Revista lubes em foco edicao16

Page 1

EM FOCO

Dez/Jan 10 Ano III • nº 16 Publicação Bimestral R$ 12,00

A revista do negócio de lubrificantes

Mercado Brasileiro de Lubrificantes Queda prevista e recuperação esperada.

Visibilidade da lubrificação Uma cultura para a manutenção moderna.



Editorial Em um mercado ainda carente de informações mais precisas e também de uma consolidação de números reais, a tarefa de pesquisa deve ser minuciosa, sendo também muito importante o cruzamento dos dados obtidos com os diversos agentes do mercado. Diante das diversas dificuldades que encontramos ao tentar definir os melhores números para produção, importação e comercialização dos lubrificantes no Brasil, nos deparamos com situações que dependem exclusivamente de interpretação do agente envolvido, o que pode gerar distorções e baixa qualidade das informações. Além da problemática técnica de classificação de produtos em industriais, automotivos etc., temos pelo menos 7 NCMs para as classificações de alíquotas de IPI, quando se faz uma importação de lubrificante, e a dificuldade aumenta quando uma classificação é denominada apenas de “outros”, podendo ou não incluir apenas lubrificantes. É um pleito antigo do mercado brasileiro de lubrificantes que os seus números sejam compilados e organizados por região e por tipo de produto, o que ajudaria, de forma contundente, uma melhor compreensão do seu funcionamento, da sua potencialidade e um melhor controle da qualidade dos produtos comercializados. Os diversos sindicatos têm-se mobilizado para concentrar os números de seus segmentos e informá-los aos órgãos legisladores, e já podemos admitir uma sensível melhora ao longo dos últimos anos. Entretanto, ainda temos uma barreira a ser transposta, para realmente conhecermos o mercado. Os números podem se transformar em dados específicos de um setor e serem transmitidos como informação para um determinado centro de inteligência, mas somente passarão ao nível do conhecimento quando forem interpretados e compreendidos dentro do contexto do mercado brasileiro, que fornecerá o feedback necessário para sua confirmação e melhoramento contínuo da qualidade dos processos envolvidos. Continuamos esperando com ansiedade a organização de todos os agentes e a divulgação do conhecimento sobre um mercado que se torna cada vez mais significativo, até em termos globais, para podermos evoluir cada vez mais e, enfim, deixarmos de chamar o mercado brasileiro de lubrificantes de “aparente”.

Os Editores

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Gustavo Eduardo Zamboni

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Antônio Luiz Cunha Tatiana Santos Vieira

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br

Revisão Angela Belmiro Impressão Gráfica Trena

3



Sumário 6

assine

já!

www.lubes.com.br

ovo site!!! n o s s o n Visite

r b . m o c . w.lubes

ww

FIRJAN Entrevista com Luciana de Sá, que nos fala sobre a crise econômica e as perspectivas do setor industrial em 2010.

10

Redução de atrito

13

Formulação de lubrificantes

17

Gotas de óleo

18

Visibilidade da lubrificação

22

Opinião: O que falta em nosso mercado?

24

Mercado Brasileiro de Lubrificantes

28

Mercado em foco

30 31

A tribologia na redução dos custos operacionais e no controle de emissões.

Uma compreensão de todo o universo da formulação, e o desempenho de um óleo de motor.

Uma reflexão sobre como os pequenos gestos podem contribuir para uma vida melhor.

O que leva uma empresa a não ver a importância da lubrificação na manutenção moderna?

Uma analise profissional sobre as necessidades de melhor divulgação no mercado brasileiro de lubrificantes.

O comportamento do mercado no ano de 2009, com análise e interpretação da equipe de LUBES EM FOCO.

Os números do mercado brasileiro de lubrificantes com gráficos e participação de mercado.

Notícias Rápidas Atualidades do mercado de lubrificantes.

Programação de Eventos

5


FIRJAN

O balanço da crise econômica e as perspectivas do setor industrial Por: Tatiana Fontenelle

Luciana Costa Marques de Sá é mestre em Economia, com MBA em Gestão e Finanças Corporativas pela FGV, e está à frente da Diretoria de Desenvolvimento Econômico da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro - FIRJAN, assessorando a presidência do órgão para assuntos econômicos. Em entrevista exclusiva à LUBES EM FOCO, Luciana faz um balanço da crise econômica e nos fala sobre as perspectivas do setor industrial para 2010, mostrando dados de recente pesquisa com empresários do estado do Rio de Janeiro. Lubes em Foco - Como a Sra. analisa os impactos da crise econômica mundial sobre o segmento industrial brasileiro? Luciana de Sá - O ano de 2009 fechou com um balanço negativo em relação ao crescimento da produção industrial, porém isso se deveu muito aos resultados dos primeiros meses do ano, quando estávamos no auge da crise. Naquele período, o principal resultado foi o aumento da desconfiança das empresas, gerando uma insegurança que fez com que parassem de investir e colocassem o pé no freio. A redução dos prazos e o aumento do custo do crédito teve impacto direto sobre a atividade industrial, mas, ao mesmo tempo, o consumo se manteve em crescimento, em termos reais, e não houve redução de emprego. Houve, sim, uma redução da geração de emprego, mas, de uma certa forma, quem estava empregado se manteve no emprego, e isso ajudou a sustentar a marcha de consumo no país. Também medidas de estímulo fiscal e o aumento dos gastos públicos ajudaram uma rápida recuperação na atividade econômica, principalmente a partir do mês de março, proporcionando a continuidade do funcionamento da máquina produtora do país e iniciando um processo de recuperação nos últimos meses do ano. Outro fator importante para o processo de recuperação do país foi a queda da taxa de juros, que barateou o custo do dinheiro.

Lubes em Foco - Podemos dizer que, para o Brasil, a crise já passou? Luciana de Sá - As perspectivas são de um crescimento bastante elevado, na faixa dos 5% do PIB, para este ano, e a geração de empregos já retomou um bom ritmo. Também teremos um ano eleitoral, em que geralmente há um estímulo adicional no desempenho da economia. A FIRJAN realizou, no final do ano passado, uma pesquisa de avaliação com os empresários do estado do Rio de Janeiro, colocando as seguintes perguntas: Será que a crise já passou? Sua empresa já recompôs o nível de produção do período pré-crise? E perspectivas para 2010? entre outras. Os resultados foram bastante otimistas, com cerca de 65% dos entrevistados afirmando que já recuperaram o nível de produção do período pré-crise, ou já operam em patamar superior a ele. Também informaram que, para eles, o pior já passou. O Índice de Confiança do empresário industrial, que é compilado pela Confederação Nacional das Indústrias – CNI para todo o país, também segue a mesma trajetória de confiança ascendente do estado do Rio de Janeiro e atingiu um nível recorde, o que mostra que existe a percepção de que as condições melhoraram, tanto na economia brasileira como nas empresas, com uma perspectiva futura bastante positiva. Lubes em Foco - Estaríamos então vivendo um período de otimismo, com boas notícias para o país? Luciana de Sá - Ainda existem muitas preocupações. A notícia ruim é a perspectiva de reversão do processo de queda da taxa Selic, pois ela é o balizador da cobrança de juros na ponta do tomador final, e isso traz expectativas ruins. A taxa de juros voltando a subir traz um sinal, ruim para o empre-

6


sário, de que a economia não vai crescer tão rápido quanto é esperado. Com certeza, o controle da inflação é fundamental, mas pode ter um custo gigantesco. Mais ainda, digo que a confiança é fundamental para manter as coisas funcionando. Em uma decisão de investimento, o empresário leva em consideração fatores concretos como disponibilidade de mão de obra qualificada para a necessidade da empresa, questão da infraestrutura, do escoamento da produção etc., mas a confiança também é um fator fundamental.

