Revista lubes em foco edicao31

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EM FOCO

Jun/Jul 12 Ano VI • nº 31 Publicação Bimestral R$ 15,00

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00031

A revista do negócio de lubrificantes

Engrenagens Industriais

Conciliando durabilidade e eficiência na seleção do lubrificante adequado.

Chemical Leasing

Uma abordagem moderna da gestão sustentável de produtos químicos.



Editorial A importância de se realizarem eventos específicos para o segmento de lubrificantes tem ficado cada vez mais evidente, quando os principais atores do setor demonstram um interesse crescente nas discussões técnicas e comerciais, assim como nas questões legislativas e regulatórias. A maior prova disso foi o grande sucesso que a segunda edição do Encontro com o Mercado, promovido pela revista LUBES EM FOCO, atingiu em seus dois dias de realização, no início de julho deste ano. Ouvir o mercado e a ele retornar com informações relevantes tem sido o grande objetivo desta revista, e a realização de um evento em que, além da participação técnica, é oferecido o espaço para integração e contatos de alto nível vem confirmar que o caminho escolhido está atingindo este objetivo. Este é um ano em que temos uma grande variedade de eventos voltados para os lubrificantes, preparando um campo fértil para o desenvolvimento do país, já que é um segmento diretamente relacionado com a produção industrial e o crescimento do PIB. Assim, entende-se que o crescimento traz mais máquinas e equipamentos funcionando, com um consumo também crescente de óleos e graxas lubrificantes e uma necessidade cada vez maior de produtos de melhor qualidade e durabilidade. Eventos que podem trazer realmente um acréscimo de informações e conhecimento ao público participante serão sempre bem-vindos ao nosso mercado e terão todo o nosso interesse. Dessa forma, o SIMEPETRO promovendo seu congresso no fim de setembro, a Associação de Engenharia Automotiva – AEA, com seu Simpósio em outubro, e o SINDILUB realizando o Encontro Nacional dos Revendedores Atacadistas, também em outubro, prestigiam os profissionais e empresas do setor. Cada evento, adaptando-se à necessidade de conhecimento específico e focando a transmissão de informações pertinentes, está contribuindo para fomentar as discussões e o entendimento em todas as questões, por mais sensíveis e complexas que possam parecer. Quanto mais discutirmos, analisarmos as falhas e acertos e nos prepararmos para o crescimento do país, mais teremos possibilidades de enfrentar os desafios de um mundo globalizado, aumentando a consciência e competitividade do nosso mercado, que ainda tem muito que aprender e melhorar em qualidade e desenvolvimento tecnológico. Os Editores br

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

Editor Chefe Pedro Nelson A. Belmiro Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni

Impressão Grafitto Gráfica e Editora Ltda.

Capa Gustavo Eduardo Zamboni

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Antônio Luiz Souza Machado da Cunha

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.

Revisão Angela Belmiro

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OTIMIZAÇÃO ENERGIZED BY Para garantir alta qualidade em óleos para motor é imprescindível contar com a melhora do índice de viscosidade. E por isso a LANXESS, líder global em especialidades químicas, oferece a mais alta tecnologia em Melhoradores de Índice de Viscosidade aos fabricantes de aditivos e lubrificantes. Os VII Keltan® ajustam o Índice de Viscosidade em óleos de motor com diferentes graus de estabilidade ao cisalhamento, proporcionando propriedades excelentes ao produto final. Assim, o óleo continua a proteger o motor em altas temperaturas e mantém a fluidez quando em temperaturas menores. www.lanxess.com.br


Sumário 6

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Análise Térmica de Óleos Básicos Resumo de trabalho técnico comparativo entre óleos básicos minerais e óleo de mamona.

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Selecionando o óleo para engrenagens industriais

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2º Encontro com o Mercado

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SMS - Chemical Leasing

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Modernização da Lubrificação em Destilarias de Álcool e Usinas de Açúcar - parte 3

Especialista nos ensina a escolher o lubrificante, buscando maior durabilidade e eficiência das engrenagens insdustriais.

Resumo do Evento que reuniu os principais agentes do segmento de lubrificantes no Brasil.

Uma modalidade moderna de gestão sustentável de produtos químicos.

Continuação da matéria dos números anteriores.

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O Motorista Cuidadoso - Parte II

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Mercado em Foco

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Programação de Eventos

Crônica bem humorada sobre as dificuldades de escolha de um óleo.

Informações sobre o mercado brasileiro de óleos e graxas.

assine

já! www.lubes.com.br 5


Análise Térmica de óleos básicos

Resumo de trabalho publicado na revista Journal of Thermal Analysis and Calorimetry, July, Volume 109 Por: Paulo R R Matos, Maria José Araujo Sales e José Roberto dos Santos Politi

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140

267

390

503

TGA (m/m) DTA (uV)

temperatura constante (modo isotérmico). As varreduras de temperaturas mais utilizadas estão entre 5ºC•min-1 e 10ºC•min-1. Outra ferramenta importante na técnica termogravimétrica é a primeira derivada da curva obtida (dm/dt), termogravimetria derivativa (DTG), o que permite uma avaliação mais detalhada dos dados ob-

DrTGA (mg/sec)

N

as últimas décadas, as técnicas termoanalíticas adquiriram importância crescente em diversas áreas do conhecimento. Segundo a Confederação Internacional de Análises Térmicas e Calorimetria - ICTA, Análise Térmica (AT) é definida como um grupo de técnicas em que as propriedades físicas ou químicas de uma substância e/ou de seus produtos de reação são monitoradas em função da temperatura, enquanto a temperatura da amostra é submetida a uma programação controlada. Durante a AT podem ocorrer diversos fenômenos físico-químicos: fusão, transição de fase, sublimação, decomposição, transição vítrea, oxidação, combustão, volatilização e catálise. Por meio de um conjunto de técnicas que abrangem, entre outras, termogravimetria e análise térmica diferencial, esses fenômenos podem ser detectados. A análise termogravimétrica (TGA) é um processo contínuo que envolve medida de variação de massa de uma amostra em função da temperatura (varredura de temperatura), ou do tempo a uma

-120 559

Temp. oC Figura 1 – Análise térmica do óleo básico do grupo III

DrTGA DTA TGA


40

0,0 -0,06 -0,1 28

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Temp. C

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DrTGA (mg/sec)

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DrTGA DTA TGA

0,005

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-0,035 21

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314

431

Temp. oC

Figura 2 – Análise térmica do óleo NH-140

tidos. A curva de DTG é muito útil nos casos em que o registro de TGA apresenta sobreposições decorrentes do tipo de amostra ou mesmo das condições experimentais. Por essa técnica, pode-se acompanhar as etapas da reação, bem como localizar os pontos em que a taxa de decomposição é máxima (Td). Quando uma substância sofre uma mudança física ou química, observa-se uma variação energética correspondente à entalpia. A variação controlada de temperatura constitui a base da técnica conhecida como análise térmica diferencial (DTA). Nessa técnica, as amostras de referência e de estu-

-30 546

TGA (m/m) DTA (uV)

120 TGA (m/m) DTA (uV)

DrTGA (mg/sec)

0,1

DrTGA DTA TGA

Figura 3 – Análise térmica do óleo PNM

do são aquecidas por meio de uma única fonte de aquecimento. A amostra é colocada no equipamento sob uma velocidade de aquecimento uniforme. A temperatura da amostra é monitorada por meio de um termopar e comparada com a temperatura da referência inerte, a qual está submetida ao mesmo programa linear de aquecimento. À medida que a temperatura do local em que estão as cápsulas é elevada a uma velocidade de aquecimento constante, as temperaturas da amostra (Ta) e da amostra de referência (Tr) irão se man-

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45

-0,004

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TGA (m/m) DTA (uV)

DrTGA (mg/sec)

0,002

-55 554

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DrTGA DTA

Temp. oC

TGA

Figura 4- Análise térmica do óleo de mamona

ter igualadas, até que ocorra alguma alteração física ou química na amostra. Nessa técnica, pode-se verificar o andamento das reações, classificando-as como endotérmicas ou exotérmicas a partir da linha de base. Outros fenômenos podem ser acompanhados pela DTA, tais como cristalização, ponto de fusão, reticulação etc. A estabilidade térmica dos óleos foi investigada por meio de curvas termogravimétricas (curvas TG e DTA) obtidas em um Analisador Termogravimétrico (TGA) Shimadzu, modelo TGA 50. Para isso, entre 5,0 mg e 15,0 mg de cada amostra foram pesados e, em seguida, aquecidos em cadinho de platina, da temperatura ambiente até 600 ºC, a 10 ºC min-1, em atmosfera oxidante, com ar sintético (30 mL•min-1).

