Revista lubes em foco edicao13

EM FOCO

Jun/Jul 09 Ano II • nº 13 Publicação Bimestral R$ 12,00

A revista do negócio de lubrificantes

Filtros de lubrificantes

Como especificar corretamente o elemento filtrante.

Resoluções da ANP Novas regras para o mercado de lubrificantes.

Editorial A manipulação de dados estatísticos, além de não ser uma tarefa muito simples, pode levar a conclusões erradas e até por vezes desastrosas. Não estamos aqui nos referindo a uma manipulação tendenciosa, que também pode subverter ou mascarar as conclusões obtidas, mas, sim, ao ângulo de visão adotado para a análise em questão.

A crise acabou? Já chegamos ao fundo do poço? Quando e quanto iremos crescer novamente? São perguntas feitas a todo momento para e pelos especialistas em Economia e que vão servir de parâmetros aos empresários na programação de seus investimentos.

Estamos assistindo a um verdadeiro redemoinho de informações que derramam dados sobre economia, produção e desenvolvimento do país, com impacto direto no nosso mercado de lubrificantes. Enquanto isso, os analistas se desdobram na árdua tarefa de compilar e interpretar números e tendências, para uma previsão mais aproximada possível da realidade.

A Indústria brasileira tem a maior queda em 34 anos, as bolsas disparam, o dólar cai e o mercado de lubrificantes balança entre o otimismo do setor automotivo e as sérias preocupações da área industrial. Nesse contexto, os parâmetros de análise tornam-se cada vez mais críticos e importantes, tanto em acuracidade como na interpretação.

O empresário encara de frente a ambigüidade de um mercado que apresenta uma queda em torno dos 16%, em comparação com igual período do ano passado, queda que se transforma em apenas 8% com relação ao segundo semestre de 2008, e, ao mesmo tempo, mostra uma recuperação de quase 14% entre os dois primeiros trimestres do ano em curso. A análise de tendências torna-se, dessa forma, imprescindível e a mistura dos dados automotivos com industriais proporciona uma média que não corresponde perfeitamente aos movimentos setoriais do mercado.

Já retornamos a valores ligeiramente superiores aos de 2007, mas ainda estamos longe dos picos de 2008; portanto, a análise pontual se opõe à tendência iniciada neste segundo trimestre de 2009, e as previsões de curto prazo ainda não se respaldam em um conjunto de dados sólidos o suficiente para tranquilizar os empresários.

Enquanto isso, os esforços de venda se multiplicam, os controles legais ficam mais rígidos, posições se alteram e os preços sobem. Isso é mercado!

Os Editores

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

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Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Alexandre Paula Pessoa Armando Pereira Alves de Souza

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br

Revisão Angela Belmiro Impressão Gráfica Minister

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Sumário 6

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Sindicom: A visão das grandes empresas Eduardo Freitas, gerente da Ipiranga, fala sobre a atualidade do mercado de lubrificantes brasileiro.

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Toxicologia dos óleos básicos

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Saúde do trabalhador

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Filtros de lubrificantes

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Normalização, Precisão e Exatidão

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Novas regras para o mercado de lubrificantes

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O Centro de Informação e Documentação do IBP

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Mercado em foco

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Trabalho realizado pelo Cenpes apresenta resultados de análises toxicológicas dos óleos básicos.

A gestão competente de Saúde nas empresas promovendo a redução de perdas por acidentes e doenças.

A correta especificação do elemento filtrante é fator de extrema importância na confiabilidade e segurança operacional.

A importância das Normas Brasileiras e o programa PIPE do IBP para o mercado de lubrificantes.

O impacto no mercado brasileiro de lubrificantes do novo conjunto de Resoluções publicado pela ANP.

Atendimento ao público para incentivar a produção e o uso de informações especializadas.

Informações sobre o mercado brasileiro de lubrificantes.

Notícias Rápidas Atualidades do mercado de lubrificantes.

Programação de Eventos

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SINDICOM A visão das grandes empresas

Por: Tatiana Fontenelle

O SINDICOM (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), em funcionamento desde 1941, é o representante, em nível nacional, das principais companhias distribuidoras de combustíveis e lubrificantes. Sua missão é funcionar como órgão concentrador de interlocuções junto ao governo, empresas públicas e privadas, Justiça do Trabalho e entidades de classes correlatas, estimulando a eficiência, a qualidade de produtos e serviços oferecidos ao consumidor final, além de promover a prática da livre iniciativa, com responsabilidade, dentro dos princípios legais e éticos.

De acordo com dados do órgão, as empresas associadas à entidade são responsáveis por gerar mais de 340 mil empregos diretos e indiretos, além de investimentos anuais de R$ 800 milhões de reais.

Em entrevista exclusiva à Lubes em Foco, o representante do SINDICOM e gerente do Departamento Comercial de Lubrificantes da Ipiranga, Eduardo Freitas, fala sobre a visão das grandes empresas para o mercado de lubrificantes e os principais objetivos do sindicato.

Lubes em Foco - Como você analisaria o momento do mercado de lubrificantes no Brasil?

Eduardo Freitas - Depois de alguns anos crescendo a taxas modestas, esse mercado apresentou forte crescimento nos dois últimos anos, expondo alguns gargalos que podem vir a afetar a continuidade desse crescimento.

Obviamente, a crise financeira provocou, desde novembro do ano passado, uma forte retração tam6

bém no mercado de lubrificantes, mas esperamos que, a partir do último trimestre deste ano, já vejamos alguma recuperação, acompanhando a economia como um todo.

Lubes em Foco - Que gargalos são esses?

Eduardo Freitas - Apesar de as fábricas instaladas no país possuírem capacidade suficiente para absorver o crescimento do mercado por muitos anos, ficou

claro, nos anos de 2007 e 2008, que o suprimento de óleos básicos enfrenta problemas.

Como não produzimos no Brasil todo o óleo básico de que precisamos, há a necessidade de importarmos uma parcela significativa para atender a toda a demanda do mercado interno. Com isso surgem dois problemas: a disponibilidade desse insumo no mercado internacional e a logística dos importadores de básicos e dos produtores de lubrifican-

tes, que não dispõem de tancagem suficiente para um volume alto de importações, o que, naturalmente, exige estoques mais elevados pelo tempo de ressuprimento e, também, pelo tempo necessário para todo o processo de liberação pela Receita Federal dos produtos importados.

Lubes em Foco - Voce considera que as informações disponíveis sobre o mercado são suficientes, ou uma maior discriminação seria mais conveniente?

Eduardo Freitas - As informações disponíveis são claramente insuficientes, a começar pelo tamanho total do mercado, que não é conhecido com precisão. As novas resoluções da ANP, recentemente publicadas, contribuirão para avançarmos nesse aspecto, mas ainda precisaremos de algum trabalho dos agentes da indústria para obtermos informações mais detalhadas e comparáveis com as disponíveis sobre o mercado de outros países.

Lubes em Foco - Como o Sr. vê os níveis mínimos de qualidade dos lubrificantes automotivos no Brasil?

Eduardo Freitas - Níveis de qualidade mínimos são indispensáveis para se alcançarem as metas dos programas de redução de emissões, como o PROCONVE (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), considerados cada vez mais importantes e urgentes. Isso precisa ser feito de forma concatenada com os fabricantes de veículos e com tempo suficiente para planejar sua implementação, de forma a evitar que se gerem custos desnecessários para o consumidor.

Lubes em Foco - Os resultados de qualidade apresentados pelo Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes da ANP mostram que ainda há muito espaço para a melhoria da qualidade no Brasil. Como o SINDICOM vê esse programa?

Eduardo Freitas - Esse programa tem sido fundamental para o mercado e representa um salto de qualidade. A forma estruturada, com divulgação rápida e detalhada dos resultados, tem exigido enorme velocidade dos produtores e da própria ANP para manter atualizada uma grande quantidade de informações técnicas. Isso exigirá melhorias nos processos de manuseio dessas informações que, em alguns estágios, estão muito burocratizadas.

Acreditamos que os resultados para o consumidor já podem ser percebidos.

