Revista lubes em foco edicao21

Page 1

EM FOCO

Out/Nov 10 Ano IV • nº 21 Publicação Bimestral R$ 12,00

A revista do negócio de lubrificantes

Fluidos de Freio

Um item de grande importância para a segurança e pouco lembrado na hora da manutenção.

O futuro dos óleos básicos

As mudanças no mercado de óleos básicos e seus impactos na indústria de lubrificantes.


O Programa Nacional de Qualificação e Certificação de Pessoal na Área de Manutenção - PNQC, desenvolvido pela ABRAMAN em parceria com instituições de ensino, foi criado para induzir a melhoria da qualidade e produtividade dos serviços de Manutenção no país, através da certificação de profissionais do setor. O profissional certificado pela Abraman/ PNQC garante o reconhecimento formal de sua capacidade, diferenciando-se, e valorizando-se no mercado de trabalho. A empresa que certifica seu quadro de colaboradores pelo programa da Abraman/ PNQC assegura melhoria na confiabilidade, segurança e eficiência de seus processos.

Participe! Entre em nosso site www.abraman.org.br e conheça detalhes do processo.


Editorial Termina mais uma década, o país encontra-se em desenvolvimento, a despeito de crises internacionais que balançam mercados do antes chamado Primeiro Mundo, e o crescimento industrial tem sido uma realidade no cenário brasileiro. Mais máquinas, mais automóveis rodando, mais óleos e graxas sendo consumidos, tornando o mercado de lubrificantes um setor atraente para empresas nacionais e estrangeiras. Junto com o crescimento volumétrico, pode-se perceber um aumento de demanda por produtos mais nobres e de melhor desempenho, principalmente no setor automobilístico. Dessa forma, as previsões de maior consumo de óleos básicos dos grupos II e III estão se concretizando, e os investimentos aparecendo, com produção local, ainda que pequena, de grupo II e bases de recebimento para grupo III importado. Não há mais dúvidas de que, assim como em quase todos os países desenvolvidos e em desenvolvimento acelerado, o volume tem que ser acompanhado por desenvolvimento tecnológico para a produção de produtos de qualidade superior. No Brasil, onde já testamos o limite da autossuficiência em petróleo e temos todas as condições para ultrapassá-lo em curto tempo, ainda precisamos importar petróleo leve para a fabricação de lubrificantes e, mesmo assim, só podemos produzir, nas duas únicas refinarias que processam básicos parafínicos, óleos básicos do grupo I que não conseguem atender às classificações mais avançadas de desempenho automotivo. O mercado aguarda, há muitos anos e com ansiedade, que os direcionamentos dos investimentos na área de petróleo contemplem uma renovação tecnológica do nosso parque de refino para a produção de óleos básicos de qualidade superior. Sabemos tratar-se de um volume bastante elevado de dinheiro para que se possa aumentar essa qualidade, principalmente quando se fala em unidades de hidroprocessamento. As notícias atuais mostram um foco importante na construção de novas refinarias, buscando mercados mais sofisticados na área de combustíveis. Não seria essa uma oportunidade para também se contemplar as necessidades do mercado brasileiro de lubrificantes? Será que poderemos continuar esperançosos de que alguma luz será também direcionada para a produção de melhores óleos básicos?

Os Editores

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Tatiana Santos Vieira

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Antônio Luiz Cunha Tatiana Santos Vieira

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br

Revisão Angela Belmiro Impressão Gráfica Burti


Lanxess


Sumário 6

ovo site!!! n o s s o n Visite

r b . m o c . s e b u l . w ww SINDICOM 70 anos Entrevista com Leonardo Gadotti, presidente do sindicato que reúne as maiores distribuidoras de lubrificantes do país.

10

A importância do fluido de freio

13

A nova classificação API CJ-4

16

SMS: uma integração estratégica

18

Lubrificação de unidades de bombeio mecânico

22

Mudanças no mercado de óleo básico

28 30

Mercado em foco

31

Programação de Eventos

O tipo de fluido, a hora da troca e outras informações importantes sobre esse item de segurança pouco conhecido.

As vantagens de uma nova geração de lubrificantes para motores pesados a diesel.

A gestão da saúde vista como uma ferramenta internacional de desenvolvimento.

Um upgrade na lubrificação das principais unidades de produção de petróleo em terra, os “cavalos de pau” .

As mudanças de mercado causadas pelas alterações no perfil da maioria das refinarias no mundo.

Informações sobre o mercado brasileiro de óleos e graxas.

Notícias Rápidas Atualidades do mercado de lubrificantes.

assine

já!

www.lubes.com.br


Sindicom ANOS de história e muitas vitórias

Por: Tatiana Fontenelle

Atualmente o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes – Sindicom reúne sob sua bandeira os mais importantes nomes do setor. No ano da criação do Sindicato, o Brasil consumia três milhões e meio de litros de combustíveis por dia. Hoje, somente através do terminal localizado em Araucária, no estado do Paraná, as associadas do Sindicom movimentam 20 milhões de litros todos os dias. São mais de 27 milhões de automóveis abastecidos por uma rede de mais de 18 mil postos de serviço das associadas do Sindicato de todo o Brasil. Somam-se a isso milhares de indústrias das mais diversas atividades, além de companhias aéreas e empresas de transporte. Com uma geração de mais de 340 mil empregos diretos e indiretos e investimentos anuais de R$ 800 milhões, o Sindicom tem estimulado em cada ação, em seus 70 anos de história, a livre concorrência e o comportamento ético, buscando observar as experiências adquiridas, reiterando o compromisso com a inovação e o futuro. De acordo com o vicepresidente executivo do Sindicom, Alísio P. M. Vaz, o ano de 2011 inicia resgatando a tradição, mas sobretudo projetando os esforços rumo a uma trajetória de conquistas ainda maior.

Lubes em Foco - Como se deu a criação do Sindicom e qual seu objetivo principal? Alísio P. M. Vaz - Tudo teve início no ano de 1939, na 2ª Guerra Mundial, quando as apreensões geradas pelo conflito e as dificuldades na distribuição de derivados estimularam a criação, no ano de 1941, do Sindicato do Comércio Atacadista de Minérios e Combustíveis Minerais, precursor do Sindicom. O sindicato tinha por objetivos principais a representação patronal nos acordos coletivos e o fortalecimento da interlocução das associadas com

as autoridades governamentais para temas como tabelamento de preços e racionamento de oferta, aspectos críticos à época. Sua missão atual é funcionar como órgão concentrador de interlocuções junto ao governo, empresas públicas e privadas, Justiça do Trabalho e entidades de classes correlatas e estimular a eficiência, a qualidade de produtos e serviços oferecidos ao consumidor final, além de estimular a adoção de padrões elevados de segurança industrial, saúde ocupacional e preservação do meio ambiente.


Lubes em Foco - Nestes 70 anos de vida, que fatos o Sr. apontaria como mais relevantes na história do Sindicom? Alísio P. M. Vaz - Podemos apontar como destaques nestes 70 anos: a criação da Petrobras, com as decorrentes implicações para as atividades das distribuidoras; o tabelamento e a uniformização de preços no país, com relevante papel do Sindicom na divulgação de informações e apoio às empresas; as crises do petróleo nos anos 70, com suas implicações na restrição de oferta; a introdução do etanol, com o Proálcool, também nos anos 70; a Constituinte de 1988, com forte envolvimento do Sindicom e suas associadas; a desregulamentação do setor, a partir de 1990, passando pela liberação de preços, a flexibilização do monopólio com a Lei do Petróleo e criação da ANP, até a liberação das importações em 2002; e, no final dos anos 90, o crescimento das fraudes tributárias e a adulteração de combustíveis, com fortes impactos no equilíbrio competitivo do setor, o que tem ocupado as prioridades do Sindicom até os dias de hoje. Lubes em Foco - Qual é a representatividade do Sindicom atualmente no mercado de derivados? Alísio P. M. Vaz - O Sindicom reúne as principais e mais tradicionais empresas do setor de combustíveis e de lubrificantes: AirBP, Ale, Castrol, Chevron, Cosan, Ipiranga, Petrobras Distribuidora, Petronas Lubrificantes, Repsol, Shell e Total. Essas companhias são responsáveis pela comercialização de cerca de 80% dos combustíveis e lubrificantes consumidos no país.

a ampliação do consumo dos biocombustíveis; os problemas causados pelas fraudes tributárias e de qualidade persistem exigindo atenção do Sindicom e das autoridades competentes, para a preservação de ambiente competitivo equilibrado; por fim, as crescentes exigências ambientais que demandam investimentos, mobilização de novos recursos e a implantação de novas sistemáticas operacionais.

