Revista lubes em foco edicao23

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EM FOCO

Fev/Mar 11 Ano IV • nº 23 Publicação Bimestral R$ 12,00

00023

A revista do negócio de lubrificantes

9 771984 144004

Biodiesel provoca sinal de alerta Estudo mostra o impacto do uso desse combustível nas propriedades dos lubrificantes.

A frota brasileira de veículos

Renovação em ritmo acelerado influencia exigências de qualidade dos óleos automotivos.



Editorial Quando se fala de renovação da frota brasileira de veículos, é necessário tecer considerações complementares sobre seus impactos diretos no mercado de lubrificantes. Assim, analisando atentamente o que significa a existência, cada vez maior, de carros mais modernos à disposição da população, somos imediatamente remetidos à observação da qualidade dos óleos lubrificantes oferecidos e do nível de abastecimento local possível de se obter. Com relação à qualidade, fixamos nosso olhar, principalmente nas tecnologias de aditivos disponíveis, para atender às especificações de motores mais recentes e também à legislação ambiental, e também na qualificação dos óleos básicos necessários para formular os lubrificantes exigidos. No Brasil, ainda produzimos básicos com a menor qualificação (Grupo I), que já não pode ser utilizada em inúmeras fórmulas modernas, obrigando, dessa maneira, a importação de básicos de melhor qualidade, fato que tem aumentado consideravelmente nos últimos meses. Por outro lado, o nível de desempenho mínimo exigido no país para os óleos automotivos, tanto para motores do ciclo Otto, como para os do ciclo Diesel, levam em conta especificações adotadas há mais de 30 anos. Esse quadro vem mostrar, com muita clareza, que a indústria brasileira de lubrificantes não está acompanhando o desenvolvimento do país, principalmente no tocante a investimentos em tecnologia, para a produção local de óleos básicos de melhor qualidade, e ainda precisa de maior adequação de suas leis quanto à qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor. O mercado de lubrificantes tenta acompanhar o desenvolvimento industrial através de importações, que vão desde o óleo básico até o óleo acabado, passando pelos aditivos, tornando o país cada vez mais dependente de produtores estrangeiros e também dos movimentos do mercado internacional de derivados, no qual se incluem os lubrificantes. Todo o esforço colocado na exploração do Pré-Sal para a produção de petróleo não pode bloquear o olhar dos dirigentes e responsáveis pela autonomia do país para um segmento tão importante e de grande exigência tecnológica, como os lubrificantes. Assim, o mercado continua esperando que, em breve, possamos ter em mãos os recursos necessários para podermos, de fato, falar em autossuficiência. Os Editores

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Tatiana Santos Vieira

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Antônio Luiz Cunha Tatiana Santos Vieira

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br

Revisão Angela Belmiro Impressão Gráfica Coronário


Para festejar os quatro anos da nossa revista estamos programando, para o dia quatro de julho de 2011, um evento de seu interesse:

Evento: “Encontro com o Mercado” Data: 4 de julho de 2011 Horário: 9h às 18h Local: Hotel Flórida, no Rio de Janeiro Objetivo: Avaliar as perspectivas do mercado brasileiro de lubrificantes no contexto do atual panorama econômico do país, além de debater o setor com os principais agentes econômicos produtores de lubrificantes. Programa: UÊ Abertura UÊ Palestra da Diretoria de Economia da Firjan UÊ Palestra da Superintendência de Abastecimento da ANP UÊ A visão tecnológica da Indústria de Aditivos UÊ Desafios práticos das aplicações, que podem colocar em risco a economia e a tecnologia, mostrados por especialista do setor UÊ Mesa redonda sobre o mercado brasileiro de óleos básicos, suas dificuldades e direção futura, com os representantes dos produtores de óleos básicos no Brasil, a Petrobrás e o Sindirrefino e com os principais representantes do mercado consumidor, o Sindicom, e o Simepetro Informações: Sr. Antonio Carlos Moésia /i °\Ê­Ó£®ÊÓÓÓ{ äÈÓxÊÊ,> > ÊÓÓÊÊUÊÊÊi > \ÊV iÀV > J ÕLiðV °LÀ


Sumário Tempo de injeção Convencional

6

Injeção tardia

Aumento da umidade da parede Entrada de combustível no cárter

10

ovo site!!! n o s s o n Visite

r b . m o c . s e b u l . w ww A frota brasileira de veículos Números da frota brasileira mostram uma renovação rápida impulsionada por recordes de produção.

Biodiesel provoca sinal de alerta! Um estudo técnico da Ipiranga mostrando os impactos do uso de biodiesel nas propriedades dos lubrificantes.

16

SMS: O voo da águia com segurança e saúde

18

Como arruinar o seu sistema hidráulico lentamente

24

Tratores: especificando o fluido certo

28

Mercado em foco

30

Notícias Rápidas

31

Programação de Eventos

A importância estratégica da proteção da população economicamente ativa no desenvolvimento do país.

Uma abordagem irônica e contundente das práticas de manutenção que podem destruir um sistema hidráulico.

Entendendo as especificações modernas dos óleos para um equipamento de longa vida útil .

Informações sobre o mercado brasileiro de óleos e graxas.

Atualidades do mercado de lubrificantes.

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Frota brasileira de veículos Renovação rápida impulsionada por recordes de produção

Por: Pedro Nelson Belmiro

O

crescimento de 8,4% da frota brasileira

Paulo, primeiro do ranking, sozinho representa 35% do

de veículos automotores, no ano de 2010,

total do país. A concentração fica mais visível, quando

demonstra claramente que a velocidade

percebemos que apenas 5 estados detêm quase 70%

de renovação vem sendo acelerada

dos veículos em circulação, estando Minas Gerais em

nos últimos anos. Entre automóveis, comerciais leves,

segundo com 11%, seguido de Paraná com 8,4%, Rio

caminhões e ônibus, a frota circulante no país hoje

de Janeiro com 8,0% e Rio Grande do Sul com 7,9%.

chega perto dos 32,5 milhões de veículos, com os

O número de habitantes por veículo diminuiu con-

números de produção batendo recordes sucessivos,

sideravelmente, chegando a 5,9 no ano que passou,

as vendas no mercado interno quintuplicando nas

quando em 2000 tínhamos 8,4 pessoas para cada

duas últimas décadas e atingindo, só em 2010, um

veículo. Também nesse quesito, pode-se observar a

crescimento de 12,3%. Em uma análise separada,

concentração de números, com alguma surpresa, ao

vemos o mercado de motocicletas apresentar cerca

se detectar que, além do Distrito Federal, que ocupa

de 10,6 milhões de unidades circulando.

