Revista lubes em foco edicao24

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EM FOCO

Abr/Mai 11 Ano IV • nº 24 Publicação Bimestral R$ 12,00

00024

A revista do negócio de lubrificantes

9 771984 144004

Tecnologias Disruptivas

Mudanças radicais tanto em inovação tecnológica como no modo de vida das pessoas.

Viscosidade

Entendendo as características da principal propriedade de um óleo lubrificante



Editorial Ao publicarmos a edição nº 24 da LUBES EM FOCO, atingimos um marco histórico junto ao mercado brasileiro de lubrificantes. São quatro anos de existência e de um relacionamento marcado pela troca de informações, compartilhamento de opiniões, notícias e conhecimento especializado. A tradição popular nos ensina que esse casamento comemora, com esse tempo, as Bodas de Flores e Frutas, e, no desenvolvimento dessa relação, mercado e revista estão cada vez mais unidos e colaborativos. O primeiro Encontro com o Mercado, comemorado em 4 de julho, comprova o sucesso dessa união, ouvindo, debatendo e promovendo a difusão do conhecimento e solidificando as bases para um desenvolvimento livre e responsável. Ao reunirmos os principais agentes econômicos e celebrarmos juntos mais um ano de convivência, queremos exaltar o amadurecimento e a importância dos nossos legisladores, órgãos de controle e de todos aqueles que compõem as diversas facetas de um mercado que cresce em busca de qualidade e avanços tecnológicos, para se alinhar ao desenvolvimento do país e à sua posição estratégica na economia mundial. No decorrer desse período, nem tudo foram flores, e algumas frutas não se apresentaram tão maduras com se deseja. Acompanhamos momentos de crises, incertezas e preocupações, mas também assistimos a retomadas, crescimento e otimismo, colocando-nos sempre atentos aos acontecimentos e mudanças de rumo, para que nossos leitores e colaboradores pudessem se manter atualizados e bem informados. A crença no mercado brasileiro e em sua evolução faz parte de nossa história e, porque não dizer, de nossa vocação, pois a revista nasceu com esse propósito. Temos também críticas a fazer e desafios a enfrentar, ao ver o Brasil se colocar no mesmo nível de países desenvolvidos, promovendo eventos globais, como Olimpíadas e Copa do Mundo, e sendo respeitado pela comunidade internacional. Por isso, nos sentimos orgulhosos de poder celebrar, junto com todos vocês, esse marco em nossa existência, assumindo publicamente o compromisso de continuar a realizar nosso trabalho com consistência e seriedade, e de consolidar nossa união com esse mercado complexo e desafiador, mas também extremamente promissor e evolutivo.

Os Editores

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Gustavo Eduardo Zamboni

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Tatiana Santos Vieira

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br

Revisão Angela Belmiro Impressão Gráfica Coronário



Sumário 6 10

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r b . m o c . s e b u l . w ww Fiscalização Entrevista com o Superintendente de Fiscalização da ANP, Carlos Orlando, sobre as ações da Agência.

Laboratório: uma obrigação legal A importância de um laboratório de lubrificantes colocada como obrigação pela Resolução 18 da ANP.

12

Viscosidade Cinemática

17

SMS: inovação Sustentável

20

Certificado de Análise Obrigatório

22

Tecnologias Disruptivas em Lubrificantes

25

Solução ecológica

30

Mercado em foco

33

Notícias Rápidas

34

Programação de Eventos

Artigo técnico escrito por especialistas do Centro de Pesquisas da Petrobras - CENPES.

A evolução da tecnologia no mundo moderno, mostrando a necessidade e a importância da sustentabilidade.

A opinião técnica e abalizada de especialista do setor sobre a proposta da nova Resolução da ANP.

Uma abordagem moderna sobre inovações como a Nanotecnologia e seus efeitos na vida das pessoas.

A Petrobras apresenta ao mercado, em primeira mão, seu mais novo produto para substituir o Extrato Aromático.

Informações sobre o mercado brasileiro de óleos e graxas.

Atualidades do mercado de lubrificantes.

www.lubes.com.br


Fiscalização Uma tarefa árdua e de grande importância para a moralização do mercado Por: Tatiana Fontenelle

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Naturale Biocombustíveis - ANP tem como uma de suas importantes funções a fiscalização no setor de Lubrificantes. De acordo com a Agência, esse trabalho tem o objetivo de proteger o consumidor contra eventuais adulterações do produto, e todos os óleos devem atender às especificações técnicas que garantem qualidade e segurança estabelecidas pela Agência. A fiscalização é fundamental para verificar como o mercado está atuando. Em entrevista exclusiva à LUBES EM FOCO, o Superintendente de Fiscalização da ANP, Carlos Orlando da Silva, nos traz seu entendimento sobre o trabalho feito pela Agência, seus projetos e principais dificuldades para a fiscalização no setor.

Lubes em Foco - Quais os principais focos de atua-

que cerca de 1/5 dos lubrificantes acabados comercializa-

ção da Superintendência de Fiscalização da ANP?

dos no país apresentem atualmente problemas de qualida-

Carlos Orlando - O Programa de Monitoramento

de. A redução desse percentual é um dos pontos focais

da Qualidade de Combustíveis (PMQC) e o Programa

da Fiscalização e será perseguida fortemente. Outros focos

de

Lubrificantes

são a redução do comércio informal de GLP, que vem sen-

(PMQL), ambos coordenados pela Superintendência de

do atacado pelo denominado Programa Gás Legal; a so-

Biocombustíveis e de Qualidade de Produtos, consistem

negação fiscal na comercialização de etanol combustível,

em dois dos mais importantes “vetores de inteligência”

cujo combate é levado a termo por Comitê integrado pela

para a estratégia e o planejamento das fiscalizações. Esses

ANP, Receita Federal, Ministério da Agricultura e secreta-

Programas registram índices de não conformidade bastan-

rias estaduais de fazenda; a qualidade do biodiesel (nos

te reduzidos para os combustíveis automotivos. Já para

últimos três meses, cerca de 12 unidades produtoras foram

os lubrificantes acabados, o PMQL aponta índices

objeto de ações de fiscalização); e a comercialização de

de não conformidades nas faixas de 20%,

combustíveis de aviação. Nota-se, que esses focos não im-

Monitoramento

da

Qualidade

de

10% e 12%, respectivamente para qua-

plicarão recuos nas ações rotineiras da Fiscalização.

lidade, registro e rótulo. A despeito

de já se ter caminhado bastante,

Lubes em Foco - Como a Superintendência de

pois o índice de não conformidade

Fiscalização pretende dinamizar seus trabalhos junto

da qualidade já andou, no passado,

ao mercado de lubrificantes?

pela casa dos 60%, é bastante

Carlos Orlando - Mediante o incremento das fiscali-

preocupante e inaceitável

zações nos produtores de lubrificantes, identificados no


Monitoramento de Qualidade, que concorrem, de forma

normas e procedimentos por parte do agente econômico

contumaz, para os índices de não conformidades apura-

fiscalizado. Alguns desconhecem, às vezes, até mesmo

dos. Todos já estão mapeados. No momento, planeja-se

seus direitos e deveres básicos. Cabe, nesses casos, apri-

internamente o conjunto de ações a ser empreendido.

morar o “agir comunicacional” da própria Agência e, principalmente, das entidades de classes.

Lubes em Foco - O que tem sido feito ultimamente com relação a lubrificantes?

Lubes em Foco - Que tipo de ações pode a ANP

Carlos Orlando - Intensificação das ações de fiscaliza-

tomar, uma vez que a fiscalização detecte um proble-

ções nesse segmento, com aumento das coletas do produto,

ma mais sério com o agente?

bem como o planejamento a que me referi no item anterior.

Carlos Orlando - No âmbito da fiscalização das atividades relativas ao abastecimento nacional de combustí-

Lubes em Foco - Como anda a colaboração com a ANP

veis, as ações da ANP estão previstas na Lei nº 9847 e no

dos agentes econômicos do mercado de lubrificantes?

