estão a subir na lista e, de facto, entre a música do DJ Set Serginho, as imagens envolventes e futuristas da nova campanha, a simpatia e abertura de Pedro Silva e pessoas bonitas e curiosas entende-se o fascínio que a VAVA exerce nestes eventos. Quanto às novas peças, estão além de uma descrição simplista. Um desenho simétrico perfeito, desalinha-se da normalidade. Os óculos são grandes, desportivos e protetores, clamando sobre si olhares inevitáveis e crescendo em atrevimento relativamente às anteriores criações. O futuro desta marca do mundo que fala português prevê-se em grande, numa reinvenção histórica do conceito eyewear.

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VAVA Eyewear




Outros Olhares | 38 |

Hoya Sync III: olhos relaxados num mundo digital A fabricante de lentes oftálmicas propõe ao mercado as inovadoras Sync III, a terceira e melhorada geração de lentes com reforço acomodativo. Missão: aliviar a fadiga digital e melhorar o conforto visual ao longo do dia.

Os nossos olhos não foram feitos para os ecrãs

Relaxe os seus olhos num mundo digital

A realidade atual é incontornável. Entre telefones móveis, computadores, tablets, televisores e outros dispositivos digitais, a maioria das pessoas passa uma média de oito a dez horas diárias a olhar para ecrãs ou a executar outras tarefas próximas dos olhos. Este novo comportamento provoca fadiga ocular digital, que se define em sintomas como olhos irritados, visão turva e dores de cabeça. A condição pode manifestar-se logo após duas horas de utilização. A alternância entre dispositivos pode agravar a sintomatologia, uma vez que os olhos nunca relaxam. Considerando todos estes fatores, a Hoya apresenta as Sync III com uma potência de longe para uso diário e uma zona de reforço na parte inferior da lente, otimizada para a forma como se usa a visão hoje em dia. A zona reforçada aumenta ligeiramente a potência da lente, o que ajuda a relaxar os músculos oculares e proporciona uma focagem mais fácil. Desta forma, garante-se o alívio da fadiga ocular e o conforto visual durante as atividades exigidas pelo mundo digital. Qualquer pessoa entre os 13 e os 45 anos que passe duas horas ou mais a usar ecrãs digitais ou a executar tarefas de perto pode beneficiar do poder de relaxamento de Sync III. “A revolução digital mudou drasticamente a forma como vemos o mundo, e os olhos estão a sofrer literalmente as consequências”, explica Olga Prenat, optometrista e diretora da Hoya Faculty. “Isto deve-se,

em grande parte, ao facto dos nossos olhos simplesmente não serem feitos para passar longos períodos de tempo a olhar para ecrãs ou a realizar tarefas de perto. No entanto, as lentes SYNC III estão! Os estudos apurados pela Hoya indicam que a maior parte dos usuários de dispositivos digitais nunca ouviu falar de fadiga visual digital e aceitam os sintomas como inevitáveis. Por isso, educar os pacientes é fundamental. Dado que as nossas vidas estão a tornar-se cada vez mais digitais, no campo ótico todos se vão deparar com novas necessidades visuais. “Ao mesmo tempo, reconhecemos que nem todos os usuários digitais são iguais”, acrescenta Maarten Brouwer, Lens Expert EMEA. “Por isso desenvolvemos três opções de reforço para diferentes perfis de usuários. Este trio de possibilidades assegura um reforço adaptado à idade do paciente, ao uso de dispositivos digitais e à gravidade dos sintomas da fadiga visual. Combinando a nossa longa experiência no campo da saúde visual e uma análise atualizada do comportamento humano, as lentes Sync III refletem tudo o que sabemos sobre como as pessoas atuam com os seus dispositivos digitais. Como resultado, desenvolvemos lentes dirigidas expressamente às necessidades dos usuários digitais de hoje em dia. As Sync III garantem aos profissionais da saúde visual uma oportunidade ideal para se diferenciarem numa ampla oferta de lentes unifocais.”


