Revista lubes em foco edicao 39

Out/Nov 13 Ano VII • nº 39 Publicação Bimestral

EM FOCO

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00039

A revista do negócio de lubrificantes Lubricants business magazine

Tsunami de básicos?/Base oil tsunami?

Estratégias para o mercado global de óleos básicos.

Strategies for global base oils market.

Um olhar de qualidade/A look of quality A visão da ANP sobre o mercado brasileiro de lubrificantes.

The Brazilian Petroleum Agency view over the lubes market.

Editorial O ano de 2013 chega ao seu final, levando com ele um período de consolidação e grandes realizações para a revista LUBES EM FOCO. É tempo de agradecer e retribuir àqueles que colaboraram direta e indiretamente para que pudéssemos ter minar o ano com o sentimento de ter mos cumprido o dever e a proposta maior desta publicação, que é ouvir o mercado e a ele retor nar com infor mações relevantes.

A parceria entre o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis e a Agência Vir tual foi dinamizada ainda mais com a presença da ICIS, uma empresa do grupo Reed e maior for necedora mundial de infor mações do setor petroquímico, na realização do 3º Encontro com o Mercado, que transfor mou o evento em uma referência para o mercado sul-americano e ampliou a perspectiva para o 4º Encontro, que se realizará nos dias 28 e 29 de maio de 2014.

Além da abordagem técnica especializada, que traz a colaboração de especialistas do setor de lubrificantes, a revista tem se preocupado em apresentar um panorama de mercado, tanto nacional como inter nacional, e também proporcionar a ampliação da rede de contatos dos empresários do setor, bem como dar supor te às decisões empresariais com relação aos mercados brasileiro e sul-americano, por meio de pesquisas de mercado, consultoria técnica e desenvolvimento das relações interempresariais.

A Newsletter quinzenal da LUBES EM FOCO é enviada a uma mala direta de mais de quarenta e oito mil endereços de e-mail, no Brasil e em diversos países de vários continentes, com as notícias mais impor tantes sobre os assuntos de interesse daqueles que trabalham ou se relacionam de alguma for ma com os lubrificantes.

A colaboração na construção e disseminação do conhecimento é a função que entendemos ser fundamental para uma revista especializada, que atua de for ma isenta de compromissos políticos ou mesmo comerciais, quando emite sua opinião ou apresenta ar tigos técnicos para o desenvolvimento e capacitação de profissionais.

Aos nossos leitores, anunciantes e patrocinadores nacionais e inter nacionais, agradecemos e retribuímos a confiança, com o compromisso de atenção constante ao processo de melhoria contínua, oferecendo mais um ano de boa leitura e sucesso nas relações comerciais.

Pedro Nelson Belmiro Editor

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Letter from the Publisher The year 2013 is coming to the end and leaving a period of consolidation and great achievements to magazine LUBES EM FOCO. It is time to say thank you and return to those that directly and indirectly collaborated to make us reach the end of the year with the feeling of fulfillment of the duty and the major objective of this issue, that is, to listen to the market and return to it with relevant information.

The partnership between the Brazilian Institute of Oil, Gas and Biofuels - IBP and Agência Virtual (Virtual Agency) was greatly energized with the presence of ICIS, a Reed Group company and the largest world information supplier of the petrochemical sector, in the 3rd Meet the Market, which turned the event into a reference to the South American market and enlarged expectations to the 4th Meet the Market to be held on May 28-29, 2014.

Beside the specialized technical approach, that counts on the collaboration of experts in the lubricant sector, the magazine has focused on presenting a national and international market scenario and fostering networking among businesspersons of the sector. It also intends to support entrepreneurs´ decision-making process concerning the Brazilian and South American markets, by means of market surveys, technical consultancy and development of companies inter-relations.

LUBES EM FOCO bimonthly Newsletter is sent to more than 48 thousand direct mailing e-mails, both in Brazil and in several countries in many continents, with the outstanding and relevant news on topics of interest of those who work with or in any way are related to lubricants.

Collaboration in knowledge construction and dissemination is the procedure we consider crucial for a specialized magazine, that is impartial and free from political or commercial commitments while stating opinions or presenting technical papers for professional development and capacitation.

To our readers, advertisers and national and international sponsors, we thank and return their trust with the commitment of paying full and constant attention to the ongoing improvement process, providing one more year of good reading and opportunities of successful business relations.

Pedro Nelson Belmiro Publisher

Publicado por: AGÊNCIA VIRTUAL LTDA. Rua da Glória 366 - sala 1101 CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (5521) 2224-0625 e-mail: comercial@lubes.com.br Conselho Editorial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Ernani Filgueiras de Carvalho Gustavo Eduardo Zamboni Pedro Nelson Abicalil Belmiro Diretor Comercial Antonio Carlos Moésia de Carvalho Jornalista Responsável Marcia Lauriodo Zamboni - reg. 17118-78-45

Editor Chefe Pedro Nelson A. Belmiro Diretor de Arte Gustavo Eduardo Zamboni

Impressão Grafitto Gráfica e Editora Ltda.

Capa Gustavo Eduardo Zamboni

Publicidade e Assinaturas Antonio Carlos Moésia de Carvalho (5521) 2224-0625 R 22 assinaturas@lubes.com.br

Redação Tatiana Fontenelle

Tiragem 4.000 exemplares

Layout e Editoração Antônio Luiz Souza Machado da Cunha

E-mail dos leitores e site leitores@lubes.com.br www.lubes.com.

Revisão Angela Belmiro

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Sumário 6 11 16 24

Contents

ANP: um olhar de qualidade para o Brasil A look of quality over Brazil 12 sinais de uma lubrificação ineficaz 12 signs of inefficient lubrication

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A base oils tsunami?

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Tsunami de óleos básicos?

Inflência dos óleos básicos no desempenho dos lubrificantes de motor Base stocks influence on the performance of engine lubricants?

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Óleos básicos: foco no abastecimento Base Oils: Focus on supply

40

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37

Mercado em Foco Brazilian Lube Oil Market

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ANP Um Olhar de Qualidade para o Brasil Por: Tatiana Fontenelle

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP é o órgão regulador do mercado brasileiro de lubrificantes, que estabelece as regras para a cadeia produtiva, desde a produção e importação de óleos básicos até a coleta dos óleos usados ou contaminados e seu direcionamento para a indústria do rerrefino, passando pelos níveis de desempenho e graus de viscosidade dos óleos acabados. Registros, rótulos e qualidade dos lubrificantes comercializados no país são devidamente controlados e fiscalizados, com a finalidade de manter um mercado regulado, sadio e ao mesmo tempo livre para sua dinâmica comercial. Essa é uma tarefa desafiadora , que Rosângela Moreira de Araújo vem realizando, com sucesso e muito empenho, à frente da Superintendência de Biocombustíveis e Qualidade de Produto da ANP. Em entrevista exclusiva à LUBES EM FOCO, Rosângela nos mostra sua visão do mercado, quanto à qualidade dos lubrificantes, e seus planos de melhoria para o desempenho da Agência no processo regulatório.

Lubes em Foco - Como a ANP vê o mercado brasileiro de lubrificantes em termos de qualidade?

Pode-se dizer que é um mercado em ascensão?

Rosângela Araujo - Percebemos que o mercado está em crescimento, apresentando, ainda, sinais de amadurecimento e organização. Os agentes econômicos têm buscado corrigir os problemas apontados no Programa de Monitoramento de Lubrificantes - PML, o qual indica um percentual de não conformidades relacionadas à qualidade de, aproximadamente, 5% em volume comercializado de óleos lubrificantes automotivos. Vale mencionar que estudo divulgado recentemente pelo American Petroleum Institute, realizado no mercado norte-americano, indicou que cerca de 20% das amostras de lubrificantes avaliadas apresentaram problemas de qualidade. Isso demonstra que a ocor-

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rência de problemas nesse setor não é exclusividade brasileira e que o mercado requer constante acompanhamento.

Lubes em Foco - O Programa de Monitoramento dos Lubrificantes - PML, criado pela ANP em 2006, tem sido muito importante para o mercado brasileiro. Como está atualmente esse Programa e quais são os planos para o futuro?

Rosângela Araujo - O PML vem cumprindo plenamente seu papel, diagnosticando sistematicamente a qualidade dos lubrificantes e o atendimento às exigências de registro e conteúdo de rótulo, além de mostrar onde estão os problemas. O Programa tem sido uma importante ferramenta para a ANP e a sociedade no direcionamento das ações de fiscalização e na proteção dos interesses do consumidor fi-

nal contra possíveis fraudes, garantindo o seu direito de adquirir produtos de acordo com o especificado.

O PML permite uma visualização de dados e informações que conduzem as ações da Agência e as consequentes respostas do mercado. A ANP avalia constantemente o desempenho dos seus programas de monitoramento, visando à sua melhoria contínua.

Desde seu início, o Programa passou por alterações que aprimoraram os procedimentos de coleta de amostras e os ensaios físico-químicos.

Lubes em Foco - Como a Superintendência de Qualidade pode atuar quando são detectados problemas graves relativos mais à fiscalização e/ou abastecimento?

Rosângela Araujo - As três áreas da ANP, de abastecimento, fiscalização e qualidade, trabalham de forma integrada. Essa integração permite à ANP realizar ações conjuntas e/ou dar o imediato suporte técnico quando necessário.

Lubes em Foco - Em sua opinião, as empresas estão colaborando com a ANP para a melhoria da qualidade dos lubrificantes no Brasil?

Rosângela Araujo - Sim. A maioria das empresas tem respondido prontamente aos apontamentos de não conformidades, tomando ações sérias na correção de não conformidades apresentadas pelo PML, como ajustes de processo, investimentos, contratação de especialistas etc. Muitas empresas buscam a ANP para discussões de problemas e adequação à regulamentação.

Rosângela Moreira de Araujo

cimento das montadoras europeias no país motivaram essa revisão. Assim, tornou-se imperativa a necessidade de corrigir aspectos da legislação atual não abordados de maneira adequada, eliminando do mercado produtos de tecnologia obsoleta e ajustando os níveis de desempenho, com vistas a deixar à disposição do consumidor tecnologias compatíveis com os requisitos dos motores.

A solicitação de registro de maneira totalmente eletrônica agilizará o processo

Lubes em Foco - A ANP está fazendo uma revisão da Resolução 10/2007, que trata de registro de produtos e níveis mínimos de desempenho. Qual o principal objetivo dessa revisão e onde pretende chegar?

Rosângela Araujo - Os resultados do PML, a evolução nas solicitações de registros consequentes do dinâmico avanço na tecnologia de lubrificantes, a renovação da frota nos últimos dez anos e o cres-

Lubes em Foco - Como a ANP está lidando com os agentes do mercado com relação a essa revisão?

Rosângela Araujo - Com diálogo constante, o que nos permitiu realizar a Avaliação de Impacto Regulatório - AIR, que está balizando a revisão.

Desde 2010, tivemos reuniões com o mercado a fim de subsidiar a revisão. Enviamos centenas de

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Ofícios solicitando informações aos agentes, realizamos reuniões com as instituições de classes, além da Consulta Pública do relatório da AIR. Lubes em Foco - A ANP pretende melhorar/agilizar o processo de registro de produtos no Brasil? De que forma?

Rosângela Araujo - A ANP está desenvolvendo um projeto para implantação do sistema eletrônico de registro de produtos, o RGP Web, permitindo que as solicitações de registros sejam feitas e acompanhadas pela Internet até a sua publicação em Diário Oficial da União. Os consumidores verificarão, on line, a existência de registro na ANP. A solicitação de registro de maneira totalmente eletrônica agilizará o processo, minimizará erros de preenchimento, consequentes indeferimentos e retrabalhos, bem como dará maior celeridade na publicação dos registros.

Lubes em Foco - Recentemente a Agência enviou uma missão aos Estados Unidos para tratar de lubrificantes. Qual o propósito e os principais resultados dessa missão?

Rosângela Araujo - O propósito, sobretudo, foi o de subsidiar as escolhas regulatórias que devem ser feitas na regulação dos lubrificantes, bem como decisões a serem tomadas em diversos pontos da revisão em andamento da Resolução ANP nº 10/2007, além de outras previstas na Agenda Regulatória de 2014 da Agência. Vemos, como principais resultados, o levantamento das melhores práticas internacionais nesse sentido e a criação de canais de comunicação diretos com os geradores das tecnologias, permitindo que a ANP mantenha um acompanhamento contínuo da evolução desse setor no mundo.

Lubes em Foco - Quais os principais desafios para sua Superintendência em futuro próximo?

