Jun/Jul 13 Ano VII • nº 37 Publicação Bimestral
EM FOCO
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A revista do negócio de lubrificantes
Hibernação de Engrenagens
A importância e os desafios da conservação de caixas de engrenagens que ficam inativas por longo tempo.
3º Encontro com o Mercado
Um resumo do evento internacional realizado no Rio de Janeiro, com foco na América do Sul.
VOCÊ JÁ PENSOU EM UTILIZAR POLIALQUILENO GLICÓIS PARA OTIMIZAR A PERFORMANCE DO SEU LUBRIFICANTE MINERAL? Fluidos UCON™ OSP. Chegou a hora de unir os óleos a base de PAG e óleos minerais. Você aproveita o que há de melhor em cada uma das químicas e desenvolve formulações de alto desempenho capazes de ampliar sua vantagem competitiva.
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Editorial A satisfação de receber o retorno positivo do mercado, após um intenso trabalho para a realização do maior evento de lubrificantes da América do Sul, nos faz acreditar no caminho escolhido e nas parcerias realizadas. A colaboração com a ICIS para o intercâmbio de informações na área de lubrificantes trouxe uma repercussão internacional de grande importância para o já tradicional Encontro com o Mercado promovido pela revista LUBES EM FOCO. O retorno que obtivemos dos participantes do evento foi bastante animador e incentivador para que continuemos esse trabalho, que tem seu foco principal na disseminação da informação e na abrangência do conhecimento. O objetivo foi atingido, principalmente com a presença de participantes de vários países, interessados em conhecer melhor os mercados do continente sul-americano, e também com o número expressivo de profissionais brasileiros ávidos pelas informações dos mercados internacionais. Temos ainda claro que a continuidade desse processo deve ser cada vez mais aperfeiçoada, e o evento deve fazer parte indiscutível do calendário de nossos colaboradores e patrocinadores. Para isso, iniciamos, imediatamente após o Encontro, o planejamento para o ano que vem, seguindo a mesma direção, com correções de rumo orientadas pelos próprios interessados, através das excelentes avaliações que recebemos. A parceria com a ICIS continuará sendo estimulada, e esperamos estender essa colaboração por meio de artigos técnicos e de mercado sobre óleos básicos, para publicação nas futuras edições da revista. O olhar atento sobre o mercado brasileiro e sul-americano continuará sendo o foco principal desta publicação e dos futuros Encontros com o Mercado, e esperamos, dessa forma, contribuir para o crescimento e o amadurecimento das relações técnicas e mercadológicas entre os países da região. Assim sendo, gostaríamos de assinalar e agradecer a importante participação das empresas que patrocinaram o 3º Encontro com o Mercado – América do Sul, com a certeza de que continuarão conosco nessa empreitada e de que atingiremos nossas metas, promovendo o desenvolvimento do mercado de lubrificantes brasileiro.
Os Editores
Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45
Editor Chefe Pedro Nelson A. Belmiro Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni
Impressão Grafitto Gráfica e Editora Ltda.
Capa Gustavo Eduardo Zamboni
Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br
Redação Tatiana Fontenelle
Tiragem 4.000 exemplares
Layout e Editoração Antônio Luiz Souza Machado da Cunha
E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.
Revisão Angela Belmiro
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Sumário 6
3º Encontro com o Mercado Um resumo e fotos do evento internacional que comemorou os 6 anos de existência da revista Lubes em Foco.
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Motores a gás
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Hibernação de caixa de engrenagens inativas
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SMS - Alfabetização em saúde
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Mistura de óleos básicos
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Lubrificação de compressores de GN
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Mercado em Foco
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Programação de Eventos
A necessidade de se usar o lubrificante certo para proporcionar a proteção necessária aos motores a gás.
Os procedimentos para conservação de caixas de engrenagens que ficam inativas por longo tempo.
Artigo sobre a experiência europeia em gestão de saúde e os caminhos para o Brasil nesse setor.
Considerações técnicas sobre misturas de básicos para novas demandas da indústria de lubrificantes.
Antonio Traverso nos mostra os procedimentos para melhorar a lubrificação dos compressores alternativos de gás natural.
Informações sobre o mercado brasileiro de óleos e graxas.
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Revista celebra 6 anos em evento internacional
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omemorando seis anos de existência, a revista LUBES EM FOCO, uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP e a Agência Virtual,
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Por: Tatiana Fontenelle
organizou o 3° Encontro com o Mercado, nos dias 1 e 2 de julho, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro - FIRJAN, no Rio de Janeiro, reunindo mais de trezentos participantes, sendo cerca de 30 deles vindos de diversos países. Todos tiveram a oportunidade de avaliar as perspectivas do mercado brasileiro de lubrificantes no contexto do atual panorama econômico no país, além de trocar informações com os principais agentes econômicos do setor de lubrificantes. De acordo com o coordenador técnico do evento, o Engenheiro Químico e também editor da revista Pedro Nelson Belmiro, o encontro foi dirigido a todos os profissionais que fazem parte da cadeia produtiva de lubrificantes no Brasil e no exterior, incluindo os órgãos públicos envolvidos no processo, além dos diversos grupos de fornecedores do setor. Segundo Belmiro, a função principal da
revista é ouvir o mercado e a ele retornar com informações relevantes, promovendo debates e levantando as divergências e opiniões especializadas: “O mercado de lubrificantes já passou por diversas transformações e vem cada vez mais, evoluindo e abrindo seus horizontes”. O evento contou com a parceria da ICIS, empresa do grupo Reed e a maior fornecedora mundial de informações do setor petroquímico, com mais de 30 anos de mercado promovendo conferências internacionais sobre óleos básicos e lubrificantes, além de informativos de preços do setor. O encontro apresentou 17 palestras de altíssimo nível técnico, realizadas por profissionais de destaque no setor de lubrificantes, e um painel de debates com representantes da Petrobras, YPF e PDVSA, no qual foram discutidos os principais aspectos dos mercados desses países, principalmente o suprimento de óleos básicos. A abertura do evento contou com a presença do secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP, Sr. Milton Costa Filho, do diretor da Agência Virtual, Sr. Gustavo Zamboni, e da Editora Sênior da ICIS, Sra. Judith Taylor, que deram as boas-vindas a todos os participantes e comentaram sobre a satisfação de se comemorar o 6º aniversário da revista LUBES EM FOCO, além da importância para o mercado sul-americano da parceria estabelecida com a ICIS para este evento. Como já é tradicional, o Gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês, abriu o evento com uma palestra sobre o perfil econômico do país. O economista falou sobre o contexto externo e reflexos sobre a economia brasileira e a política americana para o dólar, além do tsunami monetário que deu origem à chamada guerra cambial, que teve como efeito a valorização generalizada das moedas emergentes. Logo após, ocorreu uma apresentação internacional sobre “Tendências Automotivas e os Impactos na Indústria de Lubrificantes”, com o consultor Stephan Keese, da empresa alemã Roland Berger. O coordenador do evento, Pedro Nelson Belmiro, apresentou uma visão holística do Mercado Brasileiro de Lubrificantes e sua evolução,
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11 1- Guilherme Mercês, 2- Stephan Keese, 3- Alísio Vaz, 4- Luis B. Zambrano. 5- Jorge Manes, 6- Walter Françolin, 7- Felipe Lopes, 8- Sergio Viscardi, 9- Mónica Vazquez, 10- Douglas MacGregor e 11- Judith Taylor
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Painel ANP: Celma Rocco, Eduardo Torres e Tatiana Petricorena
em que, além dos números de mercado, foram abordados temas de grande relevância, como Qualidade, Meio Ambiente e Fiscalização, fundamental aos que trabalham com seriedade. Com o título Global base oils overview and outlook, a Editora Sênior da ICIS, Judith Taylor, mostrou os números e principais tendências do mercado mundial de óleos básicos, com uma abordagem segmentada por região e aspectos importantes de suprimento dessa matéria-prima.
