EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 75 • FEVEREIRO 2019
Hugo Cortez Marques
A ótica desenhada com otimismo Alcon
O poder de InContact
Zeiss
Tecnologia UVProtect conquista Produto do Ano 2019
ContactUM 2019
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
A contactologia em destaque
12
20
24
Kirk & Kirk
Hugo Cortez Marques
MultiOpticas
100 anos de óculos
A ótica desenhada com otimismo
A preferida do consumidor
36
40
46
Zeiss
Ottica Paglia Giuseppe
Conforto, secura ocular e a variação do conteúdo em água em lentes de contacto descartáveis diárias
BREVES
ENTREVISTA DE CAPA
OUTROS OLHARES
OLHAR O MUNDO
Tecnologia UVProtect conquista Produto do Ano 2019
Grande atrevimento numa pequena localidade
50
OPINIÃO
Índice | 4 |
Raúl Sousa
Diagnóstico precoce ajuda a controlar o desenvolvimento do glaucoma
Tema de Capa: O setor da ótica continua a beneficiar de mentes artísticas e brilhantes para se destacar. Nesta edição apresentamos Hugo Cortez Marques, artista de coração e formação, ótico por desafio e constante descoberta.
Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision é publicada em Portugal pela Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com
Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores.
OLHAR EM PORTUGUÊS
OPTOMETRIA
Visão protegida todo o ano. Lentes ZEISS UVProtect
Só em ópticas certificadas
Lentes ZEISS com UVProtect Technology As lentes preferidas por profissionais e consumidores
Prémio 2018 Categoria Visão
Estudo conduzido pela Netsonda para Product of the Year Portugal, junto de 6.000 consumidores.
EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 75 • FEVEREIRO 2019
HUGO CORTEZ MARQUES A ótica desenhada com otimismo ALCON
O poder de InContact
ZEISS
Tecnologia UVProtect conquista Produto do Ano 2019
ContactUM 2019
Editorial | 8 |
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
A contactologia em destaque
Em busca do futuro No panorama atual de mudança, em que todo um setor é forçado a fazer escolhas e a empreender caminhos ousados, registamos uma edição plena de movimentações. Novos produtos futuristas, novos desenhos, vitórias e celebrações integram a estratégias das empresas que se querem fazer ver e que querem marcar o compasso do presente. A realidade digital está a entrar com toda a força no nosso mercado. A prova disso está no lançamento por parte da Alcon de uma ferramenta valiosa para a integração dos seus clientes no mundo digital, a par da menção do nosso entrevistado de capa, já a caminho da migração de parte do seu negócio para o ambiente da internet. Ou seja, o trilho que outros setores fizeram está a instalar-se também na venda dos produtos dedicados à visão, em Portugal. Sim, porque há já soluções além fronteiras de interação digital com o consumidor que parecem de fora do nosso mundo! Por falar em futuro, para destacar na edição de fevereiro sentámo-nos com Hugo Cortez Marques, para ouvir falar de negócios feitos a partir de uma cidade pequena. Esquecemos desde logo esta premissa, porque a localização deste empresa em nada interfere com a sua posição face ao futuro. De facto, o nosso ótico/designer demonstrou atrevimento e raça na forma como delineia a estratégia do Cortez Marques Oculista. E por falar em localizações, trazemos ao nosso leitor a prova já lançada pela nossa capa. O local não faz a ótica! Diretamente de uma pequena vila siciliana, em Itália, ouvimos as ideias do seu único ótico, que se atreveu a instalar um espaço pleno de óculos maravilhosos de designer, “bonitos” como os descreveu, porque de outra forma não faria sentido. Giuseppe Paglia mantém, assim, os seus conterrâneos no estado de arte do estilo eyewear e maravilhou-nos com a sua visão simultaneamente terrena e romântica do mercado. A ciência também nos ocupou as páginas com muita qualidade. As tecnologias das empresas de lentes de contacto permitem grandes avanços em prol dos olhos. Esta realidade esteve em discussão na Jornada Científico-Técnica de Contactologia, assim como os números que compõem o nosso mercado de adaptações. Há muito trabalho ainda a fazer para tornar esta área mais apetecível. O artigo científico que transmitimos também aborda a contactologia, ou seja, há muito interesse nesta forma de correção. Terminamos fevereiro dando voz a optometristas que estão na linha da frente da ciência e da política, porque seguimos atentamente o desenvolvimento da atividade dos cuidados primários da visão. Claro que, expomos ainda óculos que não se esquecem, ideias e ações dos melhores da ótica portuguesa e do mundo e movimentos que garantem dias de ouro para o setor. A ótica está aqui!
Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.
Uma nova plataforma em que poderá oferecer mais serviços aos seus clientes e estabelecer uma relação mais próxima. Uma nova ferramenta para elevar os seus canais de venda e os serviços da ótica ao nível seguinte. Adote o modelo misto offline e online.
OBTENHA MAIS INFORMAÇÕES E ATIVE O SEU REGISTO EM:
www.pt.easy-myalcon.com ou informe-se através do seu gestor comercial
Alcon e o logo Alcon são marcas registadas Novartis ©2019 Novartis. Material revisto em 01/2019 I11901950875
Making Off | 10 |
Embalados no sorriso Hugo Cortez Marques é um homem de sorriso fácil e encantador, também porque vive acompanhado das suas irmãs e melhor amigas. Para o captarmos no seu máximo convidamo-lo a sair para a rua com o que o faz brilhar. O artista logo se revelou através dos desenhos que espalha por objetos que se tornam inesquecíveis. Claro que, sendo um aventureiro inveterado, não podia deixar de “rolar” pelas ruas de Penafiel, enquanto conversamos, sem medo...logo após o trabalho de oficina sério!
Andy Wolf
Breves | 12 |
Óculos feitos entre as vinhas de Estíria A nova campanha da marca austríaca assenta pés em casa. Numa espécie de regresso às origens, os criativos olharam de novo para a terra que os viu nascer, mais precisamente Estíria. Origem dos óculos de qualidade da Andy Wolf e também de um vinho conhecido mundialmente, o estado austríaco foi o palco da campanha Soul 2019. Ou seja, ficou decidido pela equipa assinar o próprio vinho, proveniente das uvas daquela região, e ainda fotografar uma campanha que tivesse como fundo as vinhas. Numa fuga ao bulício urbano, os óculos Andy Wolf protagonizam imagens de um refúgio rural, em que a intensa natureza os destaca. Claro que, a própria localização da empresa elevou a motivação desta produção que reflete os valores locais e as ligação familiares. As estrelas das fotografias, os novos óculos Soul 2019, são apresentados por um grande amigo da Andy Wolf, Roli S., pela influencer Stella von Senger com o namorado Cecil von Renner e a modelo Runa Hansen. Atrás da objetiva a talentosa Elizaveta Porodina.
Cutler and Gross Kirk & Kirk
100 anos de óculos A marca de origem britânica celebra em 2019 o centenário do seu nascimento e nada melhor para brindar a efeméride do que criar uma coleção de impacto. Centena é a primeira linha criada a partir de placas de acrílico de dez milímetros, trabalhadas com todo o primor à mão por artesãos franceses. Apesar da robustez das linhas, os novíssimos modelos são extremamente leves e confortáveis e as respetivas cores eletrizantes representam a forma mais assertiva de demarcar estes 100 anos.
Um clássico, novas cores A peça icónica da casa britânica, o modelo aviador 0822, “encara” 2019 com a reinvenção de cores nas suas linhas espessas em acetato. Um degradê bem estudado inunda um desenho incrível, com um decline em formato de gota na parte inferior e a zona superior bem subida para destacar a intensidade dos olhos. Do preto à clareza das transparências, os óculos de sol e de prescrição ganham novo dinamismo e incluem lentes com tratamento antirreflexo e, claro, proteção UV400.
Fysh
Breves | 13 |
Em busca do calor Seguindo o sucesso do último ano, a coleção solar para 2019 da Fysh cresceu em 13 novos desenhos que se desdobram em cor e requinte. As peças foram pensadas sob imagens das mais incríveis passarelas de moda e sob os designs que dinamizam as tendências eyewear. As cores únicas, os padrões originais e as laminações customizadas rodeiam renovados cat eye, aviadores e geometrias clássicas com todo o primor. O acetato brilhante é um elemento chave e aparece estilizado em múltiplas maneiras.
Cione
O novo glamour das marcas exclusivas O grupo de óticas renova a criatividade das suas coleções como declaração fulcral da evolução da própria Cione. Os óculos exclusivos da cooperativa já conquistaram um lugar de destaque entre os associados pelo estilo muito moderno e original dos desenhos e em 2019 ganham novos contornos. Cada peça revela na perfeição o conceito global da marca a que pertence. Ou seja, os criativos da Cione estudaram as tendências mais recentes e dispuseram-nas em quatro linhas, que apontam a diferentes usuários, mas que se interligam na mesma filosofia integradora que impulsiona a renovação da Cione. As linhas mestras das quatro coleções encontram-se de forma transversal nas insígnias exclusivas Giotto, First, Blue&Green, Studio y Piccolo.
Breves | 14 |
Ørgreen
Finest Seven
Os óculos sob a luz do amor Os designers Jesse Stevens e Ainjali Fine imaginaram esta Finest Seven em metais luxuosos, em formas pungentes e como um abraço de conforto e amor. Os mais recentes desenhos da marca foram fotografados num bar de culto em Barcelona, o Bananas, onde se iluminou o lado mais radioso e arrojado dos óculos Finest Seven. Entre as impressionantes peças da insígnia destacamos a Zero 17, um aviador com lentes douradas e espelhadas e uma estonteante ponte dupla.
Yoko que transcende o tempo O redondo da Ørgreen, que representa os movimentados anos ’70, foi reinventado em sete novas tonalidades. Yoko é o modelo solar que repesca o espírito de artistas avant-garde com trabalhos controversos e de personalidades marcantes. “Veste-se” com um idóneo titânio japonês e define-se num formato generoso de lentes circulares e detalhes elegantes. Ao envolver-se pelo design intemporal crivado pelos criativos da marca dinamarquesa, Yoko não abdica do sentido urbano e ao mesmo tempo de vibrações modernas. A nova paleta colorida cobre todas as matizes elementares, fugindo ao preto e ao branco e dando prioridade à frescura de tons “jovens” e corajosos.
Jean-François Rey
A fuga ao convencional A coleção 1985 paira entre o formal e o casual, interpretando de forma sagaz padrões clássicos com ironia e indisciplina. Os famosos houndstooth, tweed e prince of wales redescobrem-se com nova elegância e “caminham” entre códigos retro e um espírito de alfaiate.
Queremos que esteja connosco e que seja como nós Como acreditamos que é importante ser você mesmo, nós acompanhamos-o com as melhores ferramentas para que triunfe sem renunciar ao que é. Por isso queremos que esteja connosco e que seja você mesmo.
www.cecop.pt
T-214 136 937
Breves | 16 |
Blackfin
A essência do design A marca transalpina prepara já a primavera de 2019 com uma mensagem de evolução. A visão estética em que a Blackfin sempre baseou o seu trabalho atingiu um novo estado de maturidade que demarca um passagem essencial no caminho de construção de identidade da insígnia italiana. O titânio continua a ser o elemento central a ser moldado em peças plenas de paixões, livres de estereótipos, modas ou tendências passageiras. Por tudo isto, a nova coleção traduz-se em linhas perfeitas e em efeitos de cor originais, numa combinação entre alta tecnologia e glamour. Assim se celebra todos os aspetos de uma peça eyewear e a assinatura da Blackfin assente na elegância e na inovação.
