EM FOCO
Out/Nov 11 Ano V • nº 27 Publicação Bimestral R$ 15,00
9 771984 144004
00027
A revista do negócio de lubrificantes
Componentes e Lubrificantes
Desafios técnicos para um desenvolvimento conjunto entre componentes de motor e lubrificantes.
Panorama Econômico
A visão da FIRJAN sobre economia mundial e seus impactos no mercado brasileiro.
Editorial Termina mais um ano conturbado pela crise econômica mundial e também marcado pela luta da economia brasileira para manter o crescimento do país e diminuir os impactos causados pelos fatores externos. Internamente, vivemos uma série de dificuldades e também variações mercadológicas, que testaram a estabilidade e persistência do empresário nacional. O baixo crescimento do PIB Industrial, afetado pela elevada taxa de juros e feroz concorrência internacional, segurou o entusiasmo que se manifestava em meados do ano passado, reduzindo as expectativas de muitas distribuidoras de lubrificantes. Mas, ainda assim, não se pode dizer que tivemos um ano ruim para o mercado brasileiro de lubrificantes. O ano que passou mostrou um altíssimo comprometimento de todos os agentes econômicos com a divulgação e disseminação do conhecimento específico do mercado, através de seminários, simpósios e encontros em que puderam apresentar e debater temas que impactam diretamente a qualidade e o desenvolvimento de formulações modernas para os óleos e as graxas lubrificantes. Percebemos o grande interesse de empresas internacionais no mercado brasileiro de lubrificantes, e a certeza de que o crescimento brasileiro nesse setor é irreversível e apenas uma questão de tempo para um posicionamento de destaque no cenário mundial. Especialistas nos falam de recorde de investimentos estrangeiros em 2011 e de um crescimento baseado em um pujante mercado interno, o que nos dá sustentação para pensarmos grande e a longo prazo. Estamos crescendo também em consciência e educação, formando um mercado alicerçado em qualidade e tecnologia e suportado por uma legislação que se moderniza e se adapta à realidade desse mercado. Assim, teremos em breve a revisão da Resolução nº10 da ANP, eliminando produtos como API SF e CF, a formalização da produção nacional de básicos de melhor qualidade e a adaptação final dos produtores às exigências legais. A expectativa desta revista é acompanhar o desenvolvimento desse mercado, divulgando-o e representando com eficiência o papel de ouvi-lo e a ele retornar com informações relevantes.
Os Editores
Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45
Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni Capa Gustavo Eduardo Zamboni
Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br
Redação Tatiana Fontenelle
Tiragem 4.000 exemplares
Layout e Editoração Antônio Luiz Cunha
E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.br
Revisão Angela Belmiro Impressão Grafitto Gráfica e Editora Ltda.
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Sumário 6 8
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Panorama Econômico A visão da FIRJAN sobre o momento econômico atual e os impactos no setor de lubrificantes.
Lubrificantes e Componentes Especialista fala da importância do desenvolvimento em conjunto de componentes e lubrificantes.
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Regras de ouro da lubrificação
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S.M.S.
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Percepções dos Consumidores e a Tecnologia dos Lubrificantes
A limpeza do lubrificante é, sem dúvida, o melhor investimento na área da lubrificação.
O Dr. Newton Richa nos lembra a necessidade de se repensar o modelo de saúde ocupacional no Brasil.
Um olhar de fabricante de motor sobre a tecnologia.
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O Marketing nos Serviços de Lubrificação
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Lubrificantes Economizadores de Energia
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IV Simpósio de Lubrificantes
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Mercado em foco
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Antonio Traverso nos apresenta os 8 Ps do Marketing de Serviço de lubrificação.
Um conceito sustentável de economia de energia e eficiência energética trazido pela Klüber do Brasil.
Um resumo do evento ocorrido em São Paulo, com a presença de palestrantes internacionais.
Informações sobre o mercado brasileiro de óleos e graxas
Notícias Rápidas Atualidades do mercado de lubrificantes.
Programação de Eventos
5
Panorama Econômico
Os impactos da crise mundial no desenvolvimento industrial brasileiro Por: Tatiana Fontenelle
O mercado de lubrificantes está diretamente ligado ao crescimento industrial do país, uma vez que mais máquinas funcionando consomem mais lubrificantes, e máquinas ou carros mais modernos demandam produtos mais sofisticados. A crise da Europa, a inflação, a taxa de juros e outros aspectos da economia fazem parte do dia a dia do empresário brasileiro, que participa diretamente da batalha para manter o crescimento do país e atrair investimentos estrangeiros. Nesta entrevista exclusiva à LUBES EM FOCO, o economista Guilherme Mercês, da Diretoria de Desenvolvimento Econômico e Associativo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Sistema FIRJAN, nos apresenta alguns detalhes importantes do atual panorama econômico e pontos críticos para o desenvolvimento brasileiro.
Lubes em Foco - Sabemos que a crise econômica da Europa pode afetar o crescimento de emergentes como o Brasil. Este ano, já tivemos um crescimento menor que o esperado. Como você vê a indústria brasileira nesse contexto? Guilherme Mercês - Em 2011, os efeitos depressivos da crise econômica na Europa, somados aos impactos restritivos dos aumentos da taxa SELIC na primeira metade do ano, deverão conduzir o crescimento industrial brasileiro a taxa inferior a 1%. Não obstante, a mudança na condução da política monetária adotada pelo BC e os incentivos fiscais anunciados recentemente pelo governo federal deverão propiciar um crescimento moderado para a indústria em 2012, próximo a 3%. No entanto, para que o setor cresça em ritmo mais forte e sustentado, é preciso que as medidas anunciadas sejam complementadas pela retomada de uma agenda de aumento da competitividade da produção nacional. Lubes em Foco - O crescimento do PIB Industrial foi menor do que outros segmentos. A que se deve esse fato? Guilherme Mercês - O elevado diferencial de juros brasileiros frente ao resto do mundo influenciou negativamente o crescimento do setor industrial por dois canais: por um lado, limitou os investimentos domésticos, fundamentais para o avanço da indústria, e por outro contribuiu para a valorização do real, abrindo espaço para concorrência maciça de produtos importados 6
Lubes em Foco - O segmento de lubrificantes sofre diretamente as influências dos movimentos da indústria, principalmente a automotiva. Existe alguma perspectiva de melhoria desse setor no Brasil? Guilherme Mercês - Os avanços da renda dos brasileiros e o aumento do crédito observados nos últimos anos vêm fortalecendo a economia doméstica. Ainda que a crise europeia possa arrefecer o crescimento no ano que vem, os ganhos advindos do mercado de trabalho, principalmente do aumento da renda do consumidor brasileiro, devem continuar trazendo benefícios diretos para o segmento automotivo e o de lubrificantes. Lubes em Foco - Na visão da FIRJAN, como está o conceito do Brasil internacionalmente, em termos de atratividade para investir, e como foi esse investimento em 2011? Guilherme Mercês - O investimento estrangeiro direto bateu novo recorde em 2011 (US$ 56 bilhões até outubro), em sintonia com a melhora relativa frente ao resto do mundo e ao prognóstico favorável da economia brasileira. Contudo, essa necessidade de investimento externo lança luz sobre a nossa (in) capacidade própria de investir, o principal limitador para o crescimento brasileiro. Hoje, um dos maiores desafios da gestão macroeconômica é criar condições para a elevação da taxa de investimento da economia. Encarecido por uma elevada taxa de juros real, o investimento privado no Brasil corresponde tradicionalmente a uma fração da renda nacional menor do que a verificada em outros países
em desenvolvimento e desenvolvidos. No Brasil, essa taxa tem oscilado em torno de 17%; em países desenvolvidos como Canadá e Japão, gira em torno de 21%, enquanto na Coreia e no Chile ultrapassa 25% do PIB. No Rio de Janeiro, os dados mostram grandes perspectivas de investimentos. Segundo o estudo Decisão Rio, elaborado pelo Sistema FIRJAN, foram anunciados R$ 181 bilhões em investimentos no estado entre os anos de 2011 e 2013, um crescimento de 44% frente ao montante anunciado no período 2010-2012. Lubes em Foco - Você vê o crescimento brasileiro se fazer de forma sustentável ou estaríamos criando mais uma bolha, principalmente quando falamos de indústria automobilística? Guilherme Mercês - Não é correto se falar de “bolha” quando o crescimento brasileiro nos últimos anos tem se alicerçado sobre o pujante mercado interno, impulsionado, por sua vez, pelo crescimento da massa salarial e do crédito. No caso da indústria Automobilística, diretamente atrelada ao financiamento, isso é ainda mais claro: a renda do trabalho e as linhas de financiamento, que estimulam o setor, ainda têm muito para crescer, se compararmos com as economias desenvolvidas. Lubes em Foco - O padrão de renda do brasileiro está realmente aumentando? Como isso se relaciona com a produtividade do trabalho? Guilherme Mercês - A renda do trabalho, de fato, tem aumentado. Dados do IBGE mostram que nos últimos cinco anos o crescimento da renda real do empregado brasileiro do setor privado cresceu 24%. Por sua vez, o aumento da produção vem sendo sustentado pelo aumento do número de empregados, uma vez que a produtividade se manteve estável. Em um contexto de elevadas taxas de juros, essa estabilidade é explicada em grande parte pelo baixo investimento brasileiro. Lubes em Foco - A taxa de juros no Brasil ainda é uma das mais altas do mundo. Qual a principal influência disso no crescimento industrial? Guilherme Mercês - Os juros elevados brasileiros impõem um custo alto para o crédito, variável chave tanto para o investimento, como para o consumo dos brasileiros. O crédito caro faz com que a grande maioria das empresas ainda tenha que usar recursos próprios para investir, o que, fatalmente, inibe a inovação e o aumento da capacidade de produção. Soma-se a isso o fato de juros altos restringirem o consumo, sobretudo dos bens duráveis.