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Um painel especial sobre regulação do mercado brasileiro reuniu as três Superintendências da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – ANP, que possuem uma ligação direta com os agentes econômicos. O coordenador dos setores de lubrificantes, solventes, GLP e biodiesel, Sr. Eduardo Torres, da Superintendência de Abastecimento, destacou os principais objetivos da Agência, como a transparência, regulação e fiscalização, além dos principais desafios relacionados ao número de agentes, produtores e importadores de lubrificantes e coletor de olucs: “Desenvolver e implantar novos sistemas para o recebimento de informações sobre as movimentações comerciais e operacionais dos agentes do mercado de lubrificantes é um dos desafios da Agência em médio prazo”. A Superintendência de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos, representada pela assessora Celma da Silva Rocco, destacou detalhes do Plano de Monitoramento dos Lubrificantes e confirmou que se encontra em curso a revisão da Resolução ANP nº10/2007, que trata de registro de produto e também dos níveis mínimos de desempenho para os óleos de motor, estabelecendo, como limite mínimo, as classificações API SJ e API CG-4. A Agência estuda também a inclusão de novos produtos na lista atual de isenção de registros. A Superintendência de Fiscalização, representada pela superintendente adjunta Tatiana Petricorena, apresentou diretrizes e ações de fiscalização realizadas entre 2011 e 2012, além de infrações ocorridas no setor. Outra questão abordada foi o Grupo de Trabalho (GT) de Lubrificantes, cujo principal objetivo é mapear e fiscalizar os principais problemas da área de lubrificantes. De acordo com Tatiana, as ações de fiscalização programadas no âmbito do GT têm se mostrado bastante eficientes. “Há ainda, alguns desafios a serem superados, como promover
Painel América do Sul: Bernardo Lemos, Marcelo Sena, Mónica Vazquez e Pedro Belmiro
ações conjuntas com órgãos ambientais competentes, celeridade na tramitação de processos sancionadores, inadequação do número de servidores (agentes fiscais) frente ao quantitativo de agentes regulados, entre outros”, concluiu Petricorena. As palestras sobre o Programa Jogue Limpo, realizada pelo presidente do Sindicom, Sr. Alísio Vaz, e sobre o descarte de óleo usado, realizada pelo Diretor Executivo do Sindirrefino, Sr. Walter Françolin, foram muito comentadas e bem recebidas, principalmente pelos representantes dos vários países, tanto da América do Sul como da Europa, Ásia, Oriente Médio e Estados Unidos, e mostraram um bom posicionamento do Brasil na área ambiental. Outras palestras importantes também fizeram sucesso entre os participantes, como a do gerente para lubrificantes naftênicos e suporte técnico ao mercado da empresa Nynas, Sr. Luis B. Zambrano, apresentando as qualidades e vantagens do uso de óleos naftênicos para a produção de graxas. O gerente da Infineum Brasil Jorge Manes discorreu sobre a complexidade da indústria de lubrificantes e o desafio de se trabalhar para um futuro sustentável. Segundo ele, um mundo de complexidade crescente traz oportunidades e desafios que podem tanto criar como destruir valor. Um grupo de palestras formou um conjunto de informações
importantes tratando do relacionamento dos lubrificantes com o consumo e a qualidade dos combustíveis. A Croda Lubrificantes, representada pelo gerente de Contas da área de lubrificantes e produtos químicos industriais, Sr. Felipe Lopes, apresentou uma palestra sobre “Tecnologias para Melhoria na Economia de Combustível”, enquanto o engenheiro Douglas McGregor, da Afton Chemical, falou sobre o desafio para a indústria de lubrificantes com relação à qualidade e economia de combustíveis. Além dessas palestras, houve uma apresentação sobre o impacto do biodiesel e seus efeitos no lubrificante, e a necessidade de se desenvolver uma metodologia para quantificar a diluição por biodiesel, proferida pelo engenheiro da empresa Ipiranga Sr. Sérgio Luiz Viscardi. O Gerente de Comércio de Lubrificantes e Parafinas da Petrobras, o engenheiro Bernardo Lemos, apresentou a visão da companhia sobre o mercado nacional de óleos lubrificantes básicos e falou sobre a evolução do mercado interno, a importação de óleos básicos e perspectivas da empresa para 2013. Um momento aguardado com expectativa foi a mesa redonda de debates sobre o mercado, coordenada por Pedro Nelson Belmiro, que desta vez teve o foco voltado para a América do Sul. Foram fundamentais as participações da Petrobras, com o Sr. Bernardo Lemos, da YPF com sua Gerente de Serviços Técnicos e Relações com OEMs, Sra. Mónica Vazquez, e da PDVSA com o gerente Marcelo Sena. O módulo iniciou-se com uma apresentação geral da América do Sul, feita por Gustavo Zamboni, e, em seguida, cada participante trouxe a visão do mercado de lubrificantes de seu país. Pedro Nelson conduziu os debates, procurando ressaltar os pontos em comum e as divergências dos principais mercados do continente. Todas as apresentações contaram com tradução simultânea, e, ao final do evento, foram sorteados diversos brindes aos participantes, como tablets e I-Pad. As fotos do 3º Encontro com o Mercado estão disponibilizados nos site da revista em www.lubes.com.br.
Tatiana Fontenelle é Jornalista pósgraduada em telejornalismo
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A revista LUBES EM FOCO gostaria de agradecer aos seus patrocinadores e a todos aqueles que fizeram possível a realização do 3º Encontro com o Mercado América do Sul, em comemoração dos 6 anos da revista. Patrocinador MASTER
Patrocinador PRATA
Patrocinador BRONZE
Escala verde: C 100 M 0 Y 100 K 40 Escala dourado: C 7 M 13 Y 100 K 28
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Motores a Gás: desafios específicos para os lubrificantes
Por: Equipe Infineum Brasil
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gás natural está liderando o caminho das demandas globais pela energia de baixo custo, sustentável e confiável. John Smythe, Technical Adviser de lubrificantes para motores, da Infineum, explica por que a linha regular de óleos de cárter pode não oferecer a proteção adequada para a população de motores a gás. Como novas fontes de gás natural são exploradas, cada vez mais e mais motores a gás alternativos estão sendo introduzidos não apenas para trazer o gás do poço ao cliente, mas também para gerar eletricidade. Mas o que esses motores fazem de diferente quando comparados àqueles movidos a diesel ou a gasolina? Literalmente o gás metano que os alimenta é que os diferencia.
