Revista lubes em foco edicao08

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EM FOCO

Ago/Set 08 Ano II • nº 8 Publicação Bimestral R$ 12,00

A revista do negócio de lubrificantes

Tecnologia em duas rodas O mercado de motocicletas vive o melhor momento de sua história no Brasil e cada vez mais se torna importante saber como lubrificar esses motores especiais.

A sustentabilidade na lubrificação Conhecendo as dimensões da ecoeficiência e sua aplicação na lubrificação para um desenvolvimento sustentável.



Editorial As últimas Olimpíadas foram uma demonstração clara do poder do investimento aplicado em um objetivo específico. A supremacia demonstrada pela China nos jogos de Pequim foi a constatação inequívoca de que as mais difíceis metas podem ser alcançadas com planejamento antecipado e o direcionamento de recursos suficientes. Não nos cabe aqui discutir Política nem problemas sociais de outros países, mas podemos lembrar de algumas regras básicas de desenvolvimento e exemplos que nos chegam de longe. Ao acompanharmos as notícias sobre o descobrimento de campos gigantes de petróleo de alta qualidade na camada de pré-sal na costa brasileira e o direcionamento de atenção e recursos do governo para a exploração e produção e também pesquisa nessa área, ficamos otimistas com o Brasil e chegamos a acreditar em nos tornarmos uma potência energética em futuro próximo. Organizamos hoje, um dos maiores eventos mundiais na área do Petróleo, a Rio Oil&Gas, que acontece bianualmente no Rio de Janeiro, uma feira gigantesca com conferências internacionais e expectativa de público de mais de 35 mil pessoas. Isso não só é motivo de orgulho, como também coloca o Brasil numa posição de respeito e consideração diante da comunidade internacional. O futuro do Brasil nos campos energético, econômico e comercial tem um horizonte promissor. As previsões de crescimento do PIB industrial, ainda girando em torno dos 4,7% para este ano, nos fazem acreditar que nosso mercado de lubrificantes terá um desempenho animador, e é justamente nesse ponto que o otimismo dá lugar a certa apreensão e algumas dúvidas sobre os aspectos tecnológicos que envolvem o setor. Temos petróleo e refinarias suficientes para uma já anunciada auto-suficiência energética, entretanto, importamos petróleo de melhor qualidade para a produção dos óleos básicos e necessariamente importamos ainda uma boa parte dos óleos básicos que consumimos. A demanda mundial por óleos de mais alta qualidade é crescente, e os produtores ainda estão se preparando para atender a ela. Não sabemos ainda como estaremos, em poucos anos mais, com relação à tecnologia e abastecimento em um setor tão crítico e necessário ao desenvolvimento do país. Ainda esperamos conhecer o planejamento e os projetos nacionais para saber se o direcionamento de recursos também chegará ao setor de lubrificantes. Os Editores

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro

Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Gustavo Eduardo Zamboni

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Revisão Angela Belmiro

Tiragem 7.000 exemplares

Layout e Editoração Agência Virtual Ltda. Alexandre Paula Pessoa Armando Pereira Alves de Souza

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br

Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho

Redação Tatiana Fontenelle

Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

Impressão SOL Gráfica

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Sumário 6

represa

A visão dos fabricantes de aditivos sobre o mercado brasileiro de lubrificantes, suas peculiaridades e seus desafios.

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Sustentabilidade na lubrificação

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Comunicação Interpessoal no desempenho da empresa

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Tecnologia em duas rodas

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Óleos de turbinas

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Educação Ambiental

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GTL : O óleo que vem do gás

casa de força linhas de distribuição

canal

Entrevista com o diretor-presidente da ABRAFA

A lubrificação pode agir para diminuir o impacto ambiental e construir um sistema de manutenção sustentável e lucrativa.

O desempenho de uma equipe está diretamente relacionado com a comunicação entre os seus membros.

Diferentes das dos automóveis, os motores das motocicletas precisam de lubrificantes desenvolvidos especialmente para elas.

Selecionando o óleo adequado e preservando sua vida útil podese diminuir em muito os custos de manutenção de uma turbina.

A questão ambiental está associada a fatores políticos e econômicos e, portanto, diretamente ligada à qualidade de vida da população.

Produzir lubrificante a partir do gás natural é o grande desafio tecnológico e econômico de um futuro bem próximo.

gerador duto

turbina rio

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Mercado em foco Informações sobre o mercado brasileiro de lubrificantes.

Notícias Rápidas Atualidades do mercado de lubrificantes.

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Uma indústria em movimento Por: Tatiana Fontenelle

A Indústria de Aditivos desenvolve tecnologia para os óleos lubrificantes automotivos e é responsável pelos mais avançados níveis de qualidade introduzidos no mercado mundial. No Brasil, os principais agentes desse segmento criaram a ABRAFA – Associação Brasileira dos Fabricantes de Aditivos, que é responsável por oferecer aos produtores brasileiros as mais recentes aprovações na indústria automotiva. LUBES EM FOCO conversou com exclusividade com o atual presidente da ABRAFA, Sr. Cláudio Williams Lopes, que nos trouxe a visão do segmento de aditivos para o mercado brasileiro de lubrificantes.

Lubes em foco - Quais as empresas que compõem a ABRAFA e quais seus principais objetivos ? Claudio Lopes - A ABRAFA está hoje constituída por 4 empresas: Afton Chemical, Chevron Oronite, Infineum e Lubrizol. Foi formada na época em que o governo federal controlava os preços em quase toda a cadeia dos derivados de petróleo, entre eles lubrificantes e aditivos. Naquela época, a ABRAFA era o meio de a Indústria de Aditivos ter suas demandas atendidas pelo governo. Atualmente, nossos objetivos evoluíram e buscamos uma representação junto a diversas entidades públicas e privadas como IBP, ANP, Sindicom, Simepetro e outros agentes do mercado, não só para atender às demandas do segmento de aditivos, como também para colaborar com a melhoria e o crescimento do mercado brasileiro. Lubes em foco - Qual o papel da Indústria de Aditivos no desenvolvimento de tecnologia no setor de lubrificantes? Claudio Lopes - Eu diria que é fundamental o nosso papel, pois os aditivos desenvolvidos por nossa indústria são a essência química que permite aos óleos lubrificantes atingir os níveis de performance desejados pela indústria de veículos e equipamentos. Podemos dizer que nossa relação com a indústria de lubrificantes é de total interdependência. Lubes em foco - Como a Abrafa vê o mercado de lubrificantes, e o que deve ser feito para a melhoria do nível de qualidade do mercado Brasileiro? Claudio Lopes - O mercado de Lubrificantes acom6

panha o mesmo dinamismo demonstrado pelo PIB Industrial brasileiro, e entendo que temos a obrigação de contribuir com as importantes iniciativas que estão sendo tomadas pelo IBP, AEA, ANFAVEA e ANP para melhoria de qualidade dos lubrificantes comercializados em nosso mercado. É fundamental que todos os agentes de nosso segmento usem seu conhecimento para estabelecer níveis de qualidade que atendam à parte mais representativa da frota Brasileira, sendo, dessa forma, o usuário final e o meio ambiente os maiores beneficiados. Lubes em foco - Como podemos comparar o nível de qualidade dos lubrificantes do mercado Brasileiro ao dos países desenvolvidos? Claudio Lopes - De um lado, a Indústria brasileira oferece ao consumidor de lubrificantes os mesmos níveis de qualidade existentes nos países desenvolvidos para veículos e equipamentos. De outro lado, ainda estamos em um mercado orientado por preços, favorecendo a oferta de níveis mais baixos de qualidade de óleos e já inadequados para uso na frota nacional, considerando sua idade média estimada em pouco mais de 9 anos para veículos de passeio, e cerca de 11 anos para ônibus e caminhões. Isso resulta em aumento dos custos de manutenção, declínio da durabilidade dos equipamentos, além de contribuir para níveis mais elevados de emissões. Lubes em foco - Existe um movimento das montadoras para uma revisão da Resolução nº10 da ANP, que regula os níveis mínimos de qualidade dos lubrificantes,


com o intuito de elevar os a 70% da demanda nacioatuais limites API SF e API nal. Os níveis de qualidade CF. Como a Abrafa vê essa mais modernos, como API iniciativa? SM e CI-4 plus, exigem a Claudio Lopes - Acredito utilização de básicos do que todos os agentes e Grupo II ou superior. Em não somente a ABRAFA resumo, a Petrobrás teve apóiem essa iniciativa de seus motivos para não ter revisão da Resolução nº investido, e o panorama 10 da ANP. Uma pesquisa atual é de que mercado certamente comprovaria mundial não tem capacidaque a maioria dos prode ociosa de produção paprietários de veículos de ra atender ao aumento de passeio não segue o que demanda do mercado braé recomendado nos masileiro e de outros países nuais e, por isso mesmo, importadores de básicos. precisam ser melhor orienEste é um fenômeno global tados. A ABRAFA ficou resque preocupa a todos. ponsável por apresentar Sr. Cláudio Williams Lopes - diretor-presidente da ABRAFA uma recomendação de níveis Lubes em foco - Fale um mínimos à AEA e ao IBP para discussão na comissão pouco sobre os desafios da ABRAFA para atender a de lubrificantes. um mercado com características tão exclusivas quanto o mercado brasileiro: utilização do etanol como comLubes em foco - Como a ABRAFA avalia o programa de bustível, frota significativa de veículos bi-combustível monitoramento da qualidade de lubrificantes da ANP? e liderança na introdução do biodiesel. Claudio Lopes - Essa é uma iniciativa elogiável que veio Claudio Lopes - Nossa indústria teve a oportunidade para disciplinar o mercado e reduzir as fraudes, e isso de ter um longo aprendizado em paralelo com a beneficia não somente a indústria de lubrificantes, mas indústria automobilística. Começou com o Pró-álcool os usuários de lubrificantes em especial. O programa nos fins dos anos 70, foram muitos testes em parceria traz àqueles que trabalham com seriedade maior se- com a Industria de Lubrificantes e Automobilística até gurança para investir em melhorias de processo e qua- concluírmos que a tecnologia usada nos lubrificantes lidade, e também maior garantia de uma concorrência para motores movidos a gasolina também opera bem saudável. Nossa associação é constituída por empre- com álcool. Este aprendizado se aplica aos veículos sas sérias que condenam todo tipo de fraude. Somente flex. Quando falamos da tecnologia para o Biodiesel B5, assim poderemos construir o país que sonhamos. esse não é um aprendizado exclusivamente brasileiro como o do álcool, uma vez que está acontecendo em Lubes em foco - Como a ABRAFA avalia a questão do diversas regiões do mundo. A legislação ambiental suprimento de óleos básicos no mercado nacional? mais rígida também traz um grande desafio aos Claudio Lopes - A resposta para essa pergunta exige formuladores. Concluindo, são grandes os desafios uma análise criteriosa e complexa. O mercado cresceu que temos que enfrentar, mas nossa indústria é de mais do que o projetado por toda a Indústria. Há alguns alta tecnologia, investe e continuará investindo em anos, a Petrobrás, como única produtora de óleos bá- pesquisa e desenvolvimento para superar todos eles. sicos no Brasil, se viu diante de uma decisão difícil e de custo elevado, que a levava ao dilema de aumentar Lubes em foco - Qual a visão da ABRAFA quanto ao a produção do Grupo I ou investir em uma unidade de futuro do mercado brasileiro de lubrificantes? produção do Grupo II. Hoje, a realidade do mercado Claudio Lopes - A indústria automobilística terá que nos mostra que os básicos do Grupo I têm demanda se adequar às exigências do Conama, o que vai dedecrescente, e a Petrobras atende aproximadamente mandar novas tecnologias de lubrificantes formulados 7


