EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 66 • ABRIL 2018
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
Luís Gomes Um ótico feito de música ExpoCECOP
15 anos festejados com novas estratégias
Maui Jim
Próxima temporada dá brilho às lentes
Gonçalo Barral, Inês Moura e Margarida Barata Essilor: um parceiro de luxo
10
18
28
Neubau
Luís Gomes
Alberto Oculista
BREVES
ENTREVISTA DE CAPA
Neubau Um novo significado à palavra caráter com AMY
Um ótico feito de música
O crescimento do grupo chega a Viseu
38
44
48
Zeiss
A sustentável beleza de Katharina
Topografia Córneo-escleral
OUTROS OLHARES Garantia de proteção UV total em todas as lentes
Índice | 4 |
OLHAR EM PORTUGUÊS
OLHAR O MUNDO
Tema de Capa: Luís Gomes partilhou a sua faceta apaixonada e artística, deixando revelar também as estratégias empreendedoras que o tornam num homem de negócios bem sucedido.
Diretora: Editora: Redação: Design e Paginação : Fotografia: E-mail: Tel: Periodicidade: Tiragem: Impressão: Preço de capa em Portugal: LookVision PortugalTM é propriedade da Parábolas e Estrelas – Edições Lda. com sede na Rua Manuel Faro Sarmento, 177, 4º esquerdo, 4470-464 Maia, Portugal. NIF: 510195865 Qualquer crítica ou sugestão deve remeter-se para: lookvision_portugal@hotmail.com
Patrícia Vieites Carla Mendes Carla Mendes, Mariana Teixeira Santos, Fernando Gonçalves Paula Craft Paula Bollinger, Miguel Silva, Hugo Macedo, Ismael Prata lookvision_portugal@hotmail.com 96 232 78 90 Mensal 2000 exemplares Uniarte Gráfica, S.A 7,50 euros Depósito Legal n.º 419707/16 Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais. Os artigos de opinião e os seus conteúdos são da total responsabilidade dos seus autores.
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EDIÇÃO PORTUGAL • Nº 66 • ABRIL 2018
Distribuição exclusiva a profissionais • Preço de Capa: €7,50
LUÍS GOMES Um ótico feito de música EXPOCECOP
15 anos festejados com novas estratégias
MAUI JIM
Próxima temporada dá brilho às lentes
GONÇALO BARRAL, INÊS MOURA E MARGARIDA BARATA Essilor: um parceiro de luxo
Portugal em alta
Editorial | 8 |
Abril trouxe às nossas páginas ideias mil! As empresas que compõem o mercado português da ótica marcaram o mês com lançamentos, eventos e momentos memoráveis que eternizámos com todo o rigor. É claro o forte investimento dos players nacionais em mais e melhores produtos que tornam a ótica valiosa. Viajámos de norte a sul para não perder momentos que delineiam o horizonte do nosso mercado e ouvimos esperança, novidades, muitas inovações e uma incrível partilha de conhecimentos, tanto da linha da frente de atuação, com os óticos, como dos líderes da indústria e distribuição. Para lá da fronteira arrebatámos conversas edificantes com quem dita tendências de desenhos eyewear e tem a audácia de ir contra a corrente. Estas vozes ensinam-nos novas perspetivas estratégicas de sucesso e abrem portas aos nossos leitores do mundo da ótica, para além das suas lojas. A ciência é a base de tudo isto e apoia o setor na credibilização junto da comunidade. Aliás, todo o nosso trabalho, de retalhistas, distribuidores, indústria e meios de comunicação funciona em torno desse grande objetivo que é a saúde da visão. E não existe saúde sem ciência. O especialista David Piñero conduz-nos por processos e experiências na área da adaptação das lentes esclerais. Vale a pena consultar. A APLO também partilhou dados intensos sobre a saúde dos portugueses e sobre as perdas da nossa sociedade por não termos ainda uma optometria regulamentada. Por último, e porque foi especial para nós, captámos a ótica pelo dedilhar da guitarra de Luís Gomes, a nossa capa. Pusemos a música bem alta e sentimos as vibrações que fazem brilhar este ótico de profissão, mas artista no corpo. Ginja, como é conhecido no mundo musical, assumiu o mester dos óculos como vida, mas ainda tem no coração o ritmo das letras que compôs com a sua banda, os Alcatrão. Para além do fascínio que este seu hobby nos provocou, ficámos impressionados com a dinâmica das óticas sob o seu comando. São informações que abrem novos caminhos e falam de uma ótica primorosa, que foca os clientes sempre. Tudo isto somos nós em abril e convidamo-lo a virar já a página em direção à ótica. Sim, ela está sempre aqui!
Estatuto Editorial / Sinopse A LookVision é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com. A LookVision tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência. A LookVision traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, esmiuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais. A LookVision compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à atividade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaboradores e diretor. A LookVision é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.
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Breves | 10 |
Mykita + Maison Margiela
Um grito do passado ecoa no futuro A reinterpretação de formas históricas através de processos criativos ultramodernos e experimentais tem sido apanágio da colaboração entre a berlinense Mykita e casa de alta-costura Maison Margiela. A última evocação de um passado reinventado está plasmada numa nova coleção em que, entre os múltiplos arquétipos de óculos, se destacam os modelos Echo, Transfer e Raw. Para se ter uma ideia da subtileza e vanguardismo das escolhas criativas, tome-se como exemplo os Echo em que a uma armação de largas dimensões rimless em formato cat eye se adicionou lentes derivadas do eyewear desportivo. O resultado são óculos que reequacionam o processo de construção, explorando as potencialidades do mylon e da tecnologia 3D para oferecer à estética facial um sentido dinâmico de glamour único e intemporal.
Neubau
Dá um novo significado à palavra caráter com AMY Femininos, apelativos e, sobretudo, com muito caratér. Falamos do novo modelo cat eye AMY desenvolvido pela austríaca Neubau, marca incluída no portfólio Modavisão. Concebido em aço inoxidável, o detalhado e apelativo AMY apresenta acabamentos metalizados e brilhantes, a que se acrescentam delicados tons pastel, estando disponível em dois tamanhos, graças às hastes e plaquetas ajustáveis, e em seis cores tendência. Desta cornucópia de pormenores, a marca enfatiza o caráter excepcional dos tons dourados e da combinação entre preto brilhante/branco com dourado que garantem fazer da mulher o centro de todas as atenções.
Realidade aumentada foi estrela no palco do SXSW Depois de terem estado em destaque na última CES Las Vegas, os óculos de realidade aumentada voltaram a ser cabeça de cartaz no festival de música alternativa SXSW (South by Southwest) realizado no mês de março em Austin. A par de nomes emergentes da cena musical mundial, entre os quais a portuguesa Surma, o prestigiado festival indie serviu de palco à apresentação dos novos óculos de realidade aumentada da Bose que casam visão, informação e áudio no mesmo dispositivo e o novo programa Kronosys da Panasonic que garante ser uma preciosa ajuda na cozinha. Enquanto os Bose mapeiam, através de GPS e direção do olhar, o meio em que o utilizador está e lhe fornecem um stream áudio do que vê, o sistema Kronosys dispõe, ao contrário dos atuais óculos, imagens ao longo de todo o campo visual e destina-se, sobretudo, ao setor da restauração.
Okia
Breves | 12 |
Abre as portas ao admirável mundo novo das Frameout A Mido 2018 já fechou portas mas ainda dá que falar. Neste caso, o privilégio cabe à marca asiática Okia e ao lançamento da primeira coleção de eyewear impressa em 3D com o revolucionário, e patenteado, sistema de rotação da haste a 360 graus Frameout. Aos pequenos detalhes, texturas e estruturas, a Okia juntou na nova Frameout as potencialidades das técnicas de impressão 3D o que permite uma maior personalização e facilidade de construção em comparação com os métodos de acetato injetado e esculpido em CNC. Testado mais de dez mil vezes com sucesso, o 360º Hinge permite que a haste dobre 45 graus para fora e 25 graus para cima e para baixo, para além, claro está, da rotação de 360 graus na totalidade do seu corpo. De acordo com a marca, este sistema garante uma maior durabilidade e conforto sem comprometer o sempre precioso estilo.
Kendall Jenner
Cutler & Gross
O novo lado zen Os magníficos jardins zen japoneses foram a fonte de inspiração para a nova coleção Inscribed da marca britânica Cutler & Gross. Esculpidos por um joelheiro veneziano com recurso a ferramentas utilizadas no aperfeiçoamento de diamantes, as oito novas armações dividem-se, equitativamente, em formatos ovalados e angulares de tendência vintage inteiramente concebidos em acetato italiano. Nota de destaque, ainda, para o requinte do detalhe imposto nos padrões zen garden e herringbone (espinha) inscritos (inscribed) na superfície do aro, o que confere a qualquer um dos modelos propostos uma personalidade única.
Passeou os seus Andy Wolf na New York Fashion Week Estrela e trendsetter de alcance global, a modelo Kendall Jenner apresentou-se na última New York Fashion Week com o modelo Florence da austríaca Andy Wolf. Para além de montra, por excelência, para a apresentação das novas tendências da moda mundial, a parte social do salão nova-iorquino é, de igual modo, um espaço privilegiado para que as celebridades passeiem as suas escolhas pessoais e marquem o compasso da moda de forma descontraída. Jenner e a sua preferência pelos exuberantes óculos de sol cat-eye Florence da Andy Wolf foi um desses casos. Se o estilo recortado não deixa ninguém indiferente, o propositado exagero das linhas e a curta distância entre as partes superior e inferior do aro, a que se soma o preto brilhante do acabamento e as lentes Zeiss, são garantia que de que todas as utilizadoras deste modelo com a chancela Andy Wolf podem ser a estrela na passarela do dia-a-dia.
Thema Optical
Breves | 14 |
Xavier Garcia
A Primavera minimalista A nova coleção primavera/verão da casa catalã fará brilhar os rostos de quem utilizar os novos modelos em metal. Forjados a partir de metal laminado, os seis novos e multifacetados Xavier Garcia assentam numa estética de base minimalista que se multiplica num vasto cardápio de formatos e a que os tons naturais acabam por conferir leveza e elegância. A prova do que acabamos de dizer pode ser encontrada, a título de exemplo, nos femininos Evita, um modelo cujo formato cat eye é realçado pela conjugação simples e eficaz entre o mate da superfície frontal do aro e o metal acetinado presente nas hastes e charneira.
Blackfin Black Edition
Propõe a sensualidade de Donna Fontana A fabricante italiana tem na sua linha feminina Donna Fontana os desenhos perfeitos para conquistar mulheres modernas e sofisticadas. O design elegante e sinuoso das armações materializa-se em acetatos de padrões harmoniosos ou tonalidades quentes e terrenas. Não podia faltar o efeito elegante das peças em metal que se decoram com apontamentos intensos que envolvem os modelos de conforto e originalidade. Donna Fontana é uma coleção que apesar de faustosa e apelativa tem uma excelente relação qualidade/preço e é um must have em termos de tendências eyewear.
Um passo em direção ao futuro A vontade e energia da Blackfin estão comprometidas com o objetivo de colocar a marca sempre um passe adiante dos seus concorrentes. Esta filosofia de ação acaba de dar ao mundo a vanguardista e elegante nova gama Blackfin Black Edition. Doze modelos, dez de prescrição e dois de sol, são as bandeiras de uma coleção que muito deve ao seu acabamento especial e exclusivo Blackfin Nano-Plating. Este processo consiste na utilização de partículas de metal vaporizadas em vácuo, o que induz a sublimação e permite a sua deposição, átomo a átomo, na superfície da armação de modo a obter um efeito cromático fascinante e duradouro. Constituída por uma grande variedade de formatos e composições de cor, a Blackfin Black Edition é integralmente criada em base de titânio.
AVM 1959
Rebeldia com a assinatura Vivienne Westwood Quando a sedução italiana encontra a rebeldia britânica o resultado é Anglomania Eyewear. A AVM 1959 e Vivienne Westwood uniram esforços e o resultado é uma nova insígnia que promete looks provocantes e irreverentes. No centro desta Anglomania Eyewear está uma mulher jovem, sofisticada e inventiva que procura algo completamente original. Este desejo ganha forma em armações como a minimalista AN 007V, modelo que tem nas hastes em zigzag a expressão máxima do inconformismo continuado na geometria dos aros e nas intrigantes combinações de cor que mesclam violeta, azul e padrões xadrez.