Decreto nº 2953, ambos de 1999. Nesse sentido, quando

Carlos Orlando - A interação entre os agentes econômi-

a Agência identifica situações irregulares, que ofereçam

cos e a ANP é exatamente a que poderia decorrer da rela-

risco ao consumidor, à segurança e/ou ao interesse públi-

ção entre órgão regulador e o segmento de mercado sujeito,

co, aplica, de imediato, medidas cautelares de interdição

por força de lei, à regulação de competência da Agência.

do estabelecimento e apreensão de produtos. Entre essas situações, previstas no art. 5º da citada

Lubes em Foco - Quais as principais dificuldades

lei, releva citar: comercialização de produtos em desacordo

da ANP para fiscalizar o mercado de lubrificantes?

com as especificações da ANP, não atendimento a normas

Carlos Orlando - Distintamente do caso dos combustí-

de segurança e exercício de atividade do abastecimento

veis, onde há pulverização de laboratórios para realização

nacional de combustíveis sem autorização da Agência.

de análises, a principal dificuldade no caso dos lubrifican-

Como penalização pela prática infracional, a lei prevê,

tes reside, presentemente, no fato de as análises serem fei-

em regra, multa. Conforme a gravidade da infração, estão

tas exclusivamente no Centro de Pesquisas Tecnológicas

fixados intervalos de valores maiores ou menores de mul-

(CPT) da ANP, em Brasília. Esse fato guarda nexo causal

tas. Os infratores também estão sujeitos a outras sanções,

com o tempo e a logística de transporte das amostras.

como o perdimento de produtos apreendidos, e, quando reincidentes, à suspensão temporária da atividade, ao can-

Lubes em Foco - O número de fiscais em atuação ainda é problema para a ANP?

celamento de registro e à revogação da autorização. Com os esforços despendidos nos últimos meses

Carlos Orlando - Com a intensificação do emprego de

pela Fiscalização, as mencionadas sanções, que recaem

convênios com órgãos públicos e com o planejamento da

sobre infratores reincidentes, já começaram a ser aplicadas

fiscalização apoiando-se cada vez mais em “vetores de inteli-

ou têm aplicação iminente.

gência”, entre os quais podemos citar o próprio Programa de Monitoramento da Qualidade dos Lubrificantes, o número de

Lubes em Foco - Quais os principais desafios a se-

fiscais não constitui óbice significativo para a Fiscalização.

rem superados para um trabalho mais eficaz da sua Superintendência?

Lubes em Foco - Quais as principais dificuldades

Carlos Orlando - O aprimoramento da Lei nº 9.847/99,

que um fiscal enfrenta no campo?

já citada, conhecida como “Lei de Penalidades do

Carlos Orlando - Em geral, falta de conhecimento das

Abastecimento”, é um bom exemplo de desafio a ser per


seguido. Outro é obter e manter o equilíbrio entre a capa-

antigos, que alcançava, há um ano, cerca de 11.500.

cidade de fiscalizar e a de julgar os processos administra-

Com isso, a meta mais importante é ganhar-se, paula-

tivos sancionadores decorrentes dos autos de infração la-

tinamente, celeridade na tramitação dos novos proces-

vrados, reduzindo-se o lapso temporal entre a instauração

sos, eliminando, entre outros, a sensação de impunida-

e o desfecho, em primeira instância, desses processos.

de que, por vezes, pairava no mercado. Outra meta que pode ser mencionada consiste em

Lubes em Foco - Como a integração com outras su-

conferir, cada vez mais, efetividade às ações de fiscaliza-

perintendências da Agência tem facilitado o traba-

ção, utilizando, de modo exaustivo, no seu planejamen-

lho de fiscalização?

to, o que costumo chamar de “vetores de inteligência”

Carlos Orlando - A troca de informações mais constan-

(dados dos Programas de Monitoramento de Qualidade,

tes, com vistas, por exemplo, à identificação dos agentes

denúncias apresentadas ao CRC, auditorias, cruzamen-

econômicos mais problemáticos, tem contribuído sobremo-

to de informações contidas nos diversos sistemas da

do para o planejamento e a inteligência da Fiscalização.

Agência e desses com as disponibilizadas por órgãos públicos conveniados etc.).

Lubes em Foco - Que metas a Superintendência de

Além dessas metas, enfatizo os pontos focais já

Fiscalização tem para o futuro?

mencionados, a exemplo da redução do índice de não

Carlos Orlando - O principal projeto do nosso portfólio

conformidade dos lubrificantes acabados e do biodie-

foi atingido recentemente, qual seja, a eliminação do

sel, da informalidade do comércio de GLP e da sonega-

estoque de processos administrativos sancionadores

ção fiscal no comércio de etanol.


Água e óleo não se misturam. Omissão e responsabilidade também não.

A destinação inadequada no descarte de óleos lubricantes usados ou contaminados polui a terra, a água e o ar, prejudicando o meio ambiente. Há mais de 30 anos, a LWART LUBRIFICANTES é responsável pelo recolhimento de mais de 50% do óleo lubricante usado ou contaminado destinado para o rerreno no país, sendo considerada a maior empresa do setor na América Latina. Além de proteger a natureza, o rerreno garante o abastecimento do mercado, preservando recursos naturais não-renováveis. Troque o óleo lubricante de seu carro ou máquina somente em locais que tenham o compromisso em armazenar corretamente o produto e o destinar para o rerreno. Não jogue fora a oportunidade de preservar o meio ambiente e contribuir para a sustentabilidade.

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Valorizando o homem, construindo o futuro.


Laboratório O necessário que se torna uma obrigação legal Por: Pedro Nelson Belmiro

O

controle de qualidade de um produtor de óle-

nível de qualidade dos produtos para o consumidor”,

os lubrificantes baseia-se, necessariamente

declarou Conceição.

em análises laboratoriais que possam atestar

Para alguns pequenos produtores, as exigências da

o enquadramento dos produtos nas especi-

Resolução 18 são excessivas e os investimentos neces-

ficações colocadas em seus rótulos. O consumidor precisa

sários estão além de suas possibilidades. Nesse caso,

estar seguro de que está comprando um óleo adequado à

resta recorrer à alternativa de fabricação em terceiros, ou

sua máquina, seja ela do tipo que for. Essa tem sido a maior

a contratação de laboratórios especializados. Segundo o

preocupação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural

gerente de suprimentos da empresa Miracema-Nuodex,

e Biocombustíveis – ANP, quando se depara sistematica-

Antonio Carlos Coral, os serviços para terceiros de análi-

mente com as não conformidades em relação à qualidade

ses físico-químicas e microbiológicas já são uma realida-

nas amostras analisadas pelo Programa de Monitoramento

de, e deve-se procurar seguir as mais rigorosas normas

da Qualidade dos Lubrificantes. Esse foi um dos principais

nacionais e internacionais, com precisão e responsabili-

motivos da introdução, no Artigo 13 da Resolução Nº 18 de

dade. A terceirização também é apoiada pelo gerente co-

18 de junho de 2009, da obrigatoriedade de o produtor de

mercial da Petrowax, empresa do grupo Agecom, que, se-

óleos lubrificantes possuir laboratório próprio para ter direi-

gundo ele, investe na acreditação de seu laboratório junto

to à outorga da autorização para o exercício da atividade.

ao INMETRO, buscando a melhoria contínua e novas tec-

A Agência também flexibilizou a hipótese de se fabricar em

nologias que possam reduzir custo e tempo de análise.

instalações de terceiros que possuam laboratório e identi-

Segundo alguns especialistas do setor, existem ain-

ficou os equipamentos mínimos necessários, dependendo

da alguns testes que, apesar de não estarem relacionados

dos tipos de produtos produzidos.

na Resoulção 18, são extremamente importantes para óle-

De acordo com Maria da Conceição França,

os específicos, como, por exemplo, a viscosidade a baixa

Especialista em Regulação de Petróleo e Derivados, do

temperatura (CCS) para óleos automotivos multigrau, que

Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas da ANP,

garantem o enquadramento do produto nas especifica-

em Brasília, espera-se que a exigência mencionada tra-

ções estabelecidas pela SAE J-300.

ga um benefício ao mercado, melhorando a confiabilida-

O assunto parece requerer uma atenção bastante

de dos produtos comercializados. “Nossa expectativa é

grande dos agentes do setor de lubrificantes, principal-

que as não conformidades apresentadas no Programa

mente os pequenos produtores, para que possam encon-

de Monitoramento diminuam, à medida que as empre-

trar as alternativas necessárias à sua manutenção no mer-

sas se adequarem, e que o contínuo controle elevará o

cado, com qualidade e eficiência.

10


Resolução18 Art. 13 Após a declaração a que se refere o artigo anterior, a outorga da autorização dependerá da apresentação, pela pessoa jurídica habilitada, em consonância com o estudo técnico-econômico do empreendimento, dos seguintes itens: I - comprovação de que possui instalação de produção de óleo lubrificante acabado, autorizada pela ANP a operar, observada tancagem compatível com o volume de comercialização, conforme disposto no § 3º do art. 7º desta Resolução, e assegurada a capacidade total mínima de: i) 80 (oitenta) m³ para produtor de óleos lubrificantes acabados industriais; ii) 120 (cento e vinte) m³ para produtor de óleos lubrificantes acabados automotivos; e 120(cento e vinte) m³ para produtor de óleos lubrificantes acabados industriais e automotivos; II - comprovação de que possui laboratório próprio para controle de qualidade dos óleos lubrificantes acabados, que disponha dos seguintes equipamentos, calibrados e em perfeito estado de funcionamento e que atendam às normas de ensaio estabelecidas pela ANP, para realização de testes mínimos estabelecidos, conforme o caso: i) produtor de óleos lubrificantes acabados automotivos: cor, viscosidade cinemática a 40ºC, viscosidade cinemática a 100ºC, densidade, ponto de fulgor, ponto de fluidez, teor

de elementos, TBN, corrosão em lâmina de cobre, termômetros específicos para os métodos, balança analítica, estufa, chapa de aquecimento e vidrarias. ii) produtor de óleos lubrificantes acabados industriais: cor, viscosidade cinemática a 40ºC, viscosidade cinemática a 100ºC, densidade, ponto de fulgor, ponto de fluidez, teor de elementos, TAN, corrosão em lâmina de cobre e demulsibilidade termômetros específicos para os métodos, balança analítica, estufa, chapa de aquecimento e vidrarias. iii) produtor de óleos lubrificantes acabados industriais e automotivos: cor, viscosidade cinemática a 40ºC, viscosidade cinemática a 100ºC, densidade, ponto de fulgor, ponto de fluidez, teor de elementos, TBN, corrosão em lâmina de cobre, TAN, demulsibilidade, termômetros específicos para os métodos, balança analítica, estufa, chapa de aquecimento e vidrarias.

