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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 77 • ABRIL 2019

Vladimiro Hipólito

A música que dá energia à ótica Modavisão

Viver e sentir o made in Áustria

CIOC

Academia de Ciências de Lisboa ao dispor da optometria

Oliver Goldsmith

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

A urgência de olhar diferente




20

22

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Silmo

Vladimiro Hipólito

ExpoCECOP

BREVES

ENTREVISTA DE CAPA

Quer participar das mudanças do setor?

OLHAR EM PORTUGUÊS

A música que dá energia à ótica

Mais tempo à partilha e ao negócio

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Shamir

CIOC

Oliver Goldsmith

OUTROS OLHARES

OPTOMETRIA Academia de Ciências de Lisboa ao dispor da optometria

Índice | 4 |

A inteligência artificial chegou à ótica portuguesa

Tema de Capa: Descobrimos a Pax Óptica de Vladimiro Hipólito ao som da música que apaixona este ótico. Ao lado de Rui e José Hipólito, o cientista/artista tem a fórmula de sucesso para um negócio florescente.

Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision é publicada em Portugal pela Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com

Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores. Registo na ERC n.º 126933

ART’N’EYES A urgência de olhar diferente


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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 77 • ABRIL 2019

VLADIMIRO HIPÓLITO A música que dá energia à ótica

MODAVISÃO

Viver e sentir o made in Áustria

CIOC

Academia de Ciências de Lisboa ao dispor da optometria

OLIVER GOLDSMITH

Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50

A urgência de olhar diferente

A ótica está em festa Editorial | 8 |

Em abril, abrimos páginas aos grupos e empresas que atuam em Portugal nas suas celebrações ao associativismo, ao desenvolvimento tecnológico, à história de marcas incríveis, às novas etapas e aquisições, à edificação de conhecimentos ...à ótica. Lançamos um olhar sobre cada um dos eventos que escrevem o percurso de um setor que não para, com o objetivo de realçar e eternizar um trabalho incrível. De norte a sul, os players do mercado espalham uma imagem de profissionalismo e reinventam formas de reunir os profissionais em torno de ideias, produtos e conceitos, em direção ao futuro. Em destaque na nossa primeira página tivemos música. Fomos em busca de um tesouro familiar a Torres Vedras e acabamos perdidos entre “acordes” de uma paixão contagiante pela música. Vladimiro Hipólito representou o seu pai e irmão José e Rui na exposição da história da Pax Óptica e acabou por nos transmitir o amor pelo seu piano, pela família e pelo conhecimento. Ficamos com vontade de nos sentarmos num dos natais “Hipólito” e participar das cantorias e das conversas sobre o mundo e até sobre o espaço! Mas nem tudo foi arte. Assinalamos as opiniões deste optometrista sobre o estado atual da sua atividade e a respetiva visão de futuro, que pode afetar negativamente os seus colegas portugueses. Abril também foi o mês da União Profissional dos Ópticos e Optometristas. A associação festejou 40 anos de trabalho com ciência de qualidade no seu Congresso Internacional de Optometria e Contactologia. Henrique Nascimento deu voz sobre o momento histórico à LookVision Portugal com o seu “olhar” acutilante e verdadeiro. Para fecharmos com chave de ouro, a nossa repórter especial Mariana Santos pôs em palavras um maravilhoso Oliver Goldsmith. Foi este verdadeiro artista dos óculos que fez nascer o conceito de beleza naquele que era considerado um dispositivo médico. Este fascinante percurso que as maiores estrelas do cinema também compuseram merece um espaço especial e eterno, para que nunca nos esqueçamos de onde veio a ótica de hoje. Salte para a próxima página e descubrase e ao “bastião” da ótica, porque está tudo aqui! Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.


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Ao som da paixão

Making Off | 10 |

Atrás da percussão melodiosa das imensas cordas do pianoforte fotografamos um homem que se eleva na música e na ciência. Vladimiro Hipólito é tão irresistível quanto os sons que produz e, portanto, captar a sua simpatia, a imensa alegria que lhe dá a arte e a cultura foi fácil. Entre os instrumentos que tem em casa conversámos sobre assuntos que nos fugiram na medida da criatividade do ótico conhecido como Miro. Para a posteridade fica mais uma grande figura que temos a sorte de ter na ótica!



Essilor Sun Solution

Breves | 12 |

A divisão do grupo Essilor consagrado às lentes solares abraça as tendências de moda em voga, para apresentar a coleção da primavera/verão de 2020. A parceria com a agência que estuda tendências, Peclers Paris, e empresa rainha do acetato, Mazzucchelli 1849, resultou em lentes de estilo fresco que querem inspirar criatividade em todos os quadrantes. O ano 2020 abre caminho a novos estilos de vida e, portanto, a Essilor Sun Solution reforça a sua abordagem de No ordinary em cores elétricas e plenas de energia.

Hally & Son

Um clássico que se atreve A história desta casa italiana, desenhada pela produtora AVM 1959, continua a apaixonar seguidores em todo o mundo. A Hally & Son atreve-se a utilizar clássicos de sempre, mas pontilhados com detalhes únicos. Nas mais recentes propostas, os desenhos intemporais têm um sentido moderno, que se revela em cores bem alinhadas e distintas e nas eternas extremidades redondas que vão identificando a marca pelo globo.

Jimmy Choo

Verão de luxo A marca conhecida pelos sapatos aplica o seu ideal sumptuoso ao desenhos dos óculos dedicados às estações quentes. Geometrias originais, propostas oversized e o uso elegante de cristais Swarovski garantem uma coleção magnética, com assinatura Jimmy Choo. Claro que estas criações valem pelos detalhes originais, como é exemplo perfeito o fio em metal que dá um continuidade fluída a uma haste do modelo Bee e que termina com o carimbo Choo.


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Breves | 14 |

© Rory Doyle, USA, Winner, 2019 ZEISS Photography Award

Okia

© Rory Doyle, USA, Winner, 2019 ZEISS Photography Award

Zeiss

A queda dos estereótipos A quarta edição do prestigiado prémio de fotografia da Zeiss foi atribuído a Rory Doyle pelo seu trabalho a captar o estilo vaqueiro afro-americano na série Delta Hill Riders. O concurso de 2019 promovido pela grande empresa multinacional contou cerca de 58 mil imagens de fotógrafos provenientes de mais de 150 países. O tema proposto foi Ver além - O Inesperado e Rory Doyle arrebatou o rigoroso júri do concurso com uma realidade vibrante, colorida e muito dinâmica.

Com mão na natureza A empresa sediada em Hong Kong investe num futuro mais sustentável com o anúncio do lançamento da Reshape, a primeira coleção produzida exclusivamente com garrafas de plástico. O material utilizado é o conhecido polietileno tereftalato, ou PET, reconhecido pela sua segurança, leveza e flexibilidade e é ainda isento de BPA. Com estas caraterísticas, a Okia consegue obter modelos resistentes e de cores e padrões originais, graças à possibilidade de adicionar várias matérias ao PET. E não só! A Okia faculta ainda ao mercado as Bio Lens 2.0. Trata-se de lentes oftálmicas revolucionários 100 por cento biodegradáveis. A novidade respeita as exigências óticas deste tipo de produto e assinala-se na resistência e no uso com ou sem filtro solar.


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EssilorLuxottica

Breves | 16 |

Blackfin

Edição deliciosamente limitada A marca transalpina continua a reinventar o seu icónico Arc, desta feita com uma edição limitada dedicada à loja de luxo, física e online, de Florença, Itália, LuisaViaRoma. A Blackfin atreveu-se numa dualidade de cores muito arrojada para destacar a peça na imagem, em que as referências arquitectónicas saltam à vista, essencialmente através do arco que apoia toda a estrutura e lhe atribui um look fraturante.

Götti

Disputa pelo poder A discussão sobre quem deverá interpretar o papel de CEO da nova grande multinacional está ao rubro, com os lados francês e italiano a apontarem as figuras que lhes são mais próximas. Aliás, recentemente a imprensa mundial já denunciou as acusações de Leonardo Del Vecchio e Hubert Sagnières, presidentes da Luxottica e da Essilor respetivamente, de tentativas de tomada de poder da gigante da ótica. A mais recente movimentação foi até empreendida por Del Vecchio que entregou um pedido de “arbitragem” dos trâmites da fusão à Câmara de Comércio Internacional. O objetivo do empresário italiano é apurar as violações ao acordo de combinação feito em 2017, cometidas “por Hubert Sagnières e pela EssilorLuxottica atrás do seu comando, para se obter uma injunção que obrigue ao respeito do acordo até à sua caducidade”, expôs a Delfin, empresa que detém a Luxottica numa nota de imprensa. Como resposta, o líder da Essilor já disse em público que o primeiro a desrespeitar o acordo foi Leonardo Del Vecchio e que a prioridade é mesmo apontar um CEO com experiência para a EssilorLuxottica.

A capa de uma campanha pessoal A Götti Switzerland empreende mais uma campanha arrojada, desta feita, com um close-up intenso sobre os detalhes que fazem as peças mais recentes especiais. What cover will you be behind é a questão que os criativos da marca suíça lançam, também como mote do lançamento da nova revista dedicada à experiência Götti Switzerland.


Queremos que esteja connosco e que seja como nós Como acreditamos que é importante ser você mesmo, nós acompanhamos-o com as melhores ferramentas para que triunfe sem renunciar ao que é. Por isso queremos que esteja connosco e que seja você mesmo.

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Breves | 18 |

GrandVision

O poder à optometria Os optometristas da MultiOpticas e da GrandOptical reuniram-se a 2 e 4 de abril, na ASAE Business School, em Lisboa, no V Encontro Nacional de Optometria da GrandVision. A iniciativa dá a oportunidade aos profissionais de partilharem conhecimentos e experiência, garantindo ainda acesso a formação técnica, científica e comportamental. De realçar que o grupo GrandVision é o maior empregador de optometristas em Portugal e tem representado uma “escola” essencial para muitos dos especialistas recém-licenciados.

Opticenter

Waylife

Conquista Anjos Sérgio e Nelson Rosado, irmãos e artistas que dão vida ao grupo Anjos, conheceram a marca de óculos nacional Waylife através de Hugo Oliveira e ganharam um novo estilo. Os desenhos que seguem as mais recentes tendências de moda, bem entrosados com lentes espelhadas ou elegantemente pretos renovaram o brilho da dupla musical. Os cantores são famosos por uma carreira longa, já desde a infância, que culminou com o convite de Teresa Guilherme para comporem o tema do genérico da telenovela Vingança da SIC, célebre em 2007.

