Revista lubes em foco edicao14

EM FOCO

Ago/Set 09 Ano III • nº 14 Publicação Bimestral R$ 12,00

A revista do negócio de lubrificantes

Verniz em equipamentos Prevenção e soluções para um problema crítico na indústria.

Aditivos para combustíveis Mito ou verdade? Preocupações além da tecnologia.

Editorial O Brasil atravessa um momento econômico muito importante, pois inicia uma retomada de crescimento, tem credibilidade em nível mundial para ser foco de investimentos e respeito suficiente perante a comunidade internacional, o que foi consagrado com a recente escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Energia é indispensável para qualquer país que pretenda crescer de forma significativa, e, apesar de a matriz energética brasileira privilegiar de forma contundente os recursos renováveis e a energia limpa, o petróleo ainda tem e terá, por muito tempo, um lugar de destaque nesse contexto. Assim, a atividade de refino passa a assumir maior importância, já que são os derivados que mostram efetivamente a utilidade dessa fonte de energia.

Encontrar petróleo, explorá-lo economicamente e desenvolver tecnologias específicas em áreas pioneiras parece que não é mais nenhum mistério para o Brasil, e todos os esforços estão sendo direcionados a isso, a exemplo dos desenvolvimentos em exploração e produção na região do pré-sal.

Cabe, entretanto, uma preocupação com o futuro, principalmente quanto ao setor de derivados, mais especificamente os óleos básicos lubrificantes. Será que os planos do governo estão contemplando também autonomia e independência em lubrificantes? Um derivado com alto valor agregado e grande desenvolvimento tecnológico acaba perdendo sua importância na macrovisão de investidores e planejadores, devido ao seu pequeno volume comparado ao dos combustíveis. É fato consumado no universo dos óleos lubrificantes, principalmente automotivos, que as exigências de melhor qualidade estão cada vez mais atuantes e que nossas refinarias atuais não atendem aos requisitos de fabricação de óleos básicos dos grupos II e III que irão participar das formulações específicas para motores e equipamentos mais modernos.

Dessa forma, nossas esperanças de vermos a qualidade dos produtos nacionais se elevar estão diretamente ligadas aos planos de investimentos em novas refinarias ou em unidades de hidrocraqueamento nas atuais.

Enquanto aguardamos com ansiedade as definições e cronogramas de investimentos, vamos dependendo das importações para atualizarmos as tecnologias de nossos veículos, máquinas e até mesmo nossas leis ambientais.

Esperamos, assim, que a autossuficiência tão proclamada e comemorada chegue também aos óleos básicos lubrificantes.

Os Editores

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho

Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Gustavo Eduardo Zamboni

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Tatiana Santos Vieira

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br

Revisão Angela Belmiro Impressão Gráfica Minister

Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

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Sumário 6

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A palavra do ministério do Meio Ambiente Coordenador do GMP fala com exclusividade sobre o monitoramento dos lubrificantes usados ou contaminados.

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A evolução dos preços internacionais do petróleo

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Verniz em equipamentos

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A Resolução Nº 18 como vetor de mudanças

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Óleos básicos além do GTL

23

Oficina de Capacitação da Resolução CONAMA Nº 362

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Aditivos para combustíveis

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Especificações para lubrificantes industriais

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Mercado em foco

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A complexa relação do valor do óleo cru com os derivados que dele são gerados no refino.

A importância da prevenção e controle e a dicas do especialista.

Os impactos da nova legislação da ANP para os produtores de óleo lubrificante acabado.

Tecnologia que transforma os produtos de Carbono em líquidos de alta qualidade.

Evento reúne os principais agentes da cadeia de reciclagem do óleo usado ou contaminado e amplia o conhecimento.

Esclarecendo dúvidas e ressaltando vantagens e preocupações de um mercado que requer atenção e consciência.

Um pouco sobre a norma alemã DIN muito utilizada pela indústria mundial

Informações sobre o mercado brasileiro de lubrificantes.

Notícias Rápidas Atualidades do mercado de lubrificantes.

Programação de Eventos

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no monitoramento dos lubrificantes usados ou contaminados Por: Tatiana Fontenelle

O ministério do Meio Ambiente – MMA, através do Grupo de Monitoramento Permanente da Resolução Conama 362/2005 – GMP, tem efetuado um grande trabalho nas questões relacionadas ao setor de lubrificantes, com foco na cadeia de recolhimento, armazenagem, transporte e destinação final dos óleos lubrificantes usados ou contaminados – OLUCs. Em entrevista exclusiva à LUBES EM FOCO, Edmilson Costa, coordenador do GMP, fala sobre sua visão desse trabalho como uma demonstração de sustentabilidade sócio-econômico-ambiental.

Para ele, isso faz com que o país importe menos petróleo leve para a fabricação de lubrificantes, com geração de empregos, renda e recolhimento de impostos, além de ser totalmente favorável para o meio ambiente.

Edmilson ressaltou também o espírito de equipe entre as entidades-membros do Governo Federal, da Associação de Entidades Estaduais de Meio Ambiente – ABEMA, da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente – ANAMMA, do setor privado e da sociedade civil, que torna cada vez mais prazeroso o trabalho do Grupo de Monitoramento.

Lubes em Foco - Como o ministério do Meio Ambiente está organizado para atuar nas questões ligadas aos lubrificantes?

Edmilson Costa - Nas questões relacionadas aos óleos lubrificantes, a atuação do ministério do Meio Ambiente, atualmente, organiza-se em três frentes de trabalho: primeiramente, com a coordenação do GMP (Grupo de Monitoramento Permanente) da Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 362/2005, nos assuntos relativos aos óleos lubrificantes usados ou contaminados (OLUCs); paralela6

mente, o MMA atua na implementação da Resolução Conama nº 273/2000, que trata das questões ambientais relativas aos postos de combustíveis; e, em agosto de 2009, o MMA esteve presente com a criação, no âmbito da Câmara Técnica de Saúde, Saneamento e Gestão de Resíduos, de um Grupo de Trabalho para a formulação de uma Resolução do CONAMA sobre a destinação ambientalmente correta das embalagens de óleos lubrificantes.

Lubes em Foco - Por que foi criado um Grupo de Monitoramento Permanente

(GMP) para tratar das questões de coleta e descarte de óleos lubrificantes usados ou contaminados?

Edmilson Costa - A criação do GMP se dá dentro de um contexto de evolução sobre as variáveis de comando e controle das questões ambientais. Ou seja, o legislador (entenda-se CONAMA) inovou em criar, no âmbito de uma Resolução, um Grupo de Monitoramento Permanente (GMP), cujos objetivos se coadunam com o cumprimento de metas de recolhimento de um resíduo altamente tóxico e perigoso. Isso foi possível devido à melhoria dos propósitos da Resolução

CONAMA nº 09/1993, que, ao ser revisada, se tornou a Resolução CONAMA nº 362/2005.

Lubes em Foco - Quem são os participantes do GMP? Edmilson Costa - Os ministérios do Meio Ambiente , das Minas e Energia e das Cidades, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA , a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis -ANP , a ONG Apromac (Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte) , o Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais - Sindirrefino, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes - Sindicom , o Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras e Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo Simepetro, o Sindicato Interestadual do Comércio de Lubrificantes Sindilub , a Associação de Entidades Estaduais de Meio Ambiente Abema e a Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente - Anamma.

Lubes em Foco - Quais as principais atribuições desse Grupo?

Edmilson Costa - Buscar o cumprimento das metas de recolhimento de OLUCs (óleos lubrificantes usados ou contaminados), determinadas pela metodologia de análise da Resolução Conama nº 362/2005 e pelo aprimoramento dessas metas realizado pela Portaria Interministerial MMA/MME Nº 464/2007, que tem como atribuição a necessidade de estabelecer diretrizes para o recolhimento, coleta e destinação de óleo lubrificante usado ou contaminado.

Lubes em Foco - Quais as principais ações já efetuadas pelo GMP? Edmilson Costa - Desde a sua criação, o GMP realizou dezesseis Reuniões Ordinárias e uma Reunião Extraordinária, quatro Oficinas Regionais em 2008 e uma Oficina Nacional de Capacitação na Interpretação da Resolução Conama nº 362/2005, em 2009, que foram voltadas para os técnicos ambientais de órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, universidades e defesa civil. O GMP realizou também algumas publicações: Manual de Fiscalização do Ibama para as Atividades relacionadas aos OLUCs (2008), Guia de Gerenciamento de OLUCs (2008), Diretrizes para o Licenciamento Ambiental de Atividades relacionadas aos OLUCs (2009) e um filme institucional sobre o GMP (2009).

Lubes em Foco - Como o Sr. vê o problema das disparidades regionais para a coleta e destinação do óleo lubrificante usado ou contaminado?