Pedro Nelson Abicalil Belmiro é engenheiro químico, consultor técnico em lubrificantes e coordenador da Comissão de Lubrificantes e Lubrificação do IBP.

11


Viscosidade Cinemática O cartão de visitas de um lubrificante

Por: Letícia M. Lázaro e Danilo do Carmo Santos Silva

A

principal função de um lubrificante é reduzir o

A viscosidade dinâmica, quando dividida pela massa

atrito entre duas superfícies em movimento rela-

específica do fluido, passa a se chamar viscosidade cine-

tivo através da formação de um filme entre elas.

mática, principal característica dos lubrificantes, e é medi-

A formação desse filme está diretamente relacio-

da em Stokes (St), que corresponde a 102 . mm2/s.

nada à principal propriedade do lubrificante: a viscosidade.

Nos próximos itens serão abordados dois métodos

A viscosidade é a resistência interna do fluido ao mo-

para medição de viscosidade cinemática de fluidos newto-

vimento, quando submetido a uma força de cisalhamento.

nianos, isto é, aqueles que obedecem à proporcionalidade

Dessa forma, um fluido muito viscoso, como mel, tem mais

da lei de Newton: viscosidade cinemática por viscosímetros

dificuldade de escoar do que um fluido menos viscoso,

capilares e viscosidade dinâmica e massa específica pelo

como a água, numa mesma temperatura.

viscosímetro Stabinger.

Placa em movimento

Força F Velocidade, 7 Tensão de cisalhamento, t

Fluido

declive, ∂u ∂y

VISCOSÍMETROS CAPILARES A viscosidade absoluta ou dinâmica (μ), constante de proporcionalidade da taxa de cisalhamento ou torque (τ) de um fluido pode ser medida a partir da equação de HagenPoiseulle, que relaciona a queda de pressão (Δp) envolvida no escoamento de um fluido newtoniano por um tubo de

Placa estacionária

Figura 1

comprimento (L) e raio (R):

μ=

π�� ∆рt 8LV

Considerando uma placa separada de outra por uma

onde t é o tempo de escoamento do fluido e V é o vo-

camada de fluido lubrificante, conforme a figura, verifica-se

lume de fluido escoado. Como Δp = ρ g (h1-h2) e fazendo

que o deslocamento da placa superior na direção da força

h1-h2 = H, tem-se que:

F, enquanto a placa inferior se mantém estática, provoca

μ=

uma deformação na camada de fluido. As camadas mais

π�� pgHt 8LV

próximas da placa superior apresentarão velocidade maior

onde ρ é a massa específica do fluido, g é a acelera-

que as camadas de fluido mais próximas da placa estacio-

ção da gravidade e H é a altura da coluna de fluido. Como

nária. Essa variação de velocidade em relação à distância

ρ e μ dizem respeito ao fluido somente e todas as outras

entre as placas é proporcional à tensão que essa força F

variáveis, com exceção de t, são constantes numéricas ou

provoca (lei de Newton). A constante dessa proporcionali-

dizem respeito ao tubo, pode-se dizer que:

dade é a viscosidade dinâmica do fluido. Ela é medida em Poise (g/cm.s) ou Pa.s (kg/m.s). 12

μ p =C.t


A relação μ/ρ é a viscosidade cinemática (ν) de um

Viscosímetro Ostwald

fluido newtoniano que escoa por gravidade em um tubo de dimensões conhecidas e depende somente do tempo

A norma ASTM D446 relaciona três tipos de viscosí-

de escoamento e de uma constante C, obtida a partir das

metros capilares disponíveis no mercado: Ostwald modifi-

características do tubo. Sendo assim, a determinação da

cado, de nível suspenso e de fluxo reverso; cada um possui

viscosidade pode ser realizada apenas medindo-se o tem-

subtipos que atendem a diferentes faixas de viscosidade e

po de escoamento de um determinado volume de fluido e

condições de trabalho.

multiplicando-se o valor obtido pela constante ou fator do tubo viscosimétrico.

Segue a descrição de três viscosímetros capilares, um de cada tipo, que são utilizados tipicamente para a análise de lubrificantes. 1. Viscosímetros Ostwald modificados – seguem o modelo Ostwald, mas são modificados para manterem um

VISCOSÍMETROS MANUAIS

volume constante de fluido a cada enchimento. O viscosímetro do tipo Ostwald, o mais simples que

(tabela 1)

adota esses princípios para a

2. Viscosímetros de nível suspenso – têm a grande

medição da viscosidade cine-

vantagem de possuírem a mesma constante a qualquer

mática, é um tubo em U em que

temperatura. Eles possuem um terceiro tubo que conecta

um braço possui uma região

o final do capilar com a atmosfera, o que permite que a

com volume conhecido delimi-

pressão hidrostática seja dependente apenas da altura de

tada por duas marcações de

líquido e independente da quantidade de amostra.

tempo, seguida da região capi-

• Viscosímetro Ubbelohde (tabela 2)

lar, e o outro braço possui um

3. Viscosímetros de fluxo reverso – são confecciona-

reservatório. Devido a algumas

dos de forma a se manter o bulbo de medição de tempo

limitações, esse tipo de tubo

limpo até o escoamento da amostra, permitindo a visuali-

sofreu alterações e deu origem

zação do menisco de líquidos opacos.(tabela 3)

aos que constam no método

• Viscosímetro Cannon-Fenske de fluxo reverso

ASTM Viscosímetro Ostwald

• Viscosímetro Cannon-Fenske para análises de rotina

D446,

denominados

Ostwald modificados.

O procedimento de medição de viscosidade nestes tubos é similar.

13


Marcações tempo

Reservatório

Capilar

Aplicação

Líquidos transparentes

Faixa de trabalho

Calibres que atendem a viscosidades de 0,5 a 20.000 cSt (mm2/s)

Volume de amostra

Aproximadamente 7 mL

Diâmetro do capilar

Disponível em calibres que vão de 0,3 a 4,2 mm

Este viscosímetro é indicado para análises de derivados de petróleo transparentes em que não há a necessidade de se determinar a viscosidade cinemática a várias temperaturas. A pressão hidrostática necessária ao escoamento depende do volume de enchimento e mudanças na temperatura causam alteração na constante do capilar. Pode ser utilizado, por exemplo, para se monitorar o índice de viscosidade de óleos lubrificantes, onde são necessários os valores das constantes apenas a 40°C e a 100°C. Uma vantagem é que várias medições podem ser feitas com a mesma alíquota de amostra.

Aplicação

Líquidos transparentes

Faixa de trabalho

Calibres que atendem a viscosidades de 0,3 a 100.000 cSt (mm2/s)

Volume de amostra

Aproximadamente 11 mL

Diâmetro do capilar

Disponível em calibres que vão de 0,24 a 6,25 mm

Possui grande vantagem sobre o Cannon-Fenske para análise de rotina devido à possibilidade de se determinar a viscosidade a várias temperaturas com um único valor de constante do tubo. É ideal para determinação de curvas de viscosidade ou para análises a temperaturas pouco usuais, como a temperatura de operação de um equipamento, por exemplo. Também permite que várias medições sejam feitas com a mesma alíquota de amostra.

Aplicação

Líquidos transparentes

Faixa de trabalho

Calibres que atendem a viscosidades de 0,4 a 20.000 cSt (mm2/s)

Volume de amostra

Aproximadamente 12 mL

Diâmetro do capilar

Disponível em calibres que vão de 0,31 a 4,00 mm

Sua principal característica é o fluxo ascendente através dos dois bulbos de medição, onde duas determinações sucessivas podem ser feitas em um mesmo escoamento. Como escoamento só ocorre uma vez, os bulbos são molhados pelo líquido somente no momento da medição. Para um novo escoamento, é necessária a limpeza criteriosa do viscosímetro e um novo enchimento. É ideal para líquidos cujos meniscos não podem ser vistos em um viscosímetro Cannon-Fenske de análises de rotina. Diferente do viscosímetro de nível suspenso, a constante do capilar varia com a temperatura, o que faz com que este viscosímetro seja indicado para análises de rotina.

Tabela 1, 2 e 3 respectivamente.