Rosângela Araujo - Ajuste dos níveis de desempenho dos lubrificantes compatível com a frota circulante no país e avaliação sobre o produto oriundo do mercado de rerrefino. Sobretudo, a garantia de que o consumidor terá acesso a lubrificantes com qualidade e a diminuição dos índices de não conformidade registrados no Programa de Monitoramento dos Lubrificantes.

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ANP

A Look of Quality over Brazil By: Tatiana Fontenelle

The National Oil, Natural Gas and Biofuels Agency (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP) is the regulatory organ of the Brazilian lubricant market that establishes the rules for the production chain, from the production and import of base oils to the collection of used or contaminated oil destined to the re-refining industry, going through the performance levels and viscosity grades of finished oils. Registry, label and quality of the lubricants marketed in the country are dully controlled and supervised with the aim of keeping the market regulated, healthy and, at the same time, free for its own commercial dynamics. This is a challenging task that Rosângela Moreira de Araújo has been successfully facing as the head of the Superintendence of Biofuels and Product Quality of ANP. In an exclusive interview to LUBES EM FOCO, Rosângela reports her market view concerning lubes quality and her plans to improve the Agency performance in the regulatory process.

Lubes em Foco - What is the vision of ANP concerning the Brazilian lubricant market? Is it an expanding market?

Rosângela Araujo - We realize the market is growing and showing signs of becoming mature and organized. The economic agents have been trying to correct problems pointed out in the Programa de Monitoramento de Lubrificantes - PML (Lubricants Monitoring Program), that rates the non-compliance percentage related to quality in around 5% in the marketed volume of automotive lubricant oils. It is worth mentioning that a recent study carried out in the American market and disseminated by the American Petroleum Institute indicated that around 20% of the tested lube samples displayed quality related problems. This demonstrates that disorders occurring in this sector are not exclusively a Brazilian problem and that the market requires ongoing follow-up.

Lubes em Foco - The Lubricants Monitoring Program created by ANP in 2006 has been highly relevant to the Brazilian market. What is the Program current situation and what are the plans for the future?

Rosângela Araujo - PML has been playing its role very efficiently, making a constant diagnosis of lubricants quality and of compliance with the requirements of registry and label content, as well as pointing out where the problems are. This Program has become an important tool to ANP and to society towards supervision procedures and protection of final consumers´ interests against possible frauds, thus reinforcing their right to acquire products in compliance with specifications. PML provides access to data and information that shape the Agency operations and the consequent response from the market. ANP is constantly assessing the performance of its monitoring programs towards ongoing improvement. From the start, the Program has been 9

undergoing modifications that improved sample collecting procedures and physicochemical testing.

Lubes em Foco - What can the Quality Superintendence do when severe damages related to supervision and/or supply are detected?

Rosângela Araujo - The three areas of ANP – supply, supervision and quality – operate all together, and this integration makes it possible for ANP to perform joint actions and provide the necessary support when it is needed.

Lubes em Foco - In your opinion, companies have been colaborating with ANP in search of quality improvement to lubricants in Brazil?

Rosângela Araujo - Yes. Most of the companies have been promptly responding to PML results pointing out non-compliances. Important actions have been taken towards correcting distortions diagnosed by PML, such as process corrections, investments, hiring experts and so forth. Many companies have also come to ANP to discuss problems and meet requirements of regulation.

Lubes em Foco - ANP is making a review of Resolution 10/2007, that deals with product registry and minimum performance levels. What is the main goal of this review and how far does it intend to go?

Rosângela Araujo - The motivation for this review were the results of PML, the evolution of the requests for registry due to the dynamic improvement in lubricant technology, the fleet renew in the last ten years and the increase of European automakers in the country. Thus, it is extremely necessary to correct some aspects of current legislation that were not properly approached, eliminating from the market products with obsolete technology and adjusting performance levels, providing the consumer with technology compatible with engines requirements.

Lubes em Foco - How does ANP deal with the market agents concerning this review?

Rosângela Araujo - With permanent dialogue, and this allowed us to make the Assessment of Regulatory Impact, which is the ground for this review. Since 2010, we have been holding meetings 10

with the market to collect subsidies to the review.

We have sent hundreds of institutional letters requesting information from the agents, have met with class institutions, and we have also made a Public Consultation about the Assessment report.

Lubes em Foco - Does ANP intend to improve the product registry process and make it faster in Brazil? What are the actions to be taken?

Rosângela Araujo - ANP is developing a project to implement an electronic system of product registry - RGP Web - thus allowing registry requests to be made and followed by the Internet until they are published in the Diário Oficial da União (Official Government Press). Consumers will check on line if their registry is already made in ANP. Electronic registry request will speed up the process, decrease mistakes in filling in the form, consequently reducing rejections and rework, and will make registry publication much faster.

Lubes em Foco - The Agency has recently sent a mission to the United States to deal with lubricants. What are the reason and the main results of this mission?

Rosângela Araujo - The reason was mainly to subsidize regulatory choices that have to be made in lubricants regulations, as well as the decisions to be made in many points of the review of Resolution ANP nº 10/2007, now in course, and others foreseen in the Agency Regulatory Agenda 2014. As the main outcomes, we can mention an inventory of the best international practices about this issue and the creation of communication channels directly with technology generators, thus allowing ANP to keep track continuously with the evolution of this sector worldwide.

Lubes em Foco - What are the main challenges your Superintendence will have to face in a near future?

Rosângela Araujo - Adjustment in the performance level of lubricants compatible with the fleet circulating in the country and assessment of the product derived from the re-refining market.

Most of all, the assurance that consumers will be provided with access to qualified lubricants, and the decrease of non-compliances registered in the Lubricants Monitoring Program.

12 R

ecentemente, em uma visita a uma pequena central hidrelétrica (PCH), observei a complexidade de um projeto dessa natureza. Nesse tipo de empreendimento, faz-se necessário escavar o leito do rio até uma rocha firme, cravar-se nesse local uma barragem de concreto e, a jusante dessa barragem, colocar-se uma formidável casa de máquinas com todo o aparato necessário de máquinas e equipamentos para a obtenção do maior rendimento ou potencial da queda hidráulica. Formidável o projeto com turbinas e geradores de alto desempenho e uma malha de controle e supervisão de altíssimo nível. Tudo ia muito bem desde a inauguração há alguns anos atrás. A geração ia firme, até que o redutor de uma das turbinas falhou devido a uma avaria não mecânica, e a produção teve que parar. Durante o reparo e depois de alguma investigação, a equipe de manutenção encontrou “indícios” de que a lubrificação não ia bem. Algumas partes do redutor já apresentavam formação de verniz nos internos do redutor e micropitting nas engrenagens.

Ao término da visita, várias perguntas ficaram em aberto; entretanto, uma constatação ou sinal de ineficácia da lubrificação se apresentou: a lubrificação não foi suficientemente “pensada” ou internalizada naquele projeto, pois ambientes com altíssima umidade reque-

Sinais de uma Lubrificação Ineficaz Por: Antônio Traverso

rem cuidados especiais na lubrificação e proteção dos equipamentos. Ficou a indagação do que realmente faz a lubrificação ser ineficaz, mesmo em contextos complexos e especializados como o descrito acima. A visita serviu como inspiração ao presente tema.

A ineficácia em lubrificação tem inúmeros sinais, em função da multiplicidade de arranjos produtivos em empreendimentos com equipamentos lubrificáveis.

Dessa forma, os sinais de lubrificação ineficaz que serão apresentados abaixo não são exclusivos nem pretendem esgotar o tema. A súmula abaixo pretende somente incentivar e estimular uma reflexão, ou revisão de processos, e práticas na busca do que pode vir a ser realmente o seu oposto, isto é, uma lubrificação eficaz.

Seguem os sinais:

1 Deficiência de design no projeto A falta de cuidado na integração de equipamentos nos projetos em que diversos aspectos ambientais, operacionais e manutencionais podem ser peculiares ou bastante específicos gera problemas a médio e longo prazo, que podem resultar em falhas e perdas de produção, como no caso do redutor comentado acima.

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Ambientes de hidrelétricas em fio de água, em função do posicionamento das turbinas bulbo, têm os seus equipamentos submetidos a ambientes “molhados”, fazendo-se recomendável que as práticas e os cuidados de lubrificação convencional sejam revistos e reavaliados, visando à otimização do projeto.

cação; entretanto, quando esses lubrificadores obtêm as certificações ou capacitações, as empresas não têm a agilidade de reclassificá-los e, consequentemente, retê-los.

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Visão deficiente da importância da lubrificação

Enquanto uma visão forte e abrangente da cultura da manutenção para a confiabilidade e disponibilidade operacional na empresa não for disseminada e constantemente afirmada, a lubrificação não “decola” e apresenta sinais de debilidade, porque a lubrificação frequentemente, na maior parte das empresas, é a parte menos visível e valorizada da manutenção.

Onde não houver sinal, cuidados, evidências e os detalhes da lubrificação não fIzerem parte da estratégia, dificilmente ela será eficaz.

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Gestão da lubrificação por menor custo

Um grande dilema da gestão do “curto prazo” ou da “crise”. Quase sempre há uma crise ou uma restrição orçamentária ou econômico-financeira “no ar”, e, em decorrência disso, a lubrificação é a primeira disciplina da manutenção a ser devidamente enquadrada em ações que levem ao menor custo, na menor escala de tempo possível. Em empreendimentos nos quais a lubrificação é terceirizada, em momentos de renovação de contrato, a pressão pelo achatamento do custo da lubrificação é por vezes insuportável, fazendo com que o prestador de serviço reduza o nível do serviço, ou simplesmente desista do contrato. O conceito de “ganha-perde” é um ótimo sinal de ineficácia, de modo geral.

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Alto turnover da equipe de mecânicos lubrificadores

O turnover elevado é um reflexo de falta de reconhecimento e de motivação dos mecânicos lubrificadores que, em geral, são poucos e sempre estão “disponíveis” para uma tarefa a mais.

Há inclusive empresas que estimulam ou mesmo exigem o aprimoramento do mecânico lubrificador através de capacitação e certificação em lubrifi12

Compra de lubrificantes por preço (baixo)

Esse sinal é poderoso e está associado ao sinal 3, gestão por menor custo, em que o raciocínio é o seguinte: lubrificante é quase tudo igual, mesmo básico(s) e mesmos pacotes de aditivo, então o negócio é comprar pelo menor preço, o que é sinal poderoso de ineficácia da lubrificação, atração pelo risco e culto tácito na manutenção corretiva. Nesse tipo de ambiente, o conceito custo - benefício não é reconhecido ou apreciado.

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Armazenamento e manipulação precária de lubrificantes

Sinal associado a descaso, desorganização, falta de higiene e práticas arcaicas de manipulação de lubrificantes. Onde há muita utilização de funis e envases plásticos improvisados, o sinal de ineficácia da lubrificação fica mais forte e, provavelmente, evidências fortes do sinal 8, descontrole da contaminação. Há inclusive aqueles locais que são armazéns “gerais” de tudo um pouco, como coisas inúteis que ninguém sabe quem colocou ou por que estão lá. Excelente sinal também de irresponsabilidade com a lubrificação.

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Ausência de conhecimento e tecnologia adequada/moderna

Da mesma forma que qualquer área do conhecimento, a tecnologia em lubrificação se moderniza e reinventa em ciclos de tempo cada vez mais curtos, isto é, a velocidade de obsolescência é muito alta, portanto atualização constante e gestão desse conhecimento é tarefa muito relevante para se evitar a ineficácia na lubrificação. Como exemplo, citamos os equipamentos de elevação de carga e braços de carregamento em portos e terminais aquaviários, onde, a despeito da alta demanda de graxas de altíssimo desempenho, inclusive desempenho ambiental, se nota que a maioria desses equipamentos ainda são lubrificados com graxas simples de lítio e graxas asfálticas, que não são adequadas para a aplicação.

Nesse caso, a ineficiência na lubrificação adicionalmente “respinga” no meio ambiente.

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Alta taxa de falhas de equipamentos lubrificados

Quando as clássicas métricas de manutenção como MTBF, MTBR são desfavoráveis, entre outras mais, a sinalização é muito forte e pode indicar que a lubrificação, entre outras disciplinas, deva ser repensada. Quantas vezes ouvimos falar que mais de 70% das falhas de rolamentos estão associadas a distúrbios de lubrificação? Quantas vezes ouvimos falar que sistemas hidráulicos estão pouco confiáveis? Mesmo assim, a relação causa-efeito muitas vezes não chega ao cerne da questão, que é alguma lacuna na lubrificação ou em alguma técnica correlata (filtração, monitoração, gestão etc.). É evidência forte de que, muitas vezes devido às atribulações e emergências do dia a dia, o sinal é ignorado.