cativa. Isso é preocupante para o futuro, porque é aumentada uma parcela do gasto que é rígida, já que a despesa com funcionalismo não se reduz facilmente. Então, o que sobra para investir é muito pouco. Além disso, existem problemas técnicos em fazer sair o investimento do papel. Muitas vezes o recurso é aprovado e não se consegue colocá-lo em prática. Existe um problema de gestão do investimento público que é muito complicado, daí a preocupação quando se olha a infraestrutura, pois são investimentos que têm um fundamento no setor Lubes em Foco - A Sra. vê o público bastante relevante. Brasil hoje preparado para retoEssas são as preocupações que foto Antonio Batalha mar um crescimento de forma consideram o prazo e a necescontinuada? sidade de gerar condições para Luciana Costa Marques de Sá Luciana de Sá - Existem duas um crescimento mais permanenpreocupações com relação à sustentabilidade do cresci- te e duradouro. Podemos dizer que, neste ano, e também mento. Quando se amplia a perspectiva do olhar sobre o no ano que vem, deverá haver crescimento, mas vai chegar país, vemos que a infraestrutura hoje ainda não é suficien- uma hora em que será preciso encarar a questão de frente te para sustentar um processo de crescimento elevado e e ver que a deterioração fiscal é gigantesca e o aumento do continuado. Investimentos em infraestrutura requerem lon- gasto com pessoal é enorme. Não se trata apenas de um gos prazos de maturação. Esse problema tem a sua con- problema no âmbito federal, pois é uma situação que tem tra parte, que é investimento público. Hoje, o processo de ocorrido também nos estados, e o próximo governo vai ter que enfrentar essa quesinvestimento na economia tão de frente. brasileira tem sido liderado pelo setor privado, pois a Lubes em Foco - Que taxa de investimento do setor público é comparatipontos seriam fundamenvamente ínfima. Podemos tais para um bom desendizer que mais de 90% volvimento econômico da dos investimentos no país indústria brasileira? vêm do setor privado. Luciana de Sá - O Brasil não pode parar de cresLubes em Foco - Quais as causas dessa disparidade cer, mas tem que, pelo menos, zerar a taxa de crescimende investimentos? to das despesas públicas, que são rígidas, como o gasto Luciana de Sá - Na verdade, a base para o baixo inves- com funcionalismo mencionado acima, e tentar fazer com timento público é a elevação das despesas correntes do que os investimentos públicos saiam do papel, para a másetor público. Ano passado, por exemplo, foi um ano em quina do país continuar funcionando. que houve uma política chamada de “anticíclica”, com ba- Do ponto de vista do setor privado, é fundamental existise em um aumento do gasto com funcionalismo e aumento rem regras estáveis e bem definidas. Mudanças de regras de salários como nunca se viu na história. Como resultado, e excesso de regulamentações são coisas que dificultam obteve-se uma deterioração das contas fiscais muito signifi- o fluxo de investimento. Veja, por exemplo, essa questão

Brasil não tem esse dinheiro, portanto, é muito importante que haja uma consciência nacional para se criar um sistema que seja atrativo para investimento.

7


da decisão que foi aprovada recentemente pelo governo do estado do Rio de Janeiro, que praticamente rasga as convenções coletivas. Para o piso salarial do estado foi aprovado um reajuste de 13,5%, mas se a convenção coletiva determinar algo abaixo do piso, fica valendo o piso, ou seja, a decisão vai contra o processo de negociação entre trabalhadores e empresas e desconsidera os acordos que foram feitos. Essas inseguranças do ponto de vista legislativo são muito ruins para o investimento privado. Lubes em Foco - Como a Sra. vê a posição do Brasil hoje no cenário econômico internacional? Luciana de Sá - Comparativamente a outros países, o Brasil tem um grande potencial, com vários fatores positivos. Uma democracia em um ambiente político estável, um mercado consumidor gigantesco etc. Por isso, tem mostrado uma certa posição de destaque em termos de atratividade de investimento. O mundo está olhando para o Brasil de uma forma diferenciada dos demais comparáveis, como os BRIC, por exemplo. Então, o Brasil tem a oportunidade de consolidar essa situação única que não se vê há muito tempo. A indústria do petróleo, os futuros eventos esportivos no país, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol, ajudam a trazer um olhar diferente para o país. A cidade do Rio de Janeiro vai ter que criar condições para essas realizações, e o principal desafio está no transporte, com o aumento do fluxo de turistas por conta dos jogos aliado ao crescimento populacional natural da cidade. A prefeitura e o governo do estado já estão trabalhando nesse sentido. Lubes em Foco - Quais são as perspectivas da indústria do estado do Rio de Janeiro para 2010? Luciana de Sá - Quando olhamos para o primeiro semestre de 2010, antevemos um aumento do ritmo de produção em relação ao mesmo período do ano passado. Em nossa pesquisa com empresários do Rio de Janeiro, 56,2% acreditam que o ritmo deve aumentar, e 1/3 crê que deverá ficar estável. Uma redução do ritmo de produção está sendo prevista apenas por 10,6% do empresariado. Temos que considerar que o primeiro semestre do ano passado teve um nível atipicamente baixo, porém, quando comparamos com todo o ano de 2009, também vemos esse otimismo, principalmente com relação ao nível de emprego, em que 42% das empresas preveem expansão no quadro de funcionários para a empresa, e metade delas manterá o mesmo número no ano de 2010. É um quadro positivo, porque a empresa só contrata se ela perceber um nível de 8

demanda que se sustente a longo tempo. Os custos da contratação formal e da demissão são bastante elevados, então a empresa realmente só efetiva a contratação se tiver uma perspectiva sólida de que a economia está em um processo de crescimento. Lubes em Foco - Quais os principais entraves para o crescimento industrial brasileiro? Luciana de Sá- A carga tributária e a educação profissional respondem por praticamente a metade dos problemas da indústria e são iguais no nível de preocupação dos empresários (25% cada). Temos uma carga tributária equivalente à de países como a Alemanha e, em contrapartida, serviços públicos de baixa qualidade. Além disso, as estatísticas mostram que há uma concentração indesejável, ou seja, poucas pessoas, físicas ou jurídicas, pagam Imposto de Renda. Isso ocorre também no âmbito estadual, pois o ICMS, além de ser caro, tem uma complicação extra, já que cada estado possui sua própria legislação. Assim, o pagamento de impostos pesa não somente por ser caro, mas também pela estrutura necessária para aferi-lo, já que a empresa precisa acompanhar as mudanças na legislação e alterações constantes. Outro ponto que tem a mesma importância é a qualidade da educação profissional, pois há, cada vez mais, a necessidade de mão de obra especializada, principalmente no setor de petróleo. O mercado de trabalho está aquecido nesse segmento e é difícil encontrar o profissional adequado. Nesse ponto em particular, a FIRJAN em parceria com o SESI/SENAI têm um papel relevante. Nós temos feito acordos com essas grandes empresas que estão se instalando aqui no Rio de Janeiro, provendo o treinamento de mão de obra. Mas isso é insuficiente, porque não conseguimos dar conta da necessidade plena. Em nossa recente pesquisa, a qualidade da educação básica aparece com um nível de 20%, enquanto infraestrutura, rodovias e portos recebem 12,4% de importância. Outros itens também foram mencionados na pesquisa e merecem destaque: Acesso ao custo financeiro, capital de giro (4,4%), Acesso ao custo de financiamento para investimento (3,1%), Concorrência desleal (2,2%), Taxa de câmbio (1,8%), Legislação Ambiental (1,8%), Burocracia estatal (1,3%), Legislação Trabalhista (1,3%) e acesso a novas tecnologias (0,9%). Enfim, a educação é ainda um grande desafio para o país e um investimento que demora muito tempo para dar retorno.


