Revista lubes em foco edicao32

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EM FOCO

Ago/Set 12 Ano VI • nº 32 Publicação Bimestral R$ 15,00

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A revista do negócio de lubrificantes

América do Sul / South America Um mercado onde as aparências enganam. A market where appearances are deceiving.

Eficiência Energética/ Energy saving Um desafio para os formuladores de lubrificantes. A challenge for lubricants formulators.


Editorial É impor tante dizer que estamos muito felizes em par ticipar como parceiros de um evento inter nacional do por te da 8ª ICIS Panamerican Conference, em Jersey City - EUA. A revista LUBES EM FOCO completou este ano seu quinto aniversário, mantendo o foco principal de sua missão, que é ouvir o mercado e a ele retor nar com infor mações relevantes. Estar presente em eventos dessa natureza é uma for ma de ampliar o conhecimento e o relacionamento com o mercado mundial. Vivemos a Era do Conhecimento, em que a informação se tornou matéria-prima indispensável e passa a ter um valor maior do que o produto que a contém. A busca por fontes de informação confiáveis e respeitáveis é mandatória, quando o foco é a visão técnica e o desenvolvimento de mercado. O mercado brasileiro está em fase de ebulição, com grandes mudanças acontecendo, não só relativas aos volumes envolvidos, mas também com relação às leis ambientais e normas que regulam a participação dos agentes econômicos, com impacto direto nos requisitos de qualidade dos lubrificantes comercializados. O Brasil tem hoje o 5º mercado mundial de produção de automóveis, o que o impulsiona para a 6ª posição no mercado mundial de lubrificantes, com uma perspectiva de crescimento, mesmo na difícil fase da economia mundial. Acompanhar esse movimento e manter o conhecimento atualizado é uma árdua tarefa que uma revista técnica especializada precisa enfrentar e incorporar ao seu trabalho diário, mas que também pode trazer recompensas e reconhecimento como incentivos para continuar seu trabalho em busca de inovação. A realização do 2º Encontro com o Mercado, no Rio de Janeiro, em julho de 2012, e o planejamento do próximo evento em 2013 têm aproximado a LUBES EM FOCO cada vez mais dos agentes do mercado brasileiro de lubrificantes, aumentando a responsabilidade e compromisso desta revista com seus leitores. Já chegamos a alguns países através da nossa Newsletter quinzenal, levando as principais notícias do setor de lubrificantes, e temos planos de ampliar essa divulgação principalmente para países da América Latina. A colaboração efetiva da Comissão de Lubrificantes e Lubrificação do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP confere um suporte técnico expressivo à publicação, além de uma visão interna das necessidades do mercado. Acreditamos também na cooperação mútua entre veículos de informação técnica e entidades nacionais e internacionais do setor para aumentarmos a disseminação do conhecimento e melhoria da qualidade de produtos e serviços. Dessa forma, construiremos um mundo melhor.

Pedro Nelson Belmiro Editor

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Letter from the Publisher It is important to state that we are very happy to participate as partners in an international event as relevant as the 8th ICIS Panamerican Conference, in Jersey City. Magazine LUBES EM FOCO celebrated its fifth anniversary this year with focus on its main mission: to listen to the market and return to it with relevant information. To be part of such an important conference is a path to expand knowledge and relationship with the market. We live in the Knowledge Age where information has become the vital raw material, more valuable than the product that contains it. The search for reliable and respectful information sources is mandatory when the focus is technical approach and market development. The Brazilian market is boiling and living with great transformation occurring not only as to the volumes involved, but also related to the environmental legislation and norms that regulate economic agents participation, impacting directly the quality requirements of marketed lubricants. Brazil ranks today the 5th motor car manufacturer in the world market, what pushes it to be the 6th in the lubricant world market, with growing expectations even in the current difficult moment of the world economy. To keep up with this moment and keep update knowledge too is a hard task for a technical specialized magazine to face and incorporate in its daily work, but it can also bring reward and acknowledgement as motivation to an ongoing search for innovation. The 2º Encontro com o Mercado (2th Meeting with the Market), held in Rio de Janeiro in July/2012, and the planning for the next event in 2013 have brought LUBES EM FOCO closer and closer to the Brazilian lubricant market agents, increasing the liability and commitment of this magazine with its readers. We have already reached some countries with our Newsletter published every two weeks, disseminating the latest and most relevant news of the lubricant sector, and we are planning to expand it mainly to Latin America countries. The effective collaboration of the Lubricants and Lubrication Committee of the Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels - IBP ensures an expressive technical support to the magazine and also a view of the market needs from within. We also believe in the mutual cooperation among technical information media and national and international entities of the sector, in order to expand knowledge dissemination and improve products and services quality. This way we are fostering the development of a better world. Pedro Nelson Belmiro Publisher br

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

Editor Chefe Pedro Nelson A. Belmiro Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni

Impressão Grafitto Gráfica e Editora Ltda.

Capa Gustavo Eduardo Zamboni

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Antônio Luiz Souza Machado da Cunha

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.

Revisão Angela Belmiro

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OTIMIZAÇÃO ENERGIZED BY Para garantir alta qualidade em óleos para motor é imprescindível contar com a melhora do índice de viscosidade. E por isso a LANXESS, líder global em especialidades químicas, oferece a mais alta tecnologia em Melhoradores de Índice de Viscosidade aos fabricantes de aditivos e lubrificantes. Os VII Keltan® ajustam o Índice de Viscosidade em óleos de motor com diferentes graus de estabilidade ao cisalhamento, proporcionando propriedades excelentes ao produto final. Assim, o óleo continua a proteger o motor em altas temperaturas e mantém a fluidez quando em temperaturas menores. www.lanxess.com.br


Sumário 6 10 18 24 28

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Uma face para o Petróleo no Brasil A face for the Oil Industry in Brazil

Desmaterialização do Lubrificante Dematerialization of Lubricants

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SMS - Chemical Leasing

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Energy Saving

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SMS - Chemical Leasing

Eficiência Energética

As aparências enganam: O Mercado de Lubrificantes da América do Sul Looks are deceiving: The face of South America Lubricants Market

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Superando os Desafios de Compatibilidade e Micropitting Meeting Micropitting and Materials Compatibility Challenges

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Mercado em Foco Brazilian Lube Oil Market

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Uma face para o Petróleo no Brasil Por: Tatiana Fontenelle

Após quase 20 anos à frente da Secretaria-Executiva do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP, Álvaro Teixeira se despede da direção da entidade, mas não se afasta de sua história. O executivo tem uma vida profissional que praticamente se confunde com a evolução da indústria do petróleo no Brasil. Geólogo e Engenheiro, formado em 1957, prestou concurso para a PETROBRAS, onde trabalhou durante 36 anos, tendo atuado ativamente nos setores de Exploração e Produção desde seus primórdios. Iniciou seus trabalhos quando a PETROBRAS buscava petróleo no Nordeste do Brasil, nos campos terrestres de Sergipe e Alagoas, e diz, em um sorriso, que, ao ir buscar o óleo, encontrou o ouro da sua vida, referindo-se carinhosamente à sua esposa Dª Vania, com quem celebrará bodas de ouro no ano que vem. Viajou pelo mundo, morando no Oriente Médio e em vários países da América do Sul, quando chegou a diretor de E&P da BRASPETRO, o braço internacional da PETROBRAS, sempre dedicando sua competência e inteligência à indústria petrolífera e ao desenvolvimento energético do Brasil. Sentiu pessoalmente as dificuldades e os desafios causados pelas diversas crises mundiais do petróleo e muito trabalhou pela integração entre os países da América Latina e Caribe, atuando como secretário-geral da Associação Regional das Companhias de Petróleo, Gás e Biocombustíveis na América Latina e Caribe - ARPEL. Sua trajetória no IBP, onde entrou como Secretário Executivo em 1994, foi marcada pela criação do mais importante fórum de E&P no Brasil, a Comissão de Regulamentação de E&P de Petróleo, reunindo praticamente todas as empresas operadoras atuantes no país, discutindo temas de extrema relevância como a regulação do setor, as melhores práticas, relacionamentos éticos e responsáveis, atuação consciente junto ao Meio Ambiente etc., apoiando-se em uma forte base técnica para suporte de suas ideias. Colaborou decisivamente para a construção de uma relação de confiança e respeito com todos os órgãos governamentais, principalmente com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP. Álvaro Teixeira, que recentemente recebeu o prêmio Destaque do Ano de 2012, concedido pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação - ASSESPRO, compartilha conosco, nessa entrevista exclusiva para LUBES EM FOCO, um pouco de sua história e de seus conhecimentos adquiridos ao longo dessas cinco décadas de dedicação.

Lubes em Foco - Qual foi o seu primeiro trabalho de relevância para o setor de petróleo no Brasil? Álvaro Teixeira - Após o concurso para a PETROBRAS, fui trabalhar no campo de Sergipe/ Alagoas e, depois de alguns anos, fiz o prospecto do Campo de Carmópolis, em Sergipe, que se tornou um marco na história do petróleo no país e também serviu para diversas pesquisas da PETROBRAS. Após 50 anos de existência, esse 6

campo ainda produz cerca de 23 mil barris por dia. Entretanto, ainda não era suficiente para as necessidades brasileiras. Na época, o país vivia uma fase de indefinição quanto aos seus reais potenciais petrolíferos, e o relatório do renomado geólogo americano Walter Link indicava que, se a PETROBRAS realmente quisesse encontrar petróleo, teria que ir para o mar ou então para o exterior. Assim fizemos, e com muito sucesso, nos dois casos.


Lubes em Foco - Como foi desenvolvido seu trabalho no exterior? Álvaro Teixeira - Quando fui transferido para a BRASPETRO, o braço internacional da PETROBRAS na época, representei a empresa na primeira joint-venture formada com a Chevron, na Ilha de Madagascar, onde tive um aprendizado muito interessante, não só pelo intercâmbio técnico, mas também através da convivência com pessoas e culturas de outros países. Estava na chefia do setor de Geologia quando, em 1976, houve a descoberta, no Iraque, do campo de Majnoon, considerado o maior do mundo na ocasião, e muito trabalho tivemos no desenvolvimento desse campo. Estive no Iraque até uma semana antes de estourar a guerra com o Irã. Já como diretor de E&P e Engenharia da BRASPETRO, tivemos algumas operações bem sucedidas na Colômbia, Guatemala, Angola, Egito, Argélia e Líbia. Ao assumir a secretaria-geral da ARPEL, tive muito esforço na integração entre os países produtores e consumidores, uma vez que ainda não havia uma consciência a respeito de cooperação mútua, o que talvez ainda não aconteça nos tempos de hoje. Lubes em Foco - Em sua jornada no IBP, como foi o posicionamento do Instituto no âmbito internacional? Álvaro Teixeira - Dentre alguns eventos internacionais de que participamos, podemos citar pelo menos dois que realmente fazem a diferença e projetam o nome do Brasil no mundo. O IBP tem um acordo de parceria com a Offshore Technology Conference - OTC para a realização de um dos maiores eventos do segmento offshore, que verá sua versão 2013 acontecer no Rio de Janeiro, em outubro. Além disso, a feira Rio Oil & Gas, organizada pelo Instituto há 30 anos, tornou-se o segundo maior evento mundial de petróleo, recebendo este ano 53 mil pessoas, em um espaço de quase 40 mil metros quadrados, com a participação de 1300 expositores e 14 pavilhões internacionais. Lubes em Foco - Como o IBP tem contribuído para a indústria do petróleo no Brasil? Álvaro Teixeira - A grande missão do IBP é promover o desenvolvimento do setor nacional do petróleo, gás e biocombustíveis, visando a uma indústria competitiva, sustentável, ética e socialmente