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Alta geração de resíduos de lubrificantes

Trocas frequentes de óleo ou reposição de graxa não são objetivos de bons projetos de equipamentos, portanto alta geração de resíduos de lubrificantes aponta, na maioria das vezes, para algum distúrbio na lubrificação e no comportamento do equipamento. Há situações operacionais em que se convive com esses distúrbios por tempo determinado, em função de conveniência produtiva ou contratual; entretanto, em última análise, eles constituem indício de deficiência que precisa ser eliminada para não se perpetuar.

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Inexistência de plano de lubrificação organizado

O plano de lubrificação muitas vezes é uma ferramenta abstrata e vaga. Às vezes, uma simples planilha pode ajudar, mas, dessa forma, raramente se pode fazer a lubrificação avançar e se tornar eficiente. O plano de lubrificação deve ser realmente gerenciador e gerenciável, além de ter uma revisão consistente em base anual. Assim não sendo, desatualiza-se e, no limite, alimenta a cultura do “achômetro” e nutre a ineficácia.

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Utilização de ferramentas e utensílios obsoletos na lubrificação

Já se foi o tempo em que os funis e as almotolias eram essenciais na lubrificação. Hoje não são, pelo contrário, são fontes de problemas e de contaminação. Diversos utensílios, manuais ou não, já não são adequados aos requisitos de lubrificação dos equipamentos atuais, em que novas técnicas são requeridas. A lubrificação centralizada, por névoa, automática multi e mono ponto, a pneumática e outras requerem ferramentas e utensílios de precisão para operarem com exatidão. Ferramenta inadequada leva à improvisação e à “gambiarra”, o que sinaliza para qualquer coisa, menos eficácia.

12 Falta de espírito de equipe Sinal a princípio intangível, porém, com o tempo e o convívio, se observa seu efeito deletério sobre a lubrificação. A desagregação de uma equipe de mecânicos lubrificadores, incluindo os supervisores e gestores, como outra qualquer, reflete-se no resultado do serviço ou na qualidade das rotinas ou programações de lubrificação. Onde um clima de respeito, admiração e responsabilidade não estão presentes, floresce mais um sinal de ineficiência na lubrificação.

Apesar do conceito de eficácia ser muito abrangente, de certa forma subjetivo e multifacetado, podem-se trazer para a prática indicações, através de sinais, de algumas causas que ajudam a responder por que as coisas não vão bem e como corrigi-las, seja em lubrificação, seja em qualquer área, em que as boas práticas fazem uma grande diferença.

Antonio Traverso Júnior é engenheiro e Consultor Sênior de Lubrificantes da Gerência de Grandes Consumidores da Petrobras Distribuidora.

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Signs of Inefficient Lubrication By: AntĂ´nio Traverso

I

n a recent visit to a small hydroelectric power plant, I could observe the complexity of such a project. In this kind of enterprise, it is necessary to dig in the riverbed until a hard rock is found, to stick there a concrete dam and to plant a huge powerhouse down the river with all the necessary devices of machines and equipment to obtain the highest yield or potential of the waterfall. The formidable project has high performance turbines and generators and the highest level set of control and supervision. Everything was fine since the start up of operations some years ago. Energy generation was working well, until one of the turbine speed reducers failed due to a non-mechanical malfunction and production had to stop. During the repair and after some investigation, the maintenance crew found traces that lubrication was not working well. Some parts of the speed reducer were showing formation of varnish internally and micropitting in the gears.

At the end of the visit, many questions were still not answered, but findings or signs of poor lubrication were evident: lubrication was not properly designed nor internalized in that project, since highly wet environments demand special care concerning lubrication and equipment protection. The question was what really makes lubrication ineffective even in complex and specialized contexts as the one seen above.

The visit was the inspiration for this article.

Poor lubrication has several signs due to the multiplicity of clusters in ventures with equipment needing lubrication. In face of this, signs of inefficient lubrication to be seen below are not exclusive nor intend to be exhaustive. This paper intends only to encourage and stimulate a reflection or review of processes and practices in search of the opposite situation, that is, an efficient lubrication. Signs are the following:

1 Inefficiency in the project design Lack of accuracy while integrating equipment in projects where several environmental, operational and maintenance aspects can be peculiar or extremely specific create medium and long term problems that can lead to failures and losses in production, as in the case of the reducer mentioned above. The hydroelectric power plants, in face of the positioning of turbines bulb, have the equipment submitted to wet environments, so 14

it is worth reviewing and reassessing practices and cares of the conventional lubrication, with the goal of achieving optimization in the project.

2 Misconception of the strategic importance of lubrication While a strong and comprehensive view of the maintenance culture towards reliability and operational availability is not disseminated and constantly reassured, lubrication does not work and will show signs of weakness, since in most companies lubrication is often the less visible and less valued part of the maintenance process. Where there are no signs, care, evidences, and where details of lubrication are not part of the strategy, it will hardly be effective.

3 Lubrication management by low cost A major dilemma of short term or crisis management is the lubrication management by low cost. There is almost always a crisis or budget restriction “in the air� and, consequently, lubrication is the first among maintenance items to be dully reformulated to fit actions leading to the lowest cost at the shortest time. When lubrication is outsourced, pressure upon decreasing costs is almost unbearable at the time of contract renew, making the service provider reduce the level of service or simply give up the contract. The concept of win-lose is in general a good sign of inefficiency.

4 High turnover of the Lubricating Crew High turnover is a reflex of lack of recognition and motivation of the lubrication mechanics who, in general, are few and always seen as available for an extra task. There are companies that encourage or even demand the lubricating mechanics improvement by means of capacitation courses and certifications in lubrication. However, when these lubricators get these certifications or capacitation, companies are not agile enough to reclassify them and keep them.

5 Buying lubricants by low price This is a powerful sign and is linked to item 3, lubrication management by low cost. Here, the reasoning

is: lubricants are all the same, with the same base stock and the same additive packages, so it is more profitable to buy by the lowest price. This is a powerful sign of poor lubrication, attraction to risks and implies an option for corrective maintenance. In this environment, the concept cost-effective is not acknowledged or enjoyed.

6 Poor Lubricant Storage and Handling This sign is linked to negligence, disorganization, lack of hygiene and old-fashion practices of lubricant manipulation.

Where there is much use of funnels and improvised plastic packages, the sign of poor lubrication becomes stronger, with probable evidences of uncontrolled contamination. There are also facilities used as general warehouses, with various useless things that nobody knows how they got there and why they are kept there. This is also an outstanding sign of irresponsibility concerning lubrication.

7 Lack of Know-how and Technology As well as in every area of knowledge, technology in lubrication is improving and being reinvented in shorter and shorter cycles, that is, obsolescence speed is high.

Thus, constant updating and knowledge management is a relevant task to avoid poor lubrication. As an example, we see that most load lifting equipments and loading arms at ports and water transportation terminals, although demanding highest performance grease including environmental performance, are still lubricated with simple lithium and asphaltic base greases, not suitable to this application. In this case, inefficient lubrication also “spills” in the environment.

8 High Failure Rate in Lubricated Equipment When the classic maintenance measures as MTBF, MTTR and others are unfavorable, it is a strong sign indicating that lubrication, among other items, must be reconsidered.

How often do we hear that more than 70% of rolling bearings failure are associated to lubrication disorders? How often do we hear that hydraulic systems are little trustworthy? Even so, very often the cause-effect relationship does not achieve the core of the problem, that is, a gap in lubrication or in any correlated technique (filtration, monitoring, management and so on). It is strong evidence that, during daily troubles and emergencies, this sign is ignored.

9 High Generation of Lubricant Waste Frequent oil and grease changes are not the goals of good equipment designs. Thus, a high generation of

lubricant waste most of the time points to some lubricant disorder and equipment misbehavior. There are operational situations that can coexist with these disorders for a certain period of time in face of production or contract convenience.

Nevertheless, it is a real trace of inefficiency that must be eliminated not to become permanent.

10 Absence of Organized Lubrication Plan Lubrication plan uses to be an abstract and vague tool.

Sometimes a simple spread sheet can work but it will hardly make lubrication proceed and become effective. A lubrication plan must be really a manager and be manageable, constantly submitted to reviews in an annual basis, otherwise it becomes outdated and ultimately fosters the culture of “I think”, paving the ground to ineffectiveness.

11 Using Obsolete Tools and Devices in Lubrication Time has gone when funnels and oilers were necessary in lubrication. Today they are not, on the contrary, they are a source of problems and contamination. Several devices, either manual or not, are no longer appropriate to the lubrication requirements of modern equipment in which updated techniques are required. Centralized lubrication systems, automatic systems, pneumatic lubrication, among others demand precise tools and devices to operate accurately. Inadequate tools lead to improvisation, which means anything but effectiveness.

12 Lack of Team Spirit At first an intangible sign, as time goes by and with daily relationship, lack of team spirit causes a harmful effect on lubrication. The breakdown of a team of lubrication mechanics, including supervisors and managers, as in any other team, affects the service provided or the quality of routines or lubrication schedules. When there is not an atmosphere of respect, admiration and responsibility, there flourishes a sign of inefficient lubrication.

Although the concept of efficiency is comprehensive and, in a certain way, subjective, with many faces, it can lead to practical indications, by means of signs, of some causes that help to understand why things are not working well and how they can be fixed, be it in lubrication or in any other area where good practices make great differences.

Antonio Traverso Júnior is engineer and Senior Consultant for Lubricants of Petrobras Great Consumers Management

15

Tsunami de Óleos Básicos?

Estratégias no Mercado de Lubrificantes & Óleos Básicos Artigo baseado em uma palestra apresentada na PEDEA Trading Co. e em artigos de Michael Porter publicados pela Harvard Business Review: What is Strategy? e The Five Competitive Forces that Shape Strategy Por: Claudio Pereira da Silva

O

mercado mundial de lubrificantes e óleos básicos tem atravessado um período de profundas mudanças nos últimos anos, com novos desafios, mas também novas oportunidades.

As novas direções e horizontes são o “pano de fundo” de um novo cenário, muito desafiador e muito mais complexo do que já foi antes, e continuarão em ritmo acelerado nos próximos anos.

Com um panorama de aumento crescente da competitividade e em constante mudança, este artigo foca na importância do planejamento estratégico no mercado de lubrificantes e óleos básicos nestes novos tempos, para alavancar os resultados financeiros das empresas.

A Estratégia do “Movimento em Cardume” O contexto atual para a indústria de transformação, no qual está inserida a indústria de lubrificantes acabaQuantidade

Oversupply das taxas de operação de Preços, Margens e da Rentabilidade “Movimento em cardume” no da capacidade pelos players

CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

DEMANDA

Momento da tomada de decisão sobre o da capacidade dos players no “movimento em cardume” fonte: LubeKem

Tempo

Figura 1 – “Movimento em Cardume” no Aumento das Capacidades de Produção

16

dos e óleos básicos, apresenta inúmeros desafios que são frutos da globalização, como: aumento da competição, maturidade dos mercados nos países desenvolvidos, necessidade de inovação, demanda conflitante por preços baixos e produtos “customizados”, pressões e limitações impostas pelos stakeholders (fornecedores, clientes, empregados, comunidade, mercado financeiro, governo federal/estadual/municipal) etc.

A globalização tem um grande efeito devastador sobre os mercados globais, que é a “comoditização” acelerada de produtos, estratégias e até de pessoas, o que, sem dúvida, está acontecendo também no mercado mundial de lubrificantes e óleos básicos e que, infelizmente, resulta em uma enorme pressão sobre preços e margens.

Essa pressão sobre preços e margens se deve à chamada estratégia do “movimento em cardume”, em alusão ao movimento de um cardume de peixes, em que todos viram para o mesmo lado e ao mesm o tempo como uma estratégia de sobrevivência. O grande problema ao se adotar essa estratégia é que, às vezes, todos acabam virando diretamente para a “boca do tubarão”.

Já presenciei o “movimento em cardume” em diversos mercados em que atuei. No mercado de lubrificantes e óleos básicos, esse efeito é particularmente observado no verdadeiro “tsunami” de investimentos no aumento das capacidades de produção de óleos básicos Grupo II e III, em que os aumentos entre 2011 e 2018 equivalem a mais de 30% da demanda mundial de lubrificantes. Além disso, também estão previstas no período novas capacidades para óleos Grupo IV, V e rerrefinados.

O “movimento de cardume” no crescimento das capacidades de óleos básicos e também de lubrificantes resulta em (Figura 1):

99 Oversupply e redução das taxas de operação; 99 Redução de preços e margens; 99 Redução da lucratividade das empresas.

Ou seja, todos os esforços e investimentos feitos para ganho de escala, incremento de eficiência e redução de custos, aumento da qualidade dos produtos etc. acabam sendo transferidos aos clientes na forma de preços menores e com um impacto negativo nas margens e rentabilidade das empresas do mercado.