Institutoptico Breves | 16 |
DMDI
rodap_revista_afs.pdf
Traz para Portugal intensidade Masunaga Uma história oriental apaixonante compõe esta Masunaga Optical desde 1905, quando Gozaemon Masunaga sonhou uma empresa que construísse verdadeiras peças de arte e amor. “Fabricamos óculos excelentes. Queremos lucrar se pudermos, mas não hesitamos em assumir perdas. Está sempre nos nossos pensamentos a criação de óculos incríveis”, é o lema que lançou esta casa japonesa na ribalta e que ainda hoje se mantém atual. De facto, cada modelo Masunaga implica 200 processos manuais, intrincados e feitos completamente in house, desde as matérias primas, passando pela produção até aos acabamentos. O sistema de fabrico integrado é a certeza do respeito pelo detalhe e pela qualidade exímia. Aliás, ainda antes da fase de polimento, os artesãos da Masunaga trabalham as armações à mão para garantir a melhor experiência de uso a quem não prescinde de bons óculos. Todas estas premissas já garantiram à insígnia japonesa a vitória nos Silmo d’Or três anos consecutivos. Hoje a Masunaga renova-se numa parceria de luxo com o criador Kenzo Takada, na Masunaga by Kenzo Takada, de onde nascem óculos de sol e armações 1 09/04/2018 17:34 que combinam elementos vintage com o mais vanguardista design de moda.
Parente Óptica Médica distinguida PME Excelência A Parente Óptica Médica, uma das empresas fundadoras do grupo Institutoptico, foi distinguida, pela quinta vez, com o estatuto empresarial de PME Excelência. Atribuído em parceria pelo IAPMEI, Turismo de Portugal e principais bancos nacionais, esta distinção visa galardoar a solidez financeira e o desempenho económico-financeiro das pequenas e médias empresas que se destacaram no contexto do tecido empresarial português em 2017. Com mais de 60 anos de história e uma rede de oito lojas na zona interior norte do país, a Parente Óptica Médica disponibiliza uma carteira de marcas e serviços diferenciados onde se contam, entre outros, a optometria clínica, a tonometria ou a terapia visual.
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Luís Gomes
um ótico feito de música Viajámos até Paços de Ferreira para nos sentarmos entre os acordes da vida intensa de Luís Gomes. Ótico de coração, mas músico na alma, este artista de Lousada teve ritmo desde que nasceu e, portanto, quando aos 13 anos pegou numa guitarra foi amor à primeira vista. Claro que, num país onde a arte ainda custa a ser encarada como profissão, foi impelido pelo pai, sócio de uma ourivesaria e ótica, a escolher um mester. Entrou assim na sua vida a missão pela saúde visual e um novo amor.
Entrevista de Capa | 18 |
Fotos: Miguel Silva
Ótica Pacense, em Paços de Ferreira, Casa dos Óculos, em Lousada e Opticlínica, em Moçambique compõem o empreendimento de quase uma vida, guiado pelo seu sentido prático e pela dedicação aos outros. Aliás, a sua simpatia irresistível prendeu-nos numa conversa leve entre músicas e estratégias de negócio com coração. O que distingue os seus espaços? Esse mesmo amor que o prendeu à ótica. A minúcia no controlo de qualidade nas lojas que só deixam passar para as vitrinas produtos irrepreensíveis, um serviço de optometria que vê o paciente para lá dos seus olhos e a aposta naquilo que acredita ser o futuro do setor: a moda, são as premissas do seu êxito.
Como é que um guitarrista se torna ótico e optometrista? É uma pergunta um bocado complicada. A música sempre foi a minha paixão. O que aconteceu é que a determinada altura, quando parei de estudar, tinha eu cerca de 18 anos, o meu pai encostou-me à parede. Empurrou-me para arranjar um emprego. Então ele teve a ideia de me motivar a fazer o curso de ótica, porque era um dos sócios da Ótica/Ourivesaria Neto, de Lousada. Nessa fase fui para o Porto e fui para a Ótica Nogueira para aprender a atividade e era porreiro, porque passava meia dúzia de horas lá dentro e depois ia tocar com os meus amigos do Porto. Então sempre tocou? Comecei a tocar com 13 anos, praticamente autodidata, com uma passagem pelo conservatório. E depois dessa experiência na Ótica Nogueira? Aprendi ainda com o colaborador do meu pai, o senhor António (grande mestre) para me aperfeiçoar e abri a minha própria ótica em Paços de Ferreira há 36 anos. Entretanto, fiz o curso de técnico de ótica e depois o de optometria e assim se foi desenrolando o meu percurso profissional. Sentiu que a optometria o preenchia? Posso dizer que a optometria é uma espécie de segunda paixão. Gosto de pensar que a encaro de uma forma diferente. A minha principal preocupação passa sempre por ver a parte funcional do paciente, se vê bem e se vai continuar a ver bem. Ou seja, que tenha qualidade de vida durante muitos anos. Começo por fazer o exame de trás para a frente, para tentar perceber se há predisposição para determinadas patologias e, desde logo, a precaver cenários piores. Daí o grande investimento que faço na área do equipamento. Teve que deixar a sua carreira musical para trás. Não se arrepende? Posso dizer que não…talvez um bocado (risos). Era uma das coisas que gostava de seguir, mas são opções que tem que se tomar. E quem é o Jinja? Vem com a lição bem estudada (risos)! Foi a minha irmã que lançou a alcunha. Quando éramos pequenos chamava-me sempre Jinja, nunca me chamou Luís e, portanto, o nome pegou e hoje todos os meus amigos de Lousada me chamam Jinja, nem sequer sabem o meu nome.
Fale-nos da sua banda. Trata-se de um grupo de amigos com nome, os Alcatrão. Eu sou o guitarrista, temos ainda o Varela, outro guitarrista, o José Mário que é baixista, temos dois bateristas, um da geração anterior e um da nova, são o Telmo e o Nuno Almeida e depois há o vocalista o Geno. Fizemos o ano passado 30 anos. Antes ainda estive noutra banda que era os Baco e foi aí que comecei a tocar com 13 anos até formarmos os Alcatrão. São duas bandas mesmo a sério! E como aparecem estes Alcatrão? Na altura em que fizemos a banda pediram-nos para ir tocar a um sítio numa passagem de ano muito alternativa e era preciso dar-lhe nome e na altura não havia ideias e houve um amigo, o Rui que até já morreu, que se lembrou de Alcatrão. Ficou. Havia uma ligação ao conceito, claro, porque gostamos dos aceleras e gostávamos de dar gás. Foi assim que nasceu o sucesso Aceleras? Há uns anos na zona da pista de Lousada, a Costilha, havia os street riders, que faziam
Entrevista de Capa | 19 |
Quando nos “afastamos” das óticas entramos num universo paralelo composto por uma vida que sempre teve a música presente e onde Luís Gomes só é reconhecido como o Jinja. Foi guitarrista de duas bandas, mas foi na segunda, ou melhor, nos Alcatrão, que teve os dias mais marcantes. Ainda hoje, este grupo de amigos do peito de há muitos anos largam a “farda” da vida profissional para viverem, ao final do dia, as letras que os inspiram e que, no fundo, contam o seu percurso. Como apareceu este nome tão original? Das atividades radicais que adoram e de dias passados a acelerar, tanto no alcatrão literal, como nos instrumentos que dominam. Acarinhados pelas pessoas de Lousada, embora este seja, como nos disse Jinja, um hobby, ainda em 2017 atuaram 12 vezes. E no peito Luís Gomes traz as histórias de uma juventude a cantar, logo a seguir à jornada de trabalho, ou então a fazer “peões” na pista da Costilha, episódios que serviram de base ao seu maior sucesso, Aceleras, que ouvido no Youtube traz, de facto, uma lembrança a qualquer português. Não gosta de futebol e “a única coisa que me leva a um estádio é um concerto. Gosto de ouvir todo o género de música, tem é que ser boa.” Refúgio? O seu estúdio privado, “santuário” que montou em casa e onde treina acordes de guitarra perfeitos ou perde-se entre experiências de bateria, teclado e tantos outros ritmos. “É o meu vício!”
E não acha que esta ideia de perfeição, arte e até saúde acaba por não chegar ao consumidor? Acredito que o problema principal não é esse, mas sim haver muito ruído no setor. E por ruído quero dizer as campanhas de preços baixos que circulam por aí. Isto confunde as pessoas. Há umas que já sabem bem o que querem, mas os que andam à procura podem perder-se. Também acredito que isto é uma fase e que as pessoas acabarão por virar as costas a esta tendência e faço a comparação deste fenómeno de luta de preços na ótica com o das lojas dos chineses que agora se resume ao que vemos. No fundo, o que os consumidores querem é qualidade e não uma peça que dure meia dúzia de dias e que acaba por ficar mais cara.
Entrevista de Capa | 20 |
Por agora ainda muitos consumidores compram barato, principalmente no que diz respeito aos óculos de sol. Isso acontece porque os nossos órgãos reguladores não funcionam. É um trabalho que deve ser feito por nós, intervenientes da ótica, por quem nos representa. Seria necessário delinear uma estratégia para que todos os envolvidos trabalhassem para o mesmo lado e tornassem a ótica algo sério, e não uma brincadeira. Portanto, neste momento há óticos e… vendedores de óculos e não há entidade alguma que regularize isto. Aliás, há quem pense que por ter um optometrista na ótica está tudo regularizado, mas se pensarmos bem, esta é uma profissão que ainda não é reconhecida e precisa de ser, mas não só! É essencial regulamentar as óticas também.
peões. À noite era uma coisa descomunal e começou a ser o descalabro com a intervenção da polícia de choque, prisões à mistura e pancada que até chegou a ser motivo de abertura das notícias na televisão. O tema Aceleras desenvolveu-se à volta do que acontecia ali. Foi o tema que menos tempo demorámos a compor. E hoje ainda continuam? Reunimos duas vezes por semana e quando nos apetece tocar, tocamos, quando não nos apetece, convivemos. Neste momento temos duas salas de ensaio e uma delas é em minha casa, onde tenho um estúdio pronto para gravarmos, com salas dedicadas a guitarras, baterias, teclados, entre outras. Depois temos outra sala que é casa do Nuno Almeida, mais ampla dedicada aos ensaios. Davam muitos espetáculos? Sim, no passado demos muitos, mas em 2017 já só fizemos uns 12. Hoje é só um hobby. E a ótica consegue substituir esta falta de música? Sem dúvida, encaro-a como um estado de arte. Cada par de óculos que se adapta tem que ser perfeito e gosto muito pensar no processo e em cada detalhe e transmiti-lo aos meus colaboradores.
A Entidade Reguladora da Saúde iniciou uma espécie de regulamentação nesta área. As minhas óticas estão, de facto, inscritas na Entidade Reguladora da Saúde, mas este registo só incide sobre o consultório em si e, no fundo, estão mais preocupados com o pagamento. Não há ações de fiscalização, nem a quem se inscreveu nem a quem não o fez. Nós avançámos com isto por interesse próprio, mas ainda não apurámos as vantagens. Um exemplo de como funciona tudo de maneira deficiente ao nível estatal é que, no sentido de inverter a questão dos exames visuais para a renovação das cartas, que até aqui não eram feitos, estão a entregar esta responsabilidade às óticas, o que acho bem. Porém, as únicas óticas onde as pessoas se deviam dirigir seriam as registadas e não há essa exigência. E em relação ao flagelo da má visão na estrada, só se vai resolver quando essa causa for razão para as seguradoras se recusarem a pagar danos. E como se resolve esta problemática? É um flagelo. Deve-se alertar a população, claro, mas deve ser o governo a tomar medidas. É uma causa muito elevada de acidentes e só há preocupações em relação ao consumo de álcool. E o mesmo se passa com os óculos de sol e o efeito que têm na saúde. Se todos usam protetor quando expostos ao sol também se deveria aplicar o mesmo cuidado na proteção dos olhos. Eu acredito que isso tem a ver com o negócio que o produto representa. No caso das farmácias, que são quem vende os protetores da pele, hoje são quase o Santo Graal. O mesmo não se passa com as óticas, por causa do tal ruído que há e de informações erradas. O exemplo perfeito está no facto de nos óculos aparecer a informação que a proteção é de 100 UV e fica-se com a ideia que é 100 por cento. Na realidade são 100 nanómetros e proteção total só acontece até aos 400 nanómetros. Nas nossas óticas fazemos controlo de qualidade a todos os óculos, sem exceção, para perceber se realmente protegem. E acredite que já mandámos óculos para trás e de marca! Esse processo é feito peça a peça e é um dos fatores que nos distingue. Privilegiamos os nossos clientes.
fizesse tudo sob conceito de grupo, dificilmente ia conseguir manter os padrões de qualidade. Teria que mudar de segmento, o que para mim não faz sentido.