Álvaro Teixeira

responsável. Sempre trabalhamos no sentido de representar a indústria, disseminando informações, melhorando o ambiente regulatório, promovendo o desenvolvimento técnico e a defesa do Meio Ambiente, com segurança e responsabilidade social. O IBP atua com muita eficiência através de suas Comissões Técnicas e Setoriais, transformando-se no lugar mais apropriado e neutro para as empresas se reunirem e debaterem sobre os mais diversos e importantes temas do mercado, englobando toda a cadeia produtiva do setor de petróleo. São cerca de 60 comissões e subcomissões, das quais participam mais de 1500 profissionais, entre executivos, especialistas, instituições científicas e acadêmicas, órgãos do Governo e associações congêneres. Lubes em Foco - De que forma a Comissão de Lubrificantes e Lubrificação tem contribuído para o mercado brasileiro? Álvaro Teixeira - O mercado brasileiro de lubrificantes vem se desenvolvendo muito nos últimos anos, acompanhando principalmente o crescimento e a modernização da indústria automobilística. Dessa forma, novas tecnologias e muitos ajustes na regulação do mercado foram necessários para desenvolver uma competição sadia em um mercado livre. A Comissão de Lubrificantes e Lubrificação tem exercido um papel 7


fundamental nesse contexto, atuando como um fórum neutro de debates, que reúne os principais agentes do mercado, e colaborando com suporte técnico aos órgãos reguladores. Ao abordar temas que vão desde especificações técnicas de produtos até a discussão sobre resoluções governamentais, a Comissão exerce um papel de integração dos diversos segmentos e associações, visando sempre a um consenso que ampare tecnicamente suas conclusões. Lubes em Foco - Como o IBP tem atuado no segmento de capacitação profissional? Álvaro Teixeira - O setor de cursos do Instituto tem tido uma atuação bastante importante na capacitação de profissionais do setor de petróleo, em todos os aspectos e englobando diversas áreas. Nossos cursos são muito procurados, desde as turmas do nível de MBA, para capacitar engenheiros e profissionais na indústria de E&P, até os cursos técnicos de curta duração, especializados em segmentos específicos. O grande objetivo do IBP nessa área, e podemos dizer

> Especificações levadas ao futuro. > Inovações da Oronite levadas à prática. > Novas tecnologias levadas ao GF-6 e PC-11. > Diferenciações levadas aos novos produtos. > Vantagens levadas aos clientes.

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que temos um sonho bastante plausível de se concretizar, é a criação de uma Faculdade de Engenharia do Petróleo, na qual teremos diversos cursos de graduação e pós-graduação, com o reconhecimento total do Ministério da Educação, tornando-nos assim também uma Instituição de Ensino. Lubes em Foco - Que conselho o Sr. daria aos jovens profissionais em escolha de carreira? Álvaro Teixeira - Eu digo que a indústria do petróleo é realmente fascinante, e o Brasil está vivendo uma época de ouro nesse setor, interagindo com novas tecnologias e com os principais agentes do mercado mundial. Portanto, aqueles que pensam em desenvolver conhecimentos nessa área organizem suas carreiras e venham desfrutar do muito que ainda existe no setor e que ainda irá durar por algumas décadas mais. O Brasil está carente de especialistas e de engenheiros, e o setor de petróleo está com um grande potencial a ser desenvolvido, portanto, é a combinação perfeita para um caminho de sucesso profissional.

Seja desenvolvendo fórmulas especializadas de aditivos projetadas para melhorar a durabilidade do motor, controle de depósitos ou economia de combustível, a Oronite fornece produtos de alta qualidade em aditivos tanto para veículos de passeio como para transporte pesado. Nós trabalhamos estrategicamente com fabricantes de equipamentos em todo o mundo para nos prepararmos para novos requisitos de hardware e especificações de lubrificantes, garantindo nossa preparação para as demandas de categorias futuras. Nosso trabalho para desenvolver os produtos GF-6 e PC-11 com desempenho superior está em andamento, e estamos ansiosos em fornecer soluções que lhe ajudem a diferenciar nossos produtos. Tire proveito de nossos anos de experiência no fornecimento de aditivos para o mercado de óleo de motor automotivo. Entre em contato com seu Gerente de contas local da Oronite ou visite www.oronitegoes.com para obter mais informações. © 2012 Chevron Oronite Company LLC. Todos os direitos reservados. A marca Chevron, Oronite e Making the things that go, go better são marcas comerciais registradas da Chevron Intellectual Property LLC.


A face for the Oil Industry in Brazil

By: Tatiana Fontenelle

After almost 20 years heading the General Secretariat of InstitutoBrasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis- IBP (Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels), Álvaro Teixeira waves good-bye to the entity Board of Directors, but does not move away from his history. This executive has lived a professional life that is practically merged with the evolution of oil industry in Brazil. He is an engineer graduated in 1957 and geologist, and has been approved in the examination to PETROBRAS, where he has worked for 36 years, actively serving in the sectors of Exploration and Production since they were created. He started working when PETROBRAS was prospecting oil in the Northeast of Brazil in the land fields of Sergipe and Alagoas, and he says, with a smile, that while searching for oil, he found the gold of his life, referring tenderly to his wife Vânia, with whom he will celebrate 50 years of marriage in 2013. He has traveled the world around, living in the Middle East and in several countries of South America, when he became the E&P director of BRASPETRO, the international arm of PETROBRAS, always applying his competence and intelligence in favor of the oil industry and the Brazilian energetic development. He felt personally the difficulties and challenges brought by the many worldwide oil crises, and has endeavored for Latin America and Caribbean countries integration, acting as the General Secretary of Regional Association of Oil, Gas and Biofuels Sector Companies in Latin America and The Caribbean - ARPEL. His career in IBP, where he entered as an Executive Secretary in 1994,has been marked by the creation of the most important E&P forum in Brazil – the Regulation Commission of Oil E&P, which gathered nearly all companies operating in the country to discuss crucial issues as the regulation of the sector, best practices, ethic and responsible relationship, conscious actions concerning the Environment and so on, supported by a strong technical background to develop his ideas. He has decisively contributed to build a respectful and liable relationship with all governmental institutions, mainly with AgênciaNacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis- ANP (National Agency of Oil, Natural Gas and Biofuels). Álvaro Teixeira has recently been distinguished with the award Destaque do Ano de 2012(Distinction of 2012), promoted by the Association of Brazilian Companies of Technology Information (ASSESPRO). In this exclusive interview to LUBES EM FOCO, he shares with us a part of his history and knowledge acquired along five decades of dedication.

Lubes em Foco - What was your first relevant work to the Brazilian oil sector? Álvaro Teixeira - When I passed the examination to PETROBRAS, I went to work in the field of Sergipe/ Alagoas and, after some years, I made the prospect of Campo de Carmópolis, inSergipe, that became a landmark in the oil history of the country and was the ground for several researches of PETROBRAS. After operating for 50 years, this field still produces around 23 thousand barrels a day. Nevertheless, it was not enough for the Brazilian necessity. At that time, the country lived an indefinite period concern-

ing its actual oil potential, and the report of acknowledged American geologistWalter Linkpointed out that PETROBRAS would have to be bound for the sea or for other countries, in case it intended to find oil. And so we did, successfully, in both cases. Lubes em Foco - How was this work developed abroad? Álvaro Teixeira - When I was transferred to BRASPETRO, the international arm of PETROBRAS at the time, I represented the company in the first jointventurewith Chevron,in the Island of Madagascar, where I had a very interesting life experience, not 9


only for the technical interchange but also for living together with people and cultures from other countries. I was the head of the Geology sector in 1976 when the Majnoon field was discovered in Iraq, considered as the largest field in the world at the time, and we spent much effort in the development of this field. I was in Iraq until one week before the war broke between Iran and Iraq. As BRASPETRO director of E&P and Engineering, we had some very successful operations in Colombia, Guatemala, Angola, Egypt, Algeria and Libya. When I took office as the General Secretary in ARPEL, I did my best to promote integration among producer and consumer countries, once there was not awareness concerning mutual cooperation, and maybe there is not yet. Lubes em Foco - While you were at IBP, what was the Institute position concerning international affairs? Álvaro Teixeira - Among the international events we took part in, we can mention at least two that were really outstanding and launched Brazil’s name worldwide. IBP has a partnership agreement with Offshore Technology Conference - OTCto hold one of the largest offshore events in Rio de Janeiro,in October 2013. Furthermore, the Rio Oil & GasExpo and Conference, that has been organized by the Institute for the last 30 years, has become the second world largest oil event, hosting 53 thousand visitors in 2012, in a 40 thousand square meter space, with the participation of 1,300 exhibitors and 14 international pavilions. Lubes em Foco - What hasIBP been contributing to the oil industry in Brazil? Álvaro Teixeira - The great mission of IBP is to foster the development of the oil, gas and biofuels national sector towards a competitive, sustainable, ethic and socially responsible industry.We have always worked to represent the industry, disseminating information, improving the regulatory ambience, promoting technical development and defending the environment with safety and social responsibility.IBPhas an effective presence through its Technical and Sectorial Commissions,becoming the appropriate and neutral place for companies to gather and discuss diverse and relevant issues of the market, comprising the whole oil sector productive chain. There are 60 committees and subcommittees with more than 1,500 participants including executives, experts, scientific 10

and academic institutions, government organisms and similar associations. Lubes em Foco - What is the contribution of the Lubricants and Lubrication Committee to the Brazilian market? Álvaro Teixeira - The Brazilian lubricant market has been widely developedlately,keeping up with the growth and modernization of the motor car industry. Thus, new technology and adjustment in market regulation have been necessary to face a healthy competition in a free market. The Lubricants and Lubrication Committee has been playing a fundamental role in this context, acting as an impartial forum of discussions, gathering the main market agents and providing technical support to the regulating organisms.By approaching issues ranging from product technical specification to the discussion on government resolutions, the Committee plays a role of integration of the various sectors and associations, focusing always on a consensus to technically support its conclusions. Lubes em Foco - What are IBP activities concerning professional qualification? Álvaro Teixeira - The courses sector has had a strong performance in qualifying professionalsto the oil sector, in every aspect and in several areas.Our courses are highly demanded and comprise both MBA courses to qualify engineers and professional to the E&P industry and short term technical courses in specific sectors.The great target of IBP in this field, and we can say it is a dream very likely to come true, is the creation of an Oil Engineering College, in which we will supply undergraduation and graduation courses accredited by the Ministry of Education, thus becoming an Education Institution too. Lubes em Foco - What advice would you give to young professionals choosing a career? Álvaro Teixeira - I say the oil industry is really fascinating, and Brazil is living a golden age in this sector, interacting with new technology and the main players in the world market. Thus, those considering develop their knowledge in this area must organize their careers and come to enjoy much of the opportunities of this sector that will last for some decades ahead. Brazil is in need of experts and engineers, and the oil sector has a great potential yet to be developed, that is the perfect combination towards a successful professional path.