CES ’19
Las Vegas expõe estado de arte da tecnologia A Feira da Eletrónica de Consumo, ou CES na sigla inglesa, que decorre anualmente em Las Vegas abriu portas de 8 a 11 de janeiro para expor ao mundo a mais avançada tecnologia. Todo o ecossistema da tecnologia reúne no Sands Convention Center, refletido em 4550 expositores e 180 mil visitantes. Entre as novidades futuristas, que passam pelo ecrã de televisão que se enrola ou as cápsulas de cervejas, estão produtos e soluções para os olhos, assentes na realidade virtual, realidade aumentada e nos óculos “inteligentes”. É o caso do modelo da start up Bone que desenvolve dispositivos baseados na transferência de som por condução óssea. Os respetivos smart glasses de sol funcionam como auriculares só por colocá-los, graças ao simples contacto com a orelha. Interessante também a segunda versão dos “óculos” da Orbi Prime, agora à prova de água, que estão equipados com quatro vídeo-câmaras na parte frontal e traseira e permitem captar imagens a 360 graus e serem adaptados a um capacete. A peça da Ellcie Healthy também impressionou com um sistema de alarme ligado ao telemóvel, que dispara caso um condutor demonstre sinais de cansaço, avisando-o e ao acompanhante de viagem. A start up EyeQue propôs um acessório para o smartphone que faz exames visuais, cujos resultados servem, inclusive, para encomendar óculos online. Ainda a Carl Zeiss Vision pré-lançou um tablet desenhado para sensibilizar os consumidores quanto o nível de proteção UV nas suas lentes de prescrição.
Breves | 18 |
Zeiss
VisuConsult 100 no apoio ao ótico A aplicação desenvolvida pela Zeiss ajuda o profissional no processo de venda de lentes, tornando-a numa experiência positiva e amplificando o processo de digitalização das respetivas óticas. A VisuConsult 100 pode ser descarregada gratuitamente da Apple Store e dá ao ótico a possibilidade de fazer demonstrações da solução visual mais indicada através da realidade aumentada, usando apenas a câmara do iPad. A aplicação surge na sequência do lançamento, em 2018, do Meu Perfil Visual, uma outra aplicação digital que ganhou os prémios Red Dot e Melhor Desenho Alemão, pelo melhor desenho. Nesta ferramenta, o usuário explora o seu perfil visual em diferentes situações, para se orientar na fase inicial do processo de compra de uma nova armação. No fim, é recomendado sobre o produto entre as gamas de lentes oftálmicas Zeiss, que pode passar ao seu ótico de referência através de uma código de barras QR. Já na loja, o processo concluiu-se facilmente com o VisuConsult 100, que permite “viver” uma nova visão otimizada às necessidades do cliente, com todo o conforto.
Waylife
Ogi
Novidades brilhantes A marca rejuvenesce sob o brilho de novas criações coloridas e bem delineadas. De facto, as diferentes tonalidades e respetiva interação concedem dinamismo ao design de cada peça Ogi, envolvendo matérias e detalhes de frescura. Acetato e metal encontram-se num desenho atual e brilham sob detalhes imaginados com rigor.
Duarte Siopa rende-se ao estilo O apresentador dos programas Flash! Vidas e Separados pela Vida aderiu à moda desenhada pela marca Waylife, em vários formatos e desenhos que se adequam à sua personalidade. Duarte Siopa deixou-se conquistar pela coleção Clip On para conciliar a necessidade de graduação com a proteção dos raios UV. A Waylife surge no mercado pela mão do experiente empresário Hugo Oliveira, que depois de 17 anos ao serviço dos óculos quis proporcionar ao mercado um estilo descontraído e moderno. No lançamento da primeira coleção, a insígnia introduz uma Black Edition solar, que se desdobra em dez combinações de cores entre as lentes e a armação. A garantia de proteção está nas lentes polarizadas, assinalada pela gravação a lazer de um P. Para a prescrição, a marca elaborou 35 modelos que se acrescem de práticos clips solares também polarizados.
Preparado para graduação MODELO APRESENTADO: SOUTH SWELL
A vista é melhor desde aquí. A nossa leve lente PolarizedPlus2® são tão flexíveis como tu, adaptam-se às diferentes condições de luz, enquanto eliminam o brilho e realçam as cores. Experimenta um par e comprova por ti mesmo. Cor. Claridade. Detalhe.
Hugo Cortez Marques
Entrevista de Capa | 20 |
A ótica desenhada com otimismo Sempre que nos aventuramos em busca de personalidades interessantes na ótica surpreendemo-nos. Desta feita, descobrimos um designer de formação e “ótico” por deformação, como nos disse em jeito de brincadeira, Hugo Cortez Marques. Embora tentasse fugir ao cliché de integrar o negócio familiar, as circunstâncias da vida chamaram-no à ótica. Primeiro porque tinha uma aptidão natural para o design, algo que hoje tem imensa presença no eyewear e que interessou a marcas de óculos. Depois porque o chamamento das mulheres da sua família foi mais alto. Fotos: Miguel Silva
Qual foi a vida do Hugo antes da ótica? O meu chamamento sempre foi para o desenho e ainda hoje o faço imenso. Eu dava aulas nesta área na Universidade Fernando Pessoa e era designer num atelier. Com a instituição do regime de Bolonha convidaram-nos a fazer mais formação e tirei mestrado na perspetiva de continuar a dar aulas. Porém, houve muitas dispensas
Entrevista de Capa | 21 |
Com as irmãs gémeas, a optometrista Raquel e a Sara arquiteta, assumiu a aventura de manter a honra do brasão familiar suspenso na ótica que os viu crescer, no lugar mais alto. E, de facto, o Cortez Marques Oculista é um exemplo de idoneidade, futuro e esperança. Com um regime de gestão apurado, estratégias delineadas para acompanhar as mais rebeldes tendências de consumo e um investimento avultado em tecnologia, esta casa mantém uma ampla carteira de clientes com toda a proximidade de uma localidade periférica, mas com a acutilância da mais organizada empresa. Quem se sentou connosco numa conversa que se perdeu e encontrou em negócios, vidas e amores foi Hugo, porque as irmãs não se revêm tanto no papel de “relações públicas”. Através do sorriso caloroso, dos olhos sinceros descobrimos um artista que hoje abraça a ótica com muito prazer. Primeiro porque o faz com quem ama, claro, e depois porque descobriu um setor multifacetado que toca tantas vertentes, desde a gestão, passando pelo design até à saúde, que o estimulam sempre numa aprendizagem infinita. No momento da nossa entrevista falou-nos da abertura, para muito breve, do novo espaço Cortez Marques, rumo ao futuro, sem medo e com muito tato. Mas foi nos seus desenhos que nos dissipámos. Tem o dom de transformar linhas em significados intensos. Prefere não dormir do que abdicar da sua arte. No silêncio da noite continua a criar novas “histórias” que o constroem enquanto homem. O choro da sua bebé por vezes entrecorta esta magia, mas para o chamar ao mundo terreno, onde é um homem definido pelos filhos, Inês e Francisco, e pela Rafaela Cortez Marques, a companheira que lhe permite sonhar. Ou seja, procura na ótica a arte dos números, os desafios quotidianos de uma empresa que se quer jovem e atrevida, e eleva-se à noite nos desenhos. É este Hugo Cortez Marques, aventureiro nato, de óculos em riste, por vezes de prancha de skate na mão ou então a sonhar com as corridas automóveis, onde aliás já participou como copiloto de rallies. Cool é uma palavra que usa com frequência e a nós parece um adjetivo perfeito para esta figura que “pinta” o setor com um novo twist e que temos a honra de retratar.
e a situação no atelier não era estável. De repente, tinha o meu primeiro filho a nascer e tinha de trabalhar. Isto há 13 anos. Entretanto tive um convite de uma multinacional do setor da ótica, para vender algumas coleções que podiam funcionar comigo por ter ligação ao design. Acabei por trabalhar quatro anos e vender diferentes marcas, sempre sem descurar o meu atelier em casa ao qual me dedicava com alguns clientes, na área do design gráfico. Foi assim que comecei o meu trabalho na ótica, faceta que hoje me absorve praticamente por completo, embora ainda ontem à noite estive até às tantas a fazer um trabalho de design. Reconheço que já não tenho espaço para isso, mas ainda tenho clientes que gostam do meu trabalho e para quem faço um esforço. No fim desta aventura de vendedor, e já se adivinhava a crise, o meu pai antecipou o momento e abriu mais três óticas periféricas à sede e só nessa altura fez sentido eu integrar a empresa, porque pelo caráter dele nunca abriria um posto de trabalho só para incluir um filho. Fui apoiá-lo e à minha irmã que para além da optometria fazia também o trabalho administrativo da ótica. Daí até assumirmos a gestão da empresa familiar foi o tempo de uma série de episódios que culminaram há três anos atrás.
posso dizer, que era mesmo fulcral fomentar o interesse pela formação contínua entre os profissionais. Do aconselhamento de uma lente ao trabalho de um técnico de ótica, a responsabilidade é alta. Lidamos com a saúde e bem estar do ser humano. Seria também importante melhorar a comunicação entre a ANO e os óticos, para que integrassem estas formações em maior número. E porque acha que não há maior interesse? O empresário de ótica encolhe os ombros, porque não lhe é exigido nada. Aliás, o nosso cliente não faz a menor ideia de quem o está a atender e era perfeito que houvesse mais certezas neste campo. Devia haver uma regulação. Às vezes sinto que sou um poeta (risos) porque somos meia dúzia a preocuparmo-nos com isto. Será que faz sentido? Ainda no outro dia conversava com um amigo, antigo deputado, e questionava se não há nenhum grupo parlamentar que se inteire desta problemática. Sei que houve um burburinho entre a optometria e a oftalmologia, mas acho que nem sequer chegou ao público, ou pelo menos dificilmente. É que os óculos são uma prótese ocular! O Cortez Marques Oculista faz o seu papel neste âmbito ao integrar a ANO e outras associações e seguindo os parâmetros de exigência instituídos. Claro que, estas são condições que não interessam a todas as empresas e, de facto, não é uma obrigatoriedade. Vale o que vale, é preciso muito mais.
Entrevista de Capa | 22 |
Mas como ir mais longe neste âmbito, na sua opinião? Acho que se deveria criar mais pontes com as entidades académicas, mostrar às universidades o interesse deste campo de estudos. Aliás, as universidades agora sofrem uma crise de alunos e sobrevivem com a importação de estudantes do estrangeiro. Seria uma oportunidade para ambos.
A multidisciplinaridade da ótica é incrível. Sim e quanto mais me “envolvo” com a ótica, mais descubro coisas para fazer e é interessante que tenho percebido que gosto mais de números do que achava que gostaria (risos). Ou seja mudou por completo a sua vocação. Sim, muito e ainda não parei! Continuo a estudar à noite, aprendi com o meu pai e os colaboradores mais antigos, como a Susana e a Sónia, a fazer o trabalho técnico de oficina, mas apesar de estar há oito anos no ramo, não me chegava. Por isso, estou a tirar o curso de Técnico de Ótica Ocular, pela Associação Nacional dos Ópticos (ANO) com a minha irmã Sara, para além de outras formações específicas de gestão. Temos que ser coerentes com a nossa filosofia de rigor e qualidade, a começar precisamente em nós. E digo-lhe que, acho que este curso também deveria desenvolver-se para uma licenciatura. Uma licenciatura em Técnico de Ótica Ocular? Sim, porque isso ajudaria a cimentar a credibilidade da ótica. Estamos num ponto em que se impõem medidas. Aliás, se olharmos para as farmácias, somos atendidos por quem sabe exatamente os diferentes tipos de medicação, componentes e os respetivos efeitos. Na nossa área,
E que futuro antecipa? Acho que ótica, a seu tempo, vai contrair. Basta observar os números da Europa para perceber o que se está a passar e se olharmos a longo prazo até se vai contrair para metade. Tudo vai ser muito diferente para todo o comércio de retalho e as óticas passarão a ser showrooms. As ameaças são várias entre as quais a medicina e o e-commerce e até é por isso que o Cortez Marques Oculista já tem um projeto digital. Isso significa que vão ter duas novas lojas. Quem sabe! (risos). Entretanto surgiu a oportunidade de ouro de nos mudarmos da nossa sede de há 34 anos, demasiado limitada para as nossas ambições, para um espaço maior mesmo em frente. É preciso coragem porque este foi o nosso ninho, mas estamos focados e determinados em acompanhar a nova realidade do setor. Temos que dar um novo conforto ao nosso cliente. E voltando ao e-commerce, considera uma ameaça real e próxima no nosso setor? Eu próprio sou grande cliente do comércio online, e embora no nosso setor ainda seja um processo no início, se olharmos para o outro lado do Atlântico, já existem formas de resolver as questões da distância entre o técnico, o produto e o cliente muito eficazes. Nós temos que digitalizar o negócio para acompanhar as novas gerações e sempre mais rápido porque é um trabalho, ao nível dos informáticos e programadores sempre mais requisitado. Não fechamos portas, mas passamos a ser um local para experimentar, porque a compra faz-se cada vez mais online pela incessante procura do melhor preço. Já acontece isso com os óculos de sol em Penafiel! Há mesmo quem venha com os óculos comprados pela internet perguntar se podemos graduar! Obrigar o meu cliente a gastar dinheiro em estacionamento e perder os seu tempo para vir buscar umas lentes de contacto à ótica, por exemplo? Nem pensar, se posso ter uma aplicação em que
•• “ Tud o vai ser m uito difer ente para t o d o o com ércio de retalho e as óticas p a s s arão a ser showr oom s. As am eaças s ã o vár ias entr e as quais a medicina e o e- comm erce e até é por isso que o C o rtez Mar ques Oculista já tem um p ro je to digital” ••
Elas são receptivas? A optometrista (Raquel) é mais resistente (risos), mas a Sara que vem de uma área semelhante à minha, é arquiteta, alinha mais.
acrescentamos ainda uma iniciativa que já aplicamos há mais de um ano. Todos os miúdos dos cinco aos 12 anos podem fazer os seus óculos connosco. Já não somos os óticos, mas sim o Hugo e a Susana, conseguimos assim que tenham uma relação especial com os seus óculos e entendam a profissão. Participam de todo o processo e quando tiram as lentes do envelope assustam-se com a grossura da lente (risos). Isto também para desmontar o ceticismo quanto ao uso de óculos. Adicionalmente investimos muito em tecnologia na oficina, o último grito disponível, para podermos avaliar melhor e minimizar qualquer tipo de erro de precisão.