Lubes em Foco - Qual é a visão do Sindicom com relação ao crescimento do número de pequenos distribuidores no mercado brasileiro? Alísio P. M. Vaz - Entendemos que é muito positivo, para a competição e para o consumidor, o surgimento de novas empresas no mercado, desde que atuando dentro da legislação e das normas estabelecidas.

Lubes em Foco - O Sr. acredita que o crescimento anunciado para o PIB brasileiro no ano de 2011 terá grande impacto no mercado de derivados de petróleo? Alísio P. M. Vaz - O crescimento do PIB está sempre associado ao aumento das vendas de diesel. Cabe ressaltar que outro fator importante é a elevação da renda do consumidor que alavanca as vendas de gasolina e etanol.

Lubes em Foco - Quais os principais desafios das distribuidoras no Brasil de hoje? Alísio P. M. Vaz - Podemos resumir a três os principais desafios: inicialmente, a complexa logística de nosso país, ampliada pelas deficiências de infraestrutura, que vem apresentando novos aspectos com

Lubes em Foco - Como o Sindicom vê a legislação brasileira no setor de derivados? Temos leis suficientes e são cumpridas? Alísio P. M. Vaz - A legislação e a regulação de nosso mercado são satisfatórias. O grande problema, não só para o nosso setor, mas para a sociedade como

Alísio P. M. Vaz


um todo, é a efetiva aplicação das leis e normas, punindo de fato aqueles que não as respeitam. Lubes em Foco - A adulteração de combustíveis ainda é um problema considerável a ser enfrentado? Alísio P. M. Vaz - Sim, a adulteração ainda está presente, especialmente sob a forma de excesso de etanol na gasolina. Estima-se que o problema é menor do que foi no passado, mas ainda causa desequilíbrios e distorções no mercado. Lubes em Foco - Que pontos principais o Sindicom pretende focar para 2011? Alísio P. M. Vaz - O Sindicom focará, em 2011, o combate à sonegação na comercialização de etanol, a introdução do Diesel S50 nos postos revendedores, necessária em todo o país a partir de janeiro de 2012, bem como os permanentes desafios da legislação ambiental. Lubes em Foco - Que programas o Sindicom possui com foco em Responsabilidade Social e Ambiental? Alísio P. M. Vaz - O Sindicom e suas associadas desenvolvem, desde 2005, o Programa Jogue Limpo, voltado para a logística reversa segura e ambientalmente correta de embalagens usadas de lubrificantes, equipadas com sistemas eletrônicos de última geração. A coleta é feita na cadeia de revenda do

produto, e as embalagens são transportadas em veículos especiais para centrais de recebimento. Nessas centrais, as embalagens recebem tratamento inicial, sendo transformadas em fardos e encaminhadas para empresas recicladoras licenciadas. O Programa, que teve início no Rio Grande do Sul e se estendeu para os estados do Paraná, Santa Catarina e os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, vem absorvendo elevados investimentos e vem tendo o reconhecimento das autoridades como exemplo de atuação ambientalmente responsável de um relevante segmento empresarial. Lubes em Foco - Para o mercado de lubrificantes, o que o Sindicom espera para 2011? Alísio P. M. Vaz - No mercado de lubrificantes o Sindicom estará atuando em três grandes iniciativas: suportar os órgãos competentes para a efetiva aplicação das recentes leis e normas publicadas e em vigor a partir de 2010; suportar o crescimento e desenvolvimento do programa Jogue Limpo, hoje reconhecido como exemplo em nosso setor; trabalhar em conjunto com órgãos competentes e associações relacionadas ao mercado de lubrificantes de forma a melhor educar o consumidor com relação às aplicações dos óleos lubrificantes e reduzir o percentual de amostras inadequadas ao uso ainda existentes no mercado brasileiro de lubrificantes.


Água e óleo não se misturam. Omissão e responsabilidade também não.

A destinação inadequada no descarte de óleos lubricantes usados ou contaminados polui a terra, a água e o ar, prejudicando o meio ambiente. Há mais de 30 anos, a LWART LUBRIFICANTES é responsável pelo recolhimento de mais de 50% do óleo lubricante usado ou contaminado destinado para o rerreno no país, sendo considerada a maior empresa do setor na América Latina. Além de proteger a natureza, o rerreno garante o abastecimento do mercado, preservando recursos naturais não-renováveis. Troque o óleo lubricante de seu carro ou máquina somente em locais que tenham o compromisso em armazenar corretamente o produto e o destinar para o rerreno. Não jogue fora a oportunidade de preservar o meio ambiente e contribuir para a sustentabilidade.

Disque Coleta: 0800 701 0088 • www.lwart.com.br

Valorizando o homem, construindo o futuro.


A Importância do

Fluido de Freio Por: Lucilene de Morais

A

pesar de ser um dos itens de maior importância

para

a

segurança

F

F F

de

motoristas e usuários, o fluido de freio é pouco lembrado pela maioria das

F fb

pessoas no momento da manutenção do veículo. Antes de falar sobre o fluido, é importante en-

fa

fb

F

F F

fc

tender como funciona o sistema de freios e o papel do fluido nesse sistema. A figura 1 mostra os principais componentes do sistema: o reservatório do fluido, o cilindro mestre e os cilindros de roda. O fluido entra em ação quando o cilindro mestre é acionado, pressiona o sistema, fazendo o fluido passar por toda a tubulação, assim transmitindo pressão, até chegar às rodas, uma vez que ele é um líquido incompressível.

F Freio dianteiro (disco)

Cilindro mestre Servo freio e válvula de e válvula retenção de equalizadora vácuo

Pedaleira

Freio Traseiro (Tambor)

Figura 1

Existem diferentes tipos de fluidos e diferentes tecnologias utilizadas para cada um deles. O DOT3 é uma mistura de glicóis, éteres glicólicos, lubrificantes e inibidores de corrosão;

Com isso, as lonas e pastilhas são acionadas con-

Já o DOT4 e o DOT5.1 são produtos à base de éte-

tra os tambores e discos respectivamente, fazen-

res boratados e inibidores de corrosão obtidos através

do o carro parar.

de uma reação química de esterificação. Mais recentemente, um novo tipo de fluido surgiu

Mas afinal, o que é fluido de freio?

no mercado, em virtude da própria evolução do sistema de freios, o DOT4 de baixa viscosidade, classifica-

Trata-se de um composto químico desenvolvido

do pela ISO como “Classe 6”.

com alta tecnologia para atender a especificações na-

Os tipos de fluidos acima também podem conter

cionais e internacionais que visam conferir o bom fun-

diferentes tipos de corantes, que lhes conferem cores

cionamento de todo o sistema de freio.

distintas, conforme as demandas de mercado.

10


O que se espera de um fluido Todo o sistema de freio opera em alta temperatura e o fluido deve suportar essa condição severa. Ainda por ser higroscópico (facilidade em absorver umidade), o ponto de ebulição (fervura) tende a baixar até um ponto crítico, em que bolhas de vapor d’água são formadas e comprimidas no momento da frenagem, causando o efeito conhecido como “pedal baixo”. Essa perda de eficiência do fluido pode ainda causar outros prejuízos ao sistema, como corrosão das partes metálicas, danos Figura 2 - Stroking Test

às gaxetas de vedação, entre outros. É importante ressaltar que a incidência desses

mos de corrosão. O fluido deve ter um bom sistema

efeitos leva ao mau funcionamento do sistema e, conse-

inibidor de corrosão que proteja o sistema contra

quentemente, comprometerá a segurança do veículo.

corrosão e oxidação das peças.

Características exigidas de um fluido

Que fluido usar?

Além de suportar alta temperatura e manter a transmissão de pressão, o fluido deve ainda:

Os fluidos de freio são classificados internacionalmente segundo a Lei Norte Americana FMVSS n°116 (Federal Motor Vehicle Safety Standard n°116) do

Manter um ponto de ebulição mínimo para transmi-

tir a pressão mesmo absorvendo umidade, caracterís-

Department of Transportation (DOT). Daí a classificação DOT3, DOT 4 e DOT-5.1.

tica chamada de ponto de ebulição úmido. Ele garante

O DOT 3 é recomendado para veículos leves. O

que, mesmo após absorver certa quantidade de água,

DOT4 para veículos que desenvolvem altas veloci-

o fluido ainda tenha capacidade de transmitir pressão.

dades e por isso exigem mais do sistema de freios,

Ser compatível com as borrachas, uma vez que as

além de caminhões e ônibus de pequeno porte. Já

borrachas farão a vedação de todo o sistema. Elas não

o DOT 5.1, além de também ser recomendado para

devem inchar demais, causando a deformação, e nem

carros que desenvolvem altas velocidades, é utiliza-

encolher, provocando vazamento.

do em carros de corrida e motos.