Devido ao combustível já estar no estado gasoso, não há necessidade de vaporizar o combustível líquido, o que significa que o processo de combustão no motor a gás é muito eficiente. Entretanto, o combustível gasoso também apresenta desafios significantes. A falta de hidrocarbonetos líquidos no combustível significa que, diferentemente do combustível líquido convencional, ele não tem a capacidade de lubrificar as válvulas. Além disso, a alta temperatura de combustão requerida para dissociar as fortes ligações de nitrogênio significa que motores a gás são únicos para alta oxidação e nitração. E, por último, mas não menos importante, depósito de cinzas pode ser formado na câmara de combustão, o que pode levar a indesejáveis pré-ignição, detonação e, em alguns casos, até mesmo fusão do motor. Os fabricantes de equipamentos originais (OEMs) e formuladores de lubrificantes devem não só superar os desafios apresentados pelo uso do gás natural “limpo”, mas também precisam direcionar a atenção para aqueles associados ao aumento do uso de gás de aterros e bio-gás. Aumento da pressão
Usina de biogás
Em um mercado altamente competitivo, os OEMs devem olhar para caminhos que melhorem a eficiência de seus produtos. Tendências recen11
drenagem para cortar o tempo de inatividade do motor e reduzir tanto o trabalho quando o custo de eliminação de resíduos de óleo. Óleo lubrificante para motores a gás
Motor a gás
tes no projeto do motor têm levantado as taxas de compressão e pressão do turbocompressor para aumentar a produção de energia e a eficiência. Ao mesmo tempo, melhorias no desempenho têm sido introduzidas para reduzir o consumo médio de óleo e alongar os intervalos de troca do óleo, para gerar economia substancial em custos de manutenção e reparos durante a vida útil do motor. Operadores estão também sob pressão para manter os motores em serviço, enquanto reduzem o custo de manutenção. Se os motores a gás alternativos usados para a geração de energia não estão funcionando, eles não estão economizando dinheiro, e os compressores dos gasodutos devem operar sem parar em alta capacidade para entregar gás para os clientes. Isso significa que motores devem permanecer confiáveis em operações por longos períodos de tempo, o que apresenta uma oportunidade real para comerciantes oferecerem lubrificantes que podem oferecer durabilidade e maior intervalo de
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Então, o que tudo isso significa para o lubrificante? Bem, com volumes mais baixos de óleo, maiores intervalos de troca, ambientes de operação mais severos, além da maior demanda pela melhoria na limpeza, prevenção à corrosão e redução nos custos de manutenção, os óleos para motores a gás de fato necessitam fazer mais com muito menos! A formulação dos lubrificantes para motores a gás “limpos” deve ser capaz de lidar com o alto desgaste por oxidação e nitração causado por combustíveis gasosos. Além disso, deve-se atingir um cuidadoso equilíbrio no nível de cinzas sulfatadas na formulação. Em excesso, depósitos podem ser formados na câmara de combustão, o que pode resultar na pré-ignição do combustível e queima da válvula; em escassez, ocorrerá uma neutralização insuficiente do ácido, e as válvulas não estarão suficientemente protegidas. Enquanto isso, é importante para os óleos de motores a gás sustentar um aumento nos intervalos de troca de óleo, por isso é essencial que eles mantenham a durabilidade e confiança durante o tempo de vida útil do motor. O crescimento do uso de biogás e gases de aterros sanitários representa um desafio ainda maior para os formuladores de óleo lubrificantes. Enquanto a linha de gás natural limpo e refinado contém metano puro e hidrocarbonetos limpos queimados, gases de aterro sanitário e biogás contêm
Requisitos do óleo de motor a gás Fornecer resíduo de cinzas para a lubrificação da válvula; Minimizar os depósitos de cinzas para evitar a pré-ignição; Controle da oxidação e nitração; Melhorar a viscosidade e número de base de retenção; Garantir o controle superior de desgaste do motor; Gás produzido a partir de material coletado em aterros sanitários
níveis significativos de CO 2, enxofre e cloro, o que pode levar à formação de ácidos durante a combustão. Além disso, o gás de aterros pode introduzir resíduos de silicone, que, durante a combustão, podem formar depósitos rígidos de siloxanona na cabeça do cilindro e nas válvulas, podendo provocar graves danos ao motor. Como mais fontes de gás são usadas, é essencial que os óleos para motores a gás sejam cuidadosamente formulados para cada tipo de serviço. Requisitos para óleos lubrificantes de motores à gás:
h h Fornecer resíduo de cinzas para lubrificação das válvulas; h h Minimizar o depósito de cinza para prevenir a pré-ignição;
Neutralizar os ácidos em bio e gás de aterro; Minimizar os depósitos de silicone harmfull no gás de aterro.
h h Controlar a oxidação e nitração; h h Melhorar a viscosidade e manter a basicidade (número de base); hh Garantir um maior controle do desgaste do motor; hh Neutralizar ácidos no biogás e no gás de aterros; h h Minimizar o depósito prejudicial de silicone de gás de aterros; h h Proporcionar maiores intervalos de troca de óleo e aumentar o tempo entre as revisões. Lubrificantes necessitam de um desenvolvimento cuidadoso
Motor a gás natural
Motor a diesel
Base 4,0 - 6,0
Base 8,9 - 10,4
Cinzas de sulfato 0,5 massa%
Cinzas de sulfato 1,0 - 1,2 massa%
Fósforo ~300 ppm
Fósforo ~1200 ppm
Óleos para motores a gás têm propriedades muito diferentes em comparação com os lubrificantes do cárter convencionais
Como os OEMs buscam proteger seus sistemas de pós-tratamento, os níveis de cinza e fósforo em óleos para veículos de passeio e em veículos de combustíveis pesados têm sido reduzidos. Porém, os níveis ainda estão significativamente mais altos do que aqueles requeridos para controlar depósitos e garantir a compatibilidade do catalisador em motores a gás. Isso significa que lubrificantes convencionais da linha de óleos para motor não são adequados para uso nos motores a gás atuais. Isso é cada vez mais essencial para garantir que lubrificantes sejam cuidadosamente desenvolvidos para lidar com as condições severas do motor a gás, enquanto proporcionam a proteção necessária e mantêm os intervalos de troca de óleo.
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Procedimentos para Hibernação de Caixas de Engrenagens Inativas Por: Marcos Thadeu G. Lobo
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conservação de caixas de engrenagens de uso industrial inativas, também chamada “hibernação”, constitui particular desafio. Muitos dos citados equipamentos falham quando postos em operação após período de inatividade, como consequência de desgaste corrosivo (ferrugem) ocorrido nos mancais de rolamento e engrenagens em função da condensação de umidade em seu interior. Com vistas à preservação das caixas de engrenagens industriais inativas, podemos mencionar alguns cuidados:
1 - Instalar no tubo de respiro do caixa de engrenagem filtro dessecante e de particulados, com o intuito de impedir o ingresso ao interior do equipamento água na forma de vapor, que, ao se condensar, poderá ocasionar o desgaste corrosivo (ferrugem) nas superfícies metálicas das engrenagens, dos mancais de rolamento e da carcaça. Caso não se disponha de filtro dessecante e de particulados, pode-se deixar pequeno espaço para expansão térmica e plugar completamente o tubo de respiro. 2 - Para caixas de engrenagens com retentores de lábios e que levem pequenos volumes de óleo lubrificante (ao encher-se completamente a caixa de engrenagens há risco de fuga de óleo lubrificante pelos retentores, ou o volume de óleo lubrificante pode ser tão grande que torne a operação
inviável economicamente), pode-se encher todo o espaço livre da caixa de engrenagens com o mesmo óleo lubrificante que será utilizado quando da operação do equipamento e recomendado pelo OEM. Evita-se, dessa forma, a necessidade de flushing da caixa de engrenagens, caso seja utilizado outro tipo de óleo lubrificante. Ao se colocar o redutor de velocidade em operação, o óleo lubrificante de conservação deverá ser, por prevenção, descartado e substituído por óleo lubrificante novo ou, pelo menos, submetido a uma análise físico-química de sua condição. 3 - Para caixas de engrenagens com retentores tipo labirinto sem contato, ou quanto o volume de óleo lubrificante seja grande e o enchimento completo do espaço livre da caixa de engrenagens seja economicamente inviável, o óleo lubrificante deverá ser abastecido como até o nível de operação, para, então, adicionar-se ao óleo lubrificante aditivo chamado VCPI (inibidor de corrosão fase vapor) ou VCI (inibidor volátil de corrosão). A proporção recomendada, em geral, é de 5% do volume de óleo lubrificante contido da caixa de engrenagem, e o procedimento deve ser renovado, em média, a cada 6 meses. Os VCPIs ou VCIs protegem tanto as partes imersas em óleo lubrificante como as que ficam em contato com o ar no interior da caixa de engrenagens.