E com a concorrência, como lida? Temos cerca de oito óticas num raio de 100 metros! A nossa preocupação é sempre trabalhar pela nossa ótica em vez de nos preocuparmos como trabalham as outras. O ideal é ter bons óculos, muito boa qualidade e tratar os clientes como amigos. Desde que surgiu este boom de aberturas de óticas a minha preocupação foi afastar-me delas, porque ao abrangermos todo o tipo de produtos na mesma loja, confundimos os nossos clientes. Posicionámo-nos num target em que se as pessoas querem qualidade procuram-nos. É uma atitude nossa que a defendemos apesar do que se diz no meio. E quanto à cobrança das consultas de optometria? Cobramos, obviamente! O cliente tem que entender que a loja e o consultório proporcionam dois serviços completamente diferentes. Aliás temos pacientes e clientes, é uma distinção que fazemos. Às vezes temos litígios internos por causa disso, porque eu não sou muito comercial, ou seja, não vejo só dinheiro. Vejo sempre primeiro o interesse de quem está à minha frente. Tem mais óticas para além da Ótica Pacense. Tenho a Casa dos Óculos em Lousada, em que o meu irmão é sócio e tenho mais uma em Moçambique, onde a minha esposa viveu em criança. Ela contagiou-me com a ideia de Moçambique e, entretanto, apareceu a oportunidade de nos instalarmos lá. Fomos fazer o levantamento no local das necessidades e avançamos em 2009. E em África temos um papel social através de rastreios a doenças sérias como o tracoma ou cataratas, juntamente com oftalmologistas.
E se aqui a saúde já tem as suas questões, em Moçambique ainda mais. A diferença é que em Portugal já conseguimos ter uma medicina mais preventiva, mal ou bem as pessoas têm ideia que devem recorrer com alguma frequência ao médico. Lá há casos muito graves, há muita cegueira principalmente por causa das cataratas, tracomas, infeções das mais variadas que não sendo tratadas resultam em danos gravíssimos e muitos irreversíveis. Tem várias óticas. Nunca pensou criar um grupo sob a mesma marca? Não, embora as minhas óticas tenham o mesmo conceito. A questão é que se
Que futuro esperar para o mercado da ótica? Boa pergunta! Não estou a ver neste momento muitas alterações. As únicas que poderão surgir e condicionar a sustentabilidade das óticas será o desenvolvimento da ciência, mais ao nível das lentes intraoculares que surgem sempre mais perfeitas e com a promessa de substituírem as lentes oftálmicas. Mais do que concorrência e segmentos low cost estes são os verdadeiros desafios e já há soluções que estão na forja que, a saírem para o mercado, vão fazer mossa e não só para nós óticos, mas para a restante indústria. Teremos que inovar conceitos e apostar sempre mais na moda. Ainda há muitas pessoas que gostam de óculos e é aí que estará o nosso mercado.
Entrevista de Capa | 21 |
Está ligado a uma Optivisão que conhece agora novos contornos. A Optivisão está a dar passos na união das suas óticas e a trabalhar muito intensamente. O trabalho da Brodheim é duro, porque exige uma grande reestruturação mas acredito que o está a fazer no bom sentido. Eu liguei-me à Optivisão, porque…como explicar? Foi amor à primeira vista (risos). Faço parte da primeira vaga de “Optivisionários” e admito que fomos muito passivos até agora, porém estamos bem encaminhados e reconheço que o André Brodheim é um líder com muita garra e muito know-how.
Olhar em Português | 22 |
ExpoCECOP
15 anos festejados com novas estratégias A celebração da chegada da CECOP a Portugal fez-se entre companheiros de profissão, entre novos ideais e partilha de informações e muitos negócios. A ExpoCECOP, decorrida em plena Tróia de 7 a 8 de abril, serviu de palco para um balanço de 15 anos de trabalho intenso e para a promessa de novos voos para os próximos 15. A LookVision Portugal participou do momento e ouviu da parte dos diferentes líderes do grupo multinacional, nomeadamente, Jorge Rubio, CEO, Jean de Contades, diretor internacional e David Carvalho, country manager para Portugal, conquistas, aspirações e o panorama de um futuro que se assegura risonho para os associados CECOP. A serenidade da Península de Tróia foi o refúgio perfeito para o encontro anual dos óticos que contam com o apoio da CECOP. A adesão a este “desafio” foi um sucesso e confirma o momento positivo do grupo multinacional. As duas jornadas serviram para trocar ideias e fazer negócios com os fornecedores, ouvir os mais atualizados conceitos de gestão e vendas de oradores cuidadosamente selecionados e ainda expor conceitos, receios e inovações com os colegas de setor. No arranque da ExpoCECOP de 2018, a equipa do grupo chamou para o palanque de apresentações Rita do Ó Carreira, oradora motivacional com grande experiência da área de vendas, para dar visões e soluções para as vendas de hoje em dia. O mercado exige um novo olhar sobre os consumidores que o compõem e a adaptação é fulcral para quem quer continuar a operar. Aceite o Desafio: Vender Mais e Melhor tratou desta problemática de forma positiva
e inclusiva, deixando os óticos com novas filosofias para aplicar no dia a dia da sua empresa. E depois deste período de reflexão, os associados CECOP puderam conviver com os seus fornecedores preferenciais de forma descontraída e divertida. Aliás, à entrada da exposição das marcas, o som de Cuba ouvia-se intenso, proporcionado pela Prats e os sorrisos de todos os representantes dos restantes stands da Essilor, Hoya, Indo, Fibo, Marcolin, Safilo, De Rigo, Prooptica, F3M e DISOP convidaram os óticos a consultar as novidades de todos os produtos que compõem o quotidiano das lojas. No último dia, os temas levados para o centro da conversa entre óticos e CECOP focaram a inovação na ótica, no que diz respeito às práticas para fidelizar e conquistar clientes e as melhores soluções para a ótica independente. Todos os participantes puderam questionar, validar e até apresentar ideias num debate saudável e edificante.
A LookVision Portugal aproveitou esta reunião especial para se inteirar sobre este novo fôlego que a CECOP conquistou nos últimos anos. O segredo do sucesso está, claro, nas pessoas que vieram tomar este repto chamado CECOP e na absorção das mais disruptivas ideias sobre gestão. O ADN e a alma desta casa internacional que reúne já 22 anos de atividade no mundo prevalece intacto, com objectivo essencial no apoio aos óticos e na emancipação da saúde visual.
Jorge Rubio, Jean de Contades e David Carvalho em discurso direto
Porém sabemos que a CECOP em Portugal tem estado mais ativa. Houve alguma alteração? JR: De facto houve uma grande diferença nos últimos anos porque nos questionámos repetidamente como atingir o êxito. Chegámos à conclusão que só o conseguiríamos, criando uma equipa de especialistas profissionais. Afinal, as empresas são feitas de pessoas e é daqui que vem o sucesso, sem dúvida nenhuma, dos últimos anos e em Portugal especificamente. Atingimos uma equipa de gestão poderosa, com a figura de proa de David Carvalho
que está a trabalhar o mercado na perfeição. As pessoas têm feito a diferença, e claro, as equipas locais principalmente. E a eficácia tem sido tanta que extravasamos este modelo para outros países! E o que dizer e recordar destes 15 anos de CECOP em Portugal? JR: Houve grandes mudanças no mercado português, aliás o mundo mudou em geral! Apareceram novas tecnologias, novos meios de comunicação, novas formas de nos aproximarmos e também muito mais profissionalização em todos os setores, incluindo, claro, o setor ótico. Por isso, estamos num momento em que temos de dar um passo em frente, o que há 15 anos era complexo. Agora somos mais profissionais, mais especializados e entrámos numa economia mais colaborativa e ninguém, nem nenhuma equipa, por si só pode fazer tudo. Temos que captar colaboradores para chegar ao êxito. Temos que ter especialistas in house que nos ajudem a desenvolver o nosso negócio. Para o David foi um grande desafio assumir um projeto que já tinha raízes mas que, na prática, precisava de um novo recomeço? David Carvalho: O ponto positivo de recomeçar algo é que já há um ponto de partida, há uma base seja ela mais ou menos pequena, que dá suporte à atividade para podermos evoluir. A maior dificuldade passa por reunir os perfis certos para determinadas posições e isso leva tempo. Foi um ano e meio de desafios e que cada um foi pensado individualmente em que resolvê-los e atacá-los até alcançar uma posição. Muitas vezes há um trabalho de escritório
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Relativamente à CECOP Portugal, houve uma auto-renovação em dinamismo, com ações sempre mais apelativas para os óticos e para os parceiros de negócio. Este é o resultado de maior autonomia da equipa portuguesa ou é um esforço conjunto de Espanha e Portugal? Jorge Rubio: Realmente, a organização da CECOP é baseada num pensamento global, porém tem atuação local. Em todos os mercados em que estamos, que são já sete com Portugal em destaque porque foi o segundo onde nos instalámos, queremos que haja uma equipa que desenvolva o seu trabalho e esteja próxima dos associados de cada país. Portanto, não é tanto pela autonomia por país, porque somos todos uma grande equipa, na qual aprimoramos estratégias conjuntas. Um exemplo disso, é que a equipa de Portugal ajuda muitíssimo no desenvolvimento do mercado em Itália, pois tem uma especialização muito grande na gestão. É isto que nos dá força! Um grupo internacional desta natureza permite-nos aplicar práticas de cada país no resto dos mercados.
e com toda a certeza que vai agregar valor à indústria, à saúde visual e à ótica. É um modelo que não existe e é totalmente disruptivo.
•• “ U m g r u p o i n t ern a c io n a l d es t a n a tur eza pe r m i t e - n os a p l ic a r p rá t ic a s d e c ada país no r e s t o dos merc a d o s ” ••
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que tem que ser feito, em específico pensar onde estamos e por onde vamos e quando se começa a implementação dessa estratégia demora algum tempo até ser eficaz e ver-se os resultados e isso é sempre menos bom. Ainda não estamos onde queremos estar. E onde querem estar? Jean de Contades: Não temos objetivos anuais, mas sim a longo prazo. O primeiro foi constituir uma equipa de profissionais e especialistas. O segundo passou por definir os objetivos a médio prazo e como atingi-los e sabemos que temos que nos basear nas pessoas para conseguir isto. Os nossos propósitos também assentam na divisão da CECOP como comunidade e como entidade profissional. São duas realidades importantes que incluem e condicionam todas as nossas ferramentas e conquistas. Finalmente, temos os objetivos a longo prazo. Da mesma forma que começámos em Espanha há 22 anos, celebramos agora os 15 anos em português e com a experiência conseguida cremos no profissionalismo acima de tudo. Não queremos só vender um produto ou um serviço, mas sim oferecer ao setor soluções e profissionalização e um ar mais moderno e global, com consciência social e clínica da saúde visual. O consumidor não pode só ver na ótica um ponto de venda. Também tem que ver um profissional, um serviço, um apoio, um ponto encontro e isso dá muito trabalho. E como se concilia um trabalho que se quer local sob égide de uma multinacional como a CECOP? DC: Na CECOP é fácil. O que temos implementado é um comité de gestão internacional onde reunimos trimestralmente. Aqui cada um dos países apresenta as suas best practice e tentamos arranjar serviços que vão de acordo com essas práticas, ao mesmo tempo que avaliamos se se alinha com as necessidades locais. Portanto é uma equipa super profissional internacional que trabalha localmente.
JR: A reunião do primeiro trimestre fizemo-la há pouco tempo em Itália. Faremos o próximo encontro em Espanha, mas a do terceiro trimestre será em Lisboa, com todos os diretores mundiais a aportar na capital portuguesa. E o dinamismo crescente da CECOP Portugal já se traduz em aumento de associados? DC: Sim, durante 2017 e em relação a 2016, crescemos em número de associados cerca de 15 por cento e julgo que isso vai muito de encontro à nossa estratégia, claramente, direcionada para o crescimento. Este ano queremos manter esta tendência e isto vem da forma como o mercado começa a absorver as nossas ações e de como a CECOP está diferente com um valor que pode agregar ao ótico. Estas mudanças foram globais? JR: Celebrámos os 20 anos da CECOP em 2016 e conhecemos crescimento e desenvolvimento ao longo destas duas décadas. A questão é que quando o modelo de negócio e de associados funciona, acaba por causar algum comodismo, até que se chega a um ponto em que tem que se parar e analisar o que foi feito. Fizemos isso no 20º aniversário. Analisámos tudo profundamente, contratámos uma empresa, que nos ajudou nesta análise e em como inovar, e percebemos que o modelo de negócio que tínhamos era bom mas que tínhamos de acompanhar as mudanças à nossa volta para celebrarmos mais 20 anos de crescimento. O que aprendemos é que precisávamos de uma equipa de gestão forte e, por isso, começámos a evoluir na equipa que estava no centro da CECOP e a base foi estabelecida. Sabemos onde queremos chegar e temos um suporte sólido que nos permite cumprir com os nossos objetivos. Portanto foi uma mudança global, sem dúvida. E para Portugal, que objetivos têm a curto prazo? Qual o próximo passo? DC: Há um projeto piloto já em Espanha e vamos obviamente aplicá-lo em Portugal
Saberemos mais em breve. E quanto a esta ExpoCECOP, que expectativas foram cumpridas? DC: A ExpoCECOP é uma celebração da equipa CECOP com os óticos, para estarmos juntos, para alimentar o conceito de comunidade, que faz parte da nossa filosofia e celebrar uma tradição (estamos a apostar na criação de tradições). O foco principal e por onde queremos ir assenta em seguir uma filosofia de profissionalização. A ExpoCECOP de agora e do futuro vai ser sempre comunidade, profissionalização e tradição. Portanto, o setor pode contar com mais e melhor CECOP. JR: Devo acrescentar que embora tenhamos celebrado já 22 anos, que tenhamos mudado as equipas e que reunamos novos objetivos fortes, somos no “coração” a mesma empresa que começou em 1996. O ADN e os valores que nos movem diariamente são os mesmos. É uma empresa desde sempre inovadora, graças às pessoas que a compõem e pelo seu modelo vivo. Somos os mesmos hoje e damos valor ao mercado que precisa sempre mais de formação e desta profissionalização. JR: Na linha do que falámos, a CECOP aplaude o ótico/empreendedor pelo que este enfrenta num dia a dia complicado, no sentido em que tem que assumir uma tarefa enorme de ser optometrista, aquilo que a maioria estuda e são mestres nisso, e também empresário sem ter essa formação específica. São ainda consultores estéticos, porque vendem um produto que se usa na cara. Ou seja, o valor de um ótico/optometrista hoje é altíssimo e nós aplaudimos isso. A CECOP de forma humilde quer ajudá-los nestes três campos em que atuam, para serem profissionais num mercado e numa indústria cada vez mais especializados. E num ambiente tão amplo com tantas funções acumuladas, o ótico tem que se envolver numa economia colaborativa, com especialistas de várias áreas para trabalhar o seu negócio de forma eficaz.