Nova loja em Oliveira de Azeméis O grupo de óticas alarga a sua rede com mais um espaço na avenida Albino Reis, em Oliveira de Azeméis, desde 23 de março. A festa que marcou a abertura da loja contou com o apresentador Fernando Mendes, o embaixador da Opticenter, com o presidente da câmara local, Joaquim Jorge e com a equipa dirigente do grupo. O clima de celebração atraiu muitas pessoas à nova loja, sendo que os primeiros clientes foram brindados com a oferta de óculos e com uma selfie com Fernando Mendes. “Associada ao preço competitivo está a qualidade, pois temos várias marcas conhecidas do público e ainda o reconhecimento da conquista do Produto do Ano, pela segunda vez consecutiva. A rapidez é garantida pelos equipamentos de fabrico de última geração que aqui dispomos e que permite que o cliente possa levar os seus óculos em 30 minutos”, declarou Rui Silva, diretor geral da Opticenter.



Ørgreen

Breves | 20 |

A arte máxima em funcionalidade A casa dinamarquesa anuncia o lançamento de seis novas armações em titânio, para homem e mulher, como tributo ao modernismo escandinavo. Num estilo verdadeiramente funcional, a coleção é desenhada com grande atenção aos materiais, à simplificação e à experimentação técnica. A Ørgreen continua a dar destaque ao titânio artesanal japonês e à técnica de polir as arestas dos modelos que proporciona um toque suave, que por norma se encontra nas armações em acetato. Todos os novos óculos completam-se com as extremidades pintadas e que, no fundo, distinguem com mais força as tonalidades dos frontais e o dourado ou beije das plaquetas.

Thema Optical

Efeito Wow Atenta às necessidades dos óticos e dos consumidores, a Thema Optical desenvolveu uma aplicação de assistência superior à escolha de óculos. Batizada como Eyewow, a nova ferramenta disponível para Android e IOS permite ao cliente escolher, a partir de qualquer dispositivo digital com câmara, o modelo que melhor se adequa ao seu rosto. Na base de dados está a gama completa de coleções da casa transalpina, indo além das limitações físicas das lojas. Eyewow tem grande utilidade para quem tem problemas na visão e que ao retirar os óculos para experimentar uma nova armação está naturalmente limitado. A aplicação permite a experimentação virtual, em que o cliente se pode ver no ecrã depois de tirar uma simples foto. O processo pode ser feito tanto na loja como no conforto de casa e tem ainda ínfimas possibilidades de combinações de cores e formatos, entre as insígnias defendidas pela Thema Optical.

Silmo

Quer participar das mudanças do setor? A grande feira mundial de ótica desafia todos os profissionais a participar no primeiro hackathon do setor que acontece na próxima edição do SILMO, de 27 a 30 de setembro de 2019, em Paris. Esta maratona dura 24 horas e reúne cinco equipas de cinco elementos multidisciplinares em busca do desenvolvimento de uma visão do retalho no futuro. Portanto, todos os profissionais da área da visão, do retalho, do design, das ciências sociais, da produção ou até mesmo de nenhuma delas podem candidatar-se à estreia através do endereço de email hackathon@silmo.fr.


O próximo passo em prescrição A casa de coração havaiana apresenta a evolução sobre as suas lentes oftálmicas solares com as MauiPassaport 2.0. A nova versão chega ao mercado com mais 66 por cento de visão periférica e uma redução do astigmatismo em 20 por cento. A Maui Jim assegura que “não existe nenhum portefólio de lentes no mercado com este nível de engenharia, tecnologia, sofisticação e originalidade.”

Komono

Vinylize-Tipton X Nespresso

Armações “com cafeína” A marca independente de Budapeste, na Hungria, leva o conceito de sustentabilidade e ecologia mais longe. Depois de se ter celebrizado no mercado ao transformar velhos discos de vinil em obras de arte eyewear, assumiu o mesmo modus operandi, mas com cápsulas de café. O projeto especial surgiu em parceria com a gigante Nespresso no formato de uma edição limitada que esgotou mal entrou no circuito de vendas. O processo nasce a partir do alumínio das cápsulas recicladas da empresa, na Hungria, em que a Nespresso decide a cor e o acabamento, enquanto a Vinylize e o seu designer fundador Tipton aplicam os conhecimentos e técnicas para criar peças duradouras e confortáveis. Daqui nascem óculos com a tonalidade azul do café Kazaar, dourada do Roma e chocolate do Livanto.

Uma declaração de poder A casa de origem belga e nascida com os relógios avança numa nova onda criativa em que recupera a sumptuosidade das máscaras eyewear. Os mais recentes óculos de sol garantem uma cobertura abrangente do rosto, graças ao tamanho generoso e lançam uma declaração provocadora entre os amantes de óculos. Favorecendo os espíritos atrevidos e corajosos, os desenhos Don e Sonny “vestem-se” de cores tropicais que brilham sob os detalhes metálicos de luxo.

Breves | 21 |

Maui Jim


Vladimiro Hipólito

Entrevista de Capa | 22 |

A música que dá energia à ótica A nossa viagem a Torres Vedras foi próspera e luminosa, apesar da chuva. Descobrimos um ótico, que é músico, que é culto, que é muito divertido e muito criativo. Por tudo isto, começámos por querer falar de música, mas perdemo-nos literalmente nos prazeres de uma boa conversa. Viajámos pela física, pelo espaço, pelo jazz, pela optometria, pela medicina, pelos filhos, pela política e pelos amores de família. Ou seja, fomos procurar a história de vida da Pax Óptica e dos seus dinamizadores, Vladimiro, Rui e José Hipólito e trouxemos muito mais. Fotos: Hugo Macedo


É um estudioso por natureza, mas quando entrou na faculdade qual era a ideia inicial? Não sabia muito bem e ainda hoje não sei! (risos) Se pudesse voltar atrás, não sei se faria a mesma coisa. Fiz antropologia, por carolice e porque achava piada às ciências sociais. Na realidade, não era a antropologia por si só que me motivava, mas sim a parte etnográfica, em particular o Minho, que era espetacular para estudar e os meus trabalhos iam invariavelmente parar à música. Aliás, as apresentações práticas do curso eram eu a tocar acordeão com as senhoras minhotas a cantar (risos). E os professores adoravam, porque aquilo representava a etnografia pura e dura. No fim do curso percebi que as saídas eram escassas e não me via sentado num museu a catalogar peças. Foi nessa altura a ótica se apresentou como uma possibilidade, com o meu pai sempre a puxar-me a mim e aos meus irmãos Rui e Luís. O Rui estava no Algarve em engenharia do ambiente, o Luís a estudar medicina em Lisboa e eu no Porto. Ainda por cima, o meu irmão Luís queria a especialidade de medicina interna e nem sequer ponderava a oftalmologia, que depois acabou por seguir pela respetiva faceta cirúrgica.

Ou seja acabou por ceder à Pax Óptica? Deixei a antropologia para trás e fiz um curso de optometria na UPOOP e já tinha um curso técnico de contactologia. Comecei a exercer e a partir daqui fui ganhando alguma responsabilidade. Claro que à medida que me fui inteirando da área fui alargando os meus estudos, porque é assim que sou, quero sempre saber mais. Fiz a licenciatura pelo Instituto Superior de Educação e Ciências, de Lisboa. Hoje continuo a especializar-me na área, através da Universidade Complutense de Madrid, da Formação Contínua em Optometria (EPOO), da Universidade Europea de Madrid, entre outros. Fale-nos de José Hipólito e da forma como se “atirou” nesta empreitada da ótica. Começou adolescente em Beja e veio para Torres Vedras com 17 anos. Alguém falou aqui na cidade de um técnico de ótica jeitoso do Alentejo e precisavam dele para trabalhar na farmácia Torriense, na altura englobava farmácia e a ótica. A empresa acabou por ser vendida e o meu pai voltou para Beja. Interrompeu a carreira na ótica para fazer a tropa na Força Aérea, onde fez um curso de mecânico de avião. Foram seis anos neste regime e sentia-se preso porque queria iniciar o seu próprio negócio. Entretanto conseguiu regressar a Torres Vedras, mesmo porque já se tinha apaixonado pela minha mãe. E de todo este percurso também se justifica o nome da ótica que abriu. Não queria perder as raízes e como Pax Julia tinha sido o nome da cidade natal, na altura da ocupação romana da Península Ibérica, nada mais adequado.

Entrevista de Capa | 23 |

A “culpa” deste super poder de Vladimiro ou Miro, como é conhecido entre amigos, começa por ser dos pais: José Hipólito pelo seu espírito humano, tão socialmente irresistível e por ser um empreendedor inexorável e Olga Hipólito, professora de química e grande entusiasta das paixões dos filhos. E se contarmos que tudo começou entre dois adolescentes apaixonados, um jovem ótico de Beja, convidado a trabalhar em Torres Vedras pela clara predisposição para o mester, e uma torriense que queria ser química...A Pax Óptica nasceu desta chama e conquistou a seu tempo o estudioso de antropologia Miro e o engenheiro do ambiente Rui. Antropologia? É verdade, o nosso entrevistado é mesmo um volutear de conhecimentos e interesses. Mas os verdadeiros amores são, sem dúvida, a família, a música e a ótica. A música e o piano porque lhe estão no ADN, a ótica porque se entranhou na alma pela física, pelos meandros a que obriga conhecer e pelo prazer de mudar vidas para melhor, a família, essa, é aquele grupo obrigatório, uma espécie de tertúlia entre rostos que são tão semelhantes que se confundem, que se juntam em torno de instrumentos musicais, de um microfone, de uma aplicação de telemóvel que revela nomes de estrelas e de imensa cumplicidade. Entre risos e muito jazz percebemos também que a família Hipólito é muito mais larga, envolvendo os colaboradores das quatro óticas que compõem esta empresa sólida. Aqui fica o registo de um dos nossos óticos preferidos!


Entrevista de Capa | 24 |

Sim esta questão das consultas grátis é polémica entre os colegas optometristas. Eu invisto seriamente do ponto de vista pessoal e financeiro na minha formação bem como todas as pessoas que trabalham connosco e esta é uma prática que não se vê em mais área nenhuma. Acredito que o princípio do prescritor não vendedor tem que ser cumprido. Ou seja, a pessoa paga o serviço e depois compra onde quer. Esse ponto de vista ainda não foi abordado pelas associações da profissão e é isso que me preocupa enquanto optometrista e enquanto profissional. A optometria é uma atividade essencial, porque existem muito mais pacientes do que os profissionais médicos disponíveis. Aliás, se fossem só os médicos oftalmologistas a consultar estes pacientes gerar-se-ia o caos completo. Contudo, defendo que são necessários optometristas bem formados.