Estratégias “Comoditizadas” x Estratégia Competitiva

Valor não monetário entregue ao cliente

Fronteira da produtividade Melhor combinação de benefício/custo permitido pelo conhecimento e tecnologias atuais

Alto

Baixo Alto

Valor não monetário entregue ao cliente

Essas e outras estratégias podem ser melhor classificadas como ferramentas administrativas para aumento da eficácia operacional, já que “estratégia competitiva” consiste em ser diferente, e isso significa escolher deliberadamente um conjunto diferente de atividades para fornecer um mix único de valor. É verdade que é necessária uma melhoria contínua na eficácia operacional para alcançar uma lucratividade superior; contudo, em mercados globalizados e competitivos como o mercado de lubrificantes e óleos básicos, isso geralmente não é suficiente para que as empresas atinjam aumentos sustentáveis de lucratividade.

Os motivos para isso são: a rápida difusão das melhores práticas e o fato de que, à medida que os concorrentes imitam as melhorias uns dos outros, as estratégias convergem e, embora haja uma melhoria absoluta em eficácia operacional, não há melhoria relativa para ninguém.

Na concorrência baseada apenas na busca do aumento na eficácia operacional, vemos que todos perseguem o mesmo cliente e acabam centrando-se em características “comoditizadas” do produto e preços, e isso, infelizmente, resulta em um esforço das

Custo Transferência dos ganhos do aumento da “eficácia operacional” para os clientes

Alto

Baixo Alto

Com a globalização, a maioria absoluta das indústrias de transformação, incluso a indústria de lubrificantes e óleos básicos, acabam adotando estratégias “comoditizadas”.

Entre elas, destacamos: 99 Benchmarking; 99 Outsourcing; 99 Alianças estratégicas e aquisições; 99 Balanceamento entre commodities nos mercados mais maduros e especialidades em nichos de mercado; 99 Diferenciação de marcas; 99 Foco em posições estratégicas de baixo custo; 99 Trade-off valor-custo.

Baixo

Baixo

Custo

fonte: LubeKem

Figura 2 – Estratégias “Comoditizadas” x Eficácia Operacional

empresas para garantir os melhores resultados possíveis para seus clientes, uma vez que o objetivo é apenas estar mais próximoda chamada “Fronteira da Produtividade” (Figura 2).

Um grande equívoco sobre competição é considerá-la uma disputa direta entre rivais, quando a questão real não é superar os rivais ou conquistar uma venda, e sim obter lucro e captar o valor criado pelo setor. Ou seja, a vantagem competitiva consiste em criar valor único para os clientes, e isso deve necessariamente refletir em resultados financeiros positivos para as empresas.

Formulação de uma Estratégia Competitiva para a Indústria de Lubrificantes Por experiência de outros trabalhos realizados na área de Planejamento Estratégico, o ponto de partida para uma empresa em via de avaliar ou formular uma estratégia competitiva é a análise da estrutura da indústria de acordo com as 5 forças competitivas descritas por Michael Porter (Figura 3), pois concentra a atenção na competição a ser enfrentada, fornece os parâmetros para medir o desempenho superior, explica os preços e custos médios do setor e, portanto, a lucratividade média a ser superada.

Como cada força possui uma relação clara, direta e previsível com a lucratividade do setor, uma empresa bem-sucedida na indústria de lubrificantes e óleos básicos estará posicionada favoravelmente às forças de maior importância.

O entendimento dessa estrutura para o mercado de lubrificantes e óleos básicos é essencial para um efetivo posicionamento estratégico, armando a defesa contra as forças competitivas e para moldá-las em favor de uma empresa. É, portanto, crucial para a estratégia.

17

INOVAÇÃO DO VALOR Eliminar custos

+ custos valor

Criar valor

Custos

Valor para o cliente

Nível de oferta

Alto

Curva de inovação do valor

e óleos básicos é chamada Curva de Valor da Indústria, que permite uma visão top-down de como uma indústria investe em infraestrutura, como compete e que produtos e serviços oferece aos clientes.

Curva de Inovação do Valor

Curva de valor industria

A Curva de Valor da Indústria para o mercado de lubrificantes e Baixo óleos básicos fornecerá as bases para a criação da Curva de Inovação Oferta de infraestrutura, produtos e serviços pelos competidores ao mercado de Valor (Figura 4) em uma estratégia competitiva, para alcançar uma Fonte: LubeKem baseado em Blue Ocean Strategy (W. Chan Kim e Renée Mauborgne vantagem sustentável com impacto Figura 4 – Curva de Valor da Indústria e Curva de Inovação do Valor positivo na lucratividade da empresa.

Voltando ao cenário global para a indústria de lubrificantes e óleos básicos, destacamos Ameaça de NOVOS as principais mudanças em curso: ENTRANTES 99 Aumento da oferta de óleos básicos Grupo II, III, IV, V e rerrefinados (Grupo I e II); 99 Redução da oferta de óleos básicos Grupo I; 99 Redução da taxa de crescimento da demanda de luRIVALIDADE Poder de Poder de entre os Barganha dos Barganha dos brificantes; competiFORNECECOMPRADORES dores DORES 99 Redução dos prêmios de qualidade nos preços de óleexistentes os básicos; 99 Aumento da concorrência em lubrificantes e óleos básicos por parte das empresas nacionais de petróleo; Ameaça de 99 Aumento das pressões por medidas efetivas na econoprodutos ou bens mia de combustível; SUBSTITUTOS Fonte: The Five Competitive Forces that Shape Strategy 99 Aumento das pressões de qualidade e meio ambiente; 99 Novas tecnologias de produção de óleos básicos.

Figura 3 – As Cinco Forças Competitivas que Moldam a Estratégia As forças competitivas revelam os drivers da concorrência no setor, e um estrategista que entende que a concorrência se estende bem além de rivais existentes detectará ameaças competitivas mais amplas e estará melhor preparado para lidar com elas.

Ao mesmo tempo, pensar de forma abrangente sobre a estrutura da indústria de lubrificantes e óleos ajudará a descobrir oportunidades, como diferenças de clientes, fornecedores, bens ou produtos substitutos, os potenciais novos entrantes e rivais, que podem se tornar a base para estratégias distintas e para um desempenho superior da empresa no mercado.

Uma das ferramentas úteis na formulação de uma estratégica competitiva para o mercado de lubrificantes 18

Ressalto que, com tantas novas direções e horizontes no mercado de lubrificantes e óleos básicos, com a competição mais aberta e em constante mudança, É MAIS IMPORTANTE DO QUE NUNCA pensar estruturalmente sobre a competição, reavaliando a estratégia dos negócios no novo cenário e considerando a possibilidade de adotar NOVAS ESTRATÉGIAS para alavancar os resultados financeiros das empresas de modo sustentável.

Claudio Pereira da Silva é Diretor da LubeKem

Consultoria

para

áreas

de

planejamento estratégico, procurement, importação e exportação.

19

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20

A Base Oils Tsunami?

Strategies in the Lubricants & Base Oils Market This article is based on a lecture presented at PEDEA Trading Co. and on articles by Michael Porter published

by Harvard Business Review: What is Strategy? and The Five Competitive Forces that Shape Strategy By: Claudio Pereira da Silva

T

he world market of lubricants & base oils has been enduring a period of deep changes in the last years, with new challenges, but also new opportunities.

The new trends and horizons are the background of a new scenario much more challenging and complex than it was before and that will continue speeding ahead.

Within an increasingly competitive and changing scenario, this article focus on the importance of current strategic planning in the lubes & base oil market to booster the company financial results.

Strategy of the “Shoal Movement” The current context for the processing industry, in which the finished lubes & base oils industry is inserted, presents several challenges as a consequence of globalization, such as: increasing competitiveness, ripe markets in the developed countries, need of innovation, conflicting demand for low prices and customized products, pressure and limits imposed by stakeholders (suppliers, customers, employees, community, financial market, federal/state/municipal governments) and so on.

Globalization has a devastating effect on global markets, that is the speedy commoditization of products, strategies and even people, and this is no doubt also

Quantity

Oversupply of operation rates of prices, margins and profitability “Shoal movement” on the ability for players

happening in the world lubes & base oil market, what unfortunately leads to a high pressure on prices and margins.

This high pressure on prices and margins is due to the so-called “shoal movement”, in allusion to a fish shoal movement in which all fish turn to the same side, at the same time, as a survival strategy. The problem in adopting this strategy is that sometimes they end up all turning directly into the shark’ s mouth.

I have witnessed the shoal movement in several markets I have worked in, and in the lubes & base oils market this effect is particularly observed in the true tsunami of investments towards enlarging base oils Group II and III production capacity. This can be seen in the expected increase, between 2011 and 2018, equivalent to more than 30% of the world lubricant demand, and larger capacity for oils Group IV, V and re-refining is also foreseen.

The “shoal movement” in the increase of base oil and lubricant capacity results in (Figure 1): 99 Oversupply and decrease in operational taxes; 99 Decrease in prices and margins; 99 Decrease in companies’ profitability.

In fact, all efforts and investments made to gain scale, increase efficiency, decrease costs, improve product quality and so forth eventually pass on to customers in

Nonmonetary value delivered to the client

CAPACITY

High

Low High

DEMAND

Moment of decision making on the of players capacity in the “shoal movement”

Frontiers of productivity Best combination of cost/benefit provided by current know-how and technology

Nonmonetary value delivered to the client

Time

Figure 1 – “Shoal movement” in the increase of production capacity

Cost Transference to clients of profits obtained in operational efficiency

High

Low High

Source: LubeKem

Low

Low

Cost

Source: LubeKem

Figure 2 – “Commoditized Strategies” x Operational Efficiency

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THREAT OF NEW ENTRY

VALUE INNOVATION Eliminate costs

+ costs value

Create value

Costs

SUPPLIER POWER

COMPETITIVE RIVALRY

BUYER POWER

Value to the Clients

Offering Level

High

Value innovation curve Industry value curve

Low

Supply of Infrastructure, Products and Services by competitors to the Market

THREAT OF SUBSTITUTION Source: The Five Competitive Forces that Shape Strategy

Figure 3 – Five Competitive Forces that Shape Strategy

the form of lower prices, with negative impact on margins and profitability of the market companies.

Commoditized strategies x Competitive strategy With the globalization process, the absolute majority of the processing industries, including the lubes & base oils industry, ends up adopting “commoditized” strategies, with special highlight to: 99 Benchmarking; 99 Outsourcing; 99 Strategic alliances and acquisitions; 99 Balance between commodities in the riper markets and specialties in market niches; 99 Brand differentiation; 99 Focus on low cost strategic positions; 99 Trade-off value cost.

These and other strategic approaches can be better classified as management tools towards increasing efficiency, since competitive strategic means to be different, and this leads to a deliberate choice of a different array of activities to provide a sole value mix.

An ongoing improvement in operational efficiency is necessary indeed to achieve higher profitability. However, in global and competitive markets, as the lubes & base oils, this is not sufficient to make companies achieve sustainable increase in their profits.

The reasons for this are: fast dissemination of best practices and the fact that while competitors imitate each others´ improvements, strategies converge, and, although there is an absolute improvement in operational efficiency, there is no relative improvement for anyone.

22

Source: LubeKem based on Blue Ocean Strategy (W. Chan Kim e Renée Mauborgne)

Figure 4 – Industry Value Curve and Value Innovation Curve

In competitiveness based only on the search for increasing operational efficiency, we realize that all companies pursue the same customer and end up concentrating on commoditized features of the product and prices. Unfortunately, this results in companies’ big effort to ensure the best possible outcomes for their clients, once the goal is to be the closest possible to the “Frontiers of Productivity” (Figure 2).

A great mistake concerning competition is to consider it a direct dispute between rivals, once the real point is not to overcome rivals or to conquer sales, it is to obtain profit and pick up the value created by the sector.

That is, competitive advantage lies in creating a sole value to customers, and this must necessarily imply positive financial results to the companies.

Formulation of Competitive Strategy to the Lubricant Industry Based on experience of other studies made in the area of strategic planning, the starting point for a company willing to assess or formulate a competitive strategy lies in the analysis of the company structure according to Michael Porter´s Five Forces of competition (Figure 3), since this analysis focuses on competition to be faced, provides parameters to measure a superior performance, explains prices and average costs of the sector and, consequently, the average profitability to be overcome.

As each force has a clear, direct and predictable relation with the sector profitability, a successful company in the lubricant & base oils industry will be positioned favourably to the forces of major importance.

Understanding this structure is crucial to the lubes & base oils market in order to achieve an effective strategic position, arming defense against

competitive forces and shaping it in favor of a company. It is essencial to strategy.