o primeiro lugar com 3,4, o estado de Santa Catarina

Os números do setor são divulgados pelo Sindicato

possui a melhor relação, com 3,6 habitantes por ve-

Nacional da Indústria de Componentes para Veículos

ículo, seguido de São Paulo com 3,7 e Paraná com

Automotores – SINDIPEÇAS e mostram ainda uma

3,8. Enquanto isso, o Pará tem proporção de 21,7 e o

grande concentração na região Sudeste, que respon-

Maranhão apresenta 26,7 habitantes por veículo, ocu-

de por 55% do mercado, sendo que o estado de São

pando os últimos lugares.


muitíssimo mais brandas do que

Representação da Frota

os atuais. Dessa forma, conhecer a idade média da frota brasileira pode trazer um parâmetro para se avaliar a necessidade de ainda se utilizarem óleos lubrificantes projetados para veículos mais antigos. De acordo com dados do Sindipeças, 42% da frota atual de automóveis têm menos de 5 anos de idade, e 96% não ultrapassam os 15 anos de fabricação, levando

Total de veículos 32.492.390

a um número de idade média do total de automóveis da ordem de 8

Top Five 69%

anos e 9 meses. Já para os veículos

Total por região 22% 55% 8% 3,2% 12%

1° 35% 2° 11% 3° 8,4%

pesados, movidos a Diesel, a idade

4° 8% 5° 7,9%

leves reduziram sua idade média

média fica em torno dos 9 anos e 9 meses, enquanto os comerciais para 7 anos e 8 meses. Vale lembrar que o mercado de motocicletas, por suas características bem diferen-

Fonte: SIF-Sindipeças

ciadas, principalmente nos últimos A idade da frota

respectivamente, quando os veícu-

anos, tem uma idade média de ape-

los fabricados tinham exigências

nas 4 anos e 11 meses.

Um dos pontos muito impor-

Qual a idade da frota?

tantes para a indústria de lubrificantes é a determinação da idade da frota brasileira, principalmente para a avaliação do nível de quali-

4%

42%

dade e desempenho mínimo a que

Idade da frota

os óleos automotivos devem atender. A ANP, em sua Resolução nº 10 de 2007, determina que o nível

de 1 a 5 anos de 6 a 10 anos de 11 a 15 anos de 16 a 20 anos mais de 20 anos

13%

mínimo exigido no Brasil ainda é o grau API SF para automóveis e API CF para veículos pesados, ou seus equivalentes na classificação eu-

20%

ropeia ACEA. Essas classificações foram introduzidas em 1980 e 1994,

21%

Fonte: SIF-Sindipeças


Explosão de diversidade

Crescimento das montadoras Até 1990, havia seis monta20

doras instaladas no Brasil, número

17

que subiu para 17 em 2010, com 15

um contínuo interesse de investi-

12

dores internacionais no segmento 10

automotivo.

6

O mercado brasileiro expe5

rimentou, nos últimos dez anos, um aumento muito significativo do número de modelos oferecidos pelas fábricas de veículos, com aproximadamente 95% de cresci-

0

Idade da frota 1990 Importados compõem frota nacional (Interesse de multinacionais investirem no Brasil) 2000 Novas montadoras se instalam no país 2010 Brasil continua sendo foco de investidores internacionais neste segmento

mento nesse período e 4.091 modelos oferecidos em 2010. É importante considerar também que

Fonte: SIF-Sindipeças

Cresce frota de veículos multicombustíveis

o número de veículos importados tem aumentado constantemente ao longo dos últimos 5 anos, sig-

80

nificando atualmente 11,3% da

70

frota nacional. Nessa explosão de diversida-

% de veículos

60

de da frota brasilerira, é importan-

50

te destacar o crescimento da frota

40

de veículos multicombustíveis, ou

30

seja, os chamados flex, aqueles que podem ser abastecidos com

20

mais de um combustível, inde-

10

pendente da proporção. Em 2010,

0

87% dos veículos leves foram 2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

produzidos com tecnologia flex, e toda sua produção destinada

Bicombustíveis Álcool

ao mercado interno. Atualmente, Diesel

Gasolina

segundo dados do Sindipeças, o

Em 2010, 87% dos veículos leves foram produzidos com tecnologia flex

Brasil possui quase 12 milhões de

(produção destinada ao mercado interno)

veículos multicombustíveis rodan-

2006: 2.184.636 veículos / 2010: 11.917.604 veículos

Fonte: SIF-Sindipeças

Bicombustível

do, contra cerca de 2,18 milhões existentes em 2006.


Motocicletas: crescimento de dois

cilindradas, constituem 79% da fro-

de 10% ao ano, o que leva o nú-

dígitos há mais de 10 anos

ta nacional, sendo que 59% desse

mero da frota em 2015 para cerca

número são as de 125 cc.

de 15,5 milhões de unidades.

Trabalho e lazer têm motivado

A renovação acelerada conti-

o segmento de motocicletas, que

nuará a exigir cada vez mais óleos

aumenta de forma extraordinária

O futuro da frota brasileira

nesses últimos dez anos, atingindo

lubrificantes de qualidade superior, para atender aos requisitos de mo-

a marca de 325% de crescimento

Fontes do mercado e estima-

tores modernos, e o Brasil precisa

no período, tendo, todos os anos,

tivas do Sindipeças trabalham com

estar preparado para produzir es-

apresentado números percentuais

uma perspectiva de crescimento

ses óleos, investindo em tecnologia

de dois dígitos para sua evolução.

médio de 7,4% ao ano para a frota

e melhoria da qualidade na produ-

Ao fechar o ano de 2010 com 10,6

brasileira de veículos, a partir de

ção de básicos que suportem essa

milhões de motos em circulação, a

2011. Assim sendo, podemos es-

demanda futura.

frota brasileira se mostra bastante

perar, para o ano de 2015, uma

jovem, com cerca de 62% compos-

frota superior a 46,5 milhões de

tos de veículos com menos de 5

veículos, entre automóveis, comer-

em lubrificantes e co-

anos de idade, e uma idade média

ciais leves, caminhões e ônibus.

ordenador da Comis-

geral de 4 anos e 11 meses. As mo-

Para as motocicletas, a estimativa

são de Lubrificantes e

tos menores, acima de 100 até 200

continua ser de um crescimento

Aditivos para óleo lubrificante

Pedro Nelson Belmiro é consultor técnico

Lubrificação do IBP

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Biodiesel provoca sinal de alerta! Impacto do uso do biodiesel nas propriedades dos lubrificantes

Por: Roberta M.Teixeira, Sergio Luiz C. Viscardi, Vanessa B. Zanatta e Gustavo G. Alves

A

demanda energética global, as mudanças climáticas e os acordos mundiais para redução de GHG apontam para a introdução, cada vez maior, do uso de recursos renováveis na geração de energia. No mercado automotivo, os bio-

combustíveis vêm ocupando posição de destaque com o uso de etanol e biodiesel. Atualmente no Brasil, por legislação, todo o diesel comercializado em território nacional deverá conter 5% de biodiesel, havendo uma tendência para o aumento desse teor. O biodiesel é um combustível obtido de fontes renováveis com algumas propriedades que o diferenciam do diesel de petróleo. Por ser produzido através da transesterificação de óleos vegetais e/ou gorduras animais, em sua composição predominam ésteres de ácidos graxos de cadeias de 18 carbonos (Figura 1). Já o diesel, por ser

10


Propriedades como a tensão superficial, a mas100

sa específica e a viscosidade do biodiesel são maio-

Massa %

90 80

res no biodiesel que no diesel (Figura 3). Essas dife-

70

renças podem afetar o tamanho das gotas na pulve-

60

rização do combustível, uma vez que os sistemas de

50

injeção são normalmente projetados com base nas

40 30

propriedades do diesel. Um spray de combustível

20

com gotas maiores pode causar maiores níveis de

10

diluição do lubrificante devido à maior passagem de

0 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

combustível para o cárter (Figura 4).