E como está o José Hipólito depois de viver o tempo da galinha dos ovos de ouro da ótica e agora constatar este novo caminho com as novas gerações a tomarem rumos diferentes. Está ótimo (risos). Já não trabalha com horários, mas vem cá porque é sócio e é necessário na tomada de decisões importantes. Vai aproveitando, e bem, a vida decidindo dedicar mais tempo para si, para os netos e para fazer o que mais gosta. Decidiu também dar-nos espaço para fazermos a Pax à nossa maneira. E o Rui foi a última contratação familiar? O Rui fui eu que o captei. Depois de terminar o curso deu entrada numa empresa de resíduos hospitalares. Era um trabalho duríssimo que eventualmente o fez aceitar mais facilmente o desafio da Pax. Nós queríamos expandir e precisávamos de massa crítica. O Rui encarou o desafio e é o elemento que faltava à equipa. O Miro e o Rui conseguiram aqui continuar a receita de sucesso do vosso pai. Sim e tem tudo a ver com o facto da área comercial não ser a nossa prioridade. A verdadeira diferenciação está nos cuidados visuais. Claro que, exige muito de nós e temos a optometria e todas as áreas da contactologia, inclusive as mais complexas, que são as que nos dão mais gozo. O Luís, embora de forma paralela, também tem um quota parte de responsabilidade neste sucesso, e num período em que a relação entre a optometria e a oftalmologia não está bem... E entre a optometria e a optometria também não (risos). Exato, mas aqui vocês conseguem uma interação aparentemente perfeita. É uma exceção, este exemplo em que ninguém atropela ninguém. Quando entra na Pax Óptica um paciente sem acuidade visual, com uma córnea irregular e está referenciado para transplante de córnea, proponho, com o conhecimento do médico, por exemplo, uma lente de contacto escleral ou uma híbrida. E tentamos manter esta comunicação entre os oftalmologistas dos nossos clientes e a nossa equipa no sentido de dar melhor qualidade de vida às pessoas. E funciona! Nós, optometristas, estamos nos cuidados primários e, portanto, é natural que as pessoas nos procurem primeiro e não pelo serviço ser gratuito.

Mas é aqui que os oftalmologistas estão mais incomodados. Acho que as gerações mais jovens de oftalmologistas estariam disponíveis para cooperar com a optometria. A oftalmologia não está vocacionada para a refração, é uma especialidade cirúrgica. Nas suas consultas os médicos procuram patologias para as solucionarem. Há algum tempo a Associação Nacional dos Ópticos, dando continuidade ao trabalho nos cuidados primários da saúde visual realizado pelos optometristas, propôs que as óticas com consultórios certificados pela ERS pudessem receber utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), cooperando positivamente na diminuição da espera nas consultas de oftalmologia.


No entanto, não houve coragem política para o fazer. Por outro lado, na minha opinião o problema da optometria tem a ver com as próprias associações dirigentes. Nenhuma olha para a optometria de cima, para além das associações que defendem. É um músico em todo o seu ser e expressão. Nunca sonhou ser só artista? Agora sim, ou melhor, talvez. Às vezes empreendemos caminhos na vida, porque pensamos demais. E quando estudava no conservatório de música estava na fase da antropologia, ou no Porto ou em Lisboa, e pensei que a música seria uma alternativa. A minha mãe insistia muito, pois achava que a música fazia o meu género e que eu tinha aptidão especial. No entanto, não me revia na vida precária que a maioria dos músicos levavam. Infelizmente, ainda não se concebem as artes como trabalho sério. Que desafios tem neste momento no campo da música? Tenho vários concertos, um com o Voice’n’Combo, o meu grupo, em Castelo de Vide, em junho, e depois tenho outros com a Camerata Vocal de Torres Vedras, onde cantam o Rui e o Luís e mais quarenta coralistas, num projeto dedicado à música de cinema.

E a música serve como escape à ótica. A música é essencial, até para as crianças, porque é a única forma de arte que está descrita pela ciência que desenvolve áreas do cérebro que mais nenhuma consegue. Tem ainda a vantagem de nos fazer desinibir. Eu por exemplo, no Voice’n’Combo sou o porta voz e, uma vez, dei por mim a falar mais de dez minutos entre a primeira e a segunda música para fazer a apresentação, sem nenhuma preparação. Entrei em órbita, como nesta nossa conversa (risos) e comecei a pensar: “como saio daqui?” - com 400 pessoas a olharem para mim. Voltando à ótica, vão fazer mais lojas? Sim, pensamos expandir porque uma ótica familiar que tem como objetivo agregar mais membros, independentemente de decidirem isso ou não, deve preparar terreno, mas não só. Aliás, esta é a razão menos válida, a mais emocional. O mercado exige-nos a expansão. Se não crescermos a empresa fica mais frágil. Não temos a pretensão de fazer um grupo gigante, pois é nosso objetivo estar próximo dos nossos clientes e isso não é possível massificando. E o futuro da ótica, como o prevê? Adorava fazer futurologia! Seria ótimo para definir a nossa própria estratégia (risos), mas acho que a ótica vai sofrendo mutações próprias, continuar essencialmente como está, embora possa haver uma condição que muda tudo e que assenta nesta instabilidade quanto ao futuro da optometria e de como isso pode afetar o setor. Podem ser definidos dois caminhos, ou passamos a ter uma realidade como o Brasil ou a França, em que a optometria, por ausência de legislação é uma profissão sem reconhecimento, ou por outro lado contaremos com uma profissão independente com regulamentação própria, digna, ligada ao sistema de saúde e aos hospitais públicos, clínicas privadas e óticas e temos um futuro próspero, à semelhança do que se faz nos países profissionalmente mais maduros como Inglaterra ou Estados Unidos. Não acredito na possibilidade do primeiro cenário.

•• “Já há gr andes estrutur as, grande s empresas a pensar na ótica com o um gr ande negócio, no entanto o ce n t ro do setor está na área técnica. Não há prescrições sem optometr ista s e oftalm ologistas” ••

Também me custa a crer que uma classe de cerca de 2000 optometristas não possam, através dos seus representantes, sentar-se à mesa e definir um futuro onde a optometria valha mais do que as associações que representam. Por isso, deixo apelo aos que têm responsabilidades nas associações profissionais no sentido de definirem adequadamente as suas estratégias e nas consequências para toda uma classe profissional. Assim, nos moldes que conhecemos, porque na minha opinião tudo na ótica passa pela área técnica, só se pode melhorar. Já há grandes estruturas, grandes empresas a pensar na ótica como um grande negócio, no entanto o centro do setor está na área técnica. Não há prescrições sem optometristas e oftalmologistas. No fundo, a base para o futuro é uma atitude profissional séria que é o que mais me fascina. É aliás a razão pela qual não choro muito ter deixado a música para segundo plano.

Entrevista de Capa | 25 |

Como tem tempo para isto tudo? Aproveito sempre as férias para estar a 100 por cento com a minha família, porque o tempo que estou em casa, na realidade, às vezes não estou. Jantamos e eu saio para ir a um ensaio ou sento-me ao piano elétrico e ponho os auscultadores e toco até às duas da manhã. Para se apresentar trabalho tem que haver alguma disciplina.


Optivisão

Olhar em Português | 26 |

Um grupo unido com objetivos apontados a 2019 O Encontro Anual de Visionários foi o tributo da Optivisão aos seus associados de todo o país. Quase 200 óticos sob a bandeira do grupo e os respetivos familiares foram convidados a reunirem-se para trocar experiências, alinhar estratégias de futuro e, acima de tudo, conviver descontraidamente. O palco deste momento especial foi no idílico Montebelo Aguieira Lake Resort & SPA, entre 23 e 24 de março, onde a LookVision Portugal também convergiu para captar o dinamismo da equipa Optivisão, a jovialidade dos Visionários e o som irresistível de Cuca Roseta, a atual embaixadora da marca exclusiva Moss.

A Optivisão quis motivar os seus associados de forma original e divertida e, por isso, criou um verdadeiro “centro de estágio” para pensadores durante duas jornadas intensas para a mente e para o corpo. Aliás, no centro da reunião para se expor o plano de ações de 2019, esteve Francisco Lufinha, recordista do Guiness para a maior viagem de kitesurf sem paragens. Este atleta trouxe aos profissionais da visão o seu empreendimento de resiliência e coragem, assinalando que o espírito de equipa é essencial para o sucesso e para ultrapassar as adversidades. E com isto em mente, porque são os valores que a Optivisão quer na frente de trabalho, foram expostos os resultados do ano anterior e apresentados os planos de ação comercial e marketing para 2019. No rescaldo das exposições, houve tempo e espaço para o diálogo aberto, em que os óticos colocaram perguntas, debateram sugestões e esclareceram dúvidas para alinhar as estratégias e objetivos do ano corrente.


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“Momentos como este são cruciais e fazem parte do ADN do grupo Optivisão, o que possibilita vincular e fortalecer as relações entre todos os associados, com fim a alcançar o sucesso esperado por todos”, afirmou André Brodheim, administrador da Optivisão. O Centro de Estágio da Optivisão incluiu um jantar animado, para terminar o primeiro dia de trabalho. Aos sabores intensos juntou-se o saxofone, a magia e ainda um intenso DJ que manteve a pista de dança enérgica.

Sentimento de pertença O lago da Aguieira encheu-se de óticos equipados a rigor com a camisola Optivisão. Depois da troca de conceitos e de planos para o futuro próximo, foi tempo de seguir para a parte física do estágio. Ao dispor dos profissionais estiveram atividades de team building, na medida de cada um, desde um relaxante passeio de barco na albufeira, passando pela divertida “caça ao tesouro” e ainda atividades náuticas e desportivas fisicamente exigentes. Tudo isto culminou com a realização de um logótipo humano, desenvolvido especialmente para toda a rede Optivisão. O almoço sob o sol de Mortágua e o convívio na esplanada do hotel anteciparam o grande desfecho do Encontro de Visionários. A fadista Cuca Roseta, embaixadora da Moss, abriu o palco luminoso do jardim do complexo turístico com a sua voz encantadora. A artista proporcionou uma viagem cultural pelo nosso património musical mais precioso, através de um fado límpido e muito luso. Na despedida, André Brodheim falou a todos, agradecendo os momentos especiais que viveram juntos em dois dias intensos, com a certeza de que o futuro reserva a todos os envolvidos na Optivisão muito sucesso, rodeado, claro, de resiliência e trabalho.