Moss ao ritmo de Cuca Roseta
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A marca exclusiva da Optivisão ganha energia renovada ao associar-se ao glamour, romantismo e ritmo da fadista Cuca Roseta. Todos estes valores estão impressos em cada armação da nova coleção Moss, que se inspira na beleza das cidades transalpinas para conquistar os amantes de óculos. Cuca Roseta é a nova embaixadora da Moss Eyewear, associando-se na perfeição com os designs modernos e as linhas intemporais propostas pelos criativos da marca. Mulher moderna, ativa, dinâmica, que gosta de estar bem com a vida, ligada aos valores da família e que dá importância à sua saúde e ao desporto, Cuca Roseta é também cuidadosa na escolha do que veste e usa. Na Moss reconhece qualidades essenciais para proteger a sua visão e ter um look primoroso, como o da imagem de campanha onde aparece com o modelo Moss Roma II Silver 51. Esta que é uma das mais aclamadas e reconhecidas vozes do fado da atualidade, a nível nacional e internacional, proclama a qualidade da insígnia da Optivisão por todo o país.
Uma coleção mediterrânea Rebuscando na mais icónica criatividade italiana desenhos e pormenores, o novo conjunto inclui modelos no feminino e no masculino. Materializados em metal ou acetato completam-se nas lentes plenas de cor num espelhado atual e irresistível. Como acabamento de luxo, as superfícies decoram-se se cores terrenas e padrões tartaruga, pontilhados com detalhes em vermelho e azul. “A escolha da Cuca Roseta como embaixadora da marca Moss vem personificar os valores da marca, que tem como base uma imagem dinâmica, moderna, com um estilo cuidado, mas ao mesmo tempo descontraído e informal. Os modelos foram desenhados com elevada sofisticação, são amplos e coloridos. A saúde visual pode passar também por fazer escolhas inteligentes, nomeadamente no que diz respeito à relação qualidade-conforto”, explicou Sofia Aires, diretora de marketing do grupo Optivisão. O anúncio do novo rosto da Moss Eyewear vem reforçar o grande momento de viragem do maior grupo português de óticas em regime de franquia. A Optivisão anunciou recentemente uma nova imagem, que se foca no novo comportamento e atitude dos consumidores e nas suas diferentes necessidades e aspirações, conferindo-lhes um acesso à saúde visual de qualidade superior e deixando um legado no valor da visão dos portugueses. Com esta nova identidade visual e reposicionamento de comunicação, o grupo Optivisão quer reforçar a marca enquanto referência de qualidade e inovação em Portugal.
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Alberto Oculista alarga domínio a Viseu O grupo de génese madeirense e que veste a “camisola” Opticalia tem conquistado mercado no continente a “passos largos”. A mais recente conquista do Alberto Oculista tem sotaque viseense e abriu porta a 16 de março entre amigos, famosos e muita música. Ampla, luminosa e que convida a passear entre as últimas tendências em óculos é a descrição da nova Alberto Oculista em Viseu, mais precisamente, na avenida Alberto Sampaio. Imbuída do ADN que levou a marca nascida na Madeira a crescer e prosperar e em conluio com as estratégias incisivas da Opticalia, a equipa desta casa quer proporcionar aos viseenses um espaço de luxo. A loja estende-se por 400 metros quadrados e tem serviços e produtos vanguardistas que se adequam às necessidades da população da segunda maior cidade do centro do país. A excelente localização e um design fluído e convidativo completam esta novidade Alberto Oculista e ampliam a insígnia. Hoje o grupo já reúne 46 lojas, distribuídas por todo o território nacional e Espanha, nomeadamente Madrid.
Inauguração ao som da música Para marcar de forma festiva a nova conquista, a equipa do Alberto Oculista organizou um evento especial na mais recente loja, com um cocktail primoroso ritmado com a voz profunda do cantor Matay e ainda sob a sonoridade da bela Merche Romero, ao comando da cabine de som como DJ de serviço. Ainda a abrilhantar a festa estiveram os convidados famosos Adriano Toloza, Marta Cruz, Filipa Castro, Carla Baía, Flávia Moreira, bloggers e comunicação social. As entidades oficiais do concelho também deram o seu apoio, desejando um futuro brilhante ao novo Alberto Oculista. “O Alberto Oculista, ao entrar em Viseu, proporciona o maior portefólio de marcas
disponível na região e permite o acesso às suas próprias marcas exclusivas, como a Mango e a Pepe Jeans. Vem trazer a Viseu o melhor serviço em ótica, numa busca da melhoria da qualidade de vida da população através da saúde ocular. Prova disso é o serviço de óculos progressivos entregues em 24 horas, concorrendo com o tempo de espera médio do setor para este tipo de produto. Esta agilidade apenas é possível graças ao avanço tecnológico no processo de fabrico, aliado à precisão e qualidade dos materiais utilizados. Podemos afirmar que a Alberto Oculista quer alterar o paradigma no mercado da ótica em Viseu, onde para além de ter a maior e mais bonita loja de ótica, tem um serviço perfeito e a maior exposição de óculos de sol e graduados disponível na atualidade, garantindo sempre a melhor opção, tanto a nível de preços como de escolha. Representa um enorme contributo para a sociedade onde está inserida e para um futuro melhor de todos os viseenses e visitantes”, assegurou Miguel Caires, administrador do Alberto Oculista
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•• ” R e p r e s e n t a um en o rme con t r i bu t o pa ra a s oc i e dade on d e es t á i n s e r i da e pa ra um fut uro m e l h or de t o d o s o s vi s e e n s e s e v is it a n t es ” ••
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Olhar de Prata X Filipe Faísca
Provocação no rosto, romantismo no corpo
A Moda Lisboa dedicada à próxima temporada outono/inverno destacou um lançamento eyewear muito especial. A união criativa perfeita entre o criador Filipe Faísca e a equipa da ótica Olhar de Prata resultou no muito exclusivo modelo Senso. Na passarela, desfilaram exemplares destes óculos de sol irreverentes, completando as produções suaves e provocadoras do designer português. Fotos: Ismael Prata
À imagem do celebrado ícone da música, Prince, estes óculos de sol em edição muito limitada exibem as três lentes que “desenharam” o músico após o seu desaparecimento. Duas cobrem os olhos e a terceira fica entre as sobrancelhas, remetendo para o sexto xacra, ou centro de energia no corpo, associado a tantas tradições e fés. A partir desta premissa, Filipe Faísca e a equipa da Olhar de Prata - Icons of Fashion soltaram a imaginação e atreveram-se a “desfilar” uma peça marcante materializada em acetato italiano Mazzucchelli e moldado por mãos portuguesas cautelosas e experientes. “Estes óculos são uma forma de homenagear um visionário chamado Prince. Simbolicamente os óculos com três lentes materializam a ideia de proteção, da
intuição”, afirmou Filipe Faísca, para quem esta foi uma oportunidade de se entregar à “arte do indizível, à perfeição, ao belo, ao trabalho humano continuado…” O Senso só se repete em 20 armações que se desdobram em duas tonalidades: preto mate e em castanho Havana. Este Senso também reflete na perfeição o ADN da Olhar de Prata, que se vem afirmando no mercado pelo seu atrevimento na escolha de um portefólio de marcas vanguardista e original. Gerido pela segunda geração de uma família dedicada à ótica, este espaço em plena avenida da Liberdade lisboeta, não prescinde das mais recentes tecnologias e de uma equipa altamente qualificada, numa garantia de atendimento personalizado de excelência.
O “terceiro olho” sobre sensualidade e sentimentalismo A expectativa da audiência era grande quanto às propostas de Filipe Faísca e para aumentar este sentimento o desfile das suas criações para a próxima temporada fria começou com a imagem do melhor que há neste ramo: a costura manual. Imagens de costureiras a desenharem com exatidão o famoso bordado da Madeira serviram de ponto de partida à coleção 6 Sentido. Depois, sobre este palco primordial da Moda Lisboa esvoaçaram linho, seda e viscose completadas com a ousadia das meias Wolford e os sapatos da maison francesa Roger Vivier. Claro que, um espaço repleto de seguidores e curiosos da moda aplaudiram em pé mais uma apresentação de Filipe Faísca, questionando-se sobre os óculos que dominaram o rosto de todas as modelos que desfilaram na passarela e cujo atrevimento fraturante completou de forma exímia a candura e transparência das roupas. O silêncio final foi abruptamente cortado pela admiração dos presentes quando o designer e a sua assistente Fiilipa Térreo fizeram o seu desfile de consagração e nem aqui faltou o modelo do “terceiro olho”.
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“Foi com enorme satisfação que colaborámos com o Filipe Faísca, sem dúvida um grande desafio, algo que nós na Olhar de Prata adoramos!”, afirma o CEO da marca, Tiago Alves. O criador assinalou ainda que “é um privilégio trabalhar com parceiros como a Olhar de Prata, tão empenhada em fazer com que a moda portuguesa seja valorizada em todas as suas dimensões e onde os óculos ocupam um lugar de destaque”. A coleção Senso está à venda em exclusivo em qualquer loja Olhar de Prata e no atelier Filipe Faísca.
•• ” Es t e s óculos são uma form a de h o menagear um visionár io chamado P rin ce. Simb olicam ente os óculos com t rês lentes materializ am a ideia de p ro t e ção, da intuição” ••
Nova loja em Arouca sob a insígnia MultiOpticas O mais recente espaço abriu portas a 17 de março em Arouca. A loja envolve-se de um conceito moderno e tem uma área total de 100 metros quadrados. A franquiada Cristina Picotês é a responsável pela área comercial que proporciona à população local cuidados de saúde visual, através de consultas de optometria gratuitas, bem como uma extensa variedade de armações e óculos de sol, lentes oftálmicas e de contacto que a MultiOpticas disponibiliza na sua rede de lojas.
MultiOpticas Olhar em Português | 32 |
A favor das crianças O grupo de óticas associou-se à Câmara Municipal da Ribeira Grande, nos Açores, para proporcionar uma ação de responsabilidade social a 60 crianças, jovens e respetivas famílias da Casa do Povo. A despedida do segundo período de aulas preencheu-se com uma Feira dos Sorrisos e a tradicional e divertida caça aos ovos da Páscoa, no passado dia 23 de março. Há muito que a Casa do Povo queria dar aos seus protegidos esta festa e a MultiOpticas colaborou, oferecendo presentes. Entre computadores e material pedagógico e didático, telemóveis da IKI Mobile e guloseimas da Gorila, os representantes do grupo de óticas viveram a alegria dos presentes e garantiram a saúde da crianças do ATL com rastreios durante todo o dia. Na iniciativa marcaram presença o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, o CEO da GrandVision Portugal, Rui Borges e o presidente da Casa do Povo da Ribeira Grande, Albano Garcia. A Casa do Povo da Ribeira Grande é uma Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos, que apoia cerca de 60 crianças para garantir o seu desenvolvimento integral até aos 12 anos de idade. Neste espaço dá-se apoio na área da saúde e na educação, facultando espaços lúdicos, centros de formação e atividades de caráter social, cultural, desportivo e recreativo. Recentemente, formou o Grupo Folclórico
Infantil que já participou em vários festivais e que foi convidado de honra neste evento com uma atuação brilhante. “É um prazer enorme estar aqui. É sempre um motivo de orgulho associarmo-nos a estas iniciativas. A GrandVision realiza muitas ações de responsabilidade social e só aqui nos Açores já realizámos três. Enche-nos o coração, a mim e a todos da equipa que já somam quase 1000 em Portugal. Desta forma, procuramos fazer algo junto das comunidades onde estamos presentes”, declarou Rui Borges. Albano Garcia também reconheceu a alegria do evento para a Casa do Povo e agradeceu à GrandVision Portugal e à Câmara Municipal da Ribeira Grande por escolher a instituição que preside. “O nosso sincero obrigado. Tudo isto é para ser utilizado pelas crianças e é um importante contributo de apoio para as atividades lúdico-pedagógicas que o ATL da Casa do Povo quer desenvolver em áreas como a educação, formação e saúde.