Lubrificar o sistema, garantindo a integridade

No Brasil e nos Estados Unidos, o maior mercado

das peças e das borrachas de vedação. O teste

é o de DOT 3, que atende com folga às necessidades

que avalia a capacidade de lubrificação do fluido é

de frenagem dos chamados “veículos de passeio”.

o Stroking Test (Figura 2), que simula 85 mil ciclos de frenagem e avalia as condições de desgaste e o

Quando trocar o fluido?

aspecto de todas as peças do sistema de freio (cilindro mestre, de roda, êmbolos etc.).

Por ser higroscópico, o fluido, com o passar do

Proteger o sistema contra corrosão: ao absor-

tempo, vai perdendo sua eficiência, e, para prevenir a

ver água, o fluido se torna mais crítico quanto a essa

ocorrência de falhas no sistema de freio, é recomenda-

característica, pois aumenta sua atividade em ter-

do realizar a troca a cada 12 meses, ou conforme a indi11


cação do fabricante. Essa troca, também chamada de

Lembre-se:

sangria, não é uma operação simples e, dessa forma, não deve ser feita em qualquer local. Ela exige preparo técnico para que não entre ar no sistema, o que poderá tornar o freio ineficiente quando solicitado.

1 - Fluido de freio é um item fundamental para a segurança de um veículo motorizado; 2 - Uma correta manutenção preventiva pode evitar muitos prejuízos e perdas irreparáveis;

Por que não completar?

3 - Verifique a última troca do fluido de freio do seu automóvel.

Completar o nível do reservatório não é uma prática recomendada, pois além de não haver a garantia da mesma performance que teria o sistema com 100% do produto novo, a diminuição do nível pode indicar o desgaste de pastilhas e lonas, ou até mesmo vazamento em alguma parte do sistema. Nessas situações, é conveniente veri-

Lucilene de Morais

ficar a causa da diminuição do nível e efetuar os reparos

Química Industrial, coordenadora de

necessários. E, sempre que se realiza algum tipo de reparo no sistema, é aconselhável trocar o fluido.

12

Desenvolvimento da Oxiteno S.A. Ind e Com.


API CJ-4 A nova geração de óleos lubrificantes para veículos pesados a diesel Matéria enviada pela equipe da Infinium Brasil

D

urante o ano de 2009, a indústria

um controle rigoroso dos padrões de qualidade. O

de

no

mesmo é injetado na corrente de escape após o

desenvolvimento da nova especificação

catalisador de oxidação e antes do catalisador de

para carros de passageiros ILSAC

redução. Uma seletiva reação de redução ocorre e

GF-5 e, mais recentemente, na especificação API

elimina essencialmente as emissões de NOx . Essas

SN correspondente. Nessa atualização da área

alterações adicionam cerca de 7 mil a 10 mil dólares

automotiva, vamos nos afastar dos lubrificantes

ao custo de um caminhão novo e também fazem das

para carros de passageiros e olhar o mundo de

vendas de ureia uma nova oportunidade para seus

lubrificantes para motores a diesel de serviço

fabricantes e distribuidores .

lubrificantes

esteve

focada

pesado. Vamos começar por afirmar que não

Com a demanda crescente de API CJ-4 nos

há novas especificações no horizonte imediato.

EUA, mais empresas de lubrificantes começarão a

Especialistas em lubrificação dos fabricantes de

retirar os óleos API CI-4 e CI-4 Plus do mercado.

motores, produtores de aditivos e lubrificantes

A qualidade API CJ-4 oferece um lubrificante que

reuniram-se em janeiro e determinaram que os óleos

protege todos os motores de serviço pesados, sim-

API CJ-4 atendem a todas as necessidades dos

plifica a logística e manutenção para seus clientes

motores 2010 e posteriores, para uso em aplicações

e garante que o lubrificante certo é utilizado em

tanto em estrada como fora de estrada.

todas as aplicações.

O uso dos óleos API CJ-4 é mais importante do

Os especialistas da indústria estão orgulho-

que nunca com a introdução de novas regulamen-

sos de que o alto custo na melhoria da qualidade

tações. Nos EUA, vários veículos já contêm equipa-

para API CJ-4 provou-se suficiente para atender às

mentos denominados EGR e DPFs, e o uso de API

necessidades dos lubrificantes para os próximos 4

CJ-4 cresce em larga escala.

a 5 anos ou mais, e de que esses óleos possuem

A maioria dos novos motores usará catalisador

recursos de proteção do motor amplamente supe-

de redução seletiva (SCR), com ureia. O fluido terá

riores aos seus antecessores. A indústria está ana13


suportados ou substituídos ao longo dos próximos anos, para que as companhias possam continuar a desenvolver novos óleos API CJ-4, bem como fazer pesquisas para as necessidades futuras de óleos de motor. Mesmo sem o desenvolvimento formal de uma nova categoria, os fabricantes de motores e os produtores de aditi-

Teste Mack T - 11 Aumento de Viscosidade a 100° C (cSt)

lisando como os testes de motores serão

20.0 19.0 18.0 17.0 16.0 15.0 14.0 13.0 12.0 11.0 10.0 9.0 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0.0

R e s u lta d o s tip ic o s d e u m o le o AP I C I - 4 AP I C J - 4 Limit

C I - 4 Plus Limit

R e s u lta d o s tip ic o s d e u ma te c n o lo g ia c o m u n AP I C J- 4

AP I C I - 4 Limit

0

1

2

vo/lubrificante também estão de olho em

3

4

5

6

7

8

Fuligem (% em peso)

futuras melhorias para gerenciar o uso do biodiesel, bem como o impacto do óleo

Há muita atividade e inovações no horizonte.

usado e a baixa temperatura na proteção contra o

Enquanto as empresas de lubrificantes gerenciam

desgaste e bombeamento do óleo. Além disso, o

a transição para ILSAC GF-5, elas podem desfrutar

potencial de proporcionar maior economia de com-

de que os seus óleos lubrificantes diesel API CJ-4

bustível com os lubrificantes para veículos de ser-

continuarão a oferecer excelente proteção do mo-

viço pesado é sempre um tema importante.

tor para o futuro.

Qualidade e Competitividade

O seu distribuidor de aditivos para:  Lubrificantes automotivos, para veículos a gasolina, diesel, etanol e gás;  lubrificantes industriais;  a indústria de biocombustíveis;  a indústria de explosivos;  melhoradores de índice de viscosidade.

Av. Padre Guilherme Decaminada, 2.386 CEP: 23575 000 • Santa Cruz Rio de Janeiro - RJ - Brasil 14

sales@molecularbrasil.com gustavo.sobral@molecularbrasil.com www.molecularbrasil.com

