Ago/Set 13 Ano VII • nº 38 Publicação Bimestral
EM FOCO
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A revista do negócio de lubrificantes
Colhedoras de cana-de-açúcar
Boas práticas e produtos corretos na lubrificação em ambientes hostis aumentam a produtividade.
Olhar atento aos Básicos do Grupo II Como os padrões de economia de combustíveis modificam os parâmetros do mercado.
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Editorial Temos a missão de ouvir o mercado e a ele retornar com informações relevantes. Em um ambiente em constante transformação, em busca de uma melhor adequação ao crescimento do país, principalmente da indústria automotiva, alguns fatores assumem grande importância para a saúde financeira e comercial das empresas do setor de lubrificantes. Legislação mais restritiva para os registros de empresas e produtos, aumento da carga tributária, exigências ambientais e níveis mínimos de qualidade são pontos críticos, principalmente para produtores e distribuidores. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP tem procurado debater com os principais atores do mercado brasileiro de lubrificantes antes de publicar novas regras que impactam as relações mercadológicas; entretanto, não é uma tarefa fácil obter consenso em meio a um imenso universo de interesses diversos e por vezes conflitantes. Análises técnicas podem esbarrar em dificuldades comerciais e vice-versa, e, portanto, torna-se imperiosa a necessidade de um olhar mais abrangente sobre os temas em discussão. As dificuldades de obtenção de consenso fazem parte de qualquer sistema e não devem impedir a avaliação da riqueza que o processo pode trazer, pois durante os debates e troca de opiniões aparecem geralmente opções e elos que impedem as rupturas e as imposições. Assim, quando todos se expressam e têm o direito de colocar suas dificuldades e pontos de vista, a democracia é exercitada e as visões se ampliam. Ouvir o mercado é abrir os canais de comunicação para opiniões divergentes e apresentá-las de modo imparcial ao público específico. Essa é a missão da LUBES EM FOCO, e esse é o caminho que temos trilhado até então. Muitos temas ainda estão por vir e muitas divergências ainda serão analisadas, mas sempre procuraremos exercitar o olhar amplo e inclusivo, para que nossa colaboração com o setor de lubrificantes do Brasil seja cada vez mais efetiva, acompanhando seu desenvolvimento e estabelecendo elos na comunicação entre os atores desse mercado.
Os Editores
Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45
Editor Chefe Pedro Nelson A. Belmiro Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni
Impressão Grafitto Gráfica e Editora Ltda.
Capa Gustavo Eduardo Zamboni
Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br
Redação Tatiana Fontenelle
Tiragem 4.000 exemplares
Layout e Editoração Antônio Luiz Souza Machado da Cunha
E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.
Revisão Angela Belmiro
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a coleta e o rerrefino
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Sumário
Ser
Fazer
Saber
Viver Junto
Competência Cognitiva
Competência Produtiva
Competência Pessoal
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Entrevista
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Colhedoras de cana-de-açúcar
Carlos Ristum nos fala sobre as dificuldades do pequeno produtor e os planos do sindicato para apoiar os associados.
Artigo sobre a utilização das colhedoras mecânicas de cana-de-açúcar e os cuidados com a manutenção desses equipamentos.
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Básicos do Grupo II chamam a atenção dos EUA
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SMS - Educação para a sustentabilidade
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Naftênicos em metalworking
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Mercado em Foco
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Programação de Eventos
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Noticias Rápidas
O grupo II e os parâmetros que vão definir os mercados nos próximos anos
A importância de investir em educação, visando à formação em longo prazo de cidadãos éticos, solidários e competentes.
Artigo retirado de trabalho técnico sobre o uso de naftênicos em fluídos de corte tipo emulsão.
Informações sobre o mercado brasileiro de óleos e graxas.
Competência Social
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Pequenos Produtores
Grandes Compromissos
Por: Tatiana Fontenelle
Menores em quantidade produzida, mas bastante significativos em número de empresas, os chamados pequenos produtores desempenham atualmente um importante papel no mercado brasileiro de lubrificantes, que tem passado por transformações e constantes alterações em busca de melhorias e adequações às regras dos órgãos legisladores. Compromissos com a legislação, a qualidade e a segurança levaram algumas empresas aos seus limites de sobrevivência e outras, até mesmo, à extinção. Na luta por uma participação compensadora no mercado, a união tornou-se imprescindível para uma real representatividade junto à sociedade. À frente do Sindicato Interestadual das Indústrias Misturadoras, Envasilhadoras de Produtos Derivados de Petróleo SIMEPETRO desde 2007, o Sr. Carlos Abud Ristum vem desenvolvendo um intenso trabalho voltado para a moralização do mercado, reivindicação de melhorias nos fornecimentos de insumos à produção, respeito ao consumidor e crescimento sustentável. Em entrevista exclusiva à LUBES EM FOCO, Ristum comenta sobre a realidade atual, as dificuldades do pequeno produtor e os planos do sindicato para apoiar e capacitar seus associados.