com básicos do Grupo II ou III. É motivo de satisfação viver este momento de transformação, em que todos os agentes de mercado estão trabalhando em conjunto para rever os níveis mínimos de qualidade. As discussões promovidas por órgãos como o IBP e a AEA são muito importantes para se discutirem especificamente os assuntos relativos a óleos básicos, qualidade dos lubrificantes e demandas tecnológicas. Em suma, a Industria de Aditivos dispõe de tecnologia e vontade para superar todos os desafios que se apresentarem.

cidos como tecnologia Low SAPs e também uma geração de aditivos que proporcionem maior economia de combustível e maior durabilidade do motor. Mas os maiores desafios não estão nas formulações. Como já disse, formamos uma indústria de alta tecnologia que investe firmemente em pesquisa e desenvolvimento. Nosso maior desafio é remunerar esses investimentos. É importante ressaltar que somos uma indústria de especialidades e não de commodities, principalmente em tempos de tantos desafios.

Lubes em foco - Quais os principais desafios da Indústria de Aditivos para as formulações modernas dos lubrificantes? Claudio Lopes - Os principais direcionadores são as exigências ambientais que impactam a evolução dos equipamentos e que, por sua vez, exigem tecnologias de lubrificantes e aditivos mais avançadas. Em poucas palavras, o impacto no nosso segmento é a demanda por uma nova geração de aditivos com menor teor de Enxofre, Fósforo e Cinzas Sulfatadas, conhe-

Lubes em foco - Quais os principais fatores que determinam as tendências do mercado de lubrificantes? Claudio Lopes - O mercado é soberano e impõe suas demandas ambientais, comerciais e técnicas. Demandas ambientais exigem avanços tecnológicos que, por conseqüência, demandam lubrificantes de nível de qualidade superior. Como já foi dito, a economia de combustível é outro fator importante que exige dos lubrificantes cada vez mais uma tecnologia avançada, tanto em aditivos como em óleos básicos.

UMA SÓLIDA TECNOLOGIA EM ATF É ESSENCIAL PARA ATENDER AOS REQUISITOS MUNDIAIS DOS FABRICANTES DE MOTORES.

No atual mercado fragmentado de Fluidos para Transmissões Automáticas, a Infineum possui produtos de alto desempenho desenvolvidos para uma grande variedade de transmissões, em nível mundial. Nosso compromisso é dar continuidade ao desenvolvimento de soluções inovadoras em aditivos para ATF , o que tem nos ajudado a contribuir para os padrões da indústria: • Durabilidade e fricção para economia de combustível • Intervalos de Troca estendidos para transmissões automáticas em motores a diesel • Um ATF denominado “Multi Veículo” para atender aos requisitos dos principais fabricantes de motores nor te americanos.

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8 “Infineum” and the corporate mark comprising the interlocking ripple device are trademarks of Infineum International Limited. ©2008 Infineum International Limited.


4º Congresso Mundial de Manutenção n Ponte Shiji em Haina

Progresso, Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Gerenciamento de Plantas Industriais Entre os dias 24 e 26 de novembro acontecerá o 4º Congresso Mundial de Manutenção em Haikou - China. Não perca a chance de participar! Para os profissionais será importante aprender os mais novos conceitos da Função Manutenção e saber como aumentar a eficácia no gerenciamento desta atividade nas indústrias. Para as empresas será fundamental participar, a fim de promoverem negócios e, conseqüentemente, aumentarem suas oportunidades internacionalmente. Para informações de como reservar um espaço no Pavilhão Brasil entre em contato pelo telefone (21) 3231-7005. Inscreva-se no maior evento de Manutenção do mundo! As inscrições poderão ser feitas pelo do site www.2008wcm.com.cn/een/

4º Congresso Mundial de Manutenção De 24 a 26 de novembro, 2008 Haikou, Hainan – China


Sustentabilidade na Lubrificação Por: Antonio Traverso Júnior

os últimos 100 anos, temos transformado drasticamente a Biosfera com a intensificação da atividade econômica, que aumentou em mais de dez vezes no período entre 1950-2000. A população humana já ultrapassou a casa de seis bilhões, de pessoas e todos os limites de consumo de serviços ambientais e materiais, inclusive o petróleo e seus derivados, em breve, estarão sendo alcançados. Atualmente, são mais de dois bilhões de pessoas entrando na sociedade de consumo só na Ásia, almejando um “padrão” ocidental. Na China e na Índia, o consumo de lubrificantes cresce 6% ao ano. Em 2007, o consumo mundial de lubrificantes acabados foi da ordem de 39,5 milhões de toneladas. Poluição de lubrificante retida em barreira flutuante

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Hoje já convivemos em várias partes do planeta com efeitos e impactos do aquecimento global, da escassez de água, da contaminação química com os famosos POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes), o esgotamento das fontes de energia, a destruição da camada de Ozônio, as emissões de poluentes diversos etc. Teremos de conviver com o declínio da oferta de muitos bens e produtos para nos enquadrarmos no paradigma do Desenvolvimento Sustentável, como forma de reequilibrarmos o planeta em que vivemos e não comprometermos o futuro. O conceito de desenvolvimento sustentável entrou em cena através do famoso Relatório da Comissão Brundtland de 1987. Esse relatório ficou conhecido pelo título de “O Nosso Futuro Comum”, resultado do esforço de alguns anos de pesquisa e trabalho da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), convocada pela ONU em 1983 e formada por centenas de cientistas, representantes de governos e ONGs de diversas partes do mundo, a respeito das transformações e impactos que as atividades humanas estavam causando ao planeta. O conceito de desenvolvimento sustentável foi definido nesse relatório como aquele que “atende as necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades”. Nesses mais de vinte anos, após a apresentação das conclusões da Comissão Brundtland sobre a “rota de colisão” que o nosso planeta estava ou está seguindo, muitos países e respectivas economias ainda não encontraram meios, formas ou vontade política de materializar o paradigma de desenvolvimento sustentável. Existem, entretanto, outras tantas economias, nos diversos segmentos das atividades econômicas mundo afora, que querem incorporar esse conceito como um paradigma e não sabem como fazê-lo.


No Brasil, felizmente, a sociedade vem despertando, desde a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) ou RIO-92, para os problemas ambientais inerentes ao consumo, e o desenvolvimento sustentável entra definitivamente para a pauta dos assuntos nacionais. Os segmentos produtivos respondem à altura e têm buscado responder aos anseios e necessidades do mercado. Hoje há vários especialistas em planejamento e gurus em negócios que não vêem futuro promissor nas empresas que não busquem padrões compatíveis com o desenvolvimento sustentável. O consumo consciente e responsável vem tomando força em escala mundial. Talvez isso explique, parcialmente, o declínio de certas economias que insistem em não aderir às iniciativas de desenvolvimento sustentável como o Protocolo de Kyoto e, por conta disto, estão perdendo a competitividade no mundo globalizado. Para os segmentos industriais colocarem em prática o desenvolvimento sustentável, é necessário que eles o materializem em termos de eficiência, isto é, ecoeficiência, que pode ser definida como: “A busca contínua do aumento da produtividade no consumo de recursos, de materiais e de energia com a redução dos impactos adversos das atividades e processos que envolvem estes consumos”. De acordo com DeSimone (1997): “A ecoeficiência é alcançada com a disponibilização de bens e serviços precificados competitivamente para satisfazer as necessidades humanas e melhorar a qualidade de vida, reduzindo os impactos ambientais e a intensidade de recursos através do ciclo de vida dos produtos, se alinhado, no mínimo, com a capacidade estimada de suporte do planeta”. Para esclarecer o conceito de ecoeficiência, vejamos, também, o significado de impacto ambiental e ciclo de vida dos produtos, tomando como exemplo o lubrificante: o impacto ambiental pode ser definido como tudo que interfere positiva ou negativamente com o meio-ambiente. No descarte de um lubrificante usado no mar ou em um rio, a poluição resultante é um impacto ambiental. O Ciclo de Vida dos produtos é uma técnica de análise detalhada de todos os produtos/bens ou serviços desde o “berço” até o “túmulo”. Essa análise possibilita o entendimento de todas as interações dos produ-

tos com o meio ambiente e com a sociedade. Novamente, utilizando o exemplo de um lubrificante mineral, podemos dizer que a análise do ciclo de vida desse lubrificante se inicia na extração do petróleo, passando pela sua forma de produção, transporte, armazenamento, utilização e todas as demais etapas de uso até o seu momento de descarte. Pelos conceitos apresentados, percebe-se que a ecoeficiência pode e deve ser perseguida, inclusive na lubrificação, seja ela industrial ou não. É imperioso fazêlo, pois os impactos ambientais oriundos da lubrificação e dos próprios lubrificantes são expressivos, considerando-se a multiplicidade e a intensidade de usos de lubrificantes nas mais variadas atividades e processos, sejam nos roletes de um inofensivo CD player ou nos sofisticados sistemas de frenagem e controle de um trem de alta velocidade.

