EM FOCO
Out/Nov 08 Ano II • nº 9 Publicação Bimestral R$ 12,00
A revista do negócio de lubrificantes
Entrando nos trilhos Tendências e impactos nas modernas formulações dos óleos ferroviários.
Amostragem Um processo sensível e de grande importância na avaliação do lubrificante.
Editorial Chegamos a dezembro. O ano de 2008 passou com uma velocidade estonteante. Bem próprio da era da Informática, da Comunicação e do Conhecimento. Fica cada vez mais perceptível aos nossos sentidos que o tempo é, realmente, a grandeza relativa de que nos alertou Einstein. O perigo é nos deixarmos envelhecer de acordo com essa percepção do tempo, ou seja, rápido demais. Foi um ano riquíssimo, tanto para a nossa revista como para o mercado de lubrificantes brasileiro, em que grandes desafios foram enfrentados, muitos ajustes foram feitos e objetivos alcançados. Os problemas também vieram na mesma proporção, e tivemos que conviver com falta de básicos, alta de preços e ajustes de qualidade. Mas o mercado evoluiu, cresceu e os números nos mostram isso. A crise financeira mundial poderá trazer preocupações ou restrições ao mercado, mas ainda estamos em fase de expectativa e especulação. Não se pode esquecer dos avanços e da maturidade conseguida este ano no nosso mercado de lubrificantes. A ANP comemora a redução nos níveis de não-conformidade do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes. Os pequenos produtores procuram se adequar aos níveis de desempenho cada vez mais elevados do mercado e se organizam no Simepetro e até em eventos do setor. O Simpósio de Lubrificantes e Aditivos realizado em São Paulo foi um grande sucesso, com a presença de inúmeros técnicos e personalidades internacionais do setor. Novos players entram ou se preparam para entrar no mercado brasileiro de lubrificantes, tanto de óleo acabado como na comercialização de básicos de qualidade superior. Apesar da redução das primeiras projeções, o PIB industrial apresentou alta razoável este ano, e certamente ainda cresceremos em 2009, o que causa impacto direto no mercado de lubrificantes. A incerteza pode vir ainda a incomodar e exigir medidas restritivas ou mesmo de precaução, mas, com certeza, o mercado de lubrificantes tem o que comemorar neste fim de ano. Não podemos deixar de ressaltar também que a LUBES EM FOCO fecha o ano de 2008 vivendo seu segundo ano de vida e comemorando o sucesso reconhecido pelo mercado através dos contatos que recebemos. Queremos compartilhar com todos os leitores e colaboradores a alegria de chegar ao fim do ano, podendo contar as flores que nasceram no jardim de que tanto cuidamos em nosso trabalho junto ao mercado. Recebam todos nossa mensagem de otimismo, parceria e fé em um futuro promissor de paz e realizações. Os Editores
Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro
Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Gustavo Eduardo Zamboni
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Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho
Redação Tatiana Fontenelle
Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45
Impressão SOL Gráfica
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Sumário 6
! novo site!! o s s o n e Visit
Entrevista com o presidente do SINDIRREFINO O desafio do setor de rerrefino de lubrificantes para os novos parâmetros de coleta e produção.
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Grupo de Monitoramento Permanente: Conama 362
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O desafio de lubrificar engrenagens modernas
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Entrando nos trilhos
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Simepetro realiza seu primeiro congresso
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Amostragem: um processo sensível
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Simpósio de Lubrificantes e Aditivos
29 30 31
br
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Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o GMP é pioneiro e único na estrutura das Resoluções do Conama.
Maior eficiência das bases sintéticas na transmissão de força através de engrenagens de mais alta qualidade.
A tendência esperada para os óleos lubrificantes de motores ferroviários é de uma exigência de qualidade cada vez maior.
Evento realizado em São Paulo aproximou os integrantes da cadeia produtiva e facilitou a troca de informações e experiências.
A parte mais importante no processo de transmissão da informação para o gestor de manutenção.
Resumo do maior encontro brasileiro sobre tecnologia de lubrificantes mostra a importância crescente do setor.
Mercado em foco Informações sobre o mercado brasileiro de lubrificantes.
Notícias Rápidas Atualidades do mercado de lubrificantes.
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Rerrefino:
proteção e produção
Produzindo básicos a partir do óleo usado, a indústria protege o Meio Ambiente e atende a uma demanda crescente. Por: Tatiana Fontenelle
tuando há 27 anos no mercado brasileiro, o Sindirrefino – Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais, representante das empresas rerrefinadoras no país, tem tido pelo menos dois papéis importantes no mercado: o envolvimento direto na coleta do óleo usado ou contaminado e a produção de óleos básicos para atender a uma demanda crescente no Brasil. De acordo com dados da empresa, os associados geram cerca de 1,5 mil empregos diretos, dos quais 70% nas atividades de coleta, já que a reciclagem é feita com utilização de alta tecnologia e pouca mão-de-obra. Nilton Bastos, o presidente atual do Sindirrefino, fala com exclusividade para Lubes em Foco sobre essa importante entidade, sua realidade e planos futuros.
A
Lubes em Foco - Quantas empresas compõem hoje o Sindirrefino? Nilton Bastos - Estão associadas ao Sindirrefino onze empresas entre as autorizadas pela ANP. As demais, até onde analisamos, não preenchem as condições do Código de auto-regulamentação dos filiados ao Sindirrefino. Lubes em Foco - Há quanto tempo existe o Sindirrefino e o que motivou sua criação? Nilton Bastos- O Sindirrefino recebeu sua carta patente em 23 de dezembro de 1981.De 1973 a 1991, funcionou como uma Associação Nacional das Indús6
trias de Rerrefino de Óleos Minerais. Sua criação foi motivada pela necessidade de valorizar o óleo básico rerrefinado, controlar o destino do óleo usado e criar mecanismos de regulação desse setor da indústria do petróleo. Até o advento do Sindirrefino, não era usual as empresas de grande porte, produtoras de óleo acabado, utilizarem em suas formulações óleo básico rerrefinado. A persistência da Associação dos Rerrefinadores na defesa dos interesses das empresas do setor foi o que possibilitou, no ano de 1985, a edição da Resolução CNP 02/85, que tratava do rerrefino, e a edição da Norma Técnica 08/85, criando as primeiras especificações para o óleo básico rerrefinado. Lubes em Foco - Qual o principal objetivo desse Sindicato? Nilton Bastos - O Sindirrefino tem como principal objetivo representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses gerais de sua categoria econômica e o interesse individual de seus associados. Lubes em Foco - Como o segmento de rerrefino tem colaborado no abastecimento de óleos básicos no Brasil? Nilton Bastos - Notadamente em 2007, o setor de óleos básicos rerrefinados teve participação ativa no mercado de óleo básicos em geral, pois, de um consumo de 1.082,29 milhões de litros, o setor participou com 194,13 milhões de litros de óleo básico rerrefinado, num percentual correspondente a 17,93% do consumo nacional. Lubes em Foco - Quais os principais problemas ou