Distribuidor autorizado

Tel.: (21) 3305-9322 3157-4219 Fax: (21) 2417-0120

Virtual (21) 2286-4945

são os nossos objetivos


Classificação API de serviço para motores a Diesel Categoria

CJ-4

CI-4

CH-4 CG-4 CF-4 CF-2 CF CE CD-II CD CC CB CA

Serviço Para motores Diesel de quatro tempos e alta rotação, projetados para atender aos padrões de emissões veiculares dos modelos 2010. Esses óleos são formulados para uso em todas as aplicações a Diesel com teores de Enxofre até 500 ppm; entretanto, em caso de motores queimando óleo Diesel com teor de Enxofre acima de 15 ppm, deve-se consultar o fabricante para determinar o melhor intervalo de troca. Os óleos CJ-4 são especialmente efetivos na manutenção da durabilidade do sistema de controle de emissões em que são utilizados filtros de particulados e outro sistema avançado de tratamento (aftertreatment). Os óleos API CJ-4 excedem os critérios de desempenho para API CI-4, CI-4 plus, CH-4, CG-4 e CF-4, podendo substituir efetivamente essas categorias. Introduzida em 2002 para motores Diesel de quatro tempos e alta rotação, projetados para atender aos padrões de emissões veiculares de 2004. Os óleos CI-4 visam manter a durabilidade do motor, onde o sistema de recirculação de gases (EGR) é utilizado junto com óleo Diesel com teor de Enxofre até 0,5%. Pode ser usado em substituição às categorias API CD, CE, CF-4, CG-4 e CH-4. Alguns óleos CI-4 podem ser classificados como CI-4 plus. Introduzida em 1998 para motores Diesel de quatro tempos e alta rotação, projetados para atender aos padrões de emissões veiculares de 1998. Os óleos CH-4 são formulados para uso com óleo Diesel com teor de Enxofre variando até 0,5% em peso. Pode ser usado em substituição às categorias API CD, CE, CF-4 e CG-4. Introduzida em 1995 para motores em serviço severo, de quatro tempos e alta rotação, utilizando óleo Diesel com teor de Enxofre menor do que 0,5% projetados para atender aos padrões de emissões veiculares de 1994. O óleo API CG-4 pode ser usado em substituição às categorias API CD, CE, CF-4 e CG-4. Considerada obsoleta pelo API. Introduzida em 1995 para motores em serviço severo, de quatro tempos e alta rotação, naturalmente aspirados ou turbinados. O óleo CF-4 pode ser utilizado em substituição aos óleos API CD e CE. Considerada obsoleta pelo API. Introduzida em 1994 para motores em serviço severo, de dois tempos e alta rotação. Pode ser utilizada em substituição à categoria API CD-II. Considerada obsoleta pelo API. Introduzida em 1994 para motores a Diesel, incluindo aqueles utilizando óleo Diesel com teor de Enxofre acima de 0,5%. Pode ser utilizada em substituição à categoria API CD. Considerada obsoleta pelo API. Introduzida em 1985 para motores de quatro tempos e alta rotação, naturalmente aspirados ou turbinados. Pode ser utilizada em substituição às categorias API CC e CD. Considerada obsoleta pelo API. Introduzida em 1985 para motores em serviço severo, de quatro tempos. Considerada obsoleta pelo API. Introduzida em 1955 para alguns motores a Diesel naturalmente aspirados e turbinados. Considerada obsoleta pelo API. Não adequada para uso em motores a Diesel construídos após 1990. Considerada obsoleta pelo API. Não adequada para uso em motores a Diesel construídos após 1961. Considerada obsoleta pelo API. Não adequada para uso em motores a Diesel construídos após 1959. Considerada obsoleta pelo API.

BEM ACOMPANHADO… Não importa onde seu cliente esteja, a série Infineum D34XX tem um excelente desempenho no qual você pode confiar. De fato, nossa avançada tecnologia atende a todas as especificações dos mais importantes OEMs e é utilizada na grande maioria dos motores a diesel ao redor do mundo. Com sua superioridade nas propriedades a baixa temperatura, a série Infineum D34XX para formulações sintéticas SAE 5W-40 apresenta excepcionais resultados comparados às formulações convencionais, em qualquer estação do ano. Nosso pacote de aditivos oferece melhoras na economia de combustível e intervalos de troca estendidos, proporcionando maior vida útil e valor de revenda ao seu caminhão. Tecnologia que cumpre as especificações globais rigorosas e atinge alto desempenho em qualquer lugar é fundamental na escolha do seu parceiro. A Infineum atende às suas necessidades.

Performance you can rely on Contate nossa equipe de vendas: Brasil - 21 3386 2290 • USA - +1 800 654 1233 - www.infineum.com

15


S.M.S.

S.M.S.

SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Uma Integração Estratégica

GESTÃO INTEGRADA DE SMS: UMA ATUAÇÃO SOCIOAMBIENTAL RESPONSÁVEL Por: Patrícia Sotoriva

Os problemas socioambientais

as práticas de gestão, aplicação

nas empresas e circunvizinhanças

de tecnologias e a responsabilida-

tornaram-se visíveis, potencializa-

de social por meio da política de

dos e preocupantes devido ao nú-

Saúde, Meio Ambiente e Segurança

mero de vítimas, dos danos ambien-

(SMS). Esses sistemas, no entanto,

tais e materiais que surgem quando

podem trazer impactos significati-

os eventos adversos, de origens

vos no cotidiano das organizações

naturais ou antrópicas, acontecem

para que seus objetivos sejam

e atingem ecossistemas vulnerá-

atingidos. Dessa forma, a política

veis, como indústrias ou mesmo

de SMS necessita ser tratada de

municípios, por falta de prevenção

forma integrada, a fim de agregar

e preparação para responder nos

valor ao empreendimento.

momentos de crises. A inter-relação socioambien-

Gestão Integrada de Saúde, Meio

tal e econômica remete à busca

Ambiente e Segurança é uma das

de novos modelos de desenvolvi-

ferramentas ideais para fazer com

mento e crescimento, consideran-

que as empresas ajam de forma pro-

do prioritários os investimentos na

ativa, priorizando as políticas de pre-

segurança e saúde do homem, na

venção e preparação, ao invés ape-

preservação ambiental e das ins-

nas de ações reativas e corretivas.

empreendimentos.

Como exemplo de ações rea-

Além disso, a sociedade também

tivas, tem-se observado que diver-

tem aumentado o nível de exigên-

sas formas de gestão de resíduos

cias para que as empresas apre-

buscam minimizar os impactos

sentem desempenho nas questões

produzidos pelos processos pro-

públicas e sociais compatíveis com

dutivos. Em alguns casos, essas

os seus resultados econômicos.

medidas visam apenas tratar o re-

talações

16

Sem dúvida, a implantação da

dos

No contexto empresarial, é

síduo após sua geração (medidas

fato que as empresas devem e es-

de caráter corretivo), aumentado o

tão introduzindo critérios socioam-

custo do processo produtivo rela-

bientais no processo produtivo jun-

cionado ao custo da implantação

tamente com os princípios éticos,

de sistemas de tratamentos.


S.M.S. Uma forma proativa é buscar

gadores com enfoque na satisfação

Nessa perspectiva, a política

alternativas que viabilizem esses

do recebedor dos serviços exter-

de SMS deve ser aplicada a partir da

processos, nas quais os resíduos

nos, na produtividade da empresa,

Análise Preliminar de Riscos (APR),

gerados possam servir de matéria-

na valoração da qualidade de vida

para que sejam primeiramente iden-

prima para outros empreendimentos

dos funcionários e na sustentabili-

tificadas as não conformidades e,

através da responsabilidade com-

dade ambiental.

então, se estabeleçam ações corre-

partilhada pelo ciclo de vida dos

Essa forma de gestão insere

produtos, conforme preconiza a Lei

nas empresas o desenvolvimento

A APR é uma ferramenta de

12.305/2010, que instituiu a Política

de medidas preventivas visando

SMS que visa analisar as causas

Nacional de Resíduos Sólidos.

estabelecer planos de ação para

do que pode dar errado e buscar

A gestão correta das variáveis

evitar e controlar inícios de desvios;

antecipar-se aos efeitos sobre o ho-

ambientais é o que permitirá essa

estabelece documentos de aces-

mem, as instalações e o meio am-

otimização. Por isso, as empresas

so público com informações sobre

biente, propondo medidas que evi-

necessitam trabalhar visando re-

todos os controles e as condições

tem acidentes pessoais, ambientais

duzir o consumo de energia, água,

ambientais e trabalhistas; avalia e

e danos à saúde dos funcionários,

matérias-primas, gerenciando os

identifica a implantação de novos

terceirizados e circunvizinhança.

resíduos de forma adequada. entre

processos, atividades ou produtos

Pode ser aplicada na fase inicial de

outras medidas a serem adotadas.

e suas possíveis interações com o

um projeto, processo ou produto a

Para colocar em prática uma

meio ambiente e com a seguran-

ser desenvolvido ou em desenvol-

Gestão Integrada de SMS, é neces-

ça do trabalho, definindo ações de

vimento, dando especial atenção à

sário, entre outras atitudes: elaborar

controle e de contingência quando

investigação de possíveis riscos.

uma política ambiental; fixar objeti-

necessário;

tecnologias

Portanto, a Política de Saúde,

vos e metas; elaborar um plano de

que evitem ou eliminem riscos po-

Meio Ambiente e Segurança (SMS)

atuação em Meio Ambiente.

tenciais de danos ambientais, ao

é entendida como o conjunto de

Para assumir uma atuação so-

trabalhador e as instalações; fomen-

intenções e princípios gerais de

cioambiental responsável, a empre-

ta de forma contínua o comprometi-

uma organização. Trata-se de um

sa deve reavaliar a gestão organi-

mento dos funcionários por meio da

documento elaborado, escrito e

zacional, a fim de reduzir os riscos

sensibilização, responsabilidade e

assinado pela mais alta direção da

a uma condição aceitável, em que

motivação sobre a inter-relação das

empresa em consonância com as

os impactos negativos decorrentes

atividades e os produtos; estabele-

outras diretorias, ratificando seu

da atuação das organizações sobre

ce medidas para evitar e controlar

compromisso com os aspectos de

a qualidade de vida dos funcioná-

inícios de acidentais ambientais e

SMS, estruturando ações, definindo

rios incluam, de forma integrada, a

de trabalho por meio de Planos de

objetivos, metas e estabelecendo

segurança e a saúde no ambiente

Emergências; apresenta o registro

melhorias contínuas.

de trabalho, comunidades circunvi-

continuo e atualizado dos proce-

zinhas, organizações terceirizadas

dimentos para o atendimento das

e outras partes interessadas.