...os impactos ambientais oriundos da lubrificação e dos próprios lubrificantes são expressivos...

Vazamento de lubrificante em bomba de processo

No momento em que as administrações das empresas decidem materializar ou colocar em prática o desenvolvimento sustentável através da ecoeficiência, vem a dúvida recorrente: Como fazê-lo no “chão de fábrica” ou na prática? Seja na lubrificação ou em lubrificantes, ou em qualquer outro processo, é preciso conhecer todas as dimensões da ecoeficiência, isto é, os planos em que as práticas e ações podem se desenvolver e a gestão ambiental industrial atuar. São sete as dimensões da ecoeficiência, e é necessário conhecê-las para se fugir do reducionismo do simples 3R (Reduzir, Reciclar e Reutilizar). As dimensões apresentadas podem ser perfeitamente exploradas na lubrificação, assim como em todos os processos em que a lubrificação industrial ou automotiva se insere ou completa, conforme se segue: 11


Reduzir a intensidade de materiais de bens e serviços A extensão do período de uso dos lubrificantes é uma ação típica desta dimensão. Uma forma eficiente de fazer isto é por meio da implantação de uma prática de troca de lubrificantes em máquinas e equipamentos por condição com a atenção aos aspectos de confiabilidade e disponibilidade operacional dos mesmos. Ação potencial: • Estender o período de uso dos lubrificantes através de técnicas preditivas com análises físico-químicas, associadas a técnicas de análise de desgaste, como ferrografia e contagem de partículas. Reduzir a intensidade de energia em bens e serviços Esta dimensão pressupõe uma diminuição do aporte de energia por unidade de serviço ou produto produzido, isto é, fazer mais com menos energia. Na lubrificação, significa menos energia consumida, e dissipada sem gerar trabalho útil. Ações potenciais: • Utilizar lubrificantes mais avançados, de modo a se ter maior conservação de energia com a minimização de perdas por evaporação e por atrito; • Utilizar lubrificantes de alto índice de viscosidade ; • Utilizar lubrificantes sintéticos; • Melhorar o projeto de resfriamento de equipamentos. Reduzir a dispersão tóxica Nesta dimensão, o potencial é mitigar ou eliminar a geração de névoas, gases, vapores ou aerosóis, que devem ser evitados em qualquer fase da lubrificação. Ações potenciais: • Não queimar lubrificantes usados nem usá-los para outros fins como a queima em caldeiras; • Reduzir as emissões de motores diesel pela boa manutenção dos mesmos. Cabe lembrar que em torno de 25% das emissões dos motores diesel são provocadas pelos lubrificantes; • Acondicionar lubrificantes novos e usados, assim como materiais de consumo de lubrificação, em locais protegidos de intempéries e da luz solar direta para evitar a volatilização e/ou a aceleração de reações físicoquímicas adversas; • Trabalhar com sistemas de lubrificação pressurizados, onde apropriados. Aumentar a Reciclabilidade dos Materiais Esta dimensão proporciona a visualização de processos de reciclagem ou reuso para um determinado lubrificante usado ou contaminado, inservível para o uso original. 12

Ações potenciais: • Segregar os lubrificantes usados incompatíveis, para valorizá-los e viabilizar seu rerrefino por empresas rerrefinadoras autorizadas pela ANP; • Filtrar, descontaminar e desumidificar óleos hidráulicos e de turbina usados, reutilizando-os ou reciclando-os; • Descontaminar filtros de óleo usados e encaminhá-los para a reciclagem do aço e dos elastômeros.

Prensagem de filtros de óleo usados

Maximizar o uso sustentável de recursos renováveis Nesta dimensão, a utilização de materiais renováveis e a extensão da vida de todos os produtos utilizados na lubrificação devem ser buscadas. Ações potenciais: • Utilizar biolubrificantes e maximizar a sua aplicação e os seus respectivos períodos de uso; • Utilizar biodesengraxantes e maximizar os seus respectivos usos e diluições nos que forem solúveis; • Adotar panos de limpeza reutilizáveis. Estender a durabilidade dos produtos É uma dimensão bastante ampla na lubrificação. Pode ser utilizada de forma abrangente em diversos aspectos práticos da lubrificação. Ações potenciais: • Melhorar o armazenamento de lubrificantes; • Diminuir a temperatura de operação de um equipamento com a otimização da troca térmica no resfriamento ou com a utilização de um lubrificante energy saver. • Utilizar lubrificante com especificação superior em termos de economia de energia. Exemplo: um lubrificante ACEA E7/04 substituindo um lubrificante ACEA E4/99 na mesma aplicação. Incrementar a intensidade de bens e serviços Esta dimensão direciona a busca da intensificação do uso ou utilidade de bens e serviços, isto é, descobrir novas utilidades e novos usos para os produtos e serviços, tornando-os mais econômicos. Esta dimensão visa


ao aumento drástico da produtividade de recursos e pode ser amplamente empregada na lubrificação. Ações potenciais: • Utilizar comboios abastecedores/lubrificadores como oficinas móveis de reparos diversos, inclusive de mangueiras e sistemas hidráulicos; • Utilizar o lubrificante em uso na máquina como agente de monitoração preditiva do equipamento; • Buscar um único lubrificante para as diversas funções das máquinas: sistema hidráulico, transmissão, freios, controle etc.; • Buscar um lubrificante multiuso de alto desempenho para o maior número de equipamentos; • Identificar e utilizar lubrificantes for life onde for viável e aplicá-los; • Utilizar ferramentas e utensílios de lubrificação no estado da arte. Exemplo: Utilizar vasilhames de alta resistência e herméticos de aço inoxidável para a lubrificação de equipamentos.

Recipiente herméticos em Inox para lubrificação

Concluindo, a análise e a exploração criteriosa das sete dimensões da sustentabilidade é que darão ao gestor de uma empresa a condição plena de mudança para a sustentabilidade, seja na lubrificação ou em qualquer outra função industrial em que tal paradigma seja almejado. Além disto, a incorporação individual dos princípios e atitudes sustentáveis no nosso dia-a-dia são pressupostos para que tudo que foi colocado acima se desenvolva continuamente, corroborando para a possibilidade de um meio ambiente viável a uma vida digna e segura para as futuras gerações, materializando os objetivos e aspirações do autêntico desenvolvimento sustentável. Ao lubrificarmos os ideais de sustentabilidade, buscando a ecoeficiência irrestrita, estamos ajudando a diminuir o atrito da nossa civilização com o nosso planeta. Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Coordenador técnico de lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobrás Distribuidora.

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A Comunicação Interpessoal atuando no desempenho da empresa Texto extraído do livro Liderança de Equipes, de Damáris Novo: Ed. FGV, 2008

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O que fazer então? Como podemos nos tornar bons comunicadores? Observando cuidadosamente as reações dos recebedores ao que transmitimos. A comunicação interpessoal também envolve expectativas, no que se refere à receptividade da mensagem, tanto do que transmitimos quanto do que recebemos. Isso afeta nosso comportamento na comunicação, pois nos preocupamos com o que as pessoas esperam sobre nosso próprio comportamento influenciando nossas mensagens. O que facilita a capacidade de desenvolver expectativas sobre as outras pessoas, prenunciando como reagirão à nossa comunicação, é a empatia, capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, de nos projetarmos dentro da personalidade do outro. O estudo da comunicação humana é bem complexo e abrange várias áreas de pesquisa: psicologia, sociologia, antropologia e lingüística, entre outras. Além disso, devemos levar em conta todos os fatores que afetam o comportamento das pessoas, para obtermos o que desejamos com a mensagem transmitida. Fatores como a cultura, nossas necessidades fisiológicas, nosso conhecimento, nossas crenças, nossos valores, nossos sistemas sociais se inter-relacionam e influenciam a comunicação humana, por isso ela não pode ser prevista com absoluta certeza. A comunicação afeta as relações e, conseqüente-

É importante saber o que desejamos comunicar e para quem

indústria do Petróleo e seus derivados no Brasil tem experimentado um desenvolvimento significativo com as novas descobertas de campos gigantes e o aumento do PIB industrial. O crescimento do país está intimamente ligado à força de suas indústrias e, conseqüentemente de suas empresas, e com esse crescimento a competitividade se intensifica, o stress aumenta e as relações humanas podem se deteriorar com uma comunicação distorcida. Entendemos que o sucesso esperado no ambiente de trabalho, tanto individual quanto da equipe, é influenciado pela qualidade das relações interpessoais e dos tipos de comunicação que as pessoas estabelecem entre si. A eficácia da comunicação se dá quando as pessoas buscam a confiança e o respeito e procuram eliminar bloqueios não intencionais. Para tal, o autoconhecimento se faz necessário. As pessoas possuem várias formas de comunicar-se. A comunicação oral é uma maneira representativa que o ser humano tem de relacionar-se, mas é um nível superficial de comunicação, pois “procura expressar a realidade subjetiva, que é o nível profundo da comunicação” (Chung, 1995:183). Na verdade, em grande parte das relações que estabelecemos, nos comunicamos superficialmente e imaginamos que o outro entenderá perfeitamente o que queremos transmitir, o que culmina em distorções, gerando problemas nos nossos relacionamentos.


mente, os resultados no trabalho em equipe. Cada vez mais podemos constatar, durante nossas experiências com desenvolvimento de lideranças, que é responsabilidade do líder o investimento na habilidade de comunicar-se eficazmente. Por isso, acreditamos que essa habilidade pode ser aprendida e aprimorada. Porém, o que e por que você comunica resultam de sua visão de missão, sua sensibilidade, ética, comprometimento e vontade.