9


Redução de atrito melhorando o desempenho Por: Luiz Fernando Lastres

A

10

os três regimes de lubrificação e com a faixa de trabalho dos principais componentes dos motores responsáveis pelas perdas por atrito. Lubrificação Lubrificação Limítrofe Mista

Lubricação Hidrodinâmica Película fina

Coeficiente de fricção (μ)

redução dos custos operacionais e o controle das emissões veiculares têm sido dois importantes vetores para o desenvolvimento da indústria automotiva. O estudo da tribologia (atrito, desgaste e lubrificação) dos componentes dos motores é tema fundamental para atingir benefícios significativos nessas áreas, e os avanços podem ser decorrentes de projetos de motores mais adequados, do emprego de texturas superficiais e recobrimentos diferenciados dos componentes e do uso de lubrificantes específicos. É de conhecimento público que formulações especiais de óleos lubrificantes acarretam redução de atrito nos motores, contribuindo para a economia de combustível. Para melhor compreensão desse fenômeno, devem-se conhecer os diferentes regimes de lubrificação que ocorrem nos motores, quais sejam: hidrodinâmico, misto e limítrofe. A curva de Stribeck é um gráfico que relaciona o coeficiente de atrito com a espessura do filme de óleo lubrificante, sendo tal espessura definida por uma equação que é função da carga e da velocidade relativa dos componentes e da viscosidade do óleo. No gráfico 1 é apresentada a curva de Stribeck com

Película espessa

Anéis de pistão Trem de válvulas

Tribologia Aditivos modificadores de atrito

Saia de pistão Mancais do motor

Reologia Óleos Básicos e Melhoradores do Índ. Viscosidade

rpm

Gráfico 1

Na lubrificação hidrodinâmica não ocorre contato metálico entre os componentes, pois uma significativa película de lubrificante está sempre presente entre as superfícies. Desse modo, o coeficiente de atrito é função da reologia (viscosidade) dos lubrificantes e podem-se obter bons resultados através da seleção de óleos básicos adequados e também do


• • • • •

Anés de Pistões – 35 a 40% Distribuição – 20 a 25% Mancais – 10 a 15% Cilindros – 10 a 15% Outros – 5 a 20%

Algumas metodologias de testes foram desenvolvidas para avaliar o potencial de redução de atrito proporcionado pelos lubrificantes, tais como:

• Ensaios de Bancada: h HFRR (High Frequency Reciprocating Rig) de-

senvolvido para estudos em regime limítrofe; h MTM (Mini Traction Machine), que mede o desgaste em uma ampla faixa de regimes, de hidrodinâmico a limítrofe; h SRV que possui um largo espectro de cargas e temperaturas e no qual podem ser adaptadas peças reais de motores e outros ensaios tribológicos. Para o regime hidrodinâmico existem os viscosímetros como o HTHS (Hight Temperature High Shear), TBS (Tapered Bearing Simulator), TBR (Tannas

Basic Rotary Viscometer), dentre outros, que possibilitam a seleção de óleos básicos e MIVs mais adequados à redução de atrito. • Ensaios em Motores: Os testes em motores são desenvolvidos de modo a simular um regime normal de utilização dos veículos em cidades e em deslocamentos mais longos. O procedimento mais usado para avaliação de óleos fuel economy, é a Sequência VI da ASTM (America Society for Testing and Materials). Nesse ensaio, para ser considerado “fuel economy” o óleo candidato deve apresentar uma determinada redução de consumo em relação ao óleo de referência. Atualmente o procedimento usado é a Sequência VIB, e está em desenvolvimento a Sequência VID que será empregada na futura especificação de óleos automotivos ILSAC GF-5, programada para entrar em vigor no final de 2010. Como exemplo, a Sequencia VID da ASTM foi projetada para simular os três regimes de lubrificação nas proporções abaixo:

• Hidrodinâmico = 4% • Misto = 61% • Limítrofe = 35% Outro meio bastante adequado de se avaliar a redução de atrito proporcionada pelo uso de um determinado óleo lubrificante é medir a potência de arraste do motor com o emprego de um dinamômetro elétrico. Nesse caso, o motor abastecido com o óleo candidato fica desligado e é acionado por um dinamômetro (motor) elétrico que mede a resistência do motor ao arraste. A literatura indica que a relação entre as reduções de atrito e de consumo de combustível é da ordem de 4:1, como mostrado no gráfico 2. Essa relação não é menor, pois existem outras perdas (volumétricas, térmicas etc.) no motor além das perdas por atrito. 30%

Redução no consumo de combustível

uso de melhoradores de índice de viscosidade (MIVs) apropriados. Em geral, óleos conhecidos como fuel economy, que apresentam baixos coeficientes de atrito, possuem viscosidade baixa (usualmente SAE 5W30) e empregam MIVs com boas características de perda temporária de viscosidade. No regime limítrofe existe um contato frequente e expressivo metal-metal, pois o filme lubrificante não é capaz de desenvolver uma pressão suficiente para separar as partes metálicas. Nessa condição estão presentes somente filmes muito delgados de lubrificante aderidos quimicamente, e, nesse regime, os aditivos antidesgaste e modificadores de atrito serão fundamentais na redução do coeficiente de atrito. Via de regra os óleos fuel economy possuem uma boa carga de aditivos modificadores de atrito. A lubrificação mista é um regime transitório entre o limítrofe e o hidrodinâmico, em que o filme de lubrificante fica aprisionado nos vales das rugosidades das superfícies e é rompido nos picos dessas rugosidades, quando ocorre esporadicamente o contato metal-metal. Como indicado no gráfico de Stribeck os componentes do motor trabalham em um ou mais regimes de lubrificação, e a contribuição de cada sistema tribológico na perda total por atrito varia para cada tipo de motor. Para carros de passeios são estimadas as seguintes perdas por componente:

20%

l

íse

r oto

L

or S

ad

mot

m

10%

0% 0%

20%

40%

60%

80%

100%

Redução na fricção Gráfico 2

11


Potência comparada com óleo de referência

Potência de Arraste comparada com óleo de referência 0%

18000 18250 18500 18750

-3% -4% -5% -6% -7%

1,6%

18000 18250 18380 18500 18750

1,4% 1,2% 1,0% 0,8% 0,6%

-8%

0,4%

-9%

0,2%

-10%

17000 17500

1,8% % Dif. Potência

% Dif. Pot. Arraste

-2%

0% Óleo A

Óleo B

Óleo C

Gráfico 3

Dados reais obtidos em desenvolvimentos de óleos especiais para uso em competições comprovam a relação mostrada acima, como pode ser visto nos gráficos 3 e 4. Nesses observa-se que uma redução no torque de arraste da ordem de 4 a 6% resultou em ganhos de potência de 1 a 1,4%. Fica evidenciado assim que os óleos lubrificantes podem contribuir de forma significativa com a redução de atrito, melhorando o rendimento dos motores e cola-

12

2,0%

17000 17500

-1%

Óleo A

Óleo B

Óleo C

Gráfico 4

borando, consequentemente, para um melhor aproveitamento energético e menor impacto ambiental.