Edmilson Costa - Tal situação insere-se no contexto de logística reversa e os custos com relação a ela. Acredito que a desinformação também contribui muito para essas disparidades, e cabe ao GMP tentar reverter, em médio e longo prazo, esse quadro. As regiões Norte e Nordeste são as que mais preocupam o GMP, no quesito de cumprimento de metas.

confecção da Portaria Interministerial MMA/MMENº464/2007 apontavam à época que a possibilidade de meta única de percentual de coleta para todas as regiões terá que se basear numa futura avaliação da eficiência dessa Portaria, quando do término de sua vigência. Particularmente, como Coordenador do GMP, acho o assunto um objetivo de grande envergadura e de longo prazo a ser obtido com um planejamento integrado de todos os setores envolvidos.

Lubes em Foco - Os números de coleta para este ano não estão muito promissores. Quais as principais razões para esse declínio?

Edmilson Costa - A princípio, debito essa redução à crise econômica mundial, que, ao afetar o câmbio do dólar, automaticamente afetou a remuneração básica

Lubes em Foco - O Sr. acredita que se possa ter meta única de percentual de coleta para todas as regiões?

Edmilson Costa - Os estudos que balizaram a 7

da coleta, pois o preço de compra de OLUCs possui correlação com a moeda americana. Caso em 2009 não se consiga atingir as metas regionais e a meta nacional de recolhimento de OLUCs, o GMP terá que avaliar se essa premissa econômica é válida ou se os desvios de OLUCs estão aumentando, mesmo com tanta divulgação da Resolução Conama nº 362/2005.

Lubes em Foco - Na sua opinião, o setor de rerrefino está devidamente aparelhado para acompanhar as metas futuras do MMA? Edmilson Costa - Pelas informações que o GMP possui, o setor de rerrefino teria capacidade de absorver um incremento imediato na faixa entre 10 a 15% do volume produzido de óleo básico na atualidade.

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Lubes em Foco - Qual é a importância da participação das Organizações Estaduais e Municipais de Meio Ambiente no trabalho realizado pelo MMA? Edmilson Costa - Esses órgãos compõem, conjuntamente com o MMA e o IBAMA, o Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA. Dessa forma, o GMP, ao promover a capacitação dos õrgãos na supracitada Resolução, está fortalecendo o SISNAMA. Além disso, a capilaridade desses órgãos junto à população é mais efetiva e particularizada às nuances sócioculturais regionais.

Lubes em Foco - E quanto às embalagens de lubrificantes, como o GMP analisa o problema de descarte e reciclagem?

Edmilson Costa - O GMP, em de-

cisão unânime, na sua 14ª Reunião Ordinária, em março de 2009, em Lençóis Paulista, posicionou-se a favor da criação do GT de embalagens de lubrificantes através de um parecer técnico feito por mim. A preocupação do GMP é com a “clandestinidade” no uso das embalagens com óleo lubrificante usado ou contaminado não-rerrefinado pois, essa adversidade permite que o óleo que sobra nas embalagens volte ao mercado misturado com o OLUC, falsamente filtrado e aditivado, não lubrificando, mas destruindo os motores, além de alimentar os desvios de OLUCs. As embalagens, ao serem levadas para os aterros e lixões com o resto de lubrificantes nela contido, promovem o aumento da periculosidade da poluição combinada de resíduos sólidos e líquidos.

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Preços do petróleo A evolução internacional e a complexidade de sua previsão

Por: Antonio Eraldo Câmara Porto

s descobertas de novas jazidas de petróleo feitas no Brasil, nos últimos anos, têm requerido várias análises para se determinar a real comercialidade desses campos, como sucede em toda nova descoberta. Uma análise técnico-econômica é imprescindível para se avaliar o investimento da fase de produção, e um ponto crucial dessa análise é o preço que se pode esperar do petróleo no mercado internacional.

A indústria do petróleo não é uma indústria comum, e sua complexidade aumenta dramaticamente quando se consideram os aspectos geopolíticos e estratégicos envolvidos. Essa dificuldade pode ser demonstrada quando se tenta fazer projeções de preços para os estudos econômicos, reforçando a ideia de que a maior indústria do mundo é também a mais complexa. É possível fazer alguma confusão entre preço ou valor do óleo e os custos de produção. Os investimentos em exploração e produção divididos pelo volume recuperável da reserva geram o custo de produção.

Esses custos podem ser semelhantes para petróleos de preços diferentes e vice-versa.

O valor comercial de um petróleo é dado pelo valor de mercado dos derivados que dele são gerados no refino. Nessa etapa é que o petróleo é transformado em produtos valiosos como combustíveis, lubrificantes, naftas, asfalto etc. O somatório dos valores dos derivados de um mesmo petróleo, chamado de valor de realização, depende do tipo de petróleo e dos rendimentos de refino, que é uma função da capacidade da refinaria de converter o óleo cru em mais derivados de alto valor. Em outras palavras, a atividade de refino está intimamente ligada com a atividade de comercialização, e a escolha do petróleo correto a refinar é uma das tarefas mais críticas para a economicidade de toda a cadeia petrolífera.

A

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Aspectos do mercado internacional Três continentes concentram, atualmente, 70% do refino mundial. América do Norte, Europa Ocidental e Ásia são as regiões que têm maior transparência de preços e, por isso, são tomadas como referência por todos.

Dentro dessas regiões, ressaltam os maiores centros de refino mundiais, que são: nos Estados Unidos, a Costa do Golfo (US Gulf); na Europa Ocidental, a região chamada de ARA (Amsterdam, Rotterdam e Antuérpia); na Ásia, os polos Cingapura e Japão.

Os dados abaixo mostram a grandeza do refino nas regiões mais importantes e o refino no Brasil e na China, para comparação:

Refinadores de petróleo - 2007

em milhões de barris/dia

Estados Unidos da América

15,1

20,0%

Europa e Eurasia

20,8

27,5%

China Japão + países asiáticos do Pacífico Brasil Total mundial

6,6

8,7%

14,8

19,6%

1,7

2,2%

75,5

Fonte: BP Statistical Review 2008

A situação do refino mundial deve mudar no final da década atual, com melhorias nas refinarias existentes e entrada de novas plantas em vários países. A Petrobras vem investindo em ampliação e melhorias das refinarias existentes, e seu plano de negócios de 2009 – 2013 contempla grandes investimentos no downstream, o que se refletirá positivamente na sua capacidade de refino e sua rentabilidade.

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A importância do refino no preço do petróleo É importante destacar que o refino de óleos pesados, apesar de trazer dificuldades técnicas, pode ser tão ou mais rentável do que o refino de óleos leves, desde que se tenha capacidade de processamento apropriada e que o petróleo pesado esteja disponível na quantidade adequada. Cabe ressaltar que todas as refinarias de uma região devem produzir derivados com as mesmas especificações, independente da matéria-prima utilizada, quer seja ela leve, média ou pesada, com alto, médio ou baixo teor de enxofre. Daí, as refinarias terem diferenças de configuração, com as mais complexas dispondo de processos de refino capazes de aumentar os rendimentos de frações comercialmente mais vantajosas. De um modo geral, as refinarias menos complexas só podem processar óleos leves ou médios.

Para enfrentar a demanda mundial de energia, não é suficiente descobrir petróleo e gás natural em quantidade. A produção de derivados depende da capacidade de refino mundial. Esse é um assunto que tem preocupado os analistas do setor no início do século XXI. No período de 2004 a 2008, o refino cresceu mais lentamente do que a demanda, em razão do extraordinário crescimento econômico mundial, especialmente dos Estados Unidos e países da Ásia. Várias novas refinarias foram projetadas e algumas foram construídas. Muitas companhias optaram por ampliar e modernizar instalações antigas. Sobreveio a crise, ainda persistente em 2009, e a situação do balanço mudou. A demanda foi reduzida em muitos mercados regionais e refinarias que estavam em construção ficaram prontas, sendo que a nova capacidade de refino se concentra muito na Ásia.

Anteriormente havia pouca disponibilidade para o crescimento na produção de derivados. A razão é que as margens de refino eram muito afetadas pela volatilidade dos preços do petróleo e seus derivados, afugentando os investidores até a explosão dos preços em 2006, 2007 e 2008. Nos próximos anos, prevê-se um excedente de refino até que a demanda se recupere, em decorrência da retomada do crescimento da economia mundial.

Como novas refinarias são quase sempre complexas, é possível que as mais antigas tenham dificuldades econômicas e algumas fechem, em razão da concorrência e falta de demanda, no período 2010 – 2012.

Há fatores que afetam bastante a demanda de combustíveis e causam oscilações de preços, dificultando o suprimento, como as variações climáticas 12

que causam grandes impactos na demanda, em especial nos mercados em que as estações do ano são bem definidas (Hemisfério Norte). Afetando o consumo daquela importante região, o reflexo das variações climáticas é sentido em todo o mundo, através dos preços de petróleo e seus derivados. Variações de demanda devido ao clima provocam desequilíbrio no balanço entre oferta e demanda, causando frequentes variações de estoques e piques de preços de petróleo e seus derivados.

O perfil de consumo de cada mercado provoca diferenças regionais, que são importantes fatores de desequilíbrio. Por exemplo: o mercado americano tem o mais alto consumo de gasolina do mundo, em valor absoluto e relativo, que não pode ser atendido pelo seu sistema de refino. Daí os Estados Unidos serem também o maior mercado importador de gasolina e seus componentes.