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Desmaterialização do Lubrificante Por: Antonio Traverso

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oje, em qualquer mercado, temos centenas e talvez milhares de opções de produtos para compra e uso. No mercado automobilístico de veículos de passeio, por exemplo, temos mais de cinco mil modelos a disposição que dependem só do tamanho do bolso e do desejo do consumidor. Nas compras de produtos e insumos para a produção industrial a situação não é diferente, pois a quantidade e variedade ofertada é muito grande. Entretanto devido à “homogeneização” dos mercados com a festejada globalização, todas as práticas de venda daí decorrentes conduzem a não diferenciação de praticamente tudo que é comercializado. Quando vemos um carro novo de linhas arrojadas na rua e temos dificuldade de saber se é um carro de montadora japonesa, coreana, americana ou mesmo chinesa, fica mais fácil entender está homogeneização. A diferenciação dos bens e produtos está definhando, sejam produtos de consumo pessoal ou produtos de uso comercial. Em decorrência, fica a cada dia mais difícil para as empresas e negócios comerciais sobreviverem ou mesmo se destacarem-se em seus respectivos ambientes competitivos. Ter produtos de qualidade e comercializá-los com modelos de marketing de produtos já não assegura mais a sustentabilidade de um negócio comercial e industrial no contexto atual, seja na venda de veículo ou na venda de outro produto como lubrificante. A saída do impasse aponta para uma economia não mais baseada em consumo de produtos, mas uma economia baseada em serviços. Em decorrência dis

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to, o composto clássico de marketing dos 4Ps (Preço, Praça, Produto e Promoção) deixa de funcionar e precisa ser substituído por um mix de marketing de serviços que utiliza ferramentas mais elaboradas e sofisticadas que capturam a percepção do consumidor mesmo que os produtos “passem” velozmente na frente dos seus olhos como os” miméticos” carros atuais. Em uma economia de serviços, a ampliação do composto de marketing para a venda do lubrificante é mais bem percebida pela visualização de processos e interações conforme veremos abaixo, sendo que o composto expandido de marketing para serviços tem minimamente os seguintes elementos: Produto Praça (Distribuição) Promoção Preço Pessoas Evidência Física Processos Como o composto de clássico dos 4 Ps marketing para produtos já é bastante conhecido e explorado, inclusive em termos de diferenciação, não teceremos maiores considerações, entretanto analisaremos os demais elementos do composto de marketing expandido para serviços com exemplos no comércio de lubrificantes, conforme o seguinte: Pessoas: Quando um cliente com uma dúvida sobre solução em lubrificação ou recomendação de lubrificante


procura uma empresa distribuidora, seja por via telefônica ou por email, a forma que este contato é estabelecido e conduzido influencia as percepções do cliente. Se o cliente é atendido com presteza, rapidez e atenção o “encontro” foi positivo, entretanto se a resposta demora e é imprecisa ou e uma mensagem eletrônica deixa-o exasperar-se, o encontro foi negativo é começa a tangibilizar neste cliente uma imagem de falta de qualidade no atendimento. Na venda de lubrificantes como na venda de quase tudo há “momentos de encontro” ,como este descrito acima, antes de qualquer transação comercial propriamente dita. Portanto a venda é uma sucessão de momentos de encontro começando com as pessoas ou suas “vozes”, isto é, uma sucessão momentos de serviço. Todos os agentes humanos que interagem nestes momentos de encontro desempenham um papel no processo de serviço e são fundamentais na percepção do todo pelo cliente, inclusive determinando ou não a sua decisão de compra e a sua retenção. Recentemente presenciei um vendedor em uma revenda de carros

de uma famosa montadora alemã perder uma venda por atender insistentemente o telefone celular durante a negociação com o cliente. O cliente simplesmente levantou-se e desistiu da compra. Evidência física: Todas as representações físicas dos serviços são extremamente importantes na percepção do cliente e passam pela informação técnica, facilidade do acesso ao site, cartões de visita, apresentação dos vendedores e representantes, veículos e equipamentos. Imaginemos uma entrega de lubrificantes a granel com um caminhão tanque sujo ou com o motorista com o uniforme todo amarrotado e desbotado. O que será tangibilizado em termos de segurança e qualidade? As evidências físicas são muito fortes e mandam poderosas mensagens a respeito dos valores e o propósito da empresa. A imagem da empresa é

muito relacionada às evidências físicas que ela proporciona ao cliente. Processos: Os processos que o cliente experimenta ou participa, ou ainda o roteiro de interação com os componentes e materiais para a prestação do serviço ou apoio a venda do lubrificante influenciará o julgamento e a percepção do cliente quanto à qualidade do serviço e do próprio produto. Certa vez fui trocar o óleo do meu carro em uma estação de serviço muito bem montada com um box impecável porem não havia sala de espera e muito menos cadeiras no local. A solução foi sentar na grama, na proximidade do box e esperar. De outra vez presenciei um “chief engineer” de uma plataforma de petróleo estrangeira receber um laudo de análise de óleo somente em português apesar da convenção internacional na indústria do “offshore” determinar o inglês como “work language”. Se os 13


processos não são bons os momentos de encontro em geral são desperdiçados. Na indústria de lubrificantes, como em muitas outras indústrias, a estratégia de diferenciação é uma forma poderosa de crescimento e sustentação empresarial fazendo com que o a visão econômica do negócio lubrificante como um negócio de serviços seja uma alternativa viável. Vejamos, para ilustrar, alguns atributos e serviços que o lubrificante pode prestar ou participar estando em um contexto de serviços:

Conservação de energia Redução de emissões Redução de pegada ecológica Ciclo de vida ampliado Redução de geração de calor Preservação de equipamentos Diagnóstico e confiabilidade de equipamentos e veículos Racionalização e redução de consumo Minimização de impactos ambientais

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Ao se inserir o lubrificante(s), em um ambiente de serviço consistente, o produto se amplia e se desmaterializa ao mesmo tempo, pois o marketing de serviços amplia o produto e ao mesmo tempo torna-o apenas um “elo” na “corrente” de serviço que permite tangibilizar a qualidade e os benefícios em uma dimensão maior. A economia baseada em serviços é a que mais cresce e consolida-se rapidamente em muitos países. Hoje os serviços no Brasil já correspondem a mais de 60% do PIB e nos Estados Unidos já responde por mais de 75% do PIB. Grandes corporações como a GE, em 2002, já tinham a expectativa de mais de ter 75% de suas receitas geradas em serviços. Aos poucos o negócio lubrificante, seja no B2C ou no B2B, está reduzindo muito mais que o atrito e caminhando nesta direção. Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Consultor Sênior de Lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.


Dematerialization of Lubricants By: Antonio Traverso

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e have currently, in any market, hundreds and maybe thousands of options of products to buy and use. In the car market, for example, we havemore than five thousand models affordable depending on consumer’s budget and desire. Buying products and inputs for the industrial production face the same situation, since the quantity and variety supplied are very big. However, due to the homogenization of markets with the celebrated globalization, all sales practices thence derived lead to the non-differentiation of almost all that is marketed. When we see a new and bold car and we find it difficult to recognize whether it comes from a Japanese, Korean, American or even Chinese automaker, it is easier to understand what we are talking about with homogenization. Differentiation among goods and products is shrinking, both concerning goods for personal and commercial use. Thus, it becomes harder and harder for companies and businesses to survive or even stand out in their competitive markets. To manufacture quality products and market them with product market models no longer assures the sustainability of a commercial and industrial business in the current context, concerning either the car sale or the sale of any other product, as lubricants. The solution for this standoffpoints out to an economy no more based on product consumption but based on services consumption. Consequently, the classical marketing mix of the 4P´s (Price, Place, Product and Promotion)does not work any longer and must be repla-

ced by a service marketing mix using more elaborated and sophisticated tools that capture consumer´s perception even when products “speed” before his/her eyes, as the “mimetic” contemporary cars. In an economy of services, the enlargement of the marketing mix for lubricant sales is more realized by the visualization of processes and interactions, as we will see below. The expanded marketing mix for services is made of the following elements: Product Place Promotion Price People Physical Evidence Processes As the classical marketing mix of the 4 P´s for products is well known and explored, also in terms of differentiation, we will not consider it deeply and will focus on the other elements of the expanded marketing mix for services with cases from the lubricants market, as follows: People: When a customer is doubtful about lubricants solution or recommendation and looks for a distributor, either by phone or by e-mail, the way this contact is established and conducted influences consumer’ s perception. If the customer is assisted efficiently, fast and with attention, the “touch” is positive; in case the response lasts too long, is vague or electronic, the “touch” is negative and 15


produces a feeling of lack of quality in the transaction. In the lubricants sale, as in the sale of almost everything, there are “touchpoints” before any business transaction is conducted, so the sale is a sequence of touchpoints starting with people or their “voices”, that is, a sequence of services moments. All human agents that interact in this touchpoint play a role in the service process and are crucial in the client´s perception of the whole, determining his/her decision to buy and his/her fidelity.I have recently witnessed a salesman in a well-known German carmaker dealer lose a sale for insistently answering the cell phone during negotiation. The client simply walked away and gave up buying. Physical evidence: All physical representations of services are extremely importantin client´s perception and pass through technical information, easy access to the site, business cards, introduction of salespersons and dealers, vehicles and equipment.Let´s imagine a bulk delivery of lubricants in a filthy tanker truck or with a carelessly dressed driver in a wrinkled and faded uniform. What will this convey in terms of safety and quality? Physical evidences are very strong and send powerful messages concerning the values and mission of the company. Company´s image is quite related to the physical evidences it provides customers with. Processes: Processes that clients experience or take part into, or the sequence of interaction with components and material to render service or provide support to the lubricant sale will influence client´s judgment and perception concerning the quality of services and the 16

product itself.I once entered a very well arranged service station to change the oil of my car, where there was a perfect box but no waiting room and no chairs available. I had to sit on the grass near the box and wait. And again I witnessed a chief engineer of a foreign oil platform in Brazil receive an oil analysis report in Portuguese, even when the international convention in the offshore industry recommends English as the work language. When processes are not suitable, touchpoints are often wasted. In the lubricants industry, as well as in many others, the differentiationstrategy is a powerful form of growing and providing business sustainability, making the economic view of the lubricant business as a service be a feasible alternative.Let´s take a look at some attributes and services lubricants can render or participate in by being inserted in a service context: Energy conserving Emissions reduction Reduction of ecological footprint Extend life cycle Reduction of heat generation Equipment conservation Diagnosis and reliability of equipment and vehicles Consuption rationalization and reduction Mitigation of environmental impacts When lubricants are inserted in a consistent service environment, the product is enlarged and dematerialized at the same time, since the service marketing expands the product and makes it just a link in the service chain as well. This provides the opportunity to reach quality and benefits in a larger dimension. Economy based on services is fast growing and consolidating in many countries.Today services in Brazil correspond to more than 60% of the GNP, and in the US it corresponds to more than 75% of the GNP.Big corporations, as GE, had already the expectation of achieving, in 2002, more than 75% of its income generated by services. Little by little, the lubricant business is reducing much more than friction, both in B2C and B2B, and is heading to this direction. Antonio Traverso Júnior is engineer and Senior Consultant for Lubricants of Petrobras Great Consumers Management


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S.M.S.

S.M.S.

SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA

Uma Integração Estratégica

CHEMICAL LEASING

UMA MODALIDADE DE GESTÃO SUSTENTÁVEL DE PRODUTOS QUÍMICOS Por: Ana Maria Oestreich e Newton Richa

O crescimento econômico brasileiro projetado para os próximos dez anos, a expansão do segmento da indústria química de base renovável e o aproveitamento das oportunidades oferecidas pela exploração do Pré-Sal indicam um potencial de investimentos da ordem de US$ 167 bilhões, no período entre 2010 e 2020, com a possibilidade de o Brasil tornar-se o 5º maior produtor químico mundial. O relatório “Visão 2050” elaborado sob a liderança do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, 2010) e publicado no Brasil pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), descreve um panorama provável de como estará a população humana em quatro décadas. Esta visão de futuro enfatiza a importância das lideranças na busca de decisões integradas aos interesses coletivos para prover comida suficiente, água potável, saneamento, moradia, mobilidade, educação, trabalho e saúde, dentro dos limites do planeta. De acordo com o documento, o Brasil dispõe de todas as condições para liderar esse novo processo. Entre as razões estão o solo abundante, sol o ano inteiro, a mais rica biodiversidade, a maior reserva de água doce disponível e a matriz energética mais limpa do planeta. As condições de sustentabilidade no ano 2050 deverão ser construídas até lá, pelo trabalho humano global que deverá ser, de forma progressiva, apoiado nas melhores práticas alicerçadas nos requisitos de Saúde, Meio Ambiente e Segurança. No capítulo referente a materiais, prevê-se que uma adequação de seu consumo aos limites dos recursos não renováveis. O seu uso em um ciclo fechado tornará obsoleto o conceito de desperdício, e será 18

uma prática empresarial normal. Produtos e materiais utilizados podem passar por uma reengenharia para ser utilizados novamente, com finalidades múltiplas e distintas, reduzindo-se o emprego de matérias-primas virgens para a fabricação de bens. Esta filosofia levará as empresas a desenvolver novos modelos para fabricação e elaboração de produtos e para obtenção de oportunidades de reciclagem. A desmaterialização e o consumo baseado em serviços tornam-se as principais tendências de marketing e design dos produtos. Novas logísticas eliminarão intermediários desnecessários. Os custos de ciclo de vida tornar-se-ão o modelo dominante para o planejamento de materiais e produtos. Este conceito também pode aplicar-se à área de serviços, como educação, hospedagem, manutenção. Educação, conscientização e colaboração entre responsáveis pela elaboração de políticas, empresas, instituições acadêmicas e o público em geral fortalecem conjuntos de habilidades em áreas como análise e otimização de ciclos de vida, gestão energética, inovação de processos e produtos, otimização de logística, ciência ambiental e avaliação de necessidades humanas. Em nível internacional, duas iniciativas na área de gestão de produtos químicos devem ser mencionadas: a SAICM - Strategic Approach to International Chemicals Management (Abordagem Estratégica para a Gestão Internacional de Produtos Químicos) e o REACH - Registration, Evaluation, and Authorization of CHemicals (Registro, Avaliação e Autorização de Produtos Químicos), A SAICM tem por objetivo promover a gestão responsável de produtos químicos, tendo em vista a meta proposta pelo Plano de Aplicação da Conferência de Johanesburgo de que, até 2020, os produtos químicos