Resultados Neste trabalho foram realizados testes nos óleos básicos: hidrotratado grupo III, naftênico hidrogenado-140 (NH-140), parafínico neutro médio (PNM) e óleo de mamona. Na figura 1 são reportados os gráficos obtidos, bem como a interpretação para as análises de TGA, DTA e DrTGA. Atmosfera Oxidante

Td 1(oC)

Td 2(oC)

Td 3(oC)

Perda de Massa Total (%)

Óleo de Mamona

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Óleo básico grupo III

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-

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-

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Óleo Parafínico Neutro Médio

347

-

-

99,0

Tabela 1- Resultados dos ensaios de análise térmica

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As curvas adquiridas evidenciam que a decomposição do óleo do grupo III acontece em uma única etapa, ocorrendo entre as temperaturas de 235 ºC a 388 ºC, com perda de massa de 99,6% e td igual a 375 ºC. Durante a degradação do óleo, observam-se sucessivas reações endotérmicas responsáveis pela degradação das cadeias carbônicas do óleo em estudo. Após a temperatura de 460 ºC, nota-se uma reação exotérmica que pode ser relacionada à policondensação e carbonização dos compostos formados, totalizando uma perda de massa de aproximadamente 99,9%. Evidencia-se pelas curvas obtidas a pequena presença de compostos olefinicos no óleo básico do grupo III, devido à ausência da etapa de decomposição, na qual se formam peróxidos e hidroperóxidos, notando-se, assim, a presença majoritária de compostos saturados no óleo em estudo. As curvas adquiridas evidenciam que a decomposição do óleo naftênico ocorre em uma única etapa, entre as temperaturas de 162 ºC a 352 ºC com perda de massa de 90,1% e td igual a 347 ºC. Durante a degradação do óleo observam-se, pela curva de DTA, inúmeras reações endotérmicas e exotérmicas responsáveis pela degradação das cadeias carbônicas do óleo em estudo. Após a temperatura de 430 ºC, nota-se uma reação exotérmica que pode ser relacionada à policondensação e carbonização dos compostos formados, totalizando uma perda de massa de 99,1%. As curvas adquiridas em atmosfera ambiente evidenciam que a decomposição do óleo parafínico ocorre em uma única etapa, entre as temperaturas de 186 ºC a 375 ºC, com perda de massa de 92% e td igual a 347 ºC. Durante a degradação do óleo observam-se, pela curva de DTA, inúmeras reações endotérmicas e exotérmicas responsáveis pela degradação das cadeias carbônicas do óleo em estudo. Após a temperatura de 440 ºC, nota-se uma reação exotérmica que pode ser relacionada à policondensação e carbonização dos compostos formados, totalizando uma perda de massa de 99,0%. As curvas adquiridas em atmosfera ambiente evidenciam que a decomposição do óleo de mamona ocorreu também em três etapas. A primeira ocorreu entre as temperaturas 206 e 365 ºC, com td de 357 ºC, perda de massa de aproximadamente 33,4% e de características endotérmicas. Essa etapa está relacionada com a formação de radicais alquil e reações com oxigênio, produzindo peróxidos e hidroperóxidos. A segunda etapa da reação ocorreu entre as temperaturas 366 e 462 ºC, com perda de massa acumulada de aproximadamente 66,2%. Essa etapa, com características endotérmicas, também está relacionada à degradação das cadeias carbônicas do óleo vegetal.


Na 3ª etapa após a temperatura de 440 ºC, notou-se uma reação exotérmica que pode ser relacionada à policondensação e carbonização dos compostos formados, totalizando uma perda de massa de 80,2%.

Conclusão Observa-se que o óleo de mamona apresentou uma estabilidade térmica comparável à dos óleos minerais, porém, vale ressaltar que, na presença de oxigênio, a quantidade de insaturações na cadeia carbônica dos ácidos graxos é fator determinante para maior formação de radicais alquil que reagirão com oxigênio, formando peróxidos e hidroperóxidos, aumentando assim a instabilidade térmica do óleo vegetal. Nota-se uma menor perda de massa do óleo de mamona em relação aos demais, pois, devido aos radicais alquil, ocorre formação de compostos policondensados com maior peso molecular, que são mais dificilmente degradados. Para o óleo básico do grupo III, notou-se um grande pico na curva de DTA e que a reação de decomposição ocorre em uma única etapa, notando-se assim a

grande homogeneidade do óleo, pois há uma menor variação de temperatura para sua decomposição. Nos óleos minerais, notou-se uma maior estabilidade térmica do óleo parafínico, que tem a temperatura inicial de degradação em 186 ºC, enquanto o óleo naftênico apresenta esse ponto em 162 ºC. Esse resultado era esperado devido à menor estabilidade dos compostos de cadeia carbônica cíclica em relação aos compostos de cadeia acíclica. Observa-se também um maior pico de DTA do óleo parafínico, comprovando uma maior homogeneidade deste em relação ao óleo mineral naftênico. Agradecimentos: Os autores agradecem ao apoio financeiro da ANP, CNPQ e IQ-UnB, e às seguintes empresas: Petróbras, Petronas, Cocal e Aboissa pela colaboração com óleos utilizados nesta pesquisa.

Paulo R R Matos é mestre em Química e trabalha no Centro de Pesquisas e Análise, Tecnológicas da ANP Maria José Araujo Sales e José Roberto dos Santos Politi são da Universidade de Brasília – UnB e da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP

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Durabilidade e Eficiência na Seleção

Conciliando

do Lubrificante Adequado para

Engrenagens Industriais Artigo publicado originalmente em junho de 2008 na Lube Magazine. Reproduzido com autorização Por: Tim Cooper

S

e as engrenagens industriais trabalhassem em ambientes refrigerados, limpos e secos, a seleção de um lubrificante adequado não traria maiores dificuldades. Ocorre que as palavras refrigeradas, limpas e secas são incompatíveis com as condições encontradas em instalações dotadas de equipamentos acionados por engrenagens: usinas siderúrgicas, mineração, construção civil, indústrias fabris e outras aplicações industriais severas. Para proteger os seus equipamentos, pode não ser o bastante selecionar um lubrificante que atenda às especificações do equipamento, que muitas vezes permanecem até 10 anos sem atualização, ainda mais considerando a tendência atual para sistemas menores, com maiores exigências de desempenho e condições operacionais mais agressivas.