Competitive forces reveal the drivers of competitivenesws in the sector, and a strategist that acknowledges that competition goes far beyond existing rivals will be able to detect larger competitive threats and will be better prepared to deal with them.

At the same time, a comprehensive understanding of the lubes & base oils industry structure will help to find out opportunities such as differences in customers, suppliers, goods or substituting products, potential new entry and rivals, that can be the ground for distinct strategies and to a superior performance of the company in the market.

One of the useful tools in formulating a competitive strategy for the lubes & base oils market is called “Industry Value Curve”, which provides a top-down view of how an industry invests in infrastructure, how it competes and which products and services it supplies to the customers.

The Industry Value Curve will provide the lubes & base oil market with the bases to create the Innovation Value Curve (Figure 4) in a competitive strategy to achieve a sustainable advantage with positive impact on the company profitability.

Turning back to the global scenario of the lubes & base oils industry, we highlight the main current changes: 99 Increase in the offer of base oils Group II, III, IV, V and re-refined (Group I and II); 99 Decrease in the offer of base oils Group I; 99 Decrease in the growth rate of lubes demand; 99 Decrease in the “quality premiums” in the base oils prices; 99 Increase in the lubes & base oils competitiveness by the national oil companies; 99 Increase in pressure for low cost fuel effective measures; 99 Increase of quality and environment requirements; 99 New technology of base oil production.

I reassure that, with so many new trends and horizons in the lubes & base oils market, with open and constantly changing competitiveness, IT IS MORE IMPORTANT THAN EVER to have a structural understanding of competition, reassessing the business strategies in the new scenario and considering the possibility of adopting NEW STRATEGIES to booster companies’ financial results in a sustainable basis.

Claudio Pereira da Silva is Director of LubeKem Consultoria

23

Influência dos Óleos

Básicos no Desempenho dos Lubrificantes de Motor Por: Maristela de F. Vieira Melachus, Roberta Miranda Teixeira, Daiane C. Spadari, Sérgio Luiz C. Viscardi

O

s lubrificantes, em sua maioria, têm origem mineral, vegetal, animal e sintética.

Os mais utilizados são os óleos minerais, que são obtidos a partir do petróleo e, dependendo de sua estrutura molecular, são classificados em óleos básicos parafínicos, naftênicos e aromáticos. A estrutura está relacionada com a origem do petróleo e o processo de obtenção.

Cada tipo de óleo básico corresponde a uma série de propriedades desejáveis, conforme a aplicação do lubrificante.

De acordo com a classificação API, os óleos básicos estão divididos em cinco grupos. Desses, três grupos são relacionados às bases minerais parafínicas (Grupo I, II e III) tendo como parâmetros de diferenciação o teor de saturados, teor de enxofre e o índice de viscosidade, conforme Tabela 1.

Os grupos IV e V não serão abordados neste trabalho.

Além das diferenças de propriedades encontradas entre os três grupos API, é importante salientar que, dentro de um mesmo grupo, são ofertados óleos básicos de qualidades distintas. Essas diferenças podem impactar diretamente na formulação do lubrificante no que se refere às propriedades físico-químicas e também em sua

24

Grupo

Saturados

Enxofre

IV

I

< 90%

> 0,03%

80 < IV<120

II

> 90%

< 0,03%

80 < IV <120

III

> 90%

< 0,03%

IV > 120

Tabela 1 – Classificação API para óleos básicos

Grupo

Identificação

Blend Oil*

Grupo I (A) 150 + 500 Grupo I (B) 150 + 500 15W40 SL Grupo I (C) 150 + 600 Grupo I (D) 150 + 500 Grupo II (A) 220 (B) + 220 (C) Grupo II (B) 220 15W40 SL Grupo II (C) 220 Grupo II (D) 170 Grupo III (A) 4+6 5W30 SN Grupo III (B) 4+6 Grupo III (C) 4+6 *Identificação das viscosidades dos básicos utilizados nas misturas, os quais são de origens diferentes: GI e GII (SSU), GIII (cSt).

Tabela 2 – Óleos lubrificantes preparados com óleos básicos de diferentes origens

sinergia com os aditivos, levando a diferentes níveis de desempenho na aplicação. Por esse motivo, torna-se essencial o entendimento relacionado aos diferentes conTermogravimetria (TGA) ceitos de especificação e desempenho.

Viscosidade a alta temperatura e ASTM D 5481 Especificação é a faixa de variação de cada alto cisalhamento – HT/HS uma das características do óleo básico que permitem ASTM D 2272 Estabilidade oxidativa - RPVOT Determinação da tensão de identificá-lo. Essa identificação é realizada através de escoamento e viscosidade análises típicas que visam à caracterização do produASTM D 4684 aparente de óleos de motor a to. Entretanto, convém ressaltar que dois óleos básicos baixa temperatura - MRV que possuem a mesma análise típica podem não apreDeterminação da viscosidade sentar o mesmo desempenho no lubrificante formulado. aparente de óleos de motor entre ASTM D 5293 Desempenho é o comportamento do lubrificante -5 e -35 °C usando o simulador a numa dada aplicação, o qual é verificado por meio de frio - CCS testes específicos. Nessas aplicações, os aditivos são os Determinação da perda por ASTM D 5800 principais responsáveis pelo desempenho do lubrificanevaporação de óleos lubrificantes (método B) - NOACK te, porém torna-se essencial a definição adequada do Calorimetria Diferencial blend oil, o qual, em sinergia com os pacotes de aditivos, CEC-L-85-T-99 Exploratória - PDSC proporciona o atendimento aos padrões de desempenho exigidos pelos principais institutos, como API e ACEA, Tabela 3 – Ensaios comparativos realizados nas amostras de lubrificantes bem como OEMs. Estabilidade à oxidação, min (RPVOT) Estabilidade à oxidação, min (RPVOT) Com base no exposto, o es532 tudo a seguir tem como principal 453 420 342 334 objetivo avaliar o desempenho de 286 282 268 produtos formulados com blend oils de diferentes origens pertencentes ao mesmo grupo API, mantendo-se Grupo I Grupo I Grupo I Grupo I Grupo II Grupo II Grupo II Grupo II constantes o pacote de aditivos e as (A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) taxas de tratamento.

Norma referência

Ensaio

Figura 1 – Estabilidade à oxidação (RPVOT), tempo (min) - 15W40 SL Estabilidade à oxidação, min (PDSC)

Estabilidade à oxidação, min (PDSC)

57,74 53,81

Grupo I (A)

55,39

Grupo I (C)

55,75

54,67

53,39

Grupo I (D)

Grupo II (A)

57,71

Grupo II (B)

Grupo II (C)

Grupo II (D)

Figura 2 – Estabilidade à oxidação (PDSC), tempo (min) - 15W40 SL Estabilidade à oxidação, min (RPVOT) 226

Estabilidade à oxidação, min (PDSC)

237 224 99,33

98,92 93,42

Grupo III (A)

Grupo III (B)

Grupo III (C)

Grupo III (A)

Figura 3 – Estabilidade à oxidação, min (RPVOT) e (PDSC) - 5W30 SN

Grupo III (B)

Grupo III (C)

Metodologia Foi conduzido um estudo comparativo com diferentes formulações de três óleos lubrificantes, em que a variável estudada foi o blend oil, dessa forma os pacotes de aditivos e as taxas de tratamento foram mantidos para cada grau SAE e nível de desempenho API, totalizando 11 amostras avaliadas. O detalhamento das formulações preparadas pode ser visualizado na Tabela 2.

Para avaliar o impacto da escolha do blend oil no desempenho dos lubrificantes formulados, foram determinadas as propriedades de fluxo a frio, estabi25

de estabilidade oxidativa medidos por bomba rotatória (RPVOT) e por PDSC, respectivamente. É 249,9 249,3 249,3 247,5 231,2 possível verificar que as amos219,8 210,2 tras formuladas com blend oil 209,9 grupo II apresentaram um desempenho superior, se comparaGrupo II Grupo II Grupo II Grupo II Grupo I Grupo I Grupo I Grupo I das às formuladas com o grupo I (A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) pelas duas técnicas. Analisando Figura 4 – Onset Estabilidade térmica (°C) – 15W40 SL cada grupo individualmente, as amostras grupo I (D) e grupo II Perda de evaporação, % Perda de evaporação, % (C) se destacam no ensaio de RPVOT, enquanto na análise por 10,30 10,30 9,80 9,40 PDSC o desempenho das amos8,60 8,40 8,30 8,10 tras grupo I (C), grupo II (C e D) se destacam das demais. Porém a amostra de óleo básico 150 utiGrupo I Grupo I Grupo I Grupo I Grupo II Grupo II Grupo II Grupo II (A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) lizada na formulação grupo I (D) apresentou presença de antioFigura 6 – Perda por evaporação, % - 15W40 SL xidante, o que descaracteriza o lidade térmica e oxidativa, volatilidade, bem como resultado para efeitos de comparação. O resultado as viscosimétricas. A Tabela 3 apresenta os ensaios da amostra grupo I (B) não foi reportado, pois a realizados e as respectivas normas de referência. mesma não apresentou evento para o equipamento PDSC. Acredita-se que a amostra sofreu oxidação em temperatura inferior ao estipulado no método na Resultados qual as outras amostras foram analisadas.

A Estabilidade Oxidativa indica a capacidade A Figura MRV, mPa.s de resistência 3 apresenta Onset Estabilidade Térmica, ºC à oxidação do o compara58083 óleo quando tivo entre as 47933 submetido a amostras do 36030 252,9 longos perío- l u b r i f i c a n t e 241,2 212,3 dos de esto- SAE 5W30 cagem ou sob SN formulado Grupo III Grupo III Grupo III c o n d i ç õ e s com básicos (A) (B) (C) Grupo III Grupo III Grupo III dinâmicas de do grupo III Figura 9 – MRV (Mini Rotary Viscometer), (A) (B) (C) uso. nos ensaios mPa.s – 5W30 SN Figura 7 – Perda por evaporação, % - 5W30 SN As Figuras de RPVOT e Simulador de partida a frio, mPa.s Onset Estabilidade Térmica, ºC 1 e 2 apresen- PDSC, restam o com- pectivamen5830 5690 parativo entre te.

Observa5487 252,9 os resultados se que a 241,2 212,3 das amostras a m o s t r a do óleo SAE grupo III (B) 15W40 SL for- a p r e s e n t o u Grupo III Grupo III Grupo III Grupo III Grupo III Grupo III (A) (B) (C) mulado com menor estabi(A) (B) (C) os grupos I e lidade oxida- Figura 11 – Simulador de partida a frio, Figura 5 – Onset Estabilidade térmica (°C) II nos ensaios tiva nas duas mPa.s – 5W30 SN Onset Estabilidade Térmica, ºC

– 5W30 SN

26

Onset Estabilidade Térmica, ºC

oxidação da amostra quando em atmosfera de oxigênio. A medida 33628 é denominada onset de tempera28448 tura (°C), a qual é definida como 22803 22558 17956 19423 a temperatura inicial de perda de 15841 15102 massa da amostra nas condições estudadas.

Grupo II Grupo II Grupo II Grupo II Grupo I Grupo I Grupo I Grupo I A Figura 4 apresenta os re(A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) sultados para as formulações de Figura 8 – MRV (Mini Rotary Viscometer), mPa.s – 15W40 SL óleo 15W40 SL. Podemos verificar que as amostras do grupo Simulador de partida a frio, mPa.s Simulador de partida a frio, mPa.s II apresentam melhor desempe6310 nho, se comparadas às amos5690 5648 5479 tras do grupo I. Quando avalia4425 4479 3959 mos os grupos individualmente, 3412 observamos que a amostra grupo I (D) possui uma melhor esGrupo II Grupo II Grupo II Grupo II Grupo I Grupo I Grupo I Grupo I tabilidade térmica, enquanto as (A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) amostras de grupo II apresenFigura 10 – Simulador de partida a frio, mPa.s – 15W40 SL taram resultados semelhantes.

Essa propriedade sofre grande High Temperature High Shear, mPa.s High Temperature High Shear, mPa.s interferência, mas não somente, 4,006 3,916 da volatilidade do óleo, ou seja, 3,897 3,889 3,835 3,753 3,830 3,722 quanto mais volátil, menor o onset de temperatura.