Metas, dos Objetivos e da Política de

escolhe

tivas, preventivas e de precaução.

Patrícia Sotoriva é doutora em Biotecnologia Industrial

A Gestão Integrada de SMS

SMS; prevê mecanismos para que

será resultante da interação e nego-

funcionários terceirizados e visitan-

Especializações em

ciação entre empregados e empre-

tes apliquem as normas sobre SMS.

SMS na PUC do Paraná.

e coordenadora de

17

3


Upgrade na Lubrificação de Unidades de Bombeio Mecânico Por: Antônio Traversso Jr.

H

á diversas regiões de

tidas. Há unidades de bombeio de

produção de petróleo

diversos tamanhos. As unidades

em terra no Brasil e no

da classe API-160, consideradas

exterior

utilizam

de tamanho intermediário, chegam

mecânicos

a pesar 6000 Kgf e desenvolvem

de bombeamento de petróleo do

torque no eixo de saída do redutor

subsolo. Os principais equipamentos

de até 160.000 lbf. pol . Nessas API-

utilizados

de

160 a haste polida de acionamento

produção ainda são as unidades

da bomba é submetida a cargas

de

(UBs),

de até 17.300 lbf. Somente a viga

de operação em termos de veda-

conhecidas também como cavalos

central dessa unidade de bombeio

ção, atrito e desgaste.

mecânicos ou, mais popularmente,

pesa mais de 500 Kgf e é sustenta-

Foi nesse contexto que iniciamos

como “cavalos de pau”. Basicamente

da por um pequeno eixo com dois

o ugprade na lubrificação das unida-

são dispositivos que acionam uma

mancais de rolamentos ferroviários.

des de bombeio na região de produ-

bomba, que é instalada no fundo

Dessa realidade pode-se es-

ção da Petrobras no Rio Grande do

do poço. A unidade de bombeio

perar que, nessas UBs, as partes e

Norte e Ceará. Identificamos como

transforma o movimento rotativo de

superfícies móveis e seus elementos

foco desse upgrade a implantação

um motor em movimento alternativo

de ligação e contato, em movimen-

das melhores práticas de lubrifica-

útil para o acionamento de uma

to relativo, estão permanentemente

ção, visando aperfeiçoar o desem-

coluna de hastes de aço, que

vulneráveis a condições extremas

penho operacional, a confiabilidade

métodos

que

tradicionais

nesses

bombeio

campos

mecânico

Desgaste de mancal/Mancal

efetivamente aciona a citada bomba,

e manutenibilidade desses ativos de

e esta, por sua vez, eleva o petróleo

produção de petróleo. Para tanto, o

até a superfície.

trabalho foi focado em 3 Ps e 1 E:

• Processos; • Produtos; • Pessoas; • Equipamentos.

Essas unidades trabalham em ambientes inóspitos, extremamente agressivos de extremos de temperatura, poeiras e radiação solar. Estão sujeitas a esforços extremos devido às altas cargas a que são subme18

Da teoria à prática, materialiVista de Unidade de Bombeio

zou-se e buscou-se o seguinte:


• Utilização de racks para tambores

lubrificante em um nível de limpeza

e manipulação do lubrificante, visando

de lubrificantes em uso;

compatível com a severidade da

à extensão das características, integri-

• Controle da contaminação em

operação e objetivos pretendidos.

dade das embalagens e propriedades

tambores de lubes em uso com a

Nesta etapa foi obtido o seguinte:

do lubrificante novo com a utilização

utilização de vents filtrados;

• Assepsia e descontaminação da

de conceitos e práticas de:

• Controle de contaminação na

caixa redutora através de flushing

• Layouts lógicos de precisão de

transferência e transporte dos lubri-

sem abertura de tampas ou visitas;

movimentação de embalagens;

ficantes para os veículos de apoio

• Assepsia e checagem dos pinos

• Identificação vertical de inventários; • Ventilação e Iluminação adequadas; • Controle da radiação solar; • Utilização do conceito PEPS -

que os transportam para o campo.

graxeiros ou dispositivos engraxa-

Processos - Do armazenamento

dores nos diversos mancais existentes no equipamento;

• Abastecimento de precisão com

Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair;

quantidade e nível de limpeza do lu-

• Utilização de equipamentos de ele-

brificante assegurados de modo que

vação adequados e ergométricos.

nenhum tipo de contaminante possa penetrar nas partes lubrificadas; Reservatório de serviço identificado

• Coleta, preparação, manipulação e interpretação de resultados de análise de amostras para acompanha-

Tambores expostos excessivamente à radiação solar

Após a fase de manipulação de estocagem de armazém racio-

Carro de filtragem para transferência e flushing

nalizada, chegou-se à vez do processo diário de

manipulação de

No passo seguinte, os próprios

fracionamento e preparação para a

processos de preparação e lubrifi-

utilização do lubrificante. Esse pro-

cação das UBs no campo foram

cesso foi abordado com a utilização

abordados com delineamento e a

da sala de lubrificação (lube room)

especificação de um comboio de lu-

com o seguinte:

brificação customizado. A utilização

• Definição de layout básico e mo-

de um comboio customizado e her-

biliário da sala de lubrificação;

mético com um sistema de flushing

• Seleção de utensílios e acessórios; • Ventilação, iluminação e estan-

foi priorizada, visando-se assegurar

queidade do local;

receberem o lubrificante novo, te-

• Identificação dos reservatórios

riam as caixas redutoras assegura-

de serviço;

damente limpas e que receberiam o

Caixa redutora antes do flushing

que as unidades de bombeio, ao

Engrenagens de redutora após o flushing

19


mento preditivo das caixas redutoras

A formação de mecânicos

visando ao controle do desgaste.

com consciência e aptidão para en-

Produtos - Concomitantemente

tenderem os “sinais vitais” do equi-

ao desenvolvimento de processos,

pamento sob a ótica da lubrificação

a introdução de uma geração mais

é o objetivo. Lubrificador é quem

avançada de lubrificantes de alto de-

lubrifica e quem combate a conta-

sempenho possibilitou um ganho de

minação da unidade de bombeio.

escala na frequência de relubrifica-

Equipamentos - Outra etapa

ção com graxa. No estágio atual, os

importante é a implantação de equi-

ganhos já são bastante significativos

pamento que proporcione suporte

com a obtenção de intervalos de relubrificação de mancais de 6 meses.

Cabo (cabresto) lubrificado com graxa biodegradável

A meta buscada é a extensão do

e apoio aos processos, à aplicação dos produtos e ao esforço dos lubrificadores, mecânicos e supervi-

intervalo de relubrificação dos man-

diretamente com a função de lubri-

sores. Como assegurar que um lu-

cais e da caixa redutora das unida-

ficação, a incorporação de novos

brificante transferido de um tambor

des bombeio para 1 ano. A migração

conhecimentos, valores e visão inte-

para um vasilhame de 5 litros vai

ocorre como abaixo:

grada da lubrificação é fator prepon-

chegar limpo no bocal da caixa re-

• Graxa de Lítio para Graxa de

derante na obtenção de resultados e

dutora? Ou como assegurar que 27

Complexo de Lítio;

ganhos. É preciso ter em mente que

gramas exatas de graxa foram colo-

• Graxa de Complexo de Lítio para

um simples descuido em alguma

cadas em um mancal de um motor

Graxa de Sulfonato de Cálcio;

das fases em algum dos processos

elétrico? Ou ainda como assegurar

• Óleo de engrenagem com aditi-

descritos acima pode levar a uma

que o flushing da caixa redutora

vação EP para aditivação EP na-

falha e até uma perda catastrófica.

está compatível com o nível de lim-

notecnológica;

Em ambientes hostis e remotos com

peza desejado? Sem equipamentos

• Óleo de engrenagem mineral com

esses em que se encontra a maioria

adequados isso é impossível.

aditivação EP para sintético (PAO)

dos campos de produção de petró-

A implantação dos seguintes

com aditivação EP;

leo, por exemplo, com um simples

equipamentos e materiais apoiou a

• Querosene para óleo mineral

excesso ou uma pequena falha na

implantação dos processos descri-

(ISO-10) na limpeza das UBs.

qualidade de relubrificação, a graxa

tos acima:

Adicionalmente, a utilização de

pode levar rapidamente a uma falha

• Comboio hermético customizado

uma graxa altamente protetiva bio-

do mancal e tirar aquele poço de

de lubrificação no campo;

degradável está igualmente sendo

produção por muitos dias.