dificuldades que a indústria encontra no Mercado Nilton Bastos - Acredito que podem ser feitas cambrasileiro? panhas de esclarecimento junto aos usuários e fontes Nilton Bastos - O principal problema vivenciado pelo geradoras, conscientização de empresas produtoras setor deriva das atuações que ainda não estão em clandestinas, tais como o perfeita sintonia com a envio de óleo usado para legislação de Regência a queima em caldeiras, fore uma forte articulação nos de olaria e recauchutados órgãos ambientais gem de pneus. Empregos estaduais através de sua na fabricação de massa de Associação, ABEMA, que vidro e utilização de óleos recentemente celebrou usados claros em procesum termo de parceria sos de mistura na fabricae cooperação com a ção de borracha também ANP e o Sindirrefino, têm sido constatados. com vistas à difusão Concorre ainda para essa da Resolução Coilegalidade a atuação de nama 362.2005 “coletores” clandestinos, e sua aplicação que “trabalham” com cerde maneira tificados falsos de empreuniforme por sas legalizadas, dando a todos os segentender às fontes geradomentos envolras que as alienações acovidos na cabertadas desses apócrifos deia de comerdocumentos se revestiriam cialização dos de legalidade. óleos lubrificantes Sr. Nilton Bastos • Presidente do Sindirrefino acabados e dos reLubes em Foco - A indústria do rerrefino está prepara- síduos por eles gerados, pós-consumo. da para suportar o aumento progressivo dos percentuais de coleta exigidos pela legislação? Lubes em Foco - Como o Sindirrefino avalia Nilton Bastos - O setor possui capacidade instalada as mudanças provocadas pelas novas Resode processamento de óleo usado, em 2008, da ordem luções da ANP, principalmente as que prede 327,4 milhões de litro de óleo usado. Esses números tendem substituir as portarias 127 e 130 que atendem aos percentuais de coleta da Portaria 464/2007 afetam o seu setor, por tratarem de coleta e até o ano de 2011, mantido o atual consumo. atividade de rerrefino? Ressaltamos que, à medida que houver garantia do su- Nilton Bastos - Cremos que a fixação de reprimento da matéria-prima (óleo usado), hoje desviada quisitos mínimos para a habilitação de empreem grande parte para outros fins, o setor terá capacida- sas nesse segmento deverá valorizar as emprede de mobilização e investimentos para absorver os vo- sas sérias e retirar paulatinamente do mercado as lumes de coleta que vierem a ser fixados pelo governo empresas que não estejam dispostas a cumprir o federal. Afinal, não se trata de duplicação da unidade, mínimo de qualidade. Consideramos inadmissímas de adequação ou instalação de um ou outro equi- vel que um agente, seja ele de que segmento pamento em particular. for, se habilite a uma atividade, por exemplo, como rerrefinador, e ao longo de vários anos, Lubes em Foco - Em recente Simpósio sobre lubrifi- não se tenha notícia no mercado de que escantes em São Paulo, foi dito que a agressão ambiental se agente tenha comercializado um só litro pelo óleo usado ou contaminado ainda é muito grande. de óleo básico rerrefinado. O que deve ser feito para melhorar essa situação? Penso que a observância e o atendimento às 7
normas legais pelo particular e o comando de quem tem atribuição legal para fazer cumprir a mesma norma revestem-se de caráter imperioso, sob pena de a norma cair em descrédito e comprometer todo um trabalho desenvolvido ao longo dos anos. Lubes em Foco - Em termos de qualidade, pode-se dizer que o óleo rerrefinado tem condições de atender à demanda de um mercado cada vez mais exigente? Nilton Bastos - Desde 1980, foram implantados novos avanços tecnológicos no setor produtivo de óleo rerrefinado, destacando-se o termo craqueamento, a evaporação e o flasheamento pelicular, além da tecnologia de extração a solvente seletivo a propano. Todas essas tecnologias redundaram em ganho de escala e menor utilização de insumos e subprodutos. É evidente que se amanhã houver necessidade do setor partir para hidroacabamento com emprego de hidrogênio, as unidades em funcionamento deverão se adaptar a essa nova realidade. Lubes em Foco - O Sindirrefino dá alguma orientação ou recomendação aos seus associados com relação à qualidade do básico produzido? Nilton Bastos - Sim. Existe inclusive troca de informações técnicas sobre esta ou aquela melhoria de processo. Lubes em Foco - O Sr. acredita que a atual crise financeira terá algum efeito imediato na indústria do rerrefino? Nilton Bastos - É de difícil mensuração, mas sem dúvida seremos afetados pela previsível precificação da crise. Dou, como exemplo, o dólar, o petróleo, entre outros. Acredito que novos patamares surgirão, e nossa tarefa é manter a produção e o fornecimento equilibrados. Lubes em Foco - Na sua opinião, a sociedade brasileira tem discutido suficientemente os temas que envolvem os perigos ambientais provocados pelo descarte errado de óleos usados ou contaminados? Nilton Bastos - Infelizmente não. Contudo, está começando a haver maior conscientização quanto aos malefícios que essa importante matéria-prima possa trazer ao meio ambiente se não for convenientemente segregada e corretamente encaminhada ao seu destino adequado. Lubes em Foco - Abrimos espaço aqui para seus comentários livres sobre o que desejar complementar. Nilton Bastos - O Sindirrefino há muito optou por uma ação solidária ativando todas as portas das entidades que se preocupam com o meio ambiente do setor de lubrificante. Hoje temos uma situação invejada por muitos países. Por sermos precursores, algumas vezes somos copiados por muitos.Nossa vocação é agir sempre em conjunto com nossos pares, evitando danos ao meio ambiente e provendo o abastecimento de óleo lubrificante básico para o nosso país. 8
Grupo de papel importante na coleta do óleo usado e contaminado brificantes usados e estabelece que o produto usado ou contaminado deve ser recolhido, coletado e ter destino final, de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a recuperação de substâncias nocivas nele contidas. De acordo com a Resolução 362, a prática tecnicamente recomendada para evitar a contaminação química é o envio do resíduo para regeneração e recuperação por meio do processo industrial de rerrefino. Para o controle dessa atividade, foi criado o Grupo de Monitoramento permanente - GMP que, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), trata da coleta, armazenamento e destinação final dos OLUCs. Tal Grupo é pioneiro e único na estrutura das Resoluções do CONAMA e é composto, além do MMA, pelo Ministério de Minas e Energia, Ministério das Cidades, IBAMA, ANP, ABEMA, ANAMMA e a ONG APROMAC. Fazem parte também o setor empresarial da cadeia produtiva dos óleos lubrificantes, tais como: SINDICOM, SINDILUB, SIMEPETRO e SINDIRREFINO.
uitas pessoas e empresas descartam seu óleo lubrificante usado de maneira errada e altamente perigosa. Seja por falta de informações ou até mesmo por desleixo, esses indivíduos não têm noção do poder tóxico de tal ato. De acordo com especialistas do setor, apenas mil litros de óleo lubrificante usado ou contaminado podem danificar uma estação de efluentes de uma cidade com 45 mil habitantes. Com grande efeito nocivo ao meio ambiente, os óleos lubrificantes não se dissolvem na água, não são biodegradáveis, formam películas impermeáveis que impedem a passagem do oxigênio e destroem a vida, tanto na água como no solo, e espalham substâncias tóxicas que podem ser ingeridas pelos seres humanos de forma direta ou indireta. Entre os principais contaminantes dos óleos lubrificantes usados e/ou contaminados (OLUCs), estão os ácidos orgânicos, as dioxinas, os hidrocarbonetos aromáticos polinucleares (HPAS) e os metais pesados como chumbo, cádmio, cromo, mercúrio e níquel. Tentando evitar esse tipo de problema, a Resolução 362 do CONAMA, que está em vigor desde junho de 2005, regulamenta a reciclagem de óleos lu- GMP (Grupo de Monitoramento Permanente)
M
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Monitoramento Permanente Por: Tatiana Fontenelle
Atualmente, o GMP está realizando uma série de Oficinas de Capacitação e Treinamento na Resolução CONAMA Nº 362/2005 pelas regiões do país. O público-alvo dessas oficinas são os técnicos ambientais dos estados e dos municípios do país. A 1ª Oficina foi realizada em abril de 2008, em Goiânia e contemplou as Regiões Norte e Centro-Oeste. A 2ª Oficina foi realizada em julho de 2008, em Natal, e contemplou a Região Nordeste. A 3ª Oficina realizou-se em setembro de 2008, em Florianópolis, abrangendo a Região Sul, e a 4ª Oficina será realizada em dezembro de 2008, em São Paulo, na Região Sudeste.