Número de carbono Figura 1 - Composição em átomos de carbono do biodiesel

Tensão de Superfície 30

Diesel - Tamanho normal das gotículas

25 20

12

15

10

Gravidade Específica

Massa %

0,89

8

0,86 0,83

6

0,8

4

Viscosidade, cSt@ 100°C 3

2

Gotículas maiores de pulverização de combustível

2

0

1

9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Número de carbono Figura 2 – Composição em átomos de carbono do diesel

uma fração da destilação do petróleo, possui uma distribuição de hidrocarbonetos cujas cadeias po-

0

Propriedades do biodísel levados a um alto nível de diluição do combustível

Figura 3 – Propriedades do biodiesel que favorecem maior diluição (Morcos et al, 2009)

Tempo de injeção Convencional

Injeção tardia

dem variar de 9 a 28 átomos de carbono (Figura 2). As diferenças de composição química impactam diretamente nas propriedades dos combustíveis. Aumento da umidade da parede

Devido à maior distribuição de tamanho das cadeias de carbono no diesel, grande parte das

Entrada de combustível no cárter

frações leves e médias consegue evaporar a temperaturas inferiores às de serviço do motor. Já o biodiesel, uma vez que sua composição se remete quase que apenas a um tamanho de cadeia, tende a evaporar em temperaturas superiores quando comparado ao diesel.

Figura 4 – Sistema de pós-injeção (Morcos et al, 2009)

11


Uma maior passagem de combustível para o

Lubrificante

cárter, unida ao fato de que o biodiesel pouco evapora nas temperaturas de serviço do motor, pode-

O óleo lubrificante utilizado nos veículos era de

rá provocar uma maior diluição do lubrificante por

origem mineral classificação SAE 15W40 API CI-4/

biodiesel.

SL, cujos valores típicos das principais proprieda-

Quando contaminado em níveis elevados por

des encontram-se na Tabela 1.

biodiesel, o lubrificante terá suas propriedades afetadas devido à ocorrência de oxidação, corro-

Parâmetros

são, alterações na viscosidade, redução da reser-

Viscosidade a 100°C, cSt

15

va alcalina, aumento do CCS e depósitos no cárter

Viscosidade a 40°C, cSt

100

Ponto de Fulgor, °C

218

TBN, mgKOH/g

12

e/ou pistões. Tomando-se como base todas as diferenças descritas acima, associadas ao maior uso

Valor típico

Tabela 1 – Valores típicos para o óleo lubrificante aplicado

do biodiesel na matriz energética mundial, visualiza-se uma demanda por pesquisas sobre

Ensaios

o impacto do uso do biodiesel no desempenho dos lubrificantes, bem como na mistura diesel/

Os ensaios realizados nas amostras de lubrifican-

biodiesel. Dessa forma, o objetivo deste traba-

te usado foram viscosidade a 40°C (ASTM D445), fuli-

lho foi avaliar o uso de uma metodologia para a

gem (FTIR), diluição e ponto de fulgor (ASTM D93).

identificação/quantificação da diluição do óleo lubrificante por biodiesel.

Atualmente, as metodologias convencionais que determinam a diluição por combustível (diesel) no óleo lubrificante são espectrometria de infravermelho e determinação indireta por ponto de fulgor

METODOLOGIA

em vaso fechado. Esta última torna-se pouco aplicável, uma vez que o ponto de fulgor do biodiesel é

Veículos

muito superior ao do diesel. A metodologia convencional para a determinação

As amostras de lubrificantes avaliadas nes-

da diluição por biodiesel é a espectrometria de infra-

te estudo foram coletadas de um teste de campo que utilizou veículos de frota urbana de transporte coletivo. Os motores foram fabricados entre 2008 e 2009 atendendo à fase P5 do CONAMA

A

3,6

Biodiesel

(Euro III). O desenho contava com 4 veículos

3,2 2,8

Biodiesel

2,4

abastecidos com Diesel B5 (diesel S50 adicio-

2,0

nado de 5% de biodiesel) e 4 veículos abastecidos com B20 (diesel S50 adicionado de 5% de

3,96

1,6

Diesel Oxidação

1,2

Oxidação

biodiesel). A troca de óleo era praticada a cada

0,81 4000 3600 3200 2800 2400 2000 1800 1600 1400 1200 1000 800

600

em-1

35.000 km. Foram coletadas amostras de dreno, aproximadamente na metade do período de tro-

Figura 5 – Espectro de infravermelho de lubrificante com diluição

ca (intermediárias).

por biodiesel

12


vermelho (FTIR). Resultados obtidos por esta técnica

225

tendem a sofrer interferências quando o lubrificante apresentar oxidação, uma vez que ambos possuem

dades do lubrificante estão relacionadas à di-

90

1,0

45

luição por biodiesel, foi necessário aplicar uma metodologia mais robusta, ou seja, que apresen-

0

tasse menor interferência de matriz. Para tal foi

0,0 12.493

35.000

tor por ionização de chama (GC-FID). Tomou-se como referência o método ASTM D3524, o qual ça de biodiesel no lubrificante usado. A Figura

26.333

35.000

Fuligem (Abs/0,1mm)

Diluição (%)

V@40°C (cSt)

Fulgor (°C)

Diluição B100 (%)

Figura 7 – Análise do lubrificante do veículo B5

6 apresenta um cromatograma obtido de uma

210

amostra de lubrificante de veículo que operava

10

180

V@40, Fulgor

com diesel B20.

1,0 0,8

Resposta GCFID (Volts)

37.483

Km óleo

escolhida a cromatografia gasosa com detec-

foi adaptado para detectar e quantificar a presen-

FAME

8

150 6

120 90

4

60 2

30

0,6

0

0

0,4

Diluição, Fuligem

Para investigar se as alterações nas proprie-

2,0

135

Diluição, Fuligem

cm-1, devido à presença de carbonilas (Figura 5).