Guilherme Mercês: economista da FIRJAN
Lubes em Foco - Como podemos analisar a conjuntura econômica brasileira no ano de 2011, em termos de crescimento? Guilherme Mercês - A economia sentiu os efeitos do aperto da política monetária do começo do ano. O PIB desacelerou, registrando taxa de variação Zero no terceiro trimestre. A expectativa é de crescimento próximo de 3% para 2011. Frente ao recorde de 2010, de fato, esse parece um avanço tímido, contudo, em comparação ao crescimento médio da década passada, de 3,6%, percebe-se que não foi um ano ruim, sobretudo em um cenário inflacionário e de aprofundamento da crise fiscal europeia. Lubes em Foco - A inflação já é vista com preocupação pela indústria, ou ainda temos muito espaço para absorver uma taxa mais elevada? Guilherme Mercês - Taxas de inflação elevadas reduzem os investimentos e o potencial de crescimento da economia, além de terem efeitos regressivos sobre a distribuição de renda. Taxas de inflação elevadas não trazem qualquer resultado duradouro em termos de crescimento da economia e do emprego, mas, em contrapartida, trazem prejuízos permanentes para essas variáveis no médio e no longo prazos. Portanto, faz-se urgente uma proposta de um novo mix de política econômica no qual a política fiscal tenha maior sintonia com as necessidades de controle da inflação. 7
Lubrificantes e Componentes
As Demandas dos Motores Modernos
O
Por: Rafael Antonio Bruno
s motores de combus-
O objetivo deste artigo é relatar
ou mesmo de injeção direta, que ele-
tão modernos são exigi-
alguns desafios técnicos que já fo-
vam significativamente as pressões
dos não só por desem-
ram trabalhados, bem como indicar
na câmara de combustão e tornam o
penho, mas também por
alguns potenciais que podem ser
sistema mais crítico sob aspecto tribo-
demandas ambientais, econômicas,
explorados a partir de um desenvolvi-
lógico. No Brasil, o uso de turbo e in-
sociais, políticas etc. Tais demandas
mento em conjunto entre componen-
jeção direta ainda é restrito a motores
podem se apresentar de formas dis-
tes de motor e lubrificantes.
importados. Entretanto temos um de-
tintas, dependendo do contexto, mas
Antes, porém, é interessante
safio peculiar: a aplicação de motores
todas elas convergem para dois pon-
fazer um retrospecto das principais
bicombustíveis (“flex” – gasolina / eta-
tos principais: aumento de eficiência
tecnologias de motores e seu impac-
nol) leva a desafios tribológicos não
e redução de emissões.
to no desempenho dos componen-
menos complicados. Que dizer então
Para que essas duas deman-
tes. Focando em motores de veículos
quando se começa a desenvolver um
das-chave sejam cumpridas, du-
de passeio (ciclo Otto), a principal
motor downsizing, com injeção direta
rante muito tempo se investiu no
tendência é o down-
desenvolvimento de produtos com
-sizing – diminuição
características especiais do pon-
do volume (cilindrada)
to de vista de design e materiais.
do motor. Isso acaba
Entretanto, o nível de dificuldade
por elevar a potência
dos desafios está se elevando de
específica, o que na
tal maneira, que uma abordagem
maioria das vezes ex-
sistêmica se faz necessária. Nesse
põe os componentes
contexto, obviamente os lubrifican-
a uma condição de
tes desempenham um papel fun-
trabalho mais severa.
damental para superar os desafios
Muitas vezes essa ten-
existentes e abrem novos caminhos
dência de down-sizing
para que as demandas sejam atin-
vem atrelada ao uso
Figura 1 - Tendências/requisitos dos componentes para as
gidas de maneira mais satisfatória.
de sobrealimentação,
futuras gerações de motor.
8
bem como a redução das espessuras
viscosidade será da ordem de 23%.
de filme lubrificante, levando a condi-
Efeitos semelhantes, inclusive com
ções de lubrificação cada vez mais
maiores valores, são bastante comuns
limítrofes. Vale lembrar que é nesse
para motores rodando a etanol, princi-
ambiente que os componentes devem
palmente em ciclos de partida fria e/
funcionar e garantir durabilidade, redu-
ou trajetos de curta duração. Ou seja,
ção de atrito (perdas mecânicas), ve-
dependendo do grau de diluição, esse
dação da câmara de combustão (con-
lubrificante pode trabalhar com uma
trole do blow-by) e controle do consu-
viscosidade similar, ou mesmo inferior,
e bicombustível? Os desafios se inten-
mo de óleo satisfatórios. Para tanto,
a um lubrificante de classe SAE 0W20.
sificam consideravelmente.
otimizações de materiais e design se
Caso esse comportamento não seja
Mas voltemos ao foco deste arti-
fazem necessárias nos componentes.
previsto na fase de desenvolvimento
go. Os motores brasileiros modernos já
A Fig.1 ajuda a entender essas deman-
do motor, certamente os componentes
apresentam um considerável carrega-
das e ilustra essas tendências.
e sistemas poderão ter sua durabilida-
Figura 2 - Formação excessiva de resíduos de combustão na região dos anéis do pistão.
mento mecânico. Quando se abastece
A respeito dos lubrificantes, os
de e desempenho afetados. A Fig. 2
com etanol, o motor experimenta uma
desafios também são grandes. Dentre
ilustra um caso de formação excessiva
elevação de 20 a 30% em sua pressão
os aspectos já mencionados, a ques-
de resíduos de combustão na região
de combustão, além de trabalhar com
tão da diluição do combustível no óleo
da zona dos anéis de pistão. Observe
maior injeção de combustível (cerca de
talvez seja a mais crítica, pois pode ser
que tal formação pode ser um primeiro
30%). Além disso, o ponto de ignição e
intensificada pelo uso das tecnologias
efeito desses fenômenos e torna o am-
o ângulo de virabrequim em que ocorre
de bicombustível e injeção direta. Além
biente muito mais severo para os com-
a máxima pressão de combustão são
das características de lubrificação, a di-
ponentes. Além disso, a diluição de
alterados. Todas essas características
luição de combustível (podendo incluir
etanol e água no lubrificante pode levar
contribuem para que os componentes
água e subprodutos de combustão) no
à ocorrência de emulsão, modificando
tenham um contato metal/metal mais
óleo pode, inclusive, ser fonte de ata-
novamente as propriedades físicas do
intenso, criando um ambiente mais crí-
ques químicos. O ciclo de utilização
lubrificante e prejudicando seu desem-
tico do ponto de vista de desgaste e
do veículo também pode ter bastante
penho, sobretudo na propriedade de
engripamento. A situação se torna ain-
influência no desempenho do sistema,
resistência ao engripamento.
da mais crítica quando se considera a
visto que ciclos de partida a frio ou de
Outro efeito decorrente da utiliza-
tendência de uso de óleos lubrificantes
curta duração dificultam a evaporação
ção de etanol diz respeito ao aspecto
de baixa viscosidade.
do etanol diluído no lubrificante.
químico. A diluição de alguns subpro-
Pode-se dizer que o resumo das
O efeito mais direto da diluição
dutos da combustão do etanol (ácidos
características
é a redução da viscosidade do lubri-
e aldeídos) no lubrificante acaba reagin-
mencionadas no parágrafo anterior é o
ficante, prejudicando suas funções.
do e atacando algumas ligas metálicas
aumento da severidade tribológica do
Para se ter uma ideia do efeito da di-
empregadas principalmente em bronzi-
sistema. Detalhando um pouco melhor,
luição, um lubrificante de classe SAE
nas e buchas, ocasionando a deteriora-
podemos elencar o aumento dos car-
5W30 tem sua viscosidade reduzida
ção (corrosão) e perda de função dos
regamentos térmicos e mecânicos, a
em 11% quando sujeito a uma dilui-
componentes. A seguir são apresenta-
diluição de combustível e seus efeitos
ção de 8% de gasolina. Com diluição
dos dois casos típicos de ocorrências
químicos e físicos no óleo lubrificante,
de 15% de combustível, a redução da
que foram observadas em testes de de-
consequências
das
9
senvolvimento de motores. A tendência
camada atual. Essa
era que tais ocorrências se tornassem
solução foi desen-
mais comuns para as futuras gerações
volvida no Brasil, tem
de motores rodando com etanol.
pedido de patente e
O primeiro caso está relacionado
seu conceito pode
ao anel de pistão de primeira canale-
ser aplicado a outros
ta. Usualmente, o material empregado
produtos e outras fa-
para esse componente em motores
mílias de motores.
nacionais é um aço inox nitretado.