Luiz Fernando Lastres é Consultor em Lubrificantes do Centro de Pesquisas da Petrobras – Cenpes


FORMULAÇÃO DE LUBRIFICANTES Uma Abordagem Total Por: Matéria extraída da revista Insight, com tradução pelos engenheiros da Infineum do Brasil

Mantendo o perfil viscosimétrico do lubrificante ao longo de sua vida A formulação de óleos lubrificantes robustos para motores de carros de passeio, que atendam às demandas rigorosas impostas pelas especificações da indústria, está se tornando cada vez mais complexa. Isabella Goldmints, Infineum VM & PPD Deployment Technologist, explica como é essencial uma compreensão de todo o universo da formulação (detergente inibidor, modificador de viscosidade, abaixador de ponto de fluidez e óleo básico). Já se discutiu muito sobre a importância de se oferecer lubrificantes com desempenho confiável em aplicações com troca de óleo estendida por toda a vida útil do lubrificante no cárter. Isso requer cuidadosa seleção de sistemas avançados de aditivos e tecnologia premium de modificador de viscosidade, também chamado de Melhorador do Índice de Viscosidade (MIV), na formulação com óleos básicos de alta qualidade. Atualmente, os óleos lubrificantes para cárter são sistemas cuidadosamente balanceados, que incluem: um

pacote de detergente inibidor (DI), que contém uma complexa variedade de componentes; um MIV no caso dos óleos multigraus; um abaixador de ponto de fluidez (PPD); e óleo básico. Esses componentes interagem na formulação para controlar as propriedades e o desempenho do lubrificante do cárter do motor. A natureza dessas interações muda de forma significativa na faixa de temperaturas operacionais e ao longo do ciclo de vida do óleo. Como resultado, o desenvolvimento e a formulação de lubrificantes complexos exige hoje uma abordagem total da formulação. Em outros artigos, exploramos como a capacidade de os lubrificantes modernos proporcionarem proteção contínua ao motor, na partida a frio, é afetada durante seu envelhecimento no motor. O desempenho em baixas temperaturas de um óleo novo que tenha excelente bombeabilidade a baixa temperatura (baixa viscosidade no MRV TP-1 sem esforços) e acumulação rápida da pressão de óleo no arranque do motor deteriora-se após envelhecimento apenas 13


Desempenho Mantido Para refletir sobre as tendências atuais na formulação de óleos premium, que incluem a crescente disponibilidade e utilização de uma grande variedade de óleos básicos do Grupo III, óleos SAE 5W-40 similares foram formulados. Eles continham o mesmo pacote DI e o mesmo abaixado de ponto de fluidez, em seis diferentes óleos básicos do Grupo III, utilizando dois MIVs: o premium (MIV A) e o copolímero de olefina (OCP) convencional semi-cristalino (MIV - B). Quando novos, todos os óleos apresentaram baixa viscosidade e nenhuma

MVV TP-1 viscosidade, cP

Desempenho mantido em óleos envelhecidos 240.000

Elasticidade 180.000

120.000 VM A Premium

60.000

VM B Convencional

0 Gr III A

14

Gr III B

Gr III C

Gr III D

Gr III E

Gr III F

elasticidade, medida pelo teste MRV TP-1. Após envelhecimento, todos os óleos formulados com o MIV - A premium mantiveram a sua boa bombeabilidade a baixa temperatura, enquanto alguns dos óleos formulados com o convencional MIV - B sofreram uma perda catastrófica de bombeabilidade a baixa temperatura. Não só esses óleos tiveram alta viscosidade, como também apresentaram elasticidade (Yield Stress) - uma indicação de que o óleo não fluiria quando o motor arrancasse. Isso demonstra claramente quão problemático pode ser o intercâmbio desses óleos básicos, quando se utiliza MIV - B convencional em formulações premium que exigem óleos básicos do Grupo III.

Sensibilidade dos Óleos Básicos Para demonstrar a sensibilidade do MIV na escolha dos óleos básicos para lubrificantes novos, dois óleos com grau de viscosidade SAE 5W-40, de qualidade premium, foram formulados com um óleo básico do Grupo III usando um PPD diferente do utilizado no exemplo anterior e o MIV - A ou o MIV - B. Ambos os óleos passaram no teste MRV TP-1. O óleo básico da formulação foi substituído por uma série de outros óleos básicos do Grupo III, sem alterar o DI ou PPD.

Sensibilidade aos Óleos Básicos MVV TP-1 viscosidade, cP

moderado. A diferença entre esse óleo que falha e um óleo que mantivesse bombeabilidade e aumento de pressão na partida do motor, mesmo após o seu envelhecimento, deve-se simplesmente à escolha da química do Melhorador do Índice de Viscosidade. O artigo conclui que a escolha do MIV é fundamental na formulação de lubrificantes robustos. No entanto, a escolha do MIV não é a única decisão a ser tomada na formulação de óleos premium para motores. Igualmente importante é a seleção feita a partir da variedade de óleos básicos de alto índice de viscosidade, os DIs e PPDs disponíveis para os formuladores de desenvolvimento de óleos premium. Foi realizada uma série de testes para estabelecer a necessidade de uma abordagem total da formulação.

Elasticidade não há fluxo de óleo

60.000 50.000 40.000 30.000 20.000

VM A Premium 10.000 VM B Convencional

0 Gr III A

Gr III B Gr III C

Gr III D

Gr III E

Gr III F

Gr III G

Enquanto alguns dos óleos do Grupo III com base MIV - B tiveram resultado satisfatório no teste MRV TP-1, outros exibiram elasticidade, indicando um óleo que não fluiria no arranque do motor. Isso novamente demonstra o quão difícil é o intercâmbio de óleos básicos na formulação com MIVs convencionais. Os óleos formulados com MIV - A premium não eram sensíveis à escolha do grupo de óleos básicos do grupo III e demonstraram


boa bombeabilidade a baixas temperaturas, uma propriedade que facilita a troca de óleo básico.

Escolha do Abaixador do Ponto de Fluidez (PPD) A escolha do PPD é uma parte importante da formulação de lubrificantes, uma vez que confere boas características de bombeabilidade a baixas temperaturas. Qual PPD usar depende de várias interações de todos os componentes do óleo: DI, MIV e óleo básico. Quanto menor for a sensibilidade de um PPD, as combinações de MIV e óleo básico, maior serão as possibilidades de escolha do formulador para a formulação de um óleo robusto. Para demonstrar esse fenômeno, óleos SAE 5W-40 premium foram formulados com óleo básico do Grupo III com o mesmo DI e o mesmo MIV - A premium ou MIV-B convencional.

MVV TP-1 viscosidade, cP

Seleção de PDDs: Óleos Novos Elasticidade não há fluxo de óleo

60.000 50.000 40.000 30.000 20.000

VM A Premium 10.000 VM B Convencional

0 PDD 1

PDD 2

PDD 3

PDD 4

PDD 5

Cinco PPDs diferentes foram testados com cada MIV. Os óleos formulados com um MIV - A não foram sensíveis à escolha do PPD, e todos os cinco PPDs resultaram em óleos com boa bombeabilidade a baixas temperaturas. No entanto, o MIV - B convencional mostrou-se muito sensível à escolha do PPD, com alguns PPDs resultando em óleos que exibiam elasticidade. A sensibilidade ao tipo do PPD é agravada quando os óleos são submetidos ao envelhecimento durante o seu ciclo de serviço no motor. Os óleos foram formulados com óleo básico do grupo III, usando os dois MIVs, cada um tratado com seis PPDs diferentes. O óleo básico foi selecionado para a produção de doze óleos novos, todos exibindo bom desempenho em baixas temperaturas, medido pelo MRV TP-1. No entanto, um quadro novo surgiu após o envelhecimento. Todos os óleos formulados com MIV - A premium mantiveram boa bombeabilidade a baixas temperaturas, no entanto, a manutenção de bombeabilidade pelos óleos formulados com MIV - B era dependente 15


do PPD. Isso torna difícil a escolha do formulador, porque, quando usado um MIV convencional, o desempenho do óleo novo não dá nenhuma indicação de que o PPD certo foi selecionado. No caso do MIV-A premium, a escolha é mais fácil porque, embora o óleo exija PPD, as combinações de óleos básico com MIV não são sensíveis à escolha particular do PPD.