Lubes em Foco - Como o Simepetro está hoje constituído e qual é a sua representatividade no mercado brasileiro? Carlos Ristum - O Simepetro é hoje constituído por 48 empresas produtoras de lubrificantes e tem atuado com bastante firmeza na defesa dos interesses de seus associados, levando seu posicionamento e reivindicações aos órgãos legisladores e participando ativamente de fóruns importantes do setor, como a Comissão de Lubrificantes do IBP, o grupo do CONAMA e outros. Além disso, intensificamos nosso relacionamento com outras entidades, como o Sindicom e o Sindirrefino, sendo também parceiro no Programa Jogue Limpo. Mais que unir empresários, o Sindicato tem trabalhado nestes anos com o objetivo de conscientizar 6
a categoria da necessidade de adequar a produção às realidades do mercado, principalmente no que diz respeito à qualidade dos produtos ofertados. Lubes em Foco - Como o Sr. vê a necessidade de capacitação técnica do pequeno produtor? Carlos Ristum - Entendemos que é muito importante para todos os produtores terem em seus quadros profissionais capacitados a exercer, de forma adequada e eficiente, suas funções no processo produtivo da empresa. Com essa finalidade, contratamos um consultor técnico especializado, que vem dando assistência aos associados e defendendo os interesses do Sindicato, para o que é exigido um conhecimento técnico específico. Estamos no momento formatando um curso sobre lubrifican-
tes exclusivo para os associados, visando à capacitação de profissionais para enfrentar os desafios das mundanças tecnológicas e regulatórias, enfatizando as boas práticas de produção e controle de qualidade, bem como trazendo uma base teórica sobre óleos e graxas lubrificantes. Lubes em Foco - O Simepetro sempre demonstrou grande preocupação com a Resolução 18 da ANP, devido às exigências ao produtor de lubrificantes. Qual foi o impacto dessa norma em seus associados? Carlos Ristum - Alguns produtores realmente tiveram dificuldades para atender às novas exigências da Resolução 18. Investimentos foram necessários, e muito esforço para adequação foi realizado. Tivemos algumas baixas, é verdade, porém estamos chegando a um ponto em que aqueles que apostaram na Resolução e investiram na modernização de seus parques fabris conseguiram o registro na ANP e, mais que isso, terão o retorno do investimento. As empresas que se qualificaram só têm a ganhar, pois passaram a contar com um valor agregado cada vez maior e estão aptas, inclusive, a fazer parcerias com outras empresas, nacionais e internacionais. Com o advento do pré-sal, nosso mercado deverá receber novas empresas interessadas nesse mercado, e as oportunidades certamente surgirão. Nossas empresas respondem por 20% da produção de óleos comercializados no país, geram uma média de 3 mil empregos diretos e 15 mil indiretos, movimentando cerca de R$ 3 bilhões por ano em faturamento, ou seja, é um segmento que tem muito a oferecer. Lubes em Foco - Recentemente, alguns estados da União fizeram uma elevação da MVA (margem de valor agregado) usada no cálculo dos tributos sobre lubrificantes. Quais os reflexos desse aumento para o pequeno produtor? Carlos Ristum - O impacto foi muito negativo. O aumento levou a aliíquota de 30% para 61,31%, e o Simepetro contestou, através de Ofício e em reuniões, essa elevação absurda de mais de 100% da MVA, mostrando que os preços praticados na ponta estão com a mão de obra embutida e que deveria haver uma separação entre produto e mão de obra
Carlos Ristum
para troca do óleo, ou mesmo somente para completar o nível. Lubes em Foco - Como o Simepetro está vendo a possível eliminação dos níveis dos API SF, SJ e CG4 nesta Revisão da Resolução ANP 10/07 ? Carlos Ristum - Sempre deixamos claro que não somos contra a evolução tecnológica em benefício do consumidor final. No entanto, sabemos que ainda existe um grande número de veículos que se utilizam desses níveis de API e que serão obrigados a comprar níveis mais elevados, portanto mais caros, sem que esse aumento traga algum benefício para seu motor. Por outro lado, os pequenos e médios produtores, que compram aditivos de distribuidores, perderão competitividade para os grandes produtores, que compram aditivos direto dos fabricantes. Em resumo, defendemos que: a) Não haja proibição da venda desses níveis de API e que os classifiquem como obsoletos. Com a 7
Já aprovamos internamente a criação de uma Central de Compras, a qual deverá estar pronta nos próximos meses “tarja” de obsoleto, a decisão de usar, ou não, fica com o Consumidor. b) Mesmo com a classificação “obsoleto”, que essa alteração tenha um prazo de 48 meses para entrar em vigor. Lubes em Foco - Caso ocorra logo essa eliminação dos níveis de API, que alternativa o Simepetro vê para evitar ou minimizar essa perda de competitividade que foi mencionada? Carlos Ristum - Essa é uma boa pergunta! Consideramos que uma participação em torno de 20% do mercado brasileiro de lubrificantes representa um volume bastante atrativo para qualquer fornecedor nacional ou multinacional, portanto precisamos saber usar essa representatividade. Com essa finalidade, já aprovamos internamente a cria-
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ção de uma Central de Compras, a qual deverá estar pronta nos próximos meses, e será através dessa Central que pretendemos melhorar o poder de compra de nossos associados. Outros segmentos já se utilizam dessa estratégia com sucesso, e pretendemos obter também um resultado bastante positivo com essa iniciativa. Lubes em Foco - Qual a sua avaliação sobre os níveis de preços praticados atualmente no mercado brasileiro? Carlos Ristum - Lamentavelmente, não os vejo em um bom patamar. Já analisamos notas fiscais de vários produtos e, quando fizemos as contas, tirando os impostos, fretes e comissões, verificamos que a sobra não paga sequer o custo de Óleo Básico. Como todos sabem, os preços praticados pela BR Distribuidora são incrivelmente baixos em comparação com as demais grandes Cias. e, por ser ela líder de mercado, acaba sendo uma referência de preços para nosso segmento. Concluímos que, entre outros fatores, como poder de compra, os pequenos e médios produtores ficam com suas margens (quando conseguem) muito achatadas por conta de serem “obrigados” a acompanhar os preços da BR Distribuidora. Fica assim evidenciado, mais uma vez, que o pequeno, somente através da união de forças, poderá sobreviver com margens dignas e que fiquem à altura dos investimentos que fizeram para atender a Resolução 18/09.