Foto 1 – Caixa de engrenagens industrial
Foto 2 – Tubo de respiro com filtro dessecante e de particulados
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Foto 3 – Tubo de respiro deve ser substituído por bujão
Foto 6 – O óleo lubrificante deve ser completado até o nível de operação
Foto 4 – Umidade condensada no interior de caixa de engrenagens industrial
Foto 7 – Necessidade de se plugar a vareta de nível ou bujão de nível
Foto 5 – Cobrir os eixos de entrada e saída com óleo protetivo ou graxa à base de poliuréia
4 - O eixo de entrada do redutor de velocidade deve ser girado semanalmente com vistas a mover as engrenagens e mancais de rolamento e para que o óleo lubrificante seja movimentado. Após essa operação, é importante repor a cobertura protetiva sobre o eixo de entrada, se necessário. 5 - Retirar a vareta de nível (se houver) e plugar a bainha, com vistas a impedir vazamentos de óleo lubrificante
quando do enchimento completo da caixa de engrenagens e a sua contaminação com água em forma de vapor. Bujões de enchimento e de nível devem, igualmente, ter a sua estanqueidade verificada, caso o enchimento completo por óleo lubrificante seja adotado. 6 - Revestir os eixos de entrada e saída com óleo protetivo para evitar desgaste corrosivo (ferrugem). Caso a caixa de engrenagens venha equipada com retentores de lábios, eles devem ser cobertos com graxa para evitar ressecamento e fissuras. Caso não se disponha do óleo protetivo, pode-se utilizar graxa para motores à base de poliureia que tem mais resistência à oxidação. 7 - Fixar na caixa de engrenagens placa com os dizeres “NÃO APTA PARA USO”, a fim de evitar colocá-la em operação sem os procedimentos devidos. 8 - As caixas de engrenagens, se possível, devem ser 15
Foto 8 – Eixo de entrada da caixa de engrenagens deve ser
Foto 9 – Caixa de engrenagens industrial em hibernação
movimentado semanalmente
armazenadas em local coberto e de temperatura relativamente constante. 9 - Caixas de engrenagens, caso possível, devem ser armazenadas em locais sem vibrações externas, que podem causar desgaste das engrenagens e nos mancais de rolamento por fretting ou falso brinelling. Adotando-se medidas simples, as caixas de engrenagens industriais poderão ser armazenadas por longos períodos de tempo com pouco ou nenhum risco de avarias e terão confiabilidade ao entrar em operação. Custosos e des-
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necessários reparos em caixas de engrenagens têm sido demandados, quando não a perda total desses equipamentos, em função da negligência em sua armazenagem.
Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.
S.M.S.
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SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA
Uma Integração Estratégica
Alfabetização em Saúde: Aprendendo com a Experiência Europeia Por: Newton Richa
No momento em que o povo vai às ruas pedir mais saúde, porque a rede pública de hospitais não atende à demanda, os governantes devem responder não só com melhorias no atendimento médico-hospitalar (recuperação da saúde), mas, também, com programas preventivos dirigidos às causas de doenças e acidentes (promoção e proteção da saúde). A ampliação do quadro de médicos servirá apenas para tratar os efeitos, sem tocar as causas dos agravos à saúde da população. O arcabouço legal do país é avançado e preconiza uma abordagem integrada de ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde da população. O Art. 196 da Constituição Federal do Brasil estabelece que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença. Isso sig-
nifica que as políticas de saúde devem estar integradas às políticas sociais e econômicas. Complementarmente, o Art. 198 determina o atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais. A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080/90) estabelece em seu artigo 3º: “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”. Os bens essenciais em saúde correspondem aos medicamentos, vacinas, próteses e equipamentos, enquanto os serviços essenciais em saúde pertencem ao campo da assistência médico-hospitalar, abrangendo serviços de diagnóstico (laboratório, imagens) e serviços de tratamento clínico e cirúrgico. 17
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“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”.
Essa definição destaca, em primeiro lugar, os diversos campos em que as ações preventivas de saúde devem ser efetuadas, fora do contexto dos serviços de assistência médica e hospitalar, especializados em tratar os efeitos, ou seja, as doenças e lesões resultantes dos acidentes. Em segundo plano, é descrito o que a sociedade brasileira identifica como necessidade sentida no campo da saúde, o acesso à assistência médico-hospitalar para tratar doenças ou lesões causadas por acidentes. A cultura da doença Não obstante a existência de uma legislação avançada, prevalece uma visão fragmentada de saúde na sociedade brasileira, alicerçada em uma cultura de doença. Embora saúde signifique bem-estar, a capacidade de levar a vida de forma agradável e produtiva, geralmente as pessoas a identificam com serviços médicos destinados à recuperação dos doentes. Confirmando a falta de informação em saúde, Saúde Pública é definida, tecnicamente, como “Arte e ciência de prevenir as doenças e os acidentes, prolongar a vida produtiva das pessoas e promover a saúde e a eficiência, mediante o esforço organizado da sociedade.” A Saúde Pública engloba todos os recursos da sociedade dirigidos à preservação e à recuperação da saúde. No entanto, a mídia, os políticos e os próprios 18
Conselhos de Medicina utilizam, erroneamente, o termo Saúde Pública como sinônimo de hospital público ou de rede de hospitais públicos. A experiência da União Europeia Os fatos expostos tornam oportuna a divulgação da experiência da União Europeia. Para superar os desafios à saúde da população europeia, foi criada a abordagem estratégica Juntos pela Saúde (Together to Health), como base da gestão de saúde no período 2008-2013. A razão para a nova estratégia foi a convicção de que saúde é um atributo central na vida das pessoas e deve ser assegurada por políticas e ações intersetoriais nos Estados-Membros. O artigo 152 do Tratado da Comunidade Europeia estabelece que “alto nível de proteção à saúde humana deve ser assegurado na definição e implementação de todas as políticas e atividades da Comunidade, tendo como referência as relações entre saúde e prosperidade econômica. Nesse documento, a saúde está inserida nos capítulos correspondentes a Mercado Interno, Meio Ambiente, Proteção do Consumidor, Questões Sociais (incluindo Segurança e Saúde dos Trabalhadores), Política de Desenvolvimento e Pesquisa, entre outros. Três grandes desafios à saúde da população europeia motivaram essa nova abordagem estratégica: o
S.M.S. envelhecimento da população, os riscos de pandemias, acidentes maiores e bioterrorismo e as novas tecnologias (tecnologias de informação e comunicação, genoma, biotecnologia e nanotecnologia, que estão revolucionando a promoção da saúde, a previsão, a prevenção e o tratamento de doenças. No desenvolvimento da estratégia Juntos pela Saúde, os problemas de saúde foram integrados a todas as políticas da UE, com o propósito de melhorar a saúde global e colocar o foco na promoção da saúde e na melhoria da informação em saúde, segundo uma perspectiva de longo prazo. A estratégia Juntos pela Saúde fundamenta-se em quatro princípios fundamentais, que orientam diversas ações: Princípio 1: Uma Estratégia Baseada em Valores de Saúde Compartilhados Os valores fundamentais são a universalidade, o acesso à boa qualidade da assistência, a equidade, a solidariedade e o empoderamento dos cidadãos, que passam a constituir parte ativa e centro do processo. A Política de Saúde da UE prevê a aquisição das competências pessoais necessárias à proteção da própria saúde, incluindo a alfabetização em saúde, que significa o desenvolvimento de habilidades para ler, selecionar e compreender as informações de saúde, para estar apto a fazer julgamentos fundamentados. As ações derivadas desse princípio são: a adoção de valores de saúde fundamentais; a organização de Sistema de Indicadores de Saúde com mecanismos comuns para coleta de dados de saúde comparáveis em diferentes níveis; a redução de desigualdades em saúde; e a promoção de programas de alfabetização em saúde para diferentes grupos etários. Princípio 2: A Saúde é a Maior Riqueza A saúde é importante para o bem-estar das pessoas, e uma população saudável é um pré-requisito para a produtividade econômica e a prosperidade. Em 2005, o cálculo dos anos de vida saudável (HLY) foi incluído como indicador para assinalar que a expectativa de vida da população em boa saúde - e não apenas a duração da vida - é um fator chave para o
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desenvolvimento econômico. Os gastos com saúde não são um custo, mas um investimento. Despesas com saúde podem ser vistas como um encargo econômico, mas o custo real para a sociedade são os custos diretos e indiretos relacionados à doença, bem como a falta de investimento suficiente em áreas de saúde relevantes. Estima-se que o custo econômico anual da doença coronária pode ascender a 1% do PIB, e os custos das doenças mentais, a 3-4% do PIB. Despesas com saúde devem ser acompanhadas por investimentos na melhoria da saúde física e mental da população, que, de acordo com dados da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), atualmente equivalem a uma média de 3% do total dos orçamentos anuais dos seus Estados-Membros para a saúde, em comparação com 97% gastos em assistência médica e hospitalar (diagnóstico e tratamento de doenças). Deriva desse princípio um programa de estudos analíticos das relações econômicas entre níveis de saúde da população, investimento em saúde e desenvolvimento econômico. Princípio 3: Saúde em Todas as Políticas (Health In All Policies) A saúde da população não é uma questão específica para uma Política de Saúde isolada. Outras políticas, tais como a Política Ambiental, a Política 19
S.M.S.