E como é a vossa relação profissional? Muito unidos, inseparáveis. Temos uma frente de loja familiar, juntamente com as nossas colaboradoras que são como se fossem família. Uma está connosco há 23 anos e a outra há 18. E fazem 34 anos também! Sim, e não perspetivávamos marcar o aniversário com a mudança, mas vai acontecer e vai adequar-se aos nossos clientes na perfeição. Outra forma de marcar a efeméride é com a assinatura de um protocolo solidário com a câmara. O que fizemos foi envolver os fornecedores, captar parte de budgets e em vez de oferecermos pipocas e balões, contribuímos e ajudamos quem realmente precisa. Fomos nós que nos aproximamos da Câmara Municipal de Penafiel, sabendo que, à semelhança do que nos acontece a nós, também eles têm todos os dias pessoas a bater à porta porque precisam de ajuda. Decidimos usar as ferramentas camarárias que conseguem identificar quem tem necessidades reais urgentes. Nós não queremos fazer a prescrição, deixamos isso para as entidades hospitalares. Oferecemos os óculos e as lentes de boa qualidade, independentemente da idade e da prescrição. Tudo isto foi desenhado com a câmara durante um ano para salvaguardar todos os aspetos legais de uma iniciativa destas e propusemos apoiar essas pessoas durante quatro anos. Quanto à nova ótica? Vamos ter um espaço perfeitamente funcional. Confortável e espaçoso, até projetamos uma rampa para acesso ao consultório para perfeita mobilidade de todos. Era uma loja de roupa e levamos aquilo “ao osso”. Na parte do consultório temos ainda uma coluna de máquinas que pode recuar e atender uma pessoa com deficiência. Ou seja, tudo em prol dos nossos clientes. Se quero ter uma loja dos 8 aos 88 anos tenho que fazer algo que se adapte e que seja ao mesmo tempo cool. A estas novidades
O Cortez Marques Oculista faz parte das fileiras da Optivisão. Acredita na nova fase do grupo? Algumas das particularidades que gosto no André Brodheim são a visão do sector e o tato para com todos. Sentimos mais ajuda, mais ferramentas, e que ouvem a nossa “pequena” empresa em Penafiel, aprendendo com a nossa experiência. O restyling foi muito bem vindo e inteligente, acredito que o André Brodheim vai mudar as coisas e levá-las a um ponto que nós, Cortez Marques, nos identificamos. Também gosto muito dos profissionais que integram a equipa Optivisão. Agrada-me constatar que os Brodheim trouxeram um modo de gerir ainda pouco instituído na ótica, mas que marca a diferença com sua imensa experiência no retalho, não tendo a agressividade de outros grupos em Portugal, mas uma perspicácia própria.
Entrevista de Capa | 23 |
o aviso que está a chegar o momento de trocar as lentes e que as posso enviar para a sua casa. A ótica em Portugal ainda está longe disso? Acho que sim e confesso que prefiro o modelo atual de ótica, mas é preciso estar preparado. Costumo dizer às minhas irmãs: fechamos às sete, mas porquê ter o stock a trabalhar só oito horas por dia e seis dias por semana?
MultiOpticas
Olhar em Português | 24 |
A preferida do consumidor O grupo detido pela GrandVision conquistou a distinção Escolha do Consumidor e Escolha Sénior 2019 na categoria Óticas. É um reconhecimento que já acontece consecutivamente desde que se avalia esta classe específica e que comprova a estratégia vencedora da MultiOpticas.
A Consumer Trends, portal online dedicado à informação dos consumidores e responsável pela atribuição destes prémios, anunciou que a MultiOpticas obteve a nota global de 80,96 por cento na Escolha do Consumidor. Aliás, o destaque desta pontuação centrou-se nas classificações de qualidade e variedade dos produtos. Especificamente, na Escolha Sénior, onde assegurou o segundo lugar do ranking, a pontuação ascendeu aos 85,79 por cento, saindo destacada em todos os critérios, com especial distinção no atendimento profissional, honestidade e clareza. Esta
vitória clara do grupo de ótica surge no âmbito de um inquérito realizado em 25 mil consumidores num universo de 934 marcas. As insígnias são premiadas com base na sua performance em 2018, através de um processo que envolve a identificação dos atributos mais importantes para os consumidores e uma avaliação efetiva das marcas de cada categoria. Isto permite aferir quais as insígnias que apresentam maiores níveis de satisfação e intenção de compra ou recomendação. Olha Por Mim, Sempre A MultiOpticas apresentou a nova assinatura numa aproximação essencial aos seus consumidores. Olha Por Mim, Sempre inclui um novo filme institucional que promete aos clientes a melhor visão, durante o maior tempo possível, materializado no conceito “é sempre bom ter alguém que olha por nós.” A nova mensagem invadiu, no final de janeiro, os meios de comunicação social. “Sendo a MultiOpticas marca líder na ótica em Portugal, com uma relação de mais de 30 anos com os portugueses, eleita Marca de Confiança e Escolha de Consumidor desde que a categoria está presente nestes estudos, sentimos que esta evolução era natural para a marca. Uma aproximação e humanização da sua linguagem”, declarou Sandra Silva, diretora de marketing da empresa em Portugal. O CEO da GrandVision no nosso país, Rui Borges, acrescentou ainda que “acreditamos que o papel das marcas é cada vez maior e vai além da relação comercial que estabelece com os seus clientes. Nesse sentido temos tido um papel essencial no mercado português, sensibilizando para a importância da saúde visual e aumentando o acesso à mesma. Olhamos todos os dias pelos nossos clientes, cuidando da sua visão.”
Tratamento FIBO SAFIRA UV contra riscos e impurezas A FIBO prossegue a missão instituída em prol dos consumidores: ajudá-lo a focar as coisas importantes da vida. Para isso, investe diariamente nas atividades de investigação científica, garantindo o estado de arte das suas soluções em tratamentos e lentes oftálmicas. Assim nasce o FIBO SAFIRA UV! Com isto como premissa, a FIBO apurou a necessidade dos usuários de um novo tratamento mais duradouro, com o objetivo de evitar riscos, de maior facilidade de limpeza e sem reflexos indesejados. A resposta para esta premência surgiu sob a forma de FIBO SAFIRA UV. O tratamento inovador duplica a resistência a agressões, em relação às soluções atualmente disponíveis, e melhora significativamente a proteção contra a sujidade. A FIBO garante que este é o único tratamento que que inclui o material Safira, o mais resistente em absoluto contra riscos, imediatamente a seguir ao diamante, segundo a escala de Mohs. O minério Corindon-Safira é incorporado nos tratamentos, assegurando que o tratamento aplicado nas lentes FIBO seja duas vezes mais resistente que o Quartz, a escolha da maioria dos laboratórios de lentes.
Publireportagem | 26 |
Análise à escala de Mohs:
Nível de resistência do FIBO SAFIRA UV versus outras lentes do mercado
A FIBO comprova, desta forma, a superioridade do seu inovador tratamento FIBO SAFIRA UV, que duplica a resistência a agressões. Adicionalmente, tem um menor ângulo de cor, com menos reflexos, o que assegura uma melhoria na visão, em especial na condução noturna. A limpeza facilitada advém das capacidades hidrofóbicas e oleofóbicas inerentes. Este tratamento único e inovador foi desenvolvido através do Programa Compete 2020 - SUProTOF – Processamento e Teste de Superfícies para o Fabrico de Componentes Ópticas. Saiba mais em: http://www.poci-compete2020. pt/newsletter/detalhe/Proj9061-SUProTOF-Polo-NL189-17012019
CECOP com novos movimentos de marketing
Olhar em Português | 28 |
O grupo de óticas garante uma melhorada visibilidade da sua marca e dos seus associados com duas ações distintas. Por um lado, confirma pela primeira vez a presença no importante Congresso Internacional de Optometria e Ciências da Visão, em Braga, que acontece de 4 a 5 de maio. Por outro, reformula o seu plano de campanhas em prol dos negócios dos seus associados.
A equipa portuguesa da CECOP garante um espaço no Congresso Internacional de Optometria e Ciências da Visão (CIOCV), pelo caráter de partilha e edificação de conhecimentos que o evento potenciado pela Universidade do Minho (UM) garante. O grupo assume esta posição no ano em que o CIOCV faz história ao sair das fronteiras da UM para o Altice Forum Braga. A CECOP assinala a sua presença com a exposição dos seus serviços e da sua linha de produtos própria. Neste espaço, os participantes do CIOCV encontram também um local de encontro, onde podem conviver com a equipa da CECOP e absorver os valores do grupo, num estímulo à confiança e à proximidade.
2019 arranca com novo plano de campanhas Desde janeiro que a CECOP proporciona um plano de campanhas reformulado. Ou seja, perante a auscultação do mercado e dos associados, o grupo passa a preparar as campanhas de forma semestral, permitindo que os associados planeiem e organizem, de maneira otimizada, o marketing dentro da loja. Para além desta mudança, a CECOP segmenta, pela primeira vez, as campanhas com nomes cada vez mais alinhados com a estratégia de marketing adotada pelo grupo. No novo plano de campanhas há layouts mais atrativos e um cronograma sugerido pelo departamento de marketing da CECOP, que facilita a vida do profissional que passa a seguir a planificação sugerida. O grupo quer assim apoiar os seus óticos a apelar a mais clientes para as respetivas lojas, com campanhas focadas nos diferentes posicionamentos dos associados de norte a sul.
Optivisão
Crescimento já acontece!