O
segundo
Entretanto, para algumas aplicações
caso refere-se a bron-
bicombustíveis rodando com etanol,
zinas, e sua solução
essa tecnologia começou a apresen-
exigiu a cooperação
tar destacamentos da camada nitreta-
e um desenvolvimen-
por atrito, diminuindo o consumo de
da (spalling) - Fig.3. Prevendo a maior
to em conjunto entre desenvolvedores
combustível. Adiante serão expostos
severidade dos futuros motores, a
de componentes e de pacotes de adi-
os potenciais que podem ser explo-
solução foi desenvolver uma nova ca-
tivos de óleo. A ocorrência observada
rados no campo de lubrificantes para
mada nitretada com maior tenacida-
era a corrosão das bronzinas em mo-
que as demandas de maior eficiência
de e, ao mesmo tempo, mantendo a
tores rodando com etanol. A corrosão
(menores perdas mecânicas) sejam
excelente resistência ao desgaste da
atacava tanto bronzinas centrais como
atingidas. Os resultados a seguir vêm
bronzinas de biela. Nas regiões danifi-
de um estudo recente, realizado em
cadas observavam-se resíduos de lu-
parceria entre MAHLE e Petrobras,
brificantes. Parecia haver um problema
com um óleo experimental de com-
de incompatibilidade entre o pacote
petição. Foram selecionadas duas
de aditivos do lubrificante, a condição
variantes de lubrificantes: uma pa-
de operação do motor e o material da
drão e outra com propriedades extre-
liga. Após um detalhado delineamento
mas de redução de atrito, tanto por
de experimentos envolvendo variantes
efeito de viscosidade como também
individuais e combinadas, constatou-
pela adição de modificadores de atri-
-se que a solução conjugava uma nova
to. Foram feitos testes de bancada,
liga empregada na bronzina e uma re-
motor e veículo para avaliar os bene-
formulação no pacote de aditivos do
fícios no uso do lubrificante de baixo
lubrificante. A Fig. 4 aponta, de forma
atrito. Os resultados a serem apresen-
ilustrativa, a sequência de experimen-
tados são válidos apenas como de-
tos e o aspecto visual do componente.
monstração de conceito em termos
Até agora foram elencados al-
de redução de atrito. Avaliações de
guns desafios (já superados) envol-
durabilidade envolvendo as variantes
vendo as tecnologias atuais de mo-
propostas estavam fora do escopo
tores, seus componentes e lubrifican-
desse trabalho.
Figura 3 - Face de contato do anel de primeira canaleta após teste de motor severo. A tecnologia
Figura 4 - Sequência de experimentos sobre corrosão em bronzinas em motores rodando com etanol.
GNS Flex não apresenta destacamento (spalling),
tes. Uma outra vertente, não menos
A primeira sequência de testes
que pode ser visto no anel de tecnologia regular.
importante, é a redução das perdas
foi realizada usando uma bancada
10
especial denominada Floating Liner.
de motor (1,4L PFI) em dinamômetro.
to e menor consumo de combustível.
Essa bancada usa um motor monoci-
Foram testadas algumas condições de
Ao lado das tecnologias de baixo atri-
líndrico devidamente instrumentado e
operação do motor, todas em regime
to de componentes, as tecnologias
capaz de medir a força de atrito entre
permanente. Foi observado um au-
de lubrificantes se mostram muito
o conjunto pistão/anéis e o cilindro. As
mento de potência de 1,9 a 2,7% com
importantes e eficazes para atingir
medições acontecem em condição de
o uso do lubrificante de baixo atrito.
tais demandas. Alguns casos atuais
funcionamento do motor, ou seja, com
A conclusão do exposto até
já ilustram a necessidade e a impor-
ignição, temperaturas e pressões asso-
aqui é que as novas tecnologias de
tância de haver desenvolvimentos
ciadas a essa condição. Nessa primei-
motores vão desafiar cada vez mais
em conjunto entre componentes e
ra sequência de testes, uma série de
o desempenho dos componentes de
lubrificantes. Essa cooperação será
condições de rotação e carregamento
motores e dos lubrificantes. Além de
cada vez mais importante para os
foi ensaiada. Os resultados de atrito va-
aspectos de desempenho e durabi-
futuros desenvolvimentos de motores
riaram conforme a condição de funcio-
lidade, economia de combustível e
na busca de maior eficiência.
namento do motor, mas o resultado ge-
redução de emissões são também
ral é que o uso do lubrificante de baixo
importantes direcionadores, exigindo
atrito conseguiu reduzir em 52% o atrito
novos desenvolvimentos em compo-
entre pistões/anéis e o cilindro.
nentes, óleos e aditivos para superar
Utilizando-se as mesmas varian-
tais desafios, bem como maximizar
tes de lubrificantes, foi feito um teste
as oportunidades de maior rendimen-
Rafael Antonio Bruno, Eng. Mecânico pela USP. Trabalha no grupo de Tecnologia de Produto da MAHLE
11
Regras de da lubrificação
C
Por: Sérgio Smythe
oisas simples como a “limpeza” do lubrifi-
to ou dentro do tambor. Para evitarmos isso, tanto na ar-
cante são negligenciadas em quase todas
mazenagem quanto nos equipamentos, precisamos de
as situações, isso ocorre tanto no caso do
respiros com desumidificadores.
lubrificante novo quanto no caso do usado.
O lubrificante desaerado se consegue com projetos
Quando não filtramos o lubrificante novo – sim, o lubrifi-
de equipamentos que evitem o turbilhonamento excessivo
cante novo precisa ser filtrado – estamos comprometen-
do óleo. A instalação de chicanas nos equipamentos evi-
do a vida útil do equipamento. Lubrificante novo não quer
ta que o lubrificante incorpore muito ar, pois faz com que
dizer necessariamente lubrificante isento de partículas
ele reduza a sua velocidade de circulação. A instalação
contaminantes, pois o lubrificante novo pode ser conta-
de tanques de óleo com maior volume também auxilia no
minado na embalagem, na estocagem, no manuseio, no
caso da desaeração e da redução da temperatura.
equipamento e, mesmo que não tenha sido contaminado, precisamos saber qual é o grau de limpeza exigido
Consulte o fabricante. Esta regrinha vale ouro
pelo equipamento. Quanto mais limpo, maior a vida útil
Por que é que tem gente que acha que sabe mais
do lubrificante e do equipamento. Limpeza é, sem dúvi-
do que quem projetou o equipamento? Ledo engano. Até
da, o melhor investimento.
porque quem tem o maior interesse em que o equipa-
Também costumamos contaminar o lubrificante quando não trocamos os elementos filtrantes no momen-
mento funcione de acordo é o próprio fabricante. Afinal, se der algum problema é ele quem vai ter que resolver.
to exigido, ou seja, quando utilizamos acessórios conta-
Então, antes de qualquer coisa, antes de “chutar”
minados, quando abastecemos ou completamos o nível
o lubrificante a ser usado, consulte o fabricante, primeiro
de óleo de equipamentos móveis em locais sujeitos a
no manual do produto; depois, se necessário, no site do
poeira excessiva (máquinas agrícolas p.ex.) etc. As pos-
fabricante ou por telefone. Se ainda assim não conseguir,
sibilidades são infinitas.
consulte um especialista em lubrificantes, ele poderá indicar o lubrificante correto. O especialista também é útil
Algumas observações
quando um equipamento é redimensionado e apresenta
O óleo deve estar frio. Quanto mais quente, mais
comportamento diferente do original. Ou, ainda, quando
rápido se oxida e perde suas propriedades, deixando de
pretendermos buscar resultados diferentes daqueles que
fazer aquilo que se espera dele, que é manter a película
já conhecemos, que é o caso de substituição de lubrifican-
lubrificante. Já o termo “seco” quer dizer sem água, sem
tes minerais por lubrificantes sintéticos em que se espera
umidade. Essa umidade pode ser transmitida ao lubrifi-
aumento da vida útil do óleo e do equipamento.
cante durante sua armazenagem, por exemplo, quando
No caso de plantas industriais, onde procuramos esta-
o lubrificante respira dentro do tanque de armazenamen-
belecer uma menor variedade de lubrificantes em uso, para
12
fins de maior facilidade de estocagem e manuseio e de redução de custo, há que se considerar, além daquilo que é estabelecido pelo fabricante, as condições externas, como: o ambiente local
Regras para uma boa lubrificação do seu motor 01) O lubrificante deve estar limpo, frio, seco e desaerado;
(contaminantes, temperatura ambiente e de serviço, grau de experiência e
02) O óleo “novo” já possui “contaminantes” - faça pré-filtragem;
cuidado do lubrificador, se as trocas de óleo são feitas nos períodos recomendados etc.) e o regime de serviço
03) A contaminação começa na armazenagem e no manuseio do lubrificante;
(se contínuo ou intermitente, com carga total ou com carga parcial). Enfim, precisamos verificar se as condições a
04) Quanto ao lubrificante a utilizar, siga as indicações do fabricante - consulte sempre o manual do equipamento;
que estamos sujeitando o equipamento e o lubrificante estão conforme o estabelecido e projetado pelo fabricante, ou se é uma nova condição. Lubrificante em excesso
05) Para escolher um lubrificante considere: tipo de elemento de máquina ou de equipamento, regime de serviço, condições locais e preparo do lubrificador; 06) O excesso é tão prejudicial quanto a falta;
A questão do excesso de lubrificante quase sempre é negligenciada. É extremamente comum esse
07) Cuidado com as misturas. Mesmo tendo feito teste de compatibilidade, acompanhe “de perto” o desempenho do equipamento;
tipo de problema, principalmente na graxa. E aí, quando esse excesso provoca o efeito contrário ao de-
08) Um sistema eficiente de filtragem pode aumentar infinitamente a vida útil do equipamento;
sejado, vindo a facilitar a fadiga e quebras dos elementos de máquinas, dizemos que o lubrificante “não presta”. Saber que um equipamento quebrou por falta de lubrificante é
09) O lubrificante é o sangue da máquina. Assim como no sangue, a análise do óleo pode prevenir e diagnosticar doenças;
10) Prefira um produto sintético somente quando o mineral não puder dar conta do serviço.