“São 14 anos de um percurso gratificante que se torna mais fácil através do apoio da MultiOpticas. Tendencialmente, prefiro localidades com um índice populacional mais diminuto, onde existe a possibilidade de criar uma relação próxima com os comerciantes locais, mas também, e principalmente, com os clientes. Acabamos por conhecê-los pelo nome, estabelecendo uma relação de confiança e amizade, característica abrangente à marca”, sublinhou Cristina Picotês que com esta loja inaugura agora a sua sexta franquia MultiOpticas, seguindo Pombal, Cantanhede, Vale de Cambra, Ílhavo e Coimbra.
•• ”A Gr andVision r ealiza muitas ações de r esponsabilidade soci a l e só aqui nos Açores j á r ealizámos três. Enche- nos o cor ação, a mim e a todos da equ i p a que já somam quase 1 0 0 0 em Por tugal” ••
“Os óculos de sol devem ser comprados consoante a sua finalidade porque a radiação solar não é toda igual. O uso de lentes polarizadas, por exemplo, é muito importante não só devido às radiações solares como às radiações refletidas. Apesar das radiações no inverno serem mais fracas, o que acontece é que o sol se encontra mais baixo, logo estamos a recebê-las na totalidade e diretamente nos olhos, por esta razão deve-se usar óculos de sol no inverno para prevenir danos no globo ocular.”
Temporada quente traz Sara Matos A festa anual Sun Event promovida pela Solaris reuniu a imprensa e inlfuencers para abrir oficialmente a nova estação. A marca especialista em óculos de sol no universo GrandVision expôs as mais recentes tendências em eyewear e deu espaço a duas palestras essenciais desenvolvidas por peritos importantes nas áreas da ciência e da moda. Claro que no centro do evento esteve a artista bem conhecida da televisão, Sara Matos, que se assume como o rosto da Solaris. ideias sobre desenhos e formatos em óculos de sol e revelar algumas das melhores marcas icónicas do eyewear neste segmento. Claro que, os convidados esperavam ansiosas pela novidade anunciada e Sara Matos esteve à altura. Atriz e modelo de nacionalidade portuguesa, Sara Matos iniciou a sua carreira em 2007. Com apenas 28 anos já trabalhou em televisão, música, cinema e teatro. A moda tem grande importância no seu percurso profissional e a prova disso está neste convite da Solaris.
O Tejo como “quadro” e um convívio de luxo marcou o Sun Event de 2018, que aconteceu a 19 de março, no restaurante Monte Mar de Lisboa. Foi a forma original da GrandVision marcar a entrada na estação do sol e nada melhor do que partilhar
Saúde e moda pela voz de especialistas No palco de apresentações destacou-se também Manuel Dias Coelho, diretor da revista Máxima, com um discurso sobre o papel dos óculos de sol na moda. Jorge Jorge, investigador e professor no departamento de Física da Universidade do Minho protagonizou um esperado alerta para a importância deste acessório na proteção visual dos raios UV.
Em relação às crianças, Jorge Jorge sublinhou que “devem usar óculos de sol por causa do diâmetro pupilar. A pupila abre e fecha consoante a quantidade de luz que nós estamos a receber. As crianças estão mais expostas à radiação porque o cristalino é muito mais transparente e ainda “não filtrou nada”. Sendo assim, a radiação passa na totalidade”. Solaris: a marca do sol A iniciativa Sun Event está ligada à aposta nos óculos de sol da GrandVision e reforça a comunicação da Solaris assente na máxima The Ultimate Sunglass Colection. Neste espaço privilegiado com loja stand alone ou corner das GrandOptical e MultiOpticas, a GrandVision garante que os consumidores acedem aos mais recentes lançamentos em óculos de sol e que estão nas mãos de verdadeiros especialistas deste segmento. A Solaris está presente em mais de 40 países com mais de 5000 pontos de venda e dispõe das maiores marcas, dos mais renomados criadores, mas também das insígnias exclusivas Solaris.
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Solaris
Vimax Sun & Sport
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O sol assinado pela tecnologia Prats A fabricante de lentes oftálmicas presenteia o mercado com uma oportunidade única de usufruir do sol. As tecnológicas Vimax Sun & Sport são o mais recente gesto protetor da Prats para com os olhos e revestem-se ainda de um estilo arrojado e pleno de cor. Ninguém melhor que a intensa cantora cubana, Lucrecia, para difundir os ideais enérgicos e irresistíveis das novas lentes dedicadas ao sol. A Prats demonstra o seu poderio tecnológico e de inovação com as novas Vimax Sun & Sport, fruto de pesquisas atentas às necessidades visuais dos presbitas e de métodos de fabrico de última geração. Uma visão de longe e intermédia límpida, independentemente da graduação ou da armação escolhida, mesmo as muito curvas, é a certeza que a Prats dá a todos os usuários de óculos de sol. Para completar toda a precisão visual que as Vimax Sun & Sport possibilitam, nada como um estilo que atrai atenções, graças a cores bem estudadas e sensitivas entre as opções de espelhado, degradé ou monocromático. Vimax para todas as medidas As Vimax Sun & Sport adaptam-se na perfeição a todos os momentos da vida dos presbitas. No caso de um adepto da vida desportiva, a Prats recomenda o uso das Sport Polar. Eliminam o deslumbramento por reflexo de qualquer superfície, seja água ou neve, reduzindo substancialmente a fadiga ocular. Neste segmento existe ainda a versão Sport Photo Polar que combina todas as vantagens do filtro polarizado com as do controlo de luz dinâmico.
Por sua vez, as Sport Trex são leves e super resistentes. Fabricadas em material Trivex, caraterizado, precisamente, pela sua resistência, são ideais para quem pratica desportos intensos de ação. Estão também disponíveis como Sport Transitions Trex com controlo de luz dinâmico. Para os condutores diários, as Vimax Sun & Sport incluem as Drivewear. Estas lentes fotocromáticas e polarizadas adaptam-se às mudanças de luz, em intensidade e cor, mesmo dentro do veículo. Com pouca luz num dia nublado, são de cor amarelo esverdeado o que aporta luminosidade. Com sol e dentro do carro, mudam para castanho acobreado para controlar a intensidade da luz e evitar o encandeamento. Finalmente, debaixo de sol intenso no exterior, escurecem para castanho avermelhado para filtrar o excesso de luz e oferecer a máxima protecção contra o brilho e os raios UV. A versão Sport Photo Orange/Cooper são
também lentes fotocromáticas em Trivex e apontam aos usuários que precisam da máxima precisão visual, aumentando o contraste da imagem. Adaptam-se à luminosidade intensa de cada situação, através da sua capacidade fotocromática, oferecendo o máximo conforto e protecção ideal para cada situação de luz e variando a sua tonalidade de um tom médio para um tom escuro. Um toque final de luxo A Prats dá a possibilidade aos usuários das suas Vimax Sun & Sport de personalizarem as lentes de acordo com os seus hobbies ou afetos. O Iconic Touch é o conceito que permite gravar numa ou nas duas lentes um nome ou símbolo que se quer ver nos óculos. No site vimaxsun.com pode-se testar esta funcionalidade digitalmente e se não se encontrar o símbolo de eleição, basta pedir na ótica que a Prats trata do resto sem custos adicionais.
Alcon Vision Care
Student Academy: edificar a formação em lentes de contacto
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A academia dos futuros optometristas portugueses teve nova edição e, em 2018, apontou também, pela primeira vez, aos alunos da Universidade da Beira Interior. Os estudantes dos cursos de Optometria e Ciências da Visão iniciam assim a abordagem à contactologia com o contributo valioso da Alcon Vision Care.
A Student Academy é a jornada intensa de conhecimentos na área das lentes de contacto que a Alcon proporciona a estudantes da sua área de conhecimentos. A Universidade do Minho tem sido a visada desta iniciativa, mas em 2018 o fornecedor de lentes de contacto abriu também a oportunidade para a Universidade da Beira Interior (UBI). O dia de formação começa cedo e com a apresentação de todas as divisões da Alcon, nomeadamente, a Vision Care, a Surgical, o Instituto Alcon e a Technical Services. Os alunos conheceram a empresa na sua globalidade, desde a origem, passando pelo seu percurso até à organização das diferentes divisões. Durante a tarde foi o período de experiências que incluiu a primeira vez com lentes de contacto. Aqui aprenderam a manusear, colocar, retirar e cuidar as lentes de contacto. Houve ainda a oportunidade de experimentar o Wet Lab, onde dissecaram olhos de porco, utilizando todos os equipamentos disponíveis no laboratório. O sucesso do Student Academy tem prevalecido graças à intervenção e colaboração dos elementos que dinamizam todas as divisões da Alcon. Nesse dia, todos se unem para da melhor forma transmitirem aos alunos a missão e valores da empresa. As universidades em discurso direto “É convicção do Grupo de Docentes em Contactologia e da Direção de Curso da Licenciatura em Optometria e Ciências da Visão (OCV) da Universidade do Minho
(UM) que a formação dos seus alunos deve ser contínua, completa e abrangente. Para completar e potenciar toda a formação académica dos seus alunos, muito nos orgulha manter estreitas relações com o tecido empresarial em Portugal na procura constante das melhores estratégias e oportunidades de formação e aprendizagem mútua. Desta, os alunos de Contactologia da licenciatura em OCV da UM, usufruíram de mais uma oportunidade de formação nas instalações da Alcon, no Tagus Park, em Porto Salvo. Foi um dia de formação intenso, completamente dedicado à formação em lentes de contacto e anatomia ocular, com uma recepção calorosa e profissional por parte de toda a equipa Alcon. Tirando partido das excelentes instalações dedicadas à formação do Instituto Alcon, a manhã foi devotada à história da Alcon, a sua presença e impacto atual no mundo da visão e a apresentação do Instituto Alcon como estratégia e lugar de formação contínua, não apenas para os ainda alunos de OCV, mas também para os profissionais presentes e futuros de OCV. Durante a tarde, os alunos
de Contactologia tiraram partidos das excelentes instalações do WetLab onde puderam explorar o globo ocular animal, as suas propriedades e particularidades, para além de ficarem a conhecer as especificidades de alguns tipos de lentes de contacto e correspondentes líquidos de manutenção ocular, e de poderem experimentar diversos tipos de lentes de contacto, experiência esta que, para alguns dos alunos de Contactologia, foi a primeira vez. Foi sem dúvida uma experiência construtiva e benéfica para todos os alunos, que, uma vez mais, com o apoio dos parceiros empresariais, procura o Grupo de Docentes em Contactologia e da Direção de Curso da Licenciatura em OCV da UM dar uma oportunidade de formação diferenciada aos seus alunos. Por essa oportunidade, resta-nos agradecer à Alcon toda a disponibilidade, informação e profissionalismo demonstrados.” Francisco Brardo (UBI) “A interação entre a universidade e as empresas constituí um suporte importante na formação dos futuros profissionais. No caso particular da OCV, e sendo esta uma profissão de saúde, dedicada à prestação de cuidados primários, a partilha de opções e soluções por parte das empresas do setor constituí, sem dúvida alguma, uma mais valia não só para uma formação profissional mais sólida, como também para uma visão mais abrangente do potencial da profissão de Optometrista. A perceção dos alunos da importância destas parcerias traduziu-se num saldo francamente positivo. Foi possível constatar a satisfação através dos comentários assertivos sobre os assuntos abordados durante o dia da visita às instalações da Alcon. A vertente teórica, palestrada pela manhã com a consequente aplicação prática pela tarde permitiu, aos participantes uma maior consciencialização da necessidade de um know-how forte e abrangente tão necessário nesta profissão e em particular no campo da contactologia.”