S.M.S. Um ciclo de vida alternativo para os materiais Fabricante

Uso

Uso prolongado

Reutilização de produtos

Reutilização de peças

Recliclagem de materiais de ciclo fechado

Recliclagem de materiais de ciclo aberto

Aterro Visão 2050: A nova agenda para as empresas Fonte: WBCSD

Figura 1- Eliminação do desperdício por meio do fechamento do ciclo de materiais.

devem estar sendo produzidos e utilizados de forma a minimizar os impactos negativos sobre o homem e o meio ambiente, em todo o mundo. A SAICM foi oficializada em fevereiro de 2006, em Dubai, Emirados Árabes, na Conferência Internacional sobre Gestão de Substâncias Químicas (ICCM – International Conference on Chemicals Management). O REACH é um sistema baseado nos princípios de documentação, avaliação e minimização de riscos relacionados aos produtos químicos, em vigor na União Europeia e com o objetivo exigir das empresas produtoras e importadoras as práticas adequadas de gestão química com base em técnicas de análise de risco. Em decorrência do redesenho da Política Química da União Europeia, que tem o REACH como peça central, o paradigma convencional de venda de produtos químicos por um lado e compra pelo outro, sem nenhuma troca de informação posterior não sobreviverá. Estes movimentos se inserem mundialmente na busca pelo desenvolvimento de uma nova economia verde, que garanta o crescimento econômico acoplado com a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, para o desenvolvimento de uma Economia Verde é necessário também desenvolver a Indústria Verde, isto é, a produção industrial que tem como norteador de seus processos produtivos as questões ambientais, sociais e de proteção do clima. A Indústria Verde tem o compromisso de reduzir os impactos de seus processos e produtos através de melhoria da produtividade, melhoria do desempenho ambiental e minimização dos riscos à saúde, em todos os processos envolvidos.

Neste contexto, o Chemical Leasing mostra-se como uma estratégia inovadora na comercialização e emprego de produtos químicos para lograr estes três objetivos. Ela se baseia Na venda do serviço oferecido por estes produtos, de forma otimizada, mediante o qual, o fornecedor, seja ele produtor, distribuidor ou prestador de serviço se responsabiliza por esta entrega, empregando a melhor tecnologia disponível. Nesta modalidade o consumidor paga apenas pelo serviço do produto, evitando os custos do desperdício, como são os custos ambientais, de saúde ocupacional e, evidentemente, da compra excessiva desnecessária. Por sua parte, o fornecedor se compromete com a qualidade do produto de seu cliente, bem como seu desempenho ambiental. Ele vende conhecimento, tecnologia e melhores práticas no lugar de produto. Tem o compromisso de treinar os funcionários de seu cliente e manter um elevado padrão de qualidade. Do outro lado, o cliente não pagará pelas quantidades de produto adquiridas, mas pelo benefício recebido, tais como número de peças desengraxadas, hóspedes atendidos, metros cúbicos de efluentes tratados. Assim dedica-se a desenvolver novos produtos e desocupar-se de atividades que não sua atividade-fim. Os estudos realizados em empresas piloto na Alemanha demonstram uma redução de consumos de:

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• 25% de agentes de limpeza, na área de tratamento e revestimento de superfícies; • 20 a 30% de redução de consumo de catalisadores em processos catalíticos; • 10% de estabilizantes, 25% de solvente, 30% de ácidos na limpeza de tubulação e envases de produtos alimentícios e farmacêuticos. Alguns critérios e princípios têm sido discutidos em âmbito internacional para regular e gerenciar contratos de Chemical Leasing: • definição de responsabilidades entre fornecedor e consumidor, para evitar superposições ou brechas nos contratos; • melhoramento na gestão ambiental do emprego dos produtos, que devem ser controlados e monitorados, evitando-se a substituição de produtos por outros mais perigosos, ou outros menos perigosos, mas que gerem grande impacto ambiental; • treinamento do pessoal e atendimento das normas de saúde e ambientais; 19


S.M.S. • garantia da qualidade do produto ou serviço beneficiado pelo produto químico; • distribuição equitativa dos benefícios econômicos entre todos os envolvidos; • desenvolvimento de princípios de cooperação.

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A Resolução INI/2011/1056 do Parlamento Europeu, que regula as estratégias de uso eficiente de matérias-primas na Europa, consagra o conceito de Chemical Leasing nas estratégias de redução de consumos de matérias-primas e redução de resíduos, incentivando o seu apoio pela União Europeia. Um interessante exemplo de contrato Chemical Leasing foi apresentado pelo Centro Nacional de Produção mais Limpa da República da Sérvia, desenvolvido entre a indústria Knjaz Milos de água mineral e bebidas em geral, com capacidade de produção de 300 milhões de litros de bebidas ao ano e a ECOLAB, líder de produtos de limpeza produtos para higienização e segurança alimentar. A ECOLAB já pratica normalmente Chemical Leasing na sua forma de venda, o que garante esta liderança. A empresa de bebidas adotou Chemical Leasing para lubrificação nas esteiras transportadoras de garrafas na área de envase. O seu processo anterior utilizava água e 6000 kg/ano de um produto a base de alquil-amidas e ácido acético, com características tóxicas e corrosivas. A empresa tinha alto consumo de água e gerava 1500 m3 de efluente a tratar por dia. Além disto, o processo apresentava riscos a saúde, pois a queda e rompimento de garrafas era frequente, com riscos de acidentes aos trabalhadores. O novo processo proposto utilizava uma quantidade 30% menor de um produto não tóxico (4200 kg / ano) que opera sem uso de água. Com isto, além da redução do consumo, da geração de resíduos de embalagem e de efluentes líquidos, a indústria Knjaz Milos economizou EUR 5700/ano, melhorando as condições de trabalho. Os riscos representados pelos cacos de vidro nos pisos e os aerossóis na área de engarrafamento foram totalmente eliminados. A Figura 2 apresenta o câmbio radical nesta área da empresa.

Outros exemplos se encontram na área de agricultura, limpeza hospitalar, tingimento, pintura, entre outros em mais de 20 países da Rede Internacional mantida pela UNIDO. Em Medellin na Colombia, a Universidade desenvolve pesquisas para otimizar processos de anodização com o objetivo de facilitar a venda de produtos na forma de Leasing. No Brasil, o conceito de substituição da venda de produtos por serviços é mencionado como tendência em quase todas as publicações que tratam do tema sustentabilidade, embora pouco se mencione ou ofereça na área química. As primeiras empresas líderes que se dispõem a oferecer este tipo de serviço são ECOLAB na área de limpeza e lubrificação, Grupo Ipiranga na área de lubrificação. O Centro de Tecnologia SENAI Ambiental – RJ (CTS Ambiental do Sistema FIRJAN), desde 2009 mantém uma cooperação com a UNIDO e tem recebido o apoio e demonstrações de interesse de organizações da área de petróleo e gás, produtos químicos, universidades e consultores para conformar um network, visando incentivar avanços tecnológicos que permitam disseminar o conceito Chemical leasing no Brasil. Alguns projetos do CTS Ambiental e UNIDO são desenvolvidos na área de hotelaria e pousadas em Búzios, aplicação de asfalto e possivelmente nas áreas de lubrificação e construção civil. O novo conceito já integra o conteúdo programático dos cursos técnicos do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustível, IBP, bem como dos cursos de especialização de engenharia de segurança do trabalho da UFRJ.

Ana Maria Evangelho Oestreich é Coordenadora Tecnológica no Centro de Tecnologia SENAI-RJ Ambiental

Newton Richa é Médico do Trabalho e Consultor de SMS do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP Figura 2 – Exemplo de Chemical Leasing na Sérvia.

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H.S.E. CHEMICAL LEASING

H.S.E.

HEALTH, SAFETY & ENVIRONMENT

An Strategic Integration

By: Ana Maria Oestreich and Newton Richa

The projected Brazilian economic growth for the next ten years, the expansion of the chemical industry based on renewable raw materials, and the new opportunities offered by Pre-Salt indicate potential investments around US$ 167 billion in the period between 2010 and 2020, with the possibility of Brazil becoming the 5th largest chemical producer in the world. The report “Vision 2050� prepared by World Business Council for Sustainable Development (WBCSD, 2010) and published in Brazil by the Brazilian Business Council for Sustainable Development (CEBDS), describes an overview of how the human population will live in four decades. This vision of the future emphasizes the importance of leadership in seeking for decisions focused on the collective interests, in order to provide food, drinking water, sanitation, housing, mobility, education, work and health within the limits of the planet. According to the document, Brazil has all the conditions to lead this new process. Among the reasons we find plentiful soil, year-round sunshine, the richest biodiversity, the availability of the biggest reserve of fresh water in the world, and the cleanest energy matrix in the planet. The conditions for sustainability for 2050 should be built in a progressive way, supported by the best practices which consider the requirements of health, safety and environment. In the chapter of materials use, the document foresees a progressive adequacy of consumption patterns to the nonrenewable resources availability. The usual exploitation of these resources by industrial sector will be designed as a closed loop, and the old practices of wasting or over exploitation will become obsolete. The re-engineering of products and materials will be conceived to extend their working lives, to perform muti-functions and to make them be re-used in the same or in other processes. This new design will contribute to reduce the use of primary raw materials in goods production. Enterprises will adopt this philosophy to develop new patterns of products manufacturing and will find opportunities for recycling.

The concept of decoupling of economy and consume of products based on services are the new trend for marketing and business design. New logistic facilities will eliminate unnecessary middlemen. The lifecycle costs will become the dominant model for materials use and production. This concept can also be applied to the service sector as education, hosting and maintenance. Education, awareness and collaboration between political sector, private sector, academia and general public strengthen skill sets in areas such as analysis and optimization of lifecycles, energy management, innovation in process and products, logistics optimization, science and environmental assessment to reach human needs. At the international level, two initiatives in the area management of chemicals must be mentioned: SAICM - Strategic Approach to International Chemicals Management, and REACH - Registration, Evaluation, and Authorization of Chemicals. SAICM aims to promote responsible chemicals management in order to target the goals defined in the Johannesburg World Conference. In the agreed Implementation Plan, it was established that, by 2020, chemicals must be produced and used in conditions in which negative impacts on human beings and the environment are avoided or minimized. The SAICM was officially approved in February2006 in Dubai, UAE, in the International Conference on Chemicals Management - ICCM. REACH is the European Community Regulation on chemicals and their safe use (EC 1907/2006). It deals with the Registration, Evaluation, Authorization and Restriction of Chemical substances. The law entered into force on June 1st, 2007. The aim of REACH is to improve the protection of human health and the environment through the better and 21


H.S.E.