180

V@40, Fulgor

componentes que absorvem energia na região de 1745

3,0

11.898

35.000

35.600

23.120

35.000

Km óleo

0,2 0,0 n-C10 (IS)

0

5

B100

10

15

Fuligem (Abs/0,1mm)

Diluição (%)

V@40°C (cSt)

Fulgor (°C)

Diluição B100 (%)

Óleo

20

25

30

35

Figura 8 – Análise do lubrificante do veículo B20

Tempo de retenção (min.)

tam amostras de dreno (troca de óleo), e o restante Figura 6 – Cromatograma (GC-FID) de uma amostra de lubrificante usado

são amostragens intermediárias. Com base nos resultados obtidos, é possível

RESULTADOS

verificar que houve uma redução na viscosidade do lubrificante do veículo B20, ao passo que o produto

As Figuras 7 e 8 apresentam os resultados da análise do lubrificante obtidos para os veículos que

utilizado no veículo B5 apresentou valores dentro da especificação.

operaram com combustível B5 e B20, respectiva-

A fuligem presente no lubrificante do veículo B20

mente. Os valores em torno de 35.000 km represen-

apresentou valores inferiores quando comparados aos 13


Amostra

Km lubrificante

% diesel

% biodiesel

% diluição total

Intermediária

12.493

0,5

1,64

2,14

1ª troca

35.000

1,5

1,11

2,61

2ª troca

37.483

0,1

0,87

0,97

Intermediária

26.333

0,2

0,62

0,82

3ª troca

35.000

0,2

1,87

2,07

Figura 6 – Cromatograma (GC-FID) de uma amostra de lubrificante usado

Amostra

Km lubrificante

% diesel

% biodiesel

% diluição total

Intermediária

11.898

1,0

2,96

3,96

1ª troca

35.000

0,8

5,21

6,01

2ª troca

35.600

2,0

7,63

9,63

Intermediária

23.120

1,8

5,11

6,91

3ª troca

35.000

1,6

6,19

7,79

Figura 6 – Cromatograma (GC-FID) de uma amostra de lubrificante usado

resultados do veículo B5. Essa vantagem no uso do

luição do lubrificante. A presença de biodiesel no

B20 já foi apontada por diversos autores, indicando

lubrificante pode prejudicar seu desempenho e du-

uma combustão mais eficiente do biocombustível.

rabilidade no motor.

A diluição por diesel apresentou valores infe-

Por ser um produto biodegradável, higroscópi-

riores a 2% em ambos os veículos. Já a diluição por

co e instável a variações de temperatura e umidade,

biodiesel foi muito mais presente no veículo que

o biodiesel poderá ocasionar a formação de borras

operava com B20. Como o ponto de fulgor não so-

no cárter. Salienta-se que, quando oriundo de óleo

freu alteração significativa em ambos os veículos,

de soja, contém alto teor de componentes insatura-

é possível dizer que esse parâmetro não será mais

dos, exigindo um maior consumo de aditivação an-

significativo para a avaliação da diluição na análise

tioxidante a fim de evitar a formação de depósitos.

de lubrificantes usados, com o aumento do percen-

Quando oriundo de sebo animal, poderá alterar as

tual de biodiesel na mistura Bx.

condições de partida a frio (CCS).

As Tabelas 2 e 3 apresentam os dados de di-

A tendência de aumentos no teor de biodiesel

luição por diesel, biodiesel e o somatório das dilui-

no diesel aponta a necessidade da aplicação de

ções do lubrificante utilizado em cada veículo. Cabe

novas técnicas para avaliação das condições do

salientar, que o veículo que operava com o diesel

desempenho do lubrificante. Faz-se necessária a

B20 apresentou uma amostra de lubrificante com

reavaliação do período de troca, bem como me-

diluição próxima a 10%, com predominância de bio-

lhorias no desempenho dos lubrificantes (compo-

diesel (2ª troca).

sição de óleos básicos e aditivos) para atender a esta nova demanda.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Roberta M.Teixeira, Sergio Luiz C. Viscardi, Vanessa B. Zanatta

Como pôde ser verificado, o aumento do teor de biodiesel nas misturas Bx induz a uma maior di14

e Gustavo G. Alves são do Centro de Tecnologia Aplicada e da Qualidade - CTAQ Ipiranga Produtos de Petróleo S.A


15


S.M.S.

S.M.S.

SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Uma Integração Estratégica

O VOO DA ÁGUIA, A SEGURANÇA E A SAÚDE NO TRABALHO Por: Newton Richa

No artigo “Voo da águia?”, publicado

em

O

Globo

de

Empresas de Navegação Marítima

11.12.2010, o representante do

Brasil no FMI, economista Paulo

Brasileira das Empresas de Apoio

Nogueira Batista Jr., prognosti-

Marítimo – ABEAM e a Associação

cou que o país iniciou um proces-

Brasileira

so de desenvolvimento de longo

Cabotagem – ABAC alertam para a

prazo. Segundo o articulista, o

escassez de mão de obra para as

desafio para manter o vôo da

atividades de Marinha Mercante.

águia é equilibrar o crescimento

Tal escassez está ocorrendo em

com o controle da inflação e das

grande número de empresas em

contas externas, a primeira tarefa

todo o país, impondo-se como

do novo governo em 2011 na ge-

obstáculo aos avanços pretendi-

ração de empregos, redução da

dos no desenvolvimento nacional.

pobreza e superação do subde-

Esse aspecto constitui um im-

senvolvimento.

portante desafio a ser superado

SYNDARMA,

dos

a

Associação

Armadores

de

Para que isso aconteça, o

para que o país possa aproveitar

país precisa capacitar-se a pro-

as oportunidades atuais e futu-

duzir mais e melhor, o que depen-

ras. Isso significa que é essen-

de de um esforço combinado de

cial proteger efetivamente contra

todos os setores da sociedade

acidentes e doenças do trabalho

brasileira. Nessa perspectiva, a

os contingentes de trabalhadores

proteção da população economi-

existentes e em formação.

camente ativa do país mostra-se estratégica.

16

Risco, o Sindicato Nacional das

Darc Costa, em seu livro Fundamentos para o Estudo da

Apesar do grande esforço

Estratégia Nacional, enfatiza a

de formação profissional nos úl-

importância do incremento da

timos anos, há, ainda, lacunas

produção de energia para que o

importantes, principalmente em

desenvolvimento da América do

diversas áreas da Engenharia e

Sul se aproxime dos níveis de de-

em profissões de nível técnico.

senvolvimento da Europa atual.