Colhedoras de cana-de-açúcar O lubrificante aumentando a produtividade Por: Eng. Marcos Thadeu Giacomini Lobo
A
atividade manual de colheita da cana-de-açúcar, por questões ambientais e trabalhistas, vem diminuíndo sensivelmente nos últimos anos sendo, paulatinamente, substituída pela muito mais eficiente colheita mecanizada. Em face dessa mudança no modus operandi da atividade de colheita de cana-de-açúcar, surgiram, no cenário de equipamentos móveis, as colhedoras de cana-de-açúcar, sendo o mercado disputado, basicamente, por três OEMs: CASE IH, JOHN DEERE e SANTAL. Fato é que, com utilização das colhedoras de cana-de-açúcar, eleva-se tremendamente a produtividade da colheita, reduzem-se custos, evitam-se problemas trabalhistas e ambientais. Porém, as colhedoras de cana-de-açúcar, como qualquer outro tipo de equipamento móvel, requerem cuidados apurados em sua manutenção com vistas a evitar paradas indesejáveis em período de safra e o sucateamento precoce desses equipamentos móveis extremamente caros. Entre os cuidados mais importantes com a manutenção das colhedoras de cana-de-açúcar, estão 9
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Colhedora de cana-de-açúcar e seus implementos
os relacionados com a lubrificação. Alguns procedimentos básicos necessitam ser realizados, com vistas a manter a integridade dos elementos de máquinas em boas condições de operação, tendo em vista que o ambiente em que a colhedora de cana-de-açúcar opera é extremamente agressivo em termos de umidade e pó, e o regime de trabalho, extremamente severo já que a colheita da cana-de-açúcar, que nas regiões Sudeste, Sul (basicamente o estado do PR) e Centro-Oeste tem início, geralmente, nos meses de março ou abril, estende-se até meados do mês de dezembro, quando, então, por causa das chuvas, tem que ser interrompida (na região Nordeste, por questões climáticas, a colheita da cana-de-açúcar tem seu ciclo em período diferenciado ao das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste). As colhedoras de cana-de-açúcar utilizam, geralmente, os seguintes lubrificantes, fluido e graxa:
• MOTOR CICLO DIESEL: os OEMs têm recomendado óleo lubrificante com nível de desempenho API CI-4 e grau de viscosidade SAE 15W/40. Porém, tendo em vista que os caminhões canavieiros, a partir de janeiro de 2012, vêm equipados com
Sistema de arrefecimento
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motores Ciclo Diesel com tecnologia PROCONVE P-7 (EURO V), muitos usuários de colhedoras de cana-de-açúcar vêm optando pelo uso de óleo lubrificante com nível de desempenho API CJ-4 (LOW SAPS), não havendo neste caso nenhum impeditivo de ordem técnica, já que, quando a API atualiza níveis de desempenho para motores de combustão interna, o nível de desempenho mais atual pode substituir os anteriores com total segurança. Há, porém, que se atentar para o Número Básico - BN do óleo lubrificante, caso se esteja utilizando Óleo Diesel com 1800 ppm (B S1800) ou 500 ppm (B S500) de enxôfre (S), já que os óleos lubrificantes API CJ-4 (LOW SAPS) foram desenvolvidos para Óleo Diesel com teor de enxôfre na ordem de 10 ppm. Alguns formuladores de lubrificantes, com vistas a evitar esse problema, desen-
Redução final de colhedora de cana-de-açúcar
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volveram óleos lubrificantes API CJ-4 (LOW SAPS) com BNs adequados para uso com Óleo Diesel de 1800 ppm e 500 ppm de enxôfre (S) com o objetivo de racionalizar-se o número de itens no inventário do setor de equipamentos móveis. A recomendação de periodicidade de troca recomendada pelos OEMs tem sido de 250 horas. Porém, alguns usuários de colhedoras de cana-de-açúcar, através de análise de óleo lubrificante em uso, têm estendido a periodicidade de troca para até 400 horas de operação com bastante segurança. No sistema de arrefecimento dos motores de combustão interna Ciclo Diesel, os OEMs recomendam, em geral, líquido de arrefecimento orgânico ou inorgânico que contenha etileno glicol como elevador de ponto de ebulição e anticongelante,
atendendo às normas de desempenho nacionais ou internacionais (SAE J1034, ASTM D-4985 e D-6210, NBR 13705 Tipo A), devendo a proporção de etileno glicol na mistura ser de 40% até 50%. O líquido de arrefecimento pode ser utilizado de forma concentrada ou diluída, e a periodicidade de troca usualmente recomendada da mistura varia de 2000 horas (24 meses) a 5000 horas (60 meses) de operação, conforme o princípio ativo do produto (orgânico ou inorgânico). Caso se utilize o líquido de arrefecimento na forma concentrada, recomenda-se, se possível, a utilização de água destilada ou deionizada. • SISTEMA HIDRÁULICO: as colhedoras de cana-de-açúcar são equipamentos, cuja translação e acionamento de implementos são efetuados por motores hidráulicos, de forma que o óleo lubrificante para sistema hidráulico deve suportar elevadíssimos esforços e variações de temperatura. Em função desse regime severo de operação, os OEMs têm especi-
ficado o uso de óleo lubrificante que atenda à norma técnica DIN 51524 parte 3 HVLP, grau de viscosidade ISO VG 68 ou ISO VG 100 e Índice de Viscosidade - IV mínimo de 150. Porém, alguns usuários desses equipamentos têm optado, com bons resultados, pelo uso do próprio óleo lubrificante utilizado no motor de combustão interna Ciclo Diesel (API CI-4 ou API CJ-4, SAE 15W/40) para essa aplicação. Óleos lubrificantes com IV > 150 propiciam economia de combustível, melhor lubricidade das peças do sistema hidráulico, melhor resposta ao se acionarem os comandos hidráulicos e menores vazamentos, tendo em vista que a viscosidade do óleo lubrificante se mantém consideravelmente mais alta à temperatura de operação, quando comparada com a viscosidade de óleo lubrificante de IVs menores. A periodicidade de troca recomendada pelos principais OEMs para o óleo lubrificante do sistema hidráulico é de 1500 horas de operação. No entanto, levando-se em conta os severíssimos regimes de trabalho a que são submetidas as mangueiras e cone13
xões hidráulicas, é raro que se atinja esta periodicidade sem que haja rompimento de mangueiras hidráulicas e conexões com vazamento completo da carga de óleo de forma que as cargas de óleo, lubrificante nos sistemas hidráulicos das colhedoras de cana-de-açúcar estão sendo constantemente renovadas. • LUBRIFICAÇÃO GERAL A GRAXA: em face do regime extremamente severo e das elevadas temperaturas a que são submetidos os mancais de rolamentos e as buchas, é recomendável o uso de graxas de consistência NLGI 2 e sabão complexo de lítio com 3% – 5% de MoS2 (bissulfeto de molibdênio) em sua lubrificação. A JOHN DEERE recomenda uso de graxa à base de poliureia na roda de nivelamento e em mancais de rolamento, e alguns usuários vêm testando, com bastante êxito, o uso de graxas à base de sulfonato de cálcio na lubrificação dos mancais de rolamento das colhedoras de cana-de-açúcar,
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Pinos graxeiros
conseguindo aumentar os intervalos de relubrificação e a vida útil desses elementos mecânicos.