Já o mercado europeu tem o maior consumo de médios (diesel e óleo de aquecimento), também só parcialmente atendido pelo seu sistema de refino. Como consequência, existe sobra de gasolina, naturalmente exportada para os Estados Unidos e para outros países.

O preço internacional Baseados em um mercado globalizado e no fato de as variações internacionais influenciarem todos os preços (regionais), os preços internacionais do petróleo são resultados de milhares de transações simultâneas, realizadas em todo o mundo, do produtor de óleo ao consumidor final, sem interrupções.

O uso de preços de referência nas fórmulas de compra e venda foi consagrado como regra fundamental na comercialização de petróleo e derivados no início da primeira década de 2000. Em outras palavras, fórmulas de preços são usadas na quase totalidade de contratos a termo ou spot. Quase não há vendas a preço fixo.

Desde o final da década de 80, os preços de petróleo passaram a se orientar pelo mercado spot de cargas físicas, que, por sua vez, foram dominados pelos mercados de papel, hoje chamados de mercados futuros de energia.

Apesar da influência atual dos mercados futuros nas variações de preços e de o petróleo e seus derivados se comportarem como commodities, em condições normais, o aspecto geopolítico ainda é fundamental.

120 110

“Boom” do petróleo na Pensilvânia

Iraque Invasão invade do Iraque Kuwait Revolução iraniana

100 90

Crise financeira na Asia

80 70

Guerra Yom Kippur

60 Russia começa a exportar petróleo

50

Crescimento da produção venezuelana

40 30 20 10 1860

1870

1880

1890

1900

1910

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1980

1990

2000

2008

preços da época preços atualizados para 2008 fatores relacionados

Características dos Mercados Futuros A comercialização de petróleo e seus derivados apresenta algumas características específicas: são produtos rotineiramente usados nas operações de hedge ou proteção de margens, são ativos financeiros largamente utilizados de forma especulativa e têm aceitação ampla em todas as faixas do mercado.

Os principais mercados futuros de energia são o mercado forward de Brent, criado por produtores do Mar do Norte, e os mercados tipo bolsa, organizações que operam pelo sistema de clearing. As principais bolsas de energia são a Nymex, com sede em Nova Iorque, e a ICE, que está instalada em Londres.

Outro tipo de operação comum no mercado de petróleo é a chamada over the counter ou OTC, que são realizadas de forma direta pelas partes interessadas.

O principal contrato para petróleo é o contrato do WTI na Nymex, através do qual são negociados vários milhões de barris de petróleo por dia no mercado físico.

Juntamente com o contrato de Brent, esse papel tem si-

do considerado, há vários anos, o benchmarking para os negócios com petróleo bruto. Suas relações com os demais crus determinam os fluxos mundiais de petróleo.

Na área de derivados, os mercados futuros não são menos importantes. Os contratos futuros de gasolina e heating oil ou Diesel influenciam os preços e os fluxos dos produtos de forma global. Esses contratos acima são transacionados em grandes volumes diários, principalmente na Nymex.

Os mercados futuros permitem que os operadores (traders) especulem sobre as margens. Na verdade, especula-se tanto sobre os preços como sobre as margens, que são, assim, transacionadas livremente nos mercados de papéis.

Antonio Eraldo Câmara Porto é engenheiro químico, ex-funcionário da Petrobras e da Ipiranga e, atualmente, consultor independente no setor energético.

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Verniz em Equipamentos A importância da prevenção e o do controle Por: Antonio Traverso

A necessidade de se manterem os equipamentos funcionando e em produção, muitas vezes levam a operação ao adiamento de rotinas e práticas de lubrificação e manutenção, como a monitoração do equipamento através do lubrificante em uso, que ocorre na chamada manutenção preditiva. Por decorrência, a própria troca do lubrificante pode deixar de ser realizada devido a essa realidade. Cada vez é mais comum uma nova modalidade de contaminação começar a sobressair-se, principalmente em turbinas, conjuntos de geração de energia e compressores. Trata-se do verniz, que, silenciosamente e insidiosamente, vem minando a disponibilidade e a confiabilidade desses equipamentos.

O verniz se forma através de reações químicas de oxidação no óleo, conjugadas com grandes esforços mecânicos, como cisalhamento e pressão, na presença de altas temperaturas relativas às temperaturas de projeto, esperadas como usuais do equipamento. O lubrificante em uso, quando tem ultrapassado o limite da sua vida útil em mais de 20%, tem a taxa de formação de verniz enormemente aumentada, fazendo com que esses equipamentos comecem a apresentar funcionamento anormal e errático e, em certos casos, até falhas catastróficas em casos extremos, como veremos abaixo.

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guinte os regimes de lubrificação de projeto, isto é, a lubrificação hidrodinâmica; Aumento da fricção dos componentes: esta fricção aumenta o consumo de energia e pode provocar agarramento de componentes; Aumento da temperatura de operação: os vernizes são isolantes térmicos e com a sua progressão há aumento contínuo do “aprisionamento do calor”; Restrição do fluxo de óleo: no limite, esta restrição evolui para um entupimento; Aumento da taxa de desgaste dos componentes: o verniz captura contaminantes sólidos formando uma superfície abrasiva semelhante a uma lixa, que atua nas superfícies impregnadas, levando à progressão do desgaste; Falha e indisponibilidade: Em situações extremas, isto é, quando há o efeito sinérgico dos problemas relacionados acima, a evolução para a falha catastrófica pode ser rápida e generalizada.

Principais problemas Os principais problemas causados pelo verniz nos equipamentos são os seguintes: • Redução de folgas: essas reduções afetam a espessura do filme lubrificante e, por conseFalha catastrófica em compressor por verniz

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14

Como detectar o verniz no óleo em uso A detecção do verniz apresenta certo grau de dificuldade, uma vez que os ensaios físico-químicos usuais não são sensíveis o suficiente para encontrá-lo com uma boa antecedência. Atualmente a própria ASTM busca o desenvolvimento de métodos de teste eficaz para determinar o potencial de verniz em óleo.

Há diversas técnicas analíticas especializadas, bem como ferramentas desenvolvidas e em desenvolvimento, visando à detecção do verniz e do seu potencial, tais como: Colorimetria, Gravimetria, Ultra-centrifugação, Infravermelho com Transformada de Fourier – FTIR, Teste de Tensão Interfacial – IFT, RulerTM etc.

Formas de evitar

• Evitar o resfriamento excessivo do óleo e/ou choques tér•

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micos, localizados ou não; Evitar a mistura de óleos de origens e fabricantes diferentes sem a consulta aos mesmos para a confirmação de sua compatibilidade funcional e química; Evitar a contaminação dos reservatórios pelo respiro através do ar atmosférico; Evitar a potencialização de equipamentos sem a devida compatibilização das taxas de troca térmica, isto é, com o redimensionamento dos trocadores de calor; Utilizar lubrificantes com formulação e aditivação específicas, que melhorem a resistência à oxidação ou à formação de verniz. É importante frisar que a detecção de verniz em lubrificantes formulados com básicos dos grupos II e III é mais difícil; Evitar a utilização de lubrificantes vencidos ou lubrificantes com longo período de armazenamento. No caso da premência na utilização desses lubrificantes, eles deverão ser recertificados pelo fabricante ou distribuidor antes da utilização.

Formas de controlar Mesmo com a dificuldade de se detectar a presença e a evolução do verniz nos óleos em uso, sejam eles formulados com básicos de grupo I, II ou III, é inteiramente possível utilizar práticas operacionais para evitá-lo, retardá-lo e/ou controlá-lo, tais como: • Manter a circulação do óleo mesmo depois do equipamento desligado; • Detectar e eliminar pontos muito quentes no equipamento que estejam em contato ou próximos ao óleo;

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• Garantir o correto fluxo de óleos sobre os com-

• Eliminar qualquer componente do equipa-

ponentes que trabalhem com altas cargas e rotações, como os mancais de rolamento; Manter a temperatura de projeto do óleo no equipamento evitando a aceleração da oxidação; Manter a carga de óleo do equipamento aquecida sem gradientes térmicos significativos.

Evitar que a temperatura do óleo caia abaixo de 40 °C para manter a solvência do óleo, isso ajudará a manter os vernizes e os precursores dissolvidos no óleo; Utilizar traço elétrico, caso as tubulações sejam extensas e sujeitem o lubrificante, em algum trecho das linhas, a baixas temperaturas, para evitar os gradientes térmicos citados acima. As superfícies de aquecimento não devem ultrapassar a temperatura de 120 °C, e a densidade térmica máxima deve estar na faixa de 2,1 W/CMM, considerando-se que o lubrificante deve estar permanentemente em movimento; Manter o óleo limpo sem contaminantes sólidos ou líquidos (água inclusive) que, em geral, são catalisadores de oxidação e indutores de borras; Monitorar o equipamento através da análise especializada do óleo incluindo testes de contagem de partículas e de potencial de verniz, como alguns dos testes relacionados acima; • Utilizar equipamentos de filtragem com elementos celulósicos adsorventes de profundidade, dedicados ou não, em offline de acordo com a tendência apontada na monitoração através do lubrificante.