19
de Regulamentação (medicamentos, alimentos, saúde animal, saúde vegetal etc), a Política de Proteção Radiológica, entre outras, podem impactar a saúde e, por causa disto, desempenham um papel chave nos indicadores de saúde. Assim, o estabelecimento de sinergias entre os diversos setores é crucial para fortalecer a Política de Saúde, que deve ser apoiada pela indústria, academia, mídia e ONGs. Deriva desse princípio a integração de assuntos de saúde em todas as políticas da UE e dos Estados-Membros. Princípio 4: Fortalecimento da Influência da UE na Saúde Global No mundo globalizado, os desafios à saúde das populações transpõem as fronteiras. A UE pode contribuir para a saúde global compartilhando seus valores, experiência e expertise, bem como executando passos concretos para melhorar a saúde da população. A saúde é um aspecto importante na luta contra a pobreza por meio de cooperação da UE com os países em desenvolvimento, em articulação com organismos internacionais como OMS, OIT, Banco Mundial e OCDE. As ações derivadas desse princípio são o fortalecimento da cooperação global em saúde e o estabelecimento de acordos internacionais para a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Esses princípios sustentam três objetivos estratégicos: 1 - Promover a Saúde na Europa em envelhecimento; 21 - Proteger os Cidadãos Contra anuncio_run12_final.pdf 02/08/13 18:24
as Ameaças à Saúde; e 3 - Apoiar Sistemas de Saúde Dinâmicos e Novas Tecnologias. A Estratégia Juntos Pela Saúde visa produzir resultados concretos na melhoria da saúde, tendo a UE o papel de melhorar e proteger a saúde da população europeia e facilitar a cooperação nessa área. Todos os Estados-Membros devem estar comprometidos com a implementação da Estratégia, e forte sinergia entre os organismos especializados em saúde tem sido estabelecida. O mecanismo de cooperação deve identificar prioridades, definir indicadores, produzir diretrizes e recomendações, promover o intercâmbio das melhores práticas e medir o progresso alcançado. A Estratégia de Segurança e Saúde no Trabalho 2007-2012 (The Safety and Health at Work Strategy 2007-2012) desempenha um papel importante. As ações vinculadas à Estratégia Juntos Pela Saúde são suportadas por mecanismos de financiamento apropriados. Esta rápida incursão na experiência europeia em gestão de saúde evidencia o que deve ser feito no Brasil e descreve os princípios orientadores, os objetivos estratégicos e as ações implementadas na viabilização da Estratégia Juntos Pela Saúde na União Europeia.
Newton Richa é Médico do Trabalho e Consultor de SMS do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP
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Misturas de básicos para novas demandas da Indústria de lubrificantes Por: Luis Bastardo-Zambrano e Mehdi Fathi-Najafi
A
indústria de óleos básicos tem experimentado mudanças fundamentais nos últimos anos. Essas mudanças foram marcadas por um rápido crescimento da capacidade de produção dos óleos de grupo II e III, enquanto a disponibilidade de grupo I decresceu consideravelmente. Observando as estatísticas sobre produção de óleos básicos dos dois últimos anos, podemos apreciar a queda de produção dos parafínicos de grupo I, de 68% do total em 2007 para 51% em 2013, uma diferença de mais de 6,3 milhões de toneladas por ano, enquanto os grupos II e III tiveram um incremento de mais de 6,5 e 3,6 milhões de toneladas/ ano, respectivamente, no mesmo período. As projeções de demanda e suprimento da indústria de óleos básicos para 2020 revelam que novas capacidades de produção dos grupos II, III e GTL (Gas To Liquid) irão exceder em muito a demanda global, que deverá crescer a uma taxa de 0,5 a 1,5% ao ano. Isso resultará em maior consolidação da indústria de óleos básicos no futuro, com custos de produção maiores e um mercado encolhendo, implicando o provável fechamento de refinarias que só produzem grupo I, para compensar as capacidades de produção de grupos II e III. Uma consequência dessas mudanças é que a oferta de óleos básicos passou a não ser mais otimizada para os requisitos da indústria de lubrificantes. Esses requisitos são geralmente definidos em termos de produtos que possuem alto índice de viscosidade e/ou alta solvência. Ao se observar a viscosidade máxima que pode ser obtida por refinarias que produzem grupos I, II e III, verifica-se que uma refinaria de grupo II só pode produzir, no máximo, uma viscosidade em torno dos 100 cSt a 40ºC, ou seja, o conhecido Neutro Pesado, e, também, que o seu rendimento é muito menor do que as refinarias de grupo I (20% para o grupo II comparado aos 33% do grupo I). Além disso, nem as refinarias do grupo II nem as do grupo III produzem Bright Stock.
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Uma outra consequência da mudança dos básicos de grupo I para os de grupo II e III é a perda de solvência desses produtos, pois, reduzindo-se o teor de aromáticos de cerca de 10% para algo em torno de <1%, o poder de solvência do óleo lubrificante é drasticamente reduzido. Isso traz sérias consequências nas aplicações industriais, em que uma alta solvência é requerida, tanto por causa da alta carga de aditivos na formulação, como porque o lubrificante precisa manter o equipamento livre de depósitos e dissolver os contaminantes. É importante lembrar que o uso do teor de aromáticos como um indicador de solvência somente funciona entre óleos similares (nesse caso, os de base parafínica) e que os óleos naftênicos estão disponíveis em diferentes graus de refino e teores de aromáticos, variando também de 10% a menos de 1%. Porém, sua solvência é invariavelmente mais alta do que os óleos parafínicos, com o mesmo teor de aromáticos e mesma viscosidade, devido a uma quantidade maior de moléculas naftênicas no óleo. A indústria de lubrificantes está compreensivelmente reativa a essas mudanças. Tradicionalmente, as formulações de óleos e graxas lubrificantes foram baseadas em apenas um ou dois óleos básicos. Por exemplo, é uma prática bastante comum na indústria de graxas, especialmente na Europa Ocidental e nos Estados Unidos, utilizar dois óleos básicos diferentes, normalmente um parafínico do grupo I e um naftênico. Essas formulações tradicionais foram criadas em um mercado no qual a disponibilidade de matéria-prima era tida como certa, o que resultou em uma cultura conservadora e uma indústria em que os principais fatores de mudança eram redução de preços das matérias-primas e atendimento de certas especificações, ou aspectos ambientais, de segurança e de saúde. Recentemente, devido à complexidade da busca por matérias-primas tradicionais, juntamente com a sempre crescente demanda ambiental e por desempenho, os produtores de lubrificantes começaram a mudar a forma de olhar para