A Figura 5 nos mostra o comparativo entre as amostras Grupo II Grupo II Grupo II Grupo II Grupo I Grupo I Grupo I Grupo I (A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) do óleo SAE 5W30 SN formulado com básicos do grupo III. Figura 12 – HT/HS, mPa.s – 15W40 SL Podemos verificar diferenças técnicas avaconsideráveis entre as três misturas, mesmo sendo High Temperature High Shear, mPa.s liadas. formuladas com óleos básicos de viscosidade seA seguir melhante. A amostra grupo III (C) apresentou me3,270 3,226 3,218 são apre- lhor desempenho nessa propriedade. sentados os As Figuras 6 e 7 apresentam os resultados gráficos com obtidos nas análises de perda por evaporação os resultados (Noack), para as formulações de 15W40 SL e 5W30 Grupo III Grupo III Grupo III obtidos na SN, respectivamente. O teste em questão avalia (A) (B) (C) análise ter- as perdas dos hidrocarbonetos mais leves do óleo Figura 13 – HT/HS, mPa.s – 5W30 SN m o g r a v i m é - quando submetido a temperaturas elevadas, o que trica (TGA), levaria ao maior consumo do óleo e à alteração de que avalia o processo de degradação térmica de suas características. Essa propriedade está relalubrificantes. Essa técnica permite avaliar a estabili- cionada à perda de nível do lubrificante em serviço. dade térmica de um material com base na variação Em concordância com a análise termograviméde massa por evaporação ou decomposição em fun- trica, ao comparar as amostras do óleo lubrificante ção da temperatura, em uma atmosfera controlada. 15W40 SL formulado com básico grupo II, é possíEssa perda de massa pode acontecer devido à vo- vel verificar que apresentam menor perda por evalatilização de componentes mais leves, bem como à poração, contribuindo para uma maior estabilidade MRV, mPa.s

MRV, mPa.s

27

térmica. Na comparação do óleo lubrificante 5W30 SN, verificamos que a amostra grupo III (A) apresenta perda por evaporação superior. Podemos correlacionar esse resultado com a análise termogravimétrica, na qual a mesma amostra apresentou estabilidade térmica inferior à das demais amostras do mesmo grupo.

As Figuras 8 e 9 apresentam os resultados de MRV para as formulações de 15W40 SL e 5W30 SN, respectivamente. Esse ensaio determina a tensão de escoamento e viscosidade aparente de óleos de motor a baixa temperatura. Nesse ensaio, avaliamos a bombeabilidade do óleo a baixas temperaturas. Ou seja, quanto menor a viscosidade aparente, melhor desempenho terá o lubrificante.

Ao comparar os resultados da Figura 8, verificamos que as amostras do grupo II apresentaram maior desempenho, se comparadas às amostras do grupo I para as formulações 15W40 SL. Analisando cada grupo individualmente, observamos que as amostras grupo I (B) e grupo II (B) têm desempenho inferior.

Na figura 9, observamos que a amostra grupo III (B) possui um desempenho inferior em relação às amostras do grupo 5W30 SN. As Figuras 10 e 11 apresentam os resultados obtidos no simulador de partida a frio (CCS - Cold Cranking Simulator) para as amostras de 15W40 SL e 5W30 SN, respectivamente. O ensaio determina a viscosidade aparente, operando em uma faixa de temperatura de 0°C a -40°C. Tal método tem demonstrado uma excelente correlação com os dados práticos em motores e é utilizado pela classificação SAE J300 para determinar os limites de viscosidade dos óleos de motor multiviscosos e também dos lubrificantes que atendem às especificações de baixas temperaturas.

Com base na Figura 10, observamos que a amostra que utilizou o grupo II (D) apresentou desempenho superior, enquanto que a amostra grupo I (B) apresentou desempenho inferior nos respectivos grupos. Em concordância com os resultados obtidos por MRV, se compararmos as amostras formuladas com blend oils dos grupos I e II, verificamos que o grupo II possui melhor desempenho na partida a frio.

28

Observando-se os resultados expressos na Figura 11, verificamos que a amostra que utilizou o grupo III (C) apresentou desempenho superior.

As Figuras 12 e 13 reportam os resultados encontrados na determinação da viscosidade a alta temperatura e alta pressão (HTHS - High Temperature High Shear) para as amostras de 15W40 SL e 5W30 SN, respectivamente. Embora os resultados não tenham apresentado diferença significativa, há uma tendência de as amostras que apresentaram viscosidades maiores demonstrarem resultados de HT/HS superiores.

Considerações finais Para a formulação do lubrificante 15W40 SL, as amostras que utilizaram óleos básicos do grupo II apresentaram melhor desempenho quando comparadas às formulações com grupo I. Porém, comparando-se as amostras formuladas com básicos do mesmo grupo API, foi possível verificar que as mesmas apresentaram diferente desempenho para um mesmo pacote de aditivos. De uma forma geral, as amostras C e D do grupo II e C do grupo I apresentaram melhores resultados.

Observação semelhante pode ser realizada nas amostras de lubrificante 5W30 SN, nas quais, embora tenham sido formuladas apenas com óleos básicos do mesmo grupo API (III), o blend oil (C) apresentou o melhor desempenho nas propriedades estudadas quando comparado aos demais.

Com base nos resultados obtidos, podemos mostrar a complexidade de formulação de um produto de alto desempenho, em que as análises físico-químicas são somente o início de um processo. A escolha do blend oil é importantíssima e deve sempre estar relacionada à sinergia com o pacote de aditivos, para que possamos atingir a produção de produtos de alto desempenho. Cabe salientar que o desempenho de um óleo lubrificante deve ser comprovado após sua aplicação e avaliação em testes de motor.

Maristela de F. Vieira Melachus, Roberta Miranda Teixeira, Daiane C. Spadari e Sérgio Luiz C. Viscardi são Engenheiros do Centro de Tecnologia Aplicada e da Qualidade (CTAQ) da Ipiranga

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29

Base Stocks Influence on the Performance of Engine Lubricants By: Maristela de F. Vieira Melachus, Roberta Miranda Teixeira, Daiane C. Spadari, Sérgio Luiz C. Viscardi

M

ost lubricants have mineral, vegetal, animal and synthetic origin. The most used are the mineral oils obtained from petroleum that, depending on their molecular structure, are classified as paraffinic, naphtenic and aromatic base oils. Structure is related to the origin of petroleum and to the process to obtain it, and each kind of base oil corresponds to an array of desirable properties, according to the lubricant application.

According to the API classification, base oils are divided into five groups. Three of these groups are related to the paraffinic mineral bases (group I, II and III), with the content of saturates, sulfur and viscosity index working as differentiation parameters, according to Table 1. Groups IV and V will not be approached in this paper.

Besides the differences in properties among the three API groups, it is important to highlight that, within a group, base oils of distinct qualities are offered. These differences can directly impact on the lubricant formulation concerning physicochemical properties and also on their synergy with additives, leading to different levels of the application performance. For this reason, it is crucial to understand the different concepts of specification and performance.

Specification is the range of variation of each base oil feature that identifies it. This identification is made through typical analyses aiming at the product Group

Saturates

Sulfur

VI

I

< 90%

> 0,03%

80 < VI<120

II

> 90%

< 0,03%

80 < VI <120

III

> 90%

< 0,03%

VI > 120

Table 1 – API classification for base oils

30

Group

15W40 SL

15W40 SL

5W30 SN

Identification Group I (A) Group I (B) Group I (C) Group I (D) Group II (A) Group II (B) Group II (C) Group II (D) Group III (A) Group III (B) Group III (C)

Blend Oil* 150 + 500 150 + 500 150 + 600 150 + 500 220 (B) + 220 (C) 220 220 170 4+6 4+6 4+6

*Identification of base stocks viscosity used in the blends from different origins: GI and GII (SSU), GIII (cSt).

Table 2 – Lubricant oils prepared with base oils of different origins

Test Thermogravimetry (TGA) Viscosity at High Temperature and High Shear – HT/HS Oxidation Stability - RPVOT Determination of Yield Stress and Apparent Viscosity of Engine Oils at Low Temperature - MRV Determination of Apparent Viscosity of Engine Oils Between –5 and –35°C Using ColdCranking Simulator - CCS Determination of Evaporation Loss of Lubricating Oils - NOACK Differential Scanning Calorimetry - PDSC

Method ASTM D 5481 ASTM D 2272 ASTM D 4684

ASTM D 5293 ASTM D 5800 (method B) CEC-L-85-T-99

Table 3 – Comparative tests carried out in the lubes samples

Oxidation Stability, min (RPVOT)

532 342 286

282

Onset Thermal Stability, ºC

Oxidation Stability, min (RPVOT) 453

420

252,9

334

241,2

268

Group I (A)

212,3

Group I (B)

Group I (C)

Group I (D)

Group II (A)

Group II (B)

Group II (C)

Group II (D)

Group III (A)

Group III (B)

Group III (C)

Figure 5 – Onset Thermal Stability (°C)

Figure 1 – Oxidation Stability (RPVOT), in minutes - 15W40 SL

– 5W30 SN Oxidation Stability, min (PDSC)

Oxidation Stability, min (PDSC)

57,74 55,39

53,81

Group I (A)

Group I (C)

55,75

54,67

53,39

Group I (D)

57,71

Group II (A)

Group II (B)

Group II (C)

Group II (D)

Methodology

Figure 2 – Oxidation Stability (PDSC), in minutes - 15W40 SL Oxidation Stability, min (RPVOT)

Oxidation Stability, min (PDSC)

237

226

224 99,33

98,92 93,42

Group III (A)

Group III (B)

Group III (C)

Group III (A)

Group III (B)

Group III (C)

Figure 3 – Oxidation Stability, min (RPVOT) and (PDSC) - 5W30 SN Onset Thermal Stability ºC

Onset Thermal Stability, ºC

249,3

249,3

Group II (A)

Group II (B)

249,9

231,2 210,2

Group I (A)

247,5

219,8 209,9

Group I (B)

Group I (C)

Group I (D)

According to the above mentioned, this paper aims mainly at measuring the performance of products formulated with blend oils of different origins belonging to the same API group, keeping the additives package and treatment rates constant.

Group II (C)

Group II (D)

A comparative study was made with different formulations of three lubricant oils, in which the blend oil was the considered variable. This way, additives packages and treatment rates were kept to each SAE grade and API performance level, totaling 11 samples assessed. Details of the prepared formulations can be seen in Table 2.

To assess the impact of the blend oil choice in the formulated lubricants performance, there were determined the properties of cold flow, thermal and oxidative stability, volatility as well as viscometric properties. Table 3 presents the tests carried out and respective reference standards.

Results

Figure 4 – Onset Thermal Stability (°C) – 15W40 SL

characterization. It is worth highlighting, though, that two base oils with the same typical analysis may not show the same performance in the formulated lubricant.

Performance is the lubricant behavior in a certain application checked by means of specific testing. In these applications, additives are the main responsible for the lube performance, but it is essential to define the blend oil accurately, because this oil, in synergy with the additives packages, meets the performance standards required by the main institutes, such as API and ACEA as well the OEM´s requirements.

Oxidation Stability indicates resistance to oil oxidation when it is subjected to a long storage period or under dynamic conditions of use.

Figures 1 and 2 present the comparison between the results of samples of SAE 15W40 SL oil formulated with groups I and II in the Oxidation Stability tests measured

by Rotating Vessel (RPVOT) and PDSC, respectively. It is possible to see that samples formulated with group II blend oil have presented a higher performance when compared to samples formulated with group I in both tests. Analyzing each group separately, samples of group I (D) and group II (C) excelled in RPVOT test, while, in the PDSC analysis, the 31

sample oxidation in face of oxygen atmosphere.

The measure is called temperature onset (°C), defined as the initial temperature of sample mass 10,30 10,30 9,80 9,40 8,60 loss in the studied conditions.

8,40 8,30 8,10 Figure 4 presents the results to the formulation of 15W40 SL oil. It is seen that Group I Group I Group I Group I Group II Group II Group II Group II samples of group II have a better performance (A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) when compared to samples of group I. When we measure the groups separately, the sample Figure 6 – Evaporation loss, % - 15W40 SL of group I (D) presents a better thermal stability, MRV, mPa.s MRV, mPa.s whereas samples of group II present similar 33628 results. This property is greatly influenced, but not 28448 22803 only, by oil volatility, that is, the more volatile the oil, 22558 17956 19423 15841 15102 the less the temperature onset.

Figure 5 presents the comparison between Group II Group II Group II Group II Group I Group I Group I Group I samples of SAE 5W30 SN oil formulated with base (A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) oils group III, where we can see considerable Figure 8 – MRV (Mini Rotary Viscometer), mPa.s – 15W40 SL differences among the three mixtures even though they are formulated with base oils of Cold Cranking Simulator, mPa.s Cold Cranking Simulator, mPa.s similar viscosity. The sample of group III (C) had a 6310 better performance in this property.