Lubes em Foco - Os pequenos produtores tiveram um crescimen-

to considerável nos últimos anos.

O SINDICOM vê esse crescimento como uma ameaça a seus planos futuros?

Eduardo Freitas - Enxergamos o aumento do número de fabricantes como bastante natural, desde que a concorrência se estabeleça de forma leal, dentro dos limites das legislações vigentes. E, para isso, será sempre necessário que haja mecanismos suficientes e isonômicos de fiscalização, pois é preciso combater a informalidade também nesse mercado.

O país é muito grande, tem uma frota e um parque industrial diversificado. Sempre haverá espaço para quem puder oferecer serviços customizados e de qualidade.

Temos, inclusive, estreitado nosso relacionamento com o SIMEPETRO (Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo), com alguns projetos em conjunto que estamos estudando.

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Lubes em Foco - Que projetos seriam esses?

Eduardo Freitas - Um deles é a participação no trabalho desenvolvido pelo GMP (Grupo de Monitoramento Permanente), que trata da destinação correta dos óleos lubrificante usados (Resolução do Conama 362/2005).

Desde que foi criado, o GMP produziu Cartilhas Educacionais, um detalhado Manual de Fiscalização para uso pelo IBAMA, diretrizes para a padronização de licenciamento ambiental das diversas atividades envolvidas nesse processo e diversas Oficinas de Capacitação para as equipes dos órgãos ambientais federais, estaduais e municipais, esclarecendo os diversos e complexos aspectos da resolução.

O outro projeto que estamos estudando é o “Programa Jogue Limpo”, cujo objetivo é a reciclagem das embalagens plásticas de óleo lubrificante pós-consumo, visando atender às muitas legislações que têm surgido sobre esse tema em diversos estados.

Estamos criando condições

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para que mais entidades possam aderir ao Programa, tornando-o um programa da indústria, o que trará mais eficiência do que uma série de iniciativas individuais. Para isso, já iniciamos tratativas não só com o Simepetro, mas também com o SindTRR (Sindicato Transportador Revendedor Retalhista de Óleo Diesel) e, oportunamente, vamos procurar outras associações.

relação ao abastecimento do mercado de básicos de qualidade superior (grupos II e III)?

Eduardo Freitas - Esse é um dos desafios atuais para os produtores: conseguir que os fornecedores de óleos básicos disponibilizem esses produtos no Brasil, de forma regular, para que seja possível desenvolver formulações melhores para alguns produtos.

Lubes em Foco - Como o Sr. vê o futuro do mercado de lubrificantes no Brasil?

Eduardo Freitas - As projeções de crescimento da economia brasileira para os próximos anos nos permitem olhar com otimismo para o futuro, onde vemos boas perspectivas de crescimento da frota automotiva. Isto trará desafios para o desenvolvimento de produtos com maior conteúdo tecnológico que contribuam para as metas de economia de combustíveis e redução de emissões demandadas pela sociedade.

Lubes em Foco - Como o SINDICOM vê a contribuição da revista Lubes em Foco para a divulgação de informações ao mercado?

Eduardo Freitas - Posso dizer que nos sentimos imensamente satisfeitos ao receber cada exemplar: pela qualidade editorial, pelo equilíbrio entre as matérias técnicas e as matérias relacionadas com os diversos agentes do setor. Além de ser uma fonte de informação sobre o que de mais recente tem acontecido no mercado de lubrificantes, podemos considerar que, nesses 2 anos de existência, a Lubes em Foco se tornou o principal veículo de comunicação para esse segmento da Indústria.

Lubes em Foco - Existe alguma preocupação do SINDICOM com

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Caracterização

Toxicológica Óleos Básicos Lubrificantes de

Por: Eduardo Dominguez Trindade

A

demanda por dados técnicos ligados direta ou indiretamente a questões toxicológicas tem sido uma tendência crescente em diversos setores e particularmente na indústria do petróleo. Alguns estudos específicos sobre o assunto já foram realizados no passado. Porém, ao longo dos anos, como é natural, ocorreram o lançamento de novos produtos, a mudança da matéria-prima de outros e também uma evolução nos métodos de teste. Tudo isso, associado às demandas cada vez mais restritivas, traz à tona a questão: até que ponto os óleos com que trabalhamos estão de acordo com os requisitos toxicológicos atuais?

Evolução histórica Em função da demanda, pelo mercado consumidor, de informações de segurança sobre o manuseio de produtos químicos, diversas indústrias têm caracterizado seus produtos quanto a possíveis efeitos sobre organismos vivos e sobre o meio ambiente. A legislação de diferentes países tem colocado normas estabelecendo diretrizes a serem seguidas com o intuito de garantir a proteção de trabalhadores e consumidores de produtos químicos, bem como do meio-ambiente a eles exposto.

No caso dos óleos básicos lubrificantes, pode-se dizer que essa tendência começou a tomar vulto em 1984, quando a Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) publicou um trabalho intitulado Program on the Evaluation of the Carcinogenic Risk of Chemicals to Human – Mineral Oils – Lubricant Base Oils and Derived Products (Programa de Avaliação do Risco Carcinogênico de Produtos Químicos em Humanos – Óleos Minerais – Óleos Básicos Lubrificantes e Produtos Derivados). A partir desse trabalho, passouse a correlacionar o risco de carcinogenicidade com a composição dos produtos, particularmente a presença de poliaromáticos, os quais dependem, em grande parte, das condições de processamento.

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Esse e outros trabalhos iniciais foram realizados em cobaias (indução de câncer em animais). Desde então, foram estudados e propostos métodos alternativos mais simplificados, para determinar o grau de carcinogenicidade. Assim, por iniciativa do Conservation of Clean Air and Water in Europe (Concawe), órgão europeu, passou-se a empregar um método de determinação do teor de poliaromáticos através de extração com dimetilssulfóxido (DMSO), padronizado como IP 346. Verificou-se que esse ensaio possuía uma boa correlação com testes em cobaias, e, assim, estabeleceu-se que produtos com teor de poliaromáticos acima de 3% deveriam ser classificados como potencialmente carcinogênicos.

Paralelamente, nos Estados Unidos, um teste microbiológico (Ames test) ganhou relevância para a avaliação de óleos básicos. Comparativamente aos testes com animais, com os quais apresenta boa correlação, a metodologia Ames é de rápida duração e tem um custo baixo. Por esse motivo, a metodologia, com algumas modificações, foi padronizada como ASTM E 1687 e é hoje empregada em larga escala para classificação de óleos básicos.

Mais recentemente, por influência de estudos realizados na indústria de pneumáticos, passou-se a adotar como indicativo de toxicidade a determinação direta, por cromatografia, de uma lista de compostos poliaromáticos individuais possivelmente presentes em óleos de tratamento pouco severo e tidos como comprovadamente carcinogênicos.

Além desses métodos, eventualmente são requeridas informações quanto à presença ou não de certos compostos com alto grau de toxicidade, tais como organometálicos, organoclorados e alguns metais pesados. No entanto, de maneira geral, tais compostos não estão naturalmente presentes em óleos básicos minerais. Assim, sua presença nesses produtos normalmente seria explicada apenas por contaminação ou uso inadvertido de algum aditivo. É o caso das bifenilas po-

licloradas (PCBs), também conhecidas como ascaréis, tipo. Foram contempladas as três refinarias brasileiras compostos comprovadamente tóxicos e de baixa bio- que produzem básicos lubrificantes: Refinaria Duque degradabilidade que foram empregados durante anos de Caxias – REDUC (RJ), Refinaria Landulpho Alves como alternativa aos básicos minerais. Embora seu uso – Mataripe – RLAM (BA) e Lubrificantes e Derivados de esteja descontinuado, as PCBs ainda são um proble- Petróleo do Nordeste – LUBNOR (CE). ma para determinadas indústrias que possuem equipamentos antigos contaminados com esses compostos.