Abordagem Total da Formulação

Este estudo demonstrou, com sucesso, a importância da compreensão das interações entre todos os componentes do óleo, e o efeito que cada um tem sobre a bombeabilidade a baixas temperaturas, tanto

do óleo novo como do envelhecido. Ao examinar as várias combinações de óleos básicos, MIV, DI, PPD e seus respectivos comportamentos viscométricos a baixas temperaturas, foi possível estabelecer a necessidade de uma abordagem total da formulação. É claro que as combinações estrela amorfa premium (MIV - A) / óleo básico / DI não são sensíveis à escolha do PPD em óleos novos ou envelhecidos, enquanto as combinações OCP convencional semi-cristalino (MIV - B) / óleo básico / DI são altamente sensíveis e exigem soluções de PPD específicas adaptadas para cada óleo básico. É essencial para os formuladores atuais de lubrificantes premium complexos adotar uma abordagem total da formulação. Isso ajudará a garantir que os óleos resultantes não só respeitem os parâmetros de desempenho requeridos do pacote de aditivos DI, mas também mantenham propriedades viscosimétricas aceitáveis ao longo da sua vida útil no motor. A sensibilidade ao tipo de PPD é exacerbada quando os óleos são submetidos ao envelhecimento durante o seu ciclo de serviço no motor.

Firme como uma Rocha. Isto é exatamente o que voce pode obter com nossa tecnologia ILSAC GF-5 e dexos™. A série de aditivos InÚneum P5700, com novos componentes patenteados, permite uma formulação precisamente balanceada para otimizar o desempenho dos motores. Nós oferecemos vários serviços para atender às suas necessidades de produtos, suprimentos, logística e aprovações nos fabricantes de motores. Naturalmente que você pode contar com nosso suporte de Marketing. Desempenho dos produtos InÚneum...Úrme como uma rocha.

Performance you can rely on Contate nossa equipe de vendas: Brasil - 21 3386 2290 • USA - +1 800 654 1233

16


um quarto modesto, um triste doente em grave situação pedia silêncio. Mas a velha porta rangia nas dobradiças cada vez que alguém a abria ou fechava. O momento solicitava quietude, mas não era oportuno para a reparação adequada. Com a passagem do médico, a porta rangia, nas idas e vindas do enfermeiro, no trânsito dos familiares e amigos, eis a porta a chiar, estridente. Aquela circunstância trazia ao enfermo, e a todos que lhe prestavam assistência e carinho, verdadeira guerra de nervos. Contudo, depois de várias horas de incomodo, chegou um vizinho e colocou algumas gotas de óleo lubrificante na antiga engrenagem e a porta silenciou tranquila e obediente. Em muitas ocasiões, há tumulto dentro de nossos lares, no ambiente de trabalho, numa reunião qualquer. São as dobradiças das relações fazendo barulho inconveniente. São problemas complexos, conflitos, inquietações, abalos... Entretanto, na maioria dos casos, nós podemos apresentar a cooperação definitiva para a extinção das discórdias. Basta que lembremos do recurso infalível de algumas GOTAS DE COMPREENSÃO, e a situação muda. Algumas GOTAS DE PERDÃO acabam de imediato com o chiado das discussões mais calorosas. GOTAS DE PACIÊNCIA, no momento oportuno, podem evitar grandes dissabores. Poucas GOTAS DE CARINHO penetram as barreiras mais sólidas e produzem efeitos duradouros e salutares. Algumas GOTAS DE SOLIDARIEDADE e fraternidade podem conter uma guerra de muitos anos. É com algumas GOTAS DE AMOR que as mães dedicadas abrem as portas mais emperradas dos corações confiados à sua guarda. São as GOTAS DE PURO AFETO que penetram e dulcificam as almas ressecadas pela tristeza. Tristeza pelas relações de amizade, muitas vezes no trabalho ou muitas vezes sem explicação, mas lembre-se de que você poderá silenciar qualquer discórdia lançando mão do óleo lubrificante do amor, basta agir com sabedoria e bom senso. Às vezes, são necessárias apenas algumas GOTAS DE SILÊNCIO para conter o ruído desagradável de uma discussão infeliz.

N

E se você é daqueles que pensam que os pequenos gestos nada significam, lembrese de que as grandes montanhas são constituídas de pequenos grãos de areia. Pense nisso!

Autor Desconhecido

17


A AVisibilidade Visibilidadeda da Lubrificação na Manutenção Por: Antonio Traverso Junior

m uma manhã ensolarada de primavera de 2009, ainda na recepção de uma planta industrial novíssima de uma grande empresa, tentava imaginar o que ali poderia encontrar em termos de lubrificação de equipamentos. Pensei em uma equipe de mecânicos especializada, talvez uma automação da lubrificação avançada, possivelmente sistemas de controle em que a lubrificação estivesse totalmente integrada, até um alinhamento das técnicas preditivas também era esperado, ou seja, nada de atrofia de técnicas de preditiva em relação à lubrificação. Tentava enxergar um ambiente em que as disciplinas de manutenção tinham tudo para estarem juntas, e que o benchmarking em lubrificação efetivamente tivesse feito parte do escopo e planejamento do projeto. Afinal,

E

18

aquele grupo já tinha algumas décadas de estrada e pioneirismo em termos de manutenção e lubrificação. A visão e a expectativa se dissiparam na primeira hora da visita técnica, apesar da excelência das instalações, dos sistemas e da sala de controle e de todo o hardware industrial do empreendimento. Após a visita, conclui que a lubrificação ali pouco ou quase nada foi pensada em termos de função estratégica da manutenção para a confiabilidade. Tudo ali era as usual, isto é, o padrão de sempre para aquele segmento industrial, no que diz respeito à lubrificação. No fundo, sabia ainda na recepção que estava sendo bastante otimista. Defrontei-me com um empreendimento que estava nascendo com uma cultura ultrapassada.


Desde então, me pergunto: O que leva uma empresa a viver com uma cultura atrasada e não ver a importância da lubrificação na manutenção moderna? Ou seja, adotar uma manutenção que auxilie na obtenção do diferencial competitivo, refletindo na produtividade industrial. A resposta não é fácil, pois há vários aspectos, contextos, culturas e condições de contorno, desde a unidade industrial propriamente dita até a política nacional de desenvolvimento industrial. Mas vamos nos ater aos recursos humanos na lubrificação em temas e aspectos como: a administração, a contratação, a gestão dos recursos pela grande maioria das empresas e a realidade da P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) no Brasil, que podem nos ajudar a ter ou inferir a resposta, ou um denominador comum, para a pergunta acima. 6 Terceirização versus Primeirização – A modelagem do serviço de lubrificação, assim como diversos serviços de manutenção, passa por fases de avanços e retrocessos. Ora se defende com entusiasmo a terceirização, ora se declara a inviabilidade desse modelo. Muito da instabilidade na percepção da terceirização deve-se à prevalência da visão de curto prazo e de serviço realizado pelo menor preço. Nesse modelo de “perde e ganha”, o resultado não pode ser diferente. Somente com a adoção de um modelo planejado, integrado de médio e longo prazo, com contratos de resultados, pode-se chegar a bom termo. Celebrar contratos de lubrificação de equipamentos por menor preço é o melhor caminho para maus resultados. 6 Inexistência ou precariedade de plano de carreira para mecânicos de lubrificação – Em função da visão de curto prazo comentada acima e da decorrente rotatividade das empresas prestadoras de serviço, essas empresas sabem que a contratação do profissional de lubrificação é temporária, então, por questão de enxugamento de custo, não investem no plano de carreira da equipe. É melhor empurrar com a barriga, ainda que essa “qualificação” esteja no escopo do serviço. Há outro argumento recorrente e antagônico à carreira do mecânico de lubrificação, que é a

