LV 72

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Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 72 • NOVEMBRO 2018

Andreia Marques e Pedro Pereira

A memória dentro de uma ótica Pascal Jaulent

Face a Face ou o fascínio pelos óculos

DMDI

Leica Eyecare ao mais alto nível

MrDheo X Waylife

Das paredes para os óculos




18

22

28

PHILIPPE V

Andreia Marques e Pedro Pereira

OPTICALIA

BREVES

ENTREVISTA DE CAPA

Óculos rebeldes

OLHAR EM PORTUGUÊS Alberto Oculista sempre maior

A memória dentro de uma ótica

35

42

LEICA EYECARE

Pascal Jaulent

OUTROS OLHARES

OLHAR O MUNDO

Índice | 4 |

Lentes oftálmicas ao mais alto nível

Face a Face ou o fascínio pelos óculos

Tema de Capa: A Ótica O Palácio muda o panorama do setor ao estabelecer-se num monumento histórico com todo o primor. Andreia Marques e Pedro Pereira encabeçam este projeto com uma visão acutilante.

Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores.

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OFTALMOLOGIA ORLANDO ALVES DA SILVA Fadiga crónica


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Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 72 • NOVEMBRO 2018

ANDREIA MARQUES E PEDRO PEREIRA

A memória dentro de uma ótica PASCAL JAULENT

Face a Face ou o fascínio pelos óculos

DMDI

Leica Eyecare ao mais alto nível

MRDHEO X WAYLIFE

Das paredes para os óculos

Os empreendedores que fazem história Editorial | 8 |

Nesta edição construída entre frio e chuva, aquecemos a inspiração ao descobrirmos em pleno norte de Portugal a “nossa” primeira ótica num palácio. Andreia Marques e Pedro Pereira são a dupla responsável por este monumento à ótica, com muito orgulho para nós. Abriram-nos a porta do seu sonho em forma de loja com todo o carinho e calor e deixaram-nos viajar pelo percurso que tornou possível termos um espaço tão original no nosso espólio de registos e no setor português. De facto, as lojas podem fugir ao standard e adaptar-se ao mais invulgar dos lugares. E porque andamos sempre atrás de sonhadores, os nossos óticos demonstraram a razão pela qual o setor em Portugal é um exemplo de dinamismo. O grupo Alberto Oculista continua a sua senda de conquistas, assim como a Opticenter que vai alargando influência. A CECOP também se desdobra para ser o grupo de excelência para os seus associados e a Optivisão continua apostada em fazer da ótica um sinónimo de perfeição e glamour. A montante do negócio, as empresas alavancam negócios para que todo o mercado desponte ao consumidor de forma espetacular. É o exemplo de uma DMDI que não se acomoda no seu longo e profícuo percurso e conquista mais uma marca de luxo para o mercado luso. Leica Eyecare figura agora entre as escolhas em lentes oftálmicas para os portugueses. De olhos sempre no mundo, trazemos um registo incrível de uma ótica feita em pleno paraíso e assinada pela Kuboraum, provando que os paradigmas podem sempre mudar. Num registo poético e criativo também destacámos Pascal Jaulent, o fundador da maravilhosa Face a Face, que deslinda os segredos por detrás da beleza das suas armações. Claro que, estamos constantemente em busca daquilo que está na base de tudo e para isso damos páginas à ciência e aos cientistas. A concluir a edição 72, o médico oftalmologista Orlando Alves da Silva partilha a sua mestria na área da fadiga crónica. Vire a página e descubra a melhor ótica que há por aí, porque ela está inevitavelmente na sua LookVision Portugal! Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.


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Making Off | 12 |

Sonhadores num palácio A nossa câmara fotográfica firmou-se num encantador palácio bracarense para fixar eternamente o olhar de dois sonhadores que não se redimiram perante as evidências mundanas. Abriram um negócio próprio, como tantos outros, mas fizeram-no com toda a classe e originalidade ao estabelecer as marcas de óculos que os apaixonam entre as pedras do palacete Matos Graça/Rocha Vellozo, em Braga. O sorriso magnético de Andreia Marques e a personalidade assertiva e observadora de Pedro Pereira eternizam a nossa capa número 72.



Red Rose

Breves | 14 |

Unidos pelo metal Esta coleção da empresa norte-americana Ogi Eyewear ganha duas novas propostas que se desenham na leveza do aço inoxidável. A armação Tivoli faz renascer o clássico redondo, exalando uma beleza intemporal a partir de todos os seus ângulos. Muito leve e resistente, Tivoli recupera o encanto de outros tempos, mas com uma aura de sofisticação. Já o modelo Viterbo afirma-se na sua individualidade. O nylor que constitui o interior da armação capta atenções para a forma mais geométrica e rigorosa, tudo completado numa tonalidade neutra que destaca rostos seguros.

Nirvan Javan

A beleza através dos óculos A marca baseada na Suíça tem por base a necessidade do seu criador Nirvan Javan de comunicar perfeição, simplicidade e beleza. O artista de origem persa teve formação de ótico, altura em que começou a deslindar estratégias de desenho muito próprias. Em 2015, com apenas 24 anos desiste do curso de economia para se lançar na sua própria marca e na primeira coleção Nirvan Javan, com as poupanças da sua vida e na cave da casa dos pais como sede. Logo em 2016, a adesão bem sucedida de parceiros óticos à sua visão permitiu-lhe fazer nascer o seu estúdio, onde hoje tem uma equipa estabelecida em Zurique. A combinação dos materiais da mais alta qualidade e o background internacional de Nirvan Javan, tornam estes óculos a escolha certa para quem quer ser protagonista da própria vida.

Frost

Hot Glasses A alemã Frost vence o frio com a sua fogosa linha Hot Glasses. Uma variedade incrível de formas e cores materializam-se em acetato e acentuam a filosofia de “preparada para uma entrada em grande” desta casa eyewear. A elegância de desenhos generosos, acompanhados pelo atrevimento de tonalidades bem estudadas formam o espírito de uma marca que sempre pautou o mundo da ótica de loucura e alegria.



Breves | 16 |

opti

Lentes pequenas, grande potencial A primeira feira de ótica do ano, a opti de Munique, propõe-se apoiar os óticos na venda de lentes de contacto com uma conferência especial denominada Aficionado em Lentes de Contacto. A iniciativa é organizada pelo grupo Spectaris e integra o espaço de partilha e aprendizagem do certame, optiFORUM. Os organizadores do evento rendem-se, desta forma, às estatísticas que apontam para um aumento dos utilizadores destas pequenas lentas e para um potencial de negócio interessante para os óticos. De 25 a 27 de janeiro, em Munique, os visitantes do certame podem sentar-se para ouvir as palestras de especialistas da área e prepararem-se para dar nova energia aos seus negócios.

Plein Les Mirettes

Desenho que encanta, fabrico que garante Esta história de amor entre mestre e óculos começou nos anos ’60. Tornou-se famosa na década de ’80 ao chamar a atenção do mundo da moda sobre uma mestria de produção de óculos surpreendente. Hoje as linhas que escrevem este percurso mantêm-se retas, embora os desenhos do genial criador, Christophe Morcamp, tenham elevado a marca ao nível da fantasia. Frontais provocadores, cores que apelam ao olhar e acetatos irrepreensíveis garantem um lugar de topo no mundo dos óculos a esta Plein Les Mirettes.

Maui Jim

Do nascer ao por do sol A marca dedicada ao sol propõe um aventureiro Westside. Estes óculos têm um desenho amplo, delineado por um acetato subtil e muito ligeiro. A garantia de conforto no toque tem reforço na certeza da melhor visão, graças à tecnologia líder de mercado Polarized Plus, que bloqueia os raios UV a 100 por cento, e ao melhor material em lentes que a Maui Jim pode disponibilizar, o SuperThin Glass.



Volte Face

Breves | 18 |

Chique parisiense A marca reconhecida pelo seu design apurado está entregue à criatividade do Studio de Création e aos seus líderes Joëlle e Jean-François Rey. E este grupo de criadores dedica aos amantes de óculos uma nova coleção, a Roaring Twenties. Os mais recentes modelos exploram esses anos joviais com uma forte intenção decorativa, repescada ao estilo Art Deco. As armações de metal adornam-se com detalhes refinados e maravilhosos recortes livres. No acetato, as matérias sobrepõem-se e revelam padrões magnéticos, enquanto os esquemas de cor se enriquecem de pormenores brilhantes.

Götti

O rosa é o novo preto Diretamente da Suíça chega-nos mais uma afirmação de criatividade e bom gosto assinada pela Götti. Puro titânio ganha novo significado com cores vibrantes como rosa, violeta e turquesa, numa combinação difícil de resistir. A cor base do metal é dourado ou prateado e, durante o processo de produção, é escovado para um look “retraído”, mas de grande impacto. A linha reta na parte superior do modelo tem um contraste brilhante com tudo o resto e torna estas novidades uma afirmação de poder.