Inicialmente, recomenda-se a filtração das amostras

se deve colocar um novo tubo enquanto outro estiver em

em tela de 75 μm (200 mesh) antes de realizar o ensaio,

estabilização; isto provoca interferência no equilíbrio de

pois a presença de partículas de poeira ou fibra no capilar

temperaturas e pode ser uma fonte de erro. A viscosidade

pode interferir no resultado.

cinemática é muito sensível a variações de temperatura.

O banho termostático deve possuir um controle de tem-

Adotam-se os limites de tempo de no mínimo 200 se-

peratura que permita variações no máximo de +/- 0,02 °C.

gundos e no máximo 1000 segundos para a medição corre-

O tubo com a amostra deve ser colocado dentro do banho

ta da viscosidade em qualquer tubo capilar. Caso o tempo

na posição correta e aguardar por tempo suficiente para

de escoamento fique fora desta faixa, recomenda-e o uso

que todo o sistema atinja a temperatura do banho. Em ba-

de tubo viscosimétrico com outro calibre. Esta é uma das

nhos que acomodem mais de um tubo viscosimétrico, não

desvantagens desta metodologia: quando não se possui

14


uma estimativa da viscosidade, pois há a possibilidade de se selecionar o tubo inadequado e ser necessário repetir o procedimento. A limpeza dos tubos deve ser feita com solvente adequado ao tipo de amostra seguida da limpeza com um solvente secante (acetona, por exemplo). A secagem é complementada pela passagem, por dois minutos ou até não haver mais vestígios do solvente secante, de ar filtrado e seco. É recomendável que seja feita uma limpeza mais cuidadosa, periodicamente, com solução oxidante, para a retirada de qualquer resíduo que porventura tenha se depositado no capilar. Não devem ser usadas soluções alcalinas porque podem afetar o fator do tubo. É possível adquirir tubos capilares pré-calibrados por empresas que adotem a ISO Guide 25. Entretanto, é sempre recomendável verificar o fator informado pelo fornecedor do tubo tanto antes de utilizá-lo quanto periodicamente, de acordo com o uso do mesmo. A calibração destes tubos deve ser feita com o uso de padrões de viscosidade, que são amostras de fluidos com viscosidade conhecida. Para se calibrar um tubo, deve-se utilizar pelo menos duas amostras destes padrões, uma com a metade da viscosidade da outra. As constantes do tubo calculadas com estes dois diferentes padrões podem diferenciarse em até 0,3%, dependendo do tubo adotado. Caso a diferença seja maior que o permitido (vide ASTM D 446), deve-se repetir todo o processo de calibração verificando itens como limpeza dos tubos, contaminação da amostra e adequação dos cronômetros.

VISCOSÍMETROS AUTOMÁTICOS Os viscosímetros automáticos são aqueles nos quais parte ou todo o procedimento descrito para medida de viscosidade cinemática com tubos viscosimétricos é automatizada, respeitando-se os princípios da técnica descrita no ASTM D 445. Em vez de possuírem marcações para a medição de tempo, possuem sensores que identificam a passagem do fluido. Desta forma, o equipamento mede o tempo de escoamento e calcula a viscosidade de acordo com o fator do tubo que está sendo utilizado. É importante destacar que dependendo da natureza da amostra de lubrificante, se é sintético, ou se é mineral, o solvente de limpeza pode variar. Por exemplo, lubrificantes à base de ésteres são mais facilmente limpos com etanol enquanto os minerais podem ser limpos com nafta, querosene ou n-heptano. O uso de solventes de lim15


peza inadequados pode provocar erros nas medições

de oscilação se altera com a presença do fluido no sistema.

de viscosidade devido à possibilidade de o fluido ficar

Esta alteração é proporcional à massa específica e é trans-

aderido à parede do capilar, restringindo seu diâmetro

formada em sinal eletrônico.

ainda mais e aumentando o tempo de escoamento erroneamente.

O método ASTM para este ensaio é o D 7042 e o procedimento de medição é bem simples. Utilizam-se se-

Quando os viscosímetros automáticos apresentam o

ringas com 3 ml de amostra e injetam-se 2 ml na célula

procedimento de limpeza automatizado, é importante ficar

de medição, registrando-se o resultado apresentado na

atento a erros de medição por inadequação do solvente.

tela do equipamento. Injeta-se a quantidade restante na

Uma forma de contornar esta situação é a programação das

seringa e verifica-se se os dois resultados estão dentro da

amostras de base mineral para serem analisadas antes das

repetitividade do método. Caso positivo, os resultados são

de produtos sintéticos. A verificação da eficiência da limpeza

válidos; caso negativo deve-se verificar se a limpeza das

após análise destas últimas pode ser feita através da deter-

células está adequada.

minação da viscosidade de uma amostra conhecida, como por exemplo, amostras de padrões de viscosidade.

O viscosímetro Stabinger é versátil porque pode ser utilizado tanto com fluidos transparentes quanto opacos. Além disso, este equipamento pode medir massa específica ou viscosidade cinemática em uma ou em várias

VISCOSÍMETRO STABINGER

temperaturas ou índice de viscosidade. Basta programar o equipamento de acordo com o desejado.

Este equipamento mede a viscosidade dinâmica e a massa específica do fluido na temperatura desejada e, pela divisão do primeiro valor pelo segundo, obtém-se a

CONCLUSÃO

viscosidade cinemática. A quantidade de amostras analisadas por tempo varia nos modelos automáticos dependendo do grau de automação dos mesmos: quanto mais etapas automatizadas, mais rápido se obtém o resultado, liberando o analista para executar outras atividades. A decisão de utilizar um equipamento automático ou não deve considerar alguns aspectos como: Figuras 2 e 3 - Viscosímetro Stabinger

Seu princípio de funcionamento consiste na medição

• Demanda do laboratório em relação à quantidade de amostras;

dentro de outro contendo o fluido a ser testado e na medi-

• Tempo desejado para liberação dos resultados; • Distribuição destas amostras por tipo de produto (óle-

ção da massa específica na mesma temperatura através

os usados, novos, aditivos, sintéticos);

da oscilação de um tubo em forma de U.

• Espaço físico e utilidades disponíveis para o equipamento; • Disponibilidade de assistência técnica local; • Valor do investimento.

da viscosidade dinâmica através de um cilindro girando

A medição da viscosidade usando um cilindro rotacional dentro de outro é similar ao fenômeno descrito entre as duas placas na figura 1. Altera-se, apenas a geometria, mas o princípio é o mesmo. No caso da massa específica, a amostra é injetada dentro de um tubo em U que sofre oscilação. A freqüência 16

Letícia M S M Lazaro e Danilo Silva são engenheiros do Centro de Pesquisas da Petrobras - CENPES


Uma Integração Estratégica

INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL

S.M.S.

S.M.S.

SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Por: Newton Richa

Este

artigo

fundamenta-se

burocráticos; (ii) um sistema de

na necessidade de consolidação,

subvenção a projetos voltados

divulgação e aplicação do con-

para o desenvolvimento tecnológi-

ceito de Inovação Sustentável na

co; (iii) subsídios para a fixação de

sociedade brasileira, como con-

pesquisadores nas empresas; (iv)

dição para o país atingir o de-

programas dirigidos à inovação de

senvolvimento sustentável. Nessa

capital empreendedor; e (v) arca-

perspectiva, durante a abertu-

bouço legal mais propício para a

ra do 23º Fórum Nacional, rea-

interação universidade/empresa.

lizado no período de 16 a 19 de

A partir daí, a preocupação

maio de 2011, no Rio de Janeiro,

com inovação fortaleceu suas ra-

o Presidente do BNDES, Luciano

ízes nas instituições do Estado,

Coutinho, assinalou a importân-

passando a orientar políticas, pro-

cia da Inovação Tecnológica com

gramas e decisões de investimen-

Sustentabilidade para promover

to. A Política Industrial Tecnológica

uma trajetória de desenvolvimento

e de Comércio Exterior ensejou

brasileiro no cenário internacional,

a criação do Conselho Nacional

em que hoje os principais compe-

de

tidores são a China e a Índia.

(CNDI) e da Agência Brasileira de

Desenvolvimento

Industrial

No Brasil, o ambiente de in-

Desenvolvimento Industrial (ABDI),

centivo à Inovação foi ampliado e

voltados para a definição de di-

consolidado com a criação da Lei

retrizes e para a coordenação da

do Bem (nº 11196/2005), da Lei

Política Industrial, respectivamente. As

de Inovação (nº 10973/2004) e da

agressões

ambientais,

Política Industrial Tecnológica e de

originalmente locais, tornaram-se

Comércio Exterior (PITCE – 2004).

regionais e, nas últimas décadas,

Tais iniciativas contribuíram para

adquiriram a proporção de agres-

assegurar às empresas brasileiras

sões ecossistêmicas globais. As

o acesso a: (i) mecanismos de in-

seis

centivo fiscal à P&D semelhantes

das agressões ao meio ambiente

aos dos países avançados, de

impostas pelo Homem são a de-

aplicação automática e sensível

sertificação e perda da qualidade

diminuição

dos solos, o buraco da camada

dos

procedimentos

principais

consequências

17


S.M.S.