Motores hidráulicos
Motor de combustão interna Ciclo Diesel
Recomenda-se lubrificar os mancais planos (buchas) a cada 25 horas de operação e os mancais de rolamento a cada 50 horas de operação. • CAIXAS DE ENGRENAGENS DA BOMBA, DO PICADOR, DO CORTADOR DE BASE E REDUÇÃO FINAL: a recomendação dos OEMs para esta aplicação é de óleo lubrificante para engrenagens com nível de desempenho API GL-5 e grau de viscosidade SAE 85W/140.
Porém, a JOHN DEERE recomenda o uso de óleo lubrificante para engrenagens com nível de desempenho SAE J2360, tendo em vista ser esse nível de desempenho muito mais rígido e abrangente que o API GL-5, visando, dessa forma, a uma vida mais longa às suas caixas de engrenagens. Óleos de base mineral, semissintéticos ou sintéticos podem atender ao nível de desempenho SAE J2360. Diante da a severidade do trabalho imposto às caixas de engrenagens do motor da bomba, do picado, do cortador de base e da redução final, os OEMs recomendam que se efetue a troca do óleo lubrificante a cada 250 horas de operação do equipamento, ou por condição, conforme análise de óleo em uso. A lubrificação de colhedoras de cana-de-açúcar é vital na longevidade desses equipamentos móveis, bem como na manutenção do equipamento em operação quando do período da colheita, que é uma corrida contra o relógio, visto a safra da colheita mecanizada da cana-de-açúcar tornar-se muito difícil após o início do período chuvoso. O ambiente em que trabalha a colhedora de cana-de-açúcar é extremamente hostil aos seus elementos de máquina: poeira, temperatura ambiente elevada e serviço ininterrupto durante a colheita estão continuamente cobrando desempenho dos óleos e graxas lubrificantes, de maneira que o uso de lubrificantes adequados e boas práticas de lubrificação são itens obrigatórios nessa atividade e, em vista do elevado custo do equipamento paralisado, o custo da lubrificação torna-se secundário nesse processo. Em próximo artigo serão analisadas algumas práticas bastante simples que têm sido muito bem sucedidas em reduzir paradas indevidas das colhedoras de cana-de-açúcar, aumentando, dessa forma, a sua produtividade em época de colheita.
Marcos Thadeu Giacomini Lobo é Engenheiro Mecânico e Consultor Técnico em Lubrificação da Petrobras Distribuidora S.A.
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Básicos do Grupo II mudam estatísticas americanas Por: Judith Taylor
Q
uando se observam os mercados norte e sul-americanos, ou quando se considera o cenário mundial de oferta e demanda, são os básicos do Grupo II que chamam a atenção. Há muito tempo se fala no advento do Grupo II, com a expectativa de capacidades adicionais de produção, exigências ambientais mais rigorosas e uma lista extensa de formulações e produtos em transformação, que precisam evoluir para ir ao encontro dos novos critérios de controle regulatório e de emissões. Chegou a hora em que o Grupo II e as transformações que esse crescente setor irá trazer às estatísticas do mercado global de lubrificantes vão entrar em ação. Isto vai acontecer agora – não daqui a cinco ou dez anos –, e os parâmetros que irão definir os mercados nos próximos anos estão emergindo em 2013. Nos Estados Unidos, uma boa parte do foco das discussões tem estado, nos últimos meses, sobre a refinaria de Pascagoula, da Chevron, no Mississipi. Anunciada em 2008, a refinaria está projetada para iniciar operações no quarto trimestre de 2013.
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Com o nome de The Pascagoula Base Oil Project (Projeto de Óleos Básicos de Pascagoula), ou PBOP, essas instalações estão esperando produzir aproximadamente 25 mil barris/dia de óleos básicos premium do Grupo II. A Chevron atualmente produz 20 mil barris/dia desses óleos em sua refinaria de Richmond, na Califórnia. A presença do PBOP ressalta que agora é a hora de volumes adicionais significativos do Grupo II entrarem no mercado do NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), que abrange os Estados Unidos, México e Canadá, e se estenderem a novos horizontes oferecidos pela crescente sinergia com a América do Sul. Mas a Chevron não está sozinha, nos Estados Unidos e nas Américas, em relação a buscar – e encontrar – maneiras de trazer mais produção de óleo básico pre-
2011-2017 Padrões CAFE para cada ano dos modelos em milhas por galão Carros de Passageiros
Ano do modelo
Comerciais Leves
Superfície (footprint) 41 sq ft (3.8 m2) ou menor (ex: Honda Fit)
Superfície (footprint) 55 sq ft (5.1 m2) ou maior (ex: Mercedes-Benz Classe S)
Superfície (footprint) 41 sq ft (3.8 m2) ou menor (ex: Nissan Juke)
CAFE
CAFE
CAFE
EPA
EPA
EPA
Superficie (footprint) 75 sq ft (7.0 m2) ou maior (ex: Ford F-150)
CAFE
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2012
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2013
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Figura 1
mium para essa região global chave em relação à oferta e consumo. A ExxonMobil, em fevereiro de 2013, anunciou planos de expandir sua capacidade de produção de óleo básico dos Grupos II e II+ em sua refinaria localizada em Baytown, no Texas. Depois de concluídos os procedimentos de aprovação regulatória e financiamento, a construção da expansão está programada para começar no final de 2013, com previsão de início das unidades de óleos básicos em 2015, de acordo com anúncio da ExxonMobil. Embora nenhum volume específico tenha sido divulgado pela empresa, essa expansão vai aumentar significativamente sua produção de básicos dos Grupos II e II+. George W. Arndt, Jr., gerente-geral de óleos básicos e especialidades, a nível mundial, da ExxonMobil Fuels, Lubricants & Specialties Marketing Company, fez o seguinte comentário sobre a expansão:
“Estamos comprometidos com o negócio de óleos básicos e confiantes em nosso projeto de integração, tecnologia e produto. Na verdade, a análise técnica da ExxonMobil mostrou que nossos básicos EHC 45 Grupo II+ podem ser usados, em muitos casos, no lugar do Grupo III, o que reduz o custo e a complexidade operacional. Da mesma forma, EHC 65 é um grau eficiente para fazer a mistura de óleos de motores de tarefas pesadas, o que pode reduzir a necessidade de componentes adicionais de maior viscosidade. Nós projetamos nossos produtos EHC para atender às principais aplicações de lubrificantes em veículos de passageiros e comerciais do mercado.” A refinaria da ExxonMobil em Baytown tem atualmente uma capacidade de produção de 9.800 barris/ dia de básicos do Grupo I e 11.700 barris/dia do Grupo II. A empresa também tem produção de básicos dos Grupos I e II em Baton Rouge, Louisiana. De acordo com grande número de participantes do mercado nos Estados Unidos, o Grupo II e outros básicos premium são um fator necessário para prosseguir com as formulações que possam atender aos requisitos regulatórios e ambientais. Um exemplo, entre um conjunto de itens regulatórios em desenvolvimento que 17
pressionam os produtores de óleo básico a tomar decisões que modificam os parâmetros do mercado, são os padrões da Corporate Average Fuel Economy, ou CAFE. Os padrões e regulamentos CAFE apareceram em 1975, quando a lei Energy Policy Conservation Act (Lei de Conservação da Política de Energia) acrescentou o capítulo V, Improving Automotive Efficiency (Aumentando a Eficiência Automotiva) à lei Motor Vehicle Information and Cost Savings Act (Lei de Informação e Redução de Custode Veículos Automotores), estabelecendo os padrões CAFE para economia de combustível. Esses padrões permaneceram quase imutáveis até 2007, quando a Energy Independence and Security Act (Lei de Independência e Segurança da Energia) estreitou significativamente os objetivos e as definições. Os padrões CAFE têm a intenção de efetuar mudanças na economia média de combustível para os carros de passageiros e veículos comerciais leves, incluindo utilitários esportivos (SUVs), vendidos nos Estados Unidos. Esses padrões foram calculados originalmente como uma média harmônica entre os números de economia de combustível, considerando o volume de vendas de cada veículo, que era expressa em milhas por galão
americano e levou em conta a frota de carros de passageiros ou veículos comerciais leves do ano atual, com uma classificação de peso bruto de veículos (GVWR) de 3.855 kg ou menos. A partir de 2011, os padrões CAFE foram novamente expressos como funções matemáticas que envolvem a área da superfície do veículo (footprint) – uma medida determinada pela multiplicação da distância entre os eixos pela largura do veículo. Os padrões CAFE são administrados pela National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), que é parte do Departamento de Transportes norte-americano (DOT). A Agência de Proteção Ambiental (EPA) mede a economia de combustível dos veículos. A figura 1 ajuda a compreender os critérios atualizados de economia de combustível que afetarão as formulações e os produtos, a fim de compatibilizá-los com padrões de performance aceitáveis. Ao lado da necessidade de a indústria fabricar os óleos e lubrificantes que irão cumprir tais exigências, a crescente oferta do Grupo II está sendo considerada uma condição que pode levar à queda no preço dos básicos. A figura 2 mostra a resposta
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Grupo II 100/120
Grupo II 200/220
Ago
Jul
Jun
Mai
Abr
Mar
Fev
Jan 2013
Dez
Nov
Out
Set 2012
US$/gal
Preço Spot (grupo II)
Fonte: ICIS
Grupo II 600
Figura 2
dos preços a uma oferta plena combinada com uma contínua rotina de demanda nos Estados Unidos. Apesar de lidar com a pressão de baixa dos preços, ocasionada pelo que pode ser chamado de excesso de oferta no primeiro trimestre de 2013, segundo as declarações publicadas da Chevron, as instalações de Pascagoula pretendem servir aos mercados da América do Norte, América Latina e também enviar material à Europa. Enquanto a ExxonMobil não comentou sobre potenciais pontos de venda para sua expansão, o crescimento na América do Sul e no México parece preparado para fornecer pontos cada vez mais atrativos para o Grupo II. Tanto o México como o Brasil vêm apresentando um crescente apetite pelos básicos do Grupo II, encorajados pela proximidade de fornecimento da produção norte-americana e pelas opções de preços cada vez mais atraentes dos básicos premium. Nos Estados Unidos, a Chevron anunciou um aumento de US$ 25 centavos por galão em todas as classes de viscosidade do Grupo II, em julho passado, e
outros fornecedores do Grupo II aumentaram de 10 a 15 centavos por galão, dependendo do fornecedor e da classificação, durante o mês de agosto. As expectativas do mercado nos Estados Unidos são que as operações da planta Pascagoula da Chevron, produtora do Grupo II, comecem potencialmente em outubro. A Chevron publicou a seguinte informação em relação ao início das operações: “Nossa meta é completar a parte mecânica no final do ano. Vamos aplicar os restritos padrões e processos de Excelência Operacional da Chevron para ajudar a assegurar um início seguro para a planta. Temos o compromisso de ser um parceiro confiável e estamos trabalhando diretamente com os consumidores, usando um tempo conservador para garantir a realização das suas necessidades”.
Judith Taylor é Editora Sênior da ICIS responsável pelo mercado petroquímico incluindo óleos básicos. Especialista em dinâmica de preços e logística.
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S.M.S.