5690 5648 5479 Figures 6 and 7 present the results obtained 4425 4479 3959 3412 in the evaporation loss analyses (Noack) of 15W40 SL and 5W30 SN formulations, respectively. This Group II Group II Group II Group II Group I Group I Group I Group I test measures the loss of lighter hydrocarbons (A) (B) (C) (D) (A) (B) (C) (D) in the oil when submitted to high-temperatures, which leads to a higher oil consumption and Figure 10 – Cold Cranking Simulator, mPa.s – 15W40 SL change of features. This property is related to a lower oil level in service. performance of samples of group I (C), group II (C and D) According to was higher. However, the sample of base oil 150 used in the formulation of group I (D) showed the presence of antioxidant, thethermogravimetric Onset Thermal Stability, ºC which mischaracterizes the comparative result. The result of test, when comparing sample group I (B) was not reported, since it did not present samples of 15W40 252,9 241,2 any event to PDSC equipment. The sample is believed to SL oil formulated with 212,3 have suffered oxidation in a temperature lower than required base oils group II, it is possible to see by the method in which the other samples were analyzed.

Grupo III Grupo III Grupo III Figure 3 presents the comparison between the they present less (A) (B) (C) loss, samples of SAE 5W30 SN oil formulated with base evaporation Figure 7 – Evaporation loss, % - 5W30 SN oils group III in RPVOT and PDSC tests, respectively. contributing to a MRV, mPa.s Samples of group III (B) showed lower oxidation stability better thermal stability.

58083 In comparison with in the two techniques assessed.

47933 Charts with the results obtained in the thermogravimetric 5W30 SN oil, we see 36030 testing (TGA), that measures changes in the process of that samples of group thermal degradation of lubricants, are also presented. This III (A) presented a test measures thermal stability of materials based on mass higher evaporation Group III Group III Group III (A) (B) (C) variation by evaporation or decomposition, as a function loss. This result can of temperature in a controlled atmosphere. Mass loss can be correlated with the Figure 9 – MRV (Mini Rotary Viscometer), occur due to volatilization of lighter components and to thermogravimetric mPa.s – 5W30 SN Evaporation loss, %

32

Evaporation loss, %

High Temperature High Shear, mPa.s

3,722

3,753

Group I (A)

Group I (B)

3,889

Group I (C)

3,916

4,006

3,835

Group I (D)

Group II (A)

Group II (B)

3,897

Group II (C)

Figure 12 – HT/HS, mPa.s – 15W40 SL

analysis, in which the same sample 5830 5690 5487 presented lower thermal stability than the other samples of the same group.

Group III Group III Group III (A) (B) (C) Figures 8 and 9 present the MRV Figure 11 – Cold Cranking Simulator, results of 15W40 SL mPa.s – 5W30 SN and 5W30 SN formuHigh Temperature High Shear, mPa.s lations, respectively.

This test covers the 3,270 measurement, at low 3,226 3,218 temperatures, of yield stress, viscosity and engine oil pumpabilGroup III Group III Group III ity, that is, the less the (A) (B) (C) apparent viscosity, Figure 13 – HT/HS, mPa.s – 5W30 SN the better lubricant performance.

Observing Figure 8, we see that samples of group II had a better performance when compared to samples of group I for the 15W40 SL formulations. Looking at each group separately, we see that samples of group I (B) and group II (B) had a poorer performance.

In Figure 9 we verify that the sample of group III (B) had a poorer performance when related to samples of group 5W30 SN. Figures 10 and 11 show the results obtained in the Cold Cranking Simulator (CCS) test of 15W40 SL and 5W30 SN samples, respectively. The test determines the apparent viscosity with temperature ranging from 0°C to -40°C. This method has been demonstrating excellent correlation with practical data in engines and is used by SAE J300 classification to determine viscosity limits in multigrade engine oils and also in lubricants that meet low temperatures specifications.

Cold Cranking Simulator, mPa.s

Based on Figure 10, we observe that the sample using group II (D) had a better performance, whereas sample of group I (B) 3,830 had a poorer performance in the respective groups. According to the results obtained in MRV, when we compare the samples Group II formulated with groups I and II blend oils, we (D) see that group II presents better performance in cold cranking.

When we look at results in Figure 11, we can see that the sample using group III (C) presented a higher performance.

Figures 12 and 13 report results found in High Temperature High Shear - HTHS test of 15W40 SL and 5W30 SN samples, respectively. Although the results have not shown significant differences, there is a tendency for the samples with higher viscosities to have higher HT/HS results.

High Temperature High Shear, mPa.s

Conclusions For the formulation of 15W40 SL oil, samples using base oils group II presented a better performance when compared to the formulations with group I. However, by comparing samples formulated with base oils of the same API group, it was possible to see that these samples presented different performances with the same additive package. In general, samples C and D of group II and C of group I presented better results.

A similar observation can be made to samples of 5W30 SN oil. Although they have been formulated only with base oils of the same API group (III), the blend oil (C) has presented the best performance in the studied properties when compared to the others.

Based on the results, we can demonstrate the complexity of formulating a high performance product, in which physicochemical analyses are just the start-up of the process. The choice of the blend oil is very important and must always be linked to the synergy with the additive package, so that we can achieve the production of high performance products. It is worth highlighting that the lubricant oil performance can only be proved after its application and evaluation in engine tests.

Maristela de F. Vieira Melachus, Roberta Miranda Teixeira, Daiane C. Spadari, Sérgio Luiz C. Viscardi are Enginers of the Tecnology and Quality Center (Centro de Tecnologia Aplicada e da Qualidade - CTAQ) of Ipiranga.

33

Óleos Básicos:

Foco no Abastecimento Maior produção de Grupo II surge no horizonte

A

maior parte dos participantes do mercado norte-americano considera que os fundamentos dos básicos estão pendendo para o fator abastecimento, com a demanda doméstica desacelerando no final do ano. Há equilibrio estreitos entre vários graus do Grupo I e Grupo II, mas essa situação tende tendia ser diferente para as mais altas viscosidades.

A tendência do mercado para os graus de viscosidade leve e médio está se voltando para o lado do suprimento, pois as características técnicas estão se equilibrando. Os básicos do Grupo II se estabeleceram como óleos dominantes nos Estados Unidos, e surge no horizonte uma produção ainda maior do Grupo II, levando os preços do produto premium a uma paridade com os óleos básicos do Grupo I. Os compradores americanos apontam que, em algumas situações, os preços do Grupo II são menores do que os do Grupo I. Essa proeminência do Grupo II como óleos básicos nos Estados Unidos vai aumentar, quando a Fábrica de Óleos Básicos da Chevron em Pascagoula (Pascagoula Base Oil Plant - PBOP) estiver em plena operação e começar sua produção comercial. A expectativa dos participantes do mercado norte-americano é que a produção comercial de 25 mil barris/dia da nova fábrica de básicos Grupo II entre no mercado no final do 1º trimestre de 2014.

PBOP é uma fábrica de produção de 25 mil barris/dia de óleos básicos localizada no complexo da Chevron em Pascagoula, Mississipi. Essa refinaria tem capacidade de refinar aproximadamente 330 mil barris/dia e celebrou seu 50º aniversário no dia 30 de outubro de 2013.

A Chevron ainda não confirmou a data de início da sua produção comercial, embora muitos players norte-americanos esperem que o material produzido pela PBOP entre no mercado perto do final do primeiro triemestre de 2014. A empresa, no entanto, confirmou que a previsão do início das operações mecânicas é para o 4º trimestre de 2013.

34

Por: Judith Taylor

A Chevron já especificou os graus de óleos básicos a serem produzidos na PBOP. Em um recente evento para a mídia realizado em Pascagoula, a empresa confirmou que produzirá básicos do Grupo II de viscosidade 60, com planos de produzir também básicos de grau 100. Do mesmo modo, serão produzidos na PBOP os básicos do Grupo II de viscosidade media 220, juntamente com os básicos de viscosidade mais alta grau 600.

Representantes da Chevron disseram que o básico leve de grau 60 foi escolhido em virtude de suas bem sucedidas aplicações como óleo isolante. A tecnologia de isodesparafinação (IDW) será usada na PBOP, oferecendo oportunidade para uma variedade de escolhas de óleo cru maior do que em muitas tecnologias antigas. “As fábricas de óleos lubrificantes são provavelmente as mais complexas dentro de uma refinaria”, comentou um especialista ao discutir o processo isodesparafinação.

Técnicos da Chevron explicaram que, ao usar uma rota totalmente de hidroprocessamento, o que significa utilizar o IDW, pode-se alcançar uma pureza superior no óleo básico, juntamente com uma melhor estabilidade e propriedades customizadas. Com o sistema de catalizador utilizado, que reforma as moléculas de hidrocarbonetos de cadeia longa e inibe sua reentrada no sistema, a tecnologia IDW permite a utilização de graus de óleo cru que seriam problemáticos ou inutilizáveis em diversas outras tecnologias de processamento de básicos: “Os rendimentos nas etapas finais são de cerca de 90% comparados com, aproximadamente, 50% nas velhas tecnologias”, comentou um químico da Chevron.

Os óleos básicos graus premium como os do Grupo II exigem um conjunto de aditivos diferentes dos outros básicos, mas utilizam menos aditivo, em virtude da natureza do óleo básico produzido com o novo processo, o que gera economia, conforme informou outra fonte da Chevron. “IDW demanda cerca de 25% menos de gasto de capital e cerca

de 30% a menos nos custos operacionais, além de permitir uma flexibilidade maior de óleos crus”, disse um químico da empresa, acrescentando que a tecnologia IDW também produz básicos com teor de aromáticos igual a zero.

As moléculas aromáticas, como benzenos e xilenos, são cada vez mais inapropriadas nas formulações de óleos para motor, visto que a evolução nas estipulações dos grupos regulatórios nos Estados Unidos, como a Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency - EPA) procura minimizar e eliminar esses materiais, altamente perigosos, das emissões veiculares.

A Chevron foi pioneira na tecnologia IDW e tem uma parcela significativa no licenciamento global desse método de processamento de óleo básico. A companhia mencionou que considera a segurança no abastecimento um ingrediente fundamental no mercado global de óleos básicos: “A segurança no abastecimento está influenciando a escolha do consumidor”, disse um porta-voz da Chevron durante uma apresentação a respeito do acréscimo que a PBOP irá trazer à produção de óleo básico da empresa.

A capacidade de produção de básicos Grupo II da PBOP, de 25 mil barris/dia, se soma à produção de básicos Grupo II da Chevron de 20 mil barris/dia em Richmond, Califórnia, refinaria localizada na costa oeste norte-americana.

A refinaria de Pascagoula tem posição de destaque na costa do Golfo, proporcionando fornecimento do Grupo II da Chevron para duas principais regiões costeiras dos Estados Unidos. Em face da conexão da Chevron com a GS-Caltex em Yeosu, Coreia do Sul, a companhia ampliou seu alcance para fornecer básicos premium do Grupo II. A Chevron comentou que intenciona atender aos seus consumidores no sentido de aliviar a complexidade da cadeia de abastecimento e de aumentar a confiabilidade total desse abastecimento: “Da PBOP podemos servir toda a costa do Golfo e a Europa, alcançando também a América do Sul e a África”, disse outro representante da Chevron, acrescentando que, uma vez que a PBOP esteja em funcionamento, a Chevron terá a maior capacidade global de produção de óleos básicos premium Grupo II. Outro fator chave que vem prevalecendo nos Estados Unidos é que as especificações dos básicos estão impulsionando a indústria, e muitos players descrevem essa situação como uma condição global evolutiva do mercado de básicos e lubrificantes: “As especificações estão conduzindo a nossa indústria”, disse importante representante da Chevron durante apresentação da empresa para a mídia.

De acordo com a empresa, a qualidade dos óleos de motor mudou enormemente nos últimos 20 anos, com requisitos cada vez mais restritivos nos Estados Unidos para carros de passageiros e veículos pesados, e iniciativas similares na Europa e na América do Sul. Periodicamente, as marcas de óleo para motores devem fazer um upgrade e se manterem em conformidade com as especificações.

Os participantes do mercado de básicos comentam que uma fábrica de lubrificantes acabados pode ter, tipicamente, de 300 a 400 produtos com diferentes especificações físicas e de desempenho para qualquer desses produtos. Fontes da indústria mencionaram que a dependência do seu fornecedor de óleo básico é importantíssima, e um representante da Chevron reportou que há significativas variações na demanda regional e global, mas os fabricantes de equipamento original (OEMs) cada vez mais demandam especificações globais homogeneizadas para os óleos básicos.

Fontes da empresa apontam que a permutabilidade nos testes e nas especificações dos óleos básicos é importante, porque pode eliminar ou diminuir a repetição dos ensaios e economizar recursos, e a confiança é relevante nesse tipo de indústria.