Em recente Informe Publicitário

Alerta o autor que arregimentar

intitulado

um contingente de pessoas ade-

O

Pré-Sal

está

em


S.M.S. quadamente

capacitadas

Organização Internacional

As doenças ocupacionais e as lesões causadas por acidentes do trabalho resultaram em uma perda de cerca de 4% do PIB europeu.

para levar a cabo um intenso programa de desenvolvimento industrial da região poderá ser um obstáculo maior do que a inversão de capital necessário. Os acidentes e doenças do trabalho geram pesado ônus para a sociedade na

Brasil em 1994. Os

aspectos

de

Segurança e Saúde no Trabalho

previstos

na

Consolidação

das

Leis

do

são

de-

Trabalho

talhados

em

Normas

Regulamentadoras. Sob a

maioria dos países. Segundo

coordenação do Ministério

o

do Trabalho e Emprego,

Relatório

Europeu

de

Saúde de 2009 (The European

4

do Trabalho, adotada pelo

tais regulamentos são elabo-

Health Report 2009), a exposição

Pelo exposto, fica claro que

rados e atualizados com a parti-

perigosa no local de trabalho está

a efetiva proteção da força de

cipação de representantes dos

entre os 10 fatores de risco mais

trabalho brasileira contra aciden-

empregadores, dos trabalhado-

importantes que afetam a carga

tes e doenças deve constituir alta

res e do governo, conforme re-

global de doenças no continente.

prioridade para todos os segmen-

comendado

O documento aponta que a cada

tos da sociedade comprometidos

Internacional do Trabalho (OIT).

ano cerca de 300.000 pessoas

com o desenvolvimento sustentá-

Estão em vigor, no momento, 33

morrem de doenças ocupacionais

vel do país. Reforçando essa pro-

Normas

e 27.000 de acidentes de trabalho

posição, a Agência Europeia para

Segurança e Saúde no Trabalho.

na região. As doenças ocupacio-

Segurança e Saúde no Trabalho

Neste momento de alta expec-

nais e as lesões causadas por aci-

enfatiza que “quanto mais compe-

tativa internacional em relação ao

dentes do trabalho resultaram em

titiva é a empresa e quanto mais

Brasil, temos a convicção de que

uma perda de cerca de 4% do PIB

competitivo é o país, melhores

o aperfeiçoamento permanente do

europeu.

são as condições de trabalho.”

arcabouço legal de Segurança e

No

Brasil,

Regulamentadoras

de

Na dimensão legal, o direi-

Saúde no Trabalho e seu cumpri-

registrou

to ao trabalho seguro e saudá-

mento criterioso podem nos ajudar

653.090 acidentes do trabalho,

vel está previsto na Constituição

a criar, reforçar e ampliar as ações

8.504 casos de incapacidade

Federal de 1988, no Código Civil

de proteção do capital humano

permanente e 2.804 óbitos en-

Brasileiro, na Consolidação das

nacional, contribuindo efetivamen-

tre os trabalhadores segurados.

Leis do Trabalho, na Lei 8080, que

te para a realização do tão almeja-

Esses números alarmantes não

inclui ações na área de Saúde do

do “voo da águia”.

incluem os trabalhadores autôno-

Trabalhador no campo de atua-

mos e os trabalhadores informais,

ção do Sistema Único de Saúde

constituindo apenas uma fração

(SUS) e em convenções interna-

do enorme impacto social e eco-

cionais firmadas pelo Brasil, como

do Instituto Brasileiro

nômico sobre a sociedade brasi-

a Convenção 155 - Segurança e

de Petróleo, Gás e

leira naquele ano.

Saúde dos Trabalhadores, da

Biocombustíveis - IBP

Social

2007,

Organização

a

Previdência

em

pela

Newton Richa é Médico do Trabalho e Consultor de SMS

17


Como Arruinar o seu Sistema Hidráulico Lentamente Uma abordagem irônica e contundente das práticas de manutenção que podem destruir um sistema hidráulico.

Por: Antônio Traversso Jr.

E

m diversas ocasiões, tive a oportunidade

alguma maneira, esta práxis tenha alguma intencio-

de inspecionar e conhecer as práticas

nalidade ou estratégia embutida. Esses sistemas,

operacionais de diversos clientes na

mesmo sendo “mal tratados”, levam muitos anos

manutenção e operação de grandes

para apresentar os primeiros distúrbios/sintomas

sistemas de movimentação, de transmissão de

e, dessa forma, têm as causas e práticas indutoras

potência e de controle que utilizam subsistemas

dos problemas pouco analisadas ou relacionadas.

hidráulicos.

grande

Assim sendo, para “colaborar” proponho abaixo al-

quantidade desses sistemas com baixa confiabilidade

gumas práticas usuais para a missão de arruinar

e custos crescentes de manutenção, principalmente

os sistemas hidráulicos lentamente, na melhor forma

devido à baixa qualidade e até inexistência de rotinas

de inviabilizar os sistemas maiores, dos quais esses

de manutenção consistentes.

hidráulicos fazem parte.

Chamou-me

a

atenção

a

Por vezes são turbinas em hidrelétricas/termelétricas com problemas de controle de velocidade, ou guindastes industriais com comportamento er-

As Práticas

rático, ou mesmo grandes sistemas de movimentação e controle no off-shore. Todos eles unidos pela

Elimine a manutenção preditiva

mesma realidade, isto é, pouco ou nenhum controle

Pense somente no aqui e agora, isto é, na redu-

sobre os subsistemas hidráulicos.

ção imediata de custos de manutenção; afinal, com

Como isso não advém de desconhecimento

equipamentos tão robustos, completos e inteligen-

técnico, desinteresse ou descaso, suponho que, de

tes, a demanda por manutenção preditiva é des-

18


necessária e supérflua, mesmo em se tratando de equipamentos críticos. Mantenedores não especializados Contrate ou utilize de mantenedores sem conhecimento básico em hidráulica, mecânica dos fluidos, de lubrificação e técnicas de inspeção/controle. O profissional de manutenção sem uma sólida base de conhecimentos, treinamento e atualização sistemática é um forte fator no start do processo de falha. Para auxiliar esse processo, nunca utilize práticas de remuneração por resultados ou bonificação por

Foto 1 - Bombona contaminada

metas atingidas por equipes. Incentivos nem pensar, pois pode atrapalhar.

mentas manuais; afinal são utensílios e ferramentas que podem ser repostos sem maiores problemas. É

Ferramental de Lubrificação Barato

um bom “equívoco” para apressar a contaminação

Utilize ferramentas e materiais baratos para a lubri-

dos sistemas hidráulicos por destruição generali-

ficação, como bombonas recicladas para o fluido

zada da limpeza interna e estrutural dos elementos

hidráulico, funis, chaves, alicates e outras ferra-

em movimento relativo e de fixação, como porcas,

19


Na armazenagem dos elementos filtrantes, pode deixá-los em qualquer lugar sem proteção especial ou sacos herméticos selados para evitar a contaminação dos mesmos antes da utilização. Fluidos baratos Utilize fluidos hidráulicos baratos, pois são todos quase iguais; afinal os ingredientes como óleos básicos e aditivos vêm da mesma fonte, não há por que Foto 2 - Armário de Lubrificação

utilizar um fluido hidráulico de fornecedor reconhecidamente idôneo. Não leve a sério fornecedor que

parafusos, braçadeiras, conexões etc. Outra forma

trabalhe com óleos básicos severamente tratados,

de baratear os utensílios é permitir que se use ma-

aditivos de alta qualidade e que façam controle de

terial obsoleto.