Condições Operacionais Severas Calor, cargas, pressões elevadas e impurezas, como a água, podem prejudicar um sistema de engrenagens, mesmo com a troca regular do lubrificante. Hoje os equipamentos acionados por engrenagens requerem dos lubrificantes que os protegem a garantia do seu bom funcionamento no longo prazo e devem ser capazes de suportar ambientes cada vez mais severos, que também consomem mais rapidamente os aditivos essenciais do lubrificante. Em parte, isso se deve à tendência de máquinas mais compactas, expostas a aplicações diversificadas e condições operacionais rigorosas. Acrescenta-se a isso o fato de os gestores e gerentes de manutenção das instalações buscarem

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uma evolução constante no rendimento, na disponibilidade e na produtividade, para reduzir custos e aumentar lucratividade.

Evolução das Caixas de Engrenagens Industriais As caixas de engrenagens da atualidade são menores e fabricadas em novos materiais, que as tornam mais leves que seus antecessores. Contudo, esses equipamentos com dimensões e pesos reduzidos são exigidos a transmitir potências mais elevadas e ao mesmo tempo proporcionar maior durabilidade e confiabilidade. A redução das dimensões se traduz em um volume menor de lubrificantes para lubrificar e proteger as engrenagens, junto com um aumento das cargas atuantes no equipamento. O resultado é uma elevação da temperatura e aceleração do processo de oxidação. A oxidação prejudica os óleos de engrenagens industriais pela possibilidade de formação de lodo, podendo reduzir a vida útil tanto do óleo quanto das engrenagens. As possíveis consequências são aumento dos custos de indisponibilidade e reparo ou substituição.

O Equilíbrio Adequado Para atender a essas exigências cada vez maiores, os óleos para engrenagens industriais hoje incorporam um conjunto de aditivos de alto desempenho, os quais devem conferir ao lubrificante a estabilidade térmica e robustez necessárias para


que ele proporcione maior durabilidade, proteção e eficiência, e ao mesmo tempo mantenha o sistema limpo e elimine o calor e as impurezas. Não é uma tarefa fácil. Alguns óleos para engrenagens industriais antes largamente aceitos para determinadas aplicações podem não ter a durabilidade necessária para suportar as condições encontradas hoje, mesmo que atendam às exigências mínimas industriais.

Selecionar Adequado

um

Lubrificante

Existem quatro fatores a considerar na seleção de um óleo para engrenagens industriais que aperfeiçoe o rendimento e a rentabilidade. 1. Limpeza do fluido: As caixas de engrenagens com dimensões reduzidas suportam cargas de trabalho iguais ou maiores que as suportadas por suas antecessoras, mas em espaços mais compactos e com folgas reduzidas. Isso se traduz em velocidades e cargas mais elevadas. A tendência de se projetarem reservatórios menores, por sua vez, implica a necessidade de recircular o fluido com maior frequência, reduzindo o tempo de permanência para dissipação do calor, liberação da espuma, decantação de impurezas e demulsificação da água. A constante movimentação das engrenagens resulta em calor. As elevadas cargas operacionais, comuns nos ambientes industriais da atualidade, aumentam o contato metal-metal ou a lubrificação limítrofe, elevando ainda mais a temperatura e a pressão. Para atender aos maiores intervalos entre trocas, por razões ambientais e econômicas, aumenta-se o tempo de permanência do óleo no sistema, tornando imprescindível a manu-

tenção da limpeza e do desempenho do fluido. Os lubrificantes de alta viscosidade geram calor devido ao atrito interno do fluido, além de aumentar o consumo de potência com o giro das engrenagens, podendo acelerar a oxidação no fluido, reduzindo a sua eficácia e vida útil. Além disso, as temperaturas operacionais mais elevadas aumentam a formação de lodo e verniz, que também podem danificar o equipamento devido à formação de depósitos capazes de obstruir os filtros, passagens de óleo e válvulas. Os lubrificantes menos viscosos geram menos calor, minimizando a possibilidade de serem ultrapassadas as temperaturas operacionais recomendadas ou de danificar o equipamento. Uma importante função dos lubrificantes é a remoção de impurezas prejudiciais, como sujeira, água e partículas de desgaste, evitando danos às engrenagens e rolamentos. Quando o lubrificante circula pelo sistema de filtragem, é necessário que todas as impurezas sejam removidas. As impurezas podem ser de origem externa ou gerada pelo desgaste interno. Outros fluidos lubrificantes que se infiltram no sistema também podem causar contaminação, se forem incompatíveis, reduzindo o desempenho. A filtragem de lubrificantes altamente viscosos é dificultada pelo fato de eles não circularem com facilidade pelo sistema de filtragem. Com isso, pode ocorrer um aumento da pressão no filtro que, sendo elevada o suficiente, provoca a abertura da válvula de alívio, fazendo com que o lubrificante carregado de impurezas deixe de passar pelo fil-

tro. Como consequência, podem ocorrer danos ao equipamento. Engrenagens desgastadas e um teor elevado de ferro no lubrificante são indícios de um sistema de filtragem ineficaz. Já os lubrificantes menos viscosos escoam com maior facilidade pelo sistema de filtragem. Assim, as impurezas são removidas com eficácia, reduzindo a probabilidade de ocorrerem danos às engrenagens e rolamentos e aumentando a vida útil do equipamento. Além disso, é possível aumentar o intervalo entre trocas do lubrificante, aumentando assim a disponibilidade e reduzindo custos. 2. Durabilidade do lubrificante: Os óleos para engrenagens industriais devem ter durabilidade adequada para suportar as condições impostas durante seu uso, sem que o desempenho se reduza ao longo desse período. Muitos lubrificantes, ainda que atendam às especificações industriais quando novos, sofrem uma rápida degradação do

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TENDÊNCIAS EM ÓLEOS PARA ENGRENAGENS INDUSTRIAIS Evolução das caixas de engrenagens industriais

- Aumento da potência - Redução de dimensões e pesos - Redução do volume de óleo - Demanda por maior confiabilidade e durabilidade - Redução dos custos de produção - Emprego de novos materiais e acabamentos

Atributos dos lubrificantes Retenção das propriedades do óleo Estabilidade oxidativa, viscosimétrica e térmica Melhoria da lubrificação Resistência ao micropitting Proteção dos rolamentos Aumento do desempenho Demulsibilidade Desempenho da vedação

- Aumento da carga nos dentes e rolamentos - Aumento da temperatura nas caixas de engrenagens

A evolução dos óleos para engrenagens tem como principal motivação as mudanças nas caixas de engrenagens industriais

desempenho quando em uso. Os óleos para engrenagens industriais formulados pensando na durabilidade prolongada mantêm o bom funcionamento das engrenagens e protegem o seu investimento por prolongar a vida útil do equipamento, aumentando a disponibilidade, a produtividade e a economia de custos de manutenção. As engrenagens industriais comumente trabalham com cargas elevadas e exigem proteção à extrema pressão. Os óleos tradicionais para engrenagens industriais nem sempre proporcionam alto desempenho em extrema pressão, contrariando a ideia de que as engrenagens industriais que operam em ambientes severos exigem somente lubrifi-

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cantes de alta viscosidade para garantir a proteção adequada. 3. Demulsibilidade: Manter condições secas na caixa de engrenagens pode parecer simples, mas a verdade é que a água pode se infiltrar no sistema – principalmente no reservatório – por diversas vias. A contaminação por água – seja através do ingresso da névoa gerada durante a manutenção de rotina da planta pelo respiro do reservatório, através da formação de condensado no reservatório durante o resfriamento do equipamento após sua parada, ou por outra via de ingresso – pode levar à corrosão e prejudicar o desempenho. É fundamental que o óleo para engrenagens tenha a pro-

priedade de separar rapidamente a água tanto nas altas quanto nas baixas temperaturas encontradas em caixas de engrenagens industriais. A capacidade de drenar rapidamente a água do sistema ajuda a prolongar a vida útil do equipamento e do óleo. 4. Lubrificantes universais versus específicos: Existem duas categorias de lubrificantes para engrenagens industriais, os chamados óleos universais para engrenagensformulados de maneira que possam também ser empregados em aplicações automotivas. Os lubrificantes universais podem conter componentes desnecessários e até prejudiciais ao desempenho das engrenagens industriais; ou então


podem não conter os componentes necessários em ambientes industriais. Por exemplo, a capacidade de separação da água é desnecessária em óleos para engrenagens automotivas, porém fundamental em óleos para engrenagens industriais, que devem, portanto, incorporar aditivos de demulsibilidade. Na formulação de lubrificantes específicos para engrenagens industriais, os aditivos são cuidadosamente selecionados e otimizados para uma determinada finalidade industrial, ou seja, o lubrificante é formulado exclusivamente com os aditivos exigidos para finalidades industriais.