5

18

de ozônio, a degradação dos

sobre a saúde das pessoas (tra-

oceanos, a crise dos recursos hí-

balhadores, comunidades vizinhas

dricos, a redução da biodiversi-

às instalações industriais e consu-

dade e a mudança climática. É do

midores), sobre a segurança das

consenso geral que a sustentabi-

instalações, equipamentos e pro-

lidade é uma questão transversal,

cessos, e sobre o meio ambiente.

que afeta todas as dimensões da

É a dimensão SMS (Saúde, Meio

atividade humana, de modo que

Ambiente e Segurança).

a agenda mundial do século XXI

A inovação consiste na criação

será presidida pelas escolhas so-

de novos materiais, em novos usos

bre como preservar o capital na-

para antigos materiais e na criação

tural do planeta.

de novos processos. Em todos os

Ao longo da História, a inova-

casos a inovação significa a gera-

ção tem sido o motor da evolução

ção de novos perigos, sob a forma

científica e tecnológica da huma-

de materiais e energias. A amea-

nidade. A História é uma conse-

ça atual intrínseca à inovação é a

quência da permanente busca de

velocidade com que as mudanças

inovações pelo homem. A inova-

estão

ção surge como alternativa para

grandes quantidades de novos ma-

a superação das dificuldades im-

teriais e uso intensivo de energias,

postas pela Natureza e para ven-

com forte impacto potencial sobre

cer a competição entre os huma-

a saúde, a segurança, o meio am-

nos. Tradicionalmente, a inovação

biente e, consequentemente, sobre

é vista como agregação de quali-

a própria vida no planeta.

acontecendo,

envolvendo

dade, incorporação de tecnologia

Por exemplo, o DDT (Dicloro-

e requisito para uma economia

Difenil-Tricloroetano) foi uma inova-

competitiva, com maior produtivi-

ção no campo da Saúde Pública.

dade, com melhores empregos e

Foi sintetizado em 1874 e suas

salários. Na dimensão mercado,

propriedades

inovação significa maior qualida-

descobertas, em 1939, pelo quími-

de, menores custos e menores

co suíço Paul Hermann Müller. Seu

prazos, com vistas a atender ou

uso em grande escala evitou mui-

mesmo superar a expectativa dos

tas mortes por malária, e, por cau-

clientes, e desse modo manter-se

sa disso, em 1948, o seu criador

competitivo em relação aos con-

foi agraciado com o Prêmio Nobel

correntes. Entretanto, a inovação

de Medicina. Entretanto, anos mais

possui uma outra dimensão, me-

tarde, verificou-se ser um material

nos visível e conhecida, relaciona-

persistente no ambiente em função

da aos seus impactos potenciais,

de sua estabilidade química e da

de curto, médio e longo prazos

inexistência de agentes naturais

inseticidas

foram


S.M.S. capazes de desdobrá-lo em seus

Inovação Sustentável deve

de danos graves ou irreversíveis,

componentes básicos, fazendo-os

ser a grande estratégia de desen-

a ausência de certeza científica

retornar aos ciclos biogeoquími-

volvimento e superação dos obs-

absoluta não deverá ser utilizada

cos da Natureza.

táculos que se opõem aos avan-

como razão para se postergar em

Na década de 1970, o DDT foi

ços necessários para melhoria das

medidas eficazes e economica-

banido de vários países e tem seu

condições de vida dos brasileiros.

mente viáveis, para impedir a de-

uso controlado pela Convenção

Para que se viabilize a Inovação

gradação ambiental.” O Princípio

de Estocolmo sobre os Poluentes

Sustentável, é necessário que se

da Precaução deve balizar, tam-

Orgânicos Persistentes, um tra-

estabeleça um equilíbrio entre as

bém, as áreas de Segurança e

tado internacional assinado em

suas duas faces – a face de mer-

Saúde no trabalho.

2001. No Brasil, em 2009, o DDT

cado e a face SMS. Para isso, é

Na dimensão social, deve ser

teve sua fabricação, importação,

fundamental desenvolver a com-

ressaltado que a inovação sus-

exportação, manutenção em esto-

petência dos profissionais de ino-

tentável deve abranger novas for-

que, comercialização e uso proibi-

vação em Saúde, Meio Ambiente e

mas de organização do trabalho,

dos pela Lei nº. 11.936, de 14 de

Segurança, de modo a dotá-los de

que respeitem as características

maio de 2009. Vários produtos quí-

uma mentalidade de sustentabili-

físicas e psicológicas humanas e

micos com estrutura semelhante à

dade, que resultará em sistemas

favoreçam a promoção da saúde,

do DDT, que possuem átomos de

de produção mais humanizados,

a prevenção de doenças e maior

cloro diretamente ligados a anéis

seguros e ambientalmente ami-

produtividade coletiva.

aromáticos, como as difenilas poli-

gáveis. As equipes de Inovação

Na dimensão econômica, as

cloradas que constituem os asca-

devem interagir fortemente com

lideranças devem priorizar as deci-

réis, possuem a mesma estabilida-

as equipes de SMS nas institui-

sões integradas aos interesses co-

de no ambiente, em que se perpe-

ções de P,D&I e nas empresas, de

letivos, conforme preconiza o World

tuam, causando danos aos seres

modo que os requisitos de susten-

Business Council for Sustainable

vivos com que entram em contato.

tabilidade sejam atendidos ainda

Development, no relatório Visão

Em

atualmente,

na fase de concepção e projeto

2050, um exercício de construção

uma das diretrizes da Química

de novos empreendimentos, pro-

do nosso futuro comum para daqui

Verde é não criar novas moléculas

cessos, produtos e serviços.

a 4 décadas. Na prática isso signi-

consequência,

ambiental,

fica a inserção progressiva de com-

Uma importante lacuna pode

um dos alicerces da Inovação

promissos sociais e salvaguardas

ser evidenciada na leitura do

Sustentável deve ser o Princípio

ambientais nos empreendimentos

capítulo 18, A Sustentabilidade

da

Precaução

em geral, historicamente voltados

do Brasil, e do capítulo 19, A

15,

Conferência

Inovação no Centro da Agenda do

Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, integrantes do

Desenvolvimento, Rio de Janeiro,

livro “Brasil Pós-Crise”, publicado

1992.): “Com o fim de proteger o

em 2009, que mostra claramente

meio ambiente, os Estados deve-

que quem trata de inovação não

rão aplicar amplamente o Princípio

está entrosado com quem se ocu-

da Precaução conforme suas ca-

de Petróleo, Gás e

pa da sustentabilidade.

pacidades. Quando houver perigo

Biocombustíveis - IBP

com esse tipo de estrutura.

Na

dimensão

(Princípio das

Nações

para os resultados econômicos.

Newton Richa é Médico do Trabalho e Consultor de SMS do Instituto Brasileiro

19

5


Certificado de análise obrigatório Um caminho sinuoso que requer muita precaução Por: Manoel Honorato

P

or convocação da Agência Nacional de

mitida a inserção dos números dos certificados de todos

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

os itens que fazem parte da nota, podemos, com certeza,

– ANP, aos agentes da cadeia de produção e

esperar dificuldades na alteração de procedimentos em

comercialização de lubrificantes, ocorreu, no

alguns sistemas de gestão. Poderemos ter, em uma mes-

dia 11 de maio, na sede da ANP no Rio de Janeiro, uma

ma nota fiscal, o mesmo produto, porém com números de

reunião com o objetivo de apresentar as premissas da

lotes diferentes, o que poderá trazer problemas para o de-

minuta de resolução que estabelecerá a obrigatoriedade

partamento de Tecnologia da Informação.

de emissão de certificado de análise para a comerciali-

Torna-se imperativo, portanto, efetuar uma ava-

zação de óleos lubrificantes e apreciar as sugestões dos

liação interna em todos os setores das nossas em-

agentes do mercado nessa regulamentação.

presas: Produção, Laboratório, Logística, Sistema de

De acordo com a ANP, a exigência de numeração

Informação, e considerar as mudanças que serão ne-

do lote na nota fiscal foi uma solicitação da equipe de

cessárias para viabilizar a emissão de certificados em

fiscalização para melhorar a rastreabilidade e minimizar

todas as notas fiscais, lembrando que, nessas notas, os

fragilidades no processo administrativo.

lotes e certificados de análises respectivos passariam

Entendo que se devam adotar ações para que a

a ser obrigatórios. Dessa forma, seguramente teríamos

Agência possa agir de maneira que fique patente ao “mer-

mais informações para contribuir com a ANP, em alter-

cado”, uma melhor confiabilidade qualitativa e redução

nativas que deem à Agência condições de exteriorizar

sensível de aparições no Programa de Monitoramento de

o trabalho de melhoria contínua na cadeia de produção

Qualidade do Lubrificante – PMQL. Porém, nessa primei-

e comercialização de lubrificantes.

ra reunião, não foi considerado de maneira mais abran-

Como o objetivo de uma Consulta Pública é ouvir o

gente todos os detalhes que envolvem essa obrigatorie-

maior número de participantes da cadeia de produção

dade do certificado na nota fiscal, até mesmo porque

e comercialização, considero de extrema importância

as empresas enviaram, na sua maioria, profissionais de

que os agentes do mercado encaminhem suas obser-

departamento técnico para essa reunião.

vações, sugestões ou críticas para o órgão de classe

Se considerarmos que as empresas podem produzir de forma contínua ou por lotes/bateladas, obrigatoriamen-

que os representa (sindicatos), ou até mesmo para a própria Agência.

te teríamos produções feitas em quantidades razoáveis de cada embalagem, o que suscita sincronismo entre

Manoel Honorato da Silva Filho é formado

produção e armazenagem para possibilitar a movimenta-

em Química e em Administração de

ção sempre por lotes. Como esses certificados serão in-

Empresas, Membro da Comissão de

seridos nas notas fiscais (DANFE) e envolvem o setor de faturamento e o sistema de informação, para que seja per20

Lubrificantes do IBP e Sócio da Consultoria Honorato Serviços Combinados Ltda.