A dinâmica de crescimento da rede começou com a abertura de 13 novas óticas por parte de associados já existentes na rede, nomeadamente, no Algarve com a Solamparo e Visão de Prata, e no centro, Ericeiróptica, Óptica Miranda, Óptica Pereira e Centro Óptico de Stº André. No entanto, é em janeiro de 2019, que a rede de óticas conta com um crescimento significativo, com a entrada de 11 novas óticas no centro e norte. Entre as quais, Belas Visão Ótica, Centro Ótico em Cascais, Centro Ótico nos Jardins da Parede, ÓticaCriativa em Taveiro e Condeixa-a-Nova, Ópticas Pimenta em Vieira de Leiria, Monte Real e Amor, e Optivisão Caldas da Rainha, César e Viseu. Todas elas juntaram-se às duas novas entidades que entraram na rede de óticas em 2018: Mário Oculista, em Beja, e Óptica Fernandes, na Baixa da Banheira. Segundo André Brodheim, administrador do grupo Optivisão, “Nos próximos anos vamos investir intensamente em várias áreas, nomeadamente, no posicionamento da marca e na expansão da rede. Queremos aumentar o crescimento da Optivisão e chegar às 300 óticas no espaço de dois ou três anos, assim como alcançar a liderança do mercado em Portugal, para que se possa ampliar o nosso modelo de negócio e fortalecer o mesmo.” Estas novas lojas vêm juntar-se à rede atual de aproximadamente 250 óticas e contribuir para robustecer a posição competitiva da Optivisão no setor da ótica, as-
segurando a cobertura em todo o território nacional e a vantagem de maior proximidade aos clientes. De referir que a Optivisão apresenta critérios de admissão rigorosos para entrar na rede, de forma a reforçar a importância da saúde visual através de um serviço de excelência em optometria em todas as óticas da rede. Benetton é o novo exclusivo A Optivisão anuncia a inclusão no seu portefólio de marcas exclusivas da famosa United Colours of Benetton. A partir de 2019 os associados do grupo são privilegiados na venda de armações e óculos de sol da grande multinacional de moda. A Benetton é uma das marcas mais conhecidas no mundo, graças à sua identidade apelativa e ao compromisso social que celebra através da diversidade, bem patente nas magnéticas campanhas que desenvolve. As coleções eyewear, coloridas e descontraídas, inspiram-se precisamente nesta forte “personalidade” que sempre distinguiu a marca. A Benetton junta-se às restantes marcas exclusivas que o grupo Optivisão detém em Portugal, nomeadamente Longchamp, Ted Baker e O’Neill. ”Esta parceria vem consolidar o posicionamento da Optivisão no âmbito das marcas premium e da oferta cada vez mais diversificada de produtos com qualidade superior e estilo” referiu Sofia Aires, diretora de marketing do grupo Optivisão.
Olhar em Português | 29 |
A Optivisão está “nas mãos” do grupo Brodheim desde a recente aquisição da posição da Alain Afflelou, que lhe garante controlo acionista acima dos 90 por cento. Foi um passo importante na nova fase do grupo português que entretanto já garantiu mais 26 óticas associadas.
Institutoptico
Parente Óptica Médica olha pelos outros
Olhar em Português | 30 |
A associada de Lamego do grupo Institutoptico deu um apoio fulcral ao Centro de Atividades Operacionais de Tarouca, incluído na Santa Casa da Misericórdia local. A iniciativa está inserida no âmbito do seu programa de responsabilidade social da Parente Óptica Médica, Olhar Pelos Outros, lançado em 2017. Esta que é a ótica mais antiga em Lamego contribuiu com um por cento da faturação de dezembro para ajudar o Centro de Atividade Operacionais (CAO), rendendo um valor de 573,20 euros. O valor angariado vai ajudar a instituição a adquirir um colchão individual de água quente com colunas incorporadas, para estimulação sensorial dos respetivos utentes. “Quando a Parente Óptica Médica nos ligou a perguntar se gostaríamos que nos ajudassem, ficámos surpreendidos e emocionados. A aquisição deste colchão para estimulação sensorial vai fazer toda a diferença na qualidade de vida dos nossos utentes e só podemos dizer muito, muito obrigada por este gesto tão nobre”, refere Telma Carvalho, diretora técnica do CAO de Tarouca. Tiago Parente, sócio gerente da Parente Óptica Médica, sublinhou também que “instituições como o CAO são essenciais na nossa comunidade, até porque muitos dos seus utentes, com necessidades especiais, já atingiram a idade adulta e o trabalho especializado dos profissionais desta entidade permite oferecer dignidade às suas vidas.” De destacar que a ótica de Lamego lançou o programa Olhar Pelos Outros em 2017, com o objetivo de agregar todas as iniciativas de caráter social que a empresa se propõe apoiar.
•• “Instituições com o o CAO são essenciais na nossa com unidade (. . . )” ••
Outros Olhares | 32 |
Alcon
O poder de InContact A fabricante de lentes de contacto empreendeu o desafio de entrar na dimensão dos novos consumidores e apresentar uma solução poderosa de apoio às vendas. A Alcon desenvolveu a ferramenta InContact numa aproximação estratégica dos usuários de lentes de contacto às lojas de ótica, com o apoio cómodo e seguro do canal digital. Para passar a ideia na base deste investimento milionário, o LXFactory, em Lisboa, e a Kasa da Praia, no Porto, nos dias 30 e 31 de janeiro serviram de base à apresentação. Cerca de 200 óticos não resistiram ao apelo e absorveram a ideia com sucesso e boas perspetivas de futuro, em ambas as cidades. A LookVision Portugal marcou presença no Porto, onde em conversa com alguns dos profissionais convidados percebeu o enorme interesse em haver uma adaptação a novos paradigmas de consumo. Aliás, a adesão ao convite da Alcon foi o outro indicador desta vontade. E, de facto, a venda das lentes de contacto pelas óticas físicas tem sido desafiada pelas transações virtuais, que desviam os clientes depois de feita a adaptação e as primeiras vendas. InContact é a resposta assertiva a este repto. André Coelho, o diretor de vendas da Alcon em Portugal, abriu o palco de apresentações precisamente com esta indicação. “A Alcon reponde ao desafio posto aos nossos clientes 500 dias depois e cerca de dez milhões de investimento e consegue apresentar um produto que permite, cada vez mais, fidelizar clientes de lentes de contacto nas lojas. A dificuldade de hoje centra-se na fidelização, em conseguir-se que o cliente replique a compra nas óticas e o InContact vai
permitir que consigam fixar os clientes e mantê-los e em contacto permanente com a vossa empresa”, apontou o responsável das vendas. O investimento da Alcon não se fica por aqui. A empresa disponibiliza profissionais para apoiar os óticos nesta “aventura” digital e na implementação do novo produto que faz crescer o portefólio da fabricante.
E para integrar o produto na ideia, subiu ao palco da Kasa da Praia, Pablo Foncillas, docente, investigador em inovação empresarial e um orador magnético. De forma assertiva e divertida, o especialista falou do impacto do digital na nossa vida, das dificuldades e oportunidades que significa incorporá-lo na atividade profissional e como integrar o off e online e de exemplos de sucesso na conexão com os consumidores. Como conselhos centrais aos óticos, Pablo Foncilla sublinhou que com esta realidade já instalada, os óticos têm que usá-la para favorecer os seus clientes com novos serviços. Um exemplo muito interessante foi o da grande rede de cafés Starbucks, que permite ao cliente usar uma aplicação para encomendar o seu café usual ainda antes de entrar na loja, permitindo encurtar o tempo de espera. Isto sem cobrar nada a mais! Claro que existem outras mais-valias que podem exigir pagamento. O importante é mesmo
provar aos consumidor que se está a trabalhar em prol do seu conforto, valorizando serviços e marca. Cristina Matute, especialista em e-commerce e gestora de marca na Alcon, veio então para o palanque das apresentações para aprofundar este InContact. “E porque decidimos investir no InContact? Porque estamos empenhados em fazer crescer o mercado das lentes de contacto. Na realidade ainda há muito potencial, porque apesar de haver novas adaptações existem também muitas desistências o que faz com que o mercado se mantenha estagnado. E quando se fala de comodidade neste âmbito, pensa-se sempre no uso das lentes, quando para além disso, os usuários referem-se também ao acesso tanto da compra das mesmas, como também ao próprio profissional. Por tudo isto, na Alcon concluímos que é indispensável trabalhar uma estratégia digital, aliado ao apoio às óticas na sua própria integração
digital do negócios”, esmiuçou Cristina aos óticos presentes. A especialista em e-commerce apresentou os números que definem hoje o mercado de consumo das lentes de contacto. Os consumidores potenciais são imensos o que é ótimo, porém só seis por cento adere às lentes de contacto. “Dói-nos este número como fabricantes de lentes. Estamos a perder muito. Aos óticos também deve doer, porque sabemos que os usuários de lentes de contacto entram na ótica mais frequentemente. E porque acontece isto? Os estudos indicam que 33 por cento têm interesse em usar lentes de contacto, e na faixa etária dos 25 aos 34 este número aumenta para os 42 por cento.” As causas deste desfasamento estão na falta de informação, em quantidade e qualidade, ao consumidor que precisa e usa correção visual. Ou seja, uns não sabem que podem usar e outros só sabem que são caras e se enfiam no olho.
Outros Olhares | 33 |
•• “E porque decidimos investir no InConta ct ? Porque estamos empenhados em fa ze r cr escer o mercado d a s lentes de contacto” ••
Outros Olhares | 34 |
E porque a maioria das pessoas anda pela internet em busca de informações sobre lentes de contacto, a Alcon optou por fomentar a educação dos consumidores neste meio com o novíssimo InContact. E a ferramenta vai ao encontro do facto de que 79 por cento dos usuários afirma que o ótico é indispensável na compra desta categoria. “Porquê agora? Faltava-nos mais um passo para conseguir vender e captar o cliente e fidelizá-lo à ótica de forma digital, num momento em que num inquérito europeu se apura que a maioria das pessoas ainda acha que a melhor fonte de informações sobre saúde visual é o especialista. Isto é ótimo! Por outro lado há 51 por cento que afirmam que gostavam que a relação com a ótica fosse on e offline. Assim chegamos ao InContact. Integramos duas plataformas online já usadas para usuários e profissionais, respetivamente, para que quando o cliente se registe e eleja uma ótica, nós automaticamente adicionamos um novo ponto de entrega associado àquela loja. Ou seja, uma ordem de compra feita pelos óticos pode ser entregue na morada do cliente. Os pagamentos são feitos pelo ótico diretamente à Alcon e não interferimos nesse campo, nem sabemos os dados de saúde do usuário”, acrescentou Cristina. E que funcionalidades estão à disposição do consumidor? A mais simples assenta na compra pela internet do produto prescrito, com entrega em casa. Já a subscrição Smart calcula quando chega ao fim o período de vida das lentes e avisa o cliente com o envio a ser automático e pago na entrega. A terceira, denominada Smart+ é dar a opção ao cliente para pagar mensalmente as suas lentes. “Ou seja, facilitamos a comunicação entre o profissional e o seu cliente, que passam a ter via aberta todos os dias e a todas as horas com mais conforto. Por outro lado, garantimos o regresso a termo certo dos clientes, baixando a taxa de abandono e não deixando o prazo de uso do produto ser estendido para lá do seu limite”, concluiu a representante da Alcon. Com olhos num futuro mais eficaz e virtual, os convidados puderam usufruir de espaços de eleição no Porto e em Lisboa, convivendo com colegas de longa data ao som de música e de boas perspetivas.
Tidou A pausa ao supérfluo
O minimalismo, a funcionalidade e a precisão são elementos chave na Tidou. E para expressar estes ideais, os artistas que desenvolvem a insígnia escolheram o titânio para materializar desenhos lineares. No coração das criações está uma charneira muito especial sem parafusos, que exibe um sistema patenteado em exclusivo para a marca e que se baseia num simples esquema de encaixe. À vista ficam duas linhas paralelas, que asseguram a estabilidade da armação, que cristalizam o supérfluo e permitem que a haste se adapte a cada utilizador com uma precisão suave e incrível. A maturidade e consciência, múltiplas experiências e viagens, decisões e sentido positivo são as caraterísticas que definem os seguidores Tidou. Pode-se ainda escolher entre diferentes linhas, especialmente desenvolvidas para conquistarem os mais exigentes amantes de óculos. Entre elas estão a de beta-titânio, a mais minimalista de todas e que deixa o produto “falar” por si mesmo, a de beta-titânio e acetato, uma linha que se acresce da riqueza das formas e das cores, ainda a linha prática e de uso quotidiano em beta-titânio e nylon e finalmente a beta-titânio sun onde se inclui uma poderosa lente polarizada, para jornadas intensas no exterior. A tudo isto, a Tidou acrescenta uma leveza impressionante que garante uma utilização confortável, mesmo durante longos períodos de tempo. A marca chega a Portugal através da empresa Luz Violeta.