MAIS QUE

UM SALAO

DE 28 DE SETEMBRO A 1 DE OUTUBRO DE 2018 PA R I S N O R D V I L L E P I N T E

silmoparis.com


Jacopo Romano

Uma AVM 1959 de coração novo

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A antiga Allison deixou para trás um percurso entre os grandes da indústria eyewear para renascer AVM 1959 e dar-se aos prazeres da sua história, da criatividade mais honesta, do handmade e de um ritmo que respeita os seus primórdios. O CEO Jacopo Romano falou à LookVision Portugal sobre este caminho que começou penoso, mas que hoje lhes garante um lugar distinto entre os seus pares. Diminuir a importância das licenças para a saúde financeira da AVM foi a primeira decisão entre tantas, seguida pela criação de novas e entusiasmantes house brands que desenham uma nova história para esta casa transalpina. É o seu quinto ano como CEO da AVM. Que balanço faz deste percurso de meia década? O balanço é muito positivo, visto que tivemos que passar por um processo muito intenso de restruturação da companhia, iniciado em 2009. Na altura eu ainda estava no conselho administrativo. Tivemos que redesenhar e redefinir totalmente a maneira de fazer negócio. A Allison era uma empresa com um volume de negócios acima dos 100 milhões de euros, com marcas totalmente em licença e com graves perdas. Em 2008 perdemos qualquer coisa como 35 milhões de euros. Foi muito grave! Por isso, em poucos meses investimos no desenvolvimento de marcas in house e hoje significam, em termos de valor de negócios, 75 por cento do total da empresa. Inventámos-las de raiz a partir de ideias criativas e conseguimos cobrir todos os segmentos de mercado, desde crianças, passando pela mulher, pelo homem, pelo desporto até à moda.

As marcas em licença ainda têm um espaço privilegiado. Continuamos a trabalhar com algumas marcas em licença, com quem temos relação há mais de uma década, entre elas Viviane Westwood, Missoni e Will.i.am. Portanto, em termos de lucro para a companhia viemos de um cenário gigantesco em que perdíamos muito dinheiro, para nos instalarmos com sucesso num nicho de mercado em que focamos a qualidade em tudo o que fazemos, desde o produto até ao serviço de cliente, em tudo. Hoje o valor de negócios está nos 25 milhões, mas estamos a manter saldo positivo e um bom trabalho e temos noção do que somos: uma pequena companhia que não pretende estar em todo o lado. Fazemos o nosso papel e com low profile. E se tiver que usar apenas uma palavra para definir esta “nova” AVM Eyewear, qual seria? Valor! O que queremos proporcionar é mesmo isso e valor significa que damos conteúdo aos produtos, o que justifica o dinheiro que pedimos. Tem tudo a ver com dar valor ao nosso consumidor final, a quem usa os nossos óculos de sol, as nossas armações. Não pedimos dinheiro louco por uma marca, porque não a temos. Fabricamos óculos desde 1959 e sabemos fazê-lo bem. Temos uma equipa de designers excelente e, por isso, o que damos é mesmo isso: valor! Fale-nos do centro de ação da AVM, que é o município Volta Mantovana, na região italiana da Lombardia. Estas instalações localizam-se numa área linda. É próxima do maravilhoso lago Garda, na cidade de Sirmione, e é incrivelmente desconhecida! É uma área montanhosa pequena que produz azeite e vinho, ou seja, tipicamente italiana. Fica a apenas a uma hora de Milão e mesmo os milaneses não a conhecem. Eu acredito, como italiano que a beleza está-nos no sangue, porque o nosso país é bonito. Moda é Itália, arte é Itália, arquitetura é Itália, tudo porque


Neste momento formam-se muitas marcas pequenas que surgem e seguem um caminho ligado ao design. Considera isso uma ameaça para a AVM? Honestamente não, o que sinto é que na estratégia e na criação de produto é importante olhar à nossa volta e ver o que se faz. Porém, acredito piamente que devemos ser criativos e fazer algo que nos represente e à nossa alma. É isso que fazemos. Além disso, o eyewear não foca só a moda, também é um aparelho médico que precisa de um grande nível de serviço. Portanto, um designer pode fazer algo incrível, mas o serviço ao cliente deve ser impecável. Temos mais de dez mil clientes em todo o mundo e todos precisam de apoio, reposições, consertos e é um universo largo e intenso que tem de ser perfeito. E no fim do dia os clientes são os melhores parceiros e se eles fizerem dinheiro nós também fazemos.