os óleos básicos, deixando de vê-los como Características Unidade Método ASTM S1 S2 S3 simples commodities, mas sim como partes Naftênico S1+S3 API Gr III Tipo de de uma formulação mais complexa, na qual óleo básico possuem um papel ativo no atingimento do 0,840 0,903 0,871 Densidade kg/dm3 D 4052 desempenho requerido. Essa complexidade a 15 °C resultou em uma grande difusão de misturas 30,2 32,2 D 445 29,3 Viscosidade mm2/s de óleos básicos nas formulações de lubrifia 40 °C cantes. De acordo com alguns relatórios, até 5,9 4,3 5,1 mm2/s D 445 Viscosidade 80% das formulações comerciais modernas a 100 °C são baseadas em dois ou mais óleos básicos. A figura 1 mostra que a mistura S2, 131 95 D 2270 5,3 Índice de Viscosidade além de apresentar um ponto de fluidez mais baixo do que o básico de grupo III 186 221 176 Ponto de Fulgor °C D 93A (S3), também tem um ponto de anilina me-15 -46 -23 D 97 Ponto de Fluidez °C nor, com uma diferença de quase 20 ºC. O ponto de anilina é reconhecido como um dos 102,4 121,4 77,6 D 611 Ponto de Anilina °C parâmetros utilizados para medir o poder de 0 600 320 D 2622 Teor de Enxofre ppm solvência do óleo. Quanto menor o ponto de anilina, maior a solvência, tanto em relação Infravermelho Análise de Hidrocarbonetos aos aditivos como aos depósitos. Isso significa que a formulação baseada na mistura 0,9 8,7 16 CA (aromático) % S2 seria capaz de absorver uma carga maior 20,9 29,3 38,3 CN (naftênico) % de aditivos ou ter uma maior capacidade de reter os depósitos ou outros contaminantes 78,2 62,0 45,7 CP (parafínico) % em solução, mantendo ainda um alto Índice de Viscosidade (o I.V. da mistura é de 95). Figura 1: Propriedades típicas de um óleo básico naftênico, um parafínico de Também se sabe que o ponto de anilina afe- grupo III e de uma mistura dos dois. ta a compatibilidade do óleo com diversos elastômeros, mostrando que a mistura de naftênico com A figura 2 ilustra ainda como uma mistura do óleo de parafínico melhora essa propriedade. grupo III (S3) com igual quantidade de óleo naftênico (S1) Essas misturas de óleos básicos são utilizadas para me- tem um comportamento a baixa temperatura similar ao do lhorar diferentes propriedades nas formulações. Em estudos óleo naftênico puro, e que não ocorre a queda brusca de visrecentes, foi mostrado que, ao se misturar óleo naftênico com cosidade em torno de 0 ºC. Isso traz profundas implicações um parafínico de grupo III, é possível alterar o comportamento na flexibilidade do uso de formulações com essa mistura e a baixa temperatura (além do ponto de fluidez) da formulação. mostra como o óleo de grupo III requer mais energia para ser Na figura 2, pode-se observar como o comportamento reoló- bombeado nessas condições do que as formulações que gico tanto do óleo básico parafínico como do naftênico (todos utilizam naftênicos ou a mistura entre os dois tipos. com a mesma viscosidade a 40 ºC) é bastante diferente, com Em um estudo independente, foram utilizados um um claro incremento na viscosidade do parafínico a uma tem- óleo naftênico (N), um parafínico do grupo II (PII) e uma peratura em torno de 0ºC, bem abaixo do ponto de fluidez me- mistura de 58% de N com 42% de PII, para a produção dido (-15 ºC). Acredita-se que esse aumento de viscosidade de graxas de lítio. O objetivo desse estudo foi otimizar a seja causado pelas parafinas presentes no óleo, que come- formulação de graxas, em termos de quantidade de saçam a cristalizar a essas temperaturas. Na mesma figura, po- bão utilizada, ou seja, usar a menor percentagem posdemos observar como a viscosidade da amostra S1, do óleo sível de espessante para se obter uma graxa de grau naftênico livre de parafinas, não apresentou esse incremento NLGI 3. É bastante conhecido o fato de que a alta polarepentino de viscosidade nessa faixa de temperatura, mas, ao ridade dos óleos naftênicos contribui para uma melhor contrário, houve um aumento gradativo da viscosidade até a interação entre o sabão e o óleo, o que resulta em uma temperatura mais baixa do estudo, em -20 ºC. graxa de estrutura mais homogênea e um menor con23
102 PP = - 46 ºC S1(Nafitênico)
Pa-s 101
PP = -15 ºC S3 (Grupo III) n1 100
PP = -23 ºC S2=S1+S3
10-1
10-2 -30
-15
0
T
15
30
50
Figura 2: Viscosidade dos básicos e sua mistura como função da temperatura
Teor de sabão (%)
14 12
B2
10
N PII
08 06 04 02 00
N
B2
PII
Figura 3: Teor de sabão em graxas de Lítio de grau NLGI 3 formuladas com diferentes óleos básicos
sumo de sabão, para o mesmo grau de consistência, quando comparado com o uso de básicos parafínicos. Como se pode observar na figura 3, a graxa feita com 100% de óleo parafínico de grupo II (PII) requereu cerca de 11,7% de espessante para atingir a consistência 3, porém, com a mistura com naftênico, o teor de espessante foi de 9,8%, mostrando uma redução de 16% no consumo de sabão. Finalmente, pode-se observar que a graxa formulada com óleo básico naftênico puro requereu apenas 8,2% de espessante para atingir a mesma consistência que as outras duas formulações, ou seja, uma redução de 16% no consumo de sabão em comparação à mistura, e de quase 30% em relação à formulação com parafínico puro. 24
Atualmente, os lubrificantes modernos são encarados como peças integrantes do equipamento em que são utilizados. Esse conceito provocou uma mudança fundamental na indústria de lubrificantes, especialmente na Europa, que se afasta da ideia de aplicações genéricas, buscando produtos formulados para aplicações específicas. Essa alta demanda por performance nos lubrificantes tem sido atendida pelo uso de formulações complexas que exigem diferentes óleos básicos e aditivos, e é importante considerar que a mistura de óleos pode afetar diversas propriedades ao mesmo tempo, já que estão todas conectadas à composição final da formulação. O uso de misturas de básicos geralmente significa um comprometimento entre diferentes propriedades do lubrificante. Daí a necessidade de os formuladores considerarem diversos parâmetros, quando criarem uma nova formulação, tais como: impacto ambiental, disponibilidade de matéria-prima (longo e curto prazo), poder de solvência, viscosidade, índice de viscosidade, espessura de filme, comportamentos reológico e tribológico sobre diferentes condições, polaridade, compatibilidade com selos, rotulagem, estabilidade térmica, inibição contra corrosão, comportamento a altas e baixas temperaturas, cor etc. É óbvio que a escolha correta dos óleos básicos pode não apenas melhorar a performance geral da formulação, como também ter um potencial efeito positivo nos custos gerais, uma vez que algumas propriedades podem ser obtidas com pequena carga de aditivos, ou até mesmo sem nenhum aditivo. Também muito importante é o papel do suporte técnico dos fornecedores de óleos para uma melhor e mais rápida otimização das misturas.
Luis Bastardo-Zambrano é gerente técnico da Nynas para a indústria de lubrificantes
Mehdi Fathi-Najafi é Coordenador Técnico Sênior da Nynas para a indústria de lubrificantes
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Melhorando a Lubrificação de Compressores Alternativos de GN Por: Antonio Traverso
O
gás natural vem crescendo de importância na matriz energética brasileira e mundial. O seu avanço de participação tende a ser inexorável devido à viabilização da exploração, produção e seu uso, através de novas tecnologias e processos, assim como pela pressão planetária por energia mais limpa. O gás de xisto ou shale gas é parte desta “revolução” que projeta um novo patamar desta fonte de energia polêmica, do ponto de vista ambiental, e mais competitiva que o petróleo. O GNL ou gás natural liquefeito é outra tecnologia que aumenta a viabilidade e flexibilidade dessa energia.