“
Caminhão de coleta de óleo
Muitas pessoas e empresas descartam seu óleo lubrificante usado de maneira errada e altamente perigosa.
“
Para o Coordenador do GMP, Edmilson Rodrigues, essas parcerias são extremamente importantes na otimização dos espaços de trabalho, garantindo qualidade aos eventos. “Uma das propostas das oficinas é a de que seus participantes se transformem em multiplicadores das informações recebidas e que a cadeia dessas informações chegue ao ponto de a população passar a exigir que o local escolhido para a troca de óleo faça a correta coleta e armazenagem do produto”, declarou Rodrigues. Os principais resultados a serem alcançados são: a divulgação da Resolução CONAMA, a capacitação de profissionais de licenciamento e fiscalização dos órgãos estaduais e municipais de Meio Ambiente, o cumprimento da Portaria MMA/MME 464/2007 e a divulgação do Manual de Fiscalização das Atividades Relacionadas aos OLUCs.
Dentro dos objetivos do MMA na coordenação do GMP, o principal é o aumento percentual progressivo da coleta e rerrefino dos óleos lubrificantes usados e contaminados. Edmilson lembra ainda que, para os próximos anos, os ministérios de Minas e Energia e Meio Ambiente, em ato conjunto, publicaram, em 30 de agosto de 2007, a Portaria Interministerial Nº 464 fixando novos percentuais de coleta por região geográfica, conforme tabela abaixo: Regiões Ano
Brasil Nordeste
Norte Centro-Oeste Sudeste
Sul
2008
19%
17%
27%
33,4%
21%
20%
29%
42% 42%
33%
2009
34%
34,2%
2010
23%
23%
31%
42%
35%
35%
2011
25%
24%
31%
42%
35%
35,9%
Tatiana Fontenelle é jornalista pós-graduada em telejornalismo.
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O Desafio
de lubrificar
engrenagens modernas Por: Roland Gemperlé
As vantagens do uso de óleos sintéticos na lubrificação de engrenagens
A
utilização de engrenagens como ele-
Com a evolução das tecnologias utilizadas
mentos na mecânica de máquinas vi-
na fabricação, as engrenagens tornaram-se cada
sam à obtenção da forma mais econô-
vez mais eficientes. Basta dizer que, nos últimos
mica de duas propriedades básicas
80 anos, a precisão na usinagem das engrena-
na condução da potência gerada pelo motor:
gens aumentou mais de 100 vezes e as tolerâncias de fabricação aumentaram aproximadamen-
• alteração da direção e/ou velocidade na transmissão;
te na mesma ordem de grandeza. Nesse mesmo
• alteração na potência (torque) transmitida.
tempo, os óleos lubrificantes evoluíram a ponto de poderem ser produzidos inteiramente com ba-
Essas duas propriedades são obtidas e controladas por meio de engrenagens de maneira
ses sintéticas, contendo aditivos da mais avançada tecnologia.
geral, que constituem um ponto crítico de lubri-
A combinação de tratamentos térmicos es-
ficação em qualquer sistema mecânico, em que
peciais com a adoção da geometria ideal nas
podem ocorrer problemas como aquecimento
engrenagens para determinado tipo de serviço
(perdas mecânicas) e quebras (desgaste, desa-
objetiva o mais alto grau de eficiência do conjun-
linhamento).
to redutor ou multiplicador. Para que a eficiência
O advento da tecnologia no trabalho dos
projetada seja obtida e mantida durante longos
metais possibilitou a troca das antigas polias de
períodos de operação, uma lubrificação correta é
transmissão com correias e das engrenagens de
fundamental, seja por imersão ou por circulação.
madeira para as de metal, e foi aí que começou
A lubrificação por imersão limita-se a veloci-
a ficar aparente que a lubrificação teria um papel
dades periféricas de, no máximo, 12 m/s. Acima
preponderante sobre o desempenho e a conser-
dessa velocidade, o óleo é atirado para fora dos
vação das engrenagens.
dentes pela força centrífuga e o suprimento de
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óleo aos dentes das engrenagens é prejudicado. Uma lubrificação efetiva nas engrenagens de alta velocidade é obtida com a utilização de sistemas de circulação e de injeção de óleo. Com o objetivo de sistematizar e organizar a lubrificação industrial, certas entidades como, por exemplo, USS – United States Steel e AGMA – American Gear Manufacturers Association nos Estados Unidos, DIN e ISO internacionalmente, estabeleceram padrões dimensionais para os lubrificantes para conjuntos de engrenagens. A padronização foi essencialmente baseada na viscosidade do lubrificante, mas parâmetros de desempenho também foram estabelecidos, principalmente tendo como base os requisitos dos fabricantes de redutores e multiplicadores. As funções principais dos lubrificantes formulados para engrenagens incluem: otimizar a transferência de potência, reduzir ao mínimo o desgaste, reduzir o atrito, dissipar o calor e ajudar na remoção de partículas abrasivas. Com a alta qualidade das engrenagens produzidas em nossos dias, pode-se esperar o máximo desempenho dos redutores e multiplicadores. Um dos parâmetros da eficiência mecânica de observação imediata é a temperatura de operação do conjunto de engrenagens. A previsão da temperatura ideal de operação de um conjunto de engrenagens depende de cálculos complexos em que vários fatores cir-
Caixa de velocidade - Desenho de David Kimble
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cunstanciais, como local da instala-
das suas moléculas, são beneficiadas por um fator de arraste
ção, regime de cargas, temperatura
fluido extremamente baixo, o que faz com que esses lubrifi-
ambiente etc., são levados em con-
cantes “escorreguem” mais do que seus similares derivados
ta, mas, uma vez instalado, o con-
da destilação do petróleo. O resultado é a transmissão de for-
junto atingirá um determinado nível
ça com temperaturas mais baixas, isto é, de forma mais efi-
de temperatura operacional estabi-
ciente.
lizado que indicará a eficiência de
O enorme cabedal de informações obtido com o desenvol-
transmissão de força naquelas cir-
vimento de óleos fabricados com bases sintéticas e, em espe-
cunstâncias.
cial, com as polialfaolefinas (PAO), utilizados na lubrificação de
Esse conjunto estará, na maioria
conjuntos de engrenagens, revela claramente que é possível au-
das vezes, utilizando um lubrificante
mentar a eficiência da transmissão de força entre engrenagens,
mineral convencional, selecionado
o que se identifica de imediato pela redução da temperatura
de acordo com as recomendações
de operação do equipamento. Com essa melhora na eficiência,
do fabricante, que terá sido orienta-
pode-se esperar redução nos custos operacionais, aumento da
do pelo conjunto de Normas vigen-
Por: TatianaoFontenelle vida do lubrificante, maior proteção contra o desgaste, que se
tes, tais como USS, AGMA, DIN ou
traduz em aumento da vida útil do equipamento.
ISO.
Com o endurecimento das superfícies dos dentes das enNote-se que essas Normas não
grenagens, obtido através de processos de tratamento térmico
estabelecem que um lubrificante pa-
e têmpera cada vez mais avançados, bem como com técnicas
ra engrenagens deva ser sintético,
de acabamento cada vez mais sofisticadas, começam a apare-
entre outros motivos porque não é o
cer condições de lubrificação do regime Elastohidrodinâmico
escopo da normatização.
(EHL) que se refletem positivamente na redução do desgaste,
As características físicas das bases sintéticas como as PAO, por força da regularidade no tamanho
através do aumento da espessura da película lubrificante sintética entre os dentes. A ausência de moléculas “estranhas” na base sintética utilizada na formulação do lubrificante afasta o risco de oxidação do óleo, bem como facilita o trabalho do aditivo antioxidante; conseqüentemente, a carga do óleo sintético para engrenagens tem um potencial de durabilidade dramaticamente aumentado. A extensão do período de troca do lubrificante pode ser praticada com um fator de 5 vezes. Isso resulta na equivalente disponibilidade do equipamento para a produção e na diminuição dos custos da mão-de-obra, com a redução do número de paradas para manutenção.