Outros Olhares | 35 |
Nascida em 2016, a Tidou e os seus sonhadores propuseram-se simplificar e relaxar os desenhos de óculos. Em contracorrente com o consumismo exagerado e imparável, a marca desenhada em Itália e produzida no Japão deixou cair excessos e conquistou uma legião de fãs pelas suas linhas suaves e claras.
Outros Olhares | 36 |
Zeiss Tecnologia UVProtect conquista Produto do Ano 2019 As equipas de investigação da Zeiss estão de parabéns pela premiação com o selo Produto do Ano 2019, na categoria de lentes oftálmicas. O resultado advém da aprovação direta dos consumidores portugueses, que comprovam a proteção da tecnologia UVProtect contra a radiação ultravioleta, nas suas lentes incolores. A divulgação deste avanço assinado pela Zeiss foi garantido pela incontornável Catarina Furtado, levando mais longe a mensagem da importância da proteção visual.
A ideia de alargar a proteção contra os raios ultravioleta (RUV) a todas as lentes incolores nasceu da evidência científica que indica com toda a certeza os malefícios do excesso de exposição solar. A Zeiss “desenhou” assim a tecnologia UVProtect que protege os olhos a 100 por cento da radiação perigosa que ocorre durante o dia, mesmo com nevoeiro ou nuvens, e que pode causar graves patologias como cataratas, cancro nas pálpebras e danos na retina. Aliás, a Zeiss foi o primeiro fabricante de lentes do mundo a garantir esta mais valia de forma abrangente nos seus produtos. Até este lançamento, a tecnologia no processo de fabrico não conseguia bloquear totalmente a passagem da RUV. Com a UVProtect, todos os utilizadores de óculos ficam protegidos, quer utilizem lentes de sol ou lentes incolores da marca. A novidade é especialmente importante para Portugal já que, devido à sua localização geográfica, tem um aumento de incidência de 40 por cento da RUV. A qualidade aprovada por quem interessa: especialistas e utilizadores! O Produto do Ano é um dos maiores e único método de avaliação da inovação em produtos, com presença mundial. Criado em França em 1987, tem desde essa altura a missão de conduzir os consumidores
até aos melhores produtos do mercado e premiar os fabricantes pela qualidade e inovação. Em Portugal, o Produto do Ano é apoiado pela votação de mais três mil consumidores e funciona como uma poderosa ferramenta de marketing para os produtores vencedores, com resultados positivos no aumento de vendas, na distribuição e na notoriedade da marca. No final de 2018, avaliaram-se 89 produtos, dos quais apenas 36 foram distinguidos. A inovadora tecnologia da Zeiss esteve entre os premiados. Já em outubro de 2018, a UVProtect demonstrou o seu poder ao conquistar, entre os players do setor da ótica, o SILMO D’Or na categoria da Visão, entre outras distinções conseguidas em vários países.
Catarina Furtado de ouro A tecnologia UVProtect da Zeiss tem como representante em Portugal a apresentadora, atriz, embaixadora da Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) e Presidente da Associação Coraçãoes com Coroa, Catarina Furtado. Esta importante figura pública esteve recentemente na Alemanha a conhecer a fábrica, o museu e as novidades da marca. Esta visita foi enquadrada naquela que é uma das maiores feiras mundiais do setor: a opti 2019, realizada em Munique, de 25 a 27 de janeiro. Sobre a ZEISS A Zeiss é um grupo internacional de tecnologia do setor da ótica e opto-eletrónica. Desenvolve e comercializa produtos de litografia ótica, metrologia, microscopia, tecnologia médica, lentes oftálmicas, objetivas fotográficas e cinematográficas, binóculos e tecnologia para planetários. Através das suas soluções, o grupo contribui para o desenvolvimento do mundo da ótica e para o progresso tecnológico. A Zeiss está organizada em quatro segmentos: Tecnologia de Fabrico de Semicondutores, Tecnologia de Investigação & Qualidade, Tecnologia Médica e Ótica de Consumo/Saúde Visual, estando presente em mais de 40 países com cerca de 30 unidades de produção e mais de 50
centros de assistência e distribuição, bem como aproximadamente 25 centros de pesquisa e desenvolvimento. A Zeiss tem uma forte presença em Portugal com mais de 200 colaboradores. No ano fiscal 2017/18, os 30 mil colaboradores do grupo geraram um volume de negócios de aproximadamente 5,8 mil milhões de euros. A empresa foi fundada em 1846 na cidade de Jena. Atualmente, a sua sede está localizada em Oberkochen, na Alemanha. O grupo Zeiss é gerido pela holding Carl Zeiss AG, cujo capital é detido, integralmente, pela Carl-Zeiss-Stiftung (Fundação Carl Zeiss).
•• Já em outubro de 2 018, a UVPr otect demonstrou o seu poder ao conqu i s t a r, entre os players do s e t or da ótica, o SILM O D ’ O r ( . . . ) ••
Outros Olhares | 37 |
•• A t é e s t e l an ç a men t o , a t ec n o l o gia no processo de f abr i c o nã o c o n s eg uia b l o q ue ar totalm ente a p as s ag e m d a RUV . ••
Essilor Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal 2019 A favor da vida dos condutores rodoviários
Outros Olhares | 38 |
60 por cento dos acidentes de viação estão relacionados com a má visão. 23 por cento dos condutores que vêm mal não usam óculos de correção. Em 2017 morreram 416 pessoas nas estradas portuguesas, em 130 mil acidentes. São estes os números que motivam sempre mais a Essilor a promover a segurança rodoviária e que se revê na associação ao evento Essilor Carro do Ano/ Troféu Volante de Cristal 2019. Nesta iniciativa já famosa e durante a exposição dos 23 candidatos ao prémio, no Campo Pequeno, em Lisboa, nos dias 25 a 27 de janeiro, a gigante das lentes oftálmicas aproveitou para rastrear e aconselhar a população para a promoção da visão saudável e da condução segura.
No espaço construído pela Essilor, inserido no evento aberto ao público do Carro do Ano, recebeu-se os visitantes com ações de rastreio visual e conselhos de segurança e boa condução, por parte de especialistas da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) e da Associação Portuguesa para a Segurança Infantil (APSI). Os condutores e todas as pessoas que passaram pelo local puderam apurar os seus conhecimentos sobre condução segura e avaliar as funções visuais necessárias, de acordo com as normas para a condução de um veículo a motor definidas no Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir. Houve também espaço para uma zona VIP, dedicada a convidados do evento e uma zona Kids, com pinturas, balões e pipocas. Além dos rastreios visuais gratuitos, estiveram instalados simuladores da PRP para testar a condução segura. Prioridade à segurança e à boa visão A má visão e a segurança rodoviária são hoje uma prioridade a nível global. Nesse sentido, a Essilor estabeleceu uma parceria com a Federação Internacional
do Automóvel (FIA) para criar uma iniciativa para a segurança rodoviária. O acordo celebrado entre as duas entidades apoia o apuramento de dados que mostram a importância da visão saudável para a segurança rodoviária: 47 por cento da população tem perturbações visuais e no primeiro ano da cirurgia às cataratas há uma redução de 13 por cento nos acidentes, quando comparando com o número de acidentes nos 12 meses anteriores à cirurgia. Apesar da forte relação entre visão saudável e condução segura não há a nível global regulação comum, sendo esse um dos objetivos prioritários da parceria FIA/Essilor. Em Portugal, os dados oficiais revelam que em 2017 morreram 416 pessoas nas estradas portuguesas, em 130 mil acidentes, que causaram ainda dezenas de milhar de feridos. É com esse sentido que é prioritário assegurar o autocontrole da visão, assumindo esta como a “regra de ouro” da boa condução, paralelamente ao uso do cinto de segurança, a não beber ou à cadeira para crianças. A Essilor e a FIA têm ainda o propósito de envolver as autoridades, a sociedade civil e os profissionais de saúde, com foco na sensibilização dos condutores para o perigo da má visão e para a necessidade do respetivo diagnóstico e correção. A prevenção e redução dos acidentes só é possível através de uma mobilização geral das pessoas e de todos os intervenientes no processo. Ver bem é fazer todo o caminho em segurança. E os finalistas do Carro do Ano são... A 27 de fevereiro é revelado o sucedâneo do Seat Ibiza, considerado o carro do ano de 2018. Os sete finalistas foram escolhidos entre 23 candidatos e são: Audi A1, Citroen DS7, Hyundai Kauai Eletric, Kia Ceed, Opel GrandLand X, Peugeot 508 e Volvo V60. Para além deste título máximo, atribuem-se ainda reconhecimentos noutras categorias, nomeadamente Citadino do Ano, Ecológico do Ano, Executivo do Ano, Familiar do Ano, Grande SUV do Ano e SUV Compacto do Ano.
Maui Jim
A arte de antecipar os dias quentes A empresa de génese havaiana lança já o desafio aos amantes do sol com novidades muito em voga. Sunny Days e a Matte Titanium Collection garantem fazer as delícias dos veraneantes.
Sunny Days
Outros Olhares | 39 |
O estilo desta peça é influenciado pelo sentimento de alegria que um dia de sol inspira. A dupla ponte com a linha superior em aço inox bem elevada é uma atrevida declaração de moda e atrevimento e completa o design redondo e sumptuosamente moldado a partir de acetato italiano, na perfeição. Claro que, Maui Jim é sinónimo de visão perfeita, assegurada pela clareza das lentes em SuperThin Glass e a mais avançada tecnologia antirreflexo e de cor do mercado, a PolarizedPlus2.
Matte Titanium Collection A Maui Jim aventura-se com sucesso na reinvenção do icónico aviador, com uma perspetiva fresca. A Matte Titanium Collection é uma encantadora mistura de formatos aviador que se reduzem ao essencial, numa expressão minimalista e sofisticada de acabamento matte. Ainda mais impressionante são as imagens captadas através das lentes MauiBrilliant, com a clareza do melhor material, equiparado ao vidro, mas com uma fração do peso.
Ottica Paglia Giuseppe
Olhar o Mundo | 40 |
Um grande atrevimento numa pequena localidade Nas nossas viagens pelos conceitos mais apaixonantes de ótica encontramos a fabulosa ótica Paglia Giuseppe, na ilha italiana da Sicília. Um design incrível e os óculos mais “belli” em exposição, como descrito pelo próprio fundador Giuseppe Paglia à LookVision Portugal, esta casa de ótica tem a particularidade de estar numa localidade de 4700 habitantes. Calascibetta é a casa da ótica que retratamos nesta edição, uma vila remota, pitoresca e retirada das fantasias mais incríveis do nosso imaginário, localizada no cimo do monte Xibete. E aqui Giuseppe é amado, tem sucesso no seu negócio e garante que todos os xibetanos não têm menos que um grande estilo com os óculos que vende. E por ter uma personalidade especial, Giuseppe Pagila já compôs os óculos para o atual Dalai Lama!
Claro que, Giuseppe extravasa as fronteiras da pequena Calascibetta. As equipas das grandes marcas independentes de óculos adoram o seu empenho em levar para a terra apenas os modelos que considera dignos de exibição. Adicionalmente, esteve sob as luzes da ribalta em plena MIDO 2018 ao arrebatar o prémio Bestore, pelo design incrível da sua loja e pelo trabalho que desenvolve junto de quem não resiste ao seu gosto pelas peças eyewear mais distintas. À nossa equipa confessou o amor pelos óculos. Foi a partir desta premissa que tudo o resto se desenvolveu. Estudou no Instituto de Investigação e de Estudos em Ótica e Optometria, em Itália, e a primeira ótica onde trabalhou foi mesmo a sua.