• Carros de transferência de lubrifi-

utilizada nos cabos dos cabrestos e

cante com filtros;

desenvolvida visando à sua preser-

• Carros de flushing para a oficina

vação e conseqüente maximização

de montagem das redutoras;

de uso desses cabos que acionam

• Bombas de graxa e de óleo com

a haste polida.

medidor e controle eletrônico;

• Utensílios de lubrificação no cam-

Pessoas - Na capacitação das pessoas e, principalmente, os mecânicos e supervisores que lidam 20

po herméticos; Excesso de graxa em mancal

• Empilhadeira manual gira tambor;


• Empilhadeira manual e elétrica; • Kits de contenção de vazamentos

ria envolvidas, os resultados aparecem

(Spill Kits);

igualmente ser obtidos em qualquer

• Bandejas ecológicas; • Manifolds de filtragem nos racks

área da lubrificação industrial.

de tambores em serviço;

lubrificação das UBs tem sido uma

• Kits de análise de lubrificantes

oportunidade e experiência gratifi-

de campo;

cante para confrontarmos os con-

• Lubrificadores automáticos mo-

ceitos e a teorias com a prática e

noponto e multiponto.

demonstrar que estamos no cami-

rapidamente. Esses resultados podem

O desafio de um upgrade na

nho correto rumo a mais um benchLubrificador automático em unidade de bombeio

Através da organização, padronização e desenvolvimento dos proces-

Vista geral de uma UB - Unidade Bombeio Mecânico

mark em ambiente industrial.

Antonio Traverso Júnior é engenheiro e coorde-

sos e aspectos colocados acima, assim

nador de Lubrificantes

como com o cuidado na conscientiza-

da Gerência de Gran-

ção e capacitação das equipes de lu-

des Consumidores da

brificação, manutenção e de engenha-

Petrobras Distribuidora.

21


O futuro dos

óleos básicos As mudanças no mercado de óleo básico e seu potencial impacto na indústria de lubrificantes industriais

Por: Valentina Serra-Holm

O

s últimos anos propiciaram um cenário bastante frente

interessante

dos

óleos

na

linha

básicos,

com

de o

Durante a mesma época, foram instalados 42.000 bpd da nova capacidade de óleos básicos do Grupo II e 18.000 bpd do Grupo III.

rápido crescimento dos óleos básicos

Se atentarmos para os direcionadores que es-

parafínicos dos Grupos II e III, e com o correspondente

tão por trás dessas mudanças na produção e refi-

declínio da oferta do Grupo I. A reestruturação

no, vamos observar que as mesmas não podem ser

da capacidade de óleos básicos parafínicos está

consideradas como eventos isolados e, sim, como

avançando

uma forte tendência e início de uma substituição

firmemente

e

alterando,

de

forma

significativa, o cenário de óleo mineral global.

progressiva das capacidades instaladas dos bási-

Se apenas compararmos as cifras da produ-

cos do Grupo I pelos básicos dos Grupos II e III.

ção global de óleo mineral de 2007 e 2009, quase

De fato, essa transição é afetada por diversos fa-

27.000 barris por dia (bpd) da capacidade do Grupo

tores externos à indústria de lubrificantes, como o

I desapareceram durante esse período. O maior im-

impacto de investimentos obrigatórios em combus-

pacto resultou de duas grandes desativações nos

tíveis limpos e de menor impacto ambiental, consi-

EUA e algumas desativações na Europa Central.

derações sobre o custo e disponibilidade de óleo

22


Naftênico 75680 bpd GIII 40480 bpd GII 181210 bpd

GIII 58280 bpd

Naftênico 81650 bpd

GI 597080 bpd

GII 223310 bpd

GI 624040 bpd

2009

2007 Figura 1. Mudança na produção durante 2007-2009 (Lubes and Greases)

cru e fatores econômicos relacio-

para atender à crescente e rigo-

0.5-1.5%). Com um mercado em

nados ao processo de refino, bem

rosa demanda por qualidade da

baixa e desvantagens na produ-

como vantagens de produção de

indústria automotiva, que busca

ção, as instalações do Grupo I

óleos dos Grupos II e III compa-

por óleos com maior índice de

provavelmente serão desativadas

rada aos do Grupo I. Todos esses

viscosidade,

estabilida-

para compensar a crescente dis-

fatores juntos têm impacto direto

de de oxidação e menor teor de

ponibilidade dos Grupos II e III.

e negativo na produção do Grupo

Enxofre. Como consequência, o

Portanto, a maioria dos analistas

I, ao passo que são totalmente fa-

mercado dos Grupo II e III está

concorda que, por volta de 2015,

voráveis à produção dos Grupos

crescendo e continuará crescen-

os básicos do Grupo I represen-

II e III. Dentre todos os fatores,

do à custa do Grupo I.

tarão apenas cerca de metade

maior

certamente a sinergia com uma

Mas até que ponto a capaci-

dentro dos grupos de básicos pa-

estratégia de suprimento de com-

dade do Grupo I decairá e dentro

rafínicos e somente 40% da capa-

bustível mais limpo é a que tem

de qual período? Claro que é mui-

cidade global de óleo básico por

e terá impacto mais relevante na

to difícil dar uma resposta precisa;

volta de 2020. Isso acarretaria uma

decisão sobre o investimento na

contudo, atentando para a pers-

perda na capacidade do Grupo I

instalação de novas capacidades

pectiva da demanda e oferta até

estimada entre 8 a 10 milhões de

dos Grupos II e III.

2015 e, mais além, até 2020, é evi-

toneladas métricas.

Se mudarmos o foco e ob-

dente que, com as novas capaci-

Uma provável consequência

servarmos a demanda de merca-

dades declaradas de GTL (gas to

inicial seria que a racionalização

do, o futuro não parece promissor

liquid), Grupos II e III levarão a um

na produção do Grupo I faria com

para os básicos do Grupo I. Na

equilíbrio significativo, na medida

que os principais produtores do

verdade, os aspectos de oferta

em que essas novas capacidades

Grupo I com produção própria de

e demanda estão levando a in-

excederem em larga escala o au-

lubrificantes focassem principal-

dústria de óleos básicos para o

mento na demanda global relati-

mente na produção de óleo de bá-

mesmo caminho, pois os óleos

vamente limitado, estimado duran-

sico para uso cativo, desse modo

dos Grupos II e III são mais ade-

te o mesmo período (crescimento

retirando volumes do mercado co-

quados que os óleos do Grupo I

anual global médio estimado em

mercial. Esse aspecto não deve 23


ser subestimado, já que uma gran-

A partir das propriedades

a níveis pré-recessão, é provável

de parte da produção global do

típicas resumidas na Tabela 1, é

que isso venha a ocorrer nova-

Grupo I está nas mãos de produto-

evidente que duas característi-

mente. Esse aspecto, que também

res que detêm seu próprio negócio

cas importantes serão bastante

se deve a questões de escassez

de lubrificantes. Pode-se observar,

escassas no mercado, como re-

sofridas pela indústria, é o “dano

pelos números da produção de

sultado da mudança da produção

colateral”

2009 fornecidos pela “Lubes and

do Grupo I para os Grupos II e III:

discutido da desativação das refi-

Greases”, que quase 90% dos vo-

viscosidade e solvência.

narias do Grupo I. Uma

frequentemente

consequência

mais

me-

lumes globais do Grupo I provêm

De fato, a limitação na visco-

de produtores que têm negócio

sidade máxima dos óleos básicos

nos debatida, todavia crítica, da

próprio de lubrificantes.

que podem ser produzidos nas re-

mudança dos óleos básicos do

Outro aspecto a ser considera-

finarias dos Grupos II e III é uma

Grupo I para os Grupos II e III é a

do, ao analisar a mudança da produ-

questão de grande relevância. Em

perda de solvência.