“sina” de que ser mecânico é ser sempre mecânico, de tal forma que o plano de carreira precisa apenas de passar por 2 ou 3 níveis e, no topo, chegar à função de encarregado ou de supervisor de equipe. Essa visão é motivadora de um grande desperdício, pois hoje a tendência é se estruturar a carreira do mecânico de lubrificação reconhecendo a possibilidade de sua ascensão, com a possibilidade de o mesmo tornar-se um inspetor, ou mesmo um técnico especializado de manutenção preventiva/preditiva. A percepção de função de baixa importância e prestígio (bottom line) decorre de um estereótipo antiquado que relaciona a lubrificação com uma atividade suja, realizada em ambientes infernais, quentes (o que muitas vezes é verdade) e mal ventilados, realizada por mecânicos em fim de carreira ou encostados/problemáticos/ punidos etc. Esse quadro leva desmotivação às equipes e ao aprofundamento da heterogeneidade. A falta de uma administração de RH proativa que promova a integração e a eliminação da sensação de não pertencimento completa o cenário. A estruturação da carreira e ascensão profissional por mérito e valor, em um plano de carreira consistente, é um dos caminhos para liberar a criatividade de qualquer profissional, inclusive o de lubrificação. Já recebemos muitos “recados” de Peter Drucker, o pai da administração moderna, dizendo-nos que é hora de pensarmos fora da caixa e entrarmos de cabeça no desafio da gestão continua da inovação e da mudança e, para isso, somente com pessoal motivado e engajado. 6 Estrutura de Educação Profissional de Lubrificador Deficiente – A estrutura da educação profissionalizante ainda não atua de forma satisfatória na área da lubrificação, quer seja nas instituições de ensino profissionalizante, quer seja nas próprias empresas. Basta verificarmos o insignificante número de 14 mecânicos lubrificadores certificados no PNQC até 2009. Há também um dado bastante significativo relativo à escolaridade média do trabalhador brasileiro do sexo masculino, que não chegou a 7 anos em 2007, conforme o IBGE1 (Fig. 1), contra mais de 10 anos dos trabalhadores nos países orientais chamados Tigres Asiáticos. 19


Média de anos de estudo das pessoas do sexo masculino de 10 anos ou mais de idade no Brasil ANO

MÉDIA

ANO

MÉDIA

1995

5,0

2002

6,2

1996

5,2

2003

6,3

1997

5,3

2004

6,4

1998

5,5

2005

6,5

1999

5,7

2006

6,7

2001

5,9

2007

6,8

Estamos vivendo em uma era de aprendizagem organizacional intensa e contínua em todas as áreas do conhecimento. Isso não é diferente para o conhecimento que leva a produtos, métodos e processos de lubrificação.

6 Baixo nível de P&D no Brasil – A estrutura de pesquisa no país ainda é incipiente, de um modo geral, e os números absolutos de pesquisadores e de patentes depositadas ainda são marginais. Em termos estatísticos, o que o Brasil investe em pesquisa em relação ao PIB, em geral, é insignificante. Na gestão industrial, engenharia de lubrificação/lubrificantes, conservação de energia etc., a situação é ainda pior. O quadro abaixo nos mostra, em termos específicos de lubrificantes e tecnologia de lubrificação, que, nos países desenvolvidos, Pesquisa e Desenvolvimento são pilares essenciais de suas estratégias de desenvolvimento.

5.0 Israel Suécia

4.5 +

Finlândia

4.0

+

+

3.0

Suíça X

X

X

X

X

*

2.0

Chiavenato2

6 Compartimentação da gestão da manutenção – A baixa percepção do valor da integração das disciplinas da manutenção na manutenção é outra realidade impactante no resultado global da confiabilidade e das possibilidades da lubrificação. A propaganda e o marketing intenso da tecnologia de análise de vibrações - hardware e software - levaram a uma hipertrofia da manutenção preditiva através dessa ferramenta. Os formadores de opinião em manutenção foram tomados por uma sensação de panaceia que podia detectar todos os males e, por conseguinte, podia eliminar todas as causas desses males. Há técnicas de manutenção preditiva através de análise de lubrificantes, para determinadas situações, mais sensíveis do que análise de vibrações. 20

* *

2.5

A aprendizagem é a principal vantagem competitiva de uma organização. Ela conduz à criatividade e à inovação.

Japão Estados Unidos

3.5

*

X

*

Dinamarca Total OECD

*

* X

*X

*

Coréia do Sul

*

X

Taiwan

X

X

Singapura EU-15

1.5

Holanda Irlanda

1.0 2000

2001

2002

2003

2004

2005

Fonte: OCDE Main Science and Technology Indicators, 2006-2

São desses países que surgem diversas inovações de alto interesse e potencial para a engenharia de lubrificação, tais como: Nanotecnologia em aditivos; Materiais compósitos; Lubrificadores automáticos com funções de instrumento; Automação da lubrificação; Softwares Integradores da Manutenção; Tecnologia de laboratórios; Lubrificantes para a vida (for life lubricants); Filtragem eletrostática de lubrificantes. Ver a importância da lubrificação, assim como outras disciplinas da manutenção, implica a resolução de um número muito grande de desafios estruturais, conjunturais e políticos no país, permitindo assim que as indústrias possam efetivamente se debruçar no desenvolvimento industrial para a competitividade, como o


fez, por exemplo, Singapura, que é o país mais competitivo do mundo, segundo o UNIDO 3 . Em Singapura a educação profissionalizante e contínua é uma realidade avassaladora.

Referências: 1. IBGE, PNAD, Séries Estatísticas & Séries Históricas. 2. Chiavenato, Idalberto - Gestão de Pessoas, Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2ª ed., p. 367. 3. UNIDO - http://www.unido.org/fileadmin/user_

80.0 1998

70,0

2008

Porcentagem

60.0

media/Services/Research_and_Stati. xls; 4. Governo de Singapura - http://www.singstat. gov.sg/stats/charts/lit-edu.html#litA.

39,2

40.0 31,5

29,3

19,6

20.0 10,4 0.0 Abaixo do secundário

Secundário

Acima do secundário

4

Perfil educacional do adulto trabalhador em Singapura

Antonio Traverso Júnior é engenheiro e coordenador de Lubrificantes da Gerência

Creio que aí está o denominador comum da resposta à pergunta inicial: Educar sempre. Na ciência da lubrificação inclusive.

de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.

21


o iã

n i O que falta em p

O

nosso mercado? Por: Manoel Honorato

O mercado pós-consumo precisa ser analisado com a mesma responsabilidade com que colocamos os produtos na hora de sua comercialização, por isso devemos ressaltar a existência de regulamentações para cada etapa de nossa cadeia de produção. O mercado brasileiro de fabricação e comercialização de lubrificantes é um dos poucos a possuir regulamentação que une todos os participantes desse segmento, juntamente com a ANP, que ajusta essas necessidades. Por ser uma atividade conhecida como potencialmente poluidora, ficamos ainda mais confortáveis ao analisarmos o setor e constatarmos que essa regulamentação permite que mais de 30% dos lubrificantes comercializados sejam coletados e possam ser reaproveitados, voltando ao mercado para serem reutilizados. Os formuladores sabem que existe uma infinidade de possibilidades para a aplicação desses óleos rerrefinados. Considero, porém, que ainda falta um trabalho de divulgação para o mercado consumidor – que poderia ser feito pela própria Agência Nacional do Petróleo, já que ela tem a responsabilidade de regulamentar esse mercado –, informando que temos a necessidade do uso sustentado desses produtos formulados a partir de óleos rerrefinados. Essa divulgação traria um equilíbrio entre produção, comercialização, coleta, processamento e retorno desses lubrificantes após tratamento para o mercado de produção. O objetivo dessa divulgação é conscientizar o mercado consumidor de que esse óleo é produto oriundo de um processo tecnicamente acreditado, que dá a ele qualidade suficiente para que possa ser usado sem restrições para algumas aplicações. Sabemos que existe uma mobilização por parte dos membros do sindicato das empresas que realizam essa atividade no país, com o intuito de mostrar ao mercado que ela é feita por empresas responsáveis. Já foram fei22