“Não sou filho da arte. Estudei na escola de ótica e comecei logo a trabalhar sem influências externas, sejam positivas ou negativas”, explicou Giuseppe Paglia. Ou seja, quando começou a aventura do seu negócio homónimo não tinha ideias pré-concebidas sobre a venda de óculos. “Com o passar do tempo a minha paixão pelos óculos artesanais de design cresceu, ou como os defino, os bonitos!” Portanto, não lhe fazia sentido vender outro produto que não fosse aquele em que acreditava. E a comunidade que o viu nascer e crescer para se tornar empresário dos óculos segue-o nesta missão de ótica de qualidade. Quando questionado sobre as dificuldades de seguir este caminho tão alternativo, Giuseppe crê com toda a frontalidade que não vê mais obstáculos por esta opção, mas é uma “escolha seguramente distinta!”. Fiel à sua Calascibetta e ciente de que a população precisava de um ótico, abriu portas com coragem há mais de 30 anos e continua a ser o único na vila. “Vivendo numa pequena vila e longe das cidades não consigo ter a percepção das diferenças entre os mercados, sinceramente, mas tenho a certeza que o sucesso de uma ótica não depende do lugar onde está. Percebo sim que, a nível mundial, se impõe sempre mais uma massificação dos gostos das pessoas que é ditada pelos média”, assinalou o ótico xibetano. Não conseguimos evitar perguntar a este homem tão particular como encara o futuro e, claro, que resposta veio com a mesma clareza que revelou em toda a entrevista. “Sonho com um futuro em que continuo a ser o ótico da grande família constituída pelos meus clientes, e continuar a alimentar a constante curiosidade que sempre me distinguiu.
Tudo começou com uma chamada telefónica de Berlim, em 2017. Eram os fundadores da marca artesanal de óculos Kuboraum, Sergio Eusebi e Livio Graziottin. Queriam doar dois óculos especiais ao Dalai Lama, por ocasião da visita do líder espiritual budista à Sicília, e sabiam que Giuseppe Paglia era um seu revendedor. O ótico xibetano quis confirmar se os tinha, mas só para recuperar o fôlego perante o pedido tão especial. Ficou assegurada a “encomenda” que Giuseppe preparou com a graduação do Dalai Lama, com todo o primor, que aliás o caracteriza desde o dia um da sua ótica. A história não demorou a “sair” da loja e muitos seguidores, curiosos e até colegas de óticas de outras localidades rumaram até à Ottica Paglia Giuseppe para apertar a mão que preparou os óculos do Dalai Lama. O profissional lamentou somente não entregar pessoalmente as peças ao líder espiritual, por causas das fortes medidas de segurança, mas ficou feliz e realizado por fazer parte desta história e de ter contribuído para a visão do prémio Nobel da Paz. Não foi só através deste momento incrível que Giuseppe Paglia colocou Calascibetta no mapa. Também por ocasião de uma encomenda muito especial de cinco óculos em madeira a um artista de óculos japonês, recebeu o contacto do mesmo, porque o designer asiático queria saber onde era a pequena vila e agradecer-lhe a arrojada escolha. E como já referimos, o prémio Bestore 2018 voou de Milão e da grande feira mundial MIDO para a pequena Calascibetta.
Uma ótica pequena de grandes conceitos Caminhando pela Via Roma, em Calascibetta, sobe-se em direção ao topo do monte Xibet, entre a beleza de uma adorável vila italiana e os seus habitantes acolhedores. No número 37 está um reduto do mais avançado design em óculos, estado de arte do eyewear. A Ottica Paglia Giuseppe abre portas para a sua população com a certeza que a beleza dos seus produtos é maior que o medo de ser diferente. Traçada pelo designer local Paolo Gagliardi, a ótica de Calascibetta é um recanto intimista, onde o cliente pode deambular seguro e com acesso livre entre os melhores óculos do mundo. O calor da madeira, os expositores bem distribuídos e uma “ilha” central de exibição convidam a ficar. Claro que, a conversa solta de Giuseppe completa este conluio em prol da venda de óculos. Na oficina, onde a “magia da montagem dos óculos” acontece existe uma grande janela sobre o monte Xibet que inspira Giuseppe Paglia no seu trabalho e o incita a procurar sempre mais e melhores peças para os seus conterrâneos.
•• “ C o m o passar do tem po a m inha p a ixão pelos óculos artesanais de d es ign cresceu, ou como os defino, os b o n itos! ” ••
Olhar o Mundo | 41 |
“Precisamos de dois modelos para o Dalai Lama”
opti 2019 A feira em crescendo! O primeiro grande certame mundial do ano fez arrancar a época de feiras em grande. Mais espaço, excelentes resultados de satisfação e a certeza de que em 2020 o espírito se mantém, são as conquistas que a opti de 2019 arrebatou. Olhar o Mundo | 42 |
Fotos: GHM
92 po r c e n to dos expo si to r e s gar a n ti r a m qu e e sta r ã o pres en te s e m 2020
As respostas aos inquéritos sobre a feira corroboraram o sucesso sentido em Munique, de 25 a 27 de janeiro. A amostra dos 28 mil visitantes deu o seu parecer positivo em 94 por cento e entre os 631 expositores 91 por cento assinou o êxito da opti. Tudo graças à excelente preparação da organização, que antecipou o novo plano da feira a todos os participantes, para que se preparassem para o crescimento para seis pavilhões do certame. Desta forma, à chegada do evento os visitantes podiam perscrutar o espaço em busca das suas áreas preferidas. “Os visitantes profissionais rápida e adequadamente ajustaram-se à nova estrutura do complexo com três entradas e elogiaram a disposição ampla dos pavilhões. Aliás, a opti mereceu as melhores pontuações
com nove em dez visitantes e com sete em dez expositores quando questionados por um instituto independente de inquéritos. De qualquer forma, independentemente destes resultados de aceitação altos, vamos continuar este ano a seguir a receita de sucesso que temos perseguido desde 2008: depois da feira vamos analisar intensivamente a edição presente para continuarmos a melhorar a opti!”, garantiu Dieter Dohr, o presidente da GHM, empresa que garante a organização da opti.
O que interessou na opti 2019 Para além da clássica “procura pela inovação”, os visitantes rumaram a Munique em 2019 com foco crescente no desejo de iniciar novas relações de negócio e na formação contínua. A opti conseguiu, através da construção compacta de “ilhas de conhecimento”, ir ao encontro destas premências com variadíssimas ofertas no pavilhãoo C4. Este formato substituiu o modelo mais disperso anterior. Diretamente adjacente, os visitantes podiam explorar as área opti de Mercado de Trabalho e Campus, o Forum e a Exposição, tudo em torno da temática da Jornada do Consumidor.
As quatro estações Estratégia, Necessidade, Compra e Uso ilustraram de forma clara os diferentes elementos que os óticos precisam de considerar quando elaboram a abordagem ao consumidor. A opti também garantiu visitas guiadas aos participantes com dicas que podem ser implementadas facilmente nos negócios, através de exemplos das melhores práticas. E tudo isto prossegue após o encerramento do certame. “Também criámos uma área de conhecimento digital em torno desta Jornada do Consumidor, que está disponível em optishowcase.de/en nos próximos 365 dias. Com isto, a opti dá um passo importante para se tornar numa base de dados central, 24 horas por dia e sete dias por semana, para os óticos!” acrescentou Dieter Dohr. Em paralelo à Exposição, os participantes mais curiosos puderam satisfazer a sua vontade de aprender com palestras de painéis de discussão no optiForum. De facto, nove em dez visitantes consultaram as 34 apresentações. E não é surpreendente que o tema mais popular desta iniciativa tenha sido sobre as melhores abordagens ao consumidor, com palestras como Onde compra cada consumidor o seu par de óculos agora e no futuro? Ou, Usar eventos para chegar aos consumidores preparados para comprar. Ainda a conversa em voga da opti sobre Maior visibilidade através dos média sociais?, organizado em conjunto com dois influencers de topo.
Prémios dos bloggers Outro destaque do Forum foi o prémio Blogger Spectacle 2019 para os novos expositores das opti Boxes. Os “novatos” Rounder Rounder de Hong Kong arrebatatam o galardão ao conquistarem os bloggers europeus da ótica pelo seu sentido de moda e estilo. De resto a preparação da opti 2020 já está em curso e está prometida para os dias 10 a 12 de janeiro, na bela cidade de Munique, o primeiro local de encontro da ótica mundial.
Mais de 500 h i s t ó r i a s s o br e a o p t i fo r a m partilhadas no Instagram p o r ca us a do Blogger S p e ct a cl e
Olhar o Mundo | 43 |
Os visitantes da opti viajaram de todos os continentes
Optometria | 44 |
ContactUM 2019 A contactologia em destaque
O docente e membro da comissão organizadora da Jornada Científico-Técnica de Contactologia (ContactUM 2019), José Gonzalez Méijome, indicou à LookVision Portugal que, na presente edição, os profissionais ascenderam a 60 por cento do total de inscritos. Isto porque cresce o interesse no tema das lentes de contacto. E as palestras expuseram avanços e temas de interesse central, nomeadamente no que diz respeito às lentes especializadas, aos materiais mais favoráveis à saúde da córnea e ainda ao comportamento dos profissionais no que diz respeito às opções existentes na contactologia. De destacar a presença da investigadora, Rute Araújo, aluna de doutoramento do Curso de Optometria e Ciências da Visão, que abraçou um projeto corajoso há três anos em parceira com a indústria. A estudiosa associou-se a uma empresa americana, que financiou o acompanhamento
•• “ (:::) a n o após a n o d es d e 20 0 7 c o n s eg uimo s a firm ar q ue a p res c riç ão de l en t es d e c o n tacto em P o rt ug a l s eg ue os mel h o res s t a n dar ds mun d i ais. ” ••
A 5 de fevereiro, a Universidade do Minho dedicou o seu Auditório A1 ao debate das lentes de contacto. A 14ª edição da Jornada Científico-Técnica de Contactologia congregou 270 participantes que participaram de atualizações científicas da área, inovações em matérias e números que definem o presente e o futuro desta área de grande potencial para os profissionais. De destacar a crescente participação tanto de optometristas no ativo, como de empresas do ramo.
de longa duração de mais de 90 pacientes com problemas severos e que requereram adaptação de lentes esclerais. Ao ContactUM 2019, Rute Araújo trouxe uma pequena parte da tese que acabou agora, afeta aos hábitos de prescrição das lentes esclerais ou porquê que não são consideradas como opção. Ainda a assinalar nesta jornada dedicada às lentes de contacto, os resultados anuais sobre a adaptação deste produto em Portugal, pelo professor Méijome. Adaptação de Lentes de Contacto de 2007 a 2018 pela voz de José Gonzalez Méijome “O inquérito visa uma pequena amostra do que se adapta num ano. Quanto àquilo que obtemos ano após ano desde 2007 conseguimos afirmar que a prescrição de lentes de contacto em Portugal segue os melhores standards mundiais. Dizemos isso com base em vários indicadores. Um deles é o da adoção de novos materiais mais avançados que garantem mais oxigénio à córnea, nomeadamente o silicone hidrogel. Neste momento, a adaptação estabilizou nos 60/70 por cento de todas as lentes hidrofílicas que se adaptam, que por sua vez são 95 por cento de todas elas. O resto corresponde a lentes especializadas. Em segundo lugar, é o tipo de lentes que se adaptam, a geome-
Há aqui um alerta que fizemos, embora ainda seja cedo para interpretar os dados apresentados, mas à medida que há um aumento da penetração de lentes descartáveis diárias vemos que há uma ligeira redução na adaptação de lentes tóricas. Ou seja, parece que decrescemos neste âmbito, porque tem um custo ligeiramente mais alto e pode às vezes querer-se diluir o preço adicional das lentes diárias, abdicando da especialização do desenho. Não é um dado assumido mas não queria que tal acontecesse. Temos que ser conscientes e manter a melhor saúde ocular e nisso a lente de substituição diária ajuda, mas sem abdicar de uma melhor correção visual que é o que proporciona a lente tórica a quem dela precisa.
Optometria | 45 |
tria das lentes, onde temos indicadores de boa prescrição e de bom exercício profissional, por exemplo na prescrição de lentes tóricas, as lentes para astigmatismo. Sabemos que na população existe 40/45 por cento de pessoas que poderiam usar lentes de contacto mas têm um astigmatismo que não pode ser ignorado. E de facto, a proporção das lentes tóricas em Portugal esteve sempre nesses 40 por cento. Isto não se vê noutros países. Outra área é a lente para presbiopia. É uma adaptação mais sofisticada, requer mais formação e informação por parte do profissional e mais destreza. O incremento que Portugal tem neste domínio desde 2007 tem sido o mais alto a nível global. Nessa altura a prescrição de lentes de contacto para presbiopia era de 10 por cento, hoje estamos nos 30, até mais alto que países como Austrália e Canadá ou Reino Unido, que são os que marcam normalmente o caminho a seguir a nível internacional. Por último destacaria um outro fenómeno que não é novidade, que é a progressão que têm as lentes descartáveis diárias, e que aplaudimos o facto da indústria ter conseguido coadunar a sofisticação e complexidade do que é fabricar uma lente de contacto e, por isso, os custos relativos a substituir as lentes mensalmente são relativamente altos. Hoje encontramo-nos na posição, felizmente, de poder deitar fora uma lente todos os dias por custos suportáveis, o que indica um progresso tecnológico e de engenharia brutal e que do ponto de vista clínico tem enormes benefícios, desde a higiene e menor possibilidade de incumprimento das indicações de uso.