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earlier identification of the intrinsic properties of chemical substances. At the same time, REACH aims to enhance innovation and competitiveness of the EU chemicals industry. The benefits of the REACH system will come gradually, as more and more substances are phased into REACH. The REACH Regulation places greater responsibility on industry to manage the risks from chemicals and to provide safety information on the substances. Manufacturers and importers are required to gather information on the properties of their chemical substances, which will allow their safe handling, and to register the information in a central database run by the European Chemicals Agency (ECHA) in Helsinki. Materials wasting avoiding by closed looping An alternative materials lifecycle Materials

Use

Exten ded life

Re-use of products

Re-use of parts

Materials recycling in a closed looping

Materials recycling in an opened looping

Landfill Vision 2050: new agenda for enterprises Fonte: WBCSD

Figura 1- Eliminação do desperdício por meio do fechamento do ciclo de materiais.

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These new global polices, especially in European Union, where REACH is the centerpiece, drive the conventional way of chemicals business without any exchange of information to become a paradigm, because they will not survive in a near future. These global movements are contributing for the green economy development, in which economic growth is based on improvement of human well-being and social equity, while significantly reducing environmental risks and ecological scarcities. According to the United Nations Environmental Program - UNEP, the green industry is an integral part and a core pillar of a Green Economy. The drivers of the manufacture design in a green industry are the environment and climate protection as well the social equity. The Green Industry is committed into reducing its impact, in all their processes and products, through the improvement of its productivity, environmental performance and minimization of risks to health. In this perspective, Chemical Leasing is an innovative strategy as a service-oriented business model that shifts away from high sales volumes of chemicals towards an integrated approach and extended producer responsibility throughout the entire life cycle of a chemical. Chemical Leasing is based on a value-oriented (for the function of the chemical) instead of a volume-based pricing (for the amount of the chemical). By de-coupling the payment from the consumption of chemicals, Chemical Leasing encourages better chemicals management with the better available technologies. The consequence is closer cooperation between producer and user of the chemicals. This offers economic benefits for both partners, and, in particular, as a result of the lower consumption of chemicals, it can lead to resource conservation, energy savings, a reduction in the environmental impact, and avoidance/reduction of risks arising from the use of chemicals. The chemical supplier is responsible for keeping the best performance of his product, taking care of waste, training and health protection. The supplier sells knowledge and better practices instead of the product itself. On the other side, the clients buy per contracted services or per benefit of chemicals instead of the old system, when they use to pay by amounts of chemicals. In the new system they pay per a certain number of cleaned area or goods, number of degreased components, number of assisted hosts per day, cubic meter of treated water. Chemical users can spend their time in the core activity, using their resources to improve or create new products.


H.S.E. Studies of Chemical Leasing pilot projects with companies in Germany reported reduction in consumption of: • 25%of cleaning agents, in the treatment area and surface coating; • 20 to 30% of catalysts in catalytic processes; • 10% of stabilizers, 25% of solvents, 30% of acid in cleaning pipes and packs of food and pharmaceutical products. Some criteria and principles have been discussed internationally to regulate and manage contracts of Chemical Leasing: • Definition of responsibilities between supplier and consumer to avoid gaps and overlaps in the contracts; • Improvement of the environmental performance during the chemical use, which must be controlled and monitored, avoiding substitution by others more hazardous or less hazardous but responsible for a bigger environmental impact; • Training of personnel in accordance with environment and health legal requirements; • Quality assurance for the product or service which uses the chemical provided; • Equitable distribution of economic benefits among all stakeholders; • Development of principles of cooperation. The Resolution INI/2011/1056 of European Parliament which promotes strategies for the efficient use of materials mentioned the concept of Chemical Leasing as an innovative strategy of sustainable consumption of raw materials and waste reduction, encouraging their support by the European Union. An interesting example of Chemical contract Leasing was presented by the National Cleaner Production Center of Republic of Serbia, developed between industry Knjaz Milos, a producer of mineral water and beverages in general, with a production capacity of 300 million liters of beverages per year, and ECOLAB, leader of products for cleaning and food security. ECOLAB usually sells its products in Chemical Leasing contracts which ensures its leadership. The beverage company adopted Chemical Leasing for lubricating conveyor belts in the area of bottles filling. The old process use to spend high volumes of water and 6,000 kg / year of a product based on alkyl amides and acetic acid, with toxic and corrosive

features. The company uses to generate 1,500 m3 of wastewater per day. Moreover, the process presented health risks caused by frequent falling and breaking bottles. Spills and broken bottles represented a high risk of injury to workers. The proposed new procedure used 30% less of a non-toxic product (4,200 kg / year) in a dry process. With the new process, KnjazMilos improved its process and saved EUR 5,700/year due to chemicals consumption reduction, as well as of waste related to broken bottles and wastewater. The risks posed by broken glass and spills on the floors as well the aerosols in the bottling section have been completely eliminated. Other examples are related to agriculture, hospital cleaning, dyeing, painting, among others in more than 20 countries that take part in the International Network Group supported by UNIDO in its Chemical Leasing program. In Medellin-Colombia, the University develops research to optimize anodizing processes in order to facilitate the leasing of chemical products. In Brazil, the concept of replacing the conventional business products sale by services with a better performance is mentioned as trend in almost all publications dealing with the issue of sustainability. However the commerce of chemicals are still barely mentioned by private sector and academia. The first business leaders who offer this type of service is ECOLAB in the sector of cleaning and lubricating. Ipiranga group starts with a new technology for automotive lubrication. The Center for Environmental Technology SENAI–RJ (CTS Environment) since 2009 has cooperation with technical and economic support of UNIDO. Many companies and institutions manifested their interest, mainly in the oil and gas, cleaning and chemistry sector. Companies, as well universities and consultants are interested in conforming a national network in order to encourage technological advances that allows Chemical Leasing dissemination in Brazil. CTS Environment and UNIDO develop Chemical Leasing projects in Buzios, Rio de Janeiro state, with a cluster of small hotels and ECOLAB. Other sectors in project development are asphalt pavement, lubricating and construction. The new concept of Chemical leasing is subject in technical courses of Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels - IBP, as well as specialized courses in safety engineering at UFRJ.

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Ana Maria Evangelho Oestreich is Technological Coordinator of the Technology Center of SENAI-RJ Ambiental (Brazil). Newton Richa is Occupacional Health Doctor and Consultant for HSE at Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP.

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Eficiência Energética Um desafio para os formuladores de lubrificantes Por: Simone Hashizume

O

desenvolvimento de todo país ou mercado depende diretamente de recursos energéticos, e a velocidade com que a economia mundial cresceu nas últimas décadas, a despeito das quedas recentes em vários países, fez com que esses recursos se tornassem cada vez mais importantes e menos abundantes. Pesquisas nos trazem uma variedade de novos tipos de combustíveis, e grandes investimentos têm sido feitos nessa área, buscando alternativas, porém a dependência do petróleo ainda é uma realidade mundial. As legislações ambientais estão cada vez mais restritivas, e, com isso, os desafios se tornam cada vez maiores para os pesquisadores, já que não se podem mais buscar somente desempenho e eficiência nas moléculas que formam os novos produtos. A necessidade de adequar as pesquisas às normas ambientais faz com que todos os componentes de uma cadeia produtiva sejam impactados em suas produções e desempenho. No Brasil, esse contexto tem se intensificado, e a indústria automobilística vem sendo alvo de grande empenho do governo para aumentar o foco na economia de combustíveis. Dessa forma, no último dia 3 de outubro, foi publicado o Decreto nº 7.819, criando um programa com o nome de Inovar Auto, no qual uma das principais metas previstas é a eficiência energética para automóveis e veículos comerciais leves movidos à gasolina e/ou etanol. Para efeito do Decreto, entendem-se como eficiência energética os níveis de autonomia expressos em quilômetros rodados por cada litro de combustí-

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vel queimado (Km/l), ou níveis de consumo energético expressos em megajoules por cada quilômetro rodado (MJ/ Km), medidos segundo o ciclo de condução combinado descrito na Norma Brasileira ABNT NBR 7024: 2010. Para atingir a meta de redução de consumo, a partir de 2017 as empresas terão necessariamente de investir em tecnologias mais modernas de produção, como motores mais eficientes, menos poluentes e peças mais leves, entre outras, elevando o padrão nacional de eficiência. A meta-alvo é 17,26 km/l (gasolina) e 11,96 km/l (etanol). Hoje, o consumo médio nacional é de 14 km/l (gasolina) e 9,71 km/l (etanol). A nova regulamentação para o setor automotivo apresenta-se como uma grande oportunidade de melhoria, propondo novas metas de eficiência energética veicular. Tratase de um passo à frente para o desenvolvimento do país; entretanto, é, ao mesmo tempo, um grande desafio para suportar o desenvolvimento de novas tecnologias de motores. O que significa tudo isso para o segmento de lubrificantes? Os novos requisitos aos formuladores de lubrificantes são influenciados pelas novas exigências ambientais e governamentais, apesar de o mercado ainda entender que os lubrificantes contribuem de uma forma muito pequena na redução de consumo de combustível. Sabemos que o atendimento aos novos requisitos propostos também depende dos lubrificantes, seja através de óleos básicos de melhor qualidade ou de aditivos de mais alta tecnologia. Pequenas melhorias geram grandes benefícios quando falamos em grandes frotas, como é o caso de um país como o Brasil. Ao buscar maior eficiência energética, ou seja, maior economia de combustível, os equipamentos são forçosamente modificados, e aumenta a severidade no desempenho dos lubrificantes. O ambiente é mais severo, com os reservatórios de óleo cada vez menores, as velocidades


e temperatura de operação mais elevadas. As perdas de energia são determinadas pela característica do óleo sob altas pressões, e os sistemas de pós-tratamento limitam o uso de alguns básicos e aditivos comumente usados. O perfeito balanceamento de uma formulação de um óleo lubrificante de motor é que permite atender às novas demandas. A viscosidade é a primeira característica afetada. Quanto menor a viscosidade, maior a redução do atrito fluido, reduzindo as perdas energéticas durante o funcionamento do equipamento. Isso requer maior proteção antidesgaste. A volatilidade é item importante quando se reduz a viscosidade, tornando quase que obrigatório o uso de básicos sintéticos. Mas o uso de um melhorador de índice de viscosidade adequado também permite ter o uso de básicos minerais em parte da formulação, pois possibilita o uso de um básico mais pesado e menos volátil. Melhoria na volatilidade do óleo proporciona redução no impacto do sistema de pós-tratamento. Outra característica do lubrificante muito importante é a viscosidade HTHS (alta temperatura, alto cisalhamento), pois o óleo deve ter uma película estável e resistente a alto cisalhamento e a altas temperaturas. É dependente do tipo e quantidade de óleo básico e melhorador do Índice de Viscosidade. O óleo deve ter uma película que permita a separação das partes móveis críticas do motor, mas suficientemente fina que permita uma boa operação de economia de combustível. Maior necessidade de estabilidade térmica passa a ser ponto crucial e pode ser atendida com o uso de básicos sintéticos, pois o controle da oxidação é maior, aumentando os períodos entre as trocas e permitindo que os equipamentos trabalhem com uma eficiência térmica maior. O uso de aditivos modificadores de fricção também passa a ser ponto importante no atendimento à redução do consumo de combustível. O teste de viscosidade a baixa temperatura Cold Cranking Simulator – CCS é um item crítico no atendimento dos requisitos de economia de combustível, pois a partida de um motor é condição de alto cisalhamento. Um óleo com alto índice de viscosidade aumenta a fluidez a baixa temperatura, proporcionando, consequentemente, partidas mais rápidas e menor consumo de combustível, além de maior proteção ao motor. A maior necessidade de estabilidade oxidativa torna imprescindível à seleção de básicos e aditivos adequados. Os básicos sintéticos proporcionam melhor estabilidade à oxidação, aumentando a vida útil dos lubrificantes e, consequentemente, o intervalo de troca.