Roland Gemperlé – Consultor técnico da Promax Produtos Máximos para as bases sintéticas.
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Entrando nos trilhos ÓLEOS PARA MOTORES FERROVIÁRIOS Por: Pedro Nelson Belmiro
motor ferroviário é um motor Diesel de média velocidade (entre 450 e 1000 r.p.m.), que tem utilização em diversos campos, além da propulsão de locomotivas, tais como: geradores de energia, grandes compressores, pequenos navios e rebocadores, acionamento de bombas e unidades estacionárias de força. Em alguns modelos de locomotivas, o motor Diesel apenas aciona o gerador elétrico principal que, por sua
O
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vez, irá tansmitir a potência para os motores de tração, não existindo conexão mecânica entre o motor Diesel e as rodas de tração. Conceitualmente, esse tipo é chamado de locomotiva Diesel-elétrica, que, na verdade é uma locomotiva elétrica que incorpora sua própria estação geradora e é ideal para operar em áreas em que a estrada de ferro não é eletrificada. Os motores de tração são máquinas de corrente contínua que convertem a energia elétrica em mecânica para o movimento da locomotiva. Em equipamentos maiores e mais recentes, os geradores produzem corrente alternada, portanto, é necessário retificar a corrente alternada, convertendo-a para corrente contínua, através de peças chamadas retificadores. Outro tipo de locomotiva é a diesel-hidráulica, em que o motor diesel impulsiona um conversor de torque em lugar de gerador. Esse conversor utiliza fluidos sob pressão hidráulica para transmitir e regular a energia recebida do motor. Em todos os casos, o motor Diesel deve ser lubrificado corretamente com produtos estritamente especificados. Os principais construtores de locomotivas, como a General Electric (GE) e a Divisão Eletromotiva da General Motors (EMD) têm suas próprias especificações de óleo lubrificante. Nos Estados Unidos, o Comitê de combustíveis e lubrificantes da LMOA – Locomotive Maintenance Officers Association estabeleceu um critério para a de-
signação dos óleos lubrificantes ferroviários, classificando-os em “Gerações”, levando em consideração, principalmente, os níveis de dispersância e detergência. Essa classificação evoluiu ao longo do tempo, tendo sido criadas as Gerações de 1 a 5. Assim, a melhor classificação hoje para esses é a Geração 5, que pode ter um valor de BN (Base Number) de 13 ou 17, dependendo do combustível utilizado. O BN, que é muito mais conhecido pela sigla antiga TBN (Total Base Number), é a reserva alcalina do óleo, que normalmente é fornecida pela aditivação detergente e é responsável pela neutralização dos ácidos formados durante a combustão, principalmente devido ao teor de Enxofre do combustível. Com relação à viscosidade, houve uma mudança significativa, principalmente a partir do ano de 1992, com a introdução do óleo multigrau. Historicamente, o óleo para motores ferroviários era um monograu SAE 40, porém nas locomotivas com alta potência e para atender a requerimentos de economia de combustível, houve uma migração significativa para os óleos 20W-40, principalmente. Continuando a evolução, os aditivos foram melhorados a partir de 1997, com vistas à extensão do intervalo entre as trocas de óleo e filtro. O melhorador de I.V. também teve seu desempenho aumentado a partir de 2002, para atender às exigências dos testes de campo. As fábricas de motores para uso ferroviário, após inúmeras fusões e aquisições, estipulam suas exigências para os lubrificantes com bastante rigor, devendo os mesmos passar por extensos processos de apro-
37%
24%
7% 32%
GE Alco EMD outros
vação em certificação. Atualmente, pode-se dizer que quase 70% da população mundial de locomotivas estão concentradas em três fabricantes principais: EMD, GE e ALCO (American Locomotive Company). Os demais fabricantes estão distribuídos entre Caterpillar, Dalian, Ruston, Pielstick, MTU, MAN B&W, United Goninan e fabricantes locais da Índia e da Rússia. De acordo com a Indústria de Aditivos, os produtos químicos utilizados na formulação dos óleos ferroviários estão em constante evolução, principalmente nesses tempos atuais, em que os requisitos de emissões veiculares são cada vez mais rígidos. A EMD já proibia o uso de óleo contendo Zinco em seus motores, desde que desenvolveu o modelo com o casquilho do mancal à base de Prata, em 1978. Desde então, nenhum óleo utilizando o aditivo Ditiofosfato de Zinco foi aprovado pela empresa. A GE, após extensos testes de campo, também não tem mais aprovado óleos contendo Zinco, já com vistas também aos níveis de emissões que serão em breve exigidos pelos órgãos reguladores.
Motor Diesel EMD 265
O que se exige de um óleo lubrificante para motor ferroviário? Os mais recentes requerimentos para um óleo ferroviário exigem o que normalmente se exigiria de um óleo de motor diesel moderno, ou seja: • • • • •
excelente controle de desgaste; excelente resistência ao cizalhamento; excelente retenção de viscosidade; maior vida útil baseada na análise do óleo em uso; e redução dos custos de manutenção. Além disso, para que um fabricante aprove a utiliza17
Exemplos de amostragem de óleos usados para SAE 20w-40 RREO Mudanças nas propriedades do óleo
20 15 10 5 Tempo
0 TBN
Viscosidade
ção de um óleo lubrificante específico, é necessária uma série de testes de bancada e campo, e a aprovação é geralmente dada ao conjunto do óleo básico com o aditivo. A GE, por exemplo, exige os testes de fricção, oxidação, viscosidade HTHS e durabilidade 1200h, para se obter a aprovação fundamental, e que seja rodado um teste de campo de 1 ano com, no mínimo, 4 unidades, para se chegar à aprovação total (Full Approval). O controle da qualidade de um óleo lubrificante em uso no motor ferroviário se faz, principalmente, analisando alguns parâmetros importantes, tais como a viscosidade e o BN, e observando suas variações com o decorrer do uso. Com o tempo, o óleo tende a
se oxidar, causando um aumento da viscosidade, enquanto sua reserva alcalina (BN) é consumida na neutralização dos ácidos. Vários fatores podem impactar a formulação de um óleo lubrificante para uso em motores ferroviários, pois as exigências de aditivos especiais e controle de qualidade do óleo em uso estão cada vez mais rigorosas para atender aos requerimentos de economia de combustível, emissões e durabilidade.
Restrições ambientais formulações
causam
Modernização da frota Novos projetos de motores
Maior utilização das locomotivas
Aumento das exigências para o óleo de motor
Requisitos de emissões + Qualidade do combustível
Qualidade das análises do óleo usado
Locomotivas mais poluentes Maiores intervalos de manutenção
18
nas
Recentemente, com as restrições impostas aos níveis de emissões veiculares, os motores ferroviários também terão que se adequarem e se adaptarem às novas tecnologias. A introdução de filtros de particulados e catalisadores de oxidação causaram a necessidade de otimização das formulações e tecnologia de aditivos para a redução de cinzas sulfatadas e, conseqüentemente, das emissões.