•• Nã o vejo muitos desafios no m ercado da ótica e d ig o - lhe por quê. Porque é um setor que passa p or t o d a s as pessoas depois dos 4 0 e enquanto houv e r s o l , as pessoas pr ecisam de óculos de sol, port a n t o é es s encial ao ser humano m oder no. ••

Quanto às marcas de licença, haverá mais novidades neste segmento? Não planeamos novidades, porque quem anda à procura de marcas são os grandes da indústria e eles têm mais dinheiro. Para além disso, o foco é de facto nas nossas insígnias. É muito simples, basta observar a instituição mais bem sucedida da indústria, a Luxottica. Têm a marca de maior sucesso que é deles, a Ray-Ban, com resultados incríveis e podem fazer livremente o que querem sobre ela. Nunca acaba, porque é deles. E eu não estou interessado em criar valor para outras marcas, mas sim para a minha empresa. Neste momento, quais são os grandes desafios que o mercado ótico enfrenta? Não vejo muitos desafios no mercado da ótica e digo-lhe porquê. Porque é um setor que passa por todas as pessoas depois dos 40 e enquanto houver sol, as pessoas precisam de óculos de sol, portanto é essencial ao ser humano moderno. No entanto, mesmo para estes produtos essenciais existem alternativas duvidosas e outros pontos de venda para além das óticas que desviam o consumo do setor. A qualidade vem com o preço, não há como fugir. Se pagar 20 , recebe 20, se pagar 100 recebe 100, excluindo, claro, quando se paga uma marca, aí a conta que se faz à qualidade já é outra. Nós vendemos óculos de qualidade a um preço justo. E há mercado suficiente para todos, já está provado. O importante, sempre, é que se seja leal com o consumidor. Nunca, mas nunca comunicar o que não se vende. Em Itália, existe consciência quanto aos malefícios dos produtos de má qualidade para os olhos? Sim, sem dúvida, existem leis que nos obrigam a providenciar lentes dentro de determinados parâmetros de qualidade. E são muito eficazes e a garantia do seu cumprimento está sob responsabilidade da Camera di Commercio Italiana, que faz auditorias muito frequentes, onde testam e controlam os produtos. Claro que, existem locais onde se podem comprar esses produtos duvidosos, como aos vendedores de rua, mas o próprio consumidor que o faz tem plena consciência do valor do que está a adquirir.

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faz parte da nossa história e do nosso ADN. Isto para dizer que a nossa fábrica está no centro de um local que nos anos ‘50 serviu de base à nossa casa. Reestruturamos o edifício original e agora serve os escritórios e os nossos criativos. É um local de trabalho especial, porque produzimos manualmente os nossos protótipos, à semelhança de como se produziam os óculos há tantos anos atrás. Claro que, absorvemos também novas tecnologias, como as impressores 3D que comprámos há quatro/cinco anos, mas sendo honesto não me parece que num futuro próximo a nossa empresa as vá usar diariamente, porque quem trabalha lá, de alguma forma, através do trabalho manual consegue dar ao protótipo algo peculiar e original. Com a impressora perde-se esse know how. Temos pessoas muito experientes a aplicar a sua mestria e mantemos este espólio através do ensino aos jovens. Trata-se de algo que não devemos perder.