ção, é que a oferta de produto não

particular, as refinarias do Grupo

Solvência é uma propriedade

mais é otimizada sobre os requisitos

II possuem uma produção muito

importante em diversas aplica-

de lubrificantes industriais. As dife-

mais baixa de produtos neutros

ções em lubrificantes industriais,

renças entre os básicos do Grupo

pesados (SN 500) comparada às

pois reforça a capacidade de o

I e Grupos II e II são bem conheci-

instalações do Grupo I (com uma

óleo dissolver aditivos e formar so-

das. Entretanto, as consequências

média de 20% nas instalações do

luções estáveis. Do mesmo modo,

sobre a indústria de lubrificantes

Grupo II contra 33% nas do Grupo

a capacidade do lubrificante em

nem sempre são apreciadas por

I) e, geralmente, produtos neutros

dissolver sedimentos é altamente

completo. Na verdade, embora as

pesados não podem ser produ-

relacionada à solvência do óleo

características de óleos dos Grupos

zidos nas instalações do Grupo

básico. A mudança dos óleos pa-

II e III sejam otimizadas conforme os

III. Além disso, as instalações de

rafínicos do Grupo I para o Grupo

requisitos da indústria automotiva, o

Grupos II ou III não podem produ-

II reduzem a produção de óleos

uso dos básicos dos Grupos II e III

zir o óleo pesado bright stock. Isso

aromáticos de 10% para 1%, o que

em aplicações industriais podem,

levou a uma escassez de bright

resulta em uma diferença substan-

e com certeza vão, implicar alguns

stock, que foi observada durante

cial no ponto de anilina dos óleos

desafios técnicos.

2008 e, com a demanda voltando

e, portanto, em sua capacidade

P ro priedades VI típica Faixa de viscosidade típica (SUS) Faixa de viscosidade típica (cSt) A estabilidade à oxidação Volatilidade Solvência Baixo teor de enxofre O baixo índice de temperatura

G rupo I/I+ 85-105 100-2500 20-600 Bom Razoável Bom Muito ruim Muito ruim

G rupo II/II+ 95-119 100-600 20-100 Bom/Muito bom Bom Razoável Muito bom Razoável

Tabela 1. Propriedades típicas de óleos básicos parafínicos.

24

G rupo III 120-140 100-250 20-50 Muito bom/excelente Muito bom/excelente Muito ruim Muito bom Muito bom


de solvência, levando a potenciais

da alta disponibilidade de

problemas na formulação de de-

óleo bright stock vivida pelo

terminados tipos de lubrificantes

mercado durante 2009 por

industriais em que a solvência é a

conta da recessão.

propriedade mais crítica.

Quando se trata de sol-

Quais são as soluções dispo-

vência, o debate é um tanto

níveis para a falta de viscosidade

mais complexo. Conforme

e solvência causada pela mudan-

mencionado anteriormente,

ça na produção dos Grupos de

em formulações automoti-

óleos básicos parafínicos?

vas, a conversão de formu-

Quando se trata da substi-

lações do Grupo I para os

tuição de óleos parafínicos pe-

Grupos II e III manteve-se

sados, produtos neutros pesados

contínua por vários anos

naftênicos têm sido tradicional-

em grande parte do globo,

mente usados na indústria de lu-

também sob a pressão de

brificantes e podem representar

requisitos legislativos mais

uma alternativa válida aos produ-

rigorosos. Quando se trata

tos neutros pesados parafínicos.

de lubrificantes não auto-

A capacidade global de óleo naf-

motivos, há também alguns

tênico pesado contabiliza mais

indícios nesse sentido, em

de 10.000 bpd e continuará a

aplicações em que solvên-

crescer devido a projetos de am-

cia não é um fator crítico,

pliação. Além disso, óleos naftê-

como, por exemplo, óleos

nicos pesados podem substituir

de turbina, óleos de engre-

os óleos bright stock parafínicos

nagem, fluidos hidráulicos,

em formulações de lubrificantes

produtos adesivos e alguns

industriais. Embora óleos naftêni-

fluidos metalúrgicos em que

cos pesados tenham um IV com-

é necessária baixa volatilida-

parado aos óleos bright stock, em

de. Contudo, enquanto que

diversas

industriais

em óleos de turbina o uso

não há uma ampla variação de

desses óleos é bem aceito

temperatura que justifique a ne-

pelo mercado, na maioria

cessidade de um IV alto. Além

das outras aplicações, o

disso, óleos naftênicos apresen-

mercado, até então, parece

tam uma excelente resposta e de-

estar relutante em pagar o

sempenho junto com os aditivos

ágio pelas formulações com

que ajustam o IV. A capacidade

básicos dos Grupos II ou

existente total de óleos naftênicos

III, especialmente no caso

pesados excede 10.000 bpd. A

de fluidos hidráulicos. As

conversão já teve início, apesar

principais vantagens dessa

aplicações

25


solução são o melhor desempe-

cantes, o uso de óleos naftênicos,

to, são necessários ajustes míni-

nho e tempo de vida útil com o

especialmente no estágio de cozi-

mos de formulação ao realizar a

pacote de aditivo certo e alta dis-

mento do processo de produção,

conversão do Grupo I. Em geral,

ponibilidade de matérias-primas.

leva a uma melhoria significativa

o objetivo primário ao se desen-

Os principais desafios são a ne-

de rendimento saponáceo, bem

volver uma mistura é a obtenção

cessidade de adaptar a tecnolo-

como a uma melhor interação

do mesmo ponto de anilina (sol-

gia de aditivo e a baixa solvência

óleo-sabão. Uma vantagem adi-

vência) do óleo a ser substituído,

dos sedimentos.

cional dessa solução é que óleos

e outros parâmetros podem ser

Em aplicações em que sol-

naftênicos já estão sendo usados

otimizados, dependendo da apli-

vência é um fator crítico, como,

em diversas aplicações indus-

cação. Essa solução proporcio-

por exemplo, graxas lubrificantes,

triais em que existem formulações

na um alto grau de flexibilidade.

fluidos metalúrgicos solúveis e al-

aprovadas e tecnologia de aditivo

Efetivamente, variando-se o co-

guns veículos aditivos, uma alter-

disponível e, portanto, a conver-

eficiente de mistura entre óleos

nativa é a conversão do Grupo I

são é particularmente fácil.

naftênicos e parafínicos hidro-

para óleos básicos naftênicos.

Os desafios principais são

craqueados e usando-se óleos

Essa é uma solução bastante di-

que os óleos básicos naftênicos

naftênicos com diferentes graus

reta. Em todas as aplicações rela-

apresentam uma maior volatilida-

de refino, podem ser otimizadas

cionadas acima, a alta capacida-

de e um menor IV do que a dos

diversas propriedades, como, por

de de solvência de óleos naftêni-

óleos dos Grupos II e III.

exemplo, ponto de fluidez (pro-

cos acarreta diversas vantagens

Um conceito recentemente

priedade a baixa temperatura),

técnicas sobre o Grupo I e ainda

introduzido é a substituição de

ponto de anilina (solvência), índi-

mais sobre os Grupos II e III na

óleos do Grupo I por misturas de

ce de viscosidade, teor aromático

formulação final. Por exemplo, em

naftênicos e óleos dos Grupos II

(estabilidade à oxidação), ponto

fluidos metalúrgicos solúveis, o

ou III.

As principais aplicações

de fulgor (volatilidade) e, é claro,

uso de óleos naftênicos ocasiona

são parecidas com as já listadas

viscosidade (ampla faixa de vis-

um consumo menor de emulsifi-

para os óleos naftênicos, com a

cosidade). Dependendo da pro-

cante e uma maior estabilidade

adição de fluidos metalúrgicos.

priedade que tiver mais relevân-

de emulsão comparado ao de óle-

Essas misturas são muito simila-

cia na aplicação final, por exem-

os parafínicos. Em graxas lubrifi-

res a óleos do Grupo I e, portan-

plo, pode-se aumentar o teor de

Características, unidade Densidade 15°C, kg/dm³ Viscosidade 40°C, cSt Viscosidade 100°C, cSt Ponto de Fulgor PM °C Ponto de fluidez °C Ponto de Anilina °C VI

Teste ASTM D 4052 D 445 D 445 D 93 D 97 D 611 D 2270-04

Blend 1

0.880 7,0 2,0 129 -48 74 76

Blend 2 0,861 8,9 2,4 139 -36 90 90

Tabela 2. Exemplos de 60 misturas SUS de naftênicos e óleos do Grupo II. A Mistura 1 contém uma quantidade maior de óleo naftênico em comparação à Mistura 2.