Há equipamentos, notadamente certas turbinas, em que a tendência à formação é tão intensa que o equipamento de filtragem para o controle do verniz passa a ser praticamente dedicado;

mento com liga de cobre que tenha contato com o óleo. O cobre na presença de calor e água é um excelente catalisador de oxidação do óleo; Providenciar e ou checar o aterramento do equipamento e de todos os filtros existentes no equipamento; Utilizar dispositivos de eliminação de descargas elétricas – ESDs, como escovas especiais quando apropriado. As descargas elétricas provocam, pontualmente, temperaturas de milhares de graus, acelerando a degradação e formação de precursores de verniz no óleo.

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Conclusão Apesar da incerteza e complexidade analítica na detecção do verniz, em todas as suas formas de manifestação, que vão de um filme âmbar tênue de alguns poucos Angstroms de espessura até uma película mais espessa de cor negra e com dimensões variadas, os equipamentos não podem parar. Diversos métodos e ferramentas estão sendo desenvolvidos e ou validados na detecção e prevenção do verniz.

Da mesma forma, verificamos o desenvolvimento contínuo de tecnologia de aditivos e lubrificantes aptos a resistirem cada vez mais aos subprodutos e conseqüências da oxidação do lubrificante nas suas mais diversas formas.

Os equipamentos e a tecnologia de filtração também têm avançado muito no sentido de controlar a formação de verniz nos equipamentos. Já surgem alternativas à filtragem eletrostática em off-line com excelente relação custo- benefício.

O verniz sempre estará potencialmente presente, e cabe ao técnico, em cada momento, com o que estiver disponível e comprovado, pelo menos propor e testar o seu controle. Desta forma, a confiabilidade agradece e a disponibilidade aparece!

Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Coordenador de Lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.

O Programa Nacional de Qualificação e Certificação de Pessoal na Área de Manutenção - PNQC, desenvolvido pela ABRAMAN em parceria com instituições de ensino, foi criado para induzir a melhoria da qualidade e produtividade dos serviços de Manutenção no país, através da certificação de profissionais do setor.

O profissional certificado pela Abraman/ PNQC garante o reconhecimento formal de sua capacidade, diferenciando-se, e valorizando-se no mercado de trabalho.

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Resolução nº 18

Um vetor de mudanças O impacto da Resolução da ANP que regula a produção de óleos lubrificantes Por: Manoel Honorato

publicação do novo arcabouço regulatório do setor de lubrificantes pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP reforçou a disposição do órgão regulador com relação a um maior controle das atividades e à busca de melhorias para o setor.

A Resolução 18 requer um capital social mínimo de R$ 300 mil para quem pretende produzir óleos lubrificantes acabados automotivos e industriais, além de comprovação de qualificação econômico-financeira, através de um demonstrativo de resultados do exercício, balanço patrimonial e estudo do empreendimento, contemplando a projeção mensal do volume de produção de óleo lubrificante acabado, com a indicação da logística de suprimento e distribuição por 24 meses. Também é necessário possuir uma capacidade mínima de armazenamento, compatível com o volume de comercialização, e um laboratório equipado adequadamente para a fabricação de produtos automotivos e industriais.

A

A exemplo das publicações dos resultados do Programa de Monitoramento de Qualidade de Lubrificantes – PMQL, em que são expostos as marcas e os produtos que se encontram em situação de não-conformidade, a ANP mostrou que o objetivo é implementar mudanças, apesar de certo ceticismo de alguns partícipes desse mercado, e, atualmente, os sinais que cristalizam essas mudanças são bem claros.

A primeira mudança, apesar de não ser tão aparente para o mercado, é bem impactante para os profissionais da área técnica, pois, com várias empresas a procura por dados e instruções de interpretação das resoluções, esses profissionais passam a ter a obrigatoriedade de aliar seu conhecimento técnico de rotina de laboratório, coordenação de fábrica ou gerência de produtos com as mesas de negociações. Isso, porque existe a necessidade de transferência de dados para outros setores da empresa, que precisam tomar decisões e traçar diretrizes, pois, em alguns casos, as mudanças são expressivas.

Menzelub 18

Essa também é uma oportunidade para as instituições que formam esses profissionais perceberem que elas podem fazer a diferença, pois o segmento de lubrificantes ainda está carente de profissionais com conhecimentos específicos, o que facilitaria a empregabilidade.

A segunda mudança está direcionada às empresas que estão fazendo investimentos em tancagem, instalações fabris e equipamentos de laboratório para controle de qualidade. Nesse ponto, sabe-se que está havendo uma grande movimentação de empresas que não estavam com suas unidades devidamente aparelhadas, ou que não tinham, na totalidade, os equipamentos necessários. Assim, as empresas se movem na direção de maior capacidade técnica, agregando condição que cria maior equivalência entre os participantes do mercado. É bem possível que, sem os limites da Resolução 18, essa mudança demoraria a acontecer.

Essas aquisições “somam”, pois dão aos profissionais dessa área melhor condição de crescimento, e, consequentemente, nivelam a estrutura técnica das empresas.

Por outro lado, existe a abertura para terceirização de produção, por parte daqueles que optarem por não terem instalações próprias, estimulando as negociações com outros produtores que possam eventualmente possuir capacidade ociosa, ou mesmo que queiram direcionar suas atividades para a prestação de serviços.

Porém, não dá para deixar de observar que alguns pontos da nova legislação criam certas dificuldades, podendo, dessa forma, criar uma barreira de entrada ou mesmo inviabilizar a permanência de algumas empresas que já atuam no mercado. Cabe ressaltar que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, nos últimos meses, 56 % dos empregos gerados no Brasil foram criados por empresas de pequeno e médio porte.

Torna-se muito importante a intenção, sempre demonstrada pela ANP, de ouvir essas empresas através de seus órgãos representativos, os sindicatos, como também é de grande a importância a representatividade dessas entidades de classe para levar as opiniões ao legislador.

Portanto, o conselho de consultores e técnicos especializados aos que ainda estão insatisfeitos com a nova Resolução é que busquem a entidade que os representa para expor as dificuldades e idéias com fins a uma melhor

adequação à realidade, para que elas possam ser debatidas e levadas representativamente à ANP. Os sindicatos que operam diretamente no setor de lubrificantes têm tido iniciativas bastante produtivas, no sentido de tratar de assuntos relativos à área técnica, através de reuniões com profissionais especializados, procurando aproximar empresas e elencar temas relevantes que possam significar reivindicações de toda uma classe. A intenção é passar para a ANP, de forma consolidada, alguns dados do mercado, desde questões quantitativas do que é comercializado até as especificidades de produtos e aplicações, com detalhes de produção e matérias-primas desses segmentos.

Estruturar grupos de trabalho, não só para análise de problemas, mas também para o levantamento de dados de mercado, é uma função importante dos sindicatos e também de comissões ligadas ao setor, pois as informações fornecidas pelo próprio setor darão respaldo à ANP para futuras regras, ou mesmo adequação das existentes. Existem alguns pontos ainda passíveis de estruturação, como o mercado de graxas e óleos industriais, e, com certeza, os grupos de trabalho trarão muitos benefícios a todo o setor.

A Resolução 18 trouxe mudanças significativas ao mercado e criou também uma aproximação entre empresas e sindicatos, que estão se organizando de forma mais efetiva e buscando maior representatividade do setor. É uma norma que, sem dúvida, representa um marco importante para o mercado de lubrificantes, que sente ainda o impacto de suas consequências e restrições.

O mercado realmente precisa de resoluções que o regulamentem, mas a criação de barreiras restritivas para quem já está atuando deve merecer uma análise mais profunda sobre seus impactos reais no mercado. Como em um processo de melhoramento contínuo, correções devem ser admitidas e implantadas, quando assim for o consenso e o interesse geral do país.

... existe a abertura para terceirização de produção, por parte daqueles que optarem por não terem instalações próprias.

Manoel Honorato da Silva Filho é formado em Química e em Administração de Empresas, Membro da Comissão de Lubrificantes do IBP e Sócio da Consultoria Honorato Serviços Combinados Ltda.

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Óleos básicos

além do GTL Tecnologias que transformam em líquido os produtos de Carbono Traduzido e adaptado de artigo escrito por Nancy Demarco e publicado na revista americana Lubes and Greases

Tradução de Gustavo Eduardo Zamboni

bservando-se além do GTL, tanto governos quanto empresas privadas estão atentos a outras fontes de combustíveis limpos, a partir do Carbono (Carbon To Liquid – CTL), que possam também produzir óleos básicos de alta qualidade. Porém, um especialista do setor chamou a atenção para o fato de que as atividades relacionadas aos processos CTL estão intimamente ligadas aos preços do petróleo, e, se esse preço tiver um pico no mercado, poderemos observar um verdadeiro eco nos preços tanto do CTL quanto dos produtos de biomassa para líquido (BTL).