Aditivos Adequados Os aditivos destinados a melhorar as propriedades de extrema pressão do óleo para engrenagens podem apresentar instabilidade térmica, levando à formação de lodo. Contudo, existem tecnologias capazes de promover o nível ideal de estabilidade térmica para proteger a cai-

xa de engrenagens contra a formação de lodo e ao mesmo tempo proporcionar proteção à extrema pressão, garantindo assim a durabilidade em serviços pesados. Essa combinação prolonga a vida útil da caixa de engrenagens, maximiza a eficiência e elimina a indisponibilidade. E o que é mais importante, a limpeza e o alto desempenho em extrema pressão são mantidos em toda a faixa de viscosidades, até ISO VG 68. Com o uso de um grau de viscosidade reduzido, é possível aumentar a eficiência e ao mesmo tempo manter a durabilidade, otimizando o desempenho. Em ambientes industriais, a indisponibilidade de equipamentos tem um impacto expressivo nos resultados. Um lubrificante de viscosidade reduzida que incorpore uma tecnologia otimizada de aditivos oferece proteção eficaz aos equipamentos acionados por engrenagens e garante o seu funcionamento no ponto máximo de rendimento.

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Evento reúne principais agentes no Brasil Por: Tatiana Fontenelle

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omemorando os seus cinco anos de existência, a revista LUBES EM FOCO organizou o 2° Encontro com o Mercado, nos dias 2 e 3 de julho, no Centro

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Empresarial Rio, na cidade do Rio de Janeiro, reunindo mais de duzentos participantes. O evento teve como principal objetivo avaliar as perspectivas do mercado brasileiro de lubrificantes no contexto do atual panorama econômico no país, além de proporcionar o espaço adequado para o encontro e a troca de ideias entre os principais agentes econômicos do setor de lubrificantes. De acordo com o coordenador técnico do evento, o engenheiro químico e também editor da revista Pedro Nelson Belmiro, o encontro foi dirigido a todos os profissionais que fazem parte da cadeia produtiva de lubrificantes no Brasil, incluindo os órgãos públicos envolvidos no processo, além dos diversos grupos de fornecedores do setor. Segundo Belmiro, a função principal da revista é ouvir o mercado e a ele retornar com informações relevantes, promovendo debates e levantando as divergências e opiniões especializadas. “O mercado de lubrificantes já passou por diversas transformações e vem cada vez mais evoluindo e abrindo seus horizontes. A novidade do encontro este ano é que trazemos também um olhar sobre o segmento de graxas, com informações importantes e abordagens interessantes nessa área”, disse Pedro Nelson. O Gerente de Abastecimento e Petroquímica do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural


e Biocombustíveis – IBP, Ernani Filgueiras, elogiou a iniciativa e lembrou que uma publicação especializada e isenta é fonte de referência para todos os profissionais do setor de lubrificantes. “É fundamental para o IBP ver o desenvolvimento desse setor no país. Espero que das discussões aqui presentes surjam novos desafios a serem trabalhados.” Gustavo Zamboni, sócio diretor da Agência Virtual, responsável pela publicação, também falou sobre a repercussão do evento e a possibilidade de várias empresas do mercado terem um encontro com todos os outros setores em um só lugar e aproveitou a oportunidade para agradecer aos patrocinadores e aos parceiros da revista LUBES EM FOCO que proporcionaram a execução do evento. A exemplo do ano passado, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – FIRJAN brindou os participantes com uma importante palestra sobre o Panorama Econômico Brasileiro. O gerente de Estudos Econômicos, o economista Guilherme Mercês, mostrou dados sobre a crise internacional e os canais de transmissão para o Brasil, além do cenário da política econômica e as expectativas para o mercado. Para o ano de 2012, o economista acredita que foi gerada uma incerteza internacional alterando as expectativas de mercado. Já para o próximo ano, o cenário admitido é de recuperação da atividade e alta inflação. Os números do mercado de lubrificantes brasileiro foram apresentados por Pedro Belmiro, que ressaltou a complexidade desse mercado com a atuação de diversos produtores, importadores e uma grande quantidade de revendedores, associada às mais variadas qualidades de produtos comercializados e à regulação por parte da ANP, com suas diversas resoluções. Lembrou ainda, as variáveis desafiadoras para a consolidação dos números de mercado, incluindo o conhecimentos dos volumes de todos os produtores, as diferenças de conceituação de alguns tipos de óleos industriais, de processo, a grande variedade de classificação de produtos para importação, os estoques de óleo básico etc. O Programa Jogue Limpo, enfocando a reciclagem de embalagens plásticas, foi destacado no evento pelo presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes – SINDICOM, Alísio Vaz. De acordo com o presidente, o programa tem inovado nesse tipo de reciclagem de resíduos: “Temos desenvolvido, em função da lei, acordos setoriais em nível estadual e nível nacional e atendido também às exigências estaduais e federais para a logística reversa. Sem dúvida nenhuma, esse trabalho

ganhou uma dimensão importante. O programa está tomando um espaço bastante interessante no mercado de lubrificantes”. O Programa Jogue Limpo possui caminhões de coleta que vão aos pontos de varejo e depois para uma central de recebimento de embalagens, onde há uma triagem. Segundo Vaz, os plásticos são picotados e levados para recicladoras, que os transformam em matéria-prima para uma nova embalagem: “A nossa perspectiva de volume em 2016 é em torno de 88 milhões de embalagens recicladas. Até o final do ano aumentaremos a nossa atuação no estado de São Paulo e teremos entrada na grande Belo Horizonte e Brasília”. A Superintendência de Biocombustíveis e de Qualidade de Produto da ANP, representada pela especialista em regulação Maristela Silva, discorreu sobre os aspectos regulatórios e a qualidade do mercado de lubrificantes. A especialista ressaltou a importância da garantia da qualidade dos produtos e a proteção aos interesses do consumidor, garantindo derivados de petróleo e biocombustíveis adequados ao uso, além de preservar os interesses nacionais, estimular o desenvolvimento, promover a livre concorrência por intermédio das especificações dos produtos, evitando reservas de mercado, e conferir credibilidade à qualidade dos produtos consumidos no país. Já para falar do mercado de graxas, novidade deste encontro, um dos convidados foi o engenheiro especialista da Chevron Brasil Lubrificantes, B e r n a r d o Vianna, que explic o u