ExpoÓptica 2018

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Feira Ibérica renova-se ao ritmo do setor A edição de 2018 da ExpoÓptica, Salão Internacional de Ótica, Optometria e Audiologia aconteceu em ambiente de festa e crescimento. Organizado pela IFEMA - Feria Madrid, o certame somou 8300 profissionais de todo o mundo, que consultaram os 159 expositores e 170 marcas presentes, 14 por cento mais do que em 2016. Mais digital , mais moderna, com novas marcas nacionais e internacionais, com foco na moda e em conteúdos também destinados a promover e projetar as start-up, esta nova ExpoÓptica quer virar-se para o futuro, como constatou in loco a LookVision Portugal. Todo este dinamismo iluminou o pavilhão 9 do centro de exposições madrileno, num espaço amplo de quase cinco mil metros quadrados, entre 13 e 15 de abril. Nesta edição estreou-se um conceito renovado, que segue de perto as novas necessidades do mercado. Os conteúdos incluíram os últimos avanços no mundo da ótica e da optometria, as tendências mais vanguardistas da moda e um protagonismo especial para a audiologia, a ExpoAdio. De resto, entre os corredores puderam consultar-se todos os produtos que fazem o setor mover-se, desde lentes e óculos, passando pelos equipamentos das óticas e mobiliários, até aos estojos, consumíveis ou soluções informáticas. 2018 também ficou marcado pelo regresso de grandes companhias do mercado ótico a que se somou o apoio das principais associações e entidades espanholas, entre as

quais a Federação Espanhola de Associações de Ótica, a Associação Espanhol de Fabrico, Comercialização e Importação Geral de Ótica e Oftalmologia, o Conselho Geral de Colégio dos Óticos Optometristas e a associação de utilidade pública Visão e Vida. A moda ao rubro! Pelo segundo edição consecutiva, a ExpoÓptica dedicou um palco primordial à moda. ModaÓptica fez brilhar todos os modelos de prescrição e de sol desenhados com as tendências e com o design como inspiração e que refletem um estilo de vida. Aqui, designers novos, marcas consagradas e marcas independentes desfilaram peças materializadas de forma inovadora e, em alguns casos, ecológica. Foi uma ocasião única para conhecer os desenhos que dinamizarão as passarelas no futuro e que incluem um catálogo es-


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pecial a ser divulgado entre óticas de Espanha, Portugal e América Latina. A organização da ExpoÓptica prevê ainda ir além da distribuição aos profissionais, ampliando a entrega desta coleta de arte e imagens ao consumidor final, assim como à imprensa especializada. Uma festa em forma de gala Em estreia absoluta na ExpoÓptica realizou-se a Gala da Ótica que reuniu expositores e visitantes da feira para celebrar feitos das marcas em diferentes áreas. Durante o evento entregaram-se cinco galardões muito aplaudidos. Para o melhor percurso empresarial chamou-se ao palco Francisco Prats, no segmento dos óculos mais trendy, um júri de especialistas votou na coleção de WIT Eyewear e, na mesma categoria e porque a feira quis envolver as redes sociais, o público votou na marca Emoji Glasses and Sunglasses. Finalmente, os prémios para uma vida na ótica e a uma personalidade marcante do setor foram para Juan Delgado Espinosa, da Multiópticas e Juan Carlos Martínez Moral, da Conselho Geral de Colégio dos Óticos Optometristas, respetivamente. A ciência em destaque A ExpoÓptica tem sempre sido uma casa primordial dos avanços científicos, com o importante Congresso Internacional de Optometria, Contactologia e Ótica Oftálmica (OPTOM) na frente dos acontecimentos. Este encontro, cresceu tanto em importância que acabou por ser a principal razão para se consultar a própria feira em determinada altura. Na sua 25ª edição, o OPTOM registou 1300 participantes que não quiseram perder palestras de especialistas internacionais e as suas mais recentes investigações e descobertas. Entre os temas centrais destacaram-se o olho seco, os novos métodos de correção da presbiopia e a nova pandemia do século XXI, a miopia. Expôs-se ainda os pontos chave para adaptar com sucesso lentes de contacto esclerais, assim como

as diferentes opções de tratamento para pacientes com estrabismo, fomentou-se o uso da lanterna para a deteção de patologias , discutiu-se os aspetos clínicos da eletrofisiologia da visão binocular e como aplicar boas práticas baseadas em evidências dentro do gabinete optométrico. E porque ciência e tecnologia andam de mãos dadas, a ExpoÓptica de 2018 repetiu pela segunda vez a Galeria de Inovação Científica e Tecnológica, com o apoio do Conselho Geral de Óticos Optometristas. As portas da feira de Madrid fecharam, assim, em alta e com as expetativas já elevadas para 2020, onde se esperam novos acordos comerciais, nova energia e mais novidades.