Teores de poliaromáticos individuais Dadas as diferentes abordagens possíveis da A quantificação de uma série de compostos poliaquestão toxicológica, há espaço para um trabalho em romáticos individuais é uma determinação da indústria nível internacional que procure uniformizar as informa- europeia de pneumáticos, que está passando a restrinções. Tal espaço começou a ser preenchido com a entra- gir a entrada de produtos que contenham, entre suas da em vigor, em 2008, do REACH (Registro, Avaliação, matérias-primas, óleos com quantidade elevada desses Autorização e Restrição de Substâncias Químicas), no- compostos. Assim, foram estabelecidos limites a serem va legislação europeia que se propõe a regulamentar obedecidos, na Europa, a partir de 2010. os requisitos de toxicidade e seguSpindle Spindle Neutro Neutro Neutro Bright Turbina Turbina rança de qualquer produto químico 60 70 MP Leve Médio Pesado Stock Leve Pesado Limites Benzo (a) antraceno – 0,12 nd nd nd 0,11 nd 0,43 0,51 comercializado para a Europa. Com – 0,54 nd nd 0,39 <0,10 0,16 Criseno 1,09 0,15 – 0,36 nd nd 0,28 0,19 0,14 Benzo (b+j) fluoranteno 0,22 0,45 base no REACH, todo produto que – <0,10 <0,10 nd <0,10 0,19 Benzo (k) fluoranteno <0,10 nd 0,29 – 0,50 <0,10 nd 0,49 0,66 Benzo (e) pireno nd nd 1,29 se pretende exportar para a Europa 0,47 máx. 1,0 0,13 0,14 0,45 0,13 Benzo (a) pireno nd 0,37 0,44 passou recentemente por uma etapa – nd nd nd nd nd Dibenzo (a,h) antraceno nd nd nd 2,00 máx. 10,0 0,13 0,14 1,61 1,28 Total (compostos selecionados) 1,74 1,48 2,32 de pré-registro, em que foram fornecidos dados básicos como EINECS/ Poliaromáticos Individuais dos Óleos da REDUC CAS number (código que identifica a composição ou, no caso de óleos Tabela 1 básicos, o tipo de matéria-prima e rota de processamento) e as quantiNeutro Neutro Bright Isovolt NH-10 NH-20 NH-140 Limites Leve Médio Stock HP dades estimadas de exportação. A Benzo (a) antraceno – 0,21 1,39 0,22 nd 0,9 0,13 0,14 – 0,43 0,32 1,04 0,26 0,8 0,59 Criseno 0,49 partir dos pré-registros, será organi– 0,15 0,14 0,25 0,13 0,31 Benzo (b+j) fluoranteno 0,35 <0,10 – <0,10 0,14 0,25 <0,10 <0,10 nd Benzo (k) fluoranteno 0,31 zada uma etapa de registro em que <0,10 – 0,22 1,69 0,78 0,94 nd Benzo (e) pireno 0,59 máx. 1,0 será preciso levantar e disponibilizar <0,10 0,17 0,88 0,19 0,53 0,32 Benzo (a) pireno 0,33 – nd nd nd nd nd nd Dibenzo (a,h) antraceno nd diferentes informações de seguran1,32 máx. 10,0 4,67 2,02 2,34 2,77 0,26 Total (compostos selecionados) 2,26 ça, numa grande conjugação de Poliaromáticos Individuais esforços para sistematizar as infordos Óleos da RLAM / LUBNOR mações disponíveis até o momento.

Tabela 2 Todo esse processo desencadeado pelo REACH é, sem dúvida, longo e intenso, de tal maneiA diretiva europeia não definiu o método de enra que tem sido visto por alguns analistas como uma for- saio a ser utilizado para a determinação dos compostos ma indireta de barreira comercial, pois as empresas que poliaromáticos. Entretanto, uma técnica normalmente não se adequarem estarão impedidas de colocar seus empregada é a cromatografia gasosa, através de uma produtos na União Europeia. De qualquer maneira, é fato modificação do método EPA 8270D. Nas tabelas 1 e 2 inegável que se trata de uma tendência irrefreável. estão mostrados os resultados dos óleos básicos proA Petrobras, como produtora de derivados de pe- duzidos pela Petrobras. tróleo, já realizou alguns estudos com o objetivo de levantar dados toxicológicos a respeito de seus produtos. Teste Ames modificado As linhas de óleos básicos, em particular, foram objeO ensaio Ames modificado (Modified Ames Test), to de diversas análises que subsidiaram a elaboração normatizado como ASTM E 1687, consiste basicamente de relatórios e de fichas de segurança de produtos em submeter determinada cultura de microorganismos que atendessem à demanda por informações desse ao contato com um extrato do óleo a ser ensaiado. A 11

IP 346 (% m/m) Elementos por emissão atômica (mg/kg) mutagenicidade é medida Mod. Ames Test Poliaromáticos Mutagenicidade (IM) Cromo Chumbo Estanho Prata Cádmio Mercúrio Cloro (limite = 3,0 %) (limite = 1,0) através da quantidade de REDUC Spindle 60 <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,23 0,84 colônias de bactérias que <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 Spindle 70 MP 0,00 0,35 <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,30 1,4 Neutro Leve sofrem crescimento visível <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 Neutro Médio 0,15 1,1 <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,1 Neutro Pesado 0,12 1,3 – nas condições do ensaio, Bright Stock <1 <0,1 0,1 0,1 0,3 <0,1 0,3 0,16 1,3 <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,00 0,77 Turbina Leve a reprodução bacteriana é <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,10 1,1 Turbina Pesado RLAM causada pela presença de <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,82 Neutro Leve 0,36 <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,84 Neutro Médio 0,10 compostos, principalmenBright Stock <1 <0,1 0,1 0,1 <0,1 0,2 0,3 0,91 0,18 LUBNOR te poliaromáticos, que têm <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 1,7 NH-10 0,00 <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 2,1 NH-20 0,25 <1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 0,1 0,1 2,4 NH-140 0,33 correlação com a incidên<1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 1,6 Isovolt HP (óleo isolante) 0,13 cia de câncer em animais.

Análises dos Óleos Básicos Lubrificantes No ensaio Ames modificado, uma série de pratos Tabela 3 com microorganismos é tratada com quantidades crescentes do extrato do produto a ser testado. Assim, pode- metais é indesejada, do ponto de vista toxicológico, dese verificar a correlação entre as quantidades de óleo e de vido ao fato de serem bioacumulativos. A quantificação microorganismos respondentes (que sofrem mutação). Tal do teor de cloro é uma medida indireta da presença correlação é aproximada por uma reta cujo coeficiente an- ou não de PCBs, compostos tóxicos e persistentes no gular é chamado de índice de mutagenicidade (IM), que é ambiente. Na tabela 3 são mostrados os resultados dos o resultado quantitativo final do teste. Para um produto ser ensaios nos óleos produzidos pela Petrobras. considerado não-carcinogênico, deve apresentar índice de mutagenicidade abaixo de 1,0.

Conclusão Todos os óleos básicos analisados atenderam aos liOutras análises relacionadas à toxicologia mites usualmente requeridos nos testes realizados.

A determinação do teor de poliaromáticos pelo Não foram estabelecidos limites para os teores de memétodo IP 346 (extração com DMSO) continua sendo a tais e de cloro, porém verificou-se que as concentrações técnica mais empregada para investigação das carac- desses elementos ficaram, em todos os casos, abaixo do terísticas toxicológicas dos óleos básicos. A relevância limite de detecção empregado ou muito próximas dele. desse método consiste principalmente no fato de que Os dados de um levantamento como esse podem o Concawe se baseia nele para a rotulagem ou não de ser usados como subsídios para atender às demandas produtos como potencialmente carcinogênicos. Além de informações toxicológicas, que costumam estar reladisso, embora o tempo requerido para sua execução cionadas não só à elaboração e atualização de fichas de não permita que seja um ensaio de rotina (mais de um segurança (FISPQs) mas também a solicitações de cliendia, para certos tipos de óleo), o fato de não exigir equi- tes e consumidores. Ressalta-se, no entanto, que essas pamentos sofisticados para a sua realização faz com informações não esgotam o tema: a recente proposta da que o IP 346 seja um método muito mais acessível do legislação europeia REACH ainda deverá suscitar novas que os apresentados anteriormente. discussões e poderá estabelecer os requisitos definitivos Devido à grande variedade de abordagens pos- para a entrada de produtos químicos, incluindo óleos misíveis da questão toxicológica, este trabalho não tem nerais e derivados, na União Europeia. E, num mercado como esgotar o tema. No entanto, é sabido que os óle- globalizado, a tendência é de que as novas diretrizes loos básicos minerais, devido às próprias características go sejam adotadas também por outros países. de sua matéria-prima e processamento, não possuem teores de compostos organometálicos ou organoclorados relevantes do ponto de vista toxicológico. Para Eduardo Dominguez Trindade corroborar essa informação, foi medida a concentração é engenheiro químico do CENPES – de diferentes elementos pela técnica de espectrometria Centro de Pesquisas da Petrobras de emissão atômica (ICP/OES). A presença de alguns

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Menzelub 13

Saúde

do

Por: Dr. Newton Richa

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m entrevista a O Globo de 05 de julho de 2009, o economista britânico Jim O’Neil, criador em 2001 da hoje famosa sigla BRICs (Brasil, Russia, Índia e China), afirma que a maior questão estratégia de nosso tempo é a evidência de que os BRICs estão cada vez mais fortes.