contaminação em seus produtos, além de utilizarem embalagens especiais. Ignore o acompanhamento e

Armazenagem em qualquer lugar

advertência da ANP, em 2010, sobre a percentagem

Mantenha o seu armazém de fluidos em um local

de 20% dos lubrificantes comercializados no Brasil

bem acessível, mesmo que esse local não seja pro-

estarem fora de especificação.

tegido de intempéries, névoas, poeiras, sprays etc. Se o local não tiver telhado é até melhor, pois se

Filtragem de fluidos

conseguirá mais de 300 ppm de água no fluido hi-

Nunca filtre os fluidos, seja no abastecimento dos

dráulico rapidamente dentro do tambor, antes mes-

sistemas, seja na reposição, ou seja, na prevenção

mo do uso. Havendo um pátio com piso de brita e

durante o uso; afinal os fluidos vêm limpos das fá-

de produtos e pós-químicos, tanto melhor; só não

bricas e as embalagens são herméticas o suficiente

armazene muito próximo, pois pode acelerar de-

para protegê-los. Além disso, durante o uso, os fil-

mais a ruína do sistema hidráulico.

tros dos sistemas hidráulicos estão ali para filtrar na medida necessária. Esta é uma crença extremamente necessária e válida para se atingir a missão inicial. Amostragem do fluido hidráulico Nem pensar, elimine a amostragem dos fluidos simultaneamente à manutenção preditiva. É uma prática desnecessária se o objetivo é ser pego de surpresa com um travamento de movimento, uma perda de controle de velocidade, a destruição de uma bomba hidráulica, ou um shutdown de um equipamento. Se o fornecedor do fluido hidráulico oferecer um programa de acompanhamento através de análise do óleo,

Foto 3 - Tambores ao Tempo

20

decline, é custo e pode atrapalhar os “planos”.


Leitura de Manual do Equipamento

bastante eco em equipes que nunca ouviram falar

Não leia o manual do equipamento para estabelecer

nas normas ISO 4406, ISO 4407, NAS 1638, razão

um conhecimento mínimo do sistema e um plano de

Beta, Eficiência de filtragem, filtragem nominal, fil-

manutenção viável. Só leia o manual de manutenção

tragem absoluta, Delta P máximo, procedimento ou

do sistema hidráulico se não houver saída, isto é,

rotina de checagem de filtros, recomendação do fa-

quando a confiabilidade despencar, ou o custo de

bricante do sistema etc.

reparo disparar, ou o gerente demonstrar algum instinto primitivo.

Use vents atmosféricos Use somente vents atmosféricos nos reservatórios,

Gerenciamento de Filtros

ainda que o sistema tenha uma excelente malha de

Não gerencie os filtros do sistema. Os filtros utili-

controle e filtros absolutos superdimensionados; afi-

zados são superdimensionados e podem durar por

nal esses filtros controlarão tudo e não permitirão que

muitos e muitos anos. Quando tiver que trocar os

o sistema seja contaminado, ainda que o reservató-

elementos filtrantes use filtros mais baratos; afinal

rio do sistema hidráulico esteja em um nível de lim-

são todos iguais. Há raciocínios mais ou menos as-

peza inadequado ou demande um nível de limpeza

sim: para que utilizar um elemento filtrante caríssi-

18/16/13 ou menor. Ótimo argumento para abreviar a

mo de 5 micra se posso utilizar um filtro de 5 micra

vida dos filtros, aumentar a taxa de oxidação do óleo

muito mais barato? Reflexão poderosa que encontra

e acelerar a taxa de corrosão do reservatório.

21


por uma evidência de permutador furado. Se quiser ser radical coloque um plug na válvula de drenagem e aplique torque máximo. Nunca mais ninguém tira! Mangueiras Hidráulicas Não troque as mangueiras hidráulicas em base preventiva. Se alguma romper reponha uma nova sem descontaminá-la ou limpá-la com a passagem de um pig. Não se preocupe com a crimpagem/conformação das terminações, as abraçadeiras podem substituí-las. Foto 4 - Vent atmosférico

Tomadores de Pressão Não utilize os tomadores de pressão ao longo do sis-

Drenagem de Reservatório

tema, como válvulas de amostragem, nos diagnós-

Não drene ou verifique a presença de água no re-

ticos preditivos, pois não é necessário; afinal tirar

servatório em base regular. Somente drene se tiver

amostras para quê? Já recomendamos banir isso em

uma evidência, como a falha catastrófica, de uma

uma das práticas acima. Pintá-los é o melhor negó-

bomba anuncio_2.ai hidráulica por contaminação com água ou 26.04.11 10:45:07

cio, pois impedirá algum desavisado de utilizá-los.

22


Pesquisa na Internet Não pesquise na internet sites ou fóruns especializados em que se possam conhecer as novidades, novas tecnologias ou novos materiais, pois isso pode atrasar os objetivos, isto é, alcançar a perda da confiabilidade. É claro que nenhum profissional de manutenção sério vai fazer o que foi sugerido acima; entretanto, de uma forma ou de outra, em função de diversas circunstâncias, tenho verificado que algumas dessas práticas, em algum nível, são feitas. Sabemos que a manutenção lida cada vez mais com Foto 5 - Tomador de pressão em bloco hidráulico

a multiplicidade de tarefas, em ambientes com toda sorte de escassez de recursos, mas isso não pode servir de pretexto ou justificativa para omissões, descuidos ou abandonos tácitos. A consequência nefasta dessa(s) prática(s) é a desmontagem lenta e inexorável da confiabilidade e da própria vida dos grandes sistemas, principalmente através dos sensíveis e precisos subsistemas hidráulicos.

Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Consultor Sênior de Lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora. Foto 6 - Tomador de pressão em tubulação

23


Tratores

Especificando o fluido certo Por: Rodolfo Ferreira

A

demanda por produtos agrícolas no

mundo

segue

em

franco

crescimento. Além da necessidade de

também

o

produção aumento

de da

alimentos,

produção

de

biocombustíveis. A agricultura, que por milhares de anos foi uma das atividades humanas mais rudimentares, hoje é um setor produtivo com elevada mecanização. O trator ocupa, sem dúvida, o principal papel no maquinário da agroindústria. A eficiência no preparo da terra e na colheita de muitas variedades de cultivo dependem deste equipamento. O sistema de lubrificação dos

trato-

res, visto de

ma-

neira simplifica-

24


da, pode ser dividido em duas partes principais: motor e transmissão. A primeira não difere do que já é conhecido no segmento de veículos de carga, ou seja, motores ciclo diesel com lubrificação via cárter. E as especificações dos lubrificantes também são as mesmas do segmento automotivo. A grande peculiaridade dos tratores é o sistema de transmissão. Essa parte tem a sua lubrificação integrada com vários mecanismos funcionais do equipamento, como freios, comandos de roda, sistemas hidráulicos e tomada de força. Nos parágrafos que seguem, vamos dar um enfoque especial ao óleo de transmissão e mostrar suas principais características. Entre os formuladores são conhecidas várias siglas para designar o óleo para transmissões de tratores: UTTO (Universal Tractor Transmission Oil), THF (Tractor Hydraulic Fluid), TOU (Tractor Oil Universal), STOU (Super Tractor Oil Universal), entre outras. Primeiro é importante entender que nesse universo de siglas há dois tipos de lubrificantes. O primeiro, de maior utilização no mundo, é o óleo que banha a transmissão e as outras partes funcionais descritas anteriormente. Para esse as siglas UTTO e THF são apropriadas. O segundo tipo corresponde a uma tecnologia que pode ser utilizada em todas as partes do equipamento, inclusive no motor. Essa categoria de lubrificantes conhecida como TOU ou STOU é ainda bastante utilizada na Europa. Logísticamente o conceito é interessante, pois reduz o número de itens do inventário de uma fazenda. No entanto, sua utilização no restante do mundo não teve muito sucesso. Parte disso talvez se explique pela significativa diferença de preço entre óleos de

Característica funcional

Importantes para

Reduzir o desgaste e proteger contra o efeito de extrema pressão (EP)

Sistemas hidráulicos, engrenagens (transmissão, comandos de roda)

Atuar como fluido de resfriamento

Freios úmidos

Propriedades de atrito balanceados para evitar o deslizamento de partes sincronizadas e freios ou travamento prematuro

Transmissão (sincronizadores), freios úmidos, sistema de tomada de força, embreagem banhada a óleo

Elevada estabilidade térmica e oxidativa

Todo o sistema

Prevenção de ferrugem e proteção das ligas de metais amarelos

Todo o sistema, especialmente para pistões de bombas hidráulicas (evita a perda de metal amarelo)

Resistir à formação de depósitos

Todo o sitema, em especial para os de tomada de força (evitar depósito nas embreagens que acionam o sistema)

Tabela 1

25


motor e de transmissão em muitos

Especificações atuais

mercados.

Especificações obsoletas correspondentes

Por atuar em vários mecanismos do trator, o óleo de trans-

AGCO: Massey Ferguson M-1145, M-1143, M-1141, M-1138, M-1135, Permatran III, White Q-1826

Massey Ferguson: M-1110, 1127 A & B, 1129A Permatran, 1139. Oliver: Type 55,5J. New Idea Q1802. Minneapolis-Moline/White: Q-1705, 1722, 1766, 1766B (UTHF), 1802. Deutz: Hyd Trans Fluid, Deutz-Allis 25743, Allis-Chalmers PowerFluid PF-821 XL, 257541, 246634 Hydr Trans Fluid. Landini Tractor Hydr Fluid. AGCO-Allis

Allison C-4 (como parte do programa JD20C)

Allison C-2, C-3

características desse produto e

API GL-4

API GL-4

pontos de atuação são aborda-

Case New Holland (MAT 3525 & 3526), ESN M2C86B

FNHA-2-C-200, FNHA-2-C-201, JI Case MS-1216, MS-1317, MS-143 thru - 145 (TCH Fluid), MS-185 (TFD Fluid), M2CA thru C, ESN-M2C134A, B, C, D, ESN-M2C-774, ESN-M2C86-A & C, ESN-M2C-41B, ESN-M2C43, ESN-M2C-48B & C, ESN-M2C53-A & B, ESN-142A, ESN-M2C143, ESN-M2C92A, ESN-M2C159A, B & C, International Farmall JIC-143 thru-145, JIC 185. Versalite Gear & Hydr Trans Fluid, 23M & 24M. Renk-Doromat 873 or 874 A/B Bus Automatic Trans Fluid. Fiat Hesston AF-87. Valtractores, Steiger HTF (SEMS 17001)

Case New Holland (MAT 3505)

JI Case MS-1204 thru-1206 (Powergard PFT), 1207 (HyTran Plus), -1209 (HyTran Ultra or Multi Tran), JI Case MS-1210, IHC B-5 (International Harvester), B-6 Hy-Tran

Eaton Vickers (Mobil hydraulic systems according to Brochure 694 using procedure ATS-373 with 35VQ25 pump) in Group I base oil

Sperry Vickers/Eaton I-286-S & M2950S

JCMAS (Japonese Construction Mechanization Association, HKP-041 & -P042)

____________

John Deere J-20C/D

John Deere: J14 (A,B,C), JTD303, J20A/B HyGard, J121A, Quatrol

Kubota UDT

M80B, Super UDT, Yanmar

Komatsu

______

Parker (Denison UTTO, HF-0 thru-02) in Group I base oil

_______

mento com vida útil longa, ainda

Volvo (VCE 1273.03 and WB101)

_______

ocorre a procura por fluidos que

ZF TE-ML-03E, -05, & -05E

Steiger Hydr Trans Fluid

_____

Sauer Sunstrand/Danfoss Hydro Static Trans Fluid

missão tem um balanceamento de propriedades bem complexo. Ele precisa ser multifuncional e trabalhar como óleo de engrenagem, agente de sincronização e óleo hidráulico. As principais

dos na tabela 1. Desde o fim do século XIX até meados do XX, surgiram muitos fabricantes de tratores no mundo, principalmente nos Estados Unidos e Europa. A partir da segunda metade do século passado se observou a consolidação crescente da indústria em um número menor de empresas, resultado da fusão de diversas marcas. Esse movimento foi mais intenso a partir dos anos de 1970. Surgiram então grandes companhias que consolidaram as tecnologias e o histórico de dezenas de fabricantes. Atualmente estima-se que apenas quatro fabricantes possuam cerca de dois terços do mercado mundial de tratores. Como o trator é um equipa-

atendam às especificações de equipamentos não mais fabricados. E é extenso o histórico deixado pelas marcas que formaram as 26

Tabela 2 - Fonte: Afton Chemical


• Maior pressão hidráulica em Vendas no mercado interno de tratores agrícolas

operação. O tratores

80

62,8

70 Milhares

60

48,8

50

vem

nacional

de

experimentan-

do um expressivo crescimento nos últimos anos. De acordo com os números publicados pela Associação Nacional

35

40 30

50,1

mercado

dos

23,3

Fabricantes

de

Veículos

Automotores (ANFAVEA), em sua

20

página na internet, as vendas de

10

equipamentos no mercado inter-

0 2006

2007

2008

2009

2010

no no ano de 2010 foram quase três vezes maior que o registrado no ano de 2006. Analisando

Gráfico 1

as informações desse período de cinco anos, observa-se uma cur-

grandes corporações atuais. Para

panhias que desenvolvem e co-

quem comercializa os lubrifican-

mercializam lubrificantes devem

tes, é importante conhecer quais

observar as tendências de evolu-

as especificações de fato vigen-

ção dos equipamentos. Algumas

tes, bem como a correspondência

delas são: • Aumento da capacidade de torque; • Substituição das transmissões manuais por sistemas mais complexos (Powershift e CVT);

com as antecessoras. A tabela 2 faz essa correlação. Além de atentar para o crescimento de mercado, as com-

va ascendente.