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para o s presentes a relação entre a industrialização de algumas regiões e a demanda por graxas mais nobres: “Existem dois objetivos para que o cliente queira trocar a graxa do seu equipamento: aumentar a vida útil do equipamento e melhorar a sua performance. Outro agente motivador na hora de tomar a decisão seria a preocupação com o custo operacional e com o descarte, pois quanto menos graxa se utilizar, menos material se terá que descartar”. As informações sobre o mercado de graxas também contou a participação do engenheiro químico Manoel Honorato, que apresentou uma proposta do Grupo Técnico de Graxas da Comissão de Lubrificantes do IBP sobre a definição de classificações mínimas de graxas para aplicações automotivas no Brasil, e do gerente de produtos da linha de lubrificantes SKF, uma das maiores fabricantes de rolamentos do Brasil, Sérgio Spaziani, que falou sobre a expectativa do fabricante de equipamento sob a ótica do consumidor de graxas. Continuando o tema, o gerente de produtos da ITW Chemical, Oscar Honda, abordou o tema graxas em alta performance, mostrando os vários conceitos de graxas especiais e as diferenças comparadas com as graxas tradicionais. De acordo com Honda, a graxa especial tem

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um maior intervalo de lubrificação, em até dez vezes, sem falhas de rolamentos, sem contaminação e entupimento do sistema de resfriamento e com alta produtividade. Ao fim do primeiro dia do Encontro, foi oferecido um coquetel no restaurante do mesmo andar, com uma deslumbrante vista do entardecer na Baía de Guanabara, proporcionando um espaço ideal para que os participantes do evento pudessem conversar e exercitar o network, tão importante em um evento dessa natureza. O segundo dia do Encontro com o Mercado trouxe palestras inovadoras dentro de uma abordagem industrial. O gerente de Contas da Afton Chemical, Rafael Esteves, com o tema fluidos para usinagem, falou sobre o mercado e seus direcionadores, além do papel importante da indústria metalmecânica na economia latino americana. Dando continuidade à área industrial, o gerente de Segmento Industrial da Lubrizol, Luiz Eduardo Santos, relembrou a potência desse mercado, além dos diversos segmentos: hidráulico, redutores industriais e trabalho com metais: “Com base em 2011, o volume total estimado foi de cerca de 663 mil toneladas, sendo que o Brasil representa 68% desse mercado”. Segundo o gerente, o setor de hidráulicos vem em primeiro lugar, com 34%, em seguida os óleos de processo com 25,9%.


Para Santos, a otimização dos equipamentos industriais com foco em redução de custo leva a um necessário aumento de performance dos lubrificantes, além da preocupação com Saúde, Segurança e Meio Ambiente que está impondo restrições na utilização de matérias primas, aumentando a complexidade na formulação dos lubrificantes. O gerente comercial da Divisão de Óleos Lubrificantes da Cargill, Valdir Baraldi, fez uma apresentação sobre os óleos vegetais, lembrando que, atualmente, as opções tecnológicas disponíveis estão resolvendo o problema inicial de estabilidade à oxidação, com a disponibilidade de diferentes óleos vegetais, sementes geneticamente modificadas, modificações físico-químicas, misturas de bases minerais e vegetais e aditivação. Outro ponto forte do evento foi a apresentação da Superintendência de Abastecimento da ANP, representada por Eduardo Carmo. O especialista em regulação de petróleo falou sobre os atos normativos que regulam o setor de lubrificantes e as resoluções da Agência que estão em plena implantação, além da Portaria Interministerial MME/MMA nº 59/12, que determina as metas de coleta a atingir de todos os produtores e importadores por região e Brasil nos próximos quatro anos. Eduardo falou sobre os números de processos administrativos instaurados, revogações e cancelamentos no setor, e deu também um alerta para que as empresas

do setor cumpram seu papel na sociedade, colaborando com a fiscalização de vendas de óleos básicos não autorizados e de produtor e importador não regulado. A participação de mercado por empresa e por região do Brasil foi apresentada, trazendo números extremamente importantes para a melhor compreensão do mercado. Como complemento das informações trazidas ao mercado, o diretor da empresa Lwart Lubrificantes, Thiago Trecenti, apresentou a situação atual da planta de óleos básicos do grupo II, um projeto pioneiro da empresa no Brasil. Finalizando as atividades do 2º Encontro com o Mercado, foi realizado um painel de debates com os principais agentes econômicos do mercado brasileiro de lubrificantes, no qual cada debatedor fez uma apresentação de seu segmento, trazendo informações relevantes. Foram convidados a participar do painel o gerente de Comércio de Lubrificantes e Parafinas da Petrobras, Bernardo Lemos, o representante do Sindicom, Marcelo Capanema, o presidente do Sindirrefino Nilton Bastos, o presidente do Simepetro, Carlos Ristum, e o representante do Sindilub, Ruy Ricci. O painel final foi bastante animado, e a Petrobras e os sindicatos puderam trazer colocações importantes sobre as diversas visões do mercado. Ao final do evento foram sorteados aos participantes presentes dois brindes especiais: um tablet de última geração e uma câmera digital de alta resolução, além de assinaturas da revista LUBES EM FOCO. Segundo Antonio Carlos Moésia, diretor da Agência Virtual, o alto número de participantes deste evento e o grande interesse de patrocinadores e empresas deixam certa a realização do 3º Encontro, em 2013, provavelmente em um lugar maior e com mais novidades ainda. De acordo com os organizadores e participantes, o evento atingiu plenamente seus objetivos, consolidando-se com um dos mais importantes eventos na área de lubrificantes no Brasil.

Tatiana Fontenelle é Jornalista pósgraduada em telejornalismo

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S.M.S.

S.M.S.

SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Uma Integração Estratégica

CHEMICAL LEASING, QUANDO MENOS É MAIS! UMA MODALIDADE DE GESTÃO SUSTENTÁVEL DE PRODUTOS QUÍMICOS

Por: Ana Maria Evangelho Oestreich e Newton Richa

A degradação progressiva dos ecossistemas resultante da poluição química do ar, solo e água, em consequência das atividades humanas, constitui sério desafio para o futuro do planeta. Sendo a utilização de produtos químicos essencial em praticamente todas as atividades humanas, em nível mundial, as melhores práticas modernas devem assegurar seu uso com boa relação custo-eficiência e alto grau de proteção dos seres vivos, instalações, equipamentos e meio ambiente. O crescimento econômico brasileiro projetado para os próximos dez anos, a expansão do segmento da indústria química de base renovável e o aproveitamento das oportunidades oferecidas pela exploração do Pré-Sal indicam um potencial de investimentos da ordem de US$ 167 bilhões, no período entre 2010 e 2020, com a possibilidade de o Brasil tornar-se o 5º maior produtor químico mundial. Nesse contexto, surge no Brasil, trazida pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) em cooperação com o Centro de Tecnologia SENAI Ambiental (CTS ambiental) do Sistema FIRJAN, uma inovação na comercialização e utilização de produtos químicos, o Chemical Leasing. Trata-se de um modelo de negócios baseado em serviços de apoio à gestão sustentável de produtos químicos, que responde às mais recentes mudanças nas políticas internacionais relacionadas a produtos químicos nos países desenvolvidos, inclusive pelo Parlamento da União Europeia. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, para o desenvolvimento de uma Economia Verde é necessário também desenvolver a Indústria Verde, isto é, a produção industrial que tem como norteador de seus processos produtivos as questões ambientais, sociais e de proteção do clima. A Indústria Verde tem o compromisso de reduzir os impactos de seus processos e produtos através de: • Melhoria da produtividade com base no consumo de recursos – usa de forma mais eficiente e eficaz os recursos naturais que integram seus processos; • Melhoria do desempenho ambiental — minimiza os impactos ambientais com uma contínua redução de emissões, efluentes e resíduos e uma melhor gestão de resíduos;

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MODELO TRADICIONAL DE VENDA DE PRODUTOS QUÍMICOS Entrega: Produto Químico FISPQ, Manuais, Assistência Técnica Fornecedor

“mais é mais”

Preço baseado no volume A empresa consumidora paga pelas quantidades adquiridas do produto. Ex: r$/kg de produto, r$/l de produto

Consumidor

“menos é mais”

MODELO CHEMICAL LEASING DE NEGÓCIOS COM PRODUTOS QUÍMICOS Entrega: Produto Químico, Tecnologia e Serviços Fornecedor

“menos é mais”

Preço orientado ao benefício A empresa consumidora paga pelos benefícios do produto. Ex: r$/m2 pintado, r$/no. de peças desengraxadas

Consumidor

“menos é mais”

Figura 1- Comparação entre o Modelo Tradicional e o Chemical Leasing.