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Grabiñe Muguruza brilha com Maui Jim A marca de coração havaiano deu nova expressão à sua aposta no ténis ao integrar Garbiñe Muguruza na sua fileira de embaixadores. No cenário tropical e fabuloso da estação de comboios madrilena de Atocha, a hispano-venezuelana posou para a objetiva da Maui Jim, disputou uma partida amigável e constatou a qualidade das lentes superiores da insígnia. A tenista número três do mundo brilhou em Madrid sob a sua própria luz com a famosa estação de Atocha como base. O famoso jardim tropical cultivado em plena cidade proporcionou uma sessão fotográfica divertida e em boa companhia, com o jovem atleta Miguel Semmler e o diretor de vendas da Maui Jim para Espanha e Portugal, Ignacio García. O local privilegiado comprovou ainda a qualidade exímia das lentes Maui Jim, graças à sua luz particular, cores intensas e plantas vistosas, intensificadas através do material altamente tecnológico desenvolvido pela marca havaiana. E porque o desporto e o sol foi o que uniu Muguruza e a Maui Jim, o encontro serviu para se assistir a algumas manobras de ténis numa partida amigável e descontraída entre a embaixadora da marca e Semmler. A partida aconteceu num mini campo de ténis construído para a ocasião em plena Atocha. Neste duelo, atestaram-se as vantagens de competir com os óculos de sol Maui Jim, que aliás já

conquistaram outros embaixadores de peso como David Ferrer e David Goffin. “Estou muito feliz por integrar a família Maui Jim. Durante a minha carreira profissional sempre procurei excelência para competir ao mais alto nível e a Maui Jim encaixa-se na perfeição na minha filosofia de caminhar sempre ao lado de patrocinadores que me ajudam a melhorar, graças à autenticidade e qualidade dos seus produtos. Sempre que viajo não faltam uns óculos Maui Jim no meu saco de ténis”, assegurou a tenista. Do lado da Maui Jim, Ignacio García garantiu que “Garbiñe Muguruza dá corpo ao espírito Aloha de forma divina.” Desta forma, a casa dedicada aos óculos e patrocinadora do circuito ATP, consolida a sua posição de referência entre os jogadores, treinadores e árbitros, que descobrem os benefícios das lentes PolarizedPlus2 no desempenho da sua atividade dentro do campo de ténis.


A edição de 2018 já se agita para proporcionar um evento marcante e profícuo aos players do setor da ótica de todo o mundo. Esta SILMO, situada na incontornável Paris, garante uma oferta expositora completa e compreensiva de 28 de setembro a 1 de outubro, enquanto abre caminho para um ecossistema de serviços essenciais a todos os profissionais durante todo o ano, acrescendo de valor distintivo a sua posição no mercado global. E como prolongar esta dinâmica da feira parisiense por 365 dias? Através da interação com o SILMO M@tch, uma aplicação desenhada para marcar reuniões, desenvolver ligações e trocas, descobrir novos produtos e potenciar oportunidades de negócio. E não só! A formação também está garantida através do SILMO Academy, um ponto de encontro científico que acelera as capacidades dos profissionais através de programa de formação, preparados para acompanhar o ritmo dos mais recentes desenvolvimentos na área da visão. Outra das formas de manter a feira nas memórias de todos os visitantes chama-se Prémios SILMO D’Or. Trata-se de uma festa de luxo que reconhece o talento e capacidade de toda a indústria e que é muito antecipada todos os anos. A organização do certame tem ainda pensado uma nova rubrica: a SILMO Next. Aqui o foco aponta para a antevisão de inovações