Linha de óleos F1 Master Sintético Ipiranga. O máximo em tecnologia para seu carro.

Comprovada economia no consumo de combustível (atestada pela API – American Petroleum Institute).

API SM/CF - ACEA A3/B4-04 - VW 502/505 - BMW Longlife - Porsche

21

O descarte de óleo lubrificante usado ou contaminado para o solo ou cursos d’água gera graves danos ambientais. O óleo é reciclável, e sua destinação final deve obedecer à Resolução Conama 362/2005. Responsabilidade ambiental é um dever de todos.


Tecnologias Disruptivas em Lubrificantes e Lubrificação Por: Antônio Traverso Jr.

E

m 1997 o professor Clayton M. Christensen,

em um futuro não muito distante, vão modificar muito

do Harvard Business School cunhou o con-

tudo que temos usado e valorado nestes últimos cin-

ceito de Tecnologia Disruptiva para des-

quenta anos. As motivações são inúmeras e os resul-

crever a novas tecnologias que chegavam

tados pretendidos, quando realizados, serão auspicio-

inesperadamente ao mercado e deslocavam irrever-

sos, como poderemos verificar com os nanomateriais

sivelmente o que existia até então. Essas tecnologias

identificados abaixo.

eram consideradas disruptivas por trazerem poten-

Nanolubrificantes - Daqui a alguns anos, quando

cial de saltos quânticos e não somente saltos incre-

a frota de veículo elétricos (desruptivos) ou híbridos for

mentais em diversas áreas da sociedade através da

comum ao redor do mundo com uma média de consu-

aplicação tecnológica do conhecimento científico.

mo equivalente e até 70% menor do que os veículos

O professor Christensen sustentava que a tecnolo-

de hoje, ninguém se dará conta de que grande parte

gia incremental já não era suficiente para explicar e

desse “salto” de eficiência só será possível com o uso

vislumbrar o que realmente estava acontecendo na

de nanolubrificantes.

nossa sociedade e consequentemente nas ativida-

Esses nanolubrificantes são lubrificantes que con-

des humanas da sociedade moderna, apesar de as

têm nanopartículas que atuam como aditivos realçando

corporações “torcerem o nariz” para elas.

as propriedades do lubrificante acabado, como visco-

A Tecnologia Disruptiva pode ser entendida como uma tecnologia que, depois de desenvolvida e

sidade, condutividade térmica, coeficiente de atrito, característica antidesgaste etc., em escala jamais vista.

aplicada, torna a vida das pessoas e das sociedades

Tudo leva a crer que as nanoparticulas serão dis-

completamente diferentes em relação à tecnologia

ruptivas em vários campos da tecnologia aplicada,

anterior e à própria realidade. Tomemos como exem-

inclusive em lubrificação. As pesquisas em nanopar-

plo de Tecnologia Disruptiva do passado, a “máquina

tículas em lubrificantes apontam para a produção de

de falar elétrica” de Alexander Graham Bell, que co-

lubrificantes muito superiores aos atuais em termos de

nhecíamos como telefone, isto é, até a virada do sé-

desempenho e propriedades, ambientais inclusive.

culo passado, e hoje conhecemos como smartphone,

A utilização do DTPZ (Ditiofosfato de Zinco), de algu-

que efetivamente é outra tecnologia disruptiva, como

ma forma, parece estar com os seus dias contados como

tantas outras.

agente de extrema pressão onipresente na indústria de lu-

Nesse contexto, a tecnologia de lubrificantes

brificantes, com o desenvolvimento de nanoaditivos com

também caminha para tecnologias disruptivas que,

características antidesgaste e redutores de atrito. Várias

22


nanopartículas atualmente pesquisadas têm esta aptidão e são inorgânicas de baixíssima toxidade e reatividade, o que adicionalmente potencializará os óleos motor, no que tange à vida dos sistemas de tratamento dos gases de exaustão/catalisadores, assim como reduzirá significativamente a poluição causada pelas emissões oriundas da queima de óleo do motor. A presença de enxofre e fósforo de aditivos

Foto 2 e 3 – Fulereno na forma de nanotubo e fulereno com 60

convencionais nos gases de exaustão envenena mais rapi-

átomos de carbono

damente os catalisadores dos sistemas de exaustão.

postas por camadas múltiplas de carbono envolvendo

Há diversas nanopartículas sendo pesquisadas para comporem nanolubrificantes, como materiais ce-

uma Buck Ball, isto é, algo que se assemelha a uma cebola micrônica de carbono.

râmicos, compostos de boro e fulerenos, que são aló-

Esses nanoaditivos estão sendo testados em diver-

tropos artificiais de carbono. Todos bastante promisso-

sos laboratórios do mundo, que, muitas vezes, devido aos

res e potencializados, quando encapsulam outros ele-

enormes recursos envolvidos, operam em consórcios e

mentos químicos ou moléculas em suas estruturas para

clusters. São universidades, governos, empresas de adi-

conferir-lhes outras propriedades como condutividade

tivos, empresas de petróleo e energia se debruçando so-

térmica, lubricidade etc.

bre o enorme potencial de mudar todos os padrões de eficiência energética no mundo. Os novos nanolubrificantes já disponíveis no mercado, apesar das imperfeições, já nos oferecem uma pista segura do potencial dessa tecnologia. Já existem graxas e óleos industriais com a aditivação de até 10% de nanoaditivos em volume, que reduzem o consumo energético e desgaste severo, onde aplicados, em cerca de 30%. Há graxas de rolamentos com nanoaditivos em que o intervalo de relubrificação é declaradamente triplicado, com a vantagem adicional de a temperatura do mancal cair drasticamente e o desgaste típico praticamente desaparecer. Adicionalmente o consumo de

Foto 1- Aditivação de óleo de engrenagens com nanoaditivos no campo.

energia chega a cair em 75%. As pesquisas tribológicas e resultados atuais com

Os fulerenos são alótropos de carbono desenvol-

esses nanoaditivos e nanolubrificantes são bastante

vidos em laboratórios e podem assumir diversas for-

promissoras; entretanto alguns óbices precisam ser

mas como: nanoesferas, nanotubos, nano “cebolas”,

vencidos, como:

anéis, ball and chain clusters etc. As possibilidades

• A estabilidade da dispersão desses nanoaditivos no

são inúmeras e, dessas formas, as mais promissoras

óleo base;

para lubrificantes apontam para os nanotubos e as na-

• O aperfeiçoamento das propriedades tribológicas

nocebolas. As nanocebolas são assim chamadas por

desses produtos;

se apresentarem, através da microscopia de transmis-

• A compreensão plena dos mecanismos de lubrifica-

são de elétrons (TEM), como partículas esféricas com-

ção desses materiais. 23


Alem das características extraordinárias de redu-

conforto térmico. Foram 3,1 Quads ou, aproximada-

ção do coeficiente de fricção e estabilidade oxidativas

mente, 908.520.360 MWh, o que equivale à produção

dos nanolubrificantes, outra propriedade vem chaman-

média de 3.515.486 MWh da nossa usina atômica de

do muito a atenção: a condutividade térmica dos na-

Angra I, tomando como base o ano de 2008, em apro-

notubos de carbono. Esse material é o mais condutivo

ximadamente 258 anos de funcionamento ininterrupto.

conhecido hoje pela ciência.

Caso os nanolubrificantes ou nanofluidos utilizados

Essa característica está levando diversos pes-

para troca térmica forem 150% mais eficientes, teo-

quisadores a desenvolver fluidos térmicos com na-

ricamente poderíamos ter sistemas até 1,5 vez mais

nopartículas que, uma vez compostos com outros

eficientes, ou seja, poderíamos liberar uma energia

materiais ou moléculas em suas paredes, podem

média de até 155 anos de uma Angra I. Seriam mais

revelar-nos materiais muitas vezes mais condutivos

de 40 “Fukushimas” evitadas.

que o próprio cobre. Resultados experimentais têm

Os nanolubrificantes farão parte de um mundo

demonstrado que nanotubos de carbono podem

novo, e, ainda que os nanoaditivos componham um

incrementar a condutividade de um óleo em até

mundo micro, eles impactarão, em muito pouco tempo,

150% com a aditivação de apenas 1% em volume

o nosso mundo macro, de forma bastante abrangente

de nanotubos no tipo de fulereno tubular de múlti-

e positiva, pois determinarão todo o desenvolvimento

plas paredes.