tas oficinas pelos estados brasileiros, com bastante êxito, como um trabalho de divulgação junto aos órgãos estaduais de Meio Ambiente. Para fins de regulamentação, no entanto, falta agora que essas informações cheguem, de forma clara, ao mercado consumidor. Quando o Estado decide intervir para auxiliar um segmento, normalmente tem sucesso em sua ação. No caso dos lubrificantes, isso não é diferente. Temos possibilidade de fazer essa conscientização começando pelos órgãos do governo que têm, em suas esferas municipal, estadual e federal, um consumidor em potencial de lubrificantes. Se dentro desses órgãos fosse realizado um trabalho de divulgação, explicando os critérios desse segmento, seguramente teríamos êxito. Como hoje se fala tanto em tecnologia, não se poderia usar a Internet ou algum outro mecanismo para promover essa divulgação e fazer chegar as informações aos consumidores? A quem caberia essa responsabilidade? Dentro dos órgãos do governo, há profissionais, normalmente da área técnica, que têm a responsabilidade de redigir os editais de licitação e poderiam receber essas informações. Os cursos ministrados por instituições de ensino poderiam também ser locais para se difundirem tanto as alternativas de processamento, ressaltando a tecnologia de produção, quanto a estrutura de logística reversa do seguimento. Nesse caso, seria ainda mais efetiva essa divulgação, pois o jovem tem muito clara em suas rotinas a consciência do uso sustentado de recursos. Esses estudantes são futuros profissionais e, se forem informados adequadamente, podem chegar ao mercado com a mesma preocupação que temos hoje em relação à recuperação e ao reuso de embalagens PET ou


de latas de alumínio. Tudo é uma questão de prioridade: se para o mercado de trabalho chegarem profissionais com clara consciência de reciclagem, os estereótipos caem por consequência. É preciso que se evitem certos equívocos, como, por exemplo, mencionar em licitações que não serão aceitos produtos que contenham óleos rerrefinados em sua composição. Essa informação, por si só, já é uma forma de criar barreiras para a regulamentação do mercado, uma vez que quem aponta para o seguimento a necessidade de fazer coleta e reciclagem do óleo usado é o próprio governo, por meio da ANP. Logo, nada mais justo que o próprio governo seja o primeiro a regulamentar o uso desses produtos em seus respectivos órgãos. Os profissionais responsáveis pela redação dos editais nas licitações poderiam ser os primeiros a receber essas informações, diretamente da ANP, com o propósito de mudar o conceito sobre esses produtos. Existe Resolução que regulamente a atividade de coleta e rerrefino de lubrificantes, mas não temos, no seguimento de produção, condição de usar o óleo rerrefinado sem que a ele se prenda o esteótipo de produto de “segunda linha”. Qualquer outro país que possuísse essa regula-

mentação, além de números tão significativos de coleta e reuso de óleos lubrificantes, iria empenhar-se em promover essa divulgação para o mercado, ressaltando a atividade como exemplo de organização e reutilização com uma boa logística reversa. Por que nós não o fazemos? Agora, no final de março, serão retomados os trabalhos da Comissão de Lubrificantes do IBP, que é um fórum técnico no qual podemos discutir essas questóes. Serão retomadas também as reuniões do Grupo de Trabalho do setor de produção de graxas, quando teremos reunidos, no SIMEPETRO, profissionais da área técnica para discutir aspectos relevantes do setor. Caso não se tenha ainda uma opinião estabelecida sobre esse tema, não seriam esses os fóruns adequados para que se discutam essa e outras questões do nosso segmento de forma organizada? Manoel Honorato da Silva Filho é formado em Química e em Administração de Empresas, Membro da Comissão de Lubrificantes do IBP e Sócio da Consultoria Honorato Serviços Combinados Ltda.

23


O Mercado Brasileiro de Lubrificantes Por: Equipe LUBES EM FOCO

Em um mercado ainda carente de informações ciais, devido à adoção de critérios diferenciados mais precisas e também de uma consolidação de pelos diversos agentes para as classificações dos números reais, a tarefa de pesquisa deve ser mi- óleos comercializados e, principalmente, devido nuciosa, sendo também muito importante o cruza- à dificuldade de obtenção de números consolidamento dos dados obtidos com os diversos agentes dos dos pequenos produtores, fizeram com que do mercado. se adotasse, como prática comum, a terminologia Para a elaboração dos parâmetros do mercado de “mercado aparente”, quando consideramos o para o ano de 2009, a equipe da LUBES EM FOCO mercado brasileiro de lubrificantes. realizou uma extenEvolução do Mercado de Óleos Lubrificantes em 2009 (m³) sa pesquisa analítica com os números de comercialização, produção, importação e exportação de óleos lubrificantes básicos e acabados, e também, separadamente, com o mercado de graxas. Algumas imprecisões das informações ofi-

24

130.000 120.000 110.000 100.000 90.000 80.000 70.000 60.000 Jan

Fev

Mar

Abr

Mai

Jun

Jul

Ago

Set

Out

Nov

Dez


A queda dos números, com relação ao ano de 2008, já era esperada, uma vez que a crise econômica mundial causou grande impacto no crescimento industrial, principalmente no primeiro semestre de 2009. O que se verificou foi uma queda perto dos 8,8% para o mercado total, se considerarmos a inclusão dos movimentos de importação e exportação, que apresentaram números relativamente dissonantes com sua média histórica. Considerando apenas a produção e comercialização local, podemos admitir uma queda de 7,7% para o mercado brasileiro. Após a queda vertiginosa nos dois últimos meses de 2008, o mercado de lubrificantes iniciou 2009 em compasso de espera, mantendo, em janeiro e fevereiro, praticamente os mesmos volumes do fim do período anterior, somente iniciando uma retomada a partir de março, tendo seu pico de volume no mês de julho, a partir do qual iniciou um movimento de queda que durou até o fim do ano. A análise do ano passado mostrou que o mercado de óleos classificados como industriais teve uma queda muito mais acentuada do que o de óleos automotivos, e isso pode ser creditado ao incentivo dado

pelo governo à indústria automobilística, ao reduzir o IPI dos automóveis durante todo o primeiro semestre. Para se ter uma idéia mais precisa, a queda do mercado de óleos industriais atingiu 11,4%, enquanto o mercado de automotivos caiu apenas 5,5%.

A q u e d a d o m e rc a d o e m 2009 Segmento

Porcentagem

Automotivo

5,5

Industrial

11,4

Básicos Importação TOTAL GRAXAS

5,7 27,8 8,8 13,1

As dificuldades de consolidação dos números também têm um ponto importante na classificação dos óleos industriais. Em nossa pesquisa, estamos

25


considerando que óleos hidráulicos e de engrenagens estão inclusos nos industriais e não estamos considerando os óleos isolantes como participantes do mercado analisado. Ao apresentarmos o número 2.217.000 metros cúbicos para o mercado total de 2009, não estamos considerando o volume de graxas, diferentemente do número apresentado em 2008, no valor de 1.395.000 metros cúbicos, que incluía esse segmento.

A coleta De acordo com os dados fornecidos pelo Sindicato Nacional da Indústria do Rerrefino de Óleos Minerais – SINDIRREFINO, a região Nordeste foi a única região brasileira que não conseguiu atingir a meta de percentual de coleta fixada pela Resolução Interministerial nº 464, de 30 de agosto de 2007.

Mapa da coleta de óleos usados no Brasil em 2009 META DO GOVERNO (%)

REALIZADA (%)

Norte

20,00

20,22

Nordeste

23,00

19,06

Centro - Oeste

29,00

29,73

Sudeste

42,00

42,69

Sul

34,00

38,17

Geral

34,20

35,59

REGIÃO

Importações A queda das importações de óleo acabado, comparativamente ao ano de 2008, foi de 27,8% e contribuiu significativamente para que o fechamento do número final de mercado ficasse ainda menor. Em um cenário em que as importações de óleos lubrificantes sem aditivos caíram perto de 26,5%, o número total das importações em todas as categorias possíveis para lubrificantes apresentou uma queda de apenas 18%. Isso se deveu aos significativos aumentos das importações nas classificações (NCMs) de óleo branco e de “outros”, ambas acima dos 65%. No 26


caso dos óleos minerais brancos, o volume na casa dos 46 milhões de litros superou o volume importado da classificação “óleos com aditivos” em todo o ano de 2009. A diversidade de classificações para importação e exportação de óleos lubrificantes aumentam o grau de dificuldade na hora de consolidar os dados para o mercado. Existem, no mínimo, sete classificações (NCMs) que teoricamente podem ser utilizadas para se enquadrarem os lubrificantes importados, sendo algumas até sujeitas a interpretações diferentes para o mesmo produto.