26


óleo naftênico para otimizar as

último, porém não menos impor-

des dos Grupos I, II e III podem

propriedades de baixa tempera-

tante, misturas de naftênicos e

e com certeza vão implicar sérios

tura ou, em vez disso, aumentar

óleos parafínicos hidrocraquea-

desafios técnicos na formulação

o teor de óleo parafínico para se

dos (alto grau de refino) garantem

de determinados lubrificantes in-

obter um IV mais alto.

uma confiabilidade de disponibili-

dustriais em que solvência e/ou

dade e oferta de longo prazo.

viscosidade são necessárias.

É fornecido um exemplo na Tabela 2, em que são exibidas

Para finalizar, os atuais e fu-

Seja por si só, ou em combi-

uma mistura com alto teor de óleo

turos desenvolvimentos na indús-

nação com os óleos do Grupo II

naftênico (mistura 1) e uma mistu-

tria de óleos básicos global leva-

ou III, os óleos básicos naftênicos

ra com alto teor de óleo parafínico

rão a uma mudança significativa

fornecerão aos formuladores de

(mistura 2).

dos Grupos de óleos básicos pa-

lubrificantes industriais uma so-

a

rafínicos, com um declínio na dis-

lução ligada à racionalização das

óleos do Grupo I, essas misturas

ponibilidade global de básicos do

refinarias do Grupo I.

apresentam uma solvência equi-

Grupo I e a um aumento na produ-

valente, porém maior pureza, me-

ção de básicos dos Grupos II e III

lhor estabilidade à oxidação, um

em âmbito mundial. Embora essa

IV levemente menor, uma volatili-

mudança esteja alinhada com os

dade levemente maior e melhores

requisitos da indústria automoti-

propriedades de temperatura. Por

va, as diferenças nas proprieda-

Em

geral,

comparadas

Aditivos para óleo lubrificante

Valentina Serra-Holm é gerente de Marketing para lubrificantes da Nynas AB Suécia

A Goaltech Produtos Químicos Ltda. coloca ao seu alcance produtos da mais alta tecnologia. Fornece, além do melhor pacote de aditivos, a assistência técnica para uma formulação de alto desempenho!!

distribuidor autorizado

ENDEREÇO Av Tamboré, 1400/1440 - Sala M2 CEP 06460-000 - Barueri - SP - Brasil

E-MAIL

TELEFONE

goaltech@goaltech.com.br

55 11 4195 0550

27


O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao primeiro semestre de 2010, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos distribuidores.

Uma estimativa do mercado no 1º semestre de 2010 O mercado aparente 725.700 m3

Mercado Total Óleos Lubrificantes

Óleos Básicos: Mercado Total

660.500 m3

Produção Local: Refinarias Rerrefino

395.500 m3 290.500 m3 105.000 m3

Importação Exportação

275.700 m3 10.700 m3

m3

Mercado Local: Automotivos: Industriais: Óleos Básicos

669.600 401.400 m3 254.200 m3 14.000 m3 76.900 m3 20.800 m3

Importação Produto Acabado: Exportação Produto Acabado: Mercado Total Graxas

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

30.000 t

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2010/2009 por região (período jan - nov) Total de lubrificantes por região

Mil m3

Análise comparativa por produtos

Mil m3

640

600 540

2009 2010

593.558 542.300

2009 2010

560

480

526.109

480

420

457.522

400

380.317

360

320

317.856

300 240

240

36.363

0

GRAXAS

60

160

INDUSTRIAIS

120

AUTOMOTIVOS

180

40.511

0

SUL

SUDESTE

131.905 88.108

71.247

NORTE

NORDESTE

97.535

CENTRO OESTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

225

2009 2010

2009 2010

216.118

200

290.265

175

265.792

250

118.902 59.042

250

350 300

187.590

80

Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

172.944

174.206

150 200

125

150 100

100 104.897

75

111.492 79.511

50 0

37.488

SUL

SUDESTE

88.187 54.612

44.148

NORTE

50

NORDESTE

60.291

67.672

59.466

CENTRO OESTE

34.770

25 0

19.894 SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Repsol, Shell.

28

38.677 28.694

25.111

NORDESTE

32.738

CENTRO OESTE


Mercado de Lubrificantes em 2009 (m3)

Mercado de Graxas em 2009 (t)

12,6% 11,9%

22,0%

9,6%

9,5%

21% 6,7%

BR Chevron Ipiranga Cosan (Esso) Shell Petronas Castrol Repsol YPF Outros

16,8% 14,1%

18,4%

7,0%

12,0%

3,2% 3,5% 9,7% 9,7%

Chevron BR Ingrax Ipiranga Petronas Shell Cosan (Esso) Outros

11,2%

NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2009, que foram retirados desta seção, podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

29


NACIONAIS Manguinhos assina acordo com Astra Oil A Refinaria de Manguinhos assinou um memorando de entendimentos com a norte-americana Astra Oil Trading para discutir e planejar a melhor forma de utilização dos ativos. O anúncio confirma a informação de que Manguinhos estaria para anunciar a assinatura de contrato com uma das maiores tradings mundiais no comércio de

combustíveis para avaliação de seu parque industrial e que havia a sinalização de que a Astra seria a escolhida. A empresa atua em refino, armazenagem, distribuição e comercialização de petróleo cru, derivados e gás natural, com presença na América do Norte, na Europa, na África, na América Latina e no China.

IBP lança curso de extensão em São Paulo

de 2011 e previsão de término em dezembro de 2011. As aulas serão ministradas quinzenalmente, às sextasfeiras, das 19h às 22h e aos sábados das 8h30min às 16h30min, com eventual remanejamento em função de pontes e feriados, na rua Teixeira da Silva, 560, na cidade de São Paulo.

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP abre as inscrições para o curso de extensão em Gestão de Empreendimentos na Indústria de Petróleo e Gás. O Curso terá duração de 10 meses e carga horária de 250 horas, com início em 18 de março

Fonte: Diário Mercantil

INTERNACIONAIS Bactérias digerem Metano do vazamento do Golfo De acordo com estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia e Texas A&M, e publicado no periódico científico Science, as 200 mil toneladas de Metano liberadas nas águas do Golfo do México pelo acidente na plataforma de petróleo Deepwater Horizon, em abril do ano passado, foram digeridas por bactérias em apenas 120 dias. O grupo de pesquisadores sugere que

houve aumento muito grande na população de bactérias que transformam o gás metano em gás carbônico. O pesquisador J. Kessler avalia que o rápido consumo do gás tem duas implicações diferentes: “O metano corresponde a 30% do peso do material despejado na tragédia e agora podemos dizer que esse material foi consumido e não está mais nas águas do Golfo.”

Cientistas usam água e CO2 como combustível com eficiência Pesquisadores desenvolveram uma técnica que utiliza a energia solar para remover átomos de Oxigênio de moléculas de água e gás carbônico, produzindo Hidrogênio molecular, um combustível de alta e limpa energia. O grupo de pesquisa

é formado por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, do ETH Zurich e do Instituto Paul Scherrer, na Suíça. Os resultados da pesquisa foram publicados recentemente em um artigo na revista Science e indicam que o processo é mais eficiente que outros do tipo.

30

Fonte: Jornal da Ciência

Fonte: Ambiente Brasil


Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2011 Fevereiro 3 a 5

NGLI-India Chapter 13th. Lubricating Conference, Ooty – India –www.nlgi-india.org

Fevereiro 24 a 25

15th. Icis World Base Oils Conference – Londres – www.icisconference.com/worldbaseoils

Abril 5 a 6

UNITI Mineral Oil Technology Congress – Stuttgart, Alemanha – www.atiel.org

Maio 15 a 19

STLE Annual meeting – Atlanta, EUA – www.stle.org

Agosto 30 a 02/09

2011 Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting – Kioto, Japão – www.jsae.or.jp /2011pfl

Nacionais Data

Evento

2011 Abril 12 a 15

3ª Edição da Feira de Manutenção e Equipamentos Industriais – Blumenau, SC – www.eurofeiras.com.br

Maio 02 a 06

18ª Agrishow 2011– Ribeirão Preto, SP – www.expo.agr.br/18ª-agrishow-ribeirao-preto

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.


Rio Pipeline

2011

Conference & Exposition

Setembro 20-22 20 a 22 de setembro de 2011 Rio de Janeiro • Brasil

01/11

Transportando Produtos para um Futuro Sustentável

Informações: Tel.: (+55 21) 2112-9000 Fax: (+55 21) 2220-1596 e-mail: riopipeline@ibp.org.br Organização/ Realização

Participação

www.riopipeline.com.br

Apoio

Apoio de Mídia


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.