e tendências de mercado, à semelhança de um think tank, que coloca os players do setor na frente das mudanças em curso, impelindo toda a massa crítica da indústria em direção ao futuro. A par de todas estas iniciativas que lançam o SILMO para lá do Parque de Exposições de Villepinte e dos quatro dias em que acontece, a feira internacional dinamiza o SILMO Live. Este conjunto de serviços e de promoções festivas transformam o evento numa ocasião central para ambos expositores e visitantes. Finalmente, e para ir ao encontro das especificidades de cada mercado, o SILMO criou uma rede de feiras profissionais com um verdadeiro propósito global, nomeadamente, SILMO Istanbul, SILMO Bangkok e SILMO Sydney. Tudo isto são razões fortes para não faltar ao encontro do ano, em Paris, de 28 de setembro a 1 de outubro, para ouvir, sentir e falar ótica.

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SILMO Paris 2018 Muito mais que uma feira…


CIOCV 2018

Um futuro que se espera brilhante O grande auditório do Campus Gualtar, da Universidade do Minho, foi o centro da optometria de 28 a 29 de abril. Sala cheia, programa científico transversal e acutilante, apoio ativo das empresas e espaço privilegiado aos avanços da investigação compuseram um Congresso Internacional de Optometria e Ciências da Visão de recordes. Mais de 500 inscritos e um número superior de patrocinadores desenharam um panorama favorável e em crescendo que pode antecipar um futuro diferente para este grande acontecimento científico.

A optometria em potência Ao lado desta figura de proa da optometria da UM, à nossa reportagem falaram também Jorge Jorge e João Linhares, docentes, investigadores e membros da comissão organizadora do CIOCV. Jorge Jorge referiu o sucesso da investigação em optometria da universidade que representa. “Temos um grupo relativamente pequeno, somos cerca de dez, mas trabalhamos intensamente, cada um na sua área. Conseguimos abranger campos importantes e de uma forma muito bem-sucedida, tanto que os resultados que obtemos chamam a atenção, quer a nível nacional como internacional. Aliás, numa das palestras do CIOCV de 2018, o dr. Carlos Saona referiu que os centros universitários têm que investigar, têm que praticar e estar presentes e uma das vertentes em que somos bons é mesmo na investigação. Depois transferimos estes conhecimentos para as aulas o que representa uma mais valia para o curso e para os alunos. E claro que incorporamos os alunos de mestrado e doutoramento nas equipas de investigação, ajudando-os a crescer”, assinalou Jorge Jorge.

Optometria | 48 |

•• ”Ou ficam os aqui e mantem os estes m olde s e capacidade, ou, se querem os cr escer e continuar a evoluir , tem os de adotar um loca l à m edida do congress o” •• O ambiente deste 15º Congresso Internacional de Optometria e Ciências da Visão (CIOCV) esteve ao rubro. As empresas representadas dinamizaram ações apelativas e cresceram em número e o programa, sempre bem delineado, seduziu muitos profissionais já estabelecidos, também em representação crescente. E de facto, sentiu-se à chegada deste que já é o “sítio habitual” do CIOCV uma energia intensa, desde as pessoas que asseguravam o dinamismo dos stands, passando pelo profissionalismo na receção dos participantes até, claro, à sala repleta onde vozes idóneas ecoaram em dois dias de partilha e trabalho. No arranque da edição de 2018 estiveram no “cortar da fita” o reitor da Universidade do Minho (UM), Rui Vieira de Castro, o vice presidente da Escola de Ciências da UM, Maurício Fonseca, o diretor do Centro de Física, Mikhail Vasilevskiy, o diretor adjunto do Departamento de Física, Ricardo Ribeiro, para além de Madalena Lira, a anfitriã, presidente e membro da comissão organizadora do evento. Este momento foi perfeito para referir o potencial do