Nesse momento em que o Brasil desponta como país emergente, com potencial de empreender significativos avanços econômicos e sociais, torna-se estratégica a proteção de sua força de trabalho, geradora de bens e serviços para o atendimento das necessidades e a promoção do bem-estar de todos os brasileiros.

Um importante desafio a ser superado corresponde às imensas perdas do país relacionadas com os acidentes e as doenças do trabalho, em consequência da falta de prevenção.

De acordo com o sociólogo e professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, José Pastore, especialista em Relações do Trabalho e Desenvolvimento Industrial, o custo dos acidentes de trabalho para as empresas é de cer-

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ca de R$ 12,5 bilhões anuais e para os contribuintes, de R$ 20 bilhões anuais, ou seja, o custo total para o país é de cerca de R$ 32 bilhões (% do PIB).

Confirmando as estimativas do professor José Pastore, pesquisas realizadas pela “British Standards Institution”, no início da última década, indicaram que o custo global das doenças e acidentes do trabalho, com e sem lesão, representava cerca de, aproximadamente, 10% do lucro bruto das Organizações do Reino Unido.

O empresário Antonio Ermírio de Moraes, em matéria publicada no jornal A Folha de S. Paulo, em 28 de maio de 2000, afirmou: “O Brasil precisa dar grandes passos em direção a uma mentalidade genuinamente prevencionista, na qual as empresas venham a investir nas mais variadas formas de evitar acidentes e afastar as doenças profissionais como parte

* Imagem do coração desenvolvida por: Patrick J. Lynch; illustrator; C. Carl Jaffe; MD; cardiologist Yale University Center for Advanced Instructional Media Medical llustrations by Patrick Lynch, generated for multimedia teaching projects by the Yale University School of Medicine

Trabalhador: Uma Prioridade Nacional

* de sua responsabilidade social e como ingrediente da racionalidade que são exigidos pelas novas formas de produzir e vender”.

Nesse contexto de falta de prevenção, a gestão de saúde no trabalho é muito menos compreendida que a gestão de segurança. Há uma falta de compreensão sobre o que é e como deve ser feita a gestão de saúde nas empresas, inclusive o seu papel de contribuir com a segurança, uma das razões para a criação dos sistemas de gestão integrada.

A falta de entendimento sobre gestão de segurança nas empresas é um fenômeno mundial. Há inúmeros exemplos a serem citados.

No âmbito da indústria do petróleo, a OGP (Associação Internacional dos Produtores de Petróleo e Gás) identificou a necessidade de dar maior atenção à gestão de saúde

e assinalou, em recente publicação denominada “Human Factors”, que a próxima redução no coeficiente de acidentes na indústria do petróleo deverá resultar de ações na área de fatores humanos. Vale citar, também, que no recente evento 2009 IADC Health, Safety, Environment & Training Conference & Exhibition, realizado em Houston (EUA), foi assinalado por Ron Clem, presidente/CEO da Executive Training International, e Doyle R Galloway, gerente de SMS da Shell International Exploration and Production, que a maior parte das iniciativas da indústria do petróleo em Saúde, Segurança e Meio Ambiente está centrada na vertente da Segurança ou no aspecto ambiental. Segundo eles, está faltando um “S” (“H” de “Health”) na sigla SMS (“HSE”, na sigla em inglês). A indústria está precisando de uma nova forma para abordar o “S” que falta.

Galloway apontou que há um custo/ benefício real se os empregados se mantiverem saudáveis: 28% de redução em ausências por doenças, 26% em redução de custos com a saúde e 30% de redução em custos de com-

pensações pagas a empregados por invalidez. As estatísticas mostram que, para cada dólar gasto corretamente, a companhia recupera US$ 6,00 de economia, disse ele.

Peter Drucker, o grande guru da administração moderna, assinalou que o primeiro dever de uma empresa é sobreviver, e o guia principal dos negócios não é maximizar os lucros e, sim, evitar as perdas. Pensando o Brasil como uma grande organização, é inadiável a redução das perdas resultantes dos acidentes e doenças do trabalho, por intermédio de gestão competente de saúde nas empresas.

Newton Richa Médico do Trabalho, Consultor de SMS do IBP.

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Filtros

de Lubrificante Como especificar corretamente o elemento filtrante

Por: Antonio Traverso Júnior

O

filtro de lubrificante é um componente vital para qualquer sistema ou equipamento que contenha um único filtro ou vários - isso é um consenso de todos os mecânicos e do pessoal de manutenção envolvidos em lubrificação. Então por que temos tantos problemas de lubrificantes contaminados? Por que temos tantos problemas de lubrificantes em serviço mal filtrados ou condicionados, colocando em risco a confiabilidade operacional e os equipamentos? Ou, pior ainda, por que temos tantos equipamentos falhando por deficiência do nível de limpeza dos lubrificantes? É claro que as respostas são várias, entretanto, na grande maioria dessas respostas, o filtro incorreto, o elemento filtrante, por uma ou outra razão, aparecerá como um dos “vilões” causadores dos problemas. Essa vilania dos filtros decorre frequentemente pelo desconhecimento da tecnologia e da terminologia necessária à correta especificação do elemento filtrante, assim com de uma base consistente para o acompanhamento de seu desempenho e vida útil.

Neste artigo abordaremos os conceitos, grandezas e normas necessárias à correta escolha do elemento filtrante, considerando que o projeto e a especificação do sistema e subsistemas de lubrificação, inclusive as especificações das carcaças, estejam corretos, visando a uma especificação ou escolha precisa e confiável do filtro do lubrificante.

Sabendo que: “O óleo está para a máquina assim como o sangue está para o corpo humano”, podemos inferir que “ O filtro está para a máquina assim como os rins estão para o corpo humano”.

16

Nível de limpeza requerido É a informação mais importante para a correta especificação do elemento filtrante. Todo fabricante de equipamento informa (ou deveria) o nível de limpeza exigido para o lubrificante pelo seu equipamento. Esse nível de limpeza deverá assegurar o funcionamento do equipamento desde que seja mantido. Muitas vezes quando um equipamento, falha no período de garantia, a perda dessa mesma garantia decorre da contaminação excessiva do óleo detectada pelo fabricante. Para se reportar o nível de limpeza requerido por um sistema ou equipamento, no meio industrial, a norma ISO 4406:1999 começa a se disseminar, fazendo com que a norma NAS 1638 aos poucos deixe de ser usada.

Exemplo: Nível de limpeza reportado pela Norma ISO 4406: 20/18/15 ISO 4406 Essa norma, modernizada em 1999, reporta o nível de limpeza em um código de três faixas de partículas: • O primeiro número reporta partículas maiores ou iguais a 4 microns em 1 ml de lubrificante.

Do exemplo acima: 20/.../...

• O segundo reporta partículas maiores ou iguais a 6 microns em 1 ml de lubrificante.

Do exemplo acima : .../18/...

• O terceiro reporta partículas maiores ou iguais a 4 microns em 1 ml de lubrificante.