fácil de concluir, mas saber quando é pelo excesso fica bem mais complicado. É importante saber a quantidade exata a ser aplicada.
diferentes, podem conter excesso de
É recomendada a Filtragem ex-
Outro fator que devemos obser-
contaminantes não visíveis a olho nu,
tra. Se for possível, filtre todos os lubri-
var é em relação às misturas. Aqueles
entre outros. Certifique-se com os
ficantes que for utilizar. Lubrificantes
óleos que aparentemente são iguais
fabricantes sobre a compatibilidade
com menores cargas de aditivos e
podem conter óleos básicos e aditi-
de seus produtos e, se resolver fazer
viscosidades mais baixas, como óle-
vos diferentes, apresentar viscosida-
uma mistura, faça, antes, testes de
os para turbinas, hidráulicos e espe-
des e índices de viscosidade também
compatibilidade.
cialmente os para comandos hidráuli13
Garantia de uma maior vida útil aos equipamentos, menores custos de manutenção e menos dias parados em sua planta industrial.
diminuição da viscosidade e a contaminação por água, um aumento da mesma), partículas de metais em excesso que podem indicar desgaste de alguma peça em especial e daí por diante. Um bom programa de análise de óleo pode prolongar infinitamente a vida útil dos equipamentos.
cos, são os mais sensíveis às contaminações. Esses devem
Para finalizar, na dúvida, procure sempre as so-
receber cuidados especiais e filtragens extras, antes mesmo
luções mais simples. Soluções complicadas envolvem ge-
de entrarem em uso.
ralmente altos custos e nem sempre são fáceis de serem incorporadas ou viabilizadas na empresa. Utilizar óleo sintético
Análise do óleo Se quiser saber como está a saúde do lubrificante ou do seu equipamento, é simples: faça uma análise do
só se for recomendado pelo fabricante ou se for indicado por alguém que dê acompanhamento correto e promova a análise frequente dos resultados encontrados.
óleo, que poderá detectar possíveis problemas. No que diz respeito ao óleo, podemos encontrar sinais de ex-
Sérgio Smythe é engenheiro da Petrobras
cesso de acidez ou oxidação, aditivos que já estão com-
Distribuidora - Gerência de Grandes Consu-
prometidos, água em excesso, alteração na viscosidade (uma diluição do óleo de motor por combustível provoca
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midores de Bauru e atua como profissional de Suporte Técnico em lubrificantes no mercado sucroalcooleiro.
Uma Integração Estratégica
A SAÚDE PRECISA, PRIMEIRO, MELHORAR A GESTÃO
S.M.S.
S.M.S.
SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA
Por: Newton Richa
No momento em que se discute, no Congresso
das causas dos agravos à saúde que obrigam a po-
Nacional, o aumento de recursos para a Saúde no
pulação a procurar as emergências médicas mostrará
Brasil, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter,
que, em sua maioria, elas são passíveis de prevenção.
Presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho
e
Competitividade,
vinculada
à
Repensar a Saúde
Presidência da República, adverte, em entrevista a O
No Brasil, pensamos doença. Para melhorar a
Globo de 24/09/2011, que “a Saúde precisa, primeiro,
gestão de Saúde precisamos, antes de tudo, com-
melhorar a gestão”. Se não mudarmos a gestão, esses
preendê-la bem, em toda sua complexidade. Nesse
recursos poderão ser quase totalmente consumidos
sentido, vale analisar o artigo 3º da lei 8080/90 (Lei
no tratamento de doenças e lesões resultantes de aci-
Orgânica da Saúde), que estabelece que “A saúde
dentes, em grande parte evitáveis.
tem como fatores determinantes e condicionantes a
A experiência norte-americana recente confirma
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
isso. De acordo com a publicação OECD Health Data
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o trans-
2008, os EUA têm o maior gasto per capita em as-
porte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essen-
sistência médica do mundo, entretanto, ocupam a 24ª
ciais”. Tal conceituação torna evidente que a gestão
posição em expectativa de vida, atrás de vários países
de Saúde não deve restringir-se ao simples acesso da
que gastam cerca da metade.
população à assistência médica, hospitalar e odonto-
Evidenciando a fragilidade das políticas públicas de Saúde vigentes, a todo momento a mídia exibe a
lógica para o tratamento de doenças, como se insiste em praticar no Brasil.
situação critica em que se encontra a rede pública
A melhoria da gestão passa, necessariamen-
de hospitais em todo o país, com suas emergências
te, por repensar a Saúde. O atual modelo brasileiro
superlotadas e pacientes sofrendo agravamentos ou
remunera, essencialmente, a doença. Precisamos
mesmo morrendo por falta de atendimento adequado.
aprender a remunerar a prevenção, como no
Embora não receba o mesmo destaque, as emergên-
Sistema Nacional de Saúde inglês, uma referência
cias dos planos de saúde também estão superlotadas.
internacional, no qual os médicos ganham mais, na
A razão para isto é a pouca prática de prevenção no
medida em que a população sob sua responsabili-
país também no setor privado. Seguramente, a análise
dade adoece menos. Nesse contexto, merece des15
S.M.S.
8
taque também o documento “Integrando a preven-
organismo humano, como, por exemplo, a vacinação
ção na assistência médica”, Fact Sheet 172, em que
antitetânica, o enclausuramento de fonte de ruído, a
a Organização Mundial de Saúde adverte para os
blindagem de fonte radioativa e o uso do Equipamento
custos crescentes com o aumento da expectativa de
de Proteção Individual (EPI).
vida global e a demanda crescente de tratamento
As ações de nível 1 e 2 são estabelecidas antes
de doenças crônicas, tais como as doenças cardio-
da ocorrência das doenças. A ênfase nessas ações é
vasculares, os cânceres, o diabetes, doenças respi-
essencial para a melhoria dos níveis de saúde coleti-
ratórias e outras, que constituirão sério desafio em
va, porque eliminam ou reduzem os fatores de risco
termos de custos para todos os países. As doenças
das doenças. Elas, muitas vezes, transcendem a com-
crônicas resultam de fatores de riscos passíveis de
petência dos profissionais de Saúde e exigem a parti-
prevenção, tais como alimentação imprópria, falta
cipação de engenheiros, químicos, físicos, arquitetos,
de atividade física, uso de tabaco, álcool e outras
economistas, administradores e outros profissionais
drogas, bem como da exposição excessiva a agen-
para seu planejamento e execução.
tes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos nos
Nos 3 níveis a seguir, há um predomínio dos pro-
locais de trabalho. Nesse documento são apresen-
fissionais de Saúde, sob a liderança dos médicos,
tadas as seguintes propostas: um sistema integrado
principalmente.
de assistência médica; o financiamento de sistemas
3.
Diagnóstico precoce e pronta intervenção -
e políticas que suportem a prevenção inserida na
Abrange medidas utilizadas para diagnosticar a do-
assistência médica; o suporte de informação, moti-
ença na fase mais precoce possível e evitar seu agra-
vação e habilitação dos pacientes necessário para
vamento; para evitar contaminação de terceiros, se a
a prevenção e o autocuidado; e inserção da preven-
doença for transmissível; e para restabelecer, no prazo
ção em todo ato de assistência médica.
mais curto possível, as condições de saúde e capacidade de trabalho, como se deve praticar no Exame
O resgate de um modelo antigo A melhoria da gestão da Saúde pode advir do
Médico Periódico. 4.
Limitação do dano - Consiste no tratamento
resgate de antigas propostas. Em seu livro “Medicina
clínico ou cirúrgico para evitar o agravamento de le-
Preventiva para o médico em sua comunidade”, publica-
sões e de doenças para estágios avançados, bem
do em 1958, Leavell e Clark estabelecem 5 níveis para
como na aplicação de primeiros socorros para ma-
as ações de gestão da Saúde, adaptados pelo autor:
nutenção da vida e prevenção de complicações nas
1.
Ações preventivas de caráter coletivo –
Compreendem medidas de caráter geral capazes de
emergências médicas. 5.
Reabilitação - Visa à reintegração do traba-
aumentar o bem-estar e melhorar os níveis de saúde
lhador ao efetivo produtivo da empresa. É executada
como, por exemplo, condições adequadas de sanea-
após a estabilização das alterações anatômicas e fi-
mento básico, nutrição, moradia, trabalho, transporte,
siológicas decorrentes da doença ou lesão que provo-
recreação e educação em saúde.
cou incapacidade permanente.
Ações preventivas de caráter específico -
De acordo com o modelo acima, a excelência
Correspondem a medidas aplicáveis a doenças es-
em gestão de Saúde pode ser atingida por meio de
pecíficas (malária, diabetes e tétano) ou a perigos
uma atuação efetiva nos níveis 1 e 2, o que acarretará
específicos (ruído, benzeno e raios X), visando elimi-
redução da carga global de doenças na população.
nar ou reduzir os fatores de risco antes que atinjam o
Demandas menores por atendimento médico pode-
2.