Amy Claxton, executiva chefe da consultoria My Energy, em

O

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Hummelstown – Pensilvânia, apontou, na Conferência de Óleos Básicos e Lubrificantes da ICIS – Ásia, realizada no mês de junho de 2009, as tecnologias CTL com maior probabilidade de emergir na próxima década. A executiva afirmou que as tecnologias CTL estão experimentando um rápido desenvolvimento e que elevados preços do petróleo acelerarão essa evolução, especialmente para o Carvão.

“O XTL já está aparecendo no horizonte”, disse Amy. Mas o que é X? X pode representar qualquer fonte de Carbono: gás natural, carvão, vegetais, coque ou lixo doméstico. “Porém, GTL (Gás para Líquido), CTL (Carvão para Líquido) e BTL (Biomassa para líquido) são as três principais tecnologias XTL que estão sendo focadas hoje”, continuou Claxton.

Na realidade, nos dois últimos anos, o XTL se transformou no novo foco tecnológico, como consequência da desaceleração dos projetos de GTL,

resultado do aumento de custos de projeto, de novos destinos para realocação de gás e perda de competitividade, quando comparado com o Gás Natural Liquefeito (GNL) e os altos preços do Gás Natural no mercado.

O Carvão foi o substituto natural do gás como matéria-prima para a maioria dos projetos de XTL no mundo, enquanto a biomassa ganha mais e mais a atenção como matéria-prima, devido às questões relacionadas ao Meio Ambiente.

“Qualquer processo XTL pode utilizar a mesma tecnologia Fischer-Tropsch para produzir combustíveis de alta qualidade”, explicou a executiva da My Energy, o que, na realidade, significa que pode produzir óleos do grupo III+ e/ou parafinas Fischer-Tropsch.

Amy Claxton afirmou que existem três motivos para nossa indústria interessar-se pelo XTL: primeiro, com o GTL restrito a países com grandes reservas de gás, essencialmente Rússia e Qatar, o XTL oferece uma excelente oportunidade para produzir óleos básicos Grupo III+ em outras regiões do planeta, mais especificamente CTL na Índia, China e nos Estados Unidos e BTL na Europa. O acesso a lubrificantes feitos a partir de XTL comercializado por terceiros aumenta as alternativas para os compradores de óleo básico de alta qualidade e para os fabricantes de veículos a procura de melhores produtos finais para seus motores. Porém, é claro que essas não são grandes notícias para os atuais produtores de básicos de menor qualidade, especialmente em regiões com excesso de suprimento.

Ar

separação

Gás Natural Biomassa Carvão

Reator Auto térmico

Reator FischerTropsch

Outros

separação

Hydro isomeração

separação Gás Combustível Nafta Querosene Gasoil Lubrificantes Especialidades

Uma segunda razão para esse monitoramento é o fato de que existirá um aumento da produção de Polialfaolefinas (PAOs), já que nafta e n-parafina correspondem a, aproximadamente, 10% da saída de uma planta XTL e são matérias-primas para a produção de olefinas em plantas químicas. Apesar de historicamente os preços das PAOs sempre serem elevados, eles poderão sofrer impacto, uma vez que o XTL pode fornecer etileno a preços mais baixos.

“ExxonMobil, Dow e Sabic estão entre as companhias que estão de olho nas PAOs produzidas por CTL”, disse a consultora. Ter acesso a PAOs a custos menores será muito bom para os produtores de óleos lubrificantes, os fabricantes de veículos e outros compradores de básicos de alta qualidade, porém terão um impacto negativo para os atuais produtores de PAOs. Finalmente, a perspectiva de suprimento de óleos básicos e PAOs de alta qualidade resultará em uma contínua racionalização das antigas plantas de Grupo I, além de possíveis dificuldades nos suprimentos de parafinas e Bright Stock.

Fazendo uma abordagem global sobre BTL, GTL e CTL, Claxton comentou que “o GTL não está morto, mas podemos afirmar que ele se encontra na UTI”. Ela comentou ainda que o BTL está se desenvolvendo rapidamente, especialmente na Europa, porém em escala reduzida, e, como resultado disso, com um elevado preço e sem lubrificantes no contexto. Já o CTL oferece um quadro diferente. Por exemplo, nos anos de 2008 e 2009, houve uma intensa atividade de CTL na China, Índia, nos Estados Unidos e em outras regiões do planeta. A China anunciou aproximadamente 30 projetos até 2020, totalizando cerca de US$15 bilhões. Sasol, Shell, ExxonMobil e outros estão envolvidos nesses projetos, e metade deles utiliza a tecnologia Fischer-Tropsch. No entanto, todos perderam a força em 2009 devido aos problemas de Meio Ambiente ligados ao Carvão, o que levou à paralisação de alguns projetos, especialmente na China. Podemos afirmar que, atualmente, o foco do CTL encontra-se em procurar melhorias ambientais. Redução de emissões e captura de Carbono, conversão de CO 2 em outros produtos, redução do consumo de água e outros temas relacionados estão sendo estudados.

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Podemos afirmar que um ponto chave é a melhoria pela sinergia entre diversas tecnologias. O GTL traz tecnologia melhorada de sintetização do Gás Natural, melhor tecnologia de separação de Oxigênio e a adição de novos catalisadores. Já o CTL dá ênfase às tecnologias para redução das emissões e uma melhor integração entre eficiência energética e geração de energia. A tecnologia de segunda geração do BTL está utilizando o processo Fischer-Tropsch, com resíduos de colheitas, vegetais não comestíveis, e resíduos urbanos.

“Qualquer atividade de projetos de XTL que aparecer estará intimamente ligada ao preço do petróleo”, enfatizou a executiva. Assim, o GTL é inviável para preços do petróleo muito altos ou muito baixos. Para preços do petróleo sustentados acima de US$ 90 por barril, veremos alta atividade nos projetos de CTL e BTL, porém os de GTL desacelerarão enquanto os preços do Gás Natural nos dutos estiverem mais atrativos.

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Com preços entre US$ 40 e US$ 90, o GTL, CTL e BTL continuarão, porém, cautelosamente.

E, com preços sustentados abaixo de US$ 40 o barril, a produção de petróleo será mais interessante do que qualquer XTL; então, a maior parte dos projetos será adiada ou parada, sendo que o CTL poderia se mover ainda na China, e o BTL somente na Europa.

“Os altos preços do petróleo acelerarão a tecnologia XTL e especialmente a CTL, ou do Carvão.

CTL é a grande aposta do momento, já que envolve um significativo potencial de crescimento, sendo assim, é ele que devemos ter em mira”, concluiu Amy Claxton.

Gustavo Eduardo Zamboni é engenheiro industrial, formado pela Universidade Nacional de Buenos Aires

Oficina de Capacitação amplia conhecimento Evento debate a aplicação da Resolução CONAMA Nº 362/2005 com a sociedade

Por: Tatiana Fontenelle

oi realizada nos dias 24 e 25 de setembro, no Salão Nobre da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, a Primeira Oficina Nacional de Capacitação na Resolução CONAMA Nº 362/2005, com a participação de representantes dos ministérios do Meio Ambiente, Minas e Energia e das Cidades, do IBAMA, da Agência

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Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, dos sindicatos de fabricantes, distribuidores e rerrefinadores de óleos lubrificantes, das associações dos órgãos estaduais e municipais do Meio Ambiente e da sociedade civil organizada. Todas essas entidades formam o Grupo de Monitoramento Permanente da Resolução CONAMA Nº 362 – GMP. Foram debatidos temas ligados à reciclagem do óleo lubrificante usado ou contaminado (OLUC), bem como a importância da regulamentação do mercado e da atividade do Rerrefino.

A oficina teve como público alvo os profissionais dos órgãos estaduais de Meio Ambiente.

Objetivou dar continuidade ao processo de capacitação iniciado em 2008 com quatro oficinas regionais e, ao mesmo tempo, contribuir para o diagnóstico da assimilação e aplicação da resolução nº 362/2005 no âmbito dos órgãos licenciadores e fiscalizadores.

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O evento teve como foco a capacitação de recursos humanos diretamente envolvidos com OLUC, que é considerado um resíduo perigoso, visando a um gerenciamento ambientalmente adequado e a melhores ações preventivas para a não-geração e minimização do resíduo, inclusive reciclagem, tratamento e disposição final.

Pela legislação, o único destino que não afeta negativamente o Meio Ambiente é o Rerrefino, e a coleta é atividade fundamental para retirar o óleo usado de circulação e gerar insumos para a indústria especializada. Por isso, o diretor da Área de Qualidade do Ar do ministério do Meio Ambiente, Rudolf de Noronha, comentou que um evento como esse mostra um “casamento perfeito entre o interesse ambiental e o interesse econômico”.

A representante da Superintendência de Abastecimento da ANP, Tatiana Petricorena, lembrou que as organizações estaduais de Meio Ambiente – OEMAs precisam ficar muito atentas para qualquer licença de destino alternativo, quando não houver chances de direcionamento para o rerrefino: “Não podemos deixar que aqueles que queiram agir ilegalmente se utilizem de licenças oficiais e de consequente autorização da ANP”.