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SAÚDE - MEIO AMBIENTE - SEGURANÇA
Uma Integração Estratégica
EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE Por: Newton Richa
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tado em quatro pilares: Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a conviver; e Aprender a ser. Com base nessa abordagem, podem ser definidas quatro competências básicas: cognitiva, produtiva, social e pessoal, que a educação de qualidade deve desenvolver, simultaneamente, conforme a figura 01, a seguir. Na construção de uma educação de qualidade, o desenvolvimento da competência cognitiva deve abranger o conceito de alfabetização em Saúde,
Competência Produtiva
Competência Pessoal Ser
Fazer
Saber
Viver Junto
Competência Social
Competência Cognitiva
Pesquisa realizada em maio de 2013 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, vinculado ao Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, revelou que a educação de qualidade é a principal reivindicação dos jovens brasileiros, apontada por 85,2% dos entrevistados. Neste momento, o Plano Nacional de Educação 2011-2020 encontra-se em fase final de tramitação no Congresso Nacional e apresenta-se como uma plataforma estratégica para alavancar a educação de qualidade no país. Nessa perspectiva, o Congresso Nacional aprovou recentemente recursos do petróleo para financiamento da educação e da saúde. Para responder de forma adequada ao anseio dos jovens por uma educação de qualidade, os dirigentes do país podem adotar um modelo educacional baseado nas diretrizes da UNESCO para a Educação no Século XXI, descritas no documento “Educação – Um Tesouro a Descobrir”. Resultado do trabalho conjunto de educadores de vários países, constitui um estudo multicultural que retrata os pressupostos que devem caracterizar a educação contemporânea. O texto reúne recomendações essenciais ao processo educativo dirigido à formação de cidadãos éticos, solidários e competentes, fundamen-
S.M.S. Meio Ambiente e Segurança (SMS), que significa dotar os brasileiros de habilidades para compreender as informações básicas relacionadas aos riscos de acidentes, doenças e danos ambientais, desenvolver adequada percepção de risco e, desse modo, estarem aptos a adotar os cuidados básicos para a proteção de sua saúde e integridade física, de familiares, de colegas de trabalho e do meio ambiente. Essa habilitação coletiva é essencial, por exemplo, para que se cumpra o que determina a Norma Regulamentadora nº 1- DISPOSIÇÕES GERAIS: - No item 1.7 - Cabe ao empregador: informar aos trabalhadores os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho e os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; - No item 1.8 - Cabe ao empregado: cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; usar o EPI fornecido pelo empregador; e colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras.
A competência produtiva, vinculada ao pilar Aprender a fazer, deve ser construída com base na integração do como fazer ao como proteger pessoas, instalações, equipamentos e o meio ambiente, em todas as atividades educacionais, segundo um enfoque preventivo e uma abordagem integrada de SMS. Qualidades como a capacidade de comunicar, de trabalhar com os outros, de gerir e de resolver conflitos tornam-se cada vez mais importantes, principalmente em virtude do desenvolvimento do setor de serviços, evidenciando uma superposição com a competência social, descrita a seguir. Baseada no pilar Aprender a conviver, a competência social representa um dos maiores desafios da educação. A história humana sempre foi conflituosa, mas há elementos novos que acentuam o perigo, especialmente o extraordinário potencial de autodestruição criado pela humanidade no decorrer do século XX. É preciso conceber e empreender uma educação capaz de evitar os conflitos ou de resolvê-los de maneira pacífica, com base no conhecimento dos outros, suas culturas e sua espiritualidade.
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22
S.M.S. Para melhorar a convivência devem ser estabelecidos contatos em um contexto igualitário. Objetivos e projetos comuns reduzem os preconceitos e a hostilidade e podem dar lugar à cooperação e, até mesmo, à amizade. A educação tem por missão levar as pessoas a tomarem consciência das semelhanças, das diferenças e da interdependência entre todos os seres vivos do planeta. A educação formal deve reservar tempo e oportunidades em seus programas para iniciar os jovens em projetos de cooperação, desde a infância, no campo das atividades desportivas e culturais. Deve estimular sua participação em atividades sociais: renovação de bairros, ajuda aos mais desfavorecidos, ações humanitárias e serviços de solidariedade entre as gerações. As outras organizações educativas devem, nesse campo, continuar o trabalho iniciado pela escola. Sem dúvida, há necessidade de construção de uma convivência para a sustentabilidade, caracterizada por atitudes de cooperação, com base em uma política da igualdade em que são reconhecidos os deveres e os direitos humanos, para fomentar uma consciência de interdependência, essencial para a promoção de uma cultura de paz e formação de equipes solidárias capazes de assegurar alta produtividade e efetiva prevenção de danos a pessoas, instalações, equipamentos e meio ambiente nas comunidades em que vivem e trabalham. Nesse contexto, vale citar a reportagem de O Globo, Ensino e afeto garantem emprego, publicada em 29.07.2013, que descreve iniciativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de financiar o programa educacional Galpão do Aplauso, desenvolvido pela ONG Instituto Stimulu Brasil, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, a partir de 2009, abrangendo cerca de 1000 jovens de comunidades carentes. O método, que tem obtido excelentes resultados, concilia o desempenho técnico de cursos como alpinismo industrial, serralheria e solda, com o desenvolvimento afetivo, sociocultural e ético-ambiental, reproduzindo vivências reais. Por meio da criação de uma ponte entre os aspectos socioafetivos e racionais, os alunos aprendem, retêm a informação técnica e se inserem no mercado de trabalho, obtendo boa avaliação dos empregadores. A convivência harmônica dos jovens é trabalhada, incluindo os procedentes de comunidades rivais, que aprendem a trabalhar em equipe, respeitar a
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opinião do outro e ser prestativo, valores que não viam em suas escolas. Por fim, a competência pessoal, que integra todas as demais, está relacionada com o Aprender a ser. A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa — espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. Todo ser humano deve ser preparado para a plena cidadania, capaz de formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida. Na competência pessoal devem ser trabalhadas a autoconfiança e o autorrespeito, que constituem as bases emocionais internas para as ações externas voltadas, de forma autêntica, para a sustentabilidade. O ex-Secretário Geral das Nações Unidas Kofi Annan afirmou: “Nosso maior desafio neste século é pegar uma ideia que parece abstrata – Desenvolvimento Sustentável – e torná-la uma realidade para todas as pessoas do mundo”. A concretização dessa utopia passa, necessariamente, por um novo modelo educacional que modifique o atual modo de pensar.