Nem sempre comunicamos o que efetivamente queremos transmitir

Também devemos estar atentos à comunicação não-verbal, pois nem sempre comunicamos o que queremos efetivamente transmitir. Muitas vezes ocorrem distorções e desentendimentos entre as pessoas, quando

o receptor entende a mensagem de forma diferente da que o emissor tentou transmitir. De acordo com Robbins (1994), nos baseamos em nossas reações negativas ao emissor para supor quais seriam suas intenções, por isso muitas vezes achamos que entendemos o que o outro quis dizer, mas nem sempre estamos certos. O que ocasiona essa lacuna? É a comunicação não-verbal, que podemos identificar por meio da observação atenta da postura corporal, tom de voz e características faciais. Observando esses elementos não-verbais, o emissor pode certificar-se de que a mensagem enviada está sendo recebida de forma coerente. Além disso, para que sua comunicação seja eficaz, deve checar suas percepções solicitando feedback. Então, se você acredita que o propósito da comunicação é construir e manter o bom entendimento entre as pessoas, como líder, você deve estar onde os empregadosestão,colocar-senolugardeles,desenvolvendo empatia, conhecê-los de forma mais próxima, buscando entender seus problemas e dificuldades, descobrir seus desejos, seus valores e tomar decisões, usando seus atributos de liderança com sabedoria. Assim, observar e,


principalmente, ouvir são habilidades essenciais para a eficácia da comunicação interpessoal. Entendemos, então, que a habilidade na comunicação consiste numa grande responsabilidade por parte do emissor. Como emissores, o que fazer para tornar nossa comunicação mais eficaz? É importante saber o que desejamos comunicar e para quem. O conteúdo da mensagem com a utilização de um vocabulário de acordo com o entendimento do receptor, evitando frases longas e prolixidade, é fundamental ao resultado que se quer atingir. O tom de voz também deve estar ajustado ao que queremos transmitir, propiciando maior abertura, pelo recebedor, ao que pretendemos transmitir. Além disso, os gestos abertos e o contato visual com o interlocutor são fundamentais para compreensão e aceitação da mensagem. A prática na obtenção do feedback pode nos ajudar bastante na melhoria da comunicação interpessoal. Para tal, podemos utilizar gravações em vídeo, solicitar ajuda dos amigos, para acompanhar nosso próprio desempenho e observar as mudanças ocorridas com a prática. Lembre-se, enquanto estiver praticando, de ser tolerante consigo mesmo. O feedback tem como finalidade aumentar o autoconhecimento e melhorar as relações interpessoais; não deve tornar-se um gerador de estresse e, por excesso de autocrítica, tirar-lhe o prazer do aprendizado. A maioria das pessoas tem dificuldade em dar e receber feedback, especialmente por medos associados a experiências passadas e aos processos associados a transmitir e receber informações. Entretanto, se quisermos desenvolver relações interpessoais mais competentes, o feedback pode ser exatamente o que precisamos transmitir ou ouvir. Mas, afinal o que é feedback? Podemos defini-lo como a comunicação a uma pessoa ou grupo no sentido de fornecer-lhe informações sobre como seu comportamento ou desempenho está afetando outras pessoas. É um processo de ajuda para manutenção, melhoria ou mudança de comportamento e, quando eficaz, nos auxilia no desenvolvimento da competência interpessoal. Os resultados que obtemos com e por intermédio dos outros dependem do autoconhecimento e da consciência que temos acerca das pessoas com as quais nos relacionamos. A comunicação é um processo de interação, em que uma pessoa influencia a outra. E a comunicação no trabalho em equipe? Uma equipe é caracterizada por possuir uma linguagem comum. A linguagem personifica o grupo, ela é a re16

presentação da identidade do grupo. Ela caracteriza o vínculo entre os participantes do grupo. O líder é aquele que entende e se faz entender pelo grupo. É por meio dos feedbacks transmitidos pelo líder que os membros da equipe têm conhecimento do resultado do seu trabalho e de seu desempenho como equipe. A comunicação interpessoal não é muito simples, vários fatores interferem no que transmitimos e recebemos. E quando se trata de fornecer ou receber feedback, isso se torna mais complexo, pois não temos o hábito de praticá-lo, o encaramos como crítica e, como tal, preferimos não enfrentar situações que nos exponham. Por outro lado, todos nós tomamos decisões baseadas nas reações dos outros, o que pode gerar comportamentos ineficazes se a nossa percepção estiver distorcida pelos conteúdos e experiências internas. No entanto, se estivermos dispostos a enfrentar nossas dificuldades e encarar o feedback como aprendizado para o autodesenvolvimento, poderemos aproveitar as oportunidades não só para o autoconhecimento, como também ajudar nossos colaboradores a melhorar sua perfomance pessoal e profissional. Para obtenção dos resultados em performance, sugerimos que você observe o processo de comunicação entre os membros de sua equipe de trabalho. Será que eles têm consciência sobre seus comportamentos e seu desempenho? Você tem fornecido feedback para ajudá-los? Que tal desenvolver um plano de aperfeiçoamento em suas comunicações interpessoais? Damáris Vieira Novo é psicóloga organizacional, mestre em administração, professora da FGV e consultora em Gestão de Pessoas.

dvn.coach@hotmail.com



T Por: Tatiana Fontenelle

O Mercado

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PRODUÇÃO BRASILEIRA DE MOTOS 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000

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Muito mais do que um veículo, a motocicleta é vista como uma solução de transporte por um grande número de pessoas. Isso acontece não só pelo tráfego difícil que as grandes cidades enfrentam, mas pelo baixo consumo de combustível, preços mais acessíveis, além de outros fatores que facilitam na hora de tomar a decisão. O mercado de motocicletas vive o melhor momento de sua história no país. Nos primeiros sete meses desse ano, o setor produziu 1.270.808 motocicletas contra 987.074 unidades produzidas no mesmo período do ano passado, o que representa um aumento de 28,7% no que diz respeito ao volume de produção. As vendas no mercado interno também não ficaram para trás. A expectativa para vendas passou de 13,8% no mercado interno para 20,6%, chegando à marca de 1.930.000 de motocicletas. E, de acordo com as previsões da ABRACICLO (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), até o final do ano devem ser produzidas 2.040.000 unidades, o equivalente a 17,3% a mais do que a produção do ano de 2007. Dessas, cerca de 120.000 unidades serão para exportação. Segundo a ABRACICLO, o perfil do comprador mudou bastante nos últimos tempos. Para acompanhar essa evolução, a Associação investe em estudos sobre o perfil desses consumidores: sexo, idade, estado civil, primeira

Participação por marca 0,39% 4,36%

0,26%

4,56%

13,12% DAFRA

HARLEY-DAVIDSON HONDA KASINSKI SUNDOWN 77,31%

YAMAHA


ECNOLOGIA S O moto, local de uso, razão da compra etc. A grande maioria dos usuários de motos ainda é do sexo masculino, mais de 75%, porém, o que mais chama a atenção no momento é o aumento significativo de consumidores mulheres comparado com anos anteriores. Dentre os mais variados motivos para a compra de uma moto, 40% dos compradores querem substituir o ônibus ou metrô; já os que a utilizam apenas para lazer estão em torno de 19% e os que a usam como instrumento de trabalho ficam em 16%.

Lubrificando sua moto Com características de funcionamento diferentes das dos automóveis, os motores das motocicletas precisam de lubrificantes desenvolvidos especialmente para elas. Existem motos de todos os tipos e usos, dos mais sofisticados motores de competições a outros usados somente para transporte diário e escolher o lubrificante certo para sua moto não é tarefa fácil, mas é decisivo para garantir um bom desempenho, resistência e durabilidade. As motos podem ser equipadas com motores de 2 ou 4 tempos e, por isso mesmo, alteram substancialmente seus requisitos quanto ao óleo a ser utilizado. É comum encontrar na emba-

lagem de um óleo formulado para motos, as mesmas especificações dos óleos de automóveis (por exemplo: API SH ou API SL), no entanto, é muito importante entender as diferenças que existem entre esses óleos e também as especificações próprias dessa utilização. A grande maioria das motos, hoje em dia, é equipada com motorização de 4 tempos que possuem sistema motor/ transmissão acoplados, onde o lubrificante responsável pela lubrificação do motor também é responsável pela lubrificação do sistema de transmissão. Além disso, esses motores funcionam com rotações e temperaturas muito mais elevadas do que nos automóveis com um volume de óleo bem menor, exigindo períodos de troca de óleo bem menores. Segundo Nelson J.A. Ribeiro, Coordenador de Desenvolvimento de Produtos da Ipiranga, para as grandes motos de alta cilindrada, o óleo deverá ser trocado a cada cinco mil quilômetros, enquanto que para motos menores a troca deve ser feita até mil e quinhentos quilômetros, conforme indicação dos fabricantes dos equipamentos. Flávio Gusmão, engenheiro da Gerência Industrial da Petrobrás Distribuidora, ressalta que os óleos para motos devem ser desenvolvidos para não prejudicar a transmissão, evitando que a embreagem patine e as marchas saltem. “Além disso, o uso de óleos para

S automóveis em motocicletas pode levar a uma redução na vida útil do sistema” – completa Flávio. Para se ter uma idéia mais precisa sobre o funcionamento de um motor de motocicleta em comparação com um motor de automóvel, observamos que uma moto de apenas 125 cilindradas trabalha a 7.500 r.p.m., enquanto um carro de 1.800 cilindradas atinge 5.600 r.p.m., ou seja, o lubrificante é exposto a uma severidade muito maior, com temperaturas em torno dos 150º C e maior consumo de óleo. Para a gerente de produtos da Shell para a América Latina, Norma Regina Souza, a correta lubrificação significa conservação da máquina e segurança para o piloto: “O óleo para motos precisa ter principalmente uma boa resistência à oxidação para proteção geral do equipamento, boa preservação da película lubrificante e das características de fricção a diferentes temperaturas e condições de umidade”.