Tendências e impactos
Redução do consumo de óleos
impacto
Cabeçote de válvulas do motor
Execução de manutenção programada de locomotiva
A redução do teor de Enxofre dos combustíveis diesel). A utilização desse tipo de combustível está utilizados pelas locomotivas também será um ponto sendo monitorada, e alguns testes com o lubrificanimportante, pois a tendência é acompanhar as restri- te já estão em andamento para se avaliar o impacto ções impostas aos na formação de Sistemas de propulsão para locomotivas com Motor Diesel combustíveis utilidepósitos. zados nos ônibus A tendência e caminhões. Nos esperada para os Estados Unidos, óleos lubrificanpor exemplo, os tes de motores grandes refinaferroviários é de dores já disponiuma exigência de Trem diesel convencional bilizam o diesel qualidade cada Transmissão Motor Conversor com 500 p.p.m. vez maior, devido, hidráulica de Enxofre, tenprincipalmente, a Eixo do os pequenos fatores como uma refinadores até o maior utilização ano de 2010 para das locomotivas, Trem diesel híbrido se adequarem. A maiores intervapartir de 2012, selos entre as paConversor Motor Motor Gerador Inversor rá exigida a proradas para manudução do chamatenção, maiores Eixo Bateria do ultra-low sulfur, intervalos entre com 15 p.p.m. de as trocas de óleo Enxofre, que já é e maior economia utilizado hoje nas estradas do Canadá e do México. de combustível. Esses fatores vieram se tornando No Brasil, apenas 9% das cargas transportadas mais críticos no decorrer dos anos e devem continusão por ferrovias, e 64% desse número é minério de ar, seguindo a tendência apresentada para todos os Ferro; mesmo assim, os esforços para a redução de tipos de motores existentes. emissões estão sendo realizados, principalmente no tocante ao combustível, o que causa impacto direto também nos lubrificantes. Pedro Nelson Abicalil Belmiro A Companhia Vale, maior mineradora do país, já é engenheiro químico, consultor tornou-se a maior consumidora de biodiesel do Brasil, técnico em lubrificantes e coore grande número de suas locomotivas já testaram e denador de lubrificantes do IBP. utilizam a mistura B20 (óleo Diesel com 20% de bio19
SIMEPETRO REALIZA SEU PRIMEIRO CONGRESSO Evento aproximou os integrantes da cadeia produtiva abrindo espaço para a troca de informações e experiências Reunir todos os elos da cadeia de lubrificantes e promover um debate aberto sobre as necessidades e expectativas do mercado - esses foram os principais objetivos do 1° Congresso Nacional promovido pelo Simepetro (Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo) no último dia 17 de outubro, em São Paulo. De acordo com o presidente do Sindicato, Carlos Abud Ristum, pela primeira vez o segmento conseguiu reunir, em um mesmo evento, produtores de lubrificantes de todas as regiões do país, representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, do Instituto Brasileiro de Petróleo, do Sindicom e da Petrobrás. “O objetivo foi plenamente alcançado, pois conseguimos reunir toda a cadeia e promover a troca de informações e experiências, tudo em busca do fortalecimento do mercado”, destacou Ristum. Realizado em um único dia, o Congresso teve entre os temas, a política de suprimento e preços da Petrobras, a revisão das Portarias da ANP, o rerrefino de óleos lubrificantes, a implantação da Nota Fiscal Eletrônica, além de novas tecnologias em aditivos, a coleta de embalagens de lubrificantes e o importante trabalho que vem sendo desenvolvido junto ao mercado pelo IBP.
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AMOSTRAGEM
Um processo sensível e crítico na avaliação do lubrificante Por: Antonio Traverso Júnior
uando a engenharia de manutenção de uma empresa se propõe a implantar um programa de acompanhamento da condição de equipamentos, através dos lubrificantes em uso, pensa usualmente em primeirizar a atividade de análise do lubrificante com a aquisição de vários equipamentos com seus respectivos hardwares para compor o aparato analítico de um laboratório próprio, ou terceirizar identificando um laboratório idôneo para executar as análises das amostras de óleo. Há ainda aquelas equipes de manutenção que propõem um modelo intermediário, isto é, realizar algumas análises internamente e outras mais complexas e menos freqüentes em laboratórios externos. Todas essas soluções são válidas e todas têm um “mensageiro” em comum, que é a amostra do lubrificante. A amostra é o “veículo da informação” vital a um programa de acompanhamento de lubrificantes em uso. Esse veículo de informação tem a função de conduzir a informação da condição do equipamento e do próprio óleo até o laboratório que vai realizar as análises, assim como o respectivo diagnóstico. A amostragem do lubrificante usualmente é subavaliada e pouco analisada do ponto de vista da sua consistência e representatividade. Quando isso ocorre, ou se introduz um problema inexistente pela contaminação da amostra, ou se perde um problema real no equipamento por não se conseguir uma amostra completa. Em resumo: um processo de amostragem quando é inconsistente, conduz a uma fragilidade no fluxo de informação e trabalho útil representado ao lado. A amostragem consistente e significativa do lubrificante é a parte mais importante do processo de transmissão da informação do equipamento para o
Q
gestor da manutenção. Dessa forma para se obterem amostras de qualidade para a implantação e o desenvolvimento de um programa de monitoramento de equipamento, exige-se a observação de diversas técnicas e aspectos como as que se seguem. A limpeza do frasco – A grande maioria dos frascos para amostra disponibilizados pelos laboratórios não tem o seu nível de limpeza controlado, fazendo com que as amostras retiradas contenham contaminantes inexistentes no equipamento, o que possibilita diagnósticos equivocados. Para a eliminação do viés da contaminação nos frascos, faz-se necessário tê-los em três classes: LIMPOS - frascos com 10 a 100 partículas de 10 microns SUPER LIMPOS - frascos com 1 a 10 partículas de 10 microns ULTRA LIMPOS - frascos com 0,1 a 1 partícula de10 microns Os frascos super limpos são suficientes para a monitoração de bombas e motores hidráulicos, e os frascos ultra-limpos, para a monitoração de servo válvulas, são os mais apropriados. Quando o nível de contaminação a ser monitorado é menos rigoroso que os níveis necessários aos óleos hidráulicos, isto é, um ní-
Equipamento
AMOSTRA Laboratório
Diagnóstico Gestão/Ação. 21
vel 19/17/14 referência em redutores industriais, poderemos utilizar frascos limpos. A regra prática para a limpeza adequada de um frasco para amostra diz que a contaminação do frasco não deve exceder de 1% da contaminação esperada no equipamento/parte a ser monitorada. Para exemplificar, se precisarmos monitorar um sistema de servo válvulas que requeira um nível de controle de limpeza do lubrificante de 15/13/10 considerando a norma ISO 4406 , precisaremos de um frasco ultra-limpo. Cabe lembrar que a condição de limpeza de um frasco é perdida imediatamente quando ele é destampado prematuramente e/ou não utilizado imediatamente em condição protegida. Fazer economia em frascos para amostras de lubrificantes é fazer economia de palitos e colocar em risco a eficácia de um programa preditivo que pode trazer economias significativas nos custos de manutenção e nas receitas de produção.
ta uma amostra pequena que não possibilite a realização de todas as análises necessárias e significativas.
Frasco pequeno com volume insuficiente
O volume de ar no frasco – Para a homogeneização da amostra, quando do momento da realização efetiva das diversas análises de interesse no laboratório, faz-se necessário agitar vigorosamente a amostra no frasco. Para que a homogeneização seja eficaz, é necessário que haja um volume de ar dentro do frasco que corresponda ao menos a um quinto do seu volume bruto. Quando esse volume de ar não é preservado, dificilmente a amostra de óleo extraída do frasco corresponderá à amostra que foi retirada do equipamento, fazendo com que uma parcela útil de informação sobre o próprio óleo em uso e sobre o equipamento seja perdida ou subutilizada.