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S.M.S. rão ser tratadas com dignidade,
do trabalho, 8.504 casos de inca-
e Saúde no Trabalho, aprovada
eficiência e eficácia. No momen-
pacidade permanente e 2.804 óbi-
pelo Decreto Nº 7.602, de 7 de no-
to, a quase totalidade do que se
tos, entre os trabalhadores segura-
vembro de 2011.
gasta na rubrica “Saúde” no Brasil
dos. Esse números alarmantes não
é consumida nos níveis 3, 4 e 5.
incluem os trabalhadores autôno-
a existência do Projeto de Lei
Desse modo, o grande desafio
mos nem os informais, constituin-
8035/2010,
para melhorar a gestão da Saúde
do apenas uma fração do enorme
Congresso Nacional, que trata
no país é passar a atuar fortemen-
impacto social e econômico sobre
do Plano Nacional de Educação
te, também, nos níveis 1 e 2.
a sociedade brasileira naquele
para o decênio 2011-2020 (PNE
ano. Não há registro da mortali-
- 2011/2020). Entre suas diretri-
dade por doenças ocupacionais.
zes destacamos: formação para o
Em recente publicação, a
Entretanto, as estatísticas euro-
trabalho; promoção da sustentabi-
Organização Mundial de Saúde
peias sugerem a existência de um
lidade socioambiental; promoção
assinala que os trabalhadores re-
imenso iceberg de doenças ocu-
humanística, científica e tecnológi-
presentam a metade da popula-
pacionais no Brasil, que resultou
ca do país; e, fundamental para as
ção mundial e são os responsáveis
em cerca de 30.800 mortes, em
mudanças almejadas, valorização
pela produção de bens e serviços
2007, considerados apenas os
dos profissionais da Educação. O
que suprem as necessidades de
trabalhadores segurados.
Art. 6º do PL 8035/2010 estabelece
A interface trabalho-saúde
Além
disso, em
assinalamos tramitação
no
todos. Acrescenta que, ainda hoje,
A observação dos ambientes
que a União deverá promover a re-
só uma pequena minoria da força
e condições de trabalho no país,
alização de pelo menos duas con-
de trabalho global tem acesso a
resultantes da falta de conheci-
ferências nacionais de Educação
serviços de saúde no trabalho.
mento sobre os perigos à saúde e
até o final da década, com inter-
As estatísticas divulgadas no
à integridade física dos trabalhado-
valo de até quatro anos entre elas,
Relatório de Saúde na Europa 2009
res por parte de nossos dirigentes,
com o objetivo de avaliar e moni-
(The European Health Report 2009)
gerentes, supervisores e trabalha-
torar a execução do PNE – 2011-
alertam que a exposição perigosa
dores, sugere que nossas perdas
2020 e subsidiar a elaboração do
no local de trabalho está entre os 10
no mundo do trabalho não são me-
Plano Nacional de Educação para
fatores de risco mais importantes
nores que as sofridas pelos países
o decênio 2021-2030. A participa-
que afetam a carga global de doen-
europeus, estimadas em 2009 em
ção de segmentos representativos
ças naquele continente. Acrescenta
4% do PIB da região.
da sociedade na estruturação do
o documento que a cada ano cerca de 300.000 pessoas morrem de
PNE - 2011/2020 é de vital imporPropostas para o futuro
doenças ocupacionais e 27.000 de
Para atender às reais necessi-
acidentes de trabalho na Região,
dades de sua população trabalha-
evidenciando que a mortalidade
dora, o Brasil precisa rever sua es-
por doenças ocupacionais é cerca
tratégia global em Saúde, em cujo
de 11 vezes maior que a mortalida-
contexto enfatizamos a importância
de por acidentes do trabalho.
do compromisso de toda a socie-
tância para os avanços desejados, inclusive uma melhor gestão de Saúde no país. Newton Richa é Médico do Trabalho e Consultor de SMS do Instituto Brasileiro
No Brasil, em 2007, a Previdência
dade brasileira na implementação
de Petróleo, Gás e
Social registrou 653.090 acidentes
da Política Nacional de Segurança
Biocombustíveis - IBP
17
8
Percepções dos Consumidores e a Tecnologia dos Lubrificantes Consumidores em geral confiam nos fabricantes, mas é preciso distingui-los entre profissionais e usuários individuais em suas expectativas e grau de aceitação dos produtos
O
mercado de fluidos e lubrificantes automotivos
cultura de manutenção, fatores de carga etc). Enfim, não são as
vem passando por um período interessante. Do
demais variáveis que se adaptam aos lubrificantes, mas sim os
ponto de vista tecnológico, o avanço contínuo
lubrificantes que se adaptam às demais variáveis, e os produto-
das legislações ambientais tem forçado o desen-
res agem dessa forma se quiserem ter sucesso.
volvimento e a introdução de tecnologias inovadoras de moto-
Infelizmente, e a despeito dos também enormes investi-
res, o que se estende aos combustíveis, lubrificantes e demais
mentos de comunicação e marketing, aos olhos da maioria dos
fluidos automotivos. Do ponto de vista mercadológico, notamos
consumidores, sobretudo os usuários comuns (veículos não
uma expansão da demanda nos chamados países emergen-
comerciais), esse arsenal de tecnologia e os ajustes para dife-
tes, contrapondo-se à estagnação dos países desenvolvidos.
renciação ainda passam despercebidos. Nossa experiência e
Os BRICs – Brasil, Rússia, Índia e China – crescem e estão entre
percepção, como fabricante de motor, advindas da interação
os seis maiores mercados de lubrificantes do mundo.
com públicos distintos, sejam montadoras, frotistas ou usuários
Uma característica desses mercados é a existência de enorme número de fabricantes e marcas, o que os torna extre-
independentes, estão representadas na figura 1. Dela podemos destacar dois tipos de usuários: comuns e profissionais.
mamente concorridos. Na disputa por um número crescente de
Usuários Comuns (automóveis de passeio, ou mesmo
consumidores, os fabricantes têm feito expressivos investimentos
proprietários “autônomos” de veículos comerciais): nes-
na adequação de seus produtos às condições de cada região.
te segmento, o preço de aquisição do lubrificante ou mesmo
Se ainda existem variações de tecnologia entre os produtos ofere-
a recomendação do frentista no posto de troca de óleo são
cidos nas diferentes regiões do mundo, isso não se deve a desin-
geralmente fatores decisivos na escolha do lubrificante pelo
teresse dos produtores em investir. Pelo contrário, investimentos
consumidor. Há também certa influência da marca na escolha,
ocorrem para atender à necessidade de ajuste desses produtos
mas em geral esses consumidores conseguem marginalmente
às condições específicas em que operam, sejam elas a especi-
diferenciá-las, separando-as entre “marcas fortes” e “não tão
ficação do combustível, o estágio de tecnologia dos motores ou
fortes”. É curioso se notar também que muitas vezes os pro-
o ciclo típico de utilização dos veículos (ditados pela geografia,
prietários de automóveis utilizam óleos que permitem um intervalo de troca mais extenso que outros, mas não chegam a se preocupar com isso, uma vez que a programação das revisões dos mesmos pelo fabricante do veículo já contempla essa vantagem, ou se sobrepõe a ela. Usuários Profissionais (Veículos ou Equipamentos Comerciais): neste segmento, em teoria, há mais consciência e preocupação com o desempenho e a qualidade dos lubrificantes, e os consumidores em tese aceitam fazer soluções de compromisso (trade offs) entre esses parâme-
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tros e o preço de aquisição. Talvez o parâmetro que mais
PM (Material Particulado) caem cerca de 60% e 80% respecti-
procuram examinar é o intervalo de troca (longevidade).
vamente (figura 2). Com esses limites também, a emissão dos
Na prática, porém, a maioria dos usuários dificilmente têm
motores Diesel se aproxima bastante da chamada “emissão
meios, ou mesmo disciplina, para constatar tais diferenciais,
quase - zero”, o que acontecerá na legislação Euro 6 (com data
e confiam a fundo na recomendação dos fabricantes.
ainda indefinida no Brasil). O fato é que já na fase P7 (Euro 5), os
Empresas com grandes frotas e bem organizadas se se-
motores a Diesel, por si só, deixam de ser capazes de atender
param dessa maioria, no entanto, e trabalham em parceria com
às legislações e precisam ser integrados a sistemas de pós-tra-
as montadoras e fabricantes de motores para aperfeiçoar as so-
tamento dos gases de exaustão, para que eles sejam entregues
luções e até discutir a formulação ótima do óleo para sua opera-
ao meio ambiente dentro dos limites da legislação.
ção. Um exemplo disso é a parceria que a Cummins e a Valvoline
A pergunta que surge é: “como isso impacta os lubrifi-
firmaram, há alguns anos, para desenvolver um lubrificante que
cantes e fluidos?” Existem basicamente duas tecnologias dis-
se adaptasse de maneira otimizada aos motores Cummins, junto
poníveis para se atender a estes limites: EGR (Exhaust Gas
com usuários. Levando-se em consideração detalhes específi-
Recirculation) e SCR (Selective Catalystic Reduction).
cos dos componentes internos dos motores Cummins e buscan-
99 A tecnologia EGR (figura 3), busca reduzir o chamado
do um lubrificante que mantivesse por mais tempo suas caracte-
NOx pela reinjeção dos gases de escape na câmera de com-
rísticas físico-químicas, mesmo em regimes severos de utilização,
bustão, e a grande redução do chamado material particulado
chegou-se, após milhares de horas de testes - em bancadas e
(PM) se dá pela ação de sistemas de pós-tratamento, em ge-
em utilização real dos equipamentos e veículos - a uma formula-
ral filtros de partículas e catalisadores.