Classificando o óleo lubrificante Comoensinaolivro“Lubrificantes e Lubrificação Industrial”, de Belmiro e Carreteiro, as classificações dos óleos lubrificantes podem ser feitas tanto por viscosidade quanto por desempenho. A SAE (Society of Automotive 19


Susuki Hayabusa black

Engineers) classifica os óleos lubrificantes pela viscosidade, segundo a norma chamada de J-300, que está relacionada com a espessura da película lubrificante e sua resistência à variação de temperatura. Nessa classificação, os óleos recebem números de acordo com a faixa de viscosidade, e os chamados multigrau têm a letra “W” para as especificações de baixas temperaturas (Ex. 20W-50, 10W-40 etc). As duas principais classificações de desempenho, tanto para motos de 4 tempos como para as de 2 tempos, foram criadas e são mantidas pelo API (American Petroleum Institute) e pela JASO (Japanese Automobile Standards Organization).

O óleo para 4 tempos Em se tratando de um óleo para motor a combustão, a classificação APÍ para motores de 4 tempos segue o sistema usado para automóveis, tais como API SF, API SH e API SL. Entretanto, é extremamente relevante verificar se a marca comercializada também atende aos requisitos para motos. Nesse caso, uma vez que os maiores fabricantes de motocicletas são japoneses, é importante considerar a especificação JASO que classifica os óleos com as letras MA (MA1 e MA2) para aqueles que não contêm modificadores de fricção e MB para os que possuem aditivos anti-fricção. 20

Segundo Norma Regina, as motos equipadas com motores de 4 tempos devem utilizar os óleos JASO MA para que não ocorram o deslizamento da embreagem e a perda de potência do motor. Já para Flavio Gusmão, em função de todas estas exigências, é importante destacar que lubrificantes para motores de automóveis não podem ser utilizados em motocicletas: “Já o contrário é possível, desde que o óleo de motocicleta atenda às recomendações de desempenho e viscosidade do fabricante do automóvel”. Nelson Ribeiro lembra que a utilização de óleos multiviscosos é preferencial para motos, e que além das aprovações internacionais, os produtos devem apresentar em suas embalagens o número de registro da ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.

As motos de 2 tempos As motos de dois tempos, populares no Brasil até recentemente – especialmente nos modelos trail (para motocross) e em pequenas motonetas (scooters) – hoje praticamente não são mais fabricadas e tendem a se tornar mais raras. Nesse tipo de motor, o óleo circula diluído no combustível e precisa ser misturado à gasolina. Essa mistura, dependendo do modelo da moto, pode ser feita diretamente no tanque ou por meio de um pequeno reservatório. O sistema de transmissão dessas motocicletas recebe lubrificação independente. O API criou uma classificação especial para os óleos de 2 tempos iniciando com a letra T, em que API TA e API TB já estão obsoletas, vigorando a API TC que fornece maior proteção e limpeza do motor. A JASO, por sua vez, estabeleceu as especificações para esse tipo de motor com a letra F, sendo que FA e FB também já foram ultrapassadas pela especificação JASO FC, já existindo até a mais moderna FD. Segundo a gerente técnica da BP/Castrol, Claudia Cavadas, o óleo para motores de 2 tempos precisa produzir uma combustão mais limpa, evitar a formação de


depósitos e reduzir a emissão de fumaça, além de formar um baixo nível de cinzas, evitando a pré-ignição e danos ao catalisador. Os óleos mais indicados para motores de dois tempos são os formulados com óleos básicos sintéticos, pois garantem baixa emissão de fumaça. Flávio Gusmão reforça essa idéia: -“Esses óleos recebem uma aditivação com baixíssimo teor de cinzas, evitam a formação de depósitos (carbonização) e contribuem para manter o motor limpo. Além disso, o lubrificante possui dispersantes que aumentam sua diluição na mistura com o combustível”.

Tendências mundiais As vendas no mercado mundial de motocicletas atingiram, em 2007, a marca das 36 milhões de unidades, mostrando um crescimento anual da ordem de 5,3%. Mercados como Índia e China continuarão apresentando altos níveis de demanda por motos pequenas, mantendo o aquecimento desse segmento, enquanto a demanda por motores mais potentes ainda se conservará forte por um tempo, mas com incertezas a longo prazo, principalmente nos Estados Unidos e Europa Ocidental. As legislações ambientais, com novos limites para emissões veiculares, poderão direcionar os novos produtos para uma motorização mais limpa, principalmente nos mercados emergentes, em que o controle da polui-

ção tem se tornado uma preocupação séria. De acordo com o engenheiro Marcos David, da Chevron Oronite, essa direção ambiental mais restritiva trará alterações importantes no desenvolvimento tecnológico do mercado de motos, podendo variar desde a completa extinção dos motores de 2 tempos até a adoção de sistemas de injeção de combustível. Uma outra tendência de mercado é o crescimento do segmento de motocicletas elétricas e até mesmo a possibilidade de máquinas movidas a célula de combustível. Conforme esperado por técnicos do setor, as tendências tecnológicas principais que deverão afetar a formulação do óleo para motos em futuro próximo são: economia de combustível, aumento da proteção contra oxidação, aumento do poder detergente e maior ênfase no desempenho de pistões, embreagem e engrenagens. Novas especificações JASO estão sendo discutidas para o ano de 2010, e pode-se esperar um maior stress para o óleo lubrificante, com grandes dificuldades para os formuladores.

Tatiana Fontenelle é jornalista pós-graduada em telejornalismo.

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LUBRIFICANTES

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Óleo de Turbina Por Gustavo Eduardo Zamboni

produção mundial de energia elétrica em grande escala depende principalmente da utilização de turbinas. Elas podem ser: turbinas a vapor, utilizadas em plantas movidas a carvão; turbinas hidráulicas, usadas em usinas hidroelétricas; ou turbinas a gás, que queimam gás natural ou óleo diesel.

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Turbinas e Geração de energia Turbinas são máquinas simples que, com a passagem de algum tipo de fluido (líquido ou gás), produzem energia elétrica. Basicamente, o fluido passa de forma forçada através de pás ligadas a um rotor, ou uma hélice, montado sobre um eixo acoplado a um gerador elétrico. Quando o fluido passa pelo rotor faz o eixo girar. Finalmente, essa energia rotatória é transformada pelo Turbina Francis

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gerador em energia elétrica. Turbinas hidráulicas As turbinas hidráulicas são máquinas que transformam a energia hidráulica de um fluxo de água (potencial ou altura e cinética ou de movimento) em energia mecânica, para, finalmente, através do uso de um gerador, convertê-la em energia elétrica. Elas são encontradas em usinas hidrelétricas onde, acopladas à rede elétrica, passam a fazer parte da chamada matriz energética do país. As turbinas hidráulicas podem ser de dois tipos: de ação ou de reação. Nas turbinas de ação (Turbina Pelton), a pressão de entrada é igual à de saída e o rotor da turbina só é movido pela energia cinética da água (energia do movimento). Nas turbinas de reação (turbinas Francis, Kaplan e de Bulbo), o rotor é impulsionado tanto pela energia cinética (velocidade) quanto pela energia potencial (altura da queda), assim a pressão de saída é menor que a de entrada. Cada um desses tipos de turbina é adaptado para funcionar em uma determinada faixa de altura da queda de água. A vazão de água pode ser equivalente nos quatro tipos, e a sua potência será calculada como o produto da altura da queda pela vazão volumétrica. As turbinas hidráulicas po-


dem ser montadas tanto com o eixo vertical quanto com o horizontal. Normalmente, devido a seu custo elevado, elas são somente utilizadas para geração de energia elétrica. As turbinas modernas têm uma eficiência de funcionamento da ordem de 85% a 99%, variando de acordo com a vazão e a energia potencial a ser aproveitada. Usinas hidrelétricas As usinas hidrelétricas são complexos industriais que têm por objetivo produzir energia elétrica aproveitando o potencial energético de um rio. Nesse setor, o Brasil é o terceiro maior país do mundo em potencial hidrelétrico, ficando atrás somente de Canadá e dos Estados Unidos. A energia hidrelétrica é mais barata que a nuclear e menos agressiva para o meio ambiente que a do petróleo ou do carvão. A energia elétrica é transmitida para uma rede elétrica formada por uma ou mais linhas de transmissão interligadas à rede de distribuição.

sequência das mais altas temperaturas de trabalho dos rolamentos e dos locais onde o óleo também é utilizado. As propriedades lubrificantes dos óleos, e seu uso como fluido refrigerante também são fatores de desgaste. O pior contaminante para o óleo é a água proveniente da condensação nas juntas ou em outras partes do sistema. Qualquer um dos tipos de turbina acima descritos requer um lubrificante de alta qualidade para proteger suas partes móveis, porém, dependendo do tipo de turbina, diferentes tipos de óleos devem ser utilizados para suportar as condições específicas de stress (pressão, temperatura) a que o lubrificante estará exposto. Vejamos por exemplo: Turbinas hidráulicas: As turbinas hidráulicas impõem grandes esforços aos lubrificantes, que aumentam ou diminuem de acordo com a altura da queda e a vazão de água para a qual a turbina foi especificada. Isso significa grandes pressões e temperaturas em cima dos rolamentos e mancais e alto risco de contaminação por água e impurezas. Assim, é preciso que os óleos para turbinas hidráulicas tenham alta demulsibilidade e uma elevada resistência à oxidação. Como conseqüência da presença de água, é também importante a sua propriedade anticorrosiva. Devido às altas pressões às quais estão expostos, é necessário um alto índice de viscosidade a fim de preservar a camada de lubrificante entre as partes móveis.

represa casa de força linhas de distribuição

canal gerador duto

turbina rio

Óleos de turbina Existe uma grande similaridade entre os óleos usados em sistemas hidráulicos e os de turbina. Para muitas aplicações esses óleos são intercambiáveis e caem na categoria denominada no exterior como R&O – Rust and Oxidation Inhibiting Oil. Os óleos de turbina são desenvolvidos para ter uma longa vida útil, já que os períodos de troca são longos. Esses óleos recebem maior stress em serviço como con-

Turbinas a gás: As turbinas a gás impõem grande stress no óleo lubrificante, geralmente requerendo a utilização de óleos sintéticos. Nelas, as temperaturas às quais os rolamentos se encontram expostos são muito maiores e o tamanho do cárter ou depósito de óleo, menor. Dessa forma, esses equipamentos requerem óleos com alta resistência à oxidação térmica (175º C), acentuada demulsibilidade, baixa formação de espuma e boa propriedade anticorroriva. 23


Turbinas a vapor: Essas turbinas são amplamente utilizadas para geração de energia elétrica em usinas termelétricas a Diesel ou carvão. Nelas, a energia térmica do combustivel é transformada em energia cinética de um fluido que, ao passar pelo rotor, se transforma em energia mecânica do eixo, e este por estar acoplado ao gerador, produzirá, finalmente, energia elétrica. Essas turbinas precisam de óleos com uma moderada resistência à oxidação térmica (95º C), boas propriedades de demulsificação, reduzida formação de espuma, propriedades anticorrosivas, além de rápida separação de água. Também utilizadas como um componente crítico em sistemas industriais, essas máquinas funcionam 24 h por dia. Os grupos de manutenção das empresas contam com rígidas táticas para maximizar a operação, dadas as condições extremas de operação dessas turbinas associadas a longos períodos de funcionamento ininterrupto, altas temperaturas, contaminação por água etc.