Sistemas de transmissão As transmissões têm papel fundamental na performance do veículo quanto à eficiência energética e durabilidade/proteção. Aqui também se observa a redução na viscosidade e, como nos óleos de motor, não é a única mudança. O óleo básico é um dos determinantes no atendimento de economia de combustível, devido ao alto índice de viscosidade, mas a proteção às engrenagens é essencial, e a atenção aos novos aditivos como os modificadores de atrito torna-se muito importante. O lubrificante deve ter alta resistência ao cisalhamento e à oxidação, além de fluidez a baixas temperaturas. Uma propriedade muito importante, mas que não é muito conhecida e discutida, é o Coeficiente de tração. Essa é uma propriedade inerente do lubrificante e é função da forma das moléculas. Esse fenômeno de tração foi verificado sob condições de regime de lubrificação elastohidrodinâmica (EHL), em que a película de lubrificante assume a condição vítrea e melhora a tração entre as superfícies metálicas que são mantidas separadas. É uma propriedade na qual se baseia a eficácia das transmissões de velocidade contínua, a CVT. A tração está relacionada com a destruição das engrenagens. O uso de lubrificantes com baixo coeficiente de tração significa reduzir a destruição dos dentes na forma de arranhamento. Uma tração menor também reduz as temperaturas de operação, aumentando a eficiência energética. Com base nas novas demandas, sejam técnicas ou ambientais, pode-se concluir que formular um lubrificante atualmente é uma tarefa desafiadora, que depende diretamente do uso de básicos apropriados e aditivos de tecnologias mais modernas. As pesquisas em melhorias de processos e tecnologias das matérias-primas continuam, assim como o desenvolvimento de novos equipamentos mais eficientes (mais leves, mais seguros e com menor nível de emissão/consumo). Por isso, o segmento de lubrificantes é obrigado a acompanhar todas essas mudanças, disponibilizando óleos básicos de maior qualidade e aditivos mais avançados tecnologicamente. É de grande importância disponibilizar no mercado produtos que atendam aos requisitos modernos antes e durante o uso nos equipamentos.

Simone Kanzaki Hashizume Gerente Senior-Desenvolvimento de Negócios e Marketing JX Nippon Oil & Energy do Brasil

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ENERGY SAVING

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he development of each country or market depends directly upon the energy resources, and the speed of the world economy growth in the last decades, despite the current falls in many countries, made these resources become more and more important, and less and less abundant. Researches have provided a variety of new kinds of lubricants, and large investments have been made in this area in the pursuit of alternatives; however, dependence on oil is still a reality world-wide Environmental legislations have been more and more restrictive, thus creating bigger challenges to researches, since not only performance and efficiency are to be found in the molecules that compound the new products. The necessity to conform researches to environmental norms impact all the components of a productive chain, both in production and performance. In Brazil, this context has intensified, and the motor car industry has been facing big government efforts to increase focus on fuels saving. Thus, on October 3rd, 2012, Decree nยบ 7.819 was published, creating the program Inovar Auto, a main goal of which is to achieve energetic efficiency for cars and light commercial vehicles using gasoline and/ or ethanol. As for the Decree, energetic efficiency considers autonomy levels expressed in kilometers run by each liter of fuel burned (Km/l), or energetic consume levels expressed in megajoules by each kilometer run (MJ/Km), measured according to the combined conduction circle described in the Brazilian Norm ABNT NBR 7024: 2010. To achieve the consumption reduction target as of 2017, companies will necessarily be bound to invest in updated production technology, such as more efficient and less polluting engines, and lighter parts, among others, raising the national efficiency standard: the target is 17,26 km/l (gasoline) and 11,96 km/l (ethanol), while current national average consume is 14 km/l (gasoline) and 9,71 km/l (ethanol). The new regulation for the automotive sector appears as a great opportunity for improvement, with the proposals of new targets for vehicle energy conserving. It is a step ahead to the development of the country, but, at the same time, a great challenge to support the development of new engines technology. How does this affect the lubricant sector? The new demands to lubricant manufacturers are influ enced by the new environmental and governmental require

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By: Simone Hashizume

ments, although the market still understands that lubricants contribute with a small part to fuel consumption reduction. It is clear that meeting the new requirements proposed depends on lubricants too, either by means of better quality base oil or higher technology additives. Small improvements bring about great benefits when we talk about large fleets, as in the case of a country like Brazil. While searching for energy conserving, that is, larger fuel economy, pieces of equipment are inevitably modified and severity in lubricants performance increases. Environment becomes more hostile, with smaller crankcases and higher speed and operation temperatures. Energy loss is determined by the oil characteristic under high pressure, and post-treatment systems limit the use of some base oils and additives commonly used. Perfect balance in an engine lubricant oil formulation meets new requirements Viscosity is the first feature to be affected. The smaller the viscosity is, the larger the flow friction is reduced, decreasing energy losses during equipment working. This calls for a larger protection against wear. Volatility is a relevant item when viscosity is reduced, making the use of synthetic base oils almost mandatory, but the use of a proper viscosity index improver also permits the use of mineral base oils in part of the formulation, since it allows the use of a heavier and less volatile base. Increase in oil volatility leads to impact decrease in the post-treatment system. Another very important lubricant feature is viscosity HTHS (high temperature, high shear), since the oil must have a film that is stable and resistant to high shear at high temperatures. It depends on the type and quantity of the base oil and the viscosity index improver. The oil must have a film that allows the separation of engine critical moving parts, but thin enough to provide good fuel economy. A great need of thermal stability becomes crucial and can be met with the use of synthetic base oils, for oxidation control is larger, increasing time between the changes and making equipment work with a better thermal efficiency. The use of friction modifier additives becomes also a relevant condition in meeting fuel consume decrease. The test of viscosity at low temperature Cold Cranking Simulator - CCS is a crucial item in meeting fuel


saving requirements, because starting up an engine is a high shear condition. A high viscosity index oil increases the flow at low temperature, providing fast starts and less fuel consumption, as well as higher engine protection. The larger need of oxidation stability makes the choice of proper base oil and additives vital. Synthetic base oils provide better oxidation stability, expanding the useful lifespan of lubricants and, consequently, the drain intervals. Transmission Systems Transmissions play a vital role in vehicles performance concerning energy conserving and durability/protection. Viscosity decrease also occurs here and, as in engine oils, it is not the only change. Base oil is one of the determining factors in achieving fuel saving, due to its high viscosity level. But gear protection is essential, and attention to new additives as friction modifiers is very important. Lubricants must be highly resistant to shear and oxidation, and have a good pour point at low temperatures. A major feature, although little acknowledged and discussed, is the Coefficient of Traction, an inherent propriety of lubricants determined by the molecules shape. This phenomenon of traction was verified under conditions of elastohy-

drodynamic lubrication regime - EHL, where the lubricant film assumes a vitreous condition and improves traction between metal surfaces that are kept apart. It is a propriety that the efficacy of continuous velocity transmissions - CVT is based on. Traction is related to gear destruction. The use of lubricants with low coefficient of traction means to reduce teeth destruction in the form of scratching. Lower traction also reduces operation temperatures, increasing energy conserving. Based on the new demands, either technical or environmental, we can conclude that to formulate a lubricant nowadays is a challenging task that depends directly on the use of proper base oils and additives with updated technology. Researches in improvements of raw materials processes and technology continue to happen, as well as the development of new and more efficient equipment, lighter, safer, and with a lower emission/consumption level. Thus, the lubricant sector is bound to follow all these transformations, delivering higher quality base oils and additives with updated technology. Simone Kanzaki Hashizume is Busines Development and Marketing Senior Manager of JX Nippon Oil & Energy do Brasil

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As aparências enganam:

O Mercado de Lubrificantes da América do Sul Por: Gustavo Eduardo Zamboni

Q

ualquer observador desavisado poderia dar uma olhada para o continente sul-americano e achar que os países da região são bastante parecidos entre si, já que quase todos falam espanhol, têm uma certa quantidade de população indígena e a imigração foi espanhola ou portuguesa. Poderia, por exemplo, achar que, salvo o Brasil ser muito maior que os demais, não haveria outras grandes diferenças, ou até fazer aquelas confusões, que todos os brasileiros e argentinos já ouviram alguma vez, como “Buenos Aires ser a capital do Brasil”. Mas, nada é mais distante da realidade da região do que qualquer uma das afirmações até aqui apresentadas. Vamos então considerar mais de perto este continente e saber como isso afeta o mercado de lubrificante. Ao longo dos anos, foram assinados diversos tratados com o intuito de estimular o comércio, a produção e a integração sul-americana, como a ALALC (1960), ALADI (1981), o MERCOSUL (1995) e, por último, em 2008, a UNASUL - União de Nações Sul-Americanas, estabelecendo a integração econômica entre os Estados Soberanos do continente. O caminho a ser percorrido é longo, e, apesar de a região ter vastos recursos naturais, as diferenças entre as distintas culturas são acentuadas e repletas de graves problemas econômicos e sociais. Em geral, a indústria sul-americana está orientada para o beneficiamento de produtos agrícolas e a produção de bens de consumo, com especial destaque para a indústria automobilística nos dois principais países 28

do território, Brasil e Argentina. Nesses encontramos maior diversificação do setor industrial, abrangendo áreas como extração e refino de petróleo, petroquímica e siderurgia. O Brasil, especificamente, responde por aproximadamente 60% da produção industrial sul-americana e 80% da produção automotiva. América do Sul • População A América do Sul tem uma população total de 396 milhões de habitantes; no entanto, três desses países concentram 72% da população: Brasil, Argentina e Colômbia. Somando a eles Peru e Venezuela, concentram-se aí 87% da população do continente. Isso acontece pelo fato de a região conviver com extremos, tendo em uma ponta um país como o Uruguai, com 3,4 milhões de habitantes, e na outra o Brasil, com 197 milhões de habitantes.

Superfície (%) Brasil Argentina

16%

49%

Chile Uruguai

04% 01% 06% 6%

07% 07%

02%

Paraguai Bolivia Peru Equador Colômbia Venezuela

01%


• PIB e PIB per capita Como podemos observar, também existem grandes diferenças nos PIBs entre os países do continente, que variam de US$ 35 bilhões para o Paraguai até os US$ 2,5 trilhões do Brasil. Porém, isso não se reflete da mesma forma nos PIBs per capita, devido à enorme desigualdade social existente nesses países. Assim, vemos que Argentina, Chile ou Uruguai, mesmo tendo PIBs bem menores que o do Brasil, tem PIBs per capita bem acima. A diferença entre o maior PIB per Capita e o menor chega a ser de 400% (Argentina - Bolívia). AA partir dos anos 2000, vários países da região implementaram com êxito políticas de inclusão social que possibilitaram a ascensão social de inúmeras pessoas e, como consequência, aumentaram a demanda interna nos países da região. Essas políticas, em conjunto com políticas de redução de juros, aumento de crédito ao consumidor e a redução do desemprego com inflação estabilizada, tiveram grande impacto sobre os mercados em cada país, incluindo o aumento das vendas de automóveis e da produção manufatureira que, em última instância, possibilitaram

País Brasil Argentina Chile Uruguai Paraguai Bolívia Peru Equador Colômbia Venezuela

PIB

a ampliação do mercado de lubrificantes da região. • O mercado automotivo Somente dois países da região têm produção de automóveis, Brasil e Argentina. Entretanto, alguns outros países sul-americanos importam peças e montam alguns modelos localmente. Assim, considerando somente os países com produção própria, a América do Sul representa 5,3% da produção mundial de automóveis, sendo o Brasil responsável por 80% desse volume, e a Argentina, pelos 20% restantes.

País

Produção

Particip.