à frente para produtos mais sustentáveis, ecologica-

O impacto do lançamento de um fluido térmi-

mente, socialmente e energeticamente.

co com essa característica seria tremendo em termos de eficiência energética, levando-se em conta todos os processos termodinâmicos utilizados na sociedade. Para exemplificar, tomemos a quantidade de energia utilizada nos EUA, em 2003, com chillers para

24

Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Consultor Sênior de Lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.


Solução ecológica Pesquisa encontra produto para substituir o Extrato Aromático

Por: Tatiana Fontenelle

A

demanda

legislações, a exemplo

mundial

do REACH (Registration,

por produtos e dados técnicos comprobatórios de suas

adequações, sob o ponto de vista toxicológico, para

Evaluation,

Authorisation

and

Restrictions of CHemicals), da União Europeia. Em um estudo conhecido como IARC –

a segurança do homem e do meio ambiente é cres-

“Program

on the Evaluation of the

Carcinogenic

cente e parte importante para as definições estra-

Risk of Chemicals to Human – Mineral Oils, Lubricant

tégicas e de imagem social das empresas. Esses

Base Oils and Derived Products”, buscou-se uma

dados técnicos são estritamente controladas por

correlação entre o risco de carcinogenicidade com 25


a composição dos produtos, notadamente quanto à

mente devido à dificuldade de a indústria do petró-

presença de compostos poliaromáticos, associados

leo se adequar aos novos requisitos e encontrar pro-

a uma maior ou menor severidade nas condições de

dutos substitutos com nível de qualidade dos extra-

processamento dos produtos.

tos aromáticos, mundialmente utilizados por várias

No Brasil, esse tipo de estudo toxicológico foi re-

décadas. Há também problemas de qualificação de

alizado, pela primeira vez, no início da década de 90,

produtos pelos fabricantes globais de pneus, em

pelo Centro de Pesquisas da Petrobras - Cenpes.

face da diversidade disponível nas diversas regiões

Segundo a engenheira química Letícia Lázaro, durante muitos anos, os estudos ligados ao risco de

do mundo, demandando longo tempo e custos elevados para a avaliação e aprovação.

desenvolvimento de câncer foram baseados em ex-

De acordo com o engenheiro da Petrobras,

perimentos em cobaias. Atualmente, até por conta

Sidney Gouveia, o desenvolvimento de produtos es-

de uma maior conscientização ecológica, esse pro-

peciais, em particular os óleos extensores para as

cedimento foi drasticamente reduzido, sendo subs-

indústrias de borrachas e de pneus, sempre requer

tituído por métodos alternativos.

uma grande parceria em toda a cadeia produtiva,

Essa Diretiva demandou muitos anos de nego-

em face dos desafios técnicos e comerciais envol-

ciações entre os órgãos reguladores envolvidos e a

vidos. Com o advento dos requisitos estabelecidos

indústria, além do fato de ser estabelecido um longo

pela União Européia restringindo os níveis de com-

prazo de sua publicação até a vigência, principal-

postos poliaromáticos lançados no meio ambiente,

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devido ao natural desgaste dos pneus, a Petrobras

De que forma é produzido?

juntamente com a LANXESS passaram a estudar novos óleos extensores para a borracha SBR, alterna-

O novo produto é produzido nas unidades de lu-

tivos ao Extrato Aromático Neutro Pesado, desde o

brificantes básicos da Reduc, sendo uma fração de

início da década passada.

Extrato Aromático Residual Tratado (T-RAE – Treated

Após anos de pesquisa e desenvolvimento conjun-

Residual Aromatic Extract). O engenheiro químico

tos, a primeira batelada industrial foi produzida em 2007

Eduardo Trindade, também da Petrobras, declarou

na Refinaria de Duque de Caxias – Reduc, recebendo

que a fração de Extrato Aromático é retirada do Bright

o nome de Fluibrax Euro 40. Amostras do novo óleo ex-

Stock por extração por solvente, objetivando princi-

tensor e da borracha extendida com esse óleo foram

palmente melhorar as propriedades do lubrificante

enviadas para os principais fabricantes de pneus.

básico em termos de resistência à oxidação e au-

Segundo

o

engenheiro

químico

Ricardo

mento do índice de viscosidade. O Extrato Aromático

Penteado, da LANXESS, a empresa aprovou o

Residual (RAE – Residual Aromatic Extract) então

Fluibrax Euro 40 em suas borrachas ESBR´s (BUNA

obtido, por ainda conter hidrocarbonetos poliaromá-

SE 1712 TE e BUNA SE 1721 TE), iniciando a sua

ticos acima dos limites estabelecidos pela Diretiva

utilização comercial em 2009: “Apoiamos incondi-

da UE, é novamente submetido a uma nova extra-

cionalmente a adoção das melhores práticas co-

ção por solvente, dando origem ao Fluibrax Euro 40.

nhecidas na indústria química no que se refere à

Para o engenheiro Marcus Moutinho, esse tipo de

qualidade, segurança, saúde e meio ambiente. E,

produto é uma solução sob medida para o mercado

dessa forma, deveremos, até o final do ano, subs-

brasileiro, tendo em vista que sua qualidade e de-

tituir integralmente o uso do Extrato Aromático pelo

sempenho já estão comprovados pela Lanxess e por

novo produto”.

alguns fabricantes de pneus. “Sua produção estará

Características do Fluibrax Euro 40 em termos de teores de compostos poliaromáticos , carcinogenicidade e mutagenicidade. Composto Poliaromáticos, IP 346, %massa Teor de Benzo(a)Pireno, CG/EM, ppm Soma de teores de 8 Poliaromáticos (c), CG/EM, ppm Teste AMES Modificado, ASTM E1687

Típico

Especificação

2,0 0,3 1,9 0,15

< 2,9 (a) < 1,0 < 10 < 0,4 (b)

(a) Não carcinogênico (b) Limite Reach: não mutagênico (c) Benzo (a) Pireno (BaP) + Benzo (e) Pireno (BeP) + Benzo (a) Antraceno (BaA) + Criseno (CHR) + Benzo (b) Fluoranteno (BbFA) + Benzo (j) Fluoranteno (BjFA) + Benzo (k) Fluoranteno (BkFA) + Dibenzo (a,h) Antraceno (DBahA). Tabela 1

27


assegurada por muitos anos, já que as unidades de

da mais competitivo. De acordo com o Responsável

lubrificantes básicos API Grupo I da Reduc, diferen-

Técnico da INGRAX, Manoel Honorato, o produto

temente do que vem ocorrendo no mercado norte

possui relativamente altos valores de viscosidade e

americano, permanecerão em operação por tempo

ponto de fluidez e deve ser estocado e trabalhado

indeterminado”, declarou Moutinho.

aquecido para melhores resultados de escoamento. Além disso, possui excelentes resultados de teores de compostos poliaromáticos, sendo considerado

Aplicação em graxas

como não carcinogênico e não mutagênico.

A partir do início da comercialização do Fluibrax, produto que foi exclusivamente focado no mercado

Informações do produto em desenvolvimento:

de borrachas e pneus, a Petrobras iniciou novos estue Comércio de Graxas e a LANXESS, agora focados

• Denominação comercial: Euro Safe Plus • Produção: nas unidades de lubrificantes básicos

nas indústrias de graxas e de polímeros, objetivando

da REDUC, constituído de um resíduo de vácuo que

o desenvolvimento de um produto, também com ca-

foi submetido a uma desasfaltação a propano, trans-

racterísticas de segurança e proteção ao homem e

formado em “Desasfaltado Bright Stock”

ao meio ambiente, com uma maior oferta e preço ain-

• Características físico-químicas típicas;

dos de P&D, em parcerias com a INGRAX - Indústria

C or A S T M D ensid ade a 2 0/4 °C P onto d e F lu id e z, °C V iscosid ade a 1 00 °C , cS t T eor de P o liarom áticos, IP 34 6, % m assa T este A M E S M odifica do, A S T M E 168 7 T eor de B e n zo(a)P ireno, C G /E M , ppm S om a de teores de 8 P oliarom áticos (c), C G /E M , pp m

D 8.0 0,92 91 (calc.) + 36 37,1 0 2,2 0,25 0,32 3,1

Tabela 2

Na LANXESS, foram bastente promissores os

A composição do novo produto alia teores relati-

testes preliminares, em escala piloto, envolven-

vamente elevados de compostos aromáticos, essen-

do uma emulsão do produto com Látex de SBR

ciais para uma boa compatibilidade com a borracha

e avaliações posteriores de reometria e tração.