Do exemplo acima : .../.../15 Os códigos reportados definem faixas de conta-

N º d e p a rtíc ula s p /m l

ISO M ais de 24 80000 23 40000 22 20000 21 10000 20 5000 19 2500 18 1300 17 640 16 320 15 160 14 80 13 40 12 20 11 10 10 5 9 2.5 8 1.3 7 .64 6 .32

A té e Inclusiv e 160000 80000 40000 20000 10000 5000 2500 1300 640 320 160 80 40 20 10 5 2.5 1.3 .64

minantes nas classes > ou = 4, 6 e 14 microns, conforme tabela ao lado:

Níveis de Limpeza Recomendados O melhor nível de limpeza a ser seguido é o recomendado pelo fabricante do equipamento. Quando essa recomendação não está disponível, há objetivos de níveis de limpeza comprovados para o lubrificante de acordo com os tipos de equipamento.

Essas recomendações podem variar para mais ou para menos em função de idade do equipamento, revamps, configurações críticas de montagem, ambiente e operação desses mesmos equipamentos.

Através dos tipos e grupos de equipamentos, sabemos os Exemplo: elementos/componentes que os Uma amostra de 1 ml de óleo com a seguinte composição: compõem, seus sistemas de filtragem, seus perfis de desgaste, 12.000 partículas > 4 µ Nº ISO 21 assim como as suas folgas típi3.000 partículas > 6 µ Nº ISO 19 cas. São esses elementos que 350 partículas > 14 µ Nº ISO 16 determinam basicamente os tamanhos das partículas contamiDefine-se essa amostra como classe nantes de interesse, assim como ISO 21/19/16. as suas concentrações limite.

O nível de limpeza para o equipamento será aquele que deve ser mantido em quaisquer circunstâncias, em que todos os componentes estarão protegidos. No caso de existirem componentes ultrassensíveis, eles deverão ser protegidos por filtros adicionais de segurança.

Há situações extremas em que determinados componentes, como servo válvulas, têm níveis de limpeza que, para serem atingidos, exigem filtros de segurança dedicados, de micragem menor e eficiência maior do que o exigido pelo filtro principal do equipamento.

C O M PO N E N T E V álv ula D irecional (solenóide) V álv ula P roporcional S erv o -V álv ula M otores H idráulicos de P alheta e Pistão C aix a de E ngrenagens de E quipam ento M óv el R edutores Indu striais

IS O 4406 20/18/15 18/16/13 15/14/11 18/16/13 18/16/13 17/15/12

Recomendações típicas de níveis de limpeza de componentes sensíveis

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17

24o CONGRESSO BRASILEIRO DE MANUTENCAO ~

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D E 3 1 D E AGO S TO A 0 4 D E S E T E MB R O

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Níveis de Limpeza Ajustados Par a determinação mais precisa do nível de limpeza necessária a uma determinada aplicação, em determinado contexto, visando à escolha do elemento(s) filtrante(s) similar(es), os fabricantes de filtros dispõem de ferramentas interativas de determinação do nível/objetivo de limpeza.

Através desse nível de limpeza, chega-se à micragem e razão compatível. A utilização eventual de uma ferramenta como essas pode confirmar se estamos utilizando um nível de limpeza adequado e confirmar a necessidade da existência de um fornecedor adicional de filtros.

Eficiência do Filtro Essas grandezas permitem ao usuário ter uma sensibilidade relativa da capacidade e velocidade do elemento filtrante em reter os contaminantes nas micragens de interesse determinadas a partir dos níveis de limpeza requeridos. São grandezas obtidas em testes de múltipla passagem. Atualmente o Teste Multi-pass ISO 16889 é o mais utilizado. Ele informa basicamente três características do elemento filtrante: - a capacidade de retenção de contaminantes; - diferencial de Pressão; - a eficiência de filtragem β.

São grandezas de laboratório, mas nos ajudam muito a ter sensibilidade quanto à qualidade dos elementos filtrantes que usamos ou que precisamos usar. Permitem-nos ainda determinar qual o melhor elemento filtrante a ser utilizado, quando os fatores velocidade e eficiência do elemento filtrante fazem a diferença. O conhecimento dessa grandeza possibilita-nos ainda rechaçar fornecedores de elementos filtrantes de qualidade inferior.

Razão Beta (x), onde x é o tamanho da partícula em microns βx = Nº de partículas x antes do filtro Nº de partículas x depois do filtro

Ex: um elemento filtrante com 7 = 1000 permite que apenas 1 partícula de 7 microns em 1000 partículas de 7 microns passe por ele.

A razão permite inferirmos com que velocidade o filtro atinge um determinado objetivo de limpeza e/ou recupera. É o critério mais importante para se classificar um elemento filtrante.

eficiência igual ou superior a 95%. Os filtros nominais têm a eficiência E entre 50 % e 95% para uma determinada classe de partícula.

Uma das vantagens de se conhecer a razão Beta é que a comparação dessa razão entre dois filtros pode variar bastante, ainda que as eficiências E deles sejam bastante próximas. Ver exemplo abaixo: βn = 20 significa uma eficiência de: 20-1 x 100% = 95 % para partículas maiores que n microns 20

Observemos agora, se n=200, teremos uma eficiência E de: 200-1 x 200% = 99,5 % para partículas maiores que n microns 200

Em resumo: Ainda que a eficiência entre os dois filtros varie somente 4,5%, teremos 300 % de partículas maiores que n microns a vazante do elemento filtrante de eficiência menor.

Essa é a razão mais importante de não se especificar ou aceitar fornecimento de elemento filtrante de reposição com razão Beta menor do que a especificada e/ou exigida pelo equipamento.

A verificação da eficiência do filtro Essa verificação pode e deve ser realizada através de monitoração periódica do lubrificante. Caso o nível de limpeza necessário fique e ou se estabilize aquém do necessário, uma nova especificação de um filtro mais fechado e/ou mais eficiente deverá se buscada.

Um laudo típico de monitoração do filtro através do lubrificante para um sistema hidráulico, por exemplo, deve apresentar o seguinte: • Nível de Limpeza do lubrificante – Dentro da faixa ajustada pelo usuário ou dentro da faixa recomendada pelo fabricante • Partículas de desgaste: 1. Alumínio – 5 ppm 2. Cromo – 9 ppm 3. Cobre – 12 ppm 4. Ferro – 26 ppm 5. Silício –15 ppm

Eficiência E Eficiência ‘x’ = (1- 1/ ) x 100%, onde ‘x’ é o tamanho específico da partícula em microns.

Os filtros são considerados absolutos quando têm a 19

• Viscosidade: + ou – 10% da viscosidade do óleo novo • Água: < 150 ppm; • Número de Acidez Total(TAN): + 25% do óleo novo; • Aditivação: - 10% da aditivação original do óleo novo.

A correta especificação do elemento filtrante garante a manutenção ou estabilização do nível de limpeza que o equipamento necessita, visando basicamente ao seguinte: • Facilitar a intercambialidade de fabricantes sem sobressaltos; • Estabilizar o nível de limpeza no padrão especificado; • Manter o nível de desgaste controlado; • Otimizar o custo de reposição dos filtros; • Aumentar a vida dos componentes e do lubrificante.

Adicionalmente a correta especificação do elemento filtrante é fator de extrema importância na confiabilidade e segurança operacional, permitindo que o usuário evite a utilização de filtros de baixa qualidade que frequentemente são oferecidos no mercado pela atratividade do baixo preço. Quando o usuário ou o profissional de manutenção estiver apto a especificar um filtro e/ou elemento filtrante adequadamente, as armadilhas ou afirmações como “O filtro que fornecemos é de 5 microns igual ao original”, ou “ Filtro absoluto é tudo a mesma coisa “, ou “ Tenho um filtro especial de 1 mícron que é melhor que o seu filtro de 10 microns” não farão mais sentido.

Os pontos chave para especificação do filtro • Explicite o nível de limpeza requerido pelo sistema e pelos componentes sensíveis se existirem. Utilize a norma ISO 4406.