Solaris Encontro sob o sol com Carolina Patrocínio

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A época solar está aberta e a Solaris, retalhista especializada em óculos de sol também presente na MultiOpticas e na GrandOptical, reuniu os seus peritos deste segmento, no Pestana Palace, em Lisboa, , a 14 de março. O Sun Event é o encontro anual por excelência para trocar estatísticas, ideias e novidades sobre o mais importante acessório dos amantes do sol. Anunciou-se ainda que a Carolina Patrocínio assume a imagem da Solaris na temporada que já se anuncia.

À LookVision Portugal Rui Borges, CEO da GrandVision Portugal, grupo detentor da MultiOpticas, GrandOptical e Solaris, declarou um arranque de 2019 excelente para marca de sol. “Durante a nossa introspeção habitual, quando elaborámos o planeamento para 2019, percebemos que havia algumas questões a melhorar, nomeadamente ao nível do sortido nas lojas e na formação do nosso pessoal e está a resultar lindamente. Nos primeiros meses ficámos acima dos nossos targets”. O líder apontou ainda que adicionalmente está previsto dar-se mais foco aos corners Solaris nas lojas do grupo, nomeadamente na MultiOpticas que tem imenso potencial para desenvolver o conceito. A Carolina Patrocínio integra também esta nova estratégia. Com apenas 31 anos, a apresentadora televisiva tem mais de 680 mil seguidores no Instagram e é uma das figuras mais influentes da sua geração. “Foi um convite que aceitei de imediato. Já há muito tempo que queria trabalhar com um marca relacionada com sol e os óculos são uma paixão minha sobre a qual me inteiro sempre mais todos os dias. Hoje uso óculos nas mais variadas situações e o meu lifestyle encaixa-se na perfeição na Solaris”, declarou à nossa reportagem Carolina Patrocínio. Sobre óculos e os novos paradigmas de uso, a influencer expressou que “a mudança já começou. Acho que cada vez mais se impõem uma democratiza-

ção dos óculos e a cultura pop está muito ligada a este acessório. Lembro-me que em miúda achava que os óculos eram algo que os pais usavam e hoje em minha casa as minhas filhas decidem que óculos vão usar e saem confiantes e decididas com os óculos postos sem serem questionadas. Ou seja, algo já está a mudar.” Encontro dedicado ao futuro A sala composta pelos especialistas da Solaris, pela imprensa e pela equipa da GrandVision centrou atenções em Sandra Silva, diretora de marketing do grupo, no arranque das palestras. Em destaque e, como abertura dos discursos, esteve o percurso da Solaris, assente numa filosofia de paixão e liberdade “(...) para cada pessoa expressar o melhor de si.” Aliás, o logótipo foi “retirado” de uma praia imensa e soalheira e a cor laranja quer mesmo provocar vibração, energia e diversão.


Os princípios desta marca dedicada ao sol também estão virados para o futuro e, portanto, ecoaram as tendências que ditaram a moda nas lojas Solaris. Sandra Silva chamou a atenção, acima de tudo, para a necessidade central de se promover a mudança de mentalidade nos consumidores em relação aos óculos de sol. Afinal, segundo os dados apurados pela Solaris, cada mulher pode ter até nove malas, sete pares de sapatos e apenas dois pares de óculos de sol. Ou seja, urge passar “de commodity a acessório de moda”, como sublinhou a diretora de marketing. A Solaris quer mesmo ser o local de eleição para quem não prescinde de estar em voga, com óculos para todas nas necessidades e a capacidade para fazer o cliente sentir-se especial e confortável. Desde o desportista inveterado, passando pelo aventureiro urbano até ao empreendedor, há uma solução entre as imensas marcas desenvolvidas na Solaris. Sandra Silva falou das tendências que pintam os rostos nas próximas temporadas. As insígnias vocacionadas para os óculos de sol apostam em princípios tão díspares como peças ligeiras, que não pesam no visual, ou em armações tão arrojadas que

definem toda a individualidade. Os anos ’90 interferem com os desenhos dos óculos e o estilo desportivo ocupa um lugar de destaque para quem quer conquistar a cidade com todo o conforto. Interessante ouvir dos estudos da Solaris que o formato aviador delineia ainda os desejos de quem tem espírito de viajante e que os clássicos de sempre ainda se associam ao futuro, com linhas reinventadas e muito apetecíveis. O luxo em destaque Renato Mosca foi uma das figuras de relevo deste Sun Event. O orador italiano especializado em luxo e que já integrou a equipa da Ermenegildo Zegna subiu ao palco das atenções para realçar este segmento de mercado tão distintivo. Mosca nomeou as sete macro tendências que ditam o futuro do mercado do consumo em geral. A ascensão dos compradores de origem chinesa, que representam 35 por cento das vendas de produtos de luxo no mundo e com tendência para aumentar é sem dúvida o fator mais marcante. As gerações Y e Z também estão a ascender, assim como a transversalidade do digital. Cresce ainda a influência das culturas e

subculturas em evolução e a indefinição prevista para 2025 dos limites competitivos entre as marcas. Por fim, Mosca lança a agilidade como a caraterística mais importante para o futuro dos diferentes setores. Renato Mosca também demonstrou que o luxo está em profícuo crescimento, com um aumento de seis por cento anual há 30 anos, e que os óculos são uma categoria fulcral para arrecadar novos clientes para o segmento. Em Portugal, o luxo é cinco por cento do produto interno bruto. Claro que, é preciso ter em mente que as macrotendências definidas são uma espécie de aviso para que ocorra uma mudança séria na forma de fazer retalho. Afinal, se o luxo foi em tempos a aquisição de produtos, hoje significa a compra de experiências e isso tem a ver com os novos consumidores, que não acreditam na acumulação de riqueza. Aliás, os millenials privilegiam a inclusão, a responsabilidade corporativa e prescindem dos hábitos tradicionais. Renato Mosca não se cansou de sublinhar a importância do digital: 75 por cento do luxo comprado é influenciado pelo contacto digital e 95 por cento dos compradores de luxo estão conetados digitalmente.

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•• “Hoje uso óculos na s m ais variadas situa çõe s e o meu lifestyle encaix a- se na per fe i çã o na Solar is” ••


ExpoCECOP 2019 Mais tempo à partilha e ao negócio O encontro anual do grupo CECOP, com palco no hotel Montebelo, em Viseu, terminou com sentimento de trabalho cumprido para a equipa portuguesa do grupo. Em 2019, o programa foi alargado, entre os dias 6 e 7 de abril, para dar mais espaço à formação, às compras e ao convívio e o resultado reviu-se no número de negócios e na satisfação dos profissionais. David Carvalho, country manager, conduziu a nossa reportagem pela dinâmica desta ExpoCECOP e Jean de Contades, diretor executivo para a Europa, deu-nos uma visão ampla sobre os novos caminhos da CECOP.

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David Carvalho. Como estratégia de alongamento da ExpoCECOP, o grupo juntou-se no domingo para formação extra. Houve assim tempo para a apresentação de uma iniciativa lançada em 2018 em parceria com a Essilor: o Cliente Mistério. “Escolhemos cerca de metade dos nossos associados para serem visitados de surpresa por esse cliente mistério, através de uma empresa externa e considerando a nossa segmentação de clientes. Os resultados gerais foram bons e até melhores do que constatámos noutros países onde estamos presentes. Depois desta ExpoCECOP vamos enviar um relatório da visita com os pontos a aperfeiçoar. No fundo, queremos consciencializar os óticos que por vezes uma pessoa externa consegue detetar pormenores que o ótico, a dar o seu melhor todos os dias, nem se apercebe. Isto vai permitir melhorar as vendas”, acrescentou o country manager para Portugal. A loja que se destacou nesta iniciativa foi a Óptica Elsa, de Santiago do Cacém.

O modelo desta feira/conferência promovida pela CECOP tem-se repetido nos últimos 20 anos com sucesso demonstrado. Por isso mesmo, a edição este ano conheceu uma única alteração: foi ampliada para mais horas. “Os óticos gostam especialmente deste evento por ter, por um lado, uma componente cada vez mais profissional e, por outro obviamente, uma componente familiar em que eles reencontram os seus pares. Ou seja, nesta edição encontramo-nos mais cedo que o habitual e arrancamos com uma formação para “decifrar pessoas” com o palestrante internacional e especialista em linguagem corporal, Alexandre Monteiro”, adiantou


•• “Temos ex pansão pr evista na Europa e em todo o m undo de um a form a diferente do que se constata no setor, adaptandonos às diferentes r ealidades nacionais. ” ••

Jean De Contades em discurso direto Portugal tem sido palco de experiências empresariais inovadoras. Vai continuar a sê-lo? Primeiro vou explicar porquê Portugal. Tem a ver com o tamanho do país, que é pequeno em números, mas completo em termos de perfis, numa amostra ampla e muito variada, próxima da realidade atual no mercado mundial. Também nos intriga a mentalidade de um país que, apesar de pequeno, tem uma capacidade incrível em fazer-se respeitar com uma cultura única em relação à Península Ibérica e aos restantes países latinos. Ao nível do optometrista e do consumidor e no comportamento nos negócios, a forma de agir e intervir é única. Apresenta-se mais exigente que a Espanha, ao nível da qualidade e do posicionamento do produto. Tendo tudo isto em conta, foi importante para a CECOP ter o David e a sua equipa na liderança, que conseguiram implementar mudanças rapidamente e de forma segura, com uma capacidade superior para entender as necessidades do ótico. Não têm medo dos problemas, são perfecionistas e quando se entra num setor tão complexo como o da ótica e da optometria é bom ter pessoas que se dedicam a entender estas problemáticas até ao mínimo detalhe. E o que esperar da CECOP no futuro? Uma das vantagens da CECOP para os empresários é que se trata de uma estrutura pequena e que, graças ao visionário Jorge Rubio (CEO), compõe-se de pessoas que procuram a transformação contínua. Há já três anos que trabalhamos baseados num modelo

flexível e de mentalidade start up para implementarmos os projetos de forma rápida, para perceber se funciona ou se temos que mudar. Agora procuramos as ferramentas que tornam a transformação ainda mais rápida e exponencial. Não olhamos para a competição, mas sim para nós. Queremos ser excelentes no que fazemos, oferecendo uma solução imediata e a pensar no futuro, para as óticas e para os fornecedores. Todos os nossos projetos estão orientados a esta consultoria contínua de qualidade e que ajudam todos a vender, comprar e comunicar melhor. Somos profissionais muito competentes em todos os países, todos especialistas, responsáveis por projetos e a nossa organização já não é tão vertical. Orienta-se mais por projetos, o que é muito mais inteligente, porque cada especialista inteira-se de uma área. Estamos um passo à frente no que diz respeito à tecnologia. Temos expansão prevista na Europa e em todo o mundo de uma forma diferente do que se constata no setor, adaptando-nos às diferentes realidades nacionais.