O Sr. Cláudio Ishihara, da secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do ministério do Meio Ambiente, mostrou em sua apresentação que o Brasil está numa posição de destaque no cenário mundial quanto à destinação dos OLUCs ao rerrefino, com mais de 30%, comparados com os 20% de Europa e Japão, apenas 13% do Canadá e 5% dos Estados Unidos. Ainda segundo Ishihara, devido aos problemas da economia e estoques elevados no início deste ano, existe o risco de o Brasil não atingir a meta de coleta para 2009, mas “um esforço deverá ser feito por todos os agentes para fecharmos o ano com números satisfatórios”.

A engenheira química Carmen Níquel, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul – FEPAM, ressaltou que a emissão de Licença Ambiental, atualmente, precisa considerar as diferentes legislações e normas técnicas aplicáveis à atividade, e seria muito proveitosa uma padronização mínima para ser utilizada por todas as OEMAs. Já Kátia Perobelli Ferreira, presidente da Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro – ANAMMA-RJ, frisou a importância da participação dos municípios no contexto ambiental, 24

lembrando que, no município de Mesquita, no Rio de Janeiro, o licenciamento ambiental vem contribuindo para uma fiscalização mais ativa, onde 90% das empresas que trabalham diretamente com óleos lubrificantes em seu processo desconhecem ou ignoram os mecanismos que impedem a disposição dos resíduos oleosos para a rede de esgoto ou drenagem pluvial.

“Existem 5562 municípios a serem fiscalizados, e esse evento funciona como uma mesa de negociação, em que a iniciativa privada e a pública sentam para conversar”, ressaltou Kátia.

Ricardo Batista, da Petrobras Distribuidora, representando o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes – SINDICOM, mostrou o crescimento das trocas de óleo efetuadas em oficinas mecânicas e as especializadas, chamadas de Supertroca, das quais apenas 42,9% são efetuadas, hoje, em postos de serviço.

“São cerca de 155 mil oficinas e supertrocas no país e fica muito difícil o controle do descarte”, disse Batista, lembrando que a grande motivação para o desvio do óleo usado é econômica, pois o preço do litro do óleo combustível está em torno de R$1,30, enquanto se compra o óleo usado a R$0,25 por litro.

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais, Sr. Nilton Bastos, afirmou que o sucesso de um projeto como essa Oficina deve-se à integração de todos os agentes participantes. “Estamos confeccionando um tecido que está crescendo e incorporando mais entidades ao processo. A conscientização de todos é de extrema importância”, concluiu Bastos.

Cumpra a Resolução

CONAMA 362/2005 SINDIRREFINO

Tatiana Fontenelle é jornalista pós-graduada em telejornalismo

Dê ao óleo usado o destino previsto em lei Virtual

SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO RERREFINO DE ÓLEOS MINERAIS Avenida Paulista, 1313 • 8º andar • conj. 811 • FIESP CEP 01311-923 • São Paulo • SP Fone/Fax (0xx11) 3285-5498 www.sindirrefino.org.br

O diretor do Sindirrefino, Walter Françolin, apresentou números de mercado e eficiência da atividade de rerrefino, ressaltando a importância da parceria entre os setores envolvidos. “Nenhum esforço na área ambiental será capaz de alcançar sua idealização sem o apoio, parceria e forte articulação de setores do governo, da iniciativa privada e da sociedade civil voltados para a defesa do Meio Ambiente e do desenvolvimento sustentável”,finalizou Françolin.

O uso de aditivos em combustíveis

Uma vantagem técnica que pode ser mal compreendida

“Vai um aditivo aí, doutor?”

Por: Pedro Nelson Belmiro

iante dessa pergunta, o consumidor que parou seu carro no posto para abastecer fica confuso. A dúvida se instala e a decisão na maioria das vezes fica por conta do frentista, que não necessariamente está movido por um interesse técnico ou pela qualidade colocada no tanque do veículo.

Quando pedimos gasolina aditivada para abastecer nosso carro, estamos seguindo uma orientação do próprio fabricante do veículo que quer ver seu produto bem conservado e limpo para um bom desempenho.

A formação de depósitos nos sistemas de injeção, válvulas e câmara de combustão é um dos principais problemas encontrados nos carros modernos, quando não queimam um combustível adequadamente limpo e bem formulado. Por isso, se torna muito importante a ação de limpeza sobre essas partes, impedindo assim as falhas e o mal funcionamento dos motores. É onde entram os aditivos, com sua ação detergente, impedindo a formação e limpando as incrustações já formadas.

Outro ponto de grande importância em um veículo, atualmente, é a quantidade de emissões que ele produz em seu funcionamento. Um motor com certa carbonização interna e uma queima não completa do combustível permite sair pelo escapamento frações de combustível não queimado, juntamente com partículas de depósitos de Carbono que se desprendem durante a operação, causando, com isso, uma poluição ambiental considerável.

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Podemos, então, admitir que os aditivos para combustíveis são, atualmente, uma realidade necessária, tanto do ponto de vista de desempenho quanto do ponto de vista do Meio Ambiente.

Para uma melhor compreensão do universo do combustível aditivado, vale ressaltar algumas diferenças importantes nas denominações e nos desempenhos esperados.

Primeiramente, é necessário separar o que chamamos de melhorador ou booster de octanagem, que é o aditivo que aumenta o número de octanas do combustível, fazendo com que suporte maiores taxas de compressão, sem detonar prematuramente. Na verdade, o álcool adicionado à gasolina faz essa função com bastante eficiência; no entanto, existem no mercado as gasolinas de maior octanagem para os carros que trabalham com altas taxas de compressão. As gasolinas de alta octanagem também geram naturalmente resíduos de combustão, como aquelas com baixo índice de octanas, o que não elimina a necessidade de limpeza interna do motor.

Já aquela gasolina aditivada do posto de serviço está composta com aditivos detergentes próprios para a limpeza dos sistemas de injeção e não influencia na potência do veículo e, sim, em seu melhor funcionamento.

Um ponto crucial para a compreensão da utilidade de um aditivo para combustível está em sua dosagem, ou seja, na quantidade existente de produto, normalmente medida em p.p.m., que significa partes por milhão.

Dependendo do desempenho que se quer atingir, a dosagem do aditivo pode variar. Por exemplo, para retirar um depósito já formado, a concentração de aditivo é necessariamente maior do que para manter a limpeza existente. Daí, foram criadas as expressões Clean Up (limpar) e Keep Clean (manter limpo), para se estabelecerem diferentes níveis de desempenho dos aditivos.

Muitos consumidores se perguntam, então, o quanto é válido usar aditivos em frascos, vendidos em postos de combustíveis, os chamados After Market, na gasolina já aditivada. A dificuldade do consumidor final quanto à avaliação da real necessidade de utilização de combustível aditivado, vendido pelas distribuidoras, ou aditivos em frascos é grande, já que os benefícios resultantes dessa prática muitas vezes não são percebidos num primeiro momento, o que leva o consumidor a questionar o uso desses aditivos.

Segundo o engenheiro Luiz Eduardo Santos, da empresa Lubrizol, esses benefícios somente são percebidos de maneira clara com a utilização constante: “A principal

vantagem do uso desse aditivo é evitar a formação de depósito em componentes críticos do sistema de injeção e queima do combustível nos motores, mantendo as condições originais do motor quanto às emissões, torque versus potência e consumo de combustível”.

Os depósitos são formados naturalmente na combustão dos combustíveis fósseis (gasolina e diesel – em maior intensidade) ou biocombustíveis (álcool e biodiesel – em proporção bem menor quando comparados aos fósseis) e ficam acumulados nas válvulas, na câmara de combustão e nos bicos injetores. “Com o acúmulo desses depósitos há um aumento nas emissões de poluentes, no consumo de combustível e no custo das manutenções, além de diminuir a vida útil do motor”, complementa Luiz Eduardo.

A principal ação dos aditivos está em minimizar os depósitos nas sedes de válvulas e na câmara de combustão. O grande desafio, então, é encontrar a quantidade exata de aditivos necessária (concentração) para eliminar tais depósitos nos diferentes tipos de motores.

Por isso, a indústria americana desenvolveu níveis de

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desempenho, de forma a englobar essas variações requeridas pelos diversos tipos de motores (tabela1).

EPA LAC

Concentração mínima de aditivo e atinge as exigências governamentais dos EUA, mantendo as válvulas de admissão e os injetores de combustíveis limpos.

Atinge as exigências do órgão ambiental da CalifórniaEUA, que são mais rigorosas que o EPA LAC, principamente no que se refere à manutenção das condições de emissão dos veículos, mantendo todo o sistema de combustão nas condições definidas para o motor novo.

Clean Concentração de aditivos para a remoção dos depósitos acumulados pela queima do combustível, remoUP vendo-os das sedes das válvulas de admissão, câmara de combustão e limpando os bicos injetores (requer o uso de aditivos em frasco para limpeza completa e restabelecimento da condição inicial do motor).