Seleção de óleos para turbinas de vapor Utilizaremos como exemplo as turbinas a vapor para definir critérios para a seleção de um óleo lubrificante adequado, que com ajustes, pode ser estendido para qualquer um dos tipos de turbinas mencionados. Detalhamos a seguir alguns elementos que visam fornecer para gerentes de planta ou manutenção um guia para otimizar a eficiência dos equipamentos, simplificar a manutenção e reduzir os custos de manutenção. Como já foi exposto, as principais funções dos óleTurbina Pelton

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os para turbinas a vapor são: • Lubrificar os rolamentos dos mancais e eixos, podendo incluir o sistema de controle hidráulico, engrenagens, selos dos eixos e cuplas flexíveis; • Fornecer um eficiente resfriamento; • Prevenir lama, ferrugem e corrosão enquanto estiver em serviço. Para isso, o pessoal de manutenção deverá avaliar e monitorar alguns parâmetros como: Viscosidade: é o fator mais importante para a seleção de um óleo de turbina correto. Um produto com a viscosidade adequada fornecerá a espessura de camada de óleo necessária para reduzir o atrito entre as partes móveis. Geralmente, turbinas menores e turbinas de propulsão naval, que giram em velocidades superiores a 3000 rpm, requerem um óleo de viscosidade ISO 22 ou 32; as turbinas que rodem em velocidades abaixo de 3000 rpm requerem viscosidades ISO entre 32 e 100. Índice de viscosidade (IV): indica o efeito que a mudança de temperatura causa na viscosidade do óleo. Quanto maior o índice de viscosidade, menor será a mudança da viscosidade do óleo com a temperatura. Óleos de turbina de qualidade terão freqüentemente IV de pelo menos 95. Demulsibilidade: é a habilidade de o óleo se separar da água. A água pode aparecer livre, em solução ou misturada com o óleo, e deve ser eliminada. A contaminação com água promove a degradação do óleo, corrosão e fadiga dos rolamentos. Qualquer dessas condições compromete o desempenho do óleo. Boa demulsibilidade é um fator crítico para o sucesso do óleo


escolhido. A demulsibilidade de um óleo pode ser afetada por contaminantes como ferrugem ou poeira. Também, a mistura de óleo de turbina com outros lubrificantes que contenham alta concentração de detergentes e dispersantes (ex.:óleos de motor) deve ser evitada para preservar a habilidade do óleo de se separar da água. Baixa formação de espuma: espuma em reservatórios das turbinas é algo comum, porém o excesso de espuma que se forma no óleo pode vazar e entrar no sistema de circulação, podendo prejudicar bombas e rolamentos ou provocar dados erráticos no sistema de controle. Os óleos de turbina têm pacotes de aditivos antiespumantes para eliminar esse problema. Ferrugem e corrosão: estes são dois mecanismos diferentes. Corrosão acontece quando ácidos ou bases atacam as superficies metálicas. Ferrugem é a formação de um óxido metálico que aparece quando o oxigênio, geralmente em presença de água, entra em contato com o metal por um longo período de tempo. Para isso, os óleos de turbina contam com um pacote de aditivos para prevenção de ferrugem e oxidação que atuam formando uma capa protetora acima do metal. Estabilidade à oxidação: os óleos de turbina ficam por muito tempo dentro dos reservatórios da turbina, onde estão expostos a oxigênio, e podem degradar suas propriedades lubrificantes. Assim, é importante observar a resistência à oxidação de um óleo para turbina a vapor. Do ponto de vista prático, uma baixa resistência à oxidação reduz a vida útil do óleo. Simultaneamente estarão comprometidas outras características como demulsibilidade, resistência à formação de espuma e, em casos extremos, poderão ser formados borra e depósitos.

Projeto de Lubrificação de turbinas Como resultado do acima exposto, é importante perceber a necessidade de preservar a vida útil dos óleos de turbina. Dessa forma, o projeto de instalação deve prever alguns componentes auxiliares como decantadores, filtros prensa e centrífugas, com o objetivo de purificar o óleo. Assim, a vida útil do óleo poderá se extender até 20 anos ou mais. É preciso ter alguns cuidados especiais nos projetos de lubrificação de turbinas, tais como a temperatura do óleo no sistema de lubrificação, para não exceder os 60º C. Devemos ainda ter cuidados para evitar a umidade, utilizando cartuchos de Silica-Gel, e minimizar a presença de ar no sistema visando retardar o processo de oxidação. Gustavo Eduardo Zamboni é engenheiro industrial, formado pela Universidade Nacional de Buenos Aires

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Educação Ambiental Ampliando a percepção para uma mudança consciente de atitude Por: Paula B. Fontes

Indústria do Petróleo é, e continuará sendo por muito tempo ainda, a grande propulsora do mundo moderno, e está sendo obrigada a adaptar-se aos novos, e cada vez mais severos, padrões de qualidade e de restrições ambientais impostos pela necessidade de preservação e conservação do meio natural em nível planetário. A legislação ambiental continuará a ser o principal fator de mudanças e a força geradora de novos requisitos tecnológicos, como as restrições para as emissões veiculares, que obrigam o desenvolvimento de tecnologias de motores, combustíveis e lubrificantes compatíveis com os limites estabelecidos. As indústrias investem em equipamentos e treinamento de pessoal para estabelecerem procedimentos e se prepararem para atender às exigências dos órgãos legisladores. No entanto, a grande transformação de consciência para a melhoria da qualidade de vida do ser humano e, por conseqüência, do planeta só se faz quando o foco da atenção principal estiver voltado para o comprometimento individual, o que se consegue por meio do processo de Educação Ambiental. A preocupação com o meio ambiente vem se mostrando essencial para a sobrevivência do homem. A sociedade chegou a tal nível de desenvolvimento técnico-científico, que acaba por causar conseqüências drásticas ao meio ambiente. O processo de aceleração do modelo capitalista prioriza o desenvolvimento a qualquer preço, a

A

partir da evolução dos meios técnicos, e seu impacto pode ser sentido quando sabemos que algumas espécies de plantas e animais entraram ou já estão na lista para entrar em extinção, devido à caça e à extração predatórias. A Educação Ambiental surge, então, como uma alternativa de mudança desse quadro, como uma forma de ampliar a percepção da questão ambiental. Diante dessa situação conturbada, ela aparece como uma possibilidade de mudança de pensamento e de atitude, com o objetivo de formar cidadãos conscientes diante da situação atual de exploração dos recursos naturais. Dessa forma, o cidadão poderá começar a se sentir parte integrante do meio natural, podendo efetuar mudanças de cunho local, passo primeiro para mudanças em nível planetário. Analisando o conceito proposto por José Carlos Siqueira no trabalho Educação Ambiental: Valores Éticos na Formação de Agentes Multiplicadores, percebemos que os valores éticos que permeiam as relações sócio-ambientais proporcionam garantir às gerações futuras uma melhor qualidade de vida e a possibilidade de renovação do meio ambiente. Para entender a relação homem/natureza, é importante fazer uso do conceito de sócio-ambiental, conforme definido por Francisco Mendonça no trabalho Elementos de Epistemologia da Geografia Contemporânea: “O termo sócio aparece atrelado ao termo ambiental, para enfatizar o necessário envolvimento da sociedade, enquanto sujeito, elemento, parte fundamental dos processos relativos à problemática ambiental contemporânea”.

Educação Formal x Educação Não Formal Considera-se como objetivo da Educação Ambiental atingir a sociedade. Parte-se do princípio de que todas as pessoas devem ter oportunidade de acesso às informações que lhes permitam participar ativamente na bus-


ca de soluções para os problemas ambientais atuais. O Brasil instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental por meio da lei 9.795/99, que tem guiado as ações dos processos educativos nos âmbitos formal e informal. A Educação Formal abrange estudantes em geral, desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental, Ensino Médio até a Universidade, além de envolver professores e demais profissionais, sempre no ambiente escolar. A Educação Não Formal, ou Informal, envolve todos os segmentos da população, como, por exemplo, grupos de mulheres, de jovens, de trabalhadores, políticos, empresários, associações de moradores, profissionais liberais, ONGs, dentre outros, e pode ocorrer em qualquer ambiente. Vivemos, neste início do séc. XXI, um momento crítico do desenvolvimento humano, que podemos situar como uma crise entre a racionalidade técnica e a racionalidade ética dos valores. Mauro Griin, no livro Ética e Educação Ambiental: A Conexão Necessária, nos mostra que os resultados operacionais e quantitativos da racionalidade técnica não têm conseguido solucionar os grandes desafios do meio ambiente. A população do planeta chega ao número de seis bilhões de habi-

tantes neste século, e o homem vive um processo de crescimento do sistema econômico voltado ao acúmulo material. Esse excesso de acúmulo gera uma produção imensa de entulhos, que acabam virando lixo. A produção exacerbada faz com que haja uma utilização intensa e descontrolada dos recursos naturais, ocasionando um esgotamento desses recursos e desmistificando a visão de que eles são inesgotáveis. A questão ambiental sempre esteve associada a fatores econômicos, políticos e culturais e, portanto, diretamente ligada à qualidade de vida da população. A partir dessa enunciação, podemos entender que vivemos conectados em rede, em que os processos estão todos interligados, e nossas ações se refletem no meio ambiente. Por essa razão, a preservação e a conservação do meio ambiente são imprescindíveis: conservar o meio ambiente é conservar a vida do homem sobre a Terra. Para que essa conservação seja efetiva, há a necessidade de construção de uma racionalidade ambiental, que se concretiza numa inter-relação permanente entre teoria e prática. A questão ambiental surge no terreno prático de uma problemática social que orienta o saber, o conhecimento e a pesquisa para o campo estratégico


Água e óleo não se misturam. Omissão e responsabilidade também não.