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Neste período, a equipa da CECOP expôs ainda casos de sucesso de lojas do grupo em Espanha e os respetivos resultados, tudo na sequência da adesão ao Plano de Negócios. Esta ferramenta proporcionada pela CECOP aos seus óticos e até aos fornecedores quer servir de apoio central na elaboração de boas estratégias de negócio. E no ano em que se elevam duas décadas de ExpoCECOP, o encontro reafirma-se como muito importante para todos os envolvidos, dando a oportunidade de um momento privilegiado entre óticos e fornecedores.“. A ExpoCECOP faz parte daquilo que defendemos e junta-se às restantes ferramentas base do nosso grupo, como a ViveCECOP, em formato de viagem caso se atinjam objetivos de compras, a Fórmula Remunerada CECOP, o rapel sobre todas as compras CECOP e agora o Plano de Negócios.


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Grupótico renova-se ao ritmo das novas tendências

O histórico edifício número 44 da praça do Almada, em plena Póvoa de Varzim, tem impresso boa parte da história do Grupótico e da própria cidade. Renovado ao longo dos anos no seu core em prol dos clientes do grupo, nunca perdeu o seu charme basilar. A 16 de março, esta que é a sede do Grupótico conquistou uma nova luz ao abrir portas à festa de reabertura, depois de uma intervenção arquitectónica estratégica, moderna e muito convidativa. A partir das 16 cortou-se “a fita” da renovada loja e entrou-se num ambiente desenhado com todo o primor para dar mais espaço à experiência de compra. A renovação fez-se a pensar no futuro, porque apesar da anterior decoração e layout serem atuais, o espaço da praça do Almada tem demonstrado grande potencial de crescimento. A dinâmica do local onde está situada, no centro do coração da cidade poveira, faz antever um maior fluxo de potenciais compradores. “Quisemos, acima de tudo, aumentar o espaço comercial principal logo à entrada da loja. Com a mesma área, conseguimos dar uma dimensão superior à ótica e um espaço mais amplo, que permite uma melhor circulação dos clientes, mantendo sempre os óculos acessíveis para experimentação. A ideia foi conseguir um compromisso entre uma decoração que seguisse as tendências mais atuais, sem que fosse minimalista em demasia. O projeto foi da autoria do arquiteto David Oliveira, do gabinete doarchitecture.net”, explicou à LookVision Portugal Helder Oliveira, diretor geral do Grupótico. A este líder juntaram-se os fundadores do grupo, que brindaram a mais uma conquista deste que foi o primeiro grupo fundado em Portugal. A agitação inerente a um lançamento aguardado foi extravasando as portas da loja e o espaço preencheu-se de amigos de longa data, clientes e curiosos. Os óculos ganharam vida nas mãos de quem passou na loja, os risos cúmplices multiplicaram-se e o Grupótico renovou o seu compromisso com os seus clientes.

O Grupótico está de saúde! Helder Oliveira afirmou o bom momento do grupo que gere. “Felizmente o Grupótico está saudável! Apesar do mercado estar muito competitivo, e até agressivo, temos seguido uma estratégia que nos tem permitido manter uma estrutura sólida e uma atividade constante.” O representante do grupo português salvaguardou que a evolução dos diferentes mercados não é sempre igual, mas que os resultados são favoráveis. Aliás, só em 2019, mesmo antes da renovação da loja mãe da Póvoa de Varzim, o Grupótico inaugurou um nova ótica e têm já programada a abertura de um novo franquiado para breve.


Conselheiros da Visão

30 anos de solidariedade e saúde visual

A mais recente iniciativa solidária tem como embaixadoras as atrizes Simone de Oliveira e Rita Ribeiro e apoia a Associação Pata D’Açúcar. Esta instituição liderada por Nuno Benedito, resgata cães e treina-os para identificarem precocemente as baixas de glicemia nos respetivos donos diabéticos. E os Conselheiros da Visão estão empenhados em ajudar através do donativo de parte da compra dos bilhetes da gala e ainda com rastreios visuais gratuitos. Claro que, a reunião dos óticos e dos respetivos amigos e clientes também se foca “em vários momentos de sensibilização, partilha de experiências, relatos, testemunhos e apresentação dos resultados alcançados pela causa solidária em destaque, promovida no âmbito do programa de responsabilidade social do grupo”, adiantou à LookVision Portugal Rafael Silva, presidente dos Conselheiros da Visão. Em palco estão, na dinamização da gala, os apresentadores Carla Matadinho, Isabel Angelino, Jorge Kapinha e José Figueiras. Rita Ribeiro estreia o seu mais recente

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O grupo português celebra três décadas de trabalho com uma festa plena de cultura e espírito solidário. A 6º Gala Solidária das óticas Conselheiros da Visão acontece a 27 de abril, no salão Preto e Prata do Casino do Estoril e teve a sua apresentação a 12 de março, na sede da associação presidida por Catarina Furtado, Corações com Coroa. Revelaram-se os nomes dos famosos que vão colorir a noite, mas acima de tudo apelou-se ao apoio da causa Previna a Cegueira Causada pela Diabetes...Olhe Por Si!

espetáculo de revista à portuguesa, o Reviralho, no momento em que celebra uns impressionantes 45 anos de carreira. Os óculos ocupam o seu espaço no centro das atenções com um desfile pela mão da organização do concurso Miss Galaxy, onde as concorrentes aproveitam para se prepararem para as etapas finais da competição. Ainda em palco estão as sonoridades clássicas pela voz da artista chinesa Cao Bei, acompanhada pelas Bailarinas de Macau.


Ergovisão VAVA destacada em Lisboa

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A Ótica Sams Quadros, parceira da Ergovisão em Lisboa, recebeu com todo o primor, a portuguesa VAVA no seu portefólio de marcas. A 4 de abril, a loja “vestiu-se” de festa para destacar a linha desenhada em colaboração com o arquiteto Siza Vieira e contou com os líderes do SAMS e os da Ergovisão, com uma das embaixadoras do grupo, a atriz Liliana Brandão e o designer da VAVA, Pedro Silva. As linhas suaves e luminosas do espaço idealizado para albergar a Ótica Sams Quadros, em plena avenida António Augusto de Aguiar, ganharam nova geometria com a incorporação da VAVA nos escaparates. Esta loja Ergovisão atreve-se assim numa das marcas mais diferenciadas do mercado, com uma forte assinatura arquitectónica e, acima de tudo, de coração português. E para dar força a uma marca que tem tido um estrondoso sucesso fora de Portugal, nada melhor que destacar a sua união com um dos mais renomados arquitetos dos nossos tempos: Álvaro Siza Vieira. Pedro Silva e Siza Vieira iniciaram a criação de modelos que entrecruzam os ideais de ambos, em que a alma da VAVA está impressa em cada aresta e a clareza e simplicidade do grande arquiteto desenha o resultado final. As peças ocuparam o centro da loja da Ergovisão, num expositor perfeito para a sua mensagem. Os convidados ilustres puderam sentir a verdadeira arte em óculos, num garante de que, também em Portugal, a VAVA tem potencial para conquistar as paisagens urbanas e pontilhá-las de um estilo futurista e arquitetural.


Óticos de todo o país e imprensa especializada foram envolvidos numa experiência única proporcionada pela Modavisão, a subsidiária da Silhouette International em Portugal. Uma viagem de avião depois, os profissionais entraram no mundo das armações rimless mais famosas do mundo, de 24 a 26 de março. A jornada começou numa irresistível Viena, na Áustria para transmitir os valores históricos e arquitectónicos da capital criativa. Seguiu-se para o centro de produção da Silhouette International, em Linz, entre a simpatia dos colaboradores e a arte do eyewear feito com todo a mestria. “Aterrar” em Viena é sempre uma experiência de beleza artística e de memórias incontornáveis. A partir de cada rua e de cada edifício começa-se por perceber de onde vem a inspiração para o tão aclamado design escandinavo. E a equipa da Modavisão, representada por Leonor Miranda, coordenadora de marketing, Miguel Machado, diretor do departamento de ótica e Gustavo Marín, especialista em lentes oftálmicas, conduziu, muito acertadamente, a comitiva convidada entre os locais emblemáticos da capital austríaca. O bairro Neubau foi um dos pontos altos do passeio, com o seu movimento artístico emergente, as lojas dos designers locais, os espaços de restauração originais e muita animação. O também designado distrito 7 é jovem, criativo e irreverente. A par desta imersão na cultura austríaca, os profissionais e imprensa foram ainda acomodados e conviveram em espaços de infinita riqueza artística. A partir daqui, partir para Linz à conquista da Silhouette International plenos de novos conceitos, fez todo o sentido. A Silhouette International Schmied AG vista do interior Os viajantes portugueses foram recebidos no amplo complexo de desenvolvimento e produção da Silhouette por Bettina Lagler, responsável pela área de vendas. A representante da fabricante austríaca teve a responsabilidade de conduzir a comitiva pelo

respetivo percurso desde o lançamento da marca no longínquo 1964. Arnold e Anneliese Schmied lançaram a primeira pedra da fundação desta casa enorme, com uma ideia de ótica diferente na época, contrariando o uso generalizado do acetato e procurando o ideal de leveza em óculos. Ela com uma veia de moda muito assertiva, ele com um sentido empreendedor aguçado criaram um caminho de futuro para a Silhouette International Schmied AG. “Esta é uma companhia 100 por cento familiar, ainda hoje sob propriedade da família Schmied e não tem planos para entrar em bolsa e isso faz a diferença. A empresa preocupa-se com os trabalhadores e tem muitos cuidados ao nível da sustentabilidade ambiental. Tudo isto reflete fielmente a personalidade dos irmãos (Arnold Jr. e Klaus Schmied) que estão à frente hoje da empresa. Os valores são muito importantes e estendem-se para

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Viver e sentir o made in Áustria