Concentração de aditivos requerida pelos motores Top de alto desempenho. Essa performance foi definida Tier pelas montadoras GM, BMW, Honda, Toyota.

CARB ou Keep Clean

tabela 1

Os aditivos passam por uma sequência de testes em motores e ensaios físico-químicos para comprovar o atendimento desses níveis de desempenho.

A evolução das formulações dos aditivos é um fato interessante, principalmente pela tecnologia envolvida e as pesquisas realizadas no setor. Em veículos com uma maior complexidade de operação e intensa eletrônica embarcada, tornou-se necessário o aprimoramento dos aditivos, tanto nos seus princípios ativos como nas substâncias que servem de veículos para eles, os chamados carriers.

Assim, nem todos os aditivos são iguais, e a confiança na qualidade do que está sendo colocado no tanque do carro é fundamental. Além disso, existe ainda o problema da compatibilidade com o álcool, e, com o advento do carro Flex, que utiliza a mistura de álcool com gasolina em diversas concentrações, é necessário que o aditivo seja compatível com qualquer proporção dessa mistura.

Os aditivos After Market (em frascos) normalmente são utilizados para uma complementação de dosagem, aumentando o desempenho da gasolina aditivada vendida nos postos, alongando o tempo de utilização do veículo com boa dirigibilidade e até mesmo evitando possíveis paradas para descarbonização. De acordo com o engenheiro Geraldo Rios, da Chevron do Brasil, esses aditivos podem reduzir o custo de manutenção do veículo: “É uma ferramenta bastante eficiente de manutenção preventiva, prática e de custo competitivo.”

Algumas montadoras realizaram vários testes com alguns tipos de aditivos e afirmam que eles podem ser oferecidos aos seus clientes sem problemas, garantindo a satisfação de seus produtos no mercado.

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Nos Estados Unidos, entram em média, anualmente, 16 milhões de novos veículos, e toda a gasolina vendida no mercado possui aditivação LAC, definida pelo órgão ambiental americano Environment Protect Agency – EPA, com o objetivo principal de manter as emissões de poluentes dentro dos parâmetros definidos pela legislação.

No Brasil, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP atua regulando esses produtos através da Portaria nº 41, de 1999, e está reavaliando os requisitos ambientais e de desempenho, em conjunto com as montadoras, distribuidores de combustíveis e aditivos, com o objetivo de obter um controle mais eficaz do mercado. De acordo com o engenheiro da Lubrizol, o usuário deve buscar produtos provenientes de empresas idôneas e devidamente registrada na ANP. Este também é o pensamento da engenheira Simone Hashizume, da empresa Promax, que reafirma a importância de o consumidor prestar muita atenção ao produto que está sendo colocado no tanque de seu carro e também à procedência da gasolina utilizada. “Não somente os consumidores que vão aos postos, mas também as próprias distribuidoras devem ficar muito atentas aos fornecedores de aditivos, para que possam garantir seus combustíveis com produtos registrados e garantidos”, concluiu Simone.

Em resumo, tanto a gasolina aditivada como os aditivos complementares em frascos são importantes para o motor, pois o mantêm limpo ou realizam uma limpeza mais completa e o restabelecimento da condição inicial do motor, o que significa a redução de emissões e um melhor desempenho.

Como a confiança nos produtos que se usam é um fator de extrema importância no mercado, a recomendação mais comum dos especialistas ao consumidor é que utilize a gasolina aditivada, podendo complementar ou aumentar seu desempenho com aditivação suplementar, mas que abasteça sempre em locais conhecidos e de preferência no mesmo, sempre que possível. Utilizar sempre produtos registrados na ANP e estar atento às operações de abastecimento nos postos de serviço.

Existe, de fato, a necessidade de controle pelos órgãos competentes, mas o comportamento e a consciência do consumidor são fundamentais para as melhores práticas de mercado.

Pedro Nelson Abicalil Belmiro é engenheiro químico, consultor técnico em lubrificantes e coordenador da Comissão de Lubrificantes e Lubrificação do IBP.

Especificações para Lubrificantes Industriais Por: Letícia Lázaro

s lubrificantes para uso em equipamentos industriais, como mancais de turbinas, sistemas hidráulicos e engrenagens de redutores, não possuem a mesma padronização que os lubrificantes para motores a explosão. Estes possuem especificações de desempenho da API (American Petroleum Institute – Instituto Americano de Petróleo) e a classificação de viscosidade da SAE (Society of American Engineers – Sociedade dos Engenheiros Americanos).

As aplicações industriais representam menor percentual do mercado de lubrificantes e são, de uma forma geral,

O

menos severas, na medida em que, em geral, não existe o combustível como agente contaminante de deterioração.

Normalmente os equipamentos operam por longos períodos em condições estáveis, permitem intervenções como filtração e o inventário de lubrificante é maior. Além disso, os ensaios usuais de laboratório são suficientes para caracterizar o desempenho de um produto e são mais acessíveis que os testes de motores exigidos pelos lubrificantes automotivos. Um outro aspecto a ser considerado é que as aplicações são bastante distintas e não é possível determinar uma regra única para todas elas.

DIN 51524 - Lubrificantes para sistemas hidráulicos

Sub divisão Categoria

Parte 1

Parte 2

Parte 3

HL

HLP

HVLP

Faixas de viscosidade

ISO VG 10 até 150

ISO VG 10 até 150

ISO VG 10 até 150

Aditivos recomendados

Ensaios de desempenho

• Antioxidante • Demulsificante (se necessário) • Anticorrosivo • Filtração para atender nível de limpeza

• Separação de água (demulsibilidade) • Estabilidade à oxidação • Compatibilidade com elastômeros • Proteção contra corrosão • Filtrabilidade • Grau de Limpeza (contagem de partículas)

• Antioxidante • Demulsificante (se necessário) • Anticorrosivo • Filtração para atender nível de limpeza • Antidesgaste

• Separação de água (demulsibilidade) • Estabilidade à oxidação • Compatibilidade com elastômeros • Proteção contra corrosão • Filtrabilidade • Prot. contra desgaste – teste em bomba hidráulica • Capacidade extrema pressão – teste FZG • Grau de limpeza (contagem de partículas)

• Antioxidante • Demulsificante (se necessário) • Anticorrosivo • Filtração para atender nível de limpeza • Antidesgaste • Melhorador de Índice de • Viscosidade (MIV)

• Separação de água (demulsibilidade) • Estabilidade à oxidação • Compatibilidade com elastômeros • Proteção contra Corrosão • Filtrabilidade • Prot.contra desgaste – teste em bomba hidráulica • Capacidade extrema pressão– teste FZG • Grau de limpeza (contagem de partículas) • Índice de Viscosidade, visc.e a baixa temperatura e estabilidade ao cisalhamento do polímero do MIV

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Especificações de desempenho para óleos industriais Existem algumas instituições que estabelecem alguns padrões de desempenho para lubrificantes industriais, como, por exemplo: • DIN - Deutsches Institut für Normung; • AGMA – American Gear Manufacturers Association - que estabelece especificações de lubrificantes para redutores industriais; • ISO – International Standardization Association – que estabelece especificações e metodologias de análises para diversas aplicações (Ex. fluidos hidráulicos).

Esses padrões estabelecem limites para ensaios de bancada que simulam situações reais às quais o lubrificante é submetido, como contaminação por água, temperatura elevada e agitação. Os limites estabelecidos garantem um bom desempenho no campo, visto que os testes de laboratório são sempre realizados em condições mais severas que as reais, mas por um espaço de tempo mais curto.

Além disso, a maioria deles vem sendo adotada há muitos anos e já possue sua correlação com a aplicação real comprovada.

Os fabricantes de equipamentos estabelecem suas próprias especificações, podendo adotar algumas das normas internacionais, ou não, e seu próprio procedimento de aprovação de lubrificantes. Este pode variar desde a comprovação de atendimento aos limites exigidos para cada ensaio através de um laudo de análises até a realização de um teste de campo com monitoramento do lubrificante. É comum alguns fabricantes adotarem normas internacionais e incluírem ensaios adicionais, alguns desenvolvidos por eles mesmos.

As normas DIN são bastante utilizadas para especificar o nível de desempenho de lubrificantes e figuram em folhetos técnicos de vários produtos disponíveis no mercado. Elas estabelecem tanto especificações para algumas aplicações quanto metodologias para ensaios.

No Brasil, adotam-se as normas ABNT e ASTM para a maioria dos ensaios e não as normas DIN. A DIN foi fundada em 1917 como Comitê de Padronização da Indústria Alemã. A partir de 1926, passou a cobrir vários campos de aplicação, não se restringindo somente a indústrias. Em 1975, passou a se chamar DIN e é reconhecida pelo governo alemão 30

como organização de padronização que representa os interesses da Alemanha em nível europeu. Sua sede se localiza em Berlim. As normas apresentam o seguinte padrão de identificação: • DIN # - usada para os padrões desenvolvidos na Alemanha para atender a necessidades domésticas; • DIN EN # – Versão alemã de padrões europeus; • DIN ISO # – Versão alemã de padrões da ISO; • DIN ISO EN # – Versão alemã de ISO adotada também na Europa.