Considerando-se a produção de básicos nos Estados Unidos, em números totais, observa-se que ela vem caindo pelo segundo ano consecutivo, embora não chegue aos baixos níveis apresentados durante a reces35

Group I 9% 8% 25% 57%

Group II Group III Naphthenic

Group I erosion in Europe and North America Groups II, III growing in Asia and Middle East Naphthenics steady past few years

básicos nos Estados Unidos é comparativamente baixa, por causa de novas produções em outras regiões que fazem abastecimento global. A produção de básicos nos Estados Unidos totalizou 27,8 milhões de barris no primeiro semestre de 2013, 5% abaixo dos 29,3 milhões barris produzidos no mesmo período de 2012, de acordo com a Energy Information Administration - EIA. A produção de básicos tinha caído para 25 milhões barris em 2009. No entanto, fontes apontaram que parte da queda na produção de básicos parafínicos durante a primeira metade de 2013 pode ser atribuída ao incêndio na refinaria da Chevron em Richmond, California, em agosto de 2012. Essa unidade de básicos operou esporadicamente de agosto/2012 a maio/2013.

são de 2009, conforme apontaram fontes do mercado no recente encontro anual da Associação de Fabricantes Independentes de Lubrificantes (Independent Lubricant Manufacturers Association - ILMA), realizado em San Antonio, Texas.

Embora a produção não tenha chegado aos níveis da recessão de 2009 e a economia doméstica esteja em um patamar mais otimista, a produção de

Judith Taylor é Editora Sênior da ICIS responsável

pelo

mercado

petroquímico

incluindo óleos básicos. Especialista em dinâmica de preços e logística.

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36

Base Oils:

Focus on supply More Group II production is on the horizon

M

ost US market participants view base oil fundamentals tilting toward the supply factor, with domestic demand entering a typically slower pace ahead of year end. There are narrow balances in several grades of Group I and Group II, but these tend to be more in the heavy viscosities.

Light and mid vis grades are developing length and tilting fundamentals increasingly toward the supply side, with overall characteristic noted as balanced to long.

Group II base oils are now established as the dominant US stock, and more Group II production is on the horizon, moving prices for the premium product toward parity with Group I base oils. US buyers said Group II prices in some situations are lower than Group I. The Group II prominence as US base stock will increase once Chevron’s Pascagoula Base Oil Plant (PBOP) is fully operational and begins commercial output. US market participants expect commercial output from the 25,000 bbl/ day new Group II base oil plant is likely to enter the market near the end of Q1, 2014.

PBOP is a 25,000 bbl/day base oil plant located within the complex of Chevron’s Pascagoula, Mississippi.

The PBOP refinery has approximately 330,000 bbl/day of refining capacity and celebrated its 50th anniversary on 30 October, 2013.

Chevron has not as yet confirmed its expected commercial production start-up timeframe, although many US players expect that PBOP material is likely to enter the market during the latter part of Q1, 2014.

However, Chevron has confirmed that PBOP is slated for mechanical start-up in Q4 2013.

Chevron has now also clarified the base oil grades to be produced at PBOP. At a recently held media event in Pascagoula, Mississippi, Chevron confirmed that it will produce Group II light viscosity 60 base stocks, with a 100

Por: Judith Taylor

grade base oil also planned for production. Group II mid viscosity 220 base oils will also be produced at PBOP, along with heavy vis grade 600 base stocks.

Chevron representatives said the 60 light grade base oil was chosen because of its successful applications for insulating oils. Chevron’s base oil iso de-waxing, or IDW, technology will be used at PBOP, offering allowance for a wider variety of crude oil choices than many older technologies.

“Lube oil plants are probably the most complex of any in a refinery,” one Chevron expert commented while discussing the iso de-waxing process.

Chevron technical experts explained that by using an all-hydroprocessing route, which signifies utilizing the IDW, superior base oil purity can be achieved along with improved stability and customizing properties. With a caged catalyst sieve system that reforms the long-chain hydrocarbon feedstock molecules and prohibits re-entry to the system, Chevron’s IDW technology can allow crude oil grades that would likely be problematic or unusable for a number of other base oil processing technologies, Chevron sources said. “Yields in the final steps are at about 90% compared with approximately 50% yields in older technologies,” one Chevron chemist commented.

Premium base oil grades such as Group II require a different additive set (than other base stocks), but they use less of the additive because of the nature of the base oil produced with the newer processes, so money is saved, another source said. “IDW has about a 25% lower capex (capital expenditure) and about 30% lower operating costs, along with allowing wider crude oil flexibility,” a Chevron chemist said and added that IDW technology also yields a base stock with zero aromatics.

Aromatic molecules such as benzenes and xylenes are increasingly unfavorable in motor oil blends as evolving stipulations from US regulatory groups such as the 37

Environmental Protection Agency (EPA) seek to minimize and eliminate these materials – deemed hazardous – from vehicle emissions.

Chevron pioneered in the IDW technology and holds a significant share of the global licensing of this base oil processing method. The company mentioned it sees supply security as a key ingredient in the global base oils market: “Security of supply is driving customer choices,” said one Chevron speaker during a presentation on PBOP’s addition to the company’s base oil output.

The 25,000 bbl/day Group II base oil production capacity at PBOP joins Chevron’s 20,000 bbl/day Group II base stock output at its Richmond, California, refinery location on the US West coast.

The Pascagoula, Mississippi location commands a Gulf coast position, offering Chevron Group II supply on two major US coastal regions. With Chevron’s connection to GS-Caltex at Yeosu, South Korea, the company has a global reach to deliver premium Group II base oils, the speaker said. Chevron said it aims to assist its customers in relieving supply chain complexity as well as to increase overall supply reliability: “From PBOP we can serve the Gulf coast and Europe, also reaching out to South America and Africa,” another Chevron representative said and added that once PBOP is online, Chevron will have the most global production capacity for Group II premium base oils.

Another key factor prevailing in the US is that base oil specifications are driving the industry, and many players describe this as an evolving global condition of the base oil and lubricant markets: “Specifications are driving our industry,” one key speaker said during a presentation at the Chevron media event.

According to Chevron, the quality of motor oils has changed tremendously over the past 20 years, with increasingly stringent US stipulations for passenger cars and for heavy duty vehicles and similar initiatives in Europe and South America. Every few years the motor oil brands must upgrade and stay current on the specifications.

Base oil market participants said that a blending facility for finished lubricants may typically have 300400 products with different physical and performance specifications on any number of these products. Industry sources mentioned that dependence on their base oil supplier is paramount for a blender, and a Chevron representative reported that there are significant variations in regional and global demand, but OEMs (original equipment manufacturers) increasingly want homogenized global specifications for the base oils.

38

Group I 9% 8% 25% 57%

Group II Group III Naphthenic

Group I erosion in Europe and North America Groups II, III growing in Asia and Middle East Naphthenics steady past few years Inter-changeability within base oil testing and specifications is important because it can eliminate or decrease repetition testing and that can save money, sources said, and one source added that dependability is very important in this industry.

Considering US base oil production, in overall figures, it is down for the second consecutive year, although not to the low levels seen during the recession of 2009, according to market sources at the recent annual meeting of the Independent Lubricant Manufacturers Association (ILMA) held in San Antonio, Texas.

While production is not at 2009 recession levels – and the domestic economy is in a more optimistic frame – US base oil production is nevertheless comparably down because of new production in other global supply regions, US suppliers said. US base oil production totaled 27.8m bbl in the first six months of 2013, down 5% from the 29.3m bbl produced in the same period one year ago, according to the Energy Information Administration (EIA).

US base oil production dropped to 25.0m bbl in 2009. However, sources pointed out that part of the drop in paraffinic base oil production during the first half of 2013 could be attributed to the fire at a Chevron’s Richmond, California, refinery in August 2012.

Trader sources said that the base oil unit at Chevron’s Richmond, California, refinery operated only sporadically from August to May.

Judith Taylor is ICIS Senior Editor responsible for the Petrochemical Market and US Base Oils Portfolio. Expert in price dynamics and logistics.

39

O mercado em foco LUBES EM FOCO apresenta os números do mercado brasileiro de lubrificantes referentes ao ano de 2012, fruto de pesquisa junto aos principais agentes do mercado e órgãos legisladores. As dificuldades para uma precisão continuam a existir, uma vez que ainda não há uma consolidação dos números dos pequenos produtores.

O mercado brasileiro de lubrificantes no ano de 2012 Mercado Total Óleos Lubrificantes 1.404.000 m3

Óleos Básicos: Mercado Total 1.342.000 m3

1.350.500 m3 847.000 m3 503.500 m3

Produção Local: Automotivos: Industriais: Venda de Óleos Básicos:

34.500 m3

Importação Produto Acabado: * Exportação Produto Acabado: *

56.460 m3 37.460 m3

Mercado Total Graxas

856.000 m3 608.000 m3 248.000 m3

Produção Local: Refinarias: Rerrefino:

558.000 m3 72.000 m3

Importação: Exportação:

Fonte: ANP, Aliceweb, Sindicom, Petrobras, Pesquisa Lubes em Foco

54.078 t

Obs: Os óleos de transmissão e de engrenagens estão incluídos no grupo dos industriais

* Não considerados óleos brancos, isolantes e a classificação “outros”.

Mercado SINDICOM1 •Comparativo 2013/2012 por região (período jan-set) Mil m3

Total de lubrificantes por região

Mil m3

500 Análise comparativa por produtos

2012 2013

630

461.278

2012 2013

400

567.781

560 490

495.586

450

535.712

350 300

420 378.206

350

250

342.248

280

200 150

70

34.731

0

GRAXAS (t)

140

INDUSTRIAIS

AUTOMOTIVOS

210

183.241 169.363

100

125.237

50 35.891

66.316

0

SUL

SUDESTE

Mil m3

90.497

NORTE

NORDESTE

240

280 247.055

240

CENTRO OESTE

2012 2013

222.100

2012 2013

256.757

100.096

Lubrificantes industriais por região

Lubrificantes automotivos por região

Mil m3

133.407

69.548

210

197.936

180 200

150 160

120

120 106.394

90

114.244 90.823 84.667

80 40

42.677

60 54.919

45.180

60.776

61.568 56.130 35.697

30 21.690

0

SUL

SUDESTE

NORTE

NORDESTE

CENTRO OESTE

0

SUL

SUDESTE

NORTE

1. O SINDICOM é composto pelas seguintes empresas: Ale, BR, Castrol , Chevron, Cosan, Ipiranga, Petronas, Shell, Total e YPF.

40

37.806 30.765

34.489

22.243

NORDESTE

CENTRO OESTE

Mercado de Lubrificantes em 2012 (m3)

16,0

20,3%

2,0% 1,8% 3,0%

14,0%

7,1% 10,8% 11,9%

13,1%

BR Ipiranga Cosan Shell Chevron Petronas Castrol YPF - Repsol Total Lubrif. outros

Mercado de Graxas 2012 (t)

7,0%

18,9%

9,6% 10,0% 17,0% 10,4% 10,5%

BR Chevron (Texaco) Ipiranga Petronas Ingrax Shell Cosan Outros

16,5%

NOTA: Os dados de mercado correspondentes ao ano de 2010/2011 podem ainda ser encontrados no site da revista, no endereรงo www.lubes.com.br, no item do menu SERVIร OS / MERCADO.

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Programação de Eventos Internacionais Data

Evento

2014 Fevereiro, 20 a 21

18th ICIS World Base Oils & Lubricants Conference – Londres – Inglaterra: www.icisconference.com/worldbaseoils

Maio, 18 a 22

69th STLE Annual Meeting & Exhibition – Florida – EUA: www.stle.org/events/annual/details.aspx

Junho, 14 a 17

NLGI Annual Meeting – Florida – EUA: www.nlgi.org

Outubro, 20 a 23

SAE 2014 International Powertrain, Fuels & Lubricants Meeting – Birmingham – Inglaterra: www.sae.org/events

Nacionais Data

Evento

2014 Abril, 22 a 25

6 Feira de Fornecedores Industriais – FORIND – Recife – PE : www.forindne.com.br

Maio, 6 a 7

5º Seminário de Laboratório – Rio de Janeiro – RJ – www.seminariolaboratorio.com.br

Setembro, 15 a 18

Rio Oil & Gas – Rio de Janeiro – RJ – www.ibp.org.br

Setembro, 29 a 3 de outubro

29º Congresso Brasileiro de Manutenção – Santos – SP – www.abraman.org.br

Cursos Data

Evento

2014 Abril, 28 a 30

Lubrificantes e Lubrificação – São Paulo – SP : www.ibp.org.br/cursos

Se você tem algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br, e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.

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2014 Semptember 15-18, 2014â&#x20AC;˘ Rio de Janeiro - Brazil

Call for Papers

promoted and supported by:

further information:

www.riooilgas.com.br

Clube de Ideias

Participate in the biggest oil & gas industry event and share your experience

09/13

Submit a paper abstract proposal by January 10, 2014