O gás natural, para chegar dos pontos de produção ou regaseificação aos pontos de consumo, deve ser transportado através de redes de dutos que, por sua vez, precisam de estações de compressão e recompressão para garantir o deslocamento do gás com vazões, controles e qualidade adequados. Assim sendo, nessas malhas de transporte de gás natural os compressores desempenham um papel vital, pois são eles que introduzem
Vista de compressor de alternativo de gás natural
Detalhe de packing de um compressor alternativo de gás natural
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energia de compressão na rede, permitindo que o gás natural “viaje” por longas distâncias. Portanto, o perfeito funcionamento dos compressores de gás natural e sua longevidade são fatores críticos na eficiência operacional dos sistemas de transporte de gás natural. No Brasil, grande parte das estações de compressão são equipadas com compressores alternativos lubrificados, algumas com compressores alternativos sem lubrificação e outras ainda com compressores rotativos. Concentrarei este artigo em compressores alternativos, devido à sua maior complexidade em termos de lubrificação e a sua maior participação no contexto nacional. Entretanto, o tipo de compressor não importa, uma vez que a lubrificação é relevante, direta ou indiretamente, no delivery projetado de qualquer compressor, isto é, vazão e pressão sem contaminação do gás, com confiabilidade, baixo desgaste e durabilidade, por muitos anos. A lubrificação desempenha diversas funções no compressor, sendo que as mais importantes são: 1 - R edução do atrito – A fina película de lubrificante que se forma entre as partes móveis do compressor, seja na camisa do cilindro, seja nas válvulas, nos mancais do eixo ou nas hastes de acionamento, evita que haja o contato metal-metal no deslizamento entre essas partes em movimento relativo, efeito que minimiza atrito e dissipação de energia mecânica útil; 2 - R edução do desgaste – A lubrificação adequada minimiza os “momentos” de intensidade do contato metal-metal entre as partes móveis, minimizando, deste modo, o desgaste do equipamento e aumentando sua longevidade; 3 - R emoção de calor – A remoção de calor é essencial para aumentar a vida do óleo é do próprio equipamento, uma vez que, se o calor gerado pelo atrito e fricção interna não for controlado e continuamente retirado, o óleo se oxidará rapidamente, e o compressor sofrerá um processo de dilatação excessiva até uma falha catastrófica ou ineficiências termodinâmicas graves; 4 - P roteção contra a corrosão – A presença de umidade, altas temperaturas e ar dentro do compressor pode levar a processos de corrosão e aumento do atrito interno por formação de debris/
Armazém desprotegido
lacas/vernizes e diversos tipos de desgaste nas superfícies internas. A boa lubrificação propicia uma película protetora de lubrificante que, através da sua aditivação, isola as superfícies internas dos agentes da corrosão citados acima; 5 - S elagem, controle e remoção da contaminação – Nos compressores alternativos, a selagem dos cilindros e dos anéis do packing é essencial para evitar fugas de gás, inclusive a contaminação dos carters. A boa lubrificação também garante que o nível de contaminação “ingerida” ou gerada dentro do compressor mantenha-se baixo, em níveis aceitáveis, isto é, a lubrificação atua na dispersão e remoção contínua de contaminantes do compressor; 6 - A mortecimento de choques e vibração – O lubrificante age como um atenuador de choques, pulsos ruídos e vibrações no compressor, asse27
gurando que os componentes em contato tenham maior proteção e durabilidade. Quando a lubrificação do compressor é inadequada, diversos sintomas e resultados de perda de confiabilidade começam a aparecer, alguns de forma lenta e gradual outros de forma mais rápida, de forma acentuada e grave. Vejamos os dois casos extremos: Falta de Lubrificação – Neste caso, a destruição por contato metal-metal das partes internas, como os pistões, as camisas, os mancais do packing e o eixo de manivelas podem ocorrer rapidamente e é precedida de sinais como: vazamentos de gás, ruídos, vibração atípica, perdas evaporativas excessivas, aparecimento de borras, óxidos pretos e resíduos adesivos em diversas partes do compressor. Excesso de lubrificação – O lubrificante em excesso fatalmente compromete a qualidade do gás, pois o contamina, provoca ainda o aparecimento de depósitos de óleo em diversas partes de passagem do gás, o travamento de válvulas de admissão e descarga e compromete o packing provocando o aumento das perdas por vazamento de gás. Para melhorar a lubrificação e eliminar sintomas e limitações, algumas providências e cuidados podem ser tomados sem grandes investimentos ou transtornos operacionais como: 6 6 Regulagem do sistema de lubrificação – Feed pumps, blocos de distribuição, manzels, conexões, válvulas divisoras, check valves, traps, no flows etc. Todos esses componentes devem ser vistoriados e regulados periodicamente, tendo-se em conta que a regulagem do sistema de lubrificação na partida do compressor é mais “rica” e deve ser ajustada para menos após o compressor entrar em regime de operação com carga plena; 66 Proteção da feed pump – As bombas de óleo que “alimentam” os sistemas de lubrificação muitas vezes (quase sempre) estão expostas e, quando os compressores não estão protegidos por edificações ou galpões, essas bombas de óleo estão expostas a toda sorte de contaminantes, principalmente água de chuva. Está água quase sempre encontra uma forma de entrar nas bombas de óleo, contaminando o óleo que está no seu interior. Este óleo com água é uma ‘ótima’ mistura para iniciar um processo de dano ao compressor. Dessa forma, a proteção dessas bombas e/ou manzels é funda28
mental para que um óleo limpo e seco chegue às partes do compressor a serem lubrificadas. Um telhado de folha galvanizada/zincada pode ser uma boa pedida para afastar a água da chuva do lubrificante; 66 Proteção contra contaminação invasiva no compressor – Da mesma forma que as bombas de óleo (feed pumps), os carters dos compressores são muito vulneráveis à contaminação, seja através dos seus respiros, seja através das suas tampas. A instalação de filtros absolutos dissecantes de quarta geração e a inspeção periódica das tampas e visitas, quanto à perda de vedação são extremamente relevantes para a integridade dos lubrificantes dos carters do compressor de gás natural; 6 6 Proteção e filtragem dos lubrificantes – Muitas vezes os almoxarifados e depósitos de lubrificantes não passam de ‘puxadinhos’ ou salas empoeiradas, onde toda sorte de material é estocado. Nesse contexto, os lubrificantes guardados começam a ser continuamente contaminados, mesmo antes de serem abertos e utilizados. As boas práticas de manuseio e armazenagem de lubrificantes recomendam que os depósitos de lubrificantes sejam fechados o mais hermético possível, de modo a Day-tank vulnerável
Feed pump com água (emulsão) no visor
evitar qualquer contaminação involuntária durante o armazenamento. O armazenamento inadequado pode abreviar a vida do lubrificante dentro do compressor e abreviar até a própria vida do compressor. A regra de ouro do lubrificante, ao sair do armazém, é assegurarmos que ele saia dali limpo, seco e sem oxidação, na forma em que chegou. Uma filtragem do lubrificante no ato do abastecimento do compressor é uma medida de segurança, principalmente para lubrificantes que fiquem muito tempo armazenados e ainda na validade; 6 6 Proteção e adequação dos day tanks – Proteger esses tanques de chuvas, poeiras e radiação solar excessiva é investimento que se paga rapidamente, pois permite praticarmos a regra de ouro descrita acima, isto é, permite e assegura que o lubrificante chegue aos cilindros ou ao carter do compressor limpo, seco e sem oxidação. Não é adequado manter-se o day-tank exposto à radiação solar direta; entretanto, se isso não for possível, uma pintura de cor alumínio refletiva e um filtro 29
Utensílios ultrapassados e contaminados
Depósito desprotegido
de respiro de quarta geração podem torná-lo um “abrigo” da qualidade do lubrificante que entra no compressor. Cuidados com a segregação e identificação das bombas e utensílios que enchem esses tanques são aspectos importantes na integridade do lubrifcante; 6 6 Monitoração do compressor por análise do óleo (cárter) – O lubrificante do cárter, ao contrário do lubrificante dos cilindros do compressor, não é “efêmero” dentro do compressor, isto é, permanece muito tempo nos respectivos carters. Dessa forma, o lubrificante do cárter é um depositário formidável de informações sobre o eixo de manivela, os mancais e os demais componentes lubrificados. Através das análises de óleo podemos acompanhar a evolução 30