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Zeiss Garantia de proteção total UV em todas as lentes A Carl Zeiss Vision responde às premências mais atuais dos consumidores com o tratamento inovador UV400. Para além da clareza, resistência e qualidade superior com que a Zeiss já habituou o mercado, esta novidade acresce todas as lentes orgânicas da marca com proteção total contra os raios ultravioleta. A casa alemã tem apostado na revolução do setor com lançamentos adequados às mudanças dos estilos de vida. Como porta-estandartes estiveram as lentes de uso diário otimizadas para a condução, Zeiss DriveSafe, em 2015, o seu portefólio de progressivas Precision, que apoiam o sistema visual no novo ambiente digital, em 2016, e as Zeiss EnergizeMe, as primeiras lentes desenhadas especificamente para usuários de lentes de contacto, em 2017. A aposta atual da investigação e desenvolvimento da marca alemã assenta na prevenção e saúde ocular. A consciência dos usuários de óculos em relação aos perigos da radiação UV para os seus olhos está sempre mais apurada, mas ainda falham nas medidas adequadas para protegê-los, talvez porque pensam que a proteção só é necessária quando a luz solar é intensa. Na realidade, a radiação UV está omnipresente ao longo do dia, inclusive quando não se está exposto ao sol direto ou quando está nublado. Apontando a esta questão, a Zeiss dá um passo em frente e, a partir de junho de 2018, todas as suas lentes oftálmicas orgânicas contam com uma proteção UV até os 400 nanómetros, que vai além dos parâmetros estabelecidos hoje no setor. A radiação UV danifica o olho e pode acelerar o seu envelhecimento, provocando cataratas e ainda danos na retina e cancro na pele. A proteção 100 por cento UV400 reduz o risco mediante a aplicação de tecnologias inovadoras tanto no material da lente como nos tratamentos que as completam.
Análise Visual do século XXI Outra novidade que a Zeiss garante ao setor é uma solução que traz valor acrescentado ao serviço do ótico e do optometrista, utilizando as novas tecnologias em prol do relacionamento entre especialista e paciente. No centro da inovação está o i.Com Mobile, uma aplicação versátil e intuitiva para iPad, que acompanha e torna visível e compreensível para o paciente todo o processo. Esta ferramenta está ligada a um servidor de grande capacidade que armazena, no mesmo local, os exames e medições dos equipamentos que compõem o ecossistema Zeiss i.Com Mobile, homogeneizando o fluxo de trabalho na ótica, independentemente de quem o desenvolva. Ou seja, poupa-se tempo, eliminam-se erros e ligam-se a anamnese, a refração objetiva e subjectiva, a eleição da armação, o respetivo ajuste e a seleção das lentes personalizadas.
Queremos que esteja connosco e que seja como nós Como acreditamos que é importante ser você mesmo, nós acompanhamos-o com as melhores ferramentas para que triunfe sem renunciar ao que é. Por isso queremos que esteja connosco e que seja você mesmo.
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que o consumidor está mais informado e exigente, tem mais opções e que a lealdade, isto não só na ótica, obviamente, baixou muito. Portanto, o ótico tem que ter mecanismos e ferramentas que façam não só atrair os novos consumidores, sobretudo os mais jovens, como manter e fidelizar os que já têm. O que constatámos é que um consumidor que vai a uma ótica passa possivelmente 50 a 60 por cento do tempo a escolher a armação, depois 25 a 30 por cento do tempo a fazer a refração e/ou outro tipo de exame visual e, depois, sobra ali um bocadinho para falar sobre lentes, quando no fundo a primeira razão da visita foi a necessidade de compensação/correcção, só possível através das lentes. Este paradigma está mudar e tem que acelerar ainda mais, pois o valor acrescentado do ótico deve focar-se ao nível da saúde visual e dos conselhos profissionais que dá.
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Gonçalo Barral, Inês Moura e Margarida Barata
Essilor: um parceiro de futuro
A estratégia de 2018 já está lançada e aponta para a continuidade do sucesso e da inovação com que a Essilor dota o mercado. À Lookvision, a equipa da Essilor Portugal representada pelo diretor geral, Gonçalo Barral, pela diretora de marketing, Inês Moura e pela diretora de saúde visual, Margarida Barata, falaram de um programa ambicioso que visa dotar os óticos seguidores da Essilor de ferramentas de conhecimento e marketing para fazer face aos desafios do mercado. Fotos: Hugo Macedo
A chegada do Gonçalo Barral à Essilor marcou uma nova etapa para a empresa em Portugal. Gonçalo Barral: Cheguei à Essilor em 2015. Eu estava fora de Portugal quando me apresentaram o projeto e mal o vi “comprei-o”. É realmente interessantíssimo integrar uma empresa como a Essilor no nosso mercado, com estas instalações incríveis em Rio de Mouro. Aceitei esse repto e ainda bem que o fiz. Era um mercado que até 2008/2009, tinha estado em crescimento natural e chegou a um ponto em que não só não crescia, como decrescia em termos de valor. Começaram a aparecer soluções no mercado que faziam parte desse cenário, nomeadamente, produtos em promoção permanente ou óticas que surgiram ou transformaram-se naquilo a que hoje chamamos, comummente, low cost. Ou seja, toda a parte estratégica da Essilor de
olhar para o mercado e propor soluções de qualidade, serviço e inovação, obviamente, que tiveram que ser reeditadas, mantendo, claro, a nossa filosofia primordial, mas tendo que transformar a mensagem de como chegávamos tanto ao ótico como ao consumidor. Voltámos à televisão em 2015, ausentes desde 2008/09, e incentivámos os óticos a fazerem outro tipo de promoções, como por exemplo, a campanha de segundo par de qualidade, que lançámos com proposta de valor em que as segundas lentes serviam para outro tipo de atividades. Enfrentámos as soluções de futuro como o fazemos também hoje. E que mudanças pode apontar ao mercado? GB: O que está efetivamente a mudar no mercado é que o próprio ótico, e refiro-me mais ao ótico independente, apercebeu-se
Inês Moura: Acrescento que o investimento publicitário tem vindo a aumentar muito na ótica. Falamos de um acréscimo de 50 por cento desde 2015. 90 por cento destas mensagens que o consumidor final ouve são promocionais e isto muda o paradigma do mercado. Portanto, o consumidor olha de outra forma para o mercado da ótica e coloca questões que antes não colocava, como quanto é que custa uma lente, quanto custa uma armação e quanto valem juntos e porquê, qual o benefício e valor acrescentado desta lente em relação àquela, entre outras. Daí a formação e educação serem essenciais nesta altura. O consumidor tem uma noção de quanto é que custa o produto que está a comprar mas não o valoriza o suficiente e não dá valor à saúde visual. E isso está refletido nesses tais 10 por cento em que se debruça sobre as lentes na ótica. O nosso trabalho passa primeiro por valorizar os produtos e serviços vendidos na ótica (valor é diferente de custo) e por sensibilizar o consumidor para a saúde visual, apresentando produtos com os benefícios explicados de forma clara. Nos últimos anos estudámos a viagem do consumidor, o que pesquisa antes da compra na internet, a quem recorre para os cuidados primários, que tipo de exames se efetuam e, finalmente, qual o percurso dentro da loja e quais os objetivos e objeções. Tudo isto ajuda-nos a compreender de que forma podemos comunicar de forma eficiente e a apoiar o ótico a passar a mensagem de valorização dos produtos que tem em loja. De que forma chegam aos óticos. IM: Temos um plano de formação anual do qual a Margarida Barata é responsável. Para além disso temos os road shows para garantir que vamos por todo o país a explicar determinados produtos e técnicas de
venda. Adicionalmente, as nossas equipas no terreno passam as informações que focalizamos por trimestre, em regime diário. IM: Queremos ajudar o ótico na “conversa” com os seus clientes através das nossas campanhas de televisão e no digital. Em cada campanha disponibilizamos aos nossos parceiros materiais para que possam divulgar nas suas redes sociais, em outdoor e aproveitamos para que essa informação passe para além dos meios nacionais.
E como são as formações? Margarida Barata: Preparamos e ministramos, aos nossos parceiros, formação sobre os produtos Essilor (fundamental para acompanhar a forte dinâmica de inovação, em cada ano), mas também em outras áreas de competência: a área comportamental, as vendas, a gestão das equipas, a área técnica, a fisiologia ocular, a gestão financeira e o marketing. Presentemente, disponibilizamos um conjunto de opções de formação que têm como objetivo ajudar o ótico a ultrapassar os diferentes desafios com que se depara. Sabemos que no mercado da ótica oftálmica existem excelentes profissionais a nível técnico, mas que por vezes carecem de apoio no modo de gestão das suas equipas e na sua motivação, na gestão do tempo, na gestão logística.
A Essilor transcende o seu papel central. IM: Não somos apenas fornecedores de lentes, somos parceiros. Todo este acompanhamento no terreno, no fundo serve para apoiar os óticos e, eventualmente, também nos ajuda a nós. Em 2017 criámos inclusive um programa chamado Vision Leaders em que focamos um grande investimento nos nossos principais parceiros. Daqui partilhamos informação sobre o consumidor, plano de formação e ferramentas para se diferenciarem no mercado. GB: De referir ainda que a Essilor tem a certificação da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) o que nos obriga a ter uma qualidade de formadores muito boa e dá-nos credibilidade perante o ótico. Há 15 dias foram galardoados com o prémio Produto do Ano com a Varilux X series. Significa a “colheita” dos resultados destas estratégias? IM: Para nós significa receber o reconhecimento do consumidor por sermos uma marca altamente tecnológica e estarmos no topo da inovação. A Variluz X Series é isso mesmo, uma inovação que era neces-
sária no campo as progressivas. E, de facto, este prémio é um grande reconhecimento, porque são seis mil consumidores que dão esse aval e reconhecem o papel da Essilor. Que estratégias e desafios se impõem nos próximos tempos? GB: O que o mercado pode esperar da Essilor, com transparência, passa por tudo o que temos dado até aqui que culmina na liderança do mercado. E temos a responsabilidade de, juntamente com os nossos parceiros óticos, continuar a impor essa inovação ao nível do produto e serviço no mercado. O mercado nesse sentido pode contar connosco e também, obviamente, com uma grande solidariedade para com os óticos que trabalham com a Essilor e que querem continuar o compromisso com a saúde visual. A saúde visual é a grande mensagem. MB: Dentro desta premissa da saúde visual persistem vários desafios importantes para nós, incluindo a divulgação e materialização da missão da Essilor: melhorar vidas, melhorando a visão. Há muito a fazer na área da prevenção visual, da proteção ocular e também da compensação ótica, uma vez que se estima que cerca de 10 por cento da população portuguesa ou não está corrigida ou está mal corrigida. Temos equipas no terreno que se dedicam, em exclusivo, ao rastreio visual qualitativo da visão e que sensibilizam, anualmente, vários milhares de indivíduos, de todas as idades, de diferentes áreas e profissões, para a necessidade do cuidado primordial da visão, sendo muitos os casos graves com que se deparam… com o desconhecimento completo de quem é afectado. Se pensarmos na visão e condução, não havendo, de momento, dados estatísticos portugueses e baseando-nos na informação internacional do Vision Impact Institut, 23 por cento dos condutores têm problemas de visão não compensados, e relativamente aos acidentes de viação, 60 por cento podem estar associados a uma má visão.
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GB: A comunicação tem dado os seus frutos, porque a notoriedade da Essilor ronda os 86 por cento, assim como da marca Varilux. Esse trabalho temos que continuar a fazê-lo. E se antes o fazíamos para divulgar a marca e os seus valores, hoje evoluímos para também divulgar e consciencializar o consumidor não só dos benefícios da marca mas os cuidados que o consumidor tem que ter com os seus olhos, ao escolher a sua marca das lentes e também a sua ótica.
Próxima temporada dá brilho às lentes Na marca de óculos de sol por excelência as celebrações estão ao rubro, acompanhando a aproximação dos dias quentes. No centro desta “festa” está o lançamento do mais avançado material de lentes com ou sem prescrição, o MauiBrilliant. Este desenvolvimento revolucionário da Maui Jim conjuga o melhor de dois mundos: o novo laboratório na Alemanha havaiano e uma promoção irresistível junto do consumidor final para disseminar a certeza de que estas são as lentes do momento. Através da mais avançada tecnologia em lentes, as novíssimas MauiBrilliant propõem levar o paradigma da visão perfeita para outro nível, com uma clareza próxima daquela proporcionada pelo vidro e quase dobrando a das tradicionais lentes em policarbonato. Tudo isto combinado com a aclamado tecnologia PolarizedPlus2. As MauiBrilliant garantem o fim dos reflexos, a absorção de 95 por cento da luz visível de alta energia, ou luz azul/violeta e o bloqueio de 100 por cento dos raios nocivos UV, todas estas vantagens enquanto impulsiona a força das cores a patamares incomparáveis. Para além da superioridade em clareza e tonalidades intensas, MauiBrilliant é ainda o mais leve material jamais produzidas até à data, segundo a Maui Jim, quase um terço do peso das tradicionais. E a esta leveza, a marca dedicada ao sol acresce níveis
ultra-elevados de resistência ao impacto e aos riscos, assinalando com toda a pompa o maior desenvolvimento em lentes da empresa. MauiBrilliant é, sem dúvida, o material preparado para prescrição mais leve e mais límpido disponível no mercado, assim o assevera a Maui Jim.