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Breves | 20 |

Safilo

Rye & Lye

Mestria made in Italy Acetato e metal combinados numa fusão de pura elegância são a caraterística primordial da nova coleção Rye & Lye de óculos de sol. O desafio deste conjunto passa por ter um papel principal no coração da marca, aumentando o espólio precioso imposto pelos modelos de prescrição. Os respetivos nomes têm ainda a beleza de uma outra história italiana de sucesso: o vinho. Amarone, Brunello e Falanghina contam histórias de paixões, através de desenhos sofisticados e pormenores intensos. Realçam-se as linhas ondulantes nas hastes e a “dupla personalidade” dos frontais que respondem, na perfeição, às premências dos mais exigentes amantes de moda.

150 milhões para reavivar a empresa O fabricante de óculos italiano continua com os seus planos de reorganização, lançando um aumento de capital social até aos 150 milhões de euros através da emissão de novas ações ordinárias. Esta decisão foi tomada no final de outubro, durante uma reunião extraordinária entre os acionistas acionada pelo conselho administrativo. Numa comunicação da Safilo refere-se que esta operação destina-se a “suportar o programa de refinanciamento da dívida do grupo, que expira dentro dos próximos 12 meses, fortalecer e otimizar a estrutura financeira e o capital da Safilo de forma a permitir que a companhia se foque nos objetivos delineados na atualização do plano de negócios 2020, lançado a 2 de agosto de 2018.” Como parte do plano de refinanciamento, o acionista de referência, o fundo de investimento HAL, comprometeu-se a suportar as novas ações. O grupo de eyewear fechou os últimos seis meses do seu ano financeiro com uma queda da receita de cento, em relação a 2017, com perdas nas ordem dos dez milhões de euros.

Philippe V

Óculos rebeldes Os criativos desta casa viveram uma vida cheia. Tiveram negócios ligados a todas as suas paixões, desde o surf, passando pela música até ao design. Portanto, desenhar óculos era um destino natural para Philippe Vergez e Thierry Halbroth. A marca Philippe V ganhou dimensão através de óculos engenhosos, plenos de detalhes de luxo e muita rebeldia. São fabricados no Japão pelas mãos de mestres da área com métodos tradicionais de produção e matérias nobres exclusivas. As lentes representam também um ponto de qualidade assinadas pela Essilor Sun Solutions, num garante de uma visão em alta definição, graças ao tratamento quartz anti-riscos, uma camada que repele a sujidade e um antirreflexo topo de gama.


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Entrevista de Capa | 22 |

Andreia Marques e Pedro Pereira A memória dentro de uma ótica Ter uma loja de sonho num palácio parece uma história de ficção, no entanto, é a realidade dos ousados Andreia Marques e Pedro Pereira. A Ótica O Palácio nasce do casamento entre uma ótica jovial e comunicadora com 20 anos de experiência e um empreendedor astuto e ambicioso que se revê na vertente mais luxuosa do setor. Nós não descansámos enquanto não confirmámos em pessoa este “mito” e, de facto, chegados a Braga, em pleno Largo da Senhora-aBranca, apareceu-nos um edifício saído da história da cidade e que agora integra também os anais da ótica mundial. Fotos: Miguel Silva

Mantendo a fachada original, integrando detalhes requintados para sobressair alguns dos óculos mais incríveis do mundo, com a beleza fria dos recortes da pedra e o calor de um espaço feito com paixão, a Ótica O Palácio tirou-nos o fôlego. Em cima de tudo isto, à entrada tivemos o sorriso e o carinho de quem fundeou os alicerces deste sonho. Andreia tem o dom da eterna juventude e uma capacidade para nos manter absorvidos pela sua voz, pela sua presença e pela simpa-

tia magnética. É o rosto, a voz e o abraço desta casa bracarense. Já a figura do seu sócio e companheiro de vida, Pedro, acerca-se em silêncio, porém, com “dois dedos de conversa” deslinda-se um homem caloroso, que calcula negócios e a vida com o poder da matemática, mas também com um humor desarmante. A Ótica O Palácio está assim desenhada pela personalidade destes empresários que viram em Braga a lacuna da falta de oferta para os consumidores altamente


exigentes e informados da terra. Enquanto ouvimos o percurso deste projeto maravilhoso através da energia de Andreia, fazemos uma viagem a um passado que relembra um edifício construído no século XIX, por uma família rica regressada do Brasil. O Palacete Matos Graça ou Rocha Vellozo, hoje mais conhecido por Palácio da Senhora-a-Branca, sofreu um atentado há cerca de 20 anos ao ser quase na íntegra destruído para construção de um conjunto de apartamentos. Valeu a este património cultural e histórico um grupo de pessoas que impediram o processo. Salvou-se a imponente fachada norte, na sua altivez original, depois de ter estado ao serviço da cidade como centro de saúde. Ou seja, é ponto assente na memória de tantos bracarenses e, claro, de Andreia em particular. No primeiro dia que cruzou as portas fechadas há duas décadas para começar a construir o seu sonho, Andreia sentiu de novo o cheiro e as mãos dos avós, com quem entrou ali tantas vezes. Portanto, a Ótica O Palácio é a porta das memórias, um reduto intimista de venda de óculos e um prazer para os olhos. Andreia e Pedro fizeram ainda questão de erigir a ótica sem alterar a narrativa destas paredes e, inclusive, o pais artista de Andreia completou a obra com o seu dom de trabalhar a madeira, reconstruindo peças que haviam desaparecido, segundo as linhas traçadas naquele final do séculoXIX. E o toque familiar não ficou por aqui. Luís Marques, irmão de Andreia, imaginou o logótipo e Ricardo Azevedo, cunhado de Pedro, desenhou toda a estrutura da loja. À medida que a nossa viagem chegou ao fim, quisemos saber quem são estas duas pessoas incríveis fora das fronteiras do seu palácio. O silêncio revelou que a ótica e o presente projeto preenchem grande parte do interior dos dois, numa construção que justifica os respetivos percursos. Isso e o filho que Pedro confessa mimar com tudo o que lhe foi privado numa vida dura e lutadora, longe do apoio direto dos pais emigrantes. Já Andreia, criada entre artistas e sonhadores tem

aqui a resolução da sua vida e abraça-a com a energia que lhe é natural. Uma coisa é certa: esta Ótica O Palácio escreve um novo capítulo para o design e decoração de óticas no mundo e está no mercado para deslumbrar! Qual o caminho que vos levou a estabelecer a ótica num palácio? Andreia Marques Já estávamos à procura de um espaço há uns meses, em Braga, e o que aparecia era “mais do mesmo” e nada nos inspirava. Os locais que vimos serviriam, no máximo, para abrirmos uma ótica igual às outras. A Andreia andava a fugir desse conceito. AM Em absoluto, e no dia em que descobrimos este espaço, recordo-me que eu e o Pedro estávamos parados nos semáforos e eu pensei para mim, sem partilhar: “que ótica tão linda daria aquele edifício. É pena que o tivessem deixado degradar-se.” Entretanto fomos ao centro da cidade, porque queríamos percorrer as ruas a pé, em jeito de prospeção. Apareceu um amigo do Pedro e em conversa perguntámos se não conhecia algum espaço no centro para nós. Mostrou-nos um local na zona da Sé, que até está muito em voga, mas que não correspondia aos nossos anseios. Até que se lembrou de um local que, por não dar para fazer montras, achava que não nos interessava. Era o Palácio da Senhora-a-Branca. Fiquei tão empolgada que o Pedro percebeu que alguma coisa se tinha despertado em mim. Eu tinha que ver o que estava ali dentro. Descobrimos depois que tinha uma classificação de Património Nacional e daí ser limitado para as atividades comerciais e também por isso nunca ter estado para alugar. Quando entrei aqui senti algo muito especial, voltei atrás aos dias em que entrava aqui de mão dada com os meus avós. E acho que isto é transversal a todas as pessoas que aqui entram. Relembram outros dias e as pessoas que já foram. É bonito reviver com elas estes momentos, é mágico. Apesar de tudo conseguimos manter o estilo original, embora houvesse por parte da população o medo que alterássemos a “história” original destas paredes. Aliás, no fim de tudo isto, a população local demonstrou agrado pela nossa intervenção e

Entrevista de Capa | 23 |

•• “ O q u e ac h o é q ue o l uxo n u n c a t em c ris e e n ã o p ode m os med ir o n o s s o n e g óc i o p e l a s fl ut ua ç õ es de ou t r o s s eg men t o s ” ••


que nos entram pela porta, estamos muito contentes que assim seja. Aliás, começámos com determinadas marcas, com as quais eu já estava habituada a trabalhar, que eram exclusivas, mas ainda assim de massa, e os clientes que nos entraram pela porta demonstraram que não querem isso. PP Claro que, notámos também que as pessoas tinham receio de entrar no início. Mas essa tendência foi-se invertendo graças ao passa-palavra. AM E sabendo que sou eu que aqui estou, já vêm com menos receios. (risos) PP Sim, mas quem não nos conhece, vem já à procura de produtos diferenciados. E, por isso, ao longo do nosso percurso fomos afinando as marcas à medida destas exigências.

Entrevista de Capa | 24 |

inclusive o presidente da junta de freguesia de São Vítor veio dar-nos os parabéns e agradecer o que fizemos. Isto valorizou, e muito, a localidade. O dono do palacete nunca demonstrou interesse em mudar o rumo do espaço? Pedro Pereira Na realidade a pessoa que comprou o palácio vivia aqui, num apartamento por cima e nunca quis alugar esta parte. Entretanto, isto foi vendido há cerca de um ano e houve abertura do novo proprietário. De facto, eu já tinha planos para abrir um espaço virado para a alta gama, para subir a fasquia da ótica em Braga. Confesso que não estava à espera de vir parar a um palácio (risos). Foi daquelas oportunidades que nem pensámos sequer. Fizemos logo negócio. AM Quem nos alugou também percebeu que, pela forma como reagimos ao espaço e à ideia de nos estabelecermos aqui, que iríamos fazer algo especial. Claro que, a nossa ideia inicial era estarmos mais no coração da cidade, mesmo porque esta zona tem a dificuldade de estacionamento. Mas as pessoas têm-se deslocado mesmo assim. E quanto às limitações da obra? Como geriram o facto de construir em património histórico? PP Encontrámos muitas limitações, principalmente ao nível da fachada que tivemos que manter na íntegra. Colocar reclames, só um muito minimalista na frente. Claro que arranjámos alternativas estratégicas (risos). E o impacto maior da ótica é mesmo à noite. Quem desce a rua em frente ao palácio, que é das que tem mais trânsito em Braga, depara-se com um espetáculo de luz. Por tudo isto, já recebemos mensagens de várias pessoas envolvidas na ótica internacional e nacional a elogiar a nossa ótica. É única! E o Palácio não condiciona o vosso trabalho e o tipo de consumidor que vos procura? AM Sim, condiciona e na altura que embarcámos nesta aventura não pensámos logo nisso, mas hoje e mediante as pessoas

E este caminho que escolheram, o da gama alta, resulta de algum estudo que fizeram, pura intuição ou então paixão pelas marcas? AM Um pouco de tudo, mesmo porque se não nos identificarmos com os óculos, dificilmente os vendemos. PP E apesar da ampla experiência da Andreia na área, nunca tinha trabalhado no mais alto segmento de luxo. Aprendemos e ajustamo-nos. A questão é que, óticas em Braga há muitas. Se trabalhássemos as marcas mais comerciais seríamos mais uma. Na linha da diferenciação havia espaço em Braga para algo mais. E acham que o luxo é o futuro no setor da ótica? AM Mais do que o luxo, acho que o futuro da ótica vai assentar na qualidade. As pessoas já experimentaram estes espaços que se multiplicaram por aí que, no fundo, vieram banalizar o conceito do que é um ótico, um oculista e todo o processo de receber a prescrição, a intervenção junto do laboratório de lentes, da medição e de fazer a montagem. Agora impõe-se a saúde, a qualidade de vida. Tenho tido exemplos de pessoas que nos procuram, porque sabendo que trabalhamos só com boas marcas, que os vamos aconselhar pelo melhor. Vamos voltar à necessidade de confiar em quem vende óculos. PP Embora exista uma clara tendência crescente quanto à estética dos óculos, estamos num mercado em que a saúde não deixa de ter um papel principal. Aliás, digo sempre aos nossos clientes que se querem poupar que o façam na armação e apostem forte nas lentes.


AM Acima de tudo privilegiamos a qualidade de vida e qualidade da visão. Existem muitos acidentes rodoviários que se podiam evitar se as pessoas vissem bem. Não digo que com óculos baratos, não se “remedeie” o problema, mas não de forma otimizada. E há cada vez mais consciência disso! Existe, por vezes, um sentimento negativo por parte dos players do mercado em relação à situação do setor, mas quando vemos um projeto como este confirma-se um certo otimismo. AM Sem dúvida, mesmo porque nunca tive esse sentimento, nem mesmo quando estava a trabalhar noutro segmento onde tinha imensa concorrência, ao nível de “loja sim, loja não”.

Entrevista de Capa | 25 |

Mas e há clientes para tanta oferta? AM Sim, há! Se formos fieis a determinados valores, explicarmos com clareza aos clientes o produto que lhes propomos e tivermos formação atualizada, as pessoas confiam. E hoje impera no nosso mercado muita falta de formação por parte dos profissionais que estão na frente da loja. Nós temos pé assente em toda a tecnologia de ponta, para proporcionarmos o melhor a quem nos procura e já conquistámos recomendações, porque “lá vais ficar satisfeito”. Honramos o nosso compromisso com o cliente e não com nenhum laboratório de lentes. O Pedro já estava ligado à ótica? PP Nada, zero! (risos) Adoro novos projetos e sou polivalente. AM É um empreendedor!

tivermos qualidade na forma como trabalhamos, porque eu vivo isso diariamente com a reação das pessoas. Claro que, há anos menos bons que as pessoas podem não estar tão bem financeiramente e recorrem a outras soluções. Mas nesse sentido o Pedro tem uma visão mais pragmática precisamente porque vem de fora do setor.

E o que ativou na Andreia a vontade de lançar-se neste desafio? AM O Pedro, obrigou-me (risos). Eu sempre fiz das óticas onde trabalhei algo meu. Vivia aquilo de forma muito intensa, talvez porque sempre vi o pai, que é um industrial há muitas décadas, a sofrer por causa de alguns funcionários e eu não queria ser um peso para quem me empregava. E foi o Pedro que me desafiou, porque afinal eu trazia os problemas que não eram meus para casa. O Pedro tem vários projetos e decidiu alavancar a nossa ótica. É o primeiro projeto em família e temos que nos apoiar mutuamente, até o nosso filho de sete anos, compreende porque por vezes estamos menos com ele.

Com mais de meio ano de atividade que balanço fazem. PP A Ótica o Palácio superou todas as expectativas.

De que forma vê o mercado da ótica atual? AM Eu sempre acreditei no mercado e na ótica e acredito também que faz toda a diferença na saúde ocular em geral se

Portanto o mercado da ótica está vivo e recomenda-se. AM Sim, desde que trabalhemos com dignidade, honestidade e qualidade. Se assim não for, sem estes três ingredientes,

PP O que acho é que o luxo nunca tem crise e não podemos medir o nosso negócio pelas flutuações de outros segmentos.

instala-se a crise, porque os clientes não voltam. Aliás, trazer clientes até que pode não ser tão difícil, o desafio mesmo é mantê-los. E como veem o futuro do setor? Há espaço para mais projetos diferenciadores como a Ótica O Palácio? PP Acho que a tendência até será diminuírem os projetos low cost, embora reconheça que é uma realidade que nunca desaparece do panorama do consumo. Tem que existir. AM O que poderá acontecer, na minha opinião, é subsistirem dois ou três grupos low cost fortes e o resto desaparecerá. Veja-se o caso específico dos consumidores bracarenses que são muito inteligentes e informados e até parece que andaram todos ali na Universidade do Minho (risos). Por causa disso, já fecharam low cost na cidade. As pessoas chegam aqui com a lição estudada e gostam de bons produtos.


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Olhar em Português | 28 |

Alberto Oculista sempre maior O grupo nascido na Madeira expande a sua influência com a abertura de mais um espaço de venda de óculos, em Lisboa, no magnífico Parque das Nações. Como sempre, a inauguração teve ritmo, animação, muito convívio e uma previsão de sucesso. A 30 de outubro, uma nova luz alegrou a intensa avenida D. João II, junto ao Parque das Nações, na capital portuguesa, mais especificamente, no edifício Central Office 45 E/F. O design clínico e amplo da loja, totalmente “aberta” para a rua segue as tendências do grupo e justifica o sucesso das respetivas lojas. A tecnologia também representa uma aposta séria da marca, comprovada pelas imagens transmitidas em vários ecrãs virados para quem passa no lado de fora da loja e pelos consultórios equipados com rigor.

Em mais um projeto do Alberto Oculista, o objetivo é ter visibilidade e alargar a influência da marca que usufrui sempre de maior reconhecimento, sob alçada da Opticalia. É a loja número 58 desta casa de génese madeirense e 19ª só em Lisboa! Ao estabelecer-se numa das zonas mais em voga da capital, o Alberto Oculista reforça a mensagem de domínio no mercado, secundada pelo administrador do grupo, Miguel Caires. Foi no final de outubro que a mais recente conquista do Alberto Oculista abriu portas das 17 às 21, com música, sabores,


descontos especiais aos clientes e muita simpatia. Para registar o momento estiveram presentes os parceiros da marca, comunicação social, bloggers e influencers e ainda amigos fieis da casa. E, claro, não faltou o momento único prometido no anúncio da festa, com a entrada em “cena” do cantor Matay. A sua voz serena interpretou os êxitos que inundam as tabelas de música em Portugal e surpreendeu positivamente os convidados da inauguração.

•• A o e st a b el ec er-s e n u m a da s zo n a s ma is e m v oga d a c a p it a l , o A l be r t o O c ul is t a refo rç a a m e n s age m d e d o mín io n o merc a d o ••

Ambição assinada pelo Alberto Oculista A história iniciada na Madeira em 1984 por Alberto Caires tem hoje expressão internacional, com lojas implementadas entre Portugal e Espanha. A pequena loja da Madeira conquistou clientes de forma crescente e tornou-se num negócio central para os madeirenses. Alberto Caires, acompanhado hoje pela visão de negócios do seu filho, Miguel Caires, abraçou as oportunidades que o mercado lhe apresentou e, cresceu paulatinamente até atingir uma dimensão considerável. Uniram esforços com o grupo Opticalia em 2013, com quem têm uma relação frutuosa e que apoia, indubitavelmente, o sucesso da marca Alberto Oculista.

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•• A h istória iniciada na Madeira em 1 9 8 4 por Albe rt o C a ires tem hoje ex pressão internacional ••


Opticenter

Santarém ganhou óculos ao preço certo

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Com a figura famosa de Fernando Mendes em destaque e a oferta de 100 pares de óculos monofocais aos primeiros clientes, a nova franquia da Opticenter, na Praça de Sá da Bandeira, animou Santarém, no passado dia 3 de novembro. É a loja número 36 deste grupo em expansão. A festa dos óculos assinada pela Opticenter fez-se, desta feita, na capital ribatejana e do gótico, contando com o seu fiel e divertido embaixador, animações várias, ofertas e a presença de figuras notáveis de Santarém. A mais recente franquia Opticenter arranca a sua atividade neste ambiente de celebração e com a garantia de serviços em prol da acuidade visual. Entre eles destacam-se os consultórios de contactologia e optometria, equipados e preparados para a realização de retinografias, e o laboratório técnico que permite a entrega de óculos progressivos no dia seguinte ao da compra e de óculos monofocais em apenas 20 minutos.

O líder da nova Opticenter é Marco Pombo, santareno de gema, que em ambiente de festa demonstrou o orgulho pelo empreendimento. “Era um sonho que tive a oportunidade de realizar agora: abrir uma ótica na minha cidade natal. Estou confiante que vamos ter sucesso nesta região, porque a par do preço certo dos nossos óculos, contamos com um gabinete de exame visual dotado de tecnologia de última geração. Exemplo disso é o retinógrafo portátil, que permite examinar o fundo do olho em dois minutos, sendo um exame não invasivo e uma novidade. Temos ainda um laboratório que permite cortar e montar lentes em 20 minutos.


•• “ P a ra nós o cliente está no m eio de t ud o . É com o objetivo de pr estar um s erv iço de qualidade e eficiente que t ra b alhamos todos os dias” ••

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Toda a equipa da loja tem elevada experiência no setor, temos mais de 500 modelos de armações expostos e uma área dedicada à contactologia com inúmeras marcas de lentes de contacto em stock”, esmiuçou Marco Pombo. O diretor da Opticenter, Rui Silva, também declarou a sua satisfação pelo novo projeto, centrado no objetivo de servir bem os ribatejanos. “Para nós o cliente está no meio de tudo. É com o objetivo de prestar um serviço de qualidade e eficiente que trabalhamos todos os dias. Esta loja, sem dúvida, irá proporcionar aos seus clientes um serviço de excelência e o acesso à saúde ocular a preços atrativos e acessíveis. Quem vier à Opticenter de Santarém encontrará tudo aquilo que é praticado no restante grupo e que nos destaca, como por exemplo a simplicidade do processo de venda, os preços atraentes dos nossos packs de óculos completos, a qualidade dos produtos e a garantia de cinco anos que oferecemos com as armações de marca exclusiva. Tudo isto são os atributos da marca que transmitem confiança e segurança ao cliente”, concluiu.

Uma casa nacional que quer óculos para todos A Opticenter é um grupo de óticas 100 por cento português nascida em 2012 para competir no mercado da ótica através de produtos com uma relação preço/qualidade muito competitiva. O crescimento desta rede tem sido sustentado e hoje arrebata 36 lojas sob o desígnio da marca laranja. O conceito de negócio central passa por ter 80 por cento de exposição de marcas e modelos de óculos com lentes oftálmicas incluídas, tudo a preço fixo e competitivo. Esta filosofia já levou a Opticenter, só em 2018, a Vila do Conde, Régua, Caldas das Taipas, Castelo Branco, Covilhã e agora Santarém. No futuro está previsto continuar a conquistar mais mercados estratégicos.


Optivisão

Os óculos através de Cuca Roseta A Moss, marca própria e exclusiva da Optivisão, ganha novo brilho com uma armação eleita pela encantadora fadista Cuca Roseta. A novidade foi batizada como Roseta e garante olhares arrebatados na entrada da época festiva.

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A embaixadora da marca esteve na frente da criatividade no lançamento de mais um modelo especial Moss. Alinhada com as tendências das estações mais frias, Roseta, homónima da fadista, mescla metal e acetato de forma elegante e serve todos os gostos de mulheres confiantes, em quatro possibilidades de cor: preto, preto mate, havana e rosa. A nova armação de prescrição aponta, precisamente, a pessoas modernas que exigem para si as mais recentes tendências da moda. Roseta junta-se aos três modelos Isabella, Roma II e Alessandra, que já compunham a mais atual linha Moss. O conjunto impõe-se pela elegância máxima para o maravilhoso formato redondo de Isabella, a imponência e calor do acetato do Roma e a declinação, claramente, vintage de Alessandra.


Novas caras e celebrações A findar 2018, o grupo internacional de óticas abraça novas contratações para reforçar a equipa e alcançar os objetivos sempre mais ambiciosos. E porque a CECOP não se constrói só de trabalho, a 8 de dezembro está marcado o jantar de natal que reúne sob o mesmo teto companheiros de profissão, a equipa da CECOP e muita animação. Coimbra é o local eleito para a despedida de mais um ano de trabalho e para reunir energia para abrir o próximo. A CECOP junta no hotel Tivoli os seus associados num almoço especial de natal, com a promessa de surpresas que dinamizam a confraternização entre colegas profissionais. A edição de 2018 segue as passadas do sucesso do primeiro almoço em 2017, com o objetivo também de cimentar o espírito do grupo e a união entre os respetivos constituintes da CECOP. Novo assessor de negócios e nova designer A CECOP reforça a sua equipa com Carolina Martins, designer, e Rui Dias, assessor de negócios. Os novos rostos do grupo vêm apoiar o sucesso no alcance dos objetivos

propostos pela empresa ao longo dos últimos anos. Carolina Martins é licenciada em Design pelo IADE, com especialidade em Design e Comunicação. A sua experiência na área vem fortalecer os trabalhos de campanhas feitos pelos associados. Rui Dias tem já na “bagagem” 11 anos de carreira na indústria da ótica em Portugal. Além de ter já integrado grandes grupos, foi também empreendedor. Com a sua integração na CECOP, ganha-se um novo gestor da linhas próprias de armações, contactologia e lentes do grupo. A novas contratações comprovam que a CECOP está em constante crescimento e e que a principal preocupação do grupo se centra nos associados e, consequentemente, na rentabilidade dos respetivos negócios.

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CECOP


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Zeiss

Visulens 500: acrescentar valor à ótica A marca de génese alemã propõe ao mercado a forma mais simples e eficaz para otimizar o processo de refração e prescrição. Visulens 500 é o frontofocómetro automatizado que permite medir com precisão a potência de qualquer lente oftálmica ou de contacto, independentemente do material ou desenho e sem necessidade de ajustar o número Abbe. A esta vantagem operativa acresce, assim, fiabilidade e velocidade a todo o exame visual do paciente. Adicionalmente, o Visulens 500 da Zeiss incorpora um sistema para verificar o nível de transmissão de raios UV na lentes através de quatro comprimentos de onda distintos: 365, 375, 395, 405 nm. Claro que, no caso da medição ser feita em qualquer lente transparente da Zeiss o resultado será sempre o mesmo: proteção UV total. O Visulens 500 é, portanto, um frontofocómetro simples, que graças ao seu design e caraterísticas acelera o trabalho nas óticas, o que permite ao profissional investir mais tempo na atenção ao paciente. Os benefícios deste equipamento abrangem ainda a rápida verificação da centragem da lente oftálmica, o que pode evitar reclamações posteriores.

Durante a anamnese, o Visulens 500 fixa com precisão a graduação que o peciente já utiliza, ajudando o ótico a detetar as respetivas necessidades e a progressão do caso. O aparelho inclui um suporte para lentes com quatro pontos que facilita a montagem segura e fiável. Um sistema preciso, tipo ponteira, de funcionamento simples permite uma marcação exata do centro ótico e do eixo do cilindro. Este aparelho fulcral no trabalho dos óticos foi desenvolvido seguindo a mais recente tecnologia de ponta para tornar a tarefa intuitiva e rápida. Ou seja, a Zeiss coloca os avanços que persegue diariamente ao serviço do setor ótico, para tornar a experiência dos pacientes mais tecnológica e fomentar uma interação entre examinador e examinado mais fluída.


Leica Eyecare Lentes oftálmicas ao mais alto nível

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A marca dedicada à fotografia por excelência chega a Portugal com uma proposta de luxo na área das lentes oftálmicas. Em parceria estreita com a francesa Novacel, a Leica Eyecare nasce apontando a óticos e consumidores muito especiais e com uma filosofia de puro luxo. A DMDI abraçou o projeto em português e apresentou oficialmente as novidades com elegância e em ambiente intimista. A Pousada de Lisboa a 19 de outubro e a Leica Store do Porto a 20 foram os palcos primordiais deste novo paradigma na área da visão.

Entre o requinte da Pousada de Lisboa e as objetivas da Leica no Porto, a apresentação aguardada do novo projeto da DMDI ganhou asas na voz encantadora de uma jovem cantora de Pombal. Com a arte ainda a ecoar entre os convidados, Matilde Marques, diretora de comunicação da DMDI, assumiu o palco para revelar um produto que também tem arte e que entra em Portugal pela “mão” experiente da empresa que representa. E para explicar a posição desta nova perspetiva da Leica e o valor que pode acrescentar às óticas envolvidas na sua comercialização, Matilde Marques falou do luxo e do seu significado, como um mercado isento de crise e dedicado a alguns privilegiados, integrando depois as novas lentes neste quadro.

A “voz” da Leica Eyecare Gerald Schifflers, diretor de exportação da Leica Eyecare na Novacel Optical, tomou a atenção dos presentes para adiantar as caraterísticas e vantagens do novo produto. Começou, claro, por passar a imagem de uma Novacel poderosa e em franco crescimento, na ordem dos 50 por cento nos últimos dez anos. A fabricante nascida pela mão de Rüdiger Düning em 1994, conta hoje com 550 colaboradores e vende mais de 25 mil lentes por dia. A expansão da marca tem sido considerável e a Portugal chegou em 2015, através da DMDI. A este percurso fabuloso faltava uma marca potente junto do consumidor para estar a par e passo com outras grandes insígnias e ainda para chegar aos grandes mercados internacionais.


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•• “A L eic a C a mera t e s t ou t r ês emp res a s c om p e t i do ra s n a á rea das l e n t e s o ft á l mic a s e m v ár i a s fren t es e de c i di ra m-s e p el a Nov ac e l . A c o n s t ruç ã o das l e n t e s e s t á -n o s n o A DN e p a ra el es es t e f at or era c en t ra l ” ••

Em 2017 chegam a este objetivo com a assinatura do acordo com a Leica Camera, a casa da fotografia e dos produtos óticos desportivos por excelência. O representante da marca garantiu, durante a apresentação, que a produção é 100 por cento francesa. Acontece nas instalações da Novacel, em Château-Thierry, um dos locais mais modernos da Europa neste âmbito, mas numa linha dedicada em exclusiva à Leica Eyecare. Gerald Schifflers reforçou a prioridade na mais exímia qualidade e a busca do topo da inovação para “escrever” este novo episódio da vida da ótica chamado Leica Eyecare. No que diz respeito às lentes, a marca propõe pela primeira vez lentes de prescrição com intervalos de 0,125 dioptrias e otimiza ao mesmo tempo as tolerâncias de fabrico, passando de 0,12 dioptrias a 0,10 dioptrias. Tudo isto para garantir a máxima precisão, com a adição de uma supervisão no controlo de qualidade muito apertada, tanto robotizada como humana. Gerald Schifflers realçou que esta cooperação franco-alemã beneficia das qualidades garantidas pelo revestimento AquaDura. Este tratamento, já aplicado há muitos anos nos binóculos Leica, assegura uma proteção fiável nas preciosas objetivas contra a água, sujidade e danos aquando expostas a condições extremas de observação da natureza e na prática da caça e aplica-se agora às lentes oftálmicas. Ainda no campo de inovações pioneiras, as novas Leica acrescem-se da patenteada Nova Esfera Equivalente, pela Novacel. Esta tecnologia assenta num meio de potência aplicado quando

o paciente tem astigmatismo. Tem como princípio a obtenção de zero astigmatismo residual no meridiano correspondente ao corredor de progressão da lente, assegurando o controlo da fadiga visual, precisão e estabilidade na visão. E não podia faltar, entre uma oferta lata da Leica, a lente de prescrição dedicada aos fotógrafos. Digivid Photo permite aos utilizadores manter nitidez com uma profundidade do campo visual mais alargada e ao mesmo tempo uma fixação nítida no ecrã LCD da máquina. . O orador vindo diretamente da Novacel expôs ainda aos óticos uma vantagem extraordinária. Pela primeira vez, a Leica Eyecare impõe uma garantia de 12 meses em caso de acidente e danos superficiais, tais como riscos, em todas as lentes Leica Eyecare e ainda um serviço de substituição gratuito do produto em caso de roubo, quebra ou perda. Existe ainda uma ressalva de seis meses para “não adaptações” e garantia de três anos sobre o tratamento.


Os líderes na primeira pessoa “Ficamos honrados pela confiança que a Novacel continua a depositar na nossa empresa e no nosso trabalho ao conceder-nos a distribuição exclusiva para o nosso mercado das lentes de alta gama Leica Eyecare. Com uma vasta experiência no mercado do luxo, a DMDI tem as ferramentas e os parceiros adequados para fazer um trabalho seletivo e rigoroso, como exige a Leica Eyecare. Estou certo que Leica Eyecare vai ser mais uma oportunidade para enriquecer os nossos conhecimentos e colocar à prova todas as nossas melhores competências” Elísio Marques, CEO da DMDI Eyewear Solutions. “A Leica coloca a sua perícia e conhecimento ótico centenário ao serviço da perfeição das experiências óticas e visuais. A gama de lentes Leica Eyecare constitui assim um seguimento lógico do desenvolvimento estratégico da nossa atividade” - Andreas Kaufmann, presidente do conselho de fiscalização da Leica Camera AG. “Estamos orgulhosos e felizes da aliança com a Leica. Em conjunto, desejamos propor e continuar a desenvolver uma nova geração inovadora de lentes premium. Esta parceria vai permitir-nos melhorar e, sobretudo, dar à Novacel uma incrível abertura europeia.” - Rüdiger Düning, presidente e CEO da Novacel.

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O início do desafio Leica Eyecare A nossa reportagem conversou com Gerald Schifflers sobre o arranque deste grande projeto entre a Novacel e a Leica. À LookVision Portugal, o diretor de exportação contou que “a Leica Camera testou três empresas competidoras na área das lentes oftálmicas em várias frentes e decidiram-se pela nossa equipa. A construção das lentes está-nos no ADN e para eles este fator era central, assim como manter a produção na Europa. Além disso, entre Wetzlar, o sítio onde está sedeada a Leica, e Château-Thierry são só 400 quilómetros. É muito fácil para a equipa da Leica controlar a produção. Arrancámos o ano passado em setembro, mas tivemos a missão de introduzir o produto em primeiro lugar na França, na Alemanha, na Bélgica e na Suíça. A Novacel tem subsidiários nestes países e, portanto, foi mais fácil analisar os resultados no mercado. Testámos sobretudo em consumidores high end e desde há poucos meses abrimos o mercado na Europa. A DMDI é um parceiro fulcral e estratégico, porque já trabalha com a Novacel, têm ótimos clientes e uma visão acutilante. Eles querem apostar neste projeto porque aponta ao luxo. Portugal lança-se agora, a seguir o Reino Unido, depois Tailândia e por aí fora. Não queremos massificar o produto e vamos fazendo esta introdução paulatinamente, e com qualidade.” Gerald Schifflers garantiu ainda que os testes feitos nos países pioneiros foram muito positivos, antecipando o sucesso desta especial Leica Eyecare.


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MrDheo X Waylife

Das paredes para os óculos

A arte urbana ganhou um lugar de destaque nas ruas das principais metrópoles do mundo e inunda zonas cinzentas das cidades com cor e criatividade. O fascínio que tem exercido sobre a sociedade justifica uma passagem estratégica das ruas para os óculos. A marca Waylife repesca, assim, as obras do portuguesíssimo e portuense MrDheo, responsável pelo embelezamento de mais de 40 cidades, para uma colaboração única no mundo eyewear. MrDheo X Waylife sai para o mundo a partir de dezembro de 2018. A LookVision Portugal ouviu e registou o percurso deste homem intenso, que tem na voz cada fachada que executou e na mente projetos que elevam a arte urbana a um novo patamar.

A Waylife surge no mercado pela mão do experiente Hugo Oliveira que depois de 17 anos ao serviço dos óculos quis dar um merecido twist artístico ao setor. A primeira colaboração que a marca casual dedica aos amantes de eyewear tem os objetivos centrados no grafismo poderoso de um artista da Invicta, que tem levado Portugal desde Paris, passando por Israel, até Aruba. MrDheo “doa” as suas pinturas à escala de óculos modernos, que se desenham ao ritmo de pessoas eternamente jovens, de vida intensa e alma divertida. A primeira experiência desta união inusitada de marcas foi com o Futebol Clube do Porto, com quem MrDheo colaborou em diversas frentes, com destaque para o fabuloso dragão de 20 metros do museu do clube. Ou seja, MrDheo X Waylife

materializou-se num modelo onde vive a mascote do clube portuense e que tem tido expressão nas lojas do Futebol Clube do Porto e em algumas óticas. “Fui fazendo colaborações pontuais com marcas, até conhecer o Hugo e perceber que a questão dos óculos podia funcionar muito bem. O conceito base é sempre transportar a rua para o vestuário e acessórios. É puro e duro. Aquilo que pintei em várias cidades mundiais, adapto a um produto”, explicou-nos o artista. A continuação deste projeto conjunto tem, por isso, nacionalidades distintas como Miami, Paris, Johanesburg e Barcelona, os nomes das diferentes linhas da primeira coleção. A exigência da impressão digital dos desenhos levou a produção dos óculos para o estrangeiro, embora o vestuário associado


Uma vida de spray na mão “Sou um artista urbano com carreira há 18 anos. Comecei com o graffiti tradicional aos 15, ou seja de forma ilegal, mas naquela altura tinha que ser assim porque não havia um local onde nos puséssemos expressar. Hoje em dia tudo mudou e até consigo viver disto. Tenho trabalho em mais de 40 cidades lá fora, a convite. Passámos de murais ilegais pequeninos a fachadas de prédios nas grandes metrópoles”, começou assim um fascinante MrDheo as respostas às nossas curiosidades sobre a arte urbana. Esta forma artística teve uma introdução lenta em Portugal, em comparação com o resto do mundo e a prova disso é que quando o MrDheo foi convidado a pintar

o primeiro mural no Porto, a conhecida imagem do seu pai com uma lata de tinta apontada à torre dos Clérigos, na zona da Trindade, já mais de 40 cidades internacionais conheciam o seu dom e já vigorava no Guiness com três recordes. Um desses registos extraordinários é relativo ao O1NE do Líbano, o maior graffiti de propriedade privada do mundo, com 270 metros de comprimento e 18 de altura, em que participaram 18 artistas, entre os quais o nosso MrDheo. “Os graffitis são a arte deste século. Antigamente o que acontecia é que tinham má conotação, porque eram ilegais. As autarquias começaram a perceber que, criando espaços legais para os artistas verdadeiros se expressarem, o resto começaria a ter menos atenção”, explicou o artista urbano. Inspirado pelos seus pensamentos, por aquilo que vive e sente, pelo que observa no mundo, MrDheo “fala” através de

imagens realistas que expressão rostos, indignação, alegria e ideais. Depois existe ainda uma grande dose de improviso e a absorção do ambiente que rodeia a “tela”. “Considero que a maior vitória da minha carreira foi passar de alguém que executa para alguém que cria. Como artista contemporâneo isso é relativamente fácil. Ou seja, visitas uma galeria, gostas de um quadro e compras, o artista não tem que fazer uma coisa ao teu gosto. E nesta arte havia muito o estigma de que tínhamos que executar as ideias de quem nos requisitava. E é difícil chegar ao ponto em que te contratam e querem que tu cries porque é aí que está o valor do teu trabalho. Quando isso acontece, sinto-me realizado”, acrescentou. E estas imagens poderosas que fazem brilhar as cidades também mudam vidas. MrDheo, acerca deste capítulo, falou-nos de uma obra em que esteve envolvido em Lisboa, mais especificamente no Conde Redondo. O desafio dele e do colega que o apoiou era o de pintar uma residência universitária. Para além de terem acompanhado toda a obra com o arquiteto, decidiram pintar as fachadas com triângulos multicolores que mais tarde se transformaram num desenho 3D e que abraçava as outras fachadas. Aquela que era uma zona complexa de Lisboa mudou. Hoje passam tours para tirarem fotos à obra e cresceu nas pessoas daquela área um sentimento mais positivo.

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também à coleção seja feito, orgulhosamente, em Guimarães. MrDheo acompanhou os resultados da materialização dos seus desenhos para garantir que a alma original da arte tem toda a expressão, em cada par de óculos. É que MrDheo não cria nada em computador, tudo se completa pela forma mais humana e tradicional, o que no processo de passagem para os óculos força a aplicação de tecnologias especiais e dedicadas para que tudo resulte na perfeição. Quando questionámos o artista se pensa “dedicar o spray” em exclusivo ao eyewear, a reposta foi segura: “Sim quero, porém neste momento a ideia base é esta, porque tenho muita matéria prima no meu portefólio e também porque esta não deixa de representar uma fase de teste para percebermos como funciona o produto.” Hugo Oliveira garantiu que vai levar a marca longe e que está já a negociar a presença em feiras da especialidade, onde o impacto de ter um verdadeiro MrDheo a pintar in real time vai certamente criar interesse na marca. E não é tudo! “Há outras coisas que acabam por acontecer agregadas aquilo que faço. Estive agora em Aruba a pintar a biblioteca nacional e vou voltar para o ano e, paralelamente, ao evento que vamos pintar, acontece o Aruba Fashion Week onde vamos introduzir a marca. Estávamos lá, falei sobre o projeto e convidaram-nos para desfilar os óculos e a roupa”, afiançou MrDheo.


Copenhagen Specs Berlin

Uma primeira vez de sucesso “Foi uma longa jornada para fazer possível a copenhagem specs em Berlin. Por isso, ver o número de visitantes exceder as nossas expectativas faz de mim um homem muito feliz!”, declarou Morten Gammelmark, o fundador da feira nórdica, nascida na Dinamarca, no rescaldo da primeira edição na capital alemã.

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Fotos: Mads Graver

O evento, ocorrido entre 20 e 21 de outubro no histórico Arena Berlin, um antigo terminal de autocarros no centro da capital alemã, arrebatou 907 visitantes de 17 países, entre os quais Portugal, que consultaram 115 marcas de 69 expositores. O líder deste certame dedicado a elevar e promover as marcas independentes acrescentou ainda que “não consigo agradecer o suficiente a cada expositor/marca por todo o apoio dado para fazer esta primeira copenhagem specs Berlin possível. Agradeço muito também à imprensa especializada do setor que nos deram visibilidade. E, claro, agradeço ainda aos visitantes que dispuseram do seu tempo para nos consultarem em Berlim. Eu e a minha equipa esperamos que todos tenham passado momentos especiais na feira e que voltem em 2019 e nos anos seguintes.”

Uma das causas do sucesso do certame nórdico, para além da certeza de se encontrar óculos especiais de marcas fraturantes, é a simplicidade da disposição e exposição dos produtos. É que a copenhagem specs destaca-se das restantes feiras do setor pelos stands homogéneos para todos, construídos em madeira e integrados em locais icónicos, de arquiteturas bem selecionadas. Para 2019, o desafio está lançado para 5 e 6 de outubro, repetindo a Arena Berlin e com a expectativas altas em relação à participação dos profissionais de todo o mundo. “Se ama óculos e quer ver os melhores dos melhores, numa atmosfera amigável e intimista, onde os expositores consagram tempo de qualidade para mostrar as suas coleções aos seus visitantes, então tem mesmo que visitar a copenhagem specs em Berlim”, concluiu Morten Gammelmark.


Kuboraum

A marca alemã ganhou nova expressão ao abrir, a 2 de novembro, um espaço único no mundo, no eco resort Azulik, em Tulum, México. IK_Raum exibe os óculos da Kuboraum, inserido no IK Lab, uma incubadora das mais criativas mentes do mundo, que interage com o ambiente deslumbrante de Azulik. Este complexo paradisíaco, pensado com consciência ambiental, foi concebido e desenhado pelo arquiteto Roth, Eduardo Neira. O objetivo de Azulik foi unir pessoas e comunidades através de iniciativas de hospitalidade, sustentabilidade, bem-estar, gastronomia, arte, moda, luxo, arquitetura, design, criatividade e inovação. No que diz respeito à arte e à cultura, o IK Lab é o grande protagonista, apelando às mais criativas mentes para interagirem com a arquitetura visionária da galeria. Aqui capta-se a quinta-essência da natureza abundante, da herança espiritual e dos conhecimentos ancestrais da península de Yucatan, combinada com a inovação tecnológica e sustentabilidade. As exibições de arte contemporânea no IK Lab, o seu programa residente de arte e a lista de artistas internacionais proeminentes proporcionam uma nova forma de viver a arte para a comunidade local e os visitantes internacionais IK_Raum de óculos O novo espaço conceptual da Kuboraum abarca o dois mundos ligados ao Azulik e à galeria IK Lab. Exibe a já conhecida coleção de máscaras, paralelamente à coleção cápsula inspirada na Yucatan, desenhada em exclusivo para este local especial. Na IK_Raum

encontra-se a maior seleção de modelos da Kuboraum, logo a seguir à da loja flagship em Berlim. Este lugar situa-se entre o mar e a selva de Tulum, como uma entrada para um submundo. “Espelhos e velas, a nossa imagem refletida em todo o lado evocam um sentimento de entrar num sítio onde se pode estar em contacto com a nossa natureza, as nossas estrelas, as nossas máscaras e nós próprios. O vento entre as lentes, a perfeição de ser, um sentido de intimidade que nos coloca perante as nossas identidades”, descrevem os criativos da Kuboraum. De facto, a pedra rude e o metal frio são elementos perfeitos para expor as máscaras da casa alemã, que se tornam parte da paisagem envolvente e inesquecíveis a quem tem oportunidade de entrar nesta “viagem” pela essência da Kuboraum.

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Um pedaço de paraíso no México


Pascal Jaulent

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Face a Face ou o fascínio pelos óculos O homem que pensou e sonhou a Face a Face deu-nos uma visão privilegiada do seu trabalho e da sua marca. Desde o regresso aos primórdios da insígnia de origem francesa até ao futuro que se adivinha para o setor em geral, a LookVision Portugal registou as palavras de um verdadeiro pensador do eyewear. Pascal Jaulent emana a paixão pelos óculos, brindando o mercado com criações, de facto, únicas que expressam liberdade e rebeldia. Quando decidiu lançar a Face a Face em 1995, que valores trouxe de novo para o setor da ótica? A nossa aventura em 1995 esteve na encruzilhada da nossa paixão pela riqueza do eyewear que consegue unir a perícia humana na sua diversidade física, cultural e psicológica. A intrincada técnica em ambos desenvolvimento dos óculos e na produção, relacionados com a geometria da lente, a criatividade, a moda, a dimensão artística concede um sentido único a este objeto tão pessoal. E de que forma é a Face a Face diferente das restantes marcas do mercado. Eu tenho uma abordagem totalmente conceptual na criação dos óculos e os meus projetos têm raízes numa perspetiva modernista, mas altamente sensível à nossa expressão pessoal. Harmonizamos uma atitude original e moderna, de forma a literalmente enquadrar a nossa


visão e expressão no intenso mundo de hoje. Todos nós somos também animais muito culturais, filtrando as influências da sociedade a partir do ângulo da nossa cultura parisiense e a manifestação disso resulta numa maneira única de comunicar cores, proporções, audácia e harmonia, vanguardismo e usabilidade.

Tenho a certeza que os desafios de hoje para o Pascal, enquanto artista, são diferentes de há duas décadas. Mudámos totalmente e devo isso à imprensa, aos óticos, aos clientes, aos artistas, aos colegas e aos fabricantes de todo o mundo que nos vão apontando positivamente para o interesse fascinante do nosso mercado. E que inspirações influenciam os desenhos Face a Face? Faço tudo através do prisma de luz de cada jornada. Como combina a arquitetura, eyewear e rosto humano em cada modelo? De forma muito natural. O contexto conceptual da marca é uma ajuda incrível para combinar estes elementos e garantir que os renovamos de forma reconhecível e pessoal. Que objetivos tem para o futuro da Face a Face? Pergunte a um músico, a um designer de moda, a um artista de maquilhagem quais são os seus objetivos e eles dirão que querem expressar-se sempre através das melhores ideias que lhes vão surgindo permanentemente. Abrirmo-nos

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Nos dias que correm existem tantas marcas independentes a fazer designs muito interessantes, o que não acontecia quando se estabeleceram nos anos ’90. Como mantêm a Face a Face tão “fresca” e, de certa forma, acima de tudo isto? Sendo fiel aos valores criativos e aos excecionais fabricantes localizados, primariamente, em França, mas também em Itália e no Japão. São eles que mantêm intocável a expressão da marca e a definição do produto ao mais alto nível. Num projeto tão radical e moderno, sob a forte influência de pessoas envolvidas no movimento Bauhaus, Le Corbusier e Perriand e os seus seguidores, como Niemeyer, eu adicionei a arte da sedução nas armações femininas, a arte de combinar volumes, jogando com aparências e cores, elevando as formas dos olhos para exprimir um olhar simplesmente único. Para homens, investi numa imagem de força e confiança, através de volumes apurados, ângulos e relevos.

para outras/diferentes sensibilidades criativas é, em definitivo, a maneira de atravessar influências e expor cada vez mais a nossa individualidade. Teve a oportunidade de viver os setores da moda e da ótica durante muitos anos. Que conclusões retira sobre a respetiva saúde? Tivemos a sorte de viver um período em que criação, moda, arte e tendências moveram o nosso setor de forma significativa. Agora novos caminhos emergem tanto na vertente técnica, com a possibilidade de impressão a 3D, como no próprio mercado, com tendências opostas desde a distribuição na internet e as ondas de descontos. Tudo isto dá mais valor à insubstituível mestria pessoal e ao cuidado dos clientes por parte de excelentes óticos. A minha missão é garantir as melhores possibilidades aos profissionais do retalho, tornando o seu trabalho mais interessante e valioso e, consequentemente, fazendo os clientes felizes através de óculos excecionais que os definem de forma mais apurada. Que futuro se pode esperar do setor? São as marcas independentes o próximo domínio do eyewear? O que eu gosto neste setor é a sua imensidão e diversidade, que nos dá espaço para crescer. Servir mais pessoas e de uma maneira melhor garante-nos a esperança a todos e em particular às marcas independentes.


Oftalmologia | 44 |

FADIGA CRÓNICA Texto: O. Alves da Silva –Médico oftalmoçogista

A Síndroma de Deficiência Postural (SDP), descrita em 1979 em França pelo medico português Henrique Martins da Cunha é uma doença devida ao afastamento inconsciente da biomecânica ideal, segundo o seu autor. Essa doença é acompanhada de uma disfunção do nosso sistema proprioceptivo e é essa disfunção que produz múltiplos sinais e sintomas quer na criança como no adulto. Martins da Cunha, ao observar e estudar esses doentes, teve a percepção que havia manifestações do foro oftalmológico e , não sendo oftalmologista mas sim médico fisiatra, pediu a um médico oftalmologista que o ajudasse a investigar cientificamente esses doentes. Sob o ponto de vista oftalmológico esses doentes apresentavam um olhar ou lateralizado ou de nariz levantado e quando examinados na asa de Maddox referiam um erro de localização da imagem observada. Em alguns casos havia mesmo queixas de visão dupla (diplopia). Parecia haver uma alteração da motilidade ocular que competia esclarecer pelo departa-

mento de estrabismo. Eu tinha acabado de ser nomeado responsável pelo departamento de estrabismo do Serviço de Oftalmologia do Hospital Universitário de Santa Maria em Lisboa. Coube-me a mim dar esse apoio oftalmológico ao Professor Martins da Cunha. Essa colaboração iniciou-se em 1977, ou seja, dois anos antes da publicação inicialmente referida e seguiu-se uma colaboração clínica que durou mais de vinte anos. Para além da investigação no campo oftalmológico dos parâmetros ligados à SDP foi possível desenvolver uma nova vertente terapêutica por via oftalmológica, muito eficaz, que são as lentes prismáticas activas. Até essa altura Martins da Cunha utilizava como terapêutica a reprogramação postural que ele tinha desenvolvido, a ergonomização, orteses plantares e alguns medicamentos. A propriocepção é o sentido que informa o cérebro sob o estado do corpo. Recolhe informações dos diversos segmentos do corpo, envia-os ao cérebro que os analisa, interpreta e reage em conformidade.


•• “Está a faz er 4 0 anos que Mar tins da Cunha alertou a comunidade médica par a esta situação clínica chamada Síndroma de Deficiência Postural, quanto tempo mais vam os continuar a ignor ar ?” ••

Quando esse sistema se encontra perturbado no seu funcionamento produz sintomas muito diferentes uns dos outros que podem afectar seriamente o indivíduo, interferindo com a sua saúde e bem-estar. No adulto os sintomas que mais originam a ida a uma consulta médica são a dor e o desequilíbrio. Essa dor pode revestir a forma de cefaleia, enxaqueca, dor a nível do pescoço , dor lombar, cruralgia, ciatalgia, dor no peito , nos braços e nas pernas. Essa dor é frequentemente acompanhada de limitação articular como dificuldade assimétrica de rotação da cabeça, dificuldade em colocar sabão nas costas, apertar o soutien, no caso das senhoras, pendurar os fatos nos cabides,dificuldade em baixar e levantar, dificuldade em abrir bem a boca, entre outras. O desequilíbrio também pode revestir várias formas desde a vertigem , às quedas frequentes, à sensação de se encontrar em cima de um barco ou caminhar sobre algodão, choques contra os objectos como mesas cadeiras ou ombreiras das portas. Nas crianças ,embora haja com alguma frequência dor na barriga das pernas que são interpretadas como dor de crescimento, dor a nível do epigastro que são interpretadas como manifestações de tipo digestivo, o grande motivo de consulta tem a ver com as dificuldades de aprendizagem. Os pais sabem que a criança é inteligente, é trabalhadora mas depois vai para a escola e volta com maus resultados escolares. Efectivamente a disfunção proprioceptiva pode produzir dislexia, deficit de atenção/concentração e outros fenómenos da área cognitiva que interferem na aprendizagem. Mas hoje vamo-nos focar na FADIGA CRÓNICA. A fadiga crónica é raras vezes o motivo principal de consulta, mas quando ela domina o quadro clínico tem uma incidência muito séria sobre a saúde e o bem estar do indivíduo. Os sintomas assemelham-se a uma degenerescência neurológica, uma insuficiência cardíaca ou a uma anemia grave mas nem se encontram sinais objectivos de degenerescência neurológica nem alterações electrocardiológicas ou analíticas que justifiquem a situação. Muitas vezes a fadiga é mais intensa da parte da manhã e surge sem que o indivíduo tenha exercido qualquer actividade que justifique essa situação.

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Uma carteira ergonomica pode prevenir perturbações posturais no futuro.

Raramente os pacientes e os profissionais associam essa situação a uma perturbação funcional do sistema proprioceptivo. Esgotados todos os exames clássicos que se revelam normais, aplica-se-lhe frequentemente o rótulo de doente ansioso e o paciente vai arrastando a situação ao longo da situação medicado com ansiolíticos e outros produtos do foro psíquico. Porém, quando esse paciente tem a oportunidade de ser observado por um médico conhecedor do modo de funcionamento do sistema proprioceptivo esse profissional submete-o aos testes proprioceptivos que se revelam positivos , faz o diagnóstico e aplica a terapêutica adequada para resolver a situação. Para uma melhor ilustração do que se acaba de dizer, vamos relatar um caso clínico de Fadiga Crónica grave ocorrido este ano. Em Maio fui a Inglaterra treinar ópticos ingleses na montagem das lentes prismáticas activas que eu desenvolvi. Logo no dia e que cheguei a pessoa que promoveu a sessão de treino pediu-me


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que observasse um vizinho. Ela tinha muita pena desse vizinho, que era boa pessoa mas que tinha a vida destroçada e pedia-me que visse se eu o podia ajudar clinicamente. Pedia-me que o fosse visitar a casa dele porque ele só se podia deslocar de ambulância. Fui a casa dele acompanhado de uma fisioterapeuta, residente nessa cidade inglesa mas que eu e a minha equipa ,tinhamos treinado em Lisboa na técnica de reprogramação postural de Martins da Cunha. A informação que eu tinha sobre esse paciente era a seguinte: Tratava-se de um homem de 43 anos, professor universitário que estava acamado há dez meses com o diagnostico de fadiga crónica grave. Conseguia ir à casa de banho uma vez por dia, mas apenas de gatas. Uma vez lá chegado só podia executar uma de duas tarefas, ou tomar banho ou fazer a barba. As duas coisas não podia fazer pois o extremo cansaço não o permitia. Podia falar com uma pessoa durante 10 minutos com duas em simultâneo não conseguia e acontece que tinha dois filhos e esposa. As refeições tinha de as tomar na cama. Tinha alguns, poucos, dias em que se sentia menos cansado , um ou dois dias no mês, e nesse dia conseguia descer à cozinha e comer com a família mas para descer as escadas era sentado deslizando sobre as nádegas e ajudando com os braços. Dentro de dois meses, terminaria o seu contrato na universidade e nessa situação não seria renovado e ele estava sem condições para procurar outro emprego. Era uma situação dramática para aquela família. Subi ao quarto dele e encontrei-o deitado com ar prostrado, consegui observá-lo e verifiquei que de facto os testes proprioceptivos eram muito claros e fiz o diagnostico de SDP de tipo misto puro que é uma das classificações mais frequentes na SDP. Levei comigo as lentes prismáticas adequadas e emprestei-lhas, levava comigo as palmilhas proprioceptivas e também emprestei, mandando usá-las dentro das meias mesmo na posição de deitado, pedi à fisioterapeuta inglesa que me acompanhava que lhe fizesse a reprogramação postural segundo Martins da Cunha, mandei modificar o colchão e mandei ergonomizar o seu mobiliário. Pedi que fizesse um diário da sua

situação ao longo dos dias que se seguiriam e ele concordou. No primeiro dia ele escreveu que não tinha melhorado nada. Ao contrário do que se possa supor eu fiquei muito satisfeito. Eu sabia que ele iria melhorar, porque tinha reagido muito positivamente aos meus testes proprioceptivos. Nestas condições , quando surgissem as melhorias, ninguém poderia dizer que se tratava de efeito psicológico. No dia que se seguiu ele escreveu no diário que se tinha conseguido levantar e andar pela casa, um dia depois ele escreveu que tinha descido ao jardim e conseguir fazer um pouco de jardinagem. Um dia depois ele referiu que foi à rua, tomou um autocarro sozinho, foi ao centro da cidade e voltou, mais um dia e escreveu que fez uma caminhada de 500 metros a pé. Mais outro dia e já pode conduzir e levar as crianças à escola e ao longo dos dias foi relatando cada vez mais progressos. Até que chegou ao 13º dia, nesse dia escreveu que se acabava o diário, porque já se sentia em condições de fazer tudo o que fazia antes de adoecer. Alguns dias depois retomou as suas funções como professor universitário. Não cobrei honorários por este tratamento mas tive uma recompensa superior. Dois meses depois voltei a Inglaterra para completar o treino dos ópticos ingleses, ele soube da minha ida e convidou-me para jantar em casa dele. Quando entrei no jardim da vivenda onde ele residia, não era ele que estava à porta para me receber era a filha dele, uma menina de sete anos que me recebeu muito aprumadinha e com um ar muito britânico. Saudou-me dizendo: “THANKS FOR SAVING MY FATHER”. Ela estava feliz porque o pai tinha voltado a poder brincar com ela e fez questão em me receber e dizer obrigado. Não é fácil ser-se pioneiro numa área como a propriocepção porque o médico especialista tem de sair da sua área de actuação, do segmento que lhe é atribuído, tem de olhar para o doente no seu todo e enfrentar muita incompreensão. Está a fazer 40 anos que Martins da Cunha alertou a comunidade médica para esta situação clínica chamada Síndroma de Deficiência Postural, quanto tempo mais vamos continuar a ignorar?

Nota: Este texto foi escrito segundo a antiga ortografia por escolha do autor.



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