Newton Richa é Médico do Trabalho e Consultor de SMS do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis - IBP
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O uso de naftênicos em fluidos de corte tipo emulsão Artigo retirado de trabalho técnico apresentado pelo Dr. Luis B Zambrano
O
corte de metais é normalmente um processo severo com grandes quantidades de calor geradas, que, aliado à necessidade de lubrificação e remoção dos fragmentos metálicos, impõe grande exigência aos fluidos de corte, chamados metalworking fluids. Para associar a capacidade refrigerante da água com as propriedades lubrificantes dos óleos integrais, as emulsões foram desenvolvidas para diferentes operações de usinagem. Entretanto, as emulsões são sistemas complicados, em que dois fluidos imiscíveis são misturados graças à presença de um agente estabilizante, geralmente surfactantes. Emulsões são basicamente dispersões do tipo “líquido – líquido” entre fluidos não miscíveis que possuem certa resistência à separação de fases, devido à presença de um agente estabilizante, geralmente surfactante, na interface. Os líquidos possuem normalmente uma fase polar, usualmente uma solução aquosa de eletrólitos com outros adi-
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It’s amazing how far a drop of oil can take you
Na Nynas, nós enxergamos os óleos naftênicos como uma ferramenta de alta tecnologia utilizada na criação sustentável de valor. Muito do nosso conhecimento é aplicado com o objetivo de manter as engrenagens da sociedade moderna girando suavemente. Além de óleos naftênicos de alta qualidade, disponibilizamos uma ampla gama de serviços, e tudo o que você precisa fazer é nos contatar. Saiba mais: www.nynas.com Nynas do Brasil – Telefone: (11) 3939 4040, Fax: (11) 3939 4069
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tivos, e outra fase apolar, geralmente um óleo, que não é miscível com a água. Os surfactantes, por outro lado, são chamados de moléculas ambifílicas (do grego amphi, que significa os dois lados, mais philos, que significa amigo), pois, como o próprio nome indica, possuem afinidade tanto com a fase polar como com a apolar. Essa afinidade deve ser forte o bastante para direcioná-los para a interface, com a parte polar localizada na fase água e o grupo apolar na fase óleo. Embora as emulsões possam ser formuladas com vários tipos diferentes de aditivos, elas podem ser descritas como sistemas ternários surfactante-óleo-água (sigla SOW em inglês), para uma visão mais simplificada. Submetidos à agitação, esses sistemas ternários resultam em dois principais tipos ou morfologias de emulsão: óleo em água e água em óleo, dependendo da fase dispersa. O tipo de emulsão resultante depende mais da formulação do que da razão água/óleo. Pode-se dizer, de uma forma geral, que a mistura desses sistemas polifásicos, mesmo utilizando-se uma agitação extremamente enérgica, não deve produzir gotículas em faixas submicrométricas, embora elas possam ser encontradas espontaneamente nas microemulsões. É importante mencionar que pode haver emulsões com gotículas muito pequenas de uma das fases na outra fase, sob o ponto de vista de uma formulação fisicoquímica; entretanto, trata-se de macroemulsões extremamente finas que não são termodinamicamente estáveis, mas dão a aparência de estabilidade devido a diversos fatores. De qualquer modo, essas miniemulsões, como são conhecidas, podem ser diluídas com sua fase externa, como os óleos de corte concentrados, sem perderem sua estabilidade. Por outro lado, as microemulsões não podem ser diluídas indefinidamente. A descrição desses sistemas ternários é facilitada pelo uso de um método desenvolvido por Winsor, através de um estudo pioneiro sobre o comportamento dos sistemas SOW com as variáveis fisicoquímicas da formulação, ou seja, a natureza dos diferentes componentes que formam um sistema. Winsor relacionou as interações entre o surfactante e o óleo, com as interações entre o surfactante e a água. Em sua forma original, a razão R de Winsor foi dada pela fórmula R=Aco/ Acw. Mais tarde, ele decidiu que a melhor razão seria: 26
R=
Aco − Aoo − ALL Acw − Aww − AHH
Onde A refere-se à energia das interações moleculares por unidade de área, e:
A co: Entre o surfactante e a fase óleo; A oo: Entre as moléculas da fase óleo; ALL: Entre os grupos hidrofóbicos do surfactante; A cw: Entre o surfactante e a fase água; Aww: Entre as moléculas da água; AHH: Entre os grupos hidrofílicos do surfactante.
De acordo com Winsor, A co e A cw promovem miscibilidade, enquanto A oo, Aww e A cc promovem segregação dos componentes em diferentes fases. Um estudo foi realizado utilizando-se duas amostras de óleos básicos: um naftênico (T22) e um parafínico (SN100), com viscosidades em torno de 20 cSt a 40ºC, com as principais propriedades mostradas na tabela 1. Pode-se observar que ambos os óleos têm aproximadamente a mesma viscosidade, porém a densidade do parafínico é menor do que a do naftênico. Isso faz com que a diferença para a densidade da água seja maior no caso do parafínico, o que é um fator que afeta a estabilidade das emulsões, quando submetidas a forças de sizalhamento nos sistemas de bombeamento. Verifica-se ainda que a Constante que relaciona a Densidade Relativa com a Viscosidade (VGC) do óleo naftênico é mais alta, como esperado, indicando uma característica tipicamente mais polar, confirmada pelo ponto de anilina consideravelmente mais baixo, a mais de 20ºC do óleo parafínico. Outra grande diferença entre as amostras é
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Características, unidade
Teste ASTM
T 22
Densidade 15°C, kg/dm3
D 4052
0.,903
Viscosidade 40°C, cSt
D 445
22,2
Viscosidade 100°C, cSt
D 445
3,7
Ponto de Fulgor, PM, °C
D 93
170
Ponto de Fluidez, °C
D 97
-42
Ponto de Anilina, °C
D 661
74,6
VGC
D 2501
0,862
Índice de Viscosidade (VI)
D 2270-04
-2.2
Tabela 1 - Principais propriedades dos óleos básicos usados no estudo
o Índice de Viscosidade (VI) muito baixo no óleo naftênico, tornando-o mais efetivo na transferência de calor em aplicações de usinagem de metais (metalworking). O surfactante aniônico selecionado para este estudo foi o dodecil sulfato de sódio (99,5%), escolhido devido a ser o emulgador utilizado predominantemente em óleos solúveis e fluidos de usinagem semissintéticos. O agente compatibilizante (co-surfactante) utilizado foi o n-pentanol, e o n-heptano foi selecionado como hidrocarboneto linear de referência. 1 02/08/13 18:24 anuncio_run12_final.pdf
Foi estudado o efeito da alteração nas formulações das emulsões utilizaSN 100 das devido à variação de salinidade (concentração de NaCl) da fase aquo0,863 sa e à medição da condutividade das amostras após sofrerem agitação para 20,0 determinar se eram do tipo água em óleo ou óleo em água. 4,0 Utilizando-se um processo de dupla mudança de formulação, determi194 nou-se o número “equivalente” de carbono dos hidrocarbonetos de tipo alca-18 no do óleo (EACN) nas duas amostras, uma vez que não existem somente alca99,4 nos nos óleos básicos. O óleo naftênico apresentou um EACN mais baixo do 0,814 que o parafínico, proporcionando a conclusão de que o parafínico apresentou 92 uma maior característica hidrofóbica, e que o óleo naftênico favoreceu mais a mistura dos diferentes componentes da emulsão. Além disso, o estudo mostrou que as emulsões parafínicas apresentaram tendência a uma separação mais rápida das fases e que emulsões não estáveis podem se formar durante o processo de usinagem de metais.