Ao vivo a partir de Braunschweig A marca norte-americana anuncia que, durante os próximos meses, o seu laboratório europeu ganha vida. Em Braunschweig, na Alemanha, a construção das infraestururas automatizadas e estado de arte dão novo fôlego ao fabrico de lentes na Maui Jim. Este espaço está pensado para exceder os mais altos padrões de qualidade e garantir que cada encomenda feita na Europa será fabricada com elegância, prontidão e maior proximidade destes consumidores especiais. Para introduzir todo este dinamismo entre os consumidores, com todo o apelo da moda e capitalizando todas as oportunidades da próxima temporada, a Maui Jim apresenta um pacote promocional para brilhar em todas as óticas. Ame-os ou Devolva-os é o mote que precede esta oferta e permite aos amantes dos óculos experimentar lentes de prescrição Maui Jim, durante 60 dias, sem riscos associados. Se não satisfazer todas as expetativas do cliente, está garantida a devolução total do montante investido quando devolver as lentes.
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Maui Jim
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A sustentável beleza de Katharina Austríaca de nascimento mas global por vocação, a Andy Wolf nasceu da vontade de três idealistas que queriam dar um crivo mais humano e feliz à produção de eyewear . Entre eles estava Katharina Plattner, designer para quem o bem-estar do utilizador dos seus óculos vale mais do que a mais vanguardista peça de design. Legado, sustentabilidade e beleza foram alguns dos temas da agradável conversa que mantivemos com o lado feminino da Andy Wolf. Texto: Fernando Gonçalves
O seu lema de vida é algo como “só vives uma vez. Não sonhes a tua vida, vive os teus sonhos”. Vive o sonho? O design é a minha paixão e a Andy Wolf é o meu primeiro bebé. Acho que sou uma pessoa bastante afortunada por ter esta vida fantástica e poder fazer o que realmente gosto. Como é que nasceu o projeto Andy Wolf e como se envolveu em tudo isto? A Andy Wolf já conta onze anos, é um bebé grande. Quando começámos, não queríamos que a nossa linha de produção se assemelhasse àquelas fábricas na China onde os trabalhadores passam horrores. Queríamos uma produção segundo os padrões austríacos, algo que se enquadrasse numa vivência feliz. Acho que isto foi a ideia base por detrás do nascimento da Andy Wolf. Estava em visita de trabalho a Hong Kong e à China e vi o tipo de produção que por lá se fazia. Foi então que percebi que tinha que criar algo melhor no meu país.
Recentemente referiu que o design austríaco está a conquistar um lugar mais relevante no mercado mundial de eyewear. O que é que o torna tão cativante? A Áustria é reconhecida pelo design e produção de óculos graduados e de sol. Robert La Roche, uma grande influência no mercado, é austríaco. Temos uma longa tradição, uma boa produção e um “bom olho” para fazer eyewear de grande qualidade.
Mas é possível atingir o equilíbrio de que falava? É fácil criar uma peça, simultaneamente, única e vendável? Deveria ser fácil (risos). Faz parte do meu trabalho tornar as pessoas mais bonitas, quero que fiquem mais belas com os óculos e não o contrário (risos). O objetivo deste trabalho passa por oferecer óculos graciosos que façam com que as pessoas sintam que têm o look que desejam. O eyewear deve ajudar a revelar personalidades. Não tem a ver com mais ou menos cor ou com um design mais ou menos vanguardista. É, somente, o desejo de tornar as pessoas mais confiantes. Então é essa a sua inspiração, a base do seu design? Sim, é isso que procuro. Nada me dá mais satisfação do que, ao andar na rua, ver as pessoas com óculos Andy Wolf. Conheci uma senhora que tinha muitos óculos de sol mas que me confidenciou que quando usava os Andy Wolf sentia-se muito sofisticada, muito senhora de si. É para isso que trabalho todos os dias, fazer as pessoas felizes. O design até acaba por não ser o mais importante. O essencial é que o eyewear preencha as pessoas, que as sirva. Desenhamos e concebemos os protótipos,
fabricamo-los à mão, no entanto o mais importante é a ergonomia. Se, ao experimentar um modelo nosso, o consumidor se sentir confiante, isso é fantástico. Aquando do nascimento da Andy Wolf disse que a ideia era criar um eyewear mais personalizado, natural e familiar. Onze anos depois conseguiram-no? Acho que estamos no bom caminho. Acredito que quando se alcança o objetivo proposto, deixa-se de ser criativo e de ter sucesso. É um longo caminho, espero, e nós gostamos de o percorrer. Uma das grandes tendências atuais no setor do eyewear é a miscigenação de materiais. Como é que na Andy Wolf encaram isto? Adoramos misturar materiais. Temos duas fábricas em laboração, na França e na Áustria, o que nos permite conceber um grande número de testes e protótipos. Pessoalmente, adoro misturar o metal com o acetato. Que análise faz do momento atual no setor da ótica? Estão a operar-se muitas mudanças. O mercado de compra online está a tornar-se cada vez maior, o que acho uma pena. Ir às compras é uma espécie de evento. Vamos a uma loja e temos alguém com quem interagir, pessoas que nos servem café, que nos tratam bem. No online não é a mesma coisa. Estão a surgir cada vez mais marcas independentes, mais designers. Será este o futuro? O mercado de marcas independentes será maior do que o das marcas comerciais? Isso seria fantástico mas ainda não passa de um sonho. No momento é mais uma espécie de vai-e-vem. Aparecem umas, desaparecem outras. Dê-nos uma razão para que um consumidor deva comprar uma das suas peças? Se é alguém que se preocupa com a proteção do meio- ambiente e com o bem-estar das restantes pessoas, então, isso deve ser expresso através do investimento num produto manufaturado na Europa e não num fabricado na China. Se tivesse que definir a Andy Wolf numa só palavra, qual seria? Amor!
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Os criadores ousam, mas depois é necessário passar pelo crivo pragmático da parte comercial. É fácil atingir esse equilíbrio? É mais difícil desenhar uma armação básica que será replicada duzentas vezes do que fazer uma realmente excitante e única. É muito mais complicado acertar no gosto de muita gente do que criar algo verdadeiramente extraordinário em termos de design.
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Diogo Eugénio e Federico Perissinoto
Barberini reinventada! A casa transalpina das lentes minerais por excelência reage às novas tendências do mercado revitalizando a imagem da sua matéria primordial, o vidro. Glass, I See é o mote que atira os criadores da Barberini para a ribalta, nesta missão de conceder ao mundo e aos seus Spect-Actors uma visão perfeita. E como completar na perfeição este desafio? Criando, pela primeira vez uma coleção irrepreensível de óculos de sol. A entrar no nosso país através de Diogo Eugénio, a LookVision Portugal quis inteirar-se sobre esta empreitada. E através do diretor de marketing da Barberini, Federico Perissinoto, apurámos ainda os detalhes, conquistas e estratégias futuras que fazem esta marca italiana uma autêntica jóia do setor da ótica mundial. Nascida em 1950, a Barberini assentou o seu percurso na inovação e na produção de lentes solares e de prescrição em vidro. A intuição e iniciativa de Pietro Barberini e da sua esposa levaram um pequeno negócio de ótica com produção própria manual de lentes a tornar-se num exemplo atual de especialização e de incansável pesquisa, com o fabrico de mais de 20 milhões de lentes por ano. Os colossos da indústria como a Luxottica, a Marcolin, a Safilo, entre outros e até as marcas independentes como a Maui Jim, Serengeti ou a Etnia Barcelona, confiam nas virtudes da Barberini. Entre os momentos marcantes desta casa, destaca-se a aquisição da divisão oftálmica da Schott AG na Alemanha, que assegurou a produção da matéria prima e possibilitou à empresa a gestão completa do processo produtivo. Chegados a 2018, a Barberini tem na sua longa experiência no fabrico de lentes a
impulsão necessária para também ser irrepreensível na produção de uma colecção de óculos. A 2018 Barberini Eyewear Collection é um estado vibrante de design e paixão, que com as lentes próprias em Platinum Glass revela um conjunto majestoso. Os responsáveis desta marca italiana garantem mesmo que o seu vidro ótico é a melhor forma de ver o mundo e garantem a melhor visão durante mais tempo, uma grande resistência a riscos e stress mecânico e tem um impacto ambiental mais reduzido que outras matérias, pois é 100 por cento reciclável. “A linha Barberini Eyewear nasce para dar visibilidade à inovação dos nossos departamentos de pesquisa, seja no campo tecnológico, com lentes sempre mais ligeiras ou com a proteção dos raios infravermelhos, seja no campo estético, com o nascimento de novidades na área das fotocramáticas e/ou polarizadas
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com cores nunca vistas. Por vezes é difícil dar a entender aos nossos clientes industriais a potencialidade de uma lente, apenas mostrando-a no seu estado inicial, bruto. A mesma lente inserida nuns belos óculos de sol permite perceber-se todas as suas nuances e capacidades. Além de tudo, queremos dar nova vida ao vidro, no passado descriminado por causa do peso, resistência e preço. Hoje conseguimos eliminar os dois primeiros problemas, mantendo a invariável qualidade ótica superior e duração da performance”, explicou-nos Federico Perissonoto, o “comandante” do marketing da Barberini. Desta forma, a marca italiana quer ultrapassar o conceito de óculos de sol enquanto objeto exclusivo de moda, atribuindo condições técnicas, de elevada qualidade, graças às lentes Platinum Glass com proteção UV 400 e aos materiais das armações, rigorosamente fabricados pelos melhores artesãos transalpinos. Tudo sobre o ponto de vista da utilização. A coleção Barberini Eyewear quer mesmo conjugar perfeição ótica com a melhor paleta de cores e contrastes e com um design que potencia um uso alargado a qualquer ocasião. A marca demonstra ainda o seu poderio produtivo ao fabricar anualmente 22 milhões de pares de lentes. A este número acrescem-se agora as lentes para a coleção própria, possível graças à abertura de um novo centro de produção. “Quando pensámos no projeto eyewear projetámos durante muito tempo como queríamos ser quando “fôssemos grandes”. Tomámos, por isso, um caminho que representasse aquilo que durante a nossa história nos fez aquilo que somos, ou seja, líderes na produção de lentes em vidro ótico e alta qualidade. Portanto, aqui estamos nós, com produção italiana, matérias primorosas e técnicas, moldadas por um look moderno, com detalhes que se destacam, sem “gritar””, adicionou Perissonoto. Nas próximas temporadas o mercado ótico conta com novos desenhos bem estudados e ainda tonalidades que completam lentes de alto teor técnico e que tornam a experiência de ver e do sol um autêntico prazer.
E agora Barberini em português A marca com reconhecimento internacional aporta agora em Portugal sob a gestão de Diogo Eugénio, que garante que as óticas mais conceituadas do país já conhecem a Barberini e as suas lentes minerais superiores. Considerando a história de sucesso, o novo distribuidor não tem dúvidas nas respetivas vantagens em terem nas lojas um produto com uma qualidade irrepreensível. “A distribuição será efetuada em óticas de prestígio selecionadas para serem embaixadoras da marca. Quando apresentamos um produto de elevada reputação em termos de lentes não falamos em termos de concorrência, mas sim alto padrão de qualidade que se torna apetecível e desejado”, assinalou Diogo Eugénio. Este representante português admitiu ainda a sedução que a Barberini exerceu sobre ele e a certeza de que este projeto tem tudo para ajudar a devolver às óticas a venda em primeira instância de óculos de sol. “Distribuir uma coleção com estas
caraterísticas é um grande desafio e seguramente o mercado português aprecia qualidade, inovação e vanguardismo.” E como se apresenta o casamento perfeito entre óculos de sol e lentes em Portugal? “Realmente o ADN da coleção são as nossas lentes, nomeadamente o Platinum Glass, por esta razão iniciamos em paralelo ao projeto base Barberini Sunglasses, a modalidade de prescrição. Este vai permitir aos óticos a montagem de lentes unifocais e multifocais, aproveitando todas as vantagens das lentes minerais e os seus respetivos tratamentos”, especificou Diogo Eugénio à LookVision Portugal. Para garantir que os produtos Barberini têm expressão portuguesa perfeita, os técnicos especializados na venda de lentes minerais da marca transmitem as informações essenciais diretamente aos óticos, em formações privilegiadas. Os parceiros da Barberini ficam assim certificados a serem embaixadores da insígnia.