Contactologia: uma área ainda por explorar A conclusão a que chegam os estudiosos é que a contactologia ainda tem muito para dar. Apela-se aos profissionais para que sejam mais proativos nesse domínio. Impõem-se cada vez mais novidades, melhores materiais, mais oferta e diversidade mas considera-se que as lentes de contacto são uma opção complementar e não a opção para muitos usuários. Porém, tem-se vindo a consolidar um terreno bastante interessante que mantém a sua cota e a ganhar mais usuários por cada dez mil habitantes. Estamos a falar em Portugal de uma penetração na ordem dos seis/ sete por cento, o que no contexto europeu ainda é baixo mas já representa uma melhoria em confronto com há dez anos. O que falta para haver mais uso de lentes de contacto? “Eu ficaria satisfeito apenas com o facto das lentes de contacto serem propostas como mais uma opção, se não houver contraindicações. É até uma obrigação ética e deontológica do profissional colocar o paciente perante as diferentes possibilidades ao dispor”, sublinhou José Manuel Méijome.
Conforto, secura ocular e a variação do conteúdo em água em lentes de contacto descartáveis diárias O desconforto associado ao uso de lentes de contacto é um dos sintomas mais citados pelos seus utilizadores e é considerado uma das causas primárias para a sua descontinuação. Estima-se que as taxas de abandono de uso de lentes de contacto se situem entre os 23-34 por cento.1,2,3
Optometria | 46 |
Texto: Eduardo Ínsua Pereira; Madalena Lira, Centro de Fisica da Universidade do Minho
As lentes de contacto (LC) descartáveis diárias (LCDD) oferecem ao usuário uma maior comodidade pois possibilitam a colocação de uma lente nova a cada dia, reduzindo a possibilidade de acumulação de depósitos, favorecendo o conforto ao longo do dia, a qualidade visual e a redução no risco de infecção.4,5 O equilíbrio no conteúdo de água (ECA) representa a capacidade que o hidrogel possui para captar as moléculas de água no seu estado de equilíbrio6 e, a desidratação dos materiais de LC constitui assim um fator primordial para a avaliação do seu desempenho clínico.7 Ainda que a relação entre a desidratação in vivo e o conforto se mantenha controversa,8,9 alguns investigadores constataram um aumento da sintomatologia em pacientes cujas lentes exibem uma maior desidratação.10,11 Os materiais de silicone-hidrogel apresentam menores taxas de desidratação face aos materiais convencionais e constituem uma opção válida na redução de sintomas associados à secura ocular.12,13
Com base nestes argumentos, elaborou-se um ensaio clínico no qual se pretendia avaliar o conforto e a secura ocular durante a utilização de seis LCDD e determinar as alterações no ECA resultantes do seu uso. Este estudo caraterizou-se por ser um ensaio clínico piloto no qual 27 indivíduos com idade média de 28.2±7.5 anos foram adaptados de forma aleatória e contralateral com as LCDD e envolveu três visitas de seguimento ao longo de um período de utilização das lentes de nove dias. Os materiais utilizados foram: Stenfilcon A (Cooper Vision), delefilcon A (Alcon), nelfilcon A (Alcon), narafilcon A (Johnson & Johnson), nesofilcon A (Bausch & Lomb) e Omafilcon A (Cooper Vision). Estes materiais encontram-se descritos na tabela 1. Foram adaptadas um total de 54 lentes, 9 de cada marca. Cada participante foi adaptado com uma combinação randomizada de lentes que deveria usar durante os nove dias seguintes.
Stenfilcon A
Nelfilcon A
Narafilcon A
Delefilcon A
Nesofilcon A
Omafilcon A
Empresa
Cooper Vision
Alcon Vision Care
Vistakon (Johnson & Johnson)
Alcon Vision Care
Bausch & Lomb
Cooper Vision
Grupo FDA
II
II
I
I
II
II
ECA (%)
54
69
48
33 – 80
78
60
Diâmetro (mm)
14.2
14.0
14.2
14.1
14.2
14.2
Curva base (mm)
8.4
8.7
8.5 9.0
8.5
8.6
8.7
Principais monómeros
Si-Hi
PVA; HPMC; PEG
Si-Hi PVP
Si-Hi DPMC
pHEMA PVP;NVP
pHEMA PC
Tabela 1.- Principais caraterísticas das lentes de contacto utilizadas no estudo
A avaliação do conforto e secura ocular foi registada pelos participantes, em dois momentos do dia (11h e 17h), através do preenchimento de um questionário14 e respetivos aos nove dias de utilização de LC. O conforto foi classificado entre 0 (desconforto severo) a 10 (muito confortável) e a secura ocular foi classificada de acordo com a mesma escala numérica, na qual o valor 0 (zero) corresponderia a uma sensação de secura severa e 10 a “sem secura”. Seguidamente ao ensaio clínico, as lentes foram removidas dos olhos dos participantes e equilibradas numa solução durante 24 horas e medido o índice de refração. O mesmo procedimento foi utilizado para lentes novas (após abertura do blister). O índice de refração e o ECA de 54 lentes foram obtidos com o refratómetro digital CLR 12-70 (Index Instruments, Cambridge, Reino Unido).
10 5 ECA (%)
Os resultados demonstraram que o conforto decresceu após seis horas de uso das lentes (p=0.002) e a sensação de secura ocular aumentou durante o mesmo período (p=0.001). As classificações médias da tarde (17h) foram mais baixas comparativamente às da manhã (11h) para todas as lentes – Figura 1, e as classificações para o conforto foram ligeiramente superiores para os materiais delefilcon A (p=0.010) e narafilcon A (p=0.001) (figura 2).
0
on
-5
en
St
A
c fil
D
el
n
co
l efi
A
-10
el
N
on
c fil
A
n
co
N
ar
l afi
A
n
co
l ofi
s
Ne
A afi
on
A
lc
Om
10
Lentes de contacto
8
Figura 4.- Variação do equilíbrio no conteúdo em água (ΔECA) para cada um dos
6
grupos de lentes em estudo
4 2 0 Conforto
Secura ocular
11h
17h
Figura 1.- Classificações médias para o conforto e secura ocular registadas às 11h
Em termos globais, todas as LC analisadas obtiveram um bom desempenho clínico. O conforto foi ligeiramente superior para a delefilcon A e narafilcon A e os seus utilizadores manifestaram menos sensação de secura ocular. Muito embora a omafilcon A, narafilcon A e nesofilcon A tenham apresentado um decréscimo do ECA, não foram encontradas quaisquer correlações entre a ΔECA, o conforto e a secura ocular.
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Stenfilcon A Delefilcon A Nelfilcon A Narafilcon A Nesofilcon A Omafilcon A
11h
17h
Figura 2.- Classificações para o conforto registadas às 11h e 17h para cada um dos grupos de lentes em estudo
As classificações para a sensação de secura foram também superiores para o delefilcon A (p=0.009) e narafilcon A (p=0.010), o que significa que os utilizadores destas lentes experienciaram menos sintomas de secura ocular – Figura 3. 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Stenfilcon A Delefilcon A Nelfilcon A Narafilcon A Nesofilcon A Omafilcon A
11h
17h
Figura 3.- Classificações para a secura ocular registadas às 11h e 17h para cada um dos grupos de lentes em estudo
Em termos da variação do ECA (ΔECA), os resultados revelaram uma pronunciada redução no conteúdo aquoso para o omafilcon A (p=0.002), narafilcon A (p=0.008) e nesofilcon A (p=0.003). De notar ainda o comportamento evidenciado para a delefilcon A que exibiu um ECA superior para as lentes utilizadas pelos participantes em relação ao seu valor inicial (p<0.001) – Figura 4.
Bibliografia 1. Dumbleton K, Woods CA, Jones LW, Fonn D. The impact of contemporary contact lenses on contact lens discontinuation. Eye Contact Lens. 2013;39(1):9399. 2. Richdale K, Sinnott LT, Skadahl E, Nichols JJ. Frequency of and factors associated with contact lens dissatisfaction and discontinuation. Cornea. 2007;26(2):168-174. 3. Rumpakis J. New data on contact lens dropouts: An international perspective. Review of Optometry. 4. Cox F, Nichols J. Daily Disposables for the 21st Century. Contact lens spectrum. 5. Cho P, Boost M V. Daily disposable lenses: the better alternative. Contact lens anterior eye. 2013;36:4-12. 6. Tranoudis I, Efron N. Water properties of soft contact lens materials. Contact Lens Anterior Eye. 2004;27(4):193-208. doi:10.1016/j. clae.2004.08.003. 7. Tranoudis I, Efron N. Parameter stability of soft contact lenses made from different materials. Contact Lens Anterior Eye. 2004;27(3):115-131. doi:10.1016/j.clae.2004.03.001. 8. Fonn D, Situ P, Simpson T. Hydrogel lens dehydration and subjective comfort and dryness ratings in symptomatic and asymptomatic contact lens wearers. Optom Vis Sci. 1999;76(10):700-704. 9. Pritchard N, Fonn D. Dehydration, lens movement and dryness ratings of hydrogel contact lenses. Ophthalmic Physiol Opt. 1995;15(4):281-286. 10. Hall B, Jones S, Young G, Coleman S. The on-eye dehydration of proclear compatibles lenses. CLAO J. 1999;25(4):233-237. 11. Lemp M, Caffery B, Lebow K, R. L. Omafilcon A (Proclear) soft contact lenses in a dry eye population. CLAO J. 1999;25(1):40-47. 12. Young G, Riley CM, Chalmers RL, Hunt C. Hydrogel Lens Comfort in Challenging Environments and the Effect of Refitting with Silicone Hydrogel Lenses. Optom Vis Sci. 2007;84(4):302-308. 13. Jones L, May C, Nazar L, Simpson T. In vitro evaluation of the dehydration characteristics of silicone hydrogel and conventional hydrogel contact lens materials. Cont Lens Anterior Eye. 2002;25:147-156. 14. Aitken RC. Measurement of feelings using visual analogue scales. Proc R Soc Med. 1969;62(10):989993. Artigo completo publicado na revista Eye & Contact Lens: Eduardo Insua-Pereira, Madalena Lira. Comfort, ocular dryness and equilibrium water content changes of daily disposable contact lenses. Eye & Contact Lens (2018). 44: S233-S240.