• Minimização dos riscos à saúde — em todos os processos de fornecimento de serviços e bens, especialmente aqueles ocasionados por emissões em toda a cadeia produtiva. Seu grande desafio é obter um crescimento econômico desacoplado do uso intensivo de recursos e


S.M.S. a consequente geração de desperdícios e resíduos. Uma das estratégias mais promissoras é o Chemical Leasing, atualmente reconhecido pela União Europeia, pelo Programa Internacional de Segurança Química e por governos de países industrializados, como Alemanha e Áustria. O Chemical Leasing é uma forma de compra de produtos químicos, em que os consumidores pagam a seus distribuidores ou produtores não pelas quantidades adquiridas, mas pelas unidades de serviço oferecidas. O fornecedor compromete-se com seu cliente em obter o melhor resultado esperado de seu produto, com uma melhor tecnologia de emprego para evitar perdas e desperdícios. Isso porque o preço é fixado pelos benefícios do produto, por exemplo, m3 de efluentes tratados, número de equipamentos lubrificados, número de peças desengraxadas ou número de embalagens etiquetadas. Dessa maneira, o fornecedor do produto químico vende conhecimento, tecnologia e melhores práticas no lugar de produto. São contratos de maior duração e de maior valor agregado, com o compromisso de treinar os funcionários de seu cliente e manter um elevado padrão de qualidade, conforme a figura 1. Para o consumidor, os custos de produção são muito menores, pois se reduzem os desperdícios, os custos ambientais, de Segurança e Saúde no trabalho. Os funcionários adquirem uma melhor qualificação para desenvolver as atividades inerentes ao processo que emprega o pro-

duto químico, pois necessitam capacitar-se para aplicar as novas tecnologias de uso. Por tratar-se de um modelo de negócio, o Chemical Leasing sempre envolve ao menos duas empresas, o consumidor (comprador) do produto químico e o seu fornecedor (produtor, distribuidor ou vendedor). No entanto, podem ser incluídos outros integrantes da cadeia de valor, tais como, fornecedores de equipamentos e dispositivos de aplicação dos produtos, recicladores e pesquisadores, entre outros interessados. Segundo a Resolução INI/2011/1056 do Parlamento Europeu, que regula as estratégias de uso eficiente de matérias-primas na Europa, o novo conceito de Chemical Leasing é considerado uma inovação social e uma forma de mudança no estilo de vida para evitar a geração de resíduos. Essa Resolução baseia-se nos resultados globais de sua aplicação que reportam uma redução de consumo de materiais e energia entre 20 a 60% e uma redução de custos entre 15 a 30% para ambos, consumidor e fornecedor. Na indústria do petróleo, o Chemical Leasing tem sido usado na área de perfuração de poços, em que o fornecedor dos produtos empregados no processo os vende em forma de leasing por poço ou por m linear perfurado. Um caso interessante foi apresentado pelo Centro Nacional de Produção mais Limpa da Colômbia e seu consultor, Sr. Yuan Kuan, apoiados pela UNIDO. Trata-se da Ecopetrol SA, a maior companhia petroleira integrada da Colômbia, com atividades também no Brasil, Peru e

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19


S.M.S.

Produtor

13

Chemical Leasing

Consumidor

A quantidade de substâncias químicas produzidas irá diminuir conforme o volume de produtos químicos passa de um fator para os ganhos ("quanto mais você vender mais você ganha") para um motorista de custo ("menos é mais") Núcleo de competência/foco: Competência Core / foco: Know-how sobre o processo industrial da empresa e do produto final

Competência/foco: Knowhow sobre aplicações de produtos químicos diferentes

Fornecedor de produtos químicos

Oferece não apenas produtos químicos, mas os serviços de produtos químicos

Consumidor dos produtos químicos

Paga os benefícios / serviços

Motivação: Parceria de longo prazo de negócios e receita adicional de serviços prestados

Motivação: Processo de produção mais eficiente e redução de custos

Figura 2- Esquema básico do Chemical Leasing, segundo a UNIDO.

Golfo do México (EUA) e seu fornecedor Nalco S.A. Essas empresas utilizaram o modelo de Chemical Leasing em uma área de produção chamada Castilla na Colômbia, em um processo de desidratação de petróleo e clarificação das águas de processo. Em 2006, antes de implementar o Chemical Leasing, a Ecopetrol tratava seus efluentes com certa quantidade de produtos químicos, cuja compra era realizada mediante licitação por menor preço, das mesmas quantidades de produtos similares. O pagamento era realizado por barris ou libras de produto. Portanto, a empresa somente podia economizar reduzindo as quantidades de produtos utilizadas no tratamento. Mas, nesse caso, corriam o risco de não atender aos padrões de emissão determinados pela autoridade ambiental. Outro inconveniente era o grande estoque de produtos que devia armazenar. Além desses, a empresa temia pelos riscos de descumprimento da qualidade do produto e dos efluentes. Por essa razão, buscava melhorar seus indicadores ambientais, especialmente os relacionados à qualidade da água em relação à quantidade de óleo produzido. Em 2008, Ecopetrol soube do sistema de compra na forma Chemical Leasing e desenvolveu um contrato com a Nalco, no qual pagava um valor unitário/1000 barris de efluentes tratados, isto é, que cumpriam com as características requeridas de umidade. Com essa nova metodologia, o consumo de polímeros e dos demais produtos utilizados no tratamento foi reduzido, gerando menos lodo. A empresa melhorou a qualidade dos efluentes e obteve uma economia de US$ 1,8 milhão/ano, apenas com transporte de tambores de produtos (4900 para 20

3500 tambores/ano). A redução total nos custos do tratamento foi de 20%. Por outro lado, a Nalco aumentou sua receita líquida de US$ 164 mil em 2008 para US$ 249 mil em 2009. O contrato também criou novos empregos na área de laboratórios e uma relação comercial de longo prazo entre as duas companhias, devido ao modelo de contratação. O Chemical Leasing pode ser aplicado em todos os processos que utilizam produtos químicos, em maior ou menor proporção. O grande desafio para fornecedores, distribuidores, produtores e consumidores de produtos químicos, especialmente nos processos em que se tem maior desperdício: lograr uma produção melhor e mais lucrativa, onde MENOS É MAIS! Os interessados podem procurar o CTS Ambiental: Contato - Eng. Ana Maria Evangelho Oestreich e-mail: aoestreich@firjan.org.br ou pelo telefone: (21) 3978-6137.