dos desgastes de todos os componentes de interesse do cárter, assim como do comportamento e propriedades do lubrificante ao longo do tempo. Saber sobre a vida remanescente de um lubrificante dentro do compressor também é relevante na manutenção preditiva e na busca da confiabilidade; 66 Recertificação de estoque de lubrificante – Há situações de armazenamento de tambores e baldes de lubrificantes em que os rótulos ou marcações desaparecem ao longo do tempo. Quando isso acontece, as situações de aplicação de lubrificantes errados e inadequados se tornam recorrentes. Para evitar esses problemas, a recertificação do lubrificante é uma boa saída. Quando isso acontecer, convoque o seu fornecedor e solicite recertificação em todos os volumes do seu inventário de lubrificantes que estiverem sem identificação; 6 6 Utilização de filtro de lubrificante adequado – A manutenção da limpeza do lubrificante em uso está diretamente relacionada a diversas características do filtro, como: eficiência, resistência e durabilidade do meio filtrante; resistência estrutural do vaso; velocidade e sentido de passagem do lubrificante; assim como a compatibilidade dos materiais construtivos utilizados (ex. elastômeros). Dessa forma, os filtros e seus respectivos elementos filtrantes são especificações precisas que devem ser observadas e mantidas de acordo com as especificações dos fabricantes. A escolha e compra de elementos filtrantes de reposição não devem ser feitas a partir do critério de menor preço, pois esse critério pode comprometer a lubrificação e gerar mais custo de manutenção do compressor; 6 6 Utilização de elementos filtrantes adequados nos filtros de admissão e descarga do gás – Os vasos de filtros coalecedores e de particulados que existem, ou deveriam existir, na entrada e saída das estações de compressão devem ser barreiras de proteção dos compressores e de todo o sistema de compressão, inclusive a malha de dutos. Quando esses filtros são ineficientes, o excesso de particulados como pó preto, água, névoas de lubrificante etc. pode comprometer significativamente a qualidade do lubrificante do compressor, assim como a própria qualidade do gás natural transportado. Assim sendo, a correta especificação e a seleção dos elementos filtrantes para os vasos purificadores do gás natural fazem uma enorme diferença na
qualidade e eficiência do processo de compressão pretendido. Atualmente existem inclusive elementos filtrantes com tecnologia e design arrojado para corrigir limitações e subdimensionamento (i.e. ineficiências) de filtros de gás natural em estações de recompressão; 6 6 Acompanhar as atualizações tecnológicas dos fabricantes dos compressores – A tecnologia desenvolvida pelos fabricantes de equipamentos é contínua e muitas vezes inovativa. Os fabricantes de compressores não fogem a esta realidade e continuamente estão melhorando os seus produtos, assim como seus acessórios, peças de reposição e serviços. Dessa forma, é relevante acompanhar esse processo evolutivo através dos boletins técnicos (i.e. softwares) disponibilizados pelos fabricantes. Em geral, esses boletins são disponibilizados nas home pages dos fabricantes e podem ser acessados após um cadastramento simples; 6 6 Utilizar equipamentos e utensílios limpos no abastecimento do compressor – Não tornar os utensílios de equipamentos de lubrificação em agentes de contaminação do compressor. Sem utensílios
limpos, ergonômicos e eficazes, a “regra de ouro” não pode ser praticada. Evitar utilizar baldes e mangotes contaminados ou funis empoeirados na lubrificação do compressor. Não compartilhar bombas de abastecimento de lubrificante entre dois lubrificantes é uma excelente prática, pois, em geral, o lubrificante de carter de compressor não é compatível com o lubrificante dos cilindros. Por último, e não menos importante, cabe mencionar que as iniciativas e providências acima só surtem o efeito desejado com um lubrificante de qualidade, considerando-se que qualidade é a adequação e eficiência do lubrificante às características da estação de compressão, ao compressor utilizado e à composição química do gás natural transportado.
Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Consultor Sênior de Lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.
31
O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2012, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.
O mercado brasileiro de lubrificantes no ano de 2012 Mercado Total Óleos Lubrificantes
1.404.000 m3
Produção Local: Automotivos: Industriais:
1.350.500 m3 847.000 m3 503.500 m3
Venda de Óleos Básicos:
34.500 m3
Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: *
56.460 m3 37.460 m3
Mercado Total Graxas
Óleos Básicos: Mercado Total 1.342.000 m3 Produção Local: Refinarias: Rerrefino:
856.000 m3 608.000 m3 248.000 m3
Importação: Exportação:
558.000 m3 72.000 m3
Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Pesquisa Lubes em Foco
54.078 t
Obs: Os óleos de transmissão e de engrenagens estão incluídos no grupo dos industriais
* Não considerados óleos brancos, isolantes e a classificação “outros”.
Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2013/2012 por região (período jan-jun) Mil m3
Análise comparativa por produtos
320
2012 2013
450
320.901
373.165
356.854
240 200
300 250
160
242.408
226.898
200
120
50
23.751
0
GRAXAS (t)
100
INDUSTRIAIS
AUTOMOTIVOS
150 80
122.340 114.285 82.923
40 24.036
44.110
0
SUL
SUDESTE
175 150
NORTE
CENTRO OESTE
2012 2013
120 112.353
105 90
100
75 60
77.104 71.630
45
59.752 56.042
50
36.212
25
28.399
SUL
SUDESTE
29.416
NORTE
30
37.855
40.162
32.799
23.543
15 NORDESTE
CENTRO OESTE
0
14.380 SUL
SUDESTE
25.067 20.179
21.418
13.991
NORTE
1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.
32
NORDESTE
63.513
141.770
135
2012 2013
168.059
125
0
59.702
44.752
Lubrificantes industriais por região
Mil m3
164.571
88.104
150
Lubrificantes automotivos por região
Mil m3
75
2012 2013
306.482
280
400 350
Total de lubrificantes por região
Mil m3
NORDESTE
CENTRO OESTE
Mercado de Lubrificantes em 2012 (m3)
16,0
20,3%
2,0% 1,8% 3,0%
14,0%
7,1% 10,8% 11,9%
13,1%
BR Ipiranga Cosan Shell Chevron Petronas Castrol YPF - Repsol Total Lubrif. outros
Mercado de Graxas 2012 (t)
7,0%
18,9%
9,6% 10,0% 17,0% 10,4% 10,5%
BR Chevron (Texaco) Ipiranga Petronas Ingrax Shell Cosan Outros
16,5%
NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2010/2011 podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereรงo www.lubes.com.br, no item do menu SERVIร OS / MERCADO.
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Programação de Eventos Internacionais Data
Evento
2013 Outubro, 5 a 8
ILMA Annual Meeting - San Antonio - TX - Estados Unidos - http://www.ilma.org/events/annualmtg.cfm
Outubro, 21 a 23
SAE/KSAE 2013 International Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting - Seul - Coreia do Sul - http://www.sae.org/events
Outubro, 23 a 25
Annual Congress of the European Lubricants Industry - Bruxelas - Bélgica - http://www.ueil.org
Outubro, 29 a 31
OTC Brasil 2013 - Rio de Janeiro - www.ibp.org.b
Nacionais Data
Evento
2013 Setembro, 23 a 27
28º Congresso Brasileiro de Manutenção - Salvador - Bahia - www.abraman.org.br
Outubro, 3 e 4
6º Congresso Simepetro - Hotel Flórida - Rio de Janeiro - www.simepetro.com.br
Outubro, 24
Vi Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos - Espaço Villa Noah - São Paulo - www.aea.org.br
Cursos Data
Evento
2013 Setembro 2 a 5
Manutenção em Compressores Alternativos - São Paulo, SP - www.ibp.org.br/cursos
Setembro 23 a 25
Lubrificantes e Lubrificação - Recife, PE - www.ibp.org.br/cursos
Outubro 21 a 23
Segurança e Saúde em Laboratórios - Rio de janeiro - RJ - www.ibp.org.br/cursos
Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.
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SAV E THE DATE
OTC BRASIL 2013 A N E V E N T ORG A NI Z E D B Y IBP A ND O T C
29 – 31 O ctob er 2013
RIO DE JANEIRO
WE LOOK FORWARD TO WELCOMING YOU TO THE 2ND EDITION OF ONE OF THE WORLD’S PREMIER DEEPWATER EVENTS.
OTC BRASIL provides a unique Brazilian flair that allows attendees and exhibitors to experience memorable social and business networking events and learn from peer-selected technical presentations, making OTC Brasil a compelling event to participate in.