A destinação inadequada no descarte de óleos lubriÄcantes usados ou contaminados polui a terra, a água e o ar, prejudicando o meio ambiente. Há mais de 30 anos, a LWART LUBRIFICANTES é responsável pelo recolhimento de mais de 50% do óleo lubriÄcante usado ou contaminado destinado para o rerreÄno no país, sendo considerada a maior empresa do setor na América Latina. Além de proteger a natureza, o rerreÄno garante o abastecimento do mercado, preservando recursos naturais não-renováveis. Troque o óleo lubriÄcante de seu carro ou máquina somente em locais que tenham o compromisso em armazenar corretamente o produto e o destinar para o rerreÄno. Não jogue fora a oportunidade de preservar o meio ambiente e contribuir para a sustentabilidade.

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Valorizando o homem, construindo o futuro.


do poder e da ação política; sendo assim, a categoria de racionalidade ambiental é útil para sistematizar enunciados teóricos do discurso ambiental, também servindo para analisar seu potencial e a coerência em sua expressão no movimento ambientalista. Neste sentido, a construção dessa racionalidade depende da constituição de novos atores sociais que objetivem, através de sua mobilização, e concretizem, em suas práticas, os princípios e potenciais do ambientalismo, o que se dá por meio da Educação Ambiental, seja na escola, seja em qualquer outro setor de atividade.

Desenvolvimento e Meio Ambiente A questão ambiental vem abrindo novas perspectivas ao processo de desenvolvimento, levando em conta novos princípios éticos e potenciais ecológicos, propondo uma transformação dos processos econômicos, políticos, tecnológicos e educativos, para construir uma racionalidade social e produtiva alternativa. O discurso ambientalista, orientado a refuncionalizar a ordem econômica dominante, mediante a incorporação de normas mais ecológicas e a aplicação de novos instrumentos econômicos, mobiliza um conjunto de mudanças sociais e transformações institucionais, para internalizar as bases ecológicas e sociais de um desenvolvimento mais sustentável. Os problemas ambientais são fundamentalmente problemas humanos. O homem precisa passar por uma transformação coletiva, na qual a consciência individual seja associada a ações práticas de mudança de valores e paradigmas. O pensamento moderno nos mostra que é necessário entender a crise ambiental como um fenômeno global, emergente, que apresenta características próprias mais graves e, também, mais desafiadoras do que as manifestadas em cada um dos problemas isolados. Isto significa que a abordagem dessa questão deve ser feita a partir de um novo paradigma conceitual e metodológico que permita analisar essa complexidade e trabalhar sobre ela. Como passo principal para a transformação coletiva, o cidadão precisa se sentir parte integran-

te do lugar em que vive e se sentir reconhecido como tal. Sem essa autocompreensão, não há como pensar em soluções duradouras, a não ser as de cunho individualista, imediatista e pontual. As visões particulares de mundo diferem umas das outras, as percepções dos problemas são diferentes e têm significados diversos para cada indivíduo, o que intervém nas formas de encarar o mundo, experienciá-lo e compartilhá-lo. Para que haja essa relação de proximidade e interação do homem com outros homens e com o ambiente, é necessário que a sociedade assuma o papel fundamental de fazer com que pessoas com diferentes experiências, valores espirituais, costumes, hábitos e histórias de vida troquem informações e avaliem de modos diferentes as questões ambientais, buscando soluções individuais e coletivas que garantam a sobrevivência do planeta e da vida humana na Terra. Tecnologia de ponta, ações conjugadas dos poderes públicos para a incorporação de normas ecológicas ao processo econômico e o comprometimento individual e social com a mudança de paradigma formam o tripé que pode assegurar ao homem atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às suas próprias necessidades, adequadas aos limites ecológicos do planeta.

Paula B. Fontes é Geógrafa formada pela PUC-Rio e pesquisadora ambiental


O ÓLEO QUE VEM DO GÁS GTL (Gas-To-Liquid), um grande desafio econômico e logístico

Por: Pedro Nelson Abicalil Belmiro

bter combustível líquido a partir de gás não é nenhuma novidade, nem um grande avanço tecnológico do século XXI, já que, desde 1923, os cientistas alemães Franz Fischer e Hans Tropsch descobriram que se pode converter em líquido um gás formado de Monóxido de Carbono (CO) e Hidrogênio (H), chamado de “gás de síntese”, em presença de catalisador, configurando o chamado processo Fischer-Tropsch. Porém, utilizar esse processo com vantagens econômicas e viabilidade comercial ainda é um grande desafio para a Indústria e os pesquisadores. Uma vez que o processo se baseia na transformação do gás de síntese, a fonte desse gás pode variar desde o Gás Natural fartamente encontrado em diversos países, até a biomassa de diversas procedências, passando pelo Carvão que foi, na verdade, a origem de tudo. Para o processo utilizando biomassa, adota-se o termo BTL (Biomass To Liquid), assim como para o uso do Carvão fala-se em CTL (Coal To Liquid). De todas as formas, a base do processo é estabelecida em três etapas distintas. A primeira é a obtenção do Gás de Síntese (CO + H2), com a quebra das moléculas do Metano (CH4). A segunda é a Síntese das parafinas lineares formadas através de atividade catalítica que vai construindo as cadeias de Carbono desejadas. A terceira etapa do processo concentra-se na melhoria dos produtos formados, através de hidroisomerização catalítica. Além das novas tecnologias em catálise com Cobalto e Ferro, outros fatores foram extremamente importantes para a viabilização econômica da tecnologia GTL, tais como a disparada do preço do Petróleo, as novas descobertas de reservas mundiais de Gás Natural e as restrições cada vez mais severas das legislações ambientais.

O

30

Fatores favoráveis As legislações ambientais dos países estão ficando cada vez mais restritivas e exigindo um nível de emissões veiculares tão pequeno, que dificilmente poderá ser atingido só com o desenvolvimento dos motores. Os combustíveis e lubrificantes tornaram-se extremamente importantes nesse processo de redução da poluição. Já é fato que as especificações mais recentes de lubrificantes para atender estes requisitos de emissões, já em vigor na Europa e Estados Unidos, não são atingidas com óleos básicos de grupo I, minerais de mais baixo grau de refino. Diante disso, os lubrificantes formulados com óleos básicos de grupos II e III e também as Polialfaolefinas, que na maioria das vezes compõem os chamados óleos sintéticos, passaram a contribuir significativamente para o atendimento dos mais modernos requisitos de qualidade. Devido a isso, a capacidade produtiva mundial não tem conseguido atender à demanda crescente por básicos de alta qualidade. Com relação à qualidade, já sabemos que os óleos básicos obtidos pelo processo GTL são totalmente isentos de elementos nocivos como o Enxofre, Nitrogênio e compostos aromáticos. Além disso, são completamente saturados e possuem baixa volatilidade, o que os torna extremamente atraentes para as modernas formulações. Espera-se ainda que esse óleo básico possa ser colocado no mercado a um preço menor que as Polialfaolefinas, mas acima dos básicos de grupo III. Isso trará ao Gás Natural uma utilização de alto valor agregado.

Principais desafios Existem, no entanto, grandes desafios a serem ven-


Fonte: Pétrole e Techniques nº413 - pág 67

cidos para que o óleo lubrificante que vem do gás esteja comercialmente disponível em quantidade suficiente para atender à demanda existente. A primeira delas é a crescente utilização direta do Gás Natural como combustível, o que confere um valor mais nobre do que simplesmente a queima, que era e ainda é o caminho desse produto na maioria das vezes, em algumas regiões. Essa utilização pode colocar o lubrificante em segundo plano, uma vez que a busca por energia se torna prioritária. As plantas de GTL deverão se localizar provavelmente junto às fontes supridoras, e conseqüentemente afastadas dos principais mercados consumidores. Com isso, os problemas relativos à logística de distribuição serão grandes e podem onerar o produto final além do esperado. Com relação às aprovações e certificações dos lubrificantes formulados com GTL, serão necessários inúmeros testes de motores e de campo para assegurar o desempenho e compatibilidade requeridos. Aqueles que desenvolvem tecnologia em lubrificantes vão precisar investir grande recurso financeiro, para assegurar que esses novos básicos possam ser comercializados sem qualquer perda das aprovações já obtidas junto aos órgãos competentes, tanto americanos como europeus, e também junto aos fabricantes de motores. O que se pode esperar, no entanto, é que, devido à alta qualidade dos básicos obtidos com a tecnologia GTL, os formuladores poderão se beneficiar, não necessitando de aditivos de alto desempenho, com isso proporcionando uma redução do custo final da formulação.