ção que atinge esse objetivo e é comercializada como Valvoline
99 Já a tecnologia SCR (figura 4), tem uma estratégia de
Premium Blue®. Nasceram daí algumas características ex-
calibração dos motores oposta, buscando reduzir o nível
clusivas do óleo Premium Blue®, como: tecnologia exclusiva
de material particulado (PM) na câmera de combustão, e a
DPT (Dispersive Polymer Technology) para altos níveis de fuli-
grande redução no NOx ocorre no chamado pós-tratamento,
gem, índices de viscosidade diferenciados para suportar ope-
em que a injeção de um agente redutor líquido automotivo, o ARLA-32 (eis aqui um novo fluido
rações em condições extremas de temperatura, e alta retenção
Usuário comum
Custo inicial
- Grande importância
- Importante, mas confronta com longevidade e desempenho
Custo operacional
- Não percebido; - Difícil de provar
- Grande imporntância
Especificação
- Conselho do frentista X preço
Desempenho
- Não percebe diferença; - Ligeiramente influenciado por campanhas de marketing
Longevidade
- Todos querem; - Frequentemente anulado por exigências e revisões periódicas do equipamento; - Atua como segurança para usuários “esquecidos”
- Importância relevante e crescente
Qualidade
- Difíceis de comprovar; - Itens comunicado através de campanhas de mídia (personalidades do esporte, afirmações de personalidades etc.).
- Grande importância porém percebidos apenas em operações extremamente especializadas
- Pouco interesse; - Robustez no design é crucial (usuário confia no OEM ou no fabricante de motor).
- Bastante interesse; - Robustez no design é crucial (usuários às vezes discute com fabricante do motor do veículo).
de TBN (Total Base Number), que retarda a formação de ácidos corrosivos, evitando o desgaste químico prematuro. Mudanças no cenário tecnológico Estamos às vésperas do início de uma nova legislação ambiental para veículos comerciais no Brasil, migrando da chamada etapa Proconve P5 (ou Euro 3) para a Proconve P7 (ou Euro 5). Com ela os limites de NOx (Óxidos de Nitrogênio) e
Profissional
Economia Eficiência Tolerância e desafios operacionais: - Ambientes secos ou úmidos; - Temperaturas extremas: frias ou quentes; - Fator de carga; Riscos de incêndio; - Fator de carga; - Atmosfera (poeiras, ácidos, alta pressão, vácuo, etc.); - Compatibilidade química com combustíveis
- Recomendação do fabricante - Geralmente guiado por recomendação dos fabricantes
automotivo), atua em conjunto com catalisadores para reduzi-lo. Sem entrar em maiores detalhes das alternativas, as tecnologias trazem desafios interessantes, já que os motores com EGR tendem a gerar mais cinzas no óleo, pela reinjeção dos gases de escape na câmera de combustão, e os motores SCR tendem a ter temperaturas maiores na câmera promovendo a oxidação do lubrificante. Outras exigências para os óleos lubrificantes, como resistência à oxidação, estabilidade térmica e química/ resistência ao espessamento seguem inalteradas. Até aqui nada de
19
logística reversa, mais monitoração da qualidade, uso de combustíveis alternativos e demanda por menos consumo de combustível são algumas delas. Sobre a logística reversa em especial, novo, e os pacotes de aditivos dos fabricantes darão conta disto. A
chama a atenção a existência de estimativas alarmantes sobre
novidade, a nosso ver, está na preocupação de que ambas as tec-
a quantidade de lubrificantes que ainda são despejados pelo
nologias trazem sistemas de pós-tratamento, e há a possibilidade
público no meio ambiente, principalmente em aterros sanitá-
de contaminação dos seus componentes (filtros e catalisadores)
rios e esgotos, o que é algo criminoso. Há que se promover
com partículas geradas pelos combustíveis e também lubrifican-
incessantemente as soluções que eliminem essa prática. A
tes. Se estiverem contaminados com partículas expelidas pela
queima do óleo é uma delas, mas exige legislações especiais.
combustão, esses componentes não apenas perdem eficiência
A reciclagem é outra que demanda cada vez mais tecnologias
no tratamento dos poluentes, mas também se danificam.
de filtração, e principalmente vencer alguma relutância de se
Um dilema surge com essa preocupação, pelo menos
usar em óleos com base reciclada.
no Brasil, já que ao longo dos anos as indústrias de motores
Por fim, ainda destacamos o crescente desafio que a
e lubrificantes vêm desenvolvendo produtos que permitem
indústria automotiva vem abraçando de contribuir com a re-
um intervalo de troca de óleo mais extenso, e muitas das
dução rápida das emissões de CO2. Ainda não temos uma
soluções consistem em pacotes de aditivos com alto teor
legislação que regule a emissão de CO2 pelos motores, mas,
dos chamados SAPS (Sulphated Ashes, Phosporous, Sulfur
vencida a batalha do NOx e PM, o CO2 passa a ser o próximo
Components). Tais compostos auxiliam significativamente no
poluente a ser atacado, com ou sem legislação. Nesse senti-
desempenho dos lubrificantes no que tange à longevidade,
do há várias frentes em estudo: a utilização de combustíveis
mas, por outro lado, tendem a contaminar mais os sistemas
com cadeias mais simples e menos carbono, a melhoria da
de pós-tratamento, e a indústria terá que encontrar o balanço
eficiência dos sistemas de transportes para se usar menos
otimizado desse pacote para as novas leis de emissões. A
combustíveis e a própria eficiência dos motores. E é aqui, na
longevidade do óleo será menos afetada se o diesel de baixo
eficiência dos motores, que a indústria de lubrificantes tem
enxofre for utilizado, porém, em nosso país, pelo menos nos
muito a contribuir, começando pela redução dos atritos.
anos iniciais da legislação Proconve P7 (Euro-5) , diesel de
Em suma, os engenheiros terão ainda muita neces-
baixo e alto enxofre vão coexistir, o que torna a equação mais
sidade de pesquisas, desenvolvimento de tecnologias e
complexa do que em países desenvolvidos, onde só existe o
inovações em lubrificantes pela frente, o que os tornarão
diesel de baixo enxofre. Esse é outro exemplo em que o pro-
bastante ocupados e nada entediados.
duto tem de ser ajustado ao mercado e público específico, algo que nossos fabricantes de lubrificantes saberão fazer. Luis Afonso Pasquotto é vice-presidente
Outras tendências Outras pressões socialmente positivas vêm-se somando à indústria de lubrificantes: crescentes exigências ambientais,
20
corporativo da Cummins Inc. e presidente da Cummins para a América do Sul
O Marketing nos Serviços de Lubrificação Por: Antonio Traverso
A
tualmente em administração de empresas,
ção por HH (homem-hora). As empresas que prestam
nas industriais inclusive, busca-se mais do
serviços de lubrificação estão desenvolvendo as suas
que nunca a focalização no negócio prin-
competências e modelos de serviço também buscan-
cipal da empresa, ou no seu core busi-
do a focalização/diferenciação e, para isto, utilizam ou
ness como forma de racionalizar as suas respectivas
buscam um mix de marketing mais criativo e elaborado
atividades industriais, isto é, melhorar a rentabilidade
que conta com pelo menos 8 Ps*, isto é, oito elementos
dos negócios e, consequentemente, potencializar a
já consagrados no marketing de serviços que são:
“sobrevivência” na selva da competição por merca-
Pessoas;
dos. Nessa focalização, a terceirização de atividades
Processos;
tem sido uma tática recorrente, isto é, a ação de con-
Elementos do Produto;
tratar outras empresas para executarem tarefas não
Lugar e Tempo;
ligadas diretamente à produção ou as atividades fim.
Produtividade e Qualidade;
Uma das tarefas industriais não considerada ativida-
Promoção e Educação;
des fim é a manutenção industrial com todas as suas
Evidência Física;
disciplinas como: Mecânica, Elétrica, Instrumentação,
Preços e outros Custos.
Edificações etc. Na Mecânica temos diversas subdi-
Para ficarem mais claros os conceitos, vamos
visões, algumas mais valorizadas como, por exemplo,
comentá-los no ambiente de lubrificação industrial em
a Mecatrônica e a Hidráulica e outras menos como a
alguns exemplos práticos.
Pintura e a Lubrificação. Em função dessa percepção
Pessoas - São as pessoas motivadas e valori-
de menor valor por parcela significativa das indústrias
zadas que fazem a diferença na hora de lubrificar os
brasileiras, julgam os seus respectivos administradores
equipamentos, eliminar os pequenos vazamentos ou
e gestores que a remuneração dos profissionais de lu-
fazer a coleta de amostras para a análise da condição
brificação deva estar na base (bottom line) da escala
do equipamento corretamente, ou ainda perceber que
de valor dos profissionais de manutenção e que devam
são profissionais vitais para o bom funcionamento da
permanecer por lá enquanto esses mecânicos forem
planta do cliente. Um time de mecânicos lubrificado-
profissionais de “bater graxa”. É aí que mora o perigo,
res motivados pode facilmente atingir um padrão de
pois os serviços de lubrificação não funcionarão bem
classe mundial em muito pouco tempo, mesmo em
se forem contratados somente na base de remunera-
grandes e complexas plantas industriais. Temos atu-
*Todos os elementos acima começam com a letra P no idioma inglês.