Frascos inapropriados diversos
Frasco de refrigerante
O volume das amostras – Igualmente importante é estimar o volume de amostra necessário. De nada adian22
Frasco com marcação de nível máximo
24o CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENCAO ~
Recife 2009 Centro de Convenções de Pernambuco
DE 31 DE AG OSTO A 04 DE SETEMBRO
Chamada para
A ABRAMAN convida os profissionais que atuam na área de Manutenção a inscreverem seus Trabalhos Técnicos para apresentação no 24º Congresso Brasileiro de Manutenção e as Empresas do Setor a participarem da Exposição de Produtos, Serviços e Equipamentos de
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O método de amostragem – A eliminação da subjetividade na amostragem do lubrificante só é obtida com a execução da amostragem numa seqüência correta em que o passo a passo seja rápido, seguro e higiênico. Tomemos como exemplo a monitoração de um equipamento que tenha grande sensibilidade à sílica e a outros óxidos duros: caso, durante a monitoração, as condições de higiene e seqüenciamento não forem observadas, incorremos no sério risco de, após os testes, detetarmos problemas inexistentes. Basta para isso a tampa ou o batoque do frasco de amostragem cair no chão e o mecânico que estiver realizando a amostragem se apressar em reutilizá-los na finalização da citada amostragem. A eliminação desse tipo de vulnerabilidade só pode ser obtida com a utilização de procedimentos de amostragem claros e precisos, fazendo com que todas as etapas envolvidas no processo de amostragem sejam controladas e precisas. Em coleta de amostra de lubrificante, qualquer consumível que caia no chão não deve ser reutilizado, pelo menos naquele momento.
pontos secundários, os quais escolheremos em função da especificidade e/ou histórico de cada equipamento. O ponto primário – Se temos um equipamento novo ou um equipamento com bom histórico de confiabilidade e estabilidade operacional, esse é o equipamento que tem aptidão para o ponto primário, isto é, um ponto generalista que aponta para a condição geral do equipamento. Um ótimo local para esse ponto é uma tubulação ou manifold de retorno de lubrificante. O ponto secundário – Quando temos equipamentos mais complexos trabalhando em condições severas e ambientes hostis e/ou equipamentos com históricos de falhas e de indisponibilidade, esses necessitam de pontos de diagnóstico visando à identificação precisa dos elementos e partes em que os “problemas’ começam, crescem e aparecem. Há situações em que a conjugação de uso de ponto(s) primário e secundário é necessária por oferecer flexibilidade à otimização de um programa preditivo de equipamentos através de lubrificantes. Em resumo: A utilização desses dois tipos de pontos permite-nos chegar perto ou nos afastarmos de pontos potenciais de problemas em um equipamento, de acordo com a situação e/ou conveniência. Em turbo máquinas esse conceito é
Amostragem em motor com bomba de vácuo
Os pontos de amostragem – A correta seleção e escolha dos pontos de amostragem determinam em grande medida a eficácia de um programa de monitoração de equipamentos através do lubrificante. Fazendo uma analogia com o sangue, podemos dizer que sempre devemos colher amostras em veias e nunca em artérias, a não ser que tenhamos objetivos específicos como verificar a eficiência e a atividade de filtros. Nas máquinas precisamos das amostras onde há densidade de informação, isto é, onde o óleo é “venoso”. Temos basicamente dois tipos de pontos possíveis nos equipamentos: são os pontos primários e os
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Ponto secundário em cilindro de máquina de papel
particularmente importante para os mancais.
longo do tempo, pode ser a diferença entre a continuidade operacional ou a falha catastrófica do equipamento.
A velocidade do envio e da execução das análises -– A informação contida dentro da amostra, na forma de contaminantes sólidos ou de produtos de reação do lubrificante, também está sujeita à força da gravidade, de modo que a sedimentação da informação é líquida e certa. Para evitarmos que está informação se perca e/ou se modifique, é importantíssimo enviarmos as amostras ao laboratório o mais rapidamente possível. Não é desnecessário dizer que uma amostra enviada para análise trinta dias depois de retirada do equipamento praticamente não tem mais valor, sem falar que nesse meio tempo o equipamento já pode ter, inclusive, falhado. A identificação do equipamento – A etiqueta da amostra deve conter todas as informações relevantes e pertinentes sobre o equipamento e sobre a amostra em si. Por exemplo, no campo de observações da amostra deve ser informado se o equipamento recebeu uma carga adicional de lubrificante após o envio da última amostra e, se recebeu, qual foi a quantidade, ou ainda, se o equipamento sofreu alguma intervenção e de que tipo foi: troca de rolamento, trocas de válvulas, trabalho a quente em reservatório etc. Todas as informações solicitadas nas etiquetas devem ser fornecidas, isto é, todos os campos devem ser preenchidos. Esse procedimento propicia uma maior consistência nos diagnósticos e prognósticos dos equipamentos monitorados. Qualquer omissão de informação, ao
A inspeção visual das amostras -– Muitas vezes, antes de se enviar as amostras para o laboratório, uma simples inspeção visual pode eliminar a demanda em até 60%, isto é, um diagnóstico do estado do equipamento pode ser obtido imediatamente dispensando a utilização do laboratório. Isto é particularmente importante para equipamentos em que os respectivos históricos já são de conhecimento da equipe de manutenção. A detecção de água livre, bactérias e limalhas são facilmente controladas com a inspeção visual. Conclusão -– Dedicar atenção à amostragem do lubrificante nos seus diversos aspectos é uma etapa essencial para se conseguirem excelentes resultados em um programa de acompanhamento da condição de equipamentos através dos lubrificantes em uso, visando ao aprimoramento de uma manutenção focada em resultados, confiabilidade e, porque não dizer, em sustentabilidade.
Antonio Traverso Júnior é engenheiro e coordenador técnico de lubrificantes da Gerência de Marketing de lubrificantes da Petrobras Distribuidora
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LUBRIFICANTES
25
SIMPÓSIO de Lubrificantes e Aditivos reúne os principais representantes do setor Por: Tatiana Fontenelle
evento aconteceu nos dias 28 e 29 de outubro, no Centro de Convenções Milenium, em São Paulo, e teve a participação de diversos profissionais do ramo de lubrificantes, entre montadoras, distribuidoras, fabricantes de aditivos, indústria do rerrefino e técnicos do setor, além da Agência Nacional de Petróleo - ANP e do Ministério do Meio Ambiente. O Simpósio, que teve o comitê técnico formado pelo coordenador da Comissão de Lubrificantes, Pedro Nelson Belmiro, e pela coordenadora de especialidades químicas da PROMAX, Simone Hashizume, reuniu mais de trezentas pessoas. Na abertura do encontro houve a apresentação do presidente da Associação Brasileira de Engenharia automotiva - AEA, Sr. Edison Parro, que abriu os trabalhos falando sobre a importância da parceria com o IBP para a realização de um Simpósio dessa categoria, transmitindo assim informações relevantes ao mercado. Abertura do evento “Chamou muito a atenção o grande interesse demonstrado através do número recorde de inscrições recebidas para o evento”, declarou Parro. Já o gerente de abastecimento e petroquímica do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP, Sr. Ernani Filgueiras de Carvalho, lembrou a missão do IBP como Fórum de debates para os diversos segmentos ligados à Indústria do Petróleo e ressaltou a sinergia encontrada nessa parceria com a AEA, que multiplicou o potencial das duas entidades para um evento como esse. Simone Hashizume comentou sobre o elevado nível técnico das vinte palestras apresentadas no encon-
O
26
tro: “Nós recebemos vários palestrantes de outros países que vieram somar aos experts brasileiros e falar de tecnologia e tendências para o setor de lubrificantes.” Pedro Nelson lembrou que a relação do setor de lubrificantes com o PIB industrial se faz em uma relação direta, pois, na medida em que aumenta o número de máquinas e de carros, mais lubrificantes são consumidos. Ressaltou também que o mercado de lubrificantes envolve alta tecnologia e movimenta atualmente no Brasil um total estimado em cerca de R$14 bilhões por ano. A primeira palestra do dia, proferida pelo Sr. André Rebelo, representante da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP, teve como tema o desenvolvimento industrial brasileiro. Rebelo abordou pontos como a história do crescimento do Brasil comparado com outros países emergentes, a atual crise financeira mundial e as indefinições ainda existentes no mercado. Ressaltou também a necessidade de se baixarem as taxas de juros, os impactos negativos da elevada carga tributária brasileira e de medidas rápidas do governo para segurar o crescimento do país. “O crescimento de 2008 já está garantido, porém 2009 ainda é uma incógnita” – afirmou André. No painel de básicos, participaram representando à Petrobras, Nelson Paim, e à Repsol (Arg.), Monica Vasquez. Paim, representando o principal supridor de básicos no Brasil, comentou sobre as dificuldades encontradas no mercado mundial, devido à redução da oferta de básicos, cuja melhora se espera nesse final de ano, e seus efeitos no abastecimento do mercado brasileiro, que cresceu 14,4%
Vista do auditório lotado durante os dias do evento.