Topografia Córneo-escleral: Optometria | 48 |
Nova tecnologia para conduzir adaptação de lentes de contacto esclerais
Texto: David P. Piñero, PhD1,2 1 Grupo de Perceção Ótica e Visual. Departamento de Ótica, Farmacologia e Anatomia, Universidade de Alicante, Espanha 2 Departamento de Oftalmologia (OFTALMAR), Hospital Internacional Vithas Medimar, Alicante, Espanha
Introdução Nos últimos anos existe um crescente interesse na análise da geometria do perfil córneo-escleral principalmente pela maior atenção dada às lentes de contacto esclerais.1 Algumas técnicas de imagem têm sido usadas neste âmbito, incluindo a Tomografia de Coerência Ótica (OCT na sigla em inglês),2-4 e outras que foram desenvolvidas em exclusivo com este propósito, como a perfilometria de Fourier com ou sem 5-9 deteção de topografia de superfície com múltiplos registos.10,11 Estes avanços tecnológicos permitiram um melhor conhecimento do perfil topográfico da córnea periférica, limbo e esclera anterior e consequentemente providenciaram uma base consistente para mais designs otimizados de lentes de contacto esclerais. Um dos aparelhos desenvolvidos para a análise topográfica córneo-escleral é o Eye Surface Profiler (ESP) de Eaglet Eye b.v. (Houten, Holanda), baseado no domínio da perfilometria.5 Consiste em dois projetores periféricos de luz azul e uma câmara posicionada no centro equipada com filtros amarelos, capazes de medir uma área de até 20 milímetros em diâmetro com mais de 250 mil pontos.5 A instilação de fluoresceína é necessária para se apurar o procedimento de medição do aparelho. Esta tecnologia já foi validada 6,7 e usada para diferentes situações clínicas, tais como as medições do raio escleral,7 da forma do limbo6,8 ou a avaliação das mudanças da esclera
com acomodação.9 Usando superfícies calibradas artificialmente, o sistema ESP demonstrou uma precisão à raiz de metro quadrado abaixo de dez μm para oito milímetros em diâmetro da área central e abaixo de 40 μm para uma área extensa de 16 milímetros em diâmetro.5 O sistema ESP permite medir a altura sagital do olho para diâmetros diferentes e gerar um mapa topográfico com coordenadas XYZ. Por tudo isto, pode ser muito útil para a seleção das lentes de prova quando se adapta lentes de contacto esclerais, minimizando o número de provas e permitindo ao clínico perceber se é necessário um design peritoric ou não. Descrevemos um caso em que o uso do sistema ESP foi crucial para a gestão correta da adaptação de uma lente escleral.
Figura 1: Sistema de caraterização da geometria córneo-escleral ESP (Eye Surface Profiler, Eaglet-Eye). À direita, aspeto geral do aparelho; à esquerda, aspeto do ecrã principal mostrando o mapa obtido a partir de um caso específico medido pelo aparelho.
Descrição do caso
Conclusões Este caso sugere que a adaptação de lentes de contacto esclerais pode ser otimizado com o uso de um perfilómetro, possibilitando ao profissional de lentes de contacto selecionar o design mais adequado da área periférica da lente e consequentemente permitindo um melhor controlo da postura e estabilidade periférica das lentes. O benefício potencial dos aparelhos de topografia córneo-escleral para a adaptação das lentes de contacto esclerais deve ser mais investigados em futuros estudos incluindo amostras de olhos grandes. Da mesma forma, mais estudos são ainda necessários para se obter mais informações sobre a geometria da esclera em casos de córnea irregular, como no caso do queratocone, no sentido de melhorar os nomogramas de adaptação das lentes de contacto esclerais nesses mesmos casos.
Figura 3: Análise da Tomografia de Coerência Ótica (OCT na sigla em inglês) da adaptação das lentes esclerais finais no olho direito (em cima) e esquerdo (em baixo) (esquerda: Imagem frontal do olho; direita: digitalização horizontal por OCT mostrando a posição das lentes) REFERÊNCIAS : 1.- Ritzmann M, Caroline PJ, Börret R, Korszen E. An analysis of anterior scleral shape and its role in the design and fitting of scleral contact lenses. Cont Lens Anterior Eye. 2017 Nov 9. pii: S13670484(16)30178-3. doi: 10.1016/j.clae.2017.10.010. [Epub ahead of print]. 2.- Bandlitz S, Bäumer J, Conrad U, Wolffsohn J. Scleral topography analysed by optical coherence tomography. Cont Lens Anterior Eye 2017; 40: 242-7. 3.- Lee SM, Choi HJ, Choi H, Kim MK, Wee WR. Estimation of axial curvature of anterior sclera: correlation between axial length and anterior scleral curvature as affected by angle kappa. BMC Ophthalmol 2016; 16(1): 176. 4.- Hall LA, Hunt C, Young G, Wolffsohn J. Factors affecting corneoscleral topography. Invest Ophthalmol Vis Sci 2013; 54: 3691-701. 5.- Iskander DR, Wachel P, Simpson PN, Consejo A, Jesus DA. Principles of operation, accuracy and precision of Eye Surface Profiler. Ophthalmic Physiol Opt 2016; 36: 266-78. 6.- Consejo A, Llorens-Quintana C, Radhakrishnan H, Iskander DR. Mean shape of the human limbus. J Cataract Refract Surg 2017; 43: 667-672. 7.- Jesus DA, Kedzia R, Iskander DR. Precise measurement of scleral radius using anterior eye profilometry. Cont Lens Anterior Eye 2017; 40: 47-52. 8.- Consejo A, Iskander DR. Corneo-scleral limbus demarcation from 3D height data. Cont Lens Anterior Eye 2016; 39: 450-457. 9.- Consejo A, Radhakrishnan H, Iskander DR. Scleral changes with accommodation. Ophthalmic Physiol Opt 2017; 37: 263-274. 10.- DeNaeyer G, Sanders DR. sMap3D corneo-scleral topographer repeatability in scleral lens patients. Eye Contact Lens. 2017 Jul 21. doi: 10.1097/ ICL.0000000000000401. [Epub ahead of print]. 11.- DeNaeyer G, Sanders DR, Farajian TS. Surface coverage with single vs. multiple gaze surface topography to fit scleral lenses. Cont Lens Anterior Eye 2017; 40: 162-9. 12.- Piñero DP, Soto-Negro R. Anterior eye profilometry-guided scleral contact lens fitting in keratoconus. Int J Kerat Ect Cor Dis 2017; 6: 1-4. Autor : David P. Piñero Departamento de Ótica, Farmacologia e Anatomia. Universidade de Alicante, Espanha | Crta San Vicente del Raspeig s/n 03016 | San Vicente del Raspeig, Alicante, Espanha Tel: +34-965903500, Fax: +34-965903464 e-mail: david.pinyero@ua.es
Figura 2: Mapa de elevação bi-esférica caraterizando o perfil topográfico córneo-escleral obtido com o sistema ESP (esquerda, olho direito; direita, olhos esquerdo) na descrição dos segundo caso.
Divulgação: Os autores não têm interesse de propriedade ou comercial nos dispositivos médicos envolvidos neste manuscrito.
Optometria | 49 |
Descrevemos o caso de uma mulher de 35 anos diagnosticada com queratocone desde os seus 18 anos e utilizadora de lentes de contacto corneanas rígidas.12 Reformulámos o caso com lentes de contacto totalmente esclerais (ICD16.5, Paragon Vision Sciences) para atingir não só um bem sucedido restauro da visão, mas também um uso confortável. Iniciámos a adaptação com o modelo esférico das lentes de contacto esclerais, seguindo as premissas do fabricante: estimativa da altura sagital das lentes de prova adicionando 2000 μm mais 300 μm de espaço apical para os dez milímetros de altura sagital da córnea medida com OCT. De acordo com isto, estimamos uma lente de prova de 4400 μm. Com lentes desta altura sagital, a paciente queixou-se de fraca visão, com astigmatismo residual em ambos os olhos e um nível significativo de descentragem inferior, mas sem indentação anormal da esclera. Inicialmente, não fizemos a adaptação usando dados topográficos esclero-corneais, pois não estava disponível nenhum perfilómetro na nossa instalação clínica. Decidimos readaptar com um design peritoric das lentes esclerais usadas, incluindo a toricidade standard recomendada pelo fabricante (aumento sagital de 125 μm no meridiano perpendicular). No entanto, a lente não estava estável durante o uso, com rotações significativas que levaram a flutuações visuais. Confirmámos depois a presença de uma clara assimetria na geometria escleral anterior em ambos os olhos através do uso do ESP, com a diferença entre as as alturas sagitais nasal e temporal de 470 e 170 μm nos olhos direito e esquerdo respetivamente (Figura 2). Finalmente, decidimos adaptar lentes com toricidade periférica próxima daquela medida com o perfilómetro, de forma a evitar mais testes. Com estas lentes atingiu-se boa performance visual, estabilidade das lentes e conforto e com follow-up de um ano (Figura 3).12
Optometria | 50 |
Falta de regulamentação agrava produtividade em Portugal A Associação de Profissionais Licenciados em Optometria divulgou em março as consequências socioeconómicas para Portugal da falta de regulamentação da profissão que defende. Num estudo desenvolvido pela Nova Healthcare Initiative, a unidade de pesquisa da Nova School of Business and Economics, de Lisboa, está estimado que o nosso país pode perder até 722 milhões de euros em quebras de produtividade, relacionadas com problemas de visão. As conclusões desta pesquisa denominada Saúde da Visão – Impacto Socioeconómico são alarmantes e denunciam um país com fraca saúde visual. Recorrendo aos dados do Inquérito de Saúde de 2014 e de outros estudos internacionais que incluíram Portugal, concluiu-se que dois milhões de portugueses têm deficiência de visão. Na população com mais de 50 anos estima-se ainda que cerca de 42 mil pessoas sofrem de cegueira e mais de 260 mil padecem de perda da visão moderada e grave. Mais sério é o facto de que 50 por cento das perdas de visão poderem ser evitadas, pois dizem respeito a erros de refração e catarata, detectáveis com um simples exame ocular. A explicar esta problemática está o atual tempo de espera de 171 dias por uma consulta de saúde visual no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Adicionalmente, para chegar a uma consulta de optometria pelo SNS, o paciente tem de seguir o percurso completo, que começa pela consulta de
medicina familiar, mas que está fragilizada pela falta de 770 mil utentes estão sem médico de família atribuído. Ou seja, quem pode recorre ao setor privado, mas as restrições económicas ainda fragilizam a população. Adicionalmente, o observatório da diabetes estima que há cerca 564 mil diabéticos tipo 2 a necessitar de rastreio de retinopatia diabética. Neste seguimento, a Associação e Profissionais Licenciados em Optometria (APLO) calculou que para colocar 1000 profissionais (1 por cada 10 mil habitantes) de optometria no Serviço Nacional de Saúde seriam precisos 28 milhões de euros por ano, um décimo do que se perde em produtividade. Este investimento permitiria reduzir a zero os tempos de espera no acesso a cuidados primários de saúde visual em todo o país. No entanto, Portugal é um dos três países europeus onde o acesso à profissão de optometrista não está regulamentada.
“Portugal em situação de incumprimento com acordo Saúde de Visão Universal da OMS” Em 2014, Portugal integrou o compromisso Saúde de Visão Universal da Organização Mundial de Saúde (OMS) para reduzir a deficiência visual e a cegueira evitável em 25 por cento, até 2019. Este compromisso implica a implementação de planos nacionais para a saúde da visão, com medidas como a inclusão de cuidados de visão no SNS, a formação de mais profissionais qualificados entre os quais oftalmologistas, enfermeiras e optometristas e a garantia de que todas as camadas da população conseguem ter acesso a consultas de cuidados primários da saúde visual. Porém, e segundo o presidente da APLO, Raúl Alberto Sousa, “a manutenção do incumprimento deste compromisso lesa gravemente a saúde da visão dos portugueses e resulta nas trágicas e enormes listas de espera para consulta hospitalar em serviço de oftalmologia.”
A APLO, com cerca de 1100 membros inscritos, avança que há 1.563 licenciados em optometria em Portugal, sendo a maior categoria profissional de saúde visual no nosso país. Há, no entanto – fruto da não regulamentação da profissão – mais de 2000 indivíduos a exercer optometria em Portugal, sem formação académica ou habilitações para tal. Segundo o líder da APLO, “são números assustadores, porque há milhares de profissionais não habilitados a exercer funções na área da saúde. Isto representa perigo para a saúde pública, permitindo que qualquer pessoa se intitule e execute atos optométricos, como a prescrição de lentes oftálmicas e diagnóstico de problemas visuais. Esta situação mantém-se apesar do conhecimento dos governos, Assembleia da República e Ministérios da Saúde desde há 30 anos até à data, prolongando o incumprimento das duas resoluções da Assembleia da República que recomendam ao governo a regulamentação da profissão de optometrista, de 2012 e 2013.”
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