Optometria | 47 |
e às 17h
Opnião | 48 |
OPTOMETRIA: UMA DISCIPLINA E PROFISSÃO QUE SE SUSTENTA noutras ESPECIALIDADES E TAMBÉM AS POTENCIA Sob autorização do Conselho Geral de Óticos Optometristas de Espanha, publicamos o mais recente editorial do renomado Journal of Optometry, a publicação científica desta instituição. Assinado por José Manuel González-Méijome, investigador e docente do Departamento de Física da Universidade do Minho e editor-chefe da publicação, o texto transmite a importância da optometria para a saúde visual de hoje da população mundial e a forma como apoia positivamente outras especialidades. González-Méijome JM. Optometry: a discipline and profession that feeds from and empowers other specialties. J Optom. 2019 Jan - Mar;12(1):1-2. doi: 10.1016/j.optom.2018.11.001. A edição do Journal of Optometry (J Optom) do trimestre janeiro/março de 2019 apesenta uma série de estudos que fornecem uma análise profunda sobre o mecanismo e acomodação de diferentes ângulos e através de diferentes metodologias1, 2, 3, 4, 5 ao lado de outros estudos sobre a prevalência de disfunções do olho frequentes tais como erros retrativos6, 7 e anomalias da visão binocular de etiologia específica, 8
ou a definição de conceitos básicos da ótica fisiológica.9. Estas contribuições originais envolvem equipas multidisciplinares onde a optometria está no centro como uma disciplina indispensável e uma profissão valiosa. Isto representa bem a dualidade que quero destacar neste editorial pois acredito muito na natureza interdisciplinar da ciência moderna em geral e em particular nas Ciências da Visão e o valor intrínseco da optometria como uma disciplina académica e científica e uma profissão técnica e clínica. Infelizmente, perante este ponto de vista, muito frequentemente assistimos a como especialidades distintas tendem a “encapsular-se” sobre si mesmas, tentando
avanços científicos para chegarem mais depressa e de forma mais eficaz às nossas populações. É no mais alto interesse da saúde visual e do progresso tecnológico que os optometristas desenvolvem os seus conhecimentos clínicos para servirem em pleno os cuidados primários do olho, enquanto mantêm no seu currículo um forte corpo de conhecimento em ciência básica, incluindo uma base sólida em ótica fisiológica e outras disciplinas de apoio. Estes fatores mantêm a nossa disciplina central no futuro dos cuidados de saúde visuais eficazes em todo o mundo e serve a estratégia da OMS. Os contributos da optometria para o entendimento do sistema visual vão continuar a fortalecer o progresso científico e tecnológico em ambas equipas autónomas ou interdisciplinares.
REFERÊNCIAS : 1. Zapata-Díaz J.F., Radhakrishnan H., Charman W.N., López-Gil N. Accommodation and age-dependent eye model based on in vivo measurements. J Optom. 2018 Mar;21 pii: S1888-4296(18)30016-5 [Epub ahead of print] 2. Domínguez-Vicent A., Monsálvez-Romín D., Esteve-Taboada J.J., Montés-Micó R., Ferrer-Blasco T. Effect of age in the ciliary muscle during accommodation: Sectorial analysis. J Optom. 2018 Apr;4 pii: S1888-4296(18)30002-5 [Epub ahead of print] 3. Del Águila-Carrasco A.J., Lara F., Bernal-Molina P., Riquelme-Nicolás R., Marín-Franch I., Esteve-Taboada J.J., Montés-Micó R., Kruger P.B., López-Gil N. Effect of phenylephrine on static and dynamic accommodation. J Optom. 2018 Mar;27 pii: S18884296(18)30022-0 [Epub ahead of print] 4. Labhishetty V., Bobier W.R., Lakshminarayanan V. Is 25 Hz enough to accurately measure a dynamic change in the ocular accommodation? J Optom. 2018 Mar;23 pii: S1888-4296(18)30017-7[Epub ahead of print] 5. Bernal-Molina P., Esteve-Taboada J.J., Ferrer-Blasco T., Montés-Micó R. Influence of contrast polarity on the accommodative response. J Optom. 2018 Apr;4 pii: S1888-4296(18)30025-6. [Epub ahead of print] 6. Hashemi H., Asharlous A., Yekta A., Ostadimoghaddam H., Mohebi M., Aghamirsalim M., Khabazkhoob M. Enantiomorphism and rule similarity in the astigmatism axes of fellow eyes: A population-based study. J Optom. 2018 Apr;3 pii: S1888-4296(18)30001-3 [Epub ahead of print] 7. Irving E.L., Machan C.M., Lam S., Hrynchak P.K., Lillakas L. Refractive error magnitude and variability: Relation to age. J Optom. 2018 Mar;19 pii: S18884296(18)30019-0 [Epub ahead of print] 8. Tannen B., Good K., Ciuffreda K.J., Moore K.J. Prevalence of esophoria in concussed patients. J Optom. 2018 Mar;27 pii: S1888-4296(18)30020-7.[Epub ahead of print] 9. Rodríguez-Vallejo M., Piñero D.P., Fernández J. Avoiding misinterpretations of Kappa angle for clinical research studies with Pentacam. J Optom. 2018 Apr;4 pii: S1888-4296(18)30026-8[Epub ahead of print] 10. Bernardo L.M. Gradiva; Lisbon: 2018. Visão Olhos e Crenças. 11. World Health Organization. Eye Care Service Assessment Tool (ECSAT). Available at: http://www.who. int/blindness/publications/ecsat/en/. Downloaded on march 15th, 2018.
Opnião | 49 |
ignorar o maior número de interesses comuns que têm em comparação com as poucas discrepâncias que encontram uns nos outros. Enquanto a ciência moderna abre os braços para abranger perspetivas de diferentes origens, começamos a regredir aos tempos negros quando a optometria e oftalmologia pareciam ignorar-se em vez de trabalhar em conjunto em prol da sua prática clínica e de desenvolvimentos inovadores. Da mesma forma, a optometria olha para a física ou a matemática como campos menos relevantes comparados com a componente clínica. O facto é que os optometristas e os oftalmologistas são necessários para garantir cuidados visuais primários à população atempadamente e eficazmente. Recentemente tive a honra de apresentar em Portugal o livro intitulado Visão, Olhos e Crenças, do professor Luís Miguel Bernardo10. Em vez do entendimento da estrutura anatómica do olho através de dissecações e tratamento médico, durante séculos a função ótica do olho permaneceu obscura para a maioria das grandes mentes e clínicos que lidavam com este tópico. De facto, em meados do século XIX persistiam muitos mal-entendidos ou ideias totalmente erradas sobre o comportamento ótico do olho como uma estrutura de formação de imagens, já para não referir a quase total ignorância sobre o processo visual. Como disciplina, é evidente como a optometria podia apoiar a oftalmologia no entendimento do órgão ocular como um dispositivo de formação de imagens, abrindo caminho a uma abundância de novas abordagens de tratamento que tem estado no pico de atividade nos últimos dez a 20 anos. Ao ler o livro que mencionei antes surpreendeu-me como a palavra physicos foi usada durante séculos para denominar os médicos e o quanto isso é próximo da física. E de facto, a medicina como um todo tem uma dependência sem precedentes da física e na optometria para a prevenção atual, diagnóstico e tratamento, e isto é particularmente verdade nos cuidados de saúde visual, onde o entendimento físico do “controlo” da luz em interação com os tecidos abriu uma via livre em direção a um diagnóstico mais fiável e a abordagens terapêuticas. Tudo isto sublinha o quanto é importante o conhecimento ao nível da física nos cuidados de saúde visual e o optometrista, com conhecimentos profundos em ótica fisiológica, anatomia da fisiologia do olho e os “caminhos” do olho e da visão, proporciona a melhor ponte entre as áreas física e médica. Como uma profissão, a optometria também é crucial para a organização de serviços altamente eficientes e agora também é claro que a optometria pode ajudar a limitar a dimensão da maioria das causas de cegueira evitável. 2 Como sociedade, com o aumento da carga nos cuidados de saúde relacionados com o envelhecimento da população, não consigo entender como vamos lidar no futuro com sistema de saúde relacionado com a visão sem uma rede eficaz de cuidados primários de saúde visual suportado por optometristas treinados disseminada na maioria das regiões, em estreita colaboração e entendimento com os cuidados especializados providenciados pelos médicos oftalmologistas. Aliás, este é o entendimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) na sua Ferramenta de Avaliação do Serviço de Cuidados do Olho. 11 Isto leva-me à mensagem inicial introduzida no título. Em primeiro lugar a optometria deve manter uma carga forte de ótica fisiológica no seu ADN académico, o que requer, antes de mais, conhecimentos sólidos de matemática e física, em segundo a optometria tem que estar no centro dos serviços de cuidados visuais primários em todo o mundo para enfrentar o aumento das doenças relacionadas com a visão nas sociedades modernas. Oftalmologia e optometria devem ser especialidades que se fomentam entre si, e isto é válido no campo científico em prol do progresso mais rápido dos conhecimentos e inovação, e no campo clínico das respetivas profissões, no sentido de servir melhor as populações com quem estão comprometidos e permitir os
Diagnóstico precoce ajuda a controlar o desenvolvimento do glaucoma O nervo ótico é formado por um conjunto de milhares de fibras nervosas individuais que transmitem sinais do olho para o cérebro. O glaucoma é uma patologia ocular que causa danos progressivos neste mesmo nervo ótico, e consiste na perda da sensibilidade do tecido da retina por morte de fibras nervosas e consequente perda de visão irreversível.
Opinião | 50 |
Texto: Artigo de Opinião de Raúl Sousa, Optometrista e Presidente da APLO
Existem vários fatores de risco que podem levar ao desenvolvimento do glaucoma, entre os quais a idade. As pessoas com mais de 60 anos apresentam um elevado risco de desenvolver o glaucoma, sendo necessário que se mantenham atentas e façam consultas de rotina. Monitorizar o estado do olho e do nervo ótico é especialmente importante para as pessoas desta faixa etária, uma vez que o glaucoma avançado pode provocar a cegueira. A forma mais comum desta patologia é o glaucoma primário de ângulo aberto. Este está associado a um progressivo aumento da pressão dos fluidos dentro do olho. Por se desenvolver lentamente e geralmente sem sintomas, muitas pessoas só se apercebem quando já ocorreu uma perda significativa de visão. Contudo, apesar de não produzir sintomas, o glaucoma pode ser diagnosticado através de uma consulta de
rotina, com a avaliação de pressão do olho, alterações na papila do nervo ótico e dos campos visuais. O tipo menos comum de glaucoma é o glaucoma agudo de ângulo fechado, que normalmente ocorre devido a um aumento significativo da pressão no olho num curto espaço de tempo. Os seus sintomas incluem dor ocular severa, náuseas, forte hiperemia, aparecimento de anéis coloridos em redor das luzes e visão enublada. Esta condição é uma emergência médica, pois a perda de visão pode ser imediata. No entanto, nem todas as pessoas que sofrem de pressão intraocular alta desenvolvem glaucoma e muitas pessoas com pressão ocular normal também sofrem de glaucoma. Quando a pressão dentro do olho é demasiado alta para esse nervo ótico específico, independentemente do valor que tenha essa pressão, produzirá glaucoma. A este tipo de glaucoma designou-se glaucoma de baixa pressão, em que a pressão permanece dentro dos valores normais, mas o nervo ótico apresenta alterações. A diminuição da pressão intraocular deve ser realizada pelo Oftalmologista, através da prescrição de medicação, podendo mesmo ser necessária uma intervenção cirúrgica. É, por isso, importante a colaboração estreita entre o Oftalmologista e o Optometrista na gestão desta doença, fazendo o controlo com frequência dos valores da pressão intraocular. O glaucoma não pode ser prevenido nem é uma condição rastreável, mas se for diagnosticado e tratado atempadamente pode ser controlado. Assim, existem exames auxiliares que devem ser feitos quer para diagnóstico, quer para acompanhamento da doença. Na consulta optométrica podem ser efetuadas medições da pressão intraocular, bem como a observação dos fundos oculares através do exame com oftalmoscópio ou outras técnicas de imagiologia. Desta forma, é possível observar e determinar os sinais físicos de possíveis alterações do nervo ótico. Se o glaucoma já estiver instalado, um exame de campos visuais permite analisar a extensão da lesão e acompanhar a patologia. Com o acompanhamento certo, é possível controlar o seu glaucoma em colaboração com o oftalmologista. Sobre a APLO A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) representa os Optometristas, a maior classe profissional de prestadores de cuidados para a saúde da visão, em Portugal. Atualmente conta com cerca de 1.145 membros. A APLO é membro Fundador da Academia Europeia de Optometria e Ótica, membro do Conselho Europeu de Optometria e Ótica e membro do Conselho Mundial de Optometria. Para mais informações, consulte: www.aplo.pt
FAÇA PARTE DE UM GRUPO COM UMA VISÃO PARA O FUTURO A GrandVision é uma multinacional presente em 45 países e a maior empregadora do sector ótico em Portugal. Trabalham connosco mais de 900 profissionais altamente qualificados, para as marcas MultiOpticas, GrandOptical e Solaris.
Procuramos pessoas igualmente dedicadas para a área de optometria, e profissionais com experiência na área de vendas de ótica. Oferecemos oportunidade de carreira e formação contínua. Faça-nos chegar o seu CV por e-mail para recrutamento@grandvision.pt