CIOCV, comprovado com o encerramento forçado das inscrições duas semanas antes, pela afluência das mesmas, algo inédito para a conferência. “Referiu-se que iremos rever a estratégia do CIOCV. Ou ficamos aqui e mantemos estes moldes e capacidade, ou, se queremos crescer e continuar a evoluir, temos de adotar um local à medida do congresso. Até porque, o espaço dos patrocinadores não tem mais por onde crescer, e o número das empresas presentes tem aumentado. Acreditamos que o senhor reitor percebeu a situação e que há abertura para a mudança, levando sempre o nome da UM acoplado ao congresso, claro”, declarou a presidente do CIOCV à LookVision Portugal. Madalena Lira reforçou que 2018 foi um ano excecional, mesmo sem grande divulgação. A docente crê que uma aposta na publicitação do CIOCV pode impulsionar o congresso minhoto para uma nova dimensão. “Mas é tudo um panorama na área das suposições. Vamos terminar esta edição, descansar e depois pensar seriamente sobre o futuro do congresso”.


Um programa científico de excelência A sessão inaugural lançou a 15ª edição deste imponente CIOCV com mensagens imperativas sobre o que será o futuro do congresso, mas também serviu de regresso ao passado. A homenagem sentida a Carlos Saona, professor da Universidade do Minho durante a década de ’90, relembrou a sua dedicação e a diferença que fez pela optometria da instituição minhota.

pretação do comportamento humano, abriu os mistérios encerrados na mente das pessoas, que se podem decifrar através de sinais do corpo, simples e imperceptíveis a olhos não treinados. O segundo dia de congresso começou com “as luzes” incididas na investigação. Os estudiosos, tanto da casa como de outras universidades, apresentaram trabalhos curtos sobre casos clínicos. A neuro optometria também ocupou o centro do palanque, numa abordagem essencial afeta às manifestações oculares que derivam de alterações neurológicas. A oftalmologia foi “chamada” a cooperar numa explicação aos prestadores de cuidados de saúde visual na primeira linha de atuação sobre a temática da cirurgia com lentes intra-oculares: como são feitas e como pode o optometrista estar inserido nesse processo. Os organizadores do CIOCV quiseram mesmo garantir uma interpretação transversal do assunto, com discursos de diferentes especialistas, falando desde o fabrico da lente até à sua colocação da lente no paciente. No encerramento de mais um congresso assinado pelo curso de optometria do Minho ficou a sensação de trabalho bem feito, sucesso e, acima de tudo, de um futuro pleno de possibilidades. Optometria | 49 |

E porque a optometria constituiu o tema de ordem nas jornadas dedicadas ao CIOCV, aprofundámos com estes estudiosos a problemática da atividade em Portugal. A regulamentação ainda está por concretizar, no entanto, do lado da UM, no que “nos diz respeito à melhoria da formação e o conhecimento temos feito o que podemos e o que não podemos para garantir o nosso contributo”, acrescentou o professor. Madalena Lira, Jorge Jorge e João Linhares são unânimes em reconhecer que hoje a população sabe melhor quem são os optometristas e a própria optometria, graças a um desempenho de primeira linha dos profissionais no apoio da saúde visual. Porém ainda se constatam muitos casos de desconhecimento dos pacientes, por um lado, e por outro um trabalho mal desempenhado. “Para mim, um dos problemas gravíssimos que afeta a atividade de maneira séria reside nas consultas grátis e na respetiva publicidade. É um fenómeno que não se vê em mais nenhuma profissão. Não faz sentido nenhum. Todos os optometristas deviam começar a pensar seriamente na ciência que defendem e que praticam e que requer investimento” reforçou o professor Jorge Jorge.

E foi mesmo este especialista a abrir o palco de palestras com o papel da optometria na Europa e em países latinos, desde logo prosseguido por Sergio Latorre-Arteaga que se debruçou sobre o mesmo assunto, mas com o exemplo de Moçambique. Seguiu-se um grupo de discussão apontado à miopia e aos danos das novas tecnologias no sistema visual, principalmente nas crianças. Um tema muito premente na atualidade e que suscita muita curiosidade. Ainda na primeira jornada, houve espaço a apresentações com duas visões afetas à terapia visual. “Quisemos trazer diferentes abordagens e não conclusões e que as pessoas sejam depois capazes de descobrir as diferenças e escolher o seu próprio caminho, vendo as virtudes de cada uma das visões”, acrescentou Jorge Jorge. O CIOCV trouxe também para o centro da conversa a contactologia, pois o flagelo da venda de lentes de contacto online é uma realidade com a qual os optometristas têm que lidar. Quando isso acontece a responsabilidade do profissional tem que ser delineada. A ortoqueratologia foi o último tema ligado à optometria de sábado, antes da exposição interessantíssima proporcionada pela GrandVision sobre Como Decifrar Pessoas. Alexandre Monteiro, especialista na leitura e inter-