Expectativas

em seu volume comercializado. O PIB Industrial traz uma previsão de crescimento para esse ano, colocando mais máquinas, equipamentos e veículos em circulação e, portanto, mais lubrificantes em uso. Além disso, existe sempre a expectativa de se chegar a uma consolidação mais efetiva dos números de mercado e também da continuidade do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes, trazendo uma constante melhora da qualidade dos produtos comercializados e da confiabilidade dos consumidores.

Equipe

O mercado brasileiro de lubrificantes vive a expectativa de uma recuperação do setor industrial, bem como do país como um todo, no ano de 2010, o que traria um impacto positivo

27


O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao fechamento do ano de 2009, frutos de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos distribuidores.

Uma visão geral do mercado em 2009 O mercado aparente 1.217.000 m3

Mercado Total Óleos Lubrificantes

1.110.000 m3

Óleos Básicos: Mercado Total

m3

Mercado Local: Automotivos: Industriais: Óleos Básicos

1.204.000 737.000 m3 434.000 m3 33.000 m3 43.000 m3 30.000 m3

Importação Produto Acabado: Exportação Produto Acabado: Mercado Total Graxas

Produção Local: Refinarias Rerrefino

794.000 m3 594.000 m3 200.000 m3

Importação Exportação

316.000 m3 14.200 m3

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

53.000 t

Mercado SINDICOM1• Comparativo 2009/2008 por região Total de lubrificantes por região

Mil m3

Análise comparativa por produtos

Mil m3

600

560 597.099

2008 2009

587.640

540

2008 2009 516.599

490

480

497,355

420

420

350

380.487

360

345.865

300

280

240

210

204.042 187.209

60

130.479

42.817

GRAXAS

120

140

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

180

39.265

69.623

SUL

SUDESTE

315

200

270

NORDESTE

CENTRO OESTE

204.772

2008 2009

288.199

NORTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

Lubrificantes automotivos por região

290.028

94.074

64.246

0

0 Mil m3

129.886 99.660

70

2008 2009

190.300

175 150

225

125 180 100 135 116.908

75

113.615

78.398 65.153

90

85.221

50

86.819 62.028

45

42.914

40.575

58.398

25

40.819

24.679

32.063

30.587

21.629

0

0 SUL

SUDESTE

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: BR, Chevron, Ipiranga, Shell, Esso, Petronas, RepsolYPF, Castrol.

28

38.195

NORDESTE

CENTRO OESTE


Mercado de Lubrificantes em 2009 (m3)

Mercado de Graxas em 2009 (t)

12,6% 11,9%

22,0%

9,6%

9,5%

21% 6,7%

BR Chevron Ipiranga Cosan (Esso) Shell Petronas Castrol Repsol YPF Outros

16,8% 14,1%

18,4%

7,0%

12,0%

3,2% 3,5% 9,7% 9,7%

Chevron BR Ingrax Ipiranga Petronas Shell Cosan (Esso) Outros

11,2%

NOTA: Os dados de mercado, correspondentes ao ano de 2008, que foram retirados desta seção podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

29


NACIONAIS Venda doméstica de veículos é recorde no 1o bimestre A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA divulgou os resultados do setor para o primeiro bimestre de 2010, com destaque para as vendas no mercado interno, apresentando o melhor resultado histórico para o período. Foram vendidas 434,3 mil unidades, representando uma expansão de 5,4% sobre igual período de 2009 (396,8 mil veículos).

ANP amplia fiscalização e punição por todo o país A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP interditou, nas duas primeiras semanas de março, 41 agentes de mercado, entre postos de combustíveis e revendedores de GLP, nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Amazonas. Os principais problemas encontrados foram produtos fora de especificação e autorização para comercialização.

INTERNACIONAIS Crescimento da Ásia projeta maior apetite por lubrificantes nas próximas décadas As previsões e os números apresentados na última conferência mundial sobre óleos básicos e lubrificantes, a ICIS, nos Estados Unidos, em 18 de fevereiro, mostram que até 2030, a região asiática irá aumentar sua demanda

30

em mais do que o dobro, passando das 12 milhões de toneladas estimadas em 2000, para mais de 26 milhões de toneladas/ano, principalmente devido ao crescimento de China e Índia. Nesse mesmo período, espera-se um declínio, nos mercados de Europa e América do Norte, de 17 milhões para 13 milhões de toneladas por ano.


Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2010 Março 23 a 25

Oil Analysis Week - Reliability Performance Institute - Fort Myers - Florida - USA - www.maintenanceconference.com

Abril 24 a 27

ELGI Annual General Meeting - Kiev - Ucrania - www.elgi.org

Maio 5 a 7

International Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting - Rio de Janeiro - Brasil -www.saebrasil.org.br/

Maio 16 a 20

64th STLE Annual Meeting - Las Vegas - USA - www.tribology-abc.com/conferences/default.htm

Junho 12 a 15

77th. NLGI Annual Meeting - Bonita Springs - Florida - USA - www.nlgi.org/annual_meeting.htm

Junho 27 a Julho 01

ASTM International Meeting - Petroleum Products and Lubricants - Kansas City - MO, USA

Setembro 13 a 16

Rio Oil & Gas Expo and Conference - Rio de Janeiro - www.ibp.org.br

Novembro 11 a 12

International Lubricants & Waxes Meeting - Houston - TX - USA - www.npra.org/meetings

Nacionais Data

Evento

2010 Março 25

7º Forum de debates sobre uso e qualidade de combustíveis - São Paulo - www.ibp.org.br

Abril 26 a 30

Agrishow 2010 - Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação - Ribeirão Preto - SP - www.agrishow.com.br

Maio 4 a 5

3º Seminário de Laboratório - Rio de Janeiro - www.ibp.org.br

Junho 9 a 12

5ª Feira Sul-Brasileira da Indústria Automotiva - Pinhais - Curitiba - PR - www.feiraautopar.com.br/site/

Setembro 13 a 17

25º Congresso Brasileiro de Manutenção - Bento Gonçalves - RS - www.abraman.org.br

Cursos Data

Evento

2010 Março 23 a 26

Manutenção em compressores alternativos - São Paulo - www.ibp.org.br

Abril 7 a 9

Corrosão - Rio de Janeiro - www.ibp.org.br

Junho 28 a 30

Lubrificantes e Lubrificação - Recife - PE - www.ibp.org.br

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

31


O seu futuro na indústria de petróleo começa agora. Conheça as turmas de pós-graduação do IBP para 2010 e garanta já a sua inscrição!

PÓS-GRADUAÇÃO 2010: Gestão nos Negócios de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Aulas segundas, terças e quartas (noite) 400h de duração início em 05 de abril

Direito e Negócios do Petróleo, Gás e Energia Aulas terças e quintas (noite) e um sábado por mês 390h de duração início em 13 de abril

Gestão de SMS na Indústria de Petróleo, Gás e Biocombustíveis Aulas quinzenais - sextas (noite) e sábados (manhã) 400h de duração início em 16 de abril

Engenharia de Instrumentação Industrial Aulas quinzenais - sextas (noite) e sábados (manhã) 380h de duração início em 07 de maio

Engenharia de Petróleo - Ênfase em Construção de Poços Aulas terças, quartas e quintas (noite) 500h de duração início em 15 de junho

IBP: Há mais de 50 anos capacitando profissionais do setor de petróleo e gás Gerência de Cursos do IBP Fale Conosco: (21)2112-9032 / (21)2112-9034 ibp-pos@ibp.org.br • www.ibp.org.br/cursos


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.