• Use a referência do elemento filtrante recomendado pelo fabricante com a micragem na respectiva razão β. Há alguns fabricantes que reportam a razão β para várias micragens. Tanto melhor, pois proporciona uma classificação mais completa do filtro.

• Atenção para a eficiência E dos filtros. Dois filtros diferentes podem ter a eficiência muito próxima, mas ter a razão β muito diferente.

• O(s) filtro(s) principal(is) de um equipamento ou sistema deve(m) manter o nível de limpeza requerido em qualquer circunstância, e os filtros de segurança devem ser previstos e considerados para componentes muito sensíveis.

• Os filtros de ar devem ter a mesma razão β na micragem do filtro principal do equipamento ou sistema.

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• Elementos filtrantes rápidos e muito fechados, isto é, de baixa micragem e β alto não são apropriados para repor elementos filtrantes onde uma micragem baixa em β baixo é exigida, a menos que haja uma razão especial para esse procedimento. Esse filtro fechado se esgotará rapidamente. Elemento filtrante fechados e rápidos - (ex: Filtro 2 = 1000) é um elemento previsto para equipamentos que normalmente trabalham muito limpos.

• A análise físico-química do lubrificante é a melhor forma de confirmar se os elementos filtrantes escolhidos, nas suas respectivas razões β, estão de acordo com o nível de limpeza requerido pelo equipamento.

• Nunca desabilite filtros ou dispositivos de by-pass, se houver. Em geral são filtros de alta razão β em ampla micragem e/ou subsistemas acoplados a desidratadores do lubrificante.

• Exemplo das notações na especificação de um elemento lubrificante de precisão: Elemento filtrante β10 = 75 (Elemento filtrante de razão Beta 200 em 10 microns, de acordo com o teste ISO 16889: 1999); Elemento filtrante para a manutenção do nível de limpeza 17/15/13 na norma ISO 4406:1999.

Observação: Na especificação de um filtro nominal informa-se geralmente só a micragem de interesse; entretanto, os filtros nominais podem ter a razão Beta variando de 2 a 20 nessa micragem, isto é, com uma eficiência entre 50% e 95%. Quando for relevante especificar a razão Beta maior para essa micragem.

Cabe ainda enfatizar que, para a excelência na especificação correta do elemento filtrante, precisamos reconhecer e monitorar a dinâmica dos equipamentos e suas aplicações, de maneira que, a cada modificação nos níveis de limpeza demandados pelo equipamentos e pelo lubrificante, possamos sem demora ajustar os requisitos dos filtros e respectivas manutenções. É vital que os equipamentos sejam mantidos com o nível de contaminação controlado, para que nunca necessitem de uma severa e, às vezes, paliativa “diálise”.

Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Coordenador de lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.

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© 2009 ExxonMobil Corporation. O logotipo Mobil® e o desenho do Pegasus são marcas registradas da ExxonMobil Corporation, de suas subsidiárias ou distribuidores autorizados.

Normalização,

Precisão e Exatidão A linguagem brasileira nos métodos de análise

Por: Pedro Nelson A. Belmiro

N

ormalização é a atividade que estabelece meios eficientes na troca de informação, facilitando o intercâmbio comercial e munindo a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos. Na prática, a Normalização está presente na fabricação dos produtos, na transferência de tecnologia e na melhoria da qualidade de vida por meio de normas relativas à Saúde, à Segurança e à preservação do Meio Ambiente.

Numa economia em que a competitividade é acirrada e as exigências são cada vez mais crescentes, as empresas dependem de sua capacidade de incorporação de novas tecnologias de produtos, processos e serviços.

A normalização é utilizada cada vez mais como um meio para se alcançar a redução de custo da produção e do produto final, mantendo ou melhorando sua qualidade.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização, e representante exclusiva no país das entidades internacionais ISO (International Organization for Standardization) e IEC (International Electrotechnical Comission), COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e AMN (Associação Mercosul de Normalização).

Segundo a ABNT, os principais objetivos da

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Normalização são: • Economia: Proporcionar a redução da crescente variedade de produtos e procedimentos; • Comunicação: Proporcionar meios mais eficientes na troca de informação entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das relações comerciais e de serviços; • Segurança: Proteger a vida humana e a saúde; • Proteção do Consumidor: Prover a sociedade de meios eficazes para aferir a qualidade dos produtos; • Eliminação de Barreiras Técnicas e Comerciais: Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando assim, o intercâmbio comercial.

A ABNT possui cerca de 135 Comitês Técnicos para atuação em diversos mercados. São os chamados Organismos de Normalização Setorial – ONS. O ONS-34 trata exclusivamente do setor de Petróleo e visa prover esse setor com um acervo de Normas Técnicas que reflitam suas necessidades e interesses, baseadas nos princípios de representatividade, imparcialidade e competência técnica.

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP, através da sua Gerência de Normalização, foi credenciado pela ABNT pa-

ra atuar como o ONS-34, compreendendo produtos de petróleo, lubrificantes e fluidos hidráulicos não derivados de Petróleo, no que concerne a terminologia, requisitos, métodos de ensaios e generalidades. É no âmbito da Comissão de Normalização do IBP que técnicos e especialistas do setor de Petróleo se reúnem para a elaboração das Normas Brasileiras - NBRs, com tradução oficializada dos métodos da American Society for Testing and Materials – ASTM International e da ISO. Segundo Carla Gioseffi, analista da gerência de Normalização do IBP, é muito importante a disponibilização de Normas em Português, não só por uma maior clareza para os técnicos na realização de ensaios, mas também para atender às necessidades do mercado e à legislação que exige regulamentos técnicos no idioma do país.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP normalmente se apoia nas NBRs para a elaboração de seus regulamentos técnicos, uma vez que essas normas são acompanhadas e revisadas periodicamente.

Como um dos principais produtos dessa comissão, o IBP vem promovendo Programas Interlaboratoriais para a determinação da Precisão e Exatidão - PIPE para as normas do tipo “método de ensaio” do setor em parceria com o Laboratório de Referências Metrológicas do IPT. De acordo com o gerente de Normalização do IBP, João Batista Sarmet Franco, a combinação de iniciativas como o PIPE, aliadas à promoção da participação brasileira nos organismos mundiais de normalização e metrologia, tem grande potencial para aumentar bastante o destaque e a visibilidade do país no cenário metrológico internacional.

Como exemplo mais recente de atuação do PIPE, a Comissão de Estudos de Lubrificantes do IBP realizou um primeiro estudo de precisão e exatidão do método brasileiro ABNT NBR 10441 para determinação da viscosidade cinemática e cálculo da viscosidade dinâmica dos produtos de petróleo, com a participação de 39 laboratórios com experiência na execução desse ensaio.

Conforme as recomendações da ISO 5725, foram selecionados três níveis de viscosidade cinemática. Os níveis aproximados escolhidos foram (relativos a 40º C): 100 mm2/s, 300 mm2/s e 2000 mm2/s. Foi também indicada pela Comissão a necessidade de que o estudo permitisse a realização de testes nas duas temperaturas mais utilizadas pela Indústria e demais laboratórios nacionais que utilizam a norma, que são 40º C e 100º C. Para uma melhor avaliação da precisão e exatidão do método, uma segunda fase desse trabalho será efe-

tuada e constará de duas etapas: 1ª: Rodada de um Programa de Proficiência (Programa Interlaboratorial utilizando materiais de referência certificados) para verificar a qualificação dos laboratórios; 2ª: Rodada do Programa Interlaboratorial de Precisão e Exatidão – PIPE para os laboratórios proficientes na 1° etapa.

De acordo com a Dra. Conceição França, do Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas – CPT da ANP, esse programa é de grande importância também para auxiliar as avaliações do Programa Nacional de Qualidade dos Lubrificantes – PMQL, no qual a Agência vem trabalhando com sucesso na melhoria dos produtos no mercado.