Telemedicina salva saúde visual de bebés prematuros

Oftalmologia | 50 |

Um estudo feito na norte-americana Oregon Health & Science University e publicada em abril na prestigiada publicação científica JAMA Ophthalmology concluiu que um exame por telemedicina é tão eficaz como um presencial. A pesquisa foi feita no âmbito da prevenção das causas de cegueira devastadoras em bebés prematuros.

Esta descoberta pode permitir mais tratamentos de forma a prevenir a cegueira em crianças nascidas em locais rurais ou outras áreas onde há poucos oftalmologistas treinados para detetar condições como a retinopatia da prematuridade. Acredita-se que este foi o primeiro estudo a comparar diretamente as duas abordagens de deteção. “A falta de acesso a médicos preparados para diagnosticar a retinopatia da prematuridade infelizmente impede muito bebés prematuros de receberem a observação essencial, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento”, declarou o investigador líder da pesquisa, Michael F. Chiang, médico e docente na área da oftalmologia pediátrica, informática médica e epidemiologia clínica. Algumas associações médicas norte-americanas recomendam um exame presencial com um aparelho amplificador especial que emite uma luz dentro do olho dilatado do bebé para diagnosticar a doença. No entanto, profissionais experientes são difíceis de encontrar em determinadas áreas rurais ou em países em desenvolvimento.

Partindo desta premissa, a equipa investigadora comparou a precisão dos exames pessoais contra imagens digitais enviadas e avaliadas por profissionais. Para este estudo, uniram-se a sete instituições médicas para examinar 281 crianças de risco. Cada olho foi avaliado em pessoa e à distância com uma imagem de telemedicina em grande-angular. A conclusão foi mesmo que não havia diferença no resultado geral entre os dois métodos de avaliação. Os especialistas que examinaram o paciente em pessoa foram ligeiramente mais precisos no diagnóstico numa fase mais tardia do desenvolvimento da condição, não invalidando que a telemedicina pode usar-se para detetar casos clinicamente significativos de retinopatia da prematuridade. A título de curiosidade, a equipa de investigadores apontaram a cegueira do famoso músico Stevie Wonder a esta grave doença. A doença em Portugal A retinopatia da prematuridade é causada pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos perto da retina, a área sensível à

luz, localizada no segmento posterior do olho. Em Portugal há pouca informação sobre o tema, mas segundo o oftalmologista veterano do Hospital de S. João, António Augusto Magalhães, no Porto, um estudo feito pela Sociedade Portuguesa de Neonatologia, em 2004, apontava para uma prevalência de 20,4 por cento. Porém, só 66,7 por cento dos prematuros de risco tinham sido observados por um oftalmologista. Também o Hospital de S. João empreendeu uma pesquisa entre prematuros com menos de 1500 gramas, durante os anos de 2005 e 2006. As crianças forma observadas por especialistas experientes de acordo com o protocolo internacional até terem completado a vascularização da retina. Aqui, a prevalência apurada foi de 61,6 por cento e destes, apenas 2,7 por cento apresentavam maior gravidade. REFERÊNCIAS : Hilal Biten, Travis K. Redd, Chace Moleta, J. Peter Campbell, Susan Ostmo, Karyn Jonas, R. V. Paul Chan, Michael F. Chiang. Diagnostic Accuracy of Ophthalmoscopy vs Telemedicine in Examinations for Retinopathy of Prematurity. JAMA Ophthalmology, 2018; DOI: 10.1001/jamaophthalmol.2018.0649




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