As especificações baseadas em normas DIN para desempenho de lubrificantes mais comuns são: • • • •

DIN 51517 – lubrificantes de circulação; DIN 51524 – fluidos hidráulicos; DIN 51515 – lubrificantes para turbinas; DIN 51506 – lubrificantes para compressores de ar.

Todas elas estabelecem limites para ensaios físico-químicos, tais como viscosidade cinemática, ponto de fulgor, ponto de fluidez, índice de acidez e densidade, e foram elaboradas para serem aplicadas, principalmente, aos lubrificantes de base mineral.

Segundo as exigências de cada aplicação, são estabelecidos limites adequados para os ensaios de desempenho.

Cada norma apresenta subdivisões e cada uma delas contém os graus de viscosidade para os quais elas são válidas e os limites para cada ensaio de laboratório selecionado. Em geral, os subníveis se diferenciam por serem gradativamente mais exigentes em relação à formulação do lubrificante, exigindo mais aditivos e mais testes, conforme pode ser observado nas tabelas a seguir.

Conclusão Para o usuário de lubrificantes, a principal preocupação é ter segurança de que está utilizando o lubrificante com a viscosidade e desempenho corretos para o equipamento.

Dessa forma, ele elimina os riscos de falha de lubrificação causada pela utilização de produtos inadequados.

Categoria

Faixas de viscosidade

Temperatura máxima do ar comprimido

VB e VBL

ISO VG 22 até 460

140°C para todos os casos

VC e VCL

ISO VG 32 e 150

160°C para ar comprimido em reservatórios e 220°C para demais aplicações

VDL

ISO VG 32 a 150

220°C para todos os casos

Aditivos Necessários • Antioxidante • Minimizar o uso de óleos básicos mais pesados • Limitação para aditivos com cinzas para as categorias L

Ensaios de desempenho • Estabilidade à oxidação • Limitação da concentração de compostos mais pesados • Categorias com L exigem limite de cinza sulfatada

DIN 51506 - Lubrificantes para compressores de ar

Nesse sentido, a padronização de graus de viscosidade e de desempenho são fundamentais para facilitar o diálogo entre for necedores e usuários do produto e os fabricantes de equipamento.

No caso das normas DIN apresentadas, a categoria aliada ao grau de viscosidade determinam a qualidade do lubrificante e o tipo de aplicação a que se destina. É importante ressaltar que, apesar de os lubrificantes serem desenvolvidos inicialmente para uma determinada aplicação, eles

podem ser utilizados em outras situações em que as condições operacionais sejam semelhantes.

Essa diversidade dificulta a definição de uma padronização que possa ser aplicada por todos os tipos de produto e para todas as aplicações existentes.

Letícia M S M Lazaro é engenheira do CENPES - Centro de Pesquisas da Petrobras

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O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números aproximados do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao primeiro semestre de 2009, frutos de pesquisa junto aos principais agentes e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão numérica continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos distribuidores.

Uma visão geral do mercado - 1º semestre 2009 O mercado aparente 650.000 m3

Total Óleos Lubrificantes:

375.000 m3 215.000 m3 26.000 t 15.000 m3

Automotivos: Industriais: Graxas: Óleos Básicos

33.000 m3 14.000 m3

Importação Produto Acabado: Exportação Produto Acabado:

547.500 m3

Total Óleos Básicos:

320.000 m3 137.500 m3 90.000 m3

Produção nacional: Importação: Rerrefino:

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

1

Mercado SINDICOM • Comparativo 09/08 por região (Período Jan a Set) Total de lubrificantes por região

Mil m3

Análise comparativa por produtos

Mil m3

400

500 450

2008 2009

464.771

371.251

350

442.948

400

2008 2009

403.772

300

350

250

300

294.004

250

200

256.418

200

150

158.575 141.887

50

34.110

GRAXAS

100

100

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

150

99.606

29.534

53.070

SUL

210

SUDESTE

160

217.303

NORDESTE

159.950

2008 2009

140

180

NORTE

CENTRO OESTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

Lubrificantes automotivos por região 226.454

71.944

47.765

0

0 Mil m3

96.053 77.912

50

2008 2009

139.734

120

150

100 120 80 90

91.257

60

86.048

60

65.568

64.492 48.521

30

32.972

40

60.317 49.595

44.809

30.387

20

30.297

18.547

24.804

23.152

0

0 SUL

SUDESTE

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: BR, Chevron, Ipiranga, Shell, Esso, Petronas, RepsolYPF, Castrol.

32

27.827

16.110 NORDESTE

CENTRO OESTE

Evolução do Mercado de Lubrificantes no 1º semestre de 2009 (m3) Uma avaliação dos números do mercado estimados para o primeiro semestre de 2009 mostra uma queda significativa em relação ao mesmo período do ano passado, porém com uma tendência de recuperação, quando considerados os dois primeiros trimestres do ano.

Mercado de Lubrificantes Brasil • 1° Semestre 2009

130000

12,7%

120000

20,9%

11,3%

110000 8,9%

100000 25%

8,7%

90000 80000

BR Chevron (Texaco) Ipiranga Cosan (Esso) Shell Petronas (Fl Brasil) Castrol Repsol YPF Outros

3,4% 6,2% 2,8%

jan

fev

mar

abr

mai

jun

NOTA: Os dados de mercado, correspondentes ao ano de 2008, que foram retirados desta seção podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

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ANP autua 61 agentes econômicos de 34 municípios na Bahia Agentes de fiscalização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) autuaram 61 agentes econômicos, dos quais 17 também foram interditados, em 34 municípios baianos, em ação realizada entre 21/9 e 6/10. Houve sete apreensões de produtos transportados irregularmente realizadas em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ao todo, foram fiscalizados 262 agentes econômicos de 34 municípios baianos.

Criado o polímero que separa o óleo da água Pesquisadores da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, uniram as propriedades de atração da água do Polietileno Glicol com moléculas à base de Flúor que repele o óleo. O novo material produz um revestimento 20 mil vezes mais fino do que um fio de cabelo humano,

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que, quando sujo de óleo, pode ser limpo apenas com água, dispensando-se qualquer detergente. Se todos os testes forem bem-sucedidos, o novo material poderá ser utilizado em produtos de limpeza, tintas laváveis apenas com água, filtros separadores de água e óleo, seladores para construção civil e várias outras aplicações.

API não libera licenciamento a categorias obsoletas O Instituto Americano de Petróleo (American Petroleum Institute) – API anunciou que a categoria de óleos lubrificantes API CF-2, para motores Diesel de 2 tempos, será considerada obsoleta a partir de 1 de fevereiro de 2010, devido à falta de disponibilidade do motor de teste 6V92TA. As licenças para a categoria API CG-4, para motores de Diesel de 4 tempos, foi descontinuada a partir de 31 de agosto de 2009 com o apoio da Associação de Fabricantes de Motores (EMA) dos Estados Unidos.

Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2009 Novembro 12 a 13

2009 International Lubricants & Waxes Meeting - Houston TX - www.npradc.org/

Novembro 16 a 18

The 24th International Maintenance Conference - Hilton Ocean Walk Village, Daytona Beach Florida - USA www.maintenanceconference.com/imc/

Dezembro 3 a 4

The 5th ICIS Pan-American Base Oils & Lubricants Conference - New York, USA - www.icis.com

2010 Janeiro 19 a 21

17th International Colloquium Tribology - Stuttgart - Alemanha - www.tae.de/tribology

Fevereiro 18 a 19

14th ICIS World Base Oils conference - Royal Lancaster Hotel - Londres - www.icisconference.com/worldbaseoils

Maio 16 a 20

64th STLE Annual Meeting - Las Vegas - USA - www.tribology-abc.com/conferences/default.htm

Maio

SAE International Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting - Rio de Janeiro - Brasil -

Nacionais Data

Evento

2009 Outubro 29

Simpósio de Lubrificantes - Centro de Convenções Milenium - São Paulo - SP

Novembro

Niterói Fenashore - Niterói - RJ - www.ibp.org.br

2010 Abril 26 a 30

Agrishow 2010 - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação - Ribeirão Preto - SP - www.agrishow.com.br

Junho 9 a 12

5ª Feira Sul-Brasileira da Indústria Automotiva - Pinhais - Curitiba - PR - www.feiraautopar.com.br/site/

Setembro 13 a 17

25º Congresso Brasileiro de Manutenção - Bento Gonçalves - RS - www.abraman.org.br

Cursos Data

Evento

2009 Novembro 11 a 13

Selagem em equipamentos rotativos - IBP - São Paulo - www.ibp.org.br

Novembro 16 a 18

Lubrificantes e Lubrificação - IBP - São Paulo - www.ibp.org.br

Novembro 23 a 25

Manutenção de compressores alternativos - Rio de Janeiro - www.ibp.org.br

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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