nos primeiros nove meses desse ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Destacou, ainda, que a Petrobras tem planos de investimentos para o setor, mas que a fabricação de básicos de grupos II e III no Brasil poderá demorar ainda uns oito anos para ser concretizada. A representante da Repsol Argentina, em sua apresentação, lançou uma proposta bastante desafiadora, que é a regionalização dos requisitos técnicos para os países da América do Sul, começando pelo Mercosul. O principal motivo para isso são as diferentes condições econômicas e geográficas que temos em relação ao mundo desenvolvido. Citou alguns pontos importantes a serem analisados, tais como: conhecer a qualidade dos combustíveis disponíveis; definir o nível de qualidade dos lubrificantes adequado aos novos motores mundiais; fixar períodos lógicos de troca de óleo; simplificar a comunicação ao mercado; oferecer produtos ótimos a bons preços; e, finalmente agregar valor para todos os stakeholders envolvidos. Mónica finalizou sua palestra ressaltando que as necessidades básicas da América do Sul são muito diferentes de Europa e Estados Unidos ou mesmo da Ásia, o que nos leva a pensar em ações locais. No painel de bases sintéticas, representantes estrangeiros, das empresas ExxonMobil e Petronas apresentaram informações técnicas interessantes sobre a utilização de Alquilado Naftaleno com as Polialfaolefinas e os básicos de grupo III, respectivamente. O último painel do primeiro dia, sobre o Meio Ambiente, teve a participação do Sindicom, com Eduardo Freitas, da Ipiranga, apresentando o lançamento do programa “Jogue Limpo” no Paraná, para a coleta e
reciclagem das embalagens de lubrificantes. Também nesse painel, o representante da empresa Lwart, Tiago Trecenti, mostrou que a agressão ambiental provocada pelo descarte inapropriado de óleo usado e contaminado no Brasil está na ordem de 150 mil metros cúbicos por ano e apresentou ainda algumas etapas do processo de rerrefino. Em seguida, representando o Ministério do Meio Ambiente, o Sr. Edmilson Rodrigues encerrou o painel falando sobre o Grupo de Monitoramento Permanente da Resolução Conama 362. Após a última apresentação, os participantes e convidados participara de um coquetel, no mesmo local, oferecido pelo Simpósio. O segundo dia do Encontro foi voltado para a tecnologia, com as empresas de aditivos Afton Chemical, Infineum, Lubrizol, Oronite e Rhomax apresentando seus representantes internacionais para discorrer sobre as tendências tecnológicas nas áreas dos motores do ciclo Otto, ciclo Diesel, óleos de engrenagens automotivas, motores ferroviários e melhoradores de índice de viscosidade, respectivamente. Para esse painel, a exemplo de outras palestras do Simpósio, foi utilizada a tradução simultânea. A Petrobras Internacional apresentou uma palestra sobre os mercados de lubrificantes dos países da América Latina. O Sr. Kleber Lins, mostrou números e características peculiares de cada mercado da região. A ANP também teve uma participação relevante nesse Simpósio, com a apresentação de Tatiana Petricorena, da Superintendência de Abastecimento, sobre as novas Resoluções que regulam o mercado de lubrificante. Tatiana afirmou que as Resoluções, após a consulta pública, estarão prontas para a Audiência Pública no dia 13 de novembro, com publicação prevista para janeiro do ano que vem. Para a Coordenadora Adjunta do Centro de Pesquisas e Análises
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Tecnológicas, Maria da Conceição França, a ANP está aberta a ouvir o mercado sobre novas propostas para níveis mínimos de qualidade dos óleos automotivos e, inclusive, recebeu proposta da ABRAFA, colocando as especificações API SJ e API CF como mínimas para o mercado brasileiro. E, para finalizar o Simpósio, o último painel teve a importante participação das montadoras, como representantes principais dos consumidores e também como forças motrizes dos desenvolvimentos tecnológicos. O representante da General Motors, Djalma Mello, ressaltou o relevante papel da indústria automobilística brasileira no contexto mundial da utilização de álcool combustível. “Hoje temos aqui no Brasil tecnologia desenvolvida para carros flex, em que se pode usar qualquer percentagem
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Apresentação de Nelson Paim - Petrobras
de mistura álcool-gasolina, ao contrário do que se desenvolve nos Estados Unidos, com uma mistura fixa de 15% de etanol, que se chamará também de flex por motivos de marketing. Djalma também apoiou a iniciativa de Monica Vasquez para uma regionalização das especificações de óleo. Em seguida, o representante da Cummins, Luis Chaim Faraj, juntamente com o representante da Scania, Carlos Minoru, e o representante da Mercedes Benz, Charles Conconi, apresentaram
as experiências e testes realizados por suas empresas com motores utilizando biodiesel. Foram testadas misturas B5 e B20 com resultados muito promissores, que praticamente aprovaram a utilização do B5 e aumentaram as perspectivas de aprovação técnica do B20 para o ano de 2009. Ao encerramento do evento, além do sorteio aos participantes de cinco assinaturas da revista Lubes em Foco, os coordenadores do Comitê Técnico do Simpósio, Pedro Nelson Belmiro e Simone Hashizume, lembraram mais uma vez a importância da colaboração das empresas e dos órgãos governamentais que prestigiaram o evento e agradeceram a todos os participantes e aos colaboradores da AEA e do IBP que tornaram possível o sucesso do Encontro.
O mercado em foco Retornar ao mercado com informações relevantes que afetam o setor de lubrificantes é a proposta principal da LUBES EM FOCO. Sendo assim, a partir desta edição, inauguramos a seção MERCADO EM FOCO que, através de pesquisa detalhada junto aos principais agentes e órgãos legisladores, pretende apresentar números que possam auxiliar e servir de referência para a melhor compreensão e decisões empresariais.
Uma visão geral do mercado Até setembro de 2008 Total Óleos Lubrificantes: Automotivos: Industriais: Importação P. Acabado:
1.024.500 m3 604.000 m3 380.000 m3 40.500 m3
Total Graxas:
Mercado de Lubrificantes Brasil • Participação 2007 14,9% 12,8%
19,1%
41.000 t BR Texaco Ipiranga Shell Esso Petronas (Fl Brasil) Repsol YPF Castrol Outros
9,3%
1.008.000 m3 573.000 m3 285.000 m3 150.000 m3
Total Óleos Básicos: Produção nacional: Importação: Rerrefino:
8,4%
23% 5,7% 3,2%3,6%
Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco 1
Mercado SINDICOM • Comparativo 07/08 por região (Período Jan a Set) Total de lubrificantes por região
Mil m3
Análise comparativa por produtos
Mil m3
450
500
2007 2008
464.771
450 429.454
400
350
350
300
300
2007 2008
400
405.647 375.686
250
294.004 266.092
250
200
200
159.353
150 147.321
50
89.501
32.901
GRAXAS
100
100
INDUSTRIAIS
AUTOMOTIVOS
150
50
49.514
0 SUL
SUDESTE
250
160 2007 2008
NORTE
NORDESTE
CENTRO OESTE
Lubrificantes industriais por região
Mil m3
Lubrificantes automotivos por região
226.454
78.422 70.080
34.110
0 Mil m3
100.012
53.242
159.950 2007 2008
147.838
140
208.971
200
120 100
150
80 100
60
91.257 86.402
60.317 53.843
40
65.568 58.842
50
44.030 31.209
30.387
48.521
32.972
26.716
20 16.509
21.186
18.547
24.804
0
0 SUL
SUDESTE
NORTE
NORDESTE
CENTRO OESTE
SUL
SUDESTE
NORTE
NORDESTE
CENTRO OESTE
1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: BR, Chevron, Ipiranga, Shell, Esso, Petronas, RepsolYPF, Castrol.