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•• 8 0 0 c ol abo ra d o res n a s ed e em L in z 1 6 0 0 f u n c io n á rio s em t od o o mun d o 2 m i l h õ es d e p eç a s p r odu z i das a n ua l men t e 9 5 p o r c en t o d e e x p or t aç õ es s o b re a p r od uç ã o t o t a l 2 9 mil ó t ic a s i nte r n ac i on ai s t ra b a l h a m c om a Sil h o uet t e 6 0 p r é m i os d e d es ig n 30 0 0 de s e n h o s p o r a n o 5 0 p a t en t es ••

além das pessoas que integram a empresa. Valorizamos a confiança e as relações com os nossos parceiros internacionais. No topo da nossa filosofia estão o negócio justo e a procura pela inovação”, contou Bettina Lagler. A Silhouette tem o orgulho de produzir todas as suas armações na Áustria e de proporcionar formação a muitos jovens através de programas especiais de ensino. O seu cariz global resultou na associação a várias subsidiárias, na sua maioria na Europa, sendo a maior localizada nos EUA. “O made in Áustria não é apenas propaganda, é uma verdade! E isto é fulcral para nós, porque a maioria dos nossos concorrentes estão a produzir no Extremo Oriente enquanto nós investimos na nossa própria produção sabendo que a qualidade está alinhada com as nossas armações premium e é isto que proporcionamos aos óticos.”, assinalou a responsável da área de vendas. As datas que definem o sucesso Os marcos que definiram a atual Silhouette estão impressos na memória de todos os que constroem esta casa todos os dias. De destacar que foi em 1983 que a empresa se lançou à produção de armações

em SPX. O material inovador desenvolvido in house surpreendeu o mercado pela leveza, mesmo sendo uma espécie de acetato, e pela aplicação original de cores. Em 1993, a Adidas confiou à Silhouette a sua licença para o desenvolvimento e produção dos óculos da marca. O momento mais marcante desta história assenta sem dúvida na marca Titan Minimal Art, em 1999, que, pode mesmo dizer-se, que levou a marca ao espaço. É que a NASA não ficou indiferente a esta criação e adotou-a nas suas missões espaciais, por todas as vantagens inovadoras, inclusive a ausência de parafusos que torna o uso de óculos dentro do fato seguro. 2014 ficou marcado pelo ano do desaparecimento dos fundadores e também o momento em que o compromisso de todos os envolvidos na Silhouette se renovou com mais força: manter vivo através dos tempos o trabalho de Arnold e Anneliese. Para isso, logo em 2015 a Silhuoette atreveu-se, pela primeira vez, na colaboração com designers icónicos, exteriores à equipa criativa da casa, com resultados incríveis.

2016 foi especial pelo lançamento da segunda insígnia própria, a neubau, tão bem associada ao distrito jovem de Viena. Ainda neste ano nasceu a coleção Atelier dedicada ao luxo extremo. E porque a inovação é mesmo uma forma de vida na Silhouette, em 2017 nasceu a Vision Sensation, ou melhor, as lentes oftálmicas para as armações da casa. Uma sensação certa Gonçalo Marín e Dieter Brandstädter foram os porta-vozes especializados da marca Vision Sensation. Criadas para assentarem perfeitamente nas armações Silhouette, são de adaptação exclusiva nas peças da casa. O pai destas lentes foi Peter Baumbach que definiu o design da lente especificamente para cada armação e isso garante que se usufrui da lente até ao máximo numa visão panorâmica. “Não somos produtores de lentes na verdadeira acessão do conceito, mas disponibilizámos os óculos completos em armações Silhouette. As lentes são produzidas em Linz, com a certeza de qualidade do made in Austria. A produção é automatizada com as mais recentes tecnologias freeform e de maquinaria. O produto divide-se em monofocal, progressiva e ocupacional. Em relação aos progressivos, desenvolvemo-los a partir deste ano, com garantia que a adaptação é imediata e a experiência é perfeita”, explicou o especialista em lentes. Os produtos Vision Sensation acrescem-se do suplemento UV Plus que é o tratamento que protege das radiações dos dispositivos digitais, e o Clear Sensation que inclui uma camada endurecedora, oito camadas antirreflexo e uma camada hidrofóbica e oleofóbica. De realçar a possibilidade de colorir a lente


à medida dos gostos do cliente com um look final sublime. “A Silhouette lançou uma campanha que na compra do par de prescrição o cliente tem direito a desconto de 50 por cento em qualquer lente, incluindo de cor, e tem seis meses para usufruir dessa mais-valia”, acrescentou Gonçalo Marín. Os oradores apontaram ainda as vantagens da tecnologia patenteada aplicada a estas lentes: Silhouette Light Management. A ferramenta desenvolvida pela equipa Vision Sensation garante que, independentemente da cor, as lentes proporcionam o mesmo nível de brilho e de contraste otimizado. Também asseguram maior proteção, respeitando o ciclo circadiano e aplica-se em todos óculos de sol graduados e não graduados. De referir que os óculos graduados da Silhouette têm a cor na própria matéria, não são pintadas o que permite manter a cor indefinidamente. Uma neubau nova e jovem A imersão da Silhouette International terminou com ligeireza através das vozes de Lisa Haghofer e Leonor Miranda. As delegadas da marca mostraram a neubau, nascida das vibrações dos bairros artísticos

que se multiplicam nas grandes cidades e que em Viena se localiza precisa no sétimo distrito. A insígnia surgiu para conquistar este novo consumidor que procura uma experiência e uma história em cada produto. A neubau interpreta esse gosto pela descoberta, pela arte, pela moda e pela sustentabilidade. Claro que, a qualidade que a Silhouette International sempre cultivou abrange cada peça da nova marca e, inclusive, nascem com o nome dos colaboradores da empresa. Ou seja, neubau é a prova viva da dinâmica crescente desta casa nascida nos anos ’60, celebrando a capacidade de adaptação aos hábitos de consumo do mundo atual. No regresso... A viagem ao mundo Silhouette terminou com o envolvimento de óticos e imprensa na vida da fábrica numa ideia fiel do local onde tudo acontece. Sentir e viver o local que rodeia a marca, as pessoas que a dinamizam apoia toda uma nova dimensãoo desta casa construída a pulso e com muita imaginação por parte do fundadores, inicialmente, e agora com os novos líderes a garantir a constante renovação. É a homenagem viva à qualidade e à criatividade!

•• Em 2 0 1 8 acum ulou a produção de 1 0 0 mi lh õe s de óculos Presente em 3 6 m i s s õe s da NASA 2 6 4 etapas m anuai s par a pr oduzir uma ar m ação TM A 1 1 ,5 m ilhões de ar m ações TMA ven d i d a s ••

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•• “ V al or i z am os a c o n fia n ç a e as rel a ç õ es c o m os n oss o s p a rc eiro s i nt ern a c io n a is . No t o p o d a n o s s a f i l os of i a e s t ã o o n eg ó c io j u s t o e a p ro c ura p el a in o v a ç ã o ” ••


Shamir

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A inteligência artificial chegou à ótica portuguesa A fabricante de lentes oftálmicas lançou mais um produto que desafia o mercado. As progressivas Shamir Autograph Intelligence recorrem à inteligência artificial para tornarem a visão dos presbitas mais precisa e eficiente. A sua criação foi possível mediante novos dados conseguidos pela equipa de investigação e desenvolvimento da casa mãe da Shamir, em Israel. A estreia mundial desta novidade fez-se na MIDO, em fevereiro, e chega agora aos mercados específicos onde a marca está presente. Em Portugal, a dinâmica equipa da Shamir convocou alguns dos melhores profissionais para ouvirem do israelita Shahar Ben Ari, diretor de formação e gestor da experiência do consumidor, o que torna a nova lente tão incontornável. A LookVision Portugal registou a 3 e 5 de abril os eventos que abriram portas à Autograph Intelligence, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e no restaurante Vinum, em Vila Nova de Gaia, respetivamente.

Shahar Ben Ari, deu ainda, em exclusivo uma entrevista que revê e explica o porquê da inteligência artificial aplicada à lentes. A garantia é que, estas Autograph Intelligence são só o início. Que expectativas tem a Shamir para Portugal quanto a estas Autograph Intelligence? Em Portugal fez-se um lançamento “silencioso”, por isso já temos mais de uma centena de utilizadores no mercado. A reação foi um grande uau! É um produto inovador e disruptivo e um grande desenvolvimento no conceito das lentes progressivas. E como interfere esta inovação no trabalho diário dos óticos? Garante um trabalho mais fácil ao profissional, porque até agora tinha que escolher entre diferentes soluções para diferentes pessoas. Hoje proporcionamos a tecnologia e o conceito na própria lente. Têm apenas que apurar a refração correta e a lente vai adaptar-se à idade e às necessidades dos clientes da ótica, sem questionários nem novas ferramentas de medição. Garantimos uma solução simples e confortável. Este é o futuro! Aliás, como em qualquer aplicação, todos serviços devem estar à distância de um click.

E as lentes da Shamir seguem precisamente este caminho de futuro. Sim , através de toda a nossa pesquisa temos conquistado muitas descobertas que nos permitiram ligar as necessidades visuais à idade específica do paciente, que é a grande inovação no caso da Autograph Intelligence. Portanto, facilitamos o trabalho do ótico e tornamos a adaptação do usuário a estas progressivas rápida, cómoda e eficaz, fugindo a um passado “doloroso” na adaptação a este produto. Sempre foi um desafio, o desenho de boas lentes progressivas. Quando achamos que atingimos o topo das lentes progressivas aparece sempre uma ideia ainda mais inovadora, como foi o caso da Autograph Intelligence.

Salas cheias em busca do estado de arte! Perante os óticos elevou-se a voz de Shahar Ben Ari, com o conceito desenvolvido a pulso pelas equipas da Shamir. Autograph Intelligence responde às novas necessidades dos presbitas e apura o conceito deste segmento. Ou seja, até aos dias de hoje as progressivas partilhavam um mesmo conceito de design, o que significava que havia apenas um desenho a ser adaptado de acordo com a graduação dos usuários, o que satisfazia a generalidade das pessoas. No entanto, numa indústria em que a busca pela excelência é o que distingue os players, a Shamir quis ir mais longe do que uma solução generalista.


“Fomos atrás das reais necessidades dos presbitas e tivemos que entrar num campo diferente. Enveredamos no terreno das grandes empresas tecnológicas. O hype atual, e o que motiva estas companhias mundiais, é a inteligência artificial e a enorme quantidade de informações e dados necessários para a desenvolver. A Shamir inspirou-se neste empreendimento e lançou-se no seu próprio levantamento de dados extensivo, algo pioneiro numa empresa de ótica. Desta forma, elaborámos os primeiros designs baseados na inteligência artificial”, explicou Shahar Ben Ari. A Shamir analisou mais de cinco milhões de trabalhos de graduação. As respostas obtidas a partir daqui foram o primeiro passo para a ambicionada inteligência artificial. A informação mais destacada centrou-se na descoberta de uma idade fisiológica do olho que é relacionada com a idade cronológica do próprio paciente e que os óticos normalmente associam ao poder de adição. Com este termo no centro, apurou-se outros dados disponíveis e avaliou-se as necessidades visuais por idade. “Fizemos um grande inquérito ao consumidor em dois níveis. Num perguntámos a mais de 1300 pessoas/clientes sobre as suas premências visuais, sobre o seu estilo de vida e o que é importante para eles. Depois empreendemos noutro questionário com 130 pacientes, com quem trabalhámos diretamente. Recolhemos muitos dados e, consequentemente, produzimos uma lente para responder às suas necessidades. Finalmente apurámos a satisfação sobre a lente e produzimos um novo círculo de perguntas e soluções”, revelou o diretor de formação da Shamir.