Conforme os objetivos estabelecidos pela Comissão de Normalização do IBP, o projeto PIPE busca essencialmente: • Contribuir para a realização de resultados de medições amplamente comparáveis e harmonizados, em qualquer tempo e lugar; • Promover a atualização e melhoria contínua das normas brasileiras (NBRs) contribuindo com a regulamentação do setor; • Apoiar o desenvolvimento metrológico e tecnológico, e, consequentemente, apoiar a competitividade e a produtividade industrial do setor; • Harmonizar as medições e os procedimentos envolvidos, promovendo aperfeiçoamento metrológico dos laboratórios nacionais e garantindo produtos nacionais com qualidade assegurada e maior credibilidade, o que constitui uma base forte de apoio às transações comerciais; • Realizar Fóruns Técnicos com ampla participação dos especialistas e usuários das NBRs, a fim de compartilhar conhecimento e esclarecer dúvidas; • Reportar os dados de precisão obtidos com os PIPEs nas NBRs, a fim de espelhar a realidade nacional complementando os resultados obtidos internacionalmente.

A relação das Normas Brasileiras publicadas com os referidos parâmetros bem como os relatórios dos PIPEs se encontram disponíveis no site do IBP: www.ibp.org.br _> Normalização _> Precisão & Exatidão.

Pedro Nelson Abicalil Belmiro é engenheiro químico, consultor técnico em lubrificantes e coordenador da Comissão de Lubrificantes e Lubrificação do IBP.

23

Novas

regras para

o Mercado

de Lubrificantes Por: Tatiana Fontenelle

O

paldar a qualidade dos produtos produzidos no país e melhorar as informações necessárias para o correto dimensionamento do nosso mercado. E, já representam um avanço que elevará o mercado de lubrificantes a um novo patamar de maturidade”, concluiu Freitas.

De acordo com a maioria dos agentes, as novas resoluções demandarão um esforço de fiscalização e controle por parte da ANP e precisarão ser aperfeiçoadas, no futuro, à medida que o mercado evolua com novos agentes, novos produtos e matérias-primas.

Segundo o presidente do SIMEPETRO (Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo), Carlos Ristum, a publicação vem ao encontro das expectativas do segmento, que, desde novembro de 2008, data da Audiência Pública para discussão das Minutas, aguarda tal publicação. “É uma conquista do setor, que agora terá a oportunidade de concorrer em condições de igualdade, visto que todos os empresários terão de cumprir as mesmas exigências de instalações e de capital social.

Com as novas resoluções, haverá um controle maior sobre o mercado, com isso as empresas que hoje não possuem condições de operação terão oportunidade de se adequarem ou terão que mudar de atividade”, declarou Ristum.

A

PR O VA

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D

epois de nove anos de acompanhamento do mercado de lubrificantes e de estudos internos, que contaram com a participação dos agentes econômicos envolvidos, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) publicou novo arcabouço regulatório do setor de lubrificantes. Além do aperfeiçoamento dos regulamentos existentes, o novo arcabouço traz uma novidade: a regulamentação da comercialização de óleo lubrificante básico, principal constituinte do óleo lubrificante acabado. As alterações introduzidas atendem às diretrizes previstas na Resolução nº 362, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 23/06/05, e na Portaria Interministerial nº 464, de 29/08/07. Têm como premissa básica aprimorar os mecanismos de acompanhamento do órgão regulador e estabelecer novos requisitos mínimos, de caráter técnico, econômico, contábil e financeiro para os agentes econômicos que exercem as atividades de produção, importação, coleta e rerrefino de lubrificantes.

A reação do mercado mostrou que as novas resoluções foram bem recebidas pelos principais agentes.

De acordo com o SINDICOM (Sindicato Nacional da Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), as novas resoluções da ANP são um importante avanço : “A forma com que foram concebidas e discutidas, com a maior participação dos agentes do setor em diversas reuniões e audiências públicas, certamente contribuirá para sua implantação de forma mais rápida.”

Para o gerente do departamento Comercial de Lubrificantes da Ipiranga, Eduardo Freitas, essas resoluções trazem um número maior de exigências para todos os agentes do mercado: produtores, importadores, rerrefinadores, coletores de óleo usado e, adicionalmente, para produtores e importadores de óleos básicos. “Essas exigências são necessárias para res-

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As novas resoluções De acordo com a Resolução n˚ 18, a atividade de produção de óleo lubrificante acabado é de utilidade pública e compreende aquisição de óleo lubrificante básico e de aditivos, armazenamento, produção de óleo lubrificante acabado em instalação própria ou de terceiros, controle de qualidade, transporte, comercialização e assistência técnica ao consumidor.

O processo de autorização para produzir o óleo lubrificante acabado consistirá de duas fases: a habili-

18 19 20

Produção de óleo lubrificante acabado e sua regulação Rerrefino de óleo lubrificante usado ou contaminado Coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado

ra quem pretende produzir apenas óleos industriais, e o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para quem quer uma produção de óleo automotivo ou produção de óleos industriais e automotivos.

No caso do Rerrefino, que compreende a remoção de contaminantes de produtos de degradação e de aditivos dos óleos lubrificantes usados ou contaminados, dandolhes características de óleos básicos a serem comercializados, esse valor aumenta para R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Quando o capital social for integralizado, total ou parcialmente, em bens, as cópias autenticadas dos laudos de avaliação deverão ser encaminhadas à ANP. Na Resolução n˚20, que trata da coleta do óleo lubrificante usado ou contaminado e também menciona o capital inicial exigido, o valor mínimo será de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para o agente coletor.

A

PR O VA

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tação e a outorga de autorização, que será diferenciada de acordo com a modalidade da atividade, ou seja, na produção de óleos industriais, produção de óleos automotivos ou produção de óleos industriais e automotivos.

Hoje, para que qualquer empresa produza óleos lubrificantes, é necessário comprovação da qualificação econômico-financeira, com os seguintes documentos: Demonstrativo de Resultados do Exercício referente ao último exercício, conforme modelo disponível no endereço eletrônico www.anp.gov.br, Balanço Patrimonial e estudo do empreendimento contemplando a projeção mensal do volume de produção de óleo lubrificante acabado, com a indicação da logística de suprimentos e de distribuição, por vinte e quatro meses, a contar da data de envio do requerimento de autorização, indicando as regiões geográficas onde pretende atuar.

Além disso, existem valores mínimos com relação

ao capital social: R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) pa-

O

17

AT IV ID AD E Comercialização de óleos básicos e cadastramento de produtor e importador Importação de óleo lubrificante acabado e sua regulação

R E S O L U Ç Ã O N˚ 16

Tatiana Fontenelle é jornalista pós-graduada em telejornalismo

Centro

de Informação e Documentação

Helio Beltrão

I

naugurado em 29/03/2001, o Centro de Informação e Documentação Helio Beltrão – CID é um dos recursos informacionais de que o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP dispõe.

Sua missão é promover e proporcionar acesso e uso à informação, contribuindo para as atividades de pesquisa e geração de conhecimentos no setor.

Especializado na área de petróleo, gás, petroquímica e afins, o acervo é composto por 11.234 itens bibliográficos, que são analisados, processados e disseminados aos seus usuários.

O CID atende aos profissionais ligados ao IBP, professores, a lunos, instituições governamentais, universidades e outras instituições de ensino, além de centros de documentação técnica e bibliotecas parceiras. Atualmente é uma das únicas bibliotecas especializadas

26

Espaço de leitura da biblioteca do IBP

da área abertas ao público.

Dentre os produtos e serviços oferecidos, destacam-se: consulta ao acervo, orientação à pesquisa, empréstimo de itens bibliográficos, Disseminação Seletiva da Informação, busca e pesquisa de dados, levantamento bibliográfico, intercâmbio entre bibliotecas, sumários online de periódicos e nor-

malização bibliográfica.

Uma meta constante do CID é o fortalecimento do acervo, com fontes de informação atualizadas, visando satisfazer seus usuários, mediante oferta de produtos e serviços com conteúdo de qualidade, e ser uma referência no atendimento às demandas informacionais do setor.

Para facilitar e agilizar o acesso à informação e pesquisa, está disponível no portal do IBP (www.ibp. org.br) um link da Biblioteca, onde é possível consultar o acervo do CID, utilizando uma ferramenta de busca no Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Informações.