Ana Maria Evangelho Oestreich é Coordenadora Tecnológica no Centro de Tecnologia SENAI-RJ Ambiental

Newton Richa é Médico do Trabalho e Consultor de SMS do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP



V

Simpósio Internacional DESCRIÇÃO

de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos - Central automática a graxa - linha dupla - Vazão: até 2 litros/min - Pressão de trabalho: 60/100 Kg/cm² - Reservatório: 25, 50 e 360 litros - Transmissão por polias ou motoredutor - Motor elétrico: 1,5 Kw - 1750 rpm (220/760 v) - Inversor: hidráulico ou mecânico - Indicador de nível eletrônico - Opção para monitoramento elétrica/eletrônica - Manometro de 0 a 250 Kg - Base para motor e bomba - Entrada do ar comprimido: 80 Lbs

2012

24 de outubro de 2012 - Espaço Villa Noah - São Paulo - Brasil 8 APLICAÇÕES Indicada para condições severas de trabalho, ambientes agressivos, longas distâncias e grande número de pontos.Aditivos e Fluidos é a maior O V Simpósio Internacional de Lubrificantes, Nota: para mais informações e projetos especiais, oportunidade de imersão de novas tecnologias e desenvolvimento profissional. consulte nossa fábrica.

COMPONENTES 7 Grandes nomes da industria automotiva se reunirão para debaterem as previsões do mercado de lubrificantes na América Latina com a presença de órgãos 1 Bomba Válvula de controle pressão são: governamentais Os tópicos 2principais destede encontro 2 1 3e especialistas. 4 5 6

• Óleos Básicos; • Aditivos; • Lubrificantes e Fluidos; Entrada de ar comprimido • Transmissão; • Tecnologia de Motores.

3 4 5 6 7 8

Motor Válvula de retenção Inversor hidráulico Base Distribuidor de graxa Painél eletro-eletrônico

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Maior eficiência na lubrificação Prolonga a vida útil das engrenagens Elimina mão-de-obra Proporciona um ambiente limpo Enorme redução no consumo de lubrificantes Entrada de ar comprimido

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AEA - Associação Brasileira de Engenharia Automtotiva

Rua Salvador Correa, 80- Aclimação - SP (11) 5908-4043 • FAX: (11) 5908-4047 Sistema de lubrificação de rodetes por pulverização de graxa (desenho esquemático) www.noah.com.br www.aea.org.br - eventos@aea.org.br Chácara Santo Antônio - São Paulo, Brasil

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Modernização da

Lubrificação em Destilarias de Álcool e Usinas de Açúcar - Parte 3 Por: Marcos Thadeu Giacomini Lobo

N

este terceiro artigo sobre sobre lubrificação em destilarias de álcool, vamos abordar a lubrificação de rodetes. Rodetes são trens de engrenagens sujeitos a elevadíssimas cargas e responsáveis pelo acionamento dos rolos de moenda. O rodete que aciona o rolo de moenda superior é acionado por turbina a vapor ou motor elétrico, havendo redução de rotação e ampliação de torque através de conjunto de engrenagens bi-helicoidais e de dentes retos (volandeiras), ou de redutores de velocidade planetários. A lubrificação dos rodetes era, e em muitas destilarias ainda é, realizada por óleos lubrificantes de base asfáltica de viscosidades bastante elevadas, da ordem de 12.000 cSt a 40 C. Contudo, por dificuldades no descarte desse tipo de produto e por exigências dos consumidores, principalmente em plantas açucareiras, os óleos lubrificantes de base asfáltica têm cedido lugar a lubrificantes mais amigáveis ao meio 23


Foto 1 – Rodetes de acionamentos dos rolos superior, anterior e prosterior

ambiente e à saúde humana. Atualmente, uma nova geração de óleos lubrificantes sintéticos e semissintéticos tem surgido para essa aplicação, sendo as viscosidades mais praticadas na gradeza de 25.000 cSt a 40 C, em face da elevação dos esforços de compressão nos rolos das moendas, com vistas a se elevar a produtividade na retirada do caldo, o que tem severizado os esforços sobre os rodetes. O método de lubrificação comumente realizado na lubrificação de rodetes é o banho de óleo, em que parte dos dentes dos rodetes que acionam os rolos inferiores (anterior e posterior) fica imersa em óleo lubrificante, que é transportado aos dentes do rodete, que aciona o rolo superior. Este método de lubrificação, no entanto, tem alguns inconvenientes, tais como:

Sistema de lubrificação de rodetes por pulverização de graxa

cante utilizado, levando à deficiência de lubrificante na linha de engrenamento dos dentes. Em face do exposto, os tradicionais sistemas de lubrificação por banho de óleo vêm sendo gradualmente substituídos por:

• Em muitos casos, os reservatórios (cárteres) de óleo lubrificante são abertos com elevada contaminação por abrasivos (poeira e bagaço de cana) e água, havendo desgaste prematuro dos dentes dos rodetes; • Boa parte do óleo lubrificante que lubrificará os dentes do rodete que aciona o rolo superior goteja dos dentes dos rodetes que acionam os rolos inferiores, em face das baixíssimas rotações dessas engrenagens, mesmo com as elevadas viscosidades do óleo lubrifi-

Foto 2 (a esquerda) e 3 (acima)- Sistema de lubrificação de rodetes por banho de óleo

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Fotos 4 e 5 – Sistema de lubrificação de rodetes por gotejamento


1- Sistema de circulação forçada de óleo lubrificante por gotejamento Nesse sistema, o reservatório de óleo lubrificante é fechado, o que reduz sobremaneira a contaminação do óleo lubrificante por abrasivos e água, e a bomba de engrenagens faz a circulação do óleo lubrificante, havendo gotejamento de óleo lubrificante nos dentes do rodete que aciona o rolo superior através de tubo perfurado (flauta). Esse sistema tem se mostrado bastante eficiente, visto que o óleo lubrificante se distribui de forma uniforme nos flancos dos dentes do rodete superior, não havendo perda expressiva de óleo lubrificante por gravidade e, em face disto, ocorrendo aumento substancial na vida útil dos rodetes. 2.Sistema de pulverização de graxa Esse sistema consta de central automática, bomba de pistões axiais, distribuidores de graxa e bicos aspersores que efetuam a pulverização, através de ar compimido, da graxa nos flancos dos dentes dos rodetes a intervalos pré-determinados. A graxa utilizada nesses sistemas, geralmente, tem consistência bastante baixa ( NLGI 0 ou 0/1), aditivação EP (elevadas cargas Tinkem e Four Ball), óleo básico de alta viscosidade (> 900 cSt a 40 C) e presença de lubrificante sólido, como o grafite, para

melhorar a adesividade da graxa aos flancos dos dentes do rodetes, o que propicia boa película lubrificante. Vários usuários relataram ser possível o uso dos rodetes por várias safras sem necessidade de qualquer manutenção para recuperação dos dentes. Os rodetes são elementos de máquina extremamente resistentes ao desgaste e à fadiga. Porém, uma lubrificação bem realizada através do uso de lubrificantes adequados, vedação do sistema para evitar a entrada de materiais abrasivos e água e o uso de sistemas de lubrificação mais eficientes tornarão possível que esses componentes mecânicos sejam utilizados por várias safras sem a necessidade das práticas usuais de, a cada safra, efetuar-se enchimento de dentes gastos, têmpera e retificação. Um baixo investimento inicial na melhoria dos sistemas de lubrificação dos rodetes propiciará segurança durante a safra e redução nos custos de manutenção.

Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.