21
almente algumas indústrias enfatizando a importância
fazer ou por onde começar. Não vale reclamar do plane-
da higiene industrial e pessoal através do uniforme
jador da parada. O aproveitamento ou não das “horas
branco para as equipes de lubrificação. Essa medida
da verdade” são cruciais no marketing, principalmente
proporciona grande significação aos mecânicos e aos
no marketing de serviços. Quando aproveitamos os mo-
clientes nas interações de serviço.
mentos da verdade, criamos um vínculo muito forte com
Processos - O aprimoramento contínuo dos processos de planejamento, execução das rotinas e pro-
Produtividade
gramação de lubrificação, assim como a otimização de
e Qualidade - É algo
processos de gestão e supervisão, permitem a conso-
como no exemplo da
lidação e a tangibilização do conhecimento e das me-
turbomáquina acima:
lhores práticas. Um exemplo de processo que faz dife-
tê-la limpa, descon-
rença é o processo de controle e redução de falhas em
taminada e desimpe-
rolamentos, o que é perfeitamente factível e facilmente
dida, para ser inter-
implantável com uma visão nos processos das respec-
ligada aos seus sub-
tivas cadeias de valor do cliente;
sistemas sem atrasos
Produtos - São através de linhas mais comple-
e com o certificado de
tas de óleos, graxas, pastas de qualidade, atualiza-
qualidade/laudo
dos e selecionados criteriosamente, amigáveis ao
laboratório, em tempo
meio ambiente e, quando possível, economizadores
real, assegurando que o equipamento está limpo e
de energia atualizados com as demandas cada vez
enquadrado. Surpreender o cliente é a chave deste
mais severas das normas técnicas e dos equipamen-
elemento de marketing. Surpreender o cliente “en-
tos em termos de temperatura, pressão, rotação, tro-
tregando-lhe” mais é força.
do
ca térmica, etc. e com custo x benefício que superem
Promoção e Educação - Muitas vezes este é um
os concorrentes, que este portfólio pode ser conside-
dos elementos mais difíceis de implantar, dado ao fato
rado como agregador, isto é, tangibilizador de valor
de a lubrificação, de certa forma, ser ainda estigmati-
em termos de marketing. Imaginemos hoje uma linha
zada dentro do ambiente industrial. Entretanto, cabe ao
de lubrificantes sem um subgrupo de fluidos biode-
prestador do serviço de lubrificação promover o seu tra-
gradáveis ou atóxicos. Não tê-los é tangibilizar uma
balho e, através das interações de serviço com os clien-
lacuna que, de alguma forma, atinge a percepção do
tes, educá-lo e ou reeducá-lo no que tange ao valor e à
cliente em relação à abrangência e atualidade da li-
significância das melhores práticas de lubrificação como
nha. A abrangência da linha de produtos é o grande
uma potente tática de se obter excelência operacional. A
ativo a ser valorizado com o marketing de serviços;
implantação de práticas preditivas através de lubrifican-
Lugar e Tempo (Place and Time) - Estar no lugar certo na hora certa com os técnicos certos, com o co-
22
o cliente e esse vínculo se mantém por muitos anos;
tes é uma ferramenta excelente de se promover a lubrificação e “quebrar” a resistência de alguns clientes.
nhecimento adequado e com as ferramentas certas é o
Evidência Física (Physical Evidence) - A apre-
que faz a diferença. Não adianta estar em uma grande
sentação do serviço, isto é, as interações com o cliente
parada de manutenção, em que tudo ou quase tudo é
até a entrega efetiva do serviço devem ser consistentes
planejado na frente de uma turbomáquina que precisa
e convergentes, pois, se um dos elos do serviço for in-
ser descontaminada, depois passar por um trabalho a
consistente ou dissonante, o mix de marketing fica com-
quente nas tubulações, e não se saber ao certo o que
prometido, podendo até atingir a reputação da própria
empresa e da própria marca. Tomemos como exemplo
ou a execução de uma ordem de serviço emergencial
uma entrega de lubrificante a granel para um cliente
de remoção de um lubrificante contaminado em uma
do setor marítimo em um porto qualquer no litoral bra-
grande máquina pode ser devastadora.
sileiro. Se no dia agendado da entrega o produto não
Portanto, são minimamente esses elementos que
chega, ou se no momento do bombeio de transferência
possibilitam a uma empresa prestadora de serviços de
para o tanque da embarcação a tripulação do barco
lubrificação materializar uma percepção de valor dife-
verifica que o mangote de abastecimento está furado
renciado, no decorrer da prestação do serviço, fazen-
e, em decorrência, um jato de lubrificante está indo di-
do-a sair da “alça de mira” do cliente, que visa a qual-
reto para o ma, com essas “evidências físicas” como o
quer custo extrair do prestador do serviço menor preço
cliente vai tangibilizar a qualidade do fornecedor?
e máxima produção. Os 8 Ps de marketing apresenta-
Preços e outros Custos - Não são só os preços unitários dos serviços que são sentidos pelos clien-
dos acima podem ser determinantes para a lubrificação sair definitivamente do bottom line da manutenção.
tes. Outros custos como físicos, psicológicos, sensoriais e processuais também impactam a percepção e a experiência com o serviço. A diferença de culturas entre o prestador e a empresa tomadora de serviço também pode ser bastante impactante na percepção do serviço. A falta de timing em um contato telefônico
Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Consultor Sênior de Lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.
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Lubrificantes Economizadores de
Energia Por: Ana Azevedo
conceito sustentável de economia de energia e eficiência energética. A grande questão é: quanto representa essa economia e como medi-la. De acordo com o engenheiro químico Irajá Bernardino Ribeiro Júnior, consultor técnico de Sustentabilidade e Eficiência Energética da empresa e um dos seis brasileiros a possuir a certificação CMVP (Certified Measurement & Verification Professional), título de abrangência internacional que reconhece a competência de um profissional para assinar qualquer
O
projeto de medição e verificação de desempenho de consumo de energia é hoje uma ques-
energia, a simples troca de um lubrificante pode redu-
tão estratégica. No mundo inteiro as
zir o consumo de energia de 3% a 7%.
indústrias buscam caminhos para eco-
Aliando-se características do óleo base aos
nomizar, ser mais eficientes ou mesmo
aditivos e à performance para a qual o produto foi
encontrar fontes alternativas às já existentes. Em se
desenvolvido, é possível gerar menor atrito, aumen-
tratando de Brasil, o que muitos empresários ainda
tar a eficiência mecânica do equipamento e a con-
não descobriram é que a simples troca do óleo lubri-
sequente redução de energia.
ficante pode, além de reduzir o consumo, aumentar a eficiência operacional dos equipamentos.
buscam a eficiência energética baseada na troca de
É claro que encontrar esses produtos requer
lâmpadas ou motores dos equipamentos. No entanto,
pesquisa e um custo mais elevado. São os chamados
o uso correto do lubrificante pode ter um papel muito
lubrificantes especiais; categoria que cresce funda-
mais importante e significativo financeiramente.
mentada na necessidade cada vez maior de produzir com sustentabilidade.
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É comum encontrar na indústria projetos que
Um exemplo é a indústria siderúrgica. O uso de lubrificantes especiais, além de reduzir o próprio
Durante evento realizado em São Paulo, para
consumo do produto, permite um número menor de
comemorar 40 anos de Brasil, a Klüber Lubrication
paradas da linha de produção para a substituição
destacou o investimento nos produtos especiais como
de rolamentos, um fator que gera ganho de produ-
tividade. No processo de lingotamento contínuo, etapa de produção em que o aço líquido é transformado em aço sólido, um lingotamento de tarugos de seis veios que tinha consumo anual de graxas convencionais de 10 a 12 mil kg ano, com o uso de graxas especiais pode cair para 4 mil kg ao ano, um consumo três vezes menor. Na indústria cervejeira, compressores de refrigeração e de ar e um conjunto de engrenagens chegam a gastar 200 kW (kilowatt), 300 kW e 450 kW, respectivamente. Após a utilização dos lubrificantes especiais, essa eficiência pode ser de 0,5% a 15%,
Embora lento, o processo de conscientização
com uma economia de 1.500 MW/h (Megawatt/hora),
vem crescendo, tendo no setor automotivo apelo
ou o equivalente a R$ 220 mil ao ano, tomando-se
mais forte. Visto como vilão na emissão de carbono,
como base um cálculo de R$ 0,15 por kW/h.
o automóvel vem passando por avanços significa-
De acordo com os números da Klüber, no caso da redução de emissão de CO2 na atmosfera, os
tivos, com opções de combustível e até mesmo a criação do carro elétrico.
cerca de 500.000 GW/h (Gigawatt/hora) gastos pela
O consumo de energia está diretamente ligado à
indústria brasileira de alimentos geram quase 160
emissão de poluentes. Quando ele é reduzido, auto-
milhões de toneladas de dióxido de carbono. No
maticamente caem os índices de emissão de carbono.
caso de uma cervejaria, que pode economizar cer-
No Brasil a relação está em torno de 0,32, ou seja,
ca de 224.400 kW/h, a redução pode chegar a 70
para cada 1 MW/h (Megawatt/hora), 0,32 toneladas de
toneladas de dióxido de carbono.
carbono deixam de ser emitidas. Na Europa a relação
A utilização da metodologia de verificação de
é de 0,5 ton ou 0,6 ton e na China, 0,8 ton, em função
desempenho de energia pode servir como parâ-
da utilização do carvão como fonte geradora de ener-
metro para novos investimentos, principalmente na
gia. Logo, quanto mais suja a matriz energética, mais
Europa, onde a falta de energia já é uma realida-
relevante se torna a redução de emissão.
de. No Brasil, a indústria começa a sentir no bolso o
Durante o evento, a Klüber anunciou que preten-
quanto ela está ficando cara, tornando-se impeditivo
de expandir sua atuação no mercado brasileiro. “O
de crescimento em algumas regiões do país.