(Uds)

%

Argentina 828.771 Brasil 3.406.150 Total A. do Sul 4.234.921 Total Mundo 80.107.564

19,6% 80,4% 5,3%

• A Frota A América do Sul conta com uma frota total de automóveis e utilitários da ordem de 63,7 milhões de veículos, o que, para uma população de 396 milhões de habitantes, significa em média 6,2 habitantes por veículo, porém novamente com uma variação

PIB/cap

enorme entre os diferentes países do continente. Enquanto na Argentina há quatro habitantes por veículo, encontramos na Bolívia 20 habitantes por veículo, uma diferença representativa que demonstra mais uma vez os desequilíbrios da região. Outro aspecto importante é o fato de que, enquanto há países com um alto índice de renovação da frota, como é o caso do Brasil, Argentina ou Chile, outros importam automóveis usados de outros países. Isto tem grande influência nos tipos de lubrificantes que serão utilizados no consumo da frota e até nas normas que devem ser utilizadas. Com a renovação, se reduz a idade média da frota e, mais rapidamente, aumenta o consumo de lubrificantes sintéticos ou semissintéticos. Já os veículos usados significam possivelmente lubrificantes mais tradicionais e antigos. • Lubrificantes O mercado mundial de lubrificantes, em 2011, era aproximadamente de 39 milhões de m3 por ano, e, desse total, 7,5% correspondiam ao consumo da América Latina. O Brasil é o sexto país com maior consumo no mundo. Vejamos novamente as diferenças abismais existentes entre os dife-

Frota por País - (%)

Bi US$ 2500 710 268 52 35 55 170 62 422 223

12681 17376 15416 15469 5412 4451 6715 4776 8891 8125

Brasil

58%

Argentina Chile Uruguai

16%

Paraguai Bolivia

6%

Peru Equador

6%

5%

1% 1% 2%

Colômbia

1%

Venezuela

3%

29


ximadamente 80% automotivo e 20% industriais, relacionada ao estágio do desenvolvimento industrial do país.

Mercado de Lubrificantes - (%)

Brasil

53%

Argentina

14%

Chile Uruguai

7%

Paraguai Bolivia

5% 6%

8% 3%

1% 1%

Peru Equador Colômbia Venezuela

1%

rentes países do continente. O consumo anual médio per capita da América do Sul é de 6,9 lts/habitante, porém, analisando país a país, vê-se que há países com consumo igual ao europeu (11,5 lts/cap ano), enquanto outros têm consumo semelhante ao africano (2,5 lts/cap ano). Sob uma visão global, os lubrificantes automotivos representam aproximadamente 55% da demanda total de lubrificantes, sendo os restantes 45% uma demanda por outros óleos lubrificantes, como industriais, de corte etc. Esse dado é representativo da relação entre consumo automotivo, abrangendo automóveis e utilitários, e a produção industrial de cada país, mais diretamente representada pelo PIB. Na América Latina, para a maior parte dos países, a relação é de aproximadamente 60% automotivos e 40% de produtos industriais, similar à encontrada no resto do mundo. A exceção é a Bolívia, um mercado relativamente pequeno no continente, onde essa relação é de apro-

• O Mercado Brasileiro de óleos lubrificantes O mercado brasileiro de lubrificantes segue também os percentuais de 60% de automotivos e 40% de industriais acima mencionados, tendo tanto um parque automotivo atualizado quanto uma pujante indústria em plena expansão. Como podemos observar no diagrama “Estrutura do setor de lubrificantes”, esse mercado possui hoje inúmeros participantes trabalhando na sua cadeia produtiva, desde a produção, importação e rerrefino de óleos básicos (75 empresas), passando pela produção de lubrificantes acabados (154 empresas), ou importadores de lubrificantes (199 empresas). Diante dos dados apresentados, observa-se que é um mercado complexo e competitivo, do qual muitos pretendem participar, mas só alguns conseguem se adaptar e cumprir toda a legislação e regras com as quais o setor opera. • Uma visao de futuro A América do Sul é um continente com uma variada gama de países com características próprias e onde os extremos convivem a todo momento, não somente nas condiçoes geográficas de cada país, mas também nos âmbitos produtivo, econômico e social, tanto dentro de cada um dos países quanto entre eles. Porém, apesar das diferenças individuais, a região vem trabalhando numa mesma direção, a do desenvolvimento econômico e social de seus povos, e grandes avanços têm sido alcançados nas últimas décadas. Isto nos leva a afirmar com convicção que, em um continente com grande potencial de desenvolvimente e recursos ainda pouco explorados, veremos, em um futuro não muito longínquo, países florescentes em plena expansão e de frente para um novo futuro promissor para sua população, ocupando, por fim, o devido lugar no mundo. Gustavo Eduardo Zamboni é Engenheiro Industrial, formado pela Universidade Nacional de Buenos Aires com pósgraduação em Marketing e Análise de Sistemas

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Looks are deceiving:

The face of South America Lubricants Market

A

ny inattentive observer could take a look at the South American continent and believe that countries in that region are too much alike, since almost all of them speak Spanish, house a certain amount of Indian population, and immigration has come from Spain or Portugal. He or she could also think that, although Brazil is much bigger than the others, there are no other great differences, or make the mistake that most Brazilians and Argentineans have once heard, that “Buenos Aires is the capital of Brazil”. In fact, nothing is farther from the truth than any of the statements here presented. So, we are going to take a closer look at this continent and observe how this affects the lubricants market. Along the years, several agreements have been signed with the aim of fostering South American trade, production and integration, such as ALALC (1960), ALADI (1981), MERCOSUR (1995) and, finally, in 2008, UNASUL - Union of South American Nations, establishing the economic integration of the Sovereign States of the continent. There is a long road to travel, and, even considering the huge natural resources of the region, differences among distinct cultures are sharp and filled with strong economic and social problems. On the whole, the South American industry is oriented to processing agricultural products and producing consumer goods, with a special highlight to the motor car industry in the two main countries of the region, Brazil and Argentina. In them we can find much diversification of the industrial sector that comprises areas as oil extraction and refining, petrochemical and steel industry. Brazil alone accounts for around 60% of South American industrial production and 80% of the motor car output. South America • Population South American population totals 396 million inhabitants, although only three of these countries comprise 72%

By: Gustavo Eduardo Zamboni

Area (%) Brasil Argentina

16%

49%

Chile Uruguai

04% 01% 06% 6%

07% 07%

02%

Paraguai Bolivia Peru Equador Colômbia Venezuela

01%

of the population: Brazil, Argentina and Colombia. When we add Peru and Venezuela to these three, 87% of the continent inhabitants are there concentrated. This is due to the fact that the region coexists with extreme situations, as having Uruguay at one end, with 3.4 million inhabitants, and Brazil at the other, with 197 million people. • GDP and GDP per capita As we can see in the table, there are also great differences in the GDPs of the countries of the continent, which range from US$ 35 billion in GdP GdP/cap Paraguay to US$ Country Bi US$ 2.5 trillion in Brazil. This difference, Brazil 12681 2500 however, is not reArgentina 17376 710 flected in the GDP Chile 15416 268 per capita, due to Uruguay 15469 52 the huge social Paraguay 5412 35 inequality existing Bolivia 4451 55 in the countries. Peru 6715 170 Thus we realiEcuador 4776 62 ze that although Colombia 8891 422 Argentina, Chile Venezuela 8125 223 and Uruguay have 31


a much lower GDP than Brazil, they have GDPs per capita much higher. The difference between the highest and the lowest GDP per capita goes up to 400% (Argentina - Bolivia). As of the year 2000, several countries of the region implemented successful policies of social inclusion that provided the social mobility of numberless people and, consequently, increased domestic demand within the countries. These policies, together with policies of interest decrease, consumer credit increase, and low unemployment with stable inflation have greatly and successfully impacted each country markets, including a growth in car sales and manufacturing, Production Share Country that, as a conse(Un) % Argentina 19,6% quence, provided 828.771 Brasil 80,4% the expansion of the 3.406.150 S. America Total 4.234.921 5,3% lubricant market in World Total 80.107.564 the region. • The motor car market Only two countries in the region are car manufacturers, Brazil and Argentina. However, some other South American countries import parts and assemble some models locally. Thus, when we consider only countries with local production, South America accounts for 5.3% of the world car manufactures. Brazil is responsible for 80% of this amount and Argentina for the 20% left.

vel of fleet renovation, others import used cars from other countries. This situation deeply influences the kind of lubricants to be used in the fleet consumption and even the norms to be met, since the renovation reduces the average fleet age and increases faster the consumption of synthetic or semisynthetic lubricants, while old vehicles are likely to use more traditional and older lubricants. • Lubricants The world lubricant market, in 2011, was next to 39 million m3 a year, and 7.5% of this total corresponded to Latin America consumption. Brazil is the 6th country with the largest consumption in the world. Let’s consider again the deep differences among the countries. South America average consumption per capita a year is 6.9 liters/inhabitant, but when we analyze country by country, it is clear that there are countries close to the European consumption standard (11.5 liters/cap/year), while others approach the African pattern (2.5 liters/cap/year). Lubricant Oil Market - (%) Brasil

53%

Fleet by Country - (%) Brasil

58%

Argentina Chile Uruguai

16%

Paraguai Bolivia

6%

Uruguai

5%

1% 1% 2%

32

3%

Paraguai Bolivia

6%

8% 3%

1% 1%

Peru Equador Colômbia Venezuela

1%

In a global view, motor car lubricants represent around 55% of total demand for lubricants, the remaining 45% being a demand for other lubricant oils, such as industrial oil. This data is representative of the relation between automotive consumption, which comprises cars and vans, and the industrial production of each country, more conspicuously represented by GDP. In Latin America, for most countries, the relation is similar to the rest of the world, that is, around 60% of motor cars and 40% of industrial products. Bolivia is the exception, a relatively small market in the continent where this relation is around 80% of motor cars and 20% of industrial products, in accordance with the stage of industrial development of the country.

Peru Equador

6%

Chile

7% 5%

• The fleet South America total fleet of motor cars and vans sums up to 63.7 million vehicles, and considering a population of 396 million inhabitants we find an average of 6.2 inhabitants per vehicle, but here there is also an enormous variation among the different countries of the continent. While in Argentina there are four inhabitants per vehicle, in Bolivia the average is 20 inhabitants per vehicle, a remarkable difference that highlights the region unbalance. Another important point to highlight is that while Brazil, Argentina and Chile are countries with a high le-

Argentina

14%

Colômbia

1%

Venezuela

• The Brazilian Lubricant Oils Market The Brazilian lubricant market also follows the figures 60% of motor cars and 40% of industrial products men-


meeting the requirements of the legislation and norms the sector operates with.

tioned above, in an updated automotive market and a strong expanding industry. As we can see in the diagram, this market counts on a great amount of participants working in the productive chain, from the production, import and re-refining of base oils (75 companies) through the production of finished lubricants (154 companies) to the lubricant importers (199 companies). Data shows it is a complex and competitive market in which many intend to participate, but only a few succeed in adapting and

ULTRAX 10 ANOS

DE HISTÓRIA E CREDIBILIDADE

• A Vision of the Future South America is a continent with a wide range of countries with distinguished features and where extremes and opposites live together all the time, not only in the geographic conditions of the lands, but also in the productive, economic and social aspects, both within the countries and among them. In spite of the individual differences, the region has been running towards the same direction, the economic and social development of its peoples, and many successful steps have been taken in the last decades. This allows us to firmly state that, in a continent with great development potential and unexplored resources, we will be able to see, not in a far future, flourishing countries expanding and facing a new promising future that will place its population in their proper place in the world. Gustavo Eduardo Zamboni Is graduated as Industrial Engineer from Buenos Aires National University and Pos-graduated in Marketing and Computer System Analyst.