Luis Bastardo-Zambrano é gerente técnico da Nynas para a indústria de lubrificantes
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O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2012, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.
O mercado brasileiro de lubrificantes no ano de 2012 Mercado Total Óleos Lubrificantes
1.404.000 m3
Produção Local: Automotivos: Industriais:
1.350.500 m3 847.000 m3 503.500 m3
Venda de Óleos Básicos:
34.500 m3
Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: *
56.460 m3 37.460 m3
Mercado Total Graxas
Óleos Básicos: Mercado Total 1.342.000 m3 Produção Local: Refinarias: Rerrefino:
856.000 m3 608.000 m3 248.000 m3
Importação: Exportação:
558.000 m3 72.000 m3
Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Pesquisa Lubes em Foco
54.078 t
Obs: Os óleos de transmissão e de engrenagens estão incluídos no grupo dos industriais
* Não considerados óleos brancos, isolantes e a classificação “outros”.
Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2013/2012 por região (período jan-jul) Mil m3
Total de lubrificantes por região
Mil m3
400 Análise comparativa por produtos
2012 2013
450 400
376.868
360 320
436.339 408.858
2012 2013
353.099
280
350
240
300 250
200
285.081 228.123
200
160 140.642
120
50
27.020
0
GRAXAS (t)
100
INDUSTRIAIS
AUTOMOTIVOS
150
129.457
80
95.148
40
51.175
0
SUL
SUDESTE
Mil m3
188.847
180
NORTE
NORDESTE
166.605
CENTRO OESTE
2012 2013
151.605
2012 2013
197.326
66.102
Lubrificantes industriais por região
160
210
59.969
27.905
Lubrificantes automotivos por região
Mil m3
103.439
52.844
140 120
150
100 120
80
90
60
88.000
81.125
70.144
46.832
64.437
60
40 41.498
30
32.951
34.625
40.210
42.973 26.938
20 16.716
0
SUL
SUDESTE
NORTE
NORDESTE
CENTRO OESTE
0
SUL
SUDESTE
NORTE
1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.
28
29.505 23.326
26.491
16.647
NORDESTE
CENTRO OESTE
Mercado de Lubrificantes em 2012 (m3)
16,0
20,3%
2,0% 1,8% 3,0%
14,0%
7,1% 10,8% 11,9%
13,1%
BR Ipiranga Cosan Shell Chevron Petronas Castrol YPF - Repsol Total Lubrif. outros
Mercado de Graxas 2012 (t)
7,0%
18,9%
9,6% 10,0% 17,0% 10,4% 10,5%
BR Chevron (Texaco) Ipiranga Petronas Ingrax Shell Cosan Outros
16,5%
NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2010/2011 podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereรงo www.lubes.com.br, no item do menu SERVIร OS / MERCADO.
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Programação de Eventos Internacionais Data
Evento
2013 Outubro, 21 a 23
SAE/KSAE 2013 International Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting - Seul - Coreia do Sul - http://www.sae.org/events
Outubro, 23 a 25
Annual Congress of the European Lubricants Industry - Bruxelas - Bélgica - http://www.ueil.org
Outubro, 29 a 31
OTC Brasil 2013 - Rio de Janeiro - www.ibp.org.b
Dezembro, 5 e 6
9th. ICIS Panamerican Base OIl Conference - New Jersey - USA - www.icisconference.com/panambaseoils
Nacionais Data
Evento
2013 Outubro, 24
VI Simpósio Internacional de Lubrificantes, Aditivos e Fluidos - Espaço Villa Noah - São Paulo - www.aea.org.br
Novembro, 7
XXI Seminário de Lubrificantes e Lubrificação Industrial - São Paulou - www.abraman.org.br
2014 Maio, 28 e 29
4º Encontro com o Mercado - Rio de Janeiro - RJ - www.lubes.com.br
Cursos Data
Evento
2013 Outubro 21 a 23
Segurança e Saúde em Laboratórios - Rio de janeiro - RJ - www.ibp.org.br/cursos
Novembro 4 e 5
Gestão da manutenção e terceirização de contratos - Rio de Janeiro - RJ - www.abraman.org.br
Novembro 11 a 14
Controle Preditivo Multivariável - Rio de Janeiro - RJ - www.ibp.org.br/cursos
Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.
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Próxima Conferência da Anpei discutirá os novos horizontes para a inovação no Brasil. A 14ª edição da Conferência Anpei de Inovação e Tecnologia, que será realizada nos dias 27, 28 e 29 de abril de 2014, na Expo Center Norte, em São Paulo, promete discutir sobre os novos ecossistemas que irão modificar o panorama da inovação no país. O evento representará um momento importante para a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento –Anpei, uma vez que ela completará 30 anos de vida no ano próximo. Segundo o presidente da Anpei, Carlos Calmanovici, o evento, cujo tema central será InovaAção - Modelos de Negócios Competitivos, terá foco numa agenda mais econômica, de gestão da inovação voltada para a competitividade. “É um momento de maturidade da Associação, e a Conferência de São Paulo representa também, de certa forma, a evolução do processo histórico da inovação no Brasil”, afirma Calmanovici. O evento contará com especialistas internacionais em inovação, além de apresentações de cases de sucesso de empresas, painéis para discussão de políticas públicas e de mecanismos de estímulo à inovação, bem como a apresentação dos resultados dos Comitês Temáticos da Anpei, criando meios para discussão da inovação em produtos, serviços e processos, a inovação em marketing e organizacional. “A inovação só funciona quando é suportada por um modelo de negócio estruturado de forma a fazer convergir as competências da empresa”, ressalta Calmonovici. Fonte: http://www.acate.com.br
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09/13
Submit a paper abstract proposal by January 10, 2014