SBR, com elevados teores de parafinas microcrista-

Para o engenheiro da empresa, Manoel Remigio,

linas (isoparafinas), o que pode significar um “plus”

testes complementares, ainda em escala piloto,

de desempenho do produto em termos do controle

serão necessários antes de um possível teste em

da nociva ação do Ozônio nas composições finais

escala industrial.

das borrachas, reduzindo ou mesmo eliminando a

28


utilização adicional de parafinas para esse fim, con-

ções dos produtos e com excelente contribuição para

tribuindo fortemente para a redução de custo-fórmu-

a saúde ocupacional e proteção ao meio ambiente.

la das borrachas.

Segundo Honorato, a indústria de graxa plane-

Em termos de avaliação do produto na produ-

ja estender seus estudos visando maximizar os pos-

ção de graxas de Cálcio, foram feitos pela INGRAX,

síveis ganhos da nova matéria-prima em termos de

ainda em 2010, testes em bancada nas fábricas de

economia de sabão (em face do conteúdo relativa-

Caxias e Curitiba. Em face dos resultados promis-

mente elevado de parafinas no Euro Safe Plus), assim

sores obtidos, um teste industrial foi realizado em

como avaliar seu uso em outros tipos de graxas.

Caxias, com o acompanhamento do CENPES, sendo

“Em termos de logística de fornecimento, esse

que as amostras do produto obtido foram analisadas

novo produto estará disponível para todo o mercado

em ambos os laboratórios.

nacional, consumidor direto ou não, já a partir do se-

Os resultados das avaliações realizadas nas

gundo semestre de 2011”, finalizou Sidney Gouveia.

amostras experimentais da graxa de Cálcio produzidas (penetração, ponto de gota, penetração trabalhada, resistência à ação da água etc.) indicaram que o Euro Safe Plus pode ser uma alternativa técnica viável na composição desse tipo de graxa, não incorrendo em aumentos significativos no custo das formula-

Tatiana Fontenelle é jornalista pós-graduada em telejornalismo

Qualidade e Competitividade

O seu distribuidor de aditivos para:  Lubrificantes automotivos, para veículos a gasolina, diesel, etanol e gás;  lubrificantes industriais;  a indústria de biocombustíveis;  a indústria de explosivos;  melhoradores de índice de viscosidade.

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O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2010, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.

Uma estimativa do mercado relativa ao ano de 2010 O mercado aparente 1.298.200 m3

Mercado Total Óleos Lubrificantes

Óleos Básicos: Mercado Total

1.452.800 m3

Produção Local: Refinarias Rerrefino

826.000 m3 603.000 m3 223.000 m3

Importação Exportação

638.000 m3 11.200 m3

m3

Mercado Local: Automotivos: Industriais: Óleos Básicos

1.277.000 754.000 m3 500.000 m3 23.000 m3

57.800 m3 36.600 m3

Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: * Mercado Total Graxas

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

56.200 t

* Não considerados óleos brancos e a classificação “outros”.

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2011/2010 por região (período jan - mai) Total de lubrificantes por região

Mil m3

Análise comparativa por produtos

Mil m3

240

800

2010 2011

300 640

231.431

2010 2011

233.638

210

279.539

180

262.127

560

150

200 400

120

171.923

166.424

320

90

91.679 84.406

80

60

18.441

GRAXAS

160

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

100

30

30.875

42.816

32.869

48.199

19.217

0

0 Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

64.294 57.464

SUL

SUDESTE

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

100

140 128.288

120

94.295

90

2010 2011

128.981

95.664 2010 2011

80 70

100

60 80

50

60

40 56.092

50.191

38.976

20 0

30

43.686

40

18.433

SUL

SUDESTE

26.238

21.458

NORTE

29.323

30.323

31.613

20 16.170

10 NORDESTE

CENTRO OESTE

0

11.573

SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

30

18.180 14.064

15.922

10.544

NORDESTE

CENTRO OESTE


Mercado de Lubrificantes em 2010 (m3)

Mercado de Graxas em 2010 (t)

14,5% 12,8%

21,0%

2,9%

12,4%

3,2% 7,3% 12,2%

12,3%

BR Chevron (Texaco) Shell Ipiranga Cosan (Esso) Petronas Castrol Repsol YPF Outros

17,9% 20,1%

12,8%

6,7% 12,0% 8,9% 10,4%

BR Chevron (Texaco) Ipiranga Ingrax Petronas Shell Cosan (Esso) Outros

11,2%

NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2010, que foram retirados desta seção, podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

31



NACIONAIS Brasileiros criam solvente universal Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram e depositaram pedido de patente de um composto que dissolve praticamente qualquer material orgânico ou inorgânico. Os autores da descoberta são os professores Claudio Luis Donnici e José Bento Borba da Silva, do Departamento de Química da UFMG.A substância, registrada com a marca Universol, está pronta para ser aplicada e ter sua tecnologia transferida a empresas que desejem produzir e comercializar o produto em larga escala. Segundo Donnici, o Universol é útil, por exemplo, para mostrar se um cosmético ou um alimento contém metal pesado, ou se a casca de uma árvore a ser utilizada para produzir um medicamento está contaminada com metais ou substâncias tóxicas. “Ele também dissolve rapidamente carnes, unha, cabelo, pele, sementes, cereais ou qualquer outra matéria orgânica”, comenta o professor. Segundo Donnici, o composto é um agente solubilizante simples, eficiente e reprodutível, que dissolve praticamente qualquer tipo de amostra em um tempo que varia de um a 30 minutos. “Por isso pode ser considerado um agente solubilizante praticamente universal”. Outra vantagem do solvente é promover a solubilização à temperatura ambiente e, em quase todos os casos, sem necessidade de uso de métodos adicionais, como ultrassom e micro-ondas. Fonte: Inovação tecnológica com informações da UFMG

INTERNACIONAIS ASTM International chama trabalhos para biocombustíveis A entidade está convidando autores de trabalhos técnicos sobre biocombustíveis para a elaboração do segundo volume da publicação especial BIOFUELS. Os temas são bem diversificados e incluem os seguintes tópicos: biodiesel, etanol, butanol, biogas, óleos vegetais, biocombustíveis de hidrocarbonetos, biocombustíveis de algas etc. Os trabalhos deverão ser submetidos através do site http://jai.peerxpress.org, até o dia 31 de outubro de 2011. O paper não deve ser de natureza comercial e nem pode ter sido previamente publicado. Revisões de uma publicação já realizada poderão ser consideradas, desde que isso esteja claramente mencionado. Os trabalhos selecionados serão publicados no Journal of ASTM International e também no ASTM International Selected Technical Papers. O contato no Brasil para esse assunto é o engenheiro Charles Conconi da Mercedes Benz do Brasil, pelo endereço de email: charles.conconi@daimler.com.

33


Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2011 Maio 15 a 19

STLE Annual meeting: Atlanta, EUA – www.stle.org

Junho 19 a 23

ASTM Meeting - Petroleum Products and Lubricants: Baltimore Marriot - EUA - www.astm.org

Junho 11 a 14

78th. NLGI Annual Meeting: Palm Desert, California, EUA - www.nlgi.org/annual_meeting/

Agosto 30 a 02/09

2011 Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting: Kioto, Japão – www.jsae.or.jp /2011pfl

Dezembro 1 a 2

ICIS Pan-American Base Oil & Lubricants: Hyatt Regency Jersey City, EUA - www.icisconference.com/panambaseoils

Nacionais Data

Evento

2011 Maio 02 a 06

18ª Agrishow 2011– Ribeirão Preto, SP – www.expo.agr.br/18ª-agrishow-ribeirao-preto

Maio 19

19º Seminário de Lubrificantes e Lubrificação Industrial - São Paulo, SP - www.eventoseficacia.com/xix/

Julho 4

1º Encontro com o Mercado - LUBES EM FOCO: Centro Empresarial Rio - Rio de Janeiro, RJ. - www.lubes.com.br

Setembro 1

4º Congresso Nacional Simepetro - Espaço Milenium - São Paulo, SP - www.simepetro.com.br

Setembro 19 a 22

26º Congresso Brasileiro de Manutenção: Curitiba, PR - www.abraman.org.br

Cursos Data

Evento

2011 Junho 13 a 16

Manutenção de Compressores Alternativos - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos

Junho 13 a 17

Comércio de Petróleo e Seus Derivados - Trading - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos

Agosto 5

Gestão Estratégica e Econômica na Indústria do Petróleo e Gás - São Paulo - www.ibp.org.br

Agosto 10 a 12

Lubrificantes e Lubrificação - Salvador, Bahia - www.ibp.org.br/cursos

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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EM FOCO Comemorando seus 4 anos de existência, a revista Lubes em Foco gostaria de agradecer a todos aqueles que, direta ou indiretamente, fizeram este sonho possível. Agradecemos também especialmente aos nossos patrocinadores que possibilitaram a realização deste encontro comemorativo.

Patrocinadores:

Agradecimento especial: Consulado Geral da Republica Argentina no Rio de Janeiro

Apoio:



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