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Superando os Desafios de

Compatibilidade e Micropitting Óleos Lubrificantes como Elemento Integrante do Dimensionamento de Caixas de Engrenagens Por: Tim Cooper

dentes das engrenagens, muitas vezes atribuído a alterações na qualidade do aço e aos métodos de acabamento superficial. Por outro lado, as tendências de aumento das densidades de potência, redução dos volumes de óleo e consequente aumento das temperaturas impõem maiores solicitações aos dentes de engrenagens, mancais, vedações elastoméricas e outros componentes das caixas de engrenagens industriais de alta performance. O conjunto desses fatores gerou uma demanda por lubrificantes os quais proporcionam maior estabilidade térmica, proteção dos rolamentos, compatibilidade com vedações e revestimentos, além de resistência excepcional ao micropitting. Essa demanda se torna particularmente evidente na especificação rigorosa da Siemens MD para conjuntos de engrenagens helicoidais, cônicas e planetárias. A Especificação da Siemens MD

N

o mundo industrial, desde a mineração pesada até a geração de energia, as tendências conceituais e construtivas das máquinas e equipamentos dotados de caixas de engrenagens levaram a um aumento do micropitting – um fenômeno de tensão de fadiga nos

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A especificação da Siemens MD (antiga Flender) visa garantir o perfeito funcionamento das caixas de engrenagens Flender em aplicações industriais pesadas. Com foco na compatibilidade dos materiais, bem como na resistência ao micropitting e ao scuffing, a especificação atual exige que a formulação de óleos para engrenagens in-


dustriais de alto desempenho seja encarada como elemento integrante do seu dimensionamento. Além de exigir o atendimento à norma DIN 515173, a Siemens MD estipula a realização do ensaio de resistência ao micropitting FVA 54, ensaio dinâmico de espuma e diversos protocolos rigorosos para garantir a compatibilidade com revestimentos internos, vedações elastoméricas e selos líquidos. O desafio na formulação de óleos lubrificantes tem sido o fato de que muitos aditivos químicos que proporcionam bom desempenho em um aspecto da especificação acabam sendo prejudiciais em outros. Por exemplo, muitos óleos que apresentam boa compatibilidade com as vedações são responsáveis por causar bolhas na pintura interna utilizada nas caixas de engrenagens Flender, enquanto que alguns óleos inócuos à pintura são incompatíveis com vedações elastoméricas. Os requisitos de desempenho para tintas e vedações elastoméricas evoluiriam nas diversas revisões da especificação

da Siemens MD. Assim, os formuladores buscam uma solução de aditivos capaz de garantir a integridade de longo prazo dos materiais constituintes das caixas de engrenagens, além de resistência à fadiga por micropitting. Efeitos do Micropitting O micropitting é um modo de fadiga que se manifesta inicialmente na forma de minúsculas cavidades quase imperceptíveis ao olho nu (ver Figura 1). Tem o aspecto de uma mancha cinzenta e fosca, conhecida por grey staining ou flecking. Com o tempo, o micropitting pode ser atenuado ou polido sem causar maior desgaste. Em alguns casos, o micropitting se agrava, tornando-se mais profundo e provocando vibrações. Pode também prejudicar a perfeita interação das engrenagens ou evoluir para a condição de macropitting – uma forma mais destrutiva que pode resultar em falhas operacionais e reparos custosos.

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Surface Area Micropitting

% Micropitting/Grey Flecking

100

Load Stage Test Running Time 16h/Load Stage

Endurance Test Running Time 80h/Load Stage

80

60

40

20

0 5

6

7

8

9

10

8

10

10

Load Stage Low Protection Medium Protection High Protection

Nova Solução Química Com a introdução de uma nova tecnologia voltada aos óleos para engrenagens industriais, a Lubrizol resolveu o dilema da compatibilidade com vedações e revestimentos, além de proporcionar uma excelente resistência ao micropitting e proteção superior aos rolamentos. Em uma ampla campanha de ensaios foi comprovado que essa nova e exclusiva solução química melhora o desempenho dos óleos-base nos aspectos de:

Figura 1: Superfícies isentas de micropitting (esquerda) ajudam a reduzir

• Resistência ao micropitting • Compatibilidade com vedações elastoméricas • Controle dinâmico da formação de espuma • Proteção dos rolamentos • Durabilidade de revestimentos • Estabilidade térmica e oxidativa

A nova tecnologia de Óleos para Engrenagens Industriais deve garantir: • Maior vida útil às engrenagens e mancais como também em engrenagens fechadas sujeitas a condições extremas de carga, velocidade e temperatura; • Excelente resistência à degradação do óleo em altas temperaturas, prolongando a vida útil e os intervalos entre trocas de óleo; 10 10 10 • Bom funcionamento em altas e baixas temperaturas, garantindo desempenho confiável o ano todo; • Excelente resistência à corrosão e boa demulsibilidade, assegurando o bom funcionamento em aplicações onde a contaminação com água é inevitável; • Redução do entupimento e consequente troca de filtros; • Compatibilidade comprovada com os materiais ferrosos e não ferrosos, revestimentos internos, líquidos de selagem e vedações elastoméricas usados nas novas caixas de engrenagens de alta performance. Existem diversos fatores a serem considerados para obter a homologação da Siemens MD. Os ensaios são dispendiosos, demorados e, em alguns casos, só podem ser realizados em determinados laboratórios externos licenciados. Diante de tais desafios, é possível que alguns formuladores prefiram adquirir um lubrificante pronto e já testado, comprovado e homologado pela OEM.

a indisponibilidade dos equipamentos. O micropitting na superfície dos

Tim Coooper é gerente de produtos industriais da

dentes (direita) pode levar a falhas de equipamentos

Lubrizol Corporation.

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Golpe de Mestre Para os formuladores de lubrificantes manterem as caixas de engrenagens industriais em funcionamento, obter a homologação da Siemens MD é considerado um golpe de mestre. Apresentamos a nova tecnologia de alta performance da Lubrizol, para ajudá-lo a superar esse desafio. Resistência ao micropitting: resolvido. Compatibilidade com vedações: confere. Compatibilidade com a pintura: missão cumprida. Disponível mundialmente como fluido acabado ou pacote completo de aditivos de alta performance . With you every step of the way.

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Meeting Micropitting and Materials Compatibility Challenges Industrial Gear Oils as an Integral Component of Gearbox Design By: Tim Cooper

F

rom extreme-duty mining to power generation and beyond, gearbox applications throughout the industrialized world are confronting design and construction trends that have led to an increase in micropitting – a phenomenon of fatigue stress on gear teeth often attributed to changes in steel quality and surface finishing methods. Additionally, the drive towards higher power densities, reduced oil volumes and consequently raised temperatures places further stress on the gear teeth, bearings, elastomer seals and other components of modern high-performance industrial gearboxes. The combination of these factors has created a demand for lubricants that provide improved thermal stability, increased bearing protection, better seal and internal paint compatibility along with exceptional micropitting resistance. Nowhere is this demand more evident than in the stringent Siemens MD specification for helical, bevel and planetary gear units. The Siemens MD Specification The Siemens MD (formally known as the Flender) specification was designed to ensure trouble-free performance of Flender gearboxes in heavy-duty industrial applications. With its emphasis on materials compatibility, as well as micropitting and scuffing resistance, today’s specification requires gear oil formulators to look at high-performance industrial gear oils as an integral element of gearbox design. In addition to requiring oils to meet DIN 51517-3, Siemens MD requires an FVA 54 micropitting resistance test , dynamic foam testing and several stringent protocols for ensuring internal paint, elastomeric seal and liquid sealant compatibility. The challenge for oil formulators has been that additive chemistries designed to deliver performance in one aspect of the specification can have a detrimental effect on other performance areas. For example, many oils with acceptable seal compatibility have been shown to blister the paints used inside Flender gearboxes, while some oils benign to the paint are incompatible with

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the elastomer seals. Performance requirements for both paint and elastomer seals have evolved through various revisions to the Siemens MD specification. As a result, formulators are eagerly searching for an additive solution able to ensure the long-term integrity of gearbox materials as well as providing guaranteed resistance to micropitting fatigue. The Ramifications of Micropitting Micropitting is a fatigue mode that begins as tiny pits barely visible to the eye (see Figure 1), it appears as a grey matt area often described as grey staining or flecking. Over time, this micropitting may attenuate or even polish away and cause no further distress. Alternatively, the micropitting may increase, growing deeper and leading to noise and vibration. It may also prevent smooth gear engagement or even continue on to macropitting – a much more destructive form of gear distress that can result in operational disruptions and costly repairs. A Chemistry Breakthrough With the introduction of a new industrial gear oil technology, Lubrizol has resolved the “seals versus paint dilemma,” while at the same time delivering excellent micropitting resistance and outstanding bearing protection. Extensive laboratory testing has demonstrated that this new and proprietary chemistry provides improved performance across a range of Group I through IV base stocks in all the following areas: • Micropitting resistance • Elastomeric seal compatibility • Dynamic foam control • Bearing protection • Paint durability • Thermal and oxidative stability Siemens MD approvals are base stock specific; accordingly, Lubrizol provides this exciting breakthrough tech-


nology not only as the additive package, but also as a finished lubricant. In addition, Lubrizol provides re-brand approval assistance for oil marketers not having access to the required base oils. These finished lubricants are Lubrizol® FM2205A through Lubrizol® FM2209A, representing ISO viscosity grades 150 through 1000. Having successfully vaulted over the Siemens MD performance bar, the new family of industrial gear oil technology from Lubrizol eliminates concerns over micropitting and material incompatibilities, thereby helping reduce maintenance costs and improving uptime for industrial gearbox operators. This new Industrial Gear Oil technology from Lubrizol ensures: • Extended gear and bearing life in enclosed gear drives operating under extreme load, speed, and temperature conditions; • Excellent resistance to oil degradation at high temperatures, resulting in extended oil life and longer drain intervals;

• Smooth operation in both high and low temperature environments for reliable performance year-round; • Excellent resistance to corrosion and very good demulsibility for trouble-free operation in applications where water contamination is unavoidable; • Reduced filter plugging for fewer filter changes; • Proven compatibility with the ferrous and non-ferrous metallurgy, internal paints and both liquid and elastomeric seals used in today’s high-performance gearboxes. There are many factors to be considered in obtaining a Siemens MD approval. The tests are costly, timeconsuming and some can only be conducted at a small number of approved external laboratories. When faced with these challenges, oil blenders may prefer to purchase a finished lubricant that has already been tested, proven and certified by the OEM. Tim Coooper is the Industrial Products Manager of Lubrizol Corporation.

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O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao primeiro semestre do ano de 2012, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.

Uma estimativa do mercado relativa ao primeiro semestre do ano de 2012 O mercado aparente 758.600 m3

Mercado Total Óleos Lubrificantes

730.000 m3 438.000 m3 266.000 m3 26.000 m3

Mercado Local: Automotivos: Industriais: Óleos Básicos

68.600 m3 40.000 m3

Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: * Mercado Total Graxas

658.222 m3

Óleos Básicos: Mercado Total Produção Local: Refinarias Rerrefino

411.222 m3 283.222 m3 128.000 m3

Importação Exportação

247.000 m3 39.000 m3

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Banco de Dados Lubes em Foco

30.000 t

* Não considerados óleos brancos e a classificação “outros”.

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2012/2011 por região (período jan - jun) Análise comparativa por produtos

Mil m3

Total de lubrificantes por região

Mil m3

320

2011 2012

390

280

367.773 333.972

279.461

2011 2012

291.400

240 200

260

160

206.194

196.709

120 110.193

GRAXAS

22.877

0

75.770

26.133

81.005 57.865

40

Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

114.477

80

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

130

39.754

0

SUL

SUDESTE

59.686

44.047

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

Lubrificantes industriais por região

Mil m3

120

210

108

2011 2012

180

114.480

2011 2012

107.146

96 170.927

150

84

154.342

72

120

60

90 60

48 36

72.552

67.449

37.116

24 35.211

30 0

38.058

58.024 51.220

25.750

SUL

SUDESTE

NORTE

21.590

36.587

29.683

12 NORDESTE

CENTRO OESTE

0

12.930

SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

40

19.621

19.136

19.792

13.035

NORDESTE

CENTRO OESTE


Mercado de Lubrificantes em 2012 - 1º Semestre (m3)

16,8

19,9%

1,9% 1,8% 2,9%

13,7%

7,0% 11,7% 11,5%

12,8%

Mercado de Graxas 2011 (t)

BR Ipiranga Mobil Chevron Shell Petronas Castrol YPF - Repsol Total Lubrif. outros

17,7% 13,6%

19,3%

9,3%

13,3%

7,8% 8,9%

BR Chevron (Texaco) Ingrax Ipiranga Petronas Shell Cosan (Esso) Outros

9,7%

NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2010/2011, que foram retirados desta seção, podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereço www.lubes.com.br, no item do menu SERVIÇOS / MERCADO.

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