De todo este trabalho manifestaram-se cinco necessidades essenciais da visão, relacionadas com a distância de utilização e, algo muito único que é a frequência de mudança de distância do olhar. Os investigadores da fabricante de lentes verificaram a correlação da idade com o uso das distâncias da visão. Esta varia entre os presbitas mais jovens e os seniores. Os primeiros usam, por exemplo, três vezes mais a distância digital que os segundos. Já a visão de longe é semelhante nas diferentes idades. “O que fizemos de diferente? Aprofundámos as tecnologias que usamos e acrescentámos mais duas. Ou seja, às ferramentas Intellicorredor, que permite poder de perfil único, As Worn Quadro, que garante quatro vezes mais estabilidade no design, Natural Posture, a chave do design ergonómico e Close-Up, que apura na perfeição a zona de leitura, juntámos a EyePoint e a Continuos Design Technology. A primeira usa um novo software – Head Eye Integrative Movement, através do qual consegue-se apurar exatamente por onde olha o paciente através da lente. A segunda inclui 12 desenhos protótipos para cada idade visual”, especificou Shahar Ben Ari. Num único design tradicional incluem-se muitos parâmetros, sensivelmente 3600, mas com a migração para os 12 desenhos, a Shamir ascende aos cálculos de 500 mil parâmetros. Para atingir esta precisão criou ainda uma nova ferramenta de cálculo: a Visual Aid Eye Agent . A Shamir garante, com esta Autograph Intelligence, um produto à frente no seu tempo e desenhado com extremo rigor

para cada idade visual. Mais importante, os profissionais e os pacientes elevam a certeza dos níveis de satisfação, com a entrada no “universo” das progressivas mais fácil e rápido, assim como a respetiva adaptação, com uma focalização rápida nas várias distâncias, essencialmente para os presbitas jovens, com a resposta às cinco necessidades visuais apuradas pela Shamir e como uma experiência única para o utilizador. Um futuro próximo ligado à inteligência artificial Em conversa com Luís Feijó, o CEO da Shamir Portugal e um grande impulsionador da adoção de novas tecnologias em toda a empresa, apurámos ainda que as Autograph Intelligence são só o início de uma longa e futurista jornada. “Aqui estamos a falar em lentes progressivas, que chegam a apenas cerca de 30 por cento da população. Nós estamos já a trabalhar para chegar aos restantes 70 através dos nossos produtos, com a mesma tecnologia. Foi bom começar no segmento das progressivas, porque é mais exigente, mas esta aplicação da inteligência artificial foi só o arranque. Vamos mais longe do que a utilização nas lentes, todas elas no futuro, abrangendo também a produção. É o que chamamos de indústria 4.0.” Quando questionado sobre se esta era a busca da Shamir pela perfeição, o CEO foi claro: “Nada é perfeito, mas assim torna-se mais preciso e eficiente!”. Desta forma, o inquieto líder Luís Feijó introduziu-nos num futuro sobre o qual a Shamir quer ter uma assinatura pioneira e arrojada, em direção à liderança do mercado em qualidade.

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•• “ (. . . ) f ac i l i t a mo s o t ra b a l h o d o ó tico e tornamos a a d ap t aç ão d o us uá rio a es t a s p rogressivas r ápida, cóm oda e e f ic a z” ••


Prooptica

No terreno com os óticos

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A empresa portuguesa dedicou o habitual périplo pelas duas principais cidades do país para expor as mais recentes aquisições das marcas que desenvolve e auscultar os seus parceiros óticos. A 14 e 15 de março, a Prooptica esteve em Lisboa e a 21 e 22 visitou o Porto, onde a LookVision Portugal marcou presença. No hotel HF Ipanema Porto passaram os óticos localizados mais a norte, desfilaram as novidades e ainda se conviveu animadamente. A equipa da Prooptica não deixou de convidar os profissionais a testar a capacidade de salto em frente a uma Kodak instantânea. Neste ambiente descontraído, que aliás é o habitual nos encontros da Prooptica, conversamos com Luís Justino, o diretor geral, sobre as marcas que dão cor à exposição desta temporada. Todas elas cresceram em novidades, em cor, em design e em criatividade. O destaque centrou-se na Jaguar que está a ter um sucesso muito interessante entre os óticos e que, portanto, conheceu um acréscimo considerável de novas adições, com o luxo e o design que lhe é caraterístico. Luís Justino declarou ainda a aposta da Prooptica na moda portuguesa. Tem tudo a ver com as vantagens que proporcionam a presença e o caráter destas insígnias nas lojas e pelo significado que têm na edificação da casa portuguesa. O carismático líder da Prooptica adiantou-nos ainda que para breve a empresa vai assinar duas marcas que completam este portefólio abrangente. Para homens e mulheres intensos, a casa portuguesa proporciona uma resposta em dois segmentos essenciais. Ou seja, há mais Prooptica para surpreender.


•• O c ar i s m át i c o l íd er d a P ro o p t ic a adiantou- nos ainda q u e p ar a br e v e a emp res a v a i a s sinar duas m ar cas i n t e n s as q u e c o mp l et a m es t e p o r tefólio abr angente ••

Fitting Box Esta proposta de futuro em Portugal, pela mão da Prooptica teve a responsável de vendas das regiões EMEIA-LATAM presente na exposição. Amandine Perrier veio demonstrar a sua confiança no trabalho da casa portuguesa que em quatro anos conseguiu uma penetração interessante no mercado. Representa uma ferramenta que dá entrada aos óticos na nova realidade dos negócios nos meios multimédia, não só

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Kodak À chegada à exposição, “as luzes” apontavam para a mais recente aquisição da Prooptica. A Kodak Frames trouxe uma dinâmica jovem e colorida à gama da companhia distribuidora. “A coleção divide-se em duas gamas muito distintas. A Kodak Colours tem uma relação qualidade/preço competitiva, é jovem, com detalhes interessantes e muito cuidada. Já a Kodak Lenses expressa-se de forma mais clássica e recai sobre o titânio e sobre a aposta nos laminados no acetato”, explicou Luís Justino. Não faltou o desafio do salto Kodak, feito em frente à imagem de campanha da marca. Óticos, equipa da Prooptica e também nós saltamos em frente à máquina Kodak instantânea onde se eternizaram momentos de verdadeiras proezas atléticas até aos mais tímidos saltos. na questão da realidade virtual, mas também da interação do consumidor com ecrãs na loja, com os produtos da loja a partir de casa e até como apoio à comunicação das marcas. A equipa da Prooptica garante que quem aderiu logo no início da entrada do produto em Portugal, há quatro anos, hoje já não consegue estar sem a Fitting Box, principalmente no que diz respeito ao trabalho com os millenials e que a adesão dos profissionais é sempre maior, rumo ao futuro.


CIOC 2019

Academia de Ciências de Lisboa ao dispor da optometria

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O Congresso Internacional de Ótica e Optometria teve uma edição 22 de sucesso. Aportou na fabulosa Academia de Ciências de Lisboa, de 5 a 6 de abril, para celebrar a ciência com toda a pompa e circunstância e, em específico, os 40 anos de uma optometria cheia de profissionais que não se resignam sob a assinatura da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses. Henrique Nascimento, presidente da associação falou à LookVision Portugal no rescaldo de um evento multidisciplinar e pleno de contributos científicos de primeira linha.

Cerca de 200 participantes sentaram-se no Salão Nobre da Academia de Ciências de Lisboa para atualizarem conhecimentos e honrar a história da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses (UPOOP) nas suas quatro décadas dedicadas à optometria e aos óticos. No centro do XXII Congresso Internacional de Ótica e Optometria (CIOC) esteve o mote Ver não Representa ter Visão, que reuniu à sua volta um grupo de palestrantes de vários segmentos relacionados com a saúde visual. “Considero que este congresso foi um verdadeiro êxito, que nos enche de orgulho”, declarou o líder da UPOOP. De destacar, a comissão de honra que reuniu figuras importantes em torno do acontecimento,

inclusive o presidente da Associação Portuguesa do Direito do Consumo, Mário Frota, as figuras centrais do panorama da ótica nacional, como António Câmara, Rui Motty ou Diamantino Valente, o presidente da Academia Europeia de Optometria e Ótica, Eduardo Teixeira e tantas figuras ligadas às ciências da visão. Nas boas vindas aos participantes esteve Carlos Salema, o presidente da Academia de Ciências de Lisboa e Henrique Nascimento. As palavras já habituais do físico Fernando Carvalho Rodrigues, muito reconhecido como o “pai” do primeiro satélite português, e que tem acompanhado e participado de perto no desenvolvimento da optometria em Portugal, deram dimensão ao CIOC.


No encerramento das discussões esteve um momento com tema provocador: Optometria e Ortóptica - a Mesma Profissão? A mesa redonda foi um convite a lançar vozes do lado da optometria sobre a coexistência de duas atividades muito semelhantes. Desta forma, sentaram-se “à mesa” Eduardo Teixeira, Mário Frota, Rui Correia, o presidente da Associação Nacional dos Ópticos, Bruno Dias, jurista da UPOOP e Henrique Nascimento. A conclusão centrou-se num consenso “sobre o facto de termos neste momento duas profissões competentes que disputam muitas vezes espaço comum. São profissões com origens e formação diversa, mas que hoje, em Portugal, têm perfil profissional idêntico. Realidade esta que faz com que se tente acordos que permitam a simultaneidade das duas atividades, como tem acontecido até agora e como acontece noutros países da Europa”, explicou o presidente da UPOOP.