Os projetos mundiais

safios para a indústria GTL. Muitos projetos de alto nível foram engavetados. Grandes companhias petroleiras como a ExxonMobil e Chevron, que tinham acordos com o governo do Qatar, o terceiro maior produtor de Gás Natural do mundo, desistiram dos projetos para produção de lubrificantes, deixando para a Shell o único projeto que ainda está em curso com a Qatar Petroleum, e que prevê prioridade para a produção de combustíveis, principalmente óleo Diesel. A escalada de preços também provocou um aumento significativo dos custos e da complexidade de implantação de uma fábrica de lubrificantes a partir do Gás Natural. Esse fator, aliado a outras opções de monetização das reservas de Gás do Qatar, foi um dos motivos para mudanças nos horizontes do universo GTL. Projetos como os da refinaria de Oryx (Sasol-Chevron), que poderiam produzir mais de 1 milhão de litros de óleo básico por dia, foram simplesmente adiados sem data marcada. Juntando-se a isso a desistência da ExxonMobil de seu projeto para produzir mais de 4,5 milhões de litros por dia em 2011, restou o projeto da refinaria de Pearl (Shell), que após um investimento adicional de 18 milhões de dólares irá tornar-se a maior produtora de combustíveis GTL do mundo, mas sem prioridade ou previsão para a produção de lubrificantes. Com as incertezas rondando o futuro dos lubrificantes produzidos com tecnologia GTL e a crescente demanda por básicos de qualidade superior no mundo todo, espera-se que novas plantas produtoras de óleos básicos de grupo II e III venham ocupar esse espaço. Não há dúvidas quanto à necessidade de se abastecer o mercado mundial com básicos de qualidade superior, porém é provável que ainda teremos que esperar uns dois ou três anos para que essa situação comece a se equacionar de forma mais clara. Obter óleo lubrificante a partir do gás não é mais nenhum mistério, mas torná-lo economicamente viável e disponível ao mercado mundial ainda é um grande desafio!

Pedro Nelson Abicalil Belmiro é engenheiro químico, consultor técnico em lubrificantes e coordenador de lubrificantes do IBP.

Os últimos dois anos foram tempos de muitos de31


O mercado em foco Retornar ao mercado com informações relevantes que afetam o setor de lubrificantes é a proposta principal da LUBES EM FOCO. Sendo assim, a partir dessa edição, inauguramos a seção MERCADO EM FOCO que, através de pesquisa detalhada junto aos principais agentes e órgãos legisladores, pretende apresentar números que possam auxiliar e servir de referência para a melhor compreensão e decisões empresariais.

Uma visão geral do mercado Mercado 1º semestre 2008

Mercado de Lubrificantes Brasil • Participação 2007 660.000 m3

Total Lubrificantes:

390.000 m3 237.000 m3 29.000 t

Automotivos: Industriais: Graxas:

14,9% 12,8%

19,1%

27.000 m3

Importação Produto Acabado:

BR Texaco Ipiranga Shell Esso Petronas (Fl Brasil) Repsol YPF Castrol Outros

9,3%

628.000 m3

Total Óleos Básicos:

373.000 m3 155.000 m3 100.000 m3

Produção nacional: Importação: Rerrefino:

8,4%

23% 5,7% 3,2%3,6%

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Banco de Dados Lubes em Foco

1

Mercado SINDICOM • Comparativo 07/08 por região (Período Jan a Julho) Total de lubrificantes por região

Mil m3

Análise comparativa por produtos

Mil m3

300

364.235

315.606

350

287.021 2007 2008

325.317

2007 2008

250

300 250

200 224.688

200

202.545

150

150

125.190

100

25.446

GRAXAS

50

68.043

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

100

112.012 77.024

50

52.418 36.641

26.839

60,224

40.700

0

0

SUL

200

NORDESTE

CENTRO OESTE

123.286

120 2007 2008

177.188

NORTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

SUDESTE

2007 2008

113.213

100 159.312

150

80 100

60 72.641

40

65.611

50 44.928

32.527 22.938

40.991

46.404

51.497 37.462

22.447

20

20.074

25.448 12.342

18.639

0

0 SUL

SUDESTE

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: BR, Chevron, Ipiranga, Shell, Esso, Petronas, RepsolYPF, Castrol.

32

15.926

13.912

NORDESTE

CENTRO OESTE


NACIONAIS COLETA DE EMBALAGENS DE LUBRIFICANTES JÁ É REALIDADE EM LONDRINA Uma parceria entre SINDICOM e Sindicombustíveis-PR com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Ministério Público do Paraná colocou em prática um programa que destinará de forma ambientalmente correta mais de 150 mil embalagens de óleo lubrificante que circulam mensalmente em Londrina. É o programa “Jogue Limpo”, que já vem chamando a atenção de outros estados brasileiros.

COMISSÃO DE LUBRIFICANTES DISCUTE NÍVEL MÍNIMO DE QUALIDADE Atendendo a uma solicitação de parte do mercado, e com a finalidade de preparar uma proposta para revisão dos níveis mínimos de qualidade dos lubrificantes automotivos no Brasil, a Comissão de Lubrificantes do IBP, em conjunto com a AEA, colocou em pauta o tema para ser discutido com todos os principais agentes. A eliminação de óleo monograu do mercado e a elevação do grau de desempenho são os pon-

tos fundamentais dessa discussão, que deverá gerar uma proposta concreta a ser apresentada à ANP.

FROTA NACIONAL DE VEÍCULOS PASSA DE 51 MILHÕES DE CARROS Segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), de junho de 2007 a junho de 2008 a frota brasileira aumentou em 8,3%, atingindo cerca de 51,2 milhões de automóveis. O fato está atrelado ao crescimento industrial do país e reflete direta e positivamente no mercado de lubrificantes.

ANFAVEA VAI INVESTIR US$23 BILHÕES NO BRASIL ATÉ 2011 Segundo informação da Agência Brasil de Notícias, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) anunciou investimentos de 23 bilhões de dólares no país, entre 2008 e 2011, destinando os recursos principalmente para pesquisas, desenvolvimento de produtos e aumento da capacidade produtiva.

INTERNACIONAIS LUBRIFICAÇÃO DE TURBINAS EÓLICAS É PREOCUPAÇÃO NOS EUA A Associação Americana de Energia Eólica espera um crescimento de quase 45% na indústria de geração de energia obtida com o movimento do ar (vento). A preocupação está no grande número de turbinas que foram obrigadas a parar para manutenção antes do tempo previsto. A utilização de lubrificantes inadequados e práticas incorretas de lubrificação podem ser as causas desses problemas.

REFINARIA AMERICANA AMPLIA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE BÁSICOS A refinaria da Chevron em Pascagoula, no Mississipi, anunciou a intenção de construir mais uma unidade

para produção de óleos básicos. A expansão será de, aproximadamente, 4 milhões de litros por dia de básicos de qualidade premium. A maior parte produzida será de básicos do grupo II, com possibilidade também para produção de grupo III.

FABRICANTES DE MOTORES INSATISFEITOS COM FUTURA CATEGORIA API Vários fabricantes de motores diesel demonstraram não estarem satisfeitos com a proposta da nova categoria API CJ-4 e condicionam suas aprovações a testes próprios com seus motores. Dessa forma, ocorre um aumento considerável no custo das formulações que precisam rodar mais testes de motores em laboratório e longos testes de campo. As discussões continuam. 33


Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

Setembro 24 a 27 Outubro 5 a 8 Outubro 6 a 9 Outubro 11 a 14 Outubro 14 a 15 Outubro 13 a 16 Outubro 20 a 22 Outubro 23 a 25 Outubro 27 Outubro 28 e 29 Novembro 13 e 14 Dezembro 3 e 4 Dezembro 3 a 5 Dezembro 7 a 11 Maio 17 a 21 Junho 07a 10 Junho 13 a 16 Junho 21 a 25

5th China International Symposium on Tribology - Beijing, China - www.cist.org.cn The 3rd Symposium on the Assessment and Control of Metal Removal Fluid - www.ilma.org/events Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting - Rosemont, Illinois, USA - www.sae.org ILMA Annual Meeting - www.ilma.org/events/futuremtgs.cfm Fuels & Lubricants Asia Conference - Singapura - http://www.abf-asia.com/ ILMA 60 th Annual Meeting - www.ilma.org/events/futuremtgs.cfm STLE /ASME International Joint Tribology Conference - Miami, Florida, USA -www.tribology-abc.com The UEIL Annual Congress 08 - “Lubricant raw materials - Technology and Supply” - www.ueil.org Oil Price Trends Promise New Opportunities for GTL - Copthorne Tara Hotel - Londres - Inglaterra The 5th Middle Eastern Base Oils & Lubricants Conference -The Grand Hyatt, Dubai -www.icis.com 2008 International Lubricants & Waxes Meeting - Houston Marriott Westchase - www.npradc.org 4th ICIS Pan-American Base Oils & Lubes Conference - The Roosevelt Hotel, NYC - www.icis.com

2nd International Conference on Advanced Tribology - Signapore - www.tribology-abc.com Petroleum Products and Lubricants - Tampa Marriott Waterside; Tampa, FL US -www.astm.org 64th STLE Annual Meeting & Exhibition - Orlando, Florida (USA) - www.stle.org/annual 2nd European Conference on Tribology – ECOTRIB 2008 - Pisa, Italia - www.tribology-abc.com 76th NLGI Annual Meeting - Tucson, Arizona, U.S.A.-www.nlgi.org Petroleum Products and Lubricants - Norfolk Waterside Marriott; Norfolk, VA US - www.astm.org

Nacionais Data Setembro 15 a 18 Setembro 17 e 18 Outubro 7 a 9 Outubro 15 a 17 Outubro 28 e 29

Evento RIO OIL & GAS EXPO 2008 - Riocentro - Rio de Janeiro - www.ibp.org.br SIMEA 2008 -Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva - São Paulo - www.aea.org.br Congresso SAE BRASIL 2008 - Expo Center Norte - São Paulo - SP Postos & Conveniência 2008 - Centro de Convenções de Natal - RN Simpósio sobre Lubrificantes e Aditivos - São Paulo - www.ibp.org.br / www.aea.org.br

Cursos Data

Evento

Setembro 3 a 5

Corrosão e inibidores - Rio de Janeiro - www.ibp.org.br

Setembro 25 Outubro 1º Outubro 30 e 31 Nov. 24 a Dez.12

Curso de Lubrificantes - Belo Horizonte - helena@cobrapi.com.br Curso de Lubrificantes - Santos - helena@cobrapi.com.br Biodiesel - Tecnologia, Regulação e Investimentos - Rio de Janeiro - www.ibp.org.br 15º Geman - Gerência de Manutenção - Rio de Janeiro - www.abraman.org.br

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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20 07 20 08 *

20 06

20 05

20 04

20 03

20 02

20 01

20 00

.000

.000

.000

.000

.000

0



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