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NACIONAIS ANP PREPARA PUBLICAÇÃO DE NOVAS RESOLUÇÕES SOBRE LUBRIFICANTES
INDÚSTRIA DE RERREFINO AMPLIA COM NOVA TECNOLOGIA
Em Audiência Pública realizada em 12 de novembro de 2008, a
A LWART Lubrificantes, líder brasileira e maior em-
ANP reformula as portarias 125 a 128 de 1999, com a publicação
presa da América Latina em rerrefino de óleos lubrificantes
de um pacote que contempla 5 Resoluções que regulam as seguin-
usados, assumiu o controle da empresa baiana Brasquímica,
tes atividades: o cadastramento de produtores e importadores de
localizada em Feira de Santana e que também atua no mesmo
óleo básico, a produção e importação de óleo acabado, a coleta de
segmento. A nova unidade passa a se chamar Lwart Nordeste
óleo usado ou contaminado e o rerrefino de lubrificante usado ou
e conta com capacidade de processamento de 1,5 milhão de
contaminado. O processo esteve em consulta pública até o dia 30
litros/mês e tecnologia diferenciada, que extrai os ativos com
de outubro e recebeu sugestões dos principais agentes do setor.
injeção de propano e refino com torre de destilação.
PROMAX
OFICIALIZA
REPRESEN-
TAÇÃO DA EXXONMOBIL
RIO E SÃO PAULO TERÃO DIESEL S-50 A PARTIR DE JANEIRO DE 2009
A Promax, fabricante nacional de aditivos e lubrificantes auto-
O combustível Diesel com 50 p.p.m. de Enxofre (S-50) estará
motivos e industriais, assumiu, oficialmente, a distribuição da
disponível para ônibus urbanos das cidades de Rio de Janeiro
ExxonMobil Chemical no Brasil para básicos sintéticos dos gru-
e São Paulo já no início do ano. Foi estabelecido também um
pos IV (Polialfaolefinas) e V (Synesstic e Ésteres). O contrato
cronograma para que outras cidades tenham sua frota urbana
comercial com uma das maiores petroquímicas do mundo con-
abastecida com esse combustível: Fortaleza, Recife e Belém
solida a nova atividade de importação e comercialização de ma-
a partir de maio de 2009, Curitiba em agosto, Porto Alegre,
térias-primas que a empresa iniciou em 2007.
Belo Horizonte e Salvador em janeiro de 2010.
INTERNACIONAIS GENERAL MOTORS LANÇARÁ ESPECIFICAÇÃO GLO-
CALIFÓRNIA RESTRINGIRÁ TAMBÉM EMISSÕES DE
BAL PARA ÓLEO DE MOTOR
ÓLEO DE CORTE
Em mais dois anos, a GM pretende introduzir sua especificação
A partir de julho de 2009, no estado americano da Califórnia,
global para lubrificantes de motor, a GEOS, que já será recomen-
passará a vigorar lei que limita as emissões provenientes de
dada para todos os veículos movidos a gasolina a partir de 2011. O
fluidos de corte (metalworking) e inibidores de ferrugem em 25
objetivo da empresa é ter a mesma qualidade de óleo disponível em
gramas por litro. Será utilizado método de análise próprio da
todo o mundo para seus carros. A princípio, a GM espera lançar du-
Air Quality Management Distric, o SCAQMD Method 313, que
as especificações: a GEOS-A para motores a gasolina e a GEOS-B
determina o teor de VOC (Volatile Organic Compounds) através
para motores a Diesel e gasolina comercializados na Europa.
de cromatografia gasosa/detetor de ionização de chama.
GENTE CLOVIS GOUVÊA Diretor de Tecnologia da Chevron, aposentou-se no mês passado, após 49 anos de importante contribuição e dedicação ao setor de lubrificantes. Iniciou sua carreira, em 1959, como técnico em lubrificação na Texaco, única empresa onde trabalhou. Aliando ampla experiência em vendas e excelente relacionamento com a indústria automobilística atuou como Líder em Global Lubricants para a América Latina. Esta é a história de vida de um profissional que soube unir capacidade de liderança e paixão pelo cliente e, sobretudo, pelo seu trabalho. Sucesso nesta nova fase da vida que está começando.
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Programação de Eventos Internacionais Data
Evento
2008 Novembro 24 a 26
The Four World Congress on Maintenance - Haikou, China - www.2008wcm.com.cn/een/index.asp
Dezembro 3 e 4
The 4th ICIS Pan-American Base Oils & Lubricants Conference - The Roosevelt Hotel, New York - www.icis.com
Dezembro 7 a 11
Petroleum Products and Lubricants - Tampa Marriott Waterside - Tampa, FL US - www.astm.org
Dezembro 8 a 11
The 23rd International Maintenance Conference - Bonita Springs,Florida- USA - www.maintenanceconference.com/imc/
2009 Janeiro 14 e 15
7th International Colloquium Fuels - Stuttgart, Alemanha - www.tae.de/fuels
Fevereiro 11 e 12
Hybrid Vehicle Technologies Symposium - San Diego, California (USA) - www.sae.org
Fevereiro 19 e 20
ICIS World Base Oils & Lubricants Conference - Londres - The Royal Lancaster Hotel - www.icisconference.com
Abril 20 a 23
SAE World Congress - Detroit, Michigan (USA) - www.sae.org
Maio 17 a 21
64th STLE Annual Meeting & Exhibition - Orlando, Florida (USA) - www.stle.org/annual_meeting/index.cfm
Junho 07 a 10
2nd ECOTRIB 2008 - Pisa, Italia, EU - http://www.tribology-abc.com/conferences/default.htm
Junho 13 a 16
76th NLGI Annual Meeting - Tucson, Arizona, U.S.A.-www.nlgi.org
Junho 15 a 17
SAE International Powertrains, Fuels and Lubricants Congress - Florença, Itália - www.sae.org
Junho 21 a 25
Petroleum Products and Lubricants - Norfolk Waterside Marriott; Norfolk, VA US - www.astm.org
Nacionais Data
Evento
2008 Novembro 17 a 19
ISA Show South America - Feira Sul-Americana de Automação - São Paulo, SP - www.isashow.com.br
Dezembro 3 a 5
EXPO WEC 2008 - 1a Feira Tecnológica Mundial Energia para o Futuro - Brasília - DF - www.hanover.com.br
2009 Março 31 a Abril 3
2a.Feira e Congresso de Manutenção de Equipamentos Industriais - Joinville, SC - www.marktevents.com.br
Abril 27 a Maio 2
Agrishow 2009 - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola - Ribeirão Preto, SP - www.agrishow.com.br
Setembro 15 a 19
Intermach 2009 - Feira Internacional de Metal-Mecânica - Joinville, SC - www.intermach.com.br
Cursos Data
Evento
2008 Novembro 17 a 20
Planejamento e Controle da Manutenção - Curitiba, PR - www.abraman.org.br
Nov. 24 a Dez.12
15º Geman - Gerência de Manutenção - Rio de Janeiro - www.abraman.org.br
Dezembro 1 a 4
Manutenção Centrada em Confiabilidade - Curitiba, PR - www.abraman.org.br
Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.
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