A palavra a Henrique Nascimento O congresso deste ano foi especial, tanto pela celebração de 40 anos de trabalho como pelo programa científico muito variado e atual. Que momentos regista como especiais nesta aventura de organizar o CIOC ao longo de 20 anos? Como deve calcular este foi um congresso muito especial, no entanto na história da UPOOP muitos e grandiosos congressos marcantes de épocas foram realizados. Estou a lembrar-me do que estreou o Fórum Picoas, em Lisboa, o da Exponor em Matosinhos e o do Funchal na ilha da Madeira. Temos a felicidade de ter connosco um staff extraordinário, comandado pela assessora da direção da UPOOP, Edite Alves, e isso diz tudo daquilo que somos capazes. O congresso, através das palestras em si, passou a mensagem de uma optometria que se quer mais autónoma e abrangente. Concorda com esta nossa visão? Sem dúvida que concordo, mas sem atropelos de ninguém, nem contra ninguém. De qualquer modo, entendo que temos mantido a nossa autonomia e a abrangência, o que me parece mais do que suficiente. É inevitável abordar a optometria do ponto de vista político, portanto perguntamos ao professor se acha que o consenso entre as associações afetas à atividade iriam colocá-la numa posição mais positiva na sociedade portuguesa e na questão da regulamentação? Estou cá há tempo suficiente o que me permite responder afirmativamente à sua questão. Conheço poucas atividades, para não dizer nenhuma que tenha subsistido à custa de divisões, mas como sabe para

haver qualquer tipo de diálogo são necessárias, pelo menos, duas partes e neste momento isso não existe na nossa classe, infelizmente. No CIOC registou-se a participação de alguns oftalmologistas, num período em que parece haver uma resistência forte por parte dos representantes desta classe médica quando ao reconhecimento da optometria. A UPOOP tem uma estratégia para contornar esta problemática? Muitas vezes o que existe é desconhecimento e intoxicação. A optometria necessita do reconhecimento de todos, mas os que mais nos interessam são a população que recorre aos nossos serviços diariamente. Durante a minha vida de 38 anos de optometrista lidei com muitos médicos de todas as especialidades e não conheço nenhum que não tenha admirado o meu trabalho e ao fazê-lo no fundo admiraram todos os optometristas, os que represento e os que não represento. Que futuro sonha e espera para a optometria? Gostava muito que a optometria não perdesse as suas raízes, Não nos podemos esquecer que a optometria não surgiu há mais de 100 anos em nenhum hospital. Ela surgiu nos bairros próximo das populações que não tinham acesso a cuidados de visão. Gostaria que a optometria não quisesse ser aquilo que não pode ou não deve ser. Doa a quem doer a optometria está mais próxima da ótica do que do hospital, não querendo com isto dizer que não possa ser praticada em qualquer um destes lugares. Por fim, dizer que a independência não deve ser doada, mas sim conquistada e nós somo-lo há 40 anos.

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•• “ ( . . . ) a i n de pen d ên c ia n ã o de v e s e r d o a d a , ma s s im c on quis t a d a e n ó s s om o- lo h á 40 a n o s ” ••


Oliver Goldsmith A urgência de olhar diferente A LookVision Portugal foi até Londres usufruir de uma lição de história. Com 94 anos de vida, a Oliver Goldsmith assume-se como a protagonista da transformação do eyewear em acessório de moda. Ou como o ímpeto criativo pode romper com todas as convicções.

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Texto: Mariana Teixeira Santos

A história faz-se das pessoas. Dos gestos daqueles que ousam. Dos que rompem, dos que recusam. Movimento, rutura, fragmentação. Não só são palavras umas atrás das outras, são atitudes que nos levam para frente. É o impulso da grande história, daquela que se escreve com H bem maiúsculo. Dessa que não existe sem todas as outras histórias que, numa escala menor, irrompem, provocam a mudança. E hoje olhamos para a nossa história, aquela que se conta através dos olhos das pessoas. No mundo do eyewear, o “Era uma vez” exige que se nomeie Oliver Goldsmith. O britânico que, em 1926, se sentou ao volante de uma carrinha e apresentava os seus óculos às lojas à volta de uma chávena de chá. A LookVision Portugal foi até Londres e sentou-se à conversa com a designer Claire Goldsmith, o rosto da quarta geração da Oliver Goldsmith. Depois do seu pai, do avô e bisavô, Claire Goldsmith assume os comandos no feminino desta marca que conta a história do eyewear no século XX e congrega algumas das suas imagens mais icónicas. No espaço em que nos acolhe, as memórias estão bem vivas. Não porque a Oliver Goldsmith seja refém do passado, mas porque as suas conquistas são garantia de caráter, de um olhar que sabe o que quer. E Claire Goldsmith encaminha-nos pela surpreendente história de uma família que reúne em si todos os desafios da indústria nos últimos 100 anos.


A ousadia de ver para além Os olhos de Claire encaminham-nos para uma das imagens que domina o espaço da sede da marca em Londres. A icónica fotografia dos três percussores, pai, avô e bisavô bem alinhados. Vestidos de branco numa feira num hotel. “Comparativamente com a restante indústria, eles comportavam-se de uma maneira um pouco estranha, porque eles defendiam uma visão diferente. Sempre tiveram esta filosofia de que tu tens que vestir a própria marca”, conta. E o olhar alonga-se e a agora bisneta recorda como já nos anos ’20 o seu bisavô questionava a função dos óculos, que na altura eram encarados simplesmente como um dispositivo médico. “E ele pensava que se os olhos são das coisas que mais se destacam nas pessoas, porque não dar-lhes a atenção e cuidados merecidos?”, avança. E seria já nos anos ’30 que Oliver Goldsmith viria a criar os primeiros óculos em plástico, o material que veio revolucionar toda a indústria do eyewear e abrir caminho à cor e à moda neste segmento de mercado.

O ímpeto dos anos dourados E as décadas que se seguiram foram anos dourados para a indústria e para a Oliver Goldsmith, que abriu caminho a novas tendências, que deu a conhecer ao mundo novos formatos e materiais. Os óculos nunca mais voltariam a ser vistos da mesma forma. O olhar nunca mais voltaria a ser o mesmo. Os olhos passaram a usar máscaras. O rosto passou a ser um palco. E a Oliver Goldsmith passou a ser sinónimo de arte, de celebridades, de cinema, de encantamento. Faça-se uma lista dos ícones do século XX no cinema e todos eles, sem exceção, vestiram o olhar com Oliver Goldsmith. Grace Kelly, Peter Sellers ou Michael Caine e, como não poderia deixar de ser, Audrey Hepburn. O arrojo que imprimiu no design e a impetuosidade empregue nos pormenores conquistaram, em definitivo, o mundo da moda e do grande ecrã. Hollywood encontrou em Oliver Goldsmith um audaz artesão de estilos. O modelo Manhattan, idealizado para Audrey Hepburn no irrecusável Breakfast at Tiffany’s, é uma das imagens mais iconográficas da Sétima Arte.

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Tudo parecia estar prestes a mudar, mas chegamos àquela parte do enredo em que acontece o twist. Instalou-se a II Guerra Mundial e tudo parou. O tempo era outro, mas o fim da guerra revelou a força impetuosa da vontade de renascer. Criatividade, inovação. Todos acreditavam que tudo era possível. E no meio desta efervescência criativa, os padrões de estilo alteravam-se à velocidade da luz. “E surgiu a segunda geração do negócio com o meu avô, Charles “Oliver” Goldsmith, e ele assumiu-se como um verdadeiro visionário. Comandou o negócio durante 50 anos e fez, em definitivo, da Oliver Goldsmith uma marca de moda, de desejo”. Com a indústria voltada para exclusivamente para a funcionalidade dos óculos, Charles Goldsmith encetou uma pequena coleção de óculos de sol e colocou-os à consignação numa loja em Londres. “Ele entrou na loja e disse: não me paguem, ponham-nos na montra e vejam se resultam”, conta Claire. E, passado uma semana, os óculos tinham voado e choviam novos pedidos. Foi aí, nessa pequena loja que tudo se alterou. Estava criada uma nova e promissora tendência: os óculos podiam ser acessórios de moda.


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•• “Ele entrou na loja e disse: não me paguem, ponham- nos na montra e vejam se resultam” ••

“Nós dominamos o negócio numa altura em que o acetato apareceu e revolucionou a indústria e, por isso e pelas suas características únicas, esta há de ser sempre a nossa matéria base. O melhor acetato made in Italy”, continua Claire Goldsmith. A relevância histórica da marca está patente na coleção em exposição permanente no Victoria and Albert Museum, em Londres. Este, que é o maior museu de artes decorativas e design do mundo, foi fundado em 1852 e reúne mais de 4,5 milhões de objetos, entre eles algumas das peças mais relevantes da Oliver Goldsmith, tais como os primeiros óculos elaborados em plástico, o modelo “Peru”, um cat eye com detalhes em bambu, ou o “Pyramid”, uma armação desenhada em colaboração com o cabeleireiro Vidal Sassoon.

(re)Criar o futuro Chegada à quarta geração, a Oliver Goldsmith prepara-se para ampliar ambições. Claire Goldsmith admite querer celebrar os 100 anos de vida da empresa criada pelo seu bisavô. “Temos 94 anos de história na mesma família e a minha esperança é que o meu contributo seja tão valioso como o das gerações anteriores”, assenta. No portefólio da marca, o peso da história continua a marcar as suas escolhas em termos de estilo. A coleção OG Icons mantém acesa a chama das décadas de ouro da insígnia, especialmente os anos ’60 e ’70, em que emoldurou os rostos das celebridades mais relevantes, em que somou capas da revista Vogue e em que se destacou, como um ícone de moda. Ao mesmo tempo, Claire Goldsmith não se nega a impor a sua marca no percurso da Oliver Goldsmith. A sua coleção de modelos de prescrição homenageia os clássicos da casa revestindo-os da fluidez do século XXI. A coleção OG Decades é o projeto mais recente da marca. “Instala uma nova visão, é a tradução das décadas da nossa história aplicada ao mundo atual”, avança Claire. 90 anos em que a Oliver Goldsmith redefiniu a história do eyewear tal como a conhecemos hoje, em que criou novas tendências e assumiu a dianteira sem falsas modéstias. Atendendo ao espírito de cada uma das décadas, emergem formatos e visões que hoje se intersectam com as potencialidades tecnológicas para devolver ao olhar amplitude, audácia e identidade. Com quase um século de história, a Oliver Goldsmith é, há muito, mais do que uma marca. É ela própria, tal como o são tantas das personalidades que a eternizaram, um ícone. É umas das grandes protagonistas desta história que transformou os óculos em acessórios de moda. Foi a urgência que a fez brotar, que levou os seus percussores a arriscar em novos territórios. E continua a ser a urgência a ditar-lhe o futuro. A urgência da relevância, da rutura e da criação. E hoje, tal como no passado, ela continua bem diante dos nossos olhos. Nas escolhas pessoais de personalidades como Lady Gaga, Robbie Williams, Gwyneth Paltrow ou Jude Law.



OBRIGADO

ANO CONSECUTIVO A MERECER A SUA CONFIANÇA

6 201

8

Tão importante como ver, é saber olhar. É por isso que a MultiOpticas olha pela visão dos portugueses há mais de 30 anos. E há 7 que somos premiados com a sua confiança - os mesmos da existência da categoria de Ótica nesta votação. É sempre bom ter alguém que confia em nós.

Obrigado pela sua confiança.


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