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o s o d a d i u C O Motorista Parte 2 - A perda dos sentidos

E

Crônica de Pedro Nelson Belmiro

le observava cuidadosamente o seu lindo carrinho sendo retirado do reboque, que o levara até sua oficina de confiança, quando Fernando, o mecânico, se aproximou com a pergunta já conhecida. - “O que houve desta vez, meu amigo? Não tem muito tempo que deixei o possante tinindo. Não vai me dizer que bateu com o carro?” Ainda confuso com todo o estresse que passou no posto de serviço e misturando todas aquelas informações sobre o óleo a ser usado no motor, tentou explicar a situação a Fernando. Após alguns minutos de conversa, o mecânico já não sabia mais se o carro estava ou não com defeito, pois parecia que o que não funcionava muito bem era a cabeça do motorista. Eram tantos números e letras que ele dizia, que nada fazia sentido. - “Quando o frentista me disse que o motor estava precisando de óleo, eu entrei em pânico, pois nunca tinha pensado nisso. Cuidava do combustível, da água, limpeza etc., mas, o óleo... ai meu Deus, qual colocar? Me disseram que o SAE era bom, mas o API também poderia influenciar, e que a embalagem podia ser 10, W ou 30, quando o rótulo mostrasse SL ou SM. Caramba! Eu já não aguento mais! Não entendi nada, e por precaução resolvi trazer o carro para cá rebocado para não correr o risco de fundir ou mesmo explodir o motor.” E completou, já se curvando e quase em tom de súplica: -“Eu já não sei mais o que fazer. Por favor, me diga qual o óleo que eu coloco no motor do meu carrinho.” Fernando deu um sorriso de compaixão e falou com firmeza: -“É simples, meu amigo, como você é cuidadoso e está sempre por aqui, eu coloco um bom óleo para cinco mil. Mas, se você quiser, tem também uns aqui para sete e quinhentos e até dez mil.” Fernando não mencionara que estava se referindo a quilômetros rodados até a próxima troca. Ao ouvir aquelas palavras, o motorista cuidadoso parou e, olhando fixamente para um ponto longínquo, parecia estar em transe. Os números haviam aumentado muito. De 10 e 30 passaram agora para 5000! Era melhor não perguntar mais nada, começou a desconfiar que o Fernando poderia estar também envolvido naquele complô programado para deixá-lo louco. Decidiu então que não falaria mais nada sobre óleo com ninguém. Pediu que colocasse o mesmo de sempre e saiu o mais rápido que pôde daquele lugar. Chegando em casa, procurou imediatamente estudar o assunto. Procurou na internet a palavra óleo e obteve 72 milhões de resultados. Achou muito, afinal nada do que aparecia lhe servia. Resolveu adicionar a palavra lubrificante e ficou mais leve ao ver que reduzira os resultados para 1 milhão e meio. Ao menos desta vez já podia ver alguma coisa interessante, porém ainda um pouco difícil para o seu nível de conhecimento. Encontrou um texto explicando que, no Brasil, havia ainda uma cultura ligada ao API, apesar da predominância de modelos europeus. Lembrou que um amigo tinha um sítio, onde já ouvira falar em APIcultura, mas, achou melhor não ir por esse caminho. Desconfiou de alguma armadilha da língua portuguesa... Novamente a angústia começou a tomar conta do motorista cuidadoso. Como encontrar alguma informação precisa para poder entender exatamente o que queria? Teria que estudar muito para isso? Só via marcas comerciais e muitas propagandas. Resolveu então procurar um consultor especializado que, com sua experiência, pudesse explicar como deveria resolver aquele sério problema que já tomava grande tempo de sua vida. No primeiro encontro, o consultor disse com toda calma que ele não se preocupasse, pois tudo seria esclarecido. Tinha uma planilha enorme cheia de especificações e siglas, mas tudo seria entendido com clareza. Cada detalhe seria explicado. Antes, porém, de iniciar o processo explicativo, o consultor fez apenas uma inocente pergunta: - Qual o óleo que o senhor usa atualmente no seu carro? O motorista arregalou os olhos, estremeceu e, por fim, desmaiou. 27


O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2011, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.

Uma estimativa do mercado relativa ao ano de 2011 O mercado aparente Mercado Total Óleos Lubrificantes

1.370.000 m3 1.336.000 m3 801.600 m3 505.400 m3 29.000 m3

Mercado Local: Automotivos: Industriais: Óleos Básicos

89.100 m3 55.100 m3

Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: * Mercado Total Graxas

1.431.266 m3

Óleos Básicos: Mercado Total Produção Local: Refinarias Rerrefino

862.520 m3 602.520 m3 260.000 m3

Importação Exportação

584.583 m3 15.837 m3

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

58.500 t

* Não considerados óleos brancos e a classificação “outros”.

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2012/2011 por região (período jan - jun) Análise comparativa por produtos

Mil m3

320

2011 2012

390

Total de lubrificantes por região

Mil m3

280

367.773

279.461

2011 2012

291.400

240

333.972

200

260

160 206.194

196.709

120

114.477

110.193

130

22.877

0

GRAXAS

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

80

26.133

Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

75.770

0

81.005 57.865

40

39.754

SUL

SUDESTE

59.686

44.047

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

120

210

108

2011 2012

180

114.480

2011 2012

107.146

96 170.927

150

84

154.342

72 120

60

90 60

48 36

72.552

67.449

37.116

24 35.211

30 0

38.058

58.024 51.220

25.750

SUL

SUDESTE

NORTE

21.590

36.587

29.683

12 NORDESTE

CENTRO OESTE

0

12.930

SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

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19.621

19.136

19.792

13.035

NORDESTE

CENTRO OESTE


Mercado de Lubrificantes em 2011 (m3) 12,5% 12,2% 19,8% 12,2% 17,5% 11,5% 1,8% 2,6% 3,0%

Mercado de Graxas 2011 (t)

BR Ipiranga Chevron (Texaco) Cosan (Esso + Mobil) Shell + Sabba Petronas (FL) Castrol Alesat + Repsol Total Lubrificantes Outros

17,7% 13,6%

19,3%

6,9%

9,3%

13,3%

7,8% 8,9%

BR Chevron (Texaco) Ingrax Ipiranga Petronas Shell Cosan (Esso) Outros

9,7%

NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2010, que foram retirados desta seção, podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

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A revista LUBES EM FOCO gostaria de agradecer aos seus patrocinadores e a todos aqueles que fizeram possível a realização do 2º Encontro com o Mercado, em comemoração dos 5 anos da revista. Marque já, na sua agenda, o nosso reencontro, dia 09 de julho de 2013, no 3º Encontro com o Mercado. Não perca!

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Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2012 Outubro 9 a 10

9th. ICIS Middle East Base Oil & Lubricants Conference - Dubai - http://www.icisconference.com/UZY29278

Novembro 29 a 30

8th. ICIS Pan-American Base Oil & Lubricants Conference - Jersey City - USA - www.icisconference.com/panambaseoils

Nacionais Data

Evento

2012 Setembro 10 a 14

27º Congresso Brasileiro de Manutenção - Rio de Janeiro - www.abraman.org.br

Setembro 20 a 21

5º Congresso Nacional Simepetro - São Paulo - www.simepetro.com.br

Outubro 18 a 19

2º Encontro Nacional dos Revendedores Atacadistas de Lubrificantes - www.sindilub.org.br

Outubro 24

V Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos - São Paulo - www.aea.org.br

Cursos Data

Evento

2012 Setembro 24 a 28

Informação sobre Bonbas - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos

Outubro 16 a 19

Selagem em Equipamenos Rotativos - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos

Outubro 15 a 19

Processos Petroquímicos - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos

Novembro 27 a 29

Estatística Aplicada a Laboratórios Químicos - Módulo Básico - Rio de Janeiro, RJ - www.ibp.org.br/cursos

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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