Em 2008, o IBP foi avaliado e credenciado pelo MEC para ser uma instituição habilitada a administrar cursos de pós-graduação lato sensu no segmento de petróleo e petroquímica, e o peso de avaliação de uma biblioteca nesse processo é elevado (40% do total), sendo imprescindível que o acervo esteja de acordo com os requisitos pré-estabelecidos pelo MEC, tanto qualitativa quanto quantitativamente. O CID recebeu uma ótima avaliação do MEC, colaborando com o credenciamento do IBP.

A partir da direita: Rosana (bibliotecária responsável), Kleber e Fernanda

A comercialização das publicações técnicas do Instituto também está sob a responsabilidade do CID. Os livros podem ser adquiridos na loja virtual (www.ibp.org. br/loja) ou na sede do IBP. Monitorar as atividades para atingir a qualidade pretendida, in-

centivar a produção e uso das informações especializadas e contar com o envolvimento de todos os seus usuários é fundamental para o aprimoramento contínuo dos produtos e serviços oferecidos e para a concretização dos objetivos do CID.

27

O mercado em foco

LUBES EM FOCO apresenta os números aproximados do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao primeiro semestre de 2009, frutos de pesquisa junto aos principais agentes e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão numérica continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos distribuidores.

Uma visão geral do mercado - 1º semestre 2009 O mercado aparente Total Óleos Lubrificantes: Automotivos: Industriais: Graxas: Óleos Básicos

650.000 m3

Total Óleos Básicos:

547.500 m3

375.000 m3 215.000 m3 26.000 t 15.000 m3

Produção nacional: Importação: Rerrefino:

320.000 m3 137.500 m3 90.000 m3

33.000 m3 14.000 m3

Importação Produto Acabado: Exportação Produto Acabado:

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

Evolução do Mercado de Lubrificantes no 1º semestre de 2009 (m3) Uma avaliação dos números do mercado estimados para o primeiro semestre de 2009 mostra uma queda significativa em relação ao mesmo período do ano passado, porém com uma tendência de recuperação, quando considerados os dois primeiros trimestres do ano.

Mercado de Lubrificantes Brasil • 1° Semestre 2009

130000

12,7%

120000

20,9%

BR Chevron (Texaco) Ipiranga Cosan (Esso) Shell Petronas (Fl Brasil) Castrol Repsol YPF Outros

11,3%

110000 8,9%

100000 25%

90000 80000

8,7% 3,4% 6,2% 2,8%

jan

fev

mar

abr

mai

jun

Evolução do Mercado de Lubrificantes em 2008 (m3) Uma avaliação dos números finais de 2008 do mercado mostra uma sensível queda ocorrida nos meses de novembro e dezembro, fazendo com que o resultado final do ano ficasse apenas cerca de 3,1% superior ao resultado final de 2007, apesar de o primeiro semestre ter apresentado um crescimento médio da ordem de 8%.

130000

Comparativo 2008 x 2007 (%) 120000

% 20 15

110000

10 5

100000

0 -5

90000

-10 -15

80000

28

-20

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

média 3,1%

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

1

Mercado SINDICOM • Comparativo 09/08 por região (Período Jan a Jun) Total de lubrificantes por região

Mil m3

Análise comparativa por produtos

Mil m3

300

350 300

2008 2009

2008 2009

267.216

250

308.458 281.217

235.646

250

200

200

190.203

150 160.821

150

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

50

22.838

0

GRAXAS

100

100

91.069 64.448

50 33.849 18.748

0

Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

105.192

SUL

SUDESTE

50.794

45.084

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

160

59.983

29.004

120 2008 2009

2008 2009

150.660

140

138.669

104.934

100

120

80 60

60 61.583

40

55.438

40

43.427

20

21.156

SUL

SUDESTE

38.969 31.748

40.638 31.632

0

87.768

80

100

28.110

20

18.721

18.362

NORTE

11.665

NORDESTE

CENTRO OESTE

0

SUL

SUDESTE

17.041

9.864

NORTE

NORDESTE

15.915

14.399

CENTRO OESTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: BR, Chevron, Ipiranga, Shell, Esso, Petronas, RepsolYPF, Castrol.

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GMP do Conama lança manual de recomendações para licenciamento ambiental O Grupo de Monitoramento da Resolução Conama 362/2005 – GMP lança em agosto um manual com recomendações mínimas a serem observadas na concessão de licenças de operação das atividades ligadas ao óleo lubrificante usado ou contaminado. O manual tem como título “Diretrizes para o Licenciamento Ambiental” e o seu lançamento se fará durante o Primeiro Congresso Nacional da Associação Brasileira das Entidades de Meio Ambiente – ABEMA, em São Paulo, entre 12 e 14 de agosto de 2009.

Mercado de lubrificantes em recuperação Os números do mercado brasileiro de lubrificantes no primeiro semestre mostram uma tendência de recuperação em 2009, com o segundo trimestre apresentando uma alta em torno de 14% com relação ao

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primeiro. Os números, entretanto, ainda encontramse perto de 12% menor do que no mesmo período de 2008 e cerca de 8% menor do que no segundo semestre de 2008.

Teoria abiótica da formação do Petróleo ganha força Pesquisadores americanos, suecos e russos publicaram na revista Nature Geoscience pesquisas realizadas no Laboratório de Geofísica da Instituição Carnegie, nos EUA, em que o metano foi submetido a pressões extremamente elevadas (acima de 20 mil atm.) e temperaturas em torno dos 1000º C, e o resultado foi o aparecimento de hidrocarbonetos mais pesados, sugerindo que as condições encontradas no interior da Terra podem proporcionar a formação e migração de hidrocarbonetos pesados e leves como óleo e gás natural sem a presença de matéria orgânica, ou seja, por um processo abiótico.

Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2009 Setembro

The 2009 China Base Oils Conference - Guangzhou, China - www.icis.com

Setembro 1 a 4

36th LEEDS - Lyon Symposium on Tribology - Lyon, France - leeds-lyon.insa-lyon.fr/

Setembro 6 a 11

Fourth World Tribology Congress (WTC IV) - Kyoto, Japão - www.wtc2009.jp/

Setembro 16 a 18

17th Annual Cambridge Tribology Course - Cambridge, UK - www.ifm.eng.cam.ac.uk/tribology/

Outubro

The 6th ICIS Middle Eastern Base Oils & Lubricants Conference - Dubai - www.icis.com

Outubro 19 a 21

STLE/ASME International Joint Tribology Conference - Memphis, USA - www.asmeconferences.org/IJTC09/

Novembro

2009 International Lubricants & Waxes Meeting - Houston TX - www.npradc.org/

Novembro 16 a 18

The 24th International Maintenance Conference - Hilton Ocean Walk Village, Daytona Beach Florida - USA www.maintenanceconference.com/imc/

Dezembro

The 4th ICIS Pan-American Base Oils & Lubricants Conference - New York, USA - www.icis.com

Nacionais Data

Evento

2009 Agosto 18

Seminário Milagre da Lubrificação, Multiplicando Resultados - São Paulo, SP : relacionamento@silubrin.com.br

Agosto 28

2˚ Congresso Nacional Simepetro - Milenium Centro de Convenções - São Paulo, SP - www.simepetro.com.br

Agosto 31 a Set. 4

24˚ Congresso Brasileiro de Manutenção - Centro de Convenções de Pernambuco - Recife - Brasil - www.abraman.org.br

Setembro 15 a 19

Intermach 2009 - Feira Internacional de Metal-Mecânica - Joinville, SC - www.intermach.com.br

Setembro 16 a 17

SIMEA 2009 - XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva - São Paulo - www.aea.org.br

Outubro 29

Simpósio de Lubrificantes - São Paulo - SP

Cursos Data

Evento

2009 Setembro 14 a 18

Gerenciamento para Laboratório - IBP - São Paulo - SP - www.ibp.org.br

Setembro 14 e 15

Biodiesel - Tecnologia, Regulação e Investimentos: Rio de Janeiro : www.ibp.org.br

Novembro

Lubrificantes e Lubrificação - IBP - São Paulo - www.ibp.org.br

Novembro 10 a 13

Manutenção de compressores alternativos: Rio de Janeiro: www.ibp.org.br

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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