Brasil, em razão da evolução da economia e das suas atividades industriais e da tendência a ser um grande polo de produção de energia renovável, é muito importante para a Klüber e para o Grupo Freudenberg em âmbito global”, afirma Enrique García, diretor-geral da empresa para a América do Sul.
Ana Azevedo é jornalista da AZM Comunicações
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A
Associação de Engenharia Automotiva
Biocombustíveis – IBP. Os principais desenvolvimen-
– AEA promoveu, no dia 27 de outubro
tos tecnológicos e o aumento da demanda mundial
de 2011, a quarta edição do Simpósio
por básicos do grupo III, assim como as vantagens
de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos, no
ténicas das Polialfaolefinas, foram assuntos de grande
Hotel Renaissance, em São Paulo. Foram 272 parti-
interesse no debate após as apresentações.
cipantes, entre eles 15 estrangeiros, que assistiram
A qualidade dos lubrificantes foi tema abordado
a uma programação intensa e de alta qualidade, que
com muita clareza e objetividade pela Agência Nacional
contou com cinco palestrantes brasileiros e cinco in-
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, atra-
ternacionais, e também à apresentação de dois pai-
vés de sua especialista Maria da Conceição França,
néis de elevado nível técnico
que trouxe informações relevantes para o mercado
O primeiro painel, logo após a solenidade de
sobre a atuação da Agência na extensão da coleta de
abertura conduzida pelo presidente da AEA, Sr.
amostras por todo o território nacional, no foco em em-
Antonio Megale, abordou o tema Óleos Básicos e teve
balagens superiores a 1 litro, que já representam 30%
a exposição de três palestrantes internacionais: Mike
das amostras coletadas, no recadastramento de impor-
Brown, diretor técnico da SK Lubricants Americas,
tadores e produtores, na elaboração de minuta da re-
Ed Potter, diretor de vendas da Neste Oil, e Martin
visão da Resolução nº10, que trata dos níveis mínimos
Krevalis, da ExxonMobil Chemical. A seção teve a mo-
de desempenho dos óleos automotivos. A ANP também
deração do Sr. Pedro Nelson Belmiro, coordenador de
foi representada por Fabio Ferreira Real, da área de fis-
lubrificantes do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e
calização, que revelou o número de 14.186 ações de fiscalização em todos os agentes do mercado, com 141 autuações na área de lubrificantes. Grande interesse foi demonstrado pela plateia dm relação às palestras dos Srs. Rafael Bruno, do Centro de Tecnologia da Mahle Metal Leve, sobre a relação dos lubrificantes com os componentes do motores modernos, e Carlos Mussato, Engenheiro de Produto Senior da ZF, sobre a influência da tribologia na performance da transmissão. O segundo painel do programa abordou a tecnologia dos lubrificantes e contou com a participação de Eduardo Baralt, cientista da Novvi SA, de Marcos
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Davi Rufino dos Santos, gerente de Vendas da ChevronOronite, Ian Field, gerente de óleos lubrificantes de cárter automotivo da Infineum, e de Cláudio Williams Azevedo Lopes, gerente de Vendas da Afton Chemical, respectivamente com os temas “Synthetic biology to create
agrícolas”, “European experience
colaborando na sua divulgação e
high performance lubricant base
with Euro V engines and lubricants”
também brindando, com um ano
oils”, “Fluidos hidráulicos, transmis-
e “Características de lubrificação
de assinatura, os quatro contem-
são e freio úmido para máquinas
para motocicletas com motores qua-
plados no sorteio realizado no local do evento. Os nomes sorteados foram Silvia Yoshie Iwakura, Walter Biazetti, Rodrigo Domene e Claudio Augusto Domene. A
Comissão
Organizadora
do evento, formada por Simone Hashizume,
Sergio
Viscardi
e
Pedro Nelson Belmiro, agradeceu a participação de todos e destacou a importância de um evento como esse no Brasil, que já é o sexto maior produtor mundial de automóveis e o quinto de motocicletas. O consumo e o aumento tro tempos”. Este painel também foi
das exigências de qualidade dos
mediado por Pedro Nelson Belmiro
lubrificantes estão diretamente re-
do IBP. Nos debates, em lugar de
lacionados com o desenvolvimen-
Ian Field, participou Marco Aurélio
to da indústria automotiva, e cada
Cunha, também da Infineum.
vez mais se faz necessário reunir
A revista LUBES EM FOCO
os principais agentes de mercado
também esteve presente como
para debater e disseminar o co-
um dos patrocinadores do evento,
nhecimento sobre o assunto. 27
O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao 1º semestre do ano de 2011, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.
Uma estimativa do mercado relativa ao 1º semestre de 2011 O mercado aparente 695.000 m3
Mercado Total Óleos Lubrificantes Mercado Local: Automotivos: Industriais: Óleos Básicos
657.000 395.000 m3 242.000 m3 20.000 m3 57.200 m3 19.200 m3
Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: * Mercado Total Graxas
694.425 m3
Óleos Básicos: Mercado Total
m3
Produção Local: Refinarias Rerrefino
429.205 m3 304.900 m3 124.305 m3
Importação Exportação
266.000 m3 780 m3
Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco
29.000 t
* Não considerados óleos brancos e a classificação “outros”.
Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2011/2010 por região (período jan - nov) 800 600
560
2010 2011
623.293
593.558
Total de lubrificantes por região
Mil m3
Análise comparativa por produtos
Mil m3
526.262
490
640
2010 2011
520.998
420
560 350
400
385.443
380.317
400
280
320
210
200.773
187.612
80
40.720
GRAXAS
160
140
INDUSTRIAIS
AUTOMOTIVOS
200
70 41.983
71.250
0
0 Lubrificantes automotivos por região
Mil m3
131.916
SUL
SUDESTE
144.191 97.555
77.256
NORTE
NORDESTE
107.501
CENTRO OESTE
Lubrificantes industriais por região
Mil m3
250 290.265
280
288.790
225
2010 2011
240
216.118
200
2010 2011
212.547
175
200
150 160
125
120
100
122.546 111.492 88.187
80
75 67.672
40 0
97.200
44.148
SUL
SUDESTE
59.466
49.662
NORTE
65.095
69.712
50 38.677
25 NORDESTE
CENTRO OESTE
0
25.111
SUL
SUDESTE
NORTE
1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.
28
41.423
32.738
36.376
25.385 NORDESTE
CENTRO OESTE
Mercado de Lubrificantes em 2010 (m3)
Mercado de Graxas em 2010 (t)
14,5% 12,8%
21,0%
2,9%
12,4%
3,2% 7,3% 12,2%
12,3%
BR Chevron (Texaco) Shell Ipiranga Cosan (Esso) Petronas Castrol Repsol YPF Outros
17,9% 20,1%
12,8%
6,7% 12,0% 8,9% 10,4%
BR Chevron (Texaco) Ipiranga Ingrax Petronas Shell Cosan (Esso) Outros
11,2%
NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2009, que foram retirados desta seção, podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.
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NACIONAIS Sindicom anuncia recorde histórico na venda de combustíveis O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes – SINDICOM, anunciou que, no ano em que a economia reduziu seu ritmo de desenvolvimento, em função da crise global, o mercado de distribuição de combustíveis superou os índices projetados de crescimento econômico: uma variação de quase 2,8% em relação ao ano anterior. Apesar do recuo de 28,4% no consumo de etanol, a soma dos combustíveis do ciclo Otto (etanol, gasolina e GNV) teve um aumento de 6,1%. O segmento de lubrificantes também demonstra que acompanhou a tendência do mercado e finaliza o ano com um crescimento de 3%. Fonte: SINDICOM
INTERNACIONAIS ExxonMobil antecipa consolidação de empresas do grupo A ExxonMobil Corporation anunciou a antecipação da consolidação da empresa de combustíveis ExxonMobil Fuels Marketing Company com a empresa de lubrificantes ExxonMobil Lubricants & Petroleum Specialties Company, formando uma única empresa denominada ExxonMobil Fuels, Lubricants & Specialties Marketing Company. A consolidação será efetivada a partir de 1º de fevereiro de 2012. É esperada a indicação do Sr. Allan J. Kelly para presidente da nova empresa.
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Programação de Eventos Internacionais Data
Evento
2012 Janeiro 10 a 12
18th. International Colloquium Tribology - Stuttgart, Alemanha - www.tae.de
Maio 9 a 10
1st. Annual Base Oil and Lubes Middle East Conference - Bahrain - http://www.cconnection.org
Dezembro 1 a 2
7th. ICIS Pan-American Base Oil & Lubricants Conference - New Jersey - USA - www.icisconference.com
Nacionais Data
Evento
2012 Abril 18
8º Fórum sobre Óleos Lubrificantes - Rio de Janeiro - www.ibp.org.br
Julho 9
2º Encontro com o Mercado - Rio de Janeiro - www.lubes.com.br
Agosto 21 a 23
Expopostos & Conveniência - Rio de Janeiro - Rio Centro - www.postoseconveniencia.com.br
Setembro 10 a 14
27º Congresso Brasileiro de Manutenção - Rio de Janeiro - www.abraman.org.br
Cursos Data
Evento
2012 Abril 23 a 25
Lubrificantes e Lubrificação - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos
Junho 18 a 22
Dimensionamento de Válvulas de Controle (VCD) - São Paulo, SP - www.ibp.org.br/cursos
Julho 23 a 25
Análise de Falhas e Soluções de Problemas de Equipamentos Mecânicos - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos
Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.
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