Rodolfo Ferreira é engenheiro químico e gerente de contas da Afton Chemical do Brasil .

27


O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2010, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.

Uma estimativa do mercado relativa ao ano de 2010 O mercado aparente 1.298.200 m3

Mercado Total Óleos Lubrificantes

Óleos Básicos: Mercado Total

1.452.800 m3

Produção Local: Refinarias Rerrefino

826.000 m3 603.000 m3 223.000 m3

Importação Exportação

638.000 m3 11.200 m3

m3

Mercado Local: Automotivos: Industriais: Óleos Básicos

1.277.000 754.000 m3 500.000 m3 23.000 m3

57.800 m3 36.600 m3

Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: * Mercado Total Graxas

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

56.200 t

* Não considerados óleos brancos e a classificação “outros”.

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2011/2010 por região (período jan - mar) Total de lubrificantes por região

Mil m3

Análise comparativa por produtos

Mil m3

800 150

160

163.045

2010 2011

150.674

2010 2011

140 131.956

640

133.685

120

560

100

100

98.741

96.175

400

80

320

60

80

10.465

20 18.231

10.569

0

0 Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

73.290

70

53.413

49.099

33.839 GRAXAS

160

40

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

50

SUL

24.189

19.676

NORTE

NORDESTE

53.611

50

CENTRO OESTE

53.733

45

2010 2011

60

27.308

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

74.917

SUDESTE

38.273

2010 2011

40 35

50

30 40 30

25 32.246

20

28.963

25.928

15

22.716

20

15.002

10 0

10.704

SUL

SUDESTE

17.214

17.774

18.887

10

9.889

12.739

NORTE

7.018

5 NORDESTE

CENTRO OESTE

0

SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

28

10.969 7.882

8.729

6.424

NORDESTE

CENTRO OESTE


Mercado de Lubrificantes em 2010 (m3)

Mercado de Graxas em 2010 (t)

14,5% 12,8%

21,0%

2,9%

12,4%

3,2% 7,3% 12,2%

12,3%

BR Chevron (Texaco) Shell Ipiranga Cosan (Esso) Petronas Castrol Repsol YPF Outros

17,9% 20,1%

12,8%

6,7% 12,0% 8,9% 10,4%

BR Chevron (Texaco) Ipiranga Ingrax Petronas Shell Cosan (Esso) Outros

11,2%

NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2010, que foram retirados desta seção, podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

29


NACIONAIS Óleo lubrificante usado por carros da Fórmula Indy tem destinação sustentável A Lwart Lubrificantes foi a empresa escolhida para ser a coletora oficial dos óleos lubrificantes usados gerados pelos carros da Fórmula Indy 2011, durante corrida na cidade de São Paulo. Durante a prova, foi montado um posto especialmente para o evento, com caminhão de coleta e coletores treinados para o recolhimento do material. Todo o óleo lubrificante utilizado durante a corrida foi coletado e destinado ao rerrefino na unidade industrial de Lençóis Paulistas, em São Paulo.

Diamantes são produzidos explodindo CO2

INTERNACIONAIS

O pesquisador Daren Swanson, da Universidade de Queens, no Reino Unido, provou que o Gás Carbônico pode ser usado para produzir minúsculos diamantes industriais. O processo é chamado de “Detonação Física a Frio” e consiste em misturar gelo seco, que é essencialmente CO2 congelado, com outros ingredientes para fazer um explosivo. A mistura é levada a -78,5ºC, comprimida dentro de um tubo de aço muito grosso e então detonada. A explosão dura apenas uma fração de segundo, mas é o suficiente para cristalizar o carbono do CO2 na forma de diamante. Fonte: Inovação Tecnológica

30


Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2011 Maio 15 a 19

STLE Annual meeting: Atlanta, EUA – www.stle.org

Junho 19 a 23

ASTM Meeting - Petroleum Products and Lubricants: Baltimore Marriot - EUA - www.astm.org

Junho 11 a 14

78th. NLGI Annual Meeting: Palm Desert, California, EUA - www.nlgi.org/annual_meeting/

Agosto 30 a 02/09

2011 Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting: Kioto, Japão – www.jsae.or.jp /2011pfl

Dezembro 1 a 2

ICIS Pan-American Base Oil & Lubricants: Hyatt Regency Jersey City, EUA - www.icisconference.com/panambaseoils

Nacionais Data

Evento

2011 Maio 02 a 06

18ª Agrishow 2011– Ribeirão Preto, SP – www.expo.agr.br/18ª-agrishow-ribeirao-preto

Maio 19

19º Seminário de Lubrificantes e Lubrificação Industrial - São Paulo, SP - www.eventoseficacia.com/xix/

Julho 4

1º Encontro com o Mercado - LUBES EM FOCO: Hotel Flórida - Rio de Janeiro, RJ. - www.lubes.com.br

Setembro 1

4º Congresso Nacional Simepetro - Espaço Milenium - São Paulo, SP - www.simepetro.com.br

Setembro 19 a 22

26º Congresso Brasileiro de Manutenção: Curitiba, PR - www.abraman.org.br

Cursos Data

Evento

2011 Junho 13 a 16

Manutenção de Compressores Alternativos - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos

Junho 13 a 17

Comércio de Petróleo e Seus Derivados - Trading - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos

Agosto 5

Gestão Estratégica e Econômica na Indústria do Petróleo e Gás - São Paulo - www.ibp.org.br

Agosto 10 a 12

Lubrificantes e Lubrificação - Salvador, Bahia - www.ibp.org.br/cursos

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.


Rio Pipeline

2011

Conference & Exposition

Setembro 20-22 20 a 22 de setembro de 2011 Rio de Janeiro • Brasil

01/11

Transportando Produtos para um Futuro Sustentável

Informações: Tel.: (+55 21) 2112-9000 Fax: (+55 21) 2220-1596 e-mail: riopipeline@ibp.org.br Organização/ Realização

Participação

www.riopipeline.com.br

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