EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 74 • JANEIRO 2019
André Brodheim
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
Viver a Optivisão
David P. Piñero
Base neurofisiológica e científica para o uso do treino visual na ambliopia
Masahiro Maruyama
Arte inacabada: um novo twist
Prooptica
Novidades que abrilhantam as óticas
12
29
36
VAVA
Olhar de Prata
ZEISS
37
40
PANTONE
Base neurofisiológica e científica para o uso do treino visual na ambliopia
BREVES
OLHAR EM PORTUGUÊS
Primavera à primeira vista
OLHAR O MUNDO
Índice | 4 |
Coral Vivo é a cor de 2019
Sob o brilho das joias Anna-Karin Karlsson
Optometria
Tema de Capa: Dois anos após abraçar a missão de elevar a Optivisão aos padrões do futuro, André Brodheim expõe desafios e aspirações.
Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision é publicada em Portugal pela Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com
Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores.
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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 74 • JANEIRO 2019
ANDRÉ BRODHEIM
DAVID P. PIÑERO
Base neurofisiológica e científica para o uso do treino visual na ambliopia
MASAHIRO MARUYAMA
Arte inacabada: um novo twist
PROOPTICA
Novidades que abrilhantam as óticas
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
Viver a Optivisão
A ótica em crescimento Editorial | 8 |
Os últimos meses de 2018 deram ânimo aos indicadores do mercado. A guerra agora está assente na escolha de onde investir o seu dinheiro por parte do consumidor. E esta falta de certeza impele os nossos empresários a mexerem-se em direção ao futuro e ao modelo de negócio ao qual querem ser fieis. A unanimidade dos nossos entrevistados e empreendedores dirige-se numa só crença: a honestidade, seja ela barata ou cara, é a base para se ter longevidade. Afinal estamos perante uma geração de consumidores que tem toda a sabedoria à distância de um toque de dedo. Desta forma, e num formato diferente do habitual, damos espaço à Optivisão na nossa capa. André Brodheim falou-nos destas e doutras questões que afetam o mercado da ótica portuguesa. E, de facto já se nota que a “nova” Optivisão tem o seu caráter definido, ou seja, na forma como quer que os seus compradores a interpretem. É um exemplo de uma casa histórica que está virada para o futuro. E por falar em futuro e “lutas”, os grupos comprovam a sua determinação pelo lugar mais alto do pódio do setor com inaugurações em locais de luxo, novas coleções bem estudadas e acordos que beneficiam quem escolhe a sua “cor”. De olhos bem abertos para o que se passa além fronteiras, reproduzimos uma entrevista de um designer japonês que tem uma visão maravilhosa e muito original sobre os óculos. Também desvendámos a cor de 2019, ditada pelos estudos cuidados do mítico Instituto da Cor Pantone. Vale a pena absorver estes ensinamentos que vêm de outras culturas. Para terminar, damos espaço à ciência e ao investigador de renome, David Piñero em mais um trabalho de exceção. Vire a página e inteire-se da atualidade, afinal a ótica está aqui!
Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.
mido.com
Milano Eyewear Show February 23, 24, 25 | 2019
Making Off | 10 |
Imerso no futuro André Brodheim é hoje uma figura assente nas raízes do mercado da ótica. Aliás, para o captar entrámos naquela que é hoje a sua casa: a Optivisão. Agarrou o projeto em 2016 com muita garra e, melhor ainda, muito cálculo. Volvidos dois anos desde que pintou o nome deste grupo no coração, a certeza de que está a trilhar o caminho certo em direção à ótica de qualidade é maior.
VAVA
Breves | 12 |
Primavera à primeira vista A casa internacional de alma portuguesa antecipa os dias quentes com novas adições à sua linha White Label, a mais clássica, simples e pura de todas as gamas VAVA. Os mais recentes WL0022 e WL0023, de prescrição e de sol respetivamente, materializam-se na leveza e resistência do alumínio a partir da mestria da produção italiana. O formato redondo com uma engenhosa dupla ponte é destacado pela linha em contraste: preto com prateado num caso e cinzento e preto no outro. Detalhes de luxo e conforto como as plaquetas em borracha ou as hastes em acetato são acréscimos que a VAVA proporciona aos verdadeiros amantes de óculos.
Portrait
Defeitos que completam personalidades A insígnia eyewear aventura-se numa nova campanha intitulada Glitch, ou falha/defeito em português. Afinal para termos um retrato (Portrait em inglês) completo de uma pessoa impõe-se esta faceta da personalidade. “É parcialmente aquilo que mostramos. Parcialmente aquilo que os outros percepcionam. De qualquer maneira, as convenções sociais ou estigmas podem filtrar-nos através de prismas de medo. Inseguranças e ansiedade social, assim como, outros preconceitos e julgamentos podem mutilar a nossa essência. A não ser que aceitemos tudo, qualidade e defeitos”, explicam os criativos da marca. A nova série Glitch inspira-se nas formas de arte em vídeo e em formato digital para enfatizar a importância da aceitação, neste contexto. Sob o slogan Yes I´m Glitched, as personagens abraçam as várias sombras da personalidade que todos temos e que são muito próprias de cada um. Portrait e os seus óculos sublinham que é isso que torna cada individualidade única e bonita.
Coco Song
Breves | 14 |
Freakshow
Novidades que fazem sonhar A marca inspirada no cinema e nas respetivas estrelas abre a temporada de 2019 com novos modelos intensos. Mantis, tal como a personagem da Marvel, expressa solidez, originalidade e delicadeza. A estrutura metálica aparece discretamente em torno do desenho dos frontais para um efeito de poder refinado. Os óculos de sol Niemeyer, homónimos do arquiteto que inspirou o cinema, são refinados e modernos. Exibem as novas extremidades Freakshow que jogam com formas gráficas e com a associação de cores, tal como acontece em toda a coleção. As linhas que percorrem a peça sublimam o olhar com segurança e energia.
Nirvan Javan
A promessa de pureza Com estreia na primeira feira internacional do ano, opti 2019, a marca sonhada pelo designer de origem persa, Nirvan Javan, demarca-se pelas linhas puristas e elegantes. Os modelos em acetato mate, ou as propostas em metal que captam o espírito do passado com desenhos retro são garantias do avivamento da personalidade que precede os óculos. O artista quer, precisamente, tornar o uso de óculos num ritual de autoexpressão e jovialidade.
Desafia estudantes para prémio de design A produtora de óculos Area98 lança a segunda edição do Coco Song Award em colaboração com a Harim Accademia Euromediterranea. Este prémio convida os estudantes da instituição italiana do curso de Moda, Design, Joalharia e Design de Produto e Interiores a darem a sua interpretação da coleção Coco Song. Os projetos são avaliados pelo engenho para combinar valores criativos e inovadores. A inspiração centra-se nos elementos distintivos da coleção, nomeadamente o apelo do oriente, o uso central da cor, a inserção de seda e outras matérias naturais nas armações, e, claro, a viabilidade do produto para produção. O júri composto por colaboradores da direção e da divisão de desenvolvimento de produto da Area98, professores da academia, óticos dos principais mercados onde a fabricante tem presença e representantes da imprensa especializada escolhem cinco finalistas a serem anunciados a 25 de fevereiro em plena MIDO, Milão. Os respetivos protótipos são fabricados e apresentados no desfile de final de ano da academia e o vencedor é anunciado no SILMO, a 30 de setembro. O prémio inclui 1000 euros e uma visita privilegiada às instalações da Area98 em Pavia di Udine, norte de Itália.
Essence Mod. 5523 GT 3535 Rose Spirit / © Silhouette
Breves | 16 |
SILMO Istambul
Feira em crescimento Na sua 6ª edição, o SILMO Istambul demonstrou o quanto importante se tornou num curto espaço de tempo. O evento de 2018, que decorreu entre 13 e 16 de dezembro, deu as boas vindas a 150 empresas e 647 marcas, preenchendo os três andares, num total de 17 mil metros quadrados, do Centro de Exposições Yeşilköy de Istambul. O SILMO foi consultado por 10784 visitantes num aumento de 16 por cento comparado com o ano transato. Houve também crescimento nas entradas internacionais: mais 27,5 por cento do que em 2017. Os resultados positivos refletem a ambição do certame em conquistar o coração da zona eurasiana, ao ritmo do grande poder económico dos Balcãs, Médio Oriente, Ásia Central e Norte de África, que emerge como o ponto de encontro ideal para a indústria eyewear.
KLiiK
Dedicada aos rostos pequenos O novo lançamento criativo da Kliik compromete-se com um estilo moderno e minimalista, tanto no feminino como no masculino. Um desenho bem estudado e muito particular permite o ajuste perfeito em rostos esguios, tudo com base no exímio design escandinavo. As cores ricas, os detalhes originais e a mescla de matérias e texturas cria profundidade e um estilo que se destaca.
Ørgreen
Quantum 3.0 A marca dinamarquesa anunciou o lançamento da sua terceira coleção Quantum, a gama inovadora de óculos de prescrição que tem como objetivo reduzir o design de eyewear às suas bases mais puras e essenciais. Aliás, a Quantum é um ensaio sobre os óculos quanto aos elementos de design, construção e funcionalidade e revela-se num passo em frente em termos de inovação tecnológica para a Ørgreen. Determinados em eliminar os componentes excedentários dos modelos, os artistas da insígnia nórdica imaginaram uma charneira esférica única para fazer ligação da haste de titânio ao frontal em poliamida. As mais recentes criações continuam a missão de alargar as fronteiras do desenho de óculos, com linhas que desafiam os atuais conceitos de moda.
Queremos que esteja connosco e que seja como nós Como acreditamos que é importante ser você mesmo, nós acompanhamos-o com as melhores ferramentas para que triunfe sem renunciar ao que é. Por isso queremos que esteja connosco e que seja você mesmo.
www.cecop.pt
T-214 136 937
Safilo
Breves | 18 |
Just
It’s all about you A marca introduzida pela israeliana FM Optics está em plena expansão pelo mundo e por isso impõe-se uma nova campanha para apoiar o respetivo crescimento. Os valores transmitidos por imagens jovens e atrevidas passam pela valorização da individualidade. “Os óculos devem refletir o estilo, personalidade e humor de cada pessoa. Tem tudo a ver contigo!”, destaca Ori Joseph, diretor de marketing internacional da FM Optics. It’s all about you é o lema que precede modelos de frontais e hastes intercambiáveis que permitem um multiplicidade de combinações. O inovador TR90 alia-se ao aço inox para garantir que o estilo moderno Just tenha qualidade, durabilidade e resistência.
Essilor
Conquista licença da Levi’s A produtora multinacional de óculos e uma das marcas mais universais de roupa assinaram uma licença plurianual para o design, fabrico e distribuição do eyewear Levi’s. O acordo entra em vigor em janeiro de 2020, com as coleções a chegarem ao mercado nessa temporada de primavera/verão, e estende-se até 2024, com renovação por outros cinco anos. “Esta parceira é particularmente significativa para o portefólio da nossa marca, já que a Levi’s é a insígnia número um em moda denim e apela intensamente aos millenials e gen-zers de todo o mundo. Com a Levi’s adicionamos uma importante oportunidade de crescimento no segmento contemporâneo do mercado, que é o maior em tamanho e em potencial de desenvolvimento e com especial interesse de crescimento em mercados chave, tal como a China”, declarou Angelo Trocchia, CEO do grupo Safilo. Da parte da Levi’s, Karyn Hillman, responsável de produto explicou que “o eyewear é uma categoria importante para a nossa casa. O acordo com a Safilo vai permitir-nos reforçar a posição como uma verdadeira marca de lifestyle, proporcionando óculos fantásticos aos consumidores de todo o globo.”
Leva a luta contra a baixa visão mais longe A gigante das lentes oftálmicas expande os seus programas filantrópicos para erradicar a visão não corrigida e desprotegida ao Reino do Butão. Neste país asiático, 25 por cento da população sofre de erros refrativos não compensados e está em alto risco de exposição aos raios UV e UVB devido à altitude. A Essilor assinou em dezembro uma Carta de Intenções com o Governo Real do Butão e com o Corpo Monástico Central para apoiar o reforço sustentável das infraestruturas de cuidados visuais da região. Estão programadas formações, a consciencialização da população e o e aumento da capacidade de intervenção no terreno.
Komono
Parceria com a Academia Real de Belas Artes de Antuérpia A insígnia belga anunciou, com orgulho, um acordo com o departamento de moda da Academia Real de Belas Artes de Antuérpia. O intento desta união está ligado à vontade da Komono em se inteirar e envolver com a natural criatividade e sentido estético da cidade considerada a casa da moda inovadora. A equipa criativa da Komono prevê trabalhar com um número selecionado de estudantes de mestrado na criação de uma coleção cápsula de óculos, com ligação direta ao trabalho individual de cada aluno. A empresa apoia assim os futuros profissionais na exploração de formas inovadoras e de combinações distintas de cores e ainda na sua missão de busca de tratamentos de materiais inéditos.
Breves | 20 |
INVU
Vision Council
Ótica norte-americana em crescimento A associação dedicada à promoção do crescimento da indústria dos cuidados da visão apresentou, em dezembro, o relatório VisionWatch com os resultados do terceiro trimestre de 2018, da ótica norte-americana. O crescimento em 1,9 milhões de utilizadores de métodos de correção visual é o grande destaque, assim como o aumento das receitas no retalho em cerca de 35 mil milhões de euros. Paralelamente, os óticos independentes continuam a conquistar terreno, representando o maior segmento da comunidade dedicada à visão e reportando um aumento de vendas em 4,2 por cento desde setembro de 2016. As compras online também foram observadas no VisionWatch e, no que diz respeito à venda de óculos para prescrição, somou-se 4,9 por cento do total de vendas deste produto durante o período estudado. Já os óculos de sol ascendem a 7,5 por cento. O relatório vai tendo atualizações privilegiadas constantes, servindo de barómetro para a ótica do outro lado do Atlântico.
Um amor que apetece Antecipando a nova coleção para 2019 e, porque não, propondo duas declarações de amor para o dia mais romântico do ano, o Dia dos Namorados a 14 de fevereiro, a INVU lança dois óculos de sol, no feminino e no masculino. Para mulheres especiais e poderosas, o modelo T2910B expressa-se num intenso vermelho, no calor do acetato espesso e num cat eye sensual. Já para homens corajosos, a peça B1817A é um aviador clássico em metal que se renova em irreverentes arestas nos frontais que quebram com os tradicionais redondos deste desenho. De resto e como garantia de proteção e qualidade, a INVU aposta, desde sempre, em lentes 100 polarizadas que potenciam cores enquanto garantem o bloqueio dos raios UV, A, B e C. Esta é uma marca exclusiva em Portugal do Institutoptico.
Rye&Lye
Estatuto de estrela O acetato e o metal combinam-se elegantemente para iluminar a “personalidade” da nova proposta da Rye&Lye, Malvasia. Mãos engenhosas de artesãos concedem um estilo confiante e irresistível a esta peça de contornos geométricos. A parte em metal desenvolve um jogo entre o espaço negativo e o positivo, garantindo fluidez à armação, enquanto os padrões de cores originais impostos no acetato aumentam o valor estético desta criação sofisticada.
Breves | 22 |
ic! berlin
Luzes, câmara, ação! A coleção da temporada fria da marca de Berlim é um salto para o grande ecrã. A Cinematik faz sonhar com tempos passados e futuros ao atrever-se a recuperar e reinventar os formatos eyewear dos grande arquétipos do cinema que todos amam. Materiais e texturas ousadas “intoxicam-se” de cores incrivelmente únicas para dar ao mercado uma coleção de luxo. Claro que a ic! berlin foi mais longe do que a produção de grandes óculos. Convidou o artista britânico Owen Davey, vencedor da ilustração da App IPad do ano 2015, para retratar todos os 12 arquétipos com a versão ilustrada das armações. A campanha resultante traz para a vida a Cinematik com criatividade, imaginação e a refletir na perfeição a essência dos óculos.
Mykita
Contornos frescos A linha Studio 6 da insígnia berlinense ganha novos contornos com três desenhos que expressam paixão e detalhe. Exemplo perfeito disso é a refinada ponte dupla que “brilha” nas novidades 6.4 e 6.5. O terceiro modelo, 6.6, tem um formato hexagonal perfeito, livre e puro. O aço assume o papel principal nestes óculos especiais e é trabalhado à mão, permitindo o efeito delicado das linhas finas num processo de gravação em alta tecnologia. Os tons metálicos combinados com cores mate sólidas criam um contraste gráfico único.
Scojo New York
Breves | 23 |
Road to recycling Com a entrada do novo ano vieram novas ambições para a Scojo New York que conseguiu concretizar a produção da sua primeira peça eyewear feita a partir de acetato 100 por cento reciclado. Ebony Court defende os princípios basilares da sustentabilidade, dando vida a matérias reutilizadas numa nova “vida” e função. O design é fresco, atrevido e robusto e concede profundidade e impacto à cor e à forma. Com detalhes posicionados de forma sagaz, este Ebony Court é uma transição simples e quase impercetível para uma moda futura brilhante e amiga do ambiente.
neubau
Photo: Elle Magazine
A linguagem da arte A austríaca neubau eyewear lança uma homenagem fantástica em forma de óculos ao fundador da escola artística alemã Bauhaus, Walter Gropius, e ao pintor e professor da mesma escola, Wassily Kandinsky. O desenho inspira-se na filosofia defendida pela instituição, em que a “a forma segue a função” enquanto as matérias e o desenho refletem dinamismo e movimento. De facto, a linha que atravessa a parte superior dos olhos suspende astuciosamente os óculos, num resultado intrincado mas de uma simplicidade desarmante.
Jacques Marie Mage
A escolha natural de uma estrela A famosa atriz Jennifer Anniston apareceu em dezembro na revista norte-americana de moda ELLE, onde falou da vida, do amor e da carreira e foi fotografada com um fabuloso modelo da marca com base em Hollywood, Jacques Marie Mage. O aviador de sol Duke é uma peça de uma edição limitada de 250 óculos, inspirada no fraturante escritor norte-americano Hunter S. Thompson, celebrizado pela obra Medo e Delírio em Las Vegas. Duke nasce a partir do beta-titânio e é produzido com todo o primor no Japão.
Olhar em Português | 24 |
GrandVision Portugal & Artefacto
Natal solidário em prol da inclusão A GrandVision Portugal e a Artefacto uniram-se para levar até à associação “Somos Nós” um Natal de afetos e novas oportunidades. A iniciativa contou com o envolvimento direto dos responsáveis das empresas. Texto: MarianaTeixeira Santos
A GrandVision Portugal, em parceria com a Artefacto, ofereceu uma atividade de Natal à instituição “Somos Nós”, no Porto. A iniciativa, que contou com o CEO da GrandVision Portugal, Rui Borges, o CEO da Artefacto, Rui Pinto, com a presidente da associação, Filomena Costa, e com o carisma de Ricardo Guedes, baseou-se num concurso de doces de Natal confecionados pelos jovens da associação e na entrega de presentes a todos os utentes. Foi ainda oferecido material audiovisual e informático para a sala polivalente da organização. Paralelamente, realizaram-se rastreios visuais a todos os utentes, colaboradores e familiares e presentearam-se óculos graduados. Rui Borges, CEO da GrandVision, reforçou
a importância deste tipo de acontecimentos inseridos na política de responsabilidade social da GrandVision. “É uma iniciativa muito importante devido ao cariz da associação “Somos Nós” e, por isso, temos toda a motivação para nos juntarmos ao nosso parceiro Artefacto, quer a fazer rastreios visuais, quer a oferecer material informático ou até a surpreender todos com um presente de Natal.” A instituição “Somos Nós” é uma IPSS criada por iniciativa de pais e amigos de jovens adultos portadores de deficiência mental, que buscam alternativas de inserção profissional e realização pessoal. A instituição trabalha em prol da autonomia e sociabilidade destes jovens, abrindo portas à sua participação ativa na sociedade.
Acordo traz novas vantagens para associados A CECOP inaugura 2019 com uma parceria que abre novas possibilidades de negócio para todos os seus associados. O acordo estabelecido com a seguradora de saúde Medicare vai garantir condições vantajosas para os óticos associados. Texto: MarianaTeixeira Santos
Descontos e ofertas na compra de óculos de sol, armações, lentes, lentes de contacto e exames visuais passarão a ser mais acessíveis através deste acordo. Marca líder na gestão de planos de saúde, a Medicare congrega atualmente mais de um milhão e 300 mil clientes a nível nacional. Este acordo surge no seguimento da nova visão estratégica do grupo em Portugal, que trabalha cada vez mais em prol das necessidades do setor com uma equipa claramente vocacionada para vencer os desafios que se impõem no mercado português. Parcerias como a Medicare permitem captar um número crescente de clientes e apostar, de uma forma sustentada, no aumento do volume de vendas. Esta central de compras conquista pelas vantagens que oferece aos seus associados, garantindo benefício na compra e máxima liberdade de ação.
Uma base global para uma ação local Baseada numa lógica global, a CECOP atua de forma local, indo ao encontro das necessidades dos seus associados e congregando as melhores ofertas do setor. Presente em sete países distintos, a CECOP usufrui do know-how dos diversos mercados, o que lhe permite inovar ao nível das estratégias mais adequadas a cada país. Em Portugal, a aposta numa equipa fortemente especializada, sob a batuta do country manager David Carvalho, tem dado frutos. “As pessoas têm feito a diferença e, claro, as equipas locais principalmente. E a eficácia tem sido tanta que extravasamos este modelo para outros países”, aponta David Carvalho em declarações à LookVision Portugal. Com 23 anos assinalados em 2019, a marca CECOP é já um marco distintivo na ótica portuguesa. A provar isso mesmo está o crescimento em termos de número de associados que se verifica ano após ano. Lado a lado com os óticos, a CECOP diz presente na hora de agir e de permitir aos associados as melhores estratégias de negócio rumo ao futuro.
Olhar em Português | 25 |
CECOP e Medicare
Olhar em Português | 26 |
Ergovisão 12 anos na Invicta celebrados com nova loja A rua Passos Manuel, em plena baixa do Porto, foi o local privilegiado para a mais recente loja Ergovisão. Com um “caráter” muito moderno e intimista, o espaço marca a posição conquistadora do grupo que quer fincar “pé” nas principais praças do mercado. A loja surge ainda no ano em que a Ergovisão assinala 12 aniversários de trabalho com sotaque do Porto. A 7 de dezembro acendeu-se um novo ponto de luz na baixa do Porto. Tratou-se da inauguração de mais um estabelecimento do grupo dos icónicos óculos vermelhos de madeira em tamanho gigante. De facto, a escultura que tem assinalado a presença da Ergovisão na avenida dos Aliados tem réplica em Passos Manuel e representa uma história intensa de trabalho por parte de uma família que assumiu a ótica como missão. Aliás, estes óculos têm chamado a atenção dos turistas que invadem hoje em dia a cidade nortenha, mas também remetem para histórias que compõem a vida desta Ergovisão. Entre elas, Sofia Figueiredo relembra os modelos dos Xutos e Pontapés que o pai, precursor da companhia, criou em 1988, a propósito do lançamento da marca de óculos de sol Xutos. Sofia e Emídio Figueiredo são atualmente o rosto que escreve o futuro da empresa, apostados em criar novos capítulos de excelência. Esta é também
a razão pela qual decidiram dedicar um espaço exclusivo na loja da rua Passos Manuel à história dos óculos, o acessório que marca o compasso do mundo. Aqui também se vislumbra o percurso da Ergovisão, num traçado de um passado que caminha em direção a tempos vindouros. Celebração de mais uma conquista Naquele final de tarde do último mês do ano a equipa que dá a cara pela empresa nacional aperaltou-se e recebeu os convidados no seu mais recente desafio. Na recepção da festa esteve a relações públicas da Ergovisão, Cláudia Jacques que ajudou a cortar a fita da nova loja e a apagar as velas do 12º aniversário de presença no Porto. “Sou fã de óculos, fazem parte de mim todos os dias da minha vida e tudo é maravilhoso na Ergovisão. Sinto-me em casa aqui!” A figura pública encaminhou os presentes para o espaço luminoso,
estacionamento à porta e mais comercial. Os clientes podem esperar de nós um excelente serviço, mesmo para os portugueses que não são do Porto, são turistas que queremos receber bem.” Marcas portuguesas de exceção A loja portuense de Passos Manuel propaga o investimento da Ergovisão em marcas de cunho 100 por cento português. Ascensão é o exemplo primordial que homenageia o nosso país e as cidades que o compõem. A coleção eyewear de Luís Buchinho em parceria com a Ergovisão completa este trabalho em prol dos óculos por parte da empresa lusa, com garantia de que “vestir” o rosto com estes produtos é sinónimo de requinte e originalidade.
•• ““ Há algum tempo que pensamos numa zona com estacionamento à porta e mais comercial. Os clientes podem esperar de nós um excelente serviço (...)” ••
Olhar em Português | 27 |
vanguardista e que celebra os óculos com uma exposição original. A música, os sabores, o convívio e a excitação de assistir ao nascimento de um projeto compuseram os ingredientes da festa Ergovisão. A animar as comemorações, marcaram ainda presença Ruy Silva, artista plástico, que recentemente expôs as suas pinturas em várias lojas Ergovisão e, claro, um incontornável Luís Buchinho, designer de moda que assina uma coleção eyewear inédita em exclusividade com o grupo de óticas. De resto e dando voz a Sofia Figueiredo, diretora comercial da Ergovisão, as razões desta abertura estratégica prendem-se com o espírito empreendedor natural da equipa Ergovisão. Mas não só. “ Há algum tempo que pensamos numa zona com
Cierzo
De olho no mar
Olhar em Português | 28 |
Os criativos da marca exclusiva do grupo Institutoptico já estão com o pensamento no verão e propõem uma coleção batizada com os nomes de praias portuguesas. Fica aqui um pré-lançamento que apela aos dias quentes e a um estilo magnético. Praia da Nazaré, Praia de Mira e Praia de Santa Cruz são os cenários evocados pelos três modelos que antecipam as novidades para 2019 da Cierzo. Praias douradas, o azul do mar onde a brisa salgada envolve e inspira fizeram desenhar formatos suaves e com personalidade distintiva.
Diretamente da Nazaré As tendências mais atuais despertaram a peça Praia da Nazaré, que tem no acetato a sua matéria primordial. O desenho clássico mais espesso na parte superior do frontal emancipa o rosto e é entrecortado pelo detalhe vanguardista da moderna dupla ponte em metal.
Ventos de Mira Para imaginar as linhas amenas do modelo Praia de Mira foi preciso buscar alento ao mar agitado daquela zona portuguesa. Aqui os criativos mesclaram o calor do acetato com a leveza do metal num resultado extravagante de brilho e cor. A dupla ponte em metal é a afirmação de vanguardismo da Cierzo e tem um resultado divinal nestes óculos de sol.
O centro soalheiro Para encerrar este pré-lançamento, a Cierzo reservou espaço para um modelo muito feminino, desenhado para cobrir o rosto de elegância e cor. O Praia de Santa Cruz redescobre os famosos designs oversize com frontais de arestas arredondadas. A peça completa-se com hastes requintadas de metal, embelezadas por detalhes sublimes e que terminam com o conforto do acetato, para garantir excelência no uso diário.
A intrépida designer de óculos expande o seu trabalho extravagante às joias. No mesmo registo da criatividade eyewear, Anna-Karin Karlsson entrelaça matérias exclusivas de forma sumptuosa e apaixonada. “Desde criança que sou obcecada por acessórios. Quis criar joias que tivessem a atitude e a complexidade suficientes para me fascinar e construir uma coleção que fosse coerente com as criações de óculos, que se conjugasse e tivesse o mesmo ADN. Crio joalharia para românticos destemidos!”, explicou a criadora. E esta novidade entra em Portugal pela “mão” exclusiva da ótica de origem lisboeta, Olhar de Prata. Anna-Karin Karlsson é uma das marcas líderes em acessórios de luxo que combina design vanguardista com materiais singulares e uma execução imaculada. Cada modelo desta marca representa uma peça de arte e a sua primeira coleção de joias conta com o lançamento restrito no nosso país na ótica com experiência em insígnias muito especiais. A artista sueca revela uma criatividade única no novo segmento. A “rainha dos
óculos de alta-costura”, título que lhe foi consagrado aquando da sua revelação em 2011, surpreende na joalharia com uma coleção de design fraturante. As peças são construídas à mão num resultado inédito e luxuoso, dois atributos que descrevem a imagem de marca de Anna-Karin Karlsson. A coleção de joias junta excentricidade e glamour em peças onde ressaltam linhas fortes e marcantes em contraste com a delicadeza na execução. Tudo isto tem uma coerência desarmante com o desenho da coleção de óculos. O prazer de usar uma joia ganha nova dimensão com as peças originais e exuberantes da designer nórdica, inspiradas no Jardim do Éden de onde emanam rosas em cores vibrantes, pássaros pintados à mão e escaravelhos cravejados com cristais Swarovski e acrílico.
Olhar em Português | 29 |
Olhar de Prata sob o brilho das joias Anna-Karin Karlsson
André Brodheim
Olhar em Português | 30 |
Viver a Optivisão O grupo Optivisão teve a promessa de renascer quando, em 2016, André Brodheim assumiu a liderança da equipa de gestão. Representando o incrível espírito conquistador da sua família, o empreendedor impôs-se o objetivo de elevar o grupo ao primeiro lugar da ótica, porque segundo a sua visão é essa a posição adequada para a Optivisão. Os desafios impostos por um mercado em mutação exigem uma resposta acutilante e a anterior administração do grupo viu na assertividade de André esperança. Com dois anos de labuta incansável, a “nova” Optivisão já mostra claramente uma posição forte, assente acima de tudo nas pessoas que recorrem aos serviços óticos e que não exigem menos que a perfeição. Fotos: Miguel Silva
Desde que entrou na Optivisão já se constatam mudanças que vão da imagem ao dinamismo junto do consumidor final. Quer descrevê-las e o que cada uma significa para a “nova” Optivisão? O compromisso Brodheim com a administração anterior, e mais concretamente com os acionistas maioritários da Optivisão, foi desde o primeiro minuto abraçar este projeto, respeitando o passado, mas reinventando o futuro. Para nós, a Optivisão, que celebra 30 anos em 2019, ainda é um diamante por lapidar e todas as mudanças que estabelecemos são no sentido de aprimorar o diamante. Para tal, temos de ter uma estratégia de desenvolvimento de negócio muito clara, que passa por modernizar o grupo, trazer regras e procedimentos equitativos e unir cada vez mais todas as empresas da rede para conquistarmos as economias de escala que o maior grupo de óticas nacional tem como
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É aqui que André Brodheim posiciona a empresa que comanda! 2019 representa a altura de celebrar 30 anos de Optivisão, mas num compasso enérgico de mudança e na busca incessante pelo futuro. O homem forte do grupo abriu-nos, assim, “portas” para os planos que congemina em prol dos importantes associados da Optivisão, da abordagem refrescante ao consumidor final mais exigente e do que será o horizonte de um grupo histórico que tem hoje um estilo tecnológico e avançado. A palavra a André Brodheim!
potencial. Nesta vertente, pretendemos estabelecer parcerias estratégicas com os fornecedores do setor, focando sempre nos que são mais leais para assim fortalecermos ainda mais os acordos existentes. Em 2018 começámos a implementar uma estratégia de desenvolvimento, mas sinto que ainda temos muito para evoluir e desenvolver no mercado da ótica. É uma situação parecida à de um bebé recém-nascido, que deu os primeiros sorrisos aos pais, mas que irá encher de orgulho os mesmos no futuro. Também conseguiram apelar a mais de 24 novos associados, que assumiram entretanto a camisola do grupo. São entradas importantes em termos de crescimento económico e prestígio para a Optivisão? Na nossa estrategia estão vários pilares, e um deles é sem dúvida a expansão.
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artigos de qualidade, obtendo uma posição relevante no setor ou na localidade que estão presentes, e ainda, mais importante, que sejam pessoas com valores e princípios que estejam em sintonia com o nosso grupo. As óticas que aderiram recentemente à rede, não só cumprem estes requisitos, como também nos trazem mais experiência e dimensão no mercado.
•• “Para nós, a Optivisão, que celebra 30 anos em 2019, ainda é um diamante por lapidar e todas as mudanças que estabelecemos são no sentido de aprimorar o diamante” ••
Neste capítulo, temos hoje critérios de seleção mais rigorosos, de forma a trazer para o grupo óticas com foco nos serviços de saúde visual, dimensão relevante em cada localidade e com um trabalho sério centrado na qualidade de serviço de optometria. Recebemos contactos de interessados quase diariamente, no entanto não queremos crescer focados em ser o maior grupo de óticas nacional, mas sim com vista a sermos percecionados como o melhor grupo de óticas nacionais. Pretendemos atrair empresas de referência geridas por óticos com história no setor e não somente por gestores que têm o foco no lucro e acabam por desvalorizar todo o mercado. Na Optivisão procuramos captar as óticas e optometristas que têm ligação emocional com os pacientes, que valorizam o serviço que prestam, que apostam em
Posto tudo isto, foi aqui que queria estar quando se lançou ao desafio Optivisão em 2016? Ou melhor, está realizado? Desde que abordamos a anterior administração, sabíamos o desafio que poderíamos ter pela frente, e por isso as expectativas estavam balizadas. Desde finais de 2016, quando entrámos na empresa, tivemos variadas experiências profissionais desafiantes que nos surpreenderam, tanto pela positiva como pela negativa. Todos aqueles que estão atentos no mercado, sabem certamente que este desafio tem muito potencial de desenvolvimento, porém acarreta alguns desafios internos para ultrapassar e é isso que estamos a fazer e que faremos sempre. Após dois anos na liderança no grupo, posso dizer que foi a maior aprendizagem que tive desde o início da minha carreira, mas estou ainda mais confiante com o que nos reserva o futuro. Sinto que 2018 foi muito importante para estudarmos, analisarmos e conhecermos melhor o mercado e que será muito importante como aprendizagem. Se estou realizado? Essa pergunta só poderei responder antes de me reformar pois sou uma pessoa que procura sempre mais e melhor, progredindo e evoluindo com cada experiência em cada dia que passa e, por isso, o sentimento de realização só poderá aparecer quando o físico e o psicológico não me permitirem agir deste modo. Que feedback têm captado dos vossos associados quanto à nova linha de trabalho do grupo? Desde o início estabelecemos novos procedimentos, por forma a obter feedback dos associados e definirmos inclusive uma equipa que trimestralmente reúne com o corpo de gestão do grupo Optivisão, para debater ideias e novos projetos a implementar. Esta atuação tem-se revelado muito valiosa. Sentimos que a grande maioria das óticas da rede está satisfeita com a estratégia que estamos a adotar, pois conseguem perceber o nosso papel e o desafio que temos pela frente. Contudo, sabemos que, num grupo grande como o da Optivisão, nunca iremos agradar a todos e teremos sempre alguns associados que terão mais dificuldade em adaptar-se a este novo formato.
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A ótica portuguesa está em perfeita ebulição. Que estratégias utiliza a Optivisão para se manter na linha da frente do mercado? Temos de fortalecer a posição de cada ótica na sua localidade sempre com uma vertente qualitativa e inovadora e esse é um dos objetivos principais da equipa de gestão Optivisão. Com inovação e foco na melhoria contínua do serviço que prestamos, aliado a projetos exclusivos que fortaleçam e trazem vantagens para os clientes e para os óticos. Acreditamos que iremos criar o nosso espaço no setor da ótica, fugindo à desvalorização que o setor está a vivenciar atualmente em Portugal. E que fatores consideram ser apelativos para a adesão de novos associados? Estamos a criar um grupo para as óticas de referência do país e por isso assumimo-nos como parceiros ao invés de franchisers. No modelo convencional de franchising está tudo tabelado e apresenta custos acrescidos para os franquiados. No caso da rede Optivisão existe liberdade para que as óticas se mantenham fiéis à sua personalidade. No entanto, são apoiados por uma marca nacional que tem como missão representar todos os óticos de forma a obter economias de escala que façam sentido para a maioria. Dispomos de serviços para facilitar e profissionalizar a estratégia local das óticas, parcerias estratégicas com os fornecedores mais relevantes e produtos exclusivos que nos diferenciam da concorrência, trazendo vantagens comerciais para o negócio. A equipa de gestão da Optivisão está sempre atenta na procura de vantagens exclusivas para os associados do grupo. Desta forma, deixa ao ótico tempo para o seu desempenho local, com o apoio da nossa equipa no seu dia a dia.
•• “Temos de fortalecer a posição de cada ótica na sua localidade sempre com uma vertente qualitativa e inovadora e esse é um dos objetivos principais da equipa de gestão Optivisão. ••
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•• “Vamos prosseguir com o propósito de ser a rede de ótica preferida pelas pessoas que privilegiam a saúde da sua visão” ••
Acha que o futuro do setor passa pela união dos óticos independentes em grupos como a Optivisão? Acredito que os consumidores cada vez mais procuram referências em marcas com notoriedade, imagem consistente e credível. O projeto que estamos a desenvolver na Optivisão tem como base a ideia de criar uma marca forte e coesa a nível nacional que fortaleça a atividade da ótica local. A Optivisão é um grupo de óticas independentes que se aliam a uma marca nacional para obter vantagens competitivas que advêm do seu carisma e dimensão. Que planos/objetivos tem delineados para este futuro que já está aqui? Em 2019 apresentamos novidades interessantes e estamos confiantes que iremos incrementar a nossa quota de
mercado conforme temos vindo a fazer desde 2017. Pretendemos trazer mais qualidade de serviço para as óticas do grupo, mais produtos exclusivos e diferenciadores no mercado e com isso conquistar óticas de referência para se aliarem ao grupo e assim conseguirmos fortalecer o segmento de qualidade e valor que o setor ainda tem. Estamos confiantes no futuro da Optivisão no mercado da ótica e queremos cada vez mais mostrar aos clientes que a visão e a saúde visual têm de ser uma prioridade em prol da qualidade de vida de cada cidadão com dificuldades na performance visual. Vamos prosseguir com o propósito de ser a rede de ótica preferida pelas pessoas que privilegiam a saúde da sua visão.
À data de fecho desta edição o Grupo Brodheim anunciou a aquisição da participação da Alain Afflelou na Optivisão, assegurando o controlo acionista acima de 90 por cento na rede de óticas nacional. Esta compra faz parte da estratégia de expansão em Portugal do Grupo Brodheim, onde se insere a reformulação da Optivisão. Durante 2019, o plano de André Brodheim e da sua equipa é fazer crescer as lojas até ao número 260.
Novidades que abrilhantam as óticas
A empresa nacional acresce o seu amplo portefólio com novas adições excitantes. A sua área dedicada à moda ganha uma coleção que promete ser um must have. É que a icónica Kodak lança-se no eyewear de forma incontornável. No segmento das lentes, a Prooptica proporciona aos óticos a nova geração de lentes para miopia da Nikon.
Open your eyes, we do the rest A mítica Kodak, fundada em 1888 por George Eastman, foi durante mais de 100 anos a empresa líder em películas cinematográficas. A primeira câmara Kodak popularizou e universalizou a fotografia dando mote ao slogan, que se tornou também numa filosofia, Pressione o botão, nós cuidamos do resto. Numa adaptação aos tempos modernos, a empresa multiplicou as suas ofertas em produtos, entre os quais se destacaram as lentes oftálmicas. Uma vez inteirada da indústria eyewear o passo natural foi aventurar-se no lançamento da Kodak Frames, que chega a Portugal através da “mão” privilegiada da Prooptica. A primeira linha de armações e óculos de sol recupera a memória das mais emblemáticas câmaras fotográficas da insígnia. Algumas peças desta coleção Kodak Frames distinguem-se nas charneiras de 180 graus que remetem para as famosas aberturas das câmaras Kodak Retira SLR, usadas para remover as películas de fotografia. Open your eyes we do the rest ou Abra os olhos, nós fazemos o resto é o slogan que quer conquistar o mercado da ótica e os amantes de óculos originais.
Nikon Myopsee ou a resposta para a miopia As novas lentes oftálmicas da Nikon são a primeira solução dedicada exclusivamente à compensação da miopia. MyopSee resulta dos conhecimentos superiores da empresa no desenvolvimento de superfícies óticas de alto desempenho. É a lente mais fina da gama Nikon com um perfil particularmente plano, leve e oticamente otimizado, graças à tecnologia dupla esférica, para as geometrias côncavas.
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Prooptica
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Grupo Zeiss O ano para bater todos os recordes Crescimento em todas as áreas de negócio, desenvolvimento tecnológico sem precedentes e novas oportunidades emergentes são as razões que levam a Zeiss a apontar baterias rumo a 2019 com otimismo reforçado. Texto: MarianaTeixeira Santos
O grupo Zeiss inicia 2019 em alta, ambicionando ultrapassar todas as estimativas em termos de crescimento e vendas. As razões deste otimismo são as contas referentes a 2017/18, em que a empesa obteve um lucro sem precedentes, com um crescimento na ordem dos 12 por cento, totalizando 5800 milhões de euros. “Todas as divisões e regiões que compõem a Zeiss contribuíram para estes números excecionais. Em especial, a inovação em produtos para a indústria dos semicondutores e para a tecnologia médica foram as duas áreas em destaque, superando as expetativas iniciais”, destaca Michael Kaschke, presidente e diretor geral da Zeiss. Em destaque, o desempenho surpreendente do segmento dedicado à tecnologia de fabrico de semicondutores, com um crescimento na ordem dos 27 por cento. A área da tecnologia médica continua a demonstrar a sua preponderância na estrutura com um crescimento de 14 por cento. Em termos absolutos, a faturação do grupo é encabeçada pela área da qualidade industrial e investigação, que inclui soluções de metrologia e microscopia, logo secundada pelos dividendos da área de tecnologia médica, onde a Zeiss evidencia um crescimento seguro especialmente nos EUA e no Japão. Em terceiro lugar, os mercados de consumo, que integram as unidades de negócio estratégico Vision Care e produtos de consumo, cresceu a uma taxa superior aos restantes concorrentes no mercado em todos os países em que se comercializam lentes oftálmicas Zeiss. Por último, a área dos semicondutores, cujo crescimento surpreendente vem demonstrar o forte potencial deste setor. Durante o ano de 2017/18, o grupo Zeiss gerou praticamente 90 por cento dos seus
ganhos fora da Alemanha. As economias emergentes da região Ásia-Pacífico contribuíram para este desenvolvimento positivo. O negócio direto com a China cresceu 21 por cento e superou a Alemanha como segundo maior mercado do grupo, logo a seguir aos EUA. O grupo cresceu ainda na região da Europa, Médio Oriente e África. Nas Américas, a Vision Care evidenciou um crescimento de cinco por cento. Focada nas soluções tecnológicas de ponta, a Zeiss encara os desafios rumo a 2019 com otimismo redobrado. “A nossa meta é alcançar os seis milhões de euros em faturação”, remata Michael Kaschke.
Candidaturas abertas “Ver mais além: o inesperado” A iniciar o ano, a Zeiss desafia os fotógrafos de todo o mundo a candidatarem-se ao Prémio de Fotografia 2019 sob o lema “Ver mais além: o inesperado”. Toda a informação sobre o concurso está acessível no site do grupo e o último dia para a entrega de originais é a 8 de fevereiro. O prémio, de 12 mil euros em objetivas Zeiss acrescidos de 3 mil euros para uma viagem no âmbito de um projeto fotográfico, integra ainda a oportunidade de o vencedor trabalhar diretamente com a Zeiss e a Organização Mundial de Fotografia.
Quem dita esta tendência é o Instituto da Cor Pantone, que anualmente celebra a sua ligação às cores, estudando as tendências socioeconómicas do mercado e concluindo de que cor se pinta o mundo atual. Porquê Coral Vivo? Como contraponto às vidas sempre mais digitais, através do seu sentido de afirmação da vida e da transmissão de conforto e otimismo. “A cor é uma lente equilibrada através da qual experienciamos a nossa realidade natural e digital e isto é particularmente verdade com a Coral Vivo. Com os consumidores a ansiar pela interação humana e ligação social, as qualidades humanizantes e animadoras manifestadas pelo jovial Pantone Coral Vivo atingiu um acorde impressionável”, são as impressões de Leatrice Eiseman, diretora executiva do Instituto da Cor Pantone. Ou seja, na moda, nos eventos e na vida o Pantone de número 16-1546 está para demarcar 2019. Vibrante, mas suave, o Coral Vivo envolve num abraço quente e de abundância para dar estabilidade num ambiente que hoje está constantemente em mutação. Segundo os estudiosos do Instituto da Cor Pantone, a prevalência desta tonalidade no quotidiano do ano em que entramos é uma reação à invasão tecnológica digital nas nossas vidas, incluindo das redes sociais. O Coral Vivo “personifica” a busca pelas experiências autênticas e imersivas que possibilitam relacionamentos e intimidade. Social e espirituoso, a natureza acolhedora do Pantone 16-1546 também encoraja a atividades serenas. Aliás, o Coral Vivio simboliza a necessidade de otimismo e alegria e incorpora o desejo pela diversão.
Este Pantone é a fusão perfeita da vida moderna, ao ser uma cor estimulante que está presente em ambiente natural e ao mesmo tempo nas redes sociais. Emite ainda os aspetos enérgicos, tão desejados e familiares, das cores que se econtram na natureza. Na sua gloriosa, porém infelizmente ilusória, exposição nas profundezas das águas marítimas, esta tonalidade vívida e efervescente hipnotiza o olho e a mente. A viver no centro do nosso ecossistema naturalmente vívido e cromático, a Pantone Coral Vivo evoca o quanto os corais de recife providenciam abrigo a uma diversidade caleidoscópica de cores. Pantone e a vida a cores Há 20 anos que a Cor do Ano da Pantone influencia o desenvolvimento de produto e as decisões de compra de múltiplas indústrias, incluindo moda, decoração, design industrial, assim como, produto, embalagem e design gráfico. O processo de seleção da Cor do Ano requer considerações cuidadosas e a análise das tendências. E para chegar à seleção final em cada ano, os especialistas do Instituto da Cor Pantone trilham o mundo, em toda a sua multiplicidade cultural, artística e tecnológica à procura de novas influências em cor.
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Coral Vivo é a cor de 2019
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Masahiro Maruyama Arte inacabada: um novo twist
Como iniciou a carreira no eyewear e de que forma este se tornou na sua paixão? A minha carreira arrancou em 1996, no Japão. Trabalhei no departamento de design de uma empresa nacional de óculos. Aliás, através desta companhia interagi com algumas das mais famosas marcas internacionais. Foi em 2011 que me lancei na minha própria marca, Masahiromaruyama. Para transformar o meu nome num código, retirei intencionalmente o espaço que separa o nome próprio do apelido. Na realidade uso óculos desde a minha adolescência e nunca me senti satisfeito com os formatos no meu rosto. Ainda por cima, não havia grandes escolhas à minha volta. Faltava eyewear com sentido de moda na minha região e, na altura, ainda não havia lojas online. Então moldei os meus próprios óculos sozinho, para melhorar a forma. É daqui que nasce a paixão: fazer um par de óculos que eu queira mesmo usar. Hoje estou fascinado com o desenho de modelos que tenham um toque humano único. As peças produzidas de maneira massiva são pensadas para a alta procura e os designs tendem a ser cliché. Para a minha marca eu quis que o foco estivesse totalmente no desenvolvimento de algo distinto.
Enquanto o design de armações clássicas é simétrico e “perfeitamente completo”, as criações do artista japonês Masahiro Maruyama destacam-se pela assimetria e um sentido de incompleto, criando desenhos evocativos, excêntricos, como nenhum outro...
O conceito das armações Masahiromaruyama tem uma natureza única, quando comparado com outras tendências de mercado na indústria e em termos da própria ideologia. Como se desenvolve este trabalho? Dou prioridade ao nosso conceito de marca: arte inacabada. É como ter uma peça de arte que nós gostássemos que os nossos clientes também tivessem, não só para o uso diário ou como uma declaração de moda, mas também para o seu próprio prazer. A assimetria é uma caraterística essencial no nosso design. Todas as armações Masahiromaruyama têm formas discrepantes, no entanto a diferença nem sempre é perceptível. Eu prefiro uma assimetria modesta, mas única, que não precisa necessariamente de ser vista a dois metros da armação. Trabalho arduamente
As caraterísticas excêntricas das armações, tais como as espirais e efeitos quebrados são conquistas incríveis em termos de produção. Foi um processo complexo de gerir e desenvolver? Os meus projetos não seriam possíveis sem o grande trabalho de artesãos altamente qualificados da cidade de Sabae, no Japão. Foram precisos anos para conhecer as pessoas certas, dotadas das capacidades tradicionais mais sofisticadas na produção de óculos. Para comunicar-lhes o meu objetivo num determinado design e conseguir produtos de excelente qualidade precisámos de muitas horas de discussão. Por vezes, o desenho é desafiador, mas eles despendem muito tempo e esforço nas técnicas usadas para atingirem as nossas armações. Todos os nossos designs são feitos à mão e, por isso mesmo, a quantidade é limitada, o que, por outro lado, nos permite atrevermo-nos mais nos formatos sinuosos com grande precisão. Quais são os seus momentos preferidos no desenvolvimento do conceito de uma coleção? São vários. Um deles assenta no momento quando eu recebo a primeira amostra de um novo modelo. Não é tarefa fácil dar “vida” a um design. Depois de passar semanas a fazer ajustes, receber o primeiro protótipo é uma felicidade. Todo as vezes fico impressionado com o trabalho fabuloso que os artesãos alcançam. Posteriormente começamos a realizar novos acertos para refinar o design. Demora mais de meio ano para se concluir o produto final. E este é outro dos meus momentos preferidos, quando ouço um elogio dos compradores em pessoa, nas feiras. Esta alegria e surpresa nos seus rostos é um momento especial. Estes comentários motivam-se sempre para o próximo projeto.
Na mais recente coleção Twist que processos destaca na produção? Para dobrar uma pequena peça de metal é mais usual usar uma máquina e fabricar em largas quantidades numa só produção, porém, este tipo de trabalho não é esteticamente adequado para as nossas armações artesanais. Para fazer as partes em espiral à mão com qualidade exímia tivemos que inventar uma ferramenta própria. Isto permitiu ao artesão dobrar cada parte de metal com precisão, uma de cada vez, para que cada modelo tivesse um toque humano especial.
O que esperar da Masahiromaruyama em 2019? Estou ansioso por novas inspirações! Quase todas as gerações têm acesso à internet e pode encontrar-se tudo online. Existem milhões de designs e marcas e a informação é atualizada diariamente. Para ser encontrado nesta torrente de dados eu gostava de manter a produção de inovações com originalidade.
E as reações ao trabalho da marca é distinto mediante o país? A reação ao meu trabalho é a mesma esteja eu onde estiver. Todos apreciam a originalidade dos nossos designs. Claro que vemos diferentes reações às cores, dependendo do sítio onde estamos. Por exemplo, os franceses tendem a preferir armações douradas, enquanto que no Japão os modelos pretos são muito populares.
•• “Hoje estou fascinado com o desenho de modelos que tenham um toque humano único. As peças produzidas de maneira massiva são pensadas para a alta procura e os designs tendem a ser cliché. ••
Este artigo foi publicada na revista 20/20 Europe, edição de novembro de 2018, com entrevista feita por Clodagh Norton, Editora chefe.
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nestes conceitos e ajuda-me o facto de fazer designs alternativos em óculos.
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BASE NEUROFISIOLÓGICA E CIENTÍFICA PARA O USO DO TREINO VISUAL NA AMBLIOPIA Texto: David P. Piñero, PhD1,2 Grupo de Ótica E Percepção Visual (GOPV). Departamento de Ótica, Farmacologia e Anatomia. Universidade de Alicante, Espanha 2 Departamento de Oftalmologia, Hospital Vithas Medimar International, Alicante, Espanha
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A ambliopia, às vezes denominada “olho preguiçoso”, é um transtorno do desenvolvimento neurológico da visão que surge de uma entrada binocular anómala durante o desenvolvimento visual prematuro. A prevalência desta condição varia segundo vários fatores, como a etnia, os critérios utilizados para diagnosticar a ambliopía e a faixa etária, variando dos três aos cinco por cento. A ambliopia produz uma diminuição da acuidade visual numa medida que não se explica completamente por uma doença ocular e várias vezes associa-se à supressão ou à má qualidade da contribuição do olho amblíope para o córtex visual. Isto pode causar uma deterioração das funções visuais binoculares, como a perceção de profundidade estereoscópica.1 Até 2015, havia muitas lacunas sobre a base neuronal da ambliopía. Desde então, desenvolveram-se novas teorias.2-6 A deterioração visual na ambliopía agora pode explicar-se por um complemento reduzido das células corticais excitadas pelas proteções ambliópi-
cas.2 Mesmo assim, demonstrou-se que os défices no processamento visual não ocorrem necessariamente em V1, mas também podem estar presentes em V2 e V3.2 Além disso, demonstrou-se também que na ambliopia anisometrópica há um aumento da amplitude das flutuações de baixa frequência da atividade cerebral espontânea na circunvolução temporal superior esquerda, no lóbulo parietal inferior esquerdo, na ponte troncoencefálica esquerda e no lóbulo inferior direito semilunar, bem como uma diminuição da amplitude das flutuações de baixa frequência na circunvolução frontal medial bilateral.4,5 Na ambliopia estrábica, a ativação com técnica de ressonância magnética BOLD é mais débil no sulco intraparietal, campos frontais oculares e na área sensível ao movimento (V5) durante uma versão supra-umbral da tarefa de atenção impulsada pelo movimento.4,5 Com todo este conhecimento, existe uma oportunidade de utilizar a neuromodulação como uma nova base para diferentes enfoques terapêuticos na ambliopia.
•• A ambliopia produz uma diminuição da acuidade visual numa medida que não se explica completamente por uma doença ocular e várias vezes associa-se à supressão ou à má qualidade da contribuição do olho amblíope para o córtex visual ••
A gestão convencional da ambliopia enfatiza a aplicação de oclusores ou a penalização do olho contralateral (não amblíope) para forçar o uso do olho amblíope. Apesar de ser eficaz para melhorar a acuidade visual, esta técnica frequentemente associa-se a défices monoculares e binoculares residuais e uma certa taxa de recorrência. Argumentou-se que o foco de tratamento monocular pode não ser completamente eficaz, já que não aborda por completo a supressão interocular.7 Isto não implica que o treino visual encaminhado a eliminar a dita supressão seja substituto do tratamento monocular, mas sim que a combinação de ambos poderia implicar um efeito mais rápido, de maior magnitude e com menor taxa de recorrências. Há que ter em conta que o enfoque monocular standard para o tratamento da ambliopia frequentemente considerar-se ineficaz para pacientes adultos que já passaram o período crítico de desenvolvimento do córtex visual.1 A evidência científica recente demonstrou que o uso de certos tipos de estímulos visuais pode ser útil para reduzir a inibição cortical na ambliopia, o que permitiria superar a supressão interocular que usualmente está presente nesta condição.8-25 Há mecanismos de supressão comuns em todos os tipos de ambliopia no estágio inicial da via visual (p. ex. córtex estriado), com contribuições adicionais extra estriadas que afetam as correntes dorsal e ventral de forma diferenciada.26,27 Toda esta evidência levou ao desenvolvimento de intervenções de tratamento de ambliopia desenhadas para reduzir os mecanismos supressores dentro do córtex visual humano.8-25 Um enfoque, baseado em modelos psicofísicos da visão binocular e suportado por estudos clínicos iniciais em adultos e crianças, implica a apresentação de imagens de alto contraste ao olho amblíope e imagens de contraste mais baixo (imagens separadas para cada olho) para o outro olho.10,11,13-16,19,23 Este tipo de treino conhecido como dicópico pode combinar-se com o conceito de aprendizagem percetual. O processo de aprendizagem percetual está relacionado com o desenvolvimento do treino combinado, com o trabalho de propriedades tais como a atenção, a gestão das dificuldades e da manipulação de paradigmas de eleição, tais como, treino realizando duas tarefas simultâneas, numa sequência de apresentação de estímulos (estímulos fixos frente a estímulos móveis).
Este enfoque usa a ambliopía para o treino dos fenómenos de dissimulação e crowding, que estão sempre presentes nesta condição e por isso são considerados em qualquer programa de treino de aprendizagem percetual para ambliopia.12,17,18,20-22 Recentemente, um estudo piloto demonstrou que o uso da realidade virtual também pode ser útil para a gestão da ambliopia, com o potencial de induzir uma melhoria estereoscópica nos dois olhos amblíopes anisometrópicos.28 Neste artigo de investigação os autores demonstram novas evidências do uso da terapia dicótica num ambiente de realidade virtual mediante o uso de óculos virtuais nos quais simulam um ambiente real controlado. Estes autores mediram 17 pacientes (dez homens, sete mulheres) de idade média 31,2 anos (faixa, 17-69) com Ambliopia Anisometrópica, encontrando melhorias significativas na AVcc e na Estereopsis. O treino foi levado a cabo mediante o jogo Diplopia Game (Vivid Vision) usado com o capacete de realidade virtual Oculus Rift OC DK2 (Oculus VR), e durante oito sessões (40 min/sessão) de treino dicótico.
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Papel do treino visual na gestão da ambliopia
Conclusões Conforme a evidência científica e realizando uma leitura crítica da mesma, pode concluir-se o seguinte esquema na Tabela 1:
Opção de gestão da ambliopia
Conclusões da literatura científica
Terapia dicótica
- A terapia dicótica combinada com aprendizagem percetual permite a melhoria da acuidade visual e sensibilidade ao contraste do olho amblíope, mas com grande variação entre estudos. - Não está claro o benefício de combinar oclusor + terapia dicótica - Não existe evidência científica que indique que o uso da terapia dicótica substitui o oclusor - Maior eficácia nas ambliopias anisometrópicas, possivelmente em estrábicas é necessario oclusor + aprendizagem percetual + terapia dicótica - Faltam mais estudos comparativos de terapia dicótica com outras terapias - Esta terapia é capaz de gerar uma melhoria a significativa da estereopsis e inclusive gerar estereopsis em quem não a tem, sempre que a ambliopia seja anisometrópica. - Pode-se reabilitar a acuidade visual e a sensibilidade ao contraste do olho amblíope do adulto - Não se conhece o efeito de combinar a terapia dicóptica com terapia binocular, acomodativa e/ou oculomotora clássica.
Realidade virtual
- O treino dicótico com capacete de realidade virtual é uma opção de tratamento efetiva para adultos com ambliopia anisometrópica. -São necessários ensaios clínicos futuros que confirmem esta evidência preliminar
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Aprendizagem percetual
- Permite a melhoria da acuidade visual e a sensibilidade ao contraste do olho amblíope (aprox uma média de 3 linhas logMAR, 5-6 sessões/semana, 15-30 min) - Maior melhoria visual e mais rápida combinando 2 h oclusor/dia com aprendizagem percetual - Não existe até à data evidência científica que indique que o uso da aprendizagem percetual substitua o oclusor - Maior eficácia nas ambliopias anisometrópicas, possivelmente em estrábicas é necessário oclusor + aprendizagem percetual - Faltam mais estudos comparativos de aprendizagem percetual com outras terapias - Pode gerar melhorias significativas sobre a estereopsis -Pode-se reabilitar a acuidade visual e sensibilidade ao contraste do olho amblíope do adulto - É efetivo combinar aprendizagem percetual com terapia binocular, acomodativa e/ ou oculomotora clássica (1 sessão semanal em consulta aprox 45 min)
Tabela 1.- Resumo conforme as evidências científicas e realizando uma leitura crítica das mesmas no que respeita ao papel de distintas opções